You are on page 1of 448

Liquigás Distribuidora S.

LIQUIGÁS
Profissional de Vendas - Júnior
Edital Nº 1 - Liquigás/Psp 1/2018, de 27 de Março de 2018.

MR146-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: Liquigás Distribuidora S.a -LIQUIGÁS

Cargo: Profissional de Vendas - Júnior

(Baseado no Edital Nº 1 - Liquigás/Psp 1/2018, de 27 de Março de 2018.)

• Lingua Portuguesa IV
• Conhecimentos Gerais
• Noções de Informática
• Administração
• Marketing
• Bloco 3

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação/ Editoração Eletrônica


Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Thais Regis

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli
Karoline Dourado

Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO

PARABÉNS! ESTE É O PASSAPORTE PARA SUA APROVAÇÃO.

A Nova Concursos tem um único propósito: mudar a vida das pessoas.


Vamos ajudar você a alcançar o tão desejado cargo público.
Nossos livros são elaborados por professores que atuam na área de Concursos Públicos. Assim a
matéria é organizada de forma que otimize o tempo do candidato. Afinal corremos contra o tempo,
por isso a preparação é muito importante.
Aproveitando, convidamos você para conhecer nossa linha de produtos “Cursos online”, conteúdos
preparatórios e por edital, ministrados pelos melhores professores do mercado.
Estar à frente é nosso objetivo, sempre.
Contamos com índice de aprovação de 87%*.
O que nos motiva é a busca da excelência. Aumentar este índice é nossa meta.
Acesse www.novaconcursos.com.br e conheça todos os nossos produtos.
Oferecemos uma solução completa com foco na sua aprovação, como: apostilas, livros, cursos on-
line, questões comentadas e treinamentos com simulados online.
Desejamos-lhe muito sucesso nesta nova etapa da sua vida!
Obrigado e bons estudos!

*Índice de aprovação baseado em ferramentas internas de medição.

CURSO ONLINE

PASSO 1
Acesse:
www.novaconcursos.com.br/passaporte

PASSO 2
Digite o código do produto no campo indicado no
site.
O código encontra-se no verso da capa da apostila.
*Utilize sempre os 8 primeiros dígitos.
Ex: FV054-18

PASSO 3
Pronto!
Você já pode acessar os conteúdos online.
SUMÁRIO

Lingua Portuguesa IV

Compreensão e interpretação de textos. ....................................................................................................................................................... 83


Ortografia. .................................................................................................................................................................................................................. 44
Morfologia (verbos irregulares, emprego das palavras "porque", "por que", "por quê" e "porquê", "se" e “que"). ......... 07
Sintaxe ......................................................................................................................................................................................................................... 63
Regência verbal e nominal.................................................................................................................................................................................... 58
Concordância verbal................................................................................................................................................................................................ 52
Concordância nominal............................................................................................................................................................................................ 52
Indeterminação do sujeito, voz passiva pronominal, emprego de pronomes relativos, ............................................................. 07
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 71
Colocação de pronomes átonos......................................................................................................................................................................... 07
Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................. 50
Semântica (sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos)............................................................................................................... 07

Conhecimentos Gerais

Elementos de política brasileira. Cultura e sociedade brasileira: música, literatura, artes, arquitetura, rádio, cinema, tea-
tro, jornais, revistas e televisão............................................................................................................................................................................ 01
Descobertas e inovações científicas na atualidade e seus impactos na sociedade contemporânea...................................... 05
Meio ambiente e cidadania: problemas, políticas públicas, aspectos locais e aspectos globais.............................................. 07
Panorama nacional contemporâneo. Panorama da economia nacional. O cotidiano brasileiro............................................... 18

Noções de Informática

Conhecimentos básicos de MS Office versão 2010: Word, Excel e Power Point. ........................................................................... 01
Conceitos de internet e intranet e principais navegadores. ................................................................................................................... 23
Noções básicas de Sistemas Operacionais..................................................................................................................................................... 26

Administração

BLOCO 1:
Administração: Planejamento estratégico empresarial. ........................................................................................................................... 01
Sistemas de informação gerencial. ................................................................................................................................................................... 09
Administração de vendas. .................................................................................................................................................................................... 11
Gestão do relacionamento com cliente. ......................................................................................................................................................... 24
Administração financeira e orçamentária. ..................................................................................................................................................... 31
Matemática financeira. .......................................................................................................................................................................................... 39
Conceitos sobre o valor do dinheiro no tempo, risco, retorno e valor. .............................................................................................. 41
Análise de investimentos. ..................................................................................................................................................................................... 50
Análise das demonstrações financeiras. ......................................................................................................................................................... 65
Contabilidade: contabilidade geral, contabilidade de custos, contabilidade gerencial................................................................ 70
SUMÁRIO

Marketing

BLOCO 2:
Marketing: Conceitos básicos.............................................................................................................................................................01
Criando valor para o cliente................................................................................................................................................................02
Marketing de relacionamento.............................................................................................................................................................10
Administração de Marketing...............................................................................................................................................................19
Planejamento de Marketing................................................................................................................................................................34
O ambiente de Marketing e vendas..................................................................................................................................................38
Análise do mercado, da concorrência e do consumidor.............................................................................................................41
Pesquisa de mercado.............................................................................................................................................................................46
Segmentação e posicionamento........................................................................................................................................................51
Estratégias de Marketing......................................................................................................................................................................54
Vendas: Planejamento de vendas.......................................................................................................................................................60
Funções da atividade de vendas. Venda e comunicação integrada de Marketing.............................................................66
Técnicas de vendas e negociação......................................................................................................................................................79
Análise e controle de vendas..............................................................................................................................................................91
Conquista e manutenção de clientes................................................................................................................................................94
Sistemas de informação em vendas............................................................................................................................................... 101

Bloco 3

BLOCO 3:
Conhecimentos de Física - conhecimentos básicos e fundamentais: noções de ordem de grandeza; .............................. 01
Notação científica; sistema internacional de unidades; ........................................................................................................................... 01
Ferramentas básicas: gráficos e vetores; ........................................................................................................................................................ 02
Conceituação de grandezas vetoriais e escalares; operações básicas com vetores. Energia, trabalho e potência .......... 03
Conceituação de trabalho, energia e potência; conceito de energia potencial e de energia cinética; conservação de
energia mecânica e dissipação de energia; ................................................................................................................................................... 05
Trabalho da força gravitacional e energia potencial gravitacional; forças conservativas e dissipativas. ............................... 09
O calor e os fenômenos térmicos: conceitos de calor e de temperatura; escalas termométricas; transferência de calor e
equilíbrio térmico; capacidade calorífica e calor específico; condução do calor; dilatação térmica; mudanças de estado
físico e calor latente de transformação; ......................................................................................................................................................... 12
Comportamento de gases ideais; máquinas térmicas; ciclo de Carnot; leis da Termodinâmica; aplicações e fenômenos
térmicos de uso cotidiano. .................................................................................................................................................................................. 18

Conhecimentos de Químicos - Transformações Químicas: evidências de transformações químicas; interpretando


transformações químicas; .................................................................................................................................................................................... 29
Sistemas gasosos: Lei dos gases; equação geral dos gases ideais, princípio de Avogadro; ...................................................... 31
Conceito de molécula; massa molar, volume molar dos gases; teoria cinética dos gases; misturas gasosas. ................... 32
Transformações Químicas e Energia: transformações químicas e energia calorífica; calor de reação; entalpia; equações
termoquímicas; Lei de Hess. ................................................................................................................................................................................ 34
Dinâmica das Transformações Químicas: transformações químicas e velocidade; velocidade de reação; energia de ativa-
ção; fatores que alteram a velocidade de reação: concentração, pressão, temperatura e catalisador. ................................. 38
Compostos de Carbono: características gerais dos compostos orgânicos; principais funções orgânicas; estrutura e pro-
priedades de hidrocarbonetos; .......................................................................................................................................................................... 42
Estrutura e propriedades de compostos orgânicos oxigenados; fermentação; estrutura e propriedades de compostos
orgânicos nitrogenados; macromoléculas; naturais e sintéticas; ......................................................................................................... 44
Noções básicas sobre polímeros; amido, glicogênio e celulose; borracha natural e sintética; polietileno, poliestireno,
PVC, Teflon, náilon; óleos e gorduras, sabões e detergentes sintéticos; proteínas e enzimas. ................................................. 46
Energias Químicas no Cotidiano: petróleo, gás natural e carvão; madeira e hulha; biomassa; biocombustíveis; impactos
ambientais de combustíveis fósseis.................................................................................................................................................................. 47
LÍNGUA PORTUGUESA

Letra e Fonema.......................................................................................................................................................................................................... 01
Estrutura das Palavras............................................................................................................................................................................................. 04
Classes de Palavras e suas Flexões..................................................................................................................................................................... 07
Ortografia.................................................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 47
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 50
Concordância Verbal e Nominal......................................................................................................................................................................... 52
Regência Verbal e Nominal................................................................................................................................................................................... 58
Frase, oração e período.......................................................................................................................................................................................... 63
Sintaxe da Oração e do Período......................................................................................................................................................................... 63
Termos da Oração.................................................................................................................................................................................................... 63
Coordenação e Subordinação............................................................................................................................................................................. 63
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 71
Colocação Pronominal............................................................................................................................................................................................ 74
Significado das Palavras......................................................................................................................................................................................... 76
Interpretação Textual............................................................................................................................................................................................... 83
Tipologia Textual....................................................................................................................................................................................................... 85
Gêneros Textuais....................................................................................................................................................................................................... 86
Coesão e Coerência................................................................................................................................................................................................. 86
Reescrita de textos/Equivalência de Estruturas............................................................................................................................................. 88
Estrutura Textual........................................................................................................................................................................................................ 90
Redação Oficial.......................................................................................................................................................................................................... 91
Funções do “que” e do “se”................................................................................................................................................................................100
Variação Linguística...............................................................................................................................................................................................101
O processo de comunicação e as funções da linguagem......................................................................................................................103
LÍNGUA PORTUGUESA

PROF. ZENAIDE AUXILIADORA PACHEGAS BRANCO

Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina. Especialista pela Universidade Estadual Paulista
– Unesp

LETRA E FONEMA

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa
literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da lín-
gua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também,
de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas
palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na
pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de esta-
belecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção
entre os pares de palavras:
amor – ator / morro – corro / vento - cento

Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma
os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.

- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame
- o grupo de sons /ks/: táxi

- O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.


Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
1 2 3 4 5 6 7 12 3 45 6

Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: ga lho


1 2 3 4 12345

- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas
palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o
“n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.

- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.


Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

Classificação dos Fonemas


Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.

1
LÍNGUA PORTUGUESA

Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- 1) Ditongo


berta. As vogais podem ser:
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
/o/, /u/. - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal:
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na- - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-
sais. gal: pai (a = vogal, i = semivogal)
/ã/: fã, canto, tampa - Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
/ ẽ /: dente, tempero - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na-
/ ĩ/: lindo, mim sais: mãe
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum 2) Tritongo

- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, É a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
bola. gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba.
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tri-
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, tongo nasal.
bola.
3) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
- Fechadas: mês, luta, amor pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
- Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa- de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). (po-e-si-a).

2) Semivogais Encontros Consonantais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas Existem basicamente dois tipos:
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- 1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de- e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no,
sempenham o papel de núcleo silábico. a-tle-ta, cri-se.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão Há ainda grupos consonantais que surgem no início
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
história, série. psi-có-lo-go.

3) Consoantes Dígrafos

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi- De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca- crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda- quatro letras.
deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu- Há, no entanto, fonemas que são representados, na es-
guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. letras.

Encontros Vocálicos Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-


ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante para representar um único fonema (di = dois + grafo = le-
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em tra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos
sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton- que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos:
go e o hiato. consonantais e vocálicos.

2
LÍNGUA PORTUGUESA

Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemplos


lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção

Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras Exemplos


/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda

* Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” repre-
senta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há
dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ nós
pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não
pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).

Dífonos

Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos
de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

3
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI-
BRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir há um
dígrafo, EXCETO em
(A) prazo. As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
(B) cantor. de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
(C) trabalho. em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
(D) professor. tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por
três elementos significativos:
1-)
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal In = elemento indicador de negação
(B) cantor – “an” é dígrafo Explic – elemento que contém o significado básico da
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo palavra
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- Ável = elemento indicador de possibilidade
grafo
RESPOSTA: “A”. Estes elementos formadores da palavra recebem o
nome de morfemas. Através da união das informações
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI- contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
BRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que os itens tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
destacados possuem o mesmo fonema consonantal em to- tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tornar
das as palavras da sequência. claro”.
(A) Externo – precisa – som – usuário.
MORFEMAS = são as menores unidades significativas
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão.
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente.
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo.
Classificação dos morfemas:
2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonema representado
Radical, lexema ou semantema – é o elemento por-
pela letra destacada:
tador de significado. É através do radical que podemos for-
(A) Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/
mar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
(B) Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão /j/ mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez.
(C) Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um
/z/ mesmo radical denomina-se família de palavras.
(D) cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/
RESPOSTA: “D”. Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO DE xo), prever (prefixo), infiel.
FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja Sangue
Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encontramos Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
duas letras representando um único fonema. Esse fenôme- têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
no também está presente em: amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida
A) cartola. que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
B) problema. plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
C) guaraná. ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
D) água. (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
E) nascimento. concluir que existem morfemas que indicam as flexões das
palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das pala-
3-) Duas letras representando um único fonema = dí- vras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desi-
grafo nências nominais e desinências verbais.
A) cartola = não há dígrafo
B) problema = não há dígrafo • Desinências nominais: indicam o gênero e o número
C) guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) dos nomes. Para a indicação de gênero, o português cos-
D) água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) tuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/
E) nascimento = dígrafo: sc menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar
RESPOSTA: “E”. o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/
garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos
nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assu-
me a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

4
LÍNGUA PORTUGUESA

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinências sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
que indicam o modo e o tempo (desinências modo-tem-
porais) e outras que indicam o número e a pessoa dos ver- Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
bos (desinência número-pessoais): sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.

cant-á-va-mos: Palavras simples: aquelas que possuem um só radical:


cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência mo- azeite, cavalo.
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicati-
vo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primei- Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
ra pessoa do plural) um radical: couve-flor, planalto.
* As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
cant-á-sse-is: mentos ligados por hífen.
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência mo-
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjunti- Processos de Formação de Palavras
vo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda
pessoa do plural) Na Língua Portuguesa há muitos processos de forma-
ção de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação,
Vogal temática a composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo.
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge Derivação por Acréscimo de Afixos
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri-
é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri-
tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as de- vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
sinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vo-
gais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica
Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da 2.ª
acréscimo de prefixo.
conjugação = escrever) e –i (3.ªconjugação = partir).
In feliz des leal
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando
Prefixo radical prefixo radical
átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola, base,
combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que essas
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. acréscimo de sufixo.
A estas vogais temáticas se liga a desinência indicadora
de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados Feliz mente leal dade
em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não Radical sufixo radical sufixo
apresentam vogal temática.
Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca- simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de se principalmente verbos.
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a per-
tencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática En trist ecer
é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal Prefixo radical sufixo
temática -i pertencem à terceira conjugação.
Em tard ecer
Interfixos prefixo radical sufixo

São os elementos (vogais ou consoantes) que se in- Outros Tipos de Derivação


tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por Há dois casos em que a palavra derivada é formada
exemplo: sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. regressiva e a derivação imprópria.
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por re-
Formação das Palavras dução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
de substantivos derivados de verbos.
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva- janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
das, palavras simples, palavras compostas. (substantivo) – deriva de pescar (verbo)

5
LÍNGUA PORTUGUESA

Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é ob- Fontes de pesquisa:


tida pela mudança de categoria gramatical da palavra pri-
mitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas somente http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
na classe gramatical. formacao-de-palavras-i.htm
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê” SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
deriva da conjunção porque) coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
do verbo olhar). ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
** Dica: A derivação regressiva “mexe” na estrutura da Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
palavra e geralmente transforma verbos em substantivos: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
caça = deriva de caçar, saque = deriva de sacar.
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
apenas faz com que ela pertença a uma classe gramatical Questões sobre Estrutura das Palavras
“imprópria” da qual ela realmente, ou melhor, costumeira-
mente faz parte. A alteração acontece devido à presença de 1-) (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊN-
outros termos, como artigos, por exemplo: CIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutura” é for-
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun- mada pelo seguinte processo:
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”) A) sufixação
Composição B) prefixação
C) parassíntese
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais D) justaposição
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de E) aglutinação
composição: justaposição e aglutinação.
1-) Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um
Justaposição: ocorre quando os elementos que for- prefixo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou
mam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapos-
prefixação).
tos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira,
girassol.
RESPOSTA: “B”.
Composição por aglutinação: ocorre quando os ele-
mentos que formam o composto aglutinam-se e pelo me-
2-) (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG –
nos um deles perde sua integridade sonora: aguardente
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – IBFC/2014)
(água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna +
alta), vinagre (vinho + acre). O vocábulo “entristecido”, presente na terceira estrofe, é
um exemplo de:
Outros processos de formação de palavras: a) palavra composta
b) palavra primitiva
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir c) palavra derivada
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. d) neologismo

Abreviação – é a redução de palavras até o limite per- 2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
mitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu (pneu- ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo
mático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do processo
de formação de palavras chamado de: prefixação e sufixa-
* Observação: ção. Para o exercício, basta “derivada”!
- Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini- RESPOSTA: “C”.
ciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
- Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras ini-
ciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas impuras),
que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas puras);
DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas impu-
ras).
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)

6
LÍNGUA PORTUGUESA

de lago lacustre
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, con- de madeira lígneo
cordando com este em gênero e número. de mestre magistral
de ouro áureo
As praias brasileiras estão poluídas.
de paixão passional
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
de porco suíno ou porcino
Locução adjetiva dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma de sonho onírico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição + de velho senil
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vento eólico
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio de vidro vítreo ou hialino
(paixão desenfreada). de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico
Observe outros exemplos:
* Observação: nem toda locução adjetiva possui um
de águia aquilino adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
de aluno discente exemplo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
de anjo angelical Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual
de aranha aracnídeo O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
de boi bovino como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
de cabelo capilar ou do objeto).
de cabra caprino
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
Observe alguns deles:
de criança pueril
de dedo digital Estados e cidades brasileiras:
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Alagoas alagoano
de farinha farináceo Amapá amapaense
de fera ferino Aracaju aracajuano ou aracajuense
de ferro férreo Amazonas amazonense ou baré
de fogo ígneo Belo Horizonte belo-horizontino
de garganta gutural Brasília brasiliense
de gelo glacial Cabo Frio cabo-friense
de guerra bélico Campinas campineiro ou campinense
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal

7
LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.

* Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substan-
tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.

Veja outros exemplos:


Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

8
LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Composto Observe que:


a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande
invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, e mais pequeno. Por exemplo:
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala- mentos.
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará duas qualidades de um mesmo elemento.
invariável. Veja:
Camisas rosa-claro. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
Ternos rosa-claro.
rioridade
Olhos verde-claros.
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
* Observação:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre in- vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
variáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos apresenta as seguintes modalidades:
cor-de-rosa. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
- O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. senta-se nas formas:
1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio
Grau do Adjetivo de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten- 2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
o comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo
benéfico - beneficentíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características bom - boníssimo ou ótimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual- comum - comuníssimo
dade, de superioridade ou de inferioridade.
cruel - crudelíssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade difícil - dificílimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da doce - dulcíssimo
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão. fácil - facílimo
fiel - fidelíssimo
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
No comparativo de superioridade analítico, entre os um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- Essa relação pode ser:
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do 1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
que” ou “mais...que”.
todas.
2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
todas.
rioridade Sintético

Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de * Note bem:


superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, an-
grande/maior, baixo/inferior. tepostos ao adjetivo.

9
LÍNGUA PORTUGUESA

2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + o 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A criança levantou cedinho. (muito cedo)

Advérbio Classificação dos Advérbios

Compare estes exemplos: De acordo com a circunstância que exprime, o advér-


bio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
O ônibus chegou.
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo,
O ônibus chegou ontem.
aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro,
afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen-
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à es-
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo,
querda, ao lado, em volta.
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio fim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
(bem) imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessiva-
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- mente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
tivo (claros) vez em quando, de quando em quando, a qualquer momen-
to, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen- Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
tar ideia de: acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
Tempo: Ela chegou tarde. toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse
Lugar: Ele mora aqui. modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
Modo: Eles agiram mal. a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em
Negação: Ela não saiu de casa. “-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa-
Dúvida: Talvez ele volte. cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen-
te, bondosamente, generosamente.
Flexão do Advérbio Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti-
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
porém, admitem a variação em grau. Observe: Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Grau Comparativo Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, as-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo saz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo,
que o comparativo do adjetivo: de muito, por completo, extremamente, intensamente, gran-
- de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re- demente, bem (quando aplicado a propriedades graduá-
nato fala tão alto quanto João. veis).

10
LÍNGUA PORTUGUESA

Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somen- Locução Adverbial


te, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, o
vento apenas move a copa das árvores. Quando há duas ou mais palavras que exercem função
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
adolescência. mente por uma preposição. Veja:
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus dentro, por aqui, etc.
amigos por comparecerem à festa. afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
* Saiba que: geral, frente a frente, etc.
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei em dia, nunca mais, etc.
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível. * Observações:
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, - tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O aluno cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
respondeu calma e respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.

* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio - Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).

11
LÍNGUA PORTUGUESA

Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Roma.
muito.
- antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar Vossa Senhoria sairá agora?
seres de modo vago, impreciso: Exceção: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! - após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.

* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Fontes de pesquisa:


numeral “ambos”: http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso Saraiva, 2010.
do artigo, outros não: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCO-
NI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed.
* Quando indicado no singular, o artigo definido pode Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
indicar toda uma espécie: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho dignifica o homem. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
* No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso Conjunção
do artigo:
Marcela é a mais extrovertida das irmãs. Além da preposição, há outra palavra também invariá-
O Pedro é o xodó da família. vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
* No caso de os nomes próprios personativos estarem de mesma função em uma oração:
no plural, são determinados pelo uso do artigo: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
Os Maias, os Incas, Os Astecas... São Paulo.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
* Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele Morfossintaxe da Conjunção
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
dos. (qualquer classe)
Classificação da Conjunção
* Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
facultativo: De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Preparei o meu curso. Preparei meu curso. conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
* A utilização do artigo indefinido pode indicar uma pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
ideia de aproximação numérica: lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de-
* O artigo também é usado para substantivar palavras pende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
* Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
- antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas: Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
O professor visitará Roma. quentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”.
Já em:

12
LÍNGUA PORTUGUESA

Espero que eu seja aprovada no concurso! As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-


Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a grantes e adverbiais:
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração prin-
cipal): 1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
a função de objeto direto do verbo da oração principal). as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Quero que você volte. (Quero sua volta)
Conjunções Coordenativas
2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
São aquelas que ligam orações de sentido completo exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acor-
e independente ou termos da oração que têm a mesma do com a circunstância que expressam, classificam-se em:
a) Causais: introduzem uma oração que é causa da
função gramatical. Subdividem-se em:
ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
(= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não),
que, porquanto, já que, desde que, etc.
não só... mas também, não só... como também, bem como, Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
não só... mas ainda.
A sua pesquisa é clara e objetiva. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
Não só dança, mas também canta. ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua
realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto,
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: etc.
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São
3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan- elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde
do ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se que, a menos que, sem que, etc.
realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção con-
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
dicional “se” também é conjunção integrante. A diferença é
clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima,
4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
ela nos dá a ideia da condição para que recebamos um
que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração:
logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por Não sei se farei o concurso...
isso, assim. Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto
ficou nervosa. direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto,
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. a oração em destaque exerce a função de objeto direto da
oração principal, sendo classificada como oração subordi-
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração nada substantiva objetiva direta.
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: d) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. me a conformidade de um fato com outro. São elas: confor-
Não demore, que o filme já vai começar. me, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! O passeio ocorreu como havíamos planejado.

Conjunções Subordinativas e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fina-


lidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal.
São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que),
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas
que, etc.
dependente da outra. A oração dependente, introduzida
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado f) Proporcionais: introduzem uma oração que expres-
quando ela chegou. sa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do
O baile já tinha começado: oração principal expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais),
ela chegou: oração subordinada quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto
menos... (menos), etc.

13
LÍNGUA PORTUGUESA

O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- Fontes de pesquisa:
seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nais à medida em que, na medida que e na medida em que. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Saraiva, 2010.
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual,
rente de uma situação particular, um momento ou um con-
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que ção
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à maneira
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
exame. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni- Psiu!
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acor- contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
do com o sentido que apresentam no contexto (grifo ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
da Zê!). Ei, espere!”

O bom relacionamento entre as conjunções de um Psiu!


texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa- contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú- nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios puxa: interjeição; tom da fala: euforia
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o con- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
junto das relações que garantem a coesão do enunciado. puxa: interjeição; tom da fala: decepção
O sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
estas interferem semanticamente no enunciado.
tristeza, dor, etc.
Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
Ah, deve ser muito interessante!
junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
b) Sintetizar uma frase apelativa.
são de circunstâncias fundamentais à condução da história, Cuidado! Saia da minha frente.
como as noções de tempo, finalidade, causa e consequên-
cia. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a li- As interjeições podem ser formadas por:
nha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
exposições e argumentações construídas por meio de con- b) palavras: Oba! Olá! Claro!
trastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
concessivas. Ora bolas!

14
LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-


frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Aten- Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
ção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Âni- quá!, etc.
mo! Adiante!
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! 5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Essa não! Chega! Basta! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Deus! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Fontes de pesquisa:
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! php
Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ora! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! Numeral
Silêncio: Psiu! Silêncio!
Numeral é a palavra variável que indica quantidade
Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes-
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determi-
* Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
nada sequência.
isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
* Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
se trata de um processo natural desta classe de palavra, a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. trata de numerais, mas sim de algarismos.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Locução Interjetiva vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma dúzia, par, ambos(as), novena.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! Classificação dos Numerais
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise - Cardinais: indicam quantidade exata ou determina-
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha- da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
me Deus!, Quem me dera! sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé-
cada, bimestre.
* Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. - Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou
Por exemplo: alguma coisa ocupa numa determinada sequência: primei-
Ué! (= Eu não esperava por essa!) ro, segundo, centésimo, etc.
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
* Observação importante:
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
gramaticais podem aparecer como interjeições. Por exem- são classificadas como adjetivos, não ordinais.
plo:
Viva! Basta! (Verbos) - Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Fora! Francamente! (Advérbios) seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.

15
LÍNGUA PORTUGUESA

- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri- - Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= - se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Objeto indireto = de duas
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
Núcleo do objeto indireto = duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por


dois zeros, usa-se o “e”:
Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

16
LÍNGUA PORTUGUESA

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

17
LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: Dicas sobre preposição


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.
php - O “a” pode funcionar como preposição, pronome
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: nino.
Saraiva, 2010. A matéria que estudei é fácil!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
Preposição termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Preposição é uma palavra invariável que serve para Irei à festa sozinha.
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Entregamos a flor à professora!
normalmente há uma subordinação do segundo termo em *o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
e possuem valores semânticos indispensáveis para a com- lugar e/ou a função de um substantivo.
preensão do texto. Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos.

Tipos de Preposição Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas


por meio das preposições:
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusi-
vamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, Destino = Irei a Salvador.
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado.
atrás de, dentro de, para com.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
Causa = Chorei de saudade.
gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, ex-
Instrumento = Escreveu a lápis.
ceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
Posse = Vi as roupas da mamãe.
Autoria = livro de Machado de Assis
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va-
Companhia = Estarei com ele amanhã.
lendo como uma preposição, sendo que a última palavra é Matéria = copo de cristal.
uma (preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado Meio = passeio de barco.
de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, Origem = Nós somos do Nordeste.
em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por Conteúdo = frascos de perfume.
causa de, por cima de, por trás de. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a
outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gê- * Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo-
nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela. cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre-
positiva por trás de.
* Essa concordância não é característica da preposição,
mas das palavras às quais ela se une. Fontes de pesquisa:
Esse processo de junção de uma preposição com outra http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
palavra pode se dar a partir dos processos de: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
“o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocá- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
bulos não sofrem alteração. Saraiva, 2010.
2. Contração: união de uma preposição com outra pa- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
lavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = da- Pronome
quele, em + isso = nisso. Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” prepo- panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
sição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do forma.
pronome “aquilo”). O homem julga que é superior à natureza, por isso o
homem destrói a natureza...

18
LÍNGUA PORTUGUESA

Utilizando pronomes, teremos: Pronome Reto


O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
a destrói... Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na senten-
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos ça, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
(homem e natureza).
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Grande parte dos pronomes não possuem significados nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos gurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 1.ª pessoa do singular: eu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 2.ª pessoa do singular: tu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 3.ª pessoa do singular: ele, ela
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 1.ª pessoa do plural: nós
- 2.ª pessoa do plural: vós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada
- 3.ª pessoa do plural: eles, elas
pessoa do discurso.
* Atenção: esses pronomes não costumam ser usa-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. dos como complementos verbais na língua-padrão. Frases
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem me até aqui”.
se fala]
* Observação: frequentemente observamos a omissão
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- as próprias formas verbais marcam, através de suas desi-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência nências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto:
através do pronome seja coerente em termos de gênero Fizemos boa viagem. (Nós)
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Pronome Oblíquo

Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância * Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- dica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
tônicos.
Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, indicando São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes fraca: Ele me deu um presente.
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- Tabela dos pronomes oblíquos átonos
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 1.ª pessoa do singular (eu): me
pessoa ou às pessoas de quem se fala. - 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

19
LÍNGUA PORTUGUESA

* Observações: - As preposições essenciais introduzem sempre prono-


- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome forma:
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não há mais nada entre mim e ti.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
diretos como objetos indiretos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Não vá sem mim.
objetos diretos.
* Atenção: Há construções em que a preposição, ape-
- Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- sar de surgir anteposta a um pronome, serve para introdu-
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- zir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
mas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. pronome, deverá ser do caso reto.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Trouxeste o pacote? Não vá sem eu mandar.
Sim, entreguei-to ainda há pouco.
Não contaram a novidade a vocês? * A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
Não, no-la contaram. está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
No Brasil, essas combinações não são usadas; até mes- mim!
mo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
- A combinação da preposição “com” e alguns prono-
* Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
especiais depois de certas terminações verbais.
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome
quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
companhia.
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
Ele carregava o documento consigo.
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
dizer + a = dizê-la
Ela veio até mim, mas nada falou.
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de)
- Quando o verbo termina em som nasal, o pronome
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: inclusão, usaremos as formas retas:
viram + o: viram-no Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu)
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
tem + as = tem-nas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Pronome Oblíquo Tônico todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. notícias.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Ele disse que iria com nós três.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
forte. Pronome Reflexivo
Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
- 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
- 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
- 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco expressa pelo verbo.
- 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Quadro dos pronomes reflexivos:
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas - 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me lembro disso.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Conhece a ti mesmo.

20
LÍNGUA PORTUGUESA

- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. * Observações:


Guilherme já se preparou. * Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
Ela deu a si um presente. tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em
Antônio conversou consigo mesmo. relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se-
nhor Ministro, compareça a este encontro.
- 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio. ** Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua
- 2.ª pessoa do plural (vós): vos. Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com pro-
Vós vos beneficiastes com esta conquista. priedade.

- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
Olhamo-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa.
Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
soa. Alguns exemplos:
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de Pronomes Possessivos
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- singular segunda teu(s), tua(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados
singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária.
plural terceira seu(s), sua(s)

21
LÍNGUA PORTUGUESA

* Note que: A forma do possessivo depende da pessoa *Em relação ao tempo:


gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam - Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribui- relação à pessoa que fala:
ção naquele momento difícil. Esta manhã farei a prova do concurso!

* Observações: - Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po-


- A forma “seu” não é um possessivo quando resultar rém relativamente próximo à época em que se situa a pes-
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, soa que fala:
seu José. Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!

- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta-


- Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo
se. Podem ter outros empregos, como:
remoto:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Naquele tempo, os professores eram valorizados.
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 *Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala-
anos. rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or-
tografia, concordância.
- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência - Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
trouxe sua mensagem? fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- mos!
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
anotações. - Este e aquele são empregados quando se quer fa-
zer referência a termos já mencionados; aquele se refere
ao termo referido em primeiro lugar e este para o referido
- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí-
por último:
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe
os passos. (= Vou seguir seus passos) Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
- O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró- aquele [Palmeiras])
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para ou
que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos
lugares. Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
Pronomes Demonstrativos aquele [Palmeiras])

São utilizados para explicitar a posição de certa palavra - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser invariáveis, observe:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.

22
LÍNGUA PORTUGUESA

- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo) - Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
-plantadas. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
guém, outrem, quem, tudo. sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Quem avisa amigo é. negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de que fazem parte:
* Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
Alguns se contentam pouco. meral)

23
LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Relativos - O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com


o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-
São aqueles que representam nomes já mencionados quente (o ser possuído, com o qual concorda em gênero
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo”
as orações subordinadas adjetivas. equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Existem pessoas cujas ações são nobres.
um grupo racial sobre outros. (antecedente) (consequente)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
= oração subordinada adjetiva). *interpretação do pronome “cujo” na frase acima: ações
das pessoas. É como se lêssemos “de trás para frente”. Ou-
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” tro exemplo:
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro)
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- ** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
me demonstrativo o, a, os, as. nome:
Não sei o que você está querendo dizer. O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem se a)
expresso.
Quem casa, quer casa. - “Quanto” é pronome relativo quando tem por an-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e
Observe: tudo:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os Emprestei tantos quantos foram necessários.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, (antecedente)
quantas. Ele fez tudo quanto havia falado.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. (antecedente)

Note que: - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem-


- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, pre precedido de preposição.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- É um professor a quem muito devemos.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu (preposição)
antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
qual) casa onde morava foi assaltada.
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quais) - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as ou em que.
quais) Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que lavras:
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- - como (= pelo qual) – desde que precedida das pala-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por vras modo, maneira ou forma:
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: Não me parece correto o modo como você agiu semana
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual passada.
me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio - quando (= em que) – desde que tenha como antece-
de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou dente um nome que dê ideia de tempo:
encantado: o sítio ou minha tia?). Bons eram os tempos quando podíamos jogar videoga-
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas me.
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-
se o qual / a qual) - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase.
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste es-
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou porte.
de ser poeta, que era a sua vocação natural. = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

24
LÍNGUA PORTUGUESA

- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode -lugares: Alemanha, Portugal


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de -sentimentos: amor, saudade
gente que conversava, (que) ria, observava. -estados: alegria, tristeza
-qualidades: honestidade, sinceridade...
Pronomes Interrogativos -ações: corrida, pescaria...

São usados na formulação de perguntas, sejam elas di- Morfossintaxe do substantivo


retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
quanto (e variações). do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou
Com quem andas?
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio-
Qual seu nome?
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto,
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como
Sobre os pronomes: núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad-
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função verbiais - quando essas funções são desempenhadas por
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo grupos de palavras.
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Classificação dos Substantivos
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar. Substantivos Comuns e Próprios

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Observe a definição:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca-
de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para oposição aos bairros).
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos comum.
de preposição. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
eu estava fazendo. homem, mulher, país, cachorro.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Estamos voando para Barcelona.
o que eu estava fazendo.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
Fontes de pesquisa: pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42. que designa os seres de uma mesma espécie de forma par-
php ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Substantivos Concretos e Abstratos
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que
Saraiva, 2010. existe, independentemente de outros seres.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observação: os substantivos concretos designam se-
res do mundo real e do mundo imaginário.
Substantivo
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, Brasília.
as quais denominam todos os seres que existem, sejam Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenôme- ma.
nos, os substantivos também nomeiam:

25
LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que enxoval roupas


dependem de outros para se manifestarem ou existirem.
Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode falange soldados, anjos
ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes- fauna animais de uma região
soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser
feixe lenha, capim
para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um subs-
tantivo abstrato. flora vegetais de uma região
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- frota navios mercantes, ônibus
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
girândola fogos de artifício
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). horda bandidos, invasores
médicos, bois, credores,
Substantivos Coletivos junta
examinadores

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas).
insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
quadrilha ladrões, bandidos
da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra

26
LÍNGUA PORTUGUESA

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma,


Substantivos Simples e Compostos que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
terra. - Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo se
O substantivo chuva é formado por um único elemento faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fêmea”: a
ou radical. É um substantivo simples. cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
- Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
Substantivo Simples: é aquele formado por um único pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a víti-
elemento. ma, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja - Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in-
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e a
colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sis-
tema, o sintoma, o teorema.
Substantivos Primitivos e Derivados
- Existem certos substantivos que, variando de gênero,
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ne- variam em seu significado:
nhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O subs- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz)
tantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo)
a partir da palavra limão. o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba)
tra palavra. o lente (professor) e a lente (vidro de aumento)
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão)
Flexão dos substantivos o praça (soldado raso) e a praça (área pública)
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
meninão / Diminutivo: menininho - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Flexão de Gênero masculino: freguês - freguesa
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
* Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão -
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja - Substantivos terminados em -or:
estes títulos de filmes: acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
O velho e o mar troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Um Natal inesquecível
Os reis da praia - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim - Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Uma cidade sem passado final por -a: elefante - elefanta
As tartarugas ninjas
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca

Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré

27
LÍNGUA PORTUGUESA

Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura.
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
cês - repórter francesa pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso),
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
- A palavra personagem é usada indistintamente nos cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
aceitam a personagem. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.

28
LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Substantivos Simples - Flexionam-se os dois elementos, quando formados


de:
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon feitos
- cânones. adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
mens
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
em “ns”: homem - homens.
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- formados de:
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e al-
to-falantes
* Atenção: O plural de caráter é caracteres.
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
cos
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul formados de:
e cônsules. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
duas maneiras: lo-vapor e cavalos-vapor
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis substantivo + substantivo que funciona como determi-
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do
termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-re-
Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-espa-
duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). da - peixes-espada.

- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. * Casos Especiais

- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural o louva-a-deus e os louva-a-deus


de três maneiras.
o bem-te-vi e os bem-te-vis
1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães o bem-me-quer e os bem-me-queres
3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos o joão-ninguém e os joões-ninguém.

- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: Plural das Palavras Substantivadas


o látex - os látex.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
Plural dos Substantivos Compostos classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
- A formação do plural dos substantivos compostos Pese bem os prós e os contras.
depende da forma como são grafados, do tipo de palavras O aluno errou na prova dos noves.
que formam o composto e da relação que estabelecem en- Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, gi- * Observação: numerais substantivados terminados
rassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malmeque- em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais con-
res. segui muitos seis e alguns dez.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

29
LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Diminutivos Singular Plural


Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final Corpo (ô) corpos (ó)
e acrescenta-se o sufixo diminutivo. esforço esforços
fogo fogos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos forno fornos
animai(s) + zinhos = animaizinhos fosso fossos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos imposto impostos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos olho olhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos osso (ô) ossos (ó)
tren(s) + zinhos = trenzinhos ovo ovos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas poço poços
flore(s) + zinhas = florezinhas porto portos
mão(s) + zinhas = mãozinhas posto postos
papéi(s) + zinhos = papeizinhos tijolo tijolos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos * Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho
pé(s) + zinhos = pezinhos de carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
pé(s) + zitos = pezitos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
Plural dos Nomes Próprios Personativos
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
sempre que a terminação preste-se à flexão. - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
Os Napoleões também são derrotados. - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
As Raquéis e Esteres. singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
com sentido de plural:
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- Aqui morreu muito negro.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. improvisadas.

Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- Flexão de Grau do Substantivo


do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
quiens. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:

Observe o exemplo: - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-


Este jogador faz gols toda vez que joga. do normal. Por exemplo: casa
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
Plural com Mudança de Timbre
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
Certos substantivos formam o plural com mudança de
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
fonético chamado metafonia (plural metafônico). Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de aumento. Por exemplo: casarão.

30
LÍNGUA PORTUGUESA

- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificação dos Verbos


do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo Classificam-se em:
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- - Regulares: são aqueles que apresentam o radical
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. inalterado durante a conjugação e desinências idênticas às
de todos os verbos regulares da mesma conjugação. Por
Fontes de pesquisa: exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, conju-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php gados no presente do Modo Indicativo:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- canto falo
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: cantas falas
Saraiva, 2010.
canta falas
Verbo cantamos falamos
cantais falais
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o cantam falam
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre * Dica: Observe que, retirando os radicais, as desi-
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno nências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se
repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conju-
Estrutura das Formas Verbais gação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do ver-
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar bo andar). Viu? Fácil!
os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
(radical fal-) * Observação: alguns verbos sofrem alteração no ra-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- dical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
fala-r. São três as conjugações: Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - fonema permanece inalterado.
E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) putar, reaver, abolir, falir.
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número (sin- - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, nor-
gular ou plural): malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (in- principais verbos impessoais são:
dica a 3.ª pessoa do plural.)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
* Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados se ou fazer (em orações temporais).
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação, pois a Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Exis-
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar tiam)
de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Faz invernos rigorosos na Europa.
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Era primavera quando o conheci.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento Estava frio naquele dia.
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
opinei, aprenderão, amaríamos.

31
LÍNGUA PORTUGUESA

* Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

* São impessoais, ainda:


- o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

- os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.

- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
miar, latir, piar).

* Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

* Observação: todos os sujeitos apontados são oracionais.

- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso

32
LÍNGUA PORTUGUESA

Eleger Elegido Eleito


Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

33
LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Modo Subjuntivo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo


Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.doPreté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

34
LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres

haver

havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

35
LÍNGUA PORTUGUESA

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota
penteou-me.

* Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.


Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

36
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

37
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Tempos do Modo Indicativo


- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

2. Tempos do Modo Subjuntivo


- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Modo Indicativo

Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

38
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

39
LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

40
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

- o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: 3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. – VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir.
php Já __________ alguns anos que estudos a respeito da
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos para
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: prolongado desses aparelhos, e _________ alertado os pais
Saraiva, 2010. para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- seus filhos.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com:
Questões sobre Verbo (A) faz … haver … têm
(B) fazem … haver … tem
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – (C) faz … haverem … têm
2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é: (D) fazem … haverem … têm
A) Houveram eleições em outros países este ano. (E) faz … haverem … tem
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos. 3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns
D) Fazem três anos que não tiro férias. anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos
E) Esse homem possue muitos bens. smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas
acreditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos
1-) Correções à frente: para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao
A) Houveram eleições em outros países este ano = uso prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o
houve termo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem
C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos Temos: faz, haver, têm.
RESPOSTA: “A”.
E) Esse homem possue muitos bens = possui
RESPOSTA: “B”.
Vozes do Verbo
2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con-
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância.
que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque
as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - preté-
rito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agente
da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o ver-
bo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica “veio”, - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que ele não agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa B. Como
não há outro item com a mesma opção, chegamos à res-
posta rapidamente!
RESPOSTA: “A”.

42
LÍNGUA PORTUGUESA

O menino feriu-se. Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

* Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
verbo com a noção de reciprocidade: tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma-
neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada - Eu o acompanharei.
de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
** Saiba que:
ção das frases seguintes:
- com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- php
tivo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões

2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. (A) que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor;
* Observação: o agente não costuma vir expresso na (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. (E) que traz o instituto Endeavor.

43
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Regras ortográficas
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). O fonema s
RESPOSTA: “B”.
S e não C/Ç

2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
A) consideravam. - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
B) consideram. repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
C) considerem. sentir - sensível / consentir – consensual.
D) considerarão.
E) considerariam.
SS e não C e Ç
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na
em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
ativa teremos UM: muitos o consideram o maior marato-
nista de todos os tempos. -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir
RESPOSTA: “B”. - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com-
prometer - compromisso / submeter – submissão.
3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- trico / re + surgir – ressurgir.
sultante deverá ser *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
(A) terei glosado plos: ficasse, falasse.
(B) seria glosada
(C) haverá de ser glosada C ou Ç e não S e SS
(D) será glosada
(E) terá sido glosada vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju-
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” çara, caçula, cachaça, cacique.
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
por mim. esperança, carapuça, dentuço.
RESPOSTA: “D”. nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de-
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
ORTOGRAFIA marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.

O fonema z
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
S e não Z
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
grafados segundo acordos ortográficos. sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor-
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é fose.
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui-
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- seste.
mologia (origem da palavra). nomes derivados de verbos com radicais terminados
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão.

44
LÍNGUA PORTUGUESA

diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui- CH e não X


sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
verbos derivados de nomes cujo radical termina com mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar.
As letras “e” e “i”
Z e não S
Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: “i”, só o ditongo interno cãibra.
macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com
gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con- “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
cretizar. possui, contribui.
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal * Atenção para as palavras que mudam de sentido
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super-
Exceção: lápis + inho – lapisinho. fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir)
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân-
O fonema j cia, que anda a pé), pião (brinquedo).

G e não J * Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges- grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
so. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ela-
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. borado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- referência até mesmo para a criação de dicionários, pois
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na
Internet, o endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem.
Informações importantes
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
litígio, relógio, refúgio. equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/re-
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, lampar/relampadar.
mugir. - Os símbolos das unidades de medida são escritos
depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
gir. ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
depois da letra “a”, desde que não seja radical termina- 120km/h.
do com j: ágil, agente. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
J e não G haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. quatro segundos).
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, - O símbolo do real antecede o número sem espaço:
manjerona. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
palavras terminadas com aje: ultraje. vertical ($).

O fonema ch Fontes de pesquisa:


http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
X e não CH tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
xucro. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagar- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
tixa. Saraiva, 2010.
depois de ditongo: frouxo, feixe. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Exceção: quando a palavra de origem não derive de


outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)

45
LÍNGUA PORTUGUESA

Hífen ** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-


mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- Lembrete da Zê!
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos Ao separar palavras na translineação (mudança de li-
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). -inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
tográfica: Não se emprega o hífen:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, microrradiografia, etc.
azul-escuro.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
-menina, erva-doce, feijão-verde. trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
cola, infraestrutura, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
-casado. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
sumano, inábil, desabilitar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, ta, etc.
etc.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- to, benquerer, benquerido, etc.
per- quando associados com outro termo que é iniciado
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. - Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-
pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. -humano, super-realista, alto-mar.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, Fontes de pesquisa:
geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
super-homem. tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

46
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões Armandinho, personagem do cartunista Alexandre


Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas”
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, da-
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que das as frases abaixo,
todas as palavras estão corretas: I. O cidadão se dirigia para sua _____________ eleitoral.
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de um
B) supracitado – semi-novo – telesserviço. posto policial.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. III. O condutor do automóvel __________ a lei seca.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto. IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro no
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. carro.
V. O policial anunciou o __________ delito.
1-) Correção:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor-
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo retamente as lacunas das frases.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi- A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
droelétrica, ultrassom B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes- D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
trutura E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
RESPOSTA: “A”.
3-) Questão que envolve ortografia.
I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de um
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que
posto policial. (= aproximadamente)
todas as palavras estão corretas:
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (re-
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
lacione com infrator)
B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
carro. (de grande vulto, volumoso)
D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
com “pego no flagra”)
2-) Correção: Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta RESPOSTA: “D”.
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
droelétrica, ultrassom
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto ACENTUAÇÃO
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes-
trutura
RESPOSTA: “A”.
Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
UFAL/2014) isso, vamos às regras!

Regras básicas – Acentuação tônica

A acentuação tônica está relacionada à intensidade


com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí-
laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos
intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-
das como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju –
papel

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai


na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato
– passível

47
LÍNGUA PORTUGUESA

Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está ** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu)
– médico – ônibus ainda são acentuados: dói, escarcéu.

Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas Antes Agora


em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos. assembléia assembleia
idéia ideia
Os acentos
geléia geleia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, jibóia jiboia
“u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras represen- apóia (verbo apoiar) apoia
tam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público.
paranóico paranoico
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
Acento Diferencial
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâma-
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
ra – Atlântico – pêsames – supôs .
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
e/ou tempos verbais. Por exemplo:
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmen-
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
te abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülle-
tivo do mesmo verbo).
riano (de Müller)
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
gais nasais: oração – melão – órgão – ímã
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
Regras fundamentais
Os demais casos de acento diferencial não são mais
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti-
Palavras oxítonas:
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati-
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
cais são definidos pelo contexto.
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro
pó(s) – Belém.
“para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi-
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
nalidade).
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
** Quando, na frase, der para substituir o “por” por
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
“colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Paroxítonas:
Regra do Hiato:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is: táxi – lápis – júri
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se-
- us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
fórceps
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz,
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
sa-ir, ju-iz
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Re-
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
pare que esta palavra apresenta as terminações das paro-
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
xítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Observação importante:
Regras especiais:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas.

48
LÍNGUA PORTUGUESA

Antes Agora Questões

bocaiúva bocaiuva 1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL


feiúra feiura TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada) Assi-
nale a alternativa que contém duas palavras acentuadas
Sauípe Sauipe
conforme a mesma regra.
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”.
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”.
abolido:
(C) “Índice” e “dólares”.
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”.
Antes Agora (E) “Atribuídos” e “índice”.
crêem creem
1-)
lêem leem
(A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa-
vôo voo roxítona
enjôo enjoo (B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paro-
xítona
** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxí-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais tona
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. (D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
Repare: do hiato
1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. (E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparo-
2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! xítona
3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que RESPOSTA: “B”.
os garotos deem o recado!
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à – FUNDATEC/2014 - adaptada)
tarde! Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
As formas verbais que possuíam o acento tônico na gráfica.
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
“e” ou “i” não serão mais acentuadas: seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
portuguesa.
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
Antes Depois rios’ e ‘país’ não é a mesma.
apazigúe (apaziguar) apazigue III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
averigúe (averiguar) averigue IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em si-
tuação de uso, quanto à flexão de número.
argúi (arguir) argui Quais estão corretas?
A) Apenas I e III.
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa B) Apenas II e IV.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo C) Apenas I, II e IV.
vir) D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles 2-)
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
Fontes de pesquisa: portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver-
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao. bos (correta)
htm II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
Saraiva, 2010. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é uti-
lizado para a terceira pessoa do plural (correta)
RESPOSTA: “C”.

49
LÍNGUA PORTUGUESA

Dois pontos (:)


PONTUAÇÃO
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que 2- Antes de um aposto


servem para compor a coesão e a coerência textual, além Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. tarde e calor à noite.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
depende, em certos momentos, da intenção do autor do Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente a rotina de sempre.
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
4- Em frases de estilo direto
Principais funções dos sinais de pontuação
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?
Ponto (.)

1- Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Ponto de Exclamação (!)


cerrando o período.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- susto, súplica, etc.
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: 2- Depois de interjeições ou vocativos
Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não Ai! Que susto!
“etc..”) João! Há quanto tempo!

3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do Ponto de Interrogação (?)


ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
Haverá eleições em outubro Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) vedo)

4- Os números que identificam o ano não utilizam pon- Reticências (...)


to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os nú-
meros de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
canetas, cadernos...
Ponto e Vírgula ( ; )
2- Indica interrupção violenta da frase.
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
mal... pega doutor?
(VIEIRA)

2- Separa partes de frases que já estão separadas por 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon- depois, o coração falar...
tanhas, frio e cobertor.
Vírgula (,)
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc. Não se usa vírgula
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; * separando termos que, do ponto de vista sintático,
Caminhada na praia; ligam-se diretamente entre si:
Reunião com amigos. - entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

50
LÍNGUA PORTUGUESA

- entre o verbo e seus objetos: Fontes de pesquisa:


O trabalho custou sacrifício aos http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
realizadores. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
V.T.D.I. O.D. O.I. la.htm
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
Usa-se a vírgula: ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Para marcar intercalação: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão Questões
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
querem abrir mão dos lucros altos.

- Para marcar inversão:


a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
chadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

- Para marcar elipse (omissão) do verbo:


Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

- Para isolar: (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-


- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação
ra, possui um trânsito caótico. está correta em:
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. A) Hagar disse, que não iria.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi-
Observações: fes e lagostas, aos vizinhos.
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres- C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- para Hagar e Helga
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Ha-
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. gar à Helga.
precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você 1-) Correções realizadas:
falou isso para ela?! A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre ver-
bo e seu complemento (objeto)
- Temos, ainda, sinais distintivos: B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
ração de siglas (IOF/UPC); seu complemento (objeto)
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção para Hagar e Helga.
aos parênteses, principalmente na matemática; D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a gar à Helga.
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
nome que não se quer mencionar. los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
RESPOSTA: “E”.

51
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA- Concordância Verbal


BALHO – CESPE/2014 - adaptada)
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al- É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo seu sujeito.
o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”. a) Sujeito Simples - Regra Geral
( ) CERTO ( ) ERRADO O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
em número e pessoa. Veja os exemplos:
2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- A prova para ambos os cargos será aplicada
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo às 13h.
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
RESPOSTA: “CERTO”.
Casos Particulares
3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em
apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empre- 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
gada. Assinale-a. titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas. um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- no singular ou no plural.
plexas. A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
fundamental. proposta.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
na parte do território. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
3-) los destruiu / destruíram o monumento.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- destaque aos elementos que formam esse conjunto.
plexas = não se separa sujeito do predicado.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fun- 2) Quando o sujeito é formado por expressão que in-
damental = não se separa sujeito do predicado. dica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque- perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
na parte do território. = não se separa sujeito do predicado corda com o substantivo.
RESPOSTA: “A”. Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação: quando a expressão “mais de um” asso-
ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
Os concurseiros estão apreensivos. (ofenderam um ao outro)
Concurseiros apreensivos.
3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar
sivos” está concordando em gênero (masculino) e núme- o plural.
ro (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Estados Unidos possui grandes universidades.
nero correspondem-se. Alagoas impressiona pela beleza das praias.
A correspondência de flexão entre dois termos é a con- As Minas Gerais são inesquecíveis.
cordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

52
LÍNGUA PORTUGUESA

4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes- o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que faça o
soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- dição).
vadoras.
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Deu uma hora no relógio da sala.
no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú- Havia muitas garotas na festa.
mero. Faz dois meses que não vejo meu pai.
25% querem a mudança. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
Os 30% da produção de soja serão exportados. a concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
Não serão eles quem será aprovado. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.

53
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: quando o sujeito é composto, formado 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em O professor com o aluno questionaram as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
jeito mais próximo. ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Faltaram coragem e competência. O pai com o filho montou o brinquedo.
Faltou coragem e competência. O governador com o secretariado traçou os planos para
o próximo semestre.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
Observação: com o verbo no singular, não se pode
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
cia é feita no plural. Observe: que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Abraçaram-se vencedor e vencido. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. *Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular: 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acor- Nordeste.
do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- tícia.
sia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
ção”. Já em:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado.
na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

54
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Construíram-se novos postos de saúde. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora verbo.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar No meu setor, eu sou a única mulher.
a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “com- Aqui os adultos somos nós.
preensível”, estaremos diante de uma partícula apassivado-
ra; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- Ela não é eu.
terminação do sujeito.
Agora: e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Vendem-se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram jovens.
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito.
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
tros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:

55
LÍNGUA PORTUGUESA

a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. ** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por dois
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se truções:
houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural. a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário atenção.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
é bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- Seguem anexas as documentações requeridas.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que A menina agradeceu: - Muito obrigada.
se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.

Observação: quando a palavra “só” equivale a “somen-


te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
invariável: Eles só desejam ganhar presentes.

56
LÍNGUA PORTUGUESA

Bastante - Caro - Barato - Longe Questões

Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
candidata está um pouco nervosa”.
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
Alerta - Menos
deveria ser
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
Os concurseiros estão sempre alerta.
dor.
Não queira menos matéria!
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
Chave – elementos chave direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
Monstro – construções monstro gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.

Fontes de pesquisa: 3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada a


http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. substituição do segmento grifado pelo que está entre pa-
php rênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá perma-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- necer no singular está em:
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
Saraiva, 2010. quisadores)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- (C) No sistema havia também uma estação... (várias es-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. tações)
(D) ... a civilização maia da América Central tinha um
método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
que habitavam a América Central)
(E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
blicado).

57
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) 1-) Verbos Intransitivos


(A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con- Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
tribuíram) (as mudanças do clima) importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
no singular - Chegar, Ir
(D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti- Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
nham) (os povos que habitavam a América Central) biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
(E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos- indicar destino ou direção são: a, para.
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). Fui ao teatro.
RESPOSTA: “C”. Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
- Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome último jogo.
(regência nominal) e seus complementos.
2-) Verbos Transitivos Diretos
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
Os verbos transitivos diretos são complementados por
A regência verbal estuda a relação que se estabelece objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
o que corresponde à diversidade de significados que estes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
verbos podem adquirir dependendo do contexto em que bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
forem empregados. formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con- lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
tentar. São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra- donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
do ou prazer”, satisfazer. admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
dar a alguém”. eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amo aquela moça. / Amo-a.
modificar completamente o sentido daquilo que está sen- Amam aquele rapaz. / Amam-no.
do dito. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
A voluntária distribuía leite às crianças. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
A voluntária distribuía leite com as crianças. reira)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- mor)
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). 3-) Verbos Transitivos Indiretos

Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-

58
LÍNGUA PORTUGUESA

ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
iguais para todos.
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
Observação: a mesma regência do verbo informar é
tos introduzidos pela preposição “a”:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. car, prevenir.

- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Comparar


posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondemos às perguntas. uma criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Observação: o verbo responder, apesar de transitivo Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
voz passiva analítica: pessoa.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- Pedi-lhe favores.
te.
Objeto Indireto Objeto Direto
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
tos introduzidos pela preposição “com”.
Antipatizo com aquela apresentadora. Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- tantiva Objetiva Direta
nam para uma minoria privilegiada.
Saiba que:
4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta- licença estiver subentendida.
que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
indireto relacionado a pessoas. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
Agradeço aos ouvintes a audiência. vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Objeto Indireto Objeto Direto
Preferir
Paguei o débito ao cobrador.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Objeto Direto Objeto Indireto
direto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
com particular cuidado: Prefiro trem a ônibus.
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é
Paguei minhas contas. / Paguei-as. dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

59
LÍNGUA PORTUGUESA

Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi- CHAMAR


cado - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen- má-la.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
estão: cativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
AGRADAR A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Aquele comerciante agrada os clientes.
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar CUSTAR
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento in- - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
troduzido pela preposição “a”. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
O cantor não agradou aos presentes. Frutas e verduras não deveriam custar muito.
O cantor não lhes agradou.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re-
O cantor desagradou à plateia. duzida de infinitivo.

ASPIRAR Muito custa viver tão longe da família.


- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- Verbo Intransitivo Oração Subordinada
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= As- correta: Custou-me entender o problema.
piravam a ela)
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASSISTIR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
conturbada cidade. anos.

60
LÍNGUA PORTUGUESA

OBEDECER - DESOBEDECER Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-


- Sempre transitivo indireto: brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
Todos obedeceram às regras. alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Ninguém desobedece às leis. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
*Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
PROCEDER Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter momentos é sujeito)
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
adverbial de modo. - São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
As afirmações da testemunha procediam, não havia Não simpatizei com os jurados.
como refutá-las. Simpatizei com os alunos.
Você procede muito mal.
Importante: A norma culta exige que os verbos e ex-
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- pressões que dão ideia de movimento sejam usados com
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido a preposição “a”:
pela preposição “a”) é transitivo indireto. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O avião procede de Maceió. Cláudia desceu ao segundo andar.
Procedeu-se aos exames. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O delegado procederá ao inquérito.
Regência Nominal
QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter É o nome da relação existente entre um nome (subs-
vontade de, cobiçar. tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
Querem melhor atendimento. nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
Queremos um país melhor. sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
VISAR nomes correspondentes: todos regem complementos in-
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi- troduzidos pela preposição a. Veja:
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo. Obedecer a algo/ a alguém.
O gerente não quis visar o cheque. Obediente a algo/ a alguém.

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,


exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan-
to, transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

61
LÍNGUA PORTUGUESA

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: para-
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da
língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.

62
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo


A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
de ônibus a dirigir sujeito e predicado.
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
nome em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
C) Você assistiu à cena toda? = correta tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o
oficina pela manhã que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe- a declaração do que se atribui ao sujeito.
deço às leis de trânsito Quando o núcleo da declaração está no verbo (que in-
RESPOSTA: “C”. dique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo signi-
ficativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um predi-
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- cado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os
guinte trecho para responder à questão. que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação):
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imuno- (predicado verbal)
lógica melhor a essa medida, similar _______________ . A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú-
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: cleo é “fácil” (predicado nominal)
(A) das mulheres
(B) às mulheres Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
(C) com das mulheres por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
(D) à das mulheres completo. O período pode ser simples ou composto.
(E) ao das mulheres
Período simples é aquele constituído por apenas uma
oração, que recebe o nome de oração absoluta.
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da
Chove.
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
A existência é frágil.
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.
RESPOSTA: “D”.
Período composto é aquele constituído por duas ou
mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Termos essenciais da oração
TERMOS DA ORAÇÃO
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO O sujeito e o predicado são considerados termos
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
para a formação das orações. No entanto, existem orações
formadas exclusivamente pelo predicado. O que define a
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo que es-
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por tabelece concordância com o verbo.
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato- O candidato está preparado.
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou Os candidatos estão preparados.
muito ontem à noite.
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu no singular: candidato = está).
sentido global: A função do sujeito é basicamente desempenhada por
- frases interrogativas = o emissor da mensagem for- substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
mula uma pergunta: Que dia é hoje? ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
- frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
um pedido: Dê-me uma luz! dem exercer a função de sujeito.
- frases exclamativas = o emissor exterioriza um estado Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
afetivo: Que dia abençoado! tantivo)
- frases declarativas = o emissor constata um fato: A Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
prova será amanhã. plo: substantivo)

63
LÍNGUA PORTUGUESA

Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: 1-) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
sujeito. Bateram à porta;
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado nistro.
pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é * Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
possível identificar claramente a que se refere a concor- ou composto:
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte- Os meninos bateram à porta. (simples)
ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar. 2-) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- verbos que não apresentam complemento direto:
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no Precisa-se de mentes criativas.
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, Vivia-se bem naqueles tempos.
sublinhei os núcleos dos sujeitos: Trata-se de casos delicados.
Nós estudaremos juntos. Sempre se está sujeito a erros.
A humanidade é frágil.
Ninguém se move. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma indeterminação do sujeito.
derivação imprópria, transformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men-
O sujeito composto é o sujeito determinado que apre- sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca-
sos de orações sem sujeito com:
senta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
1-) os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanheceu.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Está trovejando.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
2-) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
geral:
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela Está tarde.
desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.
* Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segun- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
da do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os prono- orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
mes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção
na desinência verbal “-mos” do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi- do sujeito numa oração é o seu predicado.
nência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós * Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós cado.

O sujeito indeterminado surge quando não se quer - As questões estavam fáceis!


ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Sujeito simples = as questões
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Predicado = estavam fáceis
contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina- Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
do de duas maneiras: Sujeito = uma ideia estranha
Predicado = passou-me pelo pensamento

64
LÍNGUA PORTUGUESA

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no- duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um
também se as palavras que formam o predicado referem- verbal e outro nominal.
se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
de opinião. o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Predicado
Termos integrantes da oração
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
direta ou indiretamente ao verbo. complemento nominal são chamados termos integrantes da
A cidade está deserta. oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta-
palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo mente, por intermédio de preposição.
do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo mente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano. Queremos sua ajuda.
Estudei muito hoje!
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
Compraste a apostila?
te:
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
cessos.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado)
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta- - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei- de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
to. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da Vossa Senhoria.
oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, - para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do a crise)
sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como ele- retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele rela- Gosto de música popular brasileira.
cionadas. Necessito de ajuda.
* A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- ta por intermédio de preposição:
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao “necessária”
sujeito ou ao complemento verbal (objeto). Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
nificativo, indicando processos. É também sempre por in- Termos acessórios da oração e vocativo
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Os termos acessórios recebem este nome por serem
1- O dia amanheceu ensolarado; explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
2- As mulheres julgam os homens inconstantes. junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
– este, sem relação sintática com outros temos da oração.

65
LÍNGUA PORTUGUESA

O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va-
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o lor na oração, em:
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a mundo.
pé àquela velha praça. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
adverbial são: tudo forma o carnaval.
- assunto: Falavam sobre futebol. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
- causa: As folhas caíram com o vento. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.
- companhia: Ficarei com meus pais.
- concessão: Apesar de você, serei feliz. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo
- dúvida: Talvez ainda chova. relação sintática com outro termo da oração. A função de
- fim: Estudou para o exame. vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes
- instrumento: Fez o corte com a faca. substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa-
- intensidade: Falava bastante.
pel na linguagem.
- lugar: Vou à cidade.
João, venha comigo!
- matéria: Este prato é feito de porcelana.
Traga-me doces, minha menina!
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo.
- negação: Não há ninguém que mereça.
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. Questões

O adjunto adnominal é o termo acessório que deter- 1-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/
mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função UFAL/2014 - adaptada)
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais
e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substan-


tivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
junto adnominal)

O poeta português deixou uma obra inacabada. O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem
O poeta deixou-a inacabada. medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em
objeto)
português da peça, funciona como:
A) objeto indireto.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
B) complemento nominal.
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto adnominal se
relaciona apenas ao substantivo. C) adjunto adnominal.
D) adjunto adverbial.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, E) agente da passiva.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda- 1-) O termo complementa a palavra “medo”, que é
feira, passei o dia mal-humorado. substantivo (nome – nominal). Portanto é um complemen-
to nominal. O verbo “ter” tem como complemento verbal
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo (objeto) a palavra “medo”, que exerce a função sintática de
“ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo objeto direto.
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira RESPOSTA: “B”.
passei o dia mal-humorado.

66
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) Coordenadas Assindéticas


... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com- São orações coordenadas entre si e que não são liga-
plemento que o da frase acima está em: das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos-
(A) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... tas.
(B) Esses caminhos floresceram durante os primórdios Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
da Idade Média.
(C) ... viajavam por cordilheiras... Coordenadas Sindéticas
(D) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
(E) O maquinista empurra a manopla do acelerador. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
2-) Acompanhar é transitivo direto (acompanhar quem denativa, que dará à oração uma classificação. As orações
ou o quê - não há preposição): coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
A = foi = verbo de ligação (ser) – não há complemento, aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicati-
mas sim, predicativo do sujeito (rota única); vas.
B = floresceram = intransitivo (durante os primórdios =
adjunto adverbial); ** Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
C = viajavam = intransitivo (por cordilheiras = adjunto Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
adverbial); cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
D = cair = intransitivo; só... como, assim... como.
E = empurra = transitivo direto (empurrar quem ou o Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
quê?) Comprei o protetor solar e fui à praia.
RESPOSTA: “E”.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
Período Composto por Coordenação principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan-
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
O período composto se caracteriza por possuir mais de Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
uma oração em sua composição. Sendo assim: Li tudo, porém não entendi!
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração) Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas seja...seja.
orações) Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
orações). principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer Passei no concurso, portanto comemorarei!
entre as orações de um período composto: uma relação de A situação é delicada; devemos, pois, agir.
coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am- de, pois (anteposto ao verbo).
bas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. mingo.
(Período Composto) Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar. Período Composto Por Subordinação
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independen- Quero que você seja aprovado!
tes. Tal período é classificado como Período Composto Oração principal oração subordinada
por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- Observe que na oração subordinada temos o verbo
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
Sindéticas. do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.

67
LÍNGUA PORTUGUESA

Podemos modificar o período acima. Veja: * Atenção: Observe que a oração subordinada subs-
tantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim,
Quero ser aprovado. temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi- principal:
nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso,
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, - Verbos de ligação + predicativo, em construções do
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí- claro - Está evidente - Está comprovado
pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. É bom que você compareça à minha festa.
* Observação: as orações reduzidas não são introdu-
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se,
zidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
eventualmente, introduzidas por preposição.
provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
1-) Orações Subordinadas Substantivas

A oração subordinada substantiva tem valor de subs- - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte- importar - ocorrer - acontecer
grante (que, se). Convém que não se atrase na entrevista.

Não sei se sairemos hoje. Observação: quando a oração subordinada substanti-


Oração Subordinada Substantiva va é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na
3.ª pessoa do singular.
Temos medo de que não sejamos aprovados.
Oração Subordinada Substantiva b) Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
do verbo da oração principal:
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem Todos querem sua aprovação no concurso.
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Objeto Direto
como).
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
O garoto perguntou qual seu nome. querem isso)
Oração Subordinada Subs- Oração Principal oração Subordinada Substantiva
tantiva Objetiva Direta

Não sabemos quando ele virá. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substan- (desenvolvidas) são iniciadas por:
tiva - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
“se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas Substanti-
vas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
Conforme a função que exerce no período, a oração
pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
subordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal: - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
É fundamental o seu comparecimento à reu- não sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito c) Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Objeto Indireto
tiva Subjetiva

68
LÍNGUA PORTUGUESA

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste 2-) Orações Subordinadas Adjetivas
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objetiva Indireta valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Observação: em alguns casos, a preposição pode estar a função de adjunto adnominal do antecedente.
elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
Objetiva Indireta minal)

d) Completiva Nominal = completa um nome que O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
pertence à oração principal e também vem marcada por “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
preposição. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:

Sentimos orgulho de seu comportamento. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Complemento Nominal Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sen-
timos orgulho disso.) Perceba que a conexão entre a oração subordinada
Oração Subordinada Substantiva adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
Completiva Nominal feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa-
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso,
que orações subordinadas substantivas completivas nomi- “redação” é sujeito, então o “que” também funciona como
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma sujeito).
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com-
Observação: para que dois períodos se unam num
plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
período composto, altera-se o modo verbal da segunda
segundo, um nome.
oração.
e) Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei-
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
to do verbo da oração principal e vem sempre depois do
conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
verbo ser.
substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Nosso desejo era sua desistência. Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é
Predicativo do Sujeito equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
era isso)
Oração Subordinada Substantiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Predicativa apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Observação: em certos casos, usa-se a preposição ex- das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
pletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
que não fui bem na prova. (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
f) Apositiva = exerce função de aposto de algum ter- particípio).
mo da oração principal.
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome re-
Oração subordinada lativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito per-
substantiva apositiva reduzida de infinitivo feito do indicativo. No segundo, há uma oração subordina-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso) da adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo
e seu verbo está no infinitivo.
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)

69
LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracteri- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
zam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas minha vida.
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especifi-
cam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “sen-
subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações ti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o ante-
“Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi-
cedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois
orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo 1: é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando)
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
passava naquele momento. pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
Oração obtendo-se:
Subordinada Adjetiva Restritiva Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
No período acima, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra- A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o uni- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
mas sim àquele que estava passando naquele momento. preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).

Exemplo 2: Observação: a classificação das orações subordinadas


O homem, que se considera racional, muitas vezes age adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos
animalescamente. adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa pela oração.
Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo
Orações Subordinadas Adverbiais
em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas explici-
ta uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
“homem”. a) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
** Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicati- que se declara na oração principal. Principal conjunção su-
va é separada da oração principal por uma pausa que, na bordinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções
escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à
a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as ora- oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto
ções explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm que.
sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Já que você não vai, eu também não vou.
3-) Orações Subordinadas Adverbiais
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte-
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta
Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual ela
causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem se subordina. Repare:
introduzida por uma das conjunções subordinativas (com
1-) Faltei à aula porque estava doente.
exclusão das integrantes, que introduzem orações subor-
2-) Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
dinadas substantivas). Classifica-se de acordo com a con-
junção ou locução conjuntiva que a introduz (assim como Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro que o
acontece com as coordenadas sindéticas). fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de estar
doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. sublinhada relata um fato que aconteceu depois, já que
Oração Subordinada Adverbial primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram vermelhos.
b) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-
A oração em destaque agrega uma circunstância de cia, é efeito do que se declara na oração principal. São in-
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver- troduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que,
bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tan-
que indicam uma circunstância referente, via de regra, a to...que, tamanho...que.
um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
exata compreensão da circunstância que exprime. (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)

70
LÍNGUA PORTUGUESA

Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- g) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
cretizando-os. se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque
da de Infinitivo) (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
c) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
como necessário para a realização ou não de um fato. As
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o h) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
se realizar - o fato expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcio-
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, nais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto me-
uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). nor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto me-
certamente o melhor time será campeão. nos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acertáva-
mos.
d) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou
um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente i) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal con- expresso na oração principal, podendo exprimir noções de
junção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam- simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal
bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con-
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-
Só irei se ele for. ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Compare agora com:
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
Irei mesmo que ele não vá.
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
Fontes de pesquisa:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
se-periodo-e-oracao
cessiva.
Observe outros exemplos: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Embora fizesse calor, levei agasalho. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

e) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais CRASE


comparativas estabelecem uma comparação com a ação
indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjun-
ção subordinativa comparativa: como.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
Você age como criança. (age como uma criança age) idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro-
*geralmente há omissão do verbo. nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
f) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para a acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
execução do que se declara na oração principal. Principal quais.
conjunção subordinativa conformativa: conforme. Outras O uso do acento indicativo de crase está condicionado
conjunções conformativas: como, consoante e segundo (to- aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
das com o mesmo valor de conforme). minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
Fiz o bolo conforme ensina a receita. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
direitos iguais. é aquele que completa o sentido do termo regente, admi-
tindo a anteposição do artigo a(s).

71
LÍNGUA PORTUGUESA

Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
tratada recentemente. verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
Após a junção da preposição com o artigo (destacados - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pres-
entre parênteses), temos: sas, à vontade...
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
recentemente. de...
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi- * Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome Eu adoro a noite!
demonstrativo aquela (àquela). Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Observação importante: Alguns recursos servem de preposição.
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da
crase. Eis alguns: Casos passíveis de nota:
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
está confirmada. nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *também é facultativa diante de pronomes possessivos
femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
são “voltar da”, há a confirmação da crase. aberta até as (às) dezoito horas.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
Não me esqueço da viagem a Roma.
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
mais vividos.
* Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
a queima de fogos a distância.
está confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou arremessado à distância de cem metros.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?) - De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -,
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) faz-se necessário o emprego da crase.
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica- Ensino à distância.
do, ocorrerá crase. Veja: Ensino a distância.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” * Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
Irei à Salvador de Jorge Amado. das, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
* A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Eu o seguirei passo a passo.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
gente exigir complemento regido da preposição “a”. Casos em que não se admite o emprego da crase:
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) * Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Iremos àquela reunião. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
* Antes de verbos no infinitivo.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian- Ele estava a cantar.
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)

72
LÍNGUA PORTUGUESA

* Antes de numeral. Questões


O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países. 1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente
Observação: as lacunas da frase a seguir.
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- Quando________ três meses disse-me que iria _________
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. -la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
A-) a - há - à - à - às
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está B-) há - à - a - a – às
confirmada, visto que estes não podem ser empregados C-) há - a - há - à - as
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira D-) a - à - a - à - às
aluna da classe. E-) a - a - à - há – as
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quan- 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
do essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para vi-
exaustos a casa.
sitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto ad-
(ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha
nominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus-
direito (tinha direito a quê? às milhas – regência nominal).
tos à casa de Marcela.
Teremos: há, à, a, a, às.
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa RESPOSTA: “B”.
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a
terra, já era noite. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- VUNESP/2014)
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. balho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
O astronauta voltou à Terra. mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem o Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu
uso do artigo. de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardía-
Os livros foram entregues a mim. ca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou
Dei a ela a merecida recompensa. se sua morte se deve ______ envenenamento.
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no
caso de o termo regente exigir a preposição. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
vamente, por
*não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em (A) a ... à ... a ... a
sentido genérico ou indeterminado: (B) as ... à ... a ... à
Estamos sujeitos a críticas. (C) às ... a ... à ... a
Refiro-me a conversas paralelas. (D) à ... à ... à ... a
(E) a ... a ... a ... à
Fontes de pesquisa:
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
html
trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, ge-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. neralizando) necessárias à (regência nominal pede prepo-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- sição) exumação dos restos mortais do ex-presidente João
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
Saraiva, 2010. mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presi-
dente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma
(artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão
considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a
(regência verbal) envenenamento. A / à / a / a
RESPOSTA: “A”.

73
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram lhe disse isso?
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade
de Tikal, na Guatemala. 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
O a empregado na frase acima, imediatamente depois se ofendem!
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso o
segmento grifado seja substituído por: 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
(A) Uma tal ilação. Que Deus o ajude.
(B) Afirmações como essa.
(C) Comprovação dessa assertiva. 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
(D) Emitir uma opinião desse tipo. reto ou sujeito expresso:
(E) Semelhante resultado. Eu lhe entregarei o material amanhã.
Tu sabes cantar?
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
antes de artigo) verbo. A mesóclise é usada:
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes
de palavra no plural e o “a” no singular) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
vação precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
(verbo no infinitivo) em prol da paz no mundo.
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pala- Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
vra masculina) lizará”:
RESPOSTA: “C”. realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra
que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanha-
ria nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
pronomes oblíquos átonos na frase. ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função
de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
OBlíquo = OBjeto! Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono- 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- era minha intenção machucá-la.
vem ser observadas na linguagem escrita.
3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A inicia período com pronome oblíquo).
próclise é usada: Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, no concurso, mudo-me hoje mesmo!
jamais, etc.: Não se desespere!
b) Advérbios: Agora se negam a depor. 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem posta fazendo-se de desentendida.
tudo!
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Colocação pronominal nas locuções verbais
forçou. - após verbo no particípio = pronome depois do verbo
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- auxiliar (e não depois do particípio):
dade. Tenho me deliciado com a leitura!
Eu tenho me deliciado com a leitura!
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. Eu me tenho deliciado com a leitura!

74
LÍNGUA PORTUGUESA

- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
- quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a re-
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar conhecem.
(e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.

Observações importantes: 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substitui-


ção do elemento grifado pelo pronome correspondente foi
Emprego de o, a, os, as realizada de modo INCORRETO em:
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
pronomes: o, a, os, as não se alteram. (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Chame-o agora. (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
Deixei-a mais tranquila. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: 2-)
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. reta
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
nos, nas. desviava
Chamem-no agora. (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
Põe-na sobre a mesa. RESPOSTA: “D”.

* Dica: 3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)


Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa cruzando os desertos do oeste da China − que con-
“antes”! Pronome antes do verbo! tornam a Índia − adotam complexas providências
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In- Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! grifados acima foram corretamente substituídos por um
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo pronome, respectivamente, em:
Pronome Oblíquo – função de objeto (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
Fontes de pesquisa: (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
-pronominal-.html (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-) Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B”
Saraiva, 2010. e “D”. Ao iniciarmos um parágrafo ( já que no enunciado
temos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzan-
Questões do-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINIS- a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
TRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reco- (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-
nhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
por um pronome, de acordo com a norma-padrão da lín- nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!).
gua, o trecho assume a formulação apresentada em: RESPOSTA: “D”.
A) Há políticas que a reconhecem.
B) Há políticas que reconhecem-a.
C) Há políticas que reconhecem-na.
D) Há políticas que reconhecem ela.
E) Há políticas que lhe reconhecem.

75
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


SIGNIFICADO DAS PALAVRAS perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.);
livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e
das suas mudanças de significação através do tempo ou - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
em determinada época. A maior importância está em dis- rém de formas relativamente próximas. São palavras pa-
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
Sinônimos rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
em determinado enunciado (aguardar e esperar). (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
afundar).
Observação: A contribuição greco-latina é responsá-
vel pela existência de numerosos pares de sinônimos: ad- Hiperonímia e Hiponímia
versário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni-
mo, mais abrangente.
Antônimos
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipôni-
mo, criando, assim, uma relação de dependência semânti-
São palavras que se opõem através de seu significado:
ca. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperoní-
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; mia com carros, já que veículos é uma palavra de significa-
mal - bem. do genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é
um hiperônimo de carros.
Observação: A antonímia pode se originar de um pre- Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- repetição desnecessária de termos.
ticomunista; simétrico e assimétrico.
Fontes de pesquisa:
Homônimos e Parônimos http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
tonimos,-homonimos-e-paronimos
- Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Podem coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ser Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- Saraiva, 2010.
rentes na pronúncia: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
rego (subst.) e rego (verbo); ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
colher (verbo) e colher (subst.); XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por-
jogo (subst.) e jogo (verbo); tuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
providência (subst.) e providencia (verbo). Denotação e Conotação

b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Exemplos de variação no significado das palavras:
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); teral)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
censo (recenseamento) e senso ( juízo); figurado)
paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)

76
LÍNGUA PORTUGUESA

As variações nos significados das palavras ocasionam Polissemia


o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras. Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
Denotação um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados dentro
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando de seu próprio campo semântico.
apresenta seu significado original, independentemente Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infini-
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da dade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência
palavra. da polissemia:
A denotação tem como finalidade informar o receptor O rapaz é um tremendo gato.
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca- O gato do vizinho é peralta.
ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medi- Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
camentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, sobrevivência
por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pe- O passarinho foi atingido no bico.
daço de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero. Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
As estrelas deixam o céu mais bonito! computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
Conotação de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in- formato quadriculado que têm.
terpretações, dependendo do contexto em que esteja inse-
rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão Polissemia e homonímia
além do sentido original da palavra, ampliando sua signifi-
cação mediante a circunstância em que a mesma é utiliza- A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
da, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como no comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei quando duas ou mais palavras com origens e significados
pau no concurso). distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- monímia.
tos no receptor da mensagem, através da expressividade e A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em polissemia porque os diferentes significados para a pala-
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu- vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
blicitários, entre outros. Exemplos: polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto,
Você é o meu sol! o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado
Minha vida é um mar de tristezas. indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão in-
Você tem um coração de pedra! terligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
escrita.
* Dica: Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado Polissemia e ambiguidade
com o sentido que consta no dicionário.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
Fontes de pesquisa: interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota- ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
cao/ ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: temente são felizes.
Saraiva, 2010. Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes:

77
LÍNGUA PORTUGUESA

As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
rece.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Seus olhos são como luzes brilhantes.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- através do emprego da palavra como.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
micidade. Repare na figura abaixo: qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.

Observe outros exemplos:


1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar


(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- algum.
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que
indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente
mas duas seriam:
inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é
Corte e coloração capilar
tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de
ou
terra que leva a lugar algum.
Faço corte e pintura capilar
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Fontes de pesquisa:
Em sua mente povoa só inveja.
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
htm Metonímia
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: É a substituição de um nome por outro, em virtude de
Saraiva, 2010. existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pode acontecer dos seguintes modos:
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Figura de Linguagem, Pensamento e Construção Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
Figura de Palavra As lâmpadas iluminam o mundo).
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes
A figura de palavra consiste na substituição de uma da cruz. (= Não te afastes da religião).
palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, 4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
por uma associação, uma comparação, uma similaridade. 5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só-
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - crates tomou veneno).
permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: 6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
a metáfora e a metonímia. trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro-
duzo).
Metáfora 7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (=
Bebeu todo o líquido que estava no cálice).
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em 8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo-
lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em vir- nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás
tude da circunstância de que o nosso espírito as associa dos jogadores).
e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da 9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apres-
palavra fora de seu sentido normal. sadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente).

78
LÍNGUA PORTUGUESA

10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- Fontes de pesquisa:


frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
mundo). php
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
chamadas, não apenas uma mulher). Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
(= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Saraiva, 2010.
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Antítese
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). Consiste no emprego de palavras que se opõem quan-
to ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essen-
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquanto que não se conseguiria com a exposição isolada dos mes-
que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou mos. Observe os exemplos:
de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
distinção entre ambas as figuras. O corpo é grande e a alma é pequena.
“Quando um muro separa, uma ponte une.”
Catacrese Não há gosto sem desgosto.

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ditórias. Seria a antítese ao extremo.
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Ouvimos as vozes do silêncio.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
Eufemismo
Perífrase ou Antonomásia
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
Trata-se de uma expressão que designa um ser através
desagradável ou chocante.
de alguma de suas características ou atributos, ou de um
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
(= morreu)
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
atraindo visitantes do mundo todo. Faltar à verdade. (= mentir)
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão) Ironia
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican- intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construí-
do o bem. da para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo- passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emis-
vem. sor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí-
nima.
Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas. Hipérbole
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
ditivo; áspero = tátil) É a expressão intencionalmente exagerada com o intui-
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- to de realçar uma ideia.
cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar!

79
LÍNGUA PORTUGUESA

Prosopopeia ou Personificação Elipse

É a atribuição de ações ou qualidades de seres anima- Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
dos a seres inanimados, ou características humanas a seres ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
não humanos. Observe os exemplos: elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
As pedras andam vagarosamente. pelo contexto.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um A catedral da Sé. (a igreja catedral)
cego que guia. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. dio)
Chora, violão.
Zeugma
Apóstrofe
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo português)
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só mo-
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de dernos. (só havia móveis)
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidên-
cia com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Silepse
Exemplos:
Moça, que fazes aí parada? A silepse é a concordância que se faz com o termo que
“Pai Nosso, que estais no céu” não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
Deus, ó Deus! Onde estás? concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
Gradação lepse: de gênero, número e pessoa.

Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e femi-


Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
nino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se
mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descenden-
faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
te (anticlímax). Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor
com seus olhos claros e brincalhões...
intenso.
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence
olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere ao
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. cidade de Porto Velho).
Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decres-
cente de intensidade. Outros exemplos: 2) Vossa Excelência está preocupado.
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
amor”. (Olavo Bilac) soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu- Excelência.
se.” (Padre Antônio Vieira)
Silepse de Número - Os números são singular e plural.
Fontes de pesquisa: A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5. concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas
php com a ideia que nele está contida. Exemplos:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. de Salvador.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei-
As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe) tos das orações (que se encontram no singular, procissão
ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por
maior expressividade que se dá ao sentido. isso que os verbos estão no plural.

80
LÍNGUA PORTUGUESA

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei- terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), muitas vezes ser substituídos por pronomes.
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
os agricultores e os cariocas). cia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
Polissíndeto / Assíndeto ba.” (Padre Vieira)
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne- Anacoluto
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordena- Consiste na mudança da construção sintática no meio
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
sintática com as demais.
figuras de construção:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni-
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) terrupção na sequência lógica do pensamento.

Pleonasmo Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-


de expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real- Hipérbato / Inversão
çar a ideia, torná-la mais expressiva.
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
Nesta oração, os termos “o problema da violência” e sujeito venha depois do predicado:
“lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. As- Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor
sim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pro- venceu ao ódio)
nome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Ou- Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
tro exemplo: Eu cuido dos meus problemas)
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto * Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo- tumbante de um povo heroico”.
nástico.

81
LÍNGUA PORTUGUESA

Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

Questões
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.

1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a


figura de linguagem presente na tira seguinte:

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

82
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais Normalmente, numa prova, o candidato deve:
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da 1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
no lugar de “que morreram por nós”. procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
RESPOSTA: “D”. tempo).
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ ças entre as situações do texto.
UFAL/2014) 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. uma realidade.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
horário do dia em que o calor é mais intenso, a tempera- vras.
tura do asfalto, medida com um termômetro de contato,
chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local Condições básicas para interpretar
alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso Fazem-se necessários:
em: 22 jan. 2014. - Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
O texto cita que o dito popular “está tão quente que - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de texto) e semântico;
linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin-
guagem? Observação – na semântica (significado das palavras)
A) Eufemismo. incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
B) Hipérbole. ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
C) Paradoxo. gem, entre outros.
D) Metonímia.
E) Hipérbato. - Capacidade de observação e de síntese;
- Capacidade de raciocínio.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura
Interpretar / Compreender
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a
hipérbole.
Interpretar significa:
RESPOSTA: “B”.
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - o texto diz que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - é sugerido pelo autor que...
e decodificar). - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. ção...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - o narrador afirma...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- Erros de interpretação
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
contexto original e analisada separadamente, poderá ter contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
um significado diferente daquele inicial. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- nação.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir tendimento do tema desenvolvido.
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
esclarecimento das questões apresentadas na prova. cadas e, consequentemente, errar a questão.

83
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação - Muitos pensam que existem a ótica do - Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa geralmente mantém com outro uma relação de continua-
prova de concurso, o que deve ser levado em consideração ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem
é o que o autor diz e nada mais. essas relações.
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja,
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que a ideia mais importante.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. - Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono- resposta – o que vale não somente para Interpretação de
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se Texto, mas para todas as demais questões!
vai dizer e o que já foi dito. - Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
Observação – São muitos os erros de coesão no dia - Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha-
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo-
verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer cábulos do texto.
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- Fontes de pesquisa:
cedente. http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- gues/como-interpretar-textos
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
a saber: ra-voce-interpretar-melhor-um.html
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
te, mas depende das condições da frase. tao-117-portugues.htm
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) Questões
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído. 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
- como (modo) BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔ-
- onde (lugar) NICA – IADES/2014)
- quando (tempo)
- quanto (montante) Gratuidades
Exemplo: Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUANTO queria (correto) mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
aparecer o demonstrativo O). os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
documento de identificação aos funcionários posicionados
Dicas para melhorar a interpretação de textos no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. assinale a alternativa correta.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
a leitura. e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- Metrô-DF.
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
conclusão). (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Volte ao texto quantas vezes precisar. idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ao Metrô-DF.
do autor. (D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
compreensão. livre ao Metrô-DF.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de (E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
cada questão. até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. acesso livre ao Metrô-DF.

84
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que 3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do
condiz com as informações expostas no texto é “Somente Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha
com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”. Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor-
RESPOSTA: “C”. mações contidas nas demais alternativas são incoerentes
com o texto.
2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - RESPOSTA: “A”.
adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do
Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um TIPOLOGIA TEXTUAL
trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância
– mas a forma conta”. (...)
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes- do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
ma dois sentidos, que são que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
(A) o barulho e a propagação. interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
(B) a propagação e o perigo. em um texto escrito.
(C) o perigo e o poder. É de fundamental importância sabermos classificar os
(D) o poder e a energia.  textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
(E)  a energia e o barulho.   dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais
e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi-
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora.
que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém
Você pode responder à questão por eliminação: a segun-
que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou
situações corriqueiras que classificamos os nossos textos
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al- naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis-
ternativa A! sertação.
RESPOSTA: “A”.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- tos de ordem linguística
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI-
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) Os tipos textuais designam uma sequência definida
Concha Acústica pela natureza linguística de sua composição. São observa-
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. demarcados no tempo do universo narrado, como também
Foi o primeiro grande palco da cidade. de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. De-
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, pois de muita conversa, resolveram...
com adaptações.
- Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
compatível com o texto. acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
no Setor de Clubes Esportivos Norte. graúna...”
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
em 1969. - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02
do DF. de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. de perder o benefício.

85
LÍNGUA PORTUGUESA

- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma


modalidade na qual as ações são prescritas de forma se- COESÃO E COERÊNCIA
quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo,
infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien-
te e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea.
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
- Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam- mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão
se pelo predomínio de operadores argumentativos, revela- do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que
dos por uma carga ideológica constituída de argumentos estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou
e contra-argumentos que justificam a posição assumida falado - são os referentes textuais, que buscam garantir
acerca de um determinado assunto: A mulher do mundo a coesão textual para que haja coerência, não só entre os
contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu es- elementos que compõem a oração, como também entre a
paço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-
estão em complementação, não em disputa. bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro-
cesso têm com o tema.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
ginária - composta de termos e expressões - que une os
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
GÊNEROS TEXTUAIS de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
São os textos materializados que encontramos em orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor-
nosso cotidiano; tais textos apresentam características só- re daí a coerência textual.
cio-comunicativas definidas por seu estilo, função, com- Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
posição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
A escolha de um determinado gênero discursivo de- prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
pende, em grande parte, da situação de produção, ou seja, mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locu- Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado
tores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o não se constrói com um amontoado de palavras e orações.
texto, etc. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência
e independência sintática e semântica, recobertos por unida-
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a es- des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
feras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exem- Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é
plo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, edito- imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases
riais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se
são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enci- de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre
clopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. os elementos que compõem a estrutura textual.

Fontes de pesquisa: Formas de se garantir a coesão entre os elementos


de uma frase ou de um texto:
http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex-
tual.htm
1. Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
mos - palavras ou expressões do mesmo campo associa-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: tivo.
Saraiva, 2010. 2. Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa / desgaste / desgastante).
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. 3. Emprego adequado de tempos e modos verbais:
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula.
4. Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre-
posições, artigos:
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
por elas.

86
LÍNGUA PORTUGUESA

5. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com Questões


base na maior especificidade do significado de um deles.
Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené- * As questões abaixo também envolvem o conteúdo
rico). “Conjunção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam
6. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de - inclusive - coesão e coerência.
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com 1-) (SEDUC/AM – ASSISTENTE SOCIAL – FGV/2014) As-
gato. sinale a opção que indica o segmento em que a conjunção
7. Substitutos universais, como os verbos vicários.
e tem valor adversativo e não aditivo.
* Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
outro já utilizado no período, evitando repetições. Geral- da população na escolha dos governantes,...”.
mente é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Faço porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de derno e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência elei-
“estudo”, evitando repetição desnecessária. toral anterior”.
(C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- de hoje”.
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se ela na história nacional, inventou o que mais perto se pode
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter- chegar de um Estado de Bem-Estar num país de renda mé-
mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
dia”.
relação entre as duas orações).
(E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao políticas públicas social-democratas”.
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
progressão textual, dada sua característica: são elementos 1-)
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
nentes da situação comunicativa. = adição
Já os componentes concentram em si a significação. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: derno e dinâmico”. = adição
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indi- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
cam os participantes do ato do discurso. Os pronomes de- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
monstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
como os advérbios de tempo, referenciam o momento da de hoje”. = adição
enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade
(D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
(presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns ela na história nacional”. = adição
dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo (E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
ano, depois de (futuro).” está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta =
adversativa (dá para substituirmos por “mas”)
A coerência de um texto está ligada: RESPOSTA: “E”.
- à sua organização como um todo, em que devem es-
tar assegurados o início, o meio e o fim;
- à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto 2-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/
técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada DF – ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA –
em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de FGV/2014) A alternativa em que os elementos unidos pela
experiências; um texto informativo apresenta coerência se conjunção E não estão em adição, mas sim em oposição, é:
trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poé- (A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
ticos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada,
fazer justiça com as próprias mãos...”
livre associação de ideias, palavras conotativas.
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas
Fontes de pesquisa: instituições:...”
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/ (C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos
COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html anarquistas e mais nos fascistas italianos...”
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática (D) “...desprezando o passado e a tradição...”
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa (E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. velocidade e do progresso...”

87
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) A Ordem dos Termos na Frase


(A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
fazer justiça com as próprias mãos”. = adição Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
instituições”. = adição Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
(C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von-
anarquistas e mais nos fascistas italianos”. = ideia de opo- tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
sição acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di-
(D) “...desprezando o passado e a tradição”. = adição zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões
(E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da e intercalações em nossas frases, conforme a nossa von-
velocidade e do progresso”. = adição tade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos
RESPOSTA: “C”. transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode-
mos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:

No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-


sando desemprego.
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE
ESTRUTURAS Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma,
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a
alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um o que mais nos auxilia na organização de um período, pois
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen- facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula
te devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos
e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga-
do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem nizadas aos nossos leitores.
acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a
experiência de vida antecedem o ato de escrever. O básico para a organização sintática das frases é a or-
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos dem direta dos termos da oração. Os gramáticos estrutu-
escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne- ram tal ordem da seguinte maneira:
cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-
das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as- SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL + CIR-
sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores. CUNSTÂNCIAS
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso alia- A globalização + está causando + desemprego + no
do para organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Brasil nos dias de hoje.
Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sin-
taxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramá- Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem to-
tica que estuda a disposição das palavras na frase e a das das contêm todos estes elementos, portanto cabem algu-
frases no discurso, bem como a relação lógica das frases mas observações:
entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistu-
ra”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produ- 1) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
zirem um sentido evidente para os receptores das nossas normalmente são representadas por adjuntos adverbiais
mensagens. Observe: de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan-
do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe
1)A desemprego globalização no Brasil e no na está La- a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases:
tina América causando.
2) A globalização está causando desemprego no Brasil e “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas mi-
na América Latina. nhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e ou-
tros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de Observações:
“uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação a) tais construções não estão erradas, mas rompem
inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de com a ordem direta;
maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de b) é preciso notar que em Língua Portuguesa, há mui-
língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul- tas frases que não têm sujeito, somente predicado. Por
tural do mundo atual. exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Fri-
burgo. São quatro horas agora;

88
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Outras frases são construídas com verbos intransiti- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
vos, que não têm complemento: As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
O menino morreu na Alemanha. (sujeito + verbo + ad- quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati-
junto adverbial) vo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
d) Há ainda frases nominais que não possuem verbos: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos complemento.
existentes nelas.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
Levando em consideração a ordem direta, podemos no Brasil…
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
1)Se os termos estão colocados na ordem direta não tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
disto: verbal e os adjuntos).
A globalização está causando desemprego no Brasil e na
América Latina. Observação: a simples negação em uma frase não exi-
ge vírgula: A globalização não causou desemprego no Brasil
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração e na América Latina.
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- 3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
gra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja: tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” colocação da vírgula.
causam desemprego…
(três núcleos do sujeito) No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
sando desemprego…
A globalização causa desemprego no Brasil, na América No fim do século XX, a globalização causou desemprego
Latina e na África. no Brasil…
(três adjuntos adverbiais)
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente
A globalização está causando desemprego, insatisfação se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito.
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá-
(três complementos verbais) tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais
2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais,
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou
seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora- Quando o século XX estava terminando, a globalização
ção. Veja exemplos de tal incorreção: começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países
pobres.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, go no Brasil.
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
a regra básica nº 2 para a colocação da vírgula. Dito em Observação: quanto à equivalência e transformação de
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases estruturas, um exemplo muito comum cobrado em provas
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com é o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a passa-
vírgulas. Vejamos: gem para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a
A globalização, fenômeno econômico deste fim de sécu- mudança de tempos verbais.
lo XX, causa desemprego no Brasil.
Fonte de pesquisa:
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
sujeito e o verbo. dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/

Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
na.

89
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA TEXTUAL
1-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014
- adaptada)
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros, pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
de leitores. tamos as ações que interferem na realidade e organização
Embora alguns desses senhores afortunados ocasional- de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
mente emprestassem seus livros, eles o faziam para um nú- mento transformado em texto.
mero limitado de pessoas da própria classe ou família. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.) sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabe- lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
lecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo) por dizer, por meio da comunicação.
(A) Contudo. Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
(B) Desde que. dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
(C) Porquanto. dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
(D) Uma vez que.
(E) Conquanto. Introdução

1-) “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta Caracterizada pela entrada no assunto e a argumenta-
uma exceção à regra). A outra conjunção concessiva é “con- ção inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa eta-
quanto”. pa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu
RESPOSTA: “E”. tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém,
em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente.
2-) (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL – Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos
VUNESP/2014 - adaptada) Considere o trecho: “Se o senhor mais longos, em que o assunto é exposto em várias pági-
não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas nas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma par-
posso quebrar o galho e fazer sua corrida”. Esse trecho está te precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários
corretamente reescrito e mantém o sentido em: parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm
(A) Uma vez que o senhor não se importe, vou levar mi- de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
nha sobrinha ao dentista, assim que possa quebrar o galho
e fazer sua corrida. Desenvolvimento
(B) Já que o senhor não se importa, vou levar minha so-
brinha ao dentista, porque posso quebrar o galho e fazer A maior parte do texto está inserida no desenvol-
sua corrida. vimento, que é responsável por estabelecer uma ligação
(C) À medida que o senhor não se importe, vou levar entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
minha sobrinha ao dentista, logo que possa quebrar o galho elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
e fazer sua corrida. tentam e dão base às explicações e posições do autor. É ca-
(D) Caso o senhor não se importe, vou levar minha so- racterizado por uma “ponte” formada pela organização das
brinha ao dentista, no entanto posso quebrar o galho e fazer ideias em uma sequência que permite formar uma relação
sua corrida. equilibrada entre os dois lados.
(E) Para que o senhor não se importe, vou levar minha O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
sobrinha ao dentista, todavia posso quebrar o galho e fazer determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
sua corrida. que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
2-) “Se o senhor não se importa, vou levar minha so- clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
brinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o es-
corrida” critor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão.
O primeiro período é introduzido por uma conjunção Daí a importância em planejar o texto.
condicional (“se”); o segundo, conjunção adversativa. As Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
conjunções apresentadas que têm a mesma classificação, mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
respectivamente, e que, por isso, poderiam substituir ade- capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-
quadamente as destacadas no enunciado são “caso” e “no se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
entanto”. Acredito que, mesmo que você não saiba a clas- Os principais erros cometidos no desenvolvimento são
sificação das conjunções, conseguiria responder à questão o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
apenas utilizando a coerência: as demais alternativas não relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
a têm. se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
RESPOSTA: “D”. em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O

90
LÍNGUA PORTUGUESA

segundo caso acontece quando quem redige tem muitas


ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, REDAÇÃO OFICIAL
não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul-
dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha
lógica de raciocínio.
Pronomes de tratamento na redação oficial
Conclusão
A redação oficial é a maneira utilizada pelo poder públi-
Considerada como a parte mais importante do texto, co para redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras
é o ponto de chegada de todas as argumentações elabo- fazem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara, con-
radas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa cisa, sem muito comprometimento, bem como um uso ade-
parte, em que a exposição ou discussão se fecha. quado das formas de tratamento. Tais regras, acompanhadas
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma de uma boa redação, com um bom uso da linguagem, asse-
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou seja, guram que os atos normativos sejam bem executados.
possui atributos de síntese. A discussão não deve ser en- No Poder Público, nós nos deparamos com situações em
cerrada com argumentos repetitivos, como por exemplo: que precisamos escrever – ou falar – com pessoas com as
“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em quais não temos familiaridade. Nestes casos, os pronomes de
conclusão...”. tratamento assumem uma condição e precisam estar adequa-
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve dos à categoria hierárquica da pessoa a quem nos dirigimos.
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das E mais, exige-se, em discurso falado ou escrito, uma homoge-
características de textos bem redigidos. neidade na forma de tratamento, não só nos pronomes como
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi- também nos verbos. No entanto, as formas de tratamento
cam muito longas: não são do conhecimento de todos.
Abaixo, seguem as discriminações de usos dos pronomes
- O problema aparece quando não ocorre uma explo- de tratamento, com base no Manual da Presidência da Repú-
ração devida do desenvolvimento, o que gera uma invasão blica.
das ideias de desenvolvimento na conclusão.
- Outro fator consequente da insuficiência de funda- São de uso consagrado:
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
de maiores explicações, ficando bastante vazia. Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
- Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no tex- a) do Poder Executivo
to em que o autor fica girando em torno de ideias redun- Presidente da República, Vice-Presidente da República, Mi-
dantes ou paralelas. nistro de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República,
- Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamen- Consultor-Geral da República, Chefe do Estado-Maior das For-
te dispensáveis. ças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da Re-
- Quando não tem clareza de qual é a melhor conclu- pública, Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República,
são, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Secretários da Presidência da República, Procurador – Geral da
República, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
Em relação à abertura para novas discussões, a con- Distrito Federal, Chefes de Estado – Maior das Três Armas, Ofi-
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes ciais Generais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretário
fatores: Executivo e Secretário Nacional de Ministérios, Secretários de
- Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas Estado dos Governos Estaduais, Prefeitos Municipais.
polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
- Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade b) do Poder Legislativo:
do texto, o autor não fecha a discussão de propósito. Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos
- Por apenas apresentar dados e informações sobre o Deputados e do Senado Federal, Presidente e Membros do Tri-
tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o as- bunal de Contas da União, Presidente e Membros dos Tribunais
sunto. de Contas Estaduais, Presidente e Membros das Assembleias
- Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor Legislativas Estaduais, Presidente das Câmaras Municipais.
enumera algumas perguntas no final do texto.
c) do Poder Judiciário:
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au- Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, Presi-
tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica dente e Membros do Superior Tribunal de Justiça, Presidente e
é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Membros do Superior Tribunal Militar, Presidente e Membros do
Naquele devem estar indicadas as melhores sequências a Tribunal Superior Eleitoral, Presidente e Membros do Tribunal
serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto Superior do Trabalho, Presidente e Membros dos Tribunais de
possível. Justiça, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Fede-
rais, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais,
Fonte de pesquisa: Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho,
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- Juízes e Desembargadores, Auditores da Justiça Militar.
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/

91
LÍNGUA PORTUGUESA

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas A Impessoalidade


aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do car- A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
go respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Ex- alguém que comunique; b) algo a ser comunicado; c) alguém
celentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. que receba essa comunicação. No caso da redação oficial,
E mais: As demais autoridades serão tratadas com o vo- quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele
cativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção);
Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador. o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atri-
O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento buições do órgão que comunica; o destinatário dessa comu-
“Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas acima, nicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais cargos órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
públicos sejam ocupados. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve
Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamento, ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais
mas titulação acadêmica de quem defende tese de douto- decorre:
rado. Portanto, é aconselhável que não se use discriminada- a) da ausência de impressões individuais de quem comu-
mente tal termo. nica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assina-
do por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do
As Comunicações Oficiais Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim,
uma desejável padronização, que permite que comunicações
1. Aspectos Gerais da Redação Oficial elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
entre si certa uniformidade;
O que é Redação Oficial b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação,
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão,
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a ma- sempre concebido como público, ou a outro órgão público.
neira pela qual o Poder Público redige atos normativos Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma
e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do homogênea e impessoal;
Poder Executivo. c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalida- universo temático das comunicações oficiais restringe-se a
de, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, for- questões que dizem respeito ao interesse público, é natural
malidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos que não caiba qualquer tom particular ou pessoal.
decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A admi- Desta forma, não há lugar na redação oficial para impres-
nistração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer sões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoali- mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta
dade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publi- da interferência da individualidade que a elabora.
cidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de
administração pública, claro que devem igualmente nortear a que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais con-
elaboração dos atos e comunicações oficiais. tribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impes-
Não se concebe que um ato normativo de qualquer na- soalidade.
tureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou im-
possibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos A necessidade de empregar determinado nível de lingua-
do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto le- gem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do
gal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro,
pois, necessariamente, clareza e concisão. de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos
Fica claro também que as comunicações oficiais são ne- de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comuni- dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públi-
cador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações cos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empre-
ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigi- gada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expe-
dos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou dientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com
instituições tratados de forma homogênea (o público). clareza e objetividade.
A redação oficial não é necessariamente árida e infensa à As comunicações que partem dos órgãos públicos fede-
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar rais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão
com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâ- brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de
metros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa da- uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dú-
quele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência vida de que um texto marcado por expressões de circulação
particular, etc. restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jar-
Apresentadas essas características fundamentais da re- gão técnico, tem sua compreensão dificultada.
dação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada Ressalte-se que há necessariamente uma distância en-
uma delas. tre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâ-
mica, reflete de forma imediata qualquer alteração de cos-

92
LÍNGUA PORTUGUESA

tumes, e pode eventualmente contar com outros elementos Concisão e Clareza


que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, A concisão é antes uma qualidade do que uma caracte-
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis rística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue trans-
por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lenta- mitir o máximo de informações com um mínimo de palavras.
mente as transformações, tem maior vocação para a perma- Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se
nência e vale-se apenas de si mesma para comunicar. tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se es-
Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e sua creve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pron-
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, to. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias.
que o padrão culto é aquele em que se observam as regras O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao
da gramática formal e se emprega um vocabulário comum princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de
ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não
que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação se deve, de forma alguma, entendê-la como economia de
oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens subs-
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos tanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se
vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, pas-
essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos sagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
os cidadãos. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi-
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a sim- cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita
plicidade de expressão, desde que não seja confundida com imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza não
pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das
culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios - a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpre-
da língua literária. tações que poderia decorrer de um tratamento personalista
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um dado ao texto;
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão - o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá pre- entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
ferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obe- circulação restrita, como a gíria e o jargão;
decida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas - a formalidade e a padronização, que possibilitam a im-
isso não implica, necessariamente, que se consagre a utiliza- prescindível uniformidade dos textos;
ção de uma forma de linguagem burocrática. O jargão buro- - a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
crático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre linguísticos que nada lhe acrescentam.
sua compreensão limitada. É pela correta observação dessas características que se
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável relei-
situações que a exijam, evitando o seu uso indiscriminado. tura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais,
Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário de trechos obscuros e de erros gramaticais provém, principal-
próprio à determinada área, são de difícil entendimento por mente, da falta da releitura que torna possível sua correção.
quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cui- A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa
dado, portanto, de explicitá-los em comunicações encami- com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
nhadas a outros órgãos da administração e em expedientes compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de
dirigidos aos cidadãos. um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há as-
suntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se,
Formalidade e Padronização pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto
é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencio- Pronomes de Tratamento
nadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto Concordância com os Pronomes de Tratamento
de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tra- Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi-
tamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân-
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento cia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun-
para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a for- da pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem
malidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfo- se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira
que dado ao assunto do qual cuida a comunicação. pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que in-
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à ne- tegra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria
cessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administra- nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
ção federal é una, é natural que as comunicações que expede Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa:
exige que se atente para todas as características da redação “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos-
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. so...”).
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o
o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in- gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que
dispensáveis para a padronização. se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

93
LÍNGUA PORTUGUESA

Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satis- corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
feito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa de rodapé;
Senhoria deve estar satisfeita”. - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
No envelope, o endereçamento das comunicações diri- man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se- - é obrigatório constar a partir da segunda página o
guinte forma: número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
A Sua Excelência o Senhor impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
Fulano de Tal gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
Ministro de Estado da Justiça páginas pares (“margem espelho”);
70.064-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
no mínimo, 3,0 cm de largura;
A Sua Excelência o Senhor
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
Senador Fulano de Tal
distância da margem esquerda;
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
cm;
Senhor Ministro, - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
Submeto a Vossa Excelência projeto (...) nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
Fechos para Comunicações em branco;
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina- - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub-
lidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor-
modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram re- das ou qualquer outra forma de formatação que afete a
gulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, elegância e a sobriedade do documento;
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
e uniformiza-los, este Manual estabelece o emprego de so- papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
mente dois fechos diferentes para todas as modalidades de para gráficos e ilustrações;
comunicação oficial: - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7
da República: Respeitosamente, x 21,0 cm;
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
rarquia inferior: Atenciosamente, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elabora-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição pró- posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
prios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do gos;
Ministério das Relações Exteriores. - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
vem ser formados da seguinte maneira:
Identificação do Signatário
tipo do documento + número do documento + pala-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da
vras-chaves do conteúdo
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local
de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Aviso e Ofício
(espaço para assinatura)
Nome Definição e Finalidade
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
(espaço para assinatura) o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,
Nome para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofí-
Ministro de Estado da Justiça cio é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi- gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa também com particulares.
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Forma e Estrutura
Forma de diagramação Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
seguinte forma de apresentação: destinatário, seguido de vírgula.

94
LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente


Excelentíssimo Senhor Presidente da República da República por um Ministro de Estado.
Senhora Ministra Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um
Senhor Chefe de Gabinete Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por to-
dos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as de interministerial.
seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor; Forma e Estrutura - Formalmente, a exposição de mo-
– endereço postal; tivos tem a apresentação do padrão ofício. A exposição de
– telefone e e-mail. motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas for-
mas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Observação: Estas informações estão ausentes no exclusivamente informativo e outra para a que proponha al-
guma medida ou submeta projeto de ato normativo.
memorando, pois se trata de comunicação interna - des-
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
tinatário e remetente possuem o mesmo endereço. Se o
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presiden-
Aviso é de um Ministério para outro Ministério, também
te da República, sua estrutura segue o modelo antes referido
não precisa especificar o endereço. O Ofício é enviado para para o padrão ofício.
outras instituições, logo, são necessárias as informações do
remetente e o endereço do destinatário para que o ofício Mensagem
possa ser entregue e o remetente possa receber resposta.
Definição e Finalidade - É o instrumento de comunica-
Memorando ção oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
Definição e Finalidade Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública,
O memorando é a modalidade de comunicação entre expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem legislativa, submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife- pendem de deliberação de suas Casas, apresentar veto, enfim,
rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de inte-
eminentemente interna. resse dos poderes públicos e da Nação.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em- Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Mi-
pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, nistérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá
etc. a serem adotados por determinado setor do serviço a redação final.
público. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação gresso Nacional têm as seguintes finalidades:
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra- - encaminhamento de projeto de lei ordinária, comple-
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. mentar ou financeira;
Para evitar desnecessário aumento do número de comu- - encaminhamento de medida provisória;
nicações, os despachos ao memorando devem ser dados - indicação de autoridades;
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em - pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Pre-
folha de continuação. Este procedimento permite formar sidente da República ausentarem-se do País por mais de 15
dias;
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
- encaminhamento de atos de concessão e renovação de
transparência à tomada de decisões e permitindo que se
concessão de emissoras de rádio e TV;
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
- encaminhamento das contas referentes ao exercício an-
terior;
Forma e Estrutura - mensagem de abertura da sessão legislativa;
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do - comunicação de sanção (com restituição de autógrafos);
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário - comunicação de veto;
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex: - outras mensagens.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Forma e Estrutura - As mensagens contêm:


Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos a) a indicação do tipo de expediente e de seu número,
horizontalmente, no início da margem esquerda;
Exposição de Motivos b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o
cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem
Definição e Finalidade - Exposição de motivos é o ex- esquerda (Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Fede-
pediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Pre- ral);
sidente para: c) o texto, iniciando a 2,0 cm do vocativo;
a) informá-lo de determinado assunto; b) propor algu- d) o local e a data, verticalmente a 2,0 cm do final do
ma medida; ou c) submeter a sua consideração projeto de texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
ato normativo. margem direita.

95
LÍNGUA PORTUGUESA

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Pre- Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunica-
sidente da República, não traz identificação de seu signa- ção por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
tário. interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto,
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
Telegrama comunicação oficial.
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar a co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, organização documental tanto do destinatário quanto do
passa a receber o título de telegrama toda comunicação remetente.
oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser utili-
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir- que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja nimas sobre seu conteúdo.
possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
justifique sua utilização. Em razão de seu custo elevado, esta firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. na mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, devendo- Valor documental - Nos termos da legislação em vi-
se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis gor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. documental, e para que possa ser aceito como documento
original, é necessário existir certificação digital que ateste
Fax a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

Definição e Finalidade - O fax (forma abreviada já Elementos de Ortografia e Gramática


consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação
que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento Problemas de Construção de Frases
da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas,
cujo conhecimento há premência, quando não há condi- principalmente, pela construção adequada da frase, “a me-
ções de envio do documento por meio eletrônico. Quando nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de
necessário o original, ele segue posteriormente pela via e Celso Pedro Luft.
na forma de praxe. A função essencial da frase é desempenhada pelo pre-
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com có-
dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi-
pia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos
do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre
modelos, deteriora-se rapidamente.
que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome
de período, que terá tantas orações quantos forem os ver-
Forma e Estrutura - Os documentos enviados por fax
bos não auxiliares que o constituem.
mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
É conveniente o envio, juntamente com o documento
pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com
os dados de identificação da mensagem a ser enviada, con- de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo.
forme exemplo a seguir: Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substan-
tivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função
[Órgão Expedidor] de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e
[setor do órgão expedidor] complemento adverbial). Função acessória desempenham
[endereço do órgão expedidor] os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da
Destinatário:____________________________________ oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ que desempenham as outras funções, ou deslocados para
Remetente: ____________________________________ o início da oração.
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
No de páginas: ________ No do documento:____________ mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
teses indicam os elementos que podem não ocorrer):
Observações:___________________________________
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Correio Eletrônico
Podem ser identificados seis padrões básicos para as
Definição e finalidade - O correio eletrônico (“e-mail”), orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portuguesa
por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na princi- (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
pal forma de comunicação para transmissão de documen- ocorrer em ordem diversa):
tos.
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)

96
LÍNGUA PORTUGUESA

O Presidente - regressou - (ontem). Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.

2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad- Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
junto adverbial) Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
manhã de terça-feira). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
(adjunto adverbial). Frases Fragmentadas
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os se- A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
tores). oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. dire-
literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos
to - obj. indireto - (adj. Adv.)
textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão.
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações -
Exemplo:
ao Deputado - (no Congresso). Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento ad- Nacional. Depois de ser longamente debatido.
verbial - (adjunto adverbial) Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Nacional, depois de ser longamente debatido.
Aires - (na próxima semana). Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa re-
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) cebeu a aprovação do Congresso Nacional.

6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto ad- Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
verbial) metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas
O problema - será - resolvido - prontamente. as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente subme-
Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, tido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as
as frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na cons- áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
trução de períodos, as várias funções podem ocorrer em or-
dem inversa à mencionada, misturando-se e confundindo-se. Erros de Paralelismo
Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões exis- Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita
tentes na língua portuguesa. O que importa é fixar a ordem “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramati-
normal dos elementos nesses seis padrões básicos. Acrescen- cal idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se
te-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
mais orações, em geral podem ser reduzidos aos padrões bá- Vejamos alguns exemplos:
sicos (de que derivam).
Os problemas mais frequentemente encontrados na Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios eco-
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à am- nomizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
biguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelis-
Na frase temos, nas duas orações subordinadas que com-
mos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do des-
pletam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para
conhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a
ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é
seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na
reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem
construção de frases, registrados em documentos oficiais. planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida
introduzida pela conjunção integrante que. Há mais de uma
Sujeito possibilidade de escrevê-la com clareza e correção; uma seria
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que exe- a de apresentar as duas orações subordinadas como desen-
cuta a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemen- volvidas, introduzidas pela conjunção integrante que:
to, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto,
construções como: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
que economizassem energia e (que) elaborassem planos para
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. redução de despesas.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: Apesar das relações entre os países estarem cor- como reduzidas de infinitivo:
tadas, (...). Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cor- economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.
tadas, (...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.

97
LÍNGUA PORTUGUESA

Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta: Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não um médico.
ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- Novamente, a não repetição dos termos comparados
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). confunde. Alternativas para correção:
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Por-
transformá-la em frase simples, substituindo as orações redu- taria.
zidas por substantivos: Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segu- Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
rança, inteligência e ambição. do que os Ministérios do Governo.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- “demais”) acarretou imprecisão:
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, que os outros Ministérios do Governo.
de forma paralela, estruturas sintáticas distintas: Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. que os demais Ministérios do Governo.
Ambiguidade
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Pa-
ris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
de correção é transformá-la em duas frases simples, com o mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta últi- possam gerar equívocos de compreensão.
ma capital, encontrou-se com o Papa. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que possui
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período que com:
não contém nenhum “que” anterior.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem - pronomes pessoais:
sólida formação acadêmica. Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
ele seria exonerado.
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida cretariado.
formação acadêmica. Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: neração deste.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o pro- - pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
grama. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo anterior, ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
aqui podemos suprimir a conjunção: do, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas pre- Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
cipitadas, que comprometam o andamento de todo o progra- acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
ma. Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
Erros de Comparação
federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
da República.
A omissão de certos termos ao fazermos uma compara-
ção, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na lín-
- pronome relativo:
gua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A
costumava trabalhar.
ausência indevida de um termo pode impossibilitar o enten-
dimento do sentido que se quer dar a uma frase: Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambigui-
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um dade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gê-
médico. nero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais,
A omissão de termos provocou uma comparação indevi- as quais, que marcam gênero e número.
da: “o salário de um professor” com “um médico”. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o mava trabalhar.
salário de um médico. Se o entendimento é outro, então:

98
LÍNGUA PORTUGUESA

Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu- dos pronomes de tratamento apresentados nas alternati-
mava trabalhar. vas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos, en-
tão, os itens A, C e E. Agora recorramos ao pronome ade-
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da quado a ser utilizado para deputados. Segundo o Manual
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: de Redação Oficial, temos:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
funcionário. b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. (...).
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este RESPOSTA: “D”.
indisciplinado.
2-) (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SER-
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora VIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CESPE/2014)
chamou o médico. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor-
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi respondências oficiais, julgue os itens que se seguem, de
chamado por uma senhora. acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re-
pública.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
Fontes de pesquisa:
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu-
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
blicacoes_ver.php?id=2
cargos públicos.
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cao-oficial-para-concursos.html
2-) Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
Questões forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...) afinal, a
dignidade é condição primordial para que tais cargos públi-
1-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) cos sejam ocupados.
Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do Manual Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
de Redação da Presidência da República, no qual expres- cial_publicacoes_ver.php?id=2
sões foram substituídas por lacunas. RESPOSTA: “ERRADO”.

Senhor Deputado 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO


Em complemento às informações transmitidas pelo te- – CESPE/2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas di-
legrama n.º 154, de 24 de abril último, informo _____ de que recionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer uso
as medidas mencionadas em ______ carta n.º 6708, dirigida dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de acor-
ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo do com as hierarquias do destinatário e do remetente.
procedimento administrativo de demarcação de terras in- ( ) CERTO (
dígenas instituído pelo Decreto n.º 22, de 4 de fevereiro de ) ERRADO
1991 (cópia anexa).
(http://www.planalto.gov.br. Adaptado) 3-) Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
A alternativa que completa, correta e respectivamen- para todas as modalidades de comunicação oficial:
te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
da língua portuguesa e atendendo às orientações oficiais da República: Respeitosamente,
a respeito do uso de formas de tratamento em correspon- b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierar-
quia inferior: Atenciosamente,
dências públicas, é:
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
A) Vossa Senhoria … tua.
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra-
B) Vossa Magnificência … sua.
dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
C) Vossa Eminência … vossa.
Redação do Ministério das Relações Exteriores.
D) Vossa Excelência … sua. RESPOSTA: “CERTO”.
E) Sua Senhoria … vossa.

1-) Podemos começar pelo pronome demonstrativo.


Mesmo utilizando pronomes de tratamento “Vossa” (mui-
tas vezes confundido com “vós” e seu respectivo “vosso”),
os pronomes que os acompanham deverão ficar sempre na
terceira pessoa (do plural ou do singular, de acordo com o
número do pronome de tratamento). Então, em quaisquer

99
LÍNGUA PORTUGUESA

Não encontramos as pessoas que saíram.


FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE” • pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar
como pronome substantivo ou pronome adjetivo.
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando
for pronome substantivo, a palavra que exercerá as fun-
A palavra que em português pode ser: ções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. indireto, etc.)
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de Que aconteceu com você?
exclamação. Usa-se também a variação  o quê! A pala-
vra que não exerce função sintática quando funciona como • pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse
interjeição. caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.

Quê! Você ainda não está pronto? Que vida é essa?


O quê! Quem sumiu?
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Substantivo: equivale a alguma coisa. caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro vra que pode relacionar tanto orações coordenadas quan-
determinante, e receberá acento por ser monossílabo tô- to subordinadas, daí classificar-se como conjunção coorde-
nativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
nico terminado em e. Como substantivo, designa também
conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que
a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for
recebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:
substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa ex-
classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto,
plicativa)
predicativo, etc.) Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa
consecutiva)
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função
de núcleo do objeto direto) Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a
palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal integrante.
em que o auxiliar é o verboter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não Desejo que você venha logo.
exerce função sintática.

Tenho que sair agora. A palavra se 


Ele tem que dar o dinheiro hoje.
A palavra se, em português, pode ser:
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
frase, sem prejuízo algum para o sentido. Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Nesse caso, a palavra que  não exerce função sintáti- caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
ca; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar vra se pode ser:
realce. Como partícula expletiva, aparece também na ex- * conjunção subordinativa integrante: inicia uma ora-
pressão é que. ção subordinada substantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
Quase que não consigo chegar a tempo. * conjunção subordinativa condicional: inicia uma ora-
Elas é que conseguiram chegar. ção adverbial condicional (equivale a caso).
Advérbio:  modifica um adjetivo ou um advérbio. Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a pala-
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
vra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no
frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a pa-
caso, de intensidade.
lavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome
indica, é usada apenas para dar realce.
Que lindas flores!
Passavam-se os dias e nada acontecia.
Que barato!
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: verbos pronominais. Nesse caso, o se não exerce função
• pronome relativo: retoma um termo da oração an- sintática.
tecedente, projetando-o na oração consequente. Equivale Ele arrependeu-se do que fez.
a o qual e flexões.

100
LÍNGUA PORTUGUESA

Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob- Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o es-
jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi- tilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
va sintética. É também chamada de pronome apassivador. controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
apassivar o verbo. errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
um estigma.
Vendem-se casas. Compondo o quadro do padrão informal da lingua-
Aluga-se carro. gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
Compram-se joias. representam as variações de acordo com as condições so-
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito Dentre elas destacam-se:
indeterminado. Não exerce propriamente uma função sin-
tática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín-
de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do
do singular. tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão
da ortografia, se levarmos em consideração a palavra far-
Trabalha-se de dia. mácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, con-
Precisa-se de vendedores. trapondo-se à linguagem dos internautas, a qual se fun-
damenta pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome fragmento exposto:
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su-
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí-
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), Antigamente
podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
* objeto direto
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
Ele cortou-se com o facão.
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras-
* objeto indireto
tando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Ele se atribui muito valor.
Carlos Drummond de Andrade
* sujeito de um infinitivo
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
“Sofia deixou-se estar à janela.”
bulário antiquado.
* Texto adaptado por Por Marina Cabral Variações regionais: São os chamados dialetos, que
são as marcas determinantes referentes a diferentes re-
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi- giões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade es-
tão os sotaques, ligados às características orais da lingua-
gem.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA. Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-


gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
A linguagem é a característica que nos difere dos de- As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer-
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores,
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona-
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so- lismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio-
Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os nais da área de informática, dentre outros.
níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de formali-
dade e o de informalidade. Vejamos um poema sobre o assunto:
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo Vício na fala
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma- Para dizerem milho dizem mio
neira que falamos. Este fator foi determinante para a que Para melhor dizem mió
a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. Para pior pió

101
LÍNGUA PORTUGUESA

Para telha dizem teia Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Para telhado dizem teiado pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
E vão fazendo telhados. das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
Oswald de Andrade gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
perfeitamente normais construções do tipo:
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia- Eu não vi ela hoje.
coes-linguisticas.htm Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Níveis de linguagem Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- alteram:
titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- Eu não a vi hoje.
nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, Ninguém o deixou falar.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem Deixe-me ver isso!
aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- Eu te amo, sim, mas não abuses!
rando na educação; Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
Norma culta:
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
à causa do ensino.
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-
las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ- poética, caracterizado por construções de rara beleza.
mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Estou preocupado. (norma culta) Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Tô preocupado. (língua popular) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
mas da língua culta. Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
sair daqui bem depressa.)
O conceito de erro em língua: O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
seu posto.)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu
a norma culta. tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as
transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um formas então legítimas impido, despido e desimpido, que
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de
praia, vestido de fraque e cartola. usar.

102
LÍNGUA PORTUGUESA

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário


escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe- O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E AS
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que FUNÇÕES DA LINGUAGEM.
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
da língua popular para a língua culta”.
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada con- Comunicação
forme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma
culta. A comunicação constitui uma das ferramentas mais im-
portantes que os líderes têm à sua disposição para desem-
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: penhar as suas funções de influência. A sua importância é
tal que alguns autores a consideram mesmo como o “san-
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- gue” que dá vida à organização. Esta importância deve-se
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. essencialmente ao fato de apenas através de uma comuni-
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação cação efetiva ser possível:
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, - Estabelecer e dar a conhecer, com a participação de
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade membros de todos os níveis hierárquicos da organização,
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, os objetivos organizacionais por forma a que contemplem,
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e não apenas os interesses da organização, mas também os
a evoluções. interesses de todos os seus membros.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importân-
cia. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a lín- - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
gua falada com base na língua escrita, considerada supe- bros de todos os níveis hierárquicos da organização, a es-
rior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, trutura organizacional, quer ao nível do desenho organiza-
a que os professores sempre estão atentos. cional, quer ao nível da distribuição de autoridade, respon-
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- sabilidade e tarefas.
trando as características e as vantagens de uma e outra,
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
ou inferioridade, que em verdade inexiste. bros de todos os níveis hierárquicos da organização, de-
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín- cisões, planos, políticas, procedimentos e regras aceites e
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de respeitadas por todos os membros da organização.
línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de diale-
tos, consequência natural do enorme distanciamento entre - Coordenar, dar apoio e controlar as atividades de to-
uma modalidade e outra. dos os membros da organização.
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
borada que a língua falada, porque é a modalidade que - Efetuar a integração dos diferentes departamentos e
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a permitir a ajuda e cooperação interdepartamental.
que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Ne-
nhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível - Desempenhar eficazmente o papel de influência atra-
sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, vés da compreensão e atuação em conformidade satisfa-
processam-se lentamente e em número consideravelmente ção das necessidades e sentimentos das pessoas por forma
menor, quando cotejada com a modalidade falada. a aumentar a sua motivação.
Importante é fazer o educando perceber que o nível da
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com Elementos do Processo de Comunicação
a situação em que se desenvolve o discurso.
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua- Para perceber desenvolver políticas de comunicação
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia eficazes é necessário analisar antes cada um dos elemen-
e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre não tos que fazem parte do processo de comunicação. Assim,
fala com uma criança como se estivesse em uma missa, as- fazem parte do processo de comunicação o emissor, um
sim como uma criança não fala como um adulto. Um enge- canal de transmissão, geralmente influenciado por ruídos,
nheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível um receptor e ainda o feedback do receptor.
de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum
professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e - Emissor (ou fonte da mensagem da comunicação):
na sala de aula. representa quem pensa, codifica e envia a mensagem, ou
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre seja, quem inicia o processo de comunicação. A codificação
esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti- da mensagem pode ser feita transformando o pensamento
diano, a que já fizemos referência. que se pretende transmitir em palavras, gestos ou símbolos
que sejam compreensíveis por quem recebe a mensagem.

103
LÍNGUA PORTUGUESA

- Canal de transmissão da mensagem: faz a ligação parte do emissor, nomeadamente com o fato de se tor-
entre o emissor e o receptor e representa o meio através narem impossíveis ou pelo menos difíceis as retificações e
do qual é transmitida a mensagem. Existe uma grande as novas explicações para melhor compreensão após a sua
variedade de canais de transmissão, cada um deles com transmissão. Assim, os principais cuidados a ter para que
vantagens e inconvenientes: destacam-se o ar (no caso do a mensagem seja perfeitamente recebida e compreendida
emissor e receptor estarem frente a frente), o telefone, os pelo(s) receptor(es) são o uso de caligrafia legível e unifor-
meios eletrônicos e informáticos, os memorandos, a rádio, me (se manuscrita), a apresentação cuidada, a pontuação
a televisão, entre outros. e ortografia corretas, a organização lógica das ideias, a ri-
queza vocabular e a correção frásica. O emissor deve ainda
- Receptor da mensagem: representa quem recebe e possuir um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar
descodifica a mensagem. Aqui é necessário ter em atenção prever as reações/feedback à sua mensagem.
que a descodificação da mensagem resulta naquilo que Como principais vantagens da comunicação escrita,
efetivamente o emissor pretendia enviar (por exemplo, em podemos destacar o fato de ser duradoura e permitir um
diferentes culturas, um mesmo gesto pode ter significados registro e de permitir uma maior atenção à organização
diferentes). Podem existir apenas um ou numerosos recep- da mensagem sendo, por isso, adequada para a transmitir
tores para a mesma mensagem. políticas, procedimentos, normas e regras. Adequa-se tam-
bém a mensagens longas e que requeiram uma maior aten-
- Ruídos: representam obstruções mais ou menos in- ção e tempo por parte do receptor tais como relatórios e
tensas ao processo de comunicação e podem ocorrer em análises diversas. Como principais desvantagens destacam-
qualquer uma das suas fases. Denominam-se ruídos inter- se a já referida ausência do receptor o que impossibilita o
nos se ocorrem durante as fases de codificação ou desco- feedback imediato, não permite correções ou explicações
dificação e externos se ocorrerem no canal de transmissão. adicionais e obriga ao uso exclusivo da linguagem verbal.
Obviamente estes ruídos variam consoante o tipo de canal
de transmissão utilizado e consoante as características do Comunicação Oral
emissor e do(s) receptor(es), sendo, por isso, um dos crité-
rios utilizados na escolha do canal de transmissão quer do No caso da comunicação oral, a sua principal caracte-
tipo de codificação. rística é a presença do receptor (exclui-se, obviamente, a
comunicação oral que utilize a televisão, a rádio, ou as gra-
- Retro-informação (feedback): representa a resposta vações). Esta característica explica diversas das suas prin-
do(s) receptor(es) ao emissor da mensagem e pode ser cipais vantagens, nomeadamente o fato de permitir o fee-
utilizada como uma medida do resultado da comunicação. dback imediato, permitir a passagem imediata do receptor
Pode ou não ser transmitida pelo mesmo canal de trans- a emissor e vice-versa, permitir a utilização de comunica-
missão. ção não verbal como os gestos a mímica e a entoação, por
  exemplo, facilitar as retificações e explicações adicionais,
Embora os tipos de comunicação sejam inúmeros, po- permitir observar as reações do receptor, e ainda a grande
dem ser agrupados em comunicação verbal e comunica- rapidez de transmissão. Contudo, e para que estas vanta-
ção não verbal. Como comunicação não verbal podemos gens sejam aproveitadas é necessário o conhecimento dos
considerar os gestos, os sons, a mímica, a expressão facial, temas, a clareza, a presença e naturalidade, a voz agradável
as imagens, entre outros. É frequentemente utilizada em e a boa dicção, a linguagem adaptada, a segurança e auto-
locais onde o ruído ou a situação impede a comunicação domínio, e ainda a disponibilidade para ouvir.
oral ou escrita como por exemplo as comunicações entre Como principais desvantagens da comunicação oral
“dealers” nas bolsas de valores. É também muito utilizada destacam-se o fato de ser efêmera, não permitindo qual-
como suporte e apoio à comunicação oral. quer registro e, consequentemente, não se adequando a
Quanto à comunicação verbal, que inclui a comunica- mensagens longas e que exijam análise cuidada por parte
ção escrita e a comunicação oral, por ser a mais utilizada na do receptor.
sociedade em geral e nas organizações em particular, por
ser a única que permite a transmissão de ideias complexas Gêneros Escritos e Orais
e por ser um exclusivo da espécie humana, é aquela que
mais atenção tem merecido dos investigadores, caracteri- Gêneros textuais são tipos específicos de textos de
zando-a e estudando quando e como deve ser utilizada. qualquer natureza, literários ou não. Modalidades discur-
sivas constituem as estruturas e as funções sociais (narra-
Comunicação Escrita tivas, discursivas, argumentativas) utilizadas como formas
de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser consi-
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje derados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites,
predomina, nas organizações burocráticas que seguem atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comé-
os princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max dias, contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, entrevis-
Weber. A principal característica é o fato do receptor estar tas, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, ins-
ausente tornando-a, por isso, num monólogo permanente truções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias.
do emissor. Esta característica obriga a alguns cuidados por São textos que circulam no mundo, que têm uma função

104
LÍNGUA PORTUGUESA

específica, para um público específico e com características Exemplo de gêneros orais e escritos: Texto expositivo,
próprias. Aliás, essas características peculiares de um gêne- exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral,
ro discursivo nos permitem abordar aspectos da textualida- palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclo-
de, tais como coerência e coesão textuais, impessoalidade, pédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de tex-
técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes tos expositivos e explicativos, resenha, relatório científico,
ao gênero em questão. relatório oral de experiência.
Gênero de texto então, refere-se às diferentes formas
de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por Domínios sociais de comunicação: Instruções e prescri-
exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. ções.
Para a linguística, os gêneros textuais englobam estes Aspectos tipológicos: Descrever ações.
e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Capacidade de linguagem dominante: Regulação mú-
Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também iden- tua de comportamentos.
tificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tan- Exemplo de gêneros orais e escritos: Instruções de mon-
tos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa tagem, receita, regulamento, regras de jogo, instruções de
sociedade. uso, comandos diversos, textos prescritivos.
Quanto à forma ou estrutura das sequências linguís-
ticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los
dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e esti-
los composicionais. Funções da Linguagem
Domínios sociais de comunicação: Cultura Literária Fic-
cional. Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
Aspectos tipológicos: Narrar. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
Capacidade de linguagem dominante: Mimeses de ação car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
através da criação da intriga no domínio do verossímil. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
Exemplo de gêneros orais e escritos: Conto de Fadas, fá- ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
bula, lenda,narrativa de aventura, narrativa de ficção cien- a linguagem?
tífica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou his- - A linguagem serve para informar: Função Referencial.
tória engraçada, biografia romanceada, romance, romance
histórico, novela fantástica, conto, crônica literária, adivi- “Estados Unidos invadem o Iraque”
nha, piada.
Domínios sociais de comunicação: Documentação e Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
memorização das ações humana. bre um acontecimento do mundo.
Aspectos tipológicos: Relatar. Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
Capacidade de linguagem dominante: Representação memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
Exemplo de gêneros orais e escritos: Relato de expe- mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
riência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, notícia, de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, re- Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
lato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia. ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren-
Domínios sociais de comunicação: Discussão de proble- demos desde as mais banais informações do dia a dia até
mas sociais controversos. as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
Aspectos tipológicos: Argumentar. filosóficos mais avançados.
Capacidade de linguagem dominante: Sustentação, re- A função informativa da linguagem tem importância
futação e negociação de tomadas de posição. central na vida das pessoas, consideradas individualmente
Exemplo de gêneros orais e escritos: Textos de opinião, ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de solicitação, nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
deliberação informal, debate regrado, assembleia, discurso de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
de defesa (advocacia), discurso de acusação (advocacia), meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial, É a função informativa que permite a realização do
ensaio. trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
Domínios sociais de comunicação: Transmissão e cons- A função informativa costuma ser chamada também de
trução de saberes. função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
Aspectos tipológicos: Expor. que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
Capacidade de linguagem dominante: Apresentação coisas ou os eventos a que fazem referência.
textual de diferentes formas dos saberes.

105
LÍNGUA PORTUGUESA

- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem
Função Conativa. a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos
“Vem pra Caixa você também.” para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa
valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a nossa competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen- Função Fática.
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Que calorão, hein?
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Também, tem chovido tão pouco.
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiteradamente __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende outros.
a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos
os preconceitos contra a mulher. Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem cer hostil.
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas.
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função que
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, não seja manter os laços sociais. Quando encontramos al-
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem guém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não que-
questionar. remos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem está doente, se está com problemas.
quando esta é usada para interferir no comportamento A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo
das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma social.
sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa
- A linguagem serve para expressar a subjetividade: que as pessoas não entendam bem o significado da letra
Função Emotiva. do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes
“Eu fico possesso com isso!” da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação função fática para indicar a utilização da linguagem para
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. lante e seu interlocutor.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas ve- gem: Função Metalinguística.
zes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-
Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de se te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-
referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a

106
LÍNGUA PORTUGUESA

própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços sociais,
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de des-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- coberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo,
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Paro-
/k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
diando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
E o bosque estala, move-se, estremece...
podem pescar”.
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...

A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: cos.
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex- sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para barulho dos cavalos aumenta.
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi- Quando se usam recursos da própria língua para acres-
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o que estamos usando a linguagem em sua função poética.
galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
bos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra Para melhor compreensão das funções de linguagem,
realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
amor nunca diminui e assim por diante.
cação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função
Poética. senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido outro escuta em silêncio, etc).
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de Exemplo:
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras
para delas extrairmos satisfação. Elementos da comunicação
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”,
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- - Emissor - emite, codifica a mensagem;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emí- - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
lio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gor- - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
da se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco recepção da mensagem;
quebrar por excesso de fundos”. - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel tor;
comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
“capital”, “dinheiro”.
teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu-
são que quando se trata da parole, entende-se que é um
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver-
veículo democrático (observe a função fática), assim, admi-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado
Virgílio Guimarães: te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
logo interativo):
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e - locutor - quem fala (e responde);
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata - locutário - quem ouve e responde;
uma dor de consciência e bata em retirada.” - interlocução - diálogo
(Folha de S. Paulo)

107
LÍNGUA PORTUGUESA

As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. SOBRE: LÍNGUA PORTUGUESA
As atitudes e reações dos comunicantes são também
referentes e exercem influência sobre a comunicação 1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/
SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al-
Lembramo-nos: ternativa correta quanto à concordância, de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa.
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade
“eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta social está no centro dos debates atuais.
função está, por norma, a poesia lírica. (B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re-
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de men- lação aos efeitos da desigualdade social.
sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
assuma determinado comportamento; há frequente uso mais pobres é um fenômeno crescente.
do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito
frequentemente usada por oradores e agentes de publici- criticado por alguns teóricos.
dade. (E) Os debates relacionado à distribuição de rique-
- Função metalinguística: função usada quando a lín- zas não são de exclusividade dos economistas.
gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na aná-
Realizei a correção nos itens:
lise de um texto, investigamos os seus aspectos morfossin-
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
táticos e/ou semânticos).
cial está = estão
- Função informativa (ou referencial): função usada
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver-
quando o emissor informa objetivamente o receptor de
gem
uma realidade, ou acontecimento.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção
mais pobres é um fenômeno crescente.
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
textos publicitários (centra-se no canal de comunicação). cado = criticada
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa- (E) Os debates relacionado = relacionados
gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit-
mos agradáveis, etc. RESPOSTA: “C”.
Também podemos pensar que as primeiras falas cons- 2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei- – Um levantamento mostrou que os adolescentes ame-
ções”. As primeiras ferramentas da fala humana. ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em:
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo (A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes
que mais profundamente distingue o homem dos outros americanos consomem em média 357 calorias, diárias
animais. dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes
Podemos considerar que o desenvolvimento desta fun- americanos consomem, em média 357 calorias diárias
ção cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a dessa fonte.
libertação da mão, que permitiram o aumento do volume (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores americanos consomem, em média, 357 calorias diárias
e da mímica facial dessa fonte.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes
Devido a estas capacidades, para além da linguagem americanos, consomem em média 357 calorias diárias
falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação de dessa fonte.
animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos sur- (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
dos em diferentes países, não só para melhorar a comuni- americanos, consomem em média 357 calorias diárias,
cação entre surdos, mas também para utilizar em situações dessa fonte.
especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não
animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada
que se podem observar entre si. ou faltante:
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
diárias dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
dessa fonte.

