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Procure responder às questões usando suas próprias palavras com criatividade e demonstrando coerência
expositiva e argumentativa ao redigir o seu texto, escreva fazendo sempre uma introdução, desenvolvimento e
conclusão.
QUESTÕES OBJETIVAS:
QUESTÃO 01: [2.0 Pontos]
Acerca do processo de trabalho como exploração no Capitalismo (trabalho alienado,
estranhado, desumanizador):
“Chega-se, por conseguinte, ao resultado de que o homem (o trabalhador) só se sente como ser
livre e ativo em suas funções animais, comer, beber e procriar, quando muito ainda habitação,
adornos etc., e em suas funções humanas só se sente como animal. [...] O trabalhador só se
sente, por conseguinte e em primeiro lugar, junto de si quando fora do trabalho e fora de si quando
no trabalho. Está em casa quando não trabalha e, quando trabalha, não está em casa. O seu
trabalho não é, portanto, voluntário, mas forçado, trabalho obrigatório. O trabalho não é, por isso,
a satisfação de uma carência, mas somente um meio para satisfazer necessidades fora dele”.
(MARX apud ALVES e RODRIGUES, Texto 04, p.67).
a) ( ) No modo capitalista de produção a organização do trabalho se faz de modo que a classe trabalhadora
não seja proprietária de nenhum meio de produção;
b) ( ) Os trabalhadores só possuem a sua força de trabalho, física e mental a qual ele vende ao capitalista
em troca de um salário;
d) ( ) No capitalismo opera-se uma expropriação do trabalhador, que retira dele o domínio sobre as decisões
em relação ao conjunto do processo produtivo, passando este controle para as mãos do capitalista;
e) ( ) Sob a lógica o capital o trabalhador é um indivíduo que, ao vender sua força de trabalho, se transforma
em fator de produção, perdendo, junto com o controle do processo e do produto do trabalho, o controle
sobre si mesmo.
GABARITO: V, V, F, V, V
QUESTÃO 02: [2.0 Pontos]
QUESTÓES DISCURSIVAS:
Segundo Dermeval Saviani (Textos 01, 02 e Vídeo 01) em que período histórico a escola
torna-se uma necessidade geral convertendo-se na modalidade principal de educação para
todos? Cite as causas dessas necessidades.
GABARITO:
A escola torna-se uma necessidade geral e a modalidade principal de educação no Período Moderno e
Contemporâneo, sobretudo, depois da Revolução Industrial e da Revolução Francesa, também conhecidas
como Revoluções Burguesas. O surgimento da indústria no Século XVIII, a expulsão dos camponeses de suas
terras, o crescimento das cidades, a vida urbana, a invenção da imprensa, dentre outros fatores, são algumas
das causas da necessidade de as pessoas dominarem os códigos escritos desenvolvidos pela escola. Após a
Revolução Francesa e a instituição da República como forma de governo, centrada na observância da Lei
escrita (Constituição), no direito positivo, nos contratos, casamento civil etc. evidenciou o problema do
analfabetismo. Como cobrar a observância da Lei se as pessoas não sabem ler e escrever? A indústria tendo
o seu processo produtivo centrado nas máquinas e não mais no trabalho humano direto e sendo a máquina
resultado de conhecimentos científicos da física, da mecânica, da matemática etc., passou a exigir
gradativamente dos trabalhadores que as operavam algum nível de conhecimento científico-tecnológico, mas,
estes conhecimentos, teóricos, não podiam ser desenvolvidos somente pela observação empírica, como antes
no trabalho manual, precisavam de estudos mais complexos que só eram acessíveis e veiculados por
instituições específicas conhecidas como escolas ou academias. Assim, neste contexto, aos poucos é que a
escola irá se converter na principal forma de educação da maioria em substituição a educação empírica e
espontânea das épocas anteriores, nas quais a educação escolar estava restrita aos nobres e a aristocracia.
Atualmente a educação escolar é tão natural e óbvia que muitos nem têm a noção de que nem sempre ela foi
uma necessidade para todos da sociedade.
Com base nessas ideias, redija um texto dissertativo sobre o seguinte tema:
O modelo de escola para a classe trabalhadora surgiu no contexto das Revoluções Burgueses, no Período
Moderno, e surgiu a partir da própria compreensão do papel da escola, que ao contrário do período anterior,
na Idade Média, no qual a escola se configurava como uma educação restrita a pequenos grupos, mormente
a nobreza, o clero e a aristocracia agrária, para se tornar a principal forma de educação. A escola surge, assim,
durante o Período Moderno como a modalidade principal de educação para todos, inclusive para os operários.
Tese e conquista da Burguesia revolucionária que alterou significativa e positivamente a situação da classe
trabalhadora a partir de então. Todavia, não obstante o avanço que isto representou para a classe trabalhadora
em relação à sua situação de antes, isto não ocorreu sem contradições e distorções. Apesar do princípio e da
defesa de uma escola pública, laica e para todos, o que ocorre foi a constituição de dois tipos de escolas muito
distintas, consubstanciadas na ideia de “dualidade educacional”, o que já vimos em outras partes dos nossos
estudos. Conforme ALVES (Texto 07, p.05), “A burguesia apresenta uma proposta que concebe a educação
dividida em dois sistemas de ensino distintos, sendo um voltado para o oferecimento de uma educação geral,
intelectual, para o ingresso no ensino superior, voltado para a formação das classes ricas e médias, para
ocupar os cargos de direção, comando e controle; e outro que oferece uma educação específica, unilateral,
prático-operacional, voltada para a formação dos filhos da classe trabalhadora (dos pobres), para ingressar no
mercado de trabalho, nas funções de produção e execução de trabalhos simples e manuais”. O que também
é confirmado por autores liberais, como Destutt de Tracy, que no século XIX chegou a afirmar, nestes termos:
“(...) os filhos da classe operária precisam adquirir desde cedo o conhecimento, as habilidades e destrezas a
que estão predestinados pela própria condição de classe, ao passo que os filhos da classe erudita, em
especial os filhos dos donos dos meios de produção, devem dedicar-se a estudar durante muito tempo, nas
escolas de renome, para que seja assegurada a continuidade dos bens e do poder. [...] Concluamos,
então, que em todo Estado bem administrado e no qual se dá a devida atenção à educação dos cidadãos,
deve haver dois sistemas completos de instrução, um não tendo nada em comum com o outro”.
(CAMPELLO, Texto 05, 136, grifos nossos). Ademais, outro fator preponderante e determinante para a
concepção de um modelo de escola para a classe trabalhadora distinto daquele destinado à burguesia se deve
à não participação dos trabalhadores na elaboração do modelo de educação escolar que melhor lhes convinha.
De forma que na concretização do princípio de “uma escola pública, laica, para todos” a participação dos
trabalhadores foi completamente desconsiderada, ignorada, ficando os trabalhadores excluídos deste
processo. Em nenhum momento foram convocados para serem ouvidos sobre a educação geral e/ou
profissional que melhor atenderia às suas necessidades. Daí se explica que o modelo de escola “para” a classe
trabalhadora que surgiu no contexto das Revoluções Burguesas. Se diz “para” “porque foi pensado por quem
não é trabalhador, mas dele precisa”, ou seja, foi pensada a partir dos interesses dos capitalistas, para atender
às suas necessidades de acumulação ampliada do capital, pouco interessando a formação humana e
intelectual do trabalhador. Sobre isto pode-se afirmar ainda que o objetivo de fato foi pensar uma escola para
a formação do trabalhador e não uma escola de formação humana do trabalhador, ao se conceber o homem
no trabalho apenas como mão-de-obra útil ao capital.