108
LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes Distribuímos = regra do hiato


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des- (A) sócio = paroxítona terminada em ditongo
sa fonte. (B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome
(D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes oblíquo. Nunca!)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (C) lúcidos = proparoxítona
diárias dessa fonte. (D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui”
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes – oxítona: cons-ti-tui)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
diárias, (X) dessa fonte.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012)
3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – A concordância verbal está plenamente observada na
FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de frase:
concordância verbal na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e
a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas
visibilidade social. públicas.
b) As duas tábuas em que se comprimem o famige- (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto
rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino
como “compro ouro”. religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa ciativa privada.
a exposição pública a que se submetem os guardadores (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex-
de carros. to, contra os que votam a favor do ensino religioso na
d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na escola pública, consistem nos altos custos econômicos
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de- que acarretarão tal medida.
monstração de mau gosto. (D) O número de templos em atividade na cidade
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve- proporção maior do que ocorrem com o número de es-
lhos carros-placa. colas públicas.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Fiz as correções entre parênteses: como a regulação natural do mercado sinalizam para
a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu- as inconveniências que adviriam da adoção do ensino
gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri- religioso nas escolas públicas.
mida a visibilidade social.
b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime) (A) Provocam = provoca (o posicionamento)
o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô- (B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver
nicos, como “compro ouro”. (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
exposição pública a que se submetem os guardadores de pública, consistem = consiste.
carros. (D) O número de templos em atividade na cidade de
d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros- São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma ção maior do que ocorrem = ocorre
demonstração de mau gosto. (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in- a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve-
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da- niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas
queles velhos carros-placa. escolas públicas.

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “E”.

4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
mesma regra que distribuídos. blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(A) sócio (A) embaixadores.
(B) sofrê-lo (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(C) lúcidos (C) prefeitos municipais.
(D) constituí (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) órfãos (E) vereadores.

109
LÍNGUA PORTUGUESA

(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi- (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
dência da República (1991). tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece- põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
-detail.php?id=393)
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A frase que admite transposição para a voz passiva é:
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
grado.
ciedade como tais. (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo grande diversidade de fenômenos.
passará a ser, corretamente, (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
(A) perceba. ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
(B) foi percebido. ficação.
(C) tenham percebido. (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
(D) devam perceber. da vida (...).
(E) estava percebendo. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
dido e da falsa consciência.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do.
princípios... (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
RESPOSTA: “A” - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
concordância verbal e nominal está inteiramente corre-
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
ta na frase: vida (...).
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
valores que determinam as escolhas dos governantes, e da falsa consciência.
para conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes RESPOSTA: “B”.
devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
cípios que regem a prática política. 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda- TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
deiro regime democrático, em que se respeita tanto as vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
liberdades individuais quanto as coletivas. ambiental Geraldo Motta.
(D) As instituições fundamentais de um regime de- Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
mocrático não pode estar subordinado às ordens indis- nhados devem sofrer as seguintes alterações:
criminadas de um único poder central. (A) entrar − vira
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (B) entrava − tinha visto
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes (C) entrasse − veria
opiniões existentes na sociedade. (D) entraria − veria
(E) entrava − teria visto
Fiz os acertos entre parênteses:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
que determinam as escolhas dos governantes, para confe-
ria = entrasse / veria.
rir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- RESPOSTA: “C”.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.

110
CONHECIMENTOS GERAIS

Elementos de política brasileira. Cultura e sociedade brasileira: música, literatura, artes, arquitetura, rádio, cinema, tea-
tro, jornais, revistas e televisão........................................................................................................................................................................... 01
Descobertas e inovações científicas na atualidade e seus impactos na sociedade contemporânea...................................... 05
Meio ambiente e cidadania: problemas, políticas públicas, aspectos locais e aspectos globais.............................................. 07
Panorama nacional contemporâneo. Panorama da economia nacional. O cotidiano brasileiro.............................................. 18
CONHECIMENTOS GERAIS

Há, evidentemente, muitas outras manifestações


ELEMENTOS DE POLÍTICA BRASILEIRA. interessantes e inovadoras acontecendo na cultura bra-
CULTURA E SOCIEDADE BRASILEIRA: sileira. Mas o que foi dito é suficiente para colocarem
MÚSICA, LITERATURA, ARTES, discussão um outro aspecto tão importante quanto ino-
ARQUITETURA, RÁDIO, CINEMA, TEATRO, vador. Trata-se da questão do financiamento da cultura.
Desde meados de 1995, o Governo Federal vem imple-
JORNAIS, REVISTAS E TELEVISÃO.
mentando, na área cultural, uma vigorosa política de
parceria entre o Estado brasileiro, os produtores cultu-
rais e a iniciativa privada. Tal política se apoia na legis-
lação de incentivo fiscal às atividades artísticas e cultu-
A partir de meados da década de 90, o Brasil vem co- rais e permite, no caso do cinema, que os investidores
nhecendo uma extraordinária retomada de suas atividades privados deduzam 100% do que aplicam e, no caso das
culturais. O cinema foi a primeira área a beneficiar-se disso. outras áreas culturais, entre 66 e 76%, dependendo da
O sucesso com que foram recebidos pelo público filmes natureza das empresas, podendo-se chegar aos mesmos
como Carlota Joaquina, O Quatrilho, O Que é Isso Compa- 100% para o caso das artes cênicas, música erudita e ins-
nheiro? E Central do Brasil indica que o cinema brasileiro trumental, livros de arte, acervos de museus, itinerância
poderá reconquistar, a curto prazo, o lugar de destaque de exposições de artes plásticas e acervos de bibliotecas
que havia alcançado no panorama cultural, no início dos públicas.
anos 60, com Terra em Transe e outros filmes. É um sinal É uma política fiscal generosa e adequada pois, em
de que a indústria cinematográfica tem futuro no país. Mas função do conhecido déficit fiscal do Estado brasileiro e
o cinema não é o único. Também na área do patrimônio das enormes carências de recursos para áreas prioritá-
artístico e cultural as iniciativas são tantas e tão diferentes, rias, as empresas privadas são convidadas a se associa-
tomadas em distintas esferas de responsabilidade pública, rem ao Governo Federal e aos produtores culturais para
que estão a demonstrar que em sociedades como a bra- garantirem o desenvolvimento da cultura.
sileira, quando se logra alcançar um estágio razoável de Com efeito, a partir de importantes reformas intro-
controle da inflação e de estabilidade econômica, a energia duzidas em 1995 e 1996 na legislação de incentivo fiscal
social antes empregada pela comunidade na luta pela so- à cultura, e só a nível federal, onde o incentivo ocorre a
brevivência pode ser canalizada também para a preserva- partir de deduções no Imposto de Renda dos patroci-
ção das identidades culturais. nadores privados, o Governo atraiu investimentos que
O restauro do Pelourinho, no Centro Histórico de Sal- ultrapassaram os 180 milhões de reais nos dois primeiros
vador (Bahia), a reforma e recuperação da Pinacoteca do anos de governo. E a atual política de financiamento da
Estado e do Museu do Ipiranga (São Paulo), a retomada cultura está longe de se limitar apenas a estimular os
de cuidados com o centro histórico do Rio de Janeiro e investimentos privados na área.
do centro colonial de cidades como São Luiz (Maranhão), O Governo Federal reconhece que também lhe cabe
Ouro Preto e Diamantina (Minas Gerais), e Recife e Olinda papel fundamental no financiamento a fundo perdido
(Pernambuco), e as celebrações, por todo o País, dos 300 da cultura, particularmente no que diz respeito às ativi-
Anos de Zumbi e da Década dos Povos Indígenas, mostram dades que, pela sua natureza, não chegam ou não têm
que, a despeito de avanços que ainda são necessários nas atrativo no mercado.
áreas econômica e social, às vésperas de celebrarmos os Por essa razão, pela primeira vez em muitas décadas,
500 anos do Descobrimento, os brasileiros estão redesco- aumentou-se em mais de 100% o orçamento do Ministé-
brindo a importância da sua própria memória histórica e rio da Cultura de um ano para o outro, fazendo-o passar
cultural. São sinais de enorme renovação da própria cultu- de R$ 104 milhões, em 1995, para R$ 212 milhões, em
ra. A retomada cultural no Brasil pode ser percebida tam- 1996.
bém na música, na literatura e, mais importante ainda, em Além disso, através de suplementações orçamentá-
um extraordinário fenômeno de mídia, que reflete o inte- rias e de um acordo inédito com o BID, ao final de quatro
resse dos brasileiros pela produção cultural do País. anos, em 1998, o Governo Federal aplicou quase 300 mi-
Certamente, a revalorização das atividades dos museus lhões de dólares no restauro de sítios históricos e na re-
e das artes plásticas com exposições de pintura e escultu- cuperação de áreas urbanas, em vários estados do País,
ra de artistas como Rodin, Miró, Monet e Maillol, sem es- onde há forte interação entre a cultura e partes do teci-
quecer a própria Bienal de Artes de São Paulo são reflexos do urbano deteriorado ou em deterioração. Ainda, atra-
desse interesse, ao mesmo tempo em que o criam. Desde vés de investimentos diretos, o Ministério da Cultura tem
1994, tais eventos atraíram a atenção de mais de 2 milhões apoiado a recuperação de arquivos públicos, fomentado
de pessoas, deixando para trás a percepção tradicional que produções na área das artes cênicas, estimulado a reno-
creditava o interesse pela linguagem plástica apenas a par- vação e a consolidação de orquestras sinfônicas e apoia-
celas eruditas do público. do a reforma de museus, teatros e espaços culturais de
Na realidade, essas mostras de extraordinária beleza e diferentes naturezas. São todos sinais de que o Estado e
valor transformaram-se em manifestações culturais de mas- a sociedade percebem, cada vez mais, a importância da
sa, particularmente do público mais jovem, mostrando que o cultura para a qualidade de vida das pessoas.
espaço está aberto para novas iniciativas semelhantes.

1
CONHECIMENTOS GERAIS

Tal política de financiamento é adequada à realidade A moderna idéia de cultura está, desde o seu surgi-
cultural brasileira? Para justificá-la, podemos mencionar al- mento, intrinsecamente associada à idéia de diversidade.
gumas razões. O Brasil é um país de cultura extremamen- Produto do romantismo alemão, ela passou a reunir na
te rica e diversificada. A origem dessa característica está mesma noção, desde o início do século XIX, a tradição hu-
no peculiar processo de formação da sociedade brasileira, manista de cultivo das realizações superiores do espírito
que, desde o seu nascimento no século XVI, recolheu a ge- nas artes e ciências e a nova valorização, de raiz iluminista,
nerosa contribuição de povos e etnias tão diferentes quan- da diversidade de costumes e crenças dos povos como via
to os índios autóctones, os portugueses descobridores, os para o conhecimento do humano. O que tornava possível
africanos feitos escravos e, depois, franceses, espanhóis, essa aproximação era o fato de ambas as componentes ca-
holandeses, italianos, japoneses, árabes e tantos outros racterizarem-se pela afirmação de valores e atribuição de
que, como conquistadores ou aventureiros, vieram deixar sentido ao mundo. Integrados numa totalidade, costumes
a sua marca cultural aqui, acrescentando valores novos aos coletivos e obras individuais ganhavam um pressuposto de
trazidos pelos pioneiros desbravadores. coerência e influência recíproca, enfatizado por sua des-
Tudo isso fez da cultura brasileira um formidável e crição através da analogia com o organismo. Essa mesma
curioso caleidoscópio, em que se mesclam raças e se mistu- analogia facilitava a apresentação dos povos como indi-
ram múltiplas concepções de vida, expressando uma enorme víduos coletivos, e a afirmação das identidades nacionais
variedade de influências. O mais interessante, no entanto, é como um processo correspondente à maturação e aperfei-
que toda essa diversidade não implica, ao contrário do que çoamento das capacidades singulares de cada indivíduo.
ocorre em algumas sociedades, conflitos ou exclusões de Compartilhamento de valores e significados e singulari-
qualquer natureza em relação ao diferente, isto é, àqueles zação diante de outros conjuntos da mesma natureza são
que expressam identidades culturais distintas. Ao contrário, assim o verso e o reverso, as duas dimensões inseparáveis
uma das mais extraordinárias características da cultura bra- da ideia de cultura.
sileira está em seu caráter acolhedor e integrador. É um sinal Cabe lembrar que a gênese dessa ideia ocorre num
de que, no Brasil, as diferentes origens do povo brasileiro ser- contexto de conflito, com o significado político de opo-
vem para integrá-lo e não para excluí-lo ou dividi-lo. sição ao império napoleônico, apoiado por sua vez no
Por isso mesmo, é indispensável que a política de fi- universalismo revolucionário da doutrina dos direitos do
nanciamento da cultura, no Brasil, seja vigorosa o suficien- homem. O potencial agressivo da idéia de cultura nacional
te para impulsionar o seu desenvolvimento e, ao mesmo não tardou a se manifestar nas lutas posteriores à unifica-
tempo, capaz de assegurar a realização plena da riqueza ção alemã e nas duas guerras mundiais.
e diversidade formadoras da sua matriz. Com efeito, o fi- Concomitantemente, os organismos internacionais
nanciamento da cultura em países pluriculturais como este comprometidos com esforços de paz, como a Liga das Na-
tem de ser tarefa de distintas fontes de financiamento: o ções e a ONU, através da Unesco, desde cedo se empe-
Estado, os produtores culturais e as empresas privadas. nharam em promover o potencial de tolerância e diálogo
Isso assegura tanto que o interesse público seja preserva- presente naquela mesma idéia.
do, através da ação do Estado, como que a sociedade civil Por outro lado, identidades culturais singularizantes
possa intervir no processo de criação artística, através de não tardaram a ser reivindicadas por outros tipos de gru-
seus projetos e de seus investimentos. pos humanos, aquém ou além do recorte nacional, com as
A política de parceria é o fundamento da atual política cul- mesmas oscilações entre formas pacíficas e conflitivas de
tural que se baseia na essência da cultura brasileira, isto é, a sua afirmação. Todas essas variações acabaram por dar origem
riqueza e diversidade. Identidade e diversidade são termos de a diferentes modelos de articulação da diversidade cultural
forte carga emocional e política, que aparentemente apontam no seio dos Estados nacionais, desde o que inspirou An-
para campos opostos: o que privilegiar, o idêntico ou o diverso? dré Malraux na criação do Ministério da Cultura francês,
Num extremo estaria a idéia, cara à sociedade ocidental moder- em que as identidades distintas tenderiam a se integrar em
na, de que todos somos iguais (perante a lei, perante Deus). níveis sucessivamente ampliados de perspectiva universali-
No outro, a liberdade, igualmente cara, de grupos zante, ao modelo multiculturalista de tradição anglo-saxô-
compartilharem características e valores específicos que os nica, onde importa antes de tudo um ideal de “representa-
diferenciam dos demais. Neste embate, o universalismo é ção federada” dos grupos culturalmente definidos em uma
acusado de totalitário e o particularismo de discriminatório arena pública competitiva.
e defensor das desigualdades. Hoje, depois de um longo período em que a célula-
O Ministério da Cultura – através da Secretaria da Iden- -mater da identidade social foi a nação, forças centrífugas
tidade e Diversidade Cultural e da Fundação Casa de Rui têm trazido para a arena política diversos outros atores.
Barbosa – promoveu, ao longo de 2004, uma série de en- Identidades étnicas, de gênero, religiosas, sexuais, de ida-
contros para discutir os significados, a história, os dilemas de, de condição social etc., entraram na competição pela
e as implicações político-jurídicas da identidade e da di- primazia na definição do lugar do indivíduo no mundo. Ao
versidade cultural, assim como sua relevância e aplicações lado e frequentemente contra a ação política institucional,
ao contexto brasileiro. O propósito de tais discussões foi surgiram as ONG’s como expressão mais “pura” da socie-
lançar alguma luz sobre conceitos amplamente usados e dade civil. No Brasil, essa tendência fragmentadora vem
pouco entendidos e servir como subsídio à tomada de de- sendo temperada pela tradição do Estado central forte,
cisões sobre políticas públicas. tradicionalmente visto como árbitro de conflitos entre ci-

2
CONHECIMENTOS GERAIS

dadãos iguais, e que passa a ser visto também como arena mapa cultural do Brasil é localizá-las e identificá-las, esta-
onde os desiguais podem expressar a sua diversidade. O belecendo a cartografia cultural do país em sua diversida-
Ministério da Cultura é chamado a reconhecer e proteger de. Ao mesmo tempo, este mapa deve identificar também
as culturas contra forças que as ameaçam por um “neoco- uma espécie de bacia hidrográfica cultural que ligaria entre
lonialismo” interno ou externo. Tais identidades culturais se si os grupos que compartilham características culturais in-
constroem no embate concreto dos grupos em socieda- dependente de sua localização física.
de e são cambiantes. Assim como o indivíduo é múltiplo O Brasil garante em sua constituição de 1988 direi-
e fragmentado em sua psique, ele partilha de múltiplas e tos diferenciados para as minorias indígenas. De maneira
instáveis identidades sociais, que se reafirmam e se redefi- semelhante, algumas políticas públicas vêm sendo imple-
nem. O grande desafio do Estado nacional e da sociedade mentadas com o objetivo de dar maior projeção social e
internacional organizada hoje é exercer sua função agrega- econômica às minorias étnicas e de cor. No nosso contexto,
dora, favorecendo o diálogo em lugar do conflito, estimu- coloca-se para discussão:
lando a criatividade de forças centrífugas, sem permitir que 1. como a implementação desses direitos diferenciados
o caos acabe por inviabilizar a criação. assim como dessas políticas públicas fundamentadas na
A reivindicação dos direitos do cidadão pode ser per- discriminação positiva (ou ação afirmativa) são compatíveis
cebida como um processo de demanda por direitos uni- com os princípios do universalismo e do individualismo ju-
versais. Universal no sentido de que tais direitos e os mo- rídico que definem o sistema jurídico brasileiro;
vimentos sociais associados com o seu desenvolvimento
tendem a reforçar um ideal capaz de englobar toda a so- 2. qual a melhor maneira de implementar essas polí-
ciedade. Os direitos civis, políticos e sociais foram configu- ticas sem que grupos sociais fiquem em desvantagem em
rados com base nessa idéia. Sua implementação possibi- relação a outros;
litou uma certa homogeneização social, o que está claro,
por exemplo, no direito de uma educação igual e gratuita 3. quais os impactos que essas políticas virão a ter
para todos. para a sociedade (paísesque as adotaram podem servir de
Entretanto, ao reforçarem um ideal oposto, o universal exemplo para o debate).
e o homogêneo, em vez do particular e do heterogêneo, os
movimentos sociais mais recentes dizem não ser mais pos- Cultura internacional.
sível um sistema jurídico cego a diferenças étnicas, de cor,
de gênero, etc. A questão que se coloca para o debate é se A Conferência Geral da Organização das Nações Uni-
a implementação do direito à diferença representa ou não das para a Educação, a Ciência e a Cultura, reunida em Paris
o antagonismo entre uma cidadania universal-inclusiva e na sua décima quarta sessão, hoje, dia 4 de Novembro de
outra particular-plural. 1996, data do vigésimo aniversário da criação da Organi-
Nesse sentido, é significativo que a Unesco tenha apro- zação. Lembrando que o Ato constitutivo da Organização
vado em 2001 a sua Declaração Universal sobre a Diver- declara que “dado que as guerras nascem no espírito dos
sidade Cultural. O documento chama a atenção para al- homens, é nesse mesmo espírito que se deve cultivar a de-
gumas questões interessantes, das quais se destaca, numa fesa da paz”, e que essa deve basear-se na solidariedade
reflexão sobre o tema no Brasil, o conteúdo do Artigo 3º: intelectual e moral da humanidade.
“A diversidade cultural amplia as possibilidades de escolha Lembrando que, nos termos do mesmo Ato constituti-
que se oferecem a todos: é uma das fontes do desenvolvi- vo, a dignidade do homem exige a difusão da cultura e da
mento, entendido não somente como crescimento econô- educação de todos os cidadãos com vista à justiça, à liber-
mico, mas também como meio de acesso a uma existência dade e à paz e que, neste sentido, impõe a todas as nações
intelectual, afetiva, moral e espiritual satisfatória”. deveres sagrados que elas devem cumprir num espírito de
A diversidade de condições econômicas e sociais en- assistência mútua.
tre as várias regiões do Brasil, aliada ao peso de um pas- Considerando que os Estados membros da Organiza-
sado histórico específico está na base da diversidade de ção, resolvidos a assegurar a busca da verdade e a livre
suas manifestações culturais. A circunstância histórica que troca de idéias e conhecimentos, decidiram desenvolver e
fez com que em determinada região tenha havido maior multiplicar as relações entre os respectivos povos.
concentração de escravos, ou de imigrantes ou de popu- Considerando que, apesar do avanço da técnica, que
lações indígenas só recentemente contatadas conforma a facilita o desenvolvimento e a difusão dos conhecimentos
fisionomia cultural do lugar; bem como o isolamento em e das idéias, a ignorância do modo de vida e dos costu-
que se mantiveram localidades distantes do interior foi mes dos povos ainda constitui obstáculo à amizade entre
fundamental para a preservação de usos e falares antigos e as nações, à sua cooperação pacífica e ao progresso da hu-
já desaparecidos nas grandes cidades. Essas peculiaridades manidade.
culturais locais conformam identidades culturais específi- Baseando-se na Declaração Universal dos Direitos do
cas. Elas podem se manifestar tanto nas variações de uso Homem, na Declaração dos Direitos da Criança, na Decla-
da língua portuguesa, quanto na de realizar determinados ração Sobre a Concessão de Independência aos Países e
trabalhos, nos hábitos alimentares, na indumentária, na Povos Coloniais, na Declaração das Nações Unidas Sobre
maneira de construir as habitações, nas tradições religio- a Eliminação de Todas as formas de Discriminação Racial,
sas, nas festas e nas manifestações artísticas. Produzir o na Declaração Sobre a Propagação entre os Jovens dos

3
CONHECIMENTOS GERAIS

Ideais de Paz, Respeito Mútuo e Compreensão entre os §5 Melhorar, em todos os países do mundo, as condi-
Povos, e na Declaração Sobre a Inadmissibilidade da In- ções da vida espiritual do homem e da sua existência ma-
tervenção nos Assuntos Internos dos Estados e a Projeção terial.
da sua Independência e Soberania, declarações sucessi-
vamente proclamadas pela Assembléia Geral das Nações Artigo 5°
Unidas. Convencida, pela experiência adquirida durante os A cooperação cultural é um dever e um direito de to-
primeiros vinte anos de existência da Organização, da ne- dos os povos e de todas as nações, que devem comparti-
cessidade de afirmar os princípios da cooperação cultural lhar o respectivo saber e conhecimentos.
internacional para os reforçar.
Proclama a presente Declaração dos princípios da coo- Artigo 6°
peração cultural internacional, a fim de que os governos, Na influência benéfica que exerce sobre a cultura, a
as autoridades, as organizações, as associações e as insti- cooperação internacional, ao favorecer o seu enriqueci-
tuições responsáveis pelas atividades culturais se inspirem, mento mútuo, respeitará a originalidade de cada uma.
constantemente nesses princípios, e a fim de se atingirem
gradualmente os objetivos de paz e de prosperidade de- Artigo 7°
finidos na Carta das Nações Unidas através da cooperação A vasta difusão das ideias e conhecimentos, baseada
entre todas as nações nos domínios da educação, da ciência no intercâmbio e no confronto mais livres, é essencial à
e da cultura, como é proposto pelo Ato constitutivo da atividade criadora, à busca da verdade e à realização da
pessoa humana. A cooperação cultural realçará as ideias e
Organização: os valores propícios à criação de um clima de amizade e de
paz. Excluirá quaisquer vestígios de hostilidade nas atitu-
Artigo 1 des e na expressão das opiniões. Esforçar-se-á por assegu-
Toda a cultura tem uma dignidade e um valor que de- rar um caráter de autenticidade à difusão e à apresentação
vem ser respeitados e salvaguardados.Todos os povos têm das informações.
o direito e o dever de desenvolver as respectivas culturas.
Todas as culturas fazem parte do patrimônio comum da Artigo 8°
humanidade, na sua variedade fecunda, diversidade e in- A cooperação cultural exercer-se-á para benefício mú-
fluência recíproca. tuo de todas as nações que a praticarem. Os intercâmbios
que proporcionará serão organizados dentro de um espíri-
Artigo 2° to de reciprocidade.
As nações esforçar-se-ão por atingir o desenvolvimen-
to paralelo e, tanto quanto possível, simultâneo da cultura Artigo 9°
nos seus diversos domínios, a fim de estabelecer um equi- A cooperação cultural deve contribuir para estabelecer
líbrio harmonioso entre o progresso técnico e a elevação entre os povos relações estáveis e duráveis que estejam
intelectual e moral da humanidade. acima das tensões que posam vir a produzir-se nas rela-
ções internacionais.
Artigo 3°
A cooperação cultural internacional alargar-se-á a to- Artigo 10º
dos os domínios das atividades intelectuais e criadoras de- A cooperação cultural atribuirá importância especial à
pendentes da educação, da ciência e da cultura. juventude, num espírito de amizade, compreensão inter-
nacional e paz. Ajudará os Estados a tomar consciência da
Artigo 4° necessidade de despertar as vocações nos domínios mais
A cooperação cultural internacional, nas suas diversas díspares e de favorecer a formação profissional das novas
formas (bilateral ou multilateral, regional ou universal), ten- gerações.
derá para:
§1. Difundir os conhecimentos, estimular as vocações e Artigo 11
enriquecer a cultura. Nas suas relações culturais, os Estados inspirar-se-ão
§2 Desenvolver as relações pacíficas e a amizade entre nos princípios das Nações Unidas. No seu esforço para rea-
os povos e levá-los a lizar a cooperação internacional, respeitarão a igualdade
uma melhor compreensão dos respectivos modos de soberana dos Estados e abster-se-ão de intervir nos assun-
vida. tos de competência essencialmente nacional. Os princípios
§3 Contribuir para a aplicação dos princípios enuncia- da presente Declaração serão aplicados dentro do respeito
dos nas declarações das Nações Unidas, relembradas no dos direitos do homem e das liberdades fundamentais
preâmbulo da presente Declaração.
§4 Permitir a todos os homens ascender ao conheci-
mento, desfrutar das artes e das letras de todos os povos,
beneficiar-se dos progressos e das vantagens da ciência
alcançados em todos os países do mundo, e contribuir pes-
soalmente para o enriquecimento da vida cultural.

4
CONHECIMENTOS GERAIS

Assim, são, em geral, patenteáveis, mas não publicá-


DESCOBERTAS E INOVAÇÕES CIENTÍFICAS veis. Desta forma, podemos conceituar uma descoberta
NA ATUALIDADE E SEUS IMPACTOS NA científica ou tecnológica como um ato acadêmico, realiza-
do no âmbito da universidade, destinado à capacitação de
SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA.
recursos humanos qualificados e gerador de novos conhe-
cimentos publicáveis nos periódicos especializados, como
prova de sua originalidade e valor como um conhecimento.
A inovação, ao contrário, como acima apresentado, é
Uma questão crucial e oportuna para um país emer-
uma atividade econômica, executada no ambiente da pro-
gente, que busca caminhos para alcançar um nível de
dução, e que se destina a dar mais competitividade a uma
produção e renda compatíveis com as necessidades da
tecnologia, ou descoberta tecnológica, de um produto ou
sociedade, são os processos, e os seus desafios, para ge-
processo, ampliando a sua parcela de mercado e, assim,
rar valor econômico a partir do conhecimento. Ou seja,
agregando valor econômico e lucratividade.
é a relação entre o dispêndio em pesquisa e desenvolvi-
Portanto, uma tecnologia constitui-se de uma desco-
mento (DPD) e o crescimento do produto interno bruto
berta, o uso de algum conhecimento recente ou não em
(PIB) do país, no presente cenário de um mundo globali-
uma nova aplicação, robustecida por centenas ou milhares
zado, além da forma em que esse DPD é aplicado.
de inovações utilizando criativamente conhecimentos exis-
Comecemos por compreender como se realiza o pro-
tentes. Um mesmo produto tem, em geral, umas poucas
cesso em que um dado conhecimento é incorporado ao
descobertas amplamente conhecidas através de publica-
valor econômico de um produto ou processo. Esse me-
ções e centenas ou milhares de inovações, protegidas do
canismo é complexo e variável para cada tipo de agre-
conhecimento e uso por terceiros através depatentes.
gação. Entretanto, é possível estabelecer algumas etapas
Como exemplo, temos a tela de monitor que, em 70
comuns a todos os processos, sistematizando-os para
anos de existência, teve duas descobertas tecnológicas,
que possamos melhor compreendê-los e até interferir,
válvula termoiônica e cristal líquido, e milhares de inova-
com a formulação de políticas públicas para o seu pleno
ções patenteadas por diversos fabricantes, pois é óbvio
desenvolvimento.
que os atuais modelos no mercado só têm em comum com
O uso de um conhecimento científico em uma nova
os primeiros as descobertas tecnológicas. Outro exemplo é
aplicação determina o que vamos chamar de uma desco-
a propulsão do avião que, em cem 130 anos, só teve três
berta tecnológica. Esse conhecimento tanto pode ser já con-
descobertas: a hélice, o turbo hélice e o jato. Mas o número
sagrado em outros usos (por exemplo, válvula de emissão
de inovações conta-se aos milhares.
termoiônica para fazer o cinescópio da televisão) ou acaba-
Note-se que as inovações podem ser desenvolvidas
do de ser descoberto (uso do cristal líquido para fazer uma
em descobertas tecnológicas recentes ou antigas, pelos
tela de calculadora). Nessa fase embrionária, uma descober-
que realizaram a descoberta ou por outros produtores. As-
ta tecnológica é, em si mesma, essencialmente um novo co-
sim, a Coréia, embora domine o mercado de monitores,
nhecimento, um conhecimento tecnológico, que se constitui
não descobriu nenhuma das duas tecnologias usadas para
na própria proposta de uma aplicação criativa do conheci-
telas. O mesmo ocorre com a telefonia celular, que não é
mento científico.
descoberta da Nokia, da Samsung ou da Motorola, os três
Nesse estado nativo, é de muito interesse para ativi-
principais fabricantes. Assim como a Embraer não desco-
dade acadêmica, principalmente para a capacitação de re-
briu o avião.
cursos humanos para a pesquisa, e também porque pode
Como a descoberta tecnológica, em seu estado natu-
ser objeto de publicações e teses. Mas não tem ainda, de
ral, não tem viabilidade no mercado sem as inovações, fica
pese, um valor econômico, pois não é suficientemente
claro que essas é que são o real mecanismo de agregação
robusta para competir, no mercado, com as alternativas
de valor econômico, na medida em que transformam uma
tecnológicas existentes, e nem é ainda patenteável.
descoberta em um produto ou processo capaz de disputar
À essa descoberta tecnológica começam, então, a
o mercado, pela quase contínua incorporação de conheci-
ser agregados inúmeros aperfeiçoamentos, ou inovações
mentos.
tecnológicas, contadas, muitas vezes, às centenas e até
Um aspecto relevante é que uma descoberta tecnoló-
milhares, tanto no produto quanto no seu processo de
gica pode consumir 10, 20 ou mais anos para alcançar su-
fabricação. Essas inovações vão implementando a robus-
ficiente robustez para tornar-se uma tecnologia e disputar
tez da tecnologia até dar-lhe suficiente competitividade,
mercado. E, por vezes, isso jamais acontece e a descoberta
para que possa vir a disputar com as outras tecnologias
acaba definitivamente abandonada. O seu risco, portanto,
do mesmo produto ou processo, ou do seu substituto,
é muito elevado. A inovação, ao contrário, na medida em
uma parcela do seu mercado.
que é o atendimento de uma demanda real do mercado,
É importante notar que, em sua grande maioria, essas
por ser mais objetiva, é rapidamente implementada e, por
inovações não exigem que seja gerado um novo conheci-
essas razões, tem baixo risco.
mento, mas são simplesmente o uso criativo, para o caso
Portanto, mesmo para um país que descobre novas
específico, de conhecimentos já existentes. Por exemplo,
tecnologias, como os países do primeiro mundo, é indis-
fazer a tela do cinescópio plana ou tornar a tela de cristal
pensável ter uma eficiente geração de inovações no setor
líquido em matriz ativa.
produtivo, para que alcance uma agregação efetiva de va-

5
CONHECIMENTOS GERAIS

lor econômico com o uso do conhecimento. E este, entre- Comparando o mapeamento e sequenciamento gené-
tanto, nem precisou ser gerado no próprio país, como é o tico ao mapeamento de uma estrada que se estendesse,
caso de Taiwan e Coréia. digamos, de Porto Alegre a Manaus. O Projeto Genoma
Portanto, para transformar conhecimento em valor Humano, conduzido pelos órgãos do governo tem obtido
agregado, a geração de inovações é condição indeclinável. dados de alta qualidade e precisão, registrando os deta-
E a descoberta de novas tecnologias é conveniente, desde lhes das células humanas - inclusive as porções do DNA
que o setor produtivo seja um gerador de inovações. que não contém gene algum e que constituem 97% do seu
A posição do nosso país está muito aquém do desejá- total. A iniciativa privada, porém, juntou- se ao projeto em
vel e até do necessário para alimentar o nosso desenvolvi- vista do potencial de lucro que as pesquisas podem trazer,
mento sustentado. Temos realizado, nos últimos 30 anos, o especialmente para as indústrias farmacêuticas. A rapidez
DPD de modo irregular e, principalmente, ineficiente, para na obtenção de resultados, que podem ser transformados
a transformação de conhecimento em valor econômico, em patentes, tornou- se crucial para.
posto que a nossa política de fomento à pesquisa (ou po- Com a iniciativa privada ocupando- se apenas dos
lítica de ciência & tecnologia, na nomenclatura oficial) não genes mais interessantes e os pesquisadores do governo
contempla a geração de inovações pelo setor produtivo, dedicando- se ao sequenciamento dos demais, as duas for-
mas apenas as descobertas científicas e tecnológicas, reali- mas de trabalho podem se complementar, em benefício do
zadas no âmbito acadêmico. É o que mostram a medida da conhecimento geral.
nossa inventividade e de crescimento do PIB. Com a entrada da iniciativa privada no Projeto Geno-
ma, dando preferência a uma abordagem dirigida ape-
Projeto Genoma nas aos genes que apresentam interesse para a cura de
O Projeto Genoma Humano é um empreendimento doenças, o setor público passou a rever seu cronograma
internacional, iniciado formalmente em 1990 e projetado e espera concluir o Projeto em 2003 e não em 2005, como
para durar 15 anos, com os seguintes objetivos: Identificar proposto inicialmente.
e fazer o mapeamento dos 80 mil genes que se calcula exis- As tecnologia,os recursos biológicos e os bancos de
tirem no DNA das células do corpo humano; Determinar as dados gerados pela pesquisa sobre o genoma terão gran-
sequências dos 3 bilhões de bases químicas que compõem de impacto nas indústrias relacionadas à biotecnologia,
o DNA humano; Armazenar essa informação em bancos, como a agricultura, a produção de energia, o controle do
desenvolver ferramentas eficientes para analisar esses da- lixo, a despoluição ambiental.
dos e torna lós acessíveis para novas pesquisas biológicas. O Projeto Genoma Humano, conseguiu até agora iden-
O PHG tem como um objetivo principal construí uma sé- tificar os genes contidos em dois cromossomos , 22 e o 21.
rie de diagramas descritivos de cada cromossomo humano, A conquista do genoma promete uma revolução na
com resoluções cada vez mais apuradas. Para isso, é neces- medicina cujos resultados brotarão aos poucos ao longo
sário: dividir os cromossomos em fragmentos menores que das próximas décadas. Os genes são instruções que deter-
possam ser propagados e caracterizados; e depois ordenar minam as características físicas de cada indivíduo, como a
esses fragmentos, de forma a corresponderem a suas res- cor dos olhos e a formação óssea. Também produzem pro-
pectivas posições nos cromossomos (mapeamento). teínas indispensáveis ao funcionamento do corpo, como as
Depois de completo mapeamento, o passo seguinte é que ajudam o estômago a dirigir comida ou a metabolizar
determinar a sequência das bases de cada um dos frag- carboidratos. Genes defeituosos desequilibram o organis-
mentos de DNA já ordenados. O objetivo é descobrir os mo e podem causar doenças. Com a chave do código, os
genes na seqüência do DNA e desenvolver meios de usar cientistas vão compreender o processo que gera tais ma-
esta informação para estudo da biologia e da medicina, na les, para então desenvolver exames de diagnóstico e trata-
cura de doenças por exemplo. mentos. Há esperança de cura com a substituição de genes
Ele começou como uma iniciativa do setor público, tendo a anormais.
liderança de James Watson, na época chefe dos Institutos Na-
cionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH). Numerosas escolas, Mulher com primeiro rosto transplantado
universidades e laboratórios participam do projeto, usando re- A primeira reação da mulher de 38 anos que foi sub-
cursos do NIH e Departamento de Energia norteamericano. Ó metida à cirurgia pioneira de transplante de rosto da histó-
este órgão financia cerca de 200 investidores separados nos EUA. ria foi agradecer aos médicos.
Em outros países, grupos de pesquisadores em univer- Segundo os cirurgiões, ela pediu uma caneta e um pa-
sidades e institutos de pesquisa também estão envolvidos pel e escreveu em francês a palavra “merci” [obrigada, em
no Projeto Genoma. Além destes, muitas empresas priva- português].
das grandes e pequenas também conduzem pesquisa so- De acordo com eles, a palavra foi escrita depois de
bre o genoma humano. ela ter se olhado no espelho, 24 horas após a cirurgia que
Basicamente, 18 países iniciaram programas de pes- ocorreu no último domingo na cidade de Amiens, no norte
quisas sobre o genoma humano. Os maiores programas da França. A mulher recebeu tecidos, artérias e veias de
desenvolvem- se na Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, outra mulher que havia tido morte cerebral. Em maio pas-
China, Coréia, Dinamarca, Estados Unidos, França, Holanda, sado, a transplantada foi atacada por seu cão, um labrador
Israel, Itália, Japão, México Reino Unido, Rússia, Suécia e (em geral, uma raça dócil), e teve seu rosto desfigurado.
União Européia.

6
CONHECIMENTOS GERAIS

BIOTECNOLOGIA E TRANSGÊNICOS Células “reprogramadas” poderão criar tecidos e


A biotecnologia, conceitualmente, é a união de bio- órgãos
logia com tecnologia; é um conjunto de técnicas que uti- Um dos grandes avanços na área da saúde está na “re-
lizam os seres vivos no desenvolvimento de processos e programação” de células adultas. Com esta conquista, os
produtos que tenham uma função econômica e/ou social. cientistas conseguiram transformar células de pele ou san-
A biotecnologia envolve várias áreas do conhecimento e, gue nas chamadas “células pluripotentes” — que possuem
em consequência, vários profissionais, sendo uma ciência o potencial de se tornar qualquer tipo de célula existente
de natureza multidisciplinar. no organismo.
Apesar do termo biotecnologia ser novo, o princípio é
muito antigo. Por exemplo, a utilização da levedura na fer- Tal descoberta é um grande passo para o tratamen-
mentação da uva e do trigo para produção de vinho e pão to de doenças raras, pois os cientistas já estão utilizando
vem de muitos anos antes de Cristo. Com a evolução da a técnica na produção de linhas de células voltadas a de-
ciência em seus diversos setores, inúmeras metodologias terminados pacientes. Além disso, outros genes são capa-
biotecnológicas têm sido sistematizadas, aumentando seus zes de transformar as células da pele em neurônios ou até
benefícios econômicos, sociais e ambientais. Vários cien- mesmo em células de sangue. Outro grande objetivo deste
tistas, com suas descobertas, tiveram grande importância tipo de técnica está em poder auxiliar transplantes, criando
para a evolução e sistematização da biotecnologia. Por e substituindo tecidos, células e órgãos.
exemplo, Louis Pasteur com a descoberta dos microrganis-
mos em 1861, Gregor Mendel com a descoberta da here-
ditariedade em 1865, James Watson e Francis Crick com a
descoberta da estrutura do DNA (ácido desoxirribonucléi- MEIO AMBIENTE E CIDADANIA:
co, molécula responsável pela informação genética de cada PROBLEMAS, POLÍTICAS PÚBLICAS,
ser vivo) em 1953, entre outros. ASPECTOS LOCAIS E ASPECTOS GLOBAIS.
A partir da descoberta da estrutura do DNA, houve uma
revolução incrível na área da genética e biologia molecular,
surgindo, então, a chamada biotecnologia moderna, a qual
consiste na manipulação controlada e intencional do DNA Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política
por meio das técnicas de engenharia genética. Por meio Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.
de tais técnicas foi possível a produção de insulina huma-
na em bactérias e o desenvolvimento de inúmeras plantas LEI No 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999.
transgênicas a partir da década de 80.
As várias técnicas relacionadas à biotecnologia têm O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
trazido, via de regra, benefícios para a sociedade. As fer- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
mentações industriais na produção de vinhos, cervejas,
pães, queijos e vinagres; a produção de fármacos, vacinas, CAPÍTULO I
antibióticos e vitaminas; a utilização de biofungicidas no DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
controle biológico de pragas e doenças; o uso de micror-
ganismos visando à biodegradação de lixo e esgoto; o uso Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os pro-
de bactérias fixadoras de nitrogênio e fungos micorrízicos cessos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade
para a melhoria de produtividade das plantas; o desenvol- constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, ati-
vimento de plantas e animais melhorados utilizando técni- tudes e competências voltadas para a conservação do meio
cas convencionais de melhoramento genético e também a ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
transformação genética. qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Há pouco tempo, uma notícia causou grande furor no Art. 2o A educação ambiental é um componente es-
mundo científico. Aparentemente, os pesquisadores do sencial e permanente da educação nacional, devendo estar
CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) con- presente, de forma articulada, em todos os níveis e moda-
seguiram “encontrar” o chamado Bóson de Higgs — ou a lidades do processo educativo, em caráter formal e não-
“partícula de Deus”, que seria a origem de toda matéria -formal.
existente no universo. O anúncio de tal descoberta este- Art. 3o Como parte do processo educativo mais amplo,
ve entre as principais notícias do mês, gerando polêmica todos têm direito à educação ambiental, incumbindo:
e grande interesse de várias pessoas de diferentes países. I - ao Poder Público, nos termos dos  arts. 205  e  225
Além do Bóson de Higgs, outras pesquisas científicas da Constituição Federal,  definir políticas públicas que in-
também ganharam notoriedade e admiração por apresen- corporem a dimensão ambiental, promover a educação
tarem resultados surpreendentes. Entre elas está a possível ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento
descoberta de água líquida em Marte pela NASA, assim da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do
como a provável detecção da matéria escura — que é res- meio ambiente;
ponsável pela gravidade que mantém as galáxias unidas, II - às instituições educativas, promover a educação
sendo um dos grandes mistérios da Física. ambiental de maneira integrada aos programas educacio-
nais que desenvolvem;

7
CONHECIMENTOS GERAIS

III - aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a
Meio Ambiente - Sisnama, promover ações de educação ciência e a tecnologia;
ambiental integradas aos programas de conservação, re- VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação
cuperação e melhoria do meio ambiente; dos povos e solidariedade como fundamentos para o futu-
IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de ro da humanidade.
maneira ativa e permanente na disseminação de informa-
ções e práticas educativas sobre meio ambiente e incorpo- CAPÍTULO II
rar a dimensão ambiental em sua programação; DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIEN-
V - às empresas, entidades de classe, instituições pú- TAL
blicas e privadas, promover programas destinados à capa- Seção I
citação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao contro- Disposições Gerais
le efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre
as repercussões do processo produtivo no meio ambiente; Art. 6o É instituída a Política Nacional de Educação Am-
VI - à sociedade como um todo, manter atenção per- biental.
manente à formação de valores, atitudes e habilidades que Art. 7o A Política Nacional de Educação Ambiental en-
propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a volve em sua esfera de ação, além dos órgãos e entidades
prevenção, a identificação e a solução de problemas am- integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sis-
bientais. nama, instituições educacionais públicas e privadas dos
Art. 4o São princípios básicos da educação ambiental: sistemas de ensino, os órgãos públicos da União, dos Esta-
I - o enfoque humanista, holístico, democrático e par- dos, do Distrito Federal e dos Municípios, e organizações
ticipativo; não-governamentais com atuação em educação ambiental.
II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, Art. 8o As atividades vinculadas à Política Nacional de
considerando a interdependência entre o meio natural, o Educação Ambiental devem ser desenvolvidas na educação
socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustenta- em geral e na educação escolar, por meio das seguintes
linhas de atuação inter-relacionadas:
bilidade;
I - capacitação de recursos humanos;
III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas,
II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experi-
na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade;
mentações;
IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho
III - produção e divulgação de material educativo;
e as práticas sociais;
IV - acompanhamento e avaliação.
V - a garantia de continuidade e permanência do pro-
§ 1o Nas atividades vinculadas à Política Nacional de
cesso educativo;
Educação Ambiental serão respeitados os princípios e ob-
VI - a permanente avaliação crítica do processo edu-
jetivos fixados por esta Lei.
cativo; § 2o A capacitação de recursos humanos voltar-se-á para:
VII - a abordagem articulada das questões ambientais I - a incorporação da dimensão ambiental na formação,
locais, regionais, nacionais e globais; especialização e atualização dos educadores de todos os
VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à níveis e modalidades de ensino;
diversidade individual e cultural. II - a incorporação da dimensão ambiental na forma-
Art. 5o  São objetivos fundamentais da educação am- ção, especialização e atualização dos profissionais de todas
biental: as áreas;
I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada III - a preparação de profissionais orientados para as
do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, atividades de gestão ambiental;
envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, po- IV - a formação, especialização e atualização de profis-
líticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; sionais na área de meio ambiente;
II - a garantia de democratização das informações am- V - o atendimento da demanda dos diversos segmen-
bientais; tos da sociedade no que diz respeito à problemática am-
III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência biental.
crítica sobre a problemática ambiental e social; § 3o As ações de estudos, pesquisas e experimentações
IV - o incentivo à participação individual e coletiva, voltar-se-ão para:
permanente e responsável, na preservação do equilíbrio I - o desenvolvimento de instrumentos e metodolo-
do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade gias, visando à incorporação da dimensão ambiental, de
ambiental como um valor inseparável do exercício da ci- forma interdisciplinar, nos diferentes níveis e modalidades
dadania; de ensino;
V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões II - a difusão de conhecimentos, tecnologias e informa-
do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à ções sobre a questão ambiental;
construção de uma sociedade ambientalmente equilibra- III - o desenvolvimento de instrumentos e metodolo-
da, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, soli- gias, visando à participação dos interessados na formula-
dariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e ção e execução de pesquisas relacionadas à problemática
sustentabilidade; ambiental;

8
CONHECIMENTOS GERAIS

IV - a busca de alternativas curriculares e metodológi- II - a ampla participação da escola, da universida-


cas de capacitação na área ambiental; de e de organizações não-governamentais na formu-
V - o apoio a iniciativas e experiências locais e regio- lação e execução de programas e atividades vincula-
nais, incluindo a produção de material educativo; das à educação ambiental não-formal;
VI - a montagem de uma rede de banco de dados e III - a participação de empresas públicas e priva-
imagens, para apoio às ações enumeradas nos incisos I a V. das no desenvolvimento de programas de educação
ambiental em parceria com a escola, a universidade
Seção II e as organizações não-governamentais;
Da Educação Ambiental no Ensino Formal IV - a sensibilização da sociedade para a impor-
tância das unidades de conservação;
Art. 9o Entende-se por educação ambiental na educa- V - a sensibilização ambiental das populações
ção escolar a desenvolvida no âmbito dos currículos das tradicionais ligadas às unidades de conservação;
instituições de ensino públicas e privadas, englobando: VI - a sensibilização ambiental dos agricultores;
I - educação básica: VII - o ecoturismo.
a) educação infantil;
b) ensino fundamental e CAPÍTULO III
c) ensino médio; DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE
II - educação superior; EDUCAÇÃO AMBIENTAL
III - educação especial;
IV - educação profissional; Art. 14. A coordenação da Política Nacional de
V - educação de jovens e adultos. Educação Ambiental ficará a cargo de um órgão ges-
Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como tor, na forma definida pela regulamentação desta Lei.
uma prática educativa integrada, contínua e permanente Art. 15. São atribuições do órgão gestor:
em todos os níveis e modalidades do ensino formal. I - definição de diretrizes para implementação
§ 1o A educação ambiental não deve ser implantada
em âmbito nacional;
como disciplina específica no currículo de ensino.
II - articulação, coordenação e supervisão de pla-
§ 2o  Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas
nos, programas e projetos na área de educação am-
áreas voltadas ao aspecto metodológico da educação am-
biental, em âmbito nacional;
biental, quando se fizer necessário, é facultada a criação de
III - participação na negociação de financiamen-
disciplina específica.
tos a planos, programas e projetos na área de edu-
§ 3o  Nos cursos de formação e especialização técni-
cação ambiental.
co-profissional, em todos os níveis, deve ser incorporado
Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
conteúdo que trate da ética ambiental das atividades pro-
fissionais a serem desenvolvidas. cípios, na esfera de sua competência e nas áreas de
Art. 11. A dimensão ambiental deve constar dos currí- sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e crité-
culos de formação de professores, em todos os níveis e em rios para a educação ambiental, respeitados os prin-
todas as disciplinas. cípios e objetivos da Política Nacional de Educação
Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber Ambiental.
formação complementar em suas áreas de atuação, com o pro- Art. 17. A eleição de planos e programas, para
pósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princí- fins de alocação de recursos públicos vinculados à
pios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental. Política Nacional de Educação Ambiental, deve ser
Art. 12. A autorização e supervisão do funcionamento realizada levando-se em conta os seguintes critérios:
de instituições de ensino e de seus cursos, nas redes públi- I - conformidade com os princípios, objetivos e
ca e privada, observarão o cumprimento do disposto nos diretrizes da Política Nacional de Educação Ambien-
arts. 10 e 11 desta Lei. tal;
II - prioridade dos órgãos integrantes do Sisnama
Seção III e do Sistema Nacional de Educação;
Da Educação Ambiental Não-Formal III - economicidade, medida pela relação entre a
magnitude dos recursos a alocar e o retorno social
Art. 13. Entendem-se por educação ambiental não-formal propiciado pelo plano ou programa proposto.
as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da co- Parágrafo único. Na eleição a que se refere
letividade sobre as questões ambientais e à sua organização e o  caput deste artigo, devem ser contemplados, de
participação na defesa da qualidade do meio ambiente. forma eqüitativa, os planos, programas e projetos
Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, es- das diferentes regiões do País.
tadual e municipal, incentivará: Art. 18. (VETADO)
I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação Art. 19. Os programas de assistência técnica e fi-
de massa, em espaços nobres, de programas e campanhas nanceira relativos a meio ambiente e educação, em
educativas, e de informações acerca de temas relacionados níveis federal, estadual e municipal, devem alocar re-
ao meio ambiente; cursos às ações de educação ambiental.

9
CONHECIMENTOS GERAIS

CAPÍTULO IV Entende-se por Políticas Públicas:


DISPOSIÇÕES FINAIS • “O conjunto de ações coletivas voltadas para a ga-
rantia dos direitos sociais, configurando um compromis-
Art. 20. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no so público que visa dar conta de determinada demanda,
prazo de noventa dias de sua publicação, ouvidos o Con- em diversas áreas. Expressa a transformação daquilo que é
selho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho Nacional do âmbito privado em ações coletivas no espaço público”
de Educação. (guareschi et al., 2004).
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi- • O campo de conhecimentos que analisa o gover-
cação. no à luz de grandes questões públicas (mead, 1995, apud
Brasília, 27 de abril de 1999; 178o da Independência e souza 2006).
111o da República. • A soma das atividades dos governos, que agem
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO diretamente ou através de delegação e que influenciam a
Paulo Renato Souza  vida dos cidadãos (peters, 1986, apud souza 2006).
José Sarney Filho • O que o governo escolhe fazer ou não fazer (dye,
1984, apud souza 2006).
POLÍTICAS PÚBLICAS
Em última instância, pode-se dizer que os temas rela-
São diretrizes, princípios norteadores de ação do poder tivos às políticas públicas dizem respeito a entender quem
público que se apresenta através dos programas, ações e ganha o quê, por que e que diferença isso faz.
atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou não, As PP são desenvolvidas por instituições governamen-
com a participação de entes públicos ou privados, para ga- tais e seus responsáveis por meio de processos políticos.
rantir um direito de cidadania. Sua implementação pode ou não envolver organiza-
As políticas públicas no Brasil atravessaram diversos ções da sociedade, empresas etc.
avatares de acordo com o desenvolvimento histórico da As PP envolvem não somente a decisão de elaboração
economia, da sociedade e, particularmente, do Estado bra- legal, mas os atos subsequentes relacionados à implemen-
sileiro. Assim, tomando como base os textos de Keinert tação, interpretação e cumprimento da lei.
(1994) e Medeiros (2001), podemos repartir a evolução
do Estado de Bem-Estar Social, das políticas públicas e da Dentro do contexto da política pública, observamos:
administração pública no Brasil em diversos períodos de  Cultura política
acordo com as metamorfoses do caráter do Estado e os es-  Opinião pública
tágios de desenvolvimento econômico e desenvolvimento  Sistema social (diferentes interesses)
social da nossa história republicana, a saber:  Sistema econômico
 Contexto institucional
1889-1929 – República Velha  Relações federativas
1930-1945 – Estado Novo  Separação de poderes
1945-1964 – Período Democrático-Desenvolvimentista  Sistema partidário
1964-1985 – Ditadura Militar
1985-2002 – Nova República E são vários papéis que identificamos nos processos de
2002 em diante – Fase Atual P.P, dentre eles temos os:
 Formuladores
As POLÍTICAS PÚBLICAS atendem à áreas da educação,  Implementadores
habitação, saneamento, saúde, transporte, segurança, de-  Interessados
fesa, desenvolvimento sustentável.  Beneficiários
 Políticos
Como são formuladas as Políticas Públicas?  Burocratas
As políticas públicas são formuladas principalmente  Imprensa
por iniciativa dos poderes executivo, ou legislativo, separa-
da ou conjuntamente, a partir de demandas e propostas da Que irão atuar em:
sociedade, em seus diversos seguimentos.  Movimentos Sociais
A participação da sociedade na formulação, acompa-  Conselhos e Conferências
nhamento e avaliação das políticas públicas em alguns ca-  Câmaras e Assembléias
sos é assegurada na própria lei que as institui.  Poder Judiciário
No caso da Educação e da Saúde, a sociedade partici-  Ministério Público
pa (ao menos em tese) mediante os Conselhos municipal,  Secretarias de Governo
estadual e nacional. Audiências públicas, encontros e con-  Comunidades Epistêmicas
ferências setoriais são também instrumentos que vem se  Entre outros
afirmando nos últimos anos como forma de envolver os
diversos seguimentos da sociedade em processo de parti- Na atuação das PPs, é muito importante o papel do
cipação e controle social. Controle social:

10
CONHECIMENTOS GERAIS

 Está diretamente associado à transparências dos do colapso do Estado comunista. A despeito do entusias-
atos dos agentes públicos. mo inicial, a possibilidade de existência do Estado mínimo
 Deve estar presente ao longo de todo o ciclo das mostrou-se irrealista, principalmente para os países em de-
políticas públicas. senvolvimento, onde as políticas públicas desempenham
 Cria condições para o estabelecimento de relações um papel estratégico para aliviar a pobreza e torná-los
de confiança. mais compatíveis com uma economia de mercado.
 Exige a existência de mecanismos de prestação de Na impossibilidade de substituir o Estado pelo merca-
contas. do, a crise deste período acabou produzindo uma reforma
deste Estado na maioria dos países ocidentais. Segundo
Sendo que seus principais instrumentos são: Bresser Pereira (1996) “No lugar da velha administração
 Fiscalização de contratações. pública burocrática, emergiu uma nova forma de adminis-
 Acompanhamento da execução orçamentária. tração – a administração pública gerencial -, que tomou
 Estudos orçamentários sobre assuntos específicos. emprestado do setor privado os imensos avanços práticos
 Monitoramento de projetos. e teóricos ocorridos no século XX na administração de em-
 Acompanhamento permanente de políticas. presas, sem, contudo perder sua característica específica:
 Participação em conselhos gestores de políticas a de ser uma administração que não está orientada para
públicas. o lucro, mas para o atendimento do interesse público”. As
características básicas da administração pública gerencial
Nas últimas décadas a avaliação de políticas e progra- são a orientação para o cidadão e para a obtenção de re-
mas governamentais assumiu grande relevância para as sultados, em contraponto à administração burocrática, que
funções de planejamento e gestão governamentais. Em se concentra nos processos, sem considerar a ineficiência
vários países, este movimento foi seguido pela adoção dos envolvida.
princípios da gestão pública empreendedora e por trans- O crescente interesse dos governos nos estudos de
formações das relações entre Estado e sociedade. A ava- avaliação está relacionado às questões de efetividade, efi-
liação pode subsidiar: o planejamento e formulação das ciência, accountability e desempenho da gestão pública,
intervenções governamentais, o acompanhamento de sua já que estes estudos constituem-se em ferramenta para
implementação, suas reformulações e ajustes, assim como gestores, formuladores e implementadores de programas
as decisões sobre a manutenção ou interrupção das ações. e políticas públicas. As avaliações de políticas e programas
É um instrumento importante para a melhoria da eficiência permitem que formuladores e implementadores tomem
do gasto público, da qualidade da gestão e do controle suas decisões com maior conhecimento, maximizando o
sobre a efetividade da ação do Estado, bem como para a resultado do gasto público, identificando êxitos e superan-
divulgação de resultados de governo. do pontos de estrangulamento.
Além do caráter de mensuração objetiva de resultados,
a avaliação possui também aspectos qualitativos, consti- Principais Questões a Serem Respondidas pelas Ava-
tuindo-se em um julgamento sobre o valor das interven- liações - Derlien (2001) identifica três funções atribuídas
ções governamentais por parte dos avaliadores internos ou à avaliação de políticas: de informação, de alocação e de
externos, bem como por parte dos usuários ou beneficiá- legitimação. Estas motivações são identificadas a diferen-
rios. A decisão de aplicar recursos públicos em uma ação tes fases da implementação de avaliações. Durante os anos
pressupõe a atribuição de valor e legitimidade aos seus 60, os países que impulsionaram a atividade estavam mais
objetivos, e a avaliação deve verificar o cumprimento das interessados na informação. Para eles, as questões princi-
metas estabelecidas. pais a serem respondidas seriam: Como funcionam as polí-
Há diferentes maneiras de realizar uma avaliação. Uma ticas? Que efeitos produzem? Como se pode melhorá-las?
delas é a avaliação acadêmica, mais formal, com interes- A segunda fase, que tomou impulso durante os anos 80 e
se no estudo da efetividade das políticas, seus impactos predomina hoje, visa à alocação ou dotação orçamentária
e benefícios. Outra forma é a avaliação promovida duran- mais racional, e as questões básicas a que se propõe são:
te o período de implementação das políticas e programas Que programas podem ser cortados a partir de resultados
governamentais, com foco na análise de sua eficiência e negativos? Quais são as consequências da privatização de
eficácia. certas atividades públicas? Como os programas podem ser
reorganizados para atingir mais resultados com o mesmo
Razões para Avaliar Políticas e Programas Governamen- montante? Já a função de legitimação não pode ser identi-
tais - A Utilidade da Avaliação de Políticas e Programas Pú- ficada a uma fase temporal, tendo sempre desempenhado
blicos. Hoje há quase um consenso na literatura de que os papel importante no contexto político, ao menos para os
motivos para realizar estudos de avaliação de políticas e países desenvolvidos da América do Norte e Europa que o
programas públicos estão relacionados à transformação da autor examina.
Administração Pública em uma administração mais moder- Para Ala-Harja e Helgason (2000), a avaliação de pro-
na e eficiente, mesmo que em alguns países isto ainda seja gramas é um mecanismo de melhoria do processo de to-
apenas um desejo. Nos anos 80 e 90, o mundo foi varrido mada de decisões. Embora não se destine a resolver ou
por uma onda de ideologia neoliberal que pregou o “Esta- substituir juízos subjetivos, a avaliação permite ao gover-
do Mínimo” e cuja aceitação talvez tenha sido um reflexo nante um certo conhecimento dos resultados de um dado

11
CONHECIMENTOS GERAIS

programa, informação que pode ser utilizada para melho- jamento. Estas são as respostas que as avaliações podem
rar a concepção ou implementação de um programa, para oferecer como subsídio ao processo de tomada de deci-
fundamentar decisões e para melhorar a prestação de con- sões, durante a execução dos programas e das políticas.
tas sobre políticas e programas públicos. Segundo estes
autores, as principais metas da avaliação seriam: a melhoria Descentralização e Democracia
do processo de tomada de decisão, a alocação apropriada Após o processo de democratização pelo qual o Bra-
de recursos e a responsabilidade para o parlamento e os sil passou, fez-se necessária uma nova postura quanto a
cidadãos. centralização do poder do Estado.
No Brasil, ainda podem ser citadas outras razões para a Nesse sentido o que percebemos foi um movimento
demanda por avaliações. no sentido de descentralizar competências e atribuições.
Em primeiro lugar, a crise fiscal brasileira diminuiu a ca- Essa questão de um Estado centralizado ou descen-
pacidade de gasto dos governos e aumentou a pressão por tralizado gera muita discussão, mas o que sabemos é que
maior eficiência. Nesta questão, o fim do processo inflacio- de fato um Estado nunca estará organizado totalmente
nário teve importante papel, pois acabou com as receitas fi- centralizado ou descentralizado.
nanceiras dos governos e expôs os problemas das finanças Diante desse fato, uma tendência é notada, a de que
públicas. Em segundo, o aprofundamento da democracia em aspectos pontuais, a descentralização é a mais indica-
trouxe novos atores sociais e reivindicações aos governos. da forma organizacional política, jurídica e administrativa
Em terceiro, a longa crise econômica brasileira aumentou a para o Estado, isso no sentido de adequação às neces-
desigualdade social e a busca pelos programas sociais do sidades pontuais, de eficiência nos resultados, de ajus-
governo. Por último, pode ser citada a desestruturação da tes e mudanças dentro das estruturas sociais, ou seja, a
função de planejamento, que deixou os governantes sem descentralização é um caminho mais assertivo para que,
elementos de informação e avaliação (Garcia, 1997). através da autonomia, da liberdade e da distribuição do
Segundo Silva (1999), o motivo mais imediato do inte- poder soberano se alcance o atendimento da pluralidade
resse pela avaliação de de interesses na sociedade.
atividades de governo seria a preocupação com a efe-
tividade, isto é, com a aferição dos resultados esperados e Participação, atores sociais e controle social
não-esperados alcançados pela implementação dos pro- Como já falamos no tópico que tratou de transparecia
gramas. O segundo motivo seria o de entender o processo e controle, a participação da sociedade no âmbito público
pelo qual os programas alcançaram ou não esses resul- é fundamental, e como vimos acima, isso foi decorrência
tados, analisando a dinâmica da intervenção estatal e os do processo de democratização pelo qual o Brasil vive nos
problemas concretos advindos da implementação. Outros últimos anos.
motivos relevantes seriam a aprendizagem organizacional Nesse contexto, os atores sociais atores são os agen-
das instituições públicas sobre suas atividades, a tomada tes sociais e econômicos, indivíduos e instituições, que
de decisão sobre a continuidade ou não dos programas e, realizam ou desempenham atividades manifestando inte-
ainda, a transparência, qualidade e accountability na ges- resses culturais, econômicos, políticos e sociais, de forma
tão dos recursos públicos (responsabilização dos gestores organizada e articulada.
por decisões e ações implementadas). Temos então:
Assim, as questões imediatas e centrais a serem res- Os atores estatais: exercem funções públicas no Esta-
pondidas pelos estudos de avaliação seriam: Em que me- do, através da escolha da sociedade via processo eleitoral
dida os objetivos propostos na formulação do programa para representa-los temporariamente ou atuam de forma
são ou foram alcançados na implementação? Como o pro- permanente, no papel de servidores públicos.
grama funciona e quais os motivos que levam ou levaram Os atores privados: são aqueles que não possuem
a atingir ou não os resultados? (Silva, 1999, p.38 e Silva, vínculo com o aparelho administrativo estatal. São mem-
2002, p.15) A partir dessas questões gerais, os estudos po- bros de instituições, associações, sindicatos, igrejas, par-
dem responder tópicos mais específicos, relacionados às tidos políticos, enfim, de movimentos da sociedade civil
informações para o processo decisório e aprendizagem or- organizada.
ganizacional. Ainda no campo da democracia abordada anterior-
O interesse do governo na avaliação dos programas mente, nos deparamos com a questão da cidadania e da
e das políticas públicas está relacionado à preocupação equidade social.
com a eficácia, a eficiência, a efetividade e a accountability Assim como outros já conhecidos, a equidade é um
de suas ações. Os estudos de avaliações podem fornecer princípio que assegura ao cidadão que aquilo que lhe for
aos gerentes e administradores públicos respostas sobre necessário seja oferecido pelo sistema. No entanto, mui-
a qualidade de seu trabalho, bem como a possibilidade de tos o confundem com o princípio da igualdade, e temos
mostrar os resultados de seu trabalho à sociedade e ao Le- aqui uma diferença bem pontual, segundo o princípio
gislativo. da igualdade, a todo cidadão brasileiro deverá ser dado
De acordo com a análise de experiências estrangeiras, atendimento igualitário sem privilégios, distinção ou bar-
os principais interesses das atuais avaliações são os resul- reiras. Já o princípio da equidade nos remete ao fato de
tados, a alocação orçamentária racional e a reorganização que todo cidadão deve receber o respaldo em conformi-
dos programas de modo a alcançar os objetivos de plane- dade com suas prioridades, através da análise da vulnera-

12
CONHECIMENTOS GERAIS

bilidade de cada situação. Por exemplo, todos tem direito a atendimento na área da saúde, seja criança, adulto ou idoso,
mas se estivermos diante de um caso extremo de risco de morte, esse indivíduo tem preferência para ser atendido antes
que o outro.
Esse é o caminho para que a democracia gere uma sociedade cada vez mais justa e com o conceito de cidadania
cada vez mais disseminado.

Corrupção e politicas publicas


Corrupção não é um privilégio da sociedade brasileira, tão pouco um fato recente na história. A questão é um pouco
mais profunda que isso, está relacionada com a cultura social, a postura que o cidadão adota diante desse fato.
Entrar no comportamento coletivo de que isso é irrecuperável e jamais será extirpado da gestão pública é o maior erro
da sociedade civil.
Combater a impunidade, através de uma melhor compreensão do contexto sociológico e político de ser cidadão, não
se colocar em papel de corruptor ou corrupto, atuando efetivamente em movimentos que busquem aprimoramento dos
processos e das estruturas públicas, e identificar seu papel como ator social no processo de mudança política social e im-
pedir assim a degenerecência dos costumes e da ética política e social.
De outro lado, o Estado adotar políticas públicas mais concretas e eficazes, focada na pluralidade de interesses da
sociedade, criando um cenário de cooperação entre as esferas públicas, descentralizando de forma inteligente suas com-
petências, atribuições e recursos.
Proporcionar uma mudança na cultura política quanto ao aparelhamento da máquina pública, que favorece o “sistema
do clientelismo”, investir mais nos mecanismos e órgãos de controle, permitindo uma transparência real do que acontece
no âmbito do poder estatal.

As políticas públicas estão inseridas em um ciclo que comporta quatro fases:


1) Agenda: momento onde selecionam-se as prioridades que serão trabalhadas
2) Formulação: momento onde apresentam-se possíveis soluções que resolvam as prioridades apontadas anterior-
mente
3) Implementação: momento de executar as politicas através das soluções apontadas
4) Avaliação: acompanhamento do processo executado e analise do que está sendo feito.

Formação de agendas – indicam os objetivos imediatos do conflito, ou seja, os principais problemas identificados na
sociedade e que se enquadram em caráter de emergência.

Formulação: tendo esses conflitos ou problemas sido inseridos na agenda, faz-se necessário um planejamento para
que as soluções ou alternativas apontadas sejam executadas, definindo-se aqui os objetivos dessa politica adotada, as
ações que serão implementadas e dentro da viabilidade financeira, legal e politica que envolva essa ação.
Modelos de formulação
a) racionalidade econômica: critérios de escolha pública e de economia do bem-estar social sem entrar no julgamento
de valores.
b) racionalidade político-sistêmica: acordo entre os atores sociais e os decisores.
c) formulação responsável: sujeita o processo decisório ao debate e ao escrutínio público.

Implementação: nesse momento tudo que foi apontado no planejamento anterior se traduz em ação e resultado. É
uma fase de ajuste, onde, as adequações necessárias vão acontecer para que o objetivo inicial seja atingido.
Temos duas formas de implementar, uma que se trata de um modelo mais centralizado, ou seja, do governo para a
sociedade, também chamada de “Cima para Baixo”, e a outra, que é um modelo descentralizado, ou de “Baixo para Cima”.

Indicadores de Politicas Publicas


Uma das partes identificadas no processo administrativo é o controle da gestão. Para esse controle uma das ferramen-
tas utilizadas são os indicadores de gestão, no entanto, vale aqui ressaltar aqui que o uso desses indicadores permite uma
avaliação da gestão, no entanto, não é garantia que as politicas adotadas solucionem todos as questões envolvidas na pro-
blemática analisada, eles vão orientar no desenvolvimento de sistemas que aliados a outras ferramentas, podem minimizar
as ocorrências de resultados negativos, atendendo assim mais eficazmente as necessidades da sociedade.
Dentre uma série de qualidades identificadas nos indicadores, podemos destacar seis:
• Relevância
• Pertinência
• Objetividade
• Sensibilidade
• Precisão
• Custo-benefício

13
CONHECIMENTOS GERAIS

Quanto à sua classificação nós temos três critérios que são considerados:

Coleta, análise e interpretação de informações quantitativas e qualitativas para avaliação de programas gover-
namentais.

É através de um conjunto de informações bem exposto que podemos avaliar o desempenho de uma organização ou
de programas.
Essas informações são apontadas através de relatórios, que, quando de boa qualidade, permitem conhecer a realidade
dessa organização, ou seja, esse documento escrito, elaborado com base em dados e fatos, apontam informações relevan-
tes para avaliar o cenário em que se encontra uma organização e a partir daí, ser usado como ferramenta para tomadas de
decisões.
O desempenho de uma empresa deve ser avaliado a partir de um conjunto de informações que permitam conhecer
sua realidade num dado momento. Além disso, deve apresentar subsídios para que se possa planejar o futuro da empresa,
fazer correções de rumo e apresentar novas formas de atuação.
Sem informações, a administração de um negócio é um tiro no escuro. Uma das formas mais objetivas de levantar e
conhecer informações é através do uso de indicadores. Os indicadores funcionam como um painel prático para o monito-
ramento de resultados em um dado momento ou no decorrer do tempo.

14
CONHECIMENTOS GERAIS

Indicadores quantitativos e qualitativos Por outro lado, um número reduzido de indicadores re-
Quanto à forma de medição, o comum é usar indicado- levantes faz com que o trabalho tenha foco e os resultados
res quantitativos (baseados em números), embora também apareçam. Para isso, é preciso saber a estratégia adotada e
possam haver indicadores qualitativos (sobre a percepção os processos fundamentais para que a estratégia se imple-
de um stakeholder sobre a empresa, ou sobre detalhamen- mente. Recomendamos a escolha de não mais que cinco
tos da natureza diferenciada de determinados trabalhos, indicadores essenciais para cada gestor ou líder de equipe.
ou por pesquisas dissertativas de opinião). Por exemplo,
um indicador quantitativo diria que a satisfação dos clien- Quatro grupos de métricas
tes é de 85%, enquanto que um indicador qualitativo tenta- Embora as métricas financeiras sejam as mais recor-
ria levantar opiniões espontâneas dos clientes sobre quais rentes, o professor Marcos Hashimoto destaca que existem
os pontos fortes e os pontos fracos do atendimento. outros tipos de métricas, igualmente importantes, uma vez
que os resultados financeiros são decorrência do sucesso
Indicadores financeiros e não financeiros da empresa em processos críticos de sucesso. Para o autor,
Existem indicadores financeiros e não financeiros. No existem quatro grupos de métricas:
primeiro grupo, estão indicadores de faturamento, de re-  métricas comerciais: foco nos clientes, no seu ní-
ceitas, de lucro, fluxo de caixa, entre outros que se baseiam vel de satisfação, na participação de mercado da empresa,
em número e em moeda (dinheiro). No segundo grupo, no volume de vendas por produto.
estão indicadores que não envolvem moeda, mas que tam-  métricas processuais:  foco no desempenho dos
bém ser convertidos em número (por exemplo, o índice de processos internos, como a eficiência da linha de produção
satisfação dos clientes). ou giro do estoque.
 métricas de inovação:  foco nas iniciativas que
Indicadores externos e internos beneficiam a empresa a longo prazo, tais como: treina-
Os indicadores também podem ser divididos quanto mentos, pesquisa e desenvolvimento de soluções, marcas
ao seu alcance. Alguns alcançam a vitalidade do negócio e patentes.
do ponto de vista externo, isto é, do ponto de vista dos  métricas financeiras:  foco nos resultados finan-
resultados junto aos clientes (faturamento, taxa de retor- ceiros e monetários.
no, satisfação dos clientes etc.), enquanto outros tratam  
da eficiência dos processos-chave internos à empresa (ve- Alinhamento de metas e indicadores
locidade na produção, tempo de autonomia de um novo Para os indicadores fazerem parte da vida da Organi-
colaborador etc.). zação, é preciso que:
O ideal é combinar indicadores financeiros e não fi- a) os colaboradores entendam as métricas: todos
nanceiros, de vitalidade do negócio e de processos inter- devem compreender as metas e os indicadores;
nos. Ainda que a ênfase seja dada ao aspecto quantitativo, b) os indicadores devem fazer parte de uma gestão
o administrador deve ter flexibilidade e senso crítico para por resultados: a remuneração variável, como comissões
considerar fatores qualitativos que possam afetar positiva e participação nos resultados, devem estar associadas ao
ou negativamente os resultados. cumprimento dessas metas;
c) as metas devem ser tangíveis: colocar metas im-
A escolha dos indicadores possíveis serve para desestimular os colaboradores e para
Deu para perceber que os indicadores podem ser múl- desqualificar os indicadores, isso não ajuda nada na melho-
tiplos e que duas empresas semelhantes podem ter resul- ra dos resultados;
tados igualmente bons ainda que usem indicadores dife- d) os colaboradores devem se sentir donos do indi-
rentes. cador com que trabalham: os indicadores devem estar di-
É famosa a história de Alice perdida no País das Mara- retamente relacionados com o trabalho do colaborador ou
vilhas, que pede ajuda para um gato sobre o melhor cami- da equipe de colaboradores; se o colaborador é um ven-
nho a tomar. O gato lhe pergunta aonde ela quer ir, e Alice dedor, o indicador com que ele trabalha pode ser o “valor
responde que “tanto faz”, ou que “não sabe”, ao que o gato faturado”, ou a “taxa de conversão de vendas” (que é o
retruca: “Se você não sabe aonde quer ir, qualquer caminho número de fechamento de vendas dividido pelo número
servirá”. Com indicadores, ocorre algo similar: é preciso sa- de tentativas de vender ou contatos realizados);
ber a estratégia da empresa, a sua visão e seus objetivos  
em nível macro, para poder definir quais serão as metas Fases de implementação de um indicador
específicas e quais indicadores darão conta de monitorar o Podemos dizer que a implementação de um indica-
desempenho da estratégia traçada. Então, sem saber qual dor envolve a implementação de uma cultura de gestão
a estratégia, o trabalho com objetivos, metas e indicadores por resultados (ou gestão por desempenho). Trata-se de
perderá sentido. uma implementação que deve ser realizada passo-a-passo.
Não faz sentido ter muitos indicadores para controlar, Abaixo, apresentamos uma sugestão de passos que podem
pois o excesso de prioridades resulta em prioridade algu- ser adotados por sua empresa:
ma. O excesso de indicadores provoca perda de foco do 1) definição dos indicadores: tenha em mente os ti-
gestor e, por decorrência, da equipe, pois ninguém saberá pos de indicadores, escolha indicadores relevantes e asso-
como equilibrar vários pratos ao mesmo tempo. cie-os a metas. Por exemplo, se um indicador for “satisfa-

15
CONHECIMENTOS GERAIS

ção dos clientes”, coloque uma meta gradual de qual Sistemáticas de Monitoramento e Avaliação
número seria bom para este indicador (por exemplo: O Monitoramento é uma coleta sistemática e uma aná-
75% de avaliação “bom” ou “ótimo” até o final deste lise da informação de como um projeto progride. É criado
ano; 85% de “bom” ou “ótimo” até o final do ano que para melhorar a eficiência e a eficácia de um projeto ou
vem). Não se esqueça que a escolha dos indicadores organização. É baseado em metas e atividades dirigidas
passa pela definição dos objetivos estratégicos e dos durante as fases de planejamento do trabalho. Auxilia a
processos-chave internos da Organização; manter o trabalho em sua linha geral e possibilita ao ge-
2) desdobramento e alinhamento dos indica- renciamento identificar quando as coisas não estão andan-
dores: pode ser o caso de desdobrar um indicador de do corretamente. Se utilizado corretamente, torna-se uma
forma diferenciada para cada equipe. Por exemplo, a ferramenta inestimável para um bom gerenciamento e for-
satisfação do cliente pode ser de 75% no setor de te- nece uma base de avaliação muito útil. Habilita saber se os
lemarketing e de 80% no atendimento da equipe de recursos estão sendo bem utilizados e se serão suficientes
vendas. A empresa pode ter vários indicadores, mas é para o que está sendo feito; se sua capacidade de trabalho
recomendável que cada liderança e cada colaborador é suficiente e apropriada; e se você está realizando aquilo
não monitore mais de cinco indicadores, para que não que planejou fazer (verifique também o pacote de ferra-
se perca o foco. Além de desdobrar os indicadores para mentas para o planejamento de ações).
cada equipe e cada processo da empresa, é preciso ali-
nhar os indicadores da equipe com a própria equipe, A Avaliação é a comparação do real impacto do proje-
com cada colaborador. Isso é feito mediante palestras, to em relação ao planejamento estratégico estudado an-
treinamentos, reuniões e outras formas de comunica- teriormente. Averigua o que foi formulado para ser reali-
ção; zado com o que foi feito e como isso foi alcançado. Pode
3) implementação dos indicadores: é preciso im- ser formativa (sendo elaborada ao mesmo tempo em que
plementar esses indicadores, associá-los à parte variá- ocorre o projeto ou existe a organização, com a intenção
vel da remuneração e acompanhar os resultados obti- de melhorar a estratégia ou a forma do funcionamento de
dos pelas equipes. Por exemplo, se o setor de suporte um projeto ou organização). E pode também ser resumida
bater um mínimo de 80% de avaliação “bom” ou “óti- (aferindo aspectos de ensinamentos para um projeto finali-
mo” este ano, terá uma direito a uma participação X zado ou uma organização que deixou de existir).
sobre os resultados da empresa; O que a avaliação e o monitoramento têm em comum
4) análise e tomada de decisões com base em in- é que ambos são estruturados durante o aprendizado do
dicadores: confrontando as metas que foram definidas que se está fazendo e como se está fazendo, focalizando:
para cada indicador e os resultados que de fato foram
alcançados, verificam-se quais os ajustes terão de ser • Eficiência
feitos em termos de recursos, pessoas e processos ou, • Eficácia
até mesmo, quais ajustes terão de ser feitos nos pró- • Impacto
prios indicadores.
A Eficiência diz que o insumo empreendido em seu
Esses relatórios e indicadores são muito importan- trabalho é apropriado em termos de resultados. Isso pode
tes na gestão da qualidade adotada pela organização. ser insumo em termos de dinheiro, tempo, equipe, equipa-
Os sistemas de gestão de qualidade objetivam ve- mento e assim por diante. Quando você trilha um projeto
rificar todos os processos e apontar maneiras de como e está preocupado com sua replicabilidade, ou com a ma-
melhorar a qualidade dos produtos e dos serviços, per- neira como ele se desenvolverá numa projeção de escala,
mitindo fazer uma tomada de decisão mais eficaz, atra- então, é muito importante que se tenha o elemento de efi-
vés dos apontamentos dos indicadores adotados. ciência corretamente.
Os sistemas podem assumir formas variadas. No
entanto, algumas características são básicas, tais como: Eficácia é a medida de extensão do qual um programa
 Técnicas Estatísticas; de desenvolvimento ou projeto alcança com os objetivos
 Controle de compra; específicos que traçou para si.
 Controle de design do produto; Impacto diz se o que você realizou fez ou não alguma
 Controle de documentação; diferença em relação ao problema da situação que você
 Treinamento e qualificação de pessoal; tentou solucionar. Antes de se decidir por crescer ou du-
 Aceitação do produto; plicar o projeto você precisa estar certo de que o que está
 Controle de embalagens e rótulos; sendo realizado está fazendo sentido nos termos do im-
 Registros de tudo; pacto que se quer atingir.
 Relação com consumidor;
 Teste de equipamentos. Através de monitoramento e avaliação, pode-se:

Esses são os principais elementos que um sistema • Revisar o progresso;


de qualidade deve se ater, no intuito de buscar conti- • Identificar os problemas em planejamento e/ou
nuamente o processo de melhoria de qualidade. implementação;

16
CONHECIMENTOS GERAIS

• Promover ajustes para que se possa mais forte- • Coletar e gravar a informação;
mente “fazer a diferença”. • Analisar a informação;
• Utilizar a informação para informar ao gerencia-
Em muitas organizações, “monitoramento e avaliação” mento diariamente.
é alguma coisa vista mais como uma requisição de doado-
res do que uma ferramenta de gerenciamento. Doadores O monitoramento é uma função interna em qualquer
certamente têm todo o direito de saber se seu dinheiro projeto ou organização.
está sendo gasto de maneira apropriada e se está sendo
bem gasto. Porém, primariamente (e muito mais importan- Avaliação envolve:
te) o uso da avaliação e monitoramento deve ser feito para
a própria organização ou projeto saber como está andando • Avaliar o que o projeto ou a organização pretendem
em relação aos seus objetivos, se está tendo um impacto, atingir – qual diferença quer fazer? Qual impacto quer ter?
se está se trabalhando com eficiência e para aprender a ser • Reconhecer seu progresso com relação ao que al-
melhor. mejava, suas metas de impacto.
• Examinar a estratégia de um projeto ou organização.
Planos são essenciais, mas não são feitos de concreto Houve uma estratégia? Houve eficácia em se seguir a estraté-
(fixados de forma totalmente inflexível). Se não estão fun- gia proposta? A estratégia funcionou? Se não, por que não?
cionando, ou se as circunstâncias mudaram então os pla- • Examinar como as coisas funcionaram. Houve um
nos também devem sofrer mudanças. O monitoramento uso eficiente dos recursos? Quais foram os custos de opor-
e avaliação são ferramentas que ajudarão um projeto ou tunidade com a maneira que se optou por trabalhar? Quão
organização a perceber quando seus planos não estão fun- sustentável é a forma pela qual o projeto e a organização
cionando ou quando as circunstâncias sofreram mudanças. trabalham? Quais são as implicações para os diversos agen-
Eles fornecem ao gerenciamento a informação necessária tes envolvidos pelo modo com que a organização trabalha?
para tomadas de decisões a respeito do projeto e da or-
ganização das mudanças que se mostrem necessárias em Numa avaliação, avaliamos eficiência, eficácia e impacto.
relação aos planos ou a própria estratégia.
Através disso, as constantes permanecem como pilares Existem muitos tipos diferentes de se fazer uma avalia-
da rede estratégica: a análise de problemas, a visão e os ção. Alguns dos termos mais comuns com que você poderá
valores da organização ou do projeto. Tudo o mais pode se deparar são:
ser renegociável (veja também o pacote de planejamento
estratégico). Fazer algo errado não é um crime. Falhar e não • Autoavaliação: Isso requer uma organização ou
mostrar que aprendeu com erros do passado por não ter projeto que segure um espelho diante de si mesmo e ana-
feito um monitoramento e avaliação, é. lise o que faz, como uma forma de prática para melhora-
mento e aprendizagem. Exige que se tenha uma organiza-
O efeito do monitoramento e avaliação pode ser visto ção muito honesta e autoreflexiva para fazer isso de forma
no ciclo a seguir. Observe que você monitorará e ajustará eficaz, contudo isso pode ser uma experiência de aprendi-
diversas vezes antes que esteja preparado para fazer uma zagem muito importante.
avaliação e possa planejar novamente.
• Avaliação participatória: Esta é uma forma de ava-
O monitoramento e a avaliação podem: liação interna. A intenção é reunir o maior número de pes-
soas possível que tenham participação direta no trabalho
• Ajudar a identificar problemas e suas causas; que está sendo realizado. Isso pode significar beneficiá-
• Sugerir soluções possíveis para problemas; rios e equipe do projeto trabalhando em conjunto nesta
• Levantar questões quanto à estratégia e às previ- avaliação. Se alguém de fora for chamado será para agir
sões realizadas; como facilitador do processo, não avaliador. Estimativa
• Levar você a refletir para onde está indo e de como Participatória Rápida: Originalmente utilizada em áreas ru-
você está chegando lá; rais, a mesma metodologia pode, na verdade, ser aplicada
• Providenciar informações e aspectos internos; na maioria das comunidades. Este é uma forma qualitativa
• Encorajá-lo a agir a respeito dessas informações de se fazer avaliações. É conduzida e semi-estruturada por
e aspectos; um time interdisciplinar e levada por um curto período de
• Aumentar suas possibilidades de acerto que farão tempo. É utilizada como base de início para se entender
uma diferença de desenvolvimento positiva uma situação local e é uma maneira rápida, útil e barata
de se armazenar informações. Envolve o uso de revisões
Monitoramento envolve: de dados secundárias, observação direta, entrevistas se-
mi-estruturadas, informantes chave, entrevistas de grupos,
• Estabelecer indicadores (consulte o Glossário) de jogos, diagramas, mapas e calendários. Em um contexto de
eficiência, de eficácia e de impacto; avaliação, ele permite que se obtenham dados valorosos
• Estabelecer sistemas para coleta de informações, daqueles que supostamente estão se beneficiando do tra-
relacionando estes indicadores; balho de desenvolvimento. É flexível e interativo.

17
CONHECIMENTOS GERAIS

• Avaliação externa: É uma avaliação feita por um time de fora ou alguém externo cuidadosamente escolhido.

• Avaliação interativa: Isso requer uma interação muita ativa entre o avaliador ou time externo e a organização ou
projeto sendo avaliado. Às vezes, alguém de dentro pode ser incluído no time de avaliação.

PANORAMA NACIONAL CONTEMPORÂNEO. PANORAMA DA


ECONOMIA NACIONAL. O COTIDIANO BRASILEIRO.

A Grande Depressão e o salto para a industrialização brasileira.


O marco para que o processo industrial brasileiro se firmasse foi a partir da Grande Depressão de 1930, consequente à
quebra da Bolsa de Nova York, pois até então o Brasil, país basicamente agrícola e cujo produto principal de suas exporta-
ções, o café, teve suas vendas bastante afetadas. Ainda assim, a produção industrial só viria a superar a agrícola a partir de
1956, sendo esse processo industrial conhecido como industrialização por substituição de importações (PSI) (Celso Furtado
em Formação Econômica do Brasil). A indústria brasileira sai fortalecida ao final da Grande Depressão.
Mas havia o problema do excedente do café, que estava com as exportações em baixa, principalmente pela crise que
afetou principalmente seu maior comprador, os EUA. O governo passa a comprar esses excedentes dos produtores, finan-
ciado por empréstimos externos, visando com isso que estes vendessem o produto a preços ainda mais baixos no mercado
internacional. Isso não foi a solução, pelo contrário, incentivou mais a produção interna e facilitou a concorrência exterior
(Delfim Netto em O Problema do Café no Brasil).
Mesmo com a Grande Depressão a produção cafeeira não parava, atingindo seu ápice em 1933, mas havia estoques
retidos, o mercado internacional estava em queda e o governo não podia sustentar mais a política vigente de defesa do
café, em vista de medidas cambiais equivocadas, envolvendo a conversão do mil-réis e o ouro, com entrada de capitais
estrangeiros que após a crise, foram rapidamente retirados do país, fazendo com que se esgotassem a seguir as reservas
metálicas nossas para cobrir os empréstimos contraídos. Em dez./1930 as reservas de ouro eram zero. E o que fazer com o
café? Colhê-lo ou abandonar os cafezais?
O café ainda tinha peso político por seu valor nas exportações. Essa política do governo de compra de excedentes e
queima de estoques, para levantar o preço do produto, já que estava sendo vendido em grandes quantidades a preços
baixos lá fora, custou uma queda da renda nacional de 25%, havendo recuperação a partir de 1933, antes mesmo dos
EUA (1934), e isso se deveu não à recuperação dos países industrializados nem ao subsídio das exportações cafeeiras, mas
segundo Furtado, a política de fomento seguida inconscientemente no país, secundária à defesa dos interesses desses
grupos cafeicultores.
As exportações reduziram de70% para 57% da produção agrícola total, enquanto o valor da produção industrial au-
mentou 50% no período 1929-1937, com a produção primária respondendo por 40%. A renda nacional aumentou 20% e a
per capita 7%. Os EUA no mesmo período tinham queda do desenvolvimento e países na mesma faixa de economia que o
Brasil, ainda estavam em depressão em 1937.

18
CONHECIMENTOS GERAIS

A rápida ascensão industrial foi o fator determinante para industriais impulsionados pela política de valorização cam-
tirar o país da crise, com indústrias destinadas a substituir as bial e pela transferência dos excedentes do setor agroex-
importações, embora também se fabricassem produtos que portador para a indústria.
não eram importados anteriormente. Era uma industrialização Em 1952 é criado o Banco Nacional de Desenvolvimen-
restrita, uma vez que os setores produtores de bens de capital to Econômico (BNDE), através de um adicional sobre o Im-
e de bens intermediários, chamados de bens de produção, posto de Renda. Ele foi importante para o financiamento
eram subdesenvolvidos no Brasil à época. Cardoso de Mello de projetos de infraestrutura, transporte e da implantação
chama essa fase de industrialização restringida, e durará até industrial em si. A tentativa de Vargas de implantar o de-
o governo Juscelino Kubitschek. Estado Novo (19 37-1945) e partamento I enfrentou dificuldades políticas, com diver-
Segunda da Guerra Mundial Em novembro de 1937ocorre um gências entre as classes que deveriam sustentar seu gover-
golpe militar liderado por Getúlio Vargas, eleito indiretamen- no: os trabalhadores industriais e a burguesia nacional. Os
te presidente em 1934, pela Assembleia Nacional Constituin- trabalhadores querem maior participação nos ganhos de
te, com término de mandato previsto para um ano antes do produtividade, e os empresários estão descontentes com o
golpe. São dissolvidos o Parlamento, Assembleias Estaduais, aumento dos custos das importações provocada pela des-
Câmaras Municipais, os Estados são governados por Interven- valorização cambial (Instrução 70). Havia ainda nova crise
tores. Esse período, chamado estado Novo, se estenderá até cafeeira, e tudo isso seria aproveitado pela oposição contra
1945, tendo o poder totalmente centralizado, representando Vargas.
o fim da descentralização republicana e da oligarquia cafeeira. O desfecho dessa crise foi o suicídio de Getúlio Var-
Cabia ao Estado assumir o desenvolvimento industrial, para gas e com ele a morte de um projeto nacional, pela não
isso implantando agências econômicas, criando uma nova articulação com a burguesia industrial com vistas a uma
legislação trabalhista, assumindo o Estado o papel de produ- sociedade industrial mais avançada, algo como um prus-
tor direto, no caso com a usina siderúrgica de Volta Redonda. sianismo desfigurado, nas palavras de José Luís Fiori. Com
Nos países de industrialização tardia como Brasil. Alemanha, a morte de Vargas assume o governo seu vice, Café Filho,
Japão, Itália, esse desenvolvimento industrial só foi possível de 1954-1955, adotando políticas econômicas muito dis-
com a intervenção estatal, contrariamente ao ocorrido nas ca- tintas. O seu 1º ministro a Economia, Eugênio Gudin era o
pitalistas França e Inglaterra. oposto de tudo que Vargas fez: defensor de política orto-
Após a Segunda Guerra o Brasil é redemocratizado, doxa, baseada no da emissão monetária e de crédito. Sua
sendo Dutra eleito presidente, que seguiria os princípios ação principal foi a Instrução 113, que permitiu às empre-
liberais do governo norte-americano de Truman, e total- sas estrangeiras instaladas no país importar máquinas e
mente contraposto ao intervencionismo de Vargas. Sérgio equipamentos sem cobertura cambial, o que lhes concedia
Besserman Vianna chama a essa política de ilusão de divi- subsídios que não eram ofertados ás nossas indústrias, que
sas, julgando-se que as reservas nacionais fossem confor- naturalmente já enfrentavam a concorrência dos produtos
táveis e que até éramos credores dos EUA, pela colabora- internacionais, por trabalharem em condições técnicas de
ção na Segunda Guerra! O câmbio foi mantido como em inferioridade, obsoletas mesmo. Gudin cortou os gastos
1939, houve queima de divisas, só em parte gastas com públicos e de investimentos, havendo crise bancária, com
importações de máquinas e matérias-primas essenciais. A liquidação de bancos, falências, concordatas. E ainda não
política de Dutra era muito ortodoxa, só se preocupando atendeu às expectativas dos cafeicultores, o que por fim
com controle inflacionário, que chegara a 15% em 1945. o deixou sem sustentação para o cargo, sendo substituído
O Banco do Brasil faz uma política de crédito á indústria, a na pasta por José Maria Whitaker. Este assume em meio a
despeito de Dutra não se preocupar em seu governo com uma grave crise bancária. Ele sugere uma profunda refor-
esta questão. O mundo pós-guerra estava em reconstru- ma cambial, que ocorreria sob a supervisão do FMI, criado
ção, e a industrialização era uma das vias para isso, mas em 1944. Se essa reforma fosse adiante seria a derrota de
aqui, Dutra tinha como estratégia o Plano Salte, que não uma política desenvolvimentista que impulsionou o PSI.
vingou. Coordenaria os gastos públicos com alimentação, Essa proposta não teve apoio político dos principais candi-
saúde, transporte, energia, nos períodos de 1949-1953. datos à sucessão de Café Filho, indo na contramão do que
Getúlio Vargas e a indústria pesada 19 50 propunha o já candidato Juscelino Kubitschek, defensor
Getúlio Vargas de volta ao governo, eleito diretamen- do PSI. Whitaker seria por fim, também exonerado.
te, marca a tentativa de afirmação de um projeto nacional
de industrialização. O departamento I, produtor de bens O milagre brasileiro: auge e crise
de produção e uma parte do departamento II, produtor de O período que vai de 1968 a 1973, em pleno regime
bens duráveis, assumem a relevância da produção indus- militar, após o golpe de 1964, é conhecido por milagre eco-
trial do país. Na década de 1950 Vargas planeja um bloco nômico brasileiro, de intenso crescimento do PIB e da pro-
de empreendimentos estatais, que se materializam na Pe- dução industrial. A economia foi beneficiada por aumento
trobrás, na Companhia Siderúrgica Nacional, na tentativa do comércio mundial e dos fluxos financeiros internacio-
de funcionamento da Companhia Nacional de Álcalis, na nais, havendo predomínio dos setores de bens duráveis e
Vale do Rio Doce e no projeto Eletrobrás. de capital, a partir da estrutura montada no Plano de Me-
A proposta nacionalista de seu governo restringia a tas. A consequência desse aporte estrangeiro de recursos
participação de financiamento externo desses projetos, os seria na década de 1980 a crise financeira e o maior endi-
quais eram obtidos por altas taxas de lucro das atividades vidamento.

19
CONHECIMENTOS GERAIS

Em 1967, já no governo Médici, Delfim Netto coman- O II PND (1975-1979) tinha por objetivo superar o subde-
da a equipe econômica do país. A solução para a queda senvolvimento do país, dando continuidade ao crescimen-
da inflação é o crescimento da economia, o que o mundo to econômico, grande fator de legitimação desse regime
já sinalizava. Ele queria uma política monetária expansiva, que já fazia 10 anos e ao contrário de outras ditaduras
aumento no crédito ao setor privado, estímulo a produção militares latino-americanas, como Argentina e Uruguai,
interna e externa. tinha projetos de afirmação nacional como futura potên-
O novo ciclo de crescimento foi comandado pelos bens cia. Geisel inicia o programa nuclear brasileira, em parceria
de consumo duráveis e bens de capital. As exportações com a Alemanha Ocidental, contrariando a vontade dos
mais que dobraram. O crescimento da indústria de bens EUA. Continuavam os investimentos no departamento I da
de consumo não duráveis manteve-se abaixo dos demais economia, produtor de bens de capital e intermediá-
setores. A agricultura cresceu, principalmente nas culturas rio. O investimento vinha do próprio governo federal, que
voltadas à exportação, enquanto gêneros de consumo in- através do BNDE financiaria empresas de bens de capital
terno (feijão, mandioca, banana) nem tanto. do setor privado nacional, e as multinacionais entrariam
A dívida externa é consequência do crescimento con- com apoio secundário, visto não quererem arriscar muito
duzido por financiamento estrangeiro, o que explica o “mi- capital, pela incerteza da conjuntura econômica mundial
lagre econômico” do período. Havia excesso de liquidez in- da época. A crise mundial repercutiu internamente, pro-
ternacional e redução de taxas de juros, tornando atraentes vocando a desaceleração do plano.
os empréstimos junto a bancos internacionais, ainda mais O papel central no processo industrial brasileiro ainda
levando em conta que o sistema bancário financeiro, o pri- pertencia às grandes empresas estatais, caso de Eletro-
vado, nunca se voltou para financiamentos produtivos de brás, Siderbras, Embratel, Petrobrás, dentre outras, que re-
médio e longo prazo. Logo, o endividamento se deu por cebiam grandes investimentos externos, sendo impedidas
captação estrangeira de recursos e o repasse dos mesmos, de recorrer ao crédito interno. O II PND era difícil de ser
para empresas nacionais, o que “capturou” nossa econo- mantido pela conjuntura mundial, em função de sua gran-
mia. O intenso crescimento durante o milagre econômico diosidade, começando o declínio já em 1976, com a redu-
trouxe benefícios às classes de maior renda, principalmen-
ção dos ritmos de investimentos. Havia críticas da impren-
te as de nível técnico ou superior com funções servindo
sa, que o acusava de ser uma estatização da economia.
à economia: engenheiros, administradores, economistas,
Empresários de vários setores que apoiavam o governo,
analistas de sistemas etc , ao mesmo tempo que o salário
sendo “sócios” das estatais, passaram à oposição do regi-
mínimo atingia seu menor valor em 1969, com perda de
me militar. Em junho de 1978 essas lideranças entregam o
22,2%. Em 1972 mais da metade dos assalariados recebia
I Documento dos Empresários, criticando abertamente a
cerca de um salário mínimo.
política econômica do governo, saudosos do milagre eco-
Somente os mais qualificados tinham algum aumento
nômico, e defendendo a redemocratização do país.
em seus salários. Se o nível de escolarização é determina-
do a partir do nível preexistente de renda, as classes mais A desaceleração do II PND adiou o início de atividades
abastadas teriam acesso às profissões mais remuneradas nas áreas de energia, de química
automaticamente. Houve cerceamento das atividades sin- pesada e siderurgia. Em 1979 Delfim Netto volta ao
dicais e políticas nesse período, não havendo brecha para governo, já comandado pelo presidente João Figueiredo
reivindicações durante o milagre. Houve ainda muitos aci- e promove uma política de ajuste recessivo, que vai 1981
dentes de trabalho, consequência ao aumento de horas a 1983, quando ao final acontece um superávit comercial.
extras dos trabalhadores menos remunerados tentarem
aumentar a renda, somada à exaustão ocupacional. Os anos 1990 e o Plano Real
O quadro social se agravou muito, com um crescimen- Nos anos 1990 o país iniciara os processos de abertu-
to econômico muito grande, mas às custas do empobreci- ra externa, de incentivo às exportações, de renegociação
mento do trabalhador, além de outros indicadores sociais, da dívida externa e de desregulamentação do mercado.
como condições sanitárias precárias e surtos de várias Em 1993, no governo Itamar Franco, seu então ministro da
doenças, como a meningite, causando elevada mortanda- Economia, Fernando Henrique Cardoso, implanta o Plano
de infantil, o que mostrava haver um crescimento econô- Real, apoiado por uma equipe de economistas oriundos
mico, não atrelado ao desenvolvimento social. da PUC-RJ.
Esse plano tinha 3 etapas:
O II PND Governo Geisel a) promover o equilíbrio de contas do governo, princi-
Em março de 1974 assume o poder o general Ernesto pal causa da inflação que deveria ser eliminada;
Geisel, que buscaria enfrentar as dificuldades do período b) criação de um padrão estável de valor, a URV, Uni-
criando o II Plano de Desenvolvimento ( IIPND ) , adotando dade Real de Valor;
uma retomada varguista de desenvolvimento I da econo- c) emissão de nova moeda, com poder aquisitivo es-
mia, dando prioridade às indústrias produtoras de bens de tável, o Real.
capital e de bens intermediários, grandes pontos de es- O que o distinguia dos planos anteriores logo de cara
trangulamento que impediam o progresso nacional, fazen- era o não congelamento de preços, evitando ações judi-
do então o país entrar na fase final do PSI , o processo de ciais por quebras de contratos, que ocorriam bastante nos
substituição de importações, lá do começo da era Vargas. planos pregressos.

20
CONHECIMENTOS GERAIS

O governo diagnosticou que o desequilíbrio vinha de contas públicas, dentro de um pacote de medidas, propos-
problemas fiscais, apontando o setor financeiro como be- to pelo FMI, ao qual o Brasil teve de recorrer. Mesmo com
neficiário direto desse desajuste, decorrente das taxas de tudo isso, em 1999, o Real é desvalorizado, com a promes-
juros e inflação sobre as receitas. Constatado isso, quando sa à frente de recessão, deterioração dos indicadores so-
a inflação caísse várias instituições recorreriam ao Banco cioeconômicos, desemprego e déficit nas contas públicas.
Central para se manter. O governo antevendo isso decide O declínio simultâneo das principais economias internacio-
promover um saneamento dos bancos públicos e privados, nais associado ao racionamento de energia foram fatores
para a manutenção do sistema bancário. importantes de restrição ao crescimento nacional.
O governo queria um ajuste fiscal das contas públicas
e para isso, medidas foram tomadas, como: limitação dos A transição do governo: de FHC a Lula (20 02/2003)
gastos com funcionalismo e obrigatoriedade de estados e Lula comprometeu-se em respeitar os termos do acor-
municípios de se manterem em dia com suas contas, para do negociado por FHC junto ao Fundo. Manteve a políti-
poder receber futuras verbas. ca macroeconômica que vinha desde 1999, marcada por
Grande parte do projeto inicial não foi efetivada por metas de controle inflacionário com o câmbio flutuante e
várias razões, incluindo a reforma tributária ter sido prete- geração de superávit primário. O Brasil convive com alta
rida por diversos pacotes emergenciais. taxa de juros, maiores que 10% ao ano, as quais encarecem
O Banco Central controlaria mais de perto os bancos o crédito, os financiamentos, adiando decisões de investi-
estaduais e federais, para torná-los mais competitivos O mentos e reduzindo as atividades financeiras em geral. Ou-
Banco do Brasil incentivou muito a agricultura. A privati- tro efeito das altas taxas de juros é valorizar artificialmente
zação das estatais era necessária e com isso se transferia a de câmbio do Real, frente às moedas estrangeiras.
para o setor privado os custos da modernização da infraes- No médio e longo prazo, a Lei de Diretrizes Orçamen-
trutura. tárias e a Lei de Responsabilidade Fiscal têm mostrado re-
A URV foi usada para restaurar a função de unidade de lativa estabilidade no controle dos gastos públicos, que é a
contar da moeda, destruída pela inflação, bem como para diferença entre a arrecadação do governo federal, estadual
referenciar preços e salários. Diariamente o Banco Central e municipal e suas respectivas estatais, subtraindo as des-
fornecia relatórios sobre a desvalorização do cruzeiro real e pesas correntes.
a cotação do URV. A URV serviu para o comércio determi- O Brasil perdeu espaço no mercado mundial nas duas
nar seus preços, efetuar contratos e determinar salários. Foi últimas décadas, as melhores em termos de oportunida-
bem recebida a estratégia de conversão. Em 1º de julho de des, quando houve a globalização e tudo o que adveio com
1994 o governo decreta a Medida Provisória do Plano Real, ela: redução das tarifas de importação, regionalização das
criando a nova moeda com este nome e sendo acusado de economias, com a formação de blocos e expansão das em-
render-se a objetivos eleitoreiros. presas transnacionais.
O Plano Real é considerado por analistas econômicos As mudanças no mercado de trabalho o e a reforma
como dos mais vitoriosos programas de estabilização de da previdência social
nossa história. Os salários dos trabalhadores tinham um O desemprego na década de 1990 teve um crescimen-
poder maior de compra, mantido de forma constante, o to importante: em 1991 era de 4,35% enquanto em 2000
que não acontecia antes. chegava a 8,06%, sendo que desse contingente a maioria
Paralelamente, ao final de 1995, o governo eleva os era de analfabetos e/ou com instrução elementar, além
juros para empréstimos e restringe o crédito, para evitar do tempo de permanência nesta condição ter aumentado,
especulação e vota da inflação. Apesar de seu sucesso, o chegando a haver casos de 1 ano de procura. Paralelo a
Plano Real só solucionava uma parte do problema, mas o esse quadro há aumento do mercado informal de traba-
crescimento econômico como um todo dependia de re- lho, seja na forma de assalariado sem carteira assinada, seja
formas mais profundas, de cunho estrutural, envolvendo como conta-própria.
as áreas administrativas, patrimonial, financeira, fiscal e tri- Grande parte do problema decorre das mudanças no
butária. mercado de trabalho. As empresas ampliaram sua capaci-
A restrição externa foi o fator de limitação do cresci- dade de produção através de mudanças de gestão, reen-
mento econômico, pois sempre que a atividade econômica genharia de produção e por modernização de maquinário,
cresce as importações aumentam, e vendo esse movimen- o que eliminou muitos postos de trabalho. Nem todos os
to, os produtores se voltam para a demanda interna, o que desempregados tinham direito ao seguro-desemprego,
reduz as exportações. Esses 2 fatores associados, aumento cuja procura aumentou consideravelmente, isto porque
de importações com redução das exportações, provoca o havia situações de informalidade anterior, ou pessoas que
desequilíbrio interno. As exportações não apenas geram permaneceram longo tempo desempregadas, se emprega-
renda, mas também mais empregos e participação no ram e logo foram demitidas. Durante toda a década de
mercado internacional, que àquela época era de 0,9%. Em 90 esteve em discussão a necessidade de amplas reformas:
1997 com a crise asiática, a vulnerabilidade da economia tributária, administrativa, previdenciária, sendo que só esta
nacional ficou mais evidente, forçando o governo a adotar última foi adiante, com o presidente Lula, aprovando em
medidas de contenção do nível de atividade, para evitar o 2003, uma reforma centrada na proteção aos funcionários
descontrole externo. Em 1998, com a crise russa, a situação públicos, mas refletindo no Regime Geral da Previdência
se agrava, forçando o país a adotar novas medidas sobre as

21
CONHECIMENTOS GERAIS

Social dos trabalhadores do setor privado da economia. Com a demanda do açúcar, começaram a surgir as
Não se pode justificar o crescimento da despesa previden- bandeiras indígenas que acabaram despovoando o inte-
ciária pelo valor dos benefícios pagos, que são mais concen- rior. Com a revolução industrial na Europa, o estado pas-
trados nas faixas mais baixas. O crescimento da demanda sou a não interferir na economia e o trabalho do homem
previdenciária é fruto do dinamismo do mercado de trabalho foi valorizado. No século XIX, houve uma séria queda na
no período do chamado milagre da economia brasileira, com agricultura da cana, tabaco e algodão pois não tinham os
aumento dos postos de trabalho e consequente contribuição mesmos rendimentos anteriores, a pecuária e a mineração
previdenciária, 35/30 anos de trabalho, homem e mulher res- também regrediram e a indústria não progredia. Mas com
pectivamente, e aos 30/25 anos, no caso de aposentadoria a abertura dos portos, o Brasil passou a comercializar com
especial. Os benefícios negados são reduzidos, pois aumen- outros países e implantou novas indústrias. Na época do
tou o número de anos de permanência do aposentado no império, a cafeicultura era a principal atividade econômica,
sistema, em virtude do aumento da expectativa de vida das e logo após vinha, a cana, algodão, etc. No século XIX o
pessoas em geral. Nenhum desses fatores seria problema se café chega ao Vale do Paraíba. As condições climáticas e
não houvesse um maior :o mercado formal de trabalho está da terra eram favoráveis o que ajudou a tornar o café ain-
em retração, com menos gente oficialmente empregada e da mais importante economicamente. Mas o esgotamento
com isso, menos volume de contribuição previdenciária. das terras, abolição, altos preços, fizeram com que a cafei-
Houve ainda outro fator: tão logo começaram as dis- cultura no Vale decaísse.
cussões da reforma previdenciária, muitos se anteciparam Por causa da abolição do tráfico, o capital foi investido
com seus pedidos de aposentadoria, o que contribuiu para na indústria e por isso de 1850 à 1864, houve inflação e cri-
ampliar o gasto da Previdência. As aposentadorias espe- se financeira. Em 1889, acontece o golpe militar, pois con-
ciais foram mantidas apenas para professores, cessando flitos entre a igreja e o governo e a abolição dos escravos,
para jornalistas e aeronautas. A grande preocupação ainda fazem com que o governo perca suas bases econômicas,
era que pessoas com idade inferior a 60 anos se aposentas- militares e sociais.
sem e ficassem longos anos, devido ao aumento da expec- O café naquele momento era tão importante, que o
tativa de vida, recebendo benefícios. governo iria comprar uma parte da produção para manter
Em 1999, Fernando Henrique Cardoso substituiu a o preço. Mas a crise de 29 afetou a cafeicultura, abaixando
aposentadoria por tempo de serviço pelo chamado “fator o preço do produto. Neste momento, ocorreram muitas
previdenciário”, em que através de um novo cálculo os tra- falências e perda de poder das oligarquias.
balhadores são induzidos em permanecer mais tempo em Logo após a posse de Vargas, a economia agrícola
atividade, a fim de não haver perdas nas aposentadorias. sofre mudanças pois diminuíram sensivelmente as expor-
Anos depois, Lula aprova novas medidas que atingem os tações, a própria população diminuiu e muitas fábricas fe-
funcionários públicos e os da iniciativa privada em geral. charam.
No setor público o benefício passa a ser o teto, deixando a Por isso, um novo mercado interno foi criado e com
classe de ter direito à aposentadoria de valor igual à ativa. isso, aumentou a burguesia que se interessava na indústria
Nos trabalhadores em geral, instituiu uma contribuição so- e na vida urbana. Em 1933, a indústria era a principal fonte
bre o valor da aposentadoria, incidindo sobre valores acima econômica no país. É a partir daí que surgem os primei-
de 10 salários mínimos. Para especialistas do setor, tais me- ros redutos parlamentares e com isso o Estado começa a
didas feriram dois princípios básicos: o da expectativa de tratar das questões do comércio exterior e das indústrias
direitos e o da relação entre contribuição e benefício. Na separadamente. A criação de organismos como o Instituto
doutrina previdenciária, a contribuição implica, necessaria- Nacional do Açúcar e do Álcool acabou sendo benéfica
mente, recebimento de benefício posterior. Eles entendem para a indústria e influiu na política do desenvolvimento
também a proteção social não pode ser desvinculada do econômico.
conjunto da Seguridade Social, defendendo que os bene- Neste momento, a indústria começa a crescer e São
fícios, as ações, e os serviços garantidos pela mesma são Paulo torna-se o maior centro industrial da América La-
fundamentados numa visão holística, sendo incompatível tina. Cria-se aí o Estado Novo que controla as atividades
que haja promoção de saúde com falta de renda a esses econômicas. Vargas começa a investir na indústria pesada,
aposentados. o que desagrada os próprios industriais. Mas tinha ainda a
questão das siderúrgicas, pois Vargas queria acabar com o
Panorama da economia nacional. monopólio da Cia. Iron Ore. Com a segunda grande guer-
O pau-brasil foi a primeira riqueza a ser explorada, po- ra, o crescimento econômico poderia diminuir, mas como
rém essa exploração não era lucrativa e por isso, Portugal não havia mais exportações, acabou abrindo ainda mais o
resolve colonizar o Brasil. Foi implantado o sistema de ca- mercado interno, o que foi bom para a economia.
pitanias hereditárias, onde a nobreza portuguesa recebia Com o fim da guerra e a união aos aliados, o Brasil
posse da capitania e era obrigada a explorá-la. passou a exportar em demasia e as vezes até o que não
Com isso a agricultura passa a ser a atividade econômi- era necessário. Países desenvolvidos se reestruturaram e
ca (cana de açúcar). No século XVII, houve grande desen- por isso havia pouco interesse na exportação de produtos
volvimento na agricultura e por isso foi criado o primeiro nacionais. Apesar deste problema, foi criada a Companhia
tipo de sociedade colonial. A pecuária se estendeu e o po- Siderúrgica Nacional e a indústria se modernizou.
voamento começou a surgir.

22
CONHECIMENTOS GERAIS

Em 1948, cria-se o regime de licença prévia, o que Em 1980, a situação econômica não era nada boa, pois
funcionou durante algum tempo. O Sumoc acabou com as dívidas não deixaram a inflação baixar. O país entra em
os paralelos criando um fundo único de cambio. Em 1949, recessão. Houve queda na produção industrial em 1981 e o
institui o orçamento de cambio e as operações vinculadas. desemprego era grande.
Com a guerra da Coréia, o governo passa a fazer esto- A dívida chegou a níveis absurdos e o FMI passou a
ques de produtos com medo de escassez. As exportações mandar no país. Em 1985, Tancredo Neves assume, mas
foram mal. Apenas o café ainda ia bem. Em 1953, o Sumoc morre logo após. Sarney toma seu lugar já em eleições di-
cria os leilões de cambio e resolve o problema. Os produtos retas, que vieram logo após. Em 1986, o novo ministro da
importados, foram divididos em categorias segundo sua economia Dilson Funaro, cria o plano Cruzado, congelando
importância, o que foi bom para a economia, fazendo com os preços, salários, extinção da correção monetária, criação
que a balança tenha fechado em Superávit. Vargas trabalha do índice de preços e OTN.
para voltar à presidência e por isso, várias comissões foram A inflação caiu, já que a situação internacional era fa-
criadas para desenvolver a economia. Em 1954, Getúlio se vorável. O ágil começou a aparecer e por isso foi criado
suicida e os primeiros rumores de golpe surgem. o Cruzado II, o que descongelou os preços e aumentou
Em 1956, Juscelino assume buscando a união dos em- as tarifas. Luís Carlos Bresser Pereira, cria o plano Bresser,
presários, políticos, militares e assalariados. JK adota o re- para congelar os preços novamente. Mas problemas como
curso ao capital estrangeiro para sustentar a indústria pe- o ágil e o desabastecimento voltaram a acontecer.
sada. É desta época, os primeiro contatos brasileiros com Em 1989, foi criado o Plano Verão. Preços, salários e
o FMI. O Brasil era o terceiro país receptor de capital de aluguéis foram congelados, a moeda se desvalorizou e
risco americano destinado a indústria manufatureira. A in- houve privatizações. Mas tudo foi por água abaixo, pois
dustrialização da economia tinha um importante papel na as aplicações no over foram grandes e com isso a inflação
mudança de costume dos brasileiros. Jânio toma posse e voltou a crescer.
encontra um país em crise deixado por JK. Eleito, Collor cria seu plano, com itens como por exem-
Porém Jânio renuncia e João Goulart assume. O cres- plo: bloqueamento das contas correntes e poupanças, con-
cimento da indústria e do PIB desabam e os investimentos gelamentos, fim do Cruzado Novo, e etc.
sofrem uma violenta queda. As forças armadas derrubam Em 1991, a ministra Zélia Cardoso de Melo, cria um
Goulart e Castelo Branco assume, tornando as eleições in- novo congelamento, desindexação da 145 economia, cria-
diretas e dividindo os partidos em dois (Arena e MDB). ção da TR., etc e como era de se esperar, esse plano tam-
Em 1964, foi criado o programa de ação econômica do bém fracassou. Collor é afastado e quem assume é Itamar
governo. Criado pelo ministro da economia para reduzir a in- Franco, seu vice, que não faz grandes mudanças. O até en-
flação. Criou-se também a correção monetária para financiar tão ministro Fernando Henrique, é chamado e começa a
o déficit do governo. Surgiu o BNH, reformas bancárias e a re- elaborar um novo plano para estabilizar a economia. FHC
pressão dos valores do serviço público, porém a inflação subiu. se desvincula do ministério para ser candidato e é eleito.
Em 1966, houve um corte de dinheiro corrente, com O Plano Real de Fernando Henrique se divide em três
isso a inflação caiu equando Costa e Silva assumiu, houve fases:
um aumento no PIB. Com a isenção do IR e do IPI, as ex- 1ª.- Ajuste fiscal para equacionar o desequilíbrio orça-
portações cresceram. Foi também criado o Banco Central, mentário da União.
substituindo o Sumoc. Nesta época, o ministro da fazenda 2ª.- Eliminar a inflação através da URV.
Delfim Neto, reduz os juros e com isso, reduz a inflação. 3ª.- Transformação da URV em Real.
Costa e Silva foi substituído por Médici, que manteve A condução do plano procura evitar o erro dos cho-
Delfim Neto a frente da economia, e este conseguiu abai- ques heterodoxos, qual seja a grande expansão do crédito
xar ainda mais a inflação e crescer o PIB. e da demanda após a queda da inflação. A economia a ní-
Com a criação do I PND, o Brasil poderia atingir metas vel global apesar das crises e das incertezas vividas teve um
e resultados significativos. Foram 3 anos de euforia até a comportamento positivo tendo contribuído o forte cresci-
guerra dos Árabes X Israel, o que aumentou o preço do mento económico e o aumento significativo da liquidez em
petróleo e derivados, o que gerou uma crise econômica termos internacionais. Os maiores importadores mundiais
internacional e fez a produção e o PIB desabarem. A crise que são os Estados Unidos e a China deram o impulso ne-
volta a abalar o país, a dívida externa muito alta, o déficit cessário na área comercial. Os défices públicos e da balan-
e outros problemas voltaram a assustar. Com a formulação ça comercial dos Estados Unidos foram financiados pelos
do II PND, Geisel, agora no poder, contactava com estran- países produtores de petróleo e pelos países asiáticos. A
geiros a possibilidade de se instalar usinas no país. Mas economia mundial deve terminar este ano com um cres-
como iria ajudar um plano baseado no endividamento ? cimento muito perto dos 4%, considerando a subida dos
Por isso, o II PND teve de ser reformulado e acabou preços do petróleo conforme previsto pelos governadores
abandonado. Em 78, Geisel revogou atos de banimento, dos bancos centrais dos 10 países mais ricos do mundo
criou a lei de segurança nacional e suspendeu a censura. O (G-10). A China, Índia, Paquistão e diversos países de eco-
retorno a democracia parece certo neste momento e quan- nomias emergentes do Sudeste asiático estão a crescer a
do Figueiredo assume, promete devolver o poder aos civis, taxas muito próximas dos 10%, tendo a China apresentado
o que acontece 6 anos mais tarde debaixo de uma crise um crescimento de 9,5% no primeiro trimestre do ano, ten-
econômica muito séria. do provocado aumentos considerados anormais na procu-

23
CONHECIMENTOS GERAIS

ra de petróleo para satisfazer as necessidades de energia, correctiva aos valores anteriormente divulgados do PIB,
obrigando a uma subida dos preços do barril de crude. Os mas é de prever que este tipo de levantamento económico
Estados Unidos continuam a ser o maior consumidor de avalie de forma correta a contribuição dos serviços para o
petróleo do mundo, seguidos da China que em 2003 tor- crescimento da economia e que tem sido subestimado. A
nou-se o segundo maior consumidor representando 8,1% riqueza produzida a nível doméstico pela China foi no ano
do consumo, importando 13% de petróleo a nível mun- passado de 1,649 biliões de dólares cerca de 1,385 biliões
dial, representando em termos de importações 51% do de euros, altura em que a China teve a maior taxa de cresci-
consumo mundial, face aos 59% dos Estados Unidos e aos mento em 7 sete anos que foi de 9,5%. Existe na Wall Street
86% do Japão, devendo atingir em 2025 cerca de 77%. Em o sentimento generalizado de que o PIB chinês de 2004
simultâneo o aumento das cotações das vendas dos pro- deve ser alterado para 2 biliões de dólares, correspondente
dutos petrolíferos estão a reduzir o poder de compra dos a 1,669 biliões de euros, que significa um aumento de 20%.
Países Desenvolvidos (PD), fazendo que a inflação se possa Confirmada esta previsão, a China passa a ser o 4 país
vir a tornar uma verdadeira ameaça. A crise que vivem os a nível mundial com riqueza produzida, ou seja avançar 3
PD não permite dispor de mecanismos que façam inverter posições em relação ao lugar que neste momento ocupa.
esta tendência da economia mundial a curto prazo. O Ban- Esta análise profunda da economia da China tem como fim,
co Central Europeu (BCE), confirmou o crescimento da eco- permitir ao governo justificar a redução do investimento
nomia a nível global, sendo a inflação um sério perigo, uma público e conseguir melhorar a confiança dos investido-
vez que é provocado pela alta dos preços do petróleo, sen- res estrangeiros face às estatísticas do país, servindo ainda,
do dessa forma uma ameaça ao crescimento sustentável, como meio importante de redução da corrupção e da frau-
com efeitos negativos na economia e por sua vez nas res- de fiscal, numa área em que as autoridades têm extrema
pectivas políticas orçamentais. O preço do petróleo deve dificuldade e na arrecadação dos impostos, essencialmente
terminar o ano muito perto dos 60 dólares o barril, tendo no sector dos serviços. O Banco Central ou Banco Popular
ultrapassado esse montante dia 21 nos mercados interna- da China (BPC) sem qualquer aviso prévio a 21 de Julho
cionais, e o gás natural atingiu um novo valor máximo, com divulgou a desindexação da moeda chinesa ao dólar ame-
a descida das temperaturas no Norte dos Estados Unidos, ricano, tendo criado um sistema de maior flexibilidade em
tendo em Nova Iorque, o preço do barril para entrega em termos de gestão dos câmbios do yuan ou renmibi, cons-
janeiro subido 2,5%, fixando-se em 60,69 dólares. O preço tituído por um cabaz de moedas ou divisas, chamado de
do barril de Brent, petróleo de referência do Mar do Norte, G-4, em que o dólar continua a ser a moeda dominante, do
para entrega em janeiro, valorizou-se 3,2% fixando-se no euro, iene e won da Coreia do Sul. O G-4 constitui o pilar
mercado de Londres em 58,80 dólares. Com a tempestade do sistema de tripé da especialização a nível internacional
de neve que se esperava para dia 16 no Norte dos Estados da China. A China como sabemos em termos económicos
Unidos onde é utilizada 80% da energia para aquecimento, é carente em 3 factores; a importação de produtos consi-
e com a descida das temperaturas muito abaixo do normal derados intermédios, provenientes de países regionais de
noutras regiões, a procura de combustível aumentou, ten- maior desenvolvimento industrial como o Japão e a Coreia
do as refinarias crescido a produção. Prevê-se que as tem- do Sul; a compra do crude que é uma “commodity” em dó-
peraturas possam descer mais, obrigando ao aumento da lares; do mercado dos Estado Unidos, uma vez que a China
procura de combustível para aquecimento. O gás natural, é o principal exportador e a Europa o destino das exporta-
subiu acima dos 9% no mesmo dia, atingindo novo recor- ções dos produtos conhecidos como “made in China”. No
de. A Arábia Saudita, no seguimento da sua declaração no cabaz das ditas moedas foram incluídos o dólar canadiano,
segundo semestre do ano intensificou a produção tendo australiano e o de Singapura, o bath, a libra e o ringgit da
afirmado que o petróleo necessário à crescente procura Malásia, moedas correspondentes aos parceiros comercias
mundial seria satisfeito. Em conformidade os preços do chineses. O BPC valorizou o yuan face ao dólar somente
barril registaram grandes descidas nos principais mercados em 2,2%, e em relação ao euro foi em serpente até ao mo-
internacionais, tendo o consumo das gasolinas diminuído mento com pequenas desvalorizações e valorizações. Esta
em alguns mercados e as refinarias do Golfo México volta- pequena valorização do yuan veio a contrariar as previsões
ram a subir a oferta após a passagem do furacão Katrina, dos especuladores que esperavam uma valorização de 5%.
tendo havido sinais dados comunidade internacional de O yuan poderá ser valorizado entre 2% a 3% no final de
que algumas economias emergentes devem travar a sua 2006.
procura como forma de fonte de produção de energia, O yuan está desvalorizado 40% em relação ao dólar e
como é o caso da China e Índia, que após aumentos suces- tivemos a oportunidade de fazer o historial e consequên-
sivos na produção doméstica, devem entrar numa fase de cias dessa desvalorização real e efetiva. Esta medida inclui-
maior estabilidade. A China tornou público a 21, resultados -se adentro de uma visão geo estratégica a longo prazo,
da análise da actividade económica tendo revisto em alta em que a China tem como intenção pôr a moeda chinesa
o nível de riqueza criada internamente, situando-se na 4 como moeda mundial de topo, ficando os mercados finan-
maior economia mundial. O estudo recaiu sobre os 3 mais ceiros dependentes das suas flutuações. Vai ser inevitável
importantes sectores que são a agricultura, indústria e ser- nos próximos 20 anos. A China terá de esperar pelo pró-
viços prestados, o que levou a corrigir o Produto Interno ximo ano e seguinte, considerados críticos, e no segundo
Bruto (PIB) de 2004, bem como os seus dados históricos. O ano em outubro realizar-se-á, o 17.º Congresso do Partido
governo chinês não revelou se vai fazer alguma alteração Comunista Chinês (PCC). A valorização pequena dos 2,2%,

24
CONHECIMENTOS GERAIS

foi um sinal de carácter político com vista a acalmar os O cotidiano brasileiro.


americanos. Mas são os fatores económicos tão impor- Cotidiano (no Brasil) ou quotidiano (português euro-
tantes quanto os políticos. Esta pequena valorização le- peu) se diz sobre aquilo que é habitual ao ser humano, ou
vou em linha de conta o facto da economia da China seja, está presente na vivência do dia-a-dia.
estar dependente do comércio internacional em 70%, e - Atrasos nos vôos dos Aeroportos de todo país,
a exportação dos produtos chamados de “made in Chi- - A face brasileira da violência urbana: Atentados do
na” faz-se de duas formas: pelo sistema industrial de PCC no RJ e SP;
multinacionais estrangeiras, onde os capitais america- - Inundações e desababamentos em SP e MG;
nos têm uma considerável percentagem, e por empre- - Rebeliões no Sistema Carcerário;
sas controladas em termos financeiros pelos chineses - Caos no Trânsitos das Grandes Metrópoles, principal-
da diáspora, que representaram em 2004, cerca de 60% mente SP;
das exportações. Alterar o câmbio da moeda é o mesmo - Acidentes Ambientais e crimes ecológicos como o
que alterar os benefícios concedidos à deslocalização. que ocorreu recentemente em São Leopoldo no RS;
Uma outra situação a levar em conta são as cerca de - Desmatamento desenfreado das florestas no Norte
30 mil empresas exportadoras de têxteis, brinquedos e do Brasil ( Pará, Amazonas, Acre,... );
outros bens de consumo de pequenas dimensões, para - Corrupção no Setor Público, escândalos recentes en-
as quais, os 2,2%, representam um corte dos pequenos volvendo Membros do Congresso Nacional e do Executivo
3% a 5% que têm de margem de lucro. O tratamento Federal
em termos de matéria cambial é extremamente sensí-
vel uma vez que segundo os relatórios das instituições
internacionais e da Reserva Federal Americana, a China
tem um sistema bancário na sua maioria considerado
na bancarrota, altamente corrupto, faltando o conhe-
cimento técnico no que diz respeito ao crédito e que é
segurado pelo governo. Umas das razões para os chine-
ses não valorizarem significativamente e de forma rá-
pida o yuan, que seria o colapso do sistema bancário.
Mesmo com esta alteração de 2,2% no câmbio, prevê-se
que 50% 146 dos pequenos exportadores privados se
extinga, e não irá significar uma menor dor de cabeça
para os industriais americanos daqueles sectores e uma
situação favorável para o défice comercial dos Estados
Unidos uma vez que os importadores e consumidores
americanos vão colmatar essa lacuna chinesa, compran-
do produtos da América Central, e de outros países da
Ásia e da Europa de Leste. Os americanos irão comprar
barato de outros mercados, pelo que é pura areia para
os olhos. Uma mudança brusca do sistema financeiro
chinês causaria um tremor de terra devastador. Os ban-
cos alimentaram uma autêntica “bolha” de investimento
no país, que tarde o cedo atingirá o topo, e uma das ra-
zões da China não valorizarem muito e de forma rápida
o yuan, seria a possibilidade de poder criar o colapso de
todo o sistema como dissemos. A valorização, ainda que
pequena, tem um efeito real e efectivo no aumento da
liquidez traduzida em dólares por parte dos investidores
do país onde se incluem as maiores empresas estatais e
na valorização dos activos em yuan, mas traduzidos em
dólares nos mercados internacionais, essencialmente no
sector de empresas de “hi-tech”. A maior liquidez em
dólares significa a pressão estratégica do ir à globaliza-
ção seguida pelas empresas estatais e privadas da Chi-
na. O mercado de fusões e aquisições a nível mundial
está a crescer com as entradas chinesas na bolsa dos
Estados Unidos, Hong Kong e Singapura. A verdadei-
ra loucura no Nasdaq com as chamadas “start-ups” da
China é visível. A atracção pela Europa é uma falha e os
europeus vão ter de trabalhar bastante para atrair os
capitais chineses

25
CONHECIMENTOS GERAIS

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes


Língua Portuguesa americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des-
sa fonte.
1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/ (D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes
SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al- americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias
ternativa correta quanto à concordância, de acordo diárias dessa fonte.
com a norma-padrão da língua portuguesa. (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias
social está no centro dos debates atuais. diárias, (X) dessa fonte.
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re-
lação aos efeitos da desigualdade social. RESPOSTA: “C”.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
mais pobres é um fenômeno crescente. 3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO –
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de
criticado por alguns teóricos. concordância verbal na frase:
(E) Os debates relacionado à distribuição de rique- a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível
zas não são de exclusividade dos economistas. nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a
visibilidade social.
Realizei a correção nos itens: b) As duas tábuas em que se comprimem o famige-
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so- rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos,
cial está = estão como “compro ouro”.
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = divergem c) Não se compara aos vexames dos homens-placa
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos a exposição pública a que se submetem os guardadores
mais pobres é um fenômeno crescente. de carros.
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti- d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na
cado = criticada propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de-
(E) Os debates relacionado = relacionados monstração de mau gosto.
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados
RESPOSTA: “C”. em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve-
lhos carros-placa.
2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase Fiz as correções entre parênteses:
– Um levantamento mostrou que os adolescentes ame- a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu-
ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri-
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em: mida a visibilidade social.
(A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime)
americanos consomem em média 357 calorias, diárias o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô-
dessa fonte. nicos, como “compro ouro”.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a
americanos consomem, em média 357 calorias diárias exposição pública a que se submetem os guardadores de
dessa fonte. carros.
(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros-
americanos consomem, em média, 357 calorias diárias -placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma
dessa fonte. demonstração de mau gosto.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in-
americanos, consomem em média 357 calorias diárias teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da-
dessa fonte. queles velhos carros-placa.
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
americanos, consomem em média 357 calorias diárias, RESPOSTA: “C”.
dessa fonte.
4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo
ou faltante: a mesma regra que distribuídos.
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes (A) sócio
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X) (B) sofrê-lo
diárias dessa fonte. (C) lúcidos
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes (D) constituí
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias (E) órfãos
dessa fonte.

26
CONHECIMENTOS GERAIS

Distribuímos = regra do hiato (...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria


(A) sócio = paroxítona terminada em ditongo (abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa
(B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu
oblíquo. Nunca!) presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi-
(C) lúcidos = proparoxítona dência da República (1991).
(D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui” (Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-de-
– oxítona: cons-ti-tui) tail.php?id=393)
(E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
RESPOSTA: “E”.
RESPOSTA: “D”.
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012) ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
A concordância verbal está plenamente observada na ciedade como tais.
frase: Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo
(A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e passará a ser, corretamente,
materialistas, o posicionamento de alguns religiosos (A) perceba.
e parlamentares acerca da educação religiosa nas es- (B) foi percebido.
colas públicas. (C) tenham percebido.
(B) Sempre deverão haver bons motivos, junto (D) devam perceber.
àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino (E) estava percebendo.
religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
ciativa privada. ... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
(C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te-
texto, contra os que votam a favor do ensino religioso remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e
na escola pública, consistem nos altos custos econô- princípios...
micos que acarretarão tal medida.
(D) O número de templos em atividade na cidade RESPOSTA: “A”
de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
proporção maior do que ocorrem com o número de 8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
escolas públicas. A concordância verbal e nominal está inteiramente cor-
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação reta na frase:
como a regulação natural do mercado sinalizam para (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e
as inconveniências que adviriam da adoção do ensino valores que determinam as escolhas dos governantes,
religioso nas escolas públicas. para conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes
(A) Provocam = provoca (o posicionamento) devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
(B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá ha- cípios que regem a prática política.
ver (C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda-
(C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto, deiro regime democrático, em que se respeita tanto as
contra os que votam a favor do ensino religioso na escola liberdades individuais quanto as coletivas.
pública, consistem = consiste. (D) As instituições fundamentais de um regime de-
(D) O número de templos em atividade na cidade de mocrático não pode estar subordinado às ordens indis-
São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor- criminadas de um único poder central.
ção maior do que ocorrem = ocorre (E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como para o momento eleitoral, que expõem as diferentes
a regulação natural do mercado sinalizam para as incon- opiniões existentes na sociedade.
veniências que adviriam da adoção do ensino religioso Fiz os acertos entre parênteses:
nas escolas públicas. (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e va-
lores que determinam as escolhas dos governantes, para
RESPOSTA: “E”. conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de-
6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú- valores e princípios que regem a prática política.
blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para (C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
(A) embaixadores. dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
(B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais. tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.
(C) prefeitos municipais. (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(D) presidentes das Câmaras de Vereadores. crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
(E) vereadores. das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.

27
CONHECIMENTOS GERAIS

(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol- c) Será preciso, talvez: redefinir a infância, já que
tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex- as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver
põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade. com as de ontem.
d) Será preciso, talvez redefinir a infância? - já que
RESPOSTA: “A”. as crianças de hoje ao que tudo indica, nada têm a ver
com as de ontem.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) e) Será preciso, talvez, redefinir a infância, já que
A frase que admite transposição para a voz passiva é: as crianças de hoje, ao que tudo indica, nada têm a ver
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa- com as de ontem.
grado.
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma Devido à igualdade textual entre os itens, a apresenta-
grande diversidade de fenômenos. ção da alternativa correta indica quais são as inadequações
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so- nas demais.
ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
ficação. RESPOSTA: “E”.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
da vida (...). 12-) (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE –
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu- ALUNO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012)
dido e da falsa consciência. No trecho: “O crescimento econômico, se associado à
ampliação do emprego, PODE melhorar o quadro aqui
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagrado. sumariamente descrito.”, se passarmos o verbo desta-
(B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma cado para o futuro do pretérito do indicativo, teremos
grande diversidade de fenômenos. a forma:
- Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e A) puder.
explicada pelo conceito... B) poderia.
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda- C) pôde.
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação. D) poderá.
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da E) pudesse.
vida (...).
(E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do
e da falsa consciência. Indicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós pode-
ríamos, vós poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração
RESPOSTA: “B”. é crescimento econômico (singular), portanto, terceira pes-
soa do singular (ele) = poderia.
10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias, RESPOSTA: “B”.
vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
ambiental Geraldo Motta. 13-) (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011)
Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli- Entre as frases que seguem, a única correta é:
nhados devem sofrer as seguintes alterações: a) Ele se esqueceu de que?
(A) entrar − vira b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para dis-
(B) entrava − tinha visto tribui-lo entre os presentes.
(C) entrasse − veria c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas
(D) entraria − veria críticas.
(E) entrava − teria visto d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindica-
ções dos funcionários.
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve- e) Não sei por que ele mereceria minha conside-
ria = entrasse / veria. ração.

RESPOSTA: “C”. (A) Ele se esqueceu de que? = quê?


(B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para
11-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010) distribui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
A pontuação está inteiramente adequada na frase: (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos ex-
a) Será preciso, talvez, redefinir a infância já que as cessivos nas críticas.
crianças de hoje, ao que tudo indica nada mais têm a (D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindi-
ver com as de ontem. cações dos funcionários.
b) Será preciso, talvez redefinir a infância: já que (E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
as crianças, de hoje, ao que tudo indica nada têm a ver,
com as de ontem. RESPOSTA: “E”.

28
CONHECIMENTOS GERAIS

14-) (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINIS- 16-) (UNESP/SP - ASSISTENTE TÉCNICO ADMINIS-
TRATIVO - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as TRATIVO - VUNESP/2012) A correlação entre as formas
frases do texto: verbais está correta em:
I, Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota ne- (A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o
gativa... planeta não resistiu.
II,... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior clas- (B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto
sificação do continente americano (2,0)... poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um co-
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases lapso.
I e II, a concordância segue as mesmas regras, na ordem (C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebi-
dos exemplos, em: da, o do jogo, o do sexo e o do consumo não conheces-
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o se distorções patológicas, não haverá vícios.
próximo ano. Será que alguém tem opinião diferente (D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tor-
da maioria? nado tão eficientes, talvez as coisas não ficaram tão
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas ju- baratas.
ninas. Vêm pessoas de muito longe para brincar de qua- (E) Se as pessoas não se propuserem a consumir
drilha. conscientemente, a oferta de produtos supérfluos cres-
(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. cia.
Quase todos quiseram ficar até o nascer do sol na praia.
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, Fiz as correções necessárias:
mas também existem umas que não merecem nossa (A) Se o consumo desnecessário vier a crescer, o plane-
atenção. ta não resistiu = resistirá
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. (B) Se todas as partes do mundo estiverem com alto
poder de consumo, o planeta em breve sofrerá um colapso.
Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos (C) Caso todo prazer, como o da comida, o da bebida,
aos itens: o do jogo, o do sexo e o do consumo não conhecesse dis-
(A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém torções patológicas, não haverá = haveria
tem (singular) (D) Se os meios tecnológicos não tivessem se tornado
(B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural) tão eficientes, talvez as coisas não ficaram = ficariam (ou
(C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quise- teriam ficado)
ram (plural) (E) Se as pessoas não se propuserem a consumir cons-
(D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem cientemente, a oferta de produtos supérfluos crescia =
umas (plural) crescerá
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas
as formas estão no plural) RESPOSTA: “B”.

RESPOSTA: “A”. 17-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁ-


RIA – VUNESP/2010) Assinale a alternativa que preen-
15-) (CETESB/SP - ANALISTA ADMINISTRATIVO - che adequadamente e de acordo com a norma culta a
RECURSOS HUMANOS - VUNESP/2013 - ADAPTADA) lacuna da frase: Quando um candidato trêmulo ______ eu
Considere as orações: … sabíamos respeitar os mais lhe faria a pergunta mais deliciosa de todas.
velhos! / E quando eles falavam nós calávamos a boca! (A) entrasse
Alterando apenas o tempo dos verbos destacados (B) entraria
para o tempo presente, sem qualquer outro ajuste, (C) entrava
tem-se, de acordo com a norma-padrão da língua por- (D) entrar
tuguesa: (E) entrou
(A) … soubemos respeitar os mais velhos! / E quan-
do eles falaram nós calamos a boca! O verbo “faria” está no futuro do pretérito, ou seja, in-
(B) … saberíamos respeitar os mais velhos! / E quan- dica que é uma ação que, para acontecer, depende de ou-
do eles falassem nós calaríamos a boca! tra. Exemplo: Quando um candidato entrasse, eu faria / Se
(C) … soubéssemos respeitar os mais velhos! / E ele entrar, eu farei / Caso ele entre, eu faço...
quando eles falassem nós calaríamos a boca!
(D) … saberemos respeitar os mais velhos! / E quan- RESPOSTA: “A”.
do eles falarem nós calaremos a boca!
(E) … sabemos respeitar os mais velhos! / E quando 18-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁ-
eles falam nós calamos a boca! RIA – VUNESP/2010 - ADAPTADA)
Assinale a alternativa de concordância que pode ser
No presente: nós sabemos / eles falam. considerada correta como variante da frase do texto –
A maioria considera aceitável que um convidado che-
RESPOSTA: “E”. gue mais de duas horas ...

29
CONHECIMENTOS GERAIS

(A) A maioria dos cariocas consideram aceitável 20-) (POLÍCIA CIVIL/SP – AGENTE POLICIAL - VU-
que um convidado chegue mais de duas horas... NESP/2013) De acordo com a norma- padrão da
(B) A maioria dos cariocas considera aceitáveis que língua portuguesa, o acento indicativo de crase está
um convidado chegue mais de duas horas... corretamente empregado em:
(C) As maiorias dos cariocas considera aceitáveis (A) A população, de um modo geral, está à espera
que um convidado chegue mais de duas horas... de que, com o novo texto, a lei seca possa coibir os aci-
(D) As maiorias dos cariocas consideram aceitáveis dentes.
que um convidado chegue mais de duas horas... (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à
(E) As maiorias dos cariocas consideram aceitável repensarem a sua postura.
que um convidado cheguem mais de duas horas... (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos
à punições muito mais severas.
Fiz as indicações: (D) À ninguém é dado o direito de colocar em risco
(A) A maioria dos cariocas consideram (ou considera, a vida dos demais motoristas e de pedestres.
tanto faz) aceitável que um convidado chegue mais de (E) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumpri-
duas horas... mento da nova lei para que ela possa funcionar.
(B) A maioria dos cariocas considera (ok) aceitáveis
(aceitável) que um convidado chegue mais de duas ho- (A) A população, de um modo geral, está à espera (dá
ras... para substituir por “esperando”) de que
(C) As (A) maiorias (maioria) dos cariocas considera (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à re-
(ok) aceitáveis (aceitável) que um convidado chegue mais pensarem (antes de verbo)
de duas horas... (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à
(D) As (A) maiorias (maioria) dos cariocas consideram punições (generalizando, palavra no plural)
(ok) aceitáveis (aceitável) que um convidado chegue mais (D) À ninguém (pronome indefinido)
de duas horas... (E) Cabe à todos (pronome indefinido)
(E) As (A) maiorias (maioria) dos cariocas consideram
(ok) aceitável que um convidado cheguem (chegue) mais RESPOSTA: “A”.
de duas horas...
21-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE
RESPOSTA: “A”. SÃO PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
VUNESP/2013) Nesse contexto, o verbo estereotipar
19-) (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁ- tem sentido de
RIA – VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que as (A) considerar ao acaso, sem premeditação.
palavras são acentuadas graficamente pelos mesmos (B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido
motivos que justificam, respectivamente, as acentua- dela.
ções de: década, relógios, suíços. (C) adotar como referência de qualidade.
(A) flexíveis, cartório, tênis. (D) julgar de acordo com normas legais.
(B) inferência, provável, saída. (E) classificar segundo ideias preconcebidas.
(C) óbvio, após, países.
(D) islâmico, cenário, propôs. Classificar conforme regras conhecidas, mas não con-
(E) república, empresária, graúda. firmadas se verdadeiras.

Década = proparoxítona / relógios = paroxítona ter- RESPOSTA: “E”.


minada em ditongo / suíços = regra do hiato
(A) flexíveis e cartório = paroxítonas terminadas em
ditongo / tênis = paroxítona terminada em “i” (seguida
de “s”)
(B) inferência = paroxítona terminada em ditongo /
provável = paroxítona terminada em “l” / saída = regra
do hiato
(C) óbvio = paroxítona terminada em ditongo / após
= oxítona terminada em “o” + “s” / países = regra do
hiato
(D) islâmico = proparoxítona / cenário = paroxítona
terminada em ditongo / propôs = oxítona terminada em
“o” + “s”
(E) república = proparoxítona / empresária = paro-
xítona terminada em ditongo / graúda = regra do hiato

RESPOSTA: “E”.

30
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Conhecimentos básicos de MS Office versão 2010: Word, Excel e Power Point. ........................................................................... 01
Conceitos de internet e intranet e principais navegadores. ................................................................................................................... 23
Noções básicas de Sistemas Operacionais..................................................................................................................................................... 26
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE MS OFFICE


VERSÃO 2010: WORD, EXCEL E POWER
POINT.

WORD

Para começar, vamos analisar a tela do Microsoft Word 2010 na Figura 5.

Figura 5: Tela inicial do Word 2010

1. Barra de Título: exibe o nome de arquivo do documento que está sendo editado e o nome do software que você
está usando. Também inclui os botões padrão Minimizar, Restaurar e Fechar.
2. Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: comandos usados com frequência, como Salvar, Desfazer e Refazer estão
localizados aqui. No final dessa barra há um menu suspenso em que é possível adicionar outros comandos usados comu-
mente ou geralmente necessários.
3. Guia Arquivo: clique neste botão para localizar comandos que atuam no próprio documento, em vez de no con-
teúdo do documento, como Novo, Abrir, Salvar como, Imprimir e Fechar.
4. Faixa de Opções: os comandos necessários para o seu trabalho estão localizados aqui. A aparência dessa faixa será
alterada de acordo com o tamanho do monitor. O Word compactará a faixa de opções alterando a organização dos contro-
les para acomodar monitores menores.
5. Janela Editar: mostra o conteúdo do documento que você está editando.
6. Barra de Rolagem: permite a você alterar a posição de exibição do documento que está editando.
7. Barra de Status: exibe informações sobre o documento que você está editando.
8. Botões de Exibição: permitem alterar o modo de exibição do documento que você está editando de acordo com
suas necessidades.
9. Zoom: permite alterar as configurações de zoom do documento que você está editando.

1
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Guia Início: Grupo área de transferência: possui os Grupo Parágrafo:


botões de comando para colar, recortar, copiar e pincel.
Quando usamos os recursos de recortar e copiar, o con-
teúdo recortado ou copiado fica armazenado na memória
RAM do computador, em uma área denominada área de
transferência.

Colar – aplica no documento um texto ou imagem que


foi copiada ou recortada. Teclas de atalho CTRL + V.
Recortar – retira do documento e coloca na área de
transferência um texto ou imagem selecionada. Teclas de
atalho CTRL + X.
Copiar – cria uma cópia do texto ou imagem selecionado
e deixa na área de transferência. Teclas de atalho CTRL + C.
Formatar Pincel – Guarda a formatação do texto sele-
cionado para aplicar em outro ponto do texto. Teclas de Figura 7: Grupo Parágrafo
atalho CTRL + SHIFT + C.
1 – Marcadores: possibilita inserir listas com marcadores.
Grupo fonte: Permite a formatação da fonte das pala- 2 – Numeração: possibilita a inserção de uma lista nu-
vras ou caracteres selecionados, mudando sua forma, ta- merada.
manho e usando efeitos para realçar ou fazer indicações 3 – Lista de vários níveis: insere uma lista com vários ní-
especiais no texto, como a aplicação de itálico, para indicar veis de recuo.
uma palavra em outro idioma, ou sublinhado para indicar 4 – Diminuir o recuo: reduz o nível de recuo do pará-
um link. grafo.
5 – Aumentar o recuo: aumenta o nível de recuo do pa-
rágrafo.
6 – Classificar: coloca o texto selecionado em ordem al-
fabética ou organiza dados numéricos.
7 – Mostrar tudo: mostra marcas de parágrafos e outros
símbolos de formatação não imprimíveis.
8 – Alinhar texto à esquerda: alinha o texto à margem
esquerda da folha.
9 – Centralizar: centraliza o texto no meio (horizontal)
da folha.
10 – Alinhar texto à direita: alinha o texto à margem di-
Figura 6: Grupo Fonte reita da folha.
11 – Justificar: alinha o texto às margens esquerda e di-
1 – Tamanho da fonte: altera o tamanho da fonte reita, adicionando espaços entre as palavras, se necessário.
2 – Aumentar fonte e reduzir fonte: aumentam e di- 12 – Espaçamento entre linhas: altera o espaço em bran-
minuem, respectivamente, o tamanho da fonte da palavra, co entre as linhas e possibilita formatar espaçamentos entre
letra ou caracteres selecionados. parágrafos e recuos.
3 – Limpar formatação: retira toda a formatação aplica- 13 – Sombreamento: colore o plano de fundo atrás do
da, deixando o texto sem formatação. texto selecionado.
4 – Fonte: permite alterar o tamanho da fonte. 14 – Bordas: possibilitam aplicar vários tipos de bordas
5 – Negrito: aplica negrito ao texto selecionado. ao texto selecionado.
6 – Itálico: aplica itálico ao texto selecionado. Grupo estilo:
7 – Sublinhado: permite sublinhar, ou seja, desenhar
uma linha na base da palavra selecionada. Aplica estilos pré-formatados que incluem tipo de fon-
8 - Tachado: desenha uma linha no meio do texto se- te, tamanho, espaçamento entre linhas e alinhamento. A
lecionado. grande vantagem de usarmos estilos é que não precisamos
9 – Subscrito e sobrescrito: diminuem a fonte e alinham refazer várias configurações como cor da fonte, tamanho e
para cima ou para baixo, respectivamente, da linha de base outros recursos sempre que precisarmos deles. Por exemplo,
do texto. se em seu trabalho você decidir que os títulos terão fonte do
10 – Maiúsculas e minúsculas: permite que o texto se- tipo Verdana, tamanho
lecionado tenha suas letras alteradas entre maiúsculas e 14, negrito, itálico e alinhamento centralizado, sempre
minúsculas. que houver um título você precisará aplicar estes cinco tipos
11 – Cor de realce do texto: realça o texto selecionado de formatação, fazendo cinco cliques em lugares diferentes,
como uma caneta marca texto. na Guia Início. Se criar um estilo que já contenha estas for-
12 – Cor da fonte: altera a cor da fonte do texto sele- matações, para aplicá-las, será necessário um único clique
cionado. no estilo criado.

2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para criarmos um estilo:


- Clicamos no ícone responsável por mostrar a janela de Estilos.
- Nela, clicamos no botão Novo Estilo.
- Digitamos o nome do nosso estilo.
- Escolhemos se será um estilo do tipo Parágrafo,
Caractere, vinculado a um parágrafo ou a um caractere, aplicado a uma tabela ou lista.

- Escolhemos as formatações que farão parte deste estilo, como tipo de fonte, tamanho da fonte, cor da fonte, negrito, itálico,
sublinhado, alinhamento, espaçamento entre linhas, a distância entre os parágrafos, recuo.
Estas formatações podem mudar dependendo do tipo de estilo que iremos criar. Por exemplo, se criarmos um estilo do tipo
tabela, podemos formatar cor de preenchimento das células, bordas e outras opções. Quando terminarmos nossas formatações
e clicarmos no botão OK, nosso estilo irá para o grupo Estilo. Sempre que quisermos usá-lo, basta selecionar o trecho do texto
em que será aplicado e depois clicar no nome dele.

Grupo edição: Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações
e selecionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar, digitar a palavra na linha do localizar e clicar no botão
Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que desejamos
localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em mi-
núscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra maiúscula.
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos localizar a
palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção não estiver marcada.
Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.
- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o caractere
curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e “término”).

Guia Inserir:
Grupo Páginas:

Figura 8: Grupo Páginas

1 – Folha de rosto: insere uma folha de rosto completamente formatada, sendo necessário apenas inserir informações
como o título, autor e data.
2 – Página em branco: insere uma nova página em branco, na posição do cursor.
3 – Quebra de página: interrompe as formatações e digitação no ponto de inserção da quebra e continua na próxima
página.

Grupo tabelas: Possibilita a inserção e formatação de tabelas. Com esse recurso, podemos criar os mais diversos tipos
de tabelas no Word, desde as mais simples até àquelas que já são previamente formatadas pelo programa, trazendo opções
de cor, tipo, tamanho e outras formatações de fonte, cores de preenchimento das células, linhas e outras especificações.
Com os itens desse grupo, podemos desenhar a tabela ou apenas selecionar a quantidade de linhas e colunas que ela
terá, simplificando sua criação. Podemos também, selecionar um grupo de texto e converter esse texto em tabela, sendo
que o oposto, ou seja, converter a tabela em texto, também é possível.
Para criar uma tabela simples, após clicar no botão de comando “Tabela”, selecionamos os quadradinhos que cor-
respondem ao número de colunas e linhas.
A tabela a seguir foi criada por esse método de criação. Ela contém quatro colunas e duas linhas, pois foram selecio-
nados quatro quadradinhos na horizontal e dois na vertical. Os quadrados da horizontal, representam, então, as colunas e,
os da vertical, representam as linhas.

3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Existem casos em que as tabelas excedem o tamanho da página. Nestes casos, podemos selecionar as opções “ajustar-
se automaticamente ao conteúdo”, que faz com que a tabela fique com seu tamanho e largura dependendo do conteúdo
que está digitado ou inserido dentro dela; ou a opção “Ajustar- se automaticamente à janela”, que permite que a tabela seja
redimensionada segundo o espaço de visualização necessário para que ela caiba na página.
A opção Desenhar Tabela permite a criação de uma tabela de forma mais livre. Com ela, o usuário desenha as bordas,
linhas e colunas e pode realizar diversos tipos de formatações, através da Guia “Ferramentas de Tabela”.
É possível definir os estilos de tabela conforme demonstra a Figura 9.

Figura 9: Estilos de Tabela

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e demais
itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombreamento e das
bordas da tabela.

Grupo Ilustrações:

Figura 10: Grupo Ilustrações

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto uma imagem que esteja salva no computador ou em outra mídia,
como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos, elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para comunicar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar dados.

Grupo Links: Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web, uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um in-
dicador para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador pode se tornar um link dentro do próprio documento.
Referência cruzada: referência tabelas.

Grupo cabeçalho e rodapé:


Insere cabeçalhos, rodapés e números de páginas.

4
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Grupo texto: Orientação: altera a disposição do papel entre retrato e


paisagem.

Figura 12: Retrato e Paisagem


Figura 11: Grupo Texto
Tamanho: altera o tamanho do papel entre várias opções,
1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-formata- como carta, ofício, executivo, A4 e outros.
das. As caixas de texto são espaços próprios para inserção Colunas: divide o texto selecionado em colunas. Para divi-
de textos que podem ser direcionados exatamente onde dir o texto em colunas, primeiro, devemos selecionar o texto a
precisamos. Por exemplo, na figura “Grupo Texto”, os nú- ser dividido e depois clicar no botão de comando “Colunas”.
meros ao redor da figura, do 1 até o 7, foram adicionados Escolhida a opção desejada o texto será automaticamen-
através de caixas de texto. te dividido. Para excluir a divisão de colunas inserida, basta
2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reu- selecionar o texto novamente e clicar em “Um”.
tilizáveis, incluindo campos, propriedades de documentos Quebra: Insere interrupções na continuidade do texto e
como autor ou quaisquer fragmentos de texto pré-forma- em sua formatação padrão.
do. Número de linhas: insere a numeração das linhas na mar-
3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve gem lateral de cada linha.
Hifenização: ativa o recurso da hifenização, que permite
como base para a assinatura de um documento.
que o Word quebre palavras entre suas sílabas no final de
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no docu-
cada linha.
mento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
Grupo Plano de Fundo da Página:
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no iní-
Marca d’água: insere uma imagem desbotada, “fantas-
cio de cada parágrafo. É uma opção de formatação decora-
ma”, no plano de fundo da página, atrás do texto digitado.
tiva, muito usada principalmente, em livros e revistas. Para
Cor da página: altera a cor branca da página para outra
inserir a letra capitular, basta clicar no parágrafo desejado e personalizada.
depois na opção “Letra Capitular”. Bordas da página: adiciona ou altera a borda ao redor da
As letras capitulares podem ser formatadas, indicando página.
o tipo de fonte, tamanho, e distância dessas letras com re-
lação ao restante do texto. Grupo Parágrafo:
7 – Word Art: insere um texto decorativo no documen-
to. Quando clicamos no Word Art, abrimos uma lista de
opções:

Grupo símbolos: Equação: insere equações matemáti-


cas ou auxilia a desenvolver equações com uma biblioteca
de símbolos matemáticos. Símbolos: insere símbolos que Figura 13: Grupo parágrafo
não constam no teclado como o símbolo “Ω.”
Permite ajustar o recuo direito e esquerdo do texto em
Guia Layout da Página: relação às margens e também aumentar ou reduzir o espaça-
Grupo temas: Temas: altera o design geral do docu- mento antes e depois de cada parágrafo.
mento inteiro, incluindo cores, fonte e efeitos.
Cores do tema: altera as cores do tema atual. Fontes do Grupo Organizar:
tema: altera a fonte do tema atual. Efeitos do tema: altera Posição: permite posicionar o objeto selecionado (uma
os efeitos do tema usado. imagem, por exemplo) na página com relação ao texto, de
diversas maneiras:
Grupo Configura Página:Margens: possibilita a altera- Trazer para a frente: traz o objeto selecionado para a fren-
ção dos tamanhos das margens direita, esquerda, superior te do texto ou para a frente de outros objetos.
e inferior. Enviar para traz: leva o objeto selecionado para trás do
texto ou de outros objetos.
Quebra automática do texto: possibilita o alinhamento do
objeto selecionado de várias formas em relação ao texto. Po-
demos escolher entre as opções:

5
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Alinhado com o texto: O objeto será alinhado na linha Grupo Legendas: Inserir legenda: adiciona uma linha
de base do texto, ou seja, no mesmo alinhamento do texto. de texto em baixo de uma imagem ou objeto para descre-
- Quadrado: Permite que o texto seja alinhado ao redor vê-lo.
do objeto, formando um quadrado em volta dele. Inserir índice de ilustrações: inclui uma lista com todas
- Próximo: O texto será distribuído o mais próximo pos- as ilustrações, tabelas ou equações do documento.
sível. Atualizar índice de ilustrações: atualiza o índice de ilus-
- Atrás do texto: Como sugere, o objeto ficará posi- trações incluindo todas as entradas do documento.
cionado atrás do texto digitado. Dessa forma ele ficará no Inserir referência cruzada: referências cruzadas são tí-
fundo do texto. tulos, ilustrações e tabelas, com textos como “consulte a
- Em frente Ao texto: Faz o efeito contrário da opção tabela” ou “vá para a página”. São atualizadas automatica-
anterior, ou seja, desloca o objeto para frente do texto di- mente se o conteúdo for movido para outro local.
gitado.
- Superior e inferior: O texto será alinhado sobre o ob-
Grupo Índice: Marcar entrada: inclui o texto seleciona-
jeto e em baixo dele. Veja que a estrela deste exemplo está
do no índice do documento.
sozinha no campo onde foi inserida e só há texto sobre ela
Inserir índice: insere um índice ao documento.
e em baixo dela.
Atualizar o índice: atualiza o índice de forma que todas
- Através: O objeto será visto através do texto.
- Editar pontos da disposição do texto: esse recurso as entradas indiquem o número de página correto.
nos permite mover os pontos ao redor do objeto, editando Guia revisão:
a disposição do texto ao seu redor. Grupo revisão de texto:

Ainda há a como escolhermos outras opções de alinha-


mento do objeto em relação ao texto.

Alinhar: possibilita o alinhamento de bordas dos ob-


jetos selecionados, com as opções à esquerda, centralizar,
alinhar à direita, alinhar parte superior, alinhar ao meio,
alinhar parte inferior, distribuir horizontalmente e vertical-
mente, alinhar à página, alinhar à margem, alinhar obje-
tos selecionados, exibir linhas de grade e configurações da
grade.
Agrupar: agrupa vários objetos, por exemplo, imagens, Figura 14: Grupo revisão de texto
unindo- as como se fossem uma só.
Girar: permite rotacionar o objeto invertendo-o para 1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando pes-
lados diferentes. Um objeto pode ser girado 90º para a es- quisas em materiais de referência como jornais, enciclopé-
querda, 90º para a direita, ter sua posição invertida vertical- dias e serviços de tradução.
mente ou horizontalmente ou ainda podemos selecionar 2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre
outras opções de rotação. algumas palavras é possível realizar sua tradução para ou-
tro idioma.
Guia referências: 3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar
Grupo Sumário: a correção de ortografia e gramática.
Sumário: possibilita a inclusão de um sumário ao do-
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os
cumento, sendo necessário apenas incluir o texto depois.
caracteres, parágrafos e linhas de um documento.
Adicionar texto: adiciona o parágrafo selecionado
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte-
como uma entrada do sumário.
rar a palavra selecionada por outra de significado igual ou
Atualizar sumário: atualiza o sumário de forma que to-
das as entradas indiquem o número correto de suas res- semelhante.
pectivas páginas. 6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para
outro idioma.
Grupo Notas de rodapé: Inserir notas de rodapé: insere 7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica
notas no rodapé do documento que serão renumeradas e gramatical do documento. Assim que clicamos na opção
automaticamente conforme as alterações de localização do “Ortografia e gramática”, a seguinte tela será aberta:
texto na página.
Inserir nota de fim: notas de fim são notas inseridas no
final do documento.
Próxima nota de rodapé: possibilita a visualização (na-
vegação) entre as notas de rodapé inseridas no documento.
Mostrar notas: possibilita visualização das notas de ro-
dapé e nota de fim.

6
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 15: Verificar ortografia e gramática

A verificação ortográfica e gramatical do Word, já busca trechos do texto ou palavras que não se enquadrem no perfil
de seus dicionários ou regras gramaticais e ortográficas. Na parte de cima da janela “Verificar ortografia e gramática”, apa-
recerá o trecho do texto ou palavra considerada inadequada. Em baixo, aparecerão as sugestões. Caso esteja correto e a
sugestão do Word não se aplique, podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a regra apresentada esteja incorreta ou não
se aplique ao trecho do texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar regra”; caso a sugestão do Word seja adequada,
clicamos em “Alterar” e podemos continuar a verificação de ortografia e gramática clicando no botão “Próxima sentença”.

Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, indicando que o Word a considera incorreta, podemos apenas clicar
com o botão direito do mouse sobre ela e verificar se uma das sugestões propostas se enquadra.
Por exemplo, a palavra informática. Se clicarmos com o botão direito do mouse sobre ela, um menu suspenso nos será
mostrado, nos dando a opção de escolher a palavra informática. Clicando sobre ela, a palavra do texto será substituída e o
texto ficará correto.

Mais algumas orientações estão disponíveis no link abaixo:

https://goo.gl/nbTPdi

7
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

EXCEL

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear
informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça
a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento
em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

 Figura 16: Tela Principal do Excel 2010

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao
iniciar o programa aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.
Faixa de Opções: Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

 Figura 17: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

 Figura 18: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

8
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso
rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela
com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. Na janela apresentada
temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

 Figura 19: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Ferramentas
de Acesso Rápido.
Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algu-
mas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

 Figura 20: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status.
Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para cima ou
para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente, e assim poder
visualizar toda a sua planilha.
Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, onde você fará a inserção de dados e fórmulas
para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com letras (A, B, C, etc.).

 Figura 21: Planilha de Cálculo

9
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeça- Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual
lho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou,
toda a coluna é selecionada. ao contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar
Ao dar um clique com o botão direito do mouse so- o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor.
bre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, Após dar um “Enter”, o cursor será automaticamente posi-
onde as opções deste menu são as seguintes: cionado na célula desejada.

-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida per- Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao
mite escolher a formatação de fonte e formato de dados, abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já
bem como mesclagem das células (será abordado mais de- eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente
talhadamente adiante). uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se ne-
-Recortar: copia toda a coluna para a área de trans- cessitar. Para criar nova planilha dentro da pasta de tra-
ferência, para que possa ser colada em outro local deter- balho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as
minado e, após colada, essa coluna é excluída do local de planilhas, basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja
origem. trabalhar.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferên-
cia, para que possa ser colada em outro local determinado. Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cru-
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de zar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de tra-
itens que estão na área de transferência e que tenham sido balho diferentes, utilizando as guias de planilhas.
recortadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das plani-
colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplica- lhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um
tivos. menu pop up.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente an-
tes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os
dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a
coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas op-
ções para fazer a formatar as células (será visto detalhada-
mente adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da co-
luna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes
uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos,
necessários para a totalização geral, mas desnecessários na
visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um ca-


beçalho, que contém o número que a identifica. Clicando  Figura 23: Menu Planilhas
no cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada.
As funções deste menu são as seguintes:
-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da
planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que
ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para
outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com
todos os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou
 Figura 22: Cabeçalho de linha deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados
importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode
Célula: As células, são as combinações entre linha e proteger determinados elementos da planilha (planilha: o
colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula principal documento usado no Excel para armazenar e tra-
A1. Na Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra balhar com dados, também chamado planilha eletrônica.
o cursor. Uma planilha consiste em células organizadas em colunas

10
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de traba- A última forma que veremos é a função soma digitada.
lho.) ou da pasta de trabalho, com ou sem senha (senha: Vale ressaltar que, para toda função, um início é fundamen-
uma forma de restringir o acesso a uma pasta de traba- tal:
lho, planilha ou parte de uma planilha. As senhas do Excel
podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É = nome da função (
necessário digitar as letras maiúsculas e minúsculas corre-
tamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a
proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação
em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias 1 - Sinal de igual.
de planilhas (trata-se de tópico de programação avançada, 2 – Nome da função.
que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abor- 3 – Abrir parênteses.
dado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas. Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha. lembrete sobre a função que iremos usar, onde é possível
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em to- clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo a se-
das as planilhas para que possam ser configuradas e im- guir, a função = soma(B2:B4).
pressas juntamente. Lembre-se, basta colocar o a célula que contém o pri-
meiro valor, em seguida o dois pontos (:) e por último a
Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, célula que contém o último valor.
todas as células da planilha ativa serão selecionadas.
Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois va-
lores, por isso não precisamos de uma função específica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) e
depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a seguir
a fórmula = B2-B3.
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, proce-
demos de forma semelhante à subtração. Clicamos no pri-
meiro número, digitamos o sinal de multiplicação que, para
 Figura 24: Caixa Selecionar Tudo o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no último valor.
No próximo exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3.
Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digita- Outra forma de realizar a multiplicação é através da se-
das as fórmulas que efetuarão os cálculos. guinte função:
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o =mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo valor
uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias da célula C2.
de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que,
para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, te- Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de for-
mos que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece ma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no
uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos ou núme- primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para o
ros comuns de uma fórmula. Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numé- próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
ricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes
formas de fazê-lo: Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a
maior idade digitada no intervalo de células de A2 até A5.
A função digitada será = máximo(A2:A5).
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – re-
fere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual
é o maior valor. No caso a resposta seria 10.

 Figura 25: Soma simples Mínimo: Mostra o menor valor existente em um inter-
valo de células selecionadas.
Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4. Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até mínimo (A2:A5).
o último valor. Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refe-
Após a sequência de células a serem somadas, clicar no re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é
ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=. o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.

11
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Média: A função da média soma os valores de uma se- Resto: Com essa função podemos obter o resto de
quência selecionada e divide pela quantidade de valores des- uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
sa sequência. = mod (núm;divisor)
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de Onde:
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4) Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o
Foi digitado “= média (”, depois, foram selecionados os resto.
valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o
pressionada, o resultado será automaticamente colocado na número.
célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for alte-
rado, recalculam o valor final.

Data: Esta fórmula insere a data automática em uma pla-


nilha.
Figura 28: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente:


1,5 e 1.

Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o


valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o núme-
ro sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
Figura 26: Exemplo função hoje =abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun- Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja
ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas. obter.

Inteiro: Com essa função podemos obter o valor inteiro


de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lembra-
mos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com a
célula a ser selecionada na planilha trabalhada.

Arredondar para cima: Com essa função, é possível


arredondar um número com casas decimais para o número Figura 29: Exemplo função abs
mais distante de zero.
Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_ Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas
dígitos) com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias).
Onde: Sua sintaxe é:
Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar. = DIAS360(data_inicial;data_final)
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se de- Onde:
seja arredondar núm. data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias fal-
tam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como
data inicial o dia 05/03/2018. A função utilizada será
=dias360(A2;B2)

Figura 27: Início da função arredondar para cima

Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da


função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o num,
ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois do “;”
(ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para a qual
queremos arredondar.
Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixa- Figura 30: Exemplo função dias360
remos as funções aparentes, e os resultados dispostos na co-
luna C:
A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
mesmo conceito.

12
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 31: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.

A sintaxe desra função é a seguinte:


=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$724,00.

Assim, temos a condição:


SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O RESUL-
TADO NA CÉLULA E3

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Valor_se_falso: “Abaixo”

Assim, com o cursor na célula E3, digitamos:


=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”)
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e colunas
nas células. Nossas fórmulas ficarão assim:
E4 →=SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 → =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E6 → =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 → =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E8 → =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 → =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E10 → =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”)

13
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de re-
condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguin- gistros, SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe
te: desta função é a seguinte:
=CONT.SE(intervalo;“critérios”)
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma)
= : significa a chamada para uma fórmula/função
=Significa a chamada para uma fórmula/função CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
SomaSe: função SOMASE intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise dos dados
dos dados “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- “intervalo”
liados a fim de chegar à condição verdadeira
Usando a planilha acima como exemplo, queremos
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi-
saber quantas pessoas ganham R$ 1200,00 ou mais, e
cada a condição para soma dos valores
mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15.
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar Para isso precisamos criar a seguinte condição:
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar
o resultado na célula D16. E também queremos somar os R$ 1200,00 ou MAIS:
salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição: OU IGUAL A 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
HOMENS: MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI-
NO, ENTÃO Traduzindo a condição em variáveis teremos:
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO
INTERVALO D3 ATÉ D10 Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Traduzindo a condição em variáveis teremos: Critério: >=1200

Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10 =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
Critério: “MASCULINO”
Intervalo para soma: D3:D10 MENOS DE R$ 1200,00:
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos: SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10) NOR QUE 1200, ENTÃO
MULHERES: CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI- MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
NO, ENTÃO
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
TERVALO D3 ATÉ D10
Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Traduzindo a condição em variáveis teremos: Critério: <1200
Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:
onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10 =CONT.SE(C3:C10;”<1200”)
Critério: “FEMININO”
Intervalo para soma: D3:D10 Observações: fique atento com o > (maior) e < (me-
nor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivés-
Assim, com o cursor na célula D17, digitamos: semos determinado a contagem de valores >1200 (maior
que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual
=SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10) a 1200) não entraria na contagem.

14
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

Figura 32: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 33: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

Figura 34: Formatando a planilha (Passo 1)

15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digi- Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em
tado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta mui-
mudar o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou to útil para ordenar os dados.
de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as
formatações. Ao clicar neste botão, você tem as opções para classifi-
car de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescen-
te) ou classificação personalizada.

Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula


da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação
crescente ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecio-
nar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel,
você irá classificar os dados dessa coluna, mas vai manter
os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus da-
dos ficarão alterados. Nas versões mais novas, ele fará a
Figura 35: Formatando a planilha (Passo 2)
pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer
a classificação dos dados junto com a coluna de origem, ou
Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna
para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser selecionada.
realizado vários outros tipos de formatação, como, porcen-
tagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção
está escrito geral e escolher. FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas
da nossa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção
dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos fil-
trar e visualizar somente os dados do mês de Janeiro ou
então somente os gastos com contas de consumo, por
exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula
do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma
planilha - Validação de dados: permite especificar valores
Figura 36: Formatando a planilha (Passo 3) inválidos para uma planilha. Por exemplo, podemos espe-
cificar que a planilha não aceitará receber valores menores
O resultado final nos traz uma planilha muito mais que 10.
agradável e de fácil entendimento: - Consolidar: combina valores de vários intervalos em
um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fór-
mula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os


dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos
rapidamente e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de
Opções, temos diversas opções de gráficos que podem
ser utilizados.

Figura 38: Gráficos

Figura 37: Planilha Formatada

16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido:

Figura 39: Gráfico de Colunas – 3D

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na página,
clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.

Para ver alguns exemplos citados acima, basta acessar o link:


https://goo.gl/FgkMeM

17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

POWER POINT

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova apre-
sentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elemen-
tos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Figura 40: Tela Principal do PowerPoint 2010

1. No painel Diapositivo, pode trabalhar directamente em diapositivos individuais.


2. Limites de pontilhados identificam marcadores de posição, onde pode escrever texto ou inserir imagens, gráficos
e outros objetos.
3. O separador diapositivos mostra uma versão de miniatura de cada diapositivo de tamanho completo mostrada
no painel de diapositivos. Depois de adicionar nos outros diapositivos, pode clicar numa miniatura no separador diapositi-
vos para que o dispositivo aparece no painel de diapositivos. Ou pode arrastar miniaturas para reorganizar os diapositivos
na sua apresentação. Também pode adicionar ou eliminar diapositivos no separador diapositivos.
4. No painel de notas, pode escrever notas sobre o diapositivo atual. Pode distribuir as suas notas à sua audiência ou
ver as suas notas na vista do apresentador quando o que faz a apresentação.

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a criação
de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é necessário
estar conectado à internet).

Figura 41: Modelos e temas online

18
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão vários
modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 42: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em
seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA APRE-
SENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender às
suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor como
funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação, assim:

Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 43: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides:Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções, no
menu ‘EXIBIÇÃO’.

19
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

Figura 44: Modo de Exibição ‘Normal’.

Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela, ou utilize as
teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a cons-
trução do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides pra você.

Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação
de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de ani-
mação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.

Figura 45: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode ocul-
tar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

20
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Alterando o Design: O design de um slide é a apre- A utilização destes recursos é muito simples, bastando
sentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja utilizar.
tipos de fontes, etc. O PowerPoint disponibiliza vários te- Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’
mas prontos para aplicar ao design de sua apresentação. e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver a
Para inserir um Tema de design pronto nos slides aces- utilização dos recursos de Conteúdo.
se a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta la-
para visualizar todos os temas existentes. teral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecio- opções. Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
nado. O tema será aplicado em todos os slides. Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostra-
Variantes->Cores e Variantes->Fontes: ainda na guia do na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do
‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando slide possui diversas opções de tipo de conteúdo que se
cores e fontes, criando novos temas de cores. Clique na pode utilizar.
seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mou- As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:
se sobre cada tema para visualizar o efeito na apresenta-
ção. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com • Escolher Elemento Gráfico SmartArt
o mouse para aplicá-la à apresentação. • Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para


enriquecer seus conhecimentos e, em consequência, criar
apresentações muito mais interessantes. O funcionamento
de cada item é semelhante aos já abordados.

Animação dos Slides: A animação dos slides é um


dos últimos passos da criação de uma apresentação. Essa é
uma etapa importante, pois, apesar dos inúmeros recursos
oferecidos pelo programa, não é aconselhável exagerar na
Figura 46: Variantes de Temas de Design utilização dos mesmos, pois além de tornar a apresentação
cansativa, tira a atenção das pessoas que estão assistindo,
Variantes->Efeitos: os efeitos de tema especificam ao invés de dar foco ao conteúdo da apresentação, passam
como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas a dar fico para as animações.
e imagens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a
galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamen- Transições: A transição dos slides nada mais é que a
te a aparência dos objetos. mudança entre um slide e outro. Você pode escolher en-
tre diversas transições prontas, através da faixa de opções
Layout de Texto: O primeiro slide criado em nossa ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa apre-
apresentação é um ‘Slide de título’. Nele não deve ser in- sentação e clique nesta opção.
serido o conteúdo da palestra ou reunião, mas apenas o
título e um subtítulo pois trata-se do slide inicial. Escolha uma das transições prontas e veja o que acon-
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para tece. Explore os diversos tipos de transições, apenas clican-
adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação. do sobre elas e assistindo os efeitos que elas produzem.
A apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”. Isso pode ser bastante divertido, mas dependendo do in-
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adi- tuito da apresentação, o exagero pode tornar sua apresen-
cionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da em- tação pouco profissional.
presa em que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao
tema da apresentação. Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o
Formate o texto da forma como desejar, selecionando avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao
o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre Clicar com o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você
a ‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações. também pode aplicar som durante a transição.
Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’.
Será criado um novo slide com layout diferente do anterior. Animações: As animações podem ser definidas para
Isso acontece porque o programa entende que o próximo cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apre-
slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e assim su- sentação você pode optar em ir abrindo o texto conforme
cessivamente para a criação da sua apresentação. trabalha os assuntos.

Layouts de Conteúdo: Utilizando os layouts de con-


teúdo é possível inserir figura ou cliparts, tabelas, gráficos,
diagramas ou clipe de mídia (que podem ser animações,
imagens, sons, etc.).

21
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 47: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te agra-
dar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

Figura 48: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção de
animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o anterior.
Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.

Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer juntos
após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos aparecerão
ao mesmo tempo na tela.

Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

Para ver alguns exemplos citados acima acesse o link:


https://goo.gl/MuvbcZ

22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET E


PRINCIPAIS NAVEGADORES.

O objetivo inicial da Internet era atender necessidades militares, facilitando a comunicação. A agência norte-americana
ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PROJECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano, na década de 60, criaram um
projeto que pudesse conectar os computadores de departamentos de pesquisas e bases militares, para que, caso um desses
pontos sofresse algum tipo de ataque, as informações e comunicação não seriam totalmente perdidas, pois estariam salvas
em outros pontos estratégicos.
O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma conexão a longa distância e possibilitava que as mensagens fossem
fragmentadas e endereçadas ao seu computador de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da informação poderia
ser realizado por várias rotas, assim, caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados poderiam seguir por outro cami-
nho garantindo a entrega da informação, é importante mencionar que a maior distância entre um ponto e outro, era de 450
quilômetros.
No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as barreiras de distância, passando a interligar e favorecer a troca de
informações de computadores de universidades dos EUA e de outros países, criando assim uma rede (NET) internacional (IN-
TER), consequentemente seu nome passa a ser, INTERNET.
A evolução não parava, além de atingir fronteiras continentais, os computadores pessoais evoluíam em forte escala al-
cançando forte potencial comercial, a Internet deixou de conectar apenas computadores de universidades, passou a conectar
empresas e, enfim, usuários domésticos.
Na década de 90, o Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram a Internet para
os centros acadêmicos e comerciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta de todos os setores sociais até atingir a
amplitude de sua difusão nos tempos atuais.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfica deixan-
do a internet ainda mais interessante e vantajosa, pois até então, só era possível a existência de textos.
Para garantir a comunicação entre o remetente e o destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido como o pai da
internet criou os protocolos TCP/IP, que são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMISSION CONTROL PROTOCOL (Pro-
tocolo de Controle de Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo de Internet) são conjuntos de regras que tornam
possível tanto a conexão entre os computadores, quanto ao entendimento da informação trocada entre eles.
A internet funciona o tempo todo enviando e recebendo informações por isso o periférico que permite a conexão com a
internet chama MODEM, porque que ele MOdula e DEModula sinais, e essas informações só podem ser trocadas graças aos
protocolos TCP/IP.

Protocolos Web
Já que estamos falando em protocolos, citaremos outros que são largamente usados na Internet:

-HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para trocar
informações na Internet. Quando digitamos um site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
Onde:
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermídia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter texto, som,
imagem, filmes e links.
-URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão de recursos, serve para endereçar um recurso na web, é como
se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de acessar um determinado site
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde:

Faz a solicitação de um arquivo de


http:// hipermídiaparaaInternet.
Estipulaqueesse recursoestánarede mundialdecomputadores(v
www eremosmais sobre www emumpróximotópico).
Éo endereçodedomínio.Um endereçode
novaconcursos domíniorepresentarásua empresaou seu espaçonaInternet.
Indicaqueo servidorondeesse siteestá
.com hospedado é de finalidadescomerciais.

.br Indicaqueo servidorestáno Brasil.

23
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que -UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua na ca-
demonstram a finalidade a organização que o criou, como: mada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Permite que a apli-
.gov - Organização governamental cação escreva um datagrama encapsulado num pacote IP e trans-
.edu - Organização educacional portado ao destino. É muito comum lermos que se trata de um
.org - Organização protocolo não confiável, isso porque ele não é implementado com
.ind - Organização Industrial regras que garantam tratamento de erros ou entrega.
.net - Organização telecomunicações
.mil - Organização militar Provedor
.pro - Organização de profissões
.eng – Organização de engenheiros O provedor é uma empresa prestadora de serviços que ofe-
rece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é necessário conec-
E também, do país de origem: tar-se com um computador que já esteja na Internet (no caso, o
.it – Itália provedor) e esse computador deve permitir que seus usuários tam-
.pt – Portugal bém tenham acesso a Internet.
.ar – Argentina No Brasil, a maioria dos provedores está conectada à Embratel,
.cl – Chile que por sua vez, está conectada com outros computadores fora
.gr – Grécia do Brasil. Esta conexão chama-se link, que é a conexão física que
interliga o provedor de acesso com a Embratel. Neste caso, a Em-
Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos bratel é conhecida como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal”
que se trata de um site hospedado em um servidor dos da Internet no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse
Estados Unidos. uma avenida de três pistas e os links como se fossem as ruas que
-HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Seme- estão interligadas nesta avenida.
lhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam trans- Tanto o link como o backbone possui uma velocidade de
mitidos através de uma conexão criptografada e que se transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados.
verifique a autenticidade do servidor e do cliente através Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). Deve ser
de certificados digitais.
feito um contrato com o provedor de acesso, que fornecerá um
-FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transfe-
nome de usuário, uma senha de acesso e um endereço eletrônico
rência de arquivo, é o protocolo utilizado para poder subir
na Internet.
os arquivos para um servidor de internet, seus programas
mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla e LeechFTP, ao
Home Page
criar um site, o profissional utiliza um desses programas
FTP ou similares e executa a transferência dos arquivos
Pela definição técnica temos que uma Home Page é um arqui-
criados, o manuseio é semelhante à utilização de gerencia-
dores de arquivo, como o Windows Explorer, por exemplo. vo ASCII (no formato HTML) acessado de computadores rodando
um Navegador (Browser), que permite o acesso às informações em
-POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos um ambiente gráfico e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando
Correios permite, como o seu nome o indica, recuperar o a busca de informações dentro das Home Pages.
seu correio num servidor distante (o servidor POP). É ne- O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
cessário para as pessoas não ligadas permanentemente à http://www.endereço.com/página.html
Internet, para poderem consultar os mails recebidos of- Por exemplo, a página principal do meu projeto de mestrado:
fline.  Existem duas versões principais deste protocolo, o http://www.ovidio.eng.br/mestrado
POP2 e o POP3, aos quais são atribuídas respectivamente
as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de coman- PLUG-INS
dos textuais radicalmente diferentes,  na troca de e-mails
ele é o protocolo de entrada. Os plug-ins são programas que expandem a capacidade do
Browser em recursos específicos - permitindo, por exemplo, que
IMAP (Internet Message Access Protocol): É um você toque arquivos de som ou veja filmes em vídeo dentro de
protocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece uma Home Page. As empresas de software vêm desenvolvendo
muitas mais possibilidades, como, gerir vários acessos plug-ins a uma velocidade impressionante. Maiores informações e
simultâneos e várias caixas de correio, além de poder endereços sobre plug-ins são encontradas na página:
criar mais critérios de triagem. http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Software/
Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/
-SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o proto- Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo temos
colo padrão para envio de e-mails através da Internet. uma relação de alguns deles:
Faz a validação de destinatários de mensagens. Ele que - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime, etc.).
verifica se o endereço de e-mail do destinatário está - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
corretamente digitado, se é um endereço existente, se - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, PCX, etc.).
a caixa de mensagens do destinatário está cheia ou se - Negócios e Utilitários
recebeu sua mensagem, na troca de e-mails ele é o pro- - Apresentações
tocolo de saída.

24
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Navegadores: Navegadores de internet ou browsers Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o na-


são programas de computador especializados em visuali- vegador padrão do Windows. Como o próprio nome diz,
zar e dar acesso às informações disponibilizadas na web, é um programa preparado para explorar a Internet dando
até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer acesso a suas informações. Representado pelo símbolo do
e o Netscape, hoje temos uma série de navegadores no “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo clique
mercado, iremos fazer uma breve descrição de cada um em seu símbolo.
deles, e depois faremos toda a exemplificação utilizando o
Internet Explorer por ser o mais utilizado em todo o mun-
do, porém o conceito e usabilidade dos outros navegado-
res seguem os mesmos princípios lógicos.

Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-


sequentemente um dos melhores navegadores existentes.
Outra vantagem devido ser o navegador da Google é o Figura 54: Símbolo do Internet Explorer
mais utilizado no meio, tem uma interface simples muito
fácil de utilizar.
Mecanismos de Buscas
Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
exatamente o que você queria pode trazer algumas horas
de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os algorit-
mos de busca sejam sempre revisados e busquem de certa
forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça, lançar
Figura 50: Símbolo do Google Chrome mão de alguns artifícios para que sua busca seja otimizada
poupará seu tempo e fará com que você tenha acesso a
Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente na- resultados mais relevantes.
vegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter
Os mecanismos de buscas contam com operadores
uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores
para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no en-
mais rápidas e com maior segurança contra hackers.
tanto, pode não interessar e você, caso não seja um prati-
cante de SEO. Contudo alguns são realmente úteis e estão
listados abaixo. Realize uma busca simples e depois apli-
que os filtros para poder ver o quanto os resultados podem
sem mais especializados em relação ao que você procura.

-palavra_chave
Figura 51: Símbolo do Mozilla Firefox Retorna um busca excluindo aquelas em que a pa-
lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande por  computação,  provavelmente encontrarei na relação
desempenho, porém especialistas em segurança o consi- dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computação“.
dera o navegador com menos segurança. Contudo, se eu fizer uma busca por computação -ciência ,
os resultados que tem a palavra chave ciência serão omi-
tidos.

+palavra_chave
Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
Figura 52: Símbolo do Opera uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo putação, terei como retorna uma gama mista de resulta-
navegador considerado pelos especialistas e possui uma dos. Caso eu queira filtrar somente os casos em que ciên-
interface bem bonita, apesar de ser um navegador da cias aparece, e também no estado de SP, realizo uma busca
Apple existem versões para Windows. do tipo computação + ciência SP.

“frase_chave”
Retorna uma busca em que existam as ocorrências dos
termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exatas
ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca do
tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta da palavra
FAZER, verá resultados em que a frase idêntica foi empre-
gada.
Figura 53: Símbolo do Safari

25
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

palavras_chave_01 OR palavra_chave_02 O SO gerencia o uso do hardware pelo software e ge-


Mostra resultado para pelo menos uma das palavras rencia os demais programas.
chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits e
exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas re- 64 bits está na forma em que o processador do computa-
levantes sobre pelo menos um dos dois temas- nesse caso, dor trabalha as informações. O Sistema Operacional de 32
como as duas palavras chaves são populares, os dois resul- bits tem que ser instalado em um computador que tenha
tados são apresentados em posição de destaque. o processador de 32 bits, assim como o de 64 bits tem que
ser instalado em um computador de 64 bits.
filetype:tipo Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, se-
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de gundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais me-
extensão especificada. Por exemplo, em uma busca  fi- mória que as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda
letype:pdf jquery  serão exibidos os conteúdos da palavra a reduzir o tempo despendi- do na permuta de processos
chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos de para dentro e para fora da memória, pelo armazenamen-
to de um número maior desses processos na memória de
extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, DOC
acesso aleatório (RAM) em vez de fazê-lo no disco rígido.
Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral
palavra_chave_01 * palavra_chave_02
do programa”.
Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * um
indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados em Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta:
que os termos inicial e final aparecem, independente do 1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito
que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo facebook em computador e clique em Propriedades.
* msn e veja o resultado na prática. 2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema.
A impressão de páginas segue o mesmo padrão dos “Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7,
outros tipos de programas. você precisará de um processador capaz de executar uma
versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um sistema
operacional de 64 bits ficam mais claros quando você tem
uma grande quantidade de RAM (memória de acesso alea-
NOÇÕES BÁSICAS DE SISTEMAS tório) no computador, normalmente 4 GB ou mais. Nesses
OPERACIONAIS. casos, como um sistema operacional de 64 bits pode pro-
cessar grandes quantidades de memória com mais eficácia
do que um de 32 bits, o sistema de 64 bits poderá respon-
der melhor ao executar vários programas ao mesmo tempo
O Windows assim como tudo que envolve a informáti- e alternar entre eles com frequência”.
ca passa por uma atualização constante, os concursos pú- Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
blicos em seus editais acabam variando em suas versões, reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto as ver- caso, é possível instalar:
sões do Windows quanto do Linux. - Sobre o Windows XP;
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um - Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista (Win
software, um programa de computador desenvolvido por Vista), também 32 bits;
programadores através de códigos de programação. Os - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, - Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
são considerados como a parte lógica do computador, uma - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
- Win 7 em um computador e formatar o HD durante
parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada apenas
a insta- lação;
quando o computador está em funcionamento. O Sistema
- Win 7 em um computador sem SO;
Operacional (SO) é um programa especial, pois é o primei-
Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual
ro a ser instalado na máquina.
tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
Quando montamos um computador e o ligamos pela chave do produto, que é um código que será solicitado
primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algumas durante a instalação.
rotinas presentes nos chipsets da máquina. Para utilizarmos Vamos adotar a opção de instalação com formatação
todos os recursos do computador, com toda a qualidade de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Corpo-
das placas de som, vídeo, rede, acessarmos a Internet e ration:
usufruirmos de toda a potencialidade do hardware, temos - Ligue o seu computador, de forma que o Windows
que instalar o SO. seja inicia- lizado normalmente, insira do disco de instala-
Após sua instalação é possível configurar as placas para ção do Windows 7 ou a unidade flash USB e desligue o seu
que alcancem seu melhor desempenho e instalar os de- computador.
mais programas, como os softwares aplicativos e utilitários. - Reinicie o computador.
- Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
isso, e siga as instruções exibidas.

26
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Na página de Instalação Windows, insira seu idioma Clicando com o botão direito do mouse em um espaço
ou outras preferências e clique em avançar. vazio da área de trabalho ou outro apropriado, podemos
- Se a página de Instalação Windows não aparecer e o encontrar a opção pasta.
programa não solicitar que você pressione alguma tecla, Clicando nesta opção com o botão esquerdo do mou-
talvez seja necessário alterar algumas configurações do sis- se, temos então uma forma prática de criar uma pasta.
tema. Para obter mais informações sobre como fazer isso,
consulte Inicie o seu computador usando um disco de ins-
talação do Windows 7 ou um pen drive USB.
- Na página Leia os termos de licença, se você aceitar
os termos de licença, clique em aceito os termos de licença
e em avançar.
- Na página que tipo de instalação você deseja? clique
em Personalizada. Figura 9: Criamos aqui uma pasta chamada “Trabalho”.
- Na página onde deseja instalar Windows? clique em
op- ções da unidade (avançada).
- Clique na partição que você quiser alterar, clique na
opção de formatação desejada e siga as instruções.
- Quando a formatação terminar, clique em avançar.
- Siga as instruções para concluir a instalação do Win-
dows 7, inclusive a nomenclatura do computador e a confi-
guração de uma conta do usuário inicial.

Conceitos de pastas, arquivos e atalhos, manipula-


ção de arquivos e pastas, uso dos menus

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar


arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos– são registros digitais criados e salvos atra-
vés de programas aplicativos. Por exemplo, quando abri-
mos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos
no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones– são imagens representativas associadas a pro-
gramas, arquivos, pastas ou atalhos.
Atalhos–são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo. Figura 10: Tela da pasta criada

Criação de pastas (diretórios) Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e
agora criaremos mais duas pastas dentro dela:

Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o


procedimento botão direito, Novo, Pasta.

Figura 8: Criação de pastas

27
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Área de trabalho:

Figura 11: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome de área de
trabalho, pois a ideia original é que ela sirva como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e documentos para dar
início ou continuidade ao trabalho.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:

Figura 12: Barra de tarefas

1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato com todos os outros programas instalados, programas que fazem
parte do sistema operacional e ambientes de configuração e trabalho. Com um clique nesse botão, abrimos uma lista, cha-
mada Menu Iniciar, que contém opções que nos permitem ver os programas mais acessados, todos os outros programas
instalados e os recursos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de acesso para todas as opções disponíveis no
computador.
Através do botão Iniciar, também podemos:
-desligar o computador, procedimento que encerra o Sistema Operacional corretamente, e desliga efetivamente a
máquina;
-colocar o computador em modo de espera, que reduz o consumo de energia enquanto a máquina estiver ociosa, ou
seja, sem uso. Muito usado nos casos em que vamos nos ausentar por um breve período de tempo da frente do compu-
tador;
-reiniciar o computador, que desliga e liga automaticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns programas
que precisam da reinicialização do sistema para efetivarem sua insta- lação, durante congelamento de telas ou travamentos
da máquina.
-realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com nome e senha de outro usuário, tendo assim um ambiente com
características diferentes para cada usuário do mesmo computador.

28
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 14: Propriedades de data e hora

Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora,


deter- minarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Internet.
Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, que vi-
mos na figura 26. Quando ele começa a mostrar um horário
diferente do que realmente deveria mostrar, na maioria das
Figura 13: Menu Iniciar – Windows 7 vezes, indica que a bateria da placa mãe deve precisar ser
trocada. Esse horário também é sincronizado com o mes-
mo horário do SETUP.
Na figura a cima temos o menu Iniciar, acessado com Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
um clique no botão Iniciar. usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, pode-
2) Ícones de inicialização rápida: São ícones coloca- mos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e de-
dos como atalhos na barra de tarefas para serem acessados pois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez
com facilidade. sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão dele-
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de te, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para li-
idioma que está sendo usada pelo teclado. xeira o que foi excluído, sendo possível a restauração, caso
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo
configurados para entrar em ação quando o computador é enviado para a lixeira, podemos, após abri-la, restaurar o
iniciado. Muitos deles ficam em execução o tempo todo no que desejarmos.
sistema, como é o caso de ícones de programas antivírus
que monitoram constante- mente o sistema para verificar
se não há invasões ou vírus tentando ser executados.
5) Propriedades de data e hora: Além de mostra o
relógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes,
com o botão esquerdo do mouse nesse ícone, acessamos
as Propriedades de data e hora.

Figura 15: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode


ser feita com um clique com o botão direito do mouse so-
bre o item desejado e depois, outro clique com o esquerdo
em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo
para seu local de origem.

29
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar este Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros:
item”, após selecionar o objeto.
-Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela seja
Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho muito posicionada em outros cantos da tela que não seja o infe-
grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira. Sempre que rior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão es-
algo for ser excluído, aparecerá uma mensagem, ou perguntando querdo do mouse pressionado.
se realmente deseja enviar aquele item para a Lixeira, ou avisando -Ocultar automaticamente a barra de tarefas – oculta
que o que foi selecionado será permanentemente excluído. Ou- (esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior apro-
tra forma de excluir documentos ou pastas sem que eles fiquem veitamento da área da tela pelos programas abertos, e a
armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete. exibe quando o mouse é posicionado no canto inferior do
A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro cantos da monitor.
tela para proporcionar melhor visualização de outras janelas abertas.
Para isso, basta pressionar o botão esquerdo do mouse em um es-
paço vazio dessa barra e com ele pressionado, arrastar a barra até o
local desejado (canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).
Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos que ve-
rificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não está marcada.

Figura 18: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu Iniciar

Pela figura acima podemos notar que é possível a apa-


rência e comportamento de links e menus do menu Iniciar.

Figura 16: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar: Atra-


vés do clique com o botão direito do mouse na barra de tarefas e
do esquerdo em “Propriedades”, podemos acessar a janela “Pro- Figura 19: Barra de Ferramentas
priedades da barra de tarefas e do menu iniciar”.

Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-


rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Botão
Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encontramos
as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis-
tema e da segurança”, permite a realização de backups e
restauração das configurações do sistema e de arquivos.
Possui ferramentas que permitem a atualização do Sistema
Operacional, que exibem a quantidade de memória RAM
instalada no computador e a velocidade do processador.
Oferece ainda, possibilidades de configuração de Firewall
Figura 17: Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar para tornar o computador mais protegido.

30
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Rede e Internet: mostra o status da rede e possibilita A tela inicial completamente alterada foi a mudança
configurações de rede e Internet. É possível também definir que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas as
preferências para compartilhamento de arquivos e compu- aplicações do computador que ficavam no Menu Iniciar e
tadores. também é possível visualizar previsão do tempo, cotação
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover har- da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as pequenas
dwares como impressoras, por exemplo. Também permite miniaturas que aparecem em sua tela inicial para ter acesso
alterar sons do sistema, reproduzir CDs automaticamente, aos programas que mais utiliza.
configurar modo de economia de energia e atualizar drives Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro de
de dispositivos instalados. uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer um
- Programas: através desta opção, podemos realizar a painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando uma
desinstalação de programas ou recursos do Windows. das pastas e não encontre algum comando, clique com o
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui altera- botão direito do mouse para que esse painel apareça.
mos senhas, criamos contas de usuários, determinamos con- A organização de tela do Windows 8 funciona como o
figurações de acesso. antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com ima-
- Aparência: permite a configuração da aparência da área gens animadas. Cada mosaico representa um aplicativo
de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu iniciar e que está instalado no computador. Os atalhos dessa área
barra de tarefas. de trabalho, que representam aplicativos de versões ante-
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para alte- riores, ficam com o nome na parte de cima e um pequeno
rar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de números ícone na parte inferior. Novos mosaicos possuem tama-
e moedas. nhos diferentes, cores diferentes e são atualizados auto-
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o computa- maticamente.
dor às necessidades visuais, auditivas e motoras do usuário. A tela pode ser customizada conforme a conveniência
do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela, mas
Computador podem ser encontrados clicando com o botão direito do
mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que um des-
Através do “Computador” podemos consultar e acessar
ses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique com o botão
unidades de disco e outros dispositivos conectados ao nosso
direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar na Tela Inicial.
computador.
Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Compu-
Charms Bar
tador. A janela a seguir será aberta:
O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa e
esse recurso possibilita “esconder” algumas configurações
e aplicações. É uma barra localizada na lateral que pode ser
acessada colocando o mouse no canto direito e inferior da
tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + C. Essa fun-
ção substitui a barra de ferramentas presente no sistema
e configurada de acordo com a página em que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus-
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial e
em seguida escolha a cor da tela. O usuário também pode
selecionar desenhos durante a personalização do papel de
parede.

Redimensionar as tiles
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou-
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di-
reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Figura 20: Computador Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser des-
tacar no computador.
Observe que é possível visualizarmos as unidades de dis-
co, sua capacidade de armazenamento livre e usada. Vemos Grupos de Aplicativos
também informações como o nome do computador, a quan- Pode-se criar divisões e grupos para unir programas
tidade de memória e o processador instalado na máquina. parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos po-
dem ser renomeados.
7.1. Windows 8
É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o Visualizar as pastas
Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celulares, A interface do programas no computador podem ser
etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente no layout, vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado a
que acabou surpreendendo milhares de usuários acostuma- lado. Para passar de um painel para outro é necessário usar
dos com o antigo visual desse sistema. a barra de rolagem que fica no rodapé.

31
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Compartilhar e Receber
Comando utilizado para compartilhar conteúdo, enviar
uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção Com-
partilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há também a
opção Dispositivo que é usada para receber e enviar con-
teúdos de aparelhos conectados ao computador.

Alternar Tarefas
Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os pro-
gramas abertos no desktop e os aplicativos novos do SO.
Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma lista na
lateral esquerda que mostra os aplicativos modernos.
Figura 21:Tela do Windows 10
Telas Lado a Lado
Esse sistema operacional não trabalha com o concei- O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões
to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao (com destaque para as duas primeiras):
mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompanhar Windows 10 – É a versão de “entrada” do Windows 10,
o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do computa- que possui a maioria dos recursos do sistema. É voltada
dor. para Desktops e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Sur-
face 3.
Visualizar Imagens Windows 10 Pro – Além dos recursos da versão de en-
O sistema operacional agora faz com que cada vez que trada, fornece proteção de dados avançada e criptografa-
você clica em uma figura, um programa específico abre e da  com o BitLocker, permite a hospedagem de uma  Co-
isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar isso é preci- nexão de Área de Trabalho Remota  em um computador,
so ir em Programas – Programas Default – Selecionar Win- trabalhar com máquinas virtuais, e permite o ingresso em
dows Photo Viewer e marcar a caixa Set this Program as um domínio para realizar conexões a uma rede corporativa.
Default. Windows 10 Enterprise – Baseada na versão 10 Pro, é
disponibilizada por meio do Licenciamento por Volume,
Imagem e Senha voltado a empresas.
O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao Windows 10 Education – Baseada na versão Enterpri-
invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, aces- se, é destinada a atender as necessidades do meio educa-
se a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo em se- cional. Também tem seu método de distribuição baseado
guida clique em More PC settings. Acesse a opção Usuários através da versão acadêmica de licenciamento de volume.
e depois clique na opção “Criar uma senha com imagem”. Windows 10 Mobile  – Embora o Windows 10 tente
Em seguida, o computador pedirá para você colocar sua vender seu nome fantasia como um sistema operacional
senha e redirecionará para uma tela com um pequeno tex- único, os smartphones com o Windows 10 possuem uma
to e dando a opção para escolher uma foto. Escolha uma versão específica do sistema operacional compatível com
imagem no seu computador e verifique se a imagem está tais dispositivos.
correta clicando em “Use this Picture”. Você terá que dese- Windows 10 Mobile Enterprise – Projetado para smart-
nhar três formas em touch ou com o mouse: uma linha reta, phones e tablets do setor corporativo. Também estará dis-
um círculo e um ponto. Depois, finalize o processo e sua ponível através do Licenciamento por Volume, oferecendo
senha estará pronta. Na próxima vez, repita os movimentos as mesmas vantagens do Windows 10 Mobile com funcio-
para acessar seu computador. nalidades direcionadas para o mercado corporativo.
Internet Explorer no Windows 8 Windows 10 IoT Core – IoT vem da expressão “Internet
Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da página das Coisas” (Internet ofThings). A Microsoft anunciou que
inicial, você terá acesso ao software sem a barra de ferra- haverá edições do Windows 10 baseadas no Enterprise e
mentas e menus. Mobile Enterprise destinados a dispositivos como caixas
eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de
7.2. Windows 10 atendimento para o varejo e robôs industriais. Essa versão
IoT Core será destinada para dispositivos pequenos e de
O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que baixo custo.
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no mun- Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro-
do dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões é fi- soft indica como requisitos básicos dos computadores:
car com um visual mais de smart e touch. • Processador de 1 Ghz ou superior;
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para
64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600
ou maior.

32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exercícios a) 7-Zip.
b) WinZip.
1) (LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - ASSISTENTE c) CuteFTP.
ADMINISTRATIVO) Um computador é um equipamento d) jZip.
capaz de processar com rapidez e segurança grande quan- e) WinRAR.
tidade de informações.
Assim, além dos componentes de hardware, os com- 6) (MPE-CE 2013 - FCC - Analista Ministerial - Direito)
putadores necessitam de um conjunto de softwares deno- Sobre manipulação de arquivos no Windows 7 em portu-
minado: guês, é correto afirmar que,
a. arquivo de dados. a) para mostrar tipos diferentes de informações sobre
b. blocos de disco. cada arquivo de uma janela, basta clicar no botão Classi-
c. navegador de internet. ficar na barra de ferramentas da janela e escolher o modo
d. processador de dados. de exibição desejado.
e. sistemaoperacional. b) quando você exclui um arquivo do disco rígido, ele
é apagado permanentemente e não pode ser posterior-
2) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO – AD- mente recuperado caso tenha sido excluído por engano.
MINISTRATIVA) As características básicas da segurança da c) para excluir um arquivo de um pen drive, basta clicar
informação — confidencialidade, integridade e disponibi- com o botão direito do mouse sobre ele e selecionar a
lidade — não são atributos exclusivos dos sistemas com- opção Enviar para a lixeira.
putacionais. d) se um arquivo for arrastado entre duas pastas que
a. Certo estão no mesmo disco rígido, ele será compartilhado entre
b. Errado todos os usuários que possuem acesso a essas pastas.
e) se um arquivo for arrastado de uma pasta do disco
3) (TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO – JU- rígido para uma mídia removível, como um pen drive, ele
RÍDICA) São ações para manter o computador protegido,
será copiado.
EXCETO:
a. Evitar o uso de versões de sistemas operacionais
7) (SUDECO 2013 - FUNCAB - Contador) No sistema
ultrapassadas, como Windows 95 ou 98.
operacional Linux,o comando que NÃO está relacionado a
b. Excluir spams recebidos e não comprar nada
manipulação de arquivos é:
anunciado através desses spams.
a) kill
c. Não utilizar firewall.
b) cat
d. Evitar utilizar perfil de administrador, preferindo
c) rm
sempre utilizar um perfil mais restrito.
e. Não clicar em links não solicitados, pois links es- d) cp
tranhos muitas vezes são vírus. e) ftp

4) (Copergás 2016 - FCC – Técnico Operacional Segu- 8) (IBGE 2016 - FGV - Analista - Análise de Sistemas
rança do Trabalho) A ferramenta Outlook : - Desenvolvimento de Aplicações - Web Mobile) Um de-
a) é um serviço de e-mail gratuito para gerenciar todos senvolvedor Android deseja inserir a funcionalidade de
os e-mails, calendários e contatos de um usuário. backup em uma aplicação móvel para, de tempos em tem-
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compatível com pos, armazenar dados automaticamente. A classe da API
o Windows 10, o Windows 8.1 e o Windows 7. de Backup (versão 6.0 ou superior) a ser utilizada é a:
c) permite que todas as pessoas possam ver o calen- a) BkpAgent;
dário de um usuário, mas somente aquelas com e-mail b) BkpHelper;
Outlook.com podem agendar reuniões e responder a con- c) BackupManager;
vites. d) BackupOutputData;
d) funciona apenas em dispositivos com Windows, não e) BackupDataStream.
funcionando no iPad, no iPhone, em tablets e em telefones
com Android. 9) (Prefeitura de Cristiano Otoni 2016 - INAZ do Pará
e) versão 2015 oferece acesso gratuito às ferramentas - Psicólogo) Realizar cópia de segurança é uma forma de
do pacote de webmail Office 356 da Microsoft. prevenir perda de informações. Qual é o Backup que só
efetua a cópia dos últimos arquivos que foram criados
5) (CRM-PI 2016 - Quadrix – Médico Fiscal) Em um com- pelo usuário ou sistema?
putador com o sistema operacional Windows instalado, um a) Backup incremental
funcionário deseja enviar 50 arquivos, que juntos totalizam b) Backup diferencial
2 MB de tamanho, anexos em um  e-mail. Para facilitar o c) Backup completo
envio, resolveu compactar esse conjunto de arquivos em d) Backup Normal
um único arquivo utilizando um software compactador. Só e) Backup diário
não poderá ser utilizado nessa tarefa o software: 

33
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

10) (CRO-PR 2016 - Quadrix - Auxiliar de Departamen- 16) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTI-
to) Como é chamado o backup em que o sistema não é CA) Alguns programas do computador de Ana estão muito
interrompido para sua realização? lentos e ela receia que haja um problema com o hardware
a) Backup Incremental. ou com a memória principal. Muitos de seus programas
b) Cold backup. falham subitamente e o carregamento de arquivos gran-
c) Hot backup. des de imagens e vídeos está muito demorado. Além disso,
d) Backup diferencial. aparece, com frequência, mensagens indicando conflitos
e) Backup normal em drivers de dispositivos. Como ela utiliza o Windows 7,
resolveu executar algumas funções de diagnóstico, que
11) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo) Um poderão auxiliar a detectar as causas para os problemas e
funcionário precisa conectar um projetor multimídia a um sugerir as soluções adequadas.
computador. Qual é o padrão de conexão que ele deve usar? Para realizar a verificação da memória e, em seguida
a) RJ11 do hardware, Ana utilizou, respectivamente, as ferramentas:
b) RGB a)Diagnóstico de memória do Windows e Monitor de
c) HDMI desempenho.
d) PS2 b)Monitor de recursos de memória e Diagnóstico de
e) RJ45 conflitos do Windows.
c)Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de
12) (SABESP 2014 - FCC - Analista de Gestão - Admi- desempenho de hardware.
nistração) Correspondem, respectivamente, aos elementos d)Mapeamento de Memória do Windows e Mapea-
placa de som, editor de texto, modem, editor de planilha e mento de hardware do Windows.
navegador de internet: e)Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnósti-
a) software, software, hardware, software e hardware. co de hardware do Windows.
b) hardware, software, software, software e hardware.
c) hardware, software, hardware, hardware e software. 17) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXE-
d) software, hardware, hardware, software e software. CUÇÃO DE MANDADOS) Beatriz trabalha em um escritório
e) hardware, software, hardware, software e software. de advocacia e utiliza um computador com o Windows 7
Professional em português. Certo dia notou que o compu-
13) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Admi- tador em que trabalha parou de se comunicar com a inter-
nistrativo) Um computador à venda em um sí- net e com outros computadores ligados na rede local. Após
tio de comércio eletrônico possui 3.2 GHz, 8 GB, 2 consultar um técnico, por telefone, foi informada que sua
TB e 6 portas USB. Essa configuração indica que: placa de rede poderia estar com problemas e foi orienta-
a) a velocidade do processador é 3.2 GHz. da a checar o funcionamento do adaptador de rede. Para
b) a capacidade do disco rígido é 8 GB. isso, Beatriz entrou no Painel de Controle, clicou na opção
c) a capacidade da memória RAM é 2 TB. Hardware e Sons e, no grupo Dispositivos e Impressoras,
d) a resolução do monitor de vídeo é composta de 6 selecionou a opção:
portas USB. a) Central de redes e compartilhamento.
14) (IF-PA 2016 - FUNRIO - Técnico de Tecnologia da b) Verificar status do computador.
Informação) São dispositivos ou periféricos de entrada de c) Redes e conectividade.
um computador: d) Gerenciador de dispositivos.
a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner. e) Exibir o status e as tarefas de rede.
b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner.
c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner. 18) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTICA)
d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor. No console do sistema operacional Linux, alguns coman-
e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner. dos permitem executar operações com arquivos e diretó-
rios do disco.
15) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO- Os comandos utilizados para criar, acessar e remover
GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca dos ambientes Linux um diretório vazio são, respectivamente,
e Windows, julgue os itens seguintes.2No sistema ope- a) pwd, mv e rm.
racional Windows 8, há a possibilidade de integrar-se à b) md, ls e rm.
denominada nuvem de computadores que fazem parte da c) mkdir, cd e rmdir.
Internet. d) cdir, lsdir e erase.
a)Certo e) md, cd e rd.
b)Errado

34
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

GABARITO EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

61. (POLÍCIA FEDERAL - ESCRIVÃO DA POLÍCIA FE-


1 E
DERAL -CESPE/2013) - A respeito de tipos de computa-
2 A dores e sua arquitetura de processador, julgue os itens
3 C subsequentes.
Um processador moderno de 32 bits pode ter mais
4 B de um núcleo por processador.
5 C ( ) Certo
( ) Errado
6 E
7 A Um bit (Binarydigit) é a menor unidade de medida da
Informática e representa o código binário que pode arma-
8 C
zenar o valor de 0 ou 1, significando muitas vezes verdadei-
9 A ro ou falso ou ainda presença ou ausência. Quando falamos
10 C em bits do processador, nós nos referimos ao tamanho da
palavra que ele consegue processar por vez. Se um proces-
11 C sador é de 32 bits, ele pode manipular números de valor
12 E até 4.294.967.296 em uma única operação.
Os processadores com dois núcleos são denominados
13 A dual core e contam com dois núcleos distintos no mesmo
14 B circuito integrado, simulando a presença de dois processa-
15 A dores e podendo executar dois processos ao mesmo tem-
po. Com a criação dos processadores de 64 bits os de 32
16 A bits com a tecnologia dual core não são tão comuns, mas
17 D ainda são encontrados.
18 C RESPOSTA: “CERTO”.

62. (CPRM - ANALISTA EM GEOCIÊNCIAS – BIBLIO-


TECONOMIA – CESPE/2013) - A respeito de informática
para bibliotecas, julgue os itens a seguir.
Unidade lógica e unidade de controle são compo-
nentes de um processador.
( ) Certo
( ) Errado

Na arquitetura dos processadores estão presentes a


Unidade Lógica e a Unidade de Controle, os Barramentos e
os Registradores. Seguiremos com a descrição da Unidade
Lógica e de Controle, visto que são abordadas na questão.
- Unidade lógica – A sigla que envolve a Unidade Ló-
gica é ULA, referente à Unidade Lógica e Aritmética. Nes-
ta unidade são realizadas instruções lógicas como E, OU,
Não, Verdadeiro ou Falso e também operações aritméticas
de soma, multiplicação e outras. Com a “ULA (Unidade Ló-
gico-Aritmética), o processador pode executar operações
matemáticas como adição, subtração, multiplicação e divi-
são e pode executar operações sofisticadas com números
grandes em ponto flutuante”.
- Unidade de Controle (UC) – Possui uma pequena
quantidade de memória que guarda o endereço da memó-
ria que contém a próxima instrução a ser executada. Outra
pequena quantidade de memória representa os registra-
dores, que guardam as instruções que serão executadas
pelo processador. A UC possui um circuito que decodifica
instruções, verificando o que ela faz e quais os operadores
envolvidos.

RESPOSTA: “CERTO”.

35
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

63. (TRT 12ª REGIÃO (SC) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - digo binário para ser trabalhada na máquina. Às vezes um
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – FCC/2013) - O proces- dado, quando transformado em código binário, fica maior
sador de um computador executa uma série de instru- que 32 bits e é processado em partes pelo processador, sen-
ções de máquina que o instruem o que fazer. Sobre os do de 32 em 32 bits.É possível constatar que um processador
processadores e seu funcionamento é INCORRETO afir- de 32 bits não consegue executar um programa de 64 bits,
mar que: pois só opera com 32 bits de cada vez. Mas se tivermos um
a) utilizando a ULA (Unidade Lógico-Aritmética), processador de 64 bits, sabemos que ele pode executar um
o processador pode executar operações matemáticas programa de 32 bits, pois sendo maior, sobra “espaço” quan-
como adição, subtração, multiplicação e divisão e pode do colocamos algo de 32 bits em algo que caberia 64 bits.
executar operações sofisticadas com números grandes
em ponto flutuante. RESPOSTA: “CERTO”.
b) um processador pode mover dados de um en-
dereço de memória para outro, pode tomar decisões e 65. (IPEM/RO - TÉCNICO EM INFORMÁTICA -FUN-
desviar para um outro conjunto de instruções baseado CAB – 2013) - O tipo de memória cache que não está in-
nestas decisões. serida diretamente no chip do processador, mas sim em
c) o barramento de endereços envia e recebe dados um invólucro (cartucho) ao lado do processador, sendo
da memória e o barramento de dados envia um endereço seu tamanho compreendido entre 512 KB e 12MB, é: 
para a memória; estes barramentos possuem o mesmo a) Setup.
número de bits. b) Flash.
d) uma linha RD (ReaD/Leitura) e WR (WRite/Escri- c) L2.
ta) diz à memória se ela deve gravar ou ler o conteúdo da d) EPROM.
posição de memória endereçada. e) BIOS
e) um sinal de clock fornece uma sequência de pul-
sos de relógio para o processador; um sinal de reset rei- A memória cache é um tipo de dispositivo de armazena-
nicia o contador do programa para zero (ou outro valor) mento aplicado em pequena quantidade, em lugares especí-
e recomeça a execução do programa. ficos do computador. Considerada mais rápida que a memó-
ria RAM, mas mais cara e com restrições de uso devido a sua
O barramento pode ser entendido como um conjunto de instabilidade, possui os mesmos princípios da memória prin-
linhas e fios que interligam eletronicamente os dispositivos. cipal: memória volátil de leitura e gravação. Armazena dados
Nos computadores, temos a ligação de memória e processa- que são usados com maior frequência pelo processador para
dor, por exemplo, pelos barramentos. evitar que este perca sua velocidade de execução indo até
No Barramento de Endereço (Address Bus) circulam en- a memória RAM buscar informações e passando a trabalhar
dereços de memória ou de dispositivos de entrada e saída no seu clock externo. Quando está presente junto ao proces-
que o processador necessita. Ele localiza a fonte e o destino sador, é chamada de cache L1, ou cache primário (level1) e
dos dados. quando está fora do processado, na situação proposta pelo
No Barramento de dados (Address Bus)circulam as infor- enunciado, é chamada cache secundário (level 2).
mações enviadas e recebidas pelo processador para a memó-
ria RAM ou para os dispositivos de entrada e saída.Os dados RESPOSTA: “C”.
tanto são enviados quanto recebidos por este barramento.
66. (SERPRO - ANALISTA - SUPORTE TÉCNICO – CES-
RESPOSTA: “C”. PE/2013) - A respeito das arquiteturas de hardware exis-
tentes em servidores, julgue os itens que se seguem.
64. (POLÍCIA FEDERAL - ESCRIVÃO DA POLÍCIA FE- Um mainframe possui múltiplas unidades de proces-
DERAL – CESPE/2013) - A respeito de tipos de computa- samento, sendo cada unidade um processador comum,
dores e sua arquitetura de processador, julgue os itens tipicamente Intel ou AMD.
subsequentes. ( ) Certo
Diferentemente de um processador de 32 bits, que ( ) Errado
não suporta programas feitos para 64 bits, um processa-
dor de 64 bits é capaz de executar programas de 32 bits Mainframes são computadores robustos com grande
e de 64 bits. poder de processamento, capazes de trabalhar com milhares
( ) Certo e milhares de instruções, dando suporte a vários terminais
( ) Errado que podem estar conectados a ele.
O hardware do mainframe é específico para todo o su-
Na Informática, a menor unidade de informação é o bit. porte a terminais que oferece e, para não prejudicar o atendi-
O bit representa o valor 0 (zero) ou 1 (um) que significa tam- mento às solicitações e processamentos que ocorrem, possui
bém a ausência (0) ou presença (1) de energia. Todas as infor- vários processadores, que podem ser substituídos até mes-
mações que o processador opera estão traduzidas para o có- mo com ele ligado.
digo binário, ou seja, a linguagem de zero e um. Quando um
processador tem 32 bits ele consegue executar informações RESPOSTA: “ERRADO”.
desse tamanho. Qualquer informação é transformada em có-

36
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

67. (TRT 17ª REGIÃO (ES) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - c) velocidade do  clock  é a taxa máxima
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – CESPE/2013) do clock do chip. A velocidade do clock é limitada pela
largura dos dados. Chips de 64 bits não conseguem ultra-
passar os 3,2 GHz.
d) existe uma relação entre a velocidade do clock e
o MIPS. A velocidade máxima do clock é uma função do
processo de fabricação do chip. Os processadores como
o i7 executam milhões de instruções por ciclo.
e) largura de dados é a largura da UCP.
Uma UCP de 32 bits pode fazer opera-
Considerando a figura acima, que ilustra um esque- ções aritméticas com dois números de 32 bits.
ma básico de um computador, julgue os itens a seguir. Uma UCP de 32 bits teria que executar quatro instru-
A memória é o dispositivo responsável pelas entra-
ções para somar dois números de 64 bits, enquanto que
das e saídasde dados do computador 
uma de 64 bits precisa de apenas duas instruções.
( ) Certo
( ) Errado
Core i7 é um processador Intel que possui as seguintes
Memória: no caso exposto no enunciado, a memória é tecnologias:
um dispositivo de armazenamento temporário que aloca - Hyperthreading: capaz de simular até oito CPUs ló-
os dados e programas a serem executados pelo proces- gicas.
sador. - QPI (QuickPathInterconnect): traz o chip responsável
Barramento: o barramento é por onde os dados per- pela comunicação entre o processador e a memória RAM;
correm da origem ao destino. A origem e o destino são agora é “embutido” no próprio processador.
dispositivos eletrônicos do computador, representados no - “Turbo mode”: aumenta a performance do processa-
esquema como Memória, Processador e Periféricos. dor quando um dos núcleos não está sendo usado, novas
Processador: é o responsável pela execução dos dados instruções para processamento multimídia foram adiciona-
e programas armazenados em memória. Ele que realiza as das visando a aumentar consideravelmente o desempenho
funções aritméticas e lógicas, aloca e busca informações na do processador em jogos e programas que exijam muito
memória e conclui as tarefas. processamento gráfico.
Periféricos: são dispositivos de entrada e saída de da-
dos. Por exemplo, o mouse é um dispositivo de entrada Na tabela do enunciado temos:
de dados, pois envia cliques do usuário ao computador. A - Nome: é o nome do processador.
impressora é um dispositivo de saída, pois imprime infor- - Ano: ano de lançamento do processador.
mações do computador para o usuário. - Transistores: número de transistores do processador.
- Mícrons: é a largura, em mícrons, do menor fio do
RESPOSTA: “ERRADO”. chip.
- Velocidade do clock: é o tempo que o processador
68. (DPE/SP - OFICIAL DE DEFENSORIA PÚBLICA – executa uma instrução ou busca e envia os dados.
FCC/2013) - - Largura de dados: é o tamanho da informação que o
processador consegue trabalhar por vez.
- MIPS: é a sigla para milhões de instruções por se-
gundo.

Na tabela é possível perceber que há uma relação en-


tre a velocidade do clock e o MIPS. A velocidade máxima
Considere os dados acima relativos ao processa- do clock é uma função do processo de fabricação e dos
dor Intel Core i7 :  atrasos internos. Também existe uma relação entre o nú-
Sobre os dados apresentados, é correto afirmar que mero de transistores e o MIPS. Por exemplo, o 8088 tinha
a) 731.000.000 é o número de transistores no chip. um clock de 5 MHz, mas tinha MIPS de 0,33 (cerca de uma
O Core i7  atingiu o topo da tecnologia, chegando ao instrução para cada 15 ciclos do clock). Os processadores
limite do número de transistores que podem ser grava- modernos executam milhões de instruções por ciclo. Essa
dos num chip de silício. melhoria está diretamente relacionada ao número de tran-
b) 45 nm é a largura, em mícrons, do menor fio sistores no chip.
do chip. Em termos comparativos, o fio de cabelo hu-
mano tem a espessura de 100 mícrons. A tendência RESPOSTA: “D”.
agora é que os chips aumentem de tamanho para que se
possa ultrapassar a marca de 800 milhões de transistores.

37
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

69. (SERPRO - ANALISTA - SUPORTE TÉCNICO – CES-


PE/2013) - A respeito das arquiteturas de hardware exis-
tentes em servidores, julgue os itens que se seguem.
Processadores RISC e CISC diferem, fundamental-
mente, no tamanho e na complexidade do conjunto de
instruções.
( ) Certo
( ) Errado

RISC (reducedinstrution-set computer) – é a arquitetura


que considera que um reduzido subconjunto das combina-
ções disponíveis era utilizado nos programas gerados ma- Soquete LGA1156
nualmente ou automaticamente em linguagem de máquina,
levando à conclusão de que, provavelmente, de 32 a 64 ope- Um soquete é o lugar adequado para se instalar pro-
rações seriam suficientes (FOSTER, 1971) para executar as cessadores à placa-mãe do computador, como mostra a
operações. As instruções dessa arquitetura levam aproxima- figura acima.
damente o mesmo tempo para serem executadas. Os chips Cada soquete possui um número determinado de furos
RISC são mais simples e mais baratos que o CISC e possuem e partes específicas de bloqueio que tentam minimizar ou
um número de circuitos internos menor, o que permite que impedir a possível conexão inadequada deprocessadores
trabalhem em alta velocidade. impróprios a ele, pois são projetados para dar atendimento
CISC (complexinstrution-set computer) – é a arquitetura às necessidades específicas de um processador ou alguns
que considera um computador comum um conjunto com- processadores.
plexo de instruções. O processador com esta arquitetura é O soquete LGA1156 dá suporte ao uso dos processa-
capaz de executar centenas de instruções complexas dife- dores Core i3 , i5 e i7, além do Celeron G1101 e o Pentium
rentes. O CISC é capaz de executar centenas de instruções
série G6900. Esta afirmativa pode ser observada no manual
diferentes do RISC, mas poucas delas são usadas com fre-
da placa-mãe do computador ou nas especificações técni-
quência, por isso a tecnologia CISC foi implementada para
cas de cada processador.
trabalhar adequadamente.
RESPOSTA: “B”.
RESPOSTA: “CERTO”.

70. (IPEM/RO - TÉCNICO EM INFORMÁTICA – FUN-


CAB/2013) - Nos microcomputadores, a quantidade
de bits que é tratada em cada ciclo de processamento, inde-
pendente do processador utilizado, é conhecida como:
a) byte.
b) campo.
c) registro.
d) palavra.
e) arquivo.

Quando dizemos que um processador é de 32 ou 64


bits, determinamos o tamanho da palavra que ele é capaz
de processar. A palavra é determinada pelo tamanho de bits
que é executado em conjunto pelo processador.

RESPOSTA: “D”.

71. (PC/RJ - PERITO CRIMINAL - ENGENHARIA DA


COMPUTAÇÃO – IBFC/2013) - Complete a lacuna do
texto a seguir com a resposta correta. Os equipamentos
atuais utilizam processadores de alto desempenho como
o I5 e o I7 da empresa Intel. O soquete ____________ atende
a demanda para os processadores Core i3 , i5 e i7, além
do Celeron G1101 e o Pentium série G6900.
a) AM3.
b) LGA1156
c) número 7
d) 370
e) FM2.

38
ADMINISTRAÇÃO

BLOCO 1:
Administração: Planejamento estratégico empresarial. ........................................................................................................................... 01
Sistemas de informação gerencial. ................................................................................................................................................................... 09
Administração de vendas. .................................................................................................................................................................................... 11
Gestão do relacionamento com cliente. ......................................................................................................................................................... 24
Administração financeira e orçamentária. ..................................................................................................................................................... 31
Matemática financeira. .......................................................................................................................................................................................... 39
Conceitos sobre o valor do dinheiro no tempo, risco, retorno e valor. .............................................................................................. 41
Análise de investimentos. ..................................................................................................................................................................................... 50
Análise das demonstrações financeiras. ......................................................................................................................................................... 65
Contabilidade: contabilidade geral, contabilidade de custos, contabilidade gerencial................................................................ 70
ADMINISTRAÇÃO

A Administração, de acordo com definição do Houaiss, é o “conjunto de normas e funções cujo objetivo é disciplinar os
elementos de produção e submeter a produtividade a um controle de qualidade, para a obtenção de um resultado eficaz, bem
como uma satisfação financeira”.
Administrar envolve a elaboração de planos, pareceres, relatórios, projetos, arbitragens e laudos, em que é exigida a
aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de Administração.
A profissão de Administrador é relativamente nova e foi regulamentada no Brasil em 9de setembrode1965, data em que se
comemora o Dia do Administrador. Os primeiros administradores profissionais (administrador contratado, que não é o dono do
negócio) foram os que geriram as companhias de navegação inglesas a partir do século XVII.
Segundo Jonh W. Riegel,
“O êxito do desenvolvimento de executivos em uma empresa é resultado, em grande parte, da atuação e da capacidade dos
seus gerentes no seu papel de educadores. Cada superior assume este papel quando ele procura orientar e facilitar os esforços dos
seus subordinados para se desenvolverem”

Administração – Objetivos, decisões e recursos são as palavras-chaves na definição do conceito de administração. Admi-
nistração é o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de recursos.

Segundo CHIAVENATO, as variáveis que representa o desenvolvimento da TGA são: tarefas, estrutura, pessoas, ambiente,
tecnologia e competitividade.
Na ocorrência de novas situações as teorias administrativas se adaptam a fim de continuarem aplicáveis.
Dentre tantas definições já apresentadas sobre o conceito de administração, podemos destacar que:

“Administração é um conjunto de atividades dirigidas à utilização eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um
ou mais objetivos ou metas organizacionais.”

Ou seja, a Administração vai muito além de apenar “cuidar de uma empresa”, como muitos imaginam, mas compreende a
capacidade de conseguir utilizar os recursos existentes (sejam eles: recursos humanos, materiais, financeiros,…) para atingir os
objetivos da empresa.
O conceito de administração representa uma governabilidade, gestão de uma empresa ou organização de forma que as
atividades sejam administradas com planejamento, organização, direção, e controle.

O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de outras pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem
como de seus membros.
Montana e Charnov
 
A administração tem uma série de características entre elas: um circuito de atividades interligadas, busca de obtenção
de resultados, proporcionar a utilização dos recursos físicos e materiais disponíveis, envolver atividades de planejamento,
organização, direção e controle.
      Para administrar nos mais variados níveis de organização é necessário ter habilidades, estas são divididas em três grupos:
• Habilidades Técnicas: são habilidades que necessitam de conhecimento especializado e procedimentos específicos e
pode ser obtida através de instrução.
• Habilidades Humanas: envolvem também aptidão, pois interage com as pessoas e suas atitudes, exige compreensão
para liderar com eficiência.
• Habilidades Conceituais: englobam um conhecimento geral das organizações, o gestor precisa conhecer cada setor,
como ele trabalha e para que ele existe.

1
ADMINISTRAÇÃO

Existem vários modelos de organização, Organização Empresarial, Organização Máquina, Organização Política entre outras. As
organizações possuem seus níveis de influência. O nível estratégico é representado pelos gestores e o nível tático, representado pelos
gerentes. Eles são importantes para manter tudo sob controle. O gerente tem uma visão global, ele coordena, define, formula, estabelece
uma autoridade de forma construtiva, competente, enérgica e única.
As Organizações formais possuem uma estrutura hierárquica com suas regras e seus padrões. Os Organogramas com sua estrutura
bem dimensionada podem facilitar a autonomia interna, agilizando o processo de desenvolvimento de produtos e serviços. O mundo
empresarial cada vez mais competitivo e os clientes a cada dia mais exigentes levam as organizações a pensar na sua estrutura, para se
adequar ao que o mercado procura. Com os órgãos bem dispostos nessa representação gráfica, fica mais bem objetivada a hierarquia bem
como o entrosamento entre os cargos.
As organizações fazem uso do organograma que melhor representa a realidade da empresa, vale lembrar que o modelo piramidal
ficou obsoleto, hoje o que vale é a contribuição, são muitas pessoas empenhadas no desenvolvimento da empresa, todos contribuem com
ideias na tomada de decisão.
Com vistas às diversidades de informações, é preciso estar atento para sua relevância, nas organizações as informações são importantes,
mesmo em tomada de decisões. É necessário avaliar a qualidade da informação e saber aplicar em momentos oportunos.
Para o desenvolvimento de sistemas de informação, há que se definir qual informação e como ela vai ser mantida no sistema, deve haver
um estudo no organograma da empresa verificando assim quais os dados e quais os campos vão ser necessários para essa implantação.
Cada empresa tem suas características e suas necessidades, e o sistema de informação se adéqua a organização e aos seus propósitos.
Para as organizações as pessoas são as mais importantes, por isso tantos estudos a fim de sanar interrogações a respeito da complexidade
do ser humano. O comportamento das pessoas nas organizações afetam diretamente na imagem, no sucesso ou insucesso da mesma, o
comportamento dos colaboradores refletem seu desempenho. Há uma necessidade das pessoas de ter incentivos para que o trabalho flua, a
motivação é intrínseca, mas os estímulos são imprescindíveis para que a motivação pelo trabalho continue gerando resultados para a empresa.
Para que todas esses conceitos e objetivos sejam desenvolvidos de fato, precisamos nos ater à questão dos níveis de hierarquia e às
competências gerencias, ao que isso representa na teoria, na prática e no comportamento individual de cada profissional envolvido na
administração.

NÍVEIS HIERÁRQUICOS
Existem basicamente três níveis hierárquicos dentro de uma organização, que são divididos em:
Nível Estratégico (ou Nível Institucional) – Elabora as estratégias, faz o planejamento estratégico da empresa normalmente
esse posto é assumido por presidentes e alta direção da empresa, os representantes deste nível devem possuir principalmente
habilidades conceituais.
Nível Tático (ou Nível Intermediário) – Este nível é desempenhado pelos Gerentes é um nível departamental, e seus
integrantes necessitam em especial de habilidades humanas para motivar e liderar os integrantes do nível operacional.
Nível Operacional – Estes são os supervisores que necessitam de habilidades técnicas por trabalharem de forma mais ligada à produção.
É de suma importância que os níveis hierárquicos estejam bem definidos dentro da organização para que cada um saiba
o seu lugar e suas competências. Administrar é interpretar os objetivos da organização e transformá-los em ação por meio de
planejamento, organização, controle e direção de todos os níveis organizacionais.
A seguir vocês poderão ver dois demonstrativos que discriminam as características de atuação de cada um dos níveis citados.

NÍVEIS
CARACTERÍSTICAS
ESTRATÉGICO TÁTICO OPERACIONAL
Unidade,
Abrangência Instituição Setor, Equipe
Departamento
Presidência, Alto
Área Diretoria, Gerência Coordenação, Líder Técnico
Comitê

Perfil Visão, Liderança Experiência, Eficácia Técnica, Iniciativa

Horizonte Longo Prazo Médio Prazo Curto Prazo


Foco Destino Caminho Passos
Planos de ação,
Diretrizes Visão, Objetivo Processos, atividades
projetos
Amplo, mas
Conteúdo Abrangente, Genérico Específico, Analítico
sintético
Determinar, Definir, Executar, manter, Controlar,
Ações Projetar, Gerenciar
orientar analisar
Software Painel de Controle Planilha Aplicações específicas
Marcio D’Aavila

2
ADMINISTRAÇÃO

Idalberto Chiavenato.

Fatores como a crescente competitividade entre as organizações provocam significativas mudanças no mercado, o que
faz com que as competências gerenciais se tornem grandes diferenciais.
A gestão por competência se propõe a integrar e orientar esforços, principalmente no que ser refere à gestão de
pessoas, visando desenvolver e sustentar competências consideradas fundamentais aos objetivos organizacionais. 
As empresas buscam ideias de mudanças comportamentais, atitudes, valores e crenças que façam a diferença na
postura dos profissionais.

Competências gerenciais: “Um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que algumas pessoas, grupos ou
organizações dominam melhor do que outras, o que as faz se destacar em determinado contexto.”
Claude Lévy-Leboyer

A) As Principais Habilidades Gerenciais são:


• Planejamento e Organização: O Gerente deverá possuir a capacidade de planejar e organizar suas próprias
atividades e as do seu grupo, estabelecendo metas mensuráveis e cumprindo-as com eficácia.
• Julgamento: O Gerente deverá ter a capacidade de chegar a conclusões lógicas com base nas evidências disponíveis.
• Comunicação Oral: Um Gerente deve saber se expressar verbalmente com bons resultados em situações individuais
e grupais, apresentando suas ideias e fatos de forma clara e convincente.
• Comunicação Escrita: É a capacidade gerencial de saber expressar suas ideias clara e objetivamente por escrito.
• Persuasão: O Gerente deve possuir a capacidade de organizar e apresentar suas ideias de modo a induzir seus
ouvintes a aceitá-las.
• Percepção Auditiva: O Gerente deve ser capaz de captar informações relevantes, a partir das comunicações orais
de seus colaboradores e superiores.
• Motivação: Importância do trabalho na satisfação pessoal e desejo de realização no trabalho.
• Impacto: É a capacidade de o Gerente criar boa impressão, captar atenção e respeito, adquirir confiança e conseguir
reconhecimento pessoal.
• Energia: É a capacidade gerencial de atingir um alto nível de atividade (Garra).
• Liderança: É a capacidade do Gerente em levar o grupo a aceitar ideias e a trabalhar atingindo um objetivo
específico.

3
ADMINISTRAÇÃO

Para alguns autores, podemos resumir as habilidades » Técnicas - funções especializadas e ligadas ao
necessárias para o desenvolvimento eficiente e eficaz na trabalho operacional;
administração em: » Conceituais - compreender a totalidade, ou seja, ter
visão da empresa como um todo;
1. Conhecimento  – Estar a par das informações ne- » Humanas - cultivar bons relacionamentos, sendo um
cessárias para poder desempenhar com eficácia as suas líder eficaz e eficiente.
funções.
Tipos de Competências
2. Habilidade – Estas podem ser divididas em: Existem vários tipos de competências definidas por
teóricos sobre o conjunto de competências existentes
 Técnicas (Funções especializadas) e utilizadas no ambiente organizacional. Serão citadas
 Administrativas (compreender os objetivos orga- apenas duas:
nizacionais)
 Conceituais (compreender a totalidade)
Competências Individuais
 Humanas (Relações Humanas), Políticas (Nego-
São características que tornam um indivíduo singular,
ciação).
único. Além de serem os conhecimentos adquiridos por
3. Atitude e Comportamento – Sair do imaginário e uma pessoa, também faz parte a inteligência em lidar com
colocar em prática, fazer acontecer. Maneira de agir, ponto situações complexas. As competências individuais estarão
de referência para a compreensão da realidade. relacionadas, por exemplo, a formação educacional, a
experiência profissional, assim como o ambiente em
As três dimensões da competência que vive, o visão de futuro, a flexibilidade, etc. Estas
As competências são formadas por três dimensões: competências também se classificam em:
atitude, conhecimento e habilidade. Cada dimensão é » Competências gerais -  relativa aos valores
independente, mas ambas estão interligadas. Ele afirma organizacionais e a cultura empresarial;
ainda que o desenvolvimento das competências está na » Competências gerenciais  - relativa as funções
aprendizagem individual e coletiva. (Tommas Durand) gerenciais;
» Competências técnicas  - relativas ao profissional e
Atitude (Querer Fazer) suas habilidades específicas da área.
Ter atitude e ações é fazer acontecer. São competências
que permitem as pessoas interpretarem e julgarem a Competências Organizacionais
realidade e a si próprias. Na área gerencial veja algumas São formados pelo capital intelectual, estrutural,
atitudes que se destacam: organizacional, de processo, etc. Para essas competências
» Saber ouvir; devem ser analisados os clientes, concorrentes, funcionários,
» Auto motivação; pois são eles que agregarão um diferencial de mercado.
» Auto controle; Essas competências são capazes de elevar o potencial de
» Dar e receber feedback; uma organização estando ela sempre se fortalecendo.
» Resolução de problemas; No livro Competências: conceitos e instrumentos para a
» Determinação; gestão de pessoas na empresa moderna, o autor define
» Proatividade; também um conjunto de competências que fazem parte
» Honestidade e ética nos negócios, etc. das competências organizacionais:
» Competências essenciais  - importante para a
Conhecimento (Saber Fazer)
organização;
O conhecimento é essencial para a realização dos
»  Competências distintivas  - são competências que
processos da organização. De acordo com o nível de
garantem vantagens competitivas para a organização;
conhecimento de um gerente, existe o essencial, aquele
que todo profissional deve saber, como dominar os » Competência de suporte - são atividades que servem
procedimentos, conceitos, informações necessários ao de base para outras atividades da organização;
funcionamento da empresa. E, aquele mais específico, em » Capacidade dinâmica  - quando as competências
que é necessário analisar os indivíduos e o contexto de organizacionais atendem as exigências do ambiente.
trabalho.
Modelos Gerenciais
Habilidades (Saber como Fazer) Os modelos gerenciais são capazes de nos dar ideias
Quando utilizamos o conhecimento da melhor forma, sobre como seria sua aplicação real. Como os modelos
ele se torna uma habilidade. O conceito de habilidade é de gestão se atualizam sempre, deve-se fazer um estudo
variado. De acordo com alguns autores, para que um da organização e ver aquele que melhor se aplica. Não é
administrador possa conquistar uma posição de destaque, uma tarefa fácil, mas requer esforço e competência para
bem como saber administrar, defini-se a existência das o estudo tanto do ambiente interno, quanto externo da
seguintes habilidades: organização.

4
ADMINISTRAÇÃO

Um dos modelos gerenciais é o proposto por  Robert Quinn, autor do livro  Competências Gerenciais: princípios e
aplicações. Seu modelo define a existência de vinte e quatro competências gerenciais, das quais são classificadas como
papéis gerenciais. Assim, há quatro modelo gerenciais que estão divididos em oito papéis. E para o autor os modelos mais
antigos são de suma importância para auxiliar o gestor na tomada de decisões na organização. Confira:
Modelo das Metas Racionais 
Tem como base a lei da sobrevivência de Darwin: o indivíduo com maior habilidade e mais apto mantêm o seu emprego.
O objetivo desse modelo está na produtividade e no lucro. Ele está relacionado aos papéis de diretor e do produtor.
Papel de diretor
O gestor enquanto diretor deve deixar claro o planejamento e as metas a serem atingidas. Ele que decide, define
opções, tarefas e problemas.
Papel de produtor
O gestor enquanto produtor tem foco nas tarefas, no trabalho, interesse, motivação e determinação. Ele é pragmático.
Modelo dos Processos Internos ou Modelo de Burocracia Profissional 
Completa o modelo das metas racionais. Seu objetivo é a busca da estabilidade, continuidade e eficiência no trabalho.
Ele é baseado em rotinas. O gerente é considerado um monitor apto e um coordenador verdadeiro e confiável.
Papel de monitor
O gestor enquanto monitor deve conhecer e supervisionar o ambiente de sua organização, e também, estar a par das
metas de cada setor.
Papel de coordenador
O gestor enquanto coordenador dá apoio à estrutura e ao desenvolvimento da organização. Suas características são a
organização, a conciliação do trabalho da equipe, coordenação à parte logística, bem como encarar problemas.
Modelo das Relações Humanas
De acordo com o autor, após a queda da bolsa de valores (1929) e a Segunda Guerra Mundial foi perceptível que os
modelos citados anteriormente estavam se tornando ineficazes para a época. Nesse novo modelo o objetivo é atingir
o compromisso, a coesão e a moral. É valorizado mais a participação, o acordo entre os funcionários e a resolução de
problemas. O gestor é aquele que se coloca no lugar do outro, é portanto, um facilitador e um mentor.
Papel de facilitador
O gestor enquanto facilitador estimula o trabalho em equipe e gerencia os problemas pessoais.
Papel de mentor
O gestor enquanto mentor trabalha no desenvolvimento de cada funcionário e aperfeiçoa suas competências, eles são
orientadores.
Modelo dos Sistemas Abertos
Para esse modelo é necessário viver em um ambiente ambíguo e competitivo. Seu objetivo é atingir a adaptação e o
apoio externo. É valorizado o empreendedorismo, a adaptação política e administração de mudanças. O gestor é inovador
e negociador.
Papel de inovador
O gestor enquanto inovador está aberto às mudanças, tem um pensamento crítico e analítico, é visionário e identifica
as tendências do mercado.
Papel de negociador
O gestor enquanto negociador deve utilizar técnicas de persuasão e influência em prol de seus acordos e compromissos.

O ADMINISTRADOR
Um administrador – não é julgado pelo que sabe a respeito das funções que exerce em sua especialidade, mas pela
maneira como realiza seu trabalho e pelos resultados que consegue obter dos recursos disponíveis.

O papel do gerente

Principais estudos sobre o papel dos gerentes

Henri Fayol 1916 Processo administrativo


Chester Barnard 1938 Funções do executivo
Herbert Simon 1960 Processo decisório
Henry Mintzberg 1973 Papéis do gerente
Rosemary Stewart 1982 Processo decisório
Fred Luthans 1988 Desempenho dos gerentes
Andrew Grove 1983 Princípios de administração de alta
performance.

5
ADMINISTRAÇÃO

Henri Fayol
Tomando como base uma empresa industrial o trabalho do dirigente consiste em:

• Tomar decisões, estabelecer metas,


• Definir diretrizes e
• Atribuir responsabilidades aos integrantes da organização, de modo que as atividades de planejar, organizar,
comandar, coordenar e controlar estejam numa sequência lógica.

O maior impacto desta ideia está em identificar o trabalho dos administradores e separá-lo das atividades operacionais
da empresa.
OBS: Lawrence J.Peter – “Um especialista muito competente pode tornar-se um administrador incompetente”.

L. Gullick e Lyndall Urwick


Propôs a sigla POSDCORB:

• planejamento,
• organização,
• alocação de pessoal,
• direção,
• coordenação,
• controle e orçamentação.

Definindo assim o processo administrativo com: planejamento, organização, direção ou liderança e controle.

Chester Barnard
As funções do executivo, são:

• Incutir senso de propósito moral.


• Trabalhar com a organização informal.
• Facilitar a comunicação.
• Tomar decisões.
• Entender a aceitação da autoridade.

Herbert Simon
Processo decisório gerencial:

 Intelecção: análise de um problema.


 Concepção: criação de alternativas de solução.
 Decisão: julgamento e escolha de uma alternativa.

Mintzberg
Os 10 papéis específicos do administrador:

Papéis interpessoais Papéis Informacionais Papéis decisórios


Como o administrador Como o administrador utiliza a
Como administrador interage
intercambia, processa informação informação nas suas decisões
• empreendimento
• representação • monitoração
• solução de conflitos
• liderança • disseminação
• alocação de recursos
• ligação • porta-voz
• negociação

Rosemary Stewart
Não diz qual é o trabalho dos gerentes, mas como pode estudá-lo.
Os cargos gerenciais têm 3 dimensões:
 escolhas,
 exigências/tarefas e
 restrições/o que o ocupante do cargo pode fazer.

6
ADMINISTRAÇÃO

Fred Luthans Daí a importância da estratégia organizacional: ela


Fez distinção entre gerentes de sucesso (que realizam permite à empresa, em primeiro lugar, formar um conheci-
objetivos pessoais importantes, como avançar na carreira) mento aprofundado e amplo sobre o seu próprio negócio e
e gerentes eficazes (que realizam objetivos importantes sobre o mercado; a partir desse conhecimento e tendo em
para a organização). vista aquilo que se espera alcançar (ou seja, os objetivos
Atividades dos gerentes: organizacionais), elabora-se uma estratégia, um meio, um
• Funções gerenciais: tomar decisões, planejar e caminho para alcançá-los.
controlar. Uma empresa que caminha sem uma estratégia é
• Comunicação: trocar e processar informações, como alguém que caminha sem rumo. Ainda que esse al-
documentação. guém deseje sempre estar seguro, ter como se sustentar e
• Adm. de RH: motivar, resolver conflitos, treinar. continuamente aprender e crescer, ele não sabe bem o que
• Relacionamento/networking: manter relações deve fazer para isso acontecer e muito menos se, de fato,
sociais, fazer política.
terá tudo o que deseja.
Falamos aqui da estratégia maior, que contempla o
Andrew Grove
todo da empresa, que a guia na direção correta. Dentro
Ele acredita que todos são administradores, os que in-
dela – ou a partir dela – estarão as estratégias mais espe-
fluenciam e os são influenciados pela rede da informação.
Ideias que orientam a adm. de alta performance: pro- cíficas (e estas estão sempre mais sujeitas à mudanças e
dução, trabalho de equipe e empenho individual. adaptações).
Cabe então começar a perguntar: qual a estratégia da
sua empresa? Segui-la levará ao objetivo desejado?

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Os objetivos organizacionais


EMPRESARIAL. Saber onde e como a empresa quer estar nos próximos
anos é a questão fundamental. Sem isso não há como pla-
nejar. Porém, muitos derrapam quando o assunto é definir
Possuir uma estratégia organizacional, mantê-la os objetivos e, por isso, a estratégia acaba por não ser bem
atualizada e revisada e vivê-la no dia-a-dia deveriam estar elaborada.
no topo da lista de ações de uma empresa. Na verdade, Apenas afirmar que a empresa quer crescer não é de-
deveria ser a estratégia organizacional aquela que defini- finir um objetivo. Também não vale dizer que a empresa
ria o que deve e o que não deve ser feito, quando deve ser quer ser a maior ou a melhor em determinadas condições,
realizado e de que forma. pois é muito vago.
Portanto, estamos falando aqui daquela estratégia De maneira geral, todo objetivo organizacional deve
maior que contém os estudos realizados pela empresa, os ser:
objetivos claramente definidos e os caminhos que devem 1. Realista: definir um objetivo que não pode ser
ser seguidos para alcançar aquilo que é almejado. Obvia- alcançado, seja por exagero ou impossibilidade, não pode
mente, não se trata de algo estático, como um documento ser considerado um bom objetivo.
escrito em algum momento da história e que mesmo dian- 2. Mensurável: todo objetivo deve ter condições de
te das mudanças não sofreu qualquer revisão ou releitura. ser medido e acompanhado. Do contrário, como saber se
São 3 perguntas que norteiam toda essa questão: ele está sendo alcançado (e não apenas se já o foi)?
1. Quais são os objetivos que sua empresa pretende 3. Motivador: não basta ser realista e mensurável, é
alcançar? preciso motivar aqueles que trabalharão. Definir que uma
2. Como esses objetivos serão alcançados? empresa deve crescer 0,1% em faturamento de um ano
3. Como sua empresa está executando o planejado e
para o outro pode ser realista e mensurável, mas não é nem
quais têm sido os resultados obtidos?
um pouco motivador, pois não há desafios, não há grandes
Ter essas respostas e mantê-las atualizadas é funda-
conquistas, não há necessidade de esforço maior.
mental para o sucesso de toda empresa.
Além disso, é importante notar que os objetivos não
Estratégia organizacional devem ser definidos apenas com base na opinião ou dese-
Enxergar a empresa e o mercado como um todo. Eis o jo. É preciso analisar o mercado, conhecer a fundo a sua
requisito básico para elaborar uma estratégia empresarial. empresa e com base em análises e números, traçar objeti-
Não basta olhar apenas para dentro da empresa, tampouco vos que coerentes.
olhar somente para fora dela. Também não é interessante É preciso, portanto, todo cuidado na definição dos ob-
olhar apenas para uma parte da empresa ou uma parte do jetivos. Como se pode perceber, o erro de muitas estraté-
mercado, é preciso enxergá-los e analisá-los por inteiro. gias não está na estratégia em si (ou seja, no “como será
Por outro lado, essa visão do todo não pode ser ampla alcançado”), mas no objetivo mal definido (“aquilo que se
demais a ponto de não perceber os detalhes, os gargalos, espera alcançar”).
os riscos e as oportunidades que estão presentes nas pe-
quenas situações.

7
ADMINISTRAÇÃO

A importância de possuir uma estratégia funda- • Análise do ambiente interno, mais concretamente
mentada e revisada as forças e fraquezas da empresa;
Da mesma forma como falamos sobre os objetivos, • Análise do contexto atual da empresa através da
podemos dizer quanto à estratégia em si: esta precisa ser análise SWOT - Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas),
fruto de estudos, análises e decisões bem fundamenta- Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças);
das, e não de opiniões baseadas em conhecimentos desa- • Definição de objetivos e metas, ou seja, o que a
tualizados. empresa pretende alcançar. Onde e quando pretende
Uma estratégia precisa ter fundamento, e um funda- chegar. É importante saber identificar o público-alvo de
mento baseado em dados, em informações úteis e atuais. cada ação e cada objetivo;
Também precisa ser continuamente revisada: se há o tra- • Formulação e implementação da estratégia, onde
balho inicial de desenvolver a estratégia organizacional, se escolhe o plano para alcançar as metas e objetivos
também deve existir, em vista dos benefícios que serão ob- definidos previamente. Na formulação das estratégias,
tidos, a revisão contínua da estratégia para garantir que ela é importante verificar os recursos disponíveis para a
será sempre uma boa guia. implementação da estratégia, e definir quais recursos se
Essas revisões demandam, por vezes, novos estudos do aplicam mais adequadamente à estratégia escolhida;
mercado e uma nova análise da situação da empresa. Daí • Obtenção do feedback e controle, onde os
surge a oportunidade de ir além: realizar um monitoramen- responsáveis verificam os resultados do planejamento
to do mercado, e não apenas estudos pontuais.1 estratégico.

Planejamento Estratégico Missão


O objetivo do planejamento estratégico é orientar e A missão de uma organização é a razão da sua
reorientar os negócios e produtos da empresa de modo existência, o porquê ela existe. A declaração de missão
que gere lucros e crescimento satisfatórios. geralmente é uma declaração curta, que destaca as
“Planejamento estratégico é definido como o processo atividades da empresa. Deve ser realizável e orientada
gerencial de desenvolver e manter uma adequação para o mercado que a empresa deseja seguir e ainda deve
razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as conduzir aos objetivos e metas.
mudanças e oportunidades de mercado.” (RODRIGUES,
apud KOTLER,1992, p.63) Visão
O planejamento estratégico surgiu no início dos A visão da empresa é a definição de onde a empresa
anos 70 devido a crescentes crises como preço do quer estar em um determinado período de tempo, é a
petróleo, guerras entre árabes e israelenses inflação, descrição do futuro desejado para a empresa. É algo
altos indíces de desemprego entre outros. Foi aí que os responsável por nortear a organização.
empresários enxergaram que precisavam planejar de uma
maneira diferente já que antes, nas décadas de 50 e 60, o Objetivos
planejamento era feito apenas de modo operacional. Os objetivos de uma empresa são os resultados que
O planejamento estratégico pode variar entre o grau a organização pretende atingir. Determinadas empresas
de interação entre uma organização e o ambiente, que utilizam os objetivos como base para fazer seu planejamento
pode ser positivo, neutro ou negativo, isso vai depender estratégico. Ao definir os objetivos, é importante que a
do comportamento estratégico assumido pela organização empresa crie determinados critérios como qual mercado irá
perante o ambiente que a organização encontra-se inserida. atingir, qual o faturamento desejável, número de clientes a
“Planejamento estratégico é o processo continuo, serem atingidos.
sistematicamente e com o maior conhecimento possível do
futuro contido, tomar decisões atuais que envolvem riscos; Metas
organizar sistematicamente as atividades necessárias à As metas andam de mãos dadas com os objetivos, são
execução dessas decisões, através de uma retroalimentação tarefas a serem executadas em um prazo determinado,
organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões para que o objetivo seja alcançado. As metas devem ser
em confronto com as expectativas alimentadas.” (DRUCKER, mensuráveis além de realistas.2
apud CHIAVENATO & SAPIRO, 2003)
O planejamento estratégico não é simplesmente efetuar Criar estratégias adaptáveis pode exigir que você
uma busca de afirmação das aspirações ou intenções de abandone algumas das definições assumidas no processo
uma empresa, é na verdade um meio de implantar um de criação do seu planejamento estratégico.
plano de ações para que as aspirações e intenções dessa Planejar por longos períodos antes de testar hipóteses
empresa se tornem realidade em um determinado prazo. não é o tipo de atitude que continua fazendo muito senti-
Em um planejamento estratégico é possível identificar do nos dias de hoje.
algumas etapas tais como: Coloque seu planejamento estratégico em teste o
• Definição de valores da empresa, como a visão e quanto antes. Reformule suas estratégias sempre que ve-
missão; rificar que elas não estão alcançando os resultados espera-
• Análise do ambiente externo, as oportunidades e dos, exatamente como é feito no ciclo de Growth Hacking.
ameaças para a empresa; 2 Fonte: www.administradores.com.br – Por Bruna
1 Fonte: www.intelliplan.com.br Lopes Valente

8
ADMINISTRAÇÃO

Resumindo, vamos recapitular as importantes etapas do Convém frisar que o conceito de sistemas de informa-
planejamento estratégico do seu negócio: ção costuma ser utilizado como sinónimo de sistema de in-
formação informática, ainda que não sejam o mesmo. Este
1. Forças: defina de 3 a 5 qualidades que você e sua em- último pertence ao campo de estudo das tecnologias da
presa já possuem e que usarão para atingir o cenário desenha- informação, podendo fazer parte de um sistema de infor-
do na definição da Visão. mação enquanto recurso material. Em todo o caso, diz-se
2. Fraquezas: quais os 3 a 5 pontos cruciais para alcan- que os sistemas de informação tratam do desenvolvimento
çar a Visão que você precisa desenvolver ou melhorar. e da administração da infraestrutura tecnológica de uma
3. Oportunidades: identifique de 3 a 5 tendências do organização.4
mercado e/ou necessidades não atendidas que podem ser
muito bem aproveitadas por você.
4. Ameaças: identifique de 3 a 5 ameaças que estão fora Sistemas Operacionais, Sistemas de Gestão e
do seu controle mas podem, de uma maneira ou outra, trazer Sistemas de Suporte à Decisão
consequências negativas para o seu negócio. Os sistemas de informação classificam-se em: sistemas
5. Missão: a razão da existência da sua empresa. O por- de informação de apoio às operações e sistemas de
quê você faz e para quem você faz. informação de apoio à gestão.
6. Visão: onde você deseja chegar com seu negócio.
Qual o ideal de futuro que você deseja atingir e qual impacto Sistemas de Informações Operacionais
sua visão irá causar no mundo. Os sistemas de informações de apoio às operações
7. Prioridades: através de metas específicas, mensurá- nascem da necessidade de planejamento e controle das
veis, alcançáveis, relevantes e com tempo estipulado, defina as diversas áreas operacionais da empresa. Esses sistemas de
prioridades do seu negócio e coloque metas para elas. Relacio- informações estão ligados ao sistema físico-operacional
ne ações concretas às metas definidas. e surgem da necessidade de desenvolver as operações
8. Indicadores de performance: quais as KPIs de con- fundamentais da firma. Podemos dizer até que esses
trole para avaliar o impacto do planejamento estratégico? sistemas são criados automaticamente pelas necessidades
de administração operacional. Como exemplo, podemos
Não esqueça que nenhum plano sobrevive ao plano de citar os sistemas de informações de controle de estoque,
batalha e que ajustes podem e devem ser feitos para o sucesso de banco de dados de estrutura de produtos, de processo
do seu negócio.3 de produção, de planejamento e controle da produção, de
compras, de controle patrimonial, de controle de recursos
humanos, de carteira de pedidos, de planejamento das
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAL. vendas, de acompanhamento de negócios etc.
Os sistemas de apoio às operações têm como objetivo
auxiliar os departamentos e atividades a executarem suas
funções operacionais (compras, estocagem, produção,
Um sistema de informação é um conjunto organizado vendas, faturamento, recebimentos, pagamentos,
de elementos, podendo ser pessoas, dados, atividades ou qualidade, manutenção, planejamento e controle de
recursos materiais em geral. Estes elementos interagem en- produção etc.).
tre si para processar informação e divulga-la de forma ade-
quada em função dos objetivos de uma organização. Sistemas de Apoio à Gestão
O estudo dos sistemas de informação surgiu como uma Classificamos como sistemas de informações de apoio
subdisciplina das ciências da computação, com o objetivo à gestão os sistemas ligados à vida econômico-financeira
de racionalizar a administração da tecnologia no seio das da empresa e às necessidades de avaliação de desempenho
organizações. O campo de estudo foi-se desenvolvendo até dos administradores internos. Fundamentalmente,
vir mesmo a fazer parte dos estudos superiores dentro da esses sistemas são utilizados pelas áreas administrativa
administração. e financeira da empresa, e pela alta administração da
No prisma empresarial, os sistemas de informação po- companhia, com o intuito de planejamento e controle
dem classificar-se de diversas formas. Existem, por exemplo, financeiro e avaliação de desempenho dos negócios. São
sistemas de informação operacional ou de processamento exemplos desses sistemas o sistema de informação contábil,
de transações (que gerem a informação referente às tran- o sistema de custos, de orçamento, de planejamento de
sações que têm lugar numa empresa), sistemas de informa- caixa, planejamento de resultados, centros de lucros etc.
ção de gestão (para solucionar problemas empresariais em Os sistemas de apoio à gestão preocupam-se
geral), sistemas de informação estratégicos ou de apoio à basicamente com as informações necessárias para gestão
decisão (analisam as distintas variáveis de negócio para a to- econômico-financeira da empresa. O sistema de informação
mada de decisões), sistemas de informação executiva (para contábil é um sistema de apoio à gestão, juntamente com
diretores, gerentes e administradores), sistemas de automa- os demais sistemas de controladoria e finanças. Os sistemas
tização de escritórios (aplicações que ajudam no trabalho de apoio à gestão têm como base de apoio informacional
administrativo) e sistemas especializados (que emulam o as informações de processo e quantitativas geradas pelos
comportamento de um especialista numa área concreta). sistemas operacionais.
3 Por Henrique Carvalho 4 Fonte: www.conceitode

9
ADMINISTRAÇÃO

É importante salientarmos, contudo, que os dois grandes


grupos de sistemas de informações devem agir em conjunto.
Assim, podemos dizer, de forma bastante genérica, que os
sistemas de apoio à gestão são a expressão econômico-
financeira dos sistemas de apoio às operações.

Integração entre sistemas de apoio às operações e sistemas


de apoio à gestão
Para que o sistema global de informações empresariais
funcione adequadamente, a um custo aceitável, é necessária
a perfeita integração desses dois grandes grupos de sistemas.
Desse modo, a mensuração econômica dos eventos gerados
e controlados pelos sistemas de apoio às operações deve ser
feita a partir deles mesmos. Exemplificando, o método de
mensuração de um sistema de custos deve estar totalmente
fundamentado nos sistemas de estrutura do produto e do
processo de fabricação. Isso significa uma perfeita interação Figura 5.1 Estrutura e integração dos sistemas de
entre os sistemas operacionais e os sistemas de apoio à informações.
gestão.
Os sistemas de informações de apoio à gestão necessitam
Sistemas de informação de apoio à decisão constantemente de informações qualitativas e quantitativas
Como refinamento dos sistemas de apoio à gestão, que são capturadas nos sistemas de apoio às operações,
existem sistemas específicos desenhados para um auxílio como, por exemplo, número de funcionários, número de horas
direto à questão das decisões gerenciais. São denominados trabalhadas, quantidades produzidas, quantidades estocadas,
normalmente de DSS — Sistemas de Suporte à Decisão e quantidades vendidas, quantidade de pedidos, quantidade de
EIS - Sistemas de Informações Executivas (Decision Suport desenhos, quantidade de refugos, quantidade de reclamações
Systems e Executive Information Systems). Eles se utilizam da etc. Essas informações são alocadas nos sistemas de apoio à
base de dados dos sistemas operacionais e dos sistemas de gestão e analisadas juntamente com o impacto econômico-
apoio à gestão e têm como foco flexibilizar informações não financeiro que elas apresentam.
estruturadas para tomada de decisão. Além disso, informações de caráter semiestruturada e não
Podemos definir sistemas de suporte à decisão como estruturada, tais como tamanho de mercado, concorrentes,
sistemas em extensão dos modelos de contabilidade previsão de crescimento do PIB, população, importações etc.,
gerencial para manuseio de problemas de planejamento são colocadas nos sistemas de apoio à decisão, que, mais
semiestruturados e estratégicos, tais como: adicionar ou as informações capturadas dos sistemas de apoio à gestão,
abandonar linhas de produtos, decisões de fazer ou comprar, permitem aos executivos e à alta administração da companhia
decisões de alugar ou comprar, decisões de canais de efetuarem estudos e simulações, que permitam orientá-los no
distribuição etc. processo de tomadas de decisões de maneira mais flexível.
Mais recentemente, um avanço nesse tipo de sistema de
informação, com a inclusão da Internet e seu acoplamento Integração e navegabilidade de dados
com os sistemas integrados de gestão, tem denominado Consideramos um sistema de informação contábil
esses sistemas de Business Intelligence (BI) ou Sistemas de como integrado quando todas as áreas necessárias para o
Inteligência dos Negócios. gerenciamento da informação estejam abrangidas por um
único sistema de informação. Todos devem utilizar-se de um
Características dos sistemas de suporte à decisão mesmo e único sistema de informação.
Devem ser dinâmicos, flexíveis, possuir interação O que caracteriza um sistema de informação integrado
homem/máquina, suporte à decisão e auxílio nas previsões é a navegabilidade dos dados. A partir do momento em que
sobre o futuro. um dado é coletado e processado (e ele só pode ser coletado
Devem ter como relevância o suprimento de informações pelo sistema se for um dado operacional), ele deve ser
para promover a eficácia operacional e decisorial. utilizado em todos os segmentos do sistema de informação.
Sua utilização e o eventual tratamento diferenciado em
Estrutura dos sistemas de informações um ou outro subsistema podem acontecer, mas o dado ou a
A classificação dos sistemas de informações, identificando informação básica deve ser a mesma em todos os subsistemas
os sistemas de apoio às operações e os sistemas de apoio de um sistema considerado integrado.
à gestão, é importante também para evidenciar o fluxo de Para tanto, é necessário estudo específico para o
informações dentro da empresa, que culminam, junto à tratamento de cada dado e informação constante do sistema
alta administração, com os Sistemas de Suporte à Decisão. integrado. A formatação e a modelação de cada tipo específico
Podemos fazer a seguinte representação da integração de informação devem ser feitas pensando na utilização por
sistêmica entre os três tipos de sistemas de informação: igual para todos os subsistemas de um sistema integrado, e
para todos os usuários da informação.

10
ADMINISTRAÇÃO

Podemos exemplificar com a coleta, modelação, fim o controle, realizado de maneira metódica, auxilia
processamento e armazenamento dos dados sobre uma na construção de bases da credibilidade por meio de
venda. Todos os dados úteis da nota fiscal de venda devem instauração dos acordos, bem como, quando feito de
estar disponíveis nos subsistemas. Adicionalmente, neste forma analítica, concretiza o auto desenvolvimento durável,
exemplo, deverão estar adequadamente caracterizados os por meio do aprendizado adquirido em cada negociação.
conceitos de valor de venda. Em algum momento deverá haver
um processamento que determinará, por exemplo, qual o valor Elementos mais Importantes da Negociação
líquido da venda realizada. Assim, além dos dados constantes
da nota fiscal, como os impostos de IPI, ICMS, ISS etc., deverá
ainda ser efetuado um cálculo para excluir outros impostos
não explícitos no documento fiscal, como PIS e Cofins sobre a
venda. Também a receita líquida de venda não deve incorporar
resultados financeiros, caso haja, nas vendas a prazo.
Num sistema de informação integrado, só deve existir São sete etapas para o processo de negociação:
uma conceituação de valor para uma informação. Assim,
definido o tratamento conceitual de determinada informação,  Preparação.
essa será a única forma em que deverá ser entendida em todos  Abertura.
os segmentos do sistema de informação.  Exploração.
Diante disso, o dado ou a informação navegam por todos  Apresentação.
os segmentos do sistema (os subsistemas) de informação.  Clarificação ou manejo das objeções.
Originários de uma coleta e de um processamento em  Fechamento.
determinado subsistema, a informação ou o dado navegarão  Avaliação.
para todos os subsistemas, da forma como originariamente
registrado, pelos diversos meios da base tecnológica do sistema
integrado. Não deve haver necessidade de reclassificação
ou reprocessamento em outros subsistemas, assim como
de reintrodução do dado em algum sistema particular de
um outro setor ou departamento da empresa. A informação
deverá ser sempre fornecida pelo mesmo e único subsistema
de informação.
Em outras palavras, todos os usuários do sistema de
informação integrado receberão a mesma informação e
“falarão a mesma língua”.5

ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS. Para facilitar, podemos dividi-las da seguinte forma:

Elementos mais Importantes do Processo de Vendas


São sete etapas para o processo de vendas, segundo
O processo de vendas inicia-se antes mesmo de Kotler:
as partes se encontrarem e continua apos a separação
delas. Dessa forma, a negociação constitui-se de varias
etapas, dentre elas: planejamento, execução e controle de
negociação, sabendo que elas auxiliam na sistematização
do processo de venda.
Em linhas gerais, a noção de negociação pode ser
definida como um artificio de procurar um contrato
aceitável para os envolvidos. Se a entendermos como um  Prospecção ou qualificação.
processo, facilmente concluiremos que ela se da em um  Pré-abordagem.
determinado espaço do tempo, vinculando ao passado, ao  Abordagem.
presente e ao futuro. Por isso, identificaremos os elementos  Demonstração do produto ou serviço.
mais importantes da negociação como: o planejamento  Superação das objeções.
(que oferta a quem negocia uma perspectiva mais evidente  Fechamento.
do panorama que esta para encontrar); a execução, que  Acompanhamento ou avaliação.
e dividida em partes menores, faz com que o negociador
focalize forcas de grau e natureza adequados a cada
instante, evitando desperdícios de forca de trabalho; por
5 Fonte: www.ceap.br

11
ADMINISTRAÇÃO

Dividindo as etapas: Apos receber as indicações os vendedores deverão


fazer uma pré análise dos clientes, avaliando aspectos
como situação financeira, volume de negócios, antes de
decidir visita-lo.
Depois de realizado o planejamento, o passo posterior
e a execução, também identificado com o termo venda
contendo as etapas, pré-abordagem, abordagem.

Pré-abordagem → Verificar as necessidades dos


clientes potenciais
O vendedor terá que identificar as necessidades dos
clientes, os desejos, quem e o responsável pela decisão
de compra, estabelecendo objetivos de visitas que podem
ser desde obter informações sobre o cliente ou concretizar
uma venda imediata.
Planejamento ou Pré-venda - Preparação para Outro aspecto a ser avaliado e o melhor momento e a
Vendas melhor forma de se fazer a abordagem, quer seja por uma
A sistemática relacionada ao Planejamento de Vendas ligação quer seja uma visita pessoal, pois os clientes tem
compreende um rol de passos específicos que devem ser compromissos e nem sempre estão disponíveis para um
observados para que se obtenha o melhor resultado no atendimento.
momento em que o plano de vendas for implementado.
Esse plano deve possuir uma relação coerente com a Venda Propriamente Dita
realidade do mercado e da empresa, precisa ser arrojado e • Abordagem → Ouvir o cliente, fazer perguntas e
desafiador, todavia deve ser possível de ser realizado. iniciar a apresentação do produto.
O Plano de Vendas resulta da analise de varias
A abordagem e uma das fases fundamentais, porque
estratégias menores construídas com base em nichos de
aqui se inicia o contato com o cliente, sendo importante
mercado que se deseja atingir. A análise é fundamental
para um bom inicio de relacionamento uma ótima “primeira
para o planejamento de vendas, pois e com base nela que
impressão”, conversar sobre assuntos amenos, sempre
as decisões posteriores serão tomadas.
explorando as preferencias e costumes do cliente, pois a
partir desse dialogo o vendedor ira mapear os principais
Para estabelecer um plano de vendas e necessário:
produtos que se encaixam para aquele comprador. Orienta-
se a tomar alguns cuidados, como não falar muito alto,
 Identificar os possíveis consumidores de um de-
terminado produto. chamar o cliente pelo nome, evitar criticas a outras pessoas
 Determinar a organização e a distribuição dos pro- ou entidades, ser cortes e prometer sempre o que pode
dutos e dos serviços. cumprir.
 Oferecer suporte pós-venda. Nessa ambientação toda, deve-se fazer a percepção da
 Estabelecer planos de pagamento a serem ofere- reação do cliente, bem como os sinais que indicam o nível
cidos. de interesse e satisfação na conversa.
 Identificar materiais de marketing específicos e Por exemplo, se o vendedor fez toda a explanação
seus custos. acerca do produto e o cliente fez perguntas, comparou
 Conhecer dos produtos. taxas, anotou tópicos, significa que ele ficou interessado e
 Estabelecer argumentos sobre objeções que pos- o vendedor esta no caminho certo.
sam ser apresentadas pelos clientes. O vendedor deve atentar-se ao modo de se vestir, ser
 Definição de margem negocial (objetivo ideal, ou cortes, simpático, aspetos estudados em atendimento.
seja, o que objetiva conseguir; e objetivo real, aquilo que e Na matéria de venda, o vendedor devera ser ouvinte
possível conseguir). e prestar atenção as informações repassadas pelo
 Planejar concessões no caso de haver resistência cliente durante a conversa, e o momento de fazer os
do cliente. questionamentos, perguntas buscando aproximação com
o cliente e compreender o que ele mais necessita.
Encontra-se na fase do planejamento a etapa de Uma técnica relevante nessa etapa e o modo como
prospecção ou qualificação, detalhada abaixo: efetuar as perguntas, sendo importante diferenciar entre
as perguntas abertas e as perguntas fechadas.
Prospecção ou Qualificação → Identificar os clientes Pois bem, o que seriam essas perguntas fechadas?
potenciais São aquelas que geralmente induzem o cliente a
Nessa etapa e importante que o vendedor busque responder “sim” ou “não”, e permitem um direcionamento
alternativas para captar e identificar novos potenciais mais exato aquilo que o cliente precisa, além do mais e o
clientes. Ações como solicitar indicação de nomes aos tipo de pergunta ideal para se fazer aquele cliente mais
clientes; visitar as empresas, entre outras. fechado, mais calado.

12
ADMINISTRAÇÃO

E quanto às perguntas abertas? E importante ressaltar que jamais devem ser utilizados
São as perguntas mais indicadas para a ampliação do quaisquer métodos ou truques para ludibriar o cliente para
dialogo, permitindo ao cliente expressar sua opinião, seus acelerar a venda do produto. Nesta etapa e importante reforçar
ensejos e necessidades. Um exemplo seria perguntar ao os benefícios do produto e finalizar com frases do tipo: “vamos
cliente como vão os negócios em sua empresa (em caso de aproveitar para fazer a adesão/simulação/contratação?” Ha varias
cliente pessoas jurídica) ou como vão os preliminares para maneiras de se fazer o fechamento, como o fechamento por
aquela viagem que ele vai fazer. Só nesse curto dialogo o antecipação, em que o vendedor já pula para a etapa seguinte,
vendedor já consegue descobrir varias necessidades do como se a venda já estivesse concluída, emitindo perguntas
cliente, por isso e fundamentar deixar o comprador se como: “vamos ligar para o corretor agendando a vistoria em seu
expressar e ouvi-lo atentamente. veiculo?”
• Apresentação e Demonstração → Apresentar o Existe ainda o fechamento condicionado, utilizado quando
produto destacando suas vantagens e benefícios o cliente exige condições especiais para adquirir o produto,
Nessa fase, o vendedor apresentara o produto ao portanto, deve-se obter um compromisso de compra com o
cliente seguindo a formula AIDA (Kotler): cliente, por exemplo: “se conseguirmos um desconto de 15% na
Atenção (obter atenção do cliente); cotação, podemos contratar o seguro do seu automóvel?”.
Interesse (captar o interesse); Outra forma de fechar um negocio seria por meio do
Desejo (despertar o desejo) e fechamento direto, na qual o próprio vendedor deve solicitar o
Ação (levar o cliente a agir adquirindo o produto). fechamento, oferecendo a oportunidade para o cliente comprar
o produto. Por exemplo, pergunte ao cliente qual e o melhor dia
Na apresentação, o vendedor devera destacar as para pagamento das parcelas do seguro de automóvel, se no final
vantagens e benefícios do produto, buscando satisfazer as ou começo do mês.
necessidades do cliente. A demonstração pode ser auxiliada A ultima etapa da venda e a conclusão do negocio, entretanto,
com apresentação de folhetos, livretos, slides, amostras de não basta apenas vender o produto ao cliente, e necessário
produtos, entre outros. conquistar a lealdade e fidelidade desse comprador, prestando
Durante a demonstração o vendedor pode usar cinco uma assistência pós-venda. Pequenos gestos auxiliam nesse
estratégias de influencia, segundo Kotler: acompanhamento, como um telefonema de agradecimento,
→→ Legitimidade: enfatiza características da empresa um convite a voltar para futuras negociações e o agradecimento
como experiência, reputação. pela preferencia. O papel do vendedor não se restringe a apenas
→→ Conhecimento especializado: o vendedor e vender os produtos e atingir metas, mas sim conquistar os
especialista no produto ou serviço conhecendo cada clientes, tornando-os fieis, pois a reputação da empresa e um
detalhe e também conhece as necessidades do cliente. cliente satisfeito e uma das melhores formas de marketing.
→→ Poder de referencia: o vendedor aproveita-se
das características, dos interesses e dos conhecimentos Pós-Venda
comuns dos clientes. • Acompanhamento (Follow UP) e Manutenção →
→→ Agrado: o vendedor concede agrados ao cliente Assegura a satisfação e busca a fidelização do cliente
como convite para almoço, brindes, para fortalecer o Ultima etapa do processo de venda, o acompanhamento
relacionamento. nada mais e do que a tentativa de o vendedor assegurar a
→→ Zelo pela impressão: o vendedor procura causar satisfação do cliente e também a prospecção de novas vendas.
a boa impressão no cliente. E um contato apos a concretização do negocio, em que o
vendedor avalia o grau de satisfação do cliente feito por meio de
• Superação das Objeções → Sanar as dúvidas e uma visita pessoal, uma ligação. Além de o vendedor manter um
superar a resistência da compra relacionamento ativo com o cliente evitando o esquecimento ou
Durante a apresentação, os clientes costumam colocar perde-lo para o concorrente.
objeções quando solicitado o fechamento do negocio. Essas
objeções podem ser psicológica ou logica. A resistência Metas
psicológica e a preferencia por marcas estabelecidas, apatia, Afinal, quais são os escopos das metas e ate que ponto
relutância em ceder a uma argumentação. A resistência são positivas dentro da empresa? As metas foram instituídas
logica e a objeção por preço, prazo de entrega ou algumas com base em reproduções de anseios próprios ou de terceiros.
características do produto. Quando queremos comprar algo novo, por exemplo, delineamos
Para superar as objeções o vendedor deve questionar o um objetivo, seja ele acumular dinheiro ou obter alguma outra
cliente de modo a descobrir a origem da duvida e procurar fonte de renda, tudo para atender o objetivo.
sana-la da melhor forma possível. As metas podem causar alguns efeitos indesejáveis aos
gerenciadores de vendas, por exemplo, criar concorrências
• Fechamento → Concretização do negócio internas, deixando essa competição refletir no atendimento ao
O vendedor deve partir para o fechamento do negocio, cliente. Outra dificuldade encontrada em empresas que colocam
e pode se utilizar de algumas ações para auxilia-lo nesse muitas metas e o conflito dessas, muitas vezes o cumprimento
processo, como solicitar o pedido, condicionar uma venda de uma meta acaba colidindo com outra, tornando-se algo
a uma concessão (um beneficio que será avaliado para o impraticável, portanto a descrição ideal de meta seria aquela que
cliente), partir para a próxima etapa já verificando a melhor traz a maior produção plausível dentro das particularizações e
data para pagamento. normas da empresa com uma relação custo beneficio imaginado.

13
ADMINISTRAÇÃO

No ambiente bancário, as metas influenciam abertamente Por meio das técnicas de venda bem aplicadas, podem-se
na qualidade dos produtos e serviços comercializados. Como eliminar os obstáculos e dificuldades encontradas no processo
consequência tem-se o desperdício dos recursos financeiros, de negociação. E esses elementos que dificultam o processo
de tempo, de pessoas, sem mencionar o desgaste emocional de negociação são denominados de objeções e impasses,
sofrido pelos funcionários. que muitas vezes são sanados com concessões pela parte do
Técnicas de Vendas vendedor. Vamos explicar um a um esses elementos.
A melhor maneira para ter sucesso na negociação e
fazer um bom planejamento, e ter um bom preparo, ou seja, Objeções
elaborar um plano de ação aumenta as possibilidades de um As objeções podem ocorrer geralmente por desconfiança,
negocio, bem sucedido. desvantagens ou por falta de conhecimento do produto e do
Para uma venda de sucesso, devemos, primeiramente, negociador. Dessa forma, e necessário que o vendedor atente
elaborar uma estratégia, sempre objetivando o mérito a ser para a origem dessa objeção para melhor trata-la, basta ouvir
conquistado. Para por essa estratégia em pratica, precisamos o que o cliente pensa a respeito. As mais comuns são:
das técnicas ou táticas negociais, que são nada mais do que  Objeção por desconfiança: ocorre quando o cliente
as ações empregadas para completar as estratégias. Esse não tem credibilidade no produto, negociador ou na própria
planejamento estratégico e feito em uma das etapas de empresa. O vendedor deve apresentar autoconfiança e apre-
pré-venda e são utilizados 3 elementos de referencia: poder, sentar provas solidas sobre seus argumentos, como cartilhas,
tempo e informação, que abaixo serão explanados. folhetos da própria empresa.
Ha vários fatores que influenciam na negociação, dentre  Objeções por desvantagens: geralmente acontece
os principais destacamos Poder, Tempo e Informação. quando o cliente percebe uma certa desvantagem no produ-
A variável Poder esta ligada aos poderes pessoais e aos to ou no serviço oferecido, geralmente ocorre quando o ven-
circunstanciais (cargo, função) e por meio desse fator podemos dedor não consegue identificar corretamente as necessidades
mudar a realidade e alcançar os objetivos almejados. A forma do cliente ou esqueceu de ressaltar um beneficio. Nesse caso
mais correta de utilizar essa variável e dentro dos limites, ou o vendedor deve contra argumentar expondo outros benefí-
seja, basear-se em informações solidas e ter autoconfiança de
cios.
forma a realizar acordos satisfatórios entre as partes.
 Objeção por desconhecimento: ocorre quando o
E importante ressaltar que para que alguém mude e
cliente e desconhecedor do produto. Para resolver esse pro-
necessário que a influencia por ele sofrida seja maior que sua
blema basta prestar todos os esclarecimentos para eliminar
capacidade de resistência.
as duvidas, explicando de forma clara e objetiva os benefícios
Os poderes pessoais são aqueles inerentes ao individuo,
do produto.
e podem dividir-se em: poder da moralidade, poder da
 Objeção circunstancial: acontece quando a nego-
atitude, poder da persistência e poder da capacidade
persuasiva. ciação não e concretizada devido a circunstancias como falta
No que tange aos poderes circunstanciais, podemos de tempo, condição financeira não atende aos requisitos etc.
defini-los como aqueles que focam na situação, sofrendo A solução para esse caso e agendar outra data com o cliente.
influencia do meio: poder do especialista (conhecer o
objeto de negociação e com quem se negocia), poder de • Dicas para dirimir objeções
posição (ocupar determinado cargo ou função), poder de  Não interromper o cliente.
precedente (basear-se em fatos pretéritos para argumentar na  Não discutir.
negociação), poder de conhecer as necessidades (perceber as  Não ria da forma como o cliente se expressa.
exigências do cliente) e poder de barganha (exercer influencia  Ouvir o cliente com atenção.
para chegar ao objetivo).  Transforme as objeções a seu favor, convertendo-as
Outro fator ha de ser levado em consideração. E o fator em pontos de venda.
TEMPO. Durante uma negociação essa variável deve ser levada
em consideração, pois e valido falar em tempo limite e observar Impasses
que as concessões são feitas geralmente próximas do tempo- Durante o processo de negociação pode haver a
limite, ou seja, quando o cliente esta quase indo embora sem presença de conflitos, que são originados das divergências na
levar o produto o negociador faz uma concessão e resgata a interação vendedor-cliente e geralmente ocorrem por falta de
possibilidade de negocio. Nem sempre e o ideal, pois quanto empatia entre as partes. Não se pode simplesmente largar a
mais próximo do fim, maior e a pressão e tensão, e o acordo negociação por haver um impasse, existem alternativas para
pode não ser satisfatório. Portanto, o vendedor ate pode superar esse obstáculo, por exemplo:
precipitar o desfecho da negociação e adia-lo para outra data,  Dar uma pausa na negociação, marcar outra data;
sempre tomando os devidos cuidados para não perder a venda.  Chamar outro negociador para assumir seu lugar,
Devemos ainda atentar para a variável INFORMACAO, que como um gerente;
esta intimamente ligada ao poder de conhecer o produto e o  Tentar alterar as condições, se possível, dilatar pra-
cliente para uma negociação bem sucedida e com resultado zos, oferecer outras vantagens;
acertado. Deve-se colher informações antes de iniciar a  Esteja sempre bem humorado e sorridente, não de-
negociação, principalmente das necessidades do seu cliente, monstre tanta preocupação e afobamento em fechar o ne-
e se não for possível uma previa pesquisa, ouça o cliente com gocio.
atenção.

14
ADMINISTRAÇÃO

Concessões Em uma breve descrição, pode-se resumir da seguinte


Diante desses obstáculos nem sempre se consegue maneira:
contorna-los com as técnicas listadas anteriormente, então, ˃˃ Necessidades fisiológicas: o abrigo, o sono, a
deve-se tomar uma atitude mais decisiva: a concessão. Mas, excreção, a fome a sede etc.
afinal, o que e concessão? ˃˃ Necessidades de segurança: desde a segurança em
Entende-se por concessão o processo, dentro da casa ate o nível de estabilidade no ambiente de trabalho.
negociação, de ceder as exigências da outra parte. ˃˃ Necessidades sociais: aceitação no grupo em que
Lembre-se: perder um pouco e essencial para quem vive, amor, amizade etc.
quer ganhar muito! O vendedor pode abrir mão do acessório ˃˃ Necessidades de estima: reconhecimentos pelos
para preservar o que e essencial no negocio e também para membros do grupo de que faz parte.
conquistar um bom cliente. Algumas dicas de como fazer as ˃˃ Necessidade de autor realização: em que o individuo
concessões de forma correta: se torna aquilo que deseja ser.
 Deixe o cliente apresentar sugestões de negociação: Ao passo que essas necessidades vão sendo satisfeitas,
“e se não tivesse essa taxa...?” o individuo possui motivação para buscar mais altos níveis
 Evite conceder coisas que a parte não tenha solicita- de realização.
do, para o cliente não achar que o vendedor e muito flexível, Claramente, a empresa deve buscar alternativas para
e que tudo o que ele solicitar você concedera. motivar seus vendedores, para que haja sempre um retorno
 Se fizer uma concessão inadequada, volte atrás de positivo de seu trabalho. Uma das formas de motivação
forma discreta e educada. para vendas e a criação de grupos internos, que competem
entre si por prêmios dados aqueles que tiverem melhor
Dicas para um Bom Negociador desempenho.
 Competência. Dentre as teorias da motivação, existe a chamada teoria
 Confiança. X e Y, de Douglas McGregor que, numa primeira visão,
 Critério. sugere que os gerentes devem coagir, controlar e ameaçar
 Comunicação. os funcionários a fim de motiva-los e, numa segunda visão,
acredita que as pessoas são capazes de ser responsáveis,
O que um cliente espera do atendimento? não necessitam de ser constrangidas ou controladas para
 Cortesia. ter um bom desempenho no trabalho.
 Segurança. Para a motivação, contemporaneamente muito se
 Confiabilidade. tem falado sobre coaching, técnica que visa a despertar
 Facilidade de acesso. o espirito de liderança e, por extensão, a capacidade de
 Prontidão. motivar as pessoas.
Em suma, o cliente quer produtos e serviços que
correspondam a sua necessidade e um tratamento adequado, Os Quatro “Ps”: Produto, Preço, Praça e Promoção
a fim de que se sinta valorizado e respeitado. Esse e um assunto interessante e importante para
quem trabalha com o setor de vendas. Na verdade, são
O vendedor deve: fundamentos que auxiliam o profissional a desempenhar
 Ter boa apresentação. suas funções.
 Bom humor.
 Boa postura. Produto
 Empatia. Convencionou-se chamar “produto” tudo aquilo que se
 Saber ouvir o cliente. pode oferecer e que, de alguma maneira, possa satisfazer
 Ter disposição. necessidades ou anseios de um mercado. Qualquer tipo de
 Ser cortes. serviço ou bem, marca, embalagem pode ser identificado
 Ser eficiente. como produto.
 Ser honesto e sincero. Evidentemente não ha apenas produtos físicos,
 Comunicar-se bem. eles podem também ser caracterizados como serviços,
 Assumir compromisso com o cliente. ambientes, organizações, conceitos etc.
E preciso entender que quando se compra algum
Motivação bem, também ha a agregação de serviços e ideias a esse
A chave para a realização de vendas e a motivação. Para produto. Uma imagem de artista famoso, uma canção, um
que os trabalhadores se sintam motivados a desempenhar as serviço qualquer pode estar anexo a esse produto.
suas tarefas e preciso que se de constante atenção a fatores Um belo exemplo e a imagem dos atores que costuma
como reconhecimento, responsabilidade e desenvolvimento ser utilizadas em propagandas de instituições bancarias.
individual, além da definição adequada da tarefa em si. A ideia de confiabilidade do famoso passa ao produto
A teoria de Maslow tem sido utilizada para auxiliar a imediatamente quando se opera a propaganda.
compreensão do fenômeno da motivação pessoal. Abraham Antes de qualquer coisa, o produto deve ser aquilo
Maslow definiu uma hierarquia e necessidades que devem que e desejado pelo consumidor, encaixar-se dentro
ser satisfeitas para que o individuo possua vontade de atingir das expectativas do público-alvo e, claro, satisfazer a
a autor realização. necessidade do comprador.

15
ADMINISTRAÇÃO

Na criação de um produto, e importante ressaltar cinco Dentre as varias formas de distribuição, podemos citar:
itens fundamentais: ˃˃ Direta: em que o produtor fornece diretamente
˃˃ O produto real (também chamado de produto o seu produto ao consumidor ou presta seu serviço
esperado): aquilo que o consumidor geralmente esta buscando. diretamente ao consumidor.
˃˃ O produto ampliado: no geral, e o oferecimento de Ex.: feirante que vende pasteis ou o dentista.
serviços e ou qualquer tipo de beneficio adicional. ˃˃ Indireta: em que o produto e levado ao consumidor
˃˃ O produto básico: efetivamente aquilo que o comprador por um distribuidor. Um exemplo comum e o mercado, pois
adquire. dificilmente produz todos os produtos que comercializa,
˃˃ O produto potencial: qualquer tipo de implemento necessitando de fornecedores para abastecer seu comercio.
que o produto pode sofrer durante o seu processo evolutivo
provável. Promoção
˃˃ O beneficio-núcleo: e o melhoramento elementar que e
comprado pelo consumidor.
O produto e o mais importante dos elementos do mi de
marketing, pois as decisões administrativas acerca dele são as
mais relevantes para a politica empresarial.

Preço
A soma de dinheiro que se cobra por um produto ou por
um serviço e denominada como preço.
Quando o consumidor compra determinado produto,
ele paga um determinado preço, que e acordado na venda, e Ha cinco elementos relevantes na determinação da
recebe os benefícios que lhe são cabíveis. Ha, porem, outras promoção. São eles: promoção de vendas, propaganda,
variáveis incutidas no preço de um produto: a rentabilidade, forca de vendas, relações publicas, publicidade e marketing
por exemplo.
direto.
Quando se determina o preço de um produto, e preciso
ter em vista que sua colocação no mercado visa ao lucro, por
isso, no estabelecimento do plano de marketing, a definição do
preço de um produto pode significar o sucesso da estratégia
adotada.
Para que haja competitividade de um produto, e necessário
que seu preço seja razoável, ou seja, nem tão alto que faca o
consumidor perder a vontade de comprar; nem tão baixo que
signifique prejuízo para quem o produz, quer seja pelo custo de
produção, quer seja pela depreciação do produto no mercado.
Em suma o produto não pode ser superestimado por seu
preço, tampouco ser subestimado com um preço tão baixo, que
o cliente pense haver algum problema com o bem adquirido.
E importante levar em conta, para a definição do preço,
se a compra cera___2 realizada e qual e escala possível dessa
compra; se haverá lucratividade nessa comercialização; se ha PROMOÇÃO
possibilidade de mudança no preço do produto para se adequar Promoção de vendas: realizada por meio de concursos,
com rapidez ao mercado. Finalmente, pode-se entender que o prêmios, cupons, descontos pós-compras, amostras grátis,
preço adequado a um produto e aquele que satisfaz o cliente, pacotes de preços promocionais, entre outros elementos
pois não se sente enganado, e gera dividendos para a empresa. que visam a estimular a atenção, o consumo e a realização
da transação por parte do cliente. Os sorteios relacionados
Praça ao consumo de algum produto podem ser citados como
A praça compreende aquilo que se identifica também como exemplos.
o ponto de venda ou ainda o chamado canal de distribuição de Afirma Kotler que a promoção de vendas consiste de
determinado produto. um conjunto diversificado de ferramentas de incentivo, em
A praça pode ser uma rede que executa a logística a fim de sua maioria a curto prazo, que visa a estimular a compra
fazer o produto chegar a seu usuário final. mais rápida e/ou em maior volume de produtos/serviços
A noção de acessibilidade e importantíssima para a específicos por consumidores ou comerciantes.
identificação da praça.
O cliente deve poder adquirir o produto da maneira que Propaganda: utilizada para informar o cliente e ativar
lhe for mais conveniente, por isso e mister que a praça abarque nele a necessidade de realizar a compra. Segundo Kotler,
canais eficientes de distribuição. a propaganda e qualquer forma paga de apresentação
Como variável, a praça representa parte significativa no impessoal e de promoção de ideias, bens ou serviços por
processo decisório da empresa em seu planejamento de um patrocinador identificado.
marketing.

16
ADMINISTRAÇÃO

Objetivos da propaganda: Os principais canais de marketing direto tradicionais


˃˃ Informar: comunicar ao mercado sobre um novo são:
produto; sugerir novos usos para um produto; explicar
como o produto funciona. Marketing por mala direta: e a oferta, anuncio,
˃˃ Persuadir: desenvolver preferencia de marca, sugestão ou outras ações que são enviados diretamente ao
encorajar a mudança para a marca, persuadir compradores endereço do cliente. E um meio que permite alta seletividade
a adquirir o produto. do público-alvo, e direcionada, flexível e é modernizada. Ex:
˃˃ Lembrar: lembrar os compradores que o produto Envio de correspondência via fax, correio-eletrônico, via voz
pode ser necessário em breve, e onde comprar o produto. (voice mail).
Forca de vendas: relacionada ao trabalho dos
vendedores, durante o processo de venda pessoal. Deve-se Marketing de catalogo: Kotler define como a situação
fidelizar o cliente por meio de um contato interativo com onde as empresas enviam um ou mais catálogos de produtos
o consumidor. A venda pessoal e o que une a empresa e a clientes potenciais selecionados que possuem alta
os clientes. O vendedor e a ferramenta que, em muitos probabilidade de fazer pedido.
casos, se torna a própria estrutura para o cliente, sendo um
mecanismo de divulgação e estratégia. Por isso, a empresa Telemarketing: usado em marketing de bens de
deve definir cuidadosamente os objetivos específicos que consumo, como em marketing de bens industriais, o
esperam atingir com sua forca de trabalho. telemarketing vem crescendo e atingindo mercado
Sendo tarefas desempenhadas pelos colaboradores: diferenciados, obtendo-se resposta imediata e reduzindo
prospecção (buscam os clientes potenciais), comunicação os custos empresariais. Muito do sucesso do telemarketing
(informam sobre os produtos e serviços disponibilizados e devido ao treinamento eficiente dos colaboradores e da
aos clientes), coleta de informações (realizam as pesquisa estratégia adequada a cada empresa. Esta sendo muito
de mercado e reúnem informações em relatórios de visitas), criticado devido ao abuso praticado pelas empresas com
entre outras. ligações em horários inadequados, insistência desnecessária,
ocorrendo prejuízos. Portanto, a estratégia e fundamental
Relações Publicas: consistem em impactar no para um bom resultado.
consumidor por meio de estratégias como obras de
caridade, históricos da empresa, eventos, noticias, Marketing on-line: e o estabelecimento do contato
publicações, palestras em que a empresa participa e direto com o cliente via Internet.
desenvolve. Destacam-se os canais de marketing on-line como
“Envolve uma variedade de programas destinados a canais comerciais que são os serviços de informações e
promover e/ou proteger a imagem de uma empresa ou marketing acessados por assinantes; Internet para facilitar a
seus produtos”, conforme afirma Kotler. comunicação através de e-mail, sítios para tirar duvidas.
Tome muito cuidado para compreender que os quatro
Publicidade: e o tipo de comunicação que não e “Ps” são variáveis a serem consideradas no mi de marketing.
financiada, ou seja, que não e paga para ser veiculada. As questões buscarão testar seu conhecimento a respeito
Exposição por razão da boa qualidade ou do destaque desse tópico, portanto, fique alerta!
do produto são exemplos de boa publicidade. Muito embora a maior parte das questões aborde a teoria
A publicidade significa em português “tornar publico”, a dos 4 “Ps”, hoje ja se fala em 8 “Ps”: pesquisa, promoção,
qual designa qualquer mensagem impressa ou difundida e personalização, planejamento, publicação, propagação e
todas as técnicas associadas, cujo objetivo seja o de divulgar precisão.
e conquistar, com fins comerciais, uma ideia, um produto
ou serviço, uma marca ou uma organização junto de um Vantagem Competitiva
determinado grupo de potenciais clientes - o designado Entende-se por vantagem competitiva a vantagem que
mercado-alvo. Utiliza como meio de divulgação a televisão, uma empresa pode possuir em relação aquelas que são
radio, cinema, jornais, revistas, painéis publicitários, Internet suas concorrente, usualmente ratificada pela analise do
e indirect-mail. desempenho financeiro superior ao dos demais concorrentes.
Em linhas gerais, a vantagem competitiva e aquilo
Marketing Direto: e o conjunto de atividades de que demonstra a superioridade da estratégia de mercado
comunicação impessoal, sem intermediários, entre a adotada pela empresa em relação as demais que figura no
empresa e o cliente, via correio, fax, telefone, internet ou mercado.
outros meios de comunicação, que visa obter uma resposta Para que um produto ou um serviço possua vantagem
imediata do cliente e a concretização da venda do produto competitiva relevante, e necessário haver algumas
ou serviço. características:
Segundo Kotler, marketing direto e um sistema  Ser difícil de imitar;
interativo que usa uma ou mais mídias de propaganda para  Ser algo único;
obter resposta e/ou transação mensurável em qualquer  Ser algo que possua sustentabilidade;
localização.  Ser algo superior a qualquer tipo de competição;
 Ser facilmente aplicável a múltiplas situações.

17
ADMINISTRAÇÃO

E possível buscar a VC com medidas do tipo: foco especifico no consumidor; maior qualidade do produto; grande
distribuição; possuir um custo não elevado etc.
Apesar de haver muitos estudos a respeito do assunto, a melhor vantagem competitiva e possuir uma empresa ágil e
que antenada as mudanças do mercado.
→→ Liderança em custo, quando a empresa consegue ter uma boa gestão de despesas, possibilitando um custo inferior
que as suas concorrentes.
→→ Enfoque em um segmento de produtos e serviços ou mercado buscando atender de maneira mais eficiente,
conseguindo satisfazer as necessidades de seus clientes/publico alvo.
Neste enfoque, devem ser enfocadas as ações da Market Share, que tem o objetivo de medir o crescimento, a aceitação
de produtos e serviços, bem como, avaliar sua forca e as dificuldades da empresa.
Market Sare significa o “pedaço” que aquela empresa tem no seu segmento.
As empresas também devem sempre estar atentas as suas concorrentes de setor (mesma categoria de produtos e
serviços) e sua concorrente de mercado (atendem as mesmas necessidades dos consumidores de formas diferentes).
Em marketing, temos a pratica do Bechmarking, que se divide em competitivo (realizando comparações com as
empresas lideres de mercado) e funcional (compara boas gestões, processos similares).

Marketing de Relacionamento
Logo, o marketing de relacionamento cria relações duradouras, de longo prazo, que diminuem os custos.
Sai muito mais caro para as empresas conquistar novos clientes. Para uma empresa cera___2 bem mais fácil (e com
menor custo) vender um produto novo para um cliente antigo, que já conhece a empresa, a qualidade dos seus produtos,
o atendimento, etc...
Para bem desenvolver este relacionamento, a empresa precisa conhecer as necessidades, metas, capacidade do grupo
que busca atingir.
Portanto e necessário que as empresas:
 Buscar todas as informações sobre comportamento de consumo, transações que foram realizadas entre outras são
importantes para a analise de qual a melhor maneira de atender, satisfazer e fidelizar.
 Buscar a comunicação, utilizando-se se todos os meios (telefone, internet, correspondência, utilizar ferramentas
do marketing direto).
 Utilizar a tecnologia a seu favor. Estamos na era digital, utilizar destas ferramentas pode fazer a diferença.6

Integração dos esforços de vendas e marketing


Nesta seção, é buscada maior integração entre os esforços de vendas e marketing. A necessidade de integração e
coordenação dos esforços de marketing é frequentemente discutida pelos livros-textos de marketing. Este item pretende
contribuir com a sugestão de interfaces entre a área de vendas e as outras áreas de marketing como os aspectos críticos de
coordenação e onde maior ganho pode ser obtido pela potencialização das ações de marketing.

Gestão de produto e força de vendas


Uma breve revisão da literatura de produtos, como em Mattar (1999), permite sugerir as seguintes áreas como críticas
para a integração da gestão de produtos e vendas: auxílio no processo de lançamento de novos produtos, auxílio na
obtenção de informações para novos produtos através de pesquisas (realização da pesquisa por parte dos vendedores com
consumidores e mesmo respondendo a pesquisas), ampliação do valor do produto através do oferecimento de serviços
através do vendedor, ou mesmo a facilitação do processo de compra que este representa e, finalmente, a necessidade de
o vendedor conhecer os atributos e os benefícios que os produtos da empresa oferecem a seus clientes. Dessa forma, o
quadro abaixo é sugerido para que os gestores de vendas e de produtos trabalhem sobre os pontos críticos, integrando
seus esforços.

6 Fonte: www.caching.alfaconcursos.com.br

18
ADMINISTRAÇÃO

Quadro: Aspectos críticos na gestão da interface de vendas e produtos

19
ADMINISTRAÇÃO

Gestão de comunicações e força de vendas


A área de gestão de comunicação é a de maior potencial de ações integradas de vendas, em função de vendas,
naturalmente, ser um processo de comunicação.

A seguir, o Quadro: Aspectos críticos na gestão da interface de vendas e comunicação.

20
ADMINISTRAÇÃO

O plano de comunicação da empresa deve ser acessado e os itens listados devem ser checados para possíveis ações
que resultarão em um efeito maior quando feitas em conjunto.

Gestão de canais de distribuição e força de vendas


Especialmente para setores com canais de distribuição longos, com diferentes níveis de atacado ou varejo, ou o uso de
diferentes formatos dentro de um mesmo nível, como as políticas multicanais de distribuição, a integração entre canais de
distribuição e vendas é crucial pelo grande uso de canais múltiplos de venda. As responsabilidades dos diversos agentes de
venda devem ser identificadas (sejam eles vendedores empregados, representantes, distribuidores atacadistas ou revendas
ou outro formato) e potenciais conflitos existentes entre eles devem ficar claros, para que possam ser minimizados.
No Quadro abaixo, todos os canais de venda são relacionados com os clientes para quem vendem, os produtos que
vendem e os territórios que vendem. Após o preenchimento do quadro, o gestor de venda pode procurar por potenciais
conflitos entre os formatos e pensar em adequações ou como os diferentes canais poderiam complementar-se para evitar
conflitos entre canais, incluindo a função vendas, certamente presente nos canais. Esse quadro deve ser usado mais adiante
na fase de administração de conflitos ao final do plano novamente. Pode ser construído um quadro para cada formato de
canal e, posteriormente, os quadros devem ser contrastados buscando fontes de conflitos em dois canais que disputam os
mesmos clientes nos mesmos territórios, com os mesmos produtos. Também é sugerida a variável preço para diferenciação
dos canais, apesar que geralmente ela não é fácil de ser adequada, a não ser que a empresa consiga justificar o porquê em
um formato, um preço varia muito em relação a outro.
Ajustes devem ser feitos como, por exemplo, alocando produtos diferentes aos formatos, ou clientes diferentes, mas ao
coincidir as três variáveis sugeridas irá necessariamente existir conflito, ou os próprios canais desenvolverão normas entre
eles que nem sempre são as mais benéficas à organização como um todo.

Quadro: Aspectos críticos na gestão da interface de vendas e canais de distribuição.

21
ADMINISTRAÇÃO

Outro aspecto crítico é a responsabilidade dos vendedores quanto aos diversos canais de distribuição utilizados. As
responsabilidades são, por exemplo, como ajudar a controlar estoques, treinar os funcionários do revendedor, ajudar na
realização de vendas e funcionar como um elo de ligação entre a empresa e o canal.

Quadro: Responsabilidades dos vendedores sobre os canais de distribuição.

Gestão de preços e força de vendas


A integração entre vendas e preços dá-se, basicamente, na liberdade que vendedores e gerentes terão na flexibilização
dos preços praticados através da atribuição de descontos e na necessidade a que suas práticas estejam alinhadas com a
estratégia de preços. Sobre esta segunda parte, dependendo da estratégia assumida, por exemplo, menor preço, seguir
a concorrência, ou melhor valor, e assim por diante, discutidas na literatura de precificação em marketing, a equipe de
vendas deve incorporar o posicionamento referente à oferta da empresa de forma completa. Para isso, treinamentos serão
extremamente necessários.

Quadro: Recomendações sobre a autoridade e sobre a negociação de preços dos vendedores.

22
ADMINISTRAÇÃO

Sobre o primeiro aspecto, o quadro acima sintetiza 3. Estrutura de vendas


algumas condições em que maior ou menor poder de Em função dos objetivos e da estratégia, deve-se divi-
negociação de preços poderia ser dado aos vendedores. No dir  a estrutura de vendas para melhor administrá-la. As
entanto, uma condição discutida por Weinberg (1975) para o estruturas mais comuns são:
poder de descontos de vendedores coloca que essa prática • Por território: os vendedores devem cobrir
só será apropriada se a comissão for paga sobre lucros determinada área.
(subtraídos todos os descontos dados pelos vendedores).7 • Por produto: indicada para vendas mais técnicas,
os vendedores são divididos em função do portfólio da
 Para finalizar, uma síntese das 10 funções princi- empresa, se especializando.
pais de administração de vendas. • Por mercado: vendas consultivas se beneficiam
Gerenciar uma equipe de vendas não é uma tarefa fácil. deste modelo, em que um vendedor vende para hospitais,
São inúmeras atividades e responsabilidades, sem falar na outro para bancos, e assim por diante.
pressão de atingir suas metas e mostrar resultados.
É preciso ter excelentes noções de administração de 4. Tamanho da força de vendas
vendas para atender todas as essas demandas e se mostrar Deve-se fazer uma continha… Para se atingir a meta
um excelente gestor. estipulada no plano de marketing, quantos clientes devem
Para te ajudar nessa missão tão desafiadora, fomos pes- ser atendidos? Para cada cliente, quantas visitas (ou atendi-
quisar o que especialistas como Philip Kotler recomendam mentos/telefonemas etc.) devem ser feitas por ano?
nessa área de atuação e fizemos uma lista com as 10 noções Qual o tempo médio gasto em uma visita? Levando-
de administração de vendas mais usadas. -se em conta que 25% do tempo do vendedor é gasto em
A tarefa de um gestor de vendas é bastante complexa. visitas, você poderá estimar quantos vendedores serão ne-
Para facilitar seu entendimento destes 10 tópicos de admi- cessários naquele ano.
nistração de vendas, eles foram divididos em 2 partes:
 Planejamento de Vendas e 5. Remuneração
A primeira providência é encontrar referências no
 Gerenciamento da Força de Vendas.
mercado sobre a remuneração média dos vendedores do
seu setor. Em seguida, dividir essa remuneração em 4 par-
 5 noções de Planejamento de Vendas
tes: fixo, variável (comissões), auxílios de custo e benefícios.
Quanto maior a percentagem de remuneração variá-
1. Objetivos
vel, a tendência é de mais empenho e melhores resulta-
A determinação dos objetivos de vendas, usualmen-
dos. Quanto mais benefícios, mais motivação.
te faz parte do planejamento estratégico de marketing
Cabe a você estipular um equilíbrio ideal entre cada
anual da empresa. um dos 4 componentes.
E são determinados pela alta gestão em conjunto com o Agora que você já viu algumas noções de administra-
departamento de marketing com contribuições importantes ção de vendas focadas em planejamento, vamos falar da
do departamento de vendas. gestão da equipe.
Portanto, a tarefa do gestor de vendas é estudar estes
objetivos estratégicos e transmití-los ao nível operacional,  5 Noções de gerenciamento da força de vendas
além de determinar planos de ações táticas que deverão ser 6. Recrutamento e seleção
executadas por sua equipe. Com o apoio do RH, as formas mais comuns de sele-
ção são analisar currículos e fazer entrevistas.
2. Estratégia de vendas Outros métodos, como indicações, provas e testes
Em função dos objetivos, o gestor deve escolher uma também são recomendados. Procure as seguintes caracte-
estratégia de vendas. rísticas em seus vendedores:
Existem 4 modelos básicos mais empregados, que você • Assumir riscos;
pode usar ou adaptar e até mesmo integrar entre si em seu • Solucionar problemas;
plano tático: • Determinação;
• Estratégia de marketing e produto: a mais • Cuidar dos clientes;
tradicional, em que os vendedores devem comunicar • Bons planejadores;
corretamente as características, atributos e benefícios dos • Alto nível de energia;
produtos ou serviços aos clientes. • Autoconfiança;
• Estratégia de criação de valor: mostrar ao cliente • Encaram vendas como um desafio.
que sua oferta tem um valor agregado, muitas vezes 7. Treinamento
intangível, que a torna  a melhor solução para ele. É muito importante que sua equipe esteja preparada
• Estratégias competitivas: estudar as forças e para enfrentar os desafios do mercado com a capacita-
fraquezas dos concorrentes e se aproveitar delas para ção adequada.
vender mais. Os clientes atualmente querem ser atendidos por pro-
• Estratégias políticas: ter o melhor relacionamento fissionais competentes, que sejam criativos e saibam dar
com pessoas-chave na empresa, mais empregada em B2B. boas sugestões em busca de soluções e idéias. Investir em
7 files.equipesupervenda.webnode.com.br/ treinamento sempre trará retorno.

23
ADMINISTRAÇÃO

O tempo destinado ao treinamento antes de liberar o


vendedor no campo dependerá da complexidade das ven- GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM CLIENTE.
das executadas e de seu nível de experiência.
As principais competências e conhecimentos a serem
treinados são:
• Conhecer a empresa e sua cultura. Atualmente, nós, que trabalhamos na área de
• Conhecer as características dos produtos e serviços atendimento, devemos mudar a mentalidade de “fechar
da empresa. uma venda” para a de “iniciar um relacionamento com o
• Conhecer o mercado, os clientes e os concorrentes. cliente”. Para que esse relacionamento nos proporcione
• Saber vender, negociar e fazer apresentações lealdade, precisamos aprender a dialogar com nossos
comerciais. clientes.
• Conhecer suas metas e objetivos. Sendo assim, devemos interagir com os nossos clientes,
• Conhecer as estratégias de marketing da empresa. pois são eles que passam o feedback dos nossos serviços
e produtos. É necessário conversar, saber a opinião deles
8. Supervisão da equipe e entender quais são as suas expectativas, para melhor
É preciso verificar se as visitas e outras iniciativas de atendê-los.
vendas estão sendo feitas, se estão sendo produtivas, quais Em seu livro “Marketing de Relacionamento”, Vavra
os gastos com auxílios de custo, qual o feedback dos clien- menciona alguns dos benefícios que o diálogo com o
tes sobre aquele vendedor, se o vendedor tem alcançado cliente pode trazer:
suas metas, como é seu relacionamento com os colegas e • Abertura para que o cliente dê sugestões para
com superiores e outras informações. corrigir erros e promover melhorias na empresa;
A melhor maneira de se fazer isso é com auxílio de • Ideias sobre novos produtos e maneiras de
apresentar os produtos atuais;
softwares de gestão e CRM.
• Despertar um maior interesse no cliente potencial,
Assim você terá acesso a todos os dados e poderá su-
sem deixá-lo aborrecido ou frustrado;
pervisionar sua equipe com muito mais agilidade.
• Fazer que o cliente sinta-se mais leal e
compromissado ao fazer negócios com a empresa;
9. Motivação dos vendedores • Agregar valor aos produtos e serviços.
Comissões já são uma maneira de tentar motivar seus
vendedores. Além disso, bônus e prêmios pelo atingimen- Para Vavra, o contato direto com o cliente é uma
to de metas são outras maneiras bastante eficazes de fazer das melhores maneiras de construir relacionamentos
sua equipe estar sempre em busca do melhor desempenho. duradouros.
Outro fator de estímulo muito usado com sucesso são Seguem algumas dicas para se aproximar dos seus
convenções de vendas em hotéis de destinos turísticos, clientes:
em que se misturam treinamento, apresentação de resul- Deixe no seu estabelecimento uma urna ou uma caixa
tados, planos para o ano seguinte, premiações e comemo- de sugestões para que o cliente compartilhe suas opiniões
rações. sobre a loja ou informe sobre algum produto que esperava
Pesquisas mostram que as recompensas mais valori- adquirir, mas não encontrou. Não é necessário que o
zadas por vendedores são: remuneração, promoções e cliente se identifique, pois dessa forma ele se sentirá mais à
crescimento pessoal. vontade para fazer sua avaliação.
Surpreendentemente, as menos valorizadas são: sim- Devemos nos preocupar, principalmente, com aqueles
patia e respeito, segurança e reconhecimento. que não reclamam, pois esses vão embora e não retornam.
Os clientes que demonstram sua insatisfação são os
10. Avaliação de vendedores que desejam ainda manter um relacionamento com sua
Com os dados obtidos durante a supervisão e conso- empresa.
lidados anualmente, por exemplo, você poderá comparar Interaja com seus clientes.
os desempenhos individuais de cada vendedor conforme – Em uma loja de roupas, por exemplo, você pode,
as metas e objetivos da empresa. mediante autorização, tirar fotos de suas clientes (com
Outra prática muito comum são as entrevistas de as roupas da loja) e colocá-las em um mural ou postá-las
avaliação de desempenho em que o gestor conversa no Facebook, marcando a cliente. Dessa forma, todos os
individualmente com cada membro da equipe, passa seu seus amigos a verão e isso será, automaticamente, uma
propaganda da sua loja. Seja uma consultora de moda,
feedback, ouve o que o integrante tem a dizer em autoa-
estude moda, as tendências e auxilie sua cliente. Dê dicas
valiação e  determinam metas de melhoria de desempenho
de modas, enviei e-mail, ou use o face e watsapp para
em conjunto.8
informar dicas de moda. Ofereça um curso de moda para
suas principais clientes que pode ser abordado assuntos
como uso de roupa para cada ocasião, o certo e errado,
8 Fonte: www.agendor.com.br – Por Gustavo Paulillo como usar acessórios com determinados tipos de roupas.

24
ADMINISTRAÇÃO

– Em restaurantes, barzinhos, cafeterias ou pizzarias, Estratégias utilizadas pelo marketing de relaciona-


você pode pedir que o cliente crie um drink ou um prato, mento
que levará seu nome. Chame um chefe de cozinha para Confira algumas das estratégias de marketing de rela-
ensinar pratos diferentes e dicas de culinárias, e convide cionamento mais utilizadas e como aplicá-las em seu ne-
seus principais clientes. gócio:
– Envie um cartão no aniversário do cliente ou em
outras datas comemorativas. Atendimento de qualidade
– No dia 15 de setembro, dia do cliente, dê brindes, Pode parecer óbvio, mas é sempre bom lembrar como
cartões de agradecimento, descontos ou chame seus um bom atendimento é essencial para fidelizar o cliente.
clientes para um café ou chá da tarde especial. Afinal, o que é Marketing de Relacionamento se não con-
– Faça uso de cartões fidelidade. Pode ser utilizado em quistar a confiança de seu cliente mostrando proximidade
salões de beleza, lojas, restaurantes etc. e interesse em ajudá-lo sempre? De acordo com uma pes-
– Valorize aquele cliente que faz indicações e
quisa realizada pela revista Pequenas Empresas, Grandes
propaganda gratuita do seu estabelecimento. Dê um
Negócios, 61% das pessoas afirmam que receber um bom
presente ou um grande desconto.
atendimento é mais importante do que o valor ou qualida-
– Utilize um sistema de gerenciamento de dados com
de do produto. Por isso, invista nos canais de contato e na
informações dos seus clientes, com suas últimas compras,
preferências, datas de aniversário etc. Ligue ou envie capacitação do seu time.
e-mails para falar das novidades, descontos ou até mesmo A fidelização depende de esforços diários para ajudar
convidá-los para participar de eventos. Faça pós venda não seu cliente a ter aquilo que ele busca
deixa o cliente esquecer de você.
Atualmente, também é possível utilizar as redes sociais Programas de fidelidade
para interagir com os clientes. Elas nos proporcionam esse Essa estratégia pode garantir um bom retorno. Para
contato mais próximo, que podemos utilizar a nosso favor. iniciar o planejamento, é preciso pensar em alguns pon-
Utilize também o WhatsApp para falar sobre lançamentos tos importantes: o tipo de premiação, as regras de funcio-
de produtos ou sobre um novo cardápio.9 namento, pontuação, software para acompanhamento do
programa etc. Um programa de fidelidade atrativo deve ser
Marketing de Relacionamento: Fidelizar o cliente e de fácil entendimento, utilização e oferecer prêmios que
melhorar a reputação da sua marca sejam de interesse do cliente.
Em algum momento da sua carreira de empreendedor,
você já deve ter ouvido a frase: “É mais difícil manter um Interações em redes sociais
cliente do que conquistá-lo”. Os dois processos são desa- Criar perfis nas redes sociais, postar conteúdo regu-
fiadores, claro, mas fidelizar um cliente exige um conjunto larmente e estimular a interação são ações fundamentais
de estratégias diferenciadas, o que conhecemos no merca- para conquistar o cliente que vive conectado e trocando
do como marketing de relacionamento. informações a todo o momento. Já falamos aqui no blog
Entenda o que é Marketing de Relacionamento sobre a importância do Marketing Digital para o seu negó-
cio, confira abaixo mais dicas para aplicar em seu dia a dia:
O que é marketing de relacionamento: • Faça, no mínimo, um post por dia;
Trata-se de ações realizadas pela empresa com o obje- • Responda às dúvidas na própria rede social, não
tivo de manter o cliente próximo. Diante da concorrência, peça para o cliente enviar e-mail ou ligar (se for um assunto
que oferece os mesmos produtos a preços equivalentes, é
particular, responda por inbox);
necessário se destacar na memória das pessoas. Além dis-
• Crie enquetes ou faça perguntas, para criar
so, um cliente fidelizado também realiza o famoso “boca a
interação;
boca”, criando uma boa reputação da sua empresa e ala-
vancando seu negócio.
• Publique vídeos.
O marketing de relacionamento promove essa ligação
afetiva, por meio de algumas estratégias que veremos ao Lembrança de aniversário
longo do texto. Antes, é importante lembrar que para rea- Mande um e-mail simpático no aniversário, cumpri-
lizar um bom planejamento, é necessário conhecer muito mentando seu cliente ou até mesmo oferecendo um des-
bem sua base de clientes, seus gostos e necessidades. Você conto no dia. Tem uma grande carteira de clientes e acha
pode obter essas informações por um software para gestão que não vai lembrar do aniversário de todos eles? Deixe de
comercial, pesquisas de satisfação, entre outras ações. se preocupar com isso! Seu sistema de gestão comercial
Identifique quais são aqueles que fazem negócio com pode avisá-lo de todas as datas importantes e ações que
mais frequência e que fazem diferença no seu faturamen- devem ser realizadas diariamente.
to e monte uma estratégia diferenciada. Esses clientes Se você ainda não se deu conta sobre o que é Marke-
precisam de um acompanhamento mais personalizado e ting de Relacionamento, pense que ele é muito semelhante
próximo, para que essa relação seja duradoura e sempre a uma amizade ou namoro: quem é amigo lembra do seu
vantajosa. aniversário!10
9 Fonte: www.administradores.com.br – Por Vanessa
Urbini 10 Fonte: www.agendor.com.br

25
ADMINISTRAÇÃO

Os requisitos básicos para que uma empresa possa praticar Quais são as ações de comunicação possíveis de serem
o marketing de relacionamento são: estratégias utilizadas e desenvolvidas para efetivar o relacionamento com os
os benefícios alcançados com estas estratégias, a partir daí as públicos de uma organização?
empresas devem trabalhar cada vez mais o relacionamento, A Comunicação pode agir em diversas áreas na
para obter uma vantagem competitiva, reduzindo custos, empresa se dirigindo até mesmo para públicos específicos,
além de conquistas de clientes fiéis e satisfeitos aumentando permeados por culturas organizacionais distintas.
a estabilidade da empresa, comprovando que o foco no A seleção de ferramentas de Comunicação Interna
relacionamento traz resultados muito positivos. sempre deve ser feita de forma planejada e alinhada aos
O objetivo maior das empresas atualmente é reter o objetivos estratégicos da empresa. Para facilitar a avaliação
cliente já que isso significa maximizar o lucro a longo prazo do que implantar sugere-se as seguintes categorias:
e durante esse período em que o cliente se relaciona com  Comunicação Interna Institucional – materiais
a organização poderá trazer novos clientes, seus amigos e e campanhas que visam apresentar e posicionar a organi-
familiares. zação, seus conceitos de missão, visão, valores, políticas e
Conclui-se, portanto que, para manter seus clientes fieis, é processos.
necessário que a empresa possua foco estratégico, conquiste  Veículos de Comunicação Interna – constituídos
a confiança dos seus clientes, invista nos funcionários, se por canais de comunicação estabelecidos de forma perma-
preocupe com detalhes, cuide constantemente de sua nente, com periodicidade e formato definidos e possibili-
imagem e utilize o marketing de relacionamento.11 dade de interação entre emissor e receptor (comunicação
de mão dupla).
Relacionamento com diversos públicos nas  Ações de relacionamento – programas de capa-
Organizações citação para gestores e para agentes de comunicação, por
Qual o conceito de Públicos e quais os existentes? meio de workshops e treinamentos, no sentido de difundir
Para Cândido Teobaldo: público é “o agrupamento a cultura de comunicação e multiplicar conceitos, amplian-
espontâneo de pessoas adultas ou grupos sociais organizados, do a abrangência e divulgando, para além da área de co-
municação, a forma como a empresa troca suas informa-
com ou sem contigüidade física, com abundância de
ções, gerando e compartilhando conhecimento.
informações, analisando uma controvérsia, com atitudes e
opiniões múltiplas quanto à solução ou medidas a serem
Além de outras ações como:
tomadas frente a ela; com ampla oportunidade de discussão
 Transparência: é um fator essencial para a con-
e acompanhamento ou participando do debate geral, através
quista da credibilidade, é um dos tributos básicos na práti-
da interação social ou dos veículos de comunicação, à procura
ca da Comunicação Interna, pois, necessariamente, ela é o
de uma atitude comum, expressa em uma decisão ou opinião
ponto de partida para se estabelecer vínculos de confiança
coletiva, que permitirá a ação conjugada”. aceitação do público interno para com a empresa.
J.B. Pinho, com base na definição de Teobaldo, afirma  Informação em primeira mão: é fator estratégico
que uma organização tem como seus públicos aqueles que os funcionários sejam os primeiros a conhecer novas
grupos que desfrutam de ampla liberdade de informação e posturas, produtos e informações da empresa. Isso faz com
discussão e que se voltam para essa organização a fim de que eles se sintam parte importante do negócio, bem como
externar suas opiniões e posições diante de controvérsias e contribui para uma imagem e um clima de trabalho posi-
questões de interesse. A determinação da identidade de cada tivos. Os colaboradores costumam ser o primeiro público
grupo nas suas relações com as instituições vai se dar pelo afetado pelas decisões das organizações. Nada mais justo e
interesse público, que representa um elo entre eles. inteligente, portanto, informá-los em primeira mão.12
A classificação clássica dos públicos de uma organização
baseia-se no critério de proximidade física, no nível de CRM - “Customer Relationship Management” (Ges-
relacionamento que os públicos mantêm com a organização tão de Relacionamento com o Cliente)
e na existência de interesses em comum. Segundo essa Muitas pessoas, ainda hoje, confundem a sigla CRM
classificação, os públicos de uma organização podem ser com um tipo de software ou aplicativo de vendas, quando,
divididos em: na verdade, a gestão de relacionamento com clientes vai
 Público interno: os empregados de todos os níveis muito além disso.
da organização e seus familiares.
 Público externo: consumidores, concorrentes, im- Manter um bom relacionamento com os clientes de-
prensa, governo, comunidade e público em geral. pende de uma série de fatores: destacamos alguns deles
 Público misto: acionistas, distribuidores, fornece- neste post!
dores, revendedores. Segundo Pinho, classificar acionistas, Como diria o conceituado autor Ronald Swift, vice-pre-
distribuidores, fornecedores e revendedores como públi- sidente da NCR Corpotation:
co misto não é uma classificação consensual. Para o autor, Gestão de relacionamento com clientes é uma aborda-
alguns estudiosos classificam esses públicos como interno, gem empresarial destinada a entender e influenciar o com-
uma vez que esses grupos possuem ligações estreitas com portamento dos clientes, por meio de comunicações signifi-
as organizações e nas suas manifestações se assemelham às cativas para melhorar as compras, a retenção, a lealdade e
reações do público interno. a lucratividade deles.
11 Fonte: www.rhportal.com.br 12 Fonte: www.rhportal.com.br

26
ADMINISTRAÇÃO

Mas é claro que tudo isso só é possível, nos dias de hoje, com ajuda da tecnologia, que potencializa todas as habilidades,
experiências e conhecimentos dos profissionais de vendas, ao se relacionarem de forma significativa com os clientes e prospects.
Em outro artigo recente de nosso blog, comentamos a importância das conversas significativas (ou comunicações signifi-
cativas, como citado na definição de Swift) na gestão de relacionamento com clientes, e de como elas fazem seu fluxo de vendas
gerar mais conversões.
Mas, na postagem de hoje, nosso foco vai além da conversão! Vamos esclarecer como cada etapa do processo de gestão
do relacionamento com clientes pode tornar esse objetivo mais fácil de se alcançar, de uma forma mais sustentável e lucrativa.
Para isso, além de consultar diversos autores e artigos, selecionamos as seis etapas da gestão do relacionamento com
clientes, conforme são apresentadas pelo próprio Ronald Swift, em seu livro Como Revolucionar o Marketing de Relacionamento:
1. Descobrir Clientes
2. Conhecer os Clientes
3. Manter o relacionamento com os clientes
4. Verificar se receberam mesmo o que foi prometido
5. Assegurar que eles recebam o que desejam em todos os detalhes
6. Assegurar que o cliente se mantenha na empresa

Os 6 passos para a Gestão de Relacionamento com Clientes


Vamos apresentar cada um destes passos, mas – como de costume em nossas postagens – não vamos repetir informações
que discutimos em outros artigos (para isso, vamos indicar alguns links), vamos tentar trazer sempre novas perspectivas, emba-
sadas em livros e artigos consagrados.
 
1- Descobrir Clientes
Descobrir clientes é um jeito diferente de dizer “prospecção de clientes”.
E sobre isso, recomendamos este baita artigo de nosso blog: Prospecção: como encontrar novos clientes?
Nele, mostramos a importância de conhecer profundamente seus clientes, definir um perfil ideal para eles, segmentá-los
com ajuda de ferramentas de CRM e definir uma lista de prospects, para então entrar em contato com eles e qualificá-los; para,
dessa forma, encontrar as melhores oportunidades de venda.
A partir deste ponto, inicia-se o processo de vendas e follow-up, a caminho da conversão.
Mas o que queremos ressaltar neste momento é uma armadilha na qual muitos gestores de vendas acabam caindo ao se
descuidarem na fase de descoberta de clientes.
O que acontece é que, exatamente pelo fato de contarem com um excelente sistema de CRM, esses gestores de vendas e
outros profissionais da área acabam se fixando única e exclusivamente neste modelo de cliente ideal, se esquecendo de procurar
novos mercados!
Em um artigo intitulado “Os Perigos do Oceano Vermelho”, os consagrados autores do best seller “Estratégia do Oceano
Azul” W. Kim e Renée Mauborgne deixam claro que, além de se concentrar em seus clientes ideais, uma estratégia vencedora de
gestão de relacionamento com cliente não pode deixar de buscar novos mercados para que a empresa cresça sempre.

Veja o quadro de resumo do artigo:

Fonte: HBR

27
ADMINISTRAÇÃO

Mas que fique claro: preocupar-se menos com a seg-


mentação não significa abandoná-la! Mas dosar os esfor-
ços para também se conquistar novos perfis de clientes.
Os autores também dão mais um alerta: um novo
mercado não precisa necessariamente de novos produtos
ou tecnologias, nem que você abandone o que faz hoje.
Muitas vezes, a empresa não enxerga um mercado ain-
da inexplorado para o qual seu produto ou serviço é perfei-
to. E é isso que o vendedor deve se esforçar para encontrar,
além do perfil ideal de cliente, que a empresa já explora
com sucesso.
Exemplo: por muito tempo a tecnologia GPS era ofe- Fonte: 5 Seleto
recida apenas para empresas de mapeamento por satélite,
mineradoras e grupos militares, até que alguém pensou em 3- Manter o relacionamento com os clientes
oferecer para empresas automotivas e até agrícolas, que Manter o relacionamento com os clientes significa que,
usam o GPS em seus tratores automatizados nas planta- depois de qualificados como leads, é preciso manter um
ções, produzindo mais e melhor. follow-up e um esforço de vendas para que, com conversas
significativas, consigamos levá-los até a conversão.
2- Conhecer os Clientes Além de te ensinar como fazer networking, ele também
Uma frase dos conceituados autores Don Peppers e é bastante útil para mostrar como manter um follow-up
Marta Rogers vale ser citada: consistente e verdadeiro, e não deixar seu relacionamento
Trate clientes diferentes de forma diferente com os clientes esfriar.
Conhecer seus clientes com ajuda de seu sistema CRM, O segredo é ser autêntico e não aquele “mala”, que
se ele for bom, significa conhecer grupos ou tipos de clien- liga sem motivos ou não tem assuntos interessantes para
tes e, em caso de necessidade, poder consultar o histórico conversar. É necessário aquele toque de relacionamento
de suas interações com ele antes de uma reunião, para se humano que comentamos desde o início deste artigo, e
preparar adequadamente. que será de grande apoio à tecnologia que você usa em
Mas se você quer realmente tratar clientes diferentes
sua empresa.
de maneira diferente, um toque humano será necessário
Extraímos uma série de dicas da leitura do livro, que
(sempre sem ultrapassar o limite da inconveniência, inva-
podem ser bastante úteis na gestão de relacionamento
dindo a privacidade do cliente).
com clientes:
Já falamos aqui no blog sobre como as redes sociais
• Defina um objetivo: o livro de Ferrazzi fala em
podem te ajudar a saber os hobbies do cliente, para onde
relacionamentos em geral, mas aqui estamos falando de
costuma viajar, como se diverte com os filhos e outras in-
relacionamentos com clientes, este é seu objetivo (por isso,
formações interessantes para gerar assunto e criar rapport,
principalmente para quem faz vendas complexas B2B. usaremos muitas vezes a palavra cliente, quando Ferrazzi
Para isso, damos mais uma sugestão interessante que usaria contato).
pode ajudá-lo a criar relacionamentos mais fortes ao co- • Relacionamentos devem ser autênticos e seu
nhecer seus clientes mais a fundo: o Marketing de Expe- cliente percebe isso: não espere algo em troca, apenas
riência. ajude seu cliente a resolver suas dores.
Tente encontrar um interesse comum de alguns seus • Pergunte a si mesmo: como eu posso ajudar esta
clientes e o relacione com o produto ou serviço que sua pessoa?
empresa vende. • Procure pontos em comum: esportes, hobby,
• Por exemplo: se sua empresa vende facas educação dos filhos. Evite conversar sobre “de tudo um
profissionais de cozinha para hotéis, restaurante e lojas pouco”, seguindo aquele tipo de abordagem o clima está
especializadas e, ao pesquisar nas mídias sociais você nota bom ou a política anda complicada. Pelo contrário, seja
que muitos de seus clientes gostam de churrasco, por atencioso e compartilhe assuntos que realmente sejam do
que não organizar um workshop que ensinando a fazer interesse do cliente.
churrasco (com suas facas em evidência), seguido de • Nada de fofocas e boatos! Um profissional de
degustação, é claro! vendas deve transparecer total integridade e ser confiável.
Para que esse tipo de iniciativa funcione, três elemen- • Crie valor em suas conversas: traga ideias, soluções,
tos precisam estar presentes: novidades do mercado (não boatos, lembre-se disso!)
• Verdade: o evento tem que mostrar que é • Use eventos sociais para encontrar seus clientes
autêntico “por acaso”: palestras, conferências, feiras de negócios e
• Vontade: interesse genuíno de todos participarem até espetáculos. E foque sua conversa no evento em si, não
• Valor: os participantes têm de enxergar algo que nos negócios.
valorizam no evento, deixando lembranças e conexões • Faça follow-up deste tipo de encontro, envie um
fortes. e-mail comentando a experiência comum, mas com um
toque pessoal.

28
ADMINISTRAÇÃO

• Tenha em mente assuntos que nunca falham: saúde, riqueza e crianças.


• Seja uma pessoa interessante e construa sua marca pessoal. Como? Respondendo às quatro perguntas seguintes
sobre você mesmo e tentando transformar as respostas em algo positivo:
1. O que os outros pensam quando ouvem falar de mim?
2. O que me transforma em alguém diferente do comum?
3. Quais são os meus pontos fortes e meus pontos fracos?
4. De todas as minhas conquistas, qual me orgulha mais?
Obter essas quatro respostas vai ajudá-lo a desenvolver sua marca pessoal, aquilo que você quer que seus clientes
associem à sua imagem.

4- Verificar se receberam mesmo o que foi prometido


Outro ponto fundamental da gestão do relacionamento com clientes é ter certeza de que seus esforços de vendas
estão sendo entregues adequadamente.
Já imaginou, depois de todas essas etapas da gestão do relacionamento com cliente, fechar uma venda e descobrir que,
por um erro de expedição ou da equipe de implantação, os produtos ou serviços não foram entregues no prazo ou foram
enviados com especificações erradas?
Nesse contexto, Roland T. Rust, da Universidade de Maryland, e Christine Moorman, da Duke University, publicaram um
artigo: “Repensando o Marketing”, em que afirmam:
Empresas de B2B usam gerentes de contas importantes e diretores de contas globais para se concentrar na satisfação
de necessidades do cliente — em constante evolução — em vez de vender produtos específicos

Veja o esquema para entender melhor este conceito:

Fonte: HBR

29
ADMINISTRAÇÃO

Em outras palavras, é preciso manter um relacionamento próximo e pessoal, focado em atender as necessidades dos clien-
tes. Isto é, mostrar o valor da solução de sua empresa na hora certa, em que seus clientes mais precisam e assegurá-los de que
tudo está sendo entregue corretamente. Essa é a chave da gestão do relacionamento com clientes.
O foco, portanto, não está no produto ou serviço, mas em como eles vão atender plenamente seu cliente. Um gerente
de produto (ou de serviço) não tem esse contato próximo e pessoal com o cliente para entender suas necessidades e promover
a resolução de suas dores por meio do produto ou serviço.
5- Assegurar que eles recebam o que desejam em todos os detalhes
Depois de fechar o negócio e garantir o pós-venda imediato, comentado acima (verificar se receberam mesmo o que foi pro-
metido), a boa gestão de relacionamento com o cliente exige todo um cuidado com o atendimento. Sim, de agora em diante seu
prospect ou lead se tornou cliente, sua experiência com a empresa deve ser perfeita, isto é, o vendedor precisa assegurar que
ele receba exatamente o que deseja em todos os detalhes. E, podemos acrescentar: continuamente.
Em seu livro: Experiência inesquecível para o cliente, Kenneth Blanchard sugere o uso de uma metodologia que chama de
ICARE, acrônimo para:
1. Ideal
2. Cultura
3. Atenção
4. Responsivo
5. Empodere

Que podemos resumir no seguinte processo:


1. Serviço Ideal: mostre aos seus clientes que se importa com eles e que seu serviço é o ideal para atender suas necessidades.
2. Envolva toda a empresa na Cultura de serviços: só com todos em sua organização entendendo que o foco é atender as
necessidades do cliente será possível gerar uma experiência inesquecível.
3. Mantenha a Atenção no cliente: conheça seus clientes profundamente para atender suas necessidades e personalizar o
atendimento, sempre que possível.
4. Seja Responsivo: é claro que a proatividade é importante, mas responder agilmente às necessidades dos clientes os faz
sentir especiais, além de fazê-los enxergar valor nas soluções de sua empresa.
5. Empodere sua equipe: sem autonomia para agir e fazer o que é preciso na hora certa pelo cliente certo, sem esse
poder de decisão, não há como oferecer um bom atendimento aos clientes. Defina alçadas de decisão mais amplas e treine seus
funcionários para usarem esse poder adequadamente.
No fundo, a gestão de relacionamento com clientes se resume a entregar valor aos clientes, na forma de solução para suas
dores.  A maneira de fazer isso pode variar, mas atingir esse objetivo é fundamental.
6- Assegurar que o cliente se mantenha na empresa
É esta via de mão dupla, essa sequência de benefícios recíprocos que muitos profissionais de vendas não enxergam quando
fazem a gestão de relacionamento com clientes, descuidando da fidelização dos mesmos. E este quadro esquemático retirado, no-
vamente, do artigo “Repensando o Marketing”, deixa isso bem claro, o valor de um cliente que se mantém fiel ao longo do tempo:

Fonte: HBR

30
ADMINISTRAÇÃO

Relacionamentos duradouros não se baseiam em quanto um Muitas vezes as falhas derivam de um controle
produto (ou serviço) pode ser rentável, mas em quanto um cliente inadequado, e acometem em grande parte um gestor de
bem atendido – que se serve de diversas soluções da empresa ao finanças (CFO) pouco qualificado e despreparado. O setor
longo do tempo (produtos e serviços variados e complementares financeiro é considerado por muitos o principal combustível
– pode ser rentável para o negócio. de uma empresa, pois se o mesmo não estiver bem das
É o que os autores chamam de VCC, Valor Vitalício do Cliente: pernas, com certeza a organização não apresentará um
… será preciso dar menos atenção às vendas no presente e mais crescimento adequado e autossuficiente. A administração
ao VVC. Uma empresa em declínio pode estar vendendo bem hoje, financeira e orçamentária visa a melhor rentabilidade
mas ter péssimas perspectivas. O valor vitalício do cliente é um in- possível sobre o investimento efetuado pelos sócios e
dicador que mede o lucro futuro que um cliente trará, devidamente acionistas, através de métodos otimizados de utilização
descontado para refletir o valor do dinheiro no tempo de recursos, que por muitas vezes, são escassos. Por isso,
todos os aspectos de uma empresa estão sob a ótica deste
Outros conceitos usados nessa abordagem são: setor.
• Customer Equity: a soma dos VCCs de todos os seus
clientes. Um indicador que seria mais útil que o valor sua marca Objetivos da administração financeira 
(Brand Equity); Primeiramente, é necessário dizer que o objetivo
• A participação de sua empresa no Customer Equitity primário da administração financeira e orçamentária é
do mercado como um todo: a relação do Customer Equity de sua a maximização do lucro, ou seja, o valor de mercado do
empresa com o Customer Equity somado de todas as empresas capital investido. Não importa o tipo de empresa, pois
participantes deste mercado; que seria um indicador melhor do que em qualquer delas, as boas decisões financeiras tendem a
a mera participação de mercado (Market Share). aumentar o valor de mercado da organização em si. Devido
Como se vê, essa é uma visão de longo prazo, totalmente fo- a esse aspecto, a administração financeira deve se dedicar
cada em uma gestão de relacionamento com o cliente contínua e a avaliar e tomar decisões financeiras que impulsionem
duradoura. a criação de valor para a companhia. Pode-se dizer que
E essa conclusão nos inspirou a trazer uma definição de marke- a administração financeira e orçamentária possui três
ting de relacionamento criada por Ian Gordon, autor do livro Geren- objetivos distintos, que são:
ciando a Nova Relação com o Cliente,  para fechar nossa postagem
de hoje: > Criar valor para os acionistas: Como dito acima,
Marketing de relacionamento é o processo contínuo de identi- o lucro é uma excelente maneira de medir a eficácia
ficação e criação de novos valores com clientes individuais e o com- organizacional, ou seja, seu desempenho. Contudo, esse
partilhamento de seus benefícios durante uma vida toda de parcerias indicador está sujeito a diversas restrições, uma vez que
Uma vida toda de parcerias: esse é o segredo da gestão de é determinado por princípios contábeis, mas que não
relacionamento com clientes.13 evidenciam a capacidade real da organização. É importante
salientar também que o lucro contábil não mensura o risco
inerente à atividade empresarial, pois suas projeções não
levam em conta as variações no rendimento.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E
ORÇAMENTÁRIA > Maximizar o valor de mercado: O valor de mercado
é considerado um dos melhores critérios para a tomada
de decisão financeira. A taxa mínima de atratividade deve
Finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos representar a remuneração mínima aceitável para os
para maximizar a riqueza ou valor total de um negócio. Mais especi- acionistas diante do risco assumido. Nesse objetivo, duas
ficamente, maximizar a riqueza significa obter o lucro mais elevado variáveis são importantes de se levar em consideração: o
possível ao menor risco (GROPPELLI e NIKBAKT, 2006). retorno esperado e a taxa de oportunidade. O importante é
Para Gitman finanças são a arte e a ciência para administrar a capacidade da empresa de gerar resultado, promovendo
fundos. a maximização do valor de mercado de suas ações e a
Se observarmos os dois conceitos, verificamos que dizem a satisfação dos stakeholders.
mesma coisa com palavras diferentes. Groppelli diz ter o maior lucro
com o menor risco, enquanto Gitman diz que finanças administram > Maximizar a riqueza: Como último objetivo nós
fundos. temos a maximização da riqueza, ou seja, a elevação da
receita obtida pelos acionistas. Esse objetivo é alcançado
A administração financeira e orçamentária é uma área mediante o incremento do valor de mercado (sucede os
que trata dos assuntos relacionados às operações financeiras das objetivos anteriores). O alcance desse objetivo fica por
organizações, tais como as operações de fluxo de caixa, transações conta dos investimentos em gestão, tecnologia e inovação,
financeiras, operações de crédito, pagamentos, etc. A maioria dos assim como no descobrimento de oportunidades futuras.
casos de falência das organizações ocorre, principalmente, devido a A geração de riqueza não deve ser vista de forma isolada,
falta de informações financeiras precisas sobre o balanço patrimonial mas como uma consequência determinada pelos objetivos
da empresa e problemas decorrentes do setor financeiro. secundários.
13 Fonte: www.agendor.com.br

31
ADMINISTRAÇÃO

Áreas e funções da administração financeira e > Gestão financeira:  Trata-se das obrigações do
orçamentária administrador financeiro nas empresas, ou seja, as finanças
corporativas. Questões como, concessão de crédito,
avaliações de investimentos, obtenção de recursos e
operações financeiras, fazem parte dessas obrigações. Reflete
principalmente as decisões tomadas diante das atividades
operacionais e de investimentos. Alguns consideram a função
financeira (corporativa) e a contábil como sendo virtualmente
a mesma. Embora existe uma certa relação entre as duas,
uma é vista como um insumo necessário à outra.

Todas as atividades empresariais envolvem recursos


e, portanto, devem ser conduzidas para obtenção de lucro
(criação de valor é o objetivo máximo da administração
financeira e orçamentária). As atividades financeiras de uma
empresa possuem como base as informações retiradas de seu
balanço patrimonial e do fluxo de caixa (onde se percebe o
disponível circulante para investimentos e financiamentos). As
funções típicas da administração financeira são: planejamento
financeiro (seleção de ativos rentáveis), controladoria
(avaliação do desempenho financeiro), administração de
Ativos (gestão do capital de giro), administração de Passivos
(gestão da estrutura do capital - financiamentos).

Administração de caixa (Gestão Financeira)


A Administração do caixa, ou gestão financeira
A administração financeira e orçamentária está compreende uma atividade muito importante para a
estritamente ligada à Economia e Contabilidade, podendo organização. O principal fator de fracassos nas organizações
ser vista como uma forma de economia aplicada, que se vem sendo apontado como a inabilidade financeira gerencial
baseia amplamente em conceitos econômicos, como de seus administradores. É fundamental que o administrador
também em dados contábeis para suas análises. tenha conhecimento acerca dos procedimentos financeiros e
As áreas mais importantes da administração financeira contábeis disponíveis, bem como realize o acompanhamento,
podem ser resumidas ao se analisar as oportunidades o controle, reajuste e projeção dos resultados da companhia.
profissionais desse setor. Essas oportunidades em geral O fluxo de caixa é o instrumento que evidencia o equilíbrio
caem em três categorias interdependentes:  o operacional, entre a entrada e saída de recursos.
os serviços financeiros e a administração financeira. É o fluxo de caixa que permite a antecipação de medidas
que permitam assegurar a disponibilidade dos recursos
> Operacional: As atividades operacionais de uma financeiros organizacionais. Elaborado em períodos o fluxo de
organização existem de acordo com os setores da empresa. caixa compreende um resumo das despesas, investimentos,
Ela visa proporcionar por meio de operações viáveis um receitas, pagamentos, etc. Uma boa administração financeira
retorno ensejado pelos acionistas. A atividade operacional do caixa, constitui pedra fundamental para a saúde da
também também reflete no que acontece na demonstração companhia. Nós podemos dividir a correta administração
de resultados, uma vez que é parte integrante da maioria de caixa em três etapas, que são: o controle sobre as
dos processos empresariais e caso não demonstra retorno movimentações financeiras (recursos materiais e humanos),
pode sofrer certo enxugamento. Por outro lado, quando a montagem do fluxo de caixa e o custo de capital (que
a operação demonstra um retorno acima do esperado ela nós falaremos um pouco a seguir).
tende a ser ampliada. O Custo de capital pode ser definido como os custos por
recursos próprios ou de terceiros usados pela organização.
> Serviços Financeiros: Essa é área de finanças voltada Por isso, a boa administração financeira e orçamentária
à concepção e prestação de assessoria, como também, na propõe que para todo investimento deve preceder uma
entrega de produtos financeiros a indivíduos, empresas e análise de viabilidade econômica-financeira, com o intuito
governos. Envolve oportunidades em bancos (instituições de avaliar as possíveis alternativas ao custo capital. É
financeiras), investimentos, bem imóveis e seguros. É extremamente importante que o administrador financeiro
importante ressaltar que, é necessário o conhecimento de procure estudar os custos do ciclo operacional e do capital
economia para se entender o ambiente financeiro e assim de giro, uma vez que suas alternativas são inúmeras. Vale
poder prestar um serviço de qualidade. As teorias (macro salientar também que, a utilização de capital de terceiros é
e microeconômicas) constituem a base da administração vantajosa apenas no momento em que esta apresentar um
financeira contemporânea. custo inferior a taxa de retorno prevista.

32
ADMINISTRAÇÃO

O Profissional da administração financeira e orçamentária

O principal papel do administrador financeiro é o relativo à tesouraria (setor de finanças), no qual ele é o responsável
pela preservação do dinheiro, entrada e saída do mesmo, e logicamente, do retorno exigido pelos acionistas. A função da
administração financeira geralmente é associada à um alto executivo denominado diretor financeiro, ou vice presidente
de finanças. Comumente a controladoria ocupa-se com o controle dos custos e a contabilidade financeira com o pagamento
de impostos e sistemas de informação gerencial. Por fim, o setor de tesouraria é o responsável pela gestão do caixa da
empresa.
A administração financeira e orçamentária é vista como uma das áreas mais promissoras em termos de oportunidades
no mercado de trabalho. A gestão financeira de uma empresa pode ser realizada por pessoas ou grupos de pessoas, tais
como: vice presidente de finanças (CFO), controller, analista financeiro, gerente financeiro e fiscal de finanças. O maior
desafio do administrador financeiro é conciliar o equilíbrio entre liquidez e rentabilidade. O primeiro é fundamental
para a oxigenação das finanças da empresa, através da utilização do fluxo de caixa que permite a projeção das entradas e
saídas dos recursos. Já o segundo, é a capacidade do administrador de investir recursos e conseguir retornar com os lucros
desejados.
Todos os administradores de uma empresa, sem levar em consideração as descrições de seu trabalho, atuam com o
pessoal de finanças para justificar necessidades de sua área, negociar orçamentos, etc. Aqueles administradores que entendem
o processo de tomada de decisões financeiras, estarão mais capacitados a lidar com tais questões e consequentemente
captar mais recursos para a execução de seus projetos e metas. Portanto, é evidente a necessidade do conhecimento
financeiro para todo administrador que trabalhe de forma direta ou indireta com a administração financeira, uma vez que
sabemos, que se trata de uma área vital para o funcionamento de toda e qualquer organização.

Resumindo, a administração financeira e orçamentária é uma ciência objetivada a determinar o processo empresarial
mais eficiente de captação e alocação de recursos e capital. Como dito ao longo do texto, a geração de valor é o objetivo
máximo da administração financeira, já que fazer com que os ganhos do investimento sejam superior aos custos de seu
financiamento é essencial à todo acionista, ou proprietário. Criar valor é uma das responsabilidades do administrador
financeiro que vem sendo cada vez mais exigido diante do mercado e da concorrência acirrada.
Em geral, a administração financeira e orçamentária é uma ferramenta utilizada para controlar de forma mais eficaz a
concessão de créditos, o planejamento e a análise de investimentos, as viabilidades financeiras e econômicas das operações
e o equilíbrio do fluxo de caixa da companhia, visando sempre o desenvolvimento por meio dos melhores caminhos para
a boa condução financeira da empresa, além de evitar os gastos desnecessários e o desperdício de recursos (financeiros
e materiais). Sua finalidade principal é o alcance do lucro empresarial, através de um controle eficaz da entrada e saída de
recursos financeiros.

33
ADMINISTRAÇÃO

É importante ressaltar que, diante da crescente complexidade do mercado empresarial (principalmente no que tange o
lado financeiro do negócio), o administrador financeiro não deve ficar restrito apenas aos aspectos econômicos. As decisões
financeiras precisam levar em consideração a empresa como um todo, uma vez que todas as atividades empresariais
possuem participação direta ou indireta nas questões financeiras da organização. Acima de tudo, os resultados financeiros
de uma empresa são reflexos das decisões e ações empresariais que são tomadas, independentemente do setor responsável
pela ação. Portanto a administração financeira e orçamentária deve apresentar uma postura questionadora, ampliando sua
esfera de atuação e importância dentro do negócio.14

Relação entre a demonstração de resultado e as atividades empresariais


Como podemos constatar as atividades empresariais que não sejam de investimentos e ou de financiamentos, são
chamadas de atividades operacionais. As atividades operacionais são executadas dependendo do ramo de atividade da
entidade e geram receitas, custos e despesas.
Mas no âmbito gerencial, algumas atividades operacionais, são reclassificadas como não operacionais, tais como: as
receitas e despesas financeiras, pois, as mesmas originam-se de atividades de investimentos temporários e financiamentos.

14 Fonte: www.portal-administracao.com

34
ADMINISTRAÇÃO

Administração Financeira e Áreas Afins


A Administração Financeira está estritamente ligada à Economia e à Contabilidade, pode ser vista como uma forma de
Economia aplicada, que se baseia amplamente em conceitos econômicos e em dados contábeis para suas análises. No ambiente
macro a Administração Financeira enfoca o estudo das instituições financeiras e dos mercados financeiros e ainda, de como eles
operam dentro do sistema financeiro nacional e global. A nível micro aborda o estudo de planejamento financeiro, administração
de recursos, e capital de empresas e instituições financeiras.
É necessário conhecimento de Economia para se entender o ambiente financeiro e as teorias de decisão que constituem a base
da Administração Financeira contemporânea. A Macroeconomia fornece ao Administrador Financeiro uma visão clara das políticas
do Governo e instituições privadas, através da quais a atividade econômica é controlada. Operando no “campo econômico” criado
por tais instituições, o Administrador Financeiro vale-se das teorias Microeconômicas de operação da firma e maximização do lucro
para desenvolver um plano que seja bem-sucedido. Precisa enfrentar não só outros concorrentes em seu setor, mas também as
condições econômicas vigentes.
As teorias microeconômicas fornecem a base para a operação eficiente da empresa. São extraídos daí os conceitos envolvidos
nas relações de oferta e demanda e as estratégias de maximização do lucro. A composição de fatores produtivos, níveis ótimos de
vendas e estratégias e determinação de preço do produto são todas afetadas por teorias do nível Microeconômico.
A mensuração de preferências através do conceito de utilidade, risco e determinação de valor está fundamentada na teoria
Microeconômica. As razões para depreciar ativos derivam dessa área da Economia. A análise marginal é o princípio básico que se
aplica em Administração Financeira; a predominância desse princípio sugere que apenas se deve tomar decisões e adotar medidas
quando as receitas marginais excederem os custos marginais. Quando se verificar essa condição, é de se esperar que uma dada
decisão ou ação resulte num aumento nos lucros da empresa.
Alguns consideram a função financeira e a contábil dentro de uma empresa como sendo virtualmente a mesma. Embora haja
uma relação íntima entre essas funções, exatamente como há um vínculo estreito entre a Administração Financeira e Economia,
a função contábil é visualizada como um insumo necessário à função financeira – isto é, como uma subfunção da Administração
Financeira.
O Administrador financeiro está mais preocupado em manter a solvência da empresa, proporcionando os fluxos de caixa necessários
para honrar as suas obrigações e adquirir e financiar os ativos circulantes e fixos, necessários para atingir as metas da empresa.
Ao invés de reconhecer receitas na hora da venda e despesas quando incorridas, reconhece receitas e despesas somente com
respeito às entradas e saídas de caixa. É justamente essa a diferença principal entre as duas, O Contador usando certos princípios
padronizados e geralmente aceitos, prepara as demonstrações financeiras com base na premissa de que as receitas devem ser
reconhecidas por ocasião das vendas e as despesas quando incorridas.Esse método contábil é geralmente chamado de Regime de
Competência dos exercícios contábeis, enquanto em finanças, o enfoque está em fluxos monetários, equivalente ao regime de caixa.

Finanças e contabilidade também diferem com respeito à tomada de decisão, enquanto a contabilidade está
preocupada principalmente com a apresentação correta dos dados financeiros, o administrador financeiro enfoca a analise
e a interpretação dessas informações, ou seja, um se refere ao tratamento de fundos e o outro à tomada de decisão. Os
dados são utilizados como uma ferramenta essencial para tomar decisões sobre os aspectos financeiros da organização

35
ADMINISTRAÇÃO

Além dessas áreas, a administração financeira tem ainda estreito relacionamento com o Direito, analisa o reflexo das legislações
tributária, societária, trabalhista. Interessa-se pelas naturezas jurídicas básicas, práticas de comércio, formas de constituição societárias mais
adequadas aos interesses da organização e os caminhos para uma adequada administração tributária.

3. Finanças Empresariais e o Administrador Financeiro


A administração financeira cuida da viabilidade financeira da empresa, portanto da sua existência. A maioria das decisões tomadas
dentro da empresa é medida em termos financeiros, desta forma o administrador financeiro desempenha um papel-chave na operação da
empresa. É esse profissional quem administra os negócios financeiros de qualquer tipo de empreendimento, seja privado ou público, grande
ou pequeno, com ou sem fins lucrativos. A compreensão básica da função financeira é necessária aos executivos responsáveis por decisões
em todas as áreas, como administração, contabilidade, pesquisa, marketing, produção, pessoal, etc.
Nas micro e pequenas empresas a função de finanças pode ser executada pelo proprietário, por um dos sócios ou pelo departamento
de contabilidade. Quando o negócio se expande, normalmente a função ocupa um departamento separado ligado diretamente ao
presidente, já que as freqüentes mudanças econômicas e nas leis interferem diretamente nas decisões da administração financeira com
vistas a preservar o desempenho da organização. Ao Diretor Financeiro normalmente cabe a coordenação das atividades de tesouraria e
controladoria. A controladoria lida com contabilidade de custos e financeira, pagamento de impostos e sistemas de informações gerenciais.
A tesouraria é responsável pela administração do caixa e dos créditos da empresa, pelo planejamento financeiro pelas despesas de capital.

Funções do Administrador Financeiro


As funções do Administrador Financeiro dentro da empresa podem ser avaliadas em relação às demonstrações financeiras básicas da
empresa. Três são primordiais;
_ Análise e Planejamento Financeiro = Esta função envolve a transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser
usada para orientar a posição financeira da empresa, avaliar a necessidade de aumento da capacidade produtiva e determinar que tipo de
financiamento adicional deve ser feito.
_ Administração da Estrutura de Ativo da Empresa = O Administrador Financeiro determina a composição e os tipos de ativos
encontrados no balanço da empresa. A composição refere-se ao valor dos ativos circulantes e fixos. Depois que a composição estiver
fixada, o Administrador Financeiro precisa determinar certos níveis “ótimos” de cada tipo de ativo circulante e tentar mantê-los. Deve
também detectar quais são os melhores ativos fixos a serem adquiridos e saber quando os ativos fixos existentes se tornarão obsoletos e
precisarão ser modificados ou substituídos. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é um processo simples; requer
o conhecimento das operações passadas e futura da empresa, e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo.
_ Administração da Estrutura Financeira da Empresa = Esta função é relacionada com o lado direito do balanço da empresa. Em primeiro
lugar, a composição mais adequada de financiamento a curto e longo prazo precisa ser determinada. Esta é uma decisão importante,
pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global. Um segundo problema igualmente importante é saber quais as
melhores fontes de financiamento a curto ou longo prazo para a empresa, num dado momento. Muitas destas decisões são impostas por
necessidade, mas algumas exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo.
As três funções do Administrador Financeiro descritas acima são claramente refletidas no balanço, que mostra a posição financeira
da empresa num dado instante. A avaliação dos dados do balanço pelo Administrador Financeiro reflete a posição financeira global da
empresa. Ao fazer tal avaliação, ele precisa inspecionar as operações da empresa, procurando áreas que mostrem problemas e áreas que
podem ser melhoradas.
Ao administrar a estrutura de ativo da empresa, na realidade ele está determinando a formação do lado esquerdo de seu Balanço. Ao
administrar sua estrutura financeira, está elaborando o lado direito do Balanço da empresa.
A figura a seguir, demonstra a relação das funções financeiras com as informações contábeis de um balanço estruturado.

36
ADMINISTRAÇÃO

Principais áreas de decisão financeira na empresa:


_ Investimentos;
_ Financiamento de Clientes;
_ Utilização de Lucro Líquido;
_ Obtenção de Recursos Financeiros;
_ Análise de Utilização e Capitação de Recursos Externos e Próprios.

Estrutura Organizacional Típica da Função Financeira:

Meta do Administrador Financeiro


O Administrador Financeiro deve visar atingir os objetivos dos proprietários da empresa. No caso de sociedades
anônimas, os proprietários da empresa normalmente não são os administradores. A função destes não é realizar seus
próprios objetivos (que podem incluir o aumento de seus ordenados, a obtenção de prestígio ou a manutenção de sua
posição). Antes, é maximizar a satisfação dos proprietários (acionistas). Presumivelmente, se forem bem-sucedidos nesta
tarefa, também atingirão seus objetivos pessoais.
Alguns acreditam que o objetivo dos proprietários é sempre a maximização do lucro; outros crêem que é a maximização
da riqueza. A maximização da riqueza é a abordagem preferida por cinco razões básicas: considera
(1) o retorno realizável do proprietário,
(2) uma perspectiva a longo prazo,
(3) a época de ocorrência dos retornos,
(4) risco e
(5) a distribuição dos retornos.

O Retorno Realizável do Proprietário


O Proprietário de uma ação possivelmente espera receber seu retorno sob a forma de pagamentos periódicos de
dividendos, ou através de valorizações no preço da ação, ou ambos. O preço de mercado de uma ação reflete um valor
de dividendos futuros esperados bem como de dividendos correntes; a riqueza do acionista (proprietário) na empresa em
qualquer instante é medida pelo preço de mercado de suas ações. Se um acionista numa empresa desejar liquidar sua
participação, irá vender a ação ao preço vigente no mercado ou bem próximo a este. Uma vez que o preço de mercado da
ação, e não os lucros, é que reflete a riqueza do proprietário numa empresa, num dado momento, a meta do Administrador
Financeiro deve ser maximizar essa riqueza.

37
ADMINISTRAÇÃO

Perspectiva de Longo Prazo Distribuição de Retornos


A maximização do lucro é uma abordagem de curto O uso do objetivo da maximização do lucro não permite
prazo; a maximização da riqueza considera o longo prazo. considerar que os acionistas possam desejar receber uma
Existem vários exemplos que mostram uma valorização parte dos retornos da empresa sob a forma de dividendos
no preço da ação de Companhias resultante do fato periódicos. Na ausência de qualquer preferência por
de que as decisões de curto prazo relacionadas com o dividendos, a empresa poderia maximizar lucros de um
desenvolvimento de novo produto, embora baixando os período a outro, reinvestindo todos os lucros, usando-os
lucros a curto prazo, tenham produzido maiores retornos para adquirir novos ativos que elevarão os lucros futuros.
futuros. Uma empresa que deseja maximizar lucros poderia A estratégia da maximização da riqueza leva em conta
comprar maquinaria de baixa qualidade e usar materiais de o fato de que muitos proprietários apreciam receber o
baixa qualidade, ao mesmo tempo que faria um tremendo dividendo regular, independente do seu montante. Os
esforço de venda para vender seus produtos por um preço Administradores financeiros devem reconhecer que a
que rendesse um elevado lucro por unidade. política de dividendos da empresa afeta a atratividade de
Essa é uma estratégia de curto prazo que poderia sua ação para tipos particulares de investidores. Este efeito
resultar em lucros elevados para o primeiro ano, porém, em clientela é usado para explicar o efeito de uma política de
anos subsequentes os lucros declinariam significativamente dividendos sobre o valor de mercado de ação. Acredita-
pois os compradores constatariam a baixa qualidade se que o retorno que os acionistas esperam receber for
do produto e o alto custo de manutenção associado à assegurado, isto terá um efeito positivo sobre o preço das
maquinaria de baixa qualidade. ações.
O impacto de vendas decrescentes e custos crescentes
tenderia a reduzir os lucros a longo prazo e, se não Já que a riqueza de cada acionista, em qualquer
houvesse cuidado, poderia resultar na eventual falência da instante, é igual ao valor de mercado de todos os seus
empresa. As consequências potenciais de maximização do ativos, menos o valor de suas dívidas, um aumento no
lucro a curto prazo provavelmente estejam refletidas no preço de mercado da ação da empresa deve aumentar
preço corrente da ação, que talvez seja menor do que se a a sua riqueza. Uma empresa interessada em maximizar a
empresa tivesse perseguindo uma estratégia de prazo mais riqueza da acionista poderá pagar-lhe dividendos numa
longo. base regular. Uma empresa que deseja maximizar lucros
pode preferir não pagar dividendos. Porém, os acionistas
A Ocorrência dos Retornos certamente prefeririam um aumento na sua riqueza, a
A abordagem de maximização do lucro não consegue longo prazo, do que a geração de um fluxo crescente de
refletir diferenças na época de ocorrência de retornos, ao lucros, sem se preocupar com o valor de mercado de suas
passo que a maximização da riqueza tende a considerar ações.
tais diferenças. O objetivo de maximização do lucro dá Uma vez que o preço da ação reflete explicitamente
maior importância a um investimento que ofereça os o retorno realizável dos proprietários, considera as
maiores retornos totais, enquanto que a abordagem da perspectivas a longo prazo da empresa, reflete diferenças
maximização da riqueza considera explicitamente a época na época de ocorrência dos retornos, considera o risco
de ocorrência dos retornos e seu impacto no preço da ação. e reconhece à importância da distribuição de retornos,
a maximização da riqueza refletida no preço da ação
Risco é considerada a meta da Administração Financeira. A
A maximização do lucro não considera o risco, porém, maximização do lucro pode ser parte de uma estratégia
a maximização da riqueza considera explicitamente no de maximização da riqueza. Muitas vezes, os dois objetivos
risco. Uma premissa básica na Administração Financeira é podem ser perseguidos simultaneamente. Porém, não
que existe uma relação entre risco e retorno: os acionistas se deve nunca permitir que a maximização dos lucros
esperam perceber maiores retornos de investimento de obscureça o objetivo mais amplo da maximização da
maior risco e vice-versa. Os Administradores Financeiros riqueza.
precisam, portanto, levar em conta o risco ao avaliarem
investimentos potenciais. Definições e Problemas de Administração Financeira
Considerando que os acionistas exigem maiores A Função Financeira compreende os esforços
retornos para maiores riscos, é importante que o dispensados, objetivando a formulação de um esquema
Administrador Financeiro considere adequadamente o que seja adequado à maximização dos retornos (lucro)
impacto do risco sobre os retornos deles. A abordagem da aos proprietários das ações ou cotas da empresa,
maximização da riqueza considera o risco, enquanto que a proporcionando a liquidez da mesma perante seus
maximização do lucro o ignora. A maximização da riqueza credores. A premissa está assentada no equilíbrio entre
é, portanto, a abordagem preferida. Rentabilidade (lucro) e Liquidez.

38
ADMINISTRAÇÃO

Problemas de Administração Financeira As empresas financeiramente equilibradas


a) Mercado apresentam as seguintes características:
_ Mercado Comprador; a) Há permanente equilíbrio entre os recursos e os
_ Preço, prazo, e outras condições de venda; encargos financeiros;
_ Manutenção e ampliação da quota da empresa no b) O capital próprio tende a aumentar em relação ao
mercado; capital alheio;
_ Efeitos da concorrência; c) A rentabilidade do capital é satisfatória, não a
_ Vendas cíclicas ou de época. prejudicando as vendas forçadas para a obtenção de
_ Mercado Fornecedor; numerário, nem pesadas parcelas de juros;
_ Preços, prazos e outras condições de compra; d) Há tendência para aumentar a rotatividade dos
_ Compras cíclicas ou de época; estoques, cujo valor não se eleva na mesma proporção
_ Necessidade de importação. em que cresce o valor das vendas, e maior freqüência de
b) Aplicação do Capital vendas para um número cada vez maior de produtos.
_ Renovação e ampliação de máquinas, equipamentos e) Há tendência para estabilizar-se o prazo médio de
e instalações; recebimento das vendas;
_ Manutenção de estoques e produção em andamento; f) Não há imobilização excessiva de capital, nem ela é
_ Concessão de crédito a clientes; vendas a prazo; insuficiente para o volume necessário de produção.
_ Adiantamento a fornecedores. g) Não há falta de mercadoria para atendimento das
c) Capital Alheio vendas.
_ Limites para compra a prazo;
_ Limites para operações bancárias;
_ Custo do capital alheio;
_ Financiamentos especiais. MATEMÁTICA FINANCEIRA
d) Capital Próprio
_ Capitalização de lucros;
_ Distribuição de lucros;
_ Destinação das reservas e provisões; A Matemática Financeira possui diversas aplicações
_ Entrada de capital novo. no atual sistema econômico. Algumas situações estão pre-
e) Expansão sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos
_ Expansão em pequena escala; de casa e carros, realizações de empréstimos, compras a
_ Expansão em grande escala. crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras,
investimentos em bolsas de valores, entre outras situações.
A percepção desses e de outros problemas só será Todas as movimentações financeiras são baseadas na esti-
possível às empresas que mantém adequado sistema pulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um em-
de processamento e análise de dados, determinando as préstimo a forma de pagamento é feita através de presta-
diversas situações de solvência, liquidez e rentabilidade. ções mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação
A maioria das empresas concentra suas atenções do empréstimo é superior ao valor inicial do empréstimo. A
apenas no propósito de obter recursos, para cobrir a falta essa diferença damos o nome de juros.
de numerário, não se preocupando com os meios que O conceito de juros surgiu no momento em que o ho-
ocasionaram esta deficiência. mem percebeu a existência de uma afinidade entre o di-
nheiro e o tempo. As situações de acúmulo de capital e
Causam mais comuns da falta de numerário desvalorização monetária davam a ideia de juros, pois isso
a) Expansão descontrolada das vendas, implicando em acontecia em razão do valor momentâneo do dinheiro. Al-
maior volume de compras e de gastos; gumas tábuas matemáticas se caracterizavam pela orga-
b) Ampliação dos prazos de vendas, para a conquista nização dos dados e textos relatavam o uso e a repartição
de mercados; de insumos agrícolas através de operações matemáticas.
c) Diferenças acentuadas na velocidade dos ciclos de Os sumérios registravam documentos em tábuas, como
pagamentos e de recebimentos, em função dos prazos de faturas, recibos, notas promissórias, operações de crédito,
compra e de vendas; juros simples e compostos, hipotecas, escrituras de vendas
d) Insuficiência do capital próprio e utilização do capital e endossos.
alheio em proporções excessivas; Essas tábuas retratavam documentos de empresas
e) Baixa velocidade na rotação dos estoques e nos comerciais e algumas eram utilizadas como ferramentas
processos de produção; auxiliares nos assuntos relacionados ao sistema de peso e
f) Necessidade de compras de vultos de caráter cíclico medida. Havia tábuas para a multiplicação, inversos multi-
ou para reserva, exigindo maiores disponibilidades; plicativos, quadrados, cubos e exponenciais. As exponen-
g) Distribuição de lucros, além das possibilidades de ciais com certeza estavam diretamente ligadas aos cálculos
caixa; relacionados a juros compostos; e as de inverso eram utili-
h) Imobilização excessiva, diminuindo o capital zadas na redução da divisão para a multiplicação.
circulante ou utilizando capital de terceiros.

39
ADMINISTRAÇÃO

Nessa época os juros eram pagos pelo uso de semen- Logo,


tes e de outros bens emprestados, os agricultores realiza- Transformamos o número percentual em número fra-
vam transações comerciais com as quais adquiriam semen- cionário e multiplicamos pelo número total que queremos
tes para as suas plantações. Após a colheita, os agricultores identificar o desconto:
realizavam o pagamento através de sementes com a se- 23/100 . 120/1 - dividindo o 100 e 120 por 2, temos:
guida quantidade proveniente dos juros do empréstimo. A 23/50 . 60/1 = 1380/50 = 27,6 reais
forma de pagamento dos juros foi modificada para suprir Portanto, o desconto de 23% numa roupa que custa
as exigências atuais. No caso dos agricultores, era lógico 120 reais será de 27,6. Assim, o valor que você irá pagar é
que o pagamento seria feito na colheita seguinte. A relação de 92,4 reais.
tempo/ juros foi se ajustando de acordo com a necessidade Agora vamos pensar no conceito de aumento, ao invés
de cada época. Atualmente, nas transações de emprésti- de desconto. No exemplo acima temos que a comida subiu
mos, o tempo é preestabelecido pelas partes negociantes. 30%. Para isso, vamos exemplificar que o preço do feijão
que custava 8 reais teve um aumento de 30%.
A matemática financeira é uma área da matemática
Aqui temos que saber quanto é 30% de 8 reais. Da
que estuda diversos conceitos relacionados com os cam-
mesma forma que fizemos acima, vamos calcular a porcen-
pos financeiro e comercial.
tagem e por fim, agregar o valor no preço final.
Por esse motivo, conhecer suas aplicações é uma ma-
neira de compreender diversos fenômenos atuais. 30/100 . 8/1 - dividindo o 100 e 8 por 2, temos:
Podemos citar os investimentos, ou mesmo, a realiza- 30/50 . 4/1 = 120/50 = 2,4
ção de tarefas simples e cotidianas, como calcular o valor Assim, podemos concluir que o feijão nesse caso está
de desconto num determinado produto. custando mais 2,40 reais. Ou seja, de 8 reais seu valor foi
para 10,40 reais.
Porcentagem
A porcentagem (%) significa por cento, ou seja, ela tra- Variação Percentual
balha com a razão entre números. Assim, ela pode ser de- Outro conceito associado ao de porcentagem é o de
monstrada em números fracionários ou decimais. variação percentual, ou seja, a variação das taxas percen-
tuais de acréscimo ou decréscimo.

Exemplo
No início do mês, o preço do quilo da carne era de 25
reais. No final do mês a carne era vendida por 28 reais o
quilo.
Assim, podemos concluir que houve uma variação per-
centual relacionada com o aumento desse produto. Pode-
Aumentos e Descontos mos constatar que o aumento foi de 3 reais. Pela razão dos
Na porcentagem vamos trabalhar os conceitos de au- valores temos:
mentos e descontos. 3/25 = 0,12 = 12%
Quando dizemos que essa roupa está com 50% de des- Sendo assim, podemos concluir que a variação percen-
conto ou que a comida subiu 30%, estamos nos referindo tual do preço da carne foi de 12%.
a esses conceitos.
Para exemplificar vamos pensar que uma roupa que Juros
custava 120 reais está, nesse período do ano, com 50% de
Outro conceito muito importante utilizado na matemá-
desconto.
tica comercial e financeira é o de juros. Pensemos numa
Como já estamos familiarizados com esse conceito sa-
situação comum, como o atraso do pagamento de uma
bemos que esse número corresponde à metade do valor
conta.
inicial.
Então, essa roupa no momento está com custo final de Sabemos que quando isso acontece deveremos pagar
60 reais. Vejamos assim, como trabalhar a porcentagem: o valor da conta mais os juros acrescidos. A taxa de juros
50% pode ser escrito 50/100 (ou seja, 50 por cem) corresponde a um x por cento pelo período de atraso.
Assim, podemos concluir que 50% equivale a ½ ou 0,5, O cálculo de juros pode ser simples, que ocorre quan-
em número decimal. Mas afinal o que isso significa? do os juros são constantes no período.
Bem, a roupa está com 50% de desconto e, portanto, Já nos juros compostos, o valor tende a ser diferente
ela custa metade (½ ou 0,5) de seu valor inicial. Logo, a em determinados períodos. Note que esse último é muito
metade de 120 é 60. utilizado nas transações comerciais e financeiras.
Mas vamos pensar noutro caso, em que ela está com Mas antes de adentrarmos aos conceitos e fórmulas
23% de desconto. Para tanto, temos que calcular quanto é para calcular esses tipos de juros, devemos conhecer al-
23/100 de 120 reais. Lógico que por aproximação podemos guns conceitos básicos:
fazer esse cálculo. Mas aqui a ideia não é essa. • Capital (C): valor inicial que pode ser de um
investimento, dívida ou empréstimo.

40
ADMINISTRAÇÃO

• Unidade Monetária (UM): corresponde às


moedas, por exemplo, real, libra, euro, etc.
• Taxa de Juros (i): ela pode ser ao dia, ao mês, ao CONCEITOS SOBRE O VALOR DO DINHEIRO NO
ano, sendo expressa na forma percentual do período que TEMPO. RISCO, RETORNO E VALOR.
corresponde.
• Juros (J): expressos em unidades monetárias,
representam o valor obtido quando aplicamos a taxa sobre Valor do dinheiro no tempo
o capital. Para entender perfeitamente as finanças pessoais e empre-
• Montante (M): é o capital mais os juros acrescidos sariais é imprescindível você conhecer um dos conceitos mais im-
ao valor. Assim, M = C + J. portantes da matemática financeira, o valor do dinheiro no tem-
po. A matemática financeira tem como principal objetivo estudar
e aplicar o conceito do valor do dinheiro no tempo nas decisões
Juros Simples
financeiras. As decisões financeiras, por sua vez, em sua maioria,
Os juros simples são juros constantes em determinado envolvem a distribuição de receitas e gastos ao longo de um pe-
período. Ele é calculado pela fórmula: ríodo de tempo.
J=C.i.n Um investimento da compra de uma máquina, por exem-
Onde: plo, envolve um investimento inicial na compra do equipamento,
C: capital aplicado moldes, estrutura de suporte e instalação, além do capital de giro
i: taxa de juros necessários para o funcionamento da operação. Seguido por flu-
n: período que corresponde os juros xos de receitas, derivada da venda dos produtos produzidos e seus
respectivos custos de produção.
Logo, o montante dessa aplicação será: Também podem existir recebimentos iniciais através de apor-
M=C+J tes financeiros de financiamentos bancários além de desembolsos
M=C+C.i.n periódicos relativos ao pagamento das amortizações e juros. Os
M = C . (1 + i . n) desembolsos e entrada de recursos, portanto, são distribuídos ao
longo do tempo.
Juros Compostos
Diferente dos juros simples, onde os valores são cons- Premissa básica da análise financeira
tantes no período, nos juros compostos eles são diferentes Um preocupação inicial de qualquer análise financeira quando
tempos fluxos de dinheiro distribuídos no tempo é o seu valor e
entre o primeiro, o segundo, o terceiro período.
custo.
Por isso, o sistema de juros compostos é chamado de
Uma das premissas básicas da matemática financeira é que
capitalização acumulada. não podemos comparar fluxos de caixa em períodos de tempo di-
ferentes. Afinal R$ 10.000,00 hoje não valem a mesma coisa que R$
Assim, ao final do primeiro período os juros que inci- 10.000,00 daqui a 1 ano.
dem sobre o capital inicial são incorporados, o que resulta Dessa forma podemos afirmar que não podemos somar, sub-
no primeiro montante: trair ou mesmo comparar valor monetários que não estejam na
M1 = C + Ci mesma data.
M1 = C (1 + i) Seguindo o raciocínio anterior, temos que R$ 10.000,00 hoje
não valem a mesma coisa após 1 anos por vários motivos. Inicial-
Por conseguinte, ao final do segundo período os juros mente temos que considerar a deterioração do poder aquisitivo ao
irão incidir sobre o primeiro montante, gerando o segundo longo do tempo, é a inflação.
montante: Na prática isso significa que para se comprar a mesma quan-
M2 = M1 + M1i = M1 (1+i) tidade de bens no futuro precisamos ter mais dinheiro que hoje.
M2 = C (1+i)2
Pode-se avaliar as decisões e valores no tempo para se obter
Por fim, e seguindo essa lógica, ao final de terceiro pe- retornos positivos nos fluxos de caixa da empresa tanto de valor
ríodo teremos: futuro como de valor presente. Para isso, usam-se técnicas do valor
do dinheiro no tempo para reconhecimento das oportunidades.
M3 = M2 + M2i = M2 (1 + i)
Enquanto as alternativas podem ser avaliadas tanto pelo cálculo
M3 = C (1+i)3
da capitalização para encontrar o valor futuro, como pela aplicação
dos descontos para encontrar o valor presente. Na linha do tempo,
Assim, podemos concluir que ao final do n-ésimo pe- ( uma reta horizontal) os administradores financeiros se encontram
ríodo podemos calcular o valor dos juros compostos pela no tempo zero quando iniciam o projeto, confiando que, quando
fórmula:15 inicia a tomada de decisão para encontrar o valor no tempo
Mn = C (1+i)n presente, estarão definindo os valores do futuro. Pode-se usar
tabelas financeiras, as quais fornecem vários fatores de juros do
valor presente e valor futuro, calculadoras financeiras como a BA-
35 ou outras similares e computadores, para chegar aos montantes
15 Fonte: www.todamateria.com.br reais. Com essas técnicas aplica-se eficientemente o valor tempo.

41
ADMINISTRAÇÃO

O valor futuro utiliza juros compostos para medir o Diante a uma situação como esta, qual seria a solução
valor futuro dos montantes e capitalizar os valores iniciais, correta?
durante um período específico de tempo. Quando os Em primeiro lugar, existe a necessidade de se conside-
juros são capitalizados, o principal inicial ou depósito rar um fator muito simples, o capital presente em um dado
feito em período, juntamente com os juros ganhos sobre período e as taxas inflacionárias ocorridas neste intervalo.
ele, torna-se o principal inicial do período seguinte, e Para exemplificar vamos supor que uma pessoa deseja
assim sucessivamente. Os juros tem diversas formas de comprar uma motocicleta no valor de R$ 12.000,00 em de-
serem calculados. Podem ser diários, semanais, mensais, zembro do ano x1. Supondo que em janeiro deste mesmo
trimestrais, semestrais, anuais ou contínuos. Se os cálculos ano ela tenha em mãos o valor correspondente ao valor
de juros forem diários, mais elevado fica o montante futuro, total da motocicleta e não aplique este capital em um ban-
pois os juros acumulam-se e mais alta fica a taxa efetiva. O co, neste período a inflação acumulada foi de 10%, qual o
cálculo recomendável é o anual. poder de compra do dinheiro em dezembro de x1?
Uma anuidade é um tipo de fluxos de caixa anuais Sabendo que a inflação reduz o poder de compra de
iguais ocorrendo no final do período. O valor futuro de uma moeda específica, cabe esclarecer que a inflação não
uma anuidade ordinária pode ser encontrado usando-se o reduz o montante do dinheiro, ou seja, em dezembro o
fator de juros do valor futuro para uma anuidade, o qual montante que é representado por capital corrigido por ju-
requer um ajuste, no caso de uma anuidade vencida. ros será os mesmos R$ 12.000,00 de janeiro, porém, com
O valor presente representa o inverso do valor futuro. poder de compra reduzido. Neste caso, com uma inflação
Ao encontrarmos o valor presente de um montante futuro, no período de 10% a desvalorização do poder de compra
determinamos qual o montante de dinheiro de hoje seria do montante de R$ 12.000,00 seria de R$ 1.200,00, assim,
equivalente a um dado montante no futuro, considerando- em dezembro do mesmo ano o poder de compra seria cor-
se o fato de que podemos obter um determinado retorno respondente ao valor de R$ R$ 10.800,00.
sobre os fundos atuais. Como calcular este valor?
Frequentemente é necessário encontrar o valor Muito simples basta considerar duas variáveis, a taxa
presente de uma série de fluxos de caixa. Para séries mistas, inflacionária do período e o capital, assim:
o valor presente individual deve ser encontrado e somado.   Queda no poder de compra da moeda = 12.000,00
No caso de uma anuidade, o valor presente poderá ser –[12.000,00 x (1- 0,10)]
encontrado usando-se o fator de juros do valor presente Queda no poder de compra da moeda = 12.000,00 –
para uma anuidade. Para uma série mista com anuidade [12.000,00 x 0,90]
incluída, o valor presente da anuidade é encontrado e Queda no poder de compra da moeda =12.000,00 -
a seguir usado para substituir o fluxo de anuidades, e o 10.800,00.
valor presente da nova série é calculado. O valor presente Queda no poder de compra da moeda = 1.200,00
de uma anuidade perpétua, é encontrada dividindo-se   Existe ainda outra forma de compreensão para este
1 (um) pela taxa de desconto, resultado que passará a fato. Considerando que a inflação significa aumento geral
representar o fator de juros do valor presente. Os depósitos de preços, o valor da motocicleta acompanha os aumen-
anuais para acumular um determinado montante no futuro tos de preços na economia, assim, se a inflação do período
podem ser encontrados dando solução à equação do valor foi de 10% o preço corrigido para dezembro do ano x1
futuro de uma anuidade para um pagamento anual. Um será de R$ 13.200,00 permanecendo o consumidor com os
empréstimo pode ser amortizado por meio de pagamentos mesmos R$ 12.000,00 por não ter aplicado o capital. Assim,
anuais iguais e seus correspondentes valores podem ser existe ainda uma redução no poder de compra do dinheiro
encontrados resolvendo a equação do valor presente de no valor de R$ 1.200,00 no período.17
uma anuidade para um pagamento anual. As taxas de juros Pode-se concluir então que um capital de R$ 12.000,00
ou crescimento podem ser estimadas encontrando-se a em janeiro do ano x1 submetido a uma inflação de 10% no
taxa de juros desconhecida na equação do valor presente, período sofre uma desvalorização referente ao seu poder
tanto de um único montante como de uma anuidade.16 de compra no valor de R$ 1.200,00. Prova-se que o am-
O tempo é sem sombra de dúvidas um fator direta- biente externo possui uma grande influencia sobre o valor
mente proporcional ao valor do dinheiro. Assim, podemos do dinheiro no tempo, sendo ainda, um fator não controlá-
afirmar plenamente que quanto maior o período, maiores vel por empresários e pessoas físicas, ou seja, os impactos
serão as influencias dos agentes externos, ou ainda, as in- da economia acontecem a todo o momento, cabe cada um
fluencias do macro-ambiente em relação ao poder de com- encontrar uma forma de proteger seu capital e minimizar
pra da moeda específica. os riscos de mercado.
A inflação presente em toda e qualquer economia ca-
pitalista é um exemplo claro desta relação entre o tempo Exemplo prático do valor do dinheiro no tempo
e o dinheiro, pois, prova que um montante de R$ 1.000,00 Digamos que o preço da gasolina hoje for R$ 3,50 por
em janeiro não possui o mesmo poder de compra que um litro. Com R$ 140,00 hoje podemos abastecer nosso carro
montante de R$ 1.000,00 em dezembro do mesmo ano. com 40 litros da gasolina (140,00/3,50).

16 Fonte: www.geocities.ws 17 Por André Augusto Locatelli

42
ADMINISTRAÇÃO

Se daqui a 1 anos o preço da gasolina esteja R$ 4,00 Volatilidade:


por litro. Temos duas opções: ou abastecemos menos com- Significa flutuações dos eventos em comparação a
bustível, 35 litros (140,00/4,00), ou pagamos mais pela uma situação comum. Em um enfoque estatístico, a média
mesma quantidade, R$ 160,00 (40 litros x R$ 4,00). é a situação comum e o desvio-padrão é a medida da
Concluímos então que a expectativa de aumento do flutuação. Quanto mais os eventos se distanciam da média,
combustível ocasionou uma perda no nosso poder de maior o desvio-padrão e maior a volatilidade.
compra. Isso é a inflação, neste caso específico temos uma Probabilidade:
aumento nos preço da ordem de 14,29% (de R$ 3,50 para É a representação em percentual de um evento
R$ 4,00). ocorrer. É a medição das chances de um evento acontecer.
Ainda de acordo com esse caso, tanto faz nós possuir- Usualmente os gestores projetam cenários de eventos
mos R$ 140,00 hoje como R$ 160,00 daqui a 1 anos, dize- prováveis que podem interferir em suas decisões e lhes
mos que são quantias equivalentes pois possuem o mesmo atribuem probabilidades de ocorrência.
poder de compra. Retorno:
Mas vamos supor que o preço da gasolina permaneça Principal balizador das decisões. São ganhos gerados
o mesmo daqui a 1 anos, ou inflação igual a zero. Será que por um ativo em certo tempo.
tanto faz eu ter R$ 140,00 hoje com daqui a 1 ano? Compreende as entradas de caixa e valorização do
É claro que não, pois nós temos a oportunidade de ativo.
aplicar esse dinheiro que vai render juros e terá um valor Taxa de retorno:
maior daqui a 1 ano. Relação percentual entre o retorno e valor do ativo.
Se temos uma aplicação a juros simples que rende 2
% ao mês em cima do valor R$ 140,00, por exemplo, te- Premissas básicas do risco
remos um rendimento de juros mensais de R$ 2,80 (2% x A - QUANTO MAIOR O RISCO, MAIOR O RETORNO:
R$140,00) e a final de 1 ano teremos um total de 12 rendi- Maior retorno, maior risco.
mentos de juros mais o principal original, 12x R$ 2,80+R$ B - O RISCO CRESCE COM O TEMPO:
140,00 = R$ 173,60. Tempo muito longo aumenta a incerteza.
Poderíamos dizer então que, caso meu custo de opor- C - AVERSÃO A RISCO:
tunidade fosse de 2% ao mês (a juros simples) e inflação Se o risco for muito alto, o investidor
zero, para nós tanto faz R$ 140,00 hoje ou R$ 173,60 daqui pretenderá maiores retornos.
a 1 ano.
No exemplo anterior usamos como referência o regime Tipos de risco
de juros simples, que é uma das formas de avaliar o valor Há os riscos não sistemáticos ou diversificáveis, e os
do dinheiro ao longo do tempos. riscos sistemáticos ou não diversificáveis.
Em outros artigos  iremos detalhar melhor esse regi-
me de capitalização além de apresentar o sistema de juros Os riscos sistemáticos ou não diversificáveis afetam
compostos, que na prática é o que realmente utilizado na todos os ativos, todo o mercado.
grande maioria das técnicas de matemática financeira e Decorrem de fatores não controláveis como clima,
análise de investimento.18 guerra, inflação, atentados e outros de natureza semelhante.

Risco e taxas de retorno Os riscos não sistemáticos ou diversificáveis são os


riscos do empreendimento, riscos do negócio e riscos
Risco: país, e podem ser mitigados (ter ser efeitos reduzidos) por
É a possibilidade de prejuízo financeiro. É uma medida decisões do investidor.
de probabilidade de ocorrência de prejuízo. É a variabilidade
de retornos de um ativo. Riscos do empreendimento
Incerteza: Relativos a gestão, a decisões administrativas do
É uma situação de dúvida ou insegurança de resultados, negócio.
sem forma de quantificar possibilidades de situações Áreas da empresa afetadas por risco do
positivas ou negativas. empreendimento:
Média: - Produção: fornecedores, matéria-prima, processos
Soma dos valores observados dividida pelo produtivos, equipamentos;
número de observações.
Variância: - Marketing: estratégias de mercado, posicionamento
Medida que mostra quanto os valores observados de produto, escolhas de canal de distribuição;
se distanciam da média. - Recursos humanos: escolha de pessoas, capacitação,
Essa medida é dada em forma quadrática (segunda política salarial;
potência). - Logística: localização da indústria, distribuição, polí-
Desvio-padrão: tica de estoques;
Raiz quadrada da variância. - Finanças: políticas de preços, crédito e cobrança, en-
18 Fonte: www.calculadorajuroscompostos.com.br dividamento e investimento.

43
ADMINISTRAÇÃO

Riscos do negócio Retorno:


Associados a atividade e ramo da empresa. Rta = R$ 650,00 - R$ 600,00 + R$ 700,00 = R$
Exemplos: 750,00.
- Retração da demanda do produto: produtos de
moda; Rtb = R$ 700,00 - R$ 650,00 + R$ 750,00 = R$
800,00.
- Escassez de matéria-prima: leite, soja e trigo por
queda de safra; Taxa de retorno:

- Concorrência de produtos importados: automóveis Kta = R$ 650,00 – R$ 600,00 + R$ 700,00 x 100 = 125%
de luxo;
R$ 600,00

- Obsolescência tecnológica: vídeo cassete, telex; Ktb = R$ 700,00 – R$ 650,00 + R$ 750,00 x 100 =
123,07%
- Influência de fusões e aquisições: supermercados. R$ 650,00

Risco país O retorno da empresa “A” foi de R$ 750,00, e da


Decisões de política econômica, leis do país, renda, empresa “B” foi de R$ 800,00.
carga fiscal e outros fatores influenciam variáveis dos
negócios e interferem nos resultados de empreendimentos. No entanto, a taxa de retorno da empresa “A” foi maior
que da “B”, o que indica que a empresa “A” é mais rentável
Retorno que a empresa “B”. Isso ocorreu porque, apesar de os
Retorno esperado: é a expectativa de ganho do ativo investimentos iniciais serem de valores muito próximos,
com risco, calculado “ex-ante”. o investimento inicial da empresa “B” foi superior ao
investimento da empresa “A”.
Retorno real ou observado: é o retorno efetivo do
negócio, calculado “ex-post”. Outras fórmulas empregadas na avaliação do retorno.

Pode ser expresso por: Para série histórica de retornos


Rt = Pt – P(t-1) + FCt , sendo: _
K = SK J = média dos retornos, onde:
Rt = retorno esperado no tempo t; _ n
Pt = valor do ativo no final do tempo t; K = retorno médio de uma carteira;
P(t-1) = valor do ativo no início do tempo (t-1); SKJ = somatório dos retornos da carteira;
FCt = fluxo de caixa gerado pelo ativo no tempo t.
n = quantidade de períodos dos retornos.

A taxa de retorno no tempo t é: Exemplo:
A fórmula acima pode servir para calcular, por
P
t − P( t −1) + F
C t exemplo, o retorno médio de uma carteira que durante
x100 4 meses apresentou rentabilidade de 7%, 8%, 6,5% e
P(t −1)
Kt = 7,5% aa.
O retorno médio será:
_
Exemplo: K = 7% + 8% + 6,5% + 7,5% = 7,25% aa.
Compare as empresas “A” e “B”, e calcule o retorno e a 4

melhor taxa de retorno. Para série de retornos e frequências


_
Dados Empresas K = SKJ. fJ = média ponderada dos retornos
“A” “B” SfJ
Preço inicial do ativo R$ 600,00
R$ 650,00 Exemplo:
Preço atual do ativo R$ 650,00 Certo cidadão investiu recursos durante dez meses, e
R$ 700,00 verificou que por 2 meses a taxa de rentabilidade foi de 7%
Receita líquida no período R$ 700,00 aa., por 3 meses foi de 8% aa., por 4 meses a taxa foi de
R$ 750,00 6,5% aa. e por 1 mês a taxa foi de 9% aa.

44
ADMINISTRAÇÃO

Que retorno médio obteve o cidadão na sua Cálculo do risco pela amplitude
aplicação? Será a diferença entre o menor e o maior valor da série
de retornos.
Observam-se no exemplo os seguintes dados: Sejam os retornos de 5, 6, 7, 9 e 10%.
O risco será a amplitude, ou seja 10% - 5% = 5%
KJ = são as taxas de retorno de 7%, 8%, 6,5% e 9% aa.
fJ = número de meses em que ocorreu a respectiva Cálculo do risco pelo desvio-padrão
taxa (2, 3, 4 e 1) .
SfJ = somatório das freqüências que as taxas ocorreram No caso de haver uma série histórica de retornos.
(2 + 3 + 4 + 1 = 10) .
2
Assim, o retorno obtido será: ∑ ( Kj − K)
_ n −1
sk = , sendo:
K = (7% x 2) + (8% x 3) + (6,5% x 4) + (9% x 1) = 7,3%
10
KJ = retornos conhecidos:
n = número de retornos conhecidos;
Quando há probabilidade de retornos _
_ K = média dos retornos verificados
K= (SKJ.PRJ) = soma dos produtos dos retornos
pela probabilidade.
Exemplo:
Exemplo: Seu José pretende aplicar o dinheiro que recebeu da
Suponha que uma investidora aplicou seu ativo na aposentadoria em certa opção de investimento, mas antes
proporção de 30% na opção “x”, 30% na opção “y” e 40% quer saber qual o risco da opção, a qual rendeu, nos últimos
na opção “z”. quatros anos, 13, 12, 10 e 9% aa.
Sabendo-se que essas opções provavelmente renderão,
respectivamente, 9, 10 e 8% aa, qual o retorno esperado Como somente a série histórica é conhecida, a dúvida
pela investidora? do seu José será dirimida pelo cálculo do risco pelo desvio-
Observam-se no exemplo os seguintes dados: padrão conforme a fórmula imediatamente anterior.
KJ = são os percentuais de retornos esperados (30%, _
30% e 40% do ativo total); Primeiramente, é necessário calcular o retorno médio,
PrJ = são as probabilidades de retorno (9, 10 e 8%). K, que é:
_
O cálculo do retorno médio será: K = 13% + 12% + 10% + 9% = 11% aa.
_ 4
K = (30% x 0,09) + (30% x 0,10) + (40% x 0,08) = 8,9% _
aa. Em seguida substituir o K na equação. Fica assim:

sk =
A avaliação do retorno de uma carteira
É dada pela fórmula:
(13 − 12 ) 2 + (12 − 1 ) 2 + (10 − 1 ) 2 + (9 − 1 ) 2
Kp = (W1.K1) + W2.K2) + ... + (Wn.Kn), que é igual a 4 − 1.
Kp = S(WJ.KJ), onde:
Kp = retorno do negócio;
WJ = participação percentual (em decimais) de cada
(4 + 1 + 1 + 4
ativo;
KJ = retorno de cada ativo. sk = 3
Avaliação de risco
10
Avaliação do risco de um ativo
3 3,3
sk = =
Como o risco é a variabilidade dos retornos de certo
ativo, pode ser calculado pelo desvio-padrão e pela sk = 1,82%. Assim, o riso de seu José não boter a taxa
amplitude, que são medidas estatísticas. medida de 11% é de 1,82%

45
ADMINISTRAÇÃO

No caso de haver probabilidades atribuídas aos retornos possíveis.

∑ (K )
2
σK = j −K × PR j

Exemplos
Sabendo que seu José pretende investir sua aposentadoria, um gerente de banco apresentou-lhe opções de
investimento, dizendo que para a opção “w” previa as seguintes probabilidades: 40% de probabilidade de render 20% aa,
30% de probabilidade de render 25% aa e 30% de probabilidade de render 30% aa.
Qual o risco dessa opção?
_
O retorno médio K, neste caso, será encontrado multiplicando-se a o retorno pela probabilidade respectiva, que é:

_
K = (20% x 0,40) + (25% x 0,30) + (30% x 0,30) = 24,50%
Em seguida, faz-se a substituição na equação:

∑ (K )
2
σK = j −K × PR j

σK = (20 − 24 ,5) 2 x0,40 + (25 − 24 ,5) 2 x0,30 + (30 − 24 ,5) 2 x0,30

σK = 8,10 + 0,075 + 9,075

σK = 17 ,25

σK = 4,15% de risco.


Avaliação do risco de uma carteira de ativos

No caso de se conhecer a média dos retornos esperados ou verificados, o risco será o desvio-padrão dos retornos da
carteira, ou seja:

∑ (k )
2
j −k
σK =
n −1

Exemplo:
Suponha que seu José tenha pensado em aplicar seus recursos em dois tipos de ações (ativos), cujos retornos nos
últimos três anos foram os seguintes: ação da “Alimento Sadio”: (10, 20 e 40%) e ação da “Livros para Todos”: (10, 20 e 50%).
Qual a ação de maior risco?
_
O primeiro passo é calcular o retorno médio K de cada ação nos últimos três anos:
_
KA = 10% + 20% + 40% = 23,33% aa.
3

_
KL = 10% + 20% + 50% = 26,66% aa.
3

46
ADMINISTRAÇÃO

Em seguida substituir o retorno médio (K) na equação. Fica assim:


(10 − 23 ,3 ) 2 + (20 − 23 ,3 ) 2 + (40 − 23 ,3 ) 2
σK =
3 −1
466,64
σK
A =
2
σ K A = 15,25%. Este é o risco da ação “Alimento Sadio”

O Cálculo do risco da ação “Livros para Todos”, pela mesma fórmula, resulta risco de 20,81%, o que significa que a ação
da “Alimento Sadio” tem menor risco, e portanto, mais aconselhável ao seu José.

Quando atribuídas probabilidades aos retornos previstos:

∑ (K )
2
σK = j −K × PR j

Exemplo:
Suponha que seu José tenha informações sobre as probabilidades de retorno das ações (ativos), que são as seguintes:

Ação “Alimento Sadio”. Ação “Livros para Todos”.
Probabilidade Retorno Probabilidade Retorno
40% 10% 35% 10%
55% 20% 60% 20%
5% 40% 5% 50%

Qual o ativo de maior risco? _


O primeiro passo é calcular a taxa de retorno médio K esperada para cada opção:
_
KA = (40% x 0,10) + (55% x 0,20) + (5% x 0,40) = 17%
_
KL = (35% x 0,10) + (60% x 0,20) + (5% x 0,50) = 18%

O segundo passo é calcular o risco de cada ação:



σK
a = (10 − 17 ) 2 x0,40 + (20 − 17 ) 2 x0,5 + (40 − 17 ) 2 x0,05 = 7,14%

σK
l = (10 − 18 ) 2 x0,35 + (20 − 18 ) 2 x0,60 + (50 − 18 ) 2 x0,05 = 8,71%

Portanto, as ações da “Alimento Sadio” apresentam menor risco (7,14%) que as ações da ”Livros para Todos” (8,71%).
Que ações seu José preferirá? As ações da “Alimento Sadio”, claro.

Risco Sistêmico e CAPM

O CAPM (Modelo de Precificação de Ativo de Capital) serve para mensurar o risco sistemático, tendo como base a
associação do retorno de um ativo ou de uma carteira ao retorno do mercado como um todo.

Essa variação é denominada Coeficiente Beta (b), que é uma medida de risco sistemático, já que indica a variação do
retorno de um ativo ou carteira causada pela variação do retorno do mercado como um todo.

Assim, quanto maior for b, (maior risco sistemático), maior o retorno exigido pelos investidores.

Exemplo: considere o b 0,80 para o ativo “A”, 1,60 para o ativo “B” e -1,10 para o ativo “C”.

47
ADMINISTRAÇÃO

Essa escala significa que o ativo B é mais arriscado, por que tem um b maior que os demais.
Se ocorrer um aumento de 10% no retorno do mercado, qual seria a mudança no retorno de cada ativo?

O cálculo é feito da seguinte forma:


Aumento no retorno Beta Aumento no retorno
do mercado do Ativo

Para o ativo A: 10% x 0,80 = 8%


Para o ativo B: 10% x 1,60 = 16%
Para o ativo C: 10% x (-1,10) = - 11%

Ocorrendo queda nos retornos do mercado, o retorno dos ativos diminuirá (exceto para o ativo “C”). Basta fazer a conta
com a metodologia acima.

Observa-se pelo quadro de betas (b) que, ocorrendo baixa no retorno do mercado, o ativo C aumenta (risco de C varia
no sentido inverso ao do mercado), sendo preferível aos demais, por isso, no caso de baixa do mercado.
Havendo recuperação no mercado, os retornos dos ativos A e B aumentam (variam no mesmo sentido do mercado),
tendo o ativo B melhor recuperação que o ativo A porque tem b maior.

O aumento no retorno do ativo (8%, 16% e –11%) significa que o retorno dos ativos “a”, “b” e “c” seriam aumentados
em 8%, 16%, e diminuído em 11%, respectivamente.

O CAPM indica que:

KJ = RJ + b x (km – RJ)

KJ - RJ = b x (km – RJ)
b=
KJ - RJ, sendo:
Km - RJ

KJ = retorno esperado/exigido de um ativo;
RJ = taxa de retorno livre de risco;
b = incremento pelo risco de mercado exigido pelo investidor;
Km = retorno do mercado sobre a carteira de ativos do mercado.

A diferença entre (Km - RJ) é o acréscimo de retorno exigido pelos investidores para assumir o risco do mercado, ou seja,
é o prêmio pelo risco do mercado.

O modelo permite calcular o risco sistemático de um ativo e o retorno exigido pelos investidores para aplicar nesse
ativo.
Exemplo:

Após muitas análises, seu José aplicou seus recursos em um fundo que rende 7% aa., sem risco, mas está pensando em
aplicar em outra ação.
Qual o retorno exigido dessa outra ação (ativo) para que seu José retire seu dinheiro da opção que rende 7% aa livre de
risco, e aplique nessa outra ação (ativo), cujo b é 0,80, sabendo-se que o retorno do mercado é de 10% aa?

Primeiramente, antes de iniciar o cálculo, recomenda-se identificar as variáveis:


KJ = ? (retorno exigido pelo seu José);
RJ = 7% aa. (taxa de retorno livre de risco);
b = 0,80 (incremento pelo risco de mercado exigido pelo investidor)
Km = 10% aa. retorno do mercado sobre a carteira de ativos do mercado.

Fazendo as substituições na equação KJ = RJ + b x (km – RJ) ,

KJ = 7% + 0,80 x (10% - 7%) = 9,4% aa.

Pelo cálculo seu José mudaria de opção, mas exigiria 9,4% de retorno para compensar o risco de 0,80 da nova ação. Ou
seja, o acréscimo de 2,4% é o prêmio que seu José exigiria por correr o risco de mercado.

48
ADMINISTRAÇÃO

O b de uma carteira é a média ponderada dos b dos diversos títulos que a compõem:
_
b= (W1 x b1) + (w2 x b2) +......+(Wn x bn)
_
bp= S(WJ x bJ)

1.1.1 Exemplo:
Seu José tomou gosto por investimentos e, analisando as carteiras de investimentos de dois bancos, afirmou que a
carteira do banco Y é menos arriscada que a carteira do banco X. Considerando que as carteiras analisadas apresentam as
seguintes características, seu José está certo?

Retorno Carteira Retorno Carteira


Ativos Beta b
Banco Y Banco X
A 1,20 20% 20%
B 0,80 30% 30%
C 1,10 20% 30%
D 0,80 30% 20%

Que carteira oferece mais risco? A carteira de maior risco será a que apresentar a maior média ponderada dos b de
seus títulos.

Para calcular faz-se a substituição na equação:


_
by = 1,20 x 0,20 + 0,80 x 0,30 + 1,10 x 0,20 + 0,80 x 0,20 = 0,86
_
bx = 1,20 x 0,20 + 0,80 x 0,30 + 1,10 x 0,30 + 0,80 x 0,20 = 0,97

Como a média dos b do banco Y é menor que a média dos b do banco X, seu José está certo.

Mas como calcular o b? Os coeficientes b são, geralmente, obtidos em publicações sobre ações negociadas com
freqüência.

O cálculo empírico do b é complexo. São empregados métodos rigorosos, recomendando-se aos interessados na
marcha de cálculos recorrer a textos avançados sobre investimentos.
Para calcular o coeficiente de regressão bj deve ser empregada análise de regressão de mínimos quadrados pela
equação:
kj = aj + bjkm + ej, onde:
kj = retorno sobre o ativo j;
aj = o intercepto;
bj = coeficiente beta (b), que equivale a
b=
Cov (kJ, km), onde:
sm2

Cov (KJ, km) = covariância do retorno do ativo j, kj, e a carteira do mercado km;
sm2 = variância do retorno sobre a carteira de mercado;
km = taxa de retorno exigido da carteira do mercado do ativo;

eJ = erro que reflete risco sistemático ou não sistemático do ativo j. Também é chamado de erro randômico
(randômico é empregado no sentido de “por acaso”, “aleatório”).19

19 Fonte: www franciscopaulo.com.br

49
ADMINISTRAÇÃO

Payback é o período de tempo necessário para que as en-


tradas de caixa do projeto se igualem ao valor a ser investido, ou
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
seja, o tempo de recuperação do investimento realizado.
Se levarmos em consideração que quanto maior o hori-
zonte temporal, maiores são as incertezas, é natural qu as em-
Toda empresa tem necessidade de obter procedimentos presas procurem diminuir seus riscos optando por projetos que
para avaliar seus investimentos, principalmente aqueles tenham um retorno do capital dentro de um período de tempo
de longo prazo. Com o decorrer dos anos as empresas são razoável.
obrigadas a tomar decisões de investimentos sejam ela por Payback Descontado é o período de tempo necessário
causa de reformas, ou seus ativos estão desgastados, e o para recuperar o investimento, avaliando-se os fluxos de caixa
orçamento de capital avalia e escolhe os investimentos de descontados, ou seja, considerando-se o valor do dinheiro no
longo prazo de acordo com os objetivos da organização tempo.
(GITMAN, 2000) O cálculo do Valor Presente Líquido – VPL, leva em con-
Etapas do orçamento de capital: ta o valor do dinheiro no tempo. Portanto, todas as entradas e
 Gestão de propostas- a propostas são feitas por to- saídas de caixa são tratadas no tempo presente. O VPL de um
dos os segmentos da empresa. investimento é igual ao valor presente do fluxo de caixa líquido
 Revisão e análise- nesta etapa é feita uma revisão da do projeto em análise, descontado pelo custo médio pondera-
proposta e verifica sua viabilidade. do de capital.
 Tomada de decisão- consiste em dizer se o projeto A Taxa Interna de Retorno – TIR é a taxa “i” que se iguala
vai ser feito ou não. as entradas de caixa ao valor a ser investido em um projeto. Em
 Implantação- em caso de aprovação, o projeto é im- outras palavras, é a taxa que iguala o VPL de um projeto a zero.
plantado. Um aspecto que deve ser considerado é que a utilização ex-
 Acompanhamento- processo no qual se compara se clusiva da TIR como ferramenta de análise pode levar ao equívo-
o que está acontecendo foi aquilo proposto. co de se aceitar projetos que não remuneram adequadamente
o capital investido, por isso deve ser uma ferramenta comple-
Existem situações em que o gestor se depara com dois ou mentar à análise.20
mais projetos, e tem que avaliar e verificar sua viabilidade, em
algumas situações esses projetos possuem o mesmo objetivo, Diferentes tipos de investimento
porém de maneiras diferentes, então em caso de escolha de
um projeto o outro não vai ser implantado esses casos são Toda empresa tem necessidade de obter procedimentos
chamados de projetos mutuamente exclusivos eles competem para avaliar seus investimentos, principalmente aqueles de longo
entre si, e possuem também os projetos independentes, ou prazo. Com o decorrer dos anos as empresas são obrigadas
seja, mesmo que um dos projetos seja implantado o outro não a tomar decisões de investimentos sejam ela por causa de
vai ser eliminado necessariamente. reformas, ou seus ativos estão desgastados, e o orçamento
de capital avalia e escolhe os investimentos de longo prazo de
A análise de investimentos envolve decisões de aplicação acordo com os objetivos da organização (GITMAN, 2000)
de recursos com prazos longos (maiores que um ano), com o Etapas do orçamento de capital:
objetivo de propiciar retorno adequado aos proprietários des- >Gestão de propostas- a propostas são feitas por todos os
se capital. segmentos da empresa.
Orçamento de capital é um processo que envolve a sele- >Revisão e análise- nesta etapa é feita uma revisão da
ção de projetos de investimento e a quantificação dos recursos
proposta e verifica sua viabilidade.
a serem empregados e busca responder a questões como:
>Tomada de decisão- consiste em dizer se o projeto vai ser
1. O projeto vai se pagar?
feito ou não.
2. O projeto vai aumentar a riqueza dos acionistas ou
>Implantação- em caso de aprovação, o projeto é
vai diminuí-la?
implantado.
3. Esta é a melhor alternativa de investimentos?
>Acompanhamento- processo no qual se compara se o
O orçamento de capital requer uma estimativa de fluxos
de caixa livres que serão obtidos com o projeto de análise. As que está acontecendo foi aquilo proposto.
previsões de investimentos em ativos, de vendas, também de Existem situações em que o gestor se depara com dois ou
preços, de custos e despesas devem ser elaboradas da forma mais projetos, e tem que avaliar e verificar sua viabilidade, em
mais realista a acurada possível. algumas situações esses projetos possuem o mesmo objetivo,
De qualquer modo, a incerteza em orçamentos de capi- porém de maneiras diferentes, então em caso de escolha de
tal é elevada, pois envolve cenários econômicos e políticos de um projeto o outro não vai ser implantado esses casos são
longo prazo. chamados de projetos mutuamente exclusivos eles competem
Os métodos mais comuns de avaliação de projetos de in- entre si, e possuem também os projetos independentes, ou seja,
vestimento são: mesmo que um dos projetos seja implantado o outro não vai
• Payback; ser eliminado necessariamente.
• Payback descontado;
• Valor presente líquido – VPL; 20 Fonte: www.portaldecontabilidade.com.br – Por
• Taxa interna de retorno – TIR. Reinaldo Luiz Lunell

50
ADMINISTRAÇÃO

Investimentos na forma de empréstimos remunerados


Imagine a seguinte situação: sua prima Rosana há alguns meses inaugurou uma sorveteria que está fazendo um grande sucesso. Ela
quer abrir mais lojas e busca recursos para financiar a expansão. Como sabe que você acaba de receber um bônus no trabalho, sonda
seu interesse em financiar o projeto. “Você me dá R$ 100 mil hoje e devolvo R$ 120 mil daqui a um ano”, sugere.
O que Rosana acaba de propor é um empréstimo, o tipo mais comum de investimento. Quando você compra um CDB (Certificado
de Depósito Bancário) de um banco, está fazendo exatamente o mesmo: emprestando dinheiro para esta instituição em troca
de um ganho futuro, também conhecido como juros.
Qual será o seu retorno nesse investimento que Rosana propôs? Se você emprestar R$ 100 mil e receber de volta R$ 120
mil depois de um ano, vai ter um ganho de 20% sobre o valor investido.
Mas qual é o seu risco ao financiar Rosana nessa operação em que ela se torna sua devedora? É a possibilidade de que ela
não seja capaz de pagar de volta o valor prometido. As novas lojas da sorveteria podem não ter o mesmo sucesso da primeira
e Rosana ficar sem recursos para quitar parte do empréstimo ou ele todo. Isso é conhecido como risco de crédito.
Uma vantagem da dívida com a Rosana é que o valor a ser recebido daqui a um ano já foi fixado de antemão. Pouco im-
porta se o custo do leite usado na fabricação dos sorvetes subir ou se o inverno mais frio que o normal diminuir a demanda
por sorvete. Você sabe que receberá R$ 120 mil – salvo um eventual calote da Rosana.
Qual é a liquidez desse financiamento? O dinheiro estará comprometido durante um ano, pois esse é o prazo acordado
para que sua prima quite a dívida. Se você precisar desse dinheiro antes, ela não tem a obrigação de pagar.

Investimentos em títulos públicos


Há inúmeros tipos de investimentos que são baseados em dívidas como a da Rosana. A diferença principal entre eles é
quem é o devedor e qual é o risco de crédito que cada um apresenta.
Por incrível que pareça, o principal devedor no Brasil é o próprio governo. Isso porque, no passado, ele gastou mais di-
nheiro do que arrecadou e acabou acumulando enormes dívidas. À medida que essas dívidas vão vencendo, o governo emite
novos títulos públicos que são comprados por instituições financeiros ou investidores como você.
Esse tipo de investimento é bastante popular por ser de risco muito baixo. Afinal, são mínimas as possibilidades de o
governo não honrar a dívida e o investidor perder o dinheiro aplicado. Outro ponto positivo é que a liquidez é elevada,
pois é possível vender os títulos com facilidade e resgatar o dinheiro antes do prazo do contrato. Por outro lado, o retorno
é limitado à taxa contratada.
Fazem parte desta categoria de investimento os títulos do Tesouro Direto. Para se ter uma ideia, o Tesouro Prefixado
(antiga LTN) com vencimento em 2019 oferece um retorno de 15,72% ao ano.

51
ADMINISTRAÇÃO

Investimentos em poupança, CDB e outros títulos de bancos


Outro tipo de investimento baseado em dívida é aquele em que quem toma o empréstimo são os bancos. Pode parecer estra-
nho à primeira vista, já que o mais comum é uma pessoa pedir empréstimo a uma instituição financeira. Porém, o inverso também
acontece e é fundamental para que os bancos tenham recursos suficientes para oferecer financiamentos a seus clientes.
A operação de emprestar a um banco envolve a compra de títulos emitidos por ele em troca de um rendimento futuro. O risco
dessa aplicação vai depender da reputação do banco emissor. Geralmente, os grandes bancos brasileiros são considerados sólidos
e, portanto, o risco é muito baixo. Além disso, há o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que assegura aplicações de até R$ 250 mil
caso o banco quebre.
A rentabilidade dessa aplicação geralmente é baixa, em linha com os títulos públicos. Porém, pode ser maior no caso de ins-
tituições financeiras de menor porte que apresentem maior risco de crédito. A taxa de remuneração oferecida também pode ser
mais elevada se o investidor aceitar comprar títulos com prazos de vencimentos mais longos e portanto ter menor liquidez.
Nesta categoria de investimento estão enquadrados o CDB, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e as Letras de Crédito
Imobiliário (LCI). Podemos incluir aqui também a Poupança, que muitas pessoas, erroneamente, acreditam estar associada a um
risco do governo, quando na verdade envolvem um risco do banco.
Para que você tenha um exemplo bem prático, um CDB emitido por um banco grande paga hoje em torno de 12,12% em um
ano. Já os de instituições menores podem chegar a 16,90% no mesmo período.

Debêntures, os títulos emitidos por empresas


Assim como o governo e os bancos, muitas empresas costumam tomar empréstimos para financiar seus projetos de
médio e longo prazos ou para gerenciar dívidas preexistentes. Comprar os títulos emitidos por elas, chamados debêntures,
pode ser uma oportunidade de obter um bom rendimento.
Neste tipo de investimento, o risco de crédito depende da companhia que toma o empréstimo. Portanto, é importante
se informar bem antes de comprar os papéis. O retorno tende a ser proporcional ao risco. Logo, para riscos maiores, as pos-
sibilidades de rendimento costumam ser grandes, normalmente superiores às de títulos públicos e de bancos. Já a liquidez
pode oscilar conforme as condições do mercado.
A taxa de remuneração das principais debêntures é hoje entre 15,31% e 17,22% ao ano, dependendo da solidez finan-
ceira da empresa emissora. Essa rentabilidade pode ser maior à medida que o prazo também aumente.

52
ADMINISTRAÇÃO

Agora você já conhece o tipo mais comum de investimento: títulos de dívida, que consistem em emprestar dinheiro
em troca de uma remuneração futura. Agora vamos falar sobre outros dois grupos: ações de empresas e ativos reais, como
imóveis.

Investimentos em ações
Lembra daquela história de que sua prima Rosana propôs pegar seu dinheiro emprestado para investir na expansão da
sorveteria? Pois imagine que ela lhe faz uma nova proposta: em vez de pedir um empréstimo, oferece a você uma pequena
participação no negócio.
Você não teria que trabalhar na empresa nem se envolver nas decisões. A gestão continuaria sendo feita pela Rosana.
Seu papel seria entrar com R$ 100 mil e, como recompensa, você receberia uma parte dos lucros futuros. Rosana calcula que
poderia lhe pagar pelo menos R$ 20 mil todo ano, o equivalente a 20% do total investido. No entanto, ela não tem como
garantir esse valor, pois depende diretamente do desempenho da companhia.
O risco que você corre, neste caso, é que a sorveteria não vá tão bem como sua prima planeja e que seu retorno seja
menor do que o esperado ou eventualmente nem ocorra.
Esta é a situação em que você se enquadra quando compra ações de uma companhia de capital aberto, listada na bolsa
de valores, e se torna um sócio minoritário. Você participa de um empreendimento de risco, sem garantia de retorno do
dinheiro aplicado.
Comprar ações é basicamente fazer uma aposta no sucesso de uma empresa. Se tudo correr bem, você, como acionista,
receberá parte dos lucros. Também poderá vender sua participação por um valor maior do que o inicial. Por outro lado,
se o negócio tiver prejuízo ou até mesmo fracassar, você não obterá os rendimentos imaginados e ainda poderá perder o
valor investido.
O retorno deste tipo de investimento não pode ser previsto de antemão, mas costuma ser proporcional ao risco assu-
mido. Ou seja, o investidor está disposto a arcar com perdas em troca da possibilidade de um retorno muito acima do que
seria proporcionado por um título de dívida. Dizemos que o retorno esperado é alto.
Para se ter uma ideia, o índice Ibovespa, principal indicador de ações do mercado brasileiro, teve valorização média de
12,23% ao ano no período desde o início do Plano Real em 1994 até o fim de 2015.  Houve, porém, períodos de forte baixa
e alta durante esse período. O ano mais favorável foi 1999, com alta de 151%, e o pior 1998, com baixa de 41%.
A liquidez das acões varia de empresa para empresa, mas normalmente é alta. Você consegue negociar papeis de com-
panhias abertas a qualquer momento e ter seu dinheiro de volta em três dias.

53
ADMINISTRAÇÃO

Investimentos em ativos reais


Existe um terceiro tipo de investimento que agrupamos num guarda-chuva que chamamos de “ativos reais”. Ele inclui,
por exemplo, a compra de imóveis e a aquisição ou abertura de uma empresa.
Para compreender bem como funciona este grupo, imagine que a prima Rosana viesse com mais uma proposta. Ela
sugere que você compre uma casa avaliada em R$ 100 mil para instalar uma nova loja da sorveteria. Rosana promete pagar
um aluguel de R$ 1.250 todos os meses, totalizando R$ 15 mil ao ano, ou seja, um rendimento anual de 15%. Também diz
que vai reajustar o valor do aluguel a cada 12 meses, compensando a inflação do período.
Como a região em que a casa está vai receber uma nova estação do metrô em breve, são grandes as chances de você
conseguir vendê-la no futuro por um valor bem maior do que o atual. Este é um ponto sem dúvida positivo. Pesa também
aquela sensação que você aprendeu a valorizar desde pequeno de que adquirir um imóvel é um investimento sólido.
Por outro lado, é preciso considerar que, se Rosana por algum motivo precisar desocupar a casa, você corre o risco de
demorar a ter outro inquilino e ficar sem receber aluguel durante algum tempo. Pode também acontecer de você precisar
do dinheiro do imóvel e ter dificuldade para vendê-lo rapidamente e ser obrigado a vendê-lo por um valor menor do que
o de mercado.
Investir em imóveis envolve todas essas variáveis. O risco é considerado moderado. Normalmente, espera-se que os
imóveis se valorizem todo ano, porém eventualmente pode haver situações de exceção que possam levar à depreciação
do bem.
Os rendimentos também são moderados. Entre 2010 e 2015, os imóveis se valorizaram em média 15,69% ao ano (índice
FipeZap). Esse, no entanto, foi um período extremamente favorável para os imóveis que pode não se repetir no futuro e,
portanto, não deve ser tomado como referência absoluta. Soma-se a essa apreciação o rendimento proporcionado pelo
aluguel, que hoje encontra-se em torno de 4,6% ao ano nas regiões metropolitanas.
É importante atentar também para a baixa liquidez, uma característica do investimento não apenas em imóveis, mas
também em outros ativos reais.
Fica claro, portanto, por esse exemplo referente a um imóvel, que o investimento em ativos reais pode oferecer opor-
tunidades interessantes em termos de risco e retorno, mas é preciso ponderar também a questão da liquidez. Você deve
ter certeza de que a combinação desses três elementos centrais para um bom investimento funciona para você e seu ob-
jetivos.21

21 Fonte: www.blog.magnetis.com.br

54
ADMINISTRAÇÃO

Rentabilidade
O ponto de equilíbrio indica a quantidade mínima que deve ser produzida para que a atividade não apresente lucro nem
prejuízo, ou seja, indica o nível em que as receitas se igualam aos custos totais de produção. É um indicador de flexibilidade
e segurança do empreendimento. Por isso, seu cálculo é importante, uma vez que permite visualizar antecipadamente a
quantidade mínima que deve ser produzida e vendida para que a atividade dê bons resultados.

A lucratividade é um indicador que mede o resultado líquido em relação às vendas. É um dos principais indicadores
econômicos das empresas, pois está relacionado à sua competitividade.

55
ADMINISTRAÇÃO

A rentabilidade é um indicador que revela a atrativi- Inicialmente, alguns conceitos devem ser abordados
dade do negócio, pois mede o retorno do capital investido para facilitar o desenvolvimento do trabalho. Assim,
aos sócios. É obtido sob a forma de percentual, por uni- definiremos capital como sendo tudo aquilo que se detém
dade de tempo (mês ou ano), a partir da divisão entre o e seja passível de negociação. Ativo, é o capital próprio
resultado líquido e o investimento total. existente. Passivo, é o capital de terceiros com que se pode
contar. Carteira, é a coleção ou grupo de ativos. Retorno é
total de ganhos ou prejuízos de um investimento durante
um período de tempo. Por fim, investimento como sendo a
transação financeira visando algum retorno.
Assim, faremos um panorama sobre a administração do
risco relacionado a um investimento (ou a um conjunto de
investimentos) com seus processos analíticos de avaliação
e administração desse risco. Assim, devemos começar
com a distinção primitiva entre duas palavras bastante
relacionadas ao assunto: incerteza e risco.
Assim, o custo de capital a ser utilizado como taxa A incerteza é o fato de não se poder prever um dado
de desconto para cálculo do valor presente líquido (e acontecimento futuro.
outras técnicas de análise) em determinado projeto de O risco é a ameaça a existência dos interesses de
investimento de longo prazo deve ser segregado em uma pessoa provocado por alguma incerteza, sendo que,
dois: (a) custo de capital de terceiros e (b) custo de capital normalmente, causa algum prejuízo ou dano.
próprio. Financeiramente, quando tratamos de uma situação de
Ao definir qual taxa de desconto émais adequada para risco as consequências são verificadas por meio de perdas
o cálculo do VPL, um critério possível de ser utilizado pelos ou ganhos. Comumente, a possibilidade descendente do
analistas de projetos de investimentos de capital éconsiderar risco é chamado prejuízo e a ascendente como um ganho.
como taxa de desconto o custo de oportunidade do capital Logo, dependendo da expectativa do investimento, desvios
utilizado no projeto.22 do valor esperado para o retorno podem ser “bons” ou
“ruins”.
Risco e Incerteza Devemos levar em consideração que as características
A impossibilidade de conseguir prever com exatidão de cada individuo estão relacionadas com a aceitação
o futuro, é algo que intriga a humanidade. Os riscos e ou aversão ao risco. Portanto, uma pessoa ao avaliar a
as incertezas a que estamos inerentes, principalmente relação custo benefício (ligado ao risco) pode optar entre
quando estamos tratando com unidades monetárias, que o menor risco com menor retorno ou não, por exemplo.
é o combustível de movimentação do planeta. Por isso, Esse processo de compensação e avaliação das decisões
o cuidado natural que se tem ao analisar cada passo a financeiras tomadas é chamado administração do risco.
ser tomado ao longo de um investimento, passou a ter a Vale ressaltar que o retorno esperado não é o retorno que
necessidade de um padrão, uma mensuração facilitadora os investidores acreditam que necessariamente ganharão,
para as tomadas de decisões. Assim, matematicamente, e sim o resultado da precificação de todos os resultados
o tal processo analítico financeiro capaz de diferenciar a possíveis, reconhecendo que alguns resultados são mais
viabilização de um investimento, tem sua fundamentação prováveis que outros.
em procedimentos estatísticos tais como: desvio padrão, Com isso, o processo de administração do risco, que é
variância, coeficiente de variação, covariância e coeficiente uma gestão (uma análise), é dividido em:
de correlação. • Identificação do risco: tem como fundamento
A maior parte dos riscos que possam afetar o descobrir quais são as exposições ao risco mais peculiares
desenvolvimento das finanças, tanto pessoais quanto que estão ligados ao investimento em análise e que, even-
empresariais, além da caracterização estatística, podem tualmente possam afetar a regularidade do investimento.
ainda estar suscetíveis a princípios chamados fundamentais • Avaliação do risco: trata-se da quantificação dos
para formação de carteiras, nos quais relacionam a riscos, avaliando informações sobre a exposição financeira
existência do risco com a rentabilidade proposta pela (estimativas e probabilidades de acontecimentos).
carteira. Contudo, o principal objetivo do trabalho é • Seleção de técnicas para administração do ris-
identificar, financeiramente, como se define o risco e suas co: inicialmente pode-se evitar o risco não se expondo a
relações com um certo capital disponível, de modo a abrir ele. Pode-se reter o risco absorvendo-o e cobrindo com
um leque de opções para que o gestor possa lidar com recursos próprios, ou por último, transferir os riscos repas-
situações teóricas e reais, partindo do pressuposto que o sando-os para terceiros.
maior retorno alcançado é o mais atratível. • Implementação: coloca-se em ação as técnicas
selecionadas reduzindo os custos.
• Revisão: como a cada momento sua expectativa
pode mudar quanto ao investimento, então se deve rea-
22 Fonte: www.estudio01.proj.ufsm.br – Por Marta valiar todo o processo para evitar retratações tardias que
Von Ende possam ocasionar perdas.

56
ADMINISTRAÇÃO

Há também um critério para transferência do risco, dividido em três partes:


• Hedge: o individuo abre mão da possibilidade de ganho para evitar uma perda.
• Seguro: é pagar um prêmio para evitar uma perda certa.
• Diversificação: assimilação de ativos evitando concentrar seu investimento num só (bastante usado na teoria da carteira).
Quanto à diversificação inicialmente diremos que não se pode reduzir o risco de exposição, mas cria-se um leque de possibilidades
para evitar a perda total do investimento. Trazendo para a linguagem popular, poderíamos dizer: “Deve-se pensar muito bem antes de
se colocar todos os ovos numa única cesta”.23

Aspectos estratégicos e avaliação técnica e econômica de projetos


Um projeto pressupõe uma seria de decisões de efetuar investimento, ou explorar o capital e/ou outros recursos existentes, com
objetivo de obter os benefícios. Para evitar os riscos, otimizar os resultados ou escolher o melhor projeto a decisão de investimento e
necessário efetuar uma analise financeira dos fluxos geridos, da mapa de exploração, plano de investimento etc. (LOPES, 2012)
Lopes explica a importância e a razão dos projetos de investimento pelo aumento dos disponibilidades futuros através de uso
dos presentes, e a importância da analise dos projetos propostos que permitem determinar o futuro da empresa, avaliando o risco
de perda da oportunidade de mercado que lhes deu origem, ou limitando o volume /direção de investimento para evitar o grau
de endividamento que poderá prejudicar a saúde financeira da empresa. Marques explica da igual forma a noção do projeto por
«Intenções» de aplicação dos recursos com finalidade de produzir outros recursos com tendência de aumento da qualidade e/ou
quantidade e/ou reduzir os custos de produção (MARQUES, 2006).
Por outro lado Rebelatto explica a necessidade da planificação e avaliação dum ou múltiplos projetos, onde uma das questões
mais importantes no desenvolvimento dos negócios e a geração e a avaliação de alternativas de investimento. A avaliação do
investimento tem maior importância em especial, nas economias com imprevisibilidade politica e económica (REBELATTO, 2004).
Conforme Neto a planificação do projeto apresente elaboração duma mapa com informação relevante para efetuar uma avaliação
certa, que vai permitir a verificação da viabilidade financeira do empreendimento antes da implementação do investimento (NETO,
2009). Segue o Marques a razão da avaliação financeira do projeto proposto é a determinação da rentabilidade ou determinação
de «um juízo» sobre qualidade técnica e comercial do projeto, onde propõe utilizar os preços de mercado ou preços em termos de
empresa para os estudos de viabilidade (MARQUES, 2006).
Conforme Pereira, no processo de analise de qualquer tipo de projeto de investimento a primeira etapa, sem qual as todas
seguintes etapas estarão comprometidas, e o estudo de viabilidade e propõe como as fazes de avaliação a analise de mercado, a
seguinte e o estudo de viabilidade financeira do projeto (PEREIRA, 2010).
1.1.1 Analise do mercado
Uma das mais importantes etapas na avaliação de um projeto. Esta analisado a demanda ao longo do horizonte do projeto, onde
a previsão correta determina os projetos que podem prejudicar os capitais de investimento, ou determina os projetos com um nível
de rentabilidade atraente.
Marques (2006) propõe como analise do mercado estudar os seguintes fatores que poderão influenciar a demanda: crescimento
da população, crescimento da renda, elasticidade da demanda, elasticidade preço da demanda, distribuição da renda, crescimento da
oferta, sazonalidade das vendas, canais de distribuição, o que torna a analise bastante complexa.
1.1.2 Estudo de viabilidade financeira
Estudo da viabilidade financeira permite determinar a existência de equilíbrio financeiro pelos fluxos financeiros geridos no
futuro. Por outro Pereira determina o fluxo de caixa do projeto como um das ferramentas de maior importância na aria financeira.
Onde o fluxo de caixa do projeto e apresentado em qualidade dum demonstrativo que expõe a capacidade de pagamento atual e
futuro de uma empresa/projeto. Por outras palavras o fluxo da caixa e uma mapa que permite a visualização previa do movimento
dos recursos financeiros (PEREIRA, 2010).
Alves (ALVES, 2012) identifica cinco questões que expressa a analise financeira e um projeto de investimento:
1. Capacidade de mobilizar novos fluxos de capitais, e apoiar a exploração em forma autónoma e solvente;
2. Ponderação verificado entre a exigibilidade das origens e a liquidez das aplicações de fundos;
3. Níveis de rendibilidade;
4. Condições de viabilidade;
5. Natureza e dimensão relativa do risco

Na sequencia das questões mencionadas Alves distribui os indicadores de analise financeira em cinco grupes:

Tabela 1 Indicadores Financeiras Grupes dos


Fonte
indicadores
Estrutura financeira balanço sintético
Equilíbrio financeiro balanço sintético
Indicadores de rendibilidade demonstração de resultados e balanço sintético
Indicadores de viabilidade demonstração de resultados e balanço sintético
Indicadores de risco demonstração de resultados e balanço sintético
Fonte: Alves, 2012

23 Por Diogo Rafael de Arruda

57
ADMINISTRAÇÃO

Marques (2006) explica que o fluxo da caixa (cash-flow) não A taxa mínima de atratividade (TMA) no caso de ava-
e um indicador de lucro ou rendimento/autofinanciamento, liação dos novos projetos de investimento apresente um
mas esta apresentado com a mapa de saldo entre as entradas ponte de partida, onde o TMA apresenta a taxa de refe-
e saídas de fluxos monetários durante da vida do projeto. rencia na analise financeira, e serve com o determinante
Conforme os autores apresentados, a mapa de fluxos da caixa na decisão de acetar ou não o projeto (SCHROEDER, 2005).
esta composta por seguintes variáveis: investimento, custos Segue Schroeder, o custo de capital como a taxa mínima
de exploração, proveitos ou benefícios e tempo. Para uma de atratividade na avaliação de projetos de investimento,
analise objetiva e determinação da rentabilidade correta de o custo de capital serve como a TMA nas analises de pro-
um projeto de investimento tem que por em consideração jetos de investimento para determinar a melhor estrutura
o valor temporal do dinheiro. Assim como um certo volume ou combinação de «fornecedores» de capital, no caso de
da moeda tem o valor qualitativo diferente em dependência escolha da estratégia de formação do capital social. O TMA
do tempo (LOPES, 2012). Conforme Lopes as variáveis (risco, determina desde o inicio a condição da rentabilidade míni-
poder da compra, timing) influencia o valor da moeda da ma exigida para o projeto de investimento.
seguinte forma: A estratégia de investimento e/ou financiamento do
O timing – preferência pelo consumo presente ao projeto influencia o custo do capital (SCHROEDER, 2005) e,
consumo futuro determina a moeda ser mais valia no presente em dependência da estrutura do capital social da empresa,
de que no futuro; Schroeder explica o desvantagem principal do método de
O risco – as moedas seguras valem mais de que as moedas utilização do Capital Medio Ponderado como a TMA, em
com alto nível de risco; dificuldade de utilizar o CMPC global, no caso se a empresa
O poder de compra – a moeda com maior puder da tem vários negócios, limitações em determinação do CMPC
compra valem mais de que a moeda com puder de compra que pode oferecer uma referencia não certa para o projeto
fraco. especifico. Outro desvantagem em calculo do CMPC e
Oldcorn menciona a depreciação do investimento como utilizado como TMA e a assimetria da informação interior
o custo de capital do investimento ao longo da sua vida útil (da empresa) e o mercado (exterior).
estimada e é uma técnica contábil. A depreciação influencia Por outro lado a eficiência do CMPC em qualidade
diretamente os resultados futuros que poderá gerir um projeto. de TMA, em condições que se vai eliminar os riscos
Neste contexto a depreciação apresenta a diferença-chave nos desnecessários tendo em conta só os riscos aceitáveis para
fluxo de caixa atualizada e fluxo de caixa simples (OLDCORN, as fontes financiadoras (SCHROEDER, 2005).
1998). Por outro lado Albertino Marques focaliza atenção por
variáveis assim como inflação, risco e a compensação esperada Período de Recuperação do Investimento
pelo investidor. As variáveis sempre em modificação no tempo Período de recuperação do investimento (Payback)
que diretamente depreciam o valor do investimento. Sem – apresente o prazo de recuperação do investimento
calculo desses promotores, os resultados obtidos da analise da inicial. O payback e uma ferramenta importante na
rentabilidade pode ter as conclusões erradas e conduzir a uma analise de investimento, que esta utilizada pela maioria
decisão que poderá prejudicar a saúde financeira da empresa, das empresas. Conforme Neto (NETO, 2009) o período de
ou capital de investimento. payback apresenta o numero dos períodos necessários
Conforme Oldcorn existe vários métodos e técnicas de para acumular as entradas de caixa para igualar-se ao
avaliação financeira de projeto, para além do fluxo da caixa, investimento.
onde Roger & David concentraram a sua atenção nas três A partir de Titman (TITMAN, 2010), o método do
maneiras de avaliação: Payback esta amplamente ridicularizado entre académicos
1. A taxa de retorno de capital investido; e pesquisadores, mas e muito usado na pratica empresa-
2. Período de recuperação do investimento (Pay Back); rial com uma dos métodos de avaliação de investimento.
3. O fluxo de caixa descontado. A preferência pelos investidores é ter um payback mais
pequeno possíbil. Por outras palavras quanto menor for
A avaliação de projeto confirma a necessidade dum o prazo para recuperar o capital investido melhor. Correia
conjunto de técnicas que determinam os parâmetros de propõe comparar o período payback com o prazo máximo
viabilidade do investimento, e propõem como as principais de retorno do capital aplicado que esta disponível aceitar
métodos de avaliação de projetos, os seguintes: o investidor. Neste contexto a comparação entre o perío-
1. Calculo de Período de Payback (PB) Simples e do payback do investimento e o período máximo aceitável
Descontado pelo investidor pode determinar a decisão sobre o futu-
2. Valor Presente Liquido (VPL) ro projeto. Partilha e mesma opinião da Pereira (PEREIRA,
3. Taxa Interna de Retorno (TIR) 2010)que explica duas decisões logicas em conformidade
4. Analise do Risco (analise de sensibilidade) das duas situações seguintes:
1. A decisão de rejeitar o projeto e no caso quando o
Taxa de Retorno de Investimento prazo de recuperação descontado e maior de que o prazo
A taxa de retorno de capital investido - e uma forma máximo tolerável;
sintetizada de explicar o interesse do investimento apresentado, 2. O projeto será aceito no caso quando o prazo de
por exemplo um projeto com taxa de 20% e mais atraente de recuperação payback descontado será menor de que o
que um investimento com taxa de retorno de 10%. prazo máximo tolerável;

58
ADMINISTRAÇÃO

Roger menciona que os maiores desvantagens do O mesmo afirma Sanvicente (apud Harrison, 1976, p.
método do payback são: 46), quando diz que “em termos mais formais, o ‘payback’ é
a) O método não menciona o volume do lucro que pode o espaço de tempo entre o início do projeto e o momento
gerir o projeto em que o fluxo de caixa acumulado torna-se positivo”.
b) No caso da avaliação dos múltiplos projetos com o No entanto, Sanvicente(1987) faz críticas ao método
payback similar, sem outros indicadores apresenta-se uma pois “ele não leva em consideração a distribuição dos
grande dificuldade na escolha do melhor projeto; fluxos de caixa no tempo dentro do próprio período
c) O período de recuperação apresenta um indicador calculado”. Acrescentando a este fator há também uma
limitado para o gestor do projeto, no caso quando a vida visão restrita, pois “o método não se interessa pelos fluxos
útil do projeto será maior de que o período de recuperação. que ocorrem após a recuperação do investimento” e fica
difícil a visualização de um todo do projeto.
Por outro lado (PEREIRA, 2010) existem as vantagens do O fator interessante desse método é a busca por uma
método como: liquidez mais rápida da empresa, pois determina o prazo
1) A aplicação e a interpretação fácil do método; para a recuperação de investimentos visando chegar mais
2) O período payback apresenta uma medida de risco nos rápido a homeostasia.
termos do tempo, quanto maior o período de recuperação No entanto, tal método não pode ser analisado
descontado, menor a liquidez e vice-versa; isoladamente, pois quanto menos dados se tem para a
3) Período de recuperação pode indicar o grau do risco tomada de decisão, menos precisa esta se torna.
do projeto, quanto menor o payback descontado, menor  
será o risco e vice-versa.24 2. TAXA MÉDIA DE RETORNO (TMR)
A Taxa Média de Retorno (TMR), refere-se a uma
Seleção de projetos de investimento taxa obtida da divisão do lucro líquido médio anual
Os investimentos representam um compromisso de estimulado pelo valor do investimento médio durante
capital da empresa aplicado em algo que lhe traga um a vida útil do projeto. O resultado final é uma taxa que
retorno futuro. Esse retorno ocorre entre dois ou mais anos,
deve ser comparada a taxa mínima requerida decide-se
na maioria das vezes, após o investimento inicial.
pelo descarte da proposta e em caso contrário o inverso
Para tanto é necessário ao Administrador Financeiro da
acontece.
empresa saiba tomar a decisão que melhor sinaliza com os
Tanto Braga(1989) quanto Sanvicente(1987) concordam
objetivos da corporação sempre na busca de torná-la mais
criticamente em um ponto falho deste método assim
competitiva, lucrativa e próspera no mercado.
como o de Payback “por utilizar lucros contábeis em vez
Seguindo esta linha de raciocínio temos que métodos
de entradas líquidas de caixa, e mesmo que o fizesse, o
matemáticos não faltam para a tomada de decisão e este
artigo exemplifica os mais conhecidos: Período de Payback, cálculo com médias anuais desconsidera a distribuição dos
Taxa Média de Retorno, Valor Presente Líquido e Taxa Interna valores no tempo”. Desta forma, mesmo que a taxa média
de Retorno. de um projeto seja, por exemplo, 50% a.a. comparada
No entanto, o bom Administrador Financeiro é também a taxa mínima de 25% a.a. isso não quer dizer que o
um bom Mercadólogo, pois tem que avaliar o momento investimento será recuperado na metade do tempo. Não
atual da Economia e sua tendência, não somente a tendência é por menos que há o período de Payback. Nesse caso o
econômica, mas também, a tendência de seu mercado-alvo. valor exemplificado acima menciona que o projeto será
Junto a esta série de fatores, sempre se deve buscar a melhor viável, pois a taxa média de retorno é maior que a taxa
seleção de projetos que venha ao encontro dos interesses mínima requerida pelo investidor.
da empresa.  
Outro fator de extrema importância para selecionar um 3. VALOR PRESENTE LÍQUIDO(VPL) OU VALOR ATUAL
investimento é o fator tempo. Devido a este fator muitos LÍQUIDO(VAL)
movimentos, poderão fazer com que o valor aplicado e o O Valor Presente Líquido segundo Braga(1989, p.
valor final do projeto mudem de acordo com as perspectivas 286), consiste no método no qual “os fluxos de caixa são
planejadas porque geralmente muitos fatos ocorrem em convertidos ao valor presente através da aplicação de uma
três ou mais anos – tempo médio de retorno da maioria de taxa de desconto predefinida que pode corresponder ao
investimentos – por exemplo, a inflação e os juros. custo de capital da empresa ou à rentabilidade mínima
aceitável em face do risco envolvido”. Em outros termos
Tais métodos mencionados serão mencionados a seguir. significa dizer que “é a diferença entre os valores atuais das
 1. PERÍODO DE PAYBACK ( PAYBACK) entradas líquidas de caixa e os valores de saídas de caixa
Significa, segundo a maioria dos autores, o período de relativas ao investimento líquido”.
retorno de determinado investimento inicial. Geralmente Sanvicente(1987, p. 47), reafirma tal idéia e, relação ao
este retorno deve cobrir o investimento inicial, pelo menos, Valor Presente Líquido dividindo-a em etapas descritas abaixo:
ou, cobrir tal investimento e gerar caixa positivo no período a) Depois de uma série de fluxos de caixa do projeto,
final determinado pela empresa para que isto ocorra. escolher uma taxa de desconto;
b) Com essa taxa transformar os fluxos futuros de caixa
24 Fonte: www.comum.rcaap.pt em valores atuais;
c) Comparar o valor atual das entradas ao valor atual das saídas.

59
ADMINISTRAÇÃO

Se o resultado final(valor atual líquido) for positivo o A orientação é que, utilizando apenas estes métodos
projeto será aceito, pois a taxa de remuneração do capital é apresentados, a melhor indicação será a análise conjunta
superior a taxa de custo de capital da empresa. dos mesmos para que se tenha a visualização global da
Em relação aos métodos anteriores este fornece uma situação de investimento e retorno de um projeto que deve
noção do valor em uma escala de tempo mostrando os ser analisado pela óptica matemática e mercadológica.25
valores líquidos projetados nos períodos.
  Classificação dos projetos de investimento
4. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) A classificação de projetos de investimento, analisados
A Taxa Interna de Retorno (TIR), “é a taxa necessária para sob o aspecto econômico de geração de valor, é utilizada
igualar o valor de um investimento (valor presente) com os com frequência no ambiente corporativo, onde cada
seus respectivos retornos futuros ou saldos de caixa”, ou seja, vez mais existem menos recursos. A necessidade de
é taxa que diz quando o percentual o projeto retornará para classificação de projetos de investimento contribuiu para o
o investidor. desenvolvimento de métodos de avaliação que pudessem,
A Taxa Interna de Retorno é avaliada juntamente com a além de validá-los, classificá-los sob a ótica da geração de
Taxa Mínima de Atratividade(TMA), que define o mínimo que valor para a empresa.
um projeto pode obter de resultado desejado pelo investidor. Autores como Galesne, Fensterseifer e Lamb (1999) e
Se a TIR for maior que a TMA significa que o investimento Brasil (2002) ilustram a dificuldade de enquadrar a situação
é economicamente atrativo, se for igual a Taxa Mínima em dúvida com o melhor método a ser utilizado para tomar
de Atratividade o investimento está economicamente a decisão.
numa situação de indiferença, se for menor que a TMA Métodos como o VPL (Valor Presente Líquido) e a TIR
o investimento não é economicamente atrativo, pois seu (Taxa Interna de Retorno) costumam apresentar, inclusive,
retorno é superado por um retorno de um investimento com resultados antagônicos, o que será demonstrado neste
o mínimo de retorno. estudo.
Matematicamente, a Taxa Interna de Retorno é a taxa Segundo pesquisa efetuada por Fensterseifer e Saul
de juros que torna o valor presente das entradas de caixa (1993, apud Galesne, Fensterseifer e Lamb, 1999), os critérios
igual ao valor presente das saídas de caixa do projeto de de rentabilidade utilizados como critérios principais entre
investimento fazendo com que o Valor Presente Líquido(VPL) as empresas de maior faturamento no setor industrial e de
do projeto seja igual a zero. serviços básicos no ano de 1989, são os métodos oriundos
A fórmula pra encontrar o valor da Taxa Interna de da análise do fluxo de caixa descontado, utilizados por
Retorno, dá-se pela seguinte equação: 67,3% das empresas. A TIR, no entanto, aparece como
sendo o critério mais utilizado, sendo o critério principal
de avaliação de aproximadamente metade (49,6%) das
empresas pesquisadas.
“O prestígio da TIR deve-se, possivelmente, a sua
introdução nos roteiros de projetos do BNDES e do CDI
Na maioria dos casos a TIR, sem outros parâmetros, não em meados da década de 70, permanecendo inabalado
pode ser analisada isoladamente. até os dias atuais, embora o VPL seja apontado pela teoria
Porém, diversos autores afirmam que há um defeito financeira como o mais adequado. Além disso, habitualmente
crítico do método de cálculo da TIR porque “ múltiplos valores os empresários preferem raciocinar em termos de taxa de
podem ser encontrados se o fluxo anual de caixa mudar de retorno e não de uma massa monetária (como é o caso do
sinal mais de uma vez (ir de negativo para positivo e para VPL)”. (Galesne, Fensterseifer e Lamb; 1999, p. 48)
negativo novamente, ou vice e versa) durante o período de Os resultados da pesquisa comprovam que 46% das
análise”WIKIPÉDIA(2004). empresas utilizam mais de dois critérios na avaliação
  da rentabilidade de seus projetos de investimento. As
5. ANÁLISE E CONSIDERAÇÕES FINAIS principais razões apontadas para esse procedimento
Os Critérios de Seleção de Investimentos apresentados são segurança e confiabilidade na tomada de decisões
neste artigo referem-se aos métodos de julgamento para (31,4% das respostas) e de ordem estratégica (13,5%). Esse
identificar se um projeto de investimentos será ou não viável procedimento gerencial pode ser justificado pelo fato de os
economicamente para investidor ou empresa. métodos atuais de avaliação não apresentarem resultados
No entanto, optou-se por apresentar de forma confiáveis em determinadas análises, ou seja, são limitados,
condensada e explicativa as ideias centrais de cada método: prejudicando a análise conjunta, uma vez que desta forma
Payback, TMR, VPL e TIR. os projetos só poderão ser classificados se tomados dois
Há uma complexidade em cada projeto de investimento a dois.
que deve ser analisada juntamente com outros fatores tais
como: setor de atividade da organização, mercado-alvo,
momento e tendências político-econômicas local e global,
acesso a crédito, riscos da atividade, custo de oportunidade,
taxa de juros, inflação, tempo entre outros elementos que 25 Fonte: www.administradores.com.br – Por Gilberto
fazem parte da estrutura de risco do projeto de investimento. Junior Fernandes

60
ADMINISTRAÇÃO

Os Métodos Clássicos de Classificação de Projetos de Investimento


Os métodos clássicos utilizados para classificação de projetos de investimento são:
- Valor Presente Líquido (VPL);
- Taxa Interna de Retorno (TIR);
- Valor Anual Equivalente (VAE);
- Índice de Lucratividade (IL).
Pelo fato de serem amplamente utilizados no ambiente acadêmico, a descrição de cada método será resumida apenas pela
sua definição:
- VPL: consiste em transferir para o instante atual todas as movimentações de caixa esperadas do projeto (receitas e despesas).
A soma algébrica dos valores líquidos envolvidos nos “n” períodos considerados, reduzidos ao instante inicial, descontados à
mesma taxa de juros, considerada como Taxa Mínima de Atratividade (TMA), resulta no VPL dos projetos de investimento.
- TIR: é a taxa que torna o valor presente das entradas líquidas de caixa associadas ao projeto igual ao investimento inicial,
ou, equivalente, à taxa que torna o VPL do projeto igual a zero.
- VAE: também conhecido como Valor Uniforme Líquido (VUL) consiste em distribuir o VPL entre os períodos de vigência do
projeto, ou seja, ele tem como objetivo solucionar a deficiência do VPL em analisar projetos de períodos diferentes.
- IL: consiste em verificar o valor do VPL em relação ao montante investido no projeto, ou seja, significa identificarmos
o “Valor Presente Líquido por unidade de investimento”. Da mesma forma que o VAE, o IL tem como objetivo solucionar a
deficiência do VPL em analisar projetos com investimentos diferentes, mas com prazos equivalentes.

A Tabela 1.1 apresenta as principais características de cada método: sua aplicabilidade e limitações:

Além das restrições descritas acima, autores como os descritos a seguir apresentam outras limitações ao uso dos métodos
clássicos para classificação de projetos em uma cesta restritiva de capital.
A utilização do VPL, por exemplo, para classificação de projetos com períodos diferentes e/ou investimentos iniciais de
diferente monta, provoca uma distorção nos resultados, uma vez que autores como Galesne, Fensterseifer e Lamb (1999) e
Brasil (2002) aconselham adaptações nos projetos com o objetivo de equalizar as propostas em análise. As adaptações mais
recomendadas, para aqueles que desejam utilizar o VPL como ferramentas são as seguintes:
- para períodos diferentes: replicar os projetos até o MMC (mínimo múltiplo comum);
- para investimentos iniciais diferentes: analisar a viabilidade dos projetos incrementais, subtraindo o projeto de menor
investimento do projeto de maior investimento.

61
ADMINISTRAÇÃO

Alguns autores, como Brasil (2002), consideram o VPL = Com a utilização do ILA é possível classificar projetos
0 e a TIR = TMA (taxa mínima de atratividade) como sendo diferentes sem realizar adaptações ou alterações nos mesmos,
uma alternativa de rejeição do projeto. O fato de o projeto mantendo a integridade dos projetos, sendo esta a sua principal
não ser superior ao esperado, não significa que ele seja característica. O Índice de Lucratividade Anualizado de um
inviável. Por exemplo: em uma análise onde todos os outros projeto que pode ser representado pela expressão:
apresentarem VPL negativo, aquele que apresentar VPL = 0
pode ser classificado como o único viável, pois retornou o
investimento capitalizado à taxa solicitada.
Assim como o VPL apresenta limitações quanto à
característica dos projetos, a TIR possui limitações intrínsecas:
- reinvestir à própria taxa TIR: o método VPL supõe que
a taxa à qual os fluxos de caixa podem ser reinvestidos é o
custo de capital (TMA utilizada), ao passo que a TIR supõe,
implicitamente, que a empresa tem a oportunidade de
reinvestir os fluxos de caixa à própria TIR (o que na maioria
das vezes é inviável pois a TIR é exclusiva do projeto em
questão).
- TIR´s múltiplas: por ser a raiz de uma equação, um A equação (3.1) também pode ser escrita da seguinte forma:
projeto apresentará tantas TIR´s quantas forem as mudanças
de sinal ao longo dos períodos. Ou seja, um projeto com
um investimento inicial e outro fluxo negativo em qualquer
instante, terá, pelo menos duas TIR´s, taxas que zeram o VPL.
Para solucionar estes problemas, surgiu a TIRM – Taxa
Interna de Retorno Modificada – a qual prevê a utilização da
TMA para levar todas as saídas de caixa ao Valor Presente
(instante inicial) e todas as entradas de caixa ao Valor Futuro
(último período de vida útil do projeto).
Autores como Kelleher e Maccormack (2005), mesmo
acreditando que a maneira mais fácil de evitar problemas
com a TIR é deixar de utilizá-la, apresentam como solução,
considerada imperfeita, a utilização da TIRM.
Segundo Galesne, Fensterseifer e Lamb (1999), se os
dirigentes da empresa puderem obter todo o capital necessário onde,
à realização de todos os seus projetos de investimento ILA = Índice de Lucratividade Anualizado;
rentáveis, poderíamos, no limite, nos desinteressarmos pela Rt = entradas de caixa (receitas) esperadas durante o
ordem de classificação. período t;
Entretanto, esta é uma visão utópica. Usualmente, Dt = saídas de caixa (despesas) esperadas durante o
projetos são engavetados à espera de recursos financeiros período t;
e, quando estes aparecem, os projetos precisam ser refeitos, i = taxa de juros ou taxa de desconto (TMA);
pois se tornam obsoletos. n = vida útil do projeto.
Em alguns projetos, o VPL apresenta contradição com a
TIR. Contribuindo para solucionar o impasse de não precisar
definir entre VPL e TIR para classificar projetos, verifica-se
a necessidade de uma metodologia capaz de traduzir qual
projeto, dentre pelo menos dois, é o melhor para a empresa.

O Método ILA – Índice de Lucratividade Anualizado


Todos os métodos descritos anteriormente, apresentaram
limitações na sua utilização, seja pelas características dos
projetos em análise (VPL;VAE;IL), seja pela própria forma de
cálculo (TIR).
O método do Índice de Lucratividade Anualizado (ILA)
consiste em distribuir anualmente o valor do VPL por unidade
de investimento do projeto, durante toda a sua vida útil, ou
seja, é um derivativo de segunda ordem do Valor Presente
Líquido e tem como objetivo solucionar simultaneamente as
duas limitações do VPL: projetos com investimento e prazo
diferentes.

62
ADMINISTRAÇÃO

Por ser a junção de dois métodos secundários (Figura 3.1), que foram concebidos para sanar as falhas do VPL, aconselha-
se a utilização deste método para qualquer situação em análise, uma vez que o mesmo mantém coerência com o VPL, para
projetos de mesmo investimento e prazo, e com os demais métodos secundários, projetos com investimento ou prazo de
duração diferente.

Exemplo de Utilização para Classificar Projetos com Restrição Orçamentária


Conforme descrito no item anterior, ao utilizar o método ILA a empresa atinge uma cesta ótima de investimentos, sem
precisar realizar a análise por programação linear, atingindo um valor de massa monetária acumulada superior ao atingido
pelos outros métodos.
Supondo que uma empresa possui 26 (vinte e seis) projetos definidos como sendo projeto de A a Z e esperando
financiamento. As características dos projetos estão descritas abaixo:
- Todos os projetos apresentam VPL positivo, se retornados por uma TMA de 10%;
- Por serem projetos de uma mesma empresa, estima-se que os mesmos não variem muito no que diz respeito ao
volume de VPL adquirido. Por este motivo, determinou-se que os projetos retornariam um VPL positivo entre 50 e 100;
- Os projetos apresentam prazos e períodos diferentes.
A Tabela 3.1.1 apresenta os projetos imaginados para a empresa, os quais necessitam de classificação econômica para
utilização dos recursos disponíveis.

63
ADMINISTRAÇÃO

As restrições da empresa para a classificação da cesta são as seguintes:


- Restrição orçamentária de $10 milhões.
- Os projetos não podem ser duplicados e devem ser realizados em sua totalidade.
Os resultados da classificação dos projetos com base nos métodos descritos na Tabela 3.1.1 são apresentados na Tabela 3.1.2:

Ao analisar a Tabela 3.1.2 verifica-se que o método ILA foi o método que apresentou o maior retorno em termos de massa
monetária (VPL da cesta de projetos) ao utilizar 9,7 milhões de capital investido. Os demais projetos, além de apresentarem um VPL total
menor, não conseguiram distribuir o investimento total em vinte diferentes projetos, o que contribui para a redução do risco sistêmico.

Enfim, em uma realidade cada vez mais escassa de recursos que possam financiar novos projetos para lançar as empresas
em ambientes mais seguros, afastando-as do perigo da obsolescência e da competitividade, a utilização de um método eficaz de
classificação de projetos é fundamental.
Mesmo com todas as críticas existentes sobre a utilização errônea da TIR (ver Kelleher & Maccormack, 2005) os dirigentes, por
necessidade, acabam por utilizá-la e, muitas vezes, fazem adaptações no método (TIRM) com o objetivo de reduzir as distorções
encontradas.
O método ILA, conforme visto neste estudo, é capaz de classificar projetos diferentes sem que os mesmos sofram alterações,
adaptações, replicações, mantendo a integridade dos eventos e atingindo uma classificação coerente com as metodologias usualmente
utilizadas em casos específicos (VPL-VAE-IL).
Nos casos específicos, onde o dirigente deve decidir entre dois projetos, a análise pode ainda ser feita pelos métodos usualmente
utilizados, ou seja, o ILA não cancela a utilização de nenhum método, apenas auxilia na classificação de cestas com mais de dois
projetos.
A classificação de projetos, tomados dois a dois, conforme visto nos itens anteriores, pode ser realizada pelo método que mais se
adapte às condições de análise. Portanto, os métodos recomendados para cada análise de investimento, conforme as características
intrínsecas dos projetos, são descritos na Tabela 4.1:

A Tabela 4.1 não limita a análise a apenas dois projetos. Se os projetos de uma cesta de investimentos mantiverem as características
descritas acima, os demais métodos são válidos.
A classificação de projetos pelo ILA proporciona uma visão de classificação dos projetos e os seus respectivos retornos por
unidade de investimento, dando prioridade para projetos menores em detrimento de projetos maiores com retornos inferiores. Após
a classificação, o dirigente é capaz de montar a sua cesta ótima de investimentos, utilizando programação linear, tendo em vista a sua
restrição orçamentária. Com o uso de softwares, como por exemplo o Solver do Excel®, o dirigente pode destinar investimentos em
projetos mais rentáveis e, com a utilização do ILA, esta cesta estará coerente com a Teoria de Portifólio de Markowitz (Brealey & Myers,
1981), pois ao dar prioridade para projetos menores, reduz consideravelmente o risco individual de cada projeto financiado.

64
ADMINISTRAÇÃO

Como sugestão para estudos futuros, considera-se As corporações compram e vendem derivativos para
interessante a realização de estudos de métodos de avaliação proteção à exposição aos riscos existentes, tais como
e classificação de projetos de investimento que apresentem flutuações nos preços do commodities, taxas internas e
equações estruturais capazes de satisfazer, simultaneamente, taxas de trocas internacionais. Os derivativos podem incluir
aspectos econômicos e estratégicos, específicos para cada opções de troca, futuros, antecipações e trocas.
empresa. Desta forma, pode-se reduzir a distância existente Em razão destas questões, os administradores
entre as áreas financeiras e de marketing, pois alinhar-se-ão as financeiros deparam-se freqüentemente com 02(duas)
estratégias de investimento, rentabilidade e competitividade. questões essenciais:
Alternativamente, sugere-se a busca de um método de • Qual a proporção do lucro deve ser investido na
classificação de projetos capaz de relacionar e sincronizar as companhia antes da distribuição os dividendos aos acio-
decisões estratégicas do Balanced Scorecard (por exemplo) com nistas; e
as decisões financeiras da empresa.26 • Qual a proporção da dívida deve ser financiada
antes da respectiva distribuição.
Financiamentos Corporativos
A primeira e mais importante fonte de recursos financeiros
A resposta à primeira pergunta depende da política de
são as ações comuns. Os acionistas detentores deste tipo de
dividendos da companhia. Já a segunda depende de sua
ação são a própria companhia, pois além de votarem questões
importantes e comporem - na maioria das vezes - o conselho política de financiamento.27
de administração, recebem dividendos resultantes dos lucros
da companhia ou absorvem seus resultados negativos. Para a
obtenção de recursos financeiros adicionais, as companhias
costumam distribuir aos acionistas portadores das ações
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES
comuns novos lotes de ações ou reinvestir a lucratividade obtida, FINANCEIRAS.
aumentando desta maneira o valor patrimonial da companhia.
A segunda fonte de recursos financeiros são as ações
preferenciais. Estas ações são conhecidas pela preferência no O objetivo da Análise de Balanço é oferecer um diag-
pagamento dos dividendos resultantes do lucro da companhia. nóstico sobre a real situação econômica-financeira da or-
Entretanto, tais dividendos - em alguns casos - são distribuídos ganização, utilizando relatórios gerados pela Contabilidade
somente após o recebimento pelos acionistas das ações comuns. e outras informações necessárias à análise, relacionando-se
Especialistas na área de direito tributário costumam dizer que prioritariamente a utilização por parte de terceiros.
as ações preferenciais são semelhantes às ações comuns. Isto O produto da análise de Balanço é apresentado em
significa que tais dividendos são isentos de tributação. Por esta forma de um relatório que inclui uma análise da estrutu-
razão, as preferenciais são menos populares que as ações de ra, a composição do patrimônio e um conjunto de índices
dívida. e indicadores que são cuidadosamente estudados e pelos
A terceira fonte de recursos financeiros são as próprias ações quais é formada a conclusão do analista.
de dívidas. Os devedores são autorizados a efetuar pagamento As informações da análise de balanços estão voltadas
dos juros e, ao final, pagamento do principal. Se forem para dentro e fora da empresa e não se limitam apenas a
insolventes, a companhia quebra. Desta maneira, são obrigados cálculo de meros indicadores de desempenho.
a vender parte do patrimônio para honrar tais compromissos ou Para que a análise possa espelhar a realidade de uma
operarem sobre novos negócios. empresa, é necessário que o profissional de contabilidade
A variedade dos instrumentos de dívida da companhia é
tenha certeza dos números retratados nas Demonstrações
infinita. São classificados por:
Contábeis e quem efetivamente espelham a real situação
• Maturados;
líquida e patrimonial da entidade.
• Provisões de re-pagamento;
No levantamento dos Balanços e das demais De-
• Antiguidade;
• Segurança; monstrações Contábeis, que no Brasil são intituladas de
• Risco padrão; Demonstrações Financeiras, são necessários vários proce-
• Taxas internas; dimentos que estão detalhados nas NBC - Normas Brasi-
• Procedimentos de distribuição; e leiras de Contabilidade, na Lei das Sociedades por Ações,
• Dívida corrente. no Regulamento do Imposto de Renda e em normas do
expedidas pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de
A quarta fonte de recursos financeiros são as opções. Elas Valores Mobiliários.
não podem ser separadas do balanço patrimonial da companhia. Então, para que o contabilista possa fazer uma perfeita
A opção simples é a justificativa dada pelos acionistas na compra análise do balanço, ele necessita saber se foram observa-
de uma ação com preço e data certos. São vendidas como parte dos todos os procedimentos recomendados pelas normas
de um pacote com dívida. Títulos conversíveis é a segurança em vigentes, sendo um destes requisitos a realização de
oferecida ao acionista na conversão de suas ações. Desta maneira, auditoria financeira, fiscal, tributária e operacional.
operam com uma composição de dívidas e opção simples.
26 Fonte: www.abepro.org.br - Por Alexandre Lerch
Franco/ Oscar Claudino Galli 27 Fonte: www.economiabr.net -Por Ivan Pricolli Calvo

65
ADMINISTRAÇÃO

A análise de balanços é uma das principais ferramentas É importante salientar que o analista de balanço cor-
para auxiliar a tomadas de decisões e pode ser dividida em: re o risco de oferecer parecer ou apresentar índices que
a) Análise Contábil – tem por objetivo a análise de rela- poucos subsídios darão aos usuários de suas informações
tórios e demonstrações com a finalidade de fornecer infor- e que estas podem ser imprecisas ou enganosas. Assim
mações numéricas preferencialmente de dois ou mais pe- acontecendo, o analista de balanços poderá ser respon-
ríodos de modo a instrumentar os administradores e acio- sabilizado pelas informações prestadas, se o investidor ou
nistas, entre outros, que estejam interessados em conhecer credor sofrer prejuízos. Observe também que empresas de
a situação da empresa para que possam tomar decisões. A auditoria, apesar de toda sua experiência, também já fo-
Análise Contábil subdivide-se em: ram ludibriadas e sofreram sanções. Por esse motivo, pelo
• Análise de estrutura; menos uma das norte-americanas famosas foi obrigada a
• Análise de evolução; fechar suas portas. As Agências Classificadoras de Risco,
• Análise por quocientes; conhecidas como Agências de Rating também estão su-
• Análise por diferenças absolutas. jeitas a processos judiciais caso eventuais informações im-
b) Análise Financeira – é a tradicionalmente efetuada precisas venham a causar prejuízos a pessoas ou entidades
através de indicadores para análise global e a curto, médio que se utilizem de suas informações profissionais.28
e longo prazo da velocidade do giro dos recursos.
c) Análise da Alavancagem Financeira - é utilizada para Demostrações financeiras e suas análises
medir o grau de utilização do capital de terceiros e seus Consiste no exame pormenorizado dos componentes
efeitos na formação da taxa de retorno do capital próprio. patrimoniais (contas e grupos de contas), comparando-
d) Análise Econômica – é utilizada para mensurar a lu- os entre si e em relação a seus similares em outras
cratividade, a rentabilidade do capital próprio, o lucro lí- demonstrações contábeis.
quido por ação e o retorno de investimentos operacionais.
Portanto, a verdadeira análise das Demonstrações Objetivos:
Contábeis deve abranger: A análise de balanços objetiva extrair dos demonstrativos
• A avaliação de Ativos (Circulante, Realizável de contábeis informações capazes de orientar o analista
Longo Prazo e Permanente) e Passivos (Circulante e Exigível
e demais interessados a tomar decisões adequadas na
a Longo Prazo) utilizando-se os princípios e demais regras
gestão da entidade. .
constantes das Normas Brasileiras de Contabilidade, da Lei
Podem-se listar, entre outras, as seguintes informações
das S/A, do Regulamento do Imposto de Renda;
produzidas pela Análise de Balanços.
• A análise das receitas e despesas, principalmente
01 - Situação financeira
no que se refere à apuração de fraudes documentais com o
02- Situação econômica
intuito de manipulação de resultados;
• A verificação e a apuração de ações administrati- 03 – Desempenho da entidade
vas ou judiciais tanto ativas como passivas de cunho traba- 04 – Níveis de endividamento
lhista, previdenciário, fiscal e tributário; 05 – Eficiência na utilização dos recursos
• A avaliação de riscos e de capital mínimo, no caso 06 – Pontos fortes e fracos
das instituições do SFN, segundo a Resolução CMN 2099 07 – Tendências e perspectivas
(Acordo da Basiléia), incluindo limites de endividamento, 08 – Quadro evolutivo
de risco e capital mínimo e de imobilização e de determi- 09 – Causas das alterações na situação financeira .
nados tipos de operações. 10 – Causas das alterações na rentabilidade
No universo de analistas de balanço também existem 11 – Evidência de erros da administração
profissionais que têm competência técnica e legal e que
querem fazer a coisa tecnicamente perfeita e de forma ab- 12– Avaliação de alternativas econômico-
solutamente séria. O grande problema é que os profissio- financeiras futuras.
nais de contabilidade enfrentam enormes dificuldades para
conseguir desempenhar essa função de analista de balan- A Análise Horizontal e Vertical é a forma mais comum
ços, que os leigos não conseguem medir por absoluta falta de expressar a análise das demonstrações  contábeis,
de competência técnica e legal. pois, apesar de sua simplicidade, elas irão destacar as
Entre as dificuldades, estão principalmente: variações mais importantes  no Balanço Patrimonial e na
• A falta de clareza das demonstrações contábeis e Demonstração de Resultado do Exercício. 
a falta de informações mais precisas nas notas explicativas   
e em outras peças auxiliares dos balanços; Análise Horizontal 
• A falta de vontade dos representantes de algumas   Essa análise é denominada horizontal porque se
entidades de prestar as informações necessárias para que o baseia na evolução dos saldos das contas ao longo dos
profissional especializado possa efetuar a perfeita análise; anos. A comparação ocorre entre os mesmos elementos
• A falta de auditoria operacional, patrimonial, fi- patrimoniais, porém  em exercícios diferentes. Essa
nanceira, fiscal e tributária das demonstrações contábeis metodologia propicia o conhecimento dos detalhes
das entidades de capital fechado e das demonstrações financeiras. 
• A falta de credibilidade nos pareceres emitidos por 28 Fonte: www.portaldecontabilidade.com.br – Por
alguns auditores “independentes”. Reinaldo Luiz Lunelli

66
ADMINISTRAÇÃO

A análise horizontal tem como principal objetivo evidenciar o crescimento ou a redução de itens dos demonstrativos
contábeis ao longo dos exercícios sociais para caracterizar tendências. 
Mostra a evolução de cada conta das demonstrações financeiras e, pela comparação entre elas, permite tirar conclusões
sobre a evolução da empresa. 

Metodologia de Análise:
O cálculo é bastante simples. O primeiro ano, que é o mais antigo, será considerado ano base e todos os seus valores
serão considerados iguais a 100. Todos os demais valores dos anos subsequentes serão um percentual desse valor base. 

Formula: Valor atual do item/Valor do item no período base - 1 x 100 

Exemplo:

Observe que o ano de 2003 nesse exemplo é o ano base. 


Circulante do ativo 2004 : R$1.052.908/823.230= 1,2789 - 1 = 0,2789 x 100% = 27,9% 
E é dessa forma sucessivamente.

67
ADMINISTRAÇÃO

Na DRE: O calculo é realizado da mesma forma. 


Veja o exemplo:

Análise Vertical 
A Análise Vertical mostra a importância de cada conta em relação à demonstração financeira a que pertence e, através
da comparação com padrões do ramo ou com percentuais da própria empresa em anos anteriores, permite inferir se há
itens fora das proporções normais. 
Ela permite avaliar as estruturas de composição de itens de um demonstrativo contábil, buscando  evidenciar
as participações dos elementos patrimoniais e de resultado dentro de um total.  A metodologia consiste em calcular o
percentual de cada conta em relação ao um valor base. Na análise de vertical de um Balanço calcula-se o valor percentual
de cada conta em relação ao total do Ativo. 
 Formula: Conta(ou grupo de contas)/Ativo total(ou passivo total) x 100 

68
ADMINISTRAÇÃO

 Exemplo: 

Circulante do Ativo: 823.230/1.782.464= 0,4618 x 100% = 46,2% 


E assim sucessivamente de acordo com a formula. 

69
ADMINISTRAÇÃO

Na DRE: No cálculo da Análise vertical da Demonstração A doutrina contábil é a face científica desse encontro
do Resultado do Exercício (DRE) a base pode   ser a fértil entre a realidade e o modelo para acolhê-la e
receita bruta ou a receita líquida. No exemplo a seguir, descrevê-la. Do lento, mas maravilhoso crescimento
consideramos como base a Receita  Líquida de vendas.29 multiforme, nascem, primeiramente, a escrituração e, mais
tarde, a ciência contábil e, portanto, sua doutrina.
O irromper das questões práticas, que devem ser
resolvidas a fi m de a Contabilidade ter sua função na vida
real das organizações e das entidades, de forma alguma
pode perturbar, mas sim potencializar, as especulações
teóricas enquanto ciência.
Não se pode esquecer que a Contabilidade, genuína e
amplamente explicada por teorias de caráter científico, tem
sua faceta prática, extremamente importante, que é a de
servir como instrumento de accountability, de avaliação
da entidade e de seus gestores, da prestação de contas
destes e como insumo básico para a tomada de decisões
dos agentes econômicos, tanto internos quanto externos à
entidade. Talvez, seu caráter científico, na verdade, repouse
exatamente no entrelaçamento harmônico e conceitual
de seus objetivos, acima delineados, e não em visionárias
concepções fundadas no vazio de uma lógica formal fria,
infértil e privada de consequências.
A urgência na procura de modelos que sirvam
para a solução de problemas reais só pode acelerar o
desenvolvimento da Contabilidade. Na verdade, as técnicas
são os braços, no mundo real, das doutrinas, da mesma
forma que o desenvolvimento tecnológico é a consequência
da pesquisa pura.
Há os que se comprazem em fazer recair suas concepções
teóricas num mundo abstrato e distante da realidade, de
uma ciência que a si se basta, sem se lembrarem que essa
disciplina nasceu das necessidades prementes de gestores,
comerciantes, banqueiros, agentes econômicos de maneira
geral, à procura de um modelo descritivo, primeiramente, e,
com sua evolução, previsional, para o mundo dos negócios.
CONTABILIDADE: CONTABILIDADE GERAL, E sem se lembrar que a validação de qualquer teoria contábil
se dá única e exclusivamente pela sua utilidade gerada
CONTABILIDADE DE CUSTOS, CONTABILIDADE perante os usuários no mundo prático.
GERENCIAL. Hendriksen e Van Breda (1999:39) pontificam: [...] A
contabilidade é um produto do Renascimento Italiano. As
forças que conduziram a essa renovação do espírito humano
A Contabilidade, campo de conhecimento essencial para foram as mesmas que criaram a contabilidade [...]
a formação dos agentes decisórios dos mais variados níveis, Na verdade, os autores acima se referem à Contabilidade
é fruto concebido da relação entre o desenrolar dos fatos como hoje a conhecemos (como sistema de escrituração
econômico-financeiros e sua captação e processamento e posteriormente de informação), pois suas formas mais
segundo os paradigmas de uma metodologia própria e rudimentares já se evidenciavam há muito mais tempo.
potencializada pela racionalidade científica. Logo, a pedra Mas, que forças foram essas a não ser a conjugação
fundamental que apoia e sustenta o edifício contábil pode de espiritualidade e racionalidade casadas com a vibrante
ser definida como “a contabilidade seguindo, relatando atividade comercial das cidades do norte da Itália, como
e respeitando a essência dos eventos econômicos que Gênova, Veneza, Pisa e Florença, entre outras?
captura e mede”. Claramente, a contabilidade, antes de ciência, foi, em
A capacidade de capturar, primeiro, a ocorrência dos seus inícios, um sistema completo de escrituração.
eventos econômicos que impactam em um determinado O método das partidas dobradas, base do sistema,
estado de riqueza, depois a de precificá-lo e, por último, de encontra seus registros iniciais já em 1299-1300 em uma
comunicar seus efeitos, é o desafio a que a Contabilidade empresa de mercadores de Florença e uma forma mais
está, não apenas preferencialmente, mas de fato completa, em 1340, na cidade de Gênova.
unicamente, habilitada a enfrentar, apoiando-se sempre Está-se a falar, ainda, de sistema de escrituração e de
em disciplinas afins dentre as quais o Direito, a Economia, método das partidas dobradas. Por enquanto, naquelas
os Métodos Quantitativos e a Ciência da Informação. antigas eras, eram sinônimos de contabilidade. Faltava muito,
29 Fonte: www.facil-contabilidade.blogspot.com.br entretanto, para o nascimento da ciência da contabilidade.

70
ADMINISTRAÇÃO

Fica, assim, bem patente, desde seu “renascimento” como os objetivos, é preciso um processo de comunicação claro
sistema perfeitamente desenvolvido, que a contabilidade no qual o usuário perceba com nitidez o que a linguagem
da época era a resposta às necessidades práticas dada pela contábil quer transmitir. Essa última parte do processo está
criatividade do ser humano em desenvolver técnicas para longe, ainda, de ter sido resolvida eficientemente, pois
resolver problemas reais. envolve transmissor e receptor, ruídos de informação,
capacidades distintas de absorção do significado da
OBJETO E OBJETIVOS informação transmitida etc. Está a desenvolver-se, nos
O entrelaçamento entre o que se pretende alcançar em últimos decênios, o estudo da Semiótica Contábil, parte
Contabilidade e o contexto patrimonial dentro do qual se aplicada da Teoria da Comunicação, com resultados
desenvolvem os efeitos dos eventos que são registrados prometedores, mas ainda incipientes. Por outro lado, não
deixa não muito clara, às vezes, a diferença entre objeto e existem pesquisas conclusivas apontando que efeito se
objetivos da Contabilidade. teria na qualidade das decisões por parte dos usuários, se,
Na visão destes ensaístas, os objetivos têm um em vez da Contabilidade, outra fosse a fonte de informação
alcance e uma hierarquia muito mais amplos do que o econômico-financeira sistemática. Note-se, todavia, que os
objeto. Objetivo é onde se quer chegar e quem se quer usuários não se utilizam apenas da informação contábil
encontrar; objeto representa o contexto formal da estrutura para suas avaliações e decisões, atualmente.
patrimonial que se altera à medida que os eventos são O objetivo nasce da necessidade dos usuários.
captados e registrados pela técnica contábil. O objeto, o patrimônio, é a grande resposta contábil.
Suponha-se, assim, que o objetivo da Contabilidade O núcleo através do qual, se o contador for além da mera
seja o de transmitir, de forma inteligível e inteligente, equação patrimonial histórica, se contemplar os desafios do
informação estruturada de natureza econômico-financeira, valor em lugar do custo, introduzindo as noções de custos
física, de produtividade e social aos vários grupos de imputados e econômicos, de custo de oportunidade,
usuários da informação contábil, para sua avaliação e de valor do dinheiro no tempo, aprofundando a análise
decisões informadas, conforme a definição da Estrutura dos elementos patrimoniais pelo seu Value at Risk e
Conceitual Básica da Contabilidade da CVM, ligeiramente pela pluralidade dos resultados possíveis em face da
adaptada: conquanto se possam discutir variantes, no que se
variabilidade das premissas subjetivas inerentes, terá
refere aos objetivos, poucos contestarão a definição. Surge,
construído um modelo de validade científica comprovada,
agora, a questão: será que a forma como a Contabilidade,
único, como avaliador do desempenho de uma entidade.
em sua função de sistema receptor, processador e
Note-se que alguns autores, como Broedel Lopes (2002),
transmissor dos resultados de eventos e transações, obtém
consideram que o patrimônio não pode ser o tecido
essas informações seria a única viável ou possível? Parece
científico da Contabilidade, pois quem define patrimônio é a
que não, pois se poderia, através de outro sistema ou até
própria contabilidade. Isso faria recair o campo dos eventos
mediante outra técnica que não a contábil, transmitir aos
usuários informações de natureza tal que, de alguma forma, a serem estudados pela ciência contábil, efetivamente,
suprissem as necessidades dos usuários. Apresentando no estudo da informação, ligado aos objetivos, e não no
outro exemplo e analogia, suponha-se que o objetivo seja patrimônio, propriamente. Na verdade, como foi visto, o
o de se chegar a um determinado destino: poder-se-ia patrimônio é a forma primária (o acompanhamento de sua
chegar de avião, de automóvel ou até andando. Variarão evolução no tempo) que a Contabilidade escolheu para
o tempo, o custo, o conforto, a segurança, mas o objetivo iniciar o processo de geração de informações úteis para os
final poderá ser alcançado por qualquer forma. usuários.
Objetivo e objeto, todavia, estão intimamente
ligados em Contabilidade. A natureza única e distinta da Resumidamente:
Contabilidade, como técnica e ciência, é a ligação entre OBJETO
objetivos (o quê fazer, aonde chegar) e o objeto (a estrutura O objeto da Contabilidade é o patrimônio das entida-
viária (patrimonial) que levará a alcançar o objetivo). des. Patrimônio administrável e em constante alteração.
Por estranho que possa parecer, talvez o fato de os
objetivos poderem ser atingidos, pelo menos em parte, OBJETIVOS
através de outro campo de conhecimento, que não o - Controlar o patrimônio das entidades
estritamente contábil, realce a força o modelo contábil e - Apurar o resultado das entidades
da integração entre objeto e objetivo. Só a Contabilidade - Prestar informações sobre o patrimônio, sobre o re-
consegue atingir os objetivos propostos, de forma sultado das entidades aos diversos usuários das informa-
sistemática e com uma relação custo/benefício favorável, ções contábeis.
através de sua técnica formal de captação, registro, Entidade é qualquer pessoa física ou jurídica detentora
acumulação e comunicação de informações contábeis. de um patrimônio. Modernamente as finalidades da Con-
Assim, o objeto da Contabilidade, ou seja, o tabilidade são reunidas em duas:
patrimônio e suas variações quantitativas e qualitativas, - Planejamento - a informação contábil pode ser um
é a resposta ou a forma mais inteligente, conforme a forte suporte para o planejamento e, mais ainda, quando
aceitação da própria sociedade (pois, se assim não fora, estabelecendo padrões, torna claras situações futuras.
ela teria se casado com outro parceiro), de se atingirem - Controle - está ligado à análise das definições adota-
os objetivos. Note-se, todavia, que, antes de se atingirem das pela organização.

71
ADMINISTRAÇÃO

AS VÁRIAS ABORDAGENS À CONTABILIDADE para fins de dedutibilidade pelo Fisco. Como se viu, longe de
A Contabilidade pode ser visualizada conforme várias padronizar, essa prática aumenta a assimetria informacional
abordagens, enfoques, o “approach” dos povos de língua entre empresa e mercado. Embora a Lei das S/A tenha
inglesa. Conquanto nenhuma das várias abordagens seja tentado separar Contabilidade Fiscal da Societária, a
sufi cientemente ampla e densa para explicar toda a prática influência fiscal é assombrosa e reflete, também, um certo
contábil, elas lançam luzes e fazem vislumbrar aspectos grau de comodismo e conformismo dos contadores, muito
interessantes e peculiares. típicos da tradição emanada do direito romano-germânico.
Não se tratará, neste trabalho, de todas as principais Na verdade, a
abordagens, nem mesmo da maior par te delas, pois estão Lei, no caso, permite a utilização de outras taxas na
devidamente tratadas nos textos de Hendriksen e Van Contabilidade Societária, mas a tradição legal é tão forte
Breda (1999) e Iudícibus (2004). Apenas, invadir-se-á o que os contadores não se utilizam da prerrogativa.
âmago de algumas delas, sob alguns aspectos que melhor O tratamento contábil que ainda se dá às operações de
explicam a evolução da espécie contábil. arrendamento mercantil financeiro (apesar da tímida, mas
Assim, à luz da moderna teoria positiva da louvável investida do Conselho Federal de Contabilidade
Contabilidade, alguns conceitos, princípios e abordagens sobre o assunto – não seguida na prática), ao “sale-
podem ser questionados. A abordagem ética, nesse lease-back”, a muitos provisionamentos (quando não
sentido, pode ser objeto de contestação, pois, no pano dedutíveis, é claro), às subvenções para investimento (em
de fundo das pesquisas sobre mercado de capitais, o fato desacordo com as práticas mundiais), às vendas (com
de os agentes econômicos sempre procurarem o melhor base, comumente, nas emissões de notas fiscais e não
para si, em termos econômicos, não deixa muita margem no momento econômico em que a receita é “ganha” ou
para valores como ética, justiça, distribuição social e outros. auferida pelo agente ou entidade, principalmente no
Cada um age de acordo com o que é melhor para sua caso dos serviços) etc. são alguns dos exemplos dessa
situação econômica. preponderância das regras fiscais sobre as informações
Como disciplina eminentemente social, todavia, a econômicas que deveriam estar efetivamente refletidas nas
Contabilidade não pode ser imoral ou privilegiar, em demonstrações contábeis.
prejuízo de outros, certos stakeholders. Veja que se disse Inadequação da Abordagem Macroeconômica:
[...] em prejuízo de outros. Isso significa que não se pode Frequentemente apontada como inteligente e
aumentar a assimetria informacional que existe entre os sofisticada, essa abordagem, se utilizada, subjuga os
conhecedores da situação da empresa (os agentes internos) critérios de apropriação contábil, principalmente no que se
e os outros. Não impede que certos agentes possam ter refere à utilização dos provisionamentos, dedutibilidade ou
um grau de detalhe de informação maior do que outros, não de gastos para efeitos tributários
de acordo com as necessidades de seu modelo decisório. etc. à política macroeconômica de um país, visando
Desde que os outros tenham o mínimo necessário servir como ação anticiclo. A mais conhecida, mas não
para poder fazer inferências com relação à entidade. única diretriz, nesse sentido, é a prática da depreciação
Essa situação é bastante delicada e os limites entre o acelerada contábil para efeito de incentivar investimentos
comportamento hedonista, de um lado, e a inobservância em equipamentos a fim de estimular a atividade econômica.
de regras de equidade, de outro, são muito tênues. Assim, Conquanto útil em circunstâncias especiais ou para setores
a denominada abordagem ética da Contabilidade defi nidos, a prática generalizada da contabilidade a serviço
permanece quase que como um santuário de propósitos, da macroeconomia é totalmente inadequada à luz da
uma promessa que se faz, da mesma forma que os crentes verdadeira função da Contabilidade. De forma alguma se
procedem com relação a Deus, ou seja, de não pecar, de servirá bem à sociedade obedecendo a critérios mutáveis
comportar-se com justiça e retidão, de não prejudicar de políticas econômicas ditadas por equipes econômicas,
ninguém. É claro que o mundo real da competitividade às vezes, de duvidosa capacidade técnica. A sociedade
provoca outros comportamentos. será muito mais bem servida se a contabilidade apurar
Mas não se pode, socialmente, desistir de se procurar o resultado econômico mais correto possível, à luz da
um comportamento ético, como entidade inserida num melhor técnica de que se possa dispor, do que perseguir
contexto social. Claramente, não se deve, nunca, extravasar um resultado desejado. Nesse aspecto, estar-se-ia a
para o que não se possa caracterizar como legal. Ético, manipular a Contabilidade pior ainda do que se faz, às
justo e legal é o comportamento ideal. O obtido, muitas vezes, no gerenciamento de resultados, pelos gerentes
vezes, é apenas o legal. A Abordagem Fiscal, tratada da entidade. Estes, pelo menos, conhecem sua empresa.
por Hendriksen e Van Breda, tem descaracterizado, A boa alocação de recursos na economia estará muito
principalmente em muitos paises de origem ibérica e mais amparada, crê-se, com uma Contabilidade correta,
germânica, as aplicações mais nobres da Contabilidade. executada por milhares de entidades, do que por uma
Entretanto, isso se deve à exagerada influência do Fisco na rígida padronização de práticas contábeis a serviço de
utilização de critérios dentro do regime de competência. autocracias, mesmo que competentes, nunca o sufi ciente
No Brasil, por exemplo, quase nenhuma empresa para substituir o mercado. A denominada contabilidade
se preocupa em calcular da forma mais correta possível macroeconômica (ou abordagem macroeconômica) é,
as taxas de depreciação a serem aplicadas a seus ativos assim, totalmente condenável numa economia de mercado.
depreciáveis. Via de regra, utiliza-se a porcentagem aceita A Contabilidade é muito útil, como resultado das ações

72
ADMINISTRAÇÃO

tomadas pelos agentes em função das informações por ela evidenciar um saldo positivo. Segundo Meyer e Rowan
prestadas, à macroeconomia, mas não pode ser induzida, (1992), a institucionalização é um processo mediante o qual
em suas normas, por ditames macroeconômicos, a não ser valores sociais (práticas, crenças, obrigações) assumem a
em casos excepcionais e por curto lapso de tempo. No condição de regra no pensamento e na ação dos indivíduos,
Brasil, felizmente, essa abordagem normalmente não afeta quer estejam aglutinados numa organização ou dispersos
tanto a Contabilidade como em outros países no caso das na sociedade de forma geral. Assim, nem sempre as pessoas
depreciações, já que os incentivos fiscais que têm existido e as organizações se comportam de forma absolutamente
com esse fi m têm sido controlados extra-contabilmente, racional. Mas, adotam esse ou aquele procedimento por
no livro de apuração do lucro tributável – conhecido considerá-lo melhor, mais adequado, mais justo, mais
como Lalur; mas as seguidas investidas nos diferimentos legítimo socialmente, mais “respeitável” etc. No fundo,
de variações cambiais com a tecnicamente insustentável essa nova visão traz conceitos e elementos cognitivos
desculpa de não da Sociologia, abrindo novas fronteiras para a pesquisa
se quebrar regras contratuais de relação capital contábil, pois se parte da admissão de que o mundo das
próprio/de terceiros, ou para se continuar a distribuir empresas, dos agentes econômicos, da Contabilidade, não
dividendos onde lucros podem até inexistir são exemplos é totalmente racional ou movido apenas por desejos de
infelizmente presentes. lucro máximo a curto prazo e a qualquer custo. (Para um
Continuando com a análise crítica das várias estudo mais aprofundado, veja o Capítulo 1 do livro “Teoria
abordagens, exemplo de uma que se apresenta como Avançada da Contabilidade”, IUDÍCIBUS e LOPES, 2004.).
desafiadora é a que se poderia denominar de Abordagem Essas visões sociais, sociológicas e institucionais abrem
Social e Institucional, mais frequentemente referida um vasto campo de investigação para a Contabilidade, e
como Social ou Sociológica. Nesta resenha, realçam-se metodologias de pesquisa empírica podem perfeitamente
as características institucionais, pois confunde-se, muitas ser utilizadas, como se faz em Sociologia e Psicologia.30
vezes, abordagem social com balanço social, forma
de evidenciação contábil para stakeholders específi cos, CAMPO DE APLICAÇÃO
como empregados da entidade, aspectos ambientais Pessoas físicas e pessoas jurídicas com finalidade lucra-
e de extensão de serviços à comunidade. No Brasil, tem tiva ou não, inclusive as de Direito Público como a União,
estado bastante em evidência, nos anos mais recentes, essa Estados e Municípios.
abordagem entendida em seu sentido mais
restrito. Apesar de notáveis trabalhos, como o de Tinoco USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
(2001) e alguns outros como Ribeiro (1992; 1998), Antunes - Os proprietários e sócios de empresas;
(1999) e de algumas empresas terem empreendido sérios - Os administradores de empresas;
esforços para elaborar um balanço social significativo, - Os empregados das empresas;
boa parte das evidenciações atêm-se mais a aspectos de - Os fornecedores e financiadores;
promoção institucional das entidades do que a verdadeiros - Governos;
e fidedignos reportes sociais. De todas as sub-espécies do - O público em geral.
balanço social, sem dúvida, a faceta ambiental, para estes
autores, representa a interface mais interessante e que, OS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE
provavelmente, se desenvolva bastante no futuro, sem Os Princípios de Contabilidade representam a essência
desmerecer as demais, como a laborial e a Demonstração das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade,
de Valor Adicionado, bem como a comunicação de serviços consoante o entendimento predominante nos universos
prestados à sociedade em geral. A abordagem social, científico e profissional.
todavia, poderia ser considerada com um espectro mais A  partir de 02.06.2010,  Os “Princípios Fundamentais
amplo, como o de abranger demonstrações contábeis de de Contabilidade (PFC)”, citados na  Resolução CFC nº
resultados sociais, como no caso de uma Universidade, por 750/1993, passam a denominar-se “Princípios de Contabili-
exemplo, em que, num sentido social amplo, sua receita dade (PC)”, por força da Resolução CFC 1.282/2010.
social seria muito maior do que o valor das anuidades e Os princípios são aplicáveis à contabilidade no seu
contribuições recebidas, para abraçar o valor social no sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patri-
mercado dos que vierem a se formar na dita Universidade. mônio das Entidades.
Essa subespécie de abordagem social, todavia, conquanto São Princípios de Contabilidade:
atrativa, não tem prosperado, pelas evidentes dificuldades I) o da ENTIDADE;
de mensuração e devido a seu exagerado subjetivismo. II) o da CONTINUIDADE; 
Mais recentemente, têm-se desenvolvido estudos na III) o da OPORTUNIDADE; 
área institucional, tendo Hopwood (1983) como um dos IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; 
pioneiros, a fim de descobrir novas facetas e aspectos do V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado
processo contábil. No Brasil, interessantíssimo exemplo tem pela Resolução CFC 1.282/2010)
sido o do Metrô de São Paulo que procura identificar todos VI) o da COMPETÊNCIA; e 
os benefícios sociais por ele trazidos, como economia de VII) o da PRUDÊNCIA.
combustível, redução da poluição etc., cotejando-os com o 30 Sérgio de Iudícibus/ Eliseu Martins/ L. Nelson Carva-
seu resultado contábil normalmente negativo, procurando lho

73
ADMINISTRAÇÃO

O PRINCÍPIO DA ENTIDADE O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA


O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio O Princípio da Competência determina que os efeitos
como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patri- das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos
monial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio períodos a que se referem, independentemente do recebi-
particular no universo dos patrimônios existentes, indepen- mento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Com-
dentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de petência pressupõe a simultaneidade da confrontação de
pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer nature- receitas e de despesas correlatas.
za ou finalidade, com ou sem fins lucrativos.
Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do
caso de sociedade ou instituição. menor valor para os componentes do ATIVO e do maior
para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas
O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE igualmente válidas para a quantificação das mutações patri-
O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade moniais que alterem o patrimônio líquido.
continuará em operação no futuro e, portanto, a mensu- OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA
ração e a apresentação dos componentes do patrimônio A observância dos Princípios de Contabilidade é obri-
levam em conta esta circunstância. gatória no exercício da profissão e constitui condição de le-
gitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).
O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE Por exemplo, o princípio de competência, que exige o
O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de registro das receitas e despesas no período que ocorrerem,
mensuração e apresentação dos componentes patrimo- não pode ser substituído por adoção do regime de caixa
niais para produzir informações íntegras e tempestivas. (onde as receitas e despesas são registradas somente por
ocasião de seu pagamento).
O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL APLICAÇÃO PRÁTICA DOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS
O Princípio do Registro pelo Valor Original determina Para uma aplicação prática dos princípios contábeis, re-
que os componentes do patrimônio devem ser inicialmen- comendamos as seguintes obras:
te registrados pelos valores originais das transações, ex- Manual de Contabilidade Empresarial
pressos em moeda nacional. Contabilidade das ONGs
Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes pa- Manual de Contabilidade de Custos
trimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decor-  Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas
rentes dos seguintes fatores:
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA
valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam A observância dos Princípios de Contabilidade é obri-
de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fos- gatória no exercício da profissão e constitui condição de le-
sem adquiridos na data ou no período das demonstrações gitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).
contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em Por exemplo, o princípio de competência, que exige o
caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que se- registro das receitas e despesas no período que ocorrerem,
riam necessários para liquidar a obrigação na data ou no não pode ser substituído por adoção do regime de caixa
período das demonstrações contábeis;  (onde as receitas e despesas são registradas somente por
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores ocasião de seu pagamento).
em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser
obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos APLICAÇÃO PRÁTICA DOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS
são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de cai- Para uma aplicação prática dos princípios contábeis, re-
xa, não descontados, que se espera seriam pagos para li- comendamos as seguintes obras:
quidar as correspondentes obrigações no curso normal das Manual de Contabilidade Empresarial
operações da Entidade; Contabilidade das ONGs
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor Manual de Contabilidade de Custos
presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de  Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas
caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal
das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo
valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
de caixa que se espera seja necessário para liquidar o pas- A Resolução 1.328/2011 do Conselho Federal de
sivo no curso normal das operações da Entidade;  Contabilidade dispõe sobre a Estrutura das Normas
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser tro- Brasileiras de Contabilidade.
cado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, As Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo
dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e Conselho Federal de Contabilidade (CFC) devem seguir
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do os mesmos padrões de elaboração e estilo utilizados
poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconheci- nas normas internacionais e compreendem as Normas
dos nos registros contábeis mediante o ajustamento da ex- propriamente ditas, as Interpretações Técnicas e os
pressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. Comunicados Técnicos.

74
ADMINISTRAÇÃO

As Normas Brasileiras de Contabilidade classificam- IX – de Auditoria Governamental – NBC TAG –


se em Profissionais e Técnicas. As Normas Brasileiras são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à
de Contabilidade, sejam elas Profissionais ou Técnicas, Auditoria Governamental convergentes com as Normas
estabelecem preceitos de conduta profissional e padrões Internacionais de Auditoria Governamental emitidas pela
e procedimentos técnicos necessários para o adequado Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras
exercício profissional. Superiores (INTOSAI).

As Normas Brasileiras de Contabilidade PROFISSIO- A Interpretação Técnica tem por objetivo esclarecer
NAIS se estruturam da seguinte forma: a aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade,
I – Geral – NBC PG – são as Normas Brasileiras definindo regras e procedimentos a serem aplicados em
de Contabilidade aplicadas indistintamente a todos os situações, transações ou atividades específicas, sem alterar
profissionais de Contabilidade; a substância das normas.
II – do Auditor Independente – NBC PA – são as Normas O Comunicado Técnico tem por objetivo esclarecer
Brasileiras de Contabilidade aplicadas, especificamente, assuntos de natureza contábil, com a definição de
aos contadores que atuam como auditores independentes; procedimentos a serem observados, considerando os
III – do Auditor Interno – NBC PI – são as Normas interesses da profissão e as demandas da sociedade.
Brasileiras de Contabilidade aplicadas especificamente aos
contadores que atuam como auditores internos; As Normas Brasileiras de Contabilidade, com exceção
IV – do Perito – NBC PP – são as Normas Brasileiras de dos Comunicados Técnicos, devem ser submetidas à
Contabilidade aplicadas especificamente aos contadores audiência pública com duração mínima de 30 (trinta) dias.
que atuam como peritos contábeis. A inobservância às Normas Brasileiras de Contabilida-
de constitui infração disciplinar sujeita às penalidades pre-
As Normas Brasileiras de Contabilidade TÉCNICAS se vistas nas alíneas de “c” a “g” do art. 27 do Decreto-Lei n.º
estruturam da seguinte forma: 9.295/46, alterado pela Lei n.º 12.249/10, e ao Código de
I – Geral – NBC TG – são as Normas Brasileiras de Ética Profissional do Contador.
Contabilidade convergentes com as normas internacionais
emitidas pelo International Accounting Standards Board
(IASB); e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas LIVROS OBRIGATÓRIOS
por necessidades locais, sem equivalentes internacionais; - Livro Diário: O Livro Diário registra todos os fatos
II – do Setor Público – NBC TSP – são as Normas que afetam o patrimônio, em ordem cronológica de dia,
Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor mês e ano, podendo contar com livros auxiliares para re-
Público, convergentes com as Normas Internacionais gistrar operações específicas ou a movimentação de deter-
de Contabilidade para o Setor Público, emitidas pela minadas contas.
International Federation of Accountants (IFAC); e as Normas - Livro Razão: O Livro Razão registra, também, todos
Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público os fatos, só que dando ênfase às contas que compõem o
editadas por necessidades locais, sem equivalentes patrimônio. É esse livro que permite conhecer a movimen-
internacionais; tação de débito e crédito de cada elemento que compõe o
III – de Auditoria Independente de Informação patrimônio da empresa.
Contábil Histórica – NBC TA – são as Normas Brasileiras  
de Contabilidade aplicadas à Auditoria convergentes com LIVROS AUXILIARES:
as Normas Internacionais de Auditoria Independente Embora obrigatórios perante o fisco, os livros citados a
emitidas pela IFAC; seguir podem ser utilizados na escrituração contábil como
IV – de Revisão de Informação Contábil Histórica auxiliares.
– NBC TR – são as Normas Brasileiras de Contabilidade - Livro Caixa: Esse livro tem a finalidade de registrar
aplicadas à Revisão convergentes com as Normas as entradas e saídas de numerário. Os registros devem ser
Internacionais de Revisão emitidas pela IFAC; efetuados em ordem cronológica e, por isso, pode ser uti-
V – de Asseguração de Informação Não Histórica lizado como auxiliar do Livro Diário, devendo, nesse caso,
– NBC TO – são as Normas Brasileiras de Contabilidade atender a todas as formalidades exigidas. Ressalte-se que
aplicadas à Asseguração convergentes com as Normas as empresas optantes pelo SIMPLES estão obrigadas, pe-
Internacionais de Asseguração emitidas pela IFAC; rante o fisco, à escrituração do Livro Caixa, observando as
VI – de Serviço Correlato – NBC TSC – são as exigências contidas na Lei no 9.317/96 e as demais forma-
Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas aos Serviços lidades, inclusive quanto aos termos de abertura e encer-
Correlatos convergentes com as Normas Internacionais ramento.
para Serviços Correlatos emitidas pela IFAC; - Livro de Inventário: O Livro de Inventário tem a fi-
VII – de Auditoria Interna – NBC TI – são as Normas nalidade de registrar os bens de consumo, as mercadorias,
Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de as matérias-primas e outros materiais que se achem esto-
Auditoria Interna; cados nas datas em que forem levantados os balanços. As
VIII – de Perícia – NBC TP – são as Normas Brasileiras empresas optantes pelo SIMPLES também estão obrigadas
de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Perícia; a escriturar este Livro.

75
ADMINISTRAÇÃO

- Livro de Entrada de Mercadorias: O Livro de En- PASSIVO


trada de Mercadorias destina-se ao registro, em ordem Representa todas as obrigações financeiras que uma
cronológica, das mercadorias adquiridas e recebidas pelas empresa tem para com terceiros. É tudo que deve; as dívi-
empresas. Nele também são registradas as entradas de das que ela contraiu.
bens de qualquer espécie, inclusive os que se destinam a Assim se uma empresa adquire um veículo para pa-
uso ou consumo. gamento a prazo, a posse do mesmo representa um ativo.
- Livro de Saída de Mercadorias: No Livro de Saída Mas por outro lado, a empresa passa a ter uma obrigação
de Mercadorias registram-se, em ordem cronológica, as para com a pessoa ou empresa que vendeu o veículo.
vendas de mercadorias ou de produtos, bem como toda e Assim, ela passa a ter uma obrigação, que representa
qualquer saída, inclusive de bens móveis da empresa. um passivo exigível.
- Livro de Registro de Prestação de Serviços: Esse Exemplos de passivos:
livro é obrigatório perante o fisco municipal, podendo ser - duplicatas a pagar
utilizado como auxiliar do Diário, pois nele registram-se to- - salários a pagar
das as operações de serviços, individualizando as respecti- - aluguéis a pagar
vas Notas Fiscais em ordem cronológica. - encargos sociais a pagar
- juros a pagar
DOCUMENTOS CONTÁBEIS - impostos a pagar
Os documentos contábeis devem ser arquivados em
ordem cronológica de data, em alguns casos em ordem PATRIMÔNIO LIQUIDO
cronológica de lançamentos nos livros fiscais, separados e O patrimônio líquido representa o registro do valor que
arquivados por mês , por trimestre ou por ano, de confor- os proprietários de uma empresa têm aplicado no negócio.
midade com o volume de documentos de cada empresa . Para ilustrar, vamos admitir que você e um sócio decidiram
Os principais documentos contábeis são: abrir uma empresa. Mas, para iniciar as atividades, a em-
- notas de compra/serviços presa necessita de um capital inicial de R$ 20.000.000, que
vocês entregam ao gerente da firma. No momento em que
- notas de vendas/serviços
a empresa recebe o dinheiro, a posse deste representa um
- extratos bancários
ativo. Mas, por outro lado, a empresa deve registrar que
- duplicatas pagas
seus proprietários (os sócios) aplicaram no negócio uma
- comprovantes de despesas/custos
determinada quantia, o capital, que representa o patrimô-
- cópias de cheques
nio líquido da empresa.
- comprovantes de débitos/créditos bancários
Neste ponto, uma dúvida muito comum costuma sur-
- outros documentos contabilizados
gir. Nós aprendemos que os bens de uma empresa repre-
sentam o seu patrimônio. Por que, de repente, o patrimônio
VARIAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO - RECEITA, passa a ser chamado ativo e o valor que os proprietários
DESPESA, GANHOS E PERDAS aplicaram no negócio é denominado patrimônio líquido?
A resposta é simples. Supomos que você decida com-
CONCEITO CONTÁBIL DE PATRIMÔNIO: Conjunto de prar um veículo; porém uma parte da compra será finan-
bens, direitos e obrigações vinculados a uma entidade num ciada.
determinado momento, susceptíveis de avaliação econô- Assim temos:                                            
mica. Valor do veículo                     R$ 20.000
Valor pago à vista                  R$ 4.000
COMPONENTES BÁSICOS : Valor a pagar                        R$ 16.000         

ATIVO Agora observe: a posse do veículo representa para


Representa todos os bens, direitos e valores a receber você um patrimônio, chamado ativo. Ao mesmo tempo, o
de uma entidade. valor que você ficou devendo, representa uma obrigação e
Se uma empresa compra uma máquina, esta repre- consequentemente, um passivo exigível. Dessa forma, se
senta um bem de sua propriedade, portanto um ativo. Por você tem um patrimônio no valor de R$ 20.000, mas ainda
outro lado, se uma empresa paga determinada quantia, está devendo R$ 16.000 referente à sua compra, o valor
digamos, pela patente de uma invenção, ela passa a ter o líquido de seu ativo é R$ 4.000,00. O que equivale a dizer
direito sobre essa patente. Assim uma patente representa que seu patrimônio líquido monta em R$ 4.000.
um direito; logo um ativo.
Exemplos de ativos: Agora que já sabemos classificar ativos, passivos e pa-
- dinheiro guardado em banco; trimônio líquido, vejamos a equação básica da contabilida-
- duplicatas a receber provenientes de vendas a prazo; de, que é bem simples:
- veículos; ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
- imóveis; A equação vista é chamada de “equação do balanço”,
- terrenos; porque consiste em “balancear” o total do ATIVO com o
- estoque de mercadorias. total obtido pela soma do PASSIVO mais o PATRIMÔNIO
LIQUIDO.

76
ADMINISTRAÇÃO

Sob o aspecto quantitativo o patrimônio é visto como Exemplos de Receitas:


um fundo de valores; de um lado, valores positivos (o ATI- - Receita de serviços prestados;
VO), formado pelo conjunto de bens e direitos e, de outro, - Receita de aluguel;
valores negativos (o PASSIVO, formado pelas obrigações - Receita de juros;
assumidas.) - Receita de vendas.
Observe que nenhum dos exemplos acima representa
DESPESAS, RECEITAS E RESULTADO uma diminuição do ativo ou aumento do passivo exigível.
Conceito de Despesas: Despesas de uma empresa são
os gastos, desembolsados ou devidos pela mesma, neces- Conceito de Resultado: Agora que já conhecemos o
sários ao desenvolvimento de suas operações. Os gastos conceito de despesas e de receitas, o conceito de resultado
devidos são aqueles que ainda não foram desembolsados, é bem simples: representa a diferença entre as despesas e
mas que já ocorreram. receitas de um período determinado.
Exemplo: as despesas de gasolina para pagamento Receitas - Despesas = Resultado
no final do mês. Quando você pagar a conta do posto de
gasolina, então o gasto passará a ser desembolsado. Não Existem dois tipos de resultados entre despesas e recei-
confunda desembolso com despesa. O desembolso signifi- tas: LUCRO OU PREJUÍZO
ca entregar dinheiro a alguém por algum motivo. - Lucro: total de receitas é superior ao total de despesas;
Por exemplo o desembolso que você faz ao comprar - Prejuízo: total de despesas é maior que a soma de
um automóvel à vista não representa uma despesa: você receitas.
passa a ter um ativo, desde que representa um bem para A influência do resultado entre despesas e receitas no
seu uso, e revenda posterior. Porém, a gasolina que você patrimônio líquido:
paga para que o carro ande representa uma despesa. - As receitas aumentam o Patrimônio Liquido; 
Assim sendo, a diferença básica entre desembolso e - As despesas diminuem o Patrimônio Liquido.
despesa esta no seguinte critério: se o desembolso pro-
vocar um aumento do ativo, ou uma redução do passivo ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
exigível, não será uma despesa. Não sendo esse o caso, A escrituração deverá abranger todas as operações do
então o desembolso representará uma despesa. contribuinte, os resultados apurados em suas atividades
Exemplos de despesas: no território nacional, bem como os lucros, rendimentos e
- Salários de empregados; ganhos de capital auferidos no exterior.
- Aluguel de salas; É facultado às pessoas jurídicas que possuírem filiais,
- Gastos com material de limpeza; sucursais ou agências manter contabilidade não centralizada,
- Gastos com material de escritório; devendo incorporar ao final de cada mês, na escrituração da
- Juros sobre empréstimos; matriz, os resultados de cada uma delas.
- Comissões de vendedores; Essas disposições aplicam-se também às filiais, sucursais,
agências ou representações, no Brasil, das pessoas jurídicas
Veja que nenhum dos exemplos acima representa um com sede no exterior, devendo o agente ou representante do
aumento do ativo ou uma diminuição do passivo exigível. comitente com domicilio fora do País escriturar os seus livros
comerciais, de modo que demonstrem, além dos próprios
Conceito de Receitas: Considera-se como receita de rendimentos, os lucros reais apurados nas operações de
uma empresa o dinheiro que a mesma recebe ou tem di- conta alheia, em cada período de apuração.
reito a receber, proveniente das operações da mesma. Ob- Para apuração do resultado das operações referidas, o
serve a diferença entre recebido e “com direito a receber”. intermediário no País que for o importador ou consignatário
Exemplo: você é um corretor de imóveis e vende um da mercadoria deverá escriturar e apurar o lucro de sua
apartamento de um cliente. Ao receber o dinheiro da co- atividade separadamente do lucro do comitente residente
missão - que representa uma receita para você - ele provo- ou domiciliado no exterior.
cará um aumento do seu ativo. Na hipótese de você não ter Os livros comerciais e fiscais poderão ser escriturados
recebido a comissão no ato da venda, você terá o direito “a por sistema de processamento eletrônico de dados, em
receber” posteriormente, esse “direito” originou-se de uma formulários contínuos, cujas folhas deverão ser numeradas,
receita. em ordem seqüencial, mecânica ou tipograficamente.
Não faça confusão, porém, entre os recebimentos pro- A pessoa jurídica é obrigada a seguir ordem uniforme
venientes de receitas e aqueles originados de outras fon- de escrituração, mecanizada ou não, utilizando os livros
tes. Por exemplo: o dinheiro que você recebeu, a título de e papéis adequados, cujo número e espécie ficam a seu
empréstimo do banco representa um recebimento, e não critério.
uma receita. Sem prejuízo de exigências especiais da lei, é obrigatório
O critério de distinção seria: se o recebimento provocar o uso de Livro Diário, encadernado com folhas numeradas
diminuição do ativo ou aumento do passivo exigível, não seguidamente, em que serão lançados, dia a dia, diretamente
será uma receita. ou por reprodução, os atos ou operações da atividade,
Não sendo esse o caso, então o recebimento represen- ou que modifiquem ou possam vir a modificar a situação
tará uma receita. patrimonial da pessoa jurídica.

77
ADMINISTRAÇÃO

Admite-se a escrituração resumida no Diário, por totais No caso de pessoa física equiparada à pessoa jurídica
que não excedam ao período de um mês, relativamente a pela prática das operações imobiliárias, a autenticação do
contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da livro para registro permanente de estoque será efetuada
sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares pelo órgão da Secretaria da Receita Federal.
para registro individualizado e conservados os documentos No Livro de Inventário deverão ser arrolados,
que permitam sua perfeita verificação. com especificações que facilitem sua identificação, as
Para efeito do disposto no parágrafo anterior, no transporte mercadorias, os produtos manufaturados, as matérias-
dos totais mensais dos livros auxiliares, para o Diário, deve ser primas, os produtos em fabricação e os bens em
feita referência às páginas em que as operações se encontram almoxarifado existentes na data do balanço patrimonial
lançadas nos livros auxiliares devidamente registrados. levantado ao fim da cada período de apuração.
A pessoa jurídica que empregar escrituração mecanizada A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem,
poderá substituir o Diário e os livros facultativos ou enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam
auxiliares por fichas seguidamente numeradas, mecânica ou pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a
tipograficamente. sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações
Os livros ou fichas do Diário, bem como os livros auxiliares que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação
referidos, deverão conter termos de abertura e de encerramento, patrimonial.
e ser submetidos à autenticação no órgão competente do Ocorrendo extravio, deterioração ou destruição de
Registro do Comércio, e, quando se tratar de sociedade civil, no livros, fichas, documentos ou papéis de interesse da
Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou no Cartório de Registro de escrituração, a pessoa jurídica fará publicar, em jornal de
Títulos e Documentos. grande circulação do local de seu estabelecimento, aviso
Os livros auxiliares, tais como Caixa e Contas Correntes, concernente ao fato e deste dará minuciosa informação,
que também poderão ser escriturados em fichas, terão dentro de 48 horas, ao órgão competente do Registro do
dispensada sua autenticação, quando as operações a que se Comércio, remetendo cópia da comunicação ao órgão da
reportarem tiverem sido lançadas, pormenorizadamente, em Secretaria da Receita Federal de sua jurisdição.
livros devidamente registrados.
Os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica,
No caso de substituição do Livro Diário por fichas, a pessoa
relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis
jurídica adotará livro próprio para inscrição do balanço e demais
de exercícios futuros, serão conservados até que se opere
demonstrações financeiras, o qual será autenticado no órgão
a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os
de registro competente.
créditos tributários relativos a esses exercícios.
A pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá
O sujeito passivo usuário de sistema de processamento
manter, em boa ordem e segundo as normas contábeis
de dados deverá manter documentação técnica completa
recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e
totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no e atualizada do sistema, suficiente para possibilitar a sua
Diário, mantidas as demais exigências e condições previstas na auditoria, facultada a manutenção em meio magnético,
legislação. sem prejuízo da sua emissão gráfica, quando solicitada 
A escrituração deverá ser individualizada, obedecendo a A escrituração ficará sob a responsabilidade de
ordem cronológica das operações. profissional qualificado, nos termos da legislação específica,
A pessoa jurídica, além dos livros de contabilidade previstos exceto nas localidades em que não haja elemento
em leis e regulamentos, deverá possuir os seguintes livros: habilitado, quando, então, ficará a cargo do contribuinte
I – para registro de inventário; ou de pessoa pelo mesmo designada.
II – para registro de entradas (compras); A designação de pessoa não habilitada profissionalmente
III – de Apuração do Lucro Real – LALUR; não eximirá o contribuinte da responsabilidade pela
IV – para registro permanente de estoque, para as escrituração.
pessoas jurídicas que exercerem atividades de compra, Desde que legalmente habilitado para o exercício
venda, incorporação e construção de imóveis, loteamento ou profissional referido neste item, o titular da empresa
desmembramento de terrenos para venda; individual, o sócio, acionista ou diretor da sociedade pode
V – de Movimentação de Combustíveis, a ser escriturado assinar as demonstrações financeiras da empresa e assumir
diariamente pelo posto revendedor. a responsabilidade pela escrituração.
Relativamente aos livros a que se referem os itens I, II e A escrituração será completa, em idioma e moeda
IV, as pessoas jurídicas poderão criar modelos próprios que corrente nacionais, em forma mercantil, com individuação
satisfaçam às necessidades de seu negócio, ou utilizar os livros e clareza, por ordem cronológica de dia. mês e ano, sem
porventura exigidos por outras leis fiscais, ou, ainda, substituí- intervalos em branco, nem entrelinhas, borraduras, rasuras,
los por séries de fichas numeradas. emendas e transportes para as margens.
Os livros de que tratam os incisos I e II ou as fichas É permitido o uso de código de números ou de
que os substituírem, serão registrados e autenticados pelo abreviaturas, desde que estes constem de livro próprio,
Departamento Nacional de Registro do Comércio, ou pelas revestido das formalidades estabelecidas em lei.
Juntas Comerciais ou repartições encarregadas do registro de Os erros cometidos serão corrigidos por meio de
comércio e, quando se tratar de sociedade civil, pelo Registro lançamento de estorno, transferência ou complementação.
Civil de Pessoas Jurídicas ou pelo Cartório de Registro de Títulos
e Documentos.

78
ADMINISTRAÇÃO

Os registros contábeis que forem necessários para  Data do lançamento: 22.10.2007


a observância de preceitos da lei tributária relativos à D – Banco Bradesco S/A (Ativo Circulante)
determinação do lucro real, quando não devam, por sua Histórico: N/depósito em 22/10/2007  R$ 10.000,00
natureza exclusivamente fiscal, constar da escrituração C – Caixa (Ativo Circulante)
comercial, ou forem diferentes dos lançamentos dessa Histórico: Parte de n/depósito em 22/10/2007, em
escrituração, serão feitos no LALUR ou em livros auxiliares. dinheiro, Bradesco S/A   R$ 1.000,00
Devem ser registrados na escrituração comercial a C – Cheques a Cobrar (Ativo Circulante)
apuração do resultado de contratos de longo prazo, a Histórico: Parte de n/depósito em 22/10/2007, em
avaliação de investimentos em sociedades coligadas ou cheque, Bradesco S/A   R$ 9.000,00
controladas pelo valor do patrimônio líquido inclusive de  
filiais, sucursais, agências e representações no exterior, a LANÇAMENTO DE TERCEIRA FÓRMULA
apuração de resultados de empreendimentos imobiliários   É o registro do fato contábil envolvendo mais de
e a reavaliação de bens do ativo. uma conta devedora e apenas uma conta credora.
Ao fim de cada período de incidência do imposto, Exemplo: Venda de mercadoria, sendo uma parte à vista
o contribuinte deverá apurar o lucro líquido mediante e outra a prazo.
a elaboração, com observância das disposições da lei  Data do lançamento: 26.10.2007
comercial, do balanço patrimonial, da demonstração do D - Caixa (Ativo Circulante)
resultado do período de apuração e da demonstração de Histórico: Vl. Recebido parte da NF 00676, de J.Silva
lucros ou prejuízos acumulados. S/A.  R$ 10.000,00
O lucro líquido do período deverá ser apurado D - Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)
com observância das disposições da Lei 6.404, de 15 de Histórico: Vl. parte da NF 00676, de J.Silva S/A.  R$
dezembro de 1976. 50.000,00
O balanço ou balancete deverá ser transcrito no Livro C - Vendas de Mercadorias (Resultado)
Diário. Histórico: Vl. NF 00676, de J.Silva S/A.  R$ 60.000,00
 
LANÇAMENTOS CONTÁBEIS.
LANÇAMENTO DE QUARTA FÓRMULA
O lançamento contábil é o registro do fato contábil.
É o registro do fato contábil que envolve mais de uma
Todo fato que origina um lançamento contábil deve estar
conta devedora e mais de uma conta credora. Exemplo:
suportado em documentação hábil e idônea.
Compra, na mesma nota fiscal, de mercadorias e material
Os lançamentos contábeis podem ser:
de consumo, sendo parte pago no ato e o saldo a ser pago
a) lançamento de primeira fórmula;
em 30 dias:
b) lançamento de segunda fórmula;
Data do lançamento: 20.10.2007
c) lançamento de terceira fórmula;
d) lançamento de quarta fórmula. D – Estoque de Mercadorias (Ativo Circulante)
  Histórico: Vl. Parte NF 9701 de Distribuidora Mercantil
O lançamento contábil não se resume a “débito e Ltda.  R$ 10.000,00
crédito”, mas deve possuir também:  D – Estoque de Materiais de Consumo (Ativo Circulante)
1. O valor (ou valores); expresso em moeda nacional. Histórico: Vl. Parte NF 9701 de Distribuidora Mercantil
2. Data do lançamento. Ltda. R$ 2.000,00
3. Histórico. C - Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante)
  Histórico: Cheque 009766 – Distribuidora Mercantil
LANÇAMENTO DE PRIMEIRA FÓRMULA Ltda.  R$ 4.000,00
 É o registro do fato contábil que envolve uma conta C – Fornecedores (Passivo Circulante)
devedora e outra conta credora. Exemplo: Depósito Histórico: Vl. Saldo NF 9701 de Distribuidora Mercantil
bancário com recursos do caixa: Ltda.  R$ 8.000,00
 Data do lançamento: 21.10.2007  
D – Banco Bradesco S/A (Ativo Circulante) HISTÓRICO DO LANÇAMENTO CONTÁBIL
Histórico: N/depósito em dinheiro em 21/10/2007    R$ Histórico é a descrição do fato contábil. A boa técnica
10.000,00 exige que o histórico seja feito com a máxima clareza,
C – Caixa (Ativo Circulante) evidenciando de forma analítica o registro da operação.
Histórico: N/depósito em dinheiro no Bradesco S/A  R$ Assim, o histórico do fato contábil deve ser inteligível e
10.000,00 objetivo. Exemplo: Histórico contábil incompleto:
   
LANÇAMENTO DE SEGUNDA FÓRMULA Nossa compra de um veículo nesta data
É o registro do fato contábil que envolve uma conta  O histórico deveria ser como segue:
devedora e mais de uma conta credora. Exemplo: Depósito Valor relativo n/aquisição de um veículo, marca XXX,
bancário, em parte com recursos do caixa (dinheiro) e mod. XXX, chassis xxxxxxxxxxx, conforme nota fiscal nº
parte de cheques pré-datados de clientes (conta cheques xxxxxx, de xx/xx/xx, de José Silva Veículos Ltda. 
a cobrar):

79
ADMINISTRAÇÃO

ABREVIATURAS DO HISTÓRICO CONTÁBIL Basicamente, trata-se do valor gasto pela empresa para
  Admite-se a utilização de abreviaturas no histórico que seu serviço ou produto seja comercializado, sempre
contábil. Algumas mais comuns são: considerando que toda produção envolve algum tipo cus-
  to, desde as matérias-primas e maquinários, até a mão de
Cfe. = Conforme obra, aluguel, luz, água e assim por diante. Tudo que envolve
Ch. = Cheque a produção de bens e serviços está direta ou indiretamente
Dep. = Depósito qualificado como custo.
Dp. = Duplicata A partir daí, a questão gira em torno de ter esses custos
Fat. = Fatura sempre em vista e bem categorizados. Desta forma, o gestor
NF = Nota Fiscal ou diretor, possui as informações e ferramentas das quais
N/ = Nosso, nossa, nesse necessita para, não só planejar seu setor financeiro evitan-
Pg. = Pago do dívidas, como também para precificar seus produtos ou
Ref. = Referente serviços.
Transf. = Transferência Portanto, quando falamos em Contabilidade de Cus-
Vl. = Valor tos, estamos tratando de registrar os gastos das operações
de produção ou fornecimento de serviços. Sendo um pouco
mais técnico, é um registro contábil das operações da em-
FATOS CONTÁBEIS presa, que por sinal, podem ser divididos da seguinte forma:
Os fatos contábeis classificam-se em: • Contabilidade de Custos de Serviços – gastos
a) Fatos Permutativos gerados na prestação de serviços.
b) Fatos Modificativos • Contabilidade de Custos Industriais – gastos
c) Fatos Mistos gerados na produção de produtos.
 
FATOS PERMUTATIVOS Qual a finalidade da Contabilidade de Custos?
Não alteram o patrimônio líquido, ocorrendo somen-  Certo, uma vez entendido o conceito da contabilidade
te trocas entre os elementos do patrimônio, tais como: de custos, é chegada a hora de entender sua real finalidade
bens por bens, bens por obrigações, direitos por bens, etc. dentro do negócio. Possivelmente já tenha ficado claro que
Exemplos: o objetivo principal dessa atividade é separar e registrar os
- compra de mercadorias a vista (bens por bens) componentes do custo de produção de um determinado
- compra de mercadorias a prazo (bens por obrigações) produto ou do fornecimento de um serviço.
- recebimento de uma duplicata (direitos por bens) Com isso, é possível fornecer a análises dos gastos que
podem ser interpretadas pelas áreas de gestão e servir de
FATOS MODIFICATIVOS parâmetro para definições importantes como, por exemplo:
Alteram o patrimônio líquido aumentando-o ou dimi- • A formação do preço de venda de cada item;
nuindo-o, como as receitas e as despesas. Exemplos: • A identificação de produtos que  apresentam
- receitas de aluguel problemas;
- fato modificativo aumentativo • A orientação de melhorias de processos que
- receitas de juros - fato modificativo aumentativo aumentarão a produção ou as vendas;
- despesas de salários - fato modificativo diminutivo • O embasamento de decisões de produção entre
- despesas financeiras - fato modificativo diminutivo comprar, produzir, terceirizar, etc.
Além disso, a Contabilidade de Custos recebe informa-
FATOS MISTOS ções para outros departamentos da empresa, por intermé-
Combina fatos permutativos e modificativos. Exemplos: dio de relatórios e de inventários:
- venda de mercadorias com lucro • Setor Financeiro – Informa ou dá subsídios sobre
- Fato Misto Aumentativo entradas de matérias-primas, folha de pagamento, perdas
- venda de mercadorias com prejuízo - Fato Misto Di- de fabricação;
minutivo • Setor Industrial – Permite a distribuição da mão-
- pagamento de uma duplicata com juros - Fato Misto de-obra, registra requisições de materiais para o processo
Diminutivo produtivo;
- recebimento de uma duplicata com juros - Fato Misto • Setor Pessoal – Informa sobre número de
Aumentativo31 funcionários, rotatividade de mão-de-obra;
• Setor Comercial – Trata de pedidos de fabricação,
Contabilidade de Custos valor de manufatura, controle de estoque e etc.
Bem, começaremos explicando o que, de fato, é a con- É ainda através da contabilidade de custos, que infor-
tabilidade de custos. De forma simplificada, coisa bem di- mações importantes são registradas, como os custos por
fícil quando falamos no tema, a contabilidade de custos é período, total de itens produzidos, cálculo de custo médio
a área da contabilidade que identifica e mede todos os e outros, informações estas que são importantes para de-
custos gerados pela empresa. cisões estratégicas que definem quais alternativas a admi-
31 Fonte: www.portaldecontabilidade.com.br – Por Júlio nistração pode tomar para reduzir perdas ou melhorar seu
César Zanluca desempenho como um todo.

80
ADMINISTRAÇÃO

Ainda explicando o fator “finalidade”, a contabilidade • Custo Orçamentário – Relaciona não somente o
de custos possui como principal função calcular o custo custo padrão, mas agrega outros gastos como despesas
de produção do período (CPP), que por sinal, considera indiretas, e serve para prever a necessidade financeira de
três tipos de elementos: os materiais diretos, a mão de obra forma mais completa.
direta e o custo indireto de fabricação (CIF) que são, res- Quando se compara o custo padrão com o custo
pectivamente, as matérias primas, embalagens e afins, os real, por exemplo, a gestão pode encontrar, através das di-
salários e encargos, e por fim, aluguel, energia, depreciação ferenças, perdas de produção e falhas de processo e pode
dos equipamentos e etc. tratar de corrigi-las.
  São essas classificações que permitem à diretoria e
Como e por que classificar os custos? gestão das empresas, embasar diversas tomadas de deci-
Para que esse tipo de contabilidade funcione, os cus- sões pertinentes ao negócio.
tos têm que ser classificados cuidadosamente, de forma a  
permitir a contabilização correta de cada fator. Dentre as Como utilizar a Contabilidade de Custos?
classificações possíveis, temos os custos fixos, semifixos e  Diversos setores da empresa podem utilizar como base
variáveis, além dos direto e indiretos. Veja a baixo um pou- os dados as informações colhidas e tomar decisões para
co mais sobre cada um deles. melhorar os resultados, buscando a meta fundamental de
No volume de produção, os custos são divididos en- todas as empresas: maximizar os ganhos e diminuir os
tre fixo, semifixo e variável: gastos.
• Custos Fixos – Não variam conforme a quantidade Um dos principais focos da Contabilidade de Custos
de itens produzidos. Exemplo: Aluguel de imóvel, limpeza é a formação do preço de venda de um item. Como dis-
da área fabril, vigilância do parque industrial; semos no começo do artigo, o registro do custo é feito
• Custos semifixos  – Permanecem fixos até através de contas de custeio. Esse custeio pode ser feito
determinada faixa de produção, mas mudanças mais através de um dos vários critérios de classificação dos quais
intensas geram variações; falamos, entre eles:
• Custos Variáveis – São proporcionais ao volume • Custeio por Absorção  – Utilizada a classificação
produzido, como os insumos, matéria-prima e a energia relativa ao produto, considerando os custos diretos e
elétrica. indiretos;
Já em relação ao produto, os custos são classificados • Custeio Direto  – Também chamado de Custeio
em diretos e indiretos: Variável, separa os custos de acordo com o volume de
• Custos Diretos – São diretamente vinculados produção, mas somente se presta a análises internas por
aos itens produzidos e incluem materiais que fazem parte questões de princípios contábeis brasileiros.
do produto acabado como rótulos, garrafas e tampas. Então, para a formação do preço de venda, são consi-
Também integra os custos diretos a mão-de-obra direta que derados os custos diretos do produto e aplicada a margem
são os empregados que participam da linha de produção; de contribuição e o rateio dos custos indiretos. Assim, é
• Custos Indiretos – São relativos aos materiais possível ver quantas unidades do item é preciso vender
indiretos que servem para produção ou acabamento na para que a produção não gere um prejuízo, cubra todas
linha fabril. Cola, pregos, lubrificantes são exemplos de suas despesas e custos e, claro, gere lucros à empresa.
materiais indiretos. A mão-de-obra indireta também entra Vendo por todos esses aspectos, a contabilidade de
nessa contabilização: gestores, inspetores, transportadores custos não é somente um assunto amplo, como é também
são exemplos cabíveis aqui. fundamental, afinal, ela trata diretamente da sustentabili-
Além deles, há as despesas de fabricação que, de for- dade de seu negócio e permite clara visão de muitos dos
ma geral, não são ligadas ao processo produtivo de forma aspectos relativos à saúde financeira da sua empresa.32
direta, mas que são indispensáveis à produção e abrangem
um leque de possibilidades, variando conforme o planeja- Contabilidade Gerencial
mento de contas da empresa. A água, a luz e o material A contabilidade gerencial utilizar-se de temas de ou-
de limpeza podem entrar nesse conjunto de gastos. tras disciplinas, ela se caracteriza pôr ser uma área contábil
Outra classificação importante de citar é sobre o plane- autônoma, pelo tratamento dado à informação contábil,
jamento e a controladoria, pois os custos contemplam in- enfocando planejamento, controle e tomada de decisão,
formações necessárias para preparar orçamentos. A clas- dentro de um sistema de informação contábil. A contabili-
sificação se dá por: dade gerencial é relacionada com o fornecimento de infor-
• Custo Real ou Histórico – Apurado sobre itens já mações para os administradores, isto é, aqueles que estão
produzidos e registrado no Livro Razão de Custos; dentro da organização e que são responsáveis pela direção
• Custo Estimado  – Baseia-se em estimativas e controle de suas operações, a contabilidade gerencial
e dados de períodos anteriores e serve para indicar pode ser constatada como contabilidade financeira, que é
possibilidades de produção, ou previsão de gastos; relacionada com o fornecimento de informações para os
• Custo Padrão  – É também uma previsão de acionistas, credores e outros que estão de fora da organi-
custo, calculada não de acordo com dados históricos, mas zação.
capacidade produtiva (material, tempo de fabricação e
despesas para cada unidade a ser produzida); 32 Fonte: www.erpflex.com.br – Por Alexandre Kirslys

81
ADMINISTRAÇÃO

Com a contabilidade gerencial deve fazer a conexão Usuários Internos


entre ações locais dos gerentes e a lucratividade da empre- Usuários internos são os sócios, diretores ou até mesmo
sa, para que estes possam saber que direção tomar. Medin- donos das empresas que utilizam as informações dos rela-
do corretamente o impacto de ações locais no desempe- tórios e/ou demonstrativos da contabilidade gerencial para
nho global, a contabilidade gerencial também serve como tomarem decisões que levem a melhorar o desempenho da
agente motivador, pois bonificam as pessoas que contri- empresa e assim melhorar os seus ganhos pessoais e/ou pro-
buem significativamente ao objetivo da empresa, esta tem fissionais.
o objetivo de fornecer informações para que os gerentes
possam decidir qual o melhor caminho para a empresa. Principais ferramentas contábil-gerenciais
Fluxo de caixa
Contabilidade Gerencial e suas funções Na contabilidade gerencial, uma projeção de fluxo de cai-
Conceito de Contabilidade Gerencial xa demonstra todos os pagamentos (direto) e recebimentos
Identificada a parte do sistema contábil que se dedica esperados em um determinado período de tempo. O con-
às informações para os usuários internos da instituição. trolador de fluxo de caixa necessita de uma visão geral sobre
Processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, todas as funções da empresa, como: pagamentos, recebimen-
preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem tos, compras de matéria-prima, compras de materiais secun-
os gestores a atingir objetivos organizacionais. Horngren, dários, salários e outros, porque é necessário prever o que
Sundem e Stratton (2004) se poderá gastar no futuro dependendo do que se consome
A Contabilidade Gerencial tenta, ao mesmo tempo, ser hoje.
abrangente e sucinta, ajustando-se constantemente para O fluxo de caixa é uma ótima ferramenta para auxiliar o
se adaptar às mudanças tecnológicas, mudanças nas ne- administrador de determinada empresa nas tomadas de deci-
cessidades dos gestores e novas abordagens das outras sões. É atraves deste mapeamento que os custos fixos e variá-
áreas funcionais dos negócios. veis ficam evidentes, permitindo-se desta forma um controle
efetivo sobre determinadas questões empresariais.
Funções da Contabilidade Gerencial
Custeio direto ou variável
A principal função da contabilidade gerencial é ser uti-
É um método de custeio usado para alocação apenas dos
lizada como uma importante ferramenta no processo de
custos variáveis ao produto. O sistema de custeio variável ou
tomada de decisão, garantindo que as informações che-
direto é um método que considera apenas os custos variáveis
guem às pessoas certas no tempo certo, através de compi-
de apropriação direta como custo do produto ou serviço.
lação, síntese e análise da informação.
A diminuição da necessidade de rateio deve-se ao fato de
A contabilidade gerencial tem ainda a função de fa-
que no sistema de custeio variável, são alocados aos produtos
zer planejamento perfeito com objetivo de se chegar a um e/ou serviços, somente os custos variáveis e, como na maioria
controle eficaz, ou seja, controlar as atividades da empresa dos casos, os custos variáveis também são diretos, não alo-
e organizar o sistema gerencial a fim de permitir à admi- cando os rateios dos custos indiretos.
nistração ter conhecimento dos fatos ocorridos e seus re- Ele é usado para eliminar qualquer distorção na apuração
sultados. dos custos oriundos de problemas com rateios pois os custos
fixos são tratados como despesas.
Usuários da Contabilidade
Conceito de usuário Custeio por absorção
Conhecido como Controller da empresa, o contador O sistema de custeio por absorção apura o valor dos cus-
gerencial, tem como a principal função na modernidade, tos dos bens ou serviços, tomando como base todos os cus-
a função de assessoria, é o seu departamento que tem a tos da produção incluindo os custos diretos, indiretos, fixos e
incumbência de prestar serviços especializados os outros variáveis. Consiste em atribuir aos produtos fabricados todos
administradores e á presidência da empresa. os custos de produção, quer de forma direta ou indireta. As-
Possuem papeis importantes no processo de tomada sim todos os custos, sejam eles fixos ou variáveis, são absor-
de decisões, não como tomadores de decisões, mas como vidos pelos produtos.
coletores e relatores de dados relevantes. Muitos gerentes
querem que o contador ofereça sugestões sobre uma deci- Orçamento
são, mesmo que a decisão final sempre pertença ao execu- Orçamento refere-se as receitas e despesas de um indiví-
tivo operacional. Um contador gerencial deve ser elemento duo, organização ou governo relativamente a um período de
com formação bastante ampla. execução (ou exercício) determinado, geralmente anual, mas
que também pode ser mensal, trimestral, plurianual, etc. O
Usuários Externos orçamento deriva do processo de planejamento da gestão.
São aqueles que utilizam as informações fornecidas A administração de qualquer entidade pública ou pri-
pelos demonstrativos contábeis mais não fazem parte da vada, com ou sem fins lucrativos, deve estabelecer objetivos
empresa. Podem-se citar como exemplos os bancos, forne- e metas para um período determinado, materializados em
cedores, clientes e principalmente os investidores quando um plano financeiro, isto é, contendo valores em moeda,
for uma empresa que possua ações na bolsa de valores. para o devido acompanhamento e avaliação da gestão.33
33 Fonte: www.administradores.com.br – Por Valdelício

82
ADMINISTRAÇÃO

Diferença entre a contabilidade gerencial e a finan- Gestão financeira através de fluxo de caixa
ceira Outra utilização importante da contabilidade gerencial é a
A Contabilidade Financeira é a base da Contabilidade correta gestão financeira, que poderá contar com o uso de fer-
Gerencial, entretanto, muito mais limitada, já que é pautada ramentas como, por exemplo, o fluxo de caixa Tradicional e o
em aspectos bastante normativos, ou seja, é regida por Projetado que permitem que a empresa conheça quanto possui
leis, normas, princípios e resoluções contábeis. de recursos financeiros disponíveis, quais são suas expectativas
 Do outro lado, a Contabilidade Gerencial, é voltada para o futuro e como ela poderá empregar estes recursos em
para os usuários internos da organização e não possui suas principais necessidades.
normatizações ou limitações, sendo seus relatórios elabo-  
rados de acordo com a necessidade destes usuários. Redução de desperdícios
 Outro ponto é a periodicidade, que no caso da Con- A contabilidade gerencial também atua na redução de des-
tabilidade Financeira é regida pelas normatizações, o que perdícios, sejam eles de recursos financeiros, humanos, tecnológi-
exige datas pontuais para a entrega de demonstrações e cos ou relacionados à atividade principal da empresa. Também per-
declarações, o que já não ocorre na Contabilidade Geren- mite encontrar e solucionar os chamados gargalos de produção,
cial, que pode gerar informações e fornecer análises sem que são áreas, funcionários ou processos que possuem alguma
uma data pré-definida. limitação que pode, até mesmo, comprometer toda a produção.
   
Relatórios da Contabilidade Gerencial e Financeira Comunicação que favorece decisões estratégicas
  Especificamente em relação aos relatórios, na Con- Com um caráter ligado à comunicação, a Contabilidade Ge-
tabilidade Gerencial, é possível citar aqueles relativos ao rencial permite uma maior eficiência neste ponto junto a todos
desempenho de um determinado produto, departamen- os níveis de gestão, o que permite que as decisões estratégicas
to ou, até mesmo, colaborador, sendo possível, também, sejam tomadas de forma mais clara, objetiva e com segurança.
o detalhamento dos custos e das receitas gerados em  
um determinado período e a análise destes por diferentes Como a contabilidade gerencial pode ser utilizada em
sua empresa
ângulos.
A implementação da contabilidade gerencial começa com
 Já na Contabilidade Financeira, o produto final é repre-
o correto registro e reconhecimento da movimentação con-
sentado pelas Demonstrações Contábeis, como o Balanço
tábil de uma empresa, que deve ser feita, preferencialmente, em
Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, De-
softwares integrados de gestão, que permitam conhecer, de
monstração de Lucros e Prejuízos Acumulados ou Demons-
forma completa, toda a movimentação da empresa em um de-
tração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração
terminado período de tempo.
do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado.
A utilização de um bom software, além de permitir a geração
 Outro aspecto bastante importante e que diferencia a da informação em tempo real, deve permitir a emissão de relatórios
Contabilidade Gerencial da Financeira é que no caso da diferenciados, que possibilitem ao gestor o conhecimento dos cus-
primeira, os cálculos, relatórios e análises estão voltados tos, despesas e receitas, além de outros aspectos, de forma deta-
para o futuro, uma vez que projeções, tendências, estraté- lhada, mostrando todos os pormenores da atividade empresarial.
gias e ferramentas financeiras são utilizadas para melhorar Além disso, podem ser implementados, como já visto, o uso
a performance da empresa ou ainda deixá-la mais eficiente. de ferramentas gerenciais, como o fluxo de caixa, orçamentos,
 Já no segundo caso, os registros contábeis represen- projeções, análises de índices e de demonstrações contábeis que
tam o passado, ou seja, mostram os fatos que modificaram podem ajudar a traçar um perfil da empresa, mostrando onde
o patrimônio de uma determinada organização e o impac- ela está e onde será possível chegar.34
to que estes têm para a empresa, não sendo possível, neste
ponto, nenhuma intervenção, já que estes já ocorreram. Contabilidade gerencial não é apenas uma matéria didática,
   e sim um conhecimento para uma carreira profissional.
Vantagens da utilização da contabilidade gerencial O desenvolvimento que a Contabilidade Gerencial pode ter
  A utilização dos relatórios que são gerados na con- com o uso inteligente de métodos quantitativos e com a difusão
tabilidade financeira permite que os gestores tomem suas de sistemas de informações gerenciais em processamento ele-
decisões de forma adequada, mas, além disso, a contabi- trônico é difícil de dimensionar, mas certamente parece enorme.
lidade gerencial permite o aumento da eficiência de todas Ainda que a Contabilidade auxilie bastante no fornecimento de
as funções da empresa, já que o conhecimento dos recur- informações para decisões cujo conhecimento e tratamento ínti-
sos faz com que seja possível sua utilização de uma forma mo estejam afetos a outras ramificações.
mais racional. O objetivo da contabilidade gerencial é de fazer a conexão
  entre as ações locais dos gerentes e a lucratividade da empresa,
Precificação mais eficiente para que eles possam saber quais ações suas levam a empresa
Com o detalhamento dos custos e despesas, a correta em direção à sua meta.
fixação do preço de venda, margem de contribuição, pon- A Contabilidade gerencial tem como fundamento um apren-
to de equilíbrio e estratégias que maximizem o lucro da dizado mais profundo, tanto para aqueles que irão ingressar nessa
empresa. área, como aqueles que já operam como um profissional, e principal-
  mente, auxiliar os gestores na tomada de decisão nas organizações.
Menezes 34 Fonte: www.erpflex.com.br – Por Camila Lopes

83
ADMINISTRAÇÃO

Fonte: www.administradores.com.br/www.brasil-economia-go- EXERCICIOS


verno.org.br/www.scielo.br/www.brasil-economia-governo.org.br/
www.jus.com.br/artigos/www.uesc.br/www.planalto.gov.br/ 01. (COPESE-UFT/2012 - DPE-TO) Em relação à
ccivil_03/decreto/d93872.htm/www.fazenda.df.gov.br/www.pla- demanda de mercado, assinale a alternativa CORRETA.
nalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d93872.htm/www.serpro.gov.br/ a) Considerando que os bens X e Y sejam substitutos
conteudo-solucoes/produtos/administracao-federalwww./siteno- no consumo, então, se o preço do bem X aumentar, a
vo.ceart.udesc.br/BRASIL, Constituição Federal de 1988. Disponí- demanda pelo bem Y deverá diminuir.
vel: www.planalto.gov.br/ BRASIL, Plano Diretor da Reforma do b) Bens normais são aqueles cuja demanda aumenta
Estado. Presidência da República, Câmara da Reforma do Estado, em resposta a uma queda no preço do próprio bem.
1995- www.planalto.gov.br/BRASIL/ c) Bens de Giffen são aqueles cuja demanda aumenta
em resposta a uma elevação no preço do próprio bem.
Plano Diretor da Reforma do Estado. Presidência da Repúbli- d) Por definição, bens inferiores são aqueles de
ca, Câmara da Reforma do Estado, 1995. Disponível: www.planal- qualidade inferior.
to.gov.br/ Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Relatório de Avaliação – Plano Plurianual 2000-2003 – Exercícios
2000 a 2003/ www.planejamento.gov.br/planejamento_investi- 02. (FCC/2011 – BANCO DO BRASIL)No processo
mento/conteudo/relatorio_ppa/index_relatório_ppa.htm. Brasil. de gestão do marketing de serviços, a técnica de
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Relatório de pesquisa de compreensão da satisfação dos clientes,
Avaliação – Plano Plurianual 2004-2007 – Exercício 2004./ www. em que a empresa contrata pesquisadores para
planejamento.gov.br/planejamento_investimento/conteudo/rela- utilizarem seus serviços, pesquisadores estes que não
torio_ppa/index_relatorio_ppa.htm/ Calmon, Katya M. N.; Gusso, serão identificados pelos atendentes de marketing, é
Divonzir A. A Experiência de Avaliação do Plano Plurianual (PPA) denominada:
do Governo Federal no Brasil. Brasília, Planejamento e Políticas a) Venda.
Públicas, n. 25, jun./dez., 2002/www.gestaopublica.net/www.ca- b) Grupos de foco.
c) Compra direta.
mara.gov.br/www.fazenda.gov.br/ www.mpo.gov.br/www.senado.
d) Compra misteriosa.
gov.br/www.sfc.fazenda.gov.br/www.tcu.gov.br/www.seplan.am.
e) Painel de clientes.
gov.br/www.stn.gov.br/Learning,1999/www.gestaopublica.net/
BRASIL. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado.
Secretaria da Reforma do Estado. Publicização & organizações so-
03. (CESGRANRIO/2014 – CEFET/RJ)
ciais. In:___. Organizações sociais. Cadernos MARE. Brasília: Minis-
tério da Administração e Reforma do Estado, 1997, v.2. 74 p. Dis-
ponível em: . Acesso em: 12 fev. 2009/www.portaldecontabilidade.
com.br/www.cursomarcato.com.br/ revisedireito.blogspot.com /
www.unicentro.br/ - Referência Bibliográfica CETEB – Centro de
Ensino Tecnológico de Brasília, Programa de Administração Pú-
blica –/www.segplan.go.gov.br/www.dcf.proplan.ufsc.br/www.or-
camentofederal.gov.br/www.iesde.com.br/www3.tesouro.fazenda.
gov.br/programacao_financeira/index.asp/www.tesouro.fazenda.
gov.br/execucaofinanceira1/www.orcamentofederal.gov.br/biblio-
teca/publicacoes_tecnicas/publicacoes/www.portal2.tcu.gov.br/
portal/pls/portal/docs/2541129.PDF / www.paginas.uepa.br

Por e/ou Adaptado de: Flavio Andrade/ Marcos Mendes/


Daniel Arruda Coronel/André Filipe Zago de Azevedo/Antônio
Carvalho Campos/ Marcio de Oliveira Jr./Jorge Abrahão de Cas-
tro/ Carlos Ranulfo Melo/ Fátima Anastasia/ Ives Gandra Martins/
Jefferson M. G. Mendes /Por Prof. Elisabeth Mendes Vieira/Jose Ro-
berto Marques/ Andrea Cristina Pires de Azevedo Pinto Ribeiro/ a) período de payback efetivo do investimento é de
Rogerio da Silva Nunes/Greici Weinzierl/Alessandra de Linhares três anos.
Jacobsen/Luis Estenssoro/  Antonio Gasparetto Junior/Joviniano b) valor presente líquido e a taxa interna de retorno
Queiroz/Carla Giane Soares da Cunha/MÁRCIA AUGUSTA DE são iguais.
SOUZA HILARIO/ Ernani Luiz Barros Fernandes e Prof. Paulo du c) valor presente líquido, avaliado à taxa de desconto
Pin Calmon/Reinaldo Luiz Lunelli/ Sebastião Regis Dias Xerez/An- de 20% ao ano, é positivo.
tonio Carlos da Cunha Gonçalves/Fernando Lima Gama Junior/ d) aumento do gasto inicial de 100 para 150 tornaria a
Paulo Lacerda/Alexandre Lima taxa interna de retorno negativa.
e) taxa interna de retorno do projeto de investimento
é de 50% ao ano.

84
ADMINISTRAÇÃO

4. (FCC - 2012 - TRF) A receita pública: 8. (FCC – 2009 - TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I. classifica-se em orçamentária e extraorçamentária. DE GOIÁS) A Lei Orçamentária Anual visa concretizar os
II. orçamentária classifica-se nas categorias objetivos e metas propostas no Plano Plurianual, segundo as
econômicas denominadas receitas correntes e receitas diretrizes estabelecidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias
de capital. e compreenderá o orçamento fiscal, o orçamento
III. classificada como transferência corrente é oriunda a) da seguridade social e a política de aplicação das agências
de recursos financeiros recebidos de outras entidades de financeiras de fomento.
direito público ou privado e destinados ao atendimento b) de investimentos das empresas estatais e as metas e
de gastos, classificáveis em despesas correntes. prioridades da administração pública.
IV. de contribuições é também uma fonte das receitas c) da seguridade social e as alterações na legislação
correntes, destinada a arrecadar receitas relativas tributária visando a arrecadação de tributos.
a contribuições sociais e econômicas, destinadas à d) de investimentos das empresas estatais e o orçamento
manutenção dos programas e serviços sociais e de da seguridade social.
interesse coletivo. e) da seguridade social e as metas e prioridades da
É correto o que consta em: administração pública.
a) I, II, III e IV.
b) I, II e III, apenas. 09. (CESGRANRIO/2012 – Transpetro) A técnica
c) III e IV, apenas. empregada para o registro dos fatos contábeis e que tem
d) I, II e IV, apenas. como objetivo o controle do patrimônio e de suas variações
e) II e III, apenas. é denominada
a) controladoria
5. (FCC 2012 - Tribunal de Contas do Estado do b) consolidação
Amapá) Conforme o artigo 165 da Constituição Federal c) combinação
“a lei [...] estabelecerá, de forma regionalizada, [...] d) demonstração
e) escrituração
objetivos e metas da administração pública federal para
as despesas de capital e outras delas decorrentes e para
10. (CESGRANRIO/2013 – BNDES) A análise econômi-
as relativas aos programas de duração continuada”, cujos
co-financeira de um projeto empresarial determina se ele
princípios básicos devem incluir a identificação clara
gerará riqueza ou destruirá valor para os donos da em-
dos objetivos e das prioridades do governo, garantia de
presa. O método de análise que utiliza a TIR (Taxa Interna
transparência e gestão orientada para resultados. No
de Retorno) do projeto como critério de decisão foi muito
ciclo orçamentário tal lei será a
utilizado pelos executivos nas décadas passadas. Porém, de
a) de Diretrizes Orçamentárias. uns anos para cá, parece haver uma predileção pelo método
b) do Orçamento Anual. VPL (Valor Presente Líquido) de análise.
c) do Plano Plurianual. Isso se deve ao fato de que o método da TIR
d) do Plano de Desenvolvimento Nacional. a) gera uma única taxa interna de retorno, seja qual for a
e) do Plano de Aceleração do Crescimento. apresentação dos fluxos de caixa do projeto.
b) gera uma taxa interna de retorno que não apresenta
6 (FCC 2012 - Tribunal de Contas do Estado do Amapá) relação matemática com o método VPL.
Segundo o artigo 48 da Constituição Federal, “Cabe c) supõe que todos os fluxos de caixa negativos são
ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente reinvestidos à taxa interna de retorno do projeto.
da República [...] dispor sobre todas as matérias de d) supõe que todos os fluxos de caixa positivos são
competência da União, especialmente sobre” os reinvestidos à taxa interna de retorno do projeto.
instrumentos de gestão pública em que se inclui: e) supõe que todos os fluxos de caixa positivos e negativos
a) o Sistema Integrado de Administração Financeira. são reinvestidos à taxa interna de retorno do projeto.
b) as Diretrizes Contábeis Internacionais.
c) as Diretrizes Curriculares dos Congressistas.
d) o Sistema de Prestação de Contas de Partidos. GABARITO
e) as Diretrizes Orçamentárias.
01 C
7. (ESAF 2012 - - AFC – SFC) Entre os demonstrativos 02 D
financeiros aplicados ao setor público, a Lei de 03 C
Responsabilidade Fiscal estabeleceu um deles como
04 A
elemento obrigatoriamente integrante do Relatório
05 C
Resumido da Execução Orçamentária o(a):
06 E
a) Balanço Orçamentário
07 A
b) Balanço Financeiro
08 D
c) Balanço Patrimonial
d) Demonstração das Variações Patrimoniais 09 E
e) Demonstração do Resultado do Exercício 10 D

85
ADMINISTRAÇÃO

ANOTAÇÕES

__________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

86
MARKETING

BLOCO 2:
Marketing: Conceitos básicos.............................................................................................................................................................01
Criando valor para o cliente................................................................................................................................................................02
Marketing de relacionamento.............................................................................................................................................................10
Administração de Marketing...............................................................................................................................................................19
Planejamento de Marketing................................................................................................................................................................34
O ambiente de Marketing e vendas..................................................................................................................................................38
Análise do mercado, da concorrência e do consumidor............................................................................................................41
Pesquisa de mercado.............................................................................................................................................................................46
Segmentação e posicionamento........................................................................................................................................................51
Estratégias de Marketing......................................................................................................................................................................54
Vendas: Planejamento de vendas......................................................................................................................................................60
Funções da atividade de vendas. Venda e comunicação integrada de Marketing.............................................................66
Técnicas de vendas e negociação......................................................................................................................................................79
Análise e controle de vendas..............................................................................................................................................................91
Conquista e manutenção de clientes................................................................................................................................................94
Sistemas de informação em vendas............................................................................................................................................... 101
MARKETING

Marketing é uma via de duas mãos entre o mercado


MARKETING: CONCEITOS BÁSICOS. e as organizações, em que estas buscam no mercado in-
formações sobre seus desejos e necessidades, recebendo
como retorno, nesta primeira fase, as informações.

O marketing tornou-se uma força difundida e influente


No Brasil, o conceito de marketing encontra-se, ainda em todos os setores da economia
hoje, bastante desfocado. Muitos o associam com a venda
de produtos de qualquer modo, mesmo que as pessoas Como passo seguinte, as organizações passam a ofe-
não os desejem. Outros acreditam tratar-se de uma ma- recer ao mercado os produtos e serviços de acordo com os
neira de fazer com que as pessoas comprem o que não desejos e necessidades dos clientes, tendo como retorno
precisam, com um dinheiro que não têm. recursos financeiros e clientes satisfeitos.
Muito dessa distorção se deve ao fato de a aplicação
do marketing ter ocorrido no Brasil quando ainda tínha- Orientação das empresas
mos uma economia composta por monopólios e oligopó- Cada empresa adota uma estratégia para conseguir
lios não competitivos (década de 60), em que o governo vender seus produtos e serviços. A orientação estratégica
tinha uma função muito mais de gestão do que de tutela norteará todos os negócios da empresa e a sua forma de
da economia. agir diante do mercado e dos seus clientes.
Na verdade, ele é fruto de um estudo baseado em Veremos, a seguir, como pode se dar essa diferenciação.
diversas ciências (Sociologia, Psicologia, Matemática, An-
tropologia, Estatística, Filosofia, entre outras), tendo como Orientação para a produção
objetivo conhecer o comportamento das pessoas e, a partir As empresas orientadas à produção têm a visão de que
disso, satisfazer às necessidades e desejos de cada uma. os clientes darão preferência aos produtos que sejam en-
O marketing tornou-se uma força difundida e influente contrados em qualquer lugar e com preço baixo. Assim,
em todos os setores da economia. Em poucos anos despo- a empresa procura produzir cada vez mais, visando baixar
jou-se de sua antiga imagem de algo antiético e desneces- seus preços e colocar seus produtos ou serviços no maior
sário e passou a ser visto como um instrumento essencial número possível de pontos de venda, para que os clientes
para a formação e manutenção de diversos negócios, ten- os encontrem com facilidade.
do inclusive seus conceitos aplicados nos mais variados Elas não consideram as necessidades e desejos indivi-
tipos de organização, desde times de futebol a igrejas, pas- duais de seus clientes e o fato de que nem sempre o pro-
sando por governos e organizações não-governamentais. duto mais barato satisfará a todos. A título de exemplo,
alguns médicos acreditam que o simples fato de oferece-
O marketing como filosofia rem seus serviços aos clientes por um preço acessível (via
Ao considerar a verdadeira visão do conceito de marke- Serviço Público) fará com que estes fiquem satisfeitos com
ting dentro das organizações, verifica-se que, em essência, ela os serviços e estejam dispostos a esperar até que possam
deve se estender por praticamente toda a organização, princi- ser atendidos. Na realidade, os clientes, de um modo geral,
palmente para aquelas diretamente relacionadas ao mercado. estão completamente insatisfeitos e, na primeira oportu-
Neste sentido, Raimar Richers, uma das maiores autoridades nidade em que puderem pagar por um plano de saúde ou
em marketing no Brasil, define sua função como sendo .sim- uma consulta particular, procurarão um concorrente.
plesmente a intenção de entender e atender o mercado.. É possível perceber que não há, nesta abordagem, uma
Pensando desta forma, todas as atividades relacionadas preocupação maior com os clientes, seus desejos e suas
com a busca da satisfação de clientes, sejam eles internos necessidades.
ou externos, têm uma relação direta com os responsáveis
pelo marketing. Se se concentrar nos clientes a principal Orientação para o produto
razão de as empresas existirem, as ações que influenciarão As empresas orientadas para o produto consideram
negativa ou positivamente na sua satisfação têm, nos exe- que os clientes darão preferência aos produtos que ofere-
cutivos de marketing, seus responsáveis. cerem melhor qualidade, desempenho e benefícios. Nesse
Sob essa perspectiva, veremos que o marketing re- caso, a empresa busca produzir produtos que apresentem
presenta muito mais do que ferramentas de promoção e esses atributos ou características inovadoras.
vendas; trata-se de uma filosofia dentro das organizações, Normalmente esta orientação é seguida por empresas
filosofia esta que tem no cliente a principal razão da exis- que idolatram seus produtos e de forma alguma preten-
tência da organização. dem alterá-lo, mesmo que seus clientes demandem um
produto diferente. Alguns fabricantes de máquinas de es-
Afinal, o que é marketing? crever, por exemplo, demoraram a assimilar a idéia de que
De uma forma geral e simplista pode-se afirmar, de seus clientes desejavam computadores. Imaginavam que
acordo com Kotler (2000), que marketing é umprocesso so- estes prefeririam suas máquinas, por estas serem mais sim-
cial por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm ples de ser manuseadas. Na realidade, as pessoas estavam
aquilo de que necessitam e desejam por meio da criação, mais susceptíveis às facilidades que os computadores ofe-
oferta e troca de produtos e serviços. reciam, mesmo que tivessem que aprender a manuseá-los.

1
MARKETING

Orientação para as vendas


As empresas orientadas para as vendas adotam o pensamento de que os clientes não decidem, por si sós, comprar.
Desta forma, a empresa precisa induzi-los a tomar a decisão, caso contrário não haverá a compra.
Diversas empresas adotam esta orientação, e com sucesso. O que ocorre é que elas não estão preocupadas com a
satisfação das necessidades dos clientes, e sim com a satisfação das suas próprias necessidades.
Muitas vezes, os clientes para quem foi vendido o produto não o desejavam e somente o adquiriram devido à chamada
.Venda por Pressão., o que pode, fatalmente, gerar um cliente insatisfeito.
Segundo diversos autores do marketing, um cliente insatisfeito é um inimigo em potencial. Por exemplo, algumas empresas
que vendem enciclopédias procuram seus clientes em casa, geralmente à noite, e insistentemente tentam convencê-los a adquirir
o produto. Muitas vezes os clientes não estão necessitando do produto, mas são convencidos a comprá-lo. Estas pessoas não
ficarão satisfeitas com a compra realizada e, posteriormente, passarão a ser propagandistas negativos da empresa e do produto.

Orientação para o marketing


As empresas orientadas para o marketing guiam-se pela seguinte forma de agir e pensar: procuram inteirar-se do que
seus clientes desejam e oferecem exatamente o que eles querem. Fazem isto antes dos seus concorrentes e de forma que
os seus produtos se tornem diferentes e atrativos para os clientes.
Assim, terão clientes satisfeitos e, tendo clientes satisfeitos, terão clientes fiéis.
De acordo com Kotler (2000), as empresas orientadas para o marketing têm uma preocupação constante com os dese-
jos dos clientes. Quando esses desejos mudam, as empresas procuram evoluir, orientando-se pelo que os clientes querem,
buscando formas que possam atendê-los.
Devido à existência deummercado cada vez mais competitivo no Brasil, as empresas, de uma forma geral, assim como
os vários tipos de organização, a exemplo das escolas, precisam estar constantemente preocupados com os clientes. Se não
puderem atendê-los, um concorrente poderá fazê-lo, e, então, os competidores serão os vencedores.
A grande maioria das pessoas gosta de pizzas, e diversos empresários, conscientes disso, montaram pizzarias. Ocorre
que nem sempre as pessoas estão dispostas a ir às pizzarias para saborear seus produtos. Novamente, procurando atender
os clientes, estas empresas ofereceram o serviço de Entrega em Domicílio, conhecido por Disk-Pizza. Agora, contudo, estão
diante de um novo problema: os clientes não somente querem pizzas entregues em casa, mas pizzas entregues em casa
em no máximo 10 minutos após o pedido.

CRIANDO VALOR PARA O CLIENTE.

Conheça a equação que ensina como criar valor para o cliente

[Valores Percebidos] – [Custos de Aquisição (não apenas monetários)] = Criação de Valor para o Cliente

Às vezes a solução para nossos problemas está mais próxima de nós do que acreditamos. E na questão de como criar
valor para o cliente, a resposta pode se resumir em uma equação simples de entender (mas não tão fácil de implementar).
A todo momento, quem trabalha com vendas fala em entregar valor para o cliente, mostrar o valor da solução para
o cliente, criar valor para o cliente e outras expressões semelhantes.

2
MARKETING

Assim como o trabalho de um artesão, o segredo para criar valor para o cliente está no cuidado aos detalhes.
E o foco de como criar este valor para o cliente acaba caindo sobre metodologias que ensinam como entender as ver-
dadeiras necessidades do prospect e mostrar para ele como o produto ou serviço que sua empresa vende pode ser valioso,
pois é a solução para resolver da melhor forma essa necessidade que ele tem.
Será que não existe uma maneira mais fácil de equacionar em nossa cabeça como o cliente forma essa percepção de
valor sobre a solução que oferecemos?
Sim, existe, e ela foi bem explicada por Philip Kotler em uma equação que utiliza 8 elementos que somados e subtraí-
dos entre si fornecem o valor que o cliente usa para decidir se compra ou não seu produto ou serviço.

Conheça os 8 elementos que fecham esta conta 


Depois de explicarmos quais os elementos desta equação, vamos mostrar também as 3 maneiras indicadas por Kotler
para que você possa estar, o mais rapidamente possível, criando valor para o cliente.
Mas antes vamos aos elementos desta equação:

Equação para criação de valor para o cliente


Todo comprador, ao analisar uma oferta de produto ou serviço, faz uma “conta mental” em que soma todo o valor que
percebe na solução oferecida por sua empresa e subtrai todos os custos inerentes a ela.

[Valores Percebidos] – [Custos de Aquisição (não apenas monetários)] = Criação de Valor para o Cliente

O resultado é o que se chama de Valor Entregue para o Cliente, que é o que você deve evidenciar para ele no pro-
cesso de venda.
Muito bem, o Custo Total para o Cliente nesta equação é composto de quatro elementos:
1. Custo psíquico
2. Custo de energia física
3. Custo de tempo
4. Custo monetário

Já o Valor Total para o Cliente envolve outros quatro elementos:


1. Valor da imagem
2. Valor do pessoal
3. Valor dos serviços
4. Valor do produto

A soma dos valores subtraída dos custos, gerará o Valor Entregue para o Cliente.
Uma forma de entender isso seria observando esta ilustração em que os 3 primeiros custos são representados pelo cír-
culo laranja; o custo monetário é destacado com o nome de preço no círculo roxo e o Valor  Total para o Cliente, quando
supera o custos, aparece nesta figura na cor verde.

3
MARKETING

Fonte: Design

Vamos detalhar, a seguir, cada um dos oito elementos usados para criar valor para o cliente.

 Custo Total para o Cliente


Lembre-se que esta definição de custos não se restringe ao preço.

1- Custo psíquico
O comprador com quem você trata tem sobre suas costas toda a responsabilidade de tomar uma decisão complexa e
que pode impactar tanto positiva como negativamente na empresa para a qual trabalha.
O estresse inerente a esta função é grande e o comprador, ou, muitas vezes, o diretor de uma área, se preocupa em
que seu prestígio dentro da organização não seja abalado por uma escolha errada.
A melhor maneira de diminuir este custo é trazendo cases, dados concretos, informação de qualidade e outros fatores
que deixem o comprador confiante e seguro sobre a solução que você está oferecendo.

2- Custo de energia física


Além do estresse mental, existe toda uma energia que deve ser dispendida pelo comprador para analisar a sua oferta
e negociar com você.
De quantas reuniões ele terá que participar? Quantos relatórios terá que ler? Ele terá que se deslocar para esse tipo de
conversa? Viagens locais ou internacionais?
Seja prático e objetivo em suas argumentações e facilite ao máximo a vida do comprador. Vá visitá-lo, leve amostras,
infográficos, esquemas, plantas, maquetes, faça videoconferências, se necessário.
Permita que seu interlocutor faça o menor esforço possível para tomar a decisão de compra com conforto e tranquili-
dade.

3- Custo de tempo
O custo de tempo envolve dois fatores:
• Tempo para tomar a decisão
• Tempo para que a decisão seja implementada
O vendedor pode tornar este primeiro fator menos custoso ao tornar o processo de compra o mais ágil possível e, com
isso, estará criando valor para o cliente de forma indireta, ao diminuir este custo.
Note que muitos dos seus esforços para diminuir custos de tempo também se refletem nos custos de energia física.
Para isso, torne o processo de compra o mais célere possível.
Por exemplo: crie um checklist em que se visualizam rapidamente, na forma de bullets, todos os benefícios que sua
solução vai trazer ao cliente, ou se ofereça para criar uma apresentação de slides com tudo pronto para ele apresentar para
a diretoria o projeto de implantação da solução.
Quanto ao custo de tempo de implementação da solução, como análises e estudos necessários, visitas técnicas, defini-
ção de especificações, treinamentos e outras semelhantes, este é um fator que o profissional de vendas não pode controlar.
Mas, a cada nova implementação, ele pode levar feedbacks para a equipe de desenvolvimento de produtos com o
objetivo de melhorar esse processo e torná-la o mais ágil, rápido e menos custoso para o cliente.
Além disso, um acompanhamento constante dos progressos e auxílio no que for preciso, sempre poderá surpreender
positivamente e gerar um efeito de fidelização sobre o cliente.

4
MARKETING

4- Custo monetário
O preço do produto deve ser encarado pelo vendedor como a peça menos importante de toda esta equação.
Baixar o preço para criar valor para o cliente é a pior solução possível, como veremos mais adiante.
E se o vendedor se vir obrigado a fazer uma negociação de preços ou conceder outras vantagens monetárias, como
parcelamentos, bonificações em produtos, assistência técnica gratuita, taxa de juros diferenciada e outras, sempre deve
fazer isso em função de uma concessão da outra parte.
Simplesmente baixar o preço ou aumentar o número de parcelas sem uma compensação do comprador não cria valor
para o cliente, apenas deprecia o produto ou serviço que sua empresa comercializa.

Outra interpretação da equação do valor para o cliente

 Valor Total para o Cliente


Além de tornar a compra mais rápida e tranquila, e menos trabalhosa e estressante, a grande tarefa do vendedor que
quer criar valor para o cliente é exatamente explicitar esse valor nos quatro elementos onde ele se manifesta.
Independentemente da técnica que o vendedor vai usar, é importante que ele conheça muito bem esses elementos que
criam valor para o ciente para que possa descrevê-los adequadamente durante o processo de venda.

Veja detalhes de cada um deles, a seguir.

1- Valor da imagem
Sim, mesmo em vendas B2B a imagem da marca é levado em conta pelo comprador corporativo.
Quer um exemplo fácil de entender? Imagine o comprador de uma rede de hotéis de luxo que precisa equipar os quar-
tos do hotel com aparelhos de TV.
Você acha que ele vai optar por uma marca qualquer, sem prestígio ou relevância no mercado, ou tomará o cuidado de
analisar esse quesito em sua equação de valor?
O mesmo vale para outros ramos menos glamourosos. Uma grande firma de consultoria empresarial não pode simples-
mente equipar seus executivos que visitam clientes com uma marca de notebooks qualquer, existe todo um status por trás
desses equipamentos que se traduzem em valor para o cliente deles, assim como em smartphones e outros dispositivos
semelhantes.
Outro exemplo muito comum do valor da imagem em vendas B2B é a escolha de empresas de auditoria de balanços
por bancos e outras organizações de grande porte. Quanto mais conceituada for a consultoria escolhida, mais valor para o
cliente o banco vai transparecer.
Não deixe de usar a imagem e o prestígio de sua marca ao fazer vendas B2B.

2- Valor do pessoal
Por valor do pessoal, Kotler queria se referir a competência da equipe da empresa fornecedora para dar a devida
atenção ao cliente e prestar uma verdadeira consultoria para ele, mostrando que conhecem seus produtos ou serviços, o
mercado, seus concorrentes e que sua opinião e assessoria têm grande valor para ele.
O cliente precisa confiar no pessoal da empresa e ter certeza que estão buscando a melhor solução para seu negócio
e não apenas correndo atrás de comissões e querendo empurrar uma venda.
Na verdade, esta frase de Peter Drucker traduz muito bem como criar valor para o cliente através das pessoas que o
atendem:

5
MARKETING

Fonte: Citador

Isso é: coloque-se na posição da pessoa para quem você tem que vender, entenda seu negócio a fundo, suas necessi-
dades reais, e ache a solução ideal, aquela que você adotaria se estivesse no lugar dele.

3- Valor dos serviços


O nível de prestação de serviço é um elemento fundamental quando se está criando valor para o cliente.
A assistência técnica, o atendimento ao cliente, a velocidade de resposta a chamados e outras atividades semelhantes
são tão importante quanto o produto ou o serviço principal em si.
Por exemplo: uma empresa que vende tratores para uma construtora, também precisa assegurar que terá as peças
de reposição quando necessárias, técnicos credenciados para fazer manutenção preventiva e corretiva, uma equipe para
treinar os operadores e um serviço de atendimento de urgência, em caso de necessidade.
Mais importante que fornecer um produto ou serviço é garantir a continuidade dos benefícios que eles oferecem, in-
dependente de circunstâncias adversar que possam surgir.
Mostrar isso claramente para o comprador é uma forma de criar valor para o cliente que pode fazer grande diferença
na hora de fechar uma venda.

4- Valor do produto
O valor do produto são os benefícios que este traz para o cliente e que ele reconhece como importantes para resolver
seu problema. Lembre-se, não estamos falando de preço, mas de valor: o quão valiosa pode ser aquela solução para a
empresa que a adquire.
Um produto pode ser confiável, durável, ter um desempenho melhor, ser mais simples de usar e até mesmo questões
como o design podem ser valorizadas pelo cliente.
Normalmente o valor do produto está em algum ou em vários destes três fatores:
1. Ele vai ajudar o cliente a diminuir custos de produção ou manutenção
2. Ele vai reduzir algum risco inerente ao negócio do cliente
3. Ele vai fazer o cliente ganhar mais dinheiro
Não existe nenhum outro motivo racional para se enxergar valor no produto, no que tange a este quesito específico
da equação de valor.

6
MARKETING

Confira neste infográfico, um resumo de tudo o que falamos até agora neste artigo:

As 3 maneiras de criar valor para o cliente


Nós estamos usando uma equação com a intenção de criar valor para o cliente, não é mesmo?
Nosso objetivo é aumentar o Valor Entregue ao Cliente, que é a diferença entre o Valor Total para o Cliente e o
Custo Total para o Cliente.
Ora, neste caso, precisamos fazer uma conta e descobrir como o resultado destas somas e subtrações vai criar o maior
valor possível para ele.
Se avaliarmos isso com cuidado, segundo Kotler, vamos notar que só existem 3 modos práticos de se fazer isso:
• O primeiro, mais fácil e menos indicado deles é diminuindo o preço
• O segundo é diminuindo os demais elementos do Custo Total para o Cliente, isto é: o custo psíquico, o custo de
energia física e o custo de tempo
• O terceiro é aumentando o Valor Total para o Cliente, isto é: O valor de imagem, o valor de pessoal, o valor de
serviços e o valor de produto

Criar valor para o cliente é um trabalho contínuo de somar valor e diminuir custos
Para diminuir o Custo Total para o Cliente, um bom vendedor deve focar na diminuição dos custos de tempo, de ener-
gia física e custo psíquico, como ilustramos em diversos exemplos na parte inicial do texto, se esforçando para desenvolver
uma venda consultiva, que ajuda o cliente a fechar a compra mais depressa e com menos esforço, mesmo se tratando de
uma venda complexa.
Quanto ao preço, é um elemento sobre o qual o vendedor tem algum controle, no entanto, como dissemos antes, mas,
apesar da facilidade de manipular este elemento, isso, deve ser evitado a todo custo e usadas estratégias de negociação
para não reduzir preços.
Reforçamos: o foco do profissional de vendas sempre deve ser o valor da solução e não o preço!
Por fim, e muito importante que o vendedor note que ele tem pouco poder de alterar o Valor Total para o Cliente, pois
o produto ou serviço é fornecido pelas outras áreas da empresa dentro de um determinado padrão.
O que ele pode fazer nesse sentido é ressaltar isso aos olhos do cliente, estudando o mercado, a empresa dele e os
benefícios que a solução vai entregar.
Outra maneira de aumentar o Valor Total do Cliente é com auxílio de equipes de Customer Success, especializadas
em acompanhar e assessorar os clientes para que atinjam o maior sucesso possível no uso da solução que adquiriram.

7
MARKETING

A Diferença Entre Valor Percebido X Agregado


Há muito tempo diversos autores têm falado da importância do valor agregado ao serviço ou produto que vendemos.
Na verdade o Conceito de Valor é um dos fatores mais importantes para o sucesso de uma empresa. Um produto ou
serviço sem valor agregado será apenas mais um entre os outros, sem se diferenciar.

Mas o que é Valor?


É a estimativa de cada produto ou serviço satisfazer o conjunto de necessidades do consumidor. É a satisfação das
exigências do consumidor ao menor custo possível de aquisição, propriedade e uso.

É  a diferença entre as percepções do cliente quanto aos benefícios e custos da compra e uso de produtos e serviços e
os custos que eles incorrem para obtê-los.
Desta forma, valor entregue ao consumidor é a diferença entre o valor total esperado e o custo total do consumidor.
Onde, valor total para o consumidor é o conjunto de benefícios esperados por determinado produto ou serviço, enquanto
custo total do consumidor é o conjunto de custos esperados na avaliação, obtenção e uso do produto ou serviço.

Valor Agregado
Podemos agregá-lo  de várias maneiras, das mais criativas às mais tradicionais. Prestar serviço ao cliente é uma das mais
comuns atualmente. Por exemplo: só o fato de o dono da empresa estar presente na hora da assinatura de um contrato, é
uma forma de agregar valor ao produto ou serviço.

8
MARKETING

O importante é sabermos que o conceito de valor não se forma no produto ou serviço. Ele é formado na mente das
pessoas. Ele é a percepção que cada um tem de quanto vale  determinado bem ou serviço.
Quando ouvimos aquela frase: “ é caro mas vale a pena”, sabemos que aí temos um bom conceito de valor percebido
pelo cliente. Na verdade não é caro porque vale pelo benefício que proporciona.
Uma nota de R$50,00 não custa mais do que R$0,50 para ser produzida, no entanto todos acreditam que ela de fato
vale R$50,00, porque este é o valor percebido em nossa mente. De fato podemos trocá-la por mercadorias até esse valor,
em qualquer parte do país. O Governo  Federal foi sem dúvidas muito eficiente em nos convencer que este é o valor ver-
dadeiro daquele produto.

O Valor Agregado ao Cliente


Pode ser entendido como proporcionar ao cliente produtos e serviços que têm mais qualidade do que os oferecidos
pelos concorrentes em mercados semelhantes.
Isso significa proporcionar algo a mais que os concorrentes não ofereçam, de modo a atrair o cliente, oferecendo mais
do que o cliente espera receber.
Este é o nosso desafio, convencer o cliente que nosso produto ou serviço vale  o que estamos pedindo por ele. É por
isso que não falamos de preço até aqui. Preço é uma característica do produto ou serviço, tanto que devemos deixar por
último para informá-lo. O que importa é o quanto o produto ou serviço vale para nosso cliente.
Se  chegamos até este ponto de nossa apresentação de vendas e o cliente ainda está achando caro é porque  falhamos
em nosso objetivo de mostrar-lhe os benefícios  do nosso produto ou serviço.
Estaremos agregando valor à nossa empresa, seus produtos e serviços, quando estivermos realmente comprometidos
com o sucesso do nosso cliente, quando tivermos uma empatia genuína com ele, quando formos leais, quando formos
capazes de inovar, fugindo do igual, oferecendo sempre algo a mais que o esperado.
O inverso, porém também pode acontecer. O perigo é agregarmos ao produto/serviço um valor que ele não é capaz de
suportar, criando uma expectativa que ele não pode atender. Um exemplo foi o que aconteceu com a Ford, que em 1956:
lançou o Ford Edsel com tamanho estardalhaço e mistério que criou uma enorme expectativa a respeito do automóvel, por
meses,  e que não foi mostrado até  o último momento.
Quando foi lançado ao público, em cadeia nacional de televisão, as pessoas se decepcionaram dando-se conta de que
era apenas um automóvel e não uma nave espacial ou algo assim. Para piorar, a qualidade do veículo era péssima e assim
não durou mais que 2 anos no mercado. Agregou-se  ao produto  mais valor do que ele podia suportar.
Produtos ou serviços com alto valor percebido em um dado momento, podem com o passar do tempo  ver este valor
declinar e até desaparecer. Vejamos o exemplo dos computadores que há  10 anos custavam US$2.000,00 e eram um suces-
so. Hoje não valem absolutamente nada, sua tecnologia ficou obsoleta derrubando seu valor  e com este preço compramos
um computador dos mais modernos.
A facilidade de aquisição também pode fazer o valor de um bem despencar. Foi o que aconteceu com os telefones
celulares no Brasil, cuja linha custava na época que foram lançados aqui, mais de R$2.000,00, e hoje vem de graça com a
compra do aparelho.

9
MARKETING

Quando procuramos vender um produto ou serviço devemos sempre mostrar os benefícios que a aquisição deste pro-
duto ou serviço irá proporcionar ao nosso cliente, satisfazendo seus desejos e necessidades.  A demonstração  dos benefí-
cios  deverá tirar todas as dúvidas em relação ao produto ou serviço quebrando as objeções e permitindo   ao consumidor
fazer uma avaliação e tomar a decisão pela compra ou não.

Valor Percebido
Outro ponto importante tem que ser levado em conta. Quando alguém compra um produto, é criada uma expectativa
em cima do que vai ser apresentado. Quando o produto é recebido é a hora da percepção, que vai  confirmar, anular ou
superar suas expectativas. Fazendo essa comparação, obtém-se a satisfação.
De acordo com Kotler e Armstrong:   “[…] a  satisfação do cliente depende do desempenho do produto percebido
com relação ao valor relativo às expectativas do comprador”.  Isso significa que se o desempenho for de acordo com as
expectativas, teremos um comprador satisfeito. Agora, se exceder as expectativas, aí teremos  um comprador encantado.

Encantar o cliente

Empresas orientadas para o marketing trabalham sempre para manter seus clientes satisfeitos, pois clientes satisfeitos
voltam a comprar e ainda falam sobre suas boas experiências com o produto. A chave para o sucesso é encontrar o ponto
de equilíbrio entre as expectativas do cliente e o desempenho da empresa.
Empresas  bem preparadas têm como meta “encantar” seus clientes, e conseguem isso quando prometem somente o
que podem oferecer e depois oferecem “mais” do que prometeram.
Encantar seus consumidores acaba criando um bom relacionamento, que é conquistado com ações que ocorrem sem
o cliente esperar, aos poucos a cada dia, com ações objetivando levar conforto, comprometimento e acima de tudo, credi-
bilidade ao cliente.
Com ações como estas seu cliente fala positivamente da sua empresa, pois está sendo feito por ele algo que ninguém faz.

MARKETING DE RELACIONAMENTO.

Atualmente, nós, que trabalhamos na área de atendimento, devemos mudar a mentalidade de “fechar uma venda”
para a de “iniciar um relacionamento com o cliente”. Para que esse relacionamento nos proporcione lealdade, precisamos
aprender a dialogar com nossos clientes.
Sendo assim, devemos interagir com os nossos clientes, pois são eles que passam o feedback dos nossos serviços e
produtos. É necessário conversar, saber a opinião deles e entender quais são as suas expectativas, para melhor atendê-los.

10
MARKETING

Em seu livro “Marketing de Relacionamento”, Vavra e-mails para falar das novidades, descontos ou até mes-
menciona alguns dos benefícios que o diálogo com o clien- mo convidá-los para participar de eventos. Faça pós venda
te pode trazer: não deixa o cliente esquecer de você.
• Abertura para que o cliente dê sugestões para cor- Atualmente, também é possível utilizar as redes so-
rigir erros e promover melhorias na empresa; ciais para interagir com os clientes. Elas nos proporcio-
• Ideias sobre novos produtos e maneiras de apre- nam esse contato mais próximo, que podemos utilizar a
sentar os produtos atuais; nosso favor. Utilize também o WhatsApp para falar sobre
• Despertar um maior interesse no cliente potencial, lançamentos de produtos ou sobre um novo cardápio.
sem deixá-lo aborrecido ou frustrado;
• Fazer que o cliente sinta-se mais leal e compro- Marketing de Relacionamento: Fidelizar o cliente e
missado ao fazer negócios com a empresa; melhorar a reputação da sua marca
• Agregar valor aos produtos e serviços. Em algum momento da sua carreira de empreendedor,
você já deve ter ouvido a frase: “É mais difícil manter um
Para Vavra, o contato direto com o cliente é uma das cliente do que conquistá-lo”. Os dois processos são desa-
melhores maneiras de construir relacionamentos duradou- fiadores, claro, mas fidelizar um cliente exige um conjunto
ros. de estratégias diferenciadas, o que conhecemos no mer-
Seguem algumas dicas para se aproximar dos seus cado como marketing de relacionamento.
clientes: Entenda o que é Marketing de Relacionamento
Deixe no seu estabelecimento uma urna ou uma caixa
de sugestões para que o cliente compartilhe suas opiniões O que é marketing de relacionamento:
sobre a loja ou informe sobre algum produto que espera- Trata-se de ações realizadas pela empresa com o obje-
va adquirir, mas não encontrou. Não é necessário que o tivo de manter o cliente próximo. Diante da concorrência,
cliente se identifique, pois dessa forma ele se sentirá mais à que oferece os mesmos produtos a preços equivalentes, é
vontade para fazer sua avaliação. necessário se destacar na memória das pessoas. Além dis-
Devemos nos preocupar, principalmente, com aqueles so, um cliente fidelizado também realiza o famoso “boca a
que não reclamam, pois esses vão embora e não retornam. boca”, criando uma boa reputação da sua empresa e ala-
Os clientes que demonstram sua insatisfação são os que de- vancando seu negócio.
sejam ainda manter um relacionamento com sua empresa. O marketing de relacionamento promove essa ligação
Interaja com seus clientes. afetiva, por meio de algumas estratégias que veremos ao
– Em uma loja de roupas, por exemplo, você pode, longo do texto. Antes, é importante lembrar que para rea-
mediante autorização, tirar fotos de suas clientes (com as lizar um bom planejamento, é necessário conhecer mui-
roupas da loja) e colocá-las em um mural ou postá-las no to bem sua base de clientes, seus gostos e necessidades.
Facebook, marcando a cliente. Dessa forma, todos os seus Você pode obter essas informações por um software para
amigos a verão e isso será, automaticamente, uma propa- gestão comercial, pesquisas de satisfação, entre outras
ganda da sua loja. Seja uma consultora de moda, estude ações.
moda, as tendências e auxilie sua cliente. Dê dicas de mo- Identifique quais são aqueles que fazem negócio com
das, enviei e-mail, ou use o face e watsapp para informar mais frequência e que fazem diferença no seu faturamen-
dicas de moda. Ofereça um curso de moda para suas prin- to e monte uma estratégia diferenciada. Esses clientes
cipais clientes que pode ser abordado assuntos como uso precisam de um acompanhamento mais personalizado e
de roupa para cada ocasião, o certo e errado, como usar próximo, para que essa relação seja duradoura e sempre
acessórios com determinados tipos de roupas. vantajosa.
– Em restaurantes, barzinhos, cafeterias ou pizzarias,
você pode pedir que o cliente crie um drink ou um prato, Estratégias utilizadas pelo marketing de relaciona-
que levará seu nome. Chame um chefe de cozinha para mento
ensinar pratos diferentes e dicas de culinárias, e convide Confira algumas das estratégias de marketing de re-
seus principais clientes. lacionamento mais utilizadas e como aplicá-las em seu
– Envie um cartão no aniversário do cliente ou em ou- negócio:
tras datas comemorativas.
– No dia 15 de setembro, dia do cliente, dê brindes, Atendimento de qualidade
cartões de agradecimento, descontos ou chame seus clien- Pode parecer óbvio, mas é sempre bom lembrar como
tes para um café ou chá da tarde especial. um bom atendimento é essencial para fidelizar o cliente.
– Faça uso de cartões fidelidade. Pode ser utilizado em Afinal, o que é Marketing de Relacionamento se não con-
salões de beleza, lojas, restaurantes etc. quistar a confiança de seu cliente mostrando proximidade
– Valorize aquele cliente que faz indicações e propa- e interesse em ajudá-lo sempre? De acordo com uma pes-
ganda gratuita do seu estabelecimento. Dê um presente ou quisa realizada pela revista Pequenas Empresas, Grandes
um grande desconto. Negócios, 61% das pessoas afirmam que receber um bom
– Utilize um sistema de gerenciamento de dados com atendimento é mais importante do que o valor ou quali-
informações dos seus clientes, com suas últimas com- dade do produto. Por isso, invista nos canais de contato e
pras, preferências, datas de aniversário etc. Ligue ou envie na capacitação do seu time.

11
MARKETING

A fidelização depende de esforços diários para ajudar Relacionamento com diversos públicos nas Organi-
seu cliente a ter aquilo que ele busca zações
Qual o conceito de Públicos e quais os existentes?
Programas de fidelidade Para Cândido Teobaldo: público é “o agrupamento es-
Essa estratégia pode garantir um bom retorno. Para pontâneo de pessoas adultas ou grupos sociais organiza-
iniciar o planejamento, é preciso pensar em alguns pon- dos, com ou sem contigüidade física, com abundância de
tos importantes: o tipo de premiação, as regras de funcio- informações, analisando uma controvérsia, com atitudes e
namento, pontuação, software para acompanhamento do opiniões múltiplas quanto à solução ou medidas a serem to-
programa etc. Um programa de fidelidade atrativo deve ser madas frente a ela; com ampla oportunidade de discussão e
de fácil entendimento, utilização e oferecer prêmios que acompanhamento ou participando do debate geral, através
sejam de interesse do cliente. da interação social ou dos veículos de comunicação, à pro-
cura de uma atitude comum, expressa em uma decisão ou
Interações em redes sociais opinião coletiva, que permitirá a ação conjugada”.
Criar perfis nas redes sociais, postar conteúdo regu- J.B. Pinho, com base na definição de Teobaldo, afirma
larmente e estimular a interação são ações fundamentais que uma organização tem como seus públicos aqueles
para conquistar o cliente que vive conectado e trocando grupos que desfrutam de ampla liberdade de informação e
informações a todo o momento. Já falamos aqui no blog discussão e que se voltam para essa organização a fim de
sobre a importância do Marketing Digital para o seu negó- externar suas opiniões e posições diante de controvérsias
cio, confira abaixo mais dicas para aplicar em seu dia a dia: e questões de interesse. A determinação da identidade de
• Faça, no mínimo, um post por dia; cada grupo nas suas relações com as instituições vai se dar
• Responda às dúvidas na própria rede social, não pelo interesse público, que representa um elo entre eles.
peça para o cliente enviar e-mail ou ligar (se for um assunto A classificação clássica dos públicos de uma organiza-
particular, responda por inbox); ção baseia-se no critério de proximidade física, no nível de
• Crie enquetes ou faça perguntas, para criar inte- relacionamento que os públicos mantêm com a organiza-
ração; ção e na existência de interesses em comum. Segundo essa
• Publique vídeos. classificação, os públicos de uma organização podem ser
divididos em:
Lembrança de aniversário  Público interno: os empregados de todos os ní-
Mande um e-mail simpático no aniversário, cumpri- veis da organização e seus familiares.
mentando seu cliente ou até mesmo oferecendo um des-  Público externo: consumidores, concorrentes,
conto no dia. Tem uma grande carteira de clientes e acha imprensa, governo, comunidade e público em geral.
que não vai lembrar do aniversário de todos eles? Deixe de  Público misto: acionistas, distribuidores, fornece-
se preocupar com isso! Seu sistema de gestão comercial dores, revendedores. Segundo Pinho, classificar acionistas,
pode avisá-lo de todas as datas importantes e ações que distribuidores, fornecedores e revendedores como público
devem ser realizadas diariamente. misto não é uma classificação consensual. Para o autor, al-
Se você ainda não se deu conta sobre o que é Marketing guns estudiosos classificam esses públicos como interno,
de Relacionamento, pense que ele é muito semelhante a uma uma vez que esses grupos possuem ligações estreitas com
amizade ou namoro: quem é amigo lembra do seu aniversário! as organizações e nas suas manifestações se assemelham
às reações do público interno.

Os requisitos básicos para que uma empresa possa Quais são as ações de comunicação possíveis de serem
praticar o marketing de relacionamento são: estratégias desenvolvidas para efetivar o relacionamento com os públi-
utilizadas e os benefícios alcançados com estas estratégias, cos de uma organização?
a partir daí as empresas devem trabalhar cada vez mais o A Comunicação pode agir em diversas áreas na empre-
relacionamento, para obter uma vantagem competitiva, re- sa se dirigindo até mesmo para públicos específicos, per-
duzindo custos, além de conquistas de clientes fiéis e sa- meados por culturas organizacionais distintas.
tisfeitos aumentando a estabilidade da empresa, compro- A seleção de ferramentas de Comunicação Interna
vando que o foco no relacionamento traz resultados muito sempre deve ser feita de forma planejada e alinhada aos
positivos. objetivos estratégicos da empresa. Para facilitar a avaliação
O objetivo maior das empresas atualmente é reter o do que implantar sugere-se as seguintes categorias:
cliente já que isso significa maximizar o lucro a longo prazo  Comunicação Interna Institucional – materiais
e durante esse período em que o cliente se relaciona com e campanhas que visam apresentar e posicionar a organi-
a organização poderá trazer novos clientes, seus amigos e zação, seus conceitos de missão, visão, valores, políticas e
familiares. processos.
Conclui-se, portanto que, para manter seus clientes  Veículos de Comunicação Interna – constituídos
fieis, é necessário que a empresa possua foco estratégico, por canais de comunicação estabelecidos de forma perma-
conquiste a confiança dos seus clientes, invista nos funcio- nente, com periodicidade e formato definidos e possibili-
nários, se preocupe com detalhes, cuide constantemente dade de interação entre emissor e receptor (comunicação
de sua imagem e utilize o marketing de relacionamento. de mão dupla).

12
MARKETING

 Ações de relacionamento – programas de capacitação para gestores e para agentes de comunicação, por meio
de workshops e treinamentos, no sentido de difundir a cultura de comunicação e multiplicar conceitos, ampliando a abran-
gência e divulgando, para além da área de comunicação, a forma como a empresa troca suas informações, gerando e
compartilhando conhecimento.

Além de outras ações como:


 Transparência: é um fator essencial para a conquista da credibilidade, é um dos tributos básicos na prática da
Comunicação Interna, pois, necessariamente, ela é o ponto de partida para se estabelecer vínculos de confiança aceitação
do público interno para com a empresa.
 Informação em primeira mão: é fator estratégico que os funcionários sejam os primeiros a conhecer no-
vas posturas, produtos e informações da empresa. Isso faz com que eles se sintam parte importante do negócio, bem
como contribui para uma imagem e um clima de trabalho positivos. Os colaboradores costumam ser o primeiro pú-
blico afetado pelas decisões das organizações. Nada mais justo e inteligente, portanto, informá-los em primeira mão.

CRM - “Customer Relationship Management” (Gestão de Relacionamento com o Cliente)


Muitas pessoas, ainda hoje, confundem a sigla CRM com um tipo de software ou aplicativo de vendas, quando, na
verdade, a gestão de relacionamento com clientes vai muito além disso.

Manter um bom relacionamento com os clientes depende de uma série de fatores: destacamos alguns deles neste post!
Como diria o conceituado autor Ronald Swift, vice-presidente da NCR Corpotation:
Gestão de relacionamento com clientes é uma abordagem empresarial destinada a entender e influenciar o comporta-
mento dos clientes, por meio de comunicações significativas para melhorar as compras, a retenção, a lealdade e a lucrativi-
dade deles.
Mas é claro que tudo isso só é possível, nos dias de hoje, com ajuda da tecnologia, que potencializa todas as habilida-
des, experiências e conhecimentos dos profissionais de vendas, ao se relacionarem de forma significativa com os clientes
e prospects.
Em outro artigo recente de nosso blog, comentamos a importância das conversas significativas (ou comunicações
significativas, como citado na definição de Swift) na gestão de relacionamento com clientes, e de como elas fazem seu fluxo
de vendas gerar mais conversões.
Mas, na postagem de hoje, nosso foco vai além da conversão! Vamos esclarecer como cada etapa do processo de gestão
do relacionamento com clientes pode tornar esse objetivo mais fácil de se alcançar, de uma forma mais sustentável e lucrativa.
Para isso, além de consultar diversos autores e artigos, selecionamos as seis etapas da gestão do relacionamento
com clientes, conforme são apresentadas pelo próprio Ronald Swift, em seu livro Como Revolucionar o Marketing de Re-
lacionamento:

1. Descobrir Clientes
2. Conhecer os Clientes
3. Manter o relacionamento com os clientes
4. Verificar se receberam mesmo o que foi prometido
5. Assegurar que eles recebam o que desejam em todos os detalhes
6. Assegurar que o cliente se mantenha na empresa

Os 6 passos para a Gestão de Relacionamento com Clientes


Vamos apresentar cada um destes passos, mas – como de costume em nossas postagens – não vamos repetir informa-
ções que discutimos em outros artigos (para isso, vamos indicar alguns links), vamos tentar trazer sempre novas perspecti-
vas, embasadas em livros e artigos consagrados.
 
1- Descobrir Clientes
Descobrir clientes é um jeito diferente de dizer “prospecção de clientes”.
E sobre isso, recomendamos este baita artigo de nosso blog: Prospecção: como encontrar novos clientes?
Nele, mostramos a importância de conhecer profundamente seus clientes, definir um perfil ideal para eles, segmentá-
-los com ajuda de ferramentas de CRM e definir uma lista de prospects, para então entrar em contato com eles e qualificá-
-los; para, dessa forma, encontrar as melhores oportunidades de venda.
A partir deste ponto, inicia-se o processo de vendas e follow-up, a caminho da conversão.
Mas o que queremos ressaltar neste momento é uma armadilha na qual muitos gestores de vendas acabam caindo ao
se descuidarem na fase de descoberta de clientes.
O que acontece é que, exatamente pelo fato de contarem com um excelente sistema de CRM, esses gestores de vendas
e outros profissionais da área acabam se fixando única e exclusivamente neste modelo de cliente ideal, se esquecendo de
procurar novos mercados!

13
MARKETING

Em um artigo intitulado “Os Perigos do Oceano Vermelho”, os consagrados autores do best seller “Estratégia do Ocea-
no Azul” W. Kim e Renée Mauborgne deixam claro que, além de se concentrar em seus clientes ideais, uma estratégia ven-
cedora de gestão de relacionamento com cliente não pode deixar de buscar novos mercados para que a empresa cresça
sempre.

Veja o quadro de resumo do artigo:

Fonte: HBR

Mas que fique claro: preocupar-se menos com a segmentação não significa abandoná-la! Mas dosar os esforços para
também se conquistar novos perfis de clientes.
Os autores também dão mais um alerta: um novo mercado não precisa necessariamente de novos produtos ou tec-
nologias, nem que você abandone o que faz hoje.
Muitas vezes, a empresa não enxerga um mercado ainda inexplorado para o qual seu produto ou serviço é perfeito. E é
isso que o vendedor deve se esforçar para encontrar, além do perfil ideal de cliente, que a empresa já explora com sucesso.
Exemplo: por muito tempo a tecnologia GPS era oferecida apenas para empresas de mapeamento por satélite, minera-
doras e grupos militares, até que alguém pensou em oferecer para empresas automotivas e até agrícolas, que usam o GPS
em seus tratores automatizados nas plantações, produzindo mais e melhor.

2- Conhecer os Clientes
Uma frase dos conceituados autores Don Peppers e Marta Rogers vale ser citada:
Trate clientes diferentes de forma diferente
Conhecer seus clientes com ajuda de seu sistema CRM, se ele for bom, significa conhecer grupos ou tipos de clientes
e, em caso de necessidade, poder consultar o histórico de suas interações com ele antes de uma reunião, para se preparar
adequadamente.
Mas se você quer realmente tratar clientes diferentes de maneira diferente, um toque humano será necessário (sempre
sem ultrapassar o limite da inconveniência, invadindo a privacidade do cliente).
Já falamos aqui no blog sobre como as redes sociais podem te ajudar a saber os hobbies do cliente, para onde costuma
viajar, como se diverte com os filhos e outras informações interessantes para gerar assunto e criar rapport, principalmente
para quem faz vendas complexas B2B.
Para isso, damos mais uma sugestão interessante que pode ajudá-lo a criar relacionamentos mais fortes ao conhecer
seus clientes mais a fundo: o Marketing de Experiência.
Tente encontrar um interesse comum de alguns seus clientes e o relacione com o produto ou serviço que sua empresa
vende.
• Por exemplo: se sua empresa vende facas profissionais de cozinha para hotéis, restaurante e lojas especializadas
e, ao pesquisar nas mídias sociais você nota que muitos de seus clientes gostam de churrasco, por que não organizar um
workshop que ensinando a fazer churrasco (com suas facas em evidência), seguido de degustação, é claro!
Para que esse tipo de iniciativa funcione, três elementos precisam estar presentes:
• Verdade: o evento tem que mostrar que é autêntico
• Vontade: interesse genuíno de todos participarem
• Valor: os participantes têm de enxergar algo que valorizam no evento, deixando lembranças e conexões fortes.

14
MARKETING

Fonte: 5 Seleto

3- Manter o relacionamento com os clientes


Manter o relacionamento com os clientes significa que, depois de qualificados como leads, é preciso manter um follo-
w-up e um esforço de vendas para que, com conversas significativas, consigamos levá-los até a conversão.
Além de te ensinar como fazer networking, ele também é bastante útil para mostrar como manter um follow-up con-
sistente e verdadeiro, e não deixar seu relacionamento com os clientes esfriar.
O segredo é ser autêntico e não aquele “mala”, que liga sem motivos ou não tem assuntos interessantes para conver-
sar. É necessário aquele toque de relacionamento humano que comentamos desde o início deste artigo, e que será de
grande apoio à tecnologia que você usa em sua empresa.
Extraímos uma série de dicas da leitura do livro, que podem ser bastante úteis na gestão de relacionamento com clien-
tes:
• Defina um objetivo: o livro de Ferrazzi fala em relacionamentos em geral, mas aqui estamos falando de relaciona-
mentos com clientes, este é seu objetivo (por isso, usaremos muitas vezes a palavra cliente, quando Ferrazzi usaria contato).
• Relacionamentos devem ser autênticos e seu cliente percebe isso: não espere algo em troca, apenas ajude seu
cliente a resolver suas dores.
• Pergunte a si mesmo: como eu posso ajudar esta pessoa?
• Procure pontos em comum: esportes, hobby, educação dos filhos. Evite conversar sobre “de tudo um pouco”,
seguindo aquele tipo de abordagem o clima está bom ou a política anda complicada. Pelo contrário, seja atencioso e com-
partilhe assuntos que realmente sejam do interesse do cliente.
• Nada de fofocas e boatos! Um profissional de vendas deve transparecer total integridade e ser confiável.
• Crie valor em suas conversas: traga ideias, soluções, novidades do mercado (não boatos, lembre-se disso!)
• Use eventos sociais para encontrar seus clientes “por acaso”: palestras, conferências, feiras de negócios e até espe-
táculos. E foque sua conversa no evento em si, não nos negócios.
• Faça follow-up deste tipo de encontro, envie um e-mail comentando a experiência comum, mas com um toque
pessoal.
• Tenha em mente assuntos que nunca falham: saúde, riqueza e crianças.
• Seja uma pessoa interessante e construa sua marca pessoal. Como? Respondendo às quatro perguntas seguintes
sobre você mesmo e tentando transformar as respostas em algo positivo:
1. O que os outros pensam quando ouvem falar de mim?
2. O que me transforma em alguém diferente do comum?
3. Quais são os meus pontos fortes e meus pontos fracos?
4. De todas as minhas conquistas, qual me orgulha mais?
Obter essas quatro respostas vai ajudá-lo a desenvolver sua marca pessoal, aquilo que você quer que seus clientes
associem à sua imagem.

4- Verificar se receberam mesmo o que foi prometido


Outro ponto fundamental da gestão do relacionamento com clientes é ter certeza de que seus esforços de vendas
estão sendo entregues adequadamente.
Já imaginou, depois de todas essas etapas da gestão do relacionamento com cliente, fechar uma venda e descobrir que,
por um erro de expedição ou da equipe de implantação, os produtos ou serviços não foram entregues no prazo ou foram
enviados com especificações erradas?

15
MARKETING

Nesse contexto, Roland T. Rust, da Universidade de Maryland, e Christine Moorman, da Duke University, publicaram um
artigo: “Repensando o Marketing”, em que afirmam:
Empresas de B2B usam gerentes de contas importantes e diretores de contas globais para se concentrar na satisfação
de necessidades do cliente — em constante evolução — em vez de vender produtos específicos

Veja o esquema para entender melhor este conceito:

Fonte: HBR
 
Em outras palavras, é preciso manter um relacionamento próximo e pessoal, focado em atender as necessidades dos
clientes. Isto é, mostrar o valor da solução de sua empresa na hora certa, em que seus clientes mais precisam e assegurá-los
de que tudo está sendo entregue corretamente. Essa é a chave da gestão do relacionamento com clientes.
O foco, portanto, não está no produto ou serviço, mas em como eles vão atender plenamente seu cliente. Um ge-
rente de produto (ou de serviço) não tem esse contato próximo e pessoal com o cliente para entender suas necessidades
e promover a resolução de suas dores por meio do produto ou serviço.

16
MARKETING

5- Assegurar que eles recebam o que desejam em todos os detalhes


Depois de fechar o negócio e garantir o pós-venda imediato, comentado acima (verificar se receberam mesmo o que
foi prometido), a boa gestão de relacionamento com o cliente exige todo um cuidado com o atendimento.
Sim, de agora em diante seu prospect ou lead se tornou cliente, sua experiência com a empresa deve ser perfeita, isto
é, o vendedor precisa assegurar que ele receba exatamente o que deseja em todos os detalhes.
E, podemos acrescentar: continuamente.
Em seu livro: Experiência inesquecível para o cliente, Kenneth Blanchard sugere o uso de uma metodologia que chama
de ICARE, acrônimo para:
1. Ideal
2. Cultura
3. Atenção
4. Responsivo
5. Empodere
6.
Que podemos resumir no seguinte processo:

1. Serviço Ideal: mostre aos seus clientes que se importa com eles e que seu serviço é o ideal para atender suas
necessidades.
2. Envolva toda a empresa na Cultura de serviços: só com todos em sua organização entendendo que o foco é aten-
der as necessidades do cliente será possível gerar uma experiência inesquecível.
3. Mantenha a Atenção no cliente: conheça seus clientes profundamente para atender suas necessidades e persona-
lizar o atendimento, sempre que possível.
4. Seja Responsivo: é claro que a proatividade é importante, mas responder agilmente às necessidades dos clientes
os faz sentir especiais, além de fazê-los enxergar valor nas soluções de sua empresa.
5. Empodere sua equipe: sem autonomia para agir e fazer o que é preciso na hora certa pelo cliente certo, sem esse
poder de decisão, não há como oferecer um bom atendimento aos clientes. Defina alçadas de decisão mais amplas e treine
seus funcionários para usarem esse poder adequadamente.

No fundo, a gestão de relacionamento com clientes se resume a entregar valor aos clientes, na forma de solução
para suas dores.  A maneira de fazer isso pode variar, mas atingir esse objetivo é fundamental.

6- Assegurar que o cliente se mantenha na empresa


É esta via de mão dupla, essa sequência de benefícios recíprocos que muitos profissionais de vendas não enxergam
quando fazem a gestão de relacionamento com clientes, descuidando da fidelização dos mesmos.
E este quadro esquemático retirado, novamente, do artigo “Repensando o Marketing”, deixa isso bem claro, o valor de
um cliente que se mantém fiel ao longo do tempo:

17
MARKETING

Fonte: HBR

Relacionamentos duradouros não se baseiam em quanto um produto (ou serviço) pode ser rentável, mas em quanto
um cliente bem atendido – que se serve de diversas soluções da empresa ao longo do tempo (produtos e serviços variados
e complementares – pode ser rentável para o negócio.
É o que os autores chamam de VCC, Valor Vitalício do Cliente:
… será preciso dar menos atenção às vendas no presente e mais ao VVC. Uma empresa em declínio pode estar vendendo
bem hoje, mas ter péssimas perspectivas. O valor vitalício do cliente é um indicador que mede o lucro futuro que um cliente
trará, devidamente descontado para refletir o valor do dinheiro no tempo

Outros conceitos usados nessa abordagem são:


• Customer Equity: a soma dos VCCs de todos os seus clientes. Um indicador que seria mais útil que o valor sua
marca (Brand Equity);
• A participação de sua empresa no Customer Equitity do mercado como um todo: a relação do Customer
Equity de sua empresa com o Customer Equity somado de todas as empresas participantes deste mercado; que seria um
indicador melhor do que a mera participação de mercado (Market Share).
Como se vê, essa é uma visão de longo prazo, totalmente focada em uma gestão de relacionamento com o cliente
contínua e duradoura.
E essa conclusão nos inspirou a trazer uma definição de marketing de relacionamento criada por Ian Gordon, autor do
livro Gerenciando a Nova Relação com o Cliente,  para fechar nossa postagem de hoje:
Marketing de relacionamento é o processo contínuo de identificação e criação de novos valores com clientes individuais e
o compartilhamento de seus benefícios durante uma vida toda de parcerias
Uma vida toda de parcerias: esse é o segredo da gestão de relacionamento com clientes.

18
MARKETING

ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING.

Por algum tempo, erroneamente, o conceito de marketing era entendido simplesmente como sinônimo de propaganda
e publicidade, entretanto hoje sabemos da complexidade e da evolução existente nessa área. O conceito de marketing é
amplo e envolve muitos outros fatores além da publicidade e propaganda. Para nivelar, e facilitar nossa compreensão sobre
marketing, é necessário entendermos alguns conceitos, por isso trazemos algumas referências:
• Produto – é entendido como tudo que pode satisfazer uma necessidade ou desejo do consumidor. Pode ser um
objeto físico ou um serviço.
• Troca – é um ato de transação, onde produtos ou serviços são trocados por dinheiro.
• Mercado – é o ambiente onde ocorrem as trocas. Onde há um potencial para o comércio há um mercado, e este pode
ser segmentado por produto, local, idade, etc.
A partir do entendimento desses conceitos, podemos definir o significado de marketing:
O marketing envolve a entrega de valor para o cliente, e quando abordamos o termo valor na área de marketing não
significa apenas o preço a pagar pelo produto, mas também os benefícios que esse produto ou serviço proporciona a quem
compra.
Ou ainda, de acordo com a Kotler (1990), “conceitua-se marketing como uma orientação da administração baseada no
entendimento de a tarefa primordial da organização é determinar as necessidades, desejos e valores de um mercado visado
e adaptar a organização para promover as satisfações desejadas de forma mais efetiva e eficiente que seus concorrentes.
Desse modo, marketing é um processo social, com o desenvolvimento, a oferta e a livre negociação, as pessoas ad-
quirem os produtos ou serviços que necessitam. Muitas vezes, a função de marketing é confundida com vender produtos,
no entanto, precisamos entender que as vendas fazem parte do marketing, mas o objetivo principal, de acordo com Peter
Drucker um dos maiores teóricos dessa área, é conhecer e entender tão bem o cliente, fazendo com que o produto ou o
serviço se adeque a ele e se venda naturalmente.
Posteriormente, iremos estudar o marketing como uma função administrativa, a administração de marketing é a res-
ponsável por planejar e executar o desenvolvimento de ideias, produto ou serviços, pela formulação dos preços, pela pro-
moção e distribuição dos mesmos.
Entretanto, nem sempre a ideologia do marketing se fez presente nas organizações, ela surgiu efetivamente nos anos
de 1970. Para entendermos como o conceito de marketing surgiu, temos que compreender a evolução e as diferentes eras
pelas quais as organizações passaram, as quais estão ilustradas na Figura a seguir.

Figura: Eras na história do marketing

Fonte: CTISM, adaptado de Cobra, 2002

Como podemos perceber, o foco das organizações estava na produção, produzir era o propósito maior, essa visão foi
influenciada pelos efeitos da Revolução Industrial, na qual surgiu a produção em massa, que tinha como premissas a pro-
dução em alta escala e redução máxima de custos. Porém foi observado que a concentração dos esforços na produção não
era suficiente, era importante produzir, mas também era fundamental conseguir vender os produtos.

19
MARKETING

Assim iniciou-se a era das vendas, onde o foco era vender, independente das necessidades dos compradores. Entretan-
to para vender era preciso ter produtos de qualidade, desse modo as organizações começaram a voltar a sua orientação
para o produto, buscando produzir produtos com melhor desempenho e eficiência.
Mesmo com todos os esforços concentrados em vender e ter produtos de qualidade, com o passar do tempo às orga-
nizações identificaram que não havia mais demanda suficiente de mercado para os produtos, os consumidores passaram
a ter o poder de escolha e a partir disso iniciou-se a preocupação com o consumidor, com o foco na compreensão das
necessidades, surgindo assim a era do marketing.
Além de compreender as necessidades dos consumidores, o marketing possui outras responsabilidades. Ele é também
responsável pelo relacionamento com os clientes. Por algum tempo as organizações ignoraram essa função do marketing,
mas hoje entende-se que manter um relacionamento com os clientes mesmo após a compra é fundamental também para
fidelizar e manter esses clientes.
Assim, podemos identificar e resumir em três os princípios fundamentais do marketing, já citadas anteriormente, as
quais encontram-se na Figura a seguir:

Figura: Princípios do marketing

Fonte: CTISM, adaptado de Rapp; Collins, 1988

Como já observamos, o marketing tem a função de atrair os compradores potenciais e isso é feito identificando as
necessidades não satisfeitas desses compradores e colocando no mercado produtos que venham a satisfazer essas neces-
sidades, desse modo ele também é responsável pela venda e por estabelecer um relacionamento com os clientes.
Percebe-se que a função do marketing está voltada principalmente na atração e na retenção de clientes, por meio da
satisfação das necessidades dos mesmos.
A seguir, estudaremos de forma mais específica as tarefas de marketing, ou seja as principais atividades de marketing,
focando nos processos e no diferentes estágios organizacionais.

Tarefas de marketing
As atividades de marketing podem passar por três diferentes estágios que aprofundaremos a seguir:
• Marketing empreendedor – grande parte das empresas são criadas por indivíduos com características empreende-
doras, ou seja, por pessoas que identificam oportunidades, desenvolvem suas ideias e realizam suas visões com base na
criatividade e inovação. É nisto que consiste o marketing empreendedor, de ações criativas e inovadoras das pessoas que
criam seus negócios.

• Marketing profissionalizado – a partir do momento em que as empresas alcançam um maior sucesso nos seus ne-
gócios, elas passam a adotar e implementar práticas de marketing mais profissionais. E ainda muitas das empresas, coope-
rativas e organizações passam a contratar pessoas e empresas especializadas para auxiliar na administração dos negócios.

• Marketing burocrático – a empresa com o marketing profissionalizado passa a adotar um marketing rotineiro e
em processos estáveis, onde o foco é investigar relatórios de pesquisa de mercado a fim de maximizar suas relações com
distribuidores e o desenvolvimento das campanhas publicitárias. Assim, muitas vezes a criatividade, a inovação e a paixão
das empresas são esquecidas, ao contrário do que acontece no marketing de “guerrilha” apresentado no primeiro estágio,
o marketing empreendedor.

O escopo do marketing
A área de marketing é percebida como a área responsável por desenvolver, promover e proporcionar bens ou serviços
que satisfaçam as necessidades dos clientes. Portanto, o escopo de marketing é amplo e envolve bens, serviços, experiências,
eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e ideias. A seguir apresentaremos o conceito de cada um.

• Bens – os bens ou produtos possuem a característica de tangibilidade e são predominantes na área de produção e
de marketing. Em países desenvolvidos os bens como commodities, alimentos, artigos de vestuário, são os responsáveis
por manter o setor econômico ativo.

20
MARKETING

• Serviços – com a evolução do sistema econômico a produção de serviços é cada vez mais frequente e diversificada.
Caracteriza-se como serviço aqueles prestados por hotéis, médicos, advogados, locadores, empresas aéreas entre outros
que ofertam um benefício em forma de serviço.

• Experiências – gerindo serviços e produtos, podem-se também criar e comercializar experiências. Por exemplo, pas-
sar uma semana em uma conferência sobre cooperativismo com grandes teóricos da área pode proporcionar um grande
nível de experiência aos participantes.

• Eventos – dentro do escopo de marketing, há os profissionais responsáveis por planejar, organizar eventos, como
aniversários da empresa, feiras comerciais, eventos esportivos entre outros.

• Pessoas – o marketing também pode assumir um foco em pessoas, é o chamado marketing de celebridades. Sabemos
que hoje toda pessoa famosa ou que tem uma grande importância no meio artístico ou social possui um agente, ou um
gerente pessoal vinculado a alguma agência de relações publicas.

• Lugares – o marketing também está presente na questão das cidades, regiões e países, pois há uma competição para
atração de turistas, indústrias, novos moradores. Entre os exemplos de empresas de marketing de lugares, podemos citar
especialistas em desenvolvimento econômico, agências de propaganda, imobiliárias.

• Propriedades – o conceito de propriedade consiste em direitos de posse de bens imóveis e de bens financeiros.
Esses direitos podem ser comprados e vendidos e, por isso, há instituições que trabalham para quem procura comprá-los,
podemos citar nesse caso imobiliárias e instituições financeiras.

• Organizações – as organizações procuram trabalhar para construir uma imagem positiva para seu público. São co-
muns os anúncios de identidade corporativa que procuram maior reconhecimento público, a fim de competir com maior
sucesso por um público maior.

• Informações – as informações podem ser geradas e comercializadas como um produto e representam um dos prin-
cipais setores econômicos. Como exemplo, pode-se citar a internet, livros e enciclopédias que, por um determinado preço,
vendem informação e conhecimento a quem adquire.

• Ideias – toda vez que adquirimos um produto ou um serviço, estamos adquirindo uma ideia, um conceito.

As decisões dos profissionais de marketing


Os administradores de marketing têm o objetivo de tomar diversas decisões, desde decisões de rotina até decisões
de grande importância e decisivas para o desempenho da organização. A seguir, encontra-se o Quadro com as principais
decisões que os profissionais de marketing são responsáveis.

21
MARKETING

Quadro: Decisões da área de marketing

Como observamos, os profissionais de marketing são responsáveis por um grande número de decisões relacionadas a
demanda dos clientes. Essas decisões normalmente fazem parte do planejamento e controle da organização e devem ser
tomadas de maneira adequadas para a eficácia dos processos, pois suas consequências podem influenciar o desempenho
da mesma. Para isso, parece importante ter-se profissionais capacitados, com conhecimento técnico e estratégico para
conduzir e fazer parte de todo o processo de decisão de marketing.

22
MARKETING

Tipos de mercado res preços. Um exemplo disso é o mercado institucional,


Os tipos de mercados classificam-se em mercado con- cada vez mais presente, já que, hoje, tem-se uma legislação
sumidor, mercado empresarial, mercado global, mercado que obriga 30 % da merenda escolar ser proveniente da
sem fins lucrativos e governamentais. agricultura familiar. No entanto, para esta comercialização
ocorrer, deverá se estabelecer uma relação por meio de
Mercado consumidor cooperativas, e, por este motivo, este tipo de mercado vêm
Este tipo de mercado é constituído por empresas que representando ainda mais uma forma de sustentação e via-
produzem e comercializam produtos e serviços de consu- bilização de pequenas cooperativas da agricultura familiar.
mo em massa, seus investimentos e recursos estão voltados
a estabelecer uma imagem de marca superior a seus con- Administração de marketing e suas relações
correntes, isso significa que elas precisam ter um profundo Como podemos perceber, o ambiente organizacional
conhecimento do seu público-alvo, das necessidades que é altamente competitivo e passa por profundas transfor-
o produto oferecido irá satisfazer, da comunicação que irá mações e mudanças. A busca pela inovação e pela diferen-
ser adotada e do posicionamento da marca no mercado. ciação está constantemente presente nas organizações e
Além de deter o conhecimento sobre os aspectos já ter uma área de marketing atuando de forma estruturada
mencionados, os gestores de marketing de consumo são e eficiente é fundamental, para a sobrevivência e a concor-
responsáveis por algumas atividades como: decisões so- rência no mercado.
bre características, qualidade, abrangência da distribuição, A administração de marketing é conceituada como
dos gastos em alcançar o posicionamento desejado. Como uma ciência que envolve a escolha, a análise, planejamen-
exemplo de produtos de consumo em massa, tem-se apa- to, execução e controle dos programas estabelecidos para
relhos eletrodomésticos, passagens aéreas e no caso das atender seu mercado-alvo. Para isso, é necessário ter um
cooperativas tem-se como exemplos os produtos alimentí- planejamento do que a organização oferta, utilizando-se
cios como arroz, leite. do preço, comunicação, distribuição e logística, a fim de
prospectar, sensibilizar, motivar, servir e fidelizar o merca-
Mercado empresarial do determinado.
O mercado empresarial consiste em empresas que É importante que cada organização tenha um respon-
compram bens ou serviços que possibilitam a fabricação sável pela administração ou pelo trabalho de marketing, de-
de outros produtos e vendem para outras empresas ou ter- pendendo do porte e da necessidade as organizações po-
ceiros. O objetivo dos compradores empresariais é comprar dem ter um setor, uma equipe, um gestor ou executivo para
produtos visando o lucro e, das empresas que vendem, é essa área. O papel do gerente de marketing é estabelecer
demonstrar como estes produtos podem contribuir para as oportunidades no mercado e agir para igualar os dese-
a obtenção dos lucros. Neste mercado, o papel da propa- jos e necessidades com o que irá se produzir, ou seja, deve
ganda e da força de vendas é fundamental no que se refere ter competências para analisar o mercado, posicionando os
à confiabilidade e a qualidade. produtos ou serviços de forma adequada, definindo políticas
de preço, gerenciando a força de vendas e desenvolvendo a
Mercado global comunicação com os consumidores por meio da distribuição.
As empresas que constituem o mercado global pre- Sabe-se que todo processo gerencial é composto ba-
cisam tomar algumas decisões e fazer algumas análises sicamente por quatro tarefas: planejar, organizar, executar
sobre qual país irá atender, se irá entrar nesse país como e controlar. Estas são tarefas comuns a qualquer situação
exportador, franquia, por meio de parceria ou de outra for- de nível administrativo, no entanto, o marketing tem seu
ma, deverá analisar questões de adaptações do produto próprio conjunto de funções gerenciais, estas serão apre-
daquele mercado local, aspectos referentes a preços nos sentadas a seguir:
diferentes países, a comunicação adequada à cultura da-
quele país. O sistema global envolve diferentes estilos de Delineamento de mercado
negociação, diferentes necessidades, variação de moeda e O primeiro passo no marketing é conhecer e identificar
uma série de questões legais e políticas, e as empresas que quem irá adquirir o que a organização tem a ofertar, ou
entrarão nesse mercado deverão estar preparadas. seja, o delineamento de mercado diz respeito ao processo
de descrever de maneira detalhada o mercado potencial,
Mercado sem fins lucrativos (terceiro setor) e gover- aquele que se pretende atingir. Normalmente esta descri-
namentais ção contém as características dos possíveis compradores,
Este mercado é composto de organizações que não por exemplo, local em que vivem, frequência de compra,
possuem fins lucrativos como igrejas, ONGs, instituições quantidade que compram, idade, renda. Assim, quanto
de caridade e órgãos públicos. As empresas que comercia- mais às organizações conhecerem os compradores poten-
lizam para este mercado precisam determinar seus preços ciais maiores as chances de atender e satisfazer os mesmos.
com cautela, pois muitas vezes este mercado possui um
poder de compra limitado. Motivação de compra
É comum muitas dessas compras exigirem uma maior Para tomar boas decisões na área de marketing, so-
burocracia, e no contexto público, geralmente, abre-se lici- mente fazer o delineamento de mercado não é o suficiente,
tações para ser favorecida a empresa que oferecer meno- é preciso ampliar o conhecimento a respeito do público-

23
MARKETING

-alvo tentando descobrir as razões pelo qual o consumidor venha a adquirir o produto, compreender as influências que
motivam ou inibem o ato da compra. De maneira geral, podemos dizer que a motivação de compra pode ser entendida
como a avaliação dos fatores que interferem no comportamento de compra. Muitas vezes, identificar estas características
não é uma tarefa fácil, pois muitas pessoas adquirem um produto ou um serviço não pelo seu valor tangível, mas pelo que
ele representa, podendo haver motivações e estímulos inconscientes para este comportamento.

Ajustamento de produto
Após identificar as características e o comportamento de compra dos consumidores, é necessário desenhar, ajustar o
produto às necessidades e desejos dos consumidores visando à satisfação dos mesmos. É por meio deste passo que os ges-
tores conseguem identificar as mudanças no mercado, pois tem-se que entender que as preferências e os gostos mudam,
um produto que antigamente era líder de preferências, após um determinado tempo pode não ser mais. Desse modo, é
importante realizar estes ajustes com as necessidades e desejos recentes do mercado.

Distribuição física
Após a produção do produto ou serviço, a distância existente entre a fabricação e o consumidor tem que ser o menor
possível para que a satisfação possa ser alcançada. Desse modo, a distribuição física é de grande importância, ela abrange
o setor de estoque, transporte e logística, armazenamento dos materiais, processamento dos pedidos. Esta função tem
como missão garantir que os consumidores recebam seus produtos ou serviços em um determinado tempo e lugar e que
os custos sejam mínimos.

Comunicação
A quinta função parece muito simples, precisa haver uma divulgação, comunicação para que os consumidores saibam
da existência e da disponibilidade do produto. No entanto, a comunicação também exerce outro papel que é o de sensibili-
zar e muitas vezes persuadir os compradores de que aquele determinado produto irá satisfazer as suas necessidades. Uma
das formas de desenvolver a comunicação é por meio da propaganda e do pessoal de vendas.

Transação e pós-transação
A função transação se refere a qualquer atividade que ocorra no momento da compra, podendo ser desde fornecimen-
to de crédito até garantias.
A pós-transação nada mais é do que o relacionamento mantido após a venda, essa função tem uma grande impor-
tância para as organizações, por algum tempo pode-se perceber que o processo de marketing era finalizado com a função
da transação, o momento da venda específica. Entretanto, hoje sabemos que manter um relacionamento com os clientes
mesmo após a compra é fundamental, pois além de trazer satisfação a eles, pode fazer com que eles voltem a repetir a
compra, desenvolvendo, assim, uma relação de fidelização.

Mix de marketing: produto, preço, promoção e distribuição


Como estudamos nas aulas anteriores, o marketing é uma função empresarial que cria valor para o cliente e pode pro-
porcionar vantagem competitiva para a empresa. E toda empresa, cooperativa ou organização pode gerir algumas variáveis
de marketing, as chamadas variáveis controláveis que formam o mix de marketing.
O mix de marketing pode ser chamado de composto de marketing e internacionalmente como 4P´s de marketing, ape-
sar das diferentes nomenclaturas, são equivalentes quanto ao significado. Essa expressão surgiu pela primeira vez em 1949,
a partir dos estudos de Neil Borden que abordava os executivos “mixers”, que tinham como objetivo juntar os “ingredien-
tes” certos em quantidades adequadas para proporcionar soluções às empresas.
O termo foi criado por Borden, mas, foi o professor da Universidade de Michigan, Jerome McCarthy, que aprimorou
este conceito e definiu os 4P’s do marketing da maneira como é conhecido e estudado atualmente, como podemos visua-
lizar na Figura: Produto, Preço, Promoção e Praça.

24
MARKETING

Figura: Mix de marketing

Fonte: CTISM

O conceito de mix de marketing é definido por Kotler como:


“O conjunto de ferramentas que a empresa usa para atingir seus objetivos de marketing no mercado alvo.”
Dessa forma, podemos entender que o mix de marketing é a base fundamental para o marketing tático e operacional
da empresa. A seguir, aprofundaremos cada um dos 4P´s abordando conceitos, características e aspectos fundamentais de
cada variável.

Produto
Os produtos podem ser definidos como bens tangíveis, de caráter físico, como um automóvel, um óculos, um livro, mas
é importante entender que os serviços também são produtos, quando estudantes se matriculam em uma escola eles estão
comprando um produto, esperam receber benefícios em forma de conhecimento. É importante destacar que no contexto
do mix de marketing, consideramos como produtos os bens tangíveis e os intangíveis (serviços), no entanto deve-se ficar
claro e que os dois possuem características e particularidades diferentes quando comparados entre si. Em aulas posterior-
mente iremos estudá-los separadamente com mais profundidade.
Assim, para atender os desejos dos consumidores é preciso o desenvolvimento de produtos e serviços, e que os mes-
mos possuam algumas características fundamentais como qualidade, opções de modelos e estilos, variação de tamanhos,
uma marca atraente.
Todos os dias são identificados, desenvolvidos e comercializados novos produtos, e cada um deles requerem um com-
posto de marketing único, a fim de atingir seu público-alvo. Os produtos podem ser classificados de várias formas. A seguir
visualizaremos algumas classificações.

• Duráveis e não duráveis – esta categoria considera a expectativa de vida de um produto. Geralmente, produtos ali-
mentícios e o setor de vestuário têm uma curta expectativa de vida e são chamados de produtos não duráveis.
Já por outro lado, espera-se que produtos como eletrodomésticos e automóveis tenham uma maior durabilidade, por
isso são chamado de produtos duráveis.

• Perecíveis e imperecíveis – outra forma de categorizar produtos é pelo fato de serem ou não perecíveis. Produtos
com prazos de validade, ou que estão sujeitos a perecer, como alguns alimentos como frutas são intituladas perecíveis,
já produtos como televisão, rádio ou produtos alimentícios como feijão, arroz são considerados imperecíveis. Nesse caso,
citamos exemplos de perecibilidade física, mas ela também pode ser psicológica, como no caso as tendências de moda
passageiras e estilos que podem perder rapidamente seu valor após um tempo.

• Necessidades ou luxos – produtos categorizados como necessidade, são aqueles produtos considerados essenciais,
enquanto os de luxo são itens voltados a atender os desejos. É importante destacarmos que não há uma verdade absoluta
para todos os consumidores, o que pode ser considerado desejo para algumas pessoas, pode ser considerado necessidade
para outros.

25
MARKETING

• Demanda elástica e inelástica – há ainda uma forma de classificação que considera a sensibilidade a preço. Existem produtos
cuja demanda pode ser muito sensível à alteração de preço, sendo chamada de demanda elástica, enquanto outros produtos têm
uma demanda que não varia com alterações de preço, a demanda inelástica. Podemos citar os automóveis como produtos que pos-
suem demanda elástica, ou seja, uma alteração dos preços pode influenciar a demanda, em contrapartida existem produtos como
pão, leite em que a demanda é inelástica, pois a demanda desse produto tende a não variar com possíveis alterações de preço.

• Produtos de consumo e produtos industriais – por fim, temos a classificação com foco no comprador do produto.
Os produtos de consumo têm como destino o comprador final, já os produtos industriais são os usados na produção e no
desenvolvimento de outros produtos ou serviços.
As classificações de produto fazem parte do composto de produto que ainda conta com alguns outros elementos,
como a marca. A marca é um fator fundamental e que pode ser determinante na satisfação das necessidades dos clientes. A
marca é um nome, um sinal, um símbolo, ou design, ou ainda uma combinação de todos esses fatores que busca identificar
os produtos frente à concorrência. Para a escolha da marca alguns aspectos são fundamentais como conhecer os consu-
midores, a marca deve ser de fácil reconhecimento, leitura e memorização, deve proporcionar a associação ao produto, e
poder ser pronunciada em todas as línguas além de ser adaptável a embalagem e rotulagem.
Alguns outros elementos ainda fazem parte da variável produto, como à embalagem que tem função de facilitar a
armazenagem, proteger e conservar os produtos, facilitar o uso e o posicionamento do produto e auxiliar na venda, pois
muitas vezes as pessoas são motivadas a comprar pelos aspectos visuais da embalagem e do seu design.
No composto produto se encontram a determinação de várias estratégias, principalmente no que refere a diferenciação do pro-
duto. É fundamental nos dias de hoje o desenvolvimento de produtos com qualidade e todos os aspectos que citamos anteriormente,
mas é importante que possuam características que não podem ser copiadas com facilidade e que ofereçam serviços agregados.

Preço
A variável preço é um dos responsáveis direto pela receita de venda. O custo, a concorrência e o consumidor são três
dos principais aspectos que fazem parte da formulação de uma política de preços.
O preço de um produto ou serviço tem grande influência nas vendas, quando ocorre redução de preço para alguns
produtos a venda dos mesmos tende a crescer. Assim podemos entender que o preço de um produto impactará sobre as
receitas e consequentemente sobre os lucros. Como pode-se perceber a variável preço tem efeito sobre a economia, sobre
as empresas e sobre os consumidores em geral, por isso parece essencial entendermos como é determinado essa variável.
Para a política de estabelecimento de preços são seguidos alguns passos que estão apresentados na Figura a seguir:

Figura: Passos para o estabelecimento de preços

Fonte: CTISM, adaptado de Kotler, 2000

26
MARKETING

Para o estabelecimento de preço, primeiramente a empresa precisa decidir onde deseja posicionar sua oferta no mer-
cado, quanto mais claros os objetivos da organização, mais facilmente será determinar os preços.
Cada preço proporcionará níveis diferentes de demanda e consequentemente diferentes impactos. Os aspectos re-
ferentes à demanda dividem-se em duas categorias: a demanda individual, que é a relação que um indivíduo faz entre a
satisfação e o consumo do produto, e a demanda de mercado que é resultante de todos os indivíduos. Quando os preços
de uma empresa se alteram, o mercado pode ser estimulado ou não. Se a demanda total permanece, a empresa que reduz
os preços pode ter uma vantagem, mas se ocorrer ao contrário, a redução dos preços aumentarem a demanda do mercado
total, a concorrência é que vai se beneficiar, pois uma redução de preços pode estimular o consumo.
A demanda estabelece um determinado teto no preço que uma empresa pode cobrar por seu produto ou serviço, a
empresa objetiva um preço que cubra seu custo de produção, distribuição e venda do produto, por isso há a necessidade
da estimativa de custos. Os custos assumem duas formas, os chamados custos fixos ou indiretos, são aqueles que não va-
riam em relação à produção como, por exemplo, aluguel, energia, e o outro tipo de custos são os variáveis que mudam em
função do nível de produção, como por exemplo a mão de obra.
Conforme a faixa de preços possíveis, determinados pela demanda de mercado e pelos custos da empresa, também
deve ser realizada a análise levando em conta custos, preços, e a oferta dos concorrentes, caso a oferta de uma empresa for
igual à concorrência, a empresa terá que determinar um preço próximo a concorrência senão perderá vendas, se a oferta
for inferior a concorrência, a mesma não poderá cobrar mais que o concorrente. É importante entender que a reação dos
concorrentes pode alterar os preços.
A seguir, as empresas optam por um método de determinação de preços, alguns dos métodos mais utilizados são os
preços de markup, preço de valor, preço de mercado.

• Preço de markup – é um índice utilizado na formação de preço de venda e consiste na aplicação de um valor margem
sobre o custo de fabricação de um produto ou serviço.

• Preço de valor – a soma dos esforços que despendemos para obter o que buscamos, representam o preço que pa-
gamos para obter o que queremos, enquanto a soma dos benefícios que recebemos ao obter o que buscamos representa
o preço de valor.

• Preço de mercado – o preço de mercado também chamado de preço de equilíbrio, representa o preço que se forma
no mercado, levando em consideração os interesses dos consumidores e dos produtores de forma conjunta. Isto é possível
quando a quantidade demandada pelos consumidores é igual à quantidade ofertada pelos produtores.
Após a seleção do método de determinação de preço, a empresa consegue selecionar mais facilmente o seu preço final.
A empresa ainda deve considerar nessa seleção final alguns fatores adicionais como a determinação de preço psicológico,
pois alguns consumidores associam o fator qualidade a preço, deve considerar a influência de outros elementos de marke-
ting, as políticas de preço da empresa e o impacto do preço sobre os terceiros.
Como podemos identificar, a variável preço envolve uma série de passos para a sua determinação. Por fim, é impor-
tante destacar que as empresas normalmente não aplicam um preço único e sim uma estrutura de preços que reflitam as
variações da demanda, os custos, as exigências do mercado entre outros fatores.
A seguir continuaremos o estudo do mix de marketing, aprofundando o terceiro P, a variável praça.

Antes de abordamos sobre a variável praça, devemos lembrar que o composto praça possui um significado diferente
do que normalmente temos do termo.
Praça, no caso de marketing, se refere aos canais de distribuição. A função da distribuição diz respeito à movimentação
física dos produtos para os consumidores finais, são os intermediários, que têm o objetivo de levar o produto adequado
ao lugar certo por meio dos canais de distribuições apropriados, fazendo com que não haja falta de produtos em nenhum
mercado importante.
A seguir encontra-se a Figura representando o fluxo de distribuição simples.

Figura: Fluxo de distribuição

Fonte: CTISM, adaptado de Kotler, 2000

27
MARKETING

As atividades de distribuição são muito importantes, No sistema varejista também há uma classificação dos
pois não adianta ter produtos inovadores, a um preço atra- negócios que podem ser: pequeno varejo, varejo em geral,
tivo se os produtos não conseguem chegar até o alcance franquia, loja especializada, lojas de departamentos, coo-
dos compradores quando estes o desejam. A distribuição perativas que atuam no varejo, como por exemplo no caso
envolve todos os estágios do desenvolvimento de um pro- das agropecuárias que possuem supermercados, postos
duto ou serviço, desde as compras dos recursos ou maté- de combustíveis e lojas de insumos e comercializam tanto
rias-primas, pela fabricação, até as vendas finais. para os associados como para não sócios.
O número de distribuidores é variável de acordo com
o negócio e o mercado, podendo ter a ausência de um in- b) Atacado
termediário (distribuidor), ou pode ter também mais de um Segundo a definição da American Marketing Associa-
intermediário, sendo alguns exemplos de intermediários, tion, atacado é uma unidade de negócio que compra e
varejistas e atacadistas, a seguir entenderemos o conceito revende mercadorias para varejistas e outros distribuido-
de varejo e atacado. res ou consumidores industriais, mas que não possuem a
função de vender aos consumidores finais. No entanto, no
a) Varejo Brasil os atacadistas também dispõem-se a vendar no va-
O conceito de varejo é estabelecido pela American rejo para consumidores.
Marketing Association como, uma unidade de negócio que Assim, podemos entender que o mercado atendido
compra mercadorias de fabricantes, atacadistas, e outros pelos atacadistas é o varejista ou outros atacadistas, e cujo
distribuidores e vende de forma direta a consumidores fi- objetivo é a revenda, normalmente são compras em gran-
nais ou outros consumidores como podem ver na Figura des quantidades, cobrem uma área geográfica mais exten-
abaixo: sa que os varejistas e geralmente os custos de mercadorias
para o atacado são mais baixos em razão do seu tipo de
Figura: Fluxo de varejo negócio.
A escolha de um canal de distribuição por parte da em-
presa depende de aspectos como cobertura de mercado,
maior controle do produto e custos.

Distribuição física e logística


Estabelecer o canal de distribuição é uma decisão es-
tratégica dos responsáveis da área, mas o que realmente
mobiliza os produtos são as decisões táticas que diz res-
peito à distribuição física ou logística.
A distribuição física auxilia a execução do plano de dis-
tribuição. As decisões sobre o canal de distribuição dizem
respeito à provisão de tempo e de lugar. No entanto, é
o sistema logístico o responsável pela movimentação dos
produtos, conforme o objetivo proposto.
A logística é responsável pela gestão do fluxo de pro-
dutos, desde o fornecimento dos bens até os pontos de
consumo, com o objetivo de satisfazer as necessidades dos
clientes com o menor custo possível.
Garantir que as metas da distribuição física sejam atin-
gidas não é uma tarefa fácil e de baixo custo, porque o
sistema logístico é complexo, fazem parte desse sistema
seis elementos: previsão de demanda, processamento de
pedidos, gerência de estoques e armazenamento, manu-
seio de materiais, embalagem e transporte.
Fonte: CTISM, adaptado de Kotler, 2000
Previsão de demanda
O varejista tem a função de recolher informações do O primeiro passo do sistema logístico é prever a de-
mercado e informar seu fornecedor, fabricante ou distri- manda para determinar o cronograma de planejamento
buidor, a respeito do comportamento de compra, quais os em razão das metas de distribuição. Também faz parte da
produtos mais vendidos. Por outro lado, ao consumidor previsão da demanda, calcular a capacidade de produção
final ele presta serviços de pronta entrega, orientação de e decidir as necessidades de produção para atender a de-
compra e assistência. manda total do mercado. A análise da demanda de mer-
Desse modo, os varejistas são responsáveis por aten- cado, ao prever o volume de vendas e as necessidades de
der o consumidor final, para uso próprio, pois geralmente distribuição, possibilita conhecer os níveis de serviços de
são compras em pequenas quantidades e a área geográfica distribuição requeridos pelos clientes e seus custos.
que os varejistas atendem normalmente é pequena.

28
MARKETING

Processamento de pedidos
A forma com que os produtos se movimentam entre os membros do canal de distribuição depende da rapidez com
que os pedidos são processados em cada ponto ao longo do sistema. Esse processamento envolve muitos procedimentos
operacionais e muita atenção, pois um fluxo incorreto de informação pode causar um grande prejuízo no fluxo de produtos
para os consumidores.

Gerência de estoques e armazenamento


Sabe-se que uma empresa que tem produção não pode sobreviver sem um bom sistema de gerenciamento de es-
toques. Os gestores de estoque são responsáveis por duas decisões: precisam determinar que quantidade de produtos
se deve pedir e quando efetuar o próximo pedido para que haja produtos em constante disponibilidade. Os produtos
mantidos em estoque fazem parte do armazenamento. O armazenamento se refere ao tamanho, número, localização de
instalações que abrigam os estoques. Ressalta-se que há um grande custo envolvido na manutenção de estoques, nesse
contexto parece ser importante o conceito de just in time. Este conceito é uma técnica de produção que visa eliminar os
desperdícios e o melhoramento contínuo dos processos produtivos, por meio da inexistência de estoque parado, ou seja a
matéria-prima somente chega no local em que vai ser utilizada no momento exato que for necessário.

Manuseio de materiais
No interior dos depósitos, muitas vezes os produtos precisam ser movimentados com frequência, assim é necessário à
facilidade de locomovê-los quando forem necessários. Fazem parte desse elemento, os sistemas de esteiras transportado-
ras, empilhadeiras, robôs...

Embalagem
A questão da embalagem é fundamental pelo fato que produtos danificados em qualquer ponto do canal da distribui-
ção poderão perder a satisfação do cliente. As embalagens, os recipientes e containers usados para transportar os produtos
devem ser compatíveis com o manuseio de materiais, além de ajustar-se ao equipamento de transporte objetivando a
redução de custos de frete.

Transporte
Faz parte deste elemento, a determinação da modalidade de transporte a ser adotada para embarcar os produtos do
local de fabricação para os demais canais de distribuição. O objetivo é determinar o tipo de transporte, o tipo de veículo,
as rotas necessárias, o tipo e o tamanho da frota e os roteiros para a entrega.
Não podemos esquecer que o objetivo da distribuição física é proporcionar um nível de serviço satisfatório a custos
mínimos. É fundamental compreendermos que uma decisão errada na logística pode ser irreversível, por isso é necessário
à análise adequada de todo processo de distribuição.

Promoção
A partir dos conceitos estudados anteriormente compreendemos como os produtos são desenvolvidos, administrados,
como se determinam os preços e se movimentam para o consumidor. Assim, agora vamos explorar um dos aspectos de
marketing que talvez seja o mais conhecido por todos, a promoção, também chamada de comunicação.
Primeiramente, temos que entender que o termo promoção, assim como o termo praça, que vimos anteriormente, tem
um significado diferente do que normalmente conhecemos. Promoção, se refere às estratégias de divulgação, de como
a empresa irá informar e persuadir os consumidores sobre seus produtos. Para isso, a área de promoção utiliza-se de três
ferramentas, propaganda, relações públicas e promoção de vendas.

a) Propaganda
O conceito de propaganda é definido como uma forma remunerada de apresentação não pessoal de ideias, produtos,
ou serviços por meio de uma identificação do patrocinador. Os anúncios são formas eficazes em termos de custos e de
disseminação de mensagem.
As empresas, organizações e cooperativas podem ter diferentes formas de lidar com a propaganda, algumas optam por contratar
agências de propaganda outras têm seu próprio departamento. A função do departamento de propaganda envolve a decisão sobre
orçamento, o desenvolvimento de estratégia da propaganda, aprovação de anúncios e campanhas, bem como o controle destas.
Para desenvolver uma propaganda, os gerentes devem começar pela identificação do mercado-alvo e dos desejos do consumidor. Após
esta identificação, o departamento responsável pode tomar as principais decisões que são resumidas nos 5Ms, como ilustra a Figura 3.5.
Como podemos perceber, são cinco as etapas envolvidas no processo de criação de uma propaganda. Primeiramente
devem ser definidos os objetivos, após determinado o orçamento que leve em consideração alguns fatores como o estágio
do ciclo de vida do produto, concorrência e saturação da comunicação, participação de mercado e base de consumidores,
frequência da propaganda e grau de substituição do produto. Na terceira etapa ocorre a escolha da mensagem que o
anúncio irá conter, como essa mensagem irá ser gerada, a avaliação e seleção da mensagem mais adequada, e a execução
da mensagem com o formato escolhido e de uma maneira socialmente responsável.

29
MARKETING

Figura: 5M´s da propaganda

Fonte: CTISM, adaptado de Kotller, 2006

Na etapa seguinte, ocorre a decisão sobre a mídia, dos meios que serão utilizados para atingir os resultados esperados
e na etapa final ocorre a mensuração, a avaliação da comunicação e dos efeitos que essa propaganda teve nas vendas, pois
essa propaganda será eficiente quando provocar efeitos positivos nas vendas.

b) Relações públicas
É uma atividade da variável promoção que tem como objetivo comunicar uma imagem positiva do produto ou serviço.
Essa área é responsável por uma série de ferramentas como publicações, eventos, notícias, identidade de mídia, relação
com imprensa...
A publicidade é uma das principais e mais conhecidas atividades das relações públicas, ela pode ser definida como
informações comunicadas por meio de mídias como jornais, televisão, rádio, ou seja divulgar, tornar público um produto,
uma ideia. Tem o objetivo de dar maior identidade a um produto, serviço ou a própria empresa, estimulando a ação da
compra.

c) Promoção de vendas
Consiste em um conjunto de atividades que tem como intuito incrementar as vendas em curto prazo, estimular com-
pras mais rápidas. Como exemplo de práticas da promoção de vendas podemos citar amostras grátis, cupons de descontos,
brindes, garantias e descontos em geral que são direcionados ao mercado. No entanto, é comum também a promoção
empresarial para a equipe de vendas, exemplificadas por concurso para vendedores, feiras comerciais e convenções.
Desse modo, finalizamos o estudo da variável promoção e também do composto de marketing, a seguir apresentamos
um quadro resumo das variáveis, aspectos importantes a serem considerados e as atividades que fazem parte de cada
variável.

30
MARKETING

Comportamento do consumidor e do comprador organizacional


Veremos aqui dois aspectos fundamentais na gestão de marketing, a análise do comportamento do consumidor e do
comportamento do comprador organizacional, iremos abordar seus conceitos e como eles podem influenciar no ambiente
das empresas, organizações e cooperativas.

Comportamento do consumidor
Para compreendermos o comportamento do consumidor, precisamos entender o modelo de estímulo e resposta. O
consciente do consumidor recebe estímulos ambientais e de marketing, as características do comprador e seus processos
de decisão levam os compradores a tomar decisões. A função do gestor de marketing é compreender o que acontece entre
o estímulo externo e a decisão de compra.
É uma das áreas mais complexas do marketing, pois reúne conceitos de vários campos do conhecimento, como a psi-
cologia, sociologia, antropologia e a economia. Não há, portanto, apenas uma teoria do comportamento do consumidor.
Podemos definir o comportamento do consumidor, como atitudes e ações que levam o consumidor a agir de determi-
nada forma no que se refere à satisfação de suas necessidades.

Principais fatores que influenciam o comportamento de compra


O comportamento de compra, ou seja, o ato de comprar ou não, do consumidor pode ser influenciado por diversos
fatores como:
 culturais,
 sociais,
 pessoais e
 psicológicos.

Fatores culturais
Os fatores culturais são importantes determinadores do comportamento de compra. São exemplos de fatores culturais,
a cultura, a subcultura e a classe social. A cultura é algo intrínseco, desenvolvido desde criança quando adquirimos valores,
percepções, e comportamentos, seja da família, ou de instituições.

31
MARKETING

A cultura é formada por subculturas, que fornecem uma identificação mais específica, podemos classificá-las a partir
da nacionalidade, religião, grupos racionais. As classes sociais, divisões relativamente semelhantes, ordenadas hierarquica-
mente e duradouras de uma sociedade, as quais possuem preferências e comportamentos similares. Como indicadores de
classe social podemos evidenciar a ocupação, o grau de instrução e a área de residência.
Pessoas com a mesma cultura, subcultura ou classe social tendem a se comportar de maneira semelhante em diversas
situações, principalmente no que se refere à atividade de consumo.

Fatores sociais
O comportamento do consumidor também pode ser influenciado por aspectos sociais, como grupos de referência, fa-
mília, status. Os grupos de referência podem ser definidos como pessoas que possuem alguma influência direta ou indireta
sobre as atitudes e comportamento dos consumidores, ou seja, pessoas podem adquirir um produto ou serviço porque
pessoas que ela possui afinidade, e são referências para ela, adquiriram o mesmo. A família faz parte dos grupos de refe-
rência primária, muitas vezes compramos em certa loja, ou certo produto porque nossos pais, irmãos também compravam,
e essa influência pode acontecer de maneira inconsciente. O status social, a posição que a pessoa possui em cada grupo,
as atividades que ela exerce, também podem ser fatores determinantes de comportamento, pois geralmente as pessoas
optam por produtos ou serviços que informem seu status e papel na sociedade.

Fatores pessoais
O comportamento do consumidor pode ser ainda influenciado por aspectos pessoais como, por exemplo, idade, estilo
de vida, ocupação. Nas diferentes fases da vida as pessoas consomem diferentes produtos e serviços, interesses em roupas,
móveis, lazer, por exemplo, estão relacionados aos diferentes estágios de idade. As empresas também podem ter seus
padrões de consumo influenciado pelo estilo de vida, pelas atividades, interesses e opiniões que o consumidor desenvolve.
A ocupação, como vimos nos fatores sociais, exerce influência no padrão de consumo. Assim, os gestores de marketing
podem identificar os grupos conforme a ocupação, que possuem os mesmos interesses em adquirir seu produto ou serviço.

Fatores psicológicos
Motivação, percepção e aprendizagem são fatores psicológicos que podem também influenciar nos padrões de consu-
mo. As necessidades de consumo podem ser do tipo fisiológicas como sede, fome, e do tipo psicológicas, como necessida-
de de reconhecimento, integração. A motivação é uma necessidade que leva a pessoa a agir de determinada forma, dentro
dessa área temos a teoria de Maslow que hierarquiza as necessidades, e evidencia que quando uma pessoa satisfaz uma
necessidade importante, essa necessidade deixa de ser um motivador e a pessoa busca satisfazer a próxima necessidade,
assim a teoria busca explicar porque as pessoas são motivadas por determinadas necessidades nas diferentes épocas. A
percepção que uma pessoa tem de algo, seja um produto, serviço, ou empresa pode ser impulsionada tanto por estímulos
físicos, do ambiente ou pessoais, são as imagens e interpretações criadas a partir das informações recebidas. O conceito
de aprendizagem pode orientar os gestores de marketing em criar demanda para um bem ou serviço associando a esse
impulsos, sinais motivadores e fornecendo respostas, reforços positivos.
Até esse momento aprofundamos os principais influenciadores do comportamento dos consumidores, a partir de ago-
ra iremos estudar como acontece o processo de decisão de compra.

O processo de decisão de compra


Os administradores de marketing tem como tarefa, identificar quem é o responsável pela decisão da compra do pro-
duto ou do serviço, os tipos de compra e os passos no processo de compra.
Identificar o responsável pela decisão de compra muitas vezes é algo simples, pois é o próprio agente da compra, no
entanto, muitas vezes a decisão da compra pode ser tomada por uma pessoa diferente. Kotler (2000) distingue cinco papéis
que as pessoas podem ter no processo de decisão de compra.

32
MARKETING

Figura: Os cinco papéis do processo de decisão

Fonte: CTISM, adaptado de Kotler, 2000

Os estágios do processo de decisão de compra


Ainda de acordo com Kotler (2000), o processo de decisão de compra pode ser dividido em etapas, como no modelo
ilustrado na Figura abaixo

Figura: Estágios do processo de decisão de compra

Fonte: CTISM, adaptado de Kotler, 2000

33
MARKETING

O modelo anterior propõe cinco etapas de forma sequencial no processo de decisão de compra, no entanto, é impor-
tante compreender que nem sempre essas etapas se apresentarão de forma sequencial, os compradores podem pular ou
voltar os passos do processo.
A primeira etapa do modelo é o reconhecimento do problema, ou seja, o processo de compra tem início quando o
comprador reconhece uma necessidade, o interesse por um produto ou serviço. Por meio desse interesse, o comprador
busca conhecimento e informações em diversas fontes a respeito do determinado artigo ou serviço que deseja, estas fontes
podem ser do tipo pessoas, família, amigos, do tipo comercial, propagandas, vendedores, do tipo público, mídias, organi-
zações, ou ainda do tipo experimentais.
É a partir desse conhecimento que os consumidores identificam as marcas concorrentes e suas principais diferenciações.
Após essa etapa o consumidor já tem a possibilidade de avaliar as alternativas existentes seja de produtos ou serviços que
podem satisfazer a sua necessidade, os consumidores na maioria das vezes buscam avaliar os benefícios e atributos entre
as opções existentes no mercado. É nessa etapa que os consumidores desenvolvem suas preferências entre as alternativas
existentes. A decisão de compra pode ser interferida pelo risco percebido, esse risco pode ser representado pelo valor em
dinheiro envolvido, o nível de autoconfiança, e o grau de incerteza em relação aos benefícios esperados do produto. Assim,
é responsabilidade dos gestores de marketing identificar esse nível de risco, e tentar minimizá-lo por meio de informações.
A função do marketing como vimos nas aulas anteriores, não termina no ato da compra, após esse, o comprador po-
derá perceber na prática se o produto atende as suas necessidades ou não. Assim, é essencial ter um acompanhamento da
utilização, das ações e da satisfação do comprador em relação ao produto.
Muitas vezes esse é um fator determinante para a garantia da satisfação, da manutenção e fidelização dos clientes a
uma empresa, produto ou serviço.
Lembramos sempre que é importante saber identificar, analisar e monitorar o comportamento dos consumidores,
tendo sempre como foco garantir a satisfação do cliente, pois estes satisfeitos continuarão a comprar o produto, os insa-
tisfeitos certamente não o comprarão e ainda poderão fornecer referências negativas para outros possíveis compradores.

PLANEJAMENTO DE MARKETING.

Iremos compreender um pouco mais o que é um plano de marketing, porque, quando, com que frequência ele é de-
senvolvido, e suas principais contribuições.
Muitos conceitos já foram vistos, no entanto, nessa aula, iremos revê-los inseridos no plano de marketing.

Figura: Conhecendo o mercado

Fonte: CTISM

34
MARKETING

O plano de marketing faz parte do planejamento orientado para o mercado.


Ele é representado por um documento, que traz as principais ações e atividades a serem desenvolvidas para garantir
o alcance dos objetivos e metas da área de marketing. No entanto, temos que entender, de forma clara, que seu valor vai
muito além do documental, ele identifica estratégias, responsabilidades para implementar atividades, visando os resultados
almejados. Também é importante destacar que o plano de marketing deve estar alinhado com o planejamento estratégico
da empresa.
O plano de marketing têm como função vários aspectos, a seguir lista-se alguns deles:
• Fornecer informações sólidas para o planejamento estratégico.
• Identificar os pontos fortes e pontos fracos.
• Analisar a concorrência.
• Buscar oportunidades ainda não exploradas.
• Colaborar para a eficiência dos processos.
• Analisar estratégias alternativas.
• Fornecer um plano de trabalho.
Percebe-se que o plano de marketing é muito importante, pelos aspectos que ele envolve, e pelos resultados que ele
pode trazer para a organização, empresa ou cooperativa. De maneira geral, ele dá um caminho para a empresa seguir no
que se refere à área de marketing, define objetivos específicos a serem seguidos, mede o progresso, busca ações corretivas
quando necessário, e serve como base para o planejamento.

Figura: Processo de segmentação de mercado

Fonte: CTISM

Conteúdo de um plano de marketing


Cada linha, marca de produto deve desenvolver um plano de marketing para assim alcançar seus objetivos, mas qual o conteú-
do específico de um plano de marketing? O que ele engloba? A seguir, vamos aprofundar cada seção de um plano de marketing.

Resumo executivo e sumário


O plano de marketing deve ser iniciado com um rápido resumo das principais, metas e recomendações. Esse resumo
executivo possibilita que ao ler, visualizar outras pessoas da alta gerência, compreendam de maneira simples qual é o prin-
cipal direcionamento do plano, qual a sua razão. Após o resumo, segue o sumário, com as principais seções e divisões do
plano de marketing.

Situação atual de marketing


Nesta seção é apresentada as informações relevantes sobre vendas, custos, lucros, também é identificado e exposto
o mercado, concorrentes, distribuição e logística, todos os dados que fazem parte da análise do macroambiente, que são
fornecidos por meio dos registros dos gestores da área.

Análise de oportunidades
Após a descrição do resumo e da situação atual, deve-se constar em um plano de marketing, a análise SWOT. A análise
SWOT é uma ferramenta clássica de gestão, cuja sigla é composta por 4 fatores: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses),
Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats).

35
MARKETING

As forças e fraquezas são fatores presentes no ambiente interno da organização.

• Forças – está relacionado as vantagens internas da empresa em relação à concorrência.


• Fraquezas – diz respeito as desvantagens internas em relação as empresas concorrentes.
Já as oportunidades e ameaças são fatores relacionados ao ambiente externo, como já vimos nas primeiras aulas é
fundamental a empresa monitorar as forças macroambientais.
• Oportunidades – é quando há possibilidades de lucro atendendo as necessidades dos consumidores de um deter-
minado mercado.
• Ameaças – são forças externas ao ambiente da empresa, que sem a presença de uma ação de marketing defensiva,
pode resultar no insucesso das vendas e do negócio.

Objetivos
Nesta fase do plano de marketing, o profissional da área deverá ter como uma das principais funções definir os objeti-
vos financeiros de marketing que o plano terá.

Estratégia de marketing
Após as fases anteriores, o profissional de marketing define a estratégia de marketing a ser adotada, para atender os
objetivos propostos. Nesta fase há forte comunicação entre os setores, alinhando a estratégia com a capacidade de cada
um. Por exemplo, a estratégia deve estar alinhada com o setor financeiro, verificando se há recursos disponíveis para a
propaganda e promoção, deve interagir com o setor produtivo, a fim de verificar se há a capacidade de comprar materiais
e produzir unidades suficientes para atender a demanda. A estratégia de marketing envolve os 4 P´s, o mercado-alvo, as
vendas, pesquisa e desenvolvimento, o posicionamento no mercado entre outros aspectos já estudados.

Programas de ação
Os programas de ação devem ser estabelecidos de forma que respondam os seguintes questionamentos: O que será
feito? Quando será feito? Quem serão os responsáveis? Quanto custará?

36
MARKETING

Demonstrativo de resultados projetados


A partir dos planos de ação, o gestor desenvolve um orçamento de apoio, que demonstra o volume esperado de ven-
das em quantidade e seu preço, este orçamento também mostra os custos de produção e distribuição e o lucro projetado.
O orçamento, após a aprovação, serve de base para os planos e atividades da gestão e operação de marketing.

Controle
A última seção do plano de marketing é o controle para a monitoração e acompanhamento do plano. O orçamento e
os objetivos são definidos para cada período seja mensal, trimestral, e é responsabilidade dos gestores acompanharem os
resultados.

Figura: Monitoramento de marketing

Fonte: CTISM

De forma geral, estes são os conteúdos encontrados em um plano de marketing, a seguir para consolidarmos este
estudo, visualizamos o Quadro a seguir com as seções do plano de marketing.

Quadro: Seções do plano de marketing

37
MARKETING

O AMBIENTE DE MARKETING E VENDAS.

Macroambiente e microambiente
O ambiente de marketing é composto de forças externas, que afetam a capacidade da organização de desenvolver e
manter relacionamentos com consumidores.
A organização pode ser comparada a uma célula, quanto mais ela se desenvolve mais relações ela estabelece com o am-
biente, e é de grande importância identificar as forças que agem sobre a organização.
A identificação dessas forças são fundamentais para a estratégia organizacional e também para transformar as adversida-
des em oportunidades de desenvolvimento.
Por isso, é importante termos a representação desse ambiente bem claro e compreendido, abaixo trazemos o desenho do
meio ambiente de marketing e seus agentes, que iremos estudar na sequência.
O ambiente de marketing está dividido em microambiente que envolve forças e agentes próximos a empresa, e ma-
croambiente, que são aquelas forças mais distantes a empresa e que não podem ser controladas, mas exercem uma grande
influência nas decisões de uma empresa.

Figura: Fatores que influenciam a estratégia de marketing da empresa

Fonte: CTISM, adaptado de Kotler, 2000

Microambiente
Como já mencionamos então, o microambiente de marketing consiste em forças próximas à empresa, e que afetam de maneira
direta ou indireta a sua capacidade de servir seus clientes.
Assim, constituem o microambiente os seguintes agentes: fornecedores, intermediários de marketing, clientes, concorrentes e
públicos. A seguir, iremos aprofundar e estudar cada um destes agentes.

• Fornecedores – representam um elo importante no sistema da empresa, de “oferta de valor” ao consumidor, ou seja, fornecem
os recursos necessários para a produção dos bens ou serviços que a organização irá comercializar, e podem afetar de maneira sig-
nificativa as decisões de marketing. É importante monitorar o comportamento dos fornecedores, pois qualquer alteração de custos
irá influenciar no preço final do produto ou serviço comercializado. Além do custo, temos que ter cuidado com outros aspectos
referentes a fornecedores, como qualidade, confiabilidade, entrega e que, também, podem influenciar na produção dos produtos.

38
MARKETING

• Intermediários de marketing – os intermediá- a) Ambiente econômico


rios de marketing auxiliam a empresa a promover, O ambiente econômico é formado por fatores que
comercializar e distribuir seus bens ou serviços aos afetam o poder de compra e a disposição para gastar dos
compradores finais. Como exemplo, podemos citar os consumidores.
distribuidores, que podem oferecer serviços de esto- É preciso analisar e avaliar as tendências econômicas,
cagem, transporte e que quando são de qualidade e a pois se as pessoas não tiverem renda ou uma disposição
um custo baixo colaboram com desenvolvimento das econômica para adquirir os produtos ou serviços, não irá
estratégias de marketing da organização. Ainda po- haver consumo, e não havendo consumo o negócio pode
demos citar outros intermediários como revendedo- ser amplamente prejudicado.
res, agências de serviço de marketing, intermediários Bem, sabemos que o ambiente pode exercer grande
financeiros e agentes de créditos. impacto no desenvolvimento da organização e, também,
que não temos o controle sobre ele.
• Clientes – como já estudamos anteriormente, Assim, a alternativa é antecipar os fatos, realizando
uma organização existe para suprir as necessidades previsões econômicas, baseadas no conhecimento da in-
dos clientes. Desse modo, podemos definir que os flação, do ciclo dos negócios, da taxa de desemprego, do
clientes representam a razão de ser dos negócios e câmbio, do crescimento da renda e dos gastos de consumo
representam o núcleo, o cerne básico do microam- que a população tem apresentado.
biente. É necessário compreendermos que cada tipo
de mercado ou público-alvo tem características es- b) Ambiente demográfico
peciais e que seu comportamento não é estático, ele O ambiente demográfico é constituído de pessoas, e as
pode mudar ao longo do tempo. Sendo assim, é fun- pessoas formam o mercado, por isso o fator demográfico
damental que o vendedor da organização estude e é um grande influenciador e determinador de mercado. O
conheça cuidadosamente seus clientes. conceito de demografia pode ser definido como o estudo
da população humana no que se refere a tamanho, den-
• Concorrentes – conforme o conceito de mar- sidade, idade, sexo, raça, localização, taxa de natalidade,
keting estudado, para alcançar o sucesso, uma em- grupos étnicos entre outros dados.
presa deve satisfazer os desejos dos consumidores Bem, para melhor entendimento, iremos exemplificar a
melhores que seus concorrentes. É em razão da atua- influência dessa força nas organizações, utilizando os da-
ção da concorrência que muitas vezes as empresas dos demográficos do nosso país.
tendem a se organizar, adaptar e inovar para poder A população brasileira atual é de 190,7 milhões de ha-
estar á frente da concorrência. Em mercados muito bitantes (dados do IBGE – dezembro de 2010). Segundo as
competitivos, não é suficiente acompanhar de perto estimativas, no ano de 2025, a população brasileira deverá
os concorrentes é importante prever e antecipar seus atingir 228 milhões de habitantes. Em 34 anos, a popula-
próximos movimentos. ção brasileira praticamente dobrou e, somente entre 2000
• Públicos – define-se públicos como qualquer grupo e 2004, aumentou em 10 milhões de pessoas. Pela projeção
de indivíduos que tenha real ou potencial interesse no pro- em 2050, seremos 259,8 milhões de brasileiros e nossa ex-
duto ou serviço que a organização ofereça, ou ainda po- pectativa de vida, ao nascer, será de 81,3 anos.
dem não ter interesse, mas causam impacto na capacidade Esse crescimento pode trazer grande influência nos
da organização em alcançar seus objetivos. São exemplos negócios, pois o crescimento da população significa o
de públicos, o governo, as instituições financeiras, comuni- crescimento (e a mudança) das necessidades humanas.
dades, grupos de interesse. Por isso, é essencial que os gestores de marketing saibam
compreender os fatores demográficos e como eles podem
• Stakeholders – pode ser definido como o indivíduo auxiliar ou afetar no desenvolvimento do negócio.
ou grupo que possui participação, investimentos e tem in- Por exemplo, o índice de natalidade pode ser determi-
teresse em determinada empresa. São aqueles que influen- nante para os negócios. Sabemos que há um índice mais
ciam ou são influenciado pelos objetivos da empresa, e a elevado de natalidade em regiões menos desenvolvidas e
mesma não sobreviveria sem eles. um menor índice em regiões desenvolvidas, esses dados
podem ser úteis para negócios potenciais, por exemplo,
Macroambiente regiões com maior índice de natalidade podem ser mais
O macroambiente é definido por forças externas à or- propícias a negócios que envolvam produtos voltados a
ganização. Os efeitos que a ação do macroambiente traz, gestantes e crianças.
muitas vezes representam fatores de riscos se as organi- Outro exemplo utilizando dados demográficos é a
zações não possuírem estratégias e capacidade de defesa questão da idade média da população. Como percebemos,
ou adaptação. Incluem o macroambiente de marketing: as a expectativa de vida dos brasileiros está aumentando, este
forças econômicas, demográficas, sociais, culturais, tecno- dado pode revelar oportunidades de negócios voltados a
lógicas, legais e políticas. Assim, parece fundamental que esse público, principalmente relacionado ao bem estar e
as empresas desenvolvam a análise e a compreensão des- saúde. E, também, emerge outra questão que é a presença
tes fatores, a seguir iremos conceituar e estudar cada força de pessoas mais experientes dentro das organizações jun-
macroambiental. tamente com os jovens.

39
MARKETING

Estes foram alguns exemplos destacados sobre a Sabemos da relevância e da amplitude da legislação
força que o ambiente demográfico exerce no desenvol- existente, leis que regulam a propaganda, leis que impe-
vimento da estratégia organizacional, as organizações dem a degradação do meio ambiente, leis que controlam
devem conhecer os dados demográficos e saber o que os preços, leis que protegem os consumidores, a concor-
fazer com eles, como eles podem vir a influenciar positi- rência, entre outras leis que são aprovadas frequentemen-
vamente ou negativamente no negócio. te.
Por isso, o responsável de marketing deve ter um bom
c) Ambiente social conhecimento das leis que influenciam a conduta das ati-
O ambiente social do marketing é constituído pe- vidades do marketing. É importante ele saber como elas
las pessoas de uma sociedade e seus valores, crenças e estão sendo interpretadas e quais os impactos que elas
comportamentos. Mudanças no ambiente social, sejam geram.
elas sutis ou drásticas, podem apresentar aos profissio- Seguindo nosso estudo, a seguir iremos identificar
nais de marketing novas oportunidades e desafios. Na quais são as variáveis controláveis e incontroláveis, algu-
questão social, em especial, na variável cultura, estilo mas já estudadas nessa seção e outras que iremos estudar
de vida, é onde concentram grande parte dos esforços na próxima aula.
de adaptação das estratégias globais. Neste ambiente
absorve visões de si próprio, visões das outras pessoas, Variáveis controláveis e incontroláveis
visões das organizações, visões da sociedade e visões da Como já vimos, toda decisão ou estratégia desenvol-
natureza. vida pela área de marketing estará propensa a sofrer in-
fluência de muitas variáveis e mudanças, e estas podem ser
d) Ambiente cultural controláveis ou incontroláveis.
Cada pessoa cresce em um determinado meio, gru- As forças macroambientais que estudamos anterior-
po ou cultura específica, suas ações e relações são de- mente como, o ambiente demográfico, econômico, natural,
senvolvidas, moldadas de acordo com as crenças e os tecnológico, político e cultural são conhecidas e chamadas
valores desse ambiente. Os principais valores de uma de variáveis incontroláveis. Elas existem externamente à
sociedade são manifestados pela visão das pessoas de si empresa, mas influenciam diretamente as decisões orga-
mesmos, das outras pessoas, das organizações, da socie- nizacionais.
dade, do meio físico e do universo. Já as variáveis controláveis pela empresa, são repre-
A cultura das pessoas pode influenciar as suas per- sentadas pelos – 4P’s – produto, preço, propaganda e dis-
cepções, as suas preferências e comportamentos. tribuição (praça) –, que também fazem parte das funções
Assim, fica evidente que é essencial o profissional de do marketing, e são ferramentas que a empresa dispõe nos
marketing compreender as crenças dos possíveis clientes processos de troca com seu mercado.
e no que eles acreditam, podendo classificar assim os
consumidores e desenvolverem estratégias compatíveis Tendências e necessidades no macroambiente
aos valores e cultura dos mesmos. Muitas oportunidades são identificadas a partir das
tendências. O conceito de tendência é definido como:
e) Ambiente tecnológico “Uma direção de atividades que tem determinado
Toda organização deve observar e reconhecer o que impulso e duração.”
há de novo no meio ambiente, pois novas tecnologias Por exemplo, podemos citar a participação de mulhe-
influenciam fortemente a estrutura do negócio e da so- res no trabalho como um dos motivadores da abertura de
ciedade. Elas podem gerar oportunidades de novos ne- creches, produtos e linhas voltados ao bem estar e maior
gócios, mas também podem inviabilizar ou tornar pro- consumo de comidas rápidas.
dutos atuais obsoletos. É importante evidenciarmos que há diferenças entre
A tecnologia é uma força extremamente poderosa modismo e tendências, estas são mais previsíveis e du-
que afeta os processos de gestão de marketing, ela está radouras já uma moda é imprevisível e de curta duração.
presente em todo o composto de marketing. Ainda há o conceito de megatendências, que representam
Muitas empresas possuem seu próprio departamen- grande mudança em todas as variáveis macroambientais
to de P & D, o qual é responsável pela pesquisa e desen- (social, econômica, política e tecnológico). As megatendên-
volvimento e têm como objetivo buscar novas caracte- cias influenciam por algum tempo, geralmente por 7 anos
rísticas, componentes, a fim de melhorar ou diferenciar ou mais, cita-se como exemplo, o renascimento das artes,
os produtos. a explosão da economia global.
O gestor de marketing deve atuar constantemente As tendências representam grandes forças para os ges-
com esse setor, buscando sempre analisar as tecnologias tores de marketing.
disponíveis no mercado. O desenvolvimento de um novo produto ou pla-
no de marketing a partir da análise das tendências e
f) Ambiente legal e político megatendências, representam identificar oportunida-
É composto de leis, agências governamentais e gru- de e identificando oportunidades os gestores podem
pos de pressão que afetam as decisões de marketing e ter um maior sucesso nos objetivos do seu negócio.
limitam as ações das organizações.

40
MARKETING

A análise de gabinete é feita de forma abrangente,


ANÁLISE DO MERCADO, DA CONCORRÊNCIA com informações coletadas em canais como jornal, internet
E DO CONSUMIDOR. e mídias em geral, permitindo consolidar uma visão genéri-
ca acerca do mercado em que se pretende atuar.
Esse modelo é eficiente tanto para o estudo do con-
corrente, quanto para o estudo do público do seu negócio,
Começar um novo negócio não é uma tarefa fácil e mas de maneira mais superficial e geral.
nem uma decisão que deve ser tomada às pressas. Sua
ideia precisa ser validada, ou seja, ter sua viabilidade Pesquisa de mercado
verificada a partir do potencial de aceitação frente ao Na pesquisa de mercado, o contato é realizado com
público. Para isso, o empreendedor precisa desenvolver que mais interessa para a empresa: o cliente.
uma análise de mercado. Esse tipo de pesquisa inclui perguntas diretas sobre o
Abrir uma empresa sem ter uma expectativa de nível de serviço esperado, suas expectativas sobre o ne-
como o mercado irá reagir em relação ao seu produto gócio, o mercado e mais.
é um risco grande, que pode lhe render grandes pre- A pesquisa de mercado é a forma mais eficaz de enten-
juízos. der as necessidades e desejos dos clientes, mantendo seu
Não é incomum, por exemplo, ver várias lojas que negócio atualizado.
começaram com uma proposta inovadora, um ponto O consumidor é quem gera as receitas para o seu ne-
bacana e uma equipe engajada fecharem as portas de gócio. Dessa forma, é essencial que a análise de mercado
uma hora para outra. responda quais são suas aspirações para que, assim sua
Isso não necessariamente significa que a propos- empresa, o satisfaça diante da concorrência.
ta de negócio era ruim, mas que o empreendedor não A pesquisa de mercado é uma ferramenta extrema-
analisou os riscos e oportunidades corretamente. mente útil para as empresas iniciantes, mas também para
A análise de mercado é um dos principais elemen- aquelas de pretendem lançar um novo produto e precisam
tos do plano de negócio e, sem ela, será impossível validar a ideia de acordo com a adesão do público.
conhecer as necessidades do seu público-alvo, o perfil
da concorrência e os melhores fornecedores. Por que a análise de mercado é importante para o
Um empreendedor que deixa a análise de mercado meu negócio?
em segundo plano, pode sofrer prejuízos drásticos e O auxílio ao desenvolvimento do seu negócio já é um
passar anos se perguntando “onde foi que errou”! motivo muito grande para elaborar uma análise de merca-
do antes de começar um novo negócio.
O que é uma análise de mercado? Mas além disso, é esse trabalho que lhe ajudará a co-
Antes de colocar a mão na massa, é importante en- nhecer melhor o perfil do seu público-alvo, tanto pela
tender qual é a essência de uma análise de mercado. perspectiva quantitativa (tamanho do mercado e quanti-
A análise de mercado é o processo de obtenção de dade de clientes), quanto qualitativa (perfil de consumo,
informações sobre o mercado de atuação da sua em- estilo de vida, renda, faixa etária e etc).
presa/ideia, bem como os fatores que podem impactar O entendimento da concorrência também fica muito
no sucesso ou fracasso desse empreendimento. mais claro com a análise de mercado.
É por meio desse processo que você obtém dados Você consegue observar as estratégias dos seus con-
sobre o segmento e o contexto nos quais sua orga- correntes, compreendendo as ações utilizadas por eles que
nização vai atuar, o potencial do seu público-alvo, a são ou não efetivas para, a partir daí, desenvolver o dife-
relação do seu produto com os fornecedores e o po- rencial da sua marca.
sicionamento da concorrência. A análise de mercado, por fim, oferece uma perspectiva
Trocando em miúdos, a análise de mercado é uma melhor do rol de fornecedores para otimizar o trabalho a
atividade determinante para o nascimento de um ne- ser realizado pela sua empresa.
gócio. Só assim é possível entender as atividades que
merecem sua atenção e que, de fato, são capazes de O passo-a-passo para construir uma boa análise de
tornar o negócio um sucesso. mercado
Um empreendedor precisa ter fé no potencial do Agora que você já entende a relevância de uma análi-
seu produto, é claro. Mas, tão importante quanto a se de mercado, é hora de aprender a elaborar essa docu-
confiança, é ter a certeza do valor do seu negócio e se mentação tão importante. Entenda o que é essencial neste
as pessoas, de fato, irão comprar a ideia. processo:
Há dois tipos básicos de análise de mercado: a aná-  
lise de gabinete e a pesquisa de mercado. • Conheça o seu setor
 
Análise de gabinete Entender o mercado no qual o negócio irá se desen-
Nessa análise, os dados são levantados sem a ne- volver permite o lançamento de produtos mais adequa-
cessidade de contato direto com os clientes. dos às exigências dos clientes e, consequentemente, captar
mais receitas.

41
MARKETING

Além disso, o conhecimento do setor de atuação per- Quanto ao estudo do preço, essa é uma definição
mite potencializar o atendimento e, assim, melhorar seu mais complexa do que parece. Não basta definir um va-
posicionamento de mercado. lor baseado apenas no custo, mas sim levar em conta
  localização, preço do concorrente, trabalho realizado,
• Estude o seu cliente, a concorrência e os forne- custos, objetivos, remuneração e a remuneração do
cedores cliente.
 
A compreensão das particularidades dos seus sta- Quais as ferramentas necessárias?
keholders é muito importante na análise de mercado. Para colocar facilitar os estudos envolvidos na aná-
Primeiro, procure entender o público-alvo da empresa lise de mercado, existem ferramentas muito úteis. Co-
tanto no sentido quantitativo quanto qualitativo. nheça!
Para isso, podem ser usadas ferramentas como ques-
tionários, análise de tráfego e de preferências dos clientes. Coletores de dados
Procure saber qual a idade, o gênero a classe social e a Existe hoje muitos softwares e aplicativos que possi-
ocupação deles, por exemplo. bilitam uma análise dinâmica de dados sobre diferentes
Na perspectiva qualitativa, as informações devem mercados e setores.
abordar questões mais comportamentais destas pessoas, Muitos apresentam informações sobre empresas
como hábitos de consumo e estilo de vida. que receberam investimentos recentemente, além de
Delimitar a área de abrangência do negócio é também relatório de desempenho de vários tipos de negócio.
um fator importante, assim como possibilitar ao cliente que
ele encontre, com facilidade, a empresa. Analisadores sociais
É fundamental prezar também pela qualidade dos pro- No mundo digital, os analisadores sociais são indis-
dutos, preços e condições de pagamento favoráveis, boa pensáveis para qualquer negócio.
localização e bom atendimento. Pela análise de dados estatísticos do site e das redes
Depois é hora de avaliar dois públicos que têm impac- sociais da sua é possível identificar qual é o comporta-
to direto no sucesso do seu negócio: os fornecedores e a mento do público-alvo e o tipo de conteúdo que mais
concorrência. gera interesse e visitas.
Quanto à concorrência, compreenda como eles se po-
sicionam perante o mercado para, assim, identificar poten- Plataformas de pesquisas
ciais oportunidades e diferenciais para o seu negócio. As plataformas de pesquisa facilitam a realização de
No caso dos fornecedores a análise deve levar em con- pesquisas de campo, que são fundamentais para conhe-
sideração tudo aquilo que pode impactar na produção do cer as diferentes esferas do cliente.
seu negócio: preço, prazo e negociação. Nesse tipo de plataforma dá para definir um orça-
  mento, o tamanho do público-alvo de interesse e suas
• Avalie as projeções de mercado características.
  Mediante os dados coletados, é possível realizar
A avaliação econômica do mercado em que  você pre- uma análise mais aprofundada do que os clientes de-
tende atuar permite que a empresa tenha perspectiva de sejam.
estabilidade financeira.
Uma análise de setor possibilita compreender qual será Ferramentas financeiras
o provável crescimento em determinadas condições finan- Usar ferramentas financeiras permite realizar e co-
ceiras. nhecer projeções de mercado e até mesmo entender
A análise de projeções favorece a realização do plane- mais sobre os fornecedores.
jamento de investimentos, além de demonstrar uma neces- Ao mesmo tempo, ter essas ferramentas que acom-
sidade de capital para determinados períodos. panhem indicadores de mercado, ações na Bolsa de Va-
Especialmente em um momento de crise, o estudo das lores e resultados da economia permitem que a sua em-
projeções de mercado se torna um grande aliado para presa entenda como anda o mercado no qual ela está
fortalecer a empresa e permitir que ela consiga superar inserido e quais são as possibilidades para o futuro.
qualquer problema de ordem financeira. O maior benefício de uma análise de mercado as-
  sertiva é a inteligência corporativa gerada às empresas.
• Estude o produto Uma organização torna-se mais competitiva e prepara-
  da para encarar os desafios do nicho que está inserido!
Analise o produto dos seus concorrentes, buscando
pontos fracos e fortes. Diante dos pontos fracos, busque
criar oportunidades de diferenciação para chamar a aten- A análise do mercado permite ainda se conhecer de
ção do público-alvo. perto o ambiente onde o produto/serviço se encontra.
Nos pontos fortes, pense em como “reduzir a distân- O mercado está composto pelo ambiente onde a em-
cia” entre a qualidade do seu produto e do deles, a fim de presa e produto se localizam, pela concorrência e pelo
ser forte o suficiente para conquistar clientes. perfil do consumidor.

42
MARKETING

A definição do mercado leva em conta:

 Análise da Indústria/Setor
A análise da indústria deve apresentar as informações a respeito do tamanho, crescimento e estrutura da indústria/
setor em que sua organização está inserida. Inicia-se com a coleta de informação do setor ao qual pertence o produto/
serviço. Essa informação é geralmente discriminada em termos dos objetivos e pode estar relacionada com a estrutura da
indústria e do setor em termos estatísticos, práticas de marketing e o composto de marketing. Essa informação pode ser
usada para monitorar mudanças no setor e aproveitar as oportunidades decorrentes dessas mudanças em nichos especí-
ficos.

 Descrição do Segmento de Mercado


Definido o setor em que atua e seu mercado geral, você também quer e precisa saber identificar e clarificar quais por-
ções particulares, ou segmentos deste mercado são seu alvo. O segmento de mercado é definido a partir das características
do produto, estilo de vida do consumidor (idade, sexo, renda, profissão, família, personalidade etc) e outros fatores que
afetam de uma maneira direta o consumo do produto, como localização geográfica por exemplo. O mercado-alvo não é
aquele que você gostaria: é aquele que pode consumir o seu produto. Geralmente, para segmentar um mercado é necessá-
rio ter um conhecimento mais abrangente, não somente qualitativo mas também quantitativo do mesmo. Para uma análise
inicial procure responder às seguintes questões:
 Qual o market-share (participação de mercado) dentre os principais concorrentes?
 Qual o potencial de mercado?
 O mercado encontra-se bem atendido?
 Quais as oportunidades para o seu produto/serviço obter uma maior participação?

Um segmento de mercado é um conjunto de clientes que tem necessidades e desejos em comum. Ao agrupar clientes
semelhantes, você pode satisfazer suas necessidades específicas de forma mais eficaz.
Quanto mais recursos e opções esses clientes demandam, mais razões você tem para dividi-los em grupos.
A figura 6 apresenta uma forma esquemática de como definir o segmento de mercado para seu produto/serviço. Para
isso, deve-se responder, basicamente, às seguintes perguntas:
 Quem está comprando?
 O que está comprando?
 Por que está comprando?

Figura – Visão Rápida de Segmentos de Mercado

43
MARKETING

Quem está Comprando?  Características


Uma boa forma para se determinar quem está com-  Embalagem
prando seu produto ou serviço, é conhecer seus hábitos  Preço
e como eles vivem. Se seus clientes são outras empresas,  Opções de entrega
descubra como eles operam seu negócio. Pense em seus
clientes nos seguintes termos: As características referem-se a todas as especificações
de um produto ou serviço. Quando você agrupa os clientes
Geografia (onde eles moram?). Ex.: em função das características do produto que eles procu-
 País, Região, Estado, Cidade, Bairro etc. ram, descobre que os clientes têm muito em comum. Suas
 Qual a proximidade de seus vizinhos mais próxi- semelhanças incluem:
mos?  A frequência com que usam o produto (pouco,
 Qual é a temperatura da região onde vivem no moderadamente, muito)
verão?  Sua habilidade em usar o produto (novatos, inter-
 Quanto tempo levam para chegar ao aeroporto? mediários, especialistas)
 O que eles fazem com o produto (lazer, educação,
Perfil (Como eles são?). Ex.: negócios)
 Pessoas: Idade, Sexo, Tamanho da Família, Educa-  Que tipos de clientes são (consultores, revende-
ção, Ocupação, Renda, Etnia, Nacionalidade, Religião etc. dores, usuários)
 Empresas: Setor, Porte da Empresa, Número de
Funcionários, Anos no Negócio, Faturamento etc. A embalagem envolve muito mais do que caixa, o pa-
pel ou plástico. A embalagem refere-se a tudo o que cerca
Estilo de Vida (O que eles fazem?). Ex.: a oferta de um produto, incluindo:
 Pessoas: Passatempos, Hábitos ao assistir TV, Ativi-  Propaganda do produto (rádio, TV, revistas, carta-
dades sociais, Afiliação a clubes, Preferências para férias etc. zes, camisetas)
 Empresas: Proteção do meio ambiente, Doações  Promoções (vendas nas lojas, cupons, desenhos)
a eventos beneficentes, Investimento no treinamento dos  Marketing (resenhas em livros, campanhas telefô-
funcionários, Oferta de benefícios aos funcionários, Promo- nicas, endosso de celebridades)
ção de funcionários da empresa etc.  Manutenção do produto (garantias, serviços de
 atendimento ao cliente, centros de serviço)
Personalidade (Como eles agem?)
Pode-se classificar em cinco os tipos básicos de per- Mais uma vez, é comum os segmentos de mercado
sonalidade: identificados com base nos critérios de embalagem refleti-
 Inovadores (5% da população): Correm todos os rem atributos de clientes semelhantes aos segmentos ba-
riscos; Jovens e bem educados; Familiarizados com novas seados em características do produto: frequência de uso,
ideias e tecnologias; Têm computadores portáteis e estão nível de sofisticação, aplicação do produto e tipo de usuá-
conectados a redes; Informados por fontes externas. rio.
 Primeiros adeptos (10% da população): Líderes O preço de um tipo específico de produto ou servi-
de opinião em suas comunidades; Avaliadores cautelosos; ço tende a criar diferentes grupos de clientes. Os clientes
Abertos a argumentos bem justificados; Respeitados por que são sensíveis ao preço estão em um segmento; os que
seus companheiros etc. estão dispostos a pagar por um certo nível de qualidade
 Maioria inicial (35% da população): Evitam riscos sem- estão em outro. Mas o preço não é o único fator financeiro
pre que possível; agem de forma deliberada; Não experimen- que pode levar a diferentes segmentos de mercado. Outros
tam novos produtos, a não ser que se tornem populares etc. critérios incluem:
 Maioria tardia (35% da população): Céticos; Extre-  Financiamento disponível
mamente cautelosos; Desapontados com outros produ-  Opções de leasing
tos; Relutantes com novos produtos, Respondem apenas à  Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta
pressão de amigos etc.  Acordo de troca
 Retardatários (15% da população): Esperam até o
último momento; Esperam até os produtos ficarem desa- A distribuição e a entrega determinam como os clientes
tualizados; Ainda hesitam! Etc. recebem seu produto ou serviço. Nesse caso, os segmen-
tos de mercado baseiam-se em geral em onde os clientes
O que está comprando? compram, por exemplo:
Uma descrição de clientes baseada no que eles com-  Depósitos
pram permite que você os veja de uma perspectiva com  Centros de desconto
a qual está bastante familiarizada: seus próprios produtos  Lojas de Departamento
e serviços. Depois de criar segmentos de mercado basea-  Butiques
dos no que seus clientes compram, você pode abordar as  Catálogos
necessidades de cada grupo, modificando os seguintes as-  Internet
pectos de seu produto ou serviço.

44
MARKETING

Os segmentos de mercado baseados na entrega também podem considerar outros critérios, como: disponibilidade
total de horário (lojas de conveniência); disponibilidade total de local (postos de gasolina); disponibilidade garantida (vídeo
locadoras); sensibilidade ao horário (floricultura, pizzarias, frutas e vegetais).

Por que está comprando?


Quando se trata realmente de satisfazer as necessidades dos clientes a longo prazo, você não pode se esquecer de
fazer as seguintes perguntas:
 O que seus clientes estão procurando?
 O que consideram importante?
 O que os motiva?
 Qual é sua percepção das coisas?
 Como fazem suas escolhas?

Quando agrupa seus clientes usando as respostas a essas perguntas, você cria segmentos de mercado baseados nos
benefícios que os clientes estão procurando. Como esses segmentos de mercado descrevem seus clientes a partir do ponto
de vista dos clientes, e não do seu, oferecem melhor oportunidade para que você satisfaça as necessidades específicas de
um grupo inteiro de clientes.

 Análise SWOT do produto/serviço


Avalie os pontos fortes e fracos dos seus principais concorrentes em relação ao seu produto/serviço. Dessa maneira,
será mais fácil para você tentar tornar os pontos fracos deles em oportunidades e melhorar seu produto/serviço de maneira
a tentar eliminar as ameaças dos concorrentes e os riscos envolvidos. Resumindo, faça uma análise SWOT do seu produto/
serviço. · Análise da Concorrência

 Análise da Concorrência
Os concorrentes são todas aquelas pessoas ou empresas que atuam no seu segmento e, como você, devem fazer de
tudo para satisfazer as necessidades dos clientes.

A concorrência deve ser avaliada em relação a produtos/serviços e à organização (nesse caso, sua análise já ocorreu na
etapa de planejamento estratégico).
De que maneira o produto ou serviço pode ser comparado ao do concorrente?
De que maneira ele está organizado?
Ele pode tomar decisões mais rápidas do que você?
Ele responde rapidamente a mudanças?
Tem uma equipe gerencial eficiente?
A concorrência é líder ou seguidor no mercado?
Eles poderão vir a ser os seus concorrentes no futuro?

Observe o quadro:

Depois de preencher este quadro, você poderá definir se está apto a concorrer com essas empresas, definir o seu dife-
rencial e saber se o mercado comporta mais uma empresa do mesmo segmento.

45
MARKETING

Consulte a seguinte lista de perguntas sobre a concor-


rência: PESQUISA DE MERCADO.
Produto ou serviço
 De que maneira é definido um produto ou serviço
competitivo?
 Como ele se parece com o seu e com os outros? Definição de estudo de mercado
 De que maneira ele é diferente do seu e dos ou- “O estudo de mercado é a análise dos problemas das
tros? transferências e vendas de bens e serviços do produtor
 A concorrência é especialista ou oferece varieda- ao consumidor, incluindo as relações entre a produção e
de? o consumo, a elaboração dos produtos e sua distribuição
 Quais características do seu produto ou serviço sa- e venda por atacado ou varejo e não somente as ques-
tisfazem seu mercado alvo? tões financeiras conexas.”
 Quais pontos fracos e fortes da concorrência você “O estudo consiste, especialmente, na recompilação,
pode explorar? análise e interpretação das informações disponíveis, as-
 Em que estágio tecnológico você se encontra em sim como dos elementos expressamente deduzidos dos
relação à concorrência? censos, dados de distribuição, investigação sobre o con-
 Quanto inovador você é? Comparado à concorrên- sumo, exame dos resultados contábeis dos comerciantes,
cia você se ajusta rapidamente às mudanças tecnológicas? etc.”
 Que imagem o consumidor associa à concorrên- No entanto, o verdadeiro conteúdo da capacidade e
cia? da extensão das investigações de mercado, vai além da
fase de distribuição e venda, compreendendo a etapa an-
Preço terior à fabricação do produto, com a finalidade de saber
 Qual é a estratégia de preço do concorrente? o que produzir, para quem, a que preço, etc.
 Como é seu preço em relação ao do concorrente?
 Que margens de lucro o concorrente pratica? Objetivos do estudo de mercado
I. Conhecer, analisar e quantificar as oportunidades
Praça de venda:
 Onde está localizado o concorrente? A) Pesquisa de Produto
 Como é sua localização em relação à dele? B) Pesquisa de Mercado
 Ele tem espaço para crescer?
II. Analisar o Esforço de Vendas:
Promoção A) Pesquisa de Organização de Vendas
 De que maneira a concorrência faz a propaganda? B) Pesquisa de Vias de Distribuição
 Quanto eles gastam em propaganda? C) Pesquisa de Propaganda
 Qual a mensagem?
 A propaganda da concorrência é efetiva? Pesquisa de produto
Para ser bem sucedida, uma empresa deve sempre
Gerenciamento procurar não só encontrar novos produtos também ino-
 Como é a equipe gerencial do concorrente? var os já fabricados. Importante ainda, se torna tentar
 Qual é seu conhecimento e sua competência? estabelecer urna distinção entre seus produtos e os dos
 Que políticas de recrutamento eles utilizam? Eles competidores, para que seus consumidores o percebam
oferecem treinamento ao seu pessoal? facilmente.
 Qual a política de salários? Quando a empresa tem em mira um novo produto
 O negócio do concorrente é lucrativo? possível investigar sua aceitação pelo público antes do
 Qual o faturamento; com que volumes de venda; início da produção, o que possibilita informações vitais
com que participação de mercado? para a aplicação de recursos.
 Eles investem em P&D? É a pesquisa mercadológica do produto que vai for-
 Qual a estrutura de capital deles? E o fluxo de cai- necer certos dados necessários ao planejamento do pro-
xa? duto, respondendo a indagações que tentarão aquilatar
as especificações ou as modificações indispensáveis para
Finanças fornecer um produto mais vendável. Com esses elemen-
 O negócio do concorrente é lucrativo? tos procurar-se-á adaptar o produto aos usos e preferên-
 Qual o faturamento; com que volumes de venda; cias do consumidor.
com que participação de mercado? A Pesquisa de Imagem, nestes casos, é muito utiliza-
 Eles investem em P&D? da para apontar quais as características do bem estudado
 Qual a estrutura de capital deles? E o fluxo de caixa? as mais apreciadas pelos consumidores e quais os aspec-
tos que determinaram sua rejeição por aqueles que não
o consomem.

46
MARKETING

Pesquisa de mercado - determinação do potencial de vendas e das quotas


A administração de uma empresa, geralmente, realiza de venda;
estudos de mercado com a finalidade de determinar os - análise das vendas efetuadas: por produto, cliente e região.
grupos de pessoas (caracterizados por atributos tais como: Desta forma, a Pesquisa de Organização de Vendas está
idade, sexo, renda, profissão, classe social, região e tama- intimamente ligada aos estudos quantitativos de mercado.
nho da cidade onde habitam e outros mais específicos) Os territórios de vendas devem ser estabelecidos de
que usam ou poderiam usar (mercado real ou potencial, acordo com o potencial de vendas, que, por sua vez é de-
respectivamente) o produto e em que quantidades e cir- terminado por uma análise de mercado.
cunstâncias. Portanto a um nível mais genérico, distin- Assim, a determinação de quotas baseadas no poten-
guem-se dois tipos de Pesquisas Mercadológicas: Quan- cial de vendas torna-se um método eficiente no controle
titativas e Qualitativas. dos vendedores. Este aspecto é extremamente importante
Dentre as Pesquisas Qualitativas as Pesquisas de Mo- na análise das tarefas que os vendedores devem executar
tivação de Compra esclarecem os motivos pelos quais os para melhor vender seu produto ou serviço. Por exemplo:
consumidores compram ou não determinados produtos, saber quais os estabelecimentos a serem visitados, qual a
assim como as Pesquisas sobre Hábitos de Compra infor- frequência de visitas, com quem falar, quais as ideias a se-
mam os usos e costumes dos vários grupos da população rem salientadas e quais os serviços a serem executados.
ao adquirirem mercadorias ou serviços. Isto é, quando,
onde e como compram. Pesquisa de Vias de Distribuição
A medida em que se descobre a motivação para com- Quando a empresa utiliza outras organizações na ven-
pra e se conhece o tipo de consumidor real e potencial, os da ou prestação de serviços ao seu produto, deve possuir
produtos podem ser projetados e os apelos de venda ela- determinadas informações atualizadas e seguras que pos-
borados de acordo com as características apontadas pela sibilitem um trabalho eficiente de seleção, venda e controle
pesquisa. dessas organizações.
Do mesmo modo, o conhecimento obtido, relativa- Inicialmente, os dados obtidos em estudos de produto
mente às mudanças ocorridas nos hábitos de compra da e de mercado fornecerão uma base para posterior comple-
população possibilita adaptações na estratégia de vendas, mentação: as informações sobre os hábitos de compra do
nas diretrizes de preços nas linhas de produtos, fazendo cliente, por exemplo, são importantes para determinar os
com que fabricantes, atacadistas e varejistas possam tirar melhores tipos de estabelecimentos distribuidores a serem
vantagens das oportunidades que se lhes abrem. usados na venda do produto, as melhores firmas entre os
As Análises Quantitativa e Qualitativa têm demonstra- tipos gerais e o número ótimo de estabelecimentos (distri-
do que nas últimas décadas foram observadas pronuncia- buição geral ou selecionada).
das modificações nas preferências dos consumidores com Por outro lado, é indispensável conhecer as caracte-
relação ao tipo de estabelecimento varejista, aos seus ar- rísticas dos métodos de venda empregados por esses es-
ranjos físicos e à apresentação dos produtos. tabelecimentos e seu custo de venda para se dimensionar
Por vezes, estes estudos de mercado se tornam mais expectativas em relação ao retorno ou deterioração do
complexos, pois nem sempre os compradores do produto produto, periodicidade de fornecimento, etc.
são os próprios usuários. Neste caso, a pesquisa tornar-se- Muitas companhias, especialmente as que vendem
-á útil para distinguir os compradores dos usuários, deter- produtos de altos preços obtém relatórios regulares de
minar o grau de influência de ambos sobre a decisão de seus distribuidores sobre o fluxo dos estoques. Esses da-
compra e descobrir os fatores determinantes do interesse dos são úteis sob o ponto de vista da programação de pro-
de cada um desses grupos. dução indicando também a necessidade de utilização de
As características dos grupos consumidores da gran- campanhas de venda mais ou menos agressivas.
de maioria de produtos apresentam-se sensivelmente di- Aplica-se, ainda, a Pesquisa de Vias de Distribuição ao
ferenciadas entre si. Por exemplo: como as famílias dos estudo da eficiência do intermediário. Conhecer, por exem-
fazendeiros são maiores do que as das cidades; e suas idas plo, quais as razões que levaram o distribuidor a reduzir as
ao mercado menos frequentes, sua preferência recai, em vendas dos produtos da empresa.
geral sobre as embalagens de tamanho grande.
Pesquisa de Propaganda
Análise do esforço de vendas A pesquisa feita nesse campo engloba os tipos discu-
A eficiência da organização de vendas é uma preo- tidos anteriormente, pois é necessário conhecer tanto o
cupação vital das empresas, pois sua receita advém, to- produto como o mercado para realizar uma propaganda
talmente, desse setor. Assim sendo, a análise de vendas é eficiente. Aprofunda-se, no entanto, em fatores psicosso-
uma tarefa que está constantemente a exigir a realização ciais necessários ao fornecimento de subsídios para a ela-
de pesquisas. boração de campanhas publicitárias, além de testá-las e
mensurá-las. Desta forma, é dada uma particular ênfase à
Pesquisa de organização de vendas diversos tipos de pesquisas Qualitativas (método “Survey”
Refere-se ao dimensionamento das possibilidades de - Entrevista de Profundidade - Método de Observação -
venda dos produtos, incluindo: Método Experimental - Pesquisas Motivacionais ou psicos-
- previsão de vendas: total, por produto e região; sociológicas).

47
MARKETING

É linguagem comum dizer-se que a propaganda é a Pesquisa Externa


“alma do negócio”. Entretanto as técnicas mercadológicas Pesquisa de Dados secundários
aplicadas no mundo moderno para divulgação dos produtos, Levantamento de dados em fontes que os coletarem
marcas e nomes de empresas, atingem alto grau de sofistica- diretamente em campo. Podem ser obtidos com o dispên-
ção tanto no seu planejamento científico, como no material. dio de pequenas quantias em organismos ou publicações
Os processos de comunicação e toda teoria científica cons- oficiais, associações de classes ou outras entidades parti-
truída nesse campo têm sido a causadora de métodos cada culares.
vez mais eficientes que diz respeito aos seus resultados. São informações que dizem respeito a:
É notório, entretanto, que a “tecnologia da propagan- - produção do setor
da” não é acessível à maioria das pequenas e médias in- - tendências econômicas
dústrias. O seu custo em função do critério de aplicação - número de unidades de produção
extensiva ou intensiva, é que delimitam a sua aplicação - política de preços vigente
em empresas de pequenos e restritos mercados. Portanto, - problemas administrativos ou técnicos do setor
compreender os princípios básicos da Técnica da Propa- - exportação de produtos
ganda, afim de poder avaliar sua aplicação eficiente numa - política de financiamento - fornecimento de maté-
pequena empresa, é o objetivo desta análise. rias-primas, máquinas e equipamentos
- cadastros de distribuidores, endereços, etc.
Princípios básicos da propaganda
1 - É preciso se efetuar a propaganda por um período Pesquisa de Campo
relativamente longo, ou com certa constância. Chamada, também de Pesquisa Direta, é o levanta-
2 - É preciso que o produto seja diferenciado. mento de informações necessárias ao administrador, que
3 - Utilizar veículos adequados de comunicação, levan- só pode ser realizado diretamente com os consumidores
do em consideração para quem (delimitação quantitativa e ou compradores, intermediários ou concorrentes (dados
qualitativa do consumidor que deve ser atingido), quando primários).
ela será efetuada (programação de distribuição, ciclos de Sua matéria de estudo é, de modo geral, o comporta-
compras, etc.), e durante quanto tempo. mento humano, investigado do ponto de vista psicossocial,
4 - Utilizar embalagem adequada. político ou econômico. Requer para sua realização um co-
nhecimento especializado e frequentemente um grau de
A pesquisa mercadológica é uma técnica capaz de concentração de homens e máquinas que as empresas mé-
converter em fatos, inclusive quantificados, algumas das dias e pequenas não podem permitir-se.
incertezas da vida comercial, de tal maneira que possam
servir de base para as decisões nos negócios. Não se pro- O processo da pesquisa mercadológica
põe, porém a eliminar todas as incógnitas dos problemas Identificação e Definição do Problema
empresariais, nem determinar decisões por si mesma, mas Somente quando o pesquisador conhece o problema
apenas fornecer aos dirigentes das empresas subsídios im- que a administração deseja solucionar é que poderá ter a
portantes para a tomada de decisão. certeza de formulá-lo adequadamente em um projeto es-
pecífico que aplicado fornecerá informações pertinentes.
Tipos de pesquisa segundo a forma de obtenção Muitas vezes é necessário que o técnico auxilie a adminis-
dos dados tração no reconhecimento dos problemas básicos capta-
Pesquisa Interna (utilidade p.m.i.) dos apenas através de seus efeitos. tania
Em toda firma existe uma certa quantidade de dados
acumulados em que se pode basear a pesquisa de merca- Elaboração do Projeto de Pesquisa
do. Dessa forma, o estudo pode ser realizado sem qualquer  Levantamento de dados preliminares internos, ne-
gasto suplementar, pois basta apenas uma apropriada re- cessários a formulação do problema.
compilação e avaliação das informações disponíveis.  Formulação do problema em bases mais objetivas
Os seguintes dados podem ser levantados desse modo: pelo levantamento de hipóteses
- potencial de produção e vendas;  Definição e delimitação do universo a ser pesqui-
- índice de participação de vendas; sado.
- dimensão mínima de vendas que permita lucro certo  Determinação das fontes de informações.
e pré-determinado; - Depois de preparado um rol dos dados exigidos para
- produtos mais vendáveis e mais lucrativos; a análise do problema, o próximo passo é determinar se es-
- ação dos concorrentes (observada por meio de análi- sas informações poderão ser coletadas na própria empresa
ses estatísticas dos relatórios dos vendedores). ou externamente e em que fontes, estimando-se a quanti-
É de se ressaltar que esse tipo de pesquisa é o que dade de dados a serem levantados e o tempo necessário.
a pequena e média empresa pode se utilizar com relativa Só quando as informações internas a empresa e os
facilidade, bastando para coletar dados informações tais dados secundários não forem suficientes para responder a
como: tamanhos de clientes, tipos e tamanhos dos distri- indagações do estudo que se deve recorrer à pesquisa de
buidores, vendas por zona, controles de custos por zona, campo (dados primários), por ser a mais dispendiosa.
vendedor etc.

48
MARKETING

Planejamento da amostra: Tipos de análise


Com base em informações estatísticas definir quan- Quantitativa
tas e quais os tipos de pessoas que devem compor a Envolve a investigação sistemática e intensiva do po-
amostra, que pode ser simples ou estratificada. tencial de compra e tendência de consumo relativa a um
Outro aspecto relaciona-se à seleção da amostra, onde particular produto ou Serviço.
pode ser usado o método probabilístico ou não probabilístico. — Previsão de Vendas
A questão do tamanho da amostra deve também ser — Orçamento de Vendas
definida em função da verba existente para a realização — Estabelecimento de Quotas de Vendas
do trabalho e da exatidão exigida na análise e dimensio- — Onde concentrar Propaganda, Promoções e Esforço
namento do problema. de Vendas
— Determinação de Zonas (territórios de venda)
Estudo e aprovação do projeto pela administração. — Potencial de vendas
Reformulação do projeto, para adaptá-lo as exi- Potencial de Mercado: Vendas esperadas para um ou
gências financeiras de tempo e de organização da em- um conjunto de produtos ou serviços, relativamente a em-
presa (se for necessário). presa ou as indústrias (ramo, setor), dentro do mercado to-
tal, durante um período determinado.
Preparação: Potencial de Vendas: Parte do potencial de mercado
Dos instrumentos de coletas de dados. Formulários, que a empresa espera atingir.
questionário, roteiro de entrevistas, rol de dados a serem Quotas de Vendas: É o objetivo de venda determinado
obtidos, etc. a uma unidade mercadológica.
Teste dos instrumentos elaborados.
Para verificar sua adequabilidade ao tipo de trabalho, Qualitativa
sua coerência e se atinge aos objetivos propostos. Investigação exaustiva e sistemática das reações psico-
Recrutamento, seleção e treinamento do pessoal -sociais do comportamento e experiência do consumidor
que levantará os dados primários e secundários. com referência a um produto ou serviço particular.
Realização do trabalho de campo, com supervisão, — Tipos de apelo a serem utilizados junto ao consu-
controle e avaliação do pesquisador responsável. midor
Esta fase é uma das mais importantes da pesqui- — Novos usos do produto
sa, pois, além de ser a mais dispendiosa constitui-se na — Tipos de compradores: sexo, idade, índice cultural,
maior fonte potencial de erros. Daí o extremo cuidado escolaridade, nível de renda
que se deve ter no acompanhamento e orientação dos — Tipos de estabelecimento para distribuição
entrevistadores e revisão dos instrumentos aplicados, no — Determinação da embalagem (cores, formato, ta-
sentido de se poder trabalhar com a menor margem de manho)
erro possível. — Utilização de veículos de comunicação (pesquisa de
Checagem de uma sub-amostra. média)
Para verificar o grau de confiabilidade das informa- — Adoção de marcas.
ções levantadas.
Codificação e tabulação dos dados Pesquisa motivacional
Com o objetivo de facilitar a contagem dos dados A pesquisa motivacional vem encontrando, recente-
estes devem ser inicialmente colocados em códigos, o mente, cada vez maior a aplicação para os grandes proje-
que determina a possibilidade de tratamento por meio tos propagandísticos.
de computador ou manualmente. Em seguida, todas as Ela possibilita avaliar as principais reações do consu-
informações devem ser traduzidas em números absolu- midor, devido a fatores tanto racionais como irracionais, (e
tos e relativos. principalmente estes).
Construção de tabelas, gráficos e índices que per- A seguir são comentados os principais conceitos sobre
mitam o estabelecimento de correlações dos dados. a matéria. Torna-se vidente que a aplicação deste tipo de
Análise dos Dados coligidos pesquisa, pelas próprias exigências metodológicas, é prati-
Exame dos dados obtidos sob a forma de tabelas, camente inacessível a pequena e média indústria.
gráficos e índices e posterior descrição e interpretação A pesquisa de motivação é o estudo do porque dos
dos fenômenos observados. atos das pessoas e de como medir influenciar ou mesmo
Elaboração do Relatório de Pesquisa, que deve mudar suas atitudes, reações e opiniões.
conter as seguintes etapas: A incógnita mais importante a ser identificada é a rea-
— Objetivos da Pesquisa ção e as sensações dos consumidores frente ao produto ou
— Metodologia empregada serviços oferecidos.
— Conclusões extraídas a partir da análise los dados
— Sugestões relativas Objeto da pesquisa de motivação
— Proposição de estudos complementares ou suple- — Quais os modelos de mercado?
mentares. — Por que tomam a forma que tomam?
— Resolução do problema estudado — De que maneira pode-se mudá-los?

49
MARKETING

— Quais serão os resultados dessa mudança? — Testes de Apercepação Temática (T.A.T.): consiste de
20 cartões com ilustrações, pinturas e desenhos relaciona-
Principais fatores psicológicos envolvidos na pes- dos com o assunto pesquisado. O indivíduo é solicitado
quisa vocacional: a contar uma história muito pequena sobre cada quadro,
— presunções, crenças e pressuposições quais os fatos que conduziram a situação quais serão as
— pontos de referência, atitudes e opiniões conseqüências e a descrever os pensamentos e sentimen-
— aspirações, experiências e realização tos dos personagens. Pode-se o enredo não uma história
— sensações, sentimentos e imagens mentais literária.
— motivos racionais e irracionais e suas satisfações Pode-se sondar o indivíduo sobre qualquer aspecto
— identificação e empatia omitido na história.

Instrumentos tradicionais de pesquisa de motiva- Diferença entre pesquisa de marketing e pesquisa


ção de mercado.
a) Entrevista ou Método Direto:
— questionários estruturados (perguntas formuladas  Pesquisa de marketing
com exatidão) para o próprio entrevistado preencher; O que é e para que serve pesquisa de marketing?
— formulários estruturados (perguntas formuladas De acordo com os autores Kotler e Keller (2006), “a
com exatidão) para serem preenchidas por entrevistador; pesquisa de marketing corresponde à elaboração, à coleta,
— entrevista em profundidade: rol de áreas a serem à análise e à edição de relatórios sistemáticos de dados e
abordadas detalhadamente em conversa com o entrevis- descobertas relevantes sobre uma situação específica de
tado; marketing”. Difícil, né?
— discussão em grupo: reunião de elementos pré-se- Vamos voltar então a conceitos básicos. Você se lembra
lecionados onde áreas de interesse são discutidas e ana- dos quatro princípios básicos do Marketing, mais conheci-
lisadas. dos como os seus 4 Ps: produto, preço, praça e promoção?
— método experimental: simulação de situações com Todo e qualquer problema relacionado a um desses aspec-
o consumidor pré-qualificado, onde são analisadas rea- tos diz respeito ao marketing.
ções, perante condições diferentes de apresentação do Portanto, para que sua empresa possa investigá-los,
produto. você deverá realizar uma pesquisa de marketing. Em outras
palavras, pesquisa de marketing é uma forma de coletar
b) Método Indireto dados pertinentes que vão orientar suas decisões na hora
Empregada principalmente técnicas subjetivas e inclui de solucionar problemas relativos à empresa.
a maioria dos métodos dinâmicos. Há predominância de Caso tenha interesse em se aprofundar ainda mais e
técnicas clínicas e projéticas, que fazem o entrevistado se compreender a relação entre o marketing e a pesquisa de
projetar ou se colocar na “terceira pessoa” numa determi- marketing, te convidamos a visitar este artigo.
nada situação e interpretar seus pensamentos, sentimen-
tos, sensações, atitudes e crenças no desempenho daque-  Pesquisa de mercado
le papel (Pesquisas do Perfil do Consumidor — “Survey”) O que é e para que serve pesquisa de mercado?
Principais Técnicas Empregadas: Para Barabba e Zaltaman, ao definir o que é pesquisa
— Associação de palavra pede-se ao entrevistado que de mercado em marketing, trata-se do “processo de ouvir
diga ou escreva a primeira palavra ou idéia que lhe ocor- a voz do mercado”. É o que ocorre quando, por exemplo,
rer, quando lhe mostramos certas palavras relacionadas você deseja saber se consumidores estão satisfeitos com o
com o problema ou produto sob investigação. seu produto ou serviço, se receberam bem uma mudança
— Associação de Frase o mesmo que o anterior, mas de preço ou na embalagem, como percebem sua marca em
com uso de frases em vez de palavras isoladas. relação aos concorrentes, e assim por diante.
— Completar Sentenças mostram-se ao entrevista-
do sentenças incompletas, sobre o assunto em estudo e Principais diferenças entre pesquisa de marketing e
pede-se que ele complete a sentença com suas próprias pesquisa de mercado
palavras. Pode parecer sutil, mas a diferença entre pesquisa de
— “Role playng” (mimodrama) e testes de falsa per- marketing e pesquisa de mercado está no ponto de vista.
cepção diversidade de testes de “adivinhe e imagine” que Quando uma empresa analisa sua competitividade dentro
encorajam o indivíduo a projetar seus próprios motivos em de um segmento, comparando o preço de seu produto
outras pessoas, ou situações. Através de personificação, as com o preços dos concorrentes, trata-se de uma pesquisa
pessoas chegam a atribuir suas características subjetivas de marketing. Agora, se a análise leva ainda em conside-
até.a animais inanimados. ração a opinião de quem consome, essa também é uma
— “Cartoon Testes”: algumas vezes chamados de “ba- pesquisa de mercado.
loom testes” por causa dos balões ou espaços em branco Isso significa dizer que uma pesquisa de marketing
nos cartoons (histórias em quadrinhos) que o indivíduo nem sempre são de mercado, mas uma pesquisa de mer-
preenche com descrições do que é que o quadrinho lhe cado é sempre um tipo de pesquisa de marketing.
sugere.

50
MARKETING

Como saber por qual optar na hora de contratar uma pesquisa?


Uma empresa de sucesso precisa monitorar e se adaptar de forma constante às mudanças do mercado e do com-
portamento do seu consumidor. Sendo assim, o segredo está em saber combinar pesquisa de marketing e pesquisa
de mercado, trazendo essas práticas para dentro da cultura da empresa para transformar o processo de tomada de
decisão.
O que achou desse conteúdo? Se precisa realizar uma pesquisa de marketing ou pesquisa de mercado, o próximo
passo é aprender a construir um bom questionário. Siga nossas dicas.

SEGMENTAÇÃO E POSICIONAMENTO.

A segmentação de mercado está presente no mundo dos negócios, sabemos que há uma grande diversidade
social, econômica, cultural, política entre os possíveis consumidores ou clientes de um determinado produto ou ser-
viço, por isso é importante as empresas segmentarem o mercado, podendo identificar assim qual o tipo de mercado
que poderão satisfazer. Assim, o conceito de segmentação de mercado envolve o processo de identificar grupos de
compradores com diferentes necessidades de consumo, ou seja é o processo que consiste dividir o mercado em um
subconjuntos homogêneos.
Uma das práticas comuns na área de marketing é as empresas optarem por um mercado-alvo, ou seja, as empre-
sas ao invés de concentrarem-se em estratégias para todos os mercados, elas escolhem um segmento ou mais para
desenvolverem seus produtos ou serviços e direcionarem sua estratégia e ações de marketing.
Para posicionarem de maneira adequada o seus produtos ou serviços, em seus respectivos segmentos de merca-
do, são evidenciados alguns aspectos fundamentais, segundo Kotler (2000).

Figura: Passos para posicionamentos de produtos nos segmentos

Fonte: CTISM, adaptado de Kotler, 2000

Outros autores também nos trazem os requisitos para a segmentação de mercado, são eles: a identificação e a
mensuração específica do segmento, como por exemplo, a obtenção de dados demográficos, sociais e culturais; um
segmento precisa evidenciar uma necessidade potencial e que represente uma oportunidade; um segmento precisa
ser economicamente viável, verificando se há realmente similaridade entre os compradores; o segmento também
precisa reagir as práticas e ações de marketing; e ainda um segmento precisa ser estável, ou seja, segmentos que se-
jam duradouros, e onde qualquer possível mudança possa ser identificada com antecedência. No decorrer do nosso
estudo, voltaremos a esse assunto com os procedimentos de segmentação de mercado.
A seguir, iniciaremos o estudo que diz respeito aos vários modelos ou níveis de segmentação existentes.

51
MARKETING

Níveis de segmentação
Nessa seção, apresentaremos os conceitos de marketing de segmento, marketing de nicho, marketing local, marketing
individual e variáveis de segmentação de mercado e suas peculiaridades.

Marketing de segmento
O marketing de segmento pode ser definido como um grupo de compradores que é identificado por meio da simi-
laridade de suas preferências, localização física, hábitos de compra, poder de compra entre outras características mútuas.
Quando comparamos o marketing de massa, aquele onde os profissionais de marketing decidem estrategicamente
produzir, distribuir em massa, visando atrair todos os tipos de compradores, percebemos que o marketing de segmento
possui algumas vantagens. A empresa que adotar o marketing de segmento, ou seja, que busca oferecer um produto ou
serviço para determinado publico, pode desenvolver o produto ou serviço de forma mais adequada e oferecer um preço
mais adequado conforme o cliente-alvo.

Marketing de nicho
Podemos definir nicho como um mercado pequeno que possui necessidades não satisfeitas, e é o que o difere do
marketing de segmento. Enquanto os segmentos são considerados grandes e com inúmeros concorrentes, os nichos são
pequenos e geralmente possuem poucos concorrentes. Uma das grandes vantagens das empresas que adotam o marke-
ting de nicho é que elas compreendem amplamente as necessidades dos clientes, e por isso os clientes não se importam
em pagar um preço superior. Inserido no marketing de nicho estão alguns produtos comercializados pelas cooperativas,
como o leite sem lactose, que atende as necessidades de um público específico, no caso os indivíduos que possuem into-
lerância a lactose. Estes indivíduos geralmente não se importam em pagar um valor maior, pois o bem estar físico e saúde
são necessidades maiores, ainda tem-se outros produtos como iogurte probiótico, queijo probiótico e outros que atendem
as necessidades de um nicho menor.
Para um nicho ser atraente, é preciso que os clientes ou consumidores tenham um conjunto de diferentes necessidades,
que estes clientes estejam dispostos a pagar um preço maior para a empresa que melhor satisfazer suas demandas, o nicho,
geralmente, não atrai outros concorrentes, e ele se diferencia e gera lucros pela sua especialização, ou seja, por oferecer
um tipo de produto ou serviço específico para um determinado grupo de mercado, geralmente pequeno e que procura
benefícios distintos ao adquirir este produto ou serviço.
Assim, para ampliar nosso conhecimento e entendimento, a seguir, apresentamos alguns exemplos:
Ramada – a Ramada Franchises Enterprises, é uma empresa do ramo hoteleiro e atua em um variedade de nichos:
Ramada Limited para viajantes com pouco dinheiro; Ramada Inn para pessoas que buscam um hotel com preços médios e
serviços completos; Ramada Plaza, um conceito de nicho de preço médio-alto; Ramada Hotels que oferece um serviço de
três estrelas e os hotéis Ramada Renaissance, que oferecem um serviço de quatro estrelas.

Figura: Hotéis Ramada

Fonte: http://www.ramada.com/hotels/colorado/denver-northglenn/ramada-plaza-denver-north/hotel-overview

Marketing local
O nível marketing local é definido como programas de marketing desenvolvidos de acordo com as necessidades de
clientes locais, podendo ser essas áreas comerciais, bairros ou lojas. Nesse caso o departamento de marketing das empresas
percebe a propaganda em nível nacional como desnecessária, já que não atende o contexto local.

52
MARKETING

Como exemplo, podemos citar o Citibank que fornece em declínio, devido à baixa natalidade e em razão do au-
diferentes serviços bancários nas suas agências, de acordo mento do período de amamentação e passarem a consu-
com as características demográficas dos bairros. Destaca- mir alimentos sólidos mais cedo.
-se nesse sentido as cooperativas que normalmente fazem
propagandas em suas regiões ou determinados locais que • Sexo – este tipo de segmento é bastante comum e vi-
atuam, dentre elas as cooperativas de eletrificação, super- sível na categoria de roupas, cosméticos e revistas. Pode-se
mercados de cooperativas, agrocentros, cooperativas de citar a empresa ‘Boticário’ e suas linhas específicas para o
taxistas. público feminino e linhas para o público masculino.

Marketing individual • Classe social – muitas empresas oferecem produtos


Por fim, o último nível de segmentação é aquele dire- ou serviços específicos para determinadas classes sociais.
cionado ao segmento individual e marketing personalizado Essa variável é percebida principalmente nas preferências
ou customizado. São aqueles casos onde o marketing é di- por produtos como carros, roupas, mobílias. Bancos, tam-
recionado a um cliente específico, por exemplo, o alfaia- bém são exemplos de organizações que segmentam pela
te faz ternos conforme a necessidade de cada cliente de classe social, nesse caso pela renda.
forma individual é um serviço personalizado. Hoje, com o
avanço da tecnologia, o marketing das empresas também Segmentação psicográfica
se tornou personalizável, isto é, o fabricante pode customi- A segmentação psicográfica é caracterizada por dividir
zar as condições de oferta, de comunicação e logística para os compradores em grupos distintos de acordo com seu
cada cliente. estilo de vida, sua personalidade e seus valores.
Sabemos que hoje as pessoas têm mais acesso e li- • Estilo de vida – há inúmeros estilos de vida presentes no
berdade de escolha, a internet é uma importante fonte de nosso contexto social, cada pessoa possui o seu, e os bens ou
informações e avaliações de produtos ou serviços ofereci- serviços consumidos por ela expressa o estilo de vida que elas
dos pelo mercado, o que faz com que os clientes tenham possuem. Nesse grupo, destaca-se o esporte como um estilo
mais iniciativas e busquem os produtos e as condições para de vida e de se vestir, há uma grande variedade no setor da
comprar. moda focando nos praticantes de esportes, como skate, surf.
Assim, finalizamos o estudo dos níveis de segmentação
e iniciaremos nossa abordagem sobre os procedimentos • Personalidade – estas variáveis vêm sendo muito uti-
necessários para a identificação de segmentos de mercado. lizada pelos gestores de marketing na segmentação de
mercado. Eles desenvolvem seus produtos ou serviços com
Variáveis de segmentação dos mercados personalidade de marca, a qual corresponde à personalida-
As principais variáveis de segmentação de mercados de dos consumidores.
são as baseadas em características dos consumidores, são
elas: geográfica, demográfica, psicográfica e comporta- • Valores – valores são as crenças que cada indivíduo
mental. possui, estas, muitas vezes, podem ser fatores determinan-
tes de consumo. Os gestores de marketing que levam em
Segmentação geográfica consideração os valores para a segmentação de mercado
A segmentação geográfica significa dividir o mercado acreditam que se sensibilizarem o íntimo dos consumido-
em diferentes unidades geográficas, por exemplo, nações, res, é possível influenciar seu comportamento de consumo.
estados, municípios, bairros. A empresa pode optar por No contexto deste segmento, podemos evidenciar al-
operar em todas as unidades, apenas em uma, ou em al- gumas tendências que vem crescendo significativamente,
gumas, mas sempre observando as diferenças entre elas e como o mercado orgânico e vegetariano. A saúde e o bem
atuando de maneira distinta em cada unidade. estar vêm se tornando preocupações constantes, dessa for-
ma os indivíduos buscam produtos naturais, que utilizem
Segmentação demográfica os recursos ambientais de forma responsável e que não
Neste tipo de segmentação, a divisão do mercado é prejudiquem a sua saúde.
feita conforme variáveis básicas do perfil, como idade, ta-
manho da família, sexo, ocupação, nível de escolaridade. A Segmentação comportamental
seguir descrevemos, conforme Kotler (2000), alguns exem- Nesse tipo de segmentação, a divisão dos compradores
plos de variáveis demográficas utilizadas para a segmenta- acontece conforme seus conhecimentos sobre um produ-
ção de mercado. to, sua atitude em relação a ele. Os gestores de marketing
apostam que as variáveis comportamentais como ocasiões,
• Idade e ciclo de vida – os desejos e as necessidades status do usuário, índice de utilização, status de fidelidade,
dos consumidores se alteram conforme a idade. Por exem- e atitudes em relação ao produto são as melhores formas
plo, cita-se a empresa do ramo alimentício Gerber, que ex- de se segmentar mercados.
pandiu sua linha de alimentos que originalmente era para
bebês, sua nova linha é voltada para crianças de 1 a 3 anos, a) Ocasiões – nessa variável os compradores são agru-
sendo uma das razões para a empresa entrar neste novo pados de acordo com a ocasião em que sentem necessida-
segmento a percepção de que a linha para bebês estava de de adquirir o produto ou serviço.

53
MARKETING

Como exemplo, temos as empresas de aviação que podem se especializar em diferentes ocasiões, pelo qual as pessoas
viajam negócios, férias...

b) Status do usuário – os compradores podem ser segmentados em não-usuários, ex-usuários, usuários potenciais,
usuários iniciais e usuários regulares do produto ou serviço, sendo necessárias diferentes estratégias de marketing para
cada um.

c) Status de fidelidade – os clientes normalmente têm níveis de fidelidade variados em relação à marca, a lojas e em-
presas em gerais. Kotler (2000) afirma que os compradores podem ser divididos em quatro grupos de acordo com o nível
de fidelidade à marca:
 Fiéis convictos – consumidores que adquirem sempre a mesma marca.
 Fiéis divididos – consumidores que não são fiéis a apenas uma marca e sim a duas ou três.
 Fiéis inconstantes – consumidores que mudam constantemente de marca.
 Infiéis – consumidores que não são fiéis a nenhuma marca.
Esta variável possibilita à empresa um alto grau de conhecimento a respeito do negócio, ao estudar os fiéis convictos
ela identifica os pontos fortes do seu produto ou serviço, e ao analisar os fiéis divididos pode perceber quais as marcas são
tão competitivas quanto a sua. Ainda ao analisar os dois últimos grupos a empresa pode identificar seus pontos fracos e
corrigi-los.

Figura: Segmentação de negócios

Fonte: CTISM

ESTRATÉGIAS DE MARKETING.

A sobrevivência e o crescimento das organizações estão diretamente relacionados ao seu esforço para atingir e manter
uma vantagem competitiva no ambiente em que atuam, ofertando ao mercado algo que supere os concorrentes. Para tanto
a estratégia é primordial. A elaboração e operacionalização de uma estratégia respondem à necessidade que a organização
tem de gerenciar suas ações e buscar atingir seus objetivos em um contexto altamente competitivo. Visualiza-se um fluxo
de influências: o ambiente induz a estratégia, que conduz ao posicionamento de vantagem competitiva, influenciando a
performance de mercado e a performance financeira (Dickson, Farris e Verbeke, 2001).
A estratégia é o foco das atenções. O contexto competitivo mundial em que as organizações estão inseridas correspon-
de ao pano de fundo para a questão estratégica. O marketing possui um papel fundamental porque é um dos elos entre
a organização e o mercado. Para tal, é necessário aprofundar conhecimentos sobre a construção de estratégias, ou seja,
como se dá o processo de formação da estratégia de marketing, sua formulação e implementação.
O estudo do processo de formação da estratégia de marketing é um tema pouco analisado na literatura nacional e
internacional. Converge com o que se afirma em relação ao conceito da própria estratégia, não havendo unanimidade.

54
MARKETING

Porém, há consenso de que não existe uma única e Por sua vez, Hunt e Morgan (1996) também abordam
melhor maneira de se criar e desenvolver uma estratégia, a questão central da concorrência na formação de estra-
como não há um melhor caminho para a organização. tégias, afirmando que ela é o ponto de desequilíbrio das
Sempre há as particularidades de cada contexto em organizações. Defendem que a obtenção da performance
que ela está inserida (Mintzberg e Quinn, 2001). financeira almejada ocorre por meio da vantagem em re-
Dessa forma, este artigo propõe discutir o processo de cursos – tangíveis ou não – perante a concorrência, que
formulação e implementação de estratégias de marketing, possibilita a composição de uma oferta de maior valor para
abordando, inicialmente, a literatura sobre o tema, refletin- o mercado.
do teoricamente e apresentando dois modelos existentes Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) afi rmam que
na bibliografia sobre formação da estratégia de marketing. a formulação e implementação de estratégias são visua-
Ademais, congrega-se a prática empresarial por meio lizadas como um processo que possui várias perspectivas,
de pesquisa exploratória e descritiva com executivos de or- quais sejam: busca adequações, é formal e sistemático,
ganizações, a fi m de propor um construto teórico de for- analítico, visionário, mental, emergente, coletivo, adaptá-
mação da estratégia de marketing constituído de elemen- vel ao ambiente, de negociação e de transformação. Cada
tos que precisam ser trabalhados pelas organizações para um desses enfoques corresponde a uma escola do pensa-
que sua posição competitiva seja cada vez mais distinta, mento da estratégia. Para eles, o melhor é considerar várias
contribuindo, assim, para a teoria em Marketing. dessas abordagens na formação de estratégias.
Com isso, uma questão pode ser formulada: o que é
Formulação e implementação de estratégias mais importante? O que deve vir primeiro? Ao realizar am-
Uma estratégia é constituída pela sua formulação e pla revisão de literatura na área, Menon et al. (1999) con-
sua implementação, que são apresentadas separadamen- cluem que “formulação” e “implementação” precisam ser
te para fins de estudo e análise, mas que precisam estar consideradas conjuntamente a fi m de que nada se perca e
inter-relacionadas na prática empresarial (Hutt, Reingen e não haja prejuízo à performance organizacional.
Ronchetto, 1988; Menon et al., 1999; Mintzberg e Quinn, Defendem, assim, a união de duas escolas de pensa-
2001; Piercy, 1998; Varadarajan e Jayachandran, 1999). mento: a racional, que defende a formulação da estratégia,
A formulação se refere à concepção da estratégia. São e a incremental, que se fundamenta na implementação.
atividades desenvolvidas para definir a estratégia que será Por isso, dividir o processo formulação–implementa-
colocada em prática. Envolve a identificação e avaliação racio- ção da estratégia é presumir que no momento da formu-
nal das oportunidades e ameaças no ambiente externo, bem lação há informações completas e sufi cientes, não sendo
como dos pontos fracos e fortes da organização, definindo- necessárias algumas adaptações, e que durante a imple-
-se, assim, alternativas estratégicas para a escolha da opção mentação não haverá mudanças no ambiente externo. En-
que melhor se adapte ao contexto e aos objetivos traçados tretanto, isso não é verdadeiro, pois o contexto ambiental
(Menon et al., 1999; Mintzberg e Quinn, 2001; Piercy, 1998). se altera rapidamente. As informações atuais não são mais
A implementação, por sua vez, direciona-se à realiza- suficientes. Além disso, vão se estabelecendo relações du-
ção da estratégia, que é propiciada por ações organizacio- rante as atividades. A organização é levada a repensar a
nais que levam a sua efetivação. De forma pormenorizada, sua estratégia, porque talvez ela não cause mais impacto
essas ações são as seguintes: mobilização dos recursos in- no mercado em que atua (Minztberg, 2001).
ternos necessários, adaptação da estrutura organizacional Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) complementam
às atividades de implementação, sistema de informações que separar formulação e implementação seria negar que
e fluxo de comunicações entre os grupos, gestão das pes- as estratégias, além de deliberadas, podem ser emergen-
soas envolvidas – buscando comprometimento e envolvi- tes, ou seja, novas estratégias podem surgir por causa de
mento de todos – e, por fim, a preocupação com a existên- modificações dos ambientes interno e externo. A realização
cia de liderança efetiva durante o processo (Hutt, Reingen plena daquilo que se pretendera, a saber, a estratégia de-
e Ronchetto, 1988; Menon et al., 1999; Mintzberg e Quinn, liberada, é muito difícil de acontecer, levando à aceitação
2001; Noble e Mokwa, 1999; Piercy, 1998). de alterações durante o percurso, com a inserção de ações
As forças do ambiente são elementos preponderantes criativas, ou seja, à estratégia emergente.
quando se fala de formação da estratégia, com a concor- Considerar a formulação e a implementação separada-
rência em posição de destaque. Na década de 1980, Mi- mente é isolar também o pensamento da ação, ou seja,
chael Porter (1991) se tornou mundialmente conhecido por durante a implementação não há reflexão do que está se
defender essa ideia, ao abordar as questões estratégicas desenvolvendo (Ferreira, 1988). Por isso, aborda-se a es-
voltadas para a competição. A formulação de uma estra- tratégia do ponto de vista processual, onde não há inter-
tégia competitiva, na visão de Porter – que se baseou em rupção, mas sim a simultaneidade entre estudo, pesquisa,
trabalhos de Kenneth Andrews (2001) da década de 1960 e, análise, ação, revisão e nova ação. Não se pode entendê-la
de certa forma, no trabalho de Mintzberg (1990) –, precisa como fases isoladas e como fins em si mesmas, mas como
considerar: os pontos fortes e os pontos fracos da empresa; um inter-relacionamento. São elementos que interagem
os valores pessoais dos principais responsáveis pela imple- mutuamente, interação na qual a ação é acompanhada
mentação da estratégia escolhida, suas motivações e suas pela investigação e crítica, não podendo uma existir sem
necessidades; as ameaças e as oportunidades da indústria; a outra.
as expectativas da sociedade.

55
MARKETING

Estratégia de marketing
O marketing se insere nessa seara de conceitos ao desempenhar seu papel na organização, formulando e implemen-
tando estratégias. Day (1992) define estratégia de marketing como o desenvolvimento de atividades e tomadas de decisão
a fi m de construir e manter uma vantagem competitiva sustentável. Isso ocorre pela sua contínua interação com o meio
externo, relacionando-se com vários públicos, em especial, com os consumidores, buscando informações e respondendo
às demandas existentes.
Assim, o marketing contribui com a realização de estratégias que configurem entrega de valor aos mercados (Woodruff,
1997). É necessário ter consciência de que o indivíduo compõe sua opção de compra comparando os benefícios oferecidos
com os custos de aquisição da oferta e, em seguida, confrontando o valor dessa oferta com o valor das outras, fazendo por
fim a sua escolha (Oliver, 1999).
A questão do valor para o cliente, então, configura-se na preocupação da formulação e implementação de estratégias de mar-
keting. A fi m de se obter vantagem competitiva, o maior empenho é direcionado para a realização de atividades e aspectos espe-
cíficos do negócio voltados para a entrega de valor superior aos clientes em relação às ofertas concorrentes (Webster, 1988, 1992).
Duas dimensões da estratégia de marketing podem ser ressaltadas: a primeira, funcional, relativa ao desenvolvimento
da lealdade do consumidor por meio da marca, dos serviços prestados ou do controle do acesso aos canais de distribui-
ção. A segunda, filosófica, que aborda a questão da busca pela performance organizacional a longo prazo por meio da
proliferação de uma cultura organizacional orientada para o mercado (Weitz e Wensley, 1992). Essa abordagem caracteriza
a responsabilidade de marketing em definir estratégia tanto no nível operacional, como as estratégias do composto de
marketing, quanto no nível estratégico, em que influencia o pensar e agir dos indivíduos da organização, disseminando a
crença de que os objetivos organizacionais serão atingidos se as ações contemplarem a satisfação dos clientes.
A literatura de estratégia, ao longo dos anos, abordou vários desses aspectos. Varadarajan e Jayachandran (1999) e
Shoham e Fiegenbaum (1999) afirmam que a bibliografia sobre estratégia apresenta mais estudos a respeito do conteúdo
do que do processo da estratégia. Isso significa que o enfoque das pesquisas está concentrado mais no que a estratégia é
e menos em como se chega à escolha de uma estratégia específica, bem como às ações necessárias para realizá-la.
O processo da estratégia é fonte de vantagem competitiva duradoura, uma vez que é mais difícil de ser imitado do
que o próprio conteúdo das estratégias do composto de marketing. Isso ocorre quando se considera que um processo é
constituído por um conjunto de ações de formulação e implementação, influenciado pela estrutura e cultura organizacio-
nais, crenças e competências de indivíduos, enfim, construído a partir das capacidades organizacionais. As últimas são os
elementos particulares de cada organização, sendo complicado o concorrente conhecer esses elementos e saber de que
forma foram relacionados para gerar a estratégia avaliada (Shoham e Fiegenbaum, 1999).
Ademais, a visão da estratégia como processo é importante porque o valor que se quer oferecer ao mercado não está
somente no objeto da transação, mas nas atividades e nas pessoas envolvidas antes, durante e depois da sua efetivação
(Webster, 1992). Por isso as capacidades organizacionais se configuram como elementos essenciais para a construção do
processo da estratégia (Piercy, 1998), cuja formulação e implementação devem acontecer simultaneamente em um sistema
com um contínuo feedback das ações pensadas e realizadas (Varadarajan e Jayachandran, 1999).
O processo de formação da estratégia de marketing é fundamentado teoricamente a seguir, apresentando dois modelos, testados
e validados, que discorrem sobre a estrutura e os elementos necessários à formulação e implementação da estratégia de marketing.

Modelo de Menon, Bharadwaj, Adidam e Edison (1999)


O modelo de formação da estratégia de marketing – marketing strategy making (MSM) – foi desenvolvido e testado por
Menon, Bharadwaj, Adidam e Edison (1999), e contempla conjuntamente a formulação e a implementação de estratégias
de marketing, os elementos que influenciam esse processo (antecedentes) e, também, seus resultados (veja a Figura 1).

56
MARKETING

I – Antecedentes: fatores organizacionais que facilitam ou dificultam a formulação e a implementação da estratégia de


marketing.
a) Estrutura organizacional: enfatiza a centralização, relacionada à concentração das tomadas de decisão nos níveis
mais elevados da organização; e a formalização, entendida como a maneira de criar e padronizar regras, procedimentos,
instruções e comunicações, bem como a clareza da definição dos papéis.
b) Cultura organizacional: aborda a inovação, a abertura a novas ideias e a resposta rápida às decisões tomadas.

II – Processo: elementos que compõem a própria formulação e implementação da estratégia de marketing na organi-
zação.
a) Análise situacional – análise das forças e fraquezas, ameaças e oportunidades organizacionais;
b) Abrangência – identifi cação sistemática e avaliação profunda das múltiplas alternativas para escolher a estratégia;
c) Ênfase nos ativos e competências de marketing – conhecimento dos recursos e habilidades desenvolvidos para a
entrega de valor superior ao mercado;
d) Integração entre funções – inter-relação dos setores e níveis da organização;
e) Qualidade da comunicação – natureza da comunicação, formal e informal, durante o processo da estratégia;
f) Comprometimento com os recursos da estratégia – existência de recursos humanos, materiais e temporais adequa-
dos e comprometidos com o processo;
g) Comprometimento com o consenso da estratégia – comprometimento consensual da equipe em relação à estratégia
escolhida.

III – Resultados: consequências do processo de formação da estratégia de marketing.


a) Criatividade desenvolvida na estratégia em questão em relação às anteriores;
b) Aprendizagem: apresenta o que a organização aprendeu com a estratégia;
c) Desempenho de mercado: demonstra como se mediu o sucesso ou insucesso da estratégia.

IV – Variável de controle: turbulência ambiental elementos que influenciam os resultados da estratégia: a concorrência,
a inovação e a tecnologia da indústria, o comportamento dos consumidores e os fatores macroambientais.

Modelo de Noble e Mokwa (1999)


O modelo de Noble e Mokwa (1999) refere-se a um construto integrado dos fatores que influenciam o sucesso do
processo de implementação da estratégia de marketing (veja a Figura 2).

I – Variáveis de resultado: os resultados do processo de implementação são analisados a partir do sucesso da imple-
mentação da estratégia e da performance do papel do gerente no seu esforço de obter sucesso com a implementação.

II – Dimensões de compromisso.
a) Compromisso organizacional: a pessoa e o seu trabalho em relação aos objetivos e valores organizacionais;
b) Compromisso com a estratégia: compreensão e apoio do gerente aos objetivos da estratégia de marketing;

57
MARKETING

c) Compromisso do papel de gerente: comprometimento do gerente em desenvolver as suas responsabilidades quanto


à implementação.

III – Fatores da estratégia: aspectos da estratégia que influenciam os gerentes na sua implementação.
a) Adequação à visão: adequação da estratégia com a visão e com o plano estratégico organizacional;
b) Importância percebida da estratégia: percepção da potencialidade da estratégia para a organização;
c) Escopo da estratégia: envolvimento dos gerentes, grupos e setores na organização com a estratégia;
d) Liderança efetiva: condução da implementação da estratégia por um indivíduo específico, motivado para atingir os
objetivos;
e) Apoio da alta administração na implementação da estratégia;
f) Compromisso de todos na organização: adesão de todos à ideia da estratégia formulada.

IV – Papel dos gerentes responsáveis pela implementação: o envolvimento dos gerentes intermediários na definição do
seu papel na implementação influencia o seu compromisso no desempenho de tal papel.
a) Envolvimento com o seu papel: envolvimento na formulação da estratégia e na adequação das suas funções;
b) Autonomia do papel do gerente: liberdade que o gerente possui para tomar decisões;
c) Significância do papel do gerente: percepção da importância do seu papel para o sucesso da estratégia.

Construção do modelo teórico


O modelo teórico (veja a Figura 4) desenvolvido neste trabalho propõe uma estrutura teórica com os elementos e as
relações para a formulação e implementação de estratégias de marketing. A base da pesquisa corresponde aos modelos
de Menon et al. (1999) e de Noble e Mokwa (1999), evoluindo, agregando a eles estudo exploratório em empresas, cons-
truindo uma estrutura inicial para depois validá-la em uma amostra de organizações, utilizando modelagem de equações
estruturais. Pode-se, então, dividir a pesquisa em duas etapas, uma exploratória e qualitativa, outra descritiva e quantitativa.

Contribuições para a teoria em marketing


O modelo de formação da estratégia de marketing desenvolvido a partir de trabalhos realizados por pesquisadores
norte-americanos e do contexto empresarial pode trazer contribuições relevantes para o estudo da estratégia de mar-
keting. A análise do processo de formação da estratégia de marketing, seus antecedentes e seus resultados tem especial
importância por apresentar reflexões sobre a formulação e a implementação da estratégia de marketing, aspecto que ainda
não foi abordado em pesquisas brasileiras até então. Ademais, preocupa-se com elementos organizacionais, colaborando
para a construção de construtos completos, enfatizando a necessidade de abordar a organização como um todo – não
contemplando somente a área de Marketing –, como na construção e operacionalização de estratégias de marketing para a
consecução dos objetivos organizacionais. Isso significa que, para elaborar uma estratégia de marketing, além de conhecer
questões de clientes, concorrentes e competências de marketing, também é necessário considerar questões internas da
organização, tais como comunicação, integração, comprometimento das pessoas, cultura organizacional e percepção da
importância da estratégia.
Além disso, reitera a influência do macroambiente onde a organização está inserida.

58
MARKETING

O modelo teórico desenvolvido não apresenta uma única visão de estratégia, ou seja, mesmo analisando individual-
mente os trabalhos de Menon et al. (1999) e de Noble e Mokwa (1999), nota-se que nenhum deles utilizou uma única
abordagem da formação de estratégias.
Parecem concordar com Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), que, ao apresentarem as várias escolas de estratégias, afirmam não existir
uma única maneira efi caz para a formação de estratégias. Diferentemente, a formação de estratégias é uma combinação dos vários enfoques,
valorizando a interdependência das escolas e não a existência de estratégias baseadas numa mesma óptica (Mintzberg e Lampel, 1999).
Nos Antecedentes (veja a Figura 4) visualizam-se particularmente questões de poder e de cultura (Mintzberg, Ahlstrand
e Lampel, 2000), quando se considera a predisposição à inovação como um valor organizacional e uma visualização, por
parte do grupo, do quanto a estratégia é considerada importante para a organização. O poder é caracterizado pelas pos-
sibilidades de negociação e de concessões entre indivíduos e grupos nos procedimentos da estratégia. A cultura, por sua
vez, está vinculada à formação da estratégia como um processo de interação social no qual estão arraigados os valores e
as crenças da organização, compartilhados por seus membros.
No Processo (veja a Figura 4) destacam-se elementos que se relacionam com processo formal de planejamento, design
(concepção), posicionamento, reação ao ambiente, empreendedorismo, cultura e poder (Mintzberg, Ahlstrand e Lampel,
2000), traduzidos pela existência de um processo formal, com etapas distintas e objetivas, utilizando técnicas analíticas para
conhecimento das competências organizacionais e do ambiente. Com isso, geram-se alternativas possíveis para a estraté-
gia, considerando- se, a partir da alta administração, os valores e as crenças da organização nas negociações, enfatizando
comprometimento, comunicação e integração para a formação da estratégia.
Também se pode perceber que o modelo teórico construído desenvolve tanto uma perspectiva prescritiva, ao enfocar especialmen-
te questões de planejamento, design e posicionamento, como descritiva, salientando elementos culturais, de aprendizagem, de poder,
de empreendedorismo e ambientais. Isso significa que não há um único caminho para a formulação e a implementação de estratégias.
Elas se originam e se desenvolvem tanto de forma sistemática, apresentando o modo como as estratégias devem ser
formuladas, se considerada a perspectiva prescritiva, como também da descrição da maneira como as estratégias são de
fato formuladas, se tomada a perspectiva descritiva (Mintzberg, Ahlstrand e Lampel, 2000).
Verifica-se, finalmente, que duas das abordagens citadas anteriormente perpassam os grupos Antecedentes e Processo
de formação da estratégia de marketing (veja a Figura 4), auxiliando talvez a explicar o seu inter-relacionamento.
As relações de poder e cultura permeiam os dois grupos e estão ligadas entre si. Os dois construtos estudados focam a
estratégia a partir das deliberações e ações dos principais tomadores de decisão, que são os executivos das organizações.
O poder emanado desses decisores mantém e homologa a cultura organizacional (Bertero, 1996), e a cultura orienta os
processos de escolha e de mudança na organização (Pettigrew, 1996).
Sendo assim, a cultura conduz as opções estratégicas que estão interiorizadas no processo de formulação e implementação
de estratégias de marketing, e o poder as ratifica e dá sustentação a sua efetivação. O conjunto das variáveis apresentadas no
modelo teórico desenvolvido enfoca a necessidade de esclarecer detalhadamente a construção de estratégias de marketing, seus
conceitos e suas influências. As ferramentas, atividades, técnicas e os processos existentes são estudados, abordando não só as
questões mercadológicas, mas a organização empresarial como um todo, especialmente os participantes do processo. Cada vez
mais o marketing demonstra, por sua imbricação externa e interna, ter um papel decisivo no contexto estratégico organizacional.
Esta proposta teórica de formação da estratégia de marketing é responsável pela apresentação de um acréscimo ao
estudo da estratégia, por realizar uma reflexão teórica bastante aprofundada em modelos existentes e na prática empre-
sarial, gerando as bases de um construto para o desenvolvimento e aplicação do processo da estratégia de marketing.

59
MARKETING

VENDAS: PLANEJAMENTO DE VENDAS.

A mais complexa atividade da área comercial é sem sombra de dúvidas a realização do Planejamento de Vendas. É ele
que irá traduzir na prática o direcionamento estratégico que uma empresa irá tomar com relação ao seu mercado, produtos
e a forma de atuar.

O Guia de Como Elaborar o Planejamento de Vendas


Através deste artigo, vamos mostrar detalhadamente para você como criar o seu Planejamento de Vendas. Ele é um
documento vivo, que pode e deve ser alterado conforme as necessidades específicas de cada negócio.
O importante é que você invista a quantidade de tempo adequada para preparar um plano de vendas que seja o efe-
tivo roteiro para o sucesso comercial da sua empresa. Como importante complemento a este material, utilize também os
recursos das nossas doze ferramentas de trabalho. Elas irão dar um tratamento bastante profissional a elaboração do seu
plano de vendas.

12 Ferramentas para Elaboração do Planejamento de Vendas

1. As 5 Forças Competitivas: Uma empresa precisa ter definida sua estratégia de competição, ou seja, precisa ana-
lisar suas 5 forças competitivas.
2. Modelagem de Negócios: Conheça os princípios básicos da metodologia para modelagem de negócios contidos
no livro Business Model Generation.
3. Matriz BCG: A Matriz BCG é um modelo para a análise do portfólio de produtos, baseado no conceito do ciclo de
vida do produto.
4. Curva ABC: A Curva ABC é uma poderosa ferramenta para a gestão de clientes. Monitore o volume de vendas e a
lucratividade dos seus clientes estratégicos.
5. Inteligência Competitiva: A Inteligência Competitiva pode ser decisiva para o Planejamento de Vendas em am-
bientes de negócios mutantes.
6. Big Data: Aprenda porque o Big Data possibilita a analise de um volume inédito de dados.

60
MARKETING

7. Análise SWOT: A Análise SWOT é uma ferramenta de gestão muito utilizada pelas empresas para o diagnóstico
estratégico.
8. Ciclo de Vida do Produto: Conheça as 4 etapas do Ciclo de Vida do Produto.
9. Ciclo de Adoção dos Produtos: O Ciclo de Adoção dos Produtos explica por que uma campanha tem resposta
entusiasmada de alguns consumidores e frias de outros.
10. Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas: Veja a diferença entre Missão, Visão, Valores, Objetivos e Metas.
11. Custo de Aquisição do Cliente: Muitas empresas alegam ter dificuldade para identificar o Custo de Aquisição do
Cliente. Aprenda como fazê-lo.
12. Etapas do Processo de Vendas: Todos precisam falar a mesma linguagem. Aprenda a definir as etapas do processo
de vendas.

Sistemas com Recursos Gratuitos para Gestão e Planejamento de Vendas


Abaixo apresentamos algumas plataformas que disponibilizam recursos gratuitos. O objetivo dessa lista é o de apenas
informar, sendo que nenhuma destas empresas possui qualquer vínculo com este site.
HubSpot: O HubSpot oferece uma linha completa de softwares para marketing e vendas.
Bitrix24: O Bitrix24 é uma plataforma completa de colaboração social, comunicação e ferramentas para gestão de equipes.

Etapas do Planejamento de Vendas


O Planejamento de Vendas é composto por duas etapas: etapa de planejamento estratégico e etapa de pla-
nejamento operacional. Se você está começando do zero, estabeleça metas razoáveis. Ter um Planejamento de Vendas
totalmente desenvolvido pode levar um tempo considerável, então adote uma abordagem de detalhamento gradativo.
O simples fato de existir um Planejamento de Vendas anual acarretará o natural refinamento do mesmo. Este aperfeiçoa-
mento será empírico, ou seja, baseado no que deu certo e errado no ano passado, como também nos novos desafios que
precisarão ser abordados.

61
MARKETING

Etapa Estratégica na Elaboração do Planejamento de Vendas


Basicamente, o objetivo de qualquer Planejamento de Vendas é que a empresa venda mais. Para isso, é preciso que
algumas definições sejam realizadas nesta etapa:

1. Definir o produto ou serviço:


O que vender? Para quem? Onde?

2. Definir os principais objetivos:


Vender em novas praças? Conquistar grandes clientes? Vender um produto novo? Aumentar a receita por cliente? …
Cuidado para não fixar objetivos em excesso e irreais. Escolha somente os que sejam viáveis e estratégicos. Se estiver
em dúvida, selecione apenas um deles para o seu primeiro plano de vendas.

3. Definir o período:
Exemplo: Ganhar “X” grandes clientes no Sul do país até o fim do ano.

4. Definir as forças e fraquezas:


Analise cada um dos aspectos fundamentais que impactam na venda do seu produto ou serviço.
Quais são os pontos fortes e fracos em qualidade, preço, pós-venda, etc.
Faça uma lista das ações que permitam aproveitar melhor os pontos fortes e diminuir os fracos.
Sabendo claramente onde se quer chegar e com uma visão realista das forças e fraquezas da sua empresa, você poderá
construir um Planejamento de Vendas realmente efetivo:
O nosso objetivo é atingir o local “X”, num tempo “Y”, fazendo “ISSO” para aproveitar os pontos fortes e “AQUILO” para
minimizar os fracos.
Observação Importante: Nunca se esqueça que durante a execução do seu Planejamento de Vendas sempre existirão
pontos que precisarão de ajustes e correções.

Detalhamento das Atividades da Etapa Estratégica do Planejamento de Vendas

• Definição do Público-alvo
Quais são as características comuns que definem os prospects propensos a comprar?
Quais são os perfis dos decisores?
Quais são as características comuns dos que não são prospects (clientes que não devemos perseguir)?

• Ciclo de Compras e Ciclo de Vendas


Quais são os elementos-chave do ciclo de compras (quais são as ações que um prospect deve tomar a fim de executar
uma comprar)?
Como devemos conduzir os prospects durante o ciclo de compras?
Quais são os elementos-chave do ciclo de vendas (quais são as ações que um profissional de vendas deve tomar para
executar uma venda)?

62
MARKETING

• Estratégia do Mercado
Como vamos alcançar o nosso público-alvo?
Como vamos engajar os nossos prospects na negociação?
Quais são as razões (catalisadores) para que um prospect tenha interesse/motivação em comprar?

• Barreiras a Serem Superadas


Quais são as barreiras para o sucesso (a concorrência de outras empresas, ou fatores internos do prospect: decidir não
fazer nada, desenvolver solução interna, falta de tempo, etc)?
Quais são as objeções comuns?
Como vamos remover objeções no processo de marketing e vendas?

• Posicionamento Competitivo
Qual é a definição de concorrência (empresas concorrentes)?
Prioridades da competição?
Prazos?
Outros?

• Metas de Vendas e Margens


Quais as metas quantitativas e qualitativas para produtos e serviços devem ser atingidas?
Receita Bruta: Qual o faturamento total e por produtos e serviços devem ser atingidos?
Receita Líquida: Quais as margens de lucratividade devem ser respeitadas? ROI?
Existe qualquer outra possibilidade de receita possível?

Observações sobre a Etapa Estratégica do Planejamento de Vendas


a. Defina o valor do seu produto ou serviço. Identifique os diferenciais e benefícios que o seu produto ou serviço
oferece para o seu público alvo. Descubra o valor para múltiplas ofertas. Se a sua empresa oferece uma vasta gama de
produtos e serviços, defina o valor específico para cada um deles. Também leve em consideração os planos da sua empresa
para a diversificação da linha de produtos e expansão dos serviços.
b. Analise o seu posicionamento de mercado. Determine o exato nicho para o seu produto ou serviço. Defina o perfil,
localização e características do seu público alvo. Ele pode ser uma ferramenta inovadora para resolver um problema comum
de um mercado, ou pode ser similar a outros produtos, mas com preço mais acessível.
c. Examine a sua estrutura de preços. Escrever um Planejamento de Vendas pode ser uma boa oportunidade para
estabelecer uma estratégia de preços. Pesquise produtos e serviços similares na sua indústria de atuação e defina os pre-
ços baseados neste estudo. Os preços devem permitir que a sua empresa se mantenha competitiva e gerando lucros. Se
possível, inclua cenários alternativos onde seja considerada a oscilação de custos em decorrência do volume de vendas
alcançado.
d. Esboce as suas metas de resultado para o curto e longo prazo. Seja o mais realista possível com o seu forecast. Use
o seu histórico como guia, considerando possíveis mudanças no seu mercado que possam reduzir suas receitas, ou criar
novas oportunidades no futuro.
e. Identifique novos mercados geográficos para seus produtos e serviços. Estude a possibilidade de abrir novos escri-
tórios regionais, lojas ou a implementação de uma estruturas de revendedores ou parceiros. O seu Planejamento de Vendas
deve mostrar onde toda sua atividade de vendas irá ocorrer e os custos associados com cada localização.

63
MARKETING

Etapa Operacional na Elaboração do Planejamento de Vendas


Seu time de vendas está preparado para pôr em prática o planejado? É necessário contratar mais gente? O trabalho
demanda um treinamento especial? Deve-se mexer na política de comissões?
Esses questionamentos exemplificam em linhas gerais o caminho a ser percorrido nesta etapa. Agora chegou a hora de
detalhar cada uma das atividades que deverão ser executadas para o sucesso do seu Planejamento de Vendas.

Detalhamento das Atividades da Etapa Operacional do Planejamento de Vendas


• Proposição de Valor e Apresentação de Vendas
Como é que vamos apresentar a nossa proposta de valor?
O que é único?
O que é atraente? Por que um prospect deveria comprar agora?
Como conseguir o ROI projetado? Redução de despesas, aumento de receita, ou ambos?
Quais são os argumentos e dados que podem endossar nossas ofertas perante os clientes/prospects?
Precisamos de capacitação (treinamento) para vender?

• Alinhamento entre Vendas e Marketing


Qual é a mensagem de marketing?
Quais são as principais formas de contato que iremos utilizar (e-mail, redes sociais, mensagens de correio de voz, scripts
de atendimento automático, a experiência do visitante no site, principais argumentos por telefone, correspondência escrita,
links patrocinados, etc)?
Como os leads serão encontrados e medidos?
Como e quando os leads são encaminhados do marketing para vendas?
Quais métricas compartilhadas podem ser estabelecidas para garantir o alinhamento entre vendas e marketing?
Quais iniciativas devem ser realizadas: Relações Públicas? Desenvolvimento de Negócios? Marketing? Publicidade?

64
MARKETING

• Estabelecimento de Metas e Distribuição de Co- • Política de Remuneração


tas Qual é a política de remuneração fixa?
Qual é a receita de vendas (meta) da equipe de vendas? Qual é o salário base e seus benefícios?
Quais são as metas individuais? Qual é a política de remuneração variável?
Qual é a nova receita projetada para novos clientes? Quais são os incentivos? Recompensas não-financei-
Qual é a nova receita projetada para clientes existente? ras?
Que outros objetivos devem ser estabelecidos? (Exem- Qual é a política de reembolso de despesas?
plos: participação de mercado, oportunidades para desalo-
jar concorrentes, contas estratégicas, etc) • Treinamento
Qual é o plano de formação para as novas contrata-
• Gestão de Pipeline e Previsão ções? Objetivos-chave de aprendizagem?
O que vai ser rastreado no sistema de CRM (Customer Como iremos saber que os participantes aprenderam
Relationship Management – Gestão de Relacionamento o que lhes foi ensinado? Quais são os nossos pontos de
com o Cliente)? verificação de conhecimento?
Como vamos distribuir a carteira de clientes da empre- Qual o treinamento contínuo que precisamos fornecer?
sa (como lançar os clientes/vendedores)?
Quais relatórios de gestão são necessários? Como eles Reuniões da Equipe

vão ser usados para cobrar responsabilidades? Qual é a agenda e frequência das reuniões da equipe
Como podemos usar o CRM para ajudar os esforços de de vendas?
vendas diários? Qual é a agenda e frequência para reuniões entre Ge-
Como são definidas as etapas (fases) da venda e quais rentes de Vendas e Vendedores (reuniões individuais com
são os percentuais de previsão relacionados? membros da equipe)?

• Automação de Vendas e Apoio Tecnológico


Adquirir,substituir ou atualizar o CRM?
Que soluções de produtividade de vendas que precisa-
remos além do CRM?
Como eles vão se integrar com o nosso sistema de
CRM?
Qual é a nossa estratégia móvel?
Como a automação pode ser usada para melhorar a
produtividade por representante?
Como a automação pode encaixar a estratégia da área
de marketing com vendas?
Como podemos melhorar a gestão, distribuição de
acesso à informação e recursos críticos para o processo de
vendas?

• Recrutamento de Talentos
Qual é a mensagem de marketing para atrair os melho- Observações sobre a Etapa Operacional do Planeja-
res candidatos? mento de Vendas
Qual é a estratégia para atrair candidato? a. Avalie o desempenho de cada estratégia de mar-
Como será a entrevista dos candidatos e o plano de keting usada. Para isso, aproveite os históricos existentes
seleção? na sua empresa. Inclua as opções que foram bem sucedi-
das no seu novo Planejamento de Vendas.
• Perfil do Profissional de Vendas b. Analise as atividades do seu time de vendas. Você
Quais são os cargos, habilidades de vendas, caracterís- deverá incluir no seu Planejamento de Vendas as estraté-
ticas comportamentais e qualificações/histórico? gias de vendas que tenham sido comprovadamente efeti-
Como podemos tornar a cultura corporativa receptiva vas nos anos anteriores. Descreva as estratégias de aborda-
a este novo perfil de vendas? gem de curto e longo prazo que o seu time de vendas irá
Quais são as principais responsabilidades? Quais são empregar para fechar as novas negociações.
todas as responsabilidades? c. A estabilidade emocional do profissional de ven-
Quais serão as qualificações dos candidatos? das necessita ser forte. Ele precisa ter a capacidade de
Definir quais são os primeiros objetivos para os candi- avançar apesar da rejeição e derrotas, de manter o foco
datos efetivados (90 dias)? no objetivo desejado. É aconselhável incluir no seu Pla-
Especificidades: Quais são os territórios de vendas, ti- nejamento de Vendas medidas que visem prevenir e au-
pos de relatório de vendas, os requisitos para despesas de xiliar o tratamento de problemas emocionais, principal-
viagens ou locomoção, e o processo para reembolso de mente os relacionados com os transtornos de ansiedade.
despesas?

65
MARKETING

FUNÇÕES DA ATIVIDADE DE VENDAS.


VENDA E COMUNICAÇÃO INTEGRADA DE MARKETING.

Durante toda a história da humanidade podemos perceber que no íntimo, na essência dos relacionamentos, está sem-
pre um desejo de negociar.

O que é a venda?
“Fechamento da venda é o processo de ajudar as pessoas a tomarem decisões que serão boas para elas mesmas”.
É o ato de ceder algo tendo em contrapartida um preço a receber.
É necessário, porém, que abandonemos um conceito antigo relacionado à venda, que é o conhecido “custo-be-
nefício” e adotemos o conceito “valor-benefício”.

O que significa saber vender?


Estar preparado para superar as objeções levantadas pelo cliente de forma eloquente, conduzindo-o para o caminho
que você deseja, ou seja, o fechamento da venda.

Os métodos na Administração de Vendas tem como objetivo definir as táticas de como fazer um bom negócio.
Uma empresa não contrata um vendedor apenas para que esse venda um produto. É necessário que esse transmita a
imagem da empresa.
O principal objetivo da administração de vendas é fazer com que todo processo de venda seja desenvolvido com base
na condução da empresa na direção dos caminhos desejados.
Podemos classificar esses objetivos como:

• Quantitativos (alcançar determinada fatia do mercado)


• Qualitativo (projeção da imagem – fidelização)

Para tanto, é necessário compreendermos alguns conceitos que fazem parte desse processo, dentre eles:

Qual o fato gerador de uma venda?


• NECESSIDADE
• DESEJO

Quais os tipos de profissionais da venda, qual o papel que eles representam?


• ATENDENTE (profissional que presta apenas um atendimento, sendo que este é extremamente limitado e restrito
ao solicitado pelo cliente)
• TIRADOR DE PEDIDO (profissional que apenas supre deficiência de produto ou serviço indisponível para o funcio-
namento de seu cliente, não há necessidade sequer de técnicas ou argumentações, afinal, o cliente “não ´pode” ficar sem
ele.
• CONSULTOR DE NEGÓCIO (profissional que se dispõe a atender, aconselhar, apontar alternativas, discutir viabili-
dades, analisa o que realmente será melhor para seu cliente e assume o papel de auxiliá-lo sempre)

66
MARKETING

Compete a esse profissional:

Outra relação que devemos considerar é a de vendas e desempenho, ou seja, em todo ciclo de venda há um estudo
sobre processos de compra, papéis de compra, tipos de comportamento de compra e mercado, a partir desse estudo o
administrador de vendas deverá fazer uma previsão do que poderá ocorrer no período a ser planejado.
Os métodos utilizados podem ser:
 Científicos: que são aqueles que utilizam de sistemas, programas e ferramentas mais complexas de análise e os.
 Não científicos: que se baseiam em informações como: Intenção de compra; opinião da força de vendas; Vendas
passadas; Julgamento dos executivos.

Princípios da venda
• O desejo de aprender
• A necessidade de estagiar
• O dever de se especializar
• Tempo de confraternizar
• A vontade de ajudar

Os sete passos para a venda


• Conhecimento do produto/serviço
• Pesquisa (levantamento de dados)
• Abordagem (gerando MV)
• Estabelecer necessidades (ouvir e identificar)
• Apresentação (técnicas e comunicação)
• Fechamento (gere encantamento)
• Pós Venda (crie MKT de relacionamento)

67
MARKETING

A primeira etapa do processo de venda deve ser o planejamento, através dele decidi-se com antecipação o que deve
ser feito, aonde se quer chegar, quais resultados se pretende atingir. Neste momento, se junta análises e informações onde,
através dessas, é possível precaver eventualidades futuras, analisando situações internas e externas.

Metas
Meta é o alvo, é uma unidade de um objetivo, é o que precisa se feito para conquistá-lo
A meta deve ser:
 Mensurável
 Específica
 Temporal
 Alcançável
 Ter significado

Ao analisarmos o potencial de mercado, tratamos de uma estimativa sobre o valor total da capacidade do mercado
brasileiro no segmento que atua a empresa.
Ressaltamos que o território nacional representa 100% dessa capacidade.
Normalmente divide-se esse território em regiões para facilitar as estimativas.
Ex.: Rio de Janeiro representa 50% desse total, o que significa que seu potencial de mercado é 50%.
A capacidade de vendas da empresa parte da análise da demanda total do mercado.
Ex.: um produto que estima-se uma demanda total de 10.000 unidades, sabemos que o RJ representa 50% desse mer-
cado, ou seja, o potencial de vendas nessa cidade será de 5.000 unidades.
Resumidamente temos que, potencial de mercado traduz a capacidade máxima de absorção de mercado em determina-
do momento, enquanto que o potencial de vendas consiste na expectativa de uma empresa participar de um determinado
potencial desse mercado.

A Importância da Área Comercial em uma Empresa


Não adianta sua empresa ter uma estrutura física de dar inveja aos concorrentes, ótimos fornecedores ou localização
no melhor ponto da cidade sem que sua equipe comercial esteja obtendo sucesso nas vendas. O foco diário deve sim estar
em tornar o seu produto o melhor do mercado, mas a diferença que um bom vendedor faz em uma empresa prova a im-
portância da área comercial em uma empresa.
Nesse contexto, você precisa fazer com que seu negócio se destaque diante às adversidades.

Mas afinal, o que você deve fazer para se destacar?


O pulo do gato é: conhecer, usar e abusar das modernas técnicas de venda e persuasão que temos a nossa disposi-
ção, criando assim um cenário ideal para a diferenciação perante aos seus concorrentes.
O vendedor funciona como o elo entre sua empresa e o cliente, é ele quem vai representar a imagem da organização
e persuadir o cliente.
Por esse motivo é importante que você direcione esforços à formação da equipe comercial, e defina de forma clara os
objetivos e estratégias.
Para isso, serão apresentadas algumas técnicas a fim de que sua equipe comercial coloque-as em prática, fazendo com
que seu negócio obtenha crescimentos exponenciais nas vendas.

Gatilhos mentais: técnicas infalíveis de convencimento


Para Philip Kotler, um dos gurus do marketing mundial, é essencial para quem trabalha na área de marketing saber
identificar as ansiedades e desejos dos clientes para então almejar suas mentes, corações e espíritos.

68
MARKETING

Os gatilhos mentais funcionam como estimulantes que aguçam os sentimentos, conectam-se ao cérebro emocional e
incentivam o cérebro de forma inconsciente.

Você deve estar pensando: mas na prática, como funciona e de que maneira aplico essa técnica na área comercial da
minha empresa?
A seguir você observará de forma mais clara e destrinchada 4 táticas infalíveis que acertarão em cheio as necessidades
do seu público e tudo o que você precisa saber sobre cada um delas.

Deixe seu cliente com sentimento de quero mais


Em algum momento da sua vida você comprou algo por saber que acabaria logo?
Aposto que sim!
Quando algo é escasso, temos a percepção que devemos dar mais valor, pois conforme fica mais difícil de obter um
bem, mais ele aparenta ser raro e valioso.
Assim, o medo de perder uma oportunidade aumenta bastante a probabilidade de que as pessoas venham a consumir
o seu produto ou serviço.
Um exemplo de escassez são as edições limitadas, essas apresentam forte representatividade no mercado, gerando a
sensação de exclusividade e senso de urgência no consumidor.
Um ramo que vive bastante essa realidade é o de cosméticos, há várias linhas e produtos que chegam para o consumi-
dor em edições especiais e fazem tanto sucesso, que acabam contemplando o portfólio regular das marcas.
Vagas limitadas, descontos para os primeiros compradores, promoções com data limitada são algumas artimanhas que
sua equipe comercial pode implementar nas vendas. Essas táticas ajudam a estimular a necessidade de consumir o seu
produto nos seus atuais e futuros clientes.

Mostre que você tem autoridade no seu nicho


Transmitir e ser autoridade no seu nicho talvez seja a tarefa mais difícil de se alcançar.
Quando você confia no seu próprio trabalho e domina o assunto suas chances de ter um bom posicionamento no
mercado tornam-se quase inexistentes.

69
MARKETING

Qualquer novo lançamento de um dos produtos da Apple é recebido com enorme animação pelo público e as filas nas
portas das lojas no dia de lançamento do produto são descomunais.
Esse poder se deve a um longo trabalho construído pela marca durante anos de inovação, qualidade e excelência.
Com apenas um vídeo a respeito da responsabilidade com o meio ambiente, a marca conseguiu autenticar o poder e
autoridade que possui.
Você deve estar pensando que o exemplo usado foge muito da sua realidade, não é mesmo?
A marca no início começou apenas com dois jovens apaixonados por inovação e poucos recursos artesanais, e só che-
gou onde está agora, porque soube do seu potencial desde o início.
Para isso, comece mostrando coisas importantes que você já fez ou participou, como por exemplo, palestras, cursos,
especializações.

Evidenciar sua competência e know-how no ramo lhe garantirá um posicionamento com muito mais autoridade.
Conquiste seu cliente de forma genuína
Quando alguém faz algum favor a você, mesmo que seja pequeno, você não fica com a sensação de que tem que re-
tribuí-la de alguma forma?
O vídeo a seguir expressa muito bem esse sentimento.
Já pensou em praticar algum gesto “sem intenção” nos seus negócios?
Estudos apontam que nossos ascendentes compartilhavam conhecimento, habilidades e comidas e com isso sentiam-
-se na obrigação de ajudar uns aos outros. Com o tempo, gestos de reciprocidade passaram a fazer parte da cultura do ser
humano.
Essa dádiva de nossos antepassados pode ser usada como proveito em suas vendas.
Fique atento às duas dicas cruciais a seguir:
 Dica número 1: Numa venda deixe transpassar que seu principal objetivo é resolver o problema do cliente e
tornar a vida dele mais simples.
 Dica número 2: Tente não transmitir que você só está atendendo em benefício próprio para gerar lucro para
seu negócio.
Ninguém gosta de vendedor insistente que não dá atenção ao real problema e só quer vender o seu peixe.
Quando o cliente tem a sensação de que você apenas quer ajudá-lo, sem recompensas, automaticamente você rece-
berá ótimos resultados.
Coloque em prática: amostras grátis são ótimas para conquistar o seu público e fazer com que ele sinta que deve re-
tribuir algo à você.

Torne seu produto popular


Você já passou por alguma situação em que acabou mudando de ideia ao ver que outra opção foi escolhida por muito
mais pessoas?
Isso é normal, nós, seres humanos, independentemente de qual for o motivo, tendemos a optar por caminhos que
mais pessoas seguem.
O psicólogo americano Abraham Maslow acreditava que as necessidades do ser humano estavam classificadas de for-
ma hierárquica. Num dos estágios estava a aceitação social, pois o tempo todo sentimos a necessidade de estarmos bem
integrados ao âmbito social.
Um exemplo bem atual que possui grande impacto em diversos nichos de mercado são as publicações de blogueiras
em variadas redes sociais com publicidade indireta.
As publicações são feitas para empresas de diversas áreas, como de roupas, comidas saudáveis, produtos para estética,
joias, tratamentos e muitas outras que estão no dia a dia de uma mulher.

70
MARKETING

Essa estratégia promove grande influência na divulga- quando tiverem a necessidade daquele produto / serviço
ção dos produtos ou serviços oferecidos pela sua empresa. e a sua empresa estiver dentre as opções. Isso poderá ser
Você pode aproveitá-lo através das mesmas ferramen- um fator decisório, a confiança que as pessoas sentirão na
tas que as blogueiras usam, pois é o meio de disseminação sua marca por já terem visto em outras situações poderá se
que está em alta e acarreta grandes resultados. tornar o fiel da balança.
No marketing orientado a vendas, você cria por exem-
Preze pela excelência plo: catálogos, ações de mala direta segmentadas envian-
Em uma esfera mais prática, ter uma equipe capacita- do correspondência direto para seus clientes potenciais,
da e com domínio de ações eficientes de vendas é fun- amostras grátis para distribuir em pontos de venda, cam-
damental. panhas de desconto etc. Todas essas coisas para que você
Com isso, você demonstra confiabilidade na qualidade convença o seu cliente a comprar no momento em que ele
do produto ou serviço prestado e conquista a admiração e entrar em contato com aquela peça de marketing.
fidelidade do cliente.1 Parece besteira, mas já vi empresas quebrarem por in-
vestirem no marketing de branding no momento errado.
Marketing e Vendas Quando uma empresa é pequena e precisa de resultados
para crescer, o seu custo de aquisição por cliente tem de
O Marketing é uma área das empresas que as pessoas ser enxuto, os investimentos em marketing devem gerar
adoram trabalhar, uma área que tem glamour, nome boni- retorno no curto prazo. Mídias caras que não vendem, não
to e faz o que? Depende, nas empresas que funcionam o são uma boa opção nesse momento. Já vi empresas gasta-
marketing é funcionário das Vendas, ou seja, uma área que rem preciosos dinheiros pagando agências para alimentar
trabalha para que as vendas sejam mais fáceis de aconte- as redes sociais que não geravam nada de vendas, enquan-
cer. to o que gerava 50% das vendas, o google adwords, rece-
Nas grandes empresas que trabalham vendendo seus bia somente metade da verba de marketing.
produtos para o varejo por exemplo, o marketing possui Pense nos detalhes, entenda o momento da empresa,
uma função absolutamente fundamental, dificilmente um se use como exemplo, entenda o que você faz antes de
grande varejista comprará produto que não possuam um adquirir um produto ou um serviço e use isso como base
bom plano de marketing ou uma comunicação estabele- inicial para pensar nos investimentos que fará. Paralelo a
cida com seu público. Isso porque os mercados não dis- isso tenha um caixa para ações de marketing sempre dis-
põem de funcionários para ficarem apresentando e expli- ponível mesmo que você não use, é sempre melhor sobrar
cando produto por produto. Logo se o marketing não se do que faltar.
comunicar bem com o público antes desse público entrar Por último e não menos importante a dica é: Meça os
no mercado, ele terá apenas alguns poucos segundos para resultados, tente descobrir sempre quanto cada investi-
encantar clientes através de seu rótulo. O Marketing nes- mento de marketing te dá de retorno e depois de quanto
ses casos literalmente vende, pois dificilmente uma grande tempo, isso lhe auxiliará a fazer a melhor campanha para
rede varejista apostará apenas na apresentação do vende- o seu negócio, não se baseie por outras empresas, cada
dor. E quando as vendas vão mal, provavelmente o marke- negócio é um negócio.
ting está sendo mal feito. Não existe marketing caro, existe marketing que se
Nas empresas menores, principalmente nas que ofe- paga e marketing que não se paga. 
recem serviços, o marketing não possui uma importância O Marketing é uma área das empresas que as pessoas
tão grande, e não por acaso não é raro eu encontrar em- adoram trabalhar, uma área que tem glamour, nome boni-
presas que não possuem nenhum trabalho de marketing to e faz o que? Depende, nas empresas que funcionam o
relevante, muitas vezes dentre os meus clientes o primeiro marketing é funcionário das Vendas, ou seja, uma área que
contato deles com o marketing é quando a minha consul- trabalha para que as vendas sejam mais fáceis de aconte-
toria, a BEM VENDER, os orienta. Nessas empresas a força cer.
da equipe comercial na ação direta, costuma trazer resulta- Nas grandes empresas que trabalham vendendo seus
dos minimamente satisfatórios. Resultados esses que, ob- produtos para o varejo por exemplo, o marketing possui
viamente, podem ser impulsionados por ações marketing uma função absolutamente fundamental, dificilmente um
eficientes. grande varejista comprará produto que não possuam um
Ainda assim é necessário entender a diferença entre bom plano de marketing ou uma comunicação estabele-
Marketing orientado ao Branding (formação e valorização cida com seu público. Isso porque os mercados não dis-
da marca) e Marketing orientado a vendas. põem de funcionários para ficarem apresentando e expli-
No Branding, a conversão é menor, o intuito é simples- cando produto por produto. Logo se o marketing não se
mente fortalecer a imagem da empresa para determinado comunicar bem com o público antes desse público entrar
segmento de público. Por exemplo, aparecer em uma re- no mercado, ele terá apenas alguns poucos segundos para
vista ou na chamada de um comercial na TV, muito pro- encantar clientes através de seu rótulo. O Marketing nes-
vavelmente, não fará com que as pessoas saiam de suas ses casos literalmente vende, pois dificilmente uma grande
casas para irem comprar seus produtos ou contratar seus rede varejista apostará apenas na apresentação do vende-
serviços, mas pode ser que as ajude a escolher sua empresa dor. E quando as vendas vão mal, provavelmente o marke-
1 Fonte: www.esagjr.com.br - Por Giovanna Fidélis Jacques ting está sendo mal feito.

71
MARKETING

Nas empresas menores, principalmente nas que oferecem serviços, o marketing não possui uma importância tão gran-
de, e não por acaso não é raro eu encontrar empresas que não possuem nenhum trabalho de marketing relevante, muitas
vezes dentre os meus clientes o primeiro contato deles com o marketing é quando a minha consultoria, a BEM VENDER, os
orienta. Nessas empresas a força da equipe comercial na ação direta, costuma trazer resultados minimamente satisfatórios.
Resultados esses que, obviamente, podem ser impulsionados por ações marketing eficientes.
Ainda assim é necessário entender a diferença entre Marketing orientado ao Branding (formação e valorização da mar-
ca) e Marketing orientado a vendas.
No Branding, a conversão é menor, o intuito é simplesmente fortalecer a imagem da empresa para determinado seg-
mento de público. Por exemplo, aparecer em uma revista ou na chamada de um comercial na TV, muito provavelmente,
não fará com que as pessoas saiam de suas casas para irem comprar seus produtos ou contratar seus serviços, mas pode
ser que as ajude a escolher sua empresa quando tiverem a necessidade daquele produto / serviço e a sua empresa estiver
dentre as opções. Isso poderá ser um fator decisório, a confiança que as pessoas sentirão na sua marca por já terem visto
em outras situações poderá se tornar o fiel da balança.
No marketing orientado a vendas, você cria por exemplo: catálogos, ações de mala direta segmentadas enviando
correspondência direto para seus clientes potenciais, amostras grátis para distribuir em pontos de venda, campanhas de
desconto etc. Todas essas coisas para que você convença o seu cliente a comprar no momento em que ele entrar em con-
tato com aquela peça de marketing.
Parece besteira, mas já vi empresas quebrarem por investirem no marketing de branding no momento errado. Quando
uma empresa é pequena e precisa de resultados para crescer, o seu custo de aquisição por cliente tem de ser enxuto, os
investimentos em marketing devem gerar retorno no curto prazo. Mídias caras que não vendem, não são uma boa opção
nesse momento. Já vi empresas gastarem preciosos dinheiros pagando agências para alimentar as redes sociais que não
geravam nada de vendas, enquanto o que gerava 50% das vendas, o google adwords, recebia somente metade da verba
de marketing.
Pense nos detalhes, entenda o momento da empresa, se use como exemplo, entenda o que você faz antes de adquirir
um produto ou um serviço e use isso como base inicial para pensar nos investimentos que fará. Paralelo a isso tenha um
caixa para ações de marketing sempre disponível mesmo que você não use, é sempre melhor sobrar do que faltar.
Por último e não menos importante a dica é: Meça os resultados, tente descobrir sempre quanto cada investimento de
marketing te dá de retorno e depois de quanto tempo, isso lhe auxiliará a fazer a melhor campanha para o seu negócio,
não se baseie por outras empresas, cada negócio é um negócio.
Não existe marketing caro, existe marketing que se paga e marketing que não se paga.2 

Vendas e Comunicação Integrada de Marketing


A comunicação integrada de marketing tem como objetivo unificar tudo que sua empresa comunica para garantir
que a voz seja sempre a mesma, independente do formato de conteúdo ou canal escolhido.
Segundo a definição da American Marketing Association, a comunicação integrada de marketing é:
Um processo de planejamento desenhado para assegurar que todos os contatos feitos por uma marca com seu clien-
te-alvo para divulgar produtos, serviços ou a empresa em si sejam relevantes para essa pessoa e consistentes ao longo do
tempo.
O conceito é simples, a comunicação integrada de marketing garante que todas as formas de comunicação e suas
respectivas mensagens acompanhem um objetivo maior e único.
O P de Promoção é um dos elementos do mix de marketing, que, por sua vez possui seu próprio mix de comunicação,
com suas ferramentas específicas que vamos conhecer melhor ao longo do artigo.
Todas essas ferramentas funcionam melhor se trabalhadas de forma conjunta porque a soma é infinitamente melhor
do que as partes separadas.
Em resumo, isso significa que todo e qualquer tipo de conteúdo que você produz, bem como suas estratégias de mar-
keting direto, propaganda e comunicação nas redes sociais precisam falar a mesma língua.

2 Fonte: www.meusucesso.com – Por Antonio Pedro Porto dos Santos

72
MARKETING

O processo de comunicação integrada de marketing

O processo de comunicação é formado pelos seguintes elementos:


• Emissor
• Receptor
• Mensagem
• Meio
• Codificação
• Decodificação
• Resposta
• Feedback
• Ruído
O emissor (empresa) precisa enviar uma mensagem (comunicação com clientes) codificada usando determinado meio
para chegar até o receptor (cliente), que irá fazer a decodificação.
A partir dessa decodificação, a empresa receberá uma resposta através de um canal de feedback. E durante qualquer
etapa desse processo, poderá existir o ruído, que pode interferir no entendimento da mensagem pelo público-alvo.
Mensagens codificadas, receptor e decodificação mais parecem coisas de um filme do James Bond e pode nem parecer
que estamos falando de comunicação integrada de marketing. Então vou exemplificar esse processo na prática.

73
MARKETING

A codificação nada mais é do que o conteúdo do email em si, enquanto a decodificação é como o público irá entender
aquele conteúdo, que pode ou não ser influenciado por algum ruído, como um erro gramatical, por exemplo.
Todo processo de comunicação envolve essas partes. E por que eu fiz questão de explicar cada uma delas?
Porque a partir do momento que você entende que cada uma delas é importante para que você se comunique com sua
audiência sem a interferência de ruídos e garantindo que a decodificação seja homogênea, maiores são as suas chances
de sucesso.

A comunicação integrada de marketing garante a consistência da mensagem em qualquer dos 4 níveis:


 Horizontal: vai do mix de marketing até todas as outras funções essenciais de uma empresa, como a parte de
produção, administração, finanças, distribuição e comunicação, afinal cada ação de um desses departamentos afeta dire-
tamente o mix de marketing.

 Vertical: os objetivos de comunicação precisam estar alinhados à missão da empresa, definida no planejamento
estratégico.

 Interna: se você possui uma equipe, todos precisam estar informados e alinhados a respeito de lançamentos de
produtos, novos anúncios e parcerias para garantir que tenham autonomia mas que tomem decisões consistentes com a
mensagem principal que a empresa deseja passar.

 Externa: se você, em um dado momento, precisa contratar serviços de terceiros, como agências de marketing de
conteúdo, editores, relações públicas, etc, precisa garantir que eles produzam conteúdos consistentes com aqueles que
você produz dentro da sua empresa, para manter a personalidade da sua marca.

Por que usar a comunicação integrada de marketing?

74
MARKETING

A comunicação integrada de marketing pode representar não só uma vantagem competitiva, um reforço na sua
estratégia de posicionamento, como também pode resultar em menos estresse e gastos desnecessários no seu orça-
mento.
Ao organizar com cuidado toda a comunicação do seu negócio, você consegue evitar retrabalhos e até mesmo
reutilizar alguns materiais de design em diferentes mídias.
Porém, o benefício principal é que você define objetivos específicos para a sua comunicação integrada de marke-
ting, também evitando o desperdício de recursos. Os objetivos mais comuns são:

• Necessidade da categoria: um produto completamente novo, como o smartphone foi um dia, deve começar
com um objetivo de comunicação de estabelecer a necessidade pela categoria.

• Conscientização da marca: capacidade de identificar ou reconhecer uma marca dentro de uma categoria, em
detalhes suficientes para que se efetue a compra. É mais fácil conquistar o reconhecimento do que a lembrança, é mais
fácil lembrar de um logotipo e de suas cores do que lembrar do nome de uma marca quando solicitado.

• Atitude em relação à marca: capacidade da marca de atender uma necessidade relevante. Uma marca re-
levante pode ser orientada negativamente (eliminação de problemas, fuga de problemas, satisfação incompleta) ou
positivamente (gratificação sensorial, estímulo intelectual ou aprovação social)

• Intenção de compra da marca: instruções próprias para comprar uma marca ou realizar uma ação relacio-
nada à compra.
A comunicação eficaz consegue alcançar diversos objetivos ao mesmo tempo. No entanto, é possível ir muito
além, já que através de uma comunicação integrada de marketing você consegue conduzir com mais suavidade seu
potencial cliente pelo funil de vendas.
Cada etapa do funil de vendas exige um determinado tipo de conteúdo.
Para atrair leads, posts em blog, vídeos e infográficos sobre temas mais abrangentes são ideais. Conforme a pes-
soa demonstra interesse no conteúdo que você oferece, você pode conduzi-la pelo funil fazendo ofertas de conteúdos
cada vez mais específicos, procurando nutrir o lead e depois levá-lo a tomar uma ação.
Imagine atrair um visitante com conteúdos informais e usando uma linguagem mais descolada e no momento da
venda mudar para um tom totalmente comercial e formal? Essa estranheza pode facilmente fazer com que o cliente
desista da compra.
Uma mensagem unificada tem mais impacto que várias mensagens desconectadas, o que acaba por chamar
atenção das pessoas e até mesmo fidelizá-las em um mundo onde elas são bombardeadas com mensagens vindas de
todos os lados, o tempo todo.
Se a sua mensagem é única, fica fácil reconhecer sua voz no meio de tanto barulho. E é através da sua voz, da
sua personalidade que você irá construir relacionamentos com os seus consumidores.
As mensagens consistentes, não importando o canal, também garantem que você mantenha sua marca na cabe-
ça do seu público, aumentando seu valor com o passar do tempo, desde que seja coerente com a sua estratégia de
branding.

Comunicação integrada de marketing e brand equity


O brand equity irá refletir como os consumidores sentem, pensam e reagem a uma marca, afetando até mesmo a
percepção de preços, a participação de mercado de uma empresa e, consequentemente, os lucros obtidos.
Seu brand equity é a junção de como o cliente enxerga sua marca, qual a reação dele baseada nessa percepção
e o como isso afeta sua empresa.
Para gerar brand equity através da comunicação integrada de marketing, você precisa, em primeiro lugar, mapear
corretamente todos os pontos de contato entre sua marca e seus clientes.
Durante a jornada de compra de um celular, por exemplo, o lead irá fazer uma pesquisa na internet, procurando
sites de reviews e opiniões de usuários nas redes sociais.
Pode ser que ele tenha contato com alguma propaganda na TV ou em uma revista também. Certamente irá pedir
a opinião das pessoas que conhece antes de, finalmente, ir até uma loja e pedir mais informações a um vendedor.
Portanto, você precisa prestar atenção quais tipos de experiência mais exercem influência em cada uma das etapas
desse processo de compra.
Essa compreensão ajudará a empresa a alocar recursos para a comunicação com mais eficácia e a projetar e imple-
mentar os programas mais adequados, considerando sempre a melhor relação custo x benefício.
As relações com a marca podem ser criadas de diversas formas, todas as opções possíveis de comunicação de
marketing devem ser consideradas com o intuito de criar o conhecimento e a imagem de marca desejados, usando
para isso o mix de comunicação certo para passar a sua mensagem da melhor forma possível.

75
MARKETING

Os elementos principais do Mix de Comunicação

O mix de comunicação faz parte do seu P de promoção do mix de marketing, incluindo os esforços para promover
negócios, marcas ou produtos e serviços.
A promoção tem como objetivo atrair os clientes certos a fim de realizar vendas. E também de aumentar o reconheci-
mento de marca.
Os elementos mais comuns do mix de comunicação são:

• Propaganda: forma paga e impessoal de promover produtos e serviços, tanto em mídias off e online.

• Vendas diretas: contato pessoal direto com o intuito de realizar vendas.

• Promoção de vendas: ferramentas como cupons de desconto, amostras e concursos para incentivar as vendas.

• Relações públicas: gerenciamento da comunicação corporativa com seus públicos de interesse.

• Marketing direto: esforços direcionados especificamente para um público que já tem interesse no produto. Co-
municação via email marketing e mala direta são exemplos de ações de marketing direto.

• Marketing Digital: o elemento do mix que mais cresce nos últimos anos e que vem tornando essencial a presença
online das marcas, seja através de um site, de apps ou das redes sociais. Não há sobrevivência no mercado atual sem uma
presença digital.

Cada elemento do mix de comunicação está atrelado a um canal de marketing.

76
MARKETING

Canais de comunicação integrada de marketing

Os consumidores são influenciados por 3 fatores durante uma compra:


• Comunicação de marketing nas mais diversas mídias;
• Opinião de amigos e familiares;
• Conhecimento e experiência pessoal a respeito da marca.
Os consumidores não são mais alvos fáceis de uma comunicação ativa por parte das empresas. Os grupos sociais for-
mados na internet podem ser considerados um novo canal de mídia que só ganha força e relevância.
Não é à toa que os canais de comunicação pessoal, aqueles que envolvem duas ou mais pessoas conversando dire-
tamente funcionam melhor, já que a mensagem pode ser individualizada, permite a criação de uma conexão entre marca e
audiência e ainda geram muitos feedbacks.
Já os canais de comunicação não pessoais: são canais direcionados a comunicação em massa, que são os demais
componentes do mix de comunicação, como as mídias tradicionais, relações públicas e também eventos e experiências.
A comunicação pessoal pode ser mais eficaz, mas não significa que deva ser usada como o único canal, pois a comuni-
cação de massa pode ser uma ótima maneira de estimular essa conversa mais próxima, já que ela dá às pessoas algo para
falar sobre.
Você precisa entender como produzir e balancear o processo de comunicação sem deixar de pensar em como eles irão
funcionar juntos para fazer campanhas efetivas.
Quando um canal complementa o outro você consegue ampliar o poder do seu conteúdo, da sua mensagem, já que
mais pessoas estarão propensas a entrar em contato através de diversas plataformas, um efeito de marketing viral desejado
por qualquer negócio.
Tudo isso pode ser alcançado desde que você conheça bem o objetivo da comunicação integrada de marketing da sua
empresa, o que deve ser definido no plano de marketing.

Estratégia de Comunicação Integrada de Marketing

77
MARKETING

A comunicação integrada de marketing funciona De olho no Marketing Omnichannel


muito melhor quando você entende a imagem que o pú-
blico tem da sua marca.
A definição de imagem é o conjunto de crenças, ideias,
impressões. As atitudes dos seus clientes em relação à sua
marca são condicionadas pela imagem que você transmite.
Sua estratégia de comunicação integrada de marketing
pode interferir na sua imagem de marca das seguintes
formas:
 Mantendo a boa imagem da marca e o ótimo al-
cance.

 Mantendo a imagem de marca positiva, mas con-


quistando a atenção de mais pessoas com foco em ampliar
o alcance.

 Revertendo imagem de marca negativa e depois


aumentando o alcance por não ser muito conhecida.

 Reduzindo o grau de exposição para melhorar


imagem negativa e depois voltar a aumentar alcance da
marca.
O Marketing Digital conquistou um espaço tão impor-
As imagens pegam e persistem mesmo após as mu- tante que pode até parecer que o Marketing tradicional
danças, sendo necessário investir por longos períodos para está com os dias contados.
modificar um erro de posicionamento do passado. Portan- Na verdade, apesar da relevância e eficácia do meio
to, foque sempre nos 3Cs da comunicação integrada de digital para alcançar o público só aumentarem, uma outra
marketing: tendência vem crescendo forte junto com ele: a integração
entre os canais online e offline, dando maior importância
 Coerência: diferentes mensagens e meios de co- ao Marketing Omnichannel.
municação estão ligados de forma lógica. O Marketing Omnichannel trata justamente dessa in-
tegração entre esses canais, ao invés de fazer planos de
 Consistência:  múltiplas mensagens suportam e marketing separados para cada um deles.
reforçam sua imagem, sem serem contraditórias em ne- Tanto que um estudo da International Data Corpora-
nhum momento. tion descobriu que compradores omnichannel geralmen-
te atingem 30% mais de valor em todo seu histórico de
 Continuidade: a comunicação continua integrada compras do que compradores de um único canal, pois se
e consistente mesmo com o passar do tempo. tornam mais comprometidos com uma marca quando en-
Mais do que nunca a comunicação integrada de mar- contram mais opções.
keting se faz necessária, especialmente pelo fato dos Uma experiência de compra pode começar em um co-
consumidores transitarem em diversos canais antes de mercial de TV, levar o cliente até a loja e acabar com uma
tomar uma decisão de compra, o que vem fortalecendo compra feita pelo celular.
um tipo de marketing  chamado de Marketing Omni- Os consumidores transitam de um canal para o outro e es-
channel. peram encontrar uma experiência consistente em todos eles,
tornando essencial a comunicação integrada de marketing.
Canais separados, com estratégias diferentes só geram
mais trabalho e pior, a perda de inúmeras oportunidades.
Existem inúmeras combinações de pontos de contato
pelos quais os consumidores podem passar, sendo neces-
sário guiá-los de forma adequada seja qual for o caminho.
Vejas as 3 principais tendências para o Marketing Om-
nichannel e como você pode aproveitá-las se fizer a comu-
nicação integrada de marketing para todos esses canais.

1. Vendas em dispositivos mobile


Como os consumidores estão cada vez mais conecta-
dos, o tempo acaba se tornando um recurso escasso em
suas vidas. Eles querem marcas que conseguem prover fácil
acesso e facilitam a experiência de compra.

78
MARKETING

Os consumidores esperam que as empresas entre- As empresas ainda estão tendo dificuldades em inte-
guem soluções imediatas aos seus desejos, fazendo tam- grar os canais físicos com os virtuais, mostrando que há
bém do tempo de entrega um fator determinante para sua um longo processo pela frente para aproveitar as oportu-
satisfação. nidades.
Tudo culpa do mobile marketing, já que nenhum canal Você precisa garantir que o seu negócio também con-
aproxima mais uma marca de seus consumidores do que siga fazer essa conexão de forma coerente, garantindo a
o celular, sendo esse o centro da estratégia Omnichannel mesma experiência para seus clientes seja através de seu
nos dias de hoje. site, das redes sociais ou por email tanto quanto seria no
seu ambiente físico, se houver.
2. Webrooming em ambientes físicos Ter uma estratégia de marketing que considera uma
O Webrooming é o processo de compra que começa comunicação integrada entre canais com uma mensagem
com a pesquisa na internet e termina com a compra em consistente é a diferença entre replicar resultados positi-
uma loja física. vos sempre que possível ou apenas dar sorte de vez em
No entanto, é possível fazer com que essa pesquisa on- quando.
line comece na própria loja física, e essa já é uma tendência A comunicação integrada de marketing dará destaque
que vem se apresentando aos poucos. à sua mensagem principal, aquela que a sua marca precisa
A Apple usa um aparelho chamado de beacon, que se e deseja colocar no mundo, dando ênfase à sua vantagem
comunica com smartphones através de bluetooth, criando competitiva, sua proposta única de valor, voltada para um
uma conexão de máquina com máquina, quando próximos nicho de mercado adequado e que faça sentido não impor-
um do outro. ta se for em um vídeo no YouTube ou em uma campanha
Além disso, esses dispositivos conseguem dizer onde o na rádio da sua cidade.
consumidor se encontra dentro da loja, monitorando assim O mais importante permanecerá sempre o mesmo, in-
quais os departamentos mais visitados por esse cliente e dependente do meio que for transmitido: a essência do
quanto tempo gastam por lá. seu negócio.3
Também permitem o envio de notificações para os ce-
lulares de seus clientes, com base em sua localização, ter-
minando assim com dados preciosos sobre o comporta-
mento de consumidor.
TÉCNICAS DE VENDAS E NEGOCIAÇÃO.
3. Showrooming em canais online
O Showrooming é exatamente o oposto do Webroo-
ming. Nesse caso o cliente vai até uma loja física e con-
segue, através do uso dos cinco sentidos, experimentar o Primeiro - temos que ter em mente que tudo na vida
produto ou serviço antes da compra, que será feita virtual- é venda. Médicos, dentistas, advogados, arquitetos, conta-
mente. dores, têm que aprender a vender. O médico que aprendeu
Na Coréia do Sul, a Tesco colocou lojas virtuais, na ver- a vender é o dono do hospital. Não importa a sua profissão
dade papéis de parede que se assemelham à prateleiras ou área, saber vender sempre vai fazer a diferença. Até pra
de um mercado em locais públicos , como uma estação de casar! Quem não souber se vender vai acabar sozinho.
metrô. Segundo - existe uma falsa ideia que as pessoas nas-
Os consumidores mais ocupados podem comprar com cem vendedoras, o que não é verdade; vender é uma ha-
seus smartphones enquanto esperam pelo trem somente bilidade que se aprende. É claro que algumas pessoas nas-
escaneando os produtos desse “mural” em um aplicativo cem com características que ajudam a vender: comunica-
próprio. ção, atitude, iniciativa, mas todas essas habilidades podem
Esse tipo de abordagem permite que os consumido- ser aprendidas.
res explorem os produtos de forma presencial, usando Terceiro – existe também a ideia que vendedor é uma
seus sentidos e que ainda tenham a experiência humana, pessoa mentirosa e desonesta, que faz de tudo para tirar
mesmo que a compra aconteça de fato através da internet. o dinheiro do cliente. Isto não é vendedor, o nome disto é
É preciso mapear todos os possíveis pontos de conta- mau caráter. Um profissional de vendas aprendeu a fazer
to, bem como o comportamento do consumidor durante negócios a longo prazo, ou seja, não é o que eu vou ganhar
a jornada de compra. Como as possibilidades são as mais nesta negociação e sim o quanto eu posso ganhar nos pró-
variadas, é preciso identificar as mais populares. ximos dez, vinte anos fazendo negócios com este cliente.
1.Mapeie todos os pontos de contato e canais possí- Quarto – algumas pessoas acreditam que vender é fá-
veis da jornada de compra (online, offline, com a marca, cil. “Vender não é fácil, vender é simples”, há algumas coi-
com outros consumidores). sas que precisamos aprender ou desaprender.
2.Identifique os pontos de contato e canais mais críti- O grande desafio é que a pessoa começa a trabalhar
cos. com vendas hoje e três meses depois ela se considera um
3.Melhore e integre os pontos de contato e canais mais profissional de vendas. Nem estagiário de amador ela é
críticos. ainda.
3 Fonte: www.viverdeblog.com - Por Henrique Carvalho

79
MARKETING

Para ser considerada profissional, uma pessoa precisa A comunicação é uma das necessidades mais funda-
ter vivência em ambientes e cenários diferentes, ou seja, mentais da raça humana. Ao longo de milhares de anos o
quilômetro rodado. E o mais importante: para ser consi- homem vem desenvolvendo esta habilidade. Ela é uns dos
derado um profissional de vendas, você precisa dar bons pilares do nosso desenvolvimento.
resultados regularmente, independente de como está o Existem dois tipos básicos de comunicação: a interpes-
mercado. soal e a intrapessoal. A primeira tem a ver com como nos
comunicamos com os outros e a segunda é a forma de
Perguntas como nos comunicamos com nós mesmos.
O que é ser Vendedor? As duas formas de comunicação são importantes, po-
É gostar de gente. Melhor, gostar das pessoas do jeito rém a intrapessoal é a que afeta mais diretamente nossos
que elas são, porque gostar de gente boazinha, qualquer resultados, pois, se não conseguimos uma boa comunica-
medíocre gosta. Para um bom vendedor não existe cliente ção interna, não conseguiremos nos comunicar com os ou-
chato, só existe clientes exigentes, ou seja, aqueles clien- tros de uma forma eficaz.
tes que forçam ele a se melhorar continuamente. “Para um
cliente exigente, só um profissional preparado para vender”. Comunicação Intrapessoal
A comunicação intrapessoal é aquela que temos com
O que é ser um bom Vendedor? o nosso interior a todo momento. É, em termos simples,
É vender várias vezes para a mesma pessoa. Vender a como você conversa com você mesmo. Quando você está
primeira vez é fácil do mundo, é só mentir, mas provavel- sozinho está mal acompanhado? Quando você se olha no
mente vai ser a última vez que esta pessoa vai querer te espelho, o que você vê? Quando você faz alguma besteira,
ver na frente dela. Um bom vendedor cria um ambiente o que você diz para você mesmo? Você só vai melhorar
favorável ao crescimento através de indicações de clien- seus relacionamentos externos a partir do momento que
tes satisfeitos e até mesmo clientes vendendo para ele. Ele melhorar sua comunicação intrapessoal.
constrói negócios duradouros. Ela é a base da autoestima. Praticamente todo nosso
curso será um trabalho de refinamento da sua comunica-
Por que ser Vendedor? ção interna, moldando suas crenças, sua argumentação.
Na média, o profissional de vendas é o profissional Toda vez que mencionarmos alguma técnica de relaciona-
mais bem remunerado do mercado. É normal conflitos mento com clientes, ela serve principalmente para aquele
dentro das empresas entre a área comercial e as outras que deve ser o seu maior cliente, seu maior fornecedor e
áreas, principalmente por causa da discrepância de rendi- seu maior amigo: você!
mentos. Agora, porque estas pessoas não vêm para a área
de vendas? Simples, porque elas não estão dispostas a per- Comunicação Interpessoal
correr o caminho do aprendizado, da resiliência e da disci- A nossa capacidade de comunicação determinará em
plina. O bom de trabalhar com vendas é que, se você quer grande parte se vamos ou não ter sucesso em vendas. De-
um aumento de rendimento, é só acordar mais cedo ir até vemos desenvolver nossa comunicação se queremos ser
o espelho do banheiro e falar: eu preciso de um aumento. A entendidos por nossos clientes, melhor se queremos ser
pessoa no espelho vai responder: então vamos vender mais. felizes. Hoje em dia é muito comum ver pessoas dizendo:
Lembre-se: vendedor acorda desempregado todos os “ninguém me entende”, “parece que eu falo para as pare-
dias, ele tem até o final do dia para construir seu emprego. des”, “parece que eu falo grego”, o que está acontecendo?
A dificuldade de se comunicar esta levando muita gente
Do que vivem as empresas? ao fracasso pessoal e profissional. São três os elementos
As empresas não vivem de vendas, as empresas vivem que compõem a nossa comunicação externa: A palavra é
do lucro das vendas. a forma mais elementar de comunicação, a grande maioria
Se não der lucro, não é venda! das pessoas só se preocupa com este fator, e por mais que
Uma «venda sem lucro» pode ser chamada de doação, se esforcem terão grandes dificuldades de serem entendi-
parceria, caridade. Para ser chamada de vendas só existe das, pois a palavra é responsável por apenas 7% da nossa
um pré-requisito - tem que dar lucro. Nós vamos encontrar capacidade de comunicação. O tom de voz determina 38%
várias pessoas na área comercial que só conseguem vender da nossa capacidade de comunicação e pode melhorar
se derem desconto. Claro que é importante termos uma muito o nosso desempenho, pois o tom da voz pode dar a
margem de negociação, mas se todas as minhas vendas devida importância naquilo em que queremos dar ênfase.
ocorrem com desconto, pior “desconto máximo” tem algu- Fisiologia é colocar o seu corpo em sincronismo com o que
ma coisa muito errada comigo. você está falando. Você não pode estar falando sobre um
produto que é fantástico parado com os braços para baixo.
Comunicação A fisiologia determina 55% da capacidade de comunicação.
Seguramente um dos maiores desafios do ser humano Quando conseguirmos trabalhar a palavra, o tom de
é a comunicação. Marido e mulher se separam por pro- voz e a fisiologia estaremos aumentando a nossa comuni-
blemas de comunicação, amigos viram inimigos por pro- cação interpessoal. Outro ponto importante em comunica-
blemas de comunicação, nações entram em guerras por ção é que devemos estar, de tempos em tempos, pegando
problemas de comunicação. feedback para verificarmos se estamos sendo entendidos.

80
MARKETING

Por que não comprar? Qualidades essenciais para ser um profissional de ven-
Desejo x Dinheiro das.
As pessoas compram o produto quando querem o  Ser boa gente: lembrando que não se pode fazer
produto mais que o dinheiro que ele custa. Na maioria das um bom negócio com um mau sujeito.
vezes as pessoas vão comprar o que elas querem e não  Ter instinto de fechamento: saber a hora certa
o que precisam. Se todos fossem adeptos da velha escola de fechar.
de pensamento segundo a qual “só devemos comprar o Desenvolvemos esta habilidade com o tempo e mais
que precisamos”, os vendedores estariam numa enrascada. treino, treino e treino.
Digo isto porque a maioria das pessoas possui muito mais Ter métodos para fechar: não basta saber a hora de
do que realmente “precisa”.(De quantas peças de roupas, fechar a venda tem que saber como fazer (vamos trabalhar
quanto espaço, quantos aparelhos de TV, de quanta comi- isto no módulo de fechamento).
da você precisa?). É obrigação do vendedor despertar o de-
sejo do cliente pelo produto. Palavra mágica para despertar Vendedor de Sucesso
o desejo: Imagine... Um vendedor de sucesso tem dez características mar-
Lei de Ouro: “o medo de perder é maior que o desejo de cantes:
possuir”. 1. Tem uma crença inabalável nele mesmo, no pro-
Não estou falando em colocar o foco no medo de per- duto e na empresa. (Compromisso).
der o dinheiro e sim o medo de perder a oportunidade de 2. É entusiasmado e auto motivado.
comprar. Quem tem que despertar isto no comprador é o 3. É persistente.
vendedor. 4. Tem iniciativa própria.
5. Tem uma grande habilidade no trato com pessoas
Falta de dinheiro de todos os tipos.
A segunda razão pela qual as pessoas não compram 6. Não tem medo do trabalho duro.
é a falta de dinheiro. Você pode usar todas as técnicas do 7. Tem foco.
mundo e mesmo assim não vai conseguir fazer dinheiro. 8. Tem cara de pau, não fica esperando o “momento
Porém, quando se trata de preço, algumas pessoas men- conveniente”.
tem dizendo que não tem dinheiro (veremos isto nas ob- 9. É cabeça dura. Acredita que vai dar certo até o fi-
jeções). nal de suas forças.
10. É um expert em sua área, está constantemente se
Sem pressa treinando.
A terceira razão pela qual as pessoas não compram é
porque não tem pressa para comprar. Esta é uma das obje- Verdades sobre a Venda
ções mais difíceis de se enfrentar. Quem estabelece o valor do produto, na mente do
Devemos entender que não existe o momento ideal cliente, é o vendedor. Valor é diferente de preço: preço é se
para se tomar uma decisão importante. Tomamos as maio- paga pelo produto e valor tem a ver com os benefícios, o
res e mais importantes decisões de nossas vidas não ba- valor agregado. Isto só será possível se houver confiança e
seados na lógica e sim na emoção. Verifique quando você boa comunicação.
decidiu casar, comprar sua casa, abrir se próprio negócio,  Vender é um processo educativo: o vendedor deve
fazer aquele concurso, ter seus filhos. Foi muito mais pela ter sempre em mente que o cliente não conhece tanto do
emoção do que pela razão e nós hoje nos sentimos bem produto quanto ele, assim sendo ele deve ser o mais didá-
por termos tomado as decisões lá traz. Quem esperar o tico possível. Nunca presuma nada.
momento ideal nunca vai fazer nada porque “não existe o  As pessoas não mudam de ideia. Partindo desta
momento ideal”. afirmação nunca devemos tentar mudar a ideia do nosso
cliente, e sim, devemos colocar novos fatos para que ele
Falta de confiança possa tomar nova decisão.
O cliente compra quando tem confiança. A parte mais  De um modo geral, o comprador escuta o começo
importante no processo de vendas é o vendedor. e o fim da apresentação: precisamos ter uma boa entrada e
O que as pessoas compram primeiro? um excelente fechamento.
1) O vendedor.  Vender é uma habilidade que se aprende.
2) O produto.  Vendedores são solucionadores de problemas:
3) A empresa. você vai ser mais importante ou menos importante para
4) O preço. seu cliente na ordem proporcional que você venha a fa-
cilitar a vida dele, a solução do problema da empresa não
Um número diz tudo sobre a confiança que o compra- pode ser transferida para o cliente.
dor deposita no vendedor, 71% das vendas ocorrem por-  Boa parte da venda está na tonalidade de voz.
que o comprador gosta e confia no vendedor.  Nenhum vendedor é normal, quando é realmente
bom.
Lei de Ouro: Você pode ter tudo o que quer na vida, se  O comprador pode esquecer o preço, especial-
ajudar as outras pessoas a conseguirem o que desejam. mente quando ele gosta do vendedor e do produto.

81
MARKETING

 As pessoas esquecem o preço, mas jamais esquecem a má qualidade ou a má escolha.


 A maioria das pessoas tem dificuldades para tomar decisões: algo próximo de 70% das pessoas precisa de ajuda
para tomar decisões de compra e é obrigação do vendedor ajudar o cliente.
 Vender é uma transferência de sentimentos.
 Em toda apresentação ocorre uma venda: ou você vende a ideia para ele desejar comprar o produto ou ele lhe
vende a ideia que não precisa comprar o produto.
 As pessoas rejeitam pessoas, as mesas de trabalho não.
 Vender é a única atividade que contribui para o lucro. Todo o resto contribui para o custo.
 Em negócios, nada que seja fácil é bem remunerado: a sua porcentagem de comissão vai ser diretamente propor-
cional ao desafio de vender o produto.

Portanto compre esta ideia:


Para vender bem é necessário preparar-se para vender, conhecer sua empresa, seu produto, seus parceiros, seus clientes...
Três fatores são fundamentais na preparação para venda:

 Capacidade Técnica
Capacitação técnica tem a ver com o conhecimento profundo dos produtos que você vende e das condições de paga-
mento e entrega.
Quanto às formas e condições de pagamento, estas são importantes, pois muitas vezes, permitem adequar o pagamen-
to ao orçamento do cliente, o que pode definir uma venda.

 Confiança nos produtos


Para vender algo é necessário que você acredite naquilo que vende, ou seja que você “compre” a ideia de que o pro-
duto é realmente adequado às pessoas as quais você vende.
Conheça e confie naquilo que você vende e, principalmente, tenha certeza que ele tem a qualidade necessária para
atender as exigências dos seus clientes.
O pior sentimento que você pode despertar em um cliente é o remorso de compra ou seja, ele arrepender-se do que
comprou.

 Estar no estado emocional ideal para vender


O estado emocional do vendedor na hora da venda ou quando está trabalhando para aumentar seus relacionamentos
é de vital importância.
O estado ideal para vender é uma mistura de três estados:
Senso de humor
• A regra do sorriso vale sempre.
• Você será bem sucedido quando o seu cliente pensar em você com um sorriso estampado na face.

Determinação para agir


• Essa é uma característica que todo atendente/vendedor deve ter.
• Sabendo então que a ação deve partir do atendente/vendedor, pode ter certeza que a hesitação é devastadora na
conquista de suas metas.
• Alguma vez na sua vida você já quis algo, mesmo sendo difícil de conseguir, e foi fundo, fez o que tinha que ser feito
e conseguiu?

Flerte ou sedução
• Todos nós já tivemos a experiência de flertar, de querer seduzir, envolver alguém. Agora vamos resgatar um pouco
este sentimento, esta sensação. Pense nas coisas que você fez... Lembre-se da vontade e motivação para satisfazer os de-
sejos e anseios desta pessoa especial.
• É exatamente assim que você tem de pensar com relação a seus clientes, qualquer um merece e deve ser atendido
deste jeito.
• Logo para cativar o cliente você precisa ser envolvente e não só no momento da venda como depois também, pois,
como já foi dito, nosso objetivo vai além de só vender: É também manter este cliente e conseguir indicações.

82
MARKETING

Os Vários Tipos Psicológicos de Consumidores/Clientes

83
MARKETING

84
MARKETING

85
MARKETING

86
MARKETING

87
MARKETING

Objeções A melhor maneira de contornar a objeção preço é fra-


cionar, mas para isto utilize um bloco em branco, para ano-
Um bom vendedor sempre dá boas vindas a objeções. tações. As pessoas entendem e acreditam mais naquilo que
Existe uma grande diferença entre um “não” e uma obje- elas possam ver.
ção. Um não dificilmente te dá uma pista, já uma objeção
normalmente mostra que o cliente quer comprar, só não Preciso falar sobre isso com...
sabe ainda como vai fazê-lo. Ninguém gosta de mostrar Para evitar isto, procure ter certeza que todas as pes-
indecisão, então recorremos normalmente a uma racionali- soas com poder de decisão estejam presentes na apresen-
zação, neste caso, uma objeção. Existem algumas objeções tação. Ex.: “Senhor João, eu estarei aí hoje às 16 horas,
básicas, que serão expostas a seguir. eu recomendo que o senhor traga para a reunião todas
as pessoas que tenham poder de decisão.” Se ele replicar
Não tenho dinheiro “Eu sou a pessoa que decide” é apropriado retrucar “É um
Faça algumas perguntas para ver se ele está dizendo a prazer encontrar uma pessoa que tem o poder de tomar as
verdade. Caso sim, ofereça um produto mais barato. Mui- decisões por si mesma, sem depender dos outros”.
tas vezes as pessoas pensam que não podem comprar. É Prontifique-se a ir até a outra pessoa para explicar sua
uma questão de autoestima, ou até de passado de neces- proposta de negócio.
sidades. Às vezes seu cliente teve uma vida difícil e agora, Sugira uma surpresa.
finalmente, conseguiu uma situação financeira melhor, mas
tem medo de voltar às “vacas magras”. Divida o preço em Eu quero consultar outras empresas
bases semanais ou diárias. Fracione. Pergunte: “Que tipo de [produto] o senhor tem em
mente?”.
Está muito caro Tenha sempre com você uma pasta com fatos e dados
Esta é uma variante da objeção “não tenho dinheiro”. da concorrência. Nunca fale mal da sua concorrência. Se
Acompanhe alguns dos diálogos abaixo e veja algumas ele é seu concorrente é porque é tão bom quanto você, do
opções para contorná-la. contrário não seria seu concorrente.
Dona Márcia, a cliente: Está muito caro! Ao invés de apontar diretamente as falhas do produto
Vendedor, com a mesma entonação de voz: A senhora dele, deixe seu cliente ler os fatos e dados que estão em
acha o preço (pausa) muito caro? sua pasta.
Neste caso você cria uma situação que obriga o cliente
a defender sua afirmação em lugar de você justificar o pre- Eu não quero comprar o seu produto porque...
ço. Veja abaixo mais algumas opções: Dê boas vindas a todas objeções. Repita a objeção no
Vendedor: Compreendo a colocação da senhora, a alguns formato de uma afirmação. A seguir, pergunte se esta é a
anos atrás a nossa empresa teve que tomar uma decisão en- única razão pela qual ele não quer comprar seu produto.
tre: vender um produto barato que se vende facilmente ou um
produto de alta qualidade aquele que beneficiasse os nossos Preciso pensar melhor (Insegurança)
clientes. Nós nos colocamos no lugar de nossos clientes e verifi- As pessoas deixam para amanhã apenas as decisões
camos que iriam preferir fazer negócios com uma empresa que nas quais lhes falta confiança para tomar hoje. Aprenda a
prima pela qualidade, a senhora concorda comigo? ter autoconfiança, isso gera determinação.
Vendedor: Fico muito contente pelo seu interesse pelo
preço Márcia, porque esta é justamente uma de nossas A Hora do Preço
maiores vantagens que oferecemos, deixe-me mostrar todos Crie suspense e fale: “Agora que o senhor entende o
os benefícios que o nosso produto pode fazer pela senhora. valor do que estou lhe oferecendo, eu sei que o senhor
Vendedor: Há alguns anos atrás a nossa empresa teve vai perceber a barganha que é” (Pausa) “Agora o grande
que tomar uma decisão, que seria mais fácil explicar o preço momento que o senhor estava esperando”.
uma vez agora na hora da compra do que passar o resto da Escreva o preço em um papel, passe para as mãos do
vida pedindo desculpas pela má qualidade. cliente e, antes que ele possa falar, diga com um grande
Vendedor: Muito boa a sua colocação Márcia, pois, é preferível sorriso: “Eu não disse que eu ia cuidar bem do senhor?”.
se preocupar com o preço uma vez na hora da compra do que ter
que se preocupar com a qualidade do produto o tempo que ele durar. Negociação: Filosofia Mike Tyson
Vendedor: Márcia, posso lhe fazer uma pergunta? A se- A primeira coisa que precisamos falar sobre negocia-
nhora tem algumas roupas no guarda-roupa que a senhora ção é a filosofia Mike Tyson – todo mundo tem um plano
usa há muito tempo e gosta muito? até levar um soco na cara. Um bom negociador tem que
Dona Márcia, a cliente: Sim. estar preparado para as mudanças bruscas de cenários e
Vendedor: Provavelmente a senhora nem se lembra saber tirar o melhor proveito de tudo que acontecer. Po-
mais o quanto pagou pelo produto, mas ainda se beneficia demos dizer que o negociador nada mais é que um mestre
dele, valeu a pena pagar um pouco mais. Se houvesse um em pensar sob pressão.
meio pelo qual eu lhe mostrasse que o preço é mais do que Com as margens cada vez mais curtas, os produtos e
justo e que o produto vale cada centavo que estamos pedin- serviços cada vez mais parecidos em preço e qualidade, a
do por ele, a senhora aproveitaria a nossa oferta de hoje? pergunta é simples: o que as empresas e pessoas precisam

88
MARKETING

não só para sobreviver, mas principalmente prosperarem? negociar não parece certo, elas não acham justo colocar
Simples, fazer com que cada negociação seja única e como preço no produto do outro, ou que o outro coloque preço
tal a mais importante de todas. no produto dele.

Quanto vale um produto? Por que saber negociar?


Falando de maneira objetiva: um produto vale exata- Simples: por causa da zona de convergência. E o que
mente o quanto o cliente paga por ele. É a velha lei de mer- é esta zona de convergência? É a diferença entre o preço
cado – oferta e procura - então o que podemos concluir que o vendedor quer receber e o preço que o comprador
com isto? Que não existe preço fixo; em negócios como na quer pagar; esta diferença nós podemos chamar de gor-
vida, com a exceção do caráter tudo é negociável. dura e quem for melhor em negociação fica com a maior
Outra coisa interessante, é que preço é um valor esti- fatia.
mado, ou melhor, um chute e quanto mais experiente for Negociar
o negociador mais precisa será esta estimativa. Agora cabe A negociação pode ser dividida em duas áreas dis-
ao bom negociador saber trabalhar este valor na mente e tintas:
no coração do oponente.  A comportamental – que a maneira que o nego-
ciador se comporta perante o seu oponente.
Objetivo: relações comerciais duradouras  A técnica – que são as ferramentas de negocia-
Só existe uma relação comercial duradoura, que é ção (tecnologia) que o negociador vai utilizar para alcan-
quando os dois ganham. çar os seus objetivos.
Não importa quanto você ganha agora, o importante
é quanto você quer ganhar com este cliente daqui a 5, 10,  Comportamental
20 ou 30 anos. Ela é dividida basicamente em duas partes: a autocon-
Entenda: Nunca o mercado teve uma quantidade de fiança - que é o quanto você confia em si mesmo e a sua
informações tão acessível às pessoas, isso significa que, se inteligência social - que é a sua capacidade de viver em
você não fez seu cliente realizar um bom negócio, dentro sociedade e saber extrair o máximo de suas relações. Para
do que o mercado tem a oferecer, não se preocupe, al- desenvolver autoconfiança, crie estes hábitos:
guém vai fazer isso por ele. • Aprendizado contínuo – seja um eterno apren-
diz de tudo que está a sua volta, invista tempo e dinheiro
O que é Negociação em você, ou seja, curso, treinamentos, especializações e
A definição clássica é: um sistema de troca, no qual dois principalmente livros.
ou mais indivíduos se envolvem para encontrar a solução • Associação – esteja sempre com os melhor, se
de uma dificuldade que é importante para todos; a nossa nivele por cima, voe com as águias, procure quem é a re-
definição é mais simples e objetiva – negociação é conquis- ferencia em sua área e busque estar próximo dele – como
ta – nós não vamos vencer o outro e sim conquistar. ele pensa, trabalha e principalmente como ele lida com
adversidade?
Por que algumas pessoas não gostam de negociar? • Seja o produto do produto – você tem que ser o
São cinco os motivos básicos do porque as pessoas seu melhor cliente, isto reforça a sua crença e inevitavel-
não gostam de negociar, vamos a eles. mente melhora a sua Atitude.
 Comodismo – devemos entender que negociar dá • Aprenda a falar em público – pessoas que falam
trabalho e para algumas pessoas esta palavra é desconfor- em público tem quatro vezes mais chances de crescer na
tável, elas preferem perder a oportunidade de melhorar a vida do que as pessoas que se escondem; quem não é
situação do que ter que passar por esta situação tão des- visto não é lembrado e se você ontem a noite falou para
confortável que é trabalhar (preguiça). trinta pessoas será que hoje de manhã você vai estar mais
 Vergonha – aqui vamos encontrar um dos sinto- seguro em sentar na frente de um cliente e negociar? Sin-
mas da baixa autoestima – o que o outro vai pensar de ta-se merecedor – ninguém é melhor que ninguém, ape-
mim? Simples o que o outro deixa ou não de pensar é um sar de algumas pessoas “se acharem”, todos nós temos as
problema dele, se você não negociar é um problema seu, nossas vantagens e as nossas desvantagens, como você
cada um com seu problema. vai aproveitar as suas vantagens e trabalhar as suas des-
 Não sabem – simplesmente não fazem a menor vantagens determina aonde você vai chegar na vida, sim
ideia como fazer isto e quando fazem os resultados são você pode, faça acontecer.
desastrosos, então o melhor é não fazer nada. • Observação: nunca confunda autoconfiança com
 Medo – aqui nós temos o maior inimigo do ser arrogância.
humano, o medo, o nosso grande devorador de oportuni-
dades e sonhos; com medo do que pode acontecer é me-  Técnica
lhor não fazer nada. Aqui nós temos uma infinidade de ferramentas, ana-
 Acham desonesto – isto para algumas pessoas lisemos algumas.
pode parecer um absurdo, negociar não é desonesto é o • Ferramentas de influência – são formas de in-
cerne do processo de comercialização de produtos e ser- fluenciar na decisão do outro, vamos falar das mais utili-
viços e a base para a solução de conflitos, mas para outros zadas.

89
MARKETING

• Contraste – que nada mais é que, colocar um Fechamento por Liderança


produto de alto valor junto de produto normais para fa- Sinal óbvio: quando o prospecto pergunta: “Para quem
zer com que o preço dos produtos normais fique barato. mais, aqui na empresa, você já vendeu?”.
• Reciprocidade – o ser humano tem uma neces- As pessoas são extremamente influenciadas em saber
sidade enorme de tentar retribuir um favor com outro fa- se você já vendeu a alguém proeminente na empresa ou
vor, ajude ao seu oponente no negócio dele que ele o na comunidade.
ajudará no seu.
• Recusa e retrocesso – demonstre interesse em Detalhes do Fechamento
algo que você não quer e depois troque isto por algo que  Não fale alto.
você quer.  Controle a tonalidade da voz. Seja natural.
• Rapport – de uma maneira bem simples é: fique  Não olhe para os olhos do cliente, na hora do fe-
parecido com o outro através dos gestos, se o oponente chamento.
está com a mão no queixo coloque você também a mão  Evite dar muitas opções para a pessoa escolher.
no queixo, isto cria identificação e abre os canais de co-  Saiba calar-se. Se você der fechamento e o pros-
municações; as pessoas gostam do que é parecido, fami- pecto ficar calado, deixe-o em silêncio, não fale nada, dê
liar. tempo para ele pensar. Deixe que ele quebre o silêncio.
• O poder do silêncio – uma das principais ferra-  Se o cliente disser “preciso pensar no assunto”,
mentas do negociador é o silêncio; pois, ele força o outro diga “Senhor João, quanto mais rápido o senhor tomar a
a pensar, desarma tensões e cria alternativas. decisão, mais rápido o senhor estará com o seu [Produto].
Imagine...”
Técnicas de Fechamento  Não fale demais. Vendedor que fala demais sobre
A hora do fechamento pode ser considerada a mais o produto tem medo da rejeição. Aí ele não consegue dar
decisiva e, paradoxalmente, mais negligenciada da arte fechamento.
de vender. É muito comum encontrarmos vendedores
que são ótimos em relacionamentos, não têm medo de Evite o “Remorso da Compra”
trabalhar, contatam muito bem seus prospectos mas, na  Dê sempre um cortês obrigado ao completar a
hora de fechar a venda, tremem na base. Se você não tiver venda.
a habilidade de fechar o negócio, você terá apenas feito  Diga sempre ao seu prospecto que ele tomou uma
uma visita social ao seu prospecto, e não uma venda. É decisão brilhante ao comprar.
como chegar na pequena área, sem goleiro, e não chu-  Não saia correndo, crie relacionamento.
tar a gol. Existem inúmeras técnicas de fechamento, cada  Não falte com algo que você prometeu.
uma adaptável a determinadas situações. Com o tempo,  Mantenha contatos constantes com o cliente.
você mesmo desenvolverá sua própria técnica. A seguir,  Faça a pergunta mágica do networking: “Senhor
vamos citar algumas técnicas básicas, que podem ser usa- João, antes que eu saia, gostaria de fazer uma pergunta.”
das mais frequentemente. “Sim, pois não?” “Eu estou sempre tentando me melhorar
como profissional e o senhor falou que já tinha analisado
Fechamento Assumido outros consórcios. Por que o senhor comprou comigo e
Você assume que o cliente já tomou a decisão de não com eles?” Escute atentamente. Agora ele vai vender
comprar. você.
“O senhor vai pagar em cheque ou dinheiro?” O clien-
te responde: “Eu gostaria de pensar um pouco.” “Eu sei Pós venda
que o senhor vai aproveitar muito bem as facilidades que A venda só começa realmente no pós-venda, afinal de
nós da [Empresa] temos para o senhor ofertar o melhor contas, você não quer vender para aquele cliente só uma
lance. Assine aqui.” vez, você quer vender sempre. A chave para o pós-ven-
“O senhor prefere que a correspondência vá para o da são os serviços. Bombardeie seu cliente com serviços
seu endereço comercial ou residencial?” continuamente. Esteja sempre disposto a ajudar, mesmo
“Senhor João, qual o seu nome completo e CPF?”. que aquilo que o cliente esteja precisando não seja aquilo
que você vende (use sua rede de contatos para isso). For-
Fechamento Carinhoso neça serviços ao seu cliente até que ele se sinta culpado
Usado quando uma família está tomando uma deci- em fazer negócio com outras pessoas. Quando ele pensar
são. em ligar para seu concorrente, vai dar uma dor no coração
“Sabe uma coisa Márcia, você é uma jovem de muita dele, ele vai se sentir traindo um grande amigo (o que na
sorte”. realidade você passou a ser).
“Por que?”. O cliente quer mimos. Em longo prazo, não são as
“Por ter um pai tão maravilhoso como o seu, que se grandes vendas que assegurarão a fidelidade do seu clien-
preocupa tanto com a filha. Quantas pessoas gostariam te, são os pequenos atos do dia-a-dia.
de ter um pai como o seu. Eu espero que você o estime Assegure-se, porém, que esses mimos não tenham
muito”. apenas um valor suposto por você, mas que tenham a qua-
lidade desejada pelas pessoas.

90
MARKETING

Todos os dias, quando pensar em um determinado zação está com dificuldade em finalizar uma venda,
cliente, pense: o que posso fazer para tornar a vida de o uso de uma solução de Business Intelligence pode
meu cliente mais fácil? indicar onde está o gargalo e ajudá-lo a corrigir a
Serviço, serviço, serviço! Este é o segredo do sucesso rota o quanto antes.
em vendas em longo prazo. Por exemplo, se a prospecção está a todo vapor,
mas as propostas não estão evoluindo para a fase de
A finalidade do ser humano negociação, pode ser que tenha algum erro de abor-
Todo ser humano quer, em sua essência, apenas uma dagem no escopo ou que o preço do serviço esteja
coisa: ser feliz. O que o impede de alcançar plenamente esta muito fora do praticado pelo mercado.
felicidade é o fato de não assumir algumas responsabilida- Além disso, com a ferramenta de análise de dados,
des: ainda é possível identificar os talentos da sua equipe
 Permaneça impecável com a sua palavra. comercial por etapa do funil. Pode ser que tenha um
 Não leve nada para o lado pessoal. vendedor que não seja tão bom no momento da pros-
 Não tire conclusões precipitadas. pecção, mas que se apresente como um ótimo nego-
 Não confunda gratidão com acomodação. ciador no fechamento do contrato. Explorar os dados
 Sempre dê o melhor de si em tudo.4 com profundidade só contribui de forma positiva para
o sucesso do seu negócio.
 
Avalie as oportunidades
ANÁLISE E CONTROLE DE VENDAS. Essa é uma ótima possibilidade para  aplicar inteli-
gência no gerenciamento do pipeline de vendas. Mui-
tas vezes, os gestores focam-se apenas na evolução
das negociações e deixam de considerar as pequenas
Em um processo de vendas, não é raro encontrar ges- e médias oportunidades de novas oportunidades. Uma
tores indecisos sobre quais os próximos passos que devem gestão do ciclo de vendas madura e assertiva também
seguir para concretizar a negociação. Dependendo do serviço favorece o cross e up-selling.
oferecido pela sua organização, você pode contar com ciclos  
de vendas diferenciados por ofertas e maturidade de clientes. Conheça o processo de compra do seu cliente
E sem uma análise criteriosa das informações, a compreensão Ter acesso aos dados para construir projeções que
do modelo comercial pode ser mal sucedida. se confirmem ao longo da jornada de compra é uma
Uma forma de facilitar a gestão do pipeline de ven- estratégia que garante bons resultados de vendas.
das é com o uso de uma ferramenta de Business Intelli- Saber em que momento o seu cliente vai comprar
gence, que possibilita fazer uma análise de dados precisa ajuda a definir as campanhas de marketing para cada
e controlar cada etapa do processo de venda na empresa. etapa e também permite controlar a margem de esto-
Confira as melhores práticas para ter um planejamen- que, a reposição de itens e aumentar a rentabilidade,
to comercial assertivo e tomar a melhor decisão para au- diminuindo os custos desnecessários. 5
mentar a rentabilidade da organização.
  O que deve ser analisado em cada período
Inteligência na análise dos dados
O acompanhamento dos indicadores do pipeline de  Diariamente
vendas, por meio do Business Intelligence, é o que vai A análise diária visa prever quais são os compro-
determinar se as projeções de vendas estão precisas ou missos de seu dia de trabalho em vendas e mensurar
não e o que precisa ser feito para torná-las mais factíveis. o tempo necessário para executá-los. Nesta análise,
Por isso, é importante analisar com profundidade as não basta observar quais ações serão feitas, mas saber
informações trazidas individualmente por cada vendedor quais trarão um resultado mais rápido.
e cruzar esses dados com o pipeline como um todo. É  Semanalmente
desta forma, que você conseguirá ter o controle analítico Semanalmente, é importante identificar em quan-
sobre o desempenho da sua equipe comercial e desco- tos e em quais estágios do processo de vendas estão
brir onde estão ocorrendo as possíveis falhas e perdas os potenciais clientes; quais pessoas devem ser envol-
de oportunidades. É a chance de fazer um controle com- vidas no processo para aumentar suas chances de ven-
parativo dos clientes e traçar abordagens personalizadas der; quanto da meta mensal já foi alcançada e quais
para cada um. clientes antigos precisam de um contato e atenção.
  Fazer isso no início da semana, ajudará a organi-
Como agir em cada etapa do funil de vendas zar sua agenda e alinhar algumas atividades com ou-
O processo de vendas possui etapas distintas e, por tras pessoas, além de determinar a prioridade de cada
isso, ter uma análise correta de cada situação é funda- ação e quais poderão ser postergadas caso surjam im-
mental para determinar ações rápidas. Se a sua organi- previstos

4 Fonte: www.cld.pt 5 Por Bruno Guerra

91
MARKETING

 Mensalmente O controle de vendas não é apenas uma planilha ou


Mensalmente, você deve analisar quantos prospects um relatório com as vendas realizadas, seus valores e datas.
foram abordados, quantos se tornaram clientes potenciais, Ele abrange tarefas diversas relacionadas à área de vendas
quantos clientes novos foram conquistados, quantos antigos efetivadas, perdidas e previstas, ou seja, compras, estoque,
voltaram a comprar e quantos não compraram naquele mês. exposição, precificação, negociação, forma de entrega (se
Além disso, é importante identificar seu desempenho existir) e demais fatores influentes nesse contexto.
com relação à meta estabelecida, quanto ele contribuiu Essa ferramenta de controle ampla permite que o ges-
para a meta da equipe e considerar se alguém teve uma tor avalie as operações de forma mais abrangente e efi-
performance melhor que a sua e se alguma prática dessa ciente. Assim, consegue identificar possibilidades de me-
pessoa pode ser uma inspiração para que você melhore lhoria e correções necessárias, o que gera consequências
seu desempenho. nos resultados em pontos diversificados do negócio.
 Anualmente Além disso, o controle de vendas pode gerar percep-
A análise anual deve avaliar como foi o desempenho ções que outras tarefas sozinhas não são capazes de gerar.
de seu segmento de mercado e compará-lo com o de sua Por exemplo, a gestão de compras trabalha para que as
empresa. Verificar se a meta anual da equipe foi atingida aquisições da empresa sejam as mais vantajosas possíveis.
e qual sua contribuição, além de definir objetivos relacio- Para isso, utiliza indicadores que auxiliam a tomada de de-
nados ao desenvolvimento pessoal ou de carreira para dar cisões.
um sentido ao trabalho diário. Porém, mesmo com as melhores escolhas, essa ges-
tão sozinha não consegue vislumbrar o todo. Vendas po-
Responsabilidades na análise de resultados dem ser perdidas por não haver contrato de recorrência
com fornecedores – o que pode ocasionar, neste caso, a
 Diretoria ausência de mercadoria por algum tempo pequeno, mas
Os diretores devem, com base na análise dos resulta- relevante.
dos, identificar possíveis necessidades de ajuste no pro- Em suma, a importância está na ferramenta ser capaz
cesso de vendas da empresa, definir as metas anuais e de melhorar os resultados de vendas trabalhando junto às
mensais, programas de bonificação para as equipes, buscar operações de setores distintos.
parcerias com outras empresas e a necessidade de novos
produtos. Benefícios do controle de vendas
 Gerente Gerenciar vendas dessa forma é diretamente benéfico
O gerente é o responsável por identificar e analisar os ao processo. E como os benefícios se estendem a tarefas
níveis de satisfação dos clientes, a forma como são atendi- e departamentos distintos, proporciona um desempenho
dos e quais os principais problemas que relatam. Além de melhor na organização como um todo. Além disso, o con-
gerenciar as expectativas da equipe de vendas, comparar o trole de vendas garante que os negócios efetivados de fato
percentual de contribuição de cada um para o alcance das representem lucro, pois gargalos e demais problemas de
metas, definir a necessidade de treinamentos, verificar as pré e pós-vendas podem ser identificados e corrigidos.
necessidades de apoio e motivar os vendedores.
 Vendedor Veja, agora, cinco benefícios do controle de vendas e
O próprio vendedor é o principal responsável por seu como eles somam ao negócio.
desempenho individual. Suas principais métricas são: taxa
de conversão, percentual de novos clientes, número de ‘1. Geração de mais oportunidades de vendas
vendas para clientes da base, percentual de contribuição Vários fatores influenciam as oportunidades, e alinhá-
de vendas para novos clientes e para a base no atingimen- -los é a chave para não perdê-las, gerar novas e converter
to da meta, ticket médio de compra e percentual de vendas a maior parte possível delas em vendas.
por produto. Quando a exposição de produtos não é adequada, por
Por fim, é necessário destacar que, em vendas, a análi- exemplo, menos oportunidades são geradas. Então, ava-
se de resultados deve prever momentos de sazonalidade, liar e perceber as mudanças necessárias é o caminho para
caso contrário, a equipe de vendas pode ficar extremamen- atrair possíveis compradores.
te desmotivada por não atingir a meta em alguns momen- Caso haja uma deficiência nas aquisições, a falta de
tos do ano ou iludida por estourar a meta em alguns outros produtos fará com que contatos e visitantes cheguem à
meses.6 empresa, mas não comprem. Neste caso, qualificar a ges-
tão de compras para atender aos desejos do público fará
Controle de Vendas com que as pessoas que chegam à marca prontas para
O controle de vendas é, na verdade, uma ferramenta comprar encontrem o que procuram.
usada na coleta de dados de tudo que for relativo à área E se o negócio dispor de dados de clientes, como em
de vendas de determinado empreendimento — o que vai vendas mais complexas e que abrangem negociação — ou
desde o orçamento até a venda em si. Periodicamente, esta que sejam online —, estudá-los tende a aumentar oportu-
ferramenta dará ao empreendedor um relatório gerencial, nidades. Desenvolver uma abordagem personalizada, por
em que relacionará todas as informações da área. exemplo, certamente levará mais pessoas a fecharem ne-
6 Fonte: www.hipolabor.com.br gócio.

92
MARKETING

Apenas através da identificação de oportunidades, o Em razão desses benefícios, a organização pode alcan-
controle de vendas influencia e aperfeiçoa gestão de es- çar uma melhor cultura de investimento, uma vez que cada
toque e compras, departamento comercial e, até, as ações melhoria demanda alocação de dinheiro, esforços e pes-
de marketing. soas. E quanto melhor for o investimento nesses quesitos,
maior é a margem de lucro — ainda que o ticket médio
2. Aperfeiçoamento do follow-up não aumente.7
As melhores oportunidades dependem apenas de Como podemos ver,planejar o crescimento do seu ne-
mais uma visita ou ligação para se tornarem vendas. Por gócio está na agenda de todo empreendedor. Uma forma
isso, ter o controle e o domínio de seus fatores influentes eficaz de fazer isso é  acompanhando o desempenho da
faz com que o follow-up nunca seja esquecido. empresa fazendo um controle de vendas efetivo enquanto
Além disso, através do mapeamento de clientes fei- ela ainda é pequena.
to já no momento da identificação das oportunidades, o Isso ajuda a direcionar as decisões e concentrar os es-
vendedor responsável por fazer o follow-up pode identifi- forços nas áreas que mais precisam de atenção.
car como atuar de forma certeira para dar o último passo Para identificar as análises mais importantes, o primei-
rumo ao fechamento de cada novo negócio. ro passo é registrar organizadamente as informações. Um
bom software de gestão ajuda nessa tarefa, gerando rela-
3. Aperfeiçoamento da avaliação do desempenho geral tórios e permitindo a análise de seus dados de uma forma
A ferramenta, pela sua abrangência, qualifica a análi- estruturada.
se de desempenho da empresa, já que, além das vendas Essa é a forma mais eficaz de conhecer, de fato, o de-
em si, permite medir números de outras áreas e tarefas e sempenho da sua empresa e identificar oportunidades de
relacioná-los para obter respostas mais úteis ao gerencia- melhoria. Mas não se assuste: existem opções variadas,
mento do negócio. adequadas ao bolso da sua empresa, mesmo que ela seja
Por exemplo, é possível saber quais vendedores ge- ainda muito pequena.
ram mais resultados e também qual é a taxa de conversão As vendas são, comumente o front do negócio; um
dos principais geradores de caixa em qualquer empresa.
dos orçamentos e propostas em negócios. Isso torna a ob-
Logo, o domínio desse processo é um dos primeiros pontos
servação e o estabelecimento das metas mais inteligentes
de controle com o qual todo empresário deve se preocupar.
e relevantes, pois o gestor entende como se chegou aos
números obtidos e como ele pode alterar positivamente
Listamos abaixo 6 dicas para que você tenha um con-
esse caminho.
trole de vendas efetivo e aumente a lucratividade do seu
negócio. Confira:
4. Personalização e qualificação do atendimento
1.  Registre todas as operações em seu controle de
Todo cliente ou prospect é diferente, mas às vezes é
vendas
impossível classificá-los um a um pelo grande volume. No Para que você possa gerar relatórios, as informações
entanto, a empresa sempre pode segmentá-los de acordo das transações precisam estar disponíveis. Tenha em mãos
com características em comum percebidas nos dados ob- o registro completo de qualquer venda realizada, incluindo
tidos no mapeamento. dados como:
Dessa forma, a empresa se torna mais assertiva em • Produtos vendidos;
todas as suas ações, seja no marketing ou na área comer- • Preço unitário e total;
cial. E o pós-venda, de maneira ativa ou passiva, consegue • Forma de pagamento;
manter a satisfação dos clientes e, até, fidelizá-los. • Dados do cliente.
Essas informações podem dar indicações sobre infor-
5. Melhoria da precificação de produtos e serviços mações muito importantes, por exemplo:
O básico de uma precificação é fazer a análise do • Quais são os produtos mais vendidos;
ponto de equilíbrio financeiro e atribuir a margem de lu- • Quais são comprados em conjunto;
cro. Porém, outros elementos podem tornar esse proces- • Como seus clientes preferem pagar suas compras.
so padrão insuficiente. De posse desses dados, você tem um melhor planeja-
Por exemplo, se um produto fica muito tempo em es- mento de estoque, pode fazer promoções com itens com-
toque, seu valor de venda para cobertura dos gastos e binados e ainda oferecer formas de pagamento atrativas.
geração do lucro pode precisar de reajuste. E como o con-
trole compreende também os dados de estoque, a ferra- 2. Acompanhe o desempenho da equipe de vendas
menta permite tal avaliação para a tomada de decisão. A equipe de vendas pode determinar o sucesso ou fra-
O mesmo pode ocorrer com a prestação de serviços. casso da empresa. Saber quem é o seu melhor vendedor
Quando a negociação é longa e complexa, o preço pro- e os canais mais efetivos são informações capazes de ge-
jetado internamente quando o cliente em potencial fez o rar uma grande economia na sua empresa. Quando você
primeiro contato já pode estar defasado. Para identificar olha apenas o faturamento total, pode não perceber que
essa hipótese, além do percentual de lucro e dos gastos tem vendedores de baixa performance no time ou que in-
envolvidos, a empresa precisa mapear todo o processo veste em canais que não trazem o retorno almejado.
de vendas. 7 Fonte: www,blog.financas360.com.br

93
MARKETING

Defina a periodicidade mais adequada de acordo com Listamos alguns exemplos de indicadores que podem
o segmento em que atua, e analise com cuidado a contri- ser úteis para você e como calculá-los, caso você não tenha
buição de cada vendedor para o resultado geral da em- um sistema que gere automaticamente um relatório com
presa. Você pode dividir o total de vendas pelo número de esses dados:
vendedores para achar a média e depois comparar com o  Custo de aquisição de cliente (CAC)
resultado de cada vendedor individualmente, por exemplo. Quanto é o desembolso de sua empresa por cada novo
cliente? Esse valor é lucrativo para a empresa? Quanto tem-
3. Mapeie o fluxo das vendas po cada novo cliente tem que permanecer na empresa para
No varejo, com margens de lucro cada vez mais enxu- que se torne lucrativo?
tas, trabalhar com previsões é mandatório para quem de-  Fórmula de cálculo
seja continuar no mercado. Algumas perguntas precisam Divida o valor total de investimento em marketing pelo
ser respondidas para que um gestor possa ter seu negócio número de novos clientes naquele período.
preparado para as demandas dos clientes:  Taxa de conversão de clientes
• Quais são as datas comemorativas que atraem Qual o percentual efetivo de atendimentos que ge-
meus clientes? ram vendas de fato? De cada novo lead recebido, quantos
• Existe sazonalidade? clientes de fato concluem a compra?
• Quais os dias da semana e do mês em que a equi-  Fórmula de cálculo
pe precisa estar completa na loja, por serem os mais mo- Divida o número total de leads recebidos em todos os
vimentados? canais pelo número de vendas realizadas no mesmo pe-
• Em que horário do dia as vendas acontecem com ríodo.
maior concentração?  Ticket médio
Qual o valor médio, em reais de cada venda realizada?
4. Conheça seus clientes  Fórmula de cálculo
Um atendimento encantador faz toda a diferença. Além Divida o faturamento total pelo número de vendas do
do treinamento de vendas e pós-vendas, é essencial que você período
otimize o relacionamento com seus clientes. Use suas fer- Para avaliar permanentemente se está no caminho cer-
ramentas de controle de vendas para fornecer ao seu time to, o empreendedor deve ter em mãos suas principais me-
informações úteis sobre eles. Para que isso funcione, mante- tas e saber como está o desempenho atual frente a esses
nha seus bancos de dados constantemente atualizados. objetivos.
Programas de fidelização, medição de satisfação e re- Avalie continuamente como você pode otimizar os re-
conhecimento do valor do relacionamento dele com a em- sultados e utilize todo o aprendizado gerado pelo controle
presa podem ser um diferencial importante e fazem com de suas vendas para desenvolver seu time de vendas, mu-
que o cliente se sinta valorizado. ni-los de informações relevantes e alavancar cada vez mais
o crescimento do seu empreendimento.8
5. Organize sua empresa
Não importa o tamanho da sua empresa: para que suas
vendas sejam efetivas, todos os processos relacionados a
ela devem estar em sintonia e encadeados. Afinal, gerir o
gasto com estoque otimiza o fluxo de caixa por exemplo. CONQUISTA E MANUTENÇÃO DE CLIENTES.
A gestão financeira da empresa também pode se be-
neficiar dos controles mais efetivos. Em uma empresa or-
ganizada, informações sobre produção, vendas, estoque,
fechamento de caixa e resultados operacionais estão or- Os clientes são patrimônios, precisam ser administra-
ganizadas em relatórios fáceis de consultar e de entender, dos e maximizados. A razão da existência de uma empre-
permitindo que o empreendedor foque cada vez mais em sa é atender necessidades e desejos, os clientes são quem
decidir os rumos estratégicos da empresa com mais segu- demandam produtos e serviços, sua atividade deve girar
rança e informações precisas. em torno de seus consumidores e não somente de seus
Um bom controle organizacional — além de melhorar produtos.
a gestão e facilitar o controle contábil e fiscal — aumenta a O marketing visa à construção de relacionamentos
credibilidade da empresa com fornecedores e instituições com a clientela através do estudo de necessidades para
financeiras que valorizam as informações recebidas de for- estruturar um valor superior que seja seu diferencial. Para
ma mais profissional e estruturada. a empresa realizar esse estudo é preciso estar atenta aos
hábitos dos consumidores.
6. Crie étricas e metas Atualmente a demanda é muito diversificada, produ-
Ninguém consegue melhorar aquilo que não consegue tos e estratégias de massa já não surtem tanto efeito. Por
medir. Além das métricas tradicionais de quantidade e va- isso, as empresas investem na construção e manutenção
lor das vendas, o empreendedor deve definir quais dados de relacionamentos com seus clientes de forma mais per-
necessita para ter um controle mais efetivo da performance sonalizada.
da empresa. 8 Fonte: www.blog.egestor.com.br

94
MARKETING

Não basta apenas conquistar novos clientes, é necessário também manter os antigos e induzi-los a novas compras que
satisfaçam suas futuras necessidades. Perder um cliente é mais que perder uma venda, significa deixar de ganhar o valor
de todas as compras que ele faria.
A gestão de relacionamento com o cliente vai além da satisfação, busca o encantamento visando retê-lo e fidelizá-lo.
Para isso cria-se um banco de dados com informações pertinentes aos atuais e possíveis consumidores, que contenha:
dados comportamentais (preferências, frequência de consumo, histórico de compras), psicográficos (opiniões, interesses
e atividades), geográficos (continente, país, clima) e demográficos (idade, renda, aniversário). Esses dados fornecem a em-
presa uma perspectiva dos níveis de lucratividade, satisfação, retenção e fidelidade, identificando como os clientes são e
de qual maneira se comportam.
As empresas coletam as informações nos pontos de interação com o consumidor, através do contato direto com
vendedores, visitas a página na Internet, ligações para o serviço de atendimento ao cliente e até mesmo por pesquisas
de satisfação. Mas para o sucesso do uso de banco de dados ocorrer, é preciso saber quais informações serão cruciais na
pesquisa e análise para o cumprimento dos objetivos organizacionais. O banco de dados é apenas parte da gestão de rela-
cionamento com o cliente, afinal, a interação acontece entre pessoas. O software pode analisar os dados, mas não interagir
de forma direta e pessoal.
A vantagem na gestão de relacionamento é a construção de uma relação mais sólida, entender com clareza as expec-
tativas dos consumidores e manter níveis mais altos de atendimento e satisfação por meio de ajustes em produtos e na co-
municação. Outra vantagem é encontrar clientes com potencial acima da média, e desenvolver uma relação mais exclusiva
com eles ao criar ofertas ajustadas às suas exigências e fazer vendas cruzadas.
A empresa deve se voltar a atender quem realmente dá lucro as suas atividades fins e tentar traçar estratégias para
transformar os consumidores que não dão lucro em clientes potencialmente lucrativos.
O ato de conquistar e manter clientes exige mais do que um bom produto e um canal de relacionamento eficiente.
A verdadeira exigência está na demanda, em saber ouvi-la, compreender, planejar e coordenar a organização inteira de
maneira integrada para construir relacionamentos prósperos e duradouros, se baseando em entender e atender uma ne-
cessidade, e não no esforço de vender produtos desnecessários que não agreguem valor. Este é o segredo da existência a
longo prazo na relação entre empresa e consumidor.9

É fundamental entender as mudanças no comportamento do cliente para compreender a importância do relaciona-


mento e conseguir assim atender a necessidade que esse cliente apresenta, superar sua expectativa e fazer com que ele dei-
xe de ser seu cliente por conveniência e passe a ser um cliente por convicção, levando-o à fidelidade para com sua empresa.

9 Fonte: www.administradores.com.br

95
MARKETING

Vejamos então agora, de que forma o marketing de relacionamento influencia na conquista e manutenção de
clientes.

Há algum tempo, resumia-se marketing em uma ligação do executivo-chefe para a gerência administrativa em que
se utilizavam truques para iludir o cliente, persuadindo-o a comprar os produtos daquela empresa. Atualmente, segundo
Kotler (2006), o marketing não é visto como uma função e sim uma forma de fazer negócios, e não está restrita a um depar-
tamento; todos dentro da empresa devem ter a consciência, desde a moça que serve o cafezinho até o mais alto executivo.
Hoje as empresas têm que estudar muito bem o mercado e, principalmente, seu público alvo, para poder atender da
melhor forma suas necessidades. Nesse sentido, o marketing de relacionamento apresenta o conceito de intangibilidade
de um produto ou serviço e trabalha com a área subjetiva da mente do consumidor, lutando para que ele realmente se
torne leal à sua marca.
Portanto, o marketing de relacionamento é um conjunto de estratégias que visam ao entendimento e à gestão do re-
lacionamento em todos os pontos de contato entre uma empresa e seus públicos, atuais e potenciais, com o objetivo de
aumentar a percepção do valor da marca e a rentabilidade da empresa ao longo do tempo.
Em outras palavras é fazer com que o consumidor valorize a marca para que o empresário tenha um cliente cada vez
mais rentável. Assim, com o marketing de relacionamento pressupõe-se a capacidade de entender o consumidor e de gerir
o relacionamento entre ele e a empresa, utilizando três disciplinas: o marketing direto, o marketing digital (hoje presente na
Internet, nos celulares e na TV interativa) e o chamado database marketing, o banco de dados dos clientes (CUNHA JR., 2005).

96
MARKETING

Kotler (2005, p. 21) afirma que o marketing de re- Além disso, o marketing de relacionamento:
lacionamento diz respeito “a relacionamentos de troca  É um esforço contínuo e colaborativo entre o
voluntários e mutuamente satisfatórios”. Sob essa pers- comprador e o vendedor. Desse modo, funciona em tem-
pectiva, marketing de relacionamento pode então ser en- po real.
tendido como  Exige reconhecimento do valor dos clientes por
uma filosofia de administração empresarial baseada seu período de vida de consumo e não como clientes
na aceitação da orientação para o cliente e para o lucro ou organizações individuais que devem ser abordados a
por parte de toda a empresa, e no reconhecimento de que cada ocasião de compra. Ao reconhecer o valor do perío-
se devem buscar novas formas de comunicação para esta- do de vida - ou vitalício -, o marketing de relacionamento
belecer um relacionamento profundo e duradouro com os procura unir progressivamente a empresa aos clientes.
clientes, prospects, fornecedores e todos os intermediários,  Exige também a construção de uma cadeia de
como forma de obter uma vantagem competitiva susten- relacionamentos dentro da organização para criar o valor
tável. (CAMILO JR., 2005, p. 2) desejado pelos clientes, assim como entre a organização
Para tanto, são usadas as ferramentas de Database e seus principais participantes, incluindo fornecedores,
Marketing, Telemarketing e Comunicação Dirigida, as- canais de distribuição intermediários e acionistas. (GOR-
sentando-se sobre informações, conhecimento (knowled- DON, 2002, p.32)
ge-based) e experiência (experience-based) e visando ao
desenvolvimento de estratégias que objetivem, entre ou- Para o autor acima citado, a empresa de marketing
tros, o aumento da lealdade e o incremento das vendas. de relacionamento procura cativar o cliente interativa-
Na concepção de Gordon (2002), o marketing de mente nas diversas etapas de criação de valor, buscando
relacionamento é o processo contínuo de identificação meios inovadores para desencadear benefícios novos e
e criação de valores com clientes individuais e o com- significativos para ele. E, em seguida, a empresa desejará
partilhamento de seus benefícios durante uma vida toda compartilhar o valor dos benefícios recentemente criados
de parceria. Isso envolve a compreensão, a concentração para o cliente, esteja ele relacionado com a escolha das
e a administração de uma contínua colaboração entre características ou de funcionalidades, rápida entrega do
fornecedores e clientes selecionados para a criação e o produto ou do serviço, comunicações oportunas ou qual-
compartilhamento de valores mútuos por meio de inter- quer outro aspecto do pacote de benefícios. Portanto, o
dependência e alinhamento organizacional. papel da gerência de relacionamento inclui a responsa-
Acrescenta ainda esse mesmo autor que o marketing bilidade de escutar o cliente e integrar comunicações,
de relacionamento deriva dos princípios do marketing tecnologias, pessoas e processos colaborativamente com
tradicional, ainda que seja bem diferente. Ele pode ser de- ele.
finido como o processo de identificação e satisfação das Para Gangana (2001), o marketing de relacionamen-
necessidades do cliente de um modo competitivamente to, por ser considerado um forte instrumento, é capaz de
superior, de forma a atingir os objetivos da organização. exercer melhorar os processos organizacionais. Ele é um
Assim, por meio do marketing de relacionamento: conjunto de estratégias que visam a identificar e satisfa-
 Procura-se criar um valor para os clientes e com- zer as necessidades do consumidor.
partilhar esse valor entre o produtor e o consumidor; É importante lembrar que a função do gerente de
 Reconhece-se o papel fundamental que os clien- relacionamento é nova em muitas empresas. Este profis-
tes individuais têm, não apenas como compradores, mas sional estará disponível para o cliente e trabalhará com
na definição do valor que desejam. Anteriormente espe- ele para garantir que ambos obtenham o valor que pro-
rava-se que as empresas identificassem e fornecessem curam. Ele comandará também um processo interno de
esse valor a partir daquilo que elas consideravam como revisão e avaliação da criação com todos aqueles que li-
um produto. Com o marketing de relacionamento, o dam com o cliente pelo uso de tecnologia e processos de
cliente ajuda a empresa a fornecer o pacote de benefícios negócios colocados em prática pela empresa com este
que ele valoriza. O valor é, assim, criado com os clientes propósito.
e não por eles. Segundo Gordon (2002, p.39), “[...] o gerente de rela-
 Exige-se que uma empresa, em consequência de cionamento trabalha com os responsáveis pelas decisões
sua estratégia de marketing e de seu foco sobre o cliente, e pelas influências que fazem parte do processo colabo-
planeje e alinhe seus processos de negócios, suas comu- rativo através do qual os clientes se envolvem na compra,
nicações, sua tecnologia e seu pessoal para manter o va- incluindo os criadores de especificações dentro das em-
lor que o cliente individual deseja (GORDON, 2002, p.32). presas clientes e aqueles dentro da empresa que se co-
 Observa-se que o marketing de relacionamento municam com os clientes e criam os valores desejados.”
exige um esforço contínuo por parte de todos envolvidos O marketing de relacionamento oferece uma opor-
no processo organizacional, ou seja, um esforço integra- tunidade para a empresa e o profissional de marketing
do de todos para identificar, construir, manter e aprimo- romperem com as estruturas existentes e fixarem-na
rar bons relacionamentos com clientes, em um processo dentro da mente e da carteira do cliente. E o marketing
de troca de benefícios que durem por muito tempo, cul- de relacionamento oferece ao profissional de marketing
minando na fidelização de clientes. uma chance para ajudar a empresa a crescer em um am-
biente competitivamente desafiador.

97
MARKETING

Segundo Bretzke (2000), para que a organização possa Outros estudiosos enfatizam que a cultura é o ador-
competir no mercado de forma satisfatória é necessário criar no social e normativo que segura a organização. A cultura
e manter relacionamento com cada um de seus clientes. expressa os valores e crenças que os membros da organi-
Na concepção de D’Angelo, Shneider, Larán (2006), zação partilham. Estes valores manifestam-se por símbolos
o marketing de relacionamento é capaz de oferecer van- como mitos, rituais, histórias, lendas e uma linguagem es-
tagens às empresas. Para tanto, é preciso que exista uma pecializada, por isso refere-se à mensagem não escrita e a
combinação de alguns elementos, tais como a cultura or- maior parte das vezes inconsciente que preenche a lacuna
ganizacional e as estratégias, que remetam cada ação a um entre o que formalmente deveria existir e aquilo que na
princípio fundamental, garantindo sinergia e reforço cons- realidade acontece; envolve filosofias, ideologias, valores,
tante. crenças, expectativas e normas partilhadas. (SANTANA, DIZ,
Os autores citados enfatizam que a combinação dos 1996).
elementos cultura e estratégias organizacionais abarca o A Cultura Organizacional é, portanto, moldada pelos
tangível e o intangível, uma vez que inclui crenças, valo- membros da organização de maneira como eles percebem,
res, conhecimentos, habilidades e recursos diversos que se pensam e agem. O foco da maioria dos esforços de mu-
traduzem na chamada cultura empresarial e nas diretrizes dança organizacional é a cultura de uma organização. As-
estratégicas, estejam elas formalizadas ou não (D’ANGELO, sim, as ações de melhoria organizacional atingem direta e
SHNEIDER, LARÁN, 2006). positivamente os processos organizacionais.
Em uma cultura organizacional é preciso levar em con- A partir de uma cultura organizacional bem estrutu-
sideração os aspectos culturais e civilizatórios do sistema rada é possível a adoção de estratégias de marketing de
como um todo, para que seja possível oferecer alternativas relacionamento. Para Gordon (2000), a estratégia visa a de-
para as crises e problemas inerentes de um sistema que senvolver as capacidades subjacentes necessárias ao apri-
está enfrentando os desafios da imprevisibilidade e em moramento do relacionamento com o cliente.
constante mutação. Para D’Angelo, Shneider, Larán (2006), o exame cuida-
Segundo Chiavenato (2006), a cultura é um assunto doso das características do mercado e dos clientes deve
amplo, envolvendo diversas abordagens e análises, que fornecer indicações quanto à pertinência da adoção de
se complementam e em alguns casos se contrapõem. Há, uma estratégia baseada em relacionamentos individuais.
contudo, um consenso de que só o homem é portador de Em mercados de consumo final, produtos e serviços de alto
cultura; por isso, só ele a cria, a possui e a transmite. As- envolvimento e caracterizados por demanda relativamente
sim, a cultura está presente em todas as manifestações e inelástica são os espaços ideais para a adoção do marke-
realizações humanas, no trabalho, no lazer, no lar, enfim, a ting de relacionamento. Desse modo, o produto ou serviço
cultura está em todas as organizações. central da empresa deve ser forte a ponto de permitir que
Na concepção de Prestes (1997), os pressupostos bá- se construa, em torno dele, uma série de agregações de
sicos, os costumes, as crenças e os valores, bem como os valor que incentivem o relacionamento.
artefatos que caracterizam a cultura de uma organização, Assim, sem esses componentes, cultura e estratégia
trazem a marca de seus correspondentes na cultural na- (CRM - Customer Relationship Management - Gerencia-
cional. Assim, cada organização delimita uma cultura orga- mento do Relacionamento com os Clientes), programas de
nizacional única, gerada e sustentada pelos mais diversos fidelidade, entre outros, tornam-se atividades comprome-
elementos e formas. Isso significa que a cultura organiza- tidas com ações estanques e de impacto limitado.
cional sofre grande influência de seus fundadores, seus lí- Segundo Brent Frei (apud GREENBERG, 2005, p.02),
deres, seu processo histórico e de seu mercado. fundador da Onyx Software, o CRM é “[...] um conjunto de
Vários autores traçaram um conceito de Cultura Or- processos e tecnologias para gerenciar relacionamentos
ganizacional, por isso ela pode ser entendida como um com clientes efetivos e potenciais e com parceiros de ne-
“conjunto de postulados compartilhados pelos membros gócios por meio do marketing, vendas e serviços, indepen-
de uma organização que lhes dá sentidos e identidade” dentemente do canal de comunicação.”
(FLEURY, 1996, p.34). Além disso, trata-se de um sistema Na concepção desse autor, as estratégias tecnoló-
de representações e valores compartilhados que oferecem gicas são executadas em quatro níveis, de acordo com a
uma visão comum, uma identificação dos indivíduos com capacidade de organização vertical e horizontal de todos
seus pares, constituído por meio de interação. os processos de cada empresa: funcional, departamental,
Para Chiavenato (2006), é a maneira de ser de cada CRM parcial e CRM. Quando se atinge o quarto nível, estão
empresa e de seus participantes. Já em Wheelen e Hunger presentes:
(1992 apud BOWDITCH, BUONO, 1999, p.78):  Um único e universalmente compartilhado centro
[...] é a coleção de crenças, expectativas e valores par- de dados;
tilhados pelos seus membros, e transmitida de geração em  Estratégias e processos departamentais coordena-
geração. Eles criam normas (regras de conduta) que definem dos;
os comportamentos aceitáveis, seja do gestor de topo seja  Um sistema de relatórios em circuito fechado e
do simples operador. Mitos e rituais, muitas vezes implícitos, análises em tempo real;
que emergem ao longo do tempo reforçam certas normas  Processos tradicionais e baseados em Internet
ou valores e explicam por que razão um dado aspecto da compatíveis e que convivem em um só mosaico de CRM
cultura é tão importante. (GREENBERG, 2005, p.03).

98
MARKETING

Assim, é apenas nesse nível tecnológico que se pode almejar construir a rede de relacionamentos de negócio, estágio
em que todas as relações diretas e indiretas entre clientes, parceiros e empresa são completamente integradas, visíveis e
gerenciáveis (GREENBERG, 2005).
Desse modo, por intermédio do CRM, as organizações mantêm um canal permanente de comunicação, cujo objetivo
é criar e sustentar um relacionamento efetivo com seus clientes, fornecedores e funcionários, agregando bens e serviços,
criando um valor superior para o cliente, conquistando e mantendo uma posição competitiva francamente favorável (BRET-
ZKE, 2000).
Para Leopoldo (2002), o CRM auxilia na missão de identificar, suportar, desenvolver e reter os clientes lucrativos. O
objetivo das empresas é criar uma base sólida de clientes leais que possam assegurar o crescimento do negócio a longo
prazo. A lealdade do cliente é conquistada por meio da criação e manutenção de contextos da alta credibilidade no rela-
cionamento, em que as informações fluem livremente e as ações reativas se transformam em proativas.
Gordon (2002) amplia os elementos indispensáveis à concretização do marketing de relacionamento, descrevendo téc-
nicas e princípios de marketing que se encaixam dentro do contexto mais vasto de marketing de relacionamento (figura 1).

Figura 1: O marketing de relacionamento Fonte: Gordon (2002, p.46).

Observa-se, conforme a ilustração, que são oito componentes do marketing de relacionamento: cultura e valores, lide-
rança, estratégia, estrutura, pessoal, tecnologia, conhecimento e percepção e processos.
No tocante à cultura e valores, Gordon (2002) explica que as empresas com culturas distintas podem criar valor jun-
tas, porém as semelhanças e as diferenças entre as culturas precisam ser entendidas desde o início. Diferenças culturais
extremas podem prejudicar a formação e a manutenção de um relacionamento. Por conta disso, os valores e a cultura dos
clientes devem ser conduzidos para formar relacionamentos duradouros.
Sobre a liderança, é importante destacar que, por muito tempo, formou-se uma concepção errônea do que é liderar;
de um modo geral, o líder apresentava uma imagem autoritária. Todavia, com o desenvolvimento das teorias administra-
tivas, abriu-se novo horizonte a esse respeito, tornando as relações humanas melhores e viabilizando o uso do poder que
lhe é conferido. Por conta disso, a ideia de um novo líder abriu espaço para um melhor desenvolvimento dos processos
organizacionais.
Os conceitos sobre liderança foram sendo substituídos por novas abordagens em que se buscou compreender, cada
vez mais, a essência do que vem a ser o ato de liderar. Por conta disso, foram traçando-se perfis gerenciais relacionados ao
autocrático, ao democrático e ao “laissez faire”.
O líder autocrático não admite interferências em suas decisões, uma vez que se considera o suprassumo do conheci-
mento. Tem pouco contato com o pessoal, fala muito, decide, em geral, de forma rápida e não gosta de receber críticas.

99
MARKETING

O líder democrático decide sempre em equipe e de deve ser capaz de compreender como seus produtos e
preferência por consenso, tem muito contato com os serviços são adquiridos e usados, além de identificar o
membros da equipe, possui características de orientador e que é valor para o cliente e quais as melhores oportu-
motivador, gosta de resultados e compromissos atendidos. nidades para criá-lo. Uma vez consolidado, o relacio-
O líder “laissez faire” ou liberal gosta de dar liberdade namento individual, torna-se uma unidade de análise a
plena aos coordenados e não gosta de cobrar resultados. ser monitorada e estimulada ao longo do tempo, sendo
Atualmente, foram desenvolvendo novas estratégias a empresa organizada pelos relacionamentos, e não por
que conduziram grupos e líderes conjuntamente para uma produtos ou funções.
eficaz administração organizacional. Para Gordon (2002), Muitas empresas continuam trabalhando efeti-
os líderes dentro de sua empresa devem estar preparados vamente no gerenciamento de produto, aplicando os
para se concentrarem no valor que pode ser desencadeado princípios dos bens embalados de consumo às suas in-
por intermédio do marketing de relacionamento e no inte- dústrias, deixando as necessidades do cliente em se-
resse mútuo dos clientes individuais e dos fornecedores. gundo plano. Todavia, a efetividade do marketing de
Ao exercer a liderança, tanto o cliente quanto o fornecedor relacionamento só pode ocorrer numa empresa a partir
devem escolher as empresas com as quais cada um se en- da adoção da concepção de que clientes e funcionários
volverá. E ambos devem estar preparados para se privarem são os principais ativos da organização.
de certos tipos de clientes/fornecedores e do possível va- Referindo-se à estrutura, Gordon (2002) revela que
lor que criariam se concentrassem suas empresas em um a estrutura de uma empresa deveria facilitar sua estra-
único tipo de relacionamento. Devem então alinhar suas tégia. O marketing de relacionamento pode resultar
empresas de acordo com esta forma de relacionamento. em uma maneira inteiramente diferente de estruturar
É importante frisar que não se pode afirmar o que faz uma empresa. Uma empresa organizada conforme esse
de uma pessoa um líder. Estudos revelam que são inúme- tipo de marketing terá gerentes que possuem catego-
ras as causas que levam um grupo a seguir um líder, tais rias específicas de relacionamento, com clientes atuais,
como: as características do líder, as características do gru- novos clientes, funcionários, fornecedores, investidores
po, a maneira como o líder age perante seus seguidores, e assim por diante. Então, em vez de ter um departa-
bem como a cultura da organização, poderão determinar o mento de vendas e marketing, a empresa poderá ter um
sucesso da liderança. departamento para criar valores com os clientes atuais
De acordo com Gordon (2002, p. 47): mais importantes, enquanto um outro poderá ficar en-
[...] É importante saber que nenhuma organização con- carregado de conquistar novos clientes cujos perfis
seguirá ser bem-sucedida em uma iniciativa de marketing combinem com os dos melhores clientes da empresa.
de relacionamento enquanto a liderança estiver concen- No aspecto pessoal, chama a atenção para o fato de
trada em sair ganhando às custas dos outros. Em algumas que produzir bens e serviços para obter lucros é uma
empresas, os executivos tentam se assegurar de que estão tarefa ampla e abarca um bom relacionamento entre as
maximizando os valores de cada negócio com todos os clien- pessoas que estão envolvidas nos processos organiza-
tes. Nessas empresas, é considerado astucioso (como em um cionais, já que as pessoas, na verdade, são as maiores
jogo) recolher todas as fichas para o seu lado da mesa. As responsáveis pelo desempenho da empresa.
empresas que tentam criar relacionamentos com essa abor- Sendo assim, conquistar e manter clientes internos
dagem subjacente aos clientes descobrirão, por razões ób- e externos implica maior aprofundamento das necessi-
vias, que os clientes não têm interesse em urna aliança a dades, que, por sua vez, demanda o desenvolvimento
longo prazo com tais fornecedores. A oportunidade de criar de estratégias que requerem a implementação de pro-
continuamente valores novos e mútuos com o tempo se ofe- cessos planejados e discutidos, uma das mais comple-
recerá aos concorrentes mais receptivos a compartilhar as xas tarefas do meio empresarial (RIBEIRO, 2004).
vantagens disso. Corroborando com essa concepção, Gordon (2002)
Portanto, a liderança deve entender o significado real enfatiza que as pessoas são essenciais para qualquer
de um relacionamento antes de comprometer a empresa relacionamento. Elas continuam executando o traba-
em um marketing de relacionamento, vez que a função da lho, mesmo em plena era das tecnologias e processos
liderança é iniciar o marketing de relacionamento de acor- para multiplicar suas capacidades e eficiência. Na era
do com os interesses de sua empresa, dos clientes e dos do marketing tradicional, o conhecimento sobre o mer-
fornecedores (GORDON, 2002). cado e os clientes era centralizado e o profissional de
Referente à estratégia, é importante acrescentar que marketing procurava envolver outros profissionais da
ela não ocorre em um único nível, mas em níveis. Por isso, empresa em programas de marketing estratégico. Ago-
conforme Gordon (2002), ela pode incluir estratégia de ra, as informações sobre os clientes são colocadas na
cliente e estratégias para desenvolver as capacidades sub- linha de frente, na qual clientes e empresas interagem.
jacentes necessárias para aprimorar o relacionamento com Para tanto, o pessoal de linha de frente deve ter ha-
o cliente. bilidade para se comunicar com os clientes de modo
Na concepção de D’ Angelo, Shneider, Larán (2006), a a reconhecê-los, lembrar o seu histórico de contatos,
elaboração e a implementação de uma estratégia de mar- entender as questões atuais dos clientes, prever certos
keting de relacionamento estão associadas ao entendimen- comportamentos e propor respostas, soluções ou su-
to do comportamento do consumidor, ou seja, a empresa gestões apropriadas.

100
MARKETING

No elemento tecnologia, é preciso analisar que, em Por conta disso, as organizações precisam efetuar
um contexto moderno, a oferta de recursos tecnológicos é medidas para que o bom relacionamento entre os clien-
abundante. Os instrumentos disponibilizados pela Tecnolo- tes ocorra, sendo fundamental a promoção de uma me-
gia da Informação (TI) estão gerando mais dados à medida lhoria na comunicação interna e a adoção de estraté-
que as organizações desempenham suas atividades, e es- gias de marketing de relacionamento com o intuito de
tão possibilitando a coleta ou a captação de informações combater a cultura de autoridade, buscando um clima
que até então não estavam disponíveis. Os novos recursos de participação e envolvimento de todos, aperfeiçoan-
tecnológicos também possibilitam a análise e a utilização do o intercâmbio de informações por meio do trabalho
mais abrangente dos dados ampliados. em equipe, em que clientes internos e externos sejam o
Na concepção de Abreu (2000, p.3), “a evolução das principal alvo da organização.
potencialidades da TI provoca grandes mudanças. Maior Verificou-se também que o marketing de relacio-
capacidade de armazenamento e disponibilização de in- namento é um processo de troca de informações entre
formações, interatividade em tempo real e integração de empresas e clientes. Por isso, ele é considerado uma
múltiplas mídias representam novas formas de trabalho e estratégia tão importante para o mundo dos negócios,
novas oportunidades”. pois há necessidade de tornar os clientes influentes, in-
À medida que a Tecnologia da Informação foi reinven- tegrados e informados do que acontece na empresa, fa-
tando as corporações, a Gestão do Conhecimento surgiu zendo-os sentirem-se parte dela.
como um esforço empresarial essencial para que as empre- Pela sua importância e aplicabilidade, o marketing
sas enfrentem novos desafios. de relacionamento é considerado, hoje, como algo im-
Segundo Abreu (2000, p.2): prescindível às organizações, merecendo, cada vez mais,
[...] A incorporação, cada vez maior, de conhecimento na maior atenção.10
produção de bens e serviços e alterações no escopo das orga-
nizações, em função da globalização e da alta competitividade
dos mercados, bem como alterações na arquitetura e estrutura
organizacional, exigem o desenvolvimento de novas compe- SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM VENDAS.
tências, tanto ao nível individual como organizacional.
Neste contexto, para captar o conhecimento é funda-
mental ter profissionais capacitados, com pleno domínio
em suas áreas de atuação. Profissionais que, além de dete- Sem se preocupar com o histórico da evolução dos
rem o conhecimento, saibam disseminá-lo por toda orga- Sistemas de Informação, pode-se dizer que, a partir de
nização, gerando resultados tangíveis e intangíveis. 1985, a informação passou a ser utilizada como recurso
A utilização eficiente da tecnologia demanda conhe- estratégico. Esta nova visão se tornou necessária, pois
cimento e percepção, já que, para Gordon (2002), a tec- muitos executivos precisavam saber o que sua empresa
nologia deve capacitar o marketing de relacionamento a estava representando para o mercado. Este posiciona-
desenvolver novos conhecimentos e percepções sobre o mento é decorrente do acirramento da concorrência e
relacionamento com o cliente, assim como facilitar ações da globalização, evidenciando a necessidade de ferra-
sobre essas informações. Para tanto, faz-se necessária a mentas mais aprimoradas para a gestão das empresas
utilização de ferramentas de software, formulação e rela- (RODRIGUES, 1996).
tórios que podem ajudar a agregar valor aos dados subja- Segundo Dalfovo (2000, p. 3), informação “é o dado
centes e mesmo prever o que fará um cliente individual, o trabalhado que permite ao executivo tomar decisões” e
que ajuda o profissional de marketing a antecipar o geren- dado “é qualquer elemento identificado em sua forma
ciamento desse cliente. bruta que por si só não conduz a uma compreensão de
Por fim, é importante acrescentar que o marketing de determinado fato ou situação”.
relacionamento requer que os processos organizacionais Em concordância com Dalfovo (2000), um executi-
sejam estruturados em torno do cliente, o que pode exigir vo, para que possa tomar decisões, necessita ter visão
mudanças essenciais para os processos existentes. Assim, do seu negócio. Para isso, ele precisa do auxílio de uma
os processos podem estar sendo atualmente desenvolvi- tecnologia que lhe informe o status atual do que está
dos para divulgação a um segmento do mercado, como sendo gerenciado. A informação é justamente a alavan-
também poderiam ser usados para segmento de menor ca principal para que o executivo possa tomar decisões
alcance. mais acertadas quanto aos rumos de sua empresa (RA-
Por intermédio deste artigo foi possível compreender DÜNZ, 2002), cujos resultados são fornecidos em forma
que o marketing de relacionamento decorre de vários fato- de sistemas.
res, dentre eles, a alteração de foco das empresas na con- Para Oliveira (2002, p. 23), entende-se por sistema
quista de novos clientes para a manutenção dos já existen- “um conjunto de partes interagentes e interdependentes
tes. Saliente-se ainda que o marketing de relacionamento que, conjuntamente, formam um todo unitário com de-
não deve ser confundido com retenção de clientes, mas terminado objetivo e efetuam uma determinada função”.
sim como uma estratégia que visa à manutenção dos clien-
tes atuais, aspecto que constitui um primeiro passo para 10 Fonte: www.periodicos.unifacef.com.br – Por Cenira Patrí-
uma futura adesão aos relacionamentos. cia S. Freire/ Maria Vanicleia S. Lima/ Betânia da Costa Leite

101
MARKETING

Laudon e Laudon (2004), definem sistemas de informação como sendo um conjunto de componentes inter-relaciona-
dos que coletam, recuperam, processam, armazenam e distribuem informações com o propósito de facilitar o planejamen-
to, o controle, a coordenação, a análise e a tomada de decisões nas organizações.
Um Sistema de Informação (SI) é uma série de elementos ou componentes inter-relacionados que coletam, manipulam
e armazenam, disseminam os dados e fornecem um mecanismo de feedback. (STAIR, 2002).
Para Stair (2002) os principais elementos de um SI estão apresentados na figura 1.

Figura 1: Principais Elementos de um SI

Laudon e Laudon (2004), ressaltam que o papel dos sistemas de informação está diretamente relacionado com os
tipos de problemas que eles resolvem e com o nível da hierarquia em que eles atuam. Assim são construídos sistemas de
informação especializados para servir a diferentes funções e a diferentes níveis organizacionais e que funcionam de forma
integrada na amplitude do ambiente empresarial.
Desta forma, os sistemas de informação foram divididos de acordo com as funções administrativas, que foram sendo
tratadas de forma individualizada, resultando na criação de vários sistemas para ajudarem os executivos, nos vários níveis
hierárquicos, a tomarem decisões, dentre eles, o Sistema de Informação Gerencial, objeto de estudo deste trabalho e, ou-
tros apresentados a seguir:
a) sistema de informação para executivos (EIS);
b) sistema de informação de suporte à tomada de decisão (SSTD);
c) sistema de informação estratégico para o gerenciamento operacional (SIEGO);
d) sistema de informação gerencial (SIG).
Oliveira (2002), salienta que os SIG são sistemas apropriados para os administradores acompanharem os resultados
das organizações em períodos regulares – semanal, mensal, anual – e que não estão preocupados com o dia-a-dia. São
orientados para a tomada de decisões estruturadas.
Laudon e Laudon (2004, p. 40), afirma que “sistemas de nível gerencial atendem às atividades de monitoração, controle,
tomada de decisões e procedimentos administrativos dos gerentes médios. Sistemas de informação gerencial (SIG) têm a
característica de produzir relatórios periódicos sobre as operações, em vez de informações instantâneas”.
Conforme Laudon e Laudon (2004), as funções principais de uma empresa podem ser definidas como:
a) fabricação e produção, responsável por criar / desenvolver o produto;
b) vendas e marketing, responsável pelas vendas e divulgação;
c) recursos humanos, responsável pelo controle e aperfeiçoamento de pessoal;
d) finanças e contabilidade, responsável pelo faturamento e finanças da empresa.
No ambiente conturbado da economia globalizada, a aptidão no uso de sistemas de informação para o gerenciamento
do processo de vendas e marketing e tomada de decisões com base nessas informações pode significar a diferença com-
petitiva que a empresa necessita.
Para Stanton e Spiro (2000), o conhecimento das tendências mercadológicas atuais, do comportamento dos consu-
midores, das estratégias dos concorrentes, do posicionamento no mercado, fazem parte de cada um dos módulos de um
sistema de informação de vendas e marketing:
a) gestão de clientes, tem por objetivo manter os contatos, características, perfil e condições de vendas;
b) gestão comercial, destina-se a manutenção registros de propostas e pedidos, incluindo a sua aceitação, alteração e
nível de satisfação do mesmo;
c) gestão de equipe de vendas, responsável por planejar e controlar a equipe de vendas através da definição de metas
e coleta de informações sobre concorrentes;
d) gestão de vendas, tem por objetivo relacionar informações sobre as vendas, com índices de lucratividade, segmentos
de atuação e regiões atendidas.
Para Drucker (1998), sistema de informação gerencial aplicado à área de vendas e marketing visa à obtenção da eficiên-
cia nos processos operacionais com o intuito de gerar informações precisas para a eficácia na tomada de decisões e alcance
da lucratividade planejada pela organização.

102
MARKETING

Ao contrário do que é comum imaginar, sistema de informação designa a logística indispensável à realização do pro-
cesso de informação, não se reduzindo somente à informática. Para Mañas (1999, p.55), sistema de informação pode ser
definido como o “conjunto interdependente das pessoas, das estruturas da organização, das tecnologias de informação,
dos procedimentos e métodos que deveria permitir à empresa dispor, no tempo desejado, das informações que necessita
(ou necessitará) para seu funcionamento atual e para sua evolução”.
Para Paula Filho (2001), Sistema é um conjunto de elementos, materiais ou ideais, entre as quais se possa encontrar ou
definir alguma relação.
De acordo com Laudon e Laudon (2004), o sistema de informação assume dimensões organizacionais com o auxílio
da tecnologia, existindo para responder às necessidades da empresa, incluindo-se problemas apresentados pelo ambiente
externo, criados por situações políticas, demográficas, econômicas e tendências sociais. Além disso, os sistemas de informa-
ção se desenvolvem em uma empresa, de acordo com os componentes desta (setores que executam as diferentes funções
necessárias ao funcionamento da empresa – produção, marketing, finanças) e conforme os níveis de decisão (estratégico,
tático e operacional).
De acordo com Oliveira (2002), os sistemas de informação, possuem os seguintes componentes:
a) dados: elementos identificados em sua forma bruta que por si só não levam a compreensão de um fato ou evento;
b) tratamento: é a transformação de um insumo (dado) em um resultado gerenciável (informação);
c) informação: é o dado refinado que permite ao executivo tomar uma decisão;
d) alternativa: é a ação sucedânea que pode levar, de forma diferente, ao mesmo resultado;
e) decisão: é a escolha entre vários caminhos alternativos que levam a determinado resultado;
f) recurso: é a identificação das alocações ao longo do processo decisório (equipamentos, materiais, financeiros,
humanos);
g) resultado: é o produto final do processo decisório;
h) controle e avaliação: são as funções do processo administrativo que, mediante a comparação com padrões previa-
mente estabelecidos, procuram medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a finalidade de realimentar os
tomadores de decisão, de forma que possam corrigir ou reforçar este desempenho;
i) coordenação: é a função administrativa que procura aproximar, ao máximo, os resultados apresentados com a
situação anteriormente planejada.

Esses componentes atuam de acordo com a Figura 2.

Figura 2: Componentes de um Sistema de Informação

Para Rezende (1999), atualmente, a interação desses componentes apresenta as características de grande volume de
dados e informações; complexidade de processamento; muitos clientes/usuários envolvidos; contexto abrangente, mutável
e dinâmico; interligação de diversas técnicas e metodologias. Para o autor, esta combinação de fatores, emerge do planeja-
mento estratégico da empresa e esta ligado à gestão, servindo como suporte e auxílio ao processo de tomada de decisão.
Para Cruz (2000), os atuais sistemas de informação propiciam um gerenciamento de processos extremamente eficaz,
podendo chegar à sofisticação de apontar quanto tempo está levando um processo para produzir um bem ou serviço e
quanto custará produzi-los. Portanto, os sistemas de informação podem e devem integrar-se a uma ou mais tecnologias
emergentes, como forma de dar à organização que os necessita poder de mobilidade com segurança.
Os Sistemas de Informação (SI) são tipos especializados de sistemas, utilizados de forma cada vez mais intensa por executivos e de-
mais pessoas participantes de processos decisórios, no exercício de funções de planejamento, organização, direção e controle na gestão
empresarial. De acordo com Dalfovo (2000), a informação tem papel importante nos Sistemas de Informação, pois é dela que dependerá
o futuro da empresa. Os Sistemas de Informação surgiram como forma de manter o executivo preparado, com visão integrada de todas
as áreas da empresa; isto sem gastar muito tempo ou requerer do mesmo um conhecimento aprofundado de cada área.
Com a crescente globalização, e a conseqüente necessidade de decisões rápidas e precisas, a informação alcança uma
posição de destaque dentro da organização. Através desta, os executivos passam a dispor de meios que os auxiliam na
administração da organização, tanto na possibilidade de prever situações quanto na busca por soluções para as mais inu-

103
MARKETING

sitadas situações. Segundo Dalfovo (2000), define-se infor- b. produção do conhecimento, através da obtenção
mação como o dado trabalhado que permite ao executivo de informações que seriam de difícil acesso por outros pro-
tomar decisões, e dado como sendo qualquer elemento cedimentos;
identificado em sua forma bruta que por si só não conduz c. tomada de consciência, propiciando a sensibili-
a uma compreensão de determinado fato ou situação. zação para um problema da organização e o desenvolvi-
mento da consciência da coletividade sobre a sua solução
Sistemas de Informação Gerencial a curto e médio prazo.
De acordo com Oliveira (2002), uma visão do panora-
ma mundial da situação das organizações mostra que, na Para tanto, o SIG é constituído de atividades que sub-
transição de uma sociedade industrial para uma sociedade sidiam o processo de tomada de decisão, ocorrendo em
de informação, a capacidade de gerar, analisar, controlar e três níveis:
distribuir as informações passa a ser um ponto estratégico
para as mesmas. a. definição da estratégia da empresa quando os ob-
Muitas mudanças significativas no ambiente interno e jetivos, metas, fatores críticos de sucesso, ameaças externas
externo da organização, provocadas pela alta competitivi- são dimensionadas a partir da coleta e processamento de
dade do mercado, levaram a exigir respostas mais rápidas dados, salientando-se a busca de informações sobre com-
dos dirigentes, que passaram a utilizar os recursos de infor- petidores, clientes, fornecedores, ambiente do negócio,
mática como ferramentas estratégicas para o planejamen- contexto social, político e econômico, complementando
to, coordenação e controle, além do acompanhamento do as informações em ciência e tecnologia, tais como revistas
mercado em relação aos concorrentes, aos aspectos eco- científicas, patentes e normas técnicas;
nômicos, legais, políticos e culturais em nível global. b. execução, envolvendo o uso de tecnologias de
Metodologias e técnicas de apoio à tomada de deci- informação para desenvolvimento de atividade de coleta,
são com base em informações estratégicas que antecipem análise/síntese de informação, objetivando a geração de
estas mudanças estão sendo amplamente desenvolvidas produtos de informação. A coleta, organização, proces-
e divulgadas no âmbito das diversas ciências relacionadas samento e análise da informação deve ser norteado pela
com a administração estratégica da informação. Sistemas estratégia de negócios e pelos fatores críticos de sucesso
de Informação Gerenciais (SIG) fornecem conceitos, me- da organização e deve buscar informações tanto em fontes
todologias, técnicas e ferramentas para os executivos das formais quanto informais, internas e externas, no sentido
organizações tomarem decisões baseadas em informações de possibilitar agregar valor à informação coletada;
estratégicas, precisas, atualizadas e em tempo hábil. c. integração é o feedback que o SIG oferece para
Segundo Oliveira (2002), os maiores problemas em não a criação de uma organização flexível na qual existe um
ter SIG são os seguintes: constante monitoramento ambiental e exercícios de cená-
a. as informações ficam tão dispersas dentro da em- rios múltiplos, essenciais para subsidiar a definição de dire-
presa que exigem grande esforço para localizá-las e inte- trizes e políticas tanto em nível organizacional quanto em
grá-las; nível macro, seja setorial ou global. O papel dos executivos
b. as informações importantes às vezes são retiradas na organização é tomar decisões sobre as atividades diá-
com exclusividade por outros executivos; rias que levem ao sucesso, o que está diretamente ligado
c. as informações geralmente chegam tarde; à informação, que, cada vez mais, tem demonstrado o po-
d. as informações muitas vezes não são confiáveis; tencial para a combinação de dados precisos sobre os pro-
e. há muita informação de mercado do tipo inade- cessos organizacionais, procedimentos analíticos rigorosos
quado. para se chegar a decisões muito mais acertadas do que as
tomadas apenas com base no julgamento de executivos
Em contrapartida, estes são alguns benefícios do SIG, experientes e informados.
segundo Oliveira (2002):
a. redução dos custos das operações; No nível estratégico, em que é realizado o planejamen-
b. melhoria no acesso às informações, propiciando to da empresa, as decisões se referem às metas e objetivos
relatórios mais precisos e rápidos, com menor esforço; da mesma, possíveis investimentos, novos empreendimen-
c. melhoria na estrutura organizacional, por facilitar tos e desenvolvimento de novos produtos e mercados. Já
o fluxo de informações; no nível tático, o planejamento estratégico estabelecido no
d. redução da mão-de-obra burocrática; nível anteriormente citado é transformado em metas defini-
e. redução dos níveis hierárquicos. das que deverão ser alcançadas por meio do plano de ação,
desenvolvido para o atendimento dos objetivos determina-
Segundo UFBA (2004), os sistemas de informação geren- dos, consolidando, para isto, os planejamentos de recursos
ciais devem subsidiar três funções básicas na organização: físicos, humanos e financeiros que deverão ser necessários
para a execução das metas desejadas. Finalmente, no nível
a. resolução de problemas, mediante o equaciona- operacional, é implantado o plano de ação da empresa de-
mento e proposta de soluções para apoiar o dirigente da terminado no nível tático, utilizando-se os recursos huma-
empresa a atuar como agente transformador da sua orga- nos disponíveis, assim como os recursos financeiros e físicos,
nização; a fim de buscar a melhor relação custo/benefício.

104
MARKETING

Conforme Oliveira (2002), o SIG é normalmente com- As quatro fases do desenvolvimento do SIG são:
posto de diversos sub-sistemas de natureza conceitual a) fase de conceituação do SIG: a primeira fase do de-
idêntica à daquele que integram, mas com características senvolvimento do SIG tem como objetivo obter uma idéia
específicas quanto à finalidade e justificação, quanto ao preliminar e geral do volume e complexidade do projeto.
tipo de tecnologias utilizadas e quanto ao nível dos pro- Nesta fase de desenvolvimento do SIG deve-se identificar as
cessos ou natureza das pessoas que envolvem. informações e dados necessários e confiáveis ao desenvol-
De acordo com Pinto (2000), a evolução natural da vimento. Esta fase caracteriza-se pela realização de reuniões
informatização das organizações é o desenvolvimento de e entrevistas para que se possa avaliar a situação atual da
sistemas que forneçam informações integradas e sumari- empresa. A fase de conceituação do SIG deve fornecer con-
zadas, provenientes de diversos sistemas transacionais. É dições de efetuar-se um planejamento adequado do SIG;
através dessas informações que gerentes de médio escalão
podem visualizar o desempenho de seu departamento e b) fase do levantamento e análise do SIG: a fase do le-
mesmo da organização como um todo. Estes sistemas que vantamento e análise do SIG é a fase em que é necessário
suprem com informação a média gerência são conhecidos identificar as informações relacionadas às atividades do
como Sistemas de Informações Gerenciais (SIG). processo de tomada de decisões, avaliar estas informações,
Conforme o mesmo Pinto (2000), as principais funções estudar e desenvolver novas informações, e implementar e
e características dos SIG são: avaliar as novas informações dentro do contexto decisório
a. fornecer informações para o planejamento opera- da empresa. É através do SIG que fluem as informações,
cional, tático e até mesmo estratégico da organização; permitindo o otimizado funcionamento da empresa, que
b. suprir gerentes com informações para que estes depende destas para sua sobrevivência. A fase de levanta-
possam comparar o desempenho atual da organização mento e análise do SIG é caracterizada pela obtenção das
com o que foi planejado; informações que deverão fazer parte do mesmo;
c. produzir relatórios que auxiliem os gerentes na to-
mada de decisões. c) fase de estruturação do SIG: a estruturação do SIG
pode ser efetuada visando os relatórios gerenciais, que re-
Para que um sistema de informação gerencial possa presentam os resumos consolidados e estruturados das in-
proporcionar melhorias no desempenho da empresa, é formações necessárias ao processo decisório. Estas informa-
necessário que seus “dados” tenham qualidade e possam ções devem estar em nível otimizado de qualidade, ou seja,
ser transmitidos de maneira completa e objetiva, tornando a satisfação e manutenção do usuário da informação (o exe-
possível seu perfeito entendimento do significado correto cutivo decisor). Na fase de estruturação do SIG é necessário
de origem. que se defina alternativas de soluções que operacionalizem
De acordo com Stair (1998), o SIG é um agrupamento o objetivo principal do SIG. Estas alternativas devem consi-
organizado de pessoas, procedimentos, banco de dados e derar equipamentos, abordar formas diferentes de desen-
dispositivos usados para oferecer informações de rotina aos volver e implementar o SIG. Nesta fase deve-se: completar
administradores e tomadores de decisões e focaliza a eficiên- o fluxo geral do sistema de informações e as suas iterações;
cia operacional. Os SIG fornecem tipicamente relatórios pré- identificar o processo de tratamento de arquivos; determi-
-programados gerados com dados e informações do sistema nar os arranjos físicos (layouts); especificar a formatação dos
de processamento de transações. Para ele, a finalidade de um documentos e relatórios de entrada; definir a necessidade
SIG é ajudar uma organização a atingir suas metas, forne- de relatórios; desenvolver a estrutura lógica geral do sistema
cendo aos administradores uma visão das operações regu- de informações; determinar procedimentos e momentos de
lares da empresa, de modo que possam controlar, organizar controle e avaliação; estabelecer a estimativa de custo do
e planejar mais eficaz e eficientemente, ou seja, fornecer aos sistema de informações; elaborar um plano detalhado para
administradores informações úteis para obter um feedback implantação; documentar todos os aspectos desta fase do
para várias operações empresariais dando assim, suporte ao projeto ao coordenador do sistema e aos usuários; e esta-
processo de valor adicionado de uma organização. belecer a decomposição do sistema em subsistemas para
Os impactos proporcionados pela implantação de um facilitar o seu desenvolvimento e implementação;
sistema de informação gerencial podem ser traduzidos da se-
guinte forma: melhoria e redução de pessoas no processo de d) fase de implementação e avaliação do SIG: é conside-
tomada de decisões, melhoria da comunicação interna e exter- rada a fase mais problemática do desenvolvimento do SIG,
na, otimização do acesso às informações, propiciando assim a pois envolve intensivamente aspectos comportamentais e
melhoria na produtividade de reuniões, compactação das in- que devem ser tratados pela equipe responsável pelo SIG.
formações e implementação de uma posição competitiva. Nesta fase deve-se preparar a documentação informativa
necessária aos usuários, treinar estes usuários, supervisio-
Fases do desenvolvimento do SIG nar a implementação das diversas partes do SIG e acompa-
Segundo Oliveira (2002), o desenvolvimento de um SIG nhar a implementação do SIG consolidando um adequado
está baseado em quatro grandes fases. O objetivo principal processo de avaliação. É na fase de implementação e ava-
deste modelo de desenvolvimento é fazer com que o exe- liação do SIG que se verifica como e onde o SIG pode ser
cutivo possa efetuá-lo respeitando a realidade da empresa, melhorado, comparar com os objetivos originais e analisar
bem como os resultados a serem alcançados. todas as qualidades ou defeitos do SIG.

105
MARKETING

Sistemas de Informação de Vendas e Marketing a. a gerência pode não saber quais critérios de
compra específicos os usuários consideram importan-
A importância da implementação dos conceitos de tes;
marketing nas empresas de qualquer porte e sua disse- b. difícil para a gerência identificar como os usuá-
minação pelos vários níveis e setores organizacionais, rios percebem os produtos com relação a performance;
já vem merecendo destaque por parte de alguns teóri- c. várias influências interferem na evolução das
cos de marketing desde o início da década de 90, sob a necessidades dos clientes, por isso é necessário moni-
ótica da orientação para o mercado (RANK, 2001). torá-las constantemente.
Segundo Kotler (2000), marketing é a ciência e a
arte de conquistar e manter clientes e desenvolver rela- No ambiente competitivo atual, o “objetivo é anteci-
cionamentos lucrativos com eles. par-se às mudanças tanto tecnológicas como as do mer-
Já Tucker (1999) alerta que, “se sua proposição de cado consumidor, evitando surpresas que algumas vezes
valor não atende às necessidades dos clientes e não se são determinantes para o insucesso do empreendimento”
traduz em um bom valor, marketing algum irá tornar (COSTA, 1999).
a empresa bem sucedida”. Traduzir um bom valor sig- A fim de antecipar-se às mudanças, novas práticas
nifica que os produtos e serviços devem satisfazer as de marketing se fazem necessárias e exigem informa-
necessidades do cliente e ainda proporcionar a certeza ções minuciosas sobre os clientes, como se compor-
de que o valor cobrado é justo e pertinente ao produ- tam e como reagem aos estímulos das empresas. Es-
to ou serviço recebido. Observa-se então a importância sas informações são lançadas no banco de dados, que
do marketing para empresas de qualquer porte, mas precisa permitir a consulta das informações da maneira
somente quando as estratégias são voltadas para satis- como a empresa necessita e no momento certo, criando
fação do cliente. Várias atividades empresariais podem valor. Por isso, ele não deve acumular dados inúteis e
influenciar o comprador, positiva ou negativamente, não desperdiçar oportunidades pelo abandono de in-
por isso todas as atividades devem ser muito bem pla- formações preciosas, esquecidas nos arquivos da em-
nejadas e coordenadas. presa (ARANHA, 1996).
Para influenciar positivamente o cliente e obter sua No entanto, possuir um database marketing não é o
fidelidade é necessário adotar uma estratégia voltada suficiente, como salienta Hughes (1998) porque segundo
para ele, o que implica analisar o ambiente, levantar ele isso não significa que a empresa esteja praticando o
informações sobre o mercado em geral, planejar, seg- verdadeiro database marketing, ou usufruindo dos seus
mentar o mercado, determinar o mercado alvo, posi- reais benefícios.
cionar o seu produto/serviço, capacitar a empresa in- É necessário entender e utilizar o database marke-
ternamente, e finalmente, elaborar um plano de ação ting efetivamente. Hughes (1998) apresenta seus dois
visando a agregação de valor para a empresa e para o principais usos: marketing para clientes (oferecendo a
cliente. Esse processo deve ser contínuo, pois as mu- eles serviços especiais e reconhecimento, resultando
danças no ambiente, no comportamento de compra e em fidelidade crescente, redução de atritos e aumento
os níveis de satisfação alteram-se constantemente. No de vendas) e marketing para não clientes (utilizando o
entanto, todas essas atividades devem ser realizadas conhecimento do banco de dados para compreender
em íntima interação entre o fornecedor e o cliente, pois as motivações do consumidor, levando à identificação
de acordo com Hooley (1996) “o fornecedor e o consu- de clientes potenciais parecidos com os clientes mais
midor criam valor juntos”. lucrativos da carteira).
Para criar valor é imprescindível obter conhecimen- O mais importante é a criação de uma cultura de
to do mercado, dos clientes e de seus hábitos, entre informação, já que a empresa pode utilizar cada opor-
outras particularidades. Para isso, torna-se necessário tunidade e cada interação com os clientes para com-
criar mecanismos para captação, atualização e contro- preendê-los melhor e saber o que pensam dela e de
le das informações ou seja, Sistema de Informação de seus produtos ou serviços e, com isso, aumentar suas
Vendas e Marketing (SIV). probabilidades de atender adequadamente às exigên-
O risco e a incerteza tornam o processo de tomada cias desses clientes (WIESERMA, 1998). Os funcionários
de decisão cada dia mais crítico, e para reduzi-los é podem auxiliar a empresa neste processo, escutando
essencial levantar o máximo de informações possíveis os clientes, comprendendo-os, proporcionando uma
para auxiliar esse processo. Costa (1999) afirma que aproximação real e a aferindo o que efetivamente está
“um ambiente onde quem detém a informação e sabe ocorrendo com cada um deles.
utilizá-la de maneira estratégica ganha em eficiência e Segundo Holley e Saunders (1996), o SIV também
competitividade”. É de fundamental importância, saber deve proporcionar condições para um contínuo apren-
administrar essa informação adequadamente, selecio- dizado e melhoramento das estratégias. Para isso, é ne-
nando e analisando os dados para aproveitar apenas cessário monitorar constantemente o ambiente com o
aqueles que sejam pertinentes ao direcionamento es- objetivo de obter informações e antecipar-se às amea-
tratégico do negócio. ças e oportunidades, estabelecendo assim uma estra-
Segundo Rank (2001), as informações precisam ser tégia pró-ativa. Para desenvolver-se uma estratégia de
coletadas diretamente do consumidor, pois: marketing vencedora é necessário assegurar que as ca-

106
MARKETING

pacidades da empresa sejam compatíveis com o atual 02. (CESGRANRIO - 2014 - Banco do Bra-
ambiente competitivo do mercado em que opera, mas sil - Escriturário) O processo de vendas tem-se
também, num futuro previsível. transformado, ao longo do tempo, em função da
É necessário agir pró-ativamente e determinar o crescente competição existente no mercado en-
que os clientes valorizam, o que eles estão dispostos tre empresas de mesmo setor. Em função disso, o
a pagar e o que realmente a empresa pode oferecer a foco da administração de vendas também mudou.
eles e, para isso, o conhecimento das tendências pode Hoje, em função do mercado, o foco dessa área é
ser muito proveitoso, pois possibilita criar produtos no(a)
que os consumidores ainda não tem consciência de que a) Produção, estabelecendo metas de vendas
irão utilizar. que ultrapassem sua capacidade produtiva.
É de suma importância que o levantamento das b) Orçamento, proporcionando a expectativa
informações seja realizado de maneira consciente e de ganhos futuros em função das vendas a serem
responsável, a fim de não proporcionar conseqüências realizadas.
onerosas para a empresa, como fabricar produtos que c) Cliente, avaliando suas necessidades e ex-
o consumidor não deseja. Assumir a posição de saber o pectativas em relação aos produtos ofertados.
que o cliente deseja, realizar pesquisas e testes superfi- d) Território de vendas, delimitando assim a
ciais e ouvir as pessoas erradas são alguns procedimen- atuação de cada vendedor, que concentrará seus es-
tos errôneos relacionados por Tucker (1999). forços na área para ele determinada.
Para Rank (2001), é a manutenção do SIV que as- e) Vendedor, visando a aumentar os ganhos do
segura sua aplicabilidade, portanto é imprescindível profissional, já que seu salário é a comissão sobre as
que ela seja realizada periodicamente. Uma vez criado vendas realizadas.
o SIV, é possível programar estratégias para alcançar
os objetivos da empresa. As estratégias são imprescin- 03. (CESGRANRIO/2014 – LIQUIGÁS) Uma pes-
díveis, pois, baseadas em informações, fornecem um quisa de mercado pode basear-se em dados pri-
rumo seguro a ser seguido. mários ou secundários, levantados para um de-
Em um processo decisório, o valor da decisão está terminado fim.
diretamente ligado ao tempo que se leva para tomá- A diferença entre os dois tipos de dados é que
-la e a qualidade das informações utilizadas. Portan- o primeiro
to, torna-se necessário uma correta análise dos dados a) é apurado diretamente junto ao público-alvo,
existentes na organização, devidamente registrados, e o segundo vem de fontes já existentes no mercado
classificados, organizados, relacionados e interpreta- b) está baseado em métodos qualitativos, e o se-
dos dentro de um contexto, para que possa transmitir gundo se baseia em modelos quantitativos
conhecimento e permitir a tomada de decisão de forma c) implica menos confiabilidade, enquanto o se-
otimizada.11 gundo fornece maior garantia para a pesquisa.
d) representa o início de uma pesquisa de mer-
cado, enquanto o segundo ocorre no final do tra-
E XERCÍCIOS balho.
e) vem de fontes primárias de pesquisa como
01. (FCC - 2013 - Banco do Brasil – Escritu- observação dos clientes, e o segundo advém dessas
rário) Ao nível de planejamento estratégico, as informações.
ações de vendas estão voltadas, para fins de exe- 04. ( CESPE/2016 - FUNPRESP JUD) Na seg-
cução, ao consumidor final. Com vistas ao plane- mentação horizontal, que consiste em relacionar os
jamento de vendas em si, atributos de valor dos produtos ao poder de com-
a) As vendas estão relacionadas ao planeja- pra dos consumidores, os produtos mais populares
mento estratégico de longo prazo. são posicionados de modo a serem mais atrativos
b) As vendas estão relacionadas com os níveis que os produtos mais sofisticados.Parte superior
estratégico, tático e operacional. do formulário
c) Cabe ao planejamento estratégico contratar ( ) Certo
uma assessoria para implantar programas de metas ( ) Errado
de retenção de clientes.
d) Cabe aos subsistemas de planejamento a in- 05. (CESGRANRIO/2012 – BANCO DO BRASIL) O
tegração das diversas partes. conceito de valor para os clientes é o resultado da
e) Cabe aos sistemas de informação a definição comparação que eles fazem, ao efetuar uma transa-
do nível a ser aplicado aos recursos humanos. ção comercial, entre
a) atendimento e tempo
b) atributos e preços
c) benefícios e custos
d) empresa e concorrência
11 Fonte: www.campeche.inf.furb.br – Por Bruno Tiergarten e) qualidade e reclamações

107
MARKETING

06. (FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturá- 09. (FCC - 2010 - MPE-RN - Analista de Tecnologia
rio - 2013) As técnicas de vendas podem ampliar a da Informação) Sobre CRM, considere: 
penetração de mercado de determinados produtos I. As empresas utilizam o CRM para trocar informa-
financeiros. Sabe-se que caminham, em paralelo ções com seus fornecedores sobre disponibilidade de
com o processo de marketing de relacionamento, o materiais e componentes, datas de entrega para remes-
planejamento e a fidelização. Sobre esse assunto, é sa de suprimentos e requisitos de produção. 
correto afirmar que: II. CRM é uma rede de organizações e processos de
a) O especialista em vendas tem a função de negócios para selecionar matérias-primas, transformá-
apresentar o produto, preocupando-se com a imagem -las em produtos intermediários e acabados e distribuir
e a credibilidade da instituição perante os clientes fi- os produtos acabados aos clientes. 
nais. III. Sistemas de CRM capturam e integram dados
b) O especialista em vendas se preocupa com a do cliente provenientes de toda a organização, con-
burocracia dos serviços para fidelização dos clientes. solidam e analisam esses dados e depois distribuem
c) As vendas visam prioritariamente ao cresci- os resultados para vários sistemas e pontos de con-
mento da instituição, sem preocupação com os clien- tato com o cliente espalhados por toda a empresa. 
tes. IV. Pacotes de software CRM mais abrangentes contêm
d) As instituições não focam apenas os aspectos módulos para gerenciamento com o relacionamento
humanos e nem sempre se preocupam com sua ima- com o parceiro (PRM) e gerenciamento de relaciona-
gem. mento com o funcionário (ERM). 
e) As instituições focam a impessoalidade atra- Está correto o que se afirma APENAS em:
vés do sistema hierarquizado. a) I e II.
b) II e III.
07. (CESGRANRIO - 2014 - Banco do Brasil - c) III e IV.
Escriturário) A motivação da força de vendas é um d) II, III e IV.
fator fundamental para o sucesso na área comer- e) IV.
cial, sendo então necessário respeitar a seguinte
premissa: 10. (CESGRANRIO/2010 – ELETROBRAS) Sobre os
a) A motivação financeira sempre será o aspecto dados mestre de cliente em vendas e distribuição, sa-
motivacional mais importante em um time comercial. be-se que
b) Uma equipe motivada sempre conseguirá al- a) dados gerais e dados da área de vendas são duas
cançar e superar as metas da área comercial. visões que não podem ser agrupadas.
c) O gasto financeiro da empresa em motivação b) dados da área de vendas são relevantes para vendas
é um fator essencial para manter a equipe de vendas e contabilidade.
constantemente motivada.  c) informações fiscais de clientes estão localizadas na
d) A motivação está diretamente ligada à valori- ficha de registro Dados de controle da visão Dados gerais.
zação do funcionário.  d) centro fornecedor e zona de transporte são infor-
e) A questão motivacional não tem relação com mações localizadas na ficha de registro Vendas da visão
um ambiente propício ao desenvolvimento pessoal e Dados da área de vendas.
profissional de seu colaborador e) emissor da ordem, recebedor da mercadoria, paga-
dor e pessoa de contato são funções de parceiro obrigató-
08. (FUMARC - 2011 - PRODEMGE - Analista de Ges- rias no mestre de clientes.
tão Administrativa) O preço é considerado uma variável
que, junto aos demais elementos do composto de mar- GABARITO
keting, determina a percepção que os consumidores
criam sobre a oferta de produtos ou serviços. Analise 1 B
as frases a seguir. 
I.   O preço pode variar de acordo com o amadureci- 2 C
mento do produto no mercado.  3 A
II.  Necessidades de geração de caixa podem interferir
na política de preço dos produtos.  4 ERRADO
III. A redução de preço pode ser associada à redu- 5 C
ção da qualidade percebida pelo cliente.  6 A
Marque a alternativa CORRETA:
a) Apenas as frases I e II são verdadeiras. 7 D
b) Apenas as frases I e III são verdadeiras. 8 D
c) Apenas as frases II e III são falsas.
d) As frases I, II e III são verdadeiras. 9 C
e) 10 C

108
MARKETING

ANOTAÇÕES

__________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

109
MARKETING

ANOTAÇÕES

__________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________________

110
BLOCO 3

BLOCO 3:
Conhecimentos de Física - conhecimentos básicos e fundamentais: noções de ordem de grandeza; .............................. 01
Notação científica; sistema internacional de unidades; ........................................................................................................................... 01
Ferramentas básicas: gráficos e vetores; ........................................................................................................................................................ 02
Conceituação de grandezas vetoriais e escalares; operações básicas com vetores. Energia, trabalho e potência .......... 03
Conceituação de trabalho, energia e potência; conceito de energia potencial e de energia cinética; conservação de
energia mecânica e dissipação de energia; ................................................................................................................................................... 05
Trabalho da força gravitacional e energia potencial gravitacional; forças conservativas e dissipativas. ............................... 09
O calor e os fenômenos térmicos: conceitos de calor e de temperatura; escalas termométricas; transferência de calor e
equilíbrio térmico; capacidade calorífica e calor específico; condução do calor; dilatação térmica; mudanças de estado
físico e calor latente de transformação; ......................................................................................................................................................... 12
Comportamento de gases ideais; máquinas térmicas; ciclo de Carnot; leis da Termodinâmica; aplicações e fenômenos
térmicos de uso cotidiano. .................................................................................................................................................................................. 18

Conhecimentos de Químicos - Transformações Químicas: evidências de transformações químicas; interpretando trans-


formações químicas; .............................................................................................................................................................................................. 29
Sistemas gasosos: Lei dos gases; equação geral dos gases ideais, princípio de Avogadro; ...................................................... 31
Conceito de molécula; massa molar, volume molar dos gases; teoria cinética dos gases; misturas gasosas. ................... 32
Transformações Químicas e Energia: transformações químicas e energia calorífica; calor de reação; entalpia; equações
termoquímicas; Lei de Hess. ................................................................................................................................................................................ 34
Dinâmica das Transformações Químicas: transformações químicas e velocidade; velocidade de reação; energia de ativa-
ção; fatores que alteram a velocidade de reação: concentração, pressão, temperatura e catalisador. ................................. 38
Compostos de Carbono: características gerais dos compostos orgânicos; principais funções orgânicas; estrutura e pro-
priedades de hidrocarbonetos; .......................................................................................................................................................................... 42
Estrutura e propriedades de compostos orgânicos oxigenados; fermentação; estrutura e propriedades de compostos
orgânicos nitrogenados; macromoléculas; naturais e sintéticas; ......................................................................................................... 44
Noções básicas sobre polímeros; amido, glicogênio e celulose; borracha natural e sintética; polietileno, poliestireno,
PVC, Teflon, náilon; óleos e gorduras, sabões e detergentes sintéticos; proteínas e enzimas. ................................................. 46
Energias Químicas no Cotidiano: petróleo, gás natural e carvão; madeira e hulha; biomassa; biocombustíveis; impactos
ambientais de combustíveis fósseis.................................................................................................................................................................. 47
BLOCO 3

CONHECIMENTOS DE FÍSICA -
NOTAÇÃO CIENTÍFICA; SISTEMA
CONHECIMENTOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS:
INTERNACIONAL DE UNIDADES;
NOÇÕES DE ORDEM DE GRANDEZA;

Quando trabalhamos com grandezas físicas, muitas A física é responsável por estudar todos os aconteci-
vezes não precisamos nos preocupar com valores exatos. mentos que existem na natureza, os chamados fenômenos
Podemos apenas avaliar, com aproximação, um resultado físicos. 
ou uma medida. Um recurso que facilita os cálculos muito Para facilitar o estudo desses fenômenos, os físicos op-
longos, em uma avaliação, é a utilização das ordens de taram por criar regras gerais que fossem capazes de serem
grandeza. identificadas em todo o mundo, uma forma universal de se
Por definição, ordem de grandeza de um número é a estudar os fenômenos físicos, tornando-os padrão.
potência de dez mais próxima desse número. Assim, para As grandezas físicas se resumem em unidades de me-
obter a ordem de grandeza de um número N qualquer, em didas criadas através do Sistema Internacional de Unidades
primeiro lugar, devemos escrevê-lo em notação científica, (SI), responsável por tal padronização. 
ou seja, no formato: Na mecânica, o SI corresponde ao sistema MKS, que
tem como unidades fundamentais: metro,  quilograma e
N = x.10n segundo. 
em que 1 ≤ x ≤10 e  n é um número inteiro Em toda medida, os algarismos corretos e o primeiro
duvidoso são chamados de algarismos significativos. 
Em seguida, devemos comparar x com o ponto médio Entre as grandezas físicas também estão a notação
do intervalo de 1 (= 100) a 101. Em outras palavras, científica, o tempo, a unidade métrica e as medidas de dis-
devemos comparar o valor de x com o valor 100,5, como tância. 
mostra a figura abaixo:

Tabela das principais grandezas físicas Tabela das prin-


Gráfico da escala de potências cipais grandezas físicas
Observe que 

Usando o Sistema Internacional de Unidades, têm-se


quatro vantagens básicas: 

é, aproximadamente, o ponto médio do intervalo [100, • Unicidade – Porque existe apenas uma unidade para
101] em uma escala logarítmica. A partir dessa comparação,  cada grandeza física. 
• Uniformidade – Acaba com eventuais confusões so-
bre símbolos, porque cada fenômeno físico possui o seu
em particular. 
• Relação decimal entre múltiplos e submúltiplos – Fa-
cilita o trabalho escrito e verbal, através da escrita com o
uso da potência de dez. 
• Coerência – Evita interpretações erradas. 
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisi- Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/
ca/ordem-grandeza.htm grandezas-fisicas-unidades.htm

1
BLOCO 3

Alguns vetores particulares


Dizemos que dois vetores ou mais são iguais ou
FERRAMENTAS BÁSICAS: GRÁFICOS E equipolentes se seus módulos também forem iguais,
VETORES; se suas direções forem iguais e se possuírem o mesmo
sentido. Veja abaixo a representação de vetores iguais:

Conceito de vetor

Porém, quando pelo menos uma das características


citadas anteriormente é diferente, dizemos que os vetores
são diferentes. Chamamos de vetor oposto de um vetor B
  o vetor –B, que possui o mesmo módulo, mesma direção,
Representação geométrica de um vetor, com origem porém seu sentido é oposto ao de B.
em A e extremidade em B
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisi-
Quando trabalhamos com grandezas vetoriais, ca/conceito-vetor.htm
utilizamos a  álgebra vetorial, que opera com um ente
matemático denominado vetor. Para o que nos interessa, A interação entre dois corpos que possuem massa
podemos conceituar  vetor como o ente matemático que ocorre devido a um campo que eles geram ao seu redor,
representa o conjunto dos segmentos orientados de reta esse campo é chamado de campo gravitacional, ou seja, o
que têm o mesmo módulo, a mesma direção e o mesmo campo gravitacional é a região de pertubação gravitacional
sentido. que um corpo gera ao seu redor.
Colocando-se um corpo de massa m na região do
Representação de vetores campo gravitacional de um corpo com massa M, temos:
Representa-se o vetor    por um segmento de reta
orientado de reta com origem em A e extremidade em B.
O comprimento desse segmento representa o módulo do
vetor em uma escala de representação gráfica. Se o vetor 
 estiver representando uma grandeza vetorial, podemos
usar a notação    (em que se usa a letra que representa
a grandeza com uma seta em cima, sendo a seta sempre A força que a massa M exerce sobre a massa m tem
horizontal e para a direita). Veja a figura acima. intensidade dada pela Lei Gravitação Universal de Newton
e deve ter a mesma intensidade que a  força peso, desta
As características gerais que definem um vetor são: maneira:
F=P
  - intensidade
  - direção
  - sentido

A definição da intensidade ou módulo de um vetor é a


medida que obtemos quando  comparamos um vetor com G é a constante de gravitação universal (G=6,67 . 10-
outro de mesma espécie, considerado como unidade. Por 11Nm²/Kg²).
exemplo: o módulo da velocidade de um carro em certo Esta equação determina a intensidade do campo
instante é de 50 km/h, se o vetor velocidade adotado como gravicional, de qualquer corpo em qualquer lugar.
unitário estiver contido 50 vezes no vetor considerado. Com esta equação não podemos calcular a acelaração
Define-se direção de um vetor como sendo a reta da gravidade  da Terra, pois ela possui movimento de
suporte do segmento orientado que o representa. Para rotação, não é totalmente esférica e não é homogênea, tais
saber a direção de um vetor, basta saber a direção de sua características faz com que a Terra tenha uma aceleração
reta suporte. da gravidade diferente do seu campo gravitacional.
O  sentido  de um vetor é para onde aponta sua
extremidade. Fonte: http://www.infoescola.com/fisica/campo-
gravitacional/

2
BLOCO 3

CONCEITUAÇÃO DE GRANDEZAS VETORIAIS


E ESCALARES; OPERAÇÕES BÁSICAS COM
VETORES. ENERGIA, TRABALHO E POTÊNCIA

Grandeza é um conceito fundamental na ciência. Mas o que é uma grandeza? O conceito científico para grandeza é
tudo o que pode ser medido.
Assim, o comprimento é uma grandeza? Sim, você pode medir o comprimento de uma mesa. 
A massa é uma grandeza? Sim, você pode medir a massa do seu corpo.
Amor é uma grandeza? Não, você não pode medir sentimentos. Não existe um “amorômetro”.
Vamos agora aprender a diferença entre uma grandeza escalar e uma grandeza vetorial.

Grandeza escalar
Grandeza escalar é aquela que fica perfeitamente caracterizada quando conhecemos um número ou um número e uma
unidade. 
A massa é uma grandeza escalar porque fica perfeitamente caracterizada quando conhecemos um número e uma
unidade. A massa de uma pessoa é 57 kg. 
A temperatura é uma grandeza escalar porque fica perfeitamente caracterizada quando conhecemos um número e
uma unidade. A temperatura da sala de aula é 27 ºC. 
O volume é uma grandeza escalar porque fica perfeitamente caracterizado quando conhecemos um número e uma
unidade. O volume de uma caixa de leite é um litro. 
O intervalo de tempo é uma grandeza escalar porque fica perfeitamente caracterizado quando conhecemos um número
e uma unidade. A sessão de cinema durou 2 horas.
O índice de refração absoluto de um material é uma grandeza escalar porque fica perfeitamente caracterizado apenas
por um número. Quando afirmamos que o índice de refração absoluto do acrílico vale 2,0 esta grandeza fica perfeitamente
caracterizada.
GRANDEZA VETORIAL
Grandeza vetorial é aquela que somente fica caracterizada quando conhecemos, pelo menos, uma direção, um sentido,
um número e uma unidade. 
O deslocamento de uma pessoa entre dois pontos é uma grandeza vetorial. Para caracterizarmos perfeitamente o
deslocamento entre a sua casa e a sua escola precisamos conhecer direção (Leste-Oeste), um sentido (indo para Oeste),
um número e uma unidade (10 km).

Como representar uma grandeza vetorial


Sabemos, da Matemática, que um segmento de reta é um trecho limitado de uma reta.

Desse modo, um segmento de reta não pode representar uma grandeza vetorial porque falta-lhe sentido. Não esqueça
que um segmento de reta não tem sentido, isto é, o segmento AB é igual ao segmento BA.
Se colocarmos um sentido em um segmento de reta, obteremos um vetor que é um segmento de reta orientado e pode
ser utilizado para representar graficamente uma grandeza vetorial.

3
BLOCO 3

VETOR SOMA Devemos definir uma origem (ponto O). A seguir


João e Maria estão juntos no centro de um campo de vamos transportar o vetor a→a→ de modo que sua origem
futebol. Maria anda 4,0m para leste e 3,0m para o norte, coincida com o ponto O. 
como mostra a figura abaixo.

Isso feito, vamos transportar o vetor  b→b→  de


modo que sua origem coincida com a extremidade do
vetor a→a→.

João deseja percorre a menor distância possível para


reencontrar a sua amada. Como fazer? 
A figura abaixo mostra o caminho de João para
reencontrar Maria.

E assim, sucessivamente, até terminarem os vetores que


devem ser somados. É como se você estivesse encaixando
os vetores.

Nesta história, podemos considerar que os


deslocamentos de Maria formam um conjunto de vetores
e o deslocamento de João representa o vetor soma do
conjunto de vetores, isto é, vetor soma de um conjunto de
vetores é o vetor capaz de produzir o mesmo efeito que o
conjunto dos vetores. O vetor soma  s→s→  é obtido ligando-se a origem
MÉTODO GRÁFICO (ponto O) à extremidade do último vetor.
Desejamos somar os vetores da figura abaixo.

4
BLOCO 3

VETOR EM SISTEMA DE EIXOS COORDENADOS Procedendo de modo análogo podemos obter a


Desejamos projetar o vetor  a→a→  sobre o eixo x, projeção do vetor a→a→ sobre o eixo y (a→ya→y).  A figura
mostrado na figura abaixo. abaixo mostra as projeções do vetor a→a→ sobre o sistema
de eixos coordenados.

Para isso devemos traçar pela extremidade do


vetor a→a→ uma reta paralela ao eixo y.  a→xa→x = projeção do vetor a→a→ sobre o eixo x 
a→ya→y = projeção do vetor a→a→ sobre o eixo y
a→xa→x e a→ya→y  são  as componentes do
vetor a→a→.

Fonte: http://educacao.globo.com/fisica/assunto/
mecanica/grandezas-escalares-e-vetoriais.html

CONCEITUAÇÃO DE TRABALHO, ENERGIA E


POTÊNCIA; CONCEITO DE ENERGIA POTENCIAL
E DE ENERGIA CINÉTICA; CONSERVAÇÃO
DE ENERGIA MECÂNICA E DISSIPAÇÃO DE
ENERGIA;

Essa reta vai encontrar o eixo x no ponto P. A projeção


do vetor a→a→ sobre o eixo x (a→xa→x) é obtida ligando- Energia Mecânica
se a origem do sistema de eixos ao ponto P.
Energia é a capacidade de executar um trabalho.
Energia mecânica é aquela que acontece devido ao
movimento dos corpos ou armazenada nos sistemas físicos.
Dentre as diversas energias conhecidas, as que veremos
no estudo de dinâmica são:
• Energia Cinética;
• Energia Potencial Gravitacional;
• Energia Potencial Elástica;

Energia Cinética

É a energia ligada ao movimento dos corpos. Resulta


da transferência de energia do sistema que põe o corpo
em movimento.
Sua equação é dada por:

5
BLOCO 3

Utilizando a equação de Torricelli e considerando o Energia Potencial


inicio do movimento sendo o repouso, teremos: Energia Potencial é a energia que pode ser armazenada
em um sistema físico e tem a capacidade de ser transformada
em energia cinética.
Conforme o corpo perde energia potencial ganha
energia cinética ou vice-e-verso.
 
Energia Potencial Gravitacional
 
Substituindo no cálculo do trabalho: É a energia que corresponde ao trabalho que a força
Peso realiza.
É obtido quando consideramos o deslocamento de um
corpo na vertical, tendo como origem o nível de referência
(solo, chão de uma sala, ...).

Enquanto o corpo cai vai ficando mais rápido, ou seja,


ganha Energia Cinética, e como a altura diminui, perde
Energia Potencial Gravitacional.
   
A unidade de energia é a mesma do trabalho: o Joule (J) Energia Potencial Elástica
   
Teorema da Energia Cinética Corresponde ao trabalho que a força Elástica realiza.
 
Considerando um corpo movendo-se em MRUV.

O Teorema da Energia Cinética (TEC) diz que:


“O trabalho da força resultante é medido pela variação
da energia cinética.”
Ou seja:
Como a força elástica é uma força variável, seu trabalho
é calculado através do cálculo da área do seu gráfico, cuja
Lei de Hooke diz ser:

 
Exemplo:
Qual o trabalho realizado por um corpo de massa 10kg
que inicia um percurso com velocidade 10m/s² até parar?

6
BLOCO 3

Como a área de um triângulo é dada por: Para o caso de energia potencial elástica convertida em
energia cinética, ou vice-versa:

Então:  
Exemplos:
1) Uma maçã presa em uma macieira a 3 m de altura se
desprende. Com que velocidade ela chegará ao solo?

 
Conservação de Energia Mecânica
A energia mecânica de um corpo é igual a soma das
energias potenciais e cinética dele.
Então:

 
Qualquer movimento é realizado através de
transformação de energia, por exemplo, quando você
corre, transforma a energia química de seu corpo em
energia cinética. O mesmo acontece para a conservação de
energia mecânica.
Podemos resolver vários problemas mecânicos  
conhecendo os princípios de conservação de energia. 2)  Um bloco de massa igual a 10kg se desloca com
Por exemplo, uma pedra que é abandonada de velocidade constante igual a 12m/s, ao encontrar uma
um penhasco. Em um primeiro momento, antes de ser mola de constante elástica igual a 2000N/m este diminui
abandonada, a pedra tem energia cinética nula ( já que não sua velocidade até parar, qual a compressão na mola neste
está em movimento) e energia potencial total. Quando a momento?
pedra chegar ao solo, sua energia cinética sera total, e a
energia potencial nula ( já que a altura será zero).
Dizemos que a energia potencial se transformou, ou se
converteu, em energia cinética.
Quando não são consideradas as forças dissipativas
(atrito, força de arraste, etc.) a energia mecânica é
conservada, então:

 
Para o caso de energia potencial gravitacional
convertida em energia cinética, ou vice-versa:

7
BLOCO 3

Impulso Exemplo:
Como já vimos, para que um corpo entre em Qual a quantidade de movimento de um corpo de
movimento, é necessário que haja um interação entre dois massa 2kg a uma velocidade de 1m/s?
corpos.
Se considerarmos o tempo que esta interação acontece,
teremos o corpo sob ação de uma força constante, durante
um intervalo de tempo muito pequeno, este será o impulso
de um corpo sobre o outro:

 
Teorema do Impulso
Considerando a 2ª Lei de Newton:
As características do impulso são:

• Módulo: 
• Direção: a mesma do vetor F.
• Sentido: o mesmo do vetor F. E utilizando-a no intervalo do tempo de interação:

A unidade utilizada para Impulso, no SI, é: N.s


No gráfico de uma força constante, o valor do impulso
é numericamente igual à área entre o intervalo de tempo
de interação: mas sabemos que:  , logo:

Como vimos:

então:
A = F.Δt = I

Quantidade de Movimento
 
Se observarmos uma partida de bilhar, veremos que
uma bolinha transfere seu movimento totalmente ou
parcialmente para outra. “O impulso de uma força, devido à sua aplicação em
A grandeza física que torna possível estudar estas certo intervalo de tempo, é igual a variação da quantidade
transferências de movimento é a quantidade de movimento de movimento do corpo ocorrida neste mesmo intervalo de
linear  , também conhecido como quantidade de tempo.”
movimento ou momentum linear.  
A quantidade de movimento relaciona a massa de um Exemplo:
corpo com sua velocidade: Quanto tempo deve agir uma força de intensidade
100N sobre um corpo de massa igual a 20kg, para que sua
velocidade passe de 5m/s para 15m/s?

Como características da quantidade de movimento


temos:

• Módulo: 
• Direção: a mesma da velocidade.
• Sentido: a mesma da velocidade.
• Unidade no SI: kg.m/s.

8
BLOCO 3

Conservação da Quantidade de Movimento Princípio da transmissibilidade das forças


Assim como a energia mecânica, a quantidade de  
movimento também é mantida quando não há forças O efeito de uma força não é alterado quando esta é
dissipativas, ou seja, o sistema é conservativo, fechado ou aplicada em diferentes pontos do corpo, desde que esta
mecanicamente isolado. seja aplicada ao longo de sua linha de aplicação.
Um sistema é conservativo se:

 
Então, se o sistema é conservativo temos:

Como a massa de um corpo, ou mesmo de um sistema, Nos três casos o efeito da força é o mesmo.
dificilmente varia, o que sofre alteração é a velocidade  
deles. Equilíbrio
   
Exemplo: As situações em que um corpo pode estar em equilíbrio são:
Um corpo de massa 4kg, se desloca com velocidade • Equilíbrio estático: Ocorre quando o ponto ou
constante igual a 10m/s. Um outro corpo de massa 5kg é corpo está perfeitamente parado ( ).
lançado com velocidade constante de 20m/s em direção • Equilíbrio dinâmico: Ocorre quando o ponto ou
ao outro bloco. Quando os dois se chocarem ficarão presos corpo está em Movimento Uniforme .
por um velcro colocado em suas extremidades. Qual será a
velocidade que os corpos unidos terão? Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/
Mecanica/EstaticaeHidrostatica/estdoponto.php

TRABALHO DA FORÇA GRAVITACIONAL E


ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL; FORÇAS
CONSERVATIVAS E DISSIPATIVAS

Força gravitacional
Ao estudar o movimento da Lua, Newton concluiu
que a força que faz com que ela esteja constantemente
em órbita é do mesmo tipo que a força que a Terra exerce
Princípios Básicos
sobre um corpo em suas proximidades. A partir daí criou a
 
Lei da Gravitação Universal.
A estática é a parte da física que se preocupa em
Lei da Gravitação Universal de Newton:
explicar questões como: “Dois corpos atraem-se com força proporcional às
• Por que em uma mesa sustentada por dois pés, suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da
estes precisam estar em determinada posição para que distância que separa seus centros de gravidade.”
esta não balance?
• Por que a maçaneta de uma porta sempre é
colocada no ponto mais distante das dobradiças dela?
• Por que um quadro pendurado em um prego
precisa estar preso exatamente em sua metade?
• Por que é mais fácil quebrar um ovo pelas laterais
do que por suas extremidades?

9
BLOCO 3

Onde:
F=Força de atração gravitacional entre os dois corpos
G=Constante de gravitação universal

M e m = massa dos corpos


d=distância entre os centros de gravidade dos corpos.
 
Nas proximidades da Terra a aceleração da gravidade varia, mas em toda a Litosfera (camada em que há vida) esta pode
ser considerada constante, seus valores para algumas altitudes determinadas são:

Altitude (km) Aceleração da Gravidade (m/s²) Exemplo de altitude


0 9,83 nível do mar
8,8 9,80 cume do Monte Everest
maior altura atingida por balão
36,6 9,71
tripulado
400 8,70 órbita de um ônibus espacial
35700 0,225 satélite de comunicação
 

Leis de Kepler
 
Quando o ser humano iniciou a agricultura, ele necessitou de uma referência para identificar as épocas de plantio e
colheita.
Ao observar o céu, os nossos ancestrais perceberam que alguns astros descrevem um movimento regular, o que
propiciou a eles obter uma noção de tempo e de épocas do ano.
Primeiramente, foi concluído que o Sol e os demais planetas observados giravam em torno da Terra. Mas este modelo,
chamado de Modelo Geocêntrico, apresentava diversas falhas, que incentivaram o estudo deste sistema por milhares de
anos.
Por volta do século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543) apresentou um modelo Heliocêntrico, em que o Sol estava no
centro do universo, e os planetas descreviam órbitas circulares ao seu redor.
No século XVII, Johanes Kepler (1571-1630) enunciou as leis que regem o movimento planetário, utilizando anotações
do astrônomo Tycho Brahe (1546-1601).
Kepler formulou três leis que ficaram conhecidas como Leis de Kepler.
 

10
BLOCO 3

1ª Lei de Kepler - Lei das Órbitas


Os planetas descrevem órbitas elipticas em torno do Sol, que ocupa um dos focos da elipse.

 
2ª Lei de Kepler - Lei das Áreas
O segmento que une o sol a um planeta descreve áreas iguais em intervalos de tempo iguais.

11
BLOCO 3

3ª Lei de Kepler - Lei dos Períodos Calor sensível


  É denominado calor sensível, a quantidade de calor
O quociente dos quadrados dos períodos e o cubo de que tem como efeito apenas a alteração da temperatura
suas distâncias médias do sol é igual a uma constante  k, de um corpo.
igual a todos os planetas. Este fenômeno é regido pela lei física conhecida
como Equação Fundamental da Calorimetria, que diz que a
quantidade de calor sensível (Q) é igual ao produto de sua
massa, da variação da temperatura e de uma constante de
proporcionalidade dependente da natureza de cada corpo
denominada calor específico.
Assim:
 
Tendo em vista que o movimento de translação de
um planeta é equivalente ao tempo que este demora para
percorrer uma volta em torno do Sol, é fácil concluirmos Onde:
que, quanto mais longe o planeta estiver do Sol, mais Q = quantidade de calor sensível (cal ou J).
longo será seu período de translação e, em consequência c = calor específico da substância que constitui o corpo
disso, maior será o “seu ano”. (cal/g°C ou J/kg°C).
m = massa do corpo (g ou kg).
Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/ Δθ = variação de temperatura (°C).
Mecanica/GravitacaoUniversal/lk.php  
É interessante conhecer alguns valores de calores
específicos:
O CALOR E OS FENÔMENOS TÉRMICOS:
Substância c (cal/g°C)
CONCEITOS DE CALOR E DE TEMPERATURA;
ESCALAS TERMOMÉTRICAS; TRANSFERÊNCIA Alumínio 0,219
DE CALOR E EQUILÍBRIO TÉRMICO; Água 1,000
CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO; Álcool 0,590
CONDUÇÃO DO CALOR; DILATAÇÃO TÉRMICA; Cobre 0,093
MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO E CALOR Chumbo 0,031
LATENTE DE TRANSFORMAÇÃO; Estanho 0,055
Ferro 0,119
Gelo 0,550
CALORIMETRIA Mercúrio 0,033
Calor Ouro 0,031
Quando colocamos dois corpos com temperaturas Prata 0,056
diferentes em contato, podemos observar que a Vapor d’água 0,480
temperatura do corpo “mais quente” diminui, e a do Zinco 0,093
corpo “mais frio” aumenta, até o momento em que ambos
os corpos apresentem temperatura igual. Esta reação é Quando:
causada pela passagem de energia térmica do corpo “mais Q>0: o corpo ganha calor.
quente” para o corpo “mais frio”, a transferência de energia Q<0: o corpo perde calor.
é o que chamamos calor.  
Calor é a transferência de energia térmica entre corpos Exemplo:
com temperaturas diferentes. Qual a quantidade de calor sensível necessária para
A unidade mais utilizada para o calor é  caloria  (cal), aquecer uma barra de ferro de 2kg de 20°C para 200 °C?
embora sua unidade no SI seja o  joule  (J). Uma caloria Dado: calor específico do ferro = 0,119cal/g°C.
equivale a quantidade de calor necessária para aumentar 2 kg = 2000 g
a temperatura de um grama de água pura, sob pressão
normal, de 14,5 °C para 15,5 °C.
A relação entre a caloria e o joule é dada por:
1 cal = 4,186J
Partindo daí, podem-se fazer conversões entre as
unidades usando regra de três simples.
Como 1 caloria é uma unidade pequena, utilizamos
muito o seu múltiplo, a quilocaloria.
1 kcal = 10³cal

12
BLOCO 3

Calor latente
Nem toda a troca de calor existente na natureza se detém a modificar a temperatura dos corpos. Em alguns casos há
mudança de estado físico destes corpos. Neste caso, chamamos a quantidade de calor calculada de calor latente.
A quantidade de calor latente (Q) é igual ao produto da massa do corpo (m) e de uma constante de proporcionalidade
(L).
Assim:

A constante de proporcionalidade é chamada calor latente de mudança de fase e se refere a quantidade de calor que
1 g da substância calculada necessita para mudar de uma fase para outra.
Além de depender da natureza da substância, este valor numérico depende de cada mudança de estado físico.

Por exemplo, para a água:

Calor latente de fusão 80cal/g


Calor latente de vaporização 540cal/g
Calor latente de solidificação -80cal/g
Calor latente de condensação -540cal/g
 
Quando:
Q>0: o corpo funde ou vaporiza.
Q<0: o corpo solidifica ou condensa.
 
Exemplo:
Qual a quantidade de calor necessária para que um litro de água vaporize? Dado: densidade da água=1g/cm³ e calor
latente de vaporização da água = 540 cal/g.

Assim:

13
BLOCO 3

Curva de aquecimento
Ao estudarmos os valores de calor latente, observamos que estes não dependem da variação de temperatura. Assim
podemos elaborar um gráfico de temperatura em função da quantidade de calor absorvida. Chamamos este gráfico
de Curva de Aquecimento:

Trocas de calor
Para que o estudo de trocas de calor seja realizado com maior precisão, este é realizado dentro de um aparelho
chamado calorímetro, que consiste em um recipiente fechado incapaz de trocar calor com o ambiente e com seu interior.
Dentro de um calorímetro, os corpos colocados trocam calor até atingir o equilíbrio térmico. Como os corpos não
trocam calor com o calorímetro e nem com o meio em que se encontram, toda a energia térmica passa de um corpo ao
outro.
Como, ao absorver calor Q>0 e ao transmitir calor Q<0, a soma de todas as energias térmicas é nula, ou seja:

ΣQ=0
(lê-se que somatório de todas as quantidades de calor é igual a zero)

Sendo que as quantidades de calor podem ser tanto sensível como latente.
 
Exemplo:
Qual a temperatura de equilíbrio entre uma bloco de alumínio de 200g à 20°C mergulhado em um litro de água à 80°C?
Dados calor específico: água=1cal/g°C e alumínio = 0,219cal/g°C.

14
BLOCO 3

Capacidade térmica
É a quantidade de calor que um corpo necessita receber
ou ceder para que sua temperatura varie uma unidade.
Então, pode-se expressar esta relação por:

Aplicando a equação do fluxo de calor:

Sua unidade usual é cal/°C.


 
A capacidade térmica de 1g de água é de  1cal/°C já
que seu calor específico é 1cal/g.°C.

Transmissão de Calor
Em certas situações, mesmo não havendo o contato
físico entre os corpos, é possível sentir que algo está mais
quente. Como quando chega-se perto do fogo de uma
lareira. Assim, concluímos que de alguma forma o calor
emana desses corpos “mais quentes” podendo se propagar
de diversas maneiras.
Como já vimos anteriormente, o fluxo de calor acontece Condução Térmica
no sentido da maior para a menor temperatura. É a situação em que o calor se propaga através de
Este trânsito de energia térmica pode acontecer pelas um «condutor». Ou seja, apesar de não estar em contato
seguintes maneiras: direto com a fonte de calor um corpo pode ser modificar
• condução; sua energia térmica se houver condução de calor por outro
• convecção; corpo, ou por outra parte do mesmo corpo.
• irradiação. Por exemplo, enquanto cozinha-se algo, se deixarmos
uma colher encostada na panela, que está sobre o fogo,
Fluxo de Calor depois de um tempo ela esquentará também.
Para que um corpo seja aquecido, normalmente, usa- Este fenômeno acontece, pois, ao aquecermos a
se uma fonte térmica de potência constante, ou seja, uma panela, suas moléculas começam a agitar-se mais, como
fonte capaz de fornecer uma quantidade de calor por a panela está em contato com a colher, as moléculas em
unidade de tempo. agitação maior provocam uma agitação nas moléculas da
Definimos  fluxo de calor  (Φ) que a fonte fornece de colher, causando aumento de sua energia térmica, logo, o
maneira constante como o quociente entre a quantidade aquecimento dela.
de calor (Q) e o intervalo de tempo de exposição (Δt): Também é por este motivo que, apesar de apenas a
parte inferior da panela estar diretamente em contato com
o fogo, sua parte superior também esquenta.
 
Convecção Térmica
A convecção consiste no movimento dos fluidos, e é
Sendo a unidade adotada para fluxo de calor, no o princípio fundamental da compreensão do vento, por
sistema internacional, o  Watt (W), que corresponde a exemplo.
Joule por segundo, embora também sejam muito usada a O ar que está nas planícies é aquecido pelo sol e pelo
unidade caloria/segundo (cal/s) e seus múltiplos: caloria/ solo, assim ficando mais leve e subindo. Então as massas
minuto (cal/min) e quilocaloria/segundo (kcal/s). de ar que estão nas montanhas, e que está mais frio que
  o das planícies, toma o lugar vago pelo ar aquecido, e a
Exemplo: massa aquecida se desloca até os lugares mais altos,
Uma fonte de potência constante igual a 100W é onde resfriam. Estes movimentos causam, entre outros
utilizada para aumentar a temperatura 100g de mercúrio fenômenos naturais, o vento.
30°C. Sendo o calor específico do mercúrio 0,033cal/g.°C Formalmente, convecção é o fenômeno no qual o calor
e 1cal=4,186J, quanto tempo a fonte demora para realizar se propaga por meio do movimento de massas fluidas de
este aquecimento? densidades diferentes.

15
BLOCO 3

Irradiação Térmica Energia cinética de um gás


É a propagação de energia térmica que não necessita Devido às colisões entre si e com as paredes do
de um meio material para acontecer, pois o calor se propaga recipiente, as moléculas mudam a sua velocidade e direção,
através de ondas eletromagnéticas. ocasionando uma variação de energia cinética de cada
Imagine um forno microondas. Este aparelho aquece uma delas. No entanto, a energia cinética média do gás
os alimentos sem haver contato com eles, e ao contrário do permanece a mesma.
forno à gás, não é necessário que ele aqueça o ar. Enquanto Novamente utilizando-se conceitos da mecânica
o alimento é aquecido há uma emissão de microondas Newtoniana estabelece-se:
que fazem sua energia térmica aumentar, aumentando a
temperatura.
O corpo que emite a energia radiante é chamado
emissor ou radiador e o corpo que recebe, o receptor.
Onde:
Gases
n=número molar do gás (nº de mols)
Gases são fluidos no estado gasoso, a característica
R=constante universal dos gases perfeitos (R=8,31J/
que o difere dos fluidos líquidos é que, quando colocado
mol.K)
em um recipiente, este tem a capacidade de ocupa-lo T=temperatura absoluta (em Kelvin)
totalmente. A maior parte dos elementos químicos não-  
metálicos conhecidos são encontrados no seu estado O número de mols do gás é calculado utilizando-se sua
gasoso, em temperatura ambiente. massa molar, encontrado em tabelas periódicas e através
As moléculas do gás, ao se movimentarem, colidem da constante de Avogadro.
com as outras moléculas e com as paredes do recipiente
onde se encontram, exercendo uma pressão, chamada
de pressão do gás.
Esta pressão tem relação com o volume do gás e à Utilizando-se da relação que em 1mol de moléculas de
temperatura absoluta. uma substância há  moléculas desta substância.
Ao ter a temperatura aumentada, as moléculas do gás  
aumentam sua agitação, provocando mais colisões. Transformação Isotérmica
Ao aumentar o volume do recipiente, as moléculas tem A palavra  isotérmica  se refere a mesma temperatura,
mais espaço para se deslocar, logo, as colisões diminuem, logo uma  transformação isotérmica de uma gás, ocorre
diminuindo a pressão. quando a temperatura inicial é conservada.
Utilizando os princípios da mecânica Newtoniana é A lei física que expressa essa relação é conhecida com
possível estabelecer a seguinte relação: Lei de Boyle e é matematicamente expressa por:

Onde:
p=pressão
Onde: V=volume
p=pressão =constante que depende da massa, temperatura e
natureza do gás.
m=massa do gás
Como esta constante é a mesma para um mesmo gás,
v=velocidade média das moléculas
ao ser transformado, é válida a relação:
V=volume do gás.
 
Exemplo:
Gás perfeito ou ideal Certo gás contido em um recipiente de 1m³ com
É considerado um gás perfeito quando são presentes êmbolo exerce uma pressão de 250Pa. Ao ser comprimido
as seguintes características: isotérmicamente a um volume de 0,6m³ qual será a pressão
• o movimento das moléculas é regido pelos exercida pelo gás?
princípios da mecânica Newtoniana;
• os choques entre as moléculas são perfeitamente
elásticos, ou seja, a quantidade de movimento é conservada;
• não há atração e nem repulsão entre as moléculas;
• o volume de cada molécula é desprezível quando
comparado com o volume total do gás.
 

16
BLOCO 3

Transformação Isobárica a isométrica se baseia em uma relação em que, para este


Analogamente à transformação isotérmica, quando há caso, o volume se mantém.
uma transformação isobárica, a pressão é conservada. Regida pela Lei de Charles, a transformação isométrica
Regida pela Lei de Charles e Gay-Lussac, esta é matematicamente expressa por:
transformação pode ser expressa por:

Onde:
Onde: p=pressão;
V=volume; T=temperatura absoluta do gás;
T=temperatura absoluta; =constante que depende do volume, massa e da
=constante que depende da pressão, massa e natureza do gás.;
natureza do gás.  
  Como para um mesmo gás, a constante   é sempre a
Assim, quando um mesmo gás muda de temperatura mesma, garantindo a validade da relação:
ou volume, é válida a relação:

 
  Exemplo:
Exemplo: Um gás que se encontra à temperatura de 200K é
Um gás de volume 0,5m³ à temperatura de 20ºC é aquecido até 300K, sem mudar de volume. Se a pressão
aquecido até a temperatura de 70ºC. Qual será o volume exercida no final do processo de aquecimento é 1000Pa,
ocupado por ele, se esta transformação acontecer sob qual era a pressão inicial?
pressão constante?
É importante lembrarmos que a temperatura
considerada deve ser a temperatura absoluta do gás (escala
Kelvin) assim, o primeiro passo para a resolução do exercício
é a conversão de escalas termométricas:
Lembrando que:

Equação de Clapeyron
Relacionando as Leis de Boyle, Charles Gay-Lussac
e de Charles é possível estabelecer uma equação que
Então: relacione as variáveis de estado: pressão (p), volume (V) e
temperatura absoluta (T) de um gás.
Esta equação é chamada Equação de Clapeyron, em
homenagem ao físico francês Paul Emile Clapeyron que foi
quem a estabeleceu.

Onde:
p=pressão;
V=volume;
n=nº de mols do gás;
R=constante universal dos gases perfeitos;
Transformação Isométrica T=temperatura absoluta.
A transformação isométrica também pode ser chamada  
isocórica e assim como nas outras transformações vistas, Exemplo:

17
BLOCO 3

(1) Qual é o volume ocupado por um mol de gás perfeito submetido à pressão de 5000N/m², a uma temperatura igual
a 50°C?

Dado: 1atm=10000N/m² e 

Substituindo os valores na equação de Clapeyron:

Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/Termologia/EstudodosGases/lgeral.php

COMPORTAMENTO DE GASES IDEAIS;


MÁQUINAS TÉRMICAS; CICLO DE CARNOT;
LEIS DA TERMODINÂMICA; APLICAÇÕES E
FENÔMENOS TÉRMICOS DE USO COTIDIANO.

1ª Lei da Termodinâmica
 
Chamamos de 1ª Lei da Termodinâmica, o princípio da conservação de energia aplicada à termodinâmica, o que torna
possível prever o comportamento de um sistema gasoso ao sofrer uma transformação termodinâmica.
Analisando o princípio da conservação de energia ao contexto da termodinâmica:
Um sistema não pode criar ou consumir energia, mas apenas armazená-la ou transferi-la ao meio onde se encontra,
como trabalho, ou ambas as situações simultaneamente, então, ao receber uma quantidade Q de calor, esta poderá realizar
um trabalho   e aumentar a energia interna do sistema ΔU, ou seja, expressando matematicamente:

Sendo todas as unidades medidas em Joule (J).


Conhecendo esta lei, podemos observar seu comportamento para cada uma das grandezas apresentadas:

Calor Trabalho Energia Interna Q/ /ΔU


Recebe Realiza Aumenta >0
Cede Recebe Diminui <0
não troca não realiza e nem recebe não varia =0
 

18
BLOCO 3

Exemplo:
(1) Ao receber uma quantidade de calor Q=50J, um gás realiza um trabalho igual a 12J, sabendo que a Energia interna
do sistema antes de receber calor era U=100J, qual será esta energia após o recebimento?

2ª Lei da Termodinâmica
Dentre as duas leis da termodinâmica, a segunda é a que tem maior aplicação na construção de máquinas e utilização
na indústria, pois trata diretamente do rendimento das máquinas térmicas.
Dois enunciados, aparentemente diferentes ilustram a 2ª Lei da Termodinâmica, os enunciados de Clausius e Kelvin-
Planck:
• Enunciado de Clausius:
O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo de temperatura menor, para um outro corpo de temperatura
mais alta.
Tendo como consequência que o sentido natural do fluxo de calor é da temperatura mais alta para a mais baixa, e que
para que o fluxo seja inverso é necessário que um agente externo realize um trabalho sobre este sistema.
• Enunciado de Kelvin-Planck:
É impossível a construção de uma máquina que, operando em um ciclo termodinâmico, converta toda a quantidade de
calor recebido em trabalho.
Este enunciado implica que, não é possível que um dispositivo térmico tenha um rendimento de 100%, ou seja, por
menor que seja, sempre há uma quantidade de calor que não se transforma em trabalho efetivo.
 
Maquinas térmicas
As máquinas térmicas foram os primeiros dispositivos mecânicos a serem utilizados em larga escala na indústria,
por volta do século XVIII. Na forma mais primitiva, era usado o aquecimento para transformar água em vapor, capaz de
movimentar um pistão, que por sua vez, movimentava um eixo que tornava a energia mecânica utilizável para as indústrias
da época.
Chamamos máquina térmica o dispositivo que, utilizando duas fontes térmicas, faz com que a energia térmica se
converta em energia mecânica (trabalho).

19
BLOCO 3

A fonte térmica fornece uma quantidade de calor   que no dispositivo transforma-se em trabalho  mais uma
quantidade de calor que não é capaz de ser utilizado como trabalho  .
Assim é válido que:

Utiliza-se o valor absolutos das quantidade de calor pois, em uma máquina que tem como objetivo o resfriamento, por
exemplo, estes valores serão negativos.
Neste caso, o fluxo de calor acontece da temperatura menor para o a maior. Mas conforme a 2ª Lei da Termodinâmica,
este fluxo não acontece espontaneamente, logo é necessário que haja um trabalho externo, assim:

Rendimento das máquinas térmicas


Podemos chamar de rendimento de uma máquina a relação entre a energia utilizada como forma de trabalho e a
energia fornecida:
Considerando:
=rendimento;
= trabalho convertido através da energia térmica fornecida;
=quantidade de calor fornecida pela fonte de aquecimento;
=quantidade de calor não transformada em trabalho.
 

Mas como constatado:

logo, podemos expressar o rendimento como:

20
BLOCO 3

O valor mínimo para o rendimento é 0 se a máquina não • Uma expansão isotérmica reversível. O sistema
realizar nenhum trabalho, e o máximo 1, se fosse possível que a recebe uma quantidade de calor da fonte de aquecimento
máquina transformasse todo o calor recebido em trabalho, mas (L-M)
como visto, isto não é possível. Para sabermos este rendimento • Uma expansão adiabática reversível. O sistema
em percentual, multiplica-se o resultado obtido por 100%. não troca calor com as fontes térmicas (M-N)
  • Uma compressão isotérmica reversível. O sistema
Exemplo: cede calor para a fonte de resfriamento (N-O)
Um motor à vapor realiza um trabalho de 12kJ quando • Uma compressão adiabática reversível. O sistema
lhe é fornecido uma quantidade de calor igual a 23kJ. Qual a não troca calor com as fontes térmicas (O-L)
capacidade percentual que o motor tem de transformar energia Numa máquina de Carnot, a quantidade de calor que
térmica em trabalho? é fornecida pela fonte de aquecimento e a quantidade
cedida à fonte de resfriamento são proporcionais às suas
temperaturas absolutas, assim:

Assim, o rendimento de uma máquina de Carnot é:

Ciclo de Carnot
 
Até meados do século XIX, acreditava-se ser possível a  e 
construção de uma máquina térmica ideal, que seria capaz de
transformar toda a energia fornecida em trabalho, obtendo um Logo:
rendimento total (100%).
Para demonstrar que não seria possível, o engenheiro
francês Nicolas Carnot (1796-1832) propôs uma máquina
térmica teórica que se comportava como uma máquina de
rendimento total, estabelecendo um ciclo de rendimento
máximo, que mais tarde passou a ser chamado Ciclo de Carnot.
Este ciclo seria composto de quatro processos, Sendo:
independente da substância:
= temperatura absoluta da fonte de resfriamento

= temperatura absoluta da fonte de aquecimento


 
Com isto se conclui que para que haja 100% de
rendimento, todo o calor vindo da fonte de aquecimento
deverá ser transformado em trabalho, pois a temperatura
absoluta da fonte de resfriamento deverá ser 0K.
Partindo daí conclui-se que o zero absoluto não é
possível para um sistema físico.
 

21
BLOCO 3

Exemplo:
Qual o rendimento máximo teórico de uma máquina à vapor, cujo fluido entra a 560ºC e abandona o ciclo a 200ºC?

 
Assim como para os gases, um dos efeitos da variação da temperatura é a variação de dimensões em corpos sólidos e
líquidos. Esta variação é o que chamamos Dilatação Térmica.
 
Dilatação Linear
Aplica-se apenas para os corpos em estado sólido, e consiste na variação considerável de apenas uma dimensão. Como,
por exemplo, em barras, cabos e fios.
Ao considerarmos uma barra homogênea, por exemplo, de comprimento   a uma temperatura inicial  . Quando esta
temperatura é aumentada até uma   (> ), observa-se que esta barra passa a ter um comprimento   (> ).

Com isso é possível concluir que a dilatação linear ocorre de maneira proporcional à variação de temperatura e ao
comprimento inicial  . Mas ao serem analisadas barras de dimensões iguais, mas feitas de um material diferente, sua
variação de comprimento seria diferente, isto porque a dilatação também leva em consideração as propriedades do material
com que o objeto é feito, este é a constante de proporcionalidade da expressão, chamada de coeficiente de dilatação
linear (α).
Assim podemos expressar:

A unidade usada para α é o inverso da unidade de temperatura, como:  .

22
BLOCO 3

Alguns valores usuais de coeficientes de dilatação


linear:

Substância

Chumbo

Zinco

Alumínio

Prata

Cobre
O gráfico deve ser um segmento de reta que não passa
Ouro pela origem, já que o comprimento inicial não é igual a
zero.
Ferro Considerando um ângulo φ como a inclinação da reta
em relação ao eixo horizontal. Podemos relacioná-lo com:
Platina
Vidro (comum)

Tungstênio Pois:

Vidro (pyrex)
 

Lâmina bimetálica
Uma das aplicações da dilatação linear mais utilizadas
no cotidiano é para a construção de lâminas bimetálicas,
que consistem em duas placas de materiais diferentes,
e portanto, coeficientes de dilatação linear diferentes, Dilatação Superficial
soldadas. Ao serem aquecidas, as placas aumentam seu Esta forma de dilatação consiste em um caso onde há
comprimento de forma desigual, fazendo com que esta dilatação linear em duas dimensões.
lâmina soldada entorte. Considere, por exemplo, uma peça quadrada de lados 
As lâminas bimetálicas são encontradas principalmente   que é aquecida uma temperatura  , de forma que
em dispositivos elétricos e eletrônicos, já que a corrente esta sofra um aumento em suas dimensões, mas como há
elétrica causa aquecimento dos condutores, que não dilatação igual para os dois sentidos da peça, esta continua
podem sofrer um aquecimento maior do que foram quadrada, mas passa a ter lados  .
construídos para suportar. Podemos estabelecer que:
Quando é curvada a lâmina tem o objetivo de
interromper a corrente elétrica, após um tempo em
repouso a temperatura do condutor diminui, fazendo com
que a lâmina volte ao seu formato inicial e reabilitando a
passagem de eletricidade. assim como:
 
Representação gráfica
Podemos expressar a dilatação linear de um corpo
através de um gráfico de seu comprimento (L) em função E relacionando com cada lado podemos utilizar:
da temperatura (θ), desta forma:

23
BLOCO 3

Para que possamos analisar as superfícies, podemos Dilatação Volumétrica


elevar toda a expressão ao quadrado, obtendo uma relação Assim como na dilatação superficial, este é um caso da
com suas áreas: dilatação linear que acontece em três dimensões, portanto
tem dedução análoga à anterior.
Consideremos um sólidos cúbico de lados    que é
aquecido uma temperatura  , de forma que este sofra um
aumento em suas dimensões, mas como há dilatação em
três dimensões o sólido continua com o mesmo formato,
Mas a ordem de grandeza do coeficiente de dilatação passando a ter lados  .
linear  (α)  é  , o que ao ser elevado ao quadrado Inicialmente o volume do cubo é dado por:
passa a ter grandeza  , sendo imensamente menor
que α. Como a variação da temperatura (Δθ) dificilmente
ultrapassa um valor de 10³ºC para corpos no estado
sólido, podemos considerar o termo  α²Δθ²  desprezível
em comparação com 2αΔθ, o que nos permite ignorá-lo Após haver aquecimento, este passa a ser:
durante o cálculo, assim:

Ao relacionarmos com a equação de dilatação linear:


Mas, considerando-se:

Onde, β é o coeficiente de dilatação superficial de cada


material, têm-se que:

Pelos mesmos motivos do caso da dilatação superficial,


podemos desprezar 3α²Δθ² e α³Δθ³ quando comparados
a 3αΔθ. Assim a relação pode ser dado por:

Observe que esta equação é aplicável para qualquer


superfície geométrica, desde que as áreas sejam obtidas
através das relações geométricas para cada uma, em
particular (circular, retangular, trapezoidal, etc.). Podemos estabelecer que o coeficiente de dilatação
  volumétrica ou cúbica é dado por:
Exemplo:
(1) Uma lâmina de ferro tem dimensões 10m x 15m em
temperatura normal. Ao ser aquecida 500ºC, qual será a
área desta superfície? Dado  Assim:

Assim como para a dilatação superficial, esta equação


pode ser utilizada para qualquer sólido, determinando seu
volume conforme sua geometria.
Sendo β=2α e γ=3α, podemos estabelecer as seguintes
relações:

24
BLOCO 3

Exemplo: Para medir a dilatação aparente costuma-se utilizar


O cilindro circular de aço do desenho abaixo se encontra um recipiente cheio até a borda. Ao aquecer este sistema
em um laboratório a uma temperatura de -100ºC. Quando (recipiente + líquido) ambos dilatarão e, como os líquidos
este chegar à temperatura ambiente (20ºC), quanto ele terá costumam dilatar mais que os sólidos, uma quantidade do
dilatado? líquido será derramada, esta quantidade mede a dilatação
aparente do líquido.
Dado que .
Assim:

Utilizando-se a expressão da dilatação volumétrica, 

, e admitindo que os volumes iniciais


do recipiente e do líquido são iguais, podemos expressar:

Sabendo que a área do cilindro é dada por:

Ou seja, o coeficiente de dilatação real de um líquido


é igual a soma de dilatação aparente com o coeficiente de
dilatação do frasco onde este se encontra.
 
Exemplo:
  (1) Um copo graduado de capacidade 10dm³ é
preenchido com álcool etílico, ambos inicialmente à
mesma temperatura, e são aquecidos em 100ºC. Qual foi a
dilatação real do álcool?

Dilatação Volumétrica dos Líquidos


A dilatação dos líquidos tem algumas diferenças da
dilatação dos sólidos, a começar pelos seus coeficientes Dados: 
de dilatação consideravelmente maiores e que para que o
volume de um líquido seja medido, é necessário que este
esteja no interior de um recipiente.
A lei que rege a dilatação de líquidos é fundamentalmente
igual à dilatação volumétrica de sólidos, já que estes não
podem dilatar-se linearmente e nem superficialmente,
então:

Mas como o líquido precisa estar depositado em


um recipiente sólido, é necessário que a dilatação deste
também seja considerada, já que ocorre simultaneamente.
Assim, a dilatação real do líquido é a soma das
dilatações aparente e do recipiente.

25
BLOCO 3

Dilatação da água Propriedades Químicas: Referem-se àquelas que,


Certamente você já deve ter visto, em desenhos quando são coletadas e analisadas, alteram a composição
animados ou documentários, pessoas pescando em química da matéria, ou seja, referem-se a uma capacidade
buracos feitos no gelo. Mas como vimos, os líquidos que uma substância tem de transformar-se em outra por
sofrem dilatação da mesma forma que os sólidos, ou seja, meio de reações químicas.
de maneira uniforme, então como é possível que haja Por exemplo, a combustibilidade é uma propriedade
água em estado líquido sob as camadas de gelo com química, pois a água não tem essa propriedade, enquanto o
temperatura igual ou inferior a 0°C? álcool (etanol) tem. Quando o álcool queima, ele converte-
Este fenômeno ocorre devido ao que chamamos se em outras substâncias (gás carbônico e água), como
de dilatação anômala da água, pois em uma temperatura mostra a reação abaixo:
entre 0°C e 4°C há um fenômeno inverso ao natural e
esperado. Neste intervalo de temperatura a água, ao ser 1 C2H6OH + 3 O2 →  2 CO2 + 3 H2O
resfriada, sofre uma expansão no seu volume, e ao ser
aquecida, uma redução. É isto que permite a existência de Outro exemplo é o enferrujamento do prego, que,
vida dentro da água em lugares extremamente gelados, em termos simples, é uma reação de oxidação do ferro,
como o Pólo Norte. quando exposto ao ar úmido (oxigênio (O2) e água (H2O)),
A camada mais acima da água dos lagos, mares e rios formando o óxido de ferro (III) mono-hidratado (Fe2O3  .
se resfria devido ao ar gelado, aumentando sua massa H2O), que é um composto que possui coloração castanho-
específica e tornando-o mais pesado, então ocorre um avermelhada, isto é, a ferrugem que conhecemos.
processo de convecção até que toda a água atinja uma
temperatura igual a 4°C, após isso o congelamento ocorre As reações envolvidas nesse processo são mostradas
no sentido da superfície para o fundo. abaixo:
Podemos representar o comportamento do volume da
água em função da temperatura: Fe(s) → Fe2+ + 2e-
2H2O + 2e– → H2 + 2OH–
Fe2+ + 2OH– → Fe(OH)2
2Fe(OH)2 + H2O + 1/2O2 → 2 Fe(OH)3 
2Fe(OH)3 → Fe2O3 . H2O + 2H2O

A propriedade química que o ferro tem, nesse caso, é


de se oxidar.
Outros exemplos de propriedades químicas
são: explosão, poder de corrosão e efervescência.
Propriedades Físicas:  São aquelas que podem ser
coletadas e analisadas sem que a composição química da
matéria mude, ou seja, resultam em fenômenos físicos e
não químicos.
Por exemplo, se pegamos uma amostra de água de
determinada massa, nós não mudamos a sua constituição,
por isso a massa é uma propriedade física. Outro exemplo é
Como é possível perceber, o menor volume para a a propriedade que a água tem de se evaporar, ela passa do
água acontece em 4°C. estado líquido para o de vapor, mas continua com a mesma
composição química. Assim, o  ponto de ebulição  é uma
Fonte: http://www.sofisica.com.br/conteudos/ propriedade física.
Termologia/Entropia/entropia.php Outros exemplos são:  volume, densidade, estado
físico (sólido, líquido e gasoso), ponto de fusão,
A Química estuda os materiais, as transformações que temperatura, cor e dureza.
eles podem sofrer e a energia envolvida nesses processos. Entre essas propriedades físicas, citamos algumas que
Isso é importante por diversos motivos, dentre eles está o são também definidas como propriedades organolépticas,
fato de que estudando os materiais, podem-se conhecer as que são aquelas que podemos reconhecer com os órgãos
suas propriedades e assim estabelecer um uso apropriado dos sentidos (visão, tato, olfato e paladar), tais como
para eles. o estado físico, a cor, o odor, a transparência e o brilho.
As propriedades das substâncias podem ser Além das propriedades organolépticas, as propriedades
classificadas de acordo com vários critérios, mas conheça físicas também podem se subdividir em  gerais ou
a seguir os principais: especificas e em intensivas ou extensivas. Você pode ver
detalhes sobre cada uma delas nos textos abaixo:

26
BLOCO 3

Propriedades Gerais e Específicas; Além disso, podemos afirmar que não tem nenhuma
outra substância misturada na água, porque os pontos
Propriedades intensivas e extensivas. de ebulição e de fusão são valores exatos. No caso de
Se alguém lhe pedisse para buscar uma pessoa que você misturas, as mudanças de estados físicos ocorrem não
não conhece no aeroporto, o que você lhe perguntaria? em temperaturas específicas, mas em intervalos de
Provavelmente gostaria de saber algumas características temperatura.
sobre determinada pessoa, tais como altura, cor da pele, Uma das formas de se classificar as propriedades físicas
cor dos olhos, a roupa que estará vestindo e assim por da matéria, isto é, aquelas propriedades que são analisadas
diante. Essas características são importantes para chegar e coletadas de modo que a composição do material
até a pessoa. continue a mesma, é de acordo com a  dependência da
No entanto, é bem verdade que essas são características massa na amostra.
que podem se repetir. Por exemplo, muitas pessoas têm Existem dois tipos de propriedades nesse caso,
1,60 m de altura, são morenas, têm os olhos castanhos e as  intensivas  e as  extensivas.  As propriedades intensivas
podem usar uma camiseta vermelha no mesmo dia. Esses são aquelas que não dependem da massa da amostra.Por
são exemplos de características gerais, que não servem exemplo, como mostra a imagem mais acima, se temos uma
para identificar determinada pessoa sem a chance de erro. solução e medimos a sua temperatura, independente da
Por outro lado, quando se precisa de uma identifica- sua quantidade, a temperatura será a mesma. Desse modo,
ção mais precisa, existem algumas características que são temos que a temperatura é uma propriedade intensiva da
específicas da pessoa, como a digital, uma vez que cada matéria.
pessoa possui a sua. Tanto que o governo utiliza disso por Outros exemplos são os  pontos de fusão e de
meio de vários sistemas de identificação, como no caso da ebulição, independente da quantidade de material, eles
cédula de identidade, no registro de nascimento, no CPF permanecerão os mesmos. Como acontece, por exemplo,
(Cadastro de Pessoa Física), entre outros. com a água; não importa se temos 100 g ou 1 kg de água,
Algo similar ocorre ao se trabalhar na identificação ao nível do mar, o seu ponto de fusão sempre será 0ºC e
das substâncias químicas. Existem propriedades físicas dos seu ponto de ebulição sempre será 100ºC.
materiais que são gerais, enquanto outras são específicas.
Isso distingue a água dos demais materiais, o que nos
As  propriedades gerais  são aquelas que podem
mostra que algumas propriedades intensivas podem ser
se repetir para substâncias diferentes, que não são
utilizadas para descobrir a constituição de uma substância.
exclusivas de um único material. Já as propriedades
As propriedades extensivas, por outro lado, são
específicas  são exclusivas e particulares de cada
aquelas que dependem da massa da amostra. O volume é
material puro, podendo ser usadas para identificá-los.
um exemplo, podemos ver isso comparando 1 saco de 2 kg
Por exemplo, digamos que temos um material que não
de açúcar com 1 um saco de 5 kg. É obvio que o que possui
sabemos a composição. Observe as seguintes propriedades
que foram determinadas para ele: maior massa ocupa um espaço maior.
Existem também algumas propriedades intensivas
Incolor; que são derivadas de propriedades extensivas, como é
Líquido nas condições ambientes; o caso da  densidade (densidade = massa/volume).  A
Inodoro; densidade é uma propriedade intensiva, pois não depende
Amostra de massa igual a 36 g; da variação da massa. Por exemplo, um cubo de gelo tem
Amostra com volume de 36 mL; densidade igual a 0,92 g/cm3. A densidade de um iceberg é
Temperatura igual a 25ºC nas condições ambientes; a mesma. É por isso que tanto um cubo de gelo quanto
Ponto de ebulição igual a 100ºC a 1 atm e 25ºC; um iceberg flutuam na água, que possui densidade maior
Ponto de fusão igual a 0ºC a 1 atm e 25ºC; (1,0 g/cm3).
Densidade igual a 1,0 g/cm3 a 1 atm e 25ºC; A massa e o volume, conforme já dito, são propriedades
Calor específico de 1 cal/g . ºC. extensivas, mas a densidade é intensiva porque à medida
que a massa diminui, o volume também diminui e, portanto,
Observe que as  propriedades citadas nos números a relação m/v permanece constante, isto é, a densidade
de 1 a 6 são todas propriedades gerais,  pois elas não permanece a mesma independente da amostra.
servem para identificarmos de que substância se trata. Por A densidade é outra propriedade intensiva que pode
exemplo, o etanol e a água são compostos de constituição ser usada para distinguir uma substância da outra.
totalmente diferentes, mas ambos são líquidos e incolores. Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/
Além disso, a cor, o volume, a massa e a temperatura propriedades-intensivas-extensivas.htm
podem se repetir para inúmeros materiais.
Já as propriedades apresentadas nos números de 7 Misturas são formadas por duas ou mais substâncias,
a 10 são todas propriedades específicas. Com elas, nós elas podem se classificar em Misturas homogêneas ou
podemos chegar à conclusão de que o líquido estudado é a heterogêneas.
água pura. Por exemplo, a densidade da água é exatamente Misturas homogêneas: são as que apresentam uma
1,0 g/cm3 e não pode ser o etanol, pois a sua densidade é única fase. Apresentam aspecto uniforme que não nos
igual a 0,79 g/cm3. Isso também acontece com as outras permite a separação visual dos componentes. Exemplo:
propriedades específicas citadas, elas são únicas da água. mistura de água e álcool.

27
BLOCO 3

Misturas heterogêneas: apresentam mais de uma * Catação: Método manual de separação, como quando
fase. Esse tipo de mistura nos permite visualizar cada escolhemos os feijões para cozinhar;
componente individual. Exemplo: mistura de água e óleo. * Ventilação:  Arraste por corrente de ar de um dos
É fácil perceber a presença de duas fases, pois a água se componentes da mistura que seja bem leve. Exemplos:
separa completamente do óleo - sendo assim, a mistura se separação das cascas de grãos de café, cereais e amendoim
torna heterogênea porque vemos nela duas fases. torrado;
Algumas misturas nos parecem homogêneas se * Levigação: Arraste de sólidos de baixa densidade por
visualizadas a olho nu, mas uma investigação criteriosa meio de correntes de água, permanecendo no recipiente os
(com auxílio de microscópio) nos permite verificar que se sólidos de densidade maior. Isso é feito pelos garimpeiros
trata de misturas heterogêneas. Vejamos alguns exemplos: para separar a areia (menos densa) do ouro (mais denso);
1. O leite é uma mistura homogênea ou heterogênea? * Peneiração ou tamisação: É usada para separar sólidos
Se observamos a olho nu, ficaremos com a primeira opção: de diferentes tamanhos, geralmente passando por uma
homogênea, mas com o auxílio de um microscópico é
peneira, sendo que os sólidos menores passam por sua
possível perceber gotículas de gordura em suspensão.
malha, sendo separados dos maiores. É muito usada em
Para provar que o leite é uma mistura heterogênea basta
construções para separar a areia do cascalho e na cozinha
aquecê-lo. Este procedimento permite que as partículas de
quando se quer separar impurezas na farinha de trigo;
gordura se unam em forma de uma nata, neste momento
forma-se duas fases na mistura.
2. O ar que respiramos é uma mistura heterogênea de Alguns exemplos de métodos de separação de mis-
gases (Nitrogênio, Oxigênio, entre outros) e minúsculas turas: catação, ventilação, levigação e peneiração
partículas (sujidades) suspensas. Os automóveis juntamente
com as indústrias são os principais responsáveis pelo * Extração por solventes: Usa-se algum líquido para ex-
lançamento dessas impurezas. Bom seria se nosso ar não trair um ou mais componentes da mistura. Por exemplo, se
possuísse tais partículas, desta forma estaríamos livres da adicionarmos uma solução aquosa de cloreto de sódio em
chamada poluição atmosférica. uma mistura de gasolina e álcool, agitarmos e depois colo-
carmos em repouso, veremos que a água separará o etanol
Fonte: http://alunosonline.uol.com.br/quimica/ da gasolina. Isso se baseia na diferença de polaridade e no
classificacao-das-misturas.html tipo de forças intermoleculares.
O etanol possui uma parte polar e outra apolar, sendo
A maioria dos materiais encontrados na natureza não que sua parte apolar é atraída pelas moléculas da gasolina,
é substância pura, ou seja, não é constituída de um único que também são apolares, pela força de dipolo induzido.
tipo de partículas ou moléculas; mas, na verdade, trata- Mas a sua parte polar, caracterizada pela presença do gru-
se de misturas compostas de duas ou mais substâncias po OH, é atraída pelas moléculas de água, que também são
diferentes.  polares, realizando ligações de hidrogênio que são bem
Mas a separação dos componentes dessas misturas mais fortes que as ligações do tipo dipolo induzido.
ou o fracionamento delas (ou ainda sua análise imediata) * Flotação: A flotação consiste em adicionar bolhas de
são importantes para vários aspectos de nossa vida, como ar em uma suspensão coloidal, que, por sua vez, é classi-
para separar os poluentes da água e torná-la própria ficada como uma mistura formada por partículas suspen-
para consumo, na produção de metais e de componentes sas em um líquido, sendo que essas partículas possuem
especiais que são usados para produzir medicamentos, tamanho entre 1 e 1000 nm. Por exemplo, na mineração
alimentos, bebidas, produtos de higiene e limpeza; na e extração do cobre a partir da calcopirita (CuFeS2), esta
obtenção do sal de cozinha, na análise dos componentes do
é pulverizada e combinada com óleo, água e detergente.
sangue nos laboratórios, para separar os componentes do
Depois de injetar ar através da mistura, o sulfeto mineral
lixo e destiná-los ao tratamento correto ou para reciclagem
revestido de óleo é atraído pelas bolhas de ar e é arrastado
e assim por diante.
para a superfície com a espuma. O resíduo não desejado,
No entanto, visto que as composições variam, para
realizar a separação de misturas, é necessário aplicar que é denominado de ganga, deposita-se na parte inferior.
técnicas ou métodos especiais para cada caso. As técnicas * Filtração: É um método de separação de misturas he-
podem ser físicas ou químicas, pois o princípio fundamental terogêneas sólido-líquido ou gases-sólidos que se baseia
é usar as propriedades dos componentes das misturas na passagem da mistura por um filtro. Existem dois tipos
para separá-las. Essas propriedades podem ser o ponto de filtração: a comum e a vácuo. A  filtração comum  é a
de fusão, o ponto de ebulição, a solubilidade, a densidade, simples passagem da mistura por um funil com papel de
entre outros. filtro a vácuo onde os sólidos ficam retidos. Já a filtração
Conhecendo bem essas propriedades, é possível a vácuo é feita usando-se um funil de Buchner acoplado a
então determinar se será necessário aplicar somente um um kitassato, que, por sua vez, está acoplado a uma trompa
dos métodos de separação de misturas ou se será preciso de água que arrasta o ar de dentro do kitassato, causan-
aplicar vários. do uma região de pressão baixa. Essa diferença de pressão
Conheça agora os principais processos de separação leva à sucção do líquido da mistura e acelera o processo
de misturas homogêneas e heterogêneas: de filtração.

28
BLOCO 3

* Decantação, sedimentação, sifonação e centrifuga- Já a  destilação fracionada  é usada para misturas lí-
ção: Esses processos baseiam-se em um único princípio: a quido-líquido miscíveis. A única diferença é que, antes do
diferença de densidade entre os componentes da mistura. condensador, há uma coluna de fracionamento, em que há
Eles costumam ser usados em conjunto para separar mistu- uma barreira, pois esse condensador possui bolinhas ou
ras heterogêneas de dois tipos: líquido + sólido e líquidos cacos de vidro ou de porcelana.
imiscíveis. Assim, somente o líquido que tiver menor ponto de
Esse tipo de separação inicia-se na  sedimentação.  A ebulição conseguirá passar pela coluna de fracionamento,
mistura é deixada em repouso para que, depois de um enquanto o outro sofrerá condensação e voltará para o ba-
tempo, as partículas do sólido em suspensão no líquido ou lão de destilação.
o líquido mais denso, por ação da gravidade, depositem-
-se no fundo do recipiente. Esse processo de sedimenta- * Dissolução fracionada:  Usada para separar misturas
ção pode ser acelerado pela realização de uma centrifuga- do tipo sólido-sólido em que um dos sólidos mistura-se
ção, no caso de misturas do tipo líquido + sólido. A mistura em determinado solvente e o outro não. Por exemplo, se
é colocada em um tubo de ensaio dentro de uma centrí- tivermos uma mistura de sal e areia, podemos adicionar
fuga, que rotaciona em alta velocidade e, por inércia, faz água para que o sal misture-se nela e separe-se da areia.
com que as partículas de maior densidade depositem-se Podem ser usados outros processos depois, como a filtra-
no fundo do tubo. ção para separar a areia, a destilação para separar a água e
A  decantação  ocorre quando se inclina o recipiente o sal, ou a evaporação para obter somente o sal.
que contém a mistura, derramando em outro recipiente o * Fusão fracionada: Método aplicado para separar mis-
líquido menos denso, que ficou na parte de cima. Isso pode turas do tipo sólido-sólido que possuam pontos de fusão
ser feito também por sifonação, que é a transferência do diferentes. A mistura é aquecida e um dos sólidos funde-se
líquido por meio de um sifão ou uma mangueira plástica, primeiro.
iniciando-se o fluxo por sucção.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/
Processo de separação de mistura envolvendo se-
separacao-misturas.htm
dimentação, decantação e sifonação

* Separação magnética:  É a aproximação de um ímã


magnético de uma mistura que contém alguma substância CONHECIMENTOS DE QUÍMICOS -
que é atraída pelo ímã, como limalhas de ferro, para sepa- TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS: EVIDÊNCIAS
rá-la dos outros componentes. DE TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS;
INTERPRETANDO TRANSFORMAÇÕES
Separação magnética de sucatas QUÍMICAS;
* Evaporação: Essa técnica é baseada na diferença de
pontos de ebulição entre os componentes da mistura. As
Constantemente a matéria que nos cerca sofre
misturas homogêneas sólido-líquido, isto é, as soluções
transformações. Em algumas transformações somente
químicas verdadeiras, são deixadas em repouso ou aque-
o estado ou a agregação do material são alterados,
cidas para que o líquido evapore, permanecendo o sólido
caracterizando uma transformação física da matéria. Em
que possui o ponto de ebulição muito maior. Essa técnica
outros casos essas transformações resultam na produção
é usada na obtenção de sal de cozinha a partir da água do
de um novo material, com características diferentes do
mar.
inicial. 
As  transformações químicas ocorrem quando há
Evaporação de água em salinas para obtenção do
alteração na constituição do material, formando assim
sal de cozinha
novas substâncias.  
Ao aproximarmos um fósforo aceso de um recipiente
No entanto, por meio desse método de separação de
com álcool, este começa a queimar. Essa queima é uma
misturas, um dos componentes é perdido. E se quisermos
transformação química, pois há alteração na constituição
obter ambos os componentes? Nesse caso, usamos a des-
do álcool, que ao entrar em contato com o ar oxigênio, se
tilação, explicada a seguir:
converte em gás carbônico e água, liberando energia. 
* Destilação: É usada para separar cada um dos com-
Chamamos de sistema o conjunto de materiais isolados
ponentes de misturas sólido-líquido ou líquido-líquido
para estudo. Uma maneira de comprovar a existência de
miscíveis. Existem dois tipos: a destilação simples e a des-
uma transformação química é através da comparação
tilação fracionada. A destilação simples é usada principal-
do estado inicial e final do sistema. Algumas evidências
mente para misturas sólido-líquido e consiste em aquecer
podem ser observadas, permitindo verificar a ocorrência
a mistura em um balão de fundo redondo acoplado a um
dessas transformações, como modificação na cor, cheiro,
condensador. O líquido de menor ponto de ebulição eva-
estado físico e temperatura.
pora e chega ao condensador, onde retorna ao estado lí-
quido e é coletado em outro recipiente.

29
BLOCO 3

Confira a tabela com a descrição do sistema antes e depois da transformação:

Processo Estado Inicial Estado Final


• Gasolina: Líquido amarelado, com cheiro
  Queima da Gasolina característico   Gases Incolores
• Oxigênio: Gás incolor
• Prego: sólido rígido, com coloração cinza
  Enferrujamento de um prego • Oxigênio: gás incolor   Pó vermelho castanho
• Água: líquido incolor

Em alguns casos, somente pela observação visual, não é possível identificar se houve uma transformação. Por exemplo,
quando misturamos soluções de ácido clorídrico e hidróxido de sódio, ambas incolores. Após a mistura, o líquido resultante
ainda é incolor, sem aparentar a formação de um novo material. No entanto uma reação química acontece quando essas
substâncias são misturadas. Portanto é importante identificar e reconhecer os diferentes materiais que participam de uma
transformação. 
Toda transformação química constitui uma reação química. As substâncias presentes no início da reação recebe o nome
de reagentes, e as que se formam recebem o nome de produto.
Exemplo: HCl+NaOH→NaCl+H2O
HCl, o ácido clorídrico, e NaOH, o hidróxido de sódio, são as substâncias que reagem, ou seja os reagentes. NaCl, o
cloreto de sódio, e H2O, a água, são as substâncias que se formam, ou seja, os produtos.

TRANSFORMAÇÕES
As transformações podem ocorrer das seguintes maneiras: 

-Por ação do calor


Muitas substâncias são transformadas quando submetidas a uma fonte de calor. O cozimento de alimentos é um
exemplo. 
Quando há decomposição de um material devido ao calor, chamamos o processo de termólise. Ex: Termólise do
magnésio
Magnésio + oxigênio → óxido de magnésio 

-Por ação de uma corrente elétrica


Algumas substâncias necessitam de energia elétrica para que possam se transformar.  A esse processo damos o nome
de eletrólise. 
Para a decomposição da água, em hidrogênio e oxigênio, por exemplo, utilizamos uma corrente elétrica para esta
transformação. 

-Por ação da luz


A fotossíntese é um exemplo de reação química que ocorre na presença da luz, onde a água e o dióxido de carbono do
ar são transformados em oxigênio e glicose.
dióxido de carbono + água → oxigênio + matéria orgânica 
A transformação do oxigênio em ozônio acontece através da luz ultravioleta. Essa reação por ação da luz também é de
extrema importância, pois assim é formada a camada de ozônio que protege a Terra dos raios ultravioletas. 

-Por ação mecânica


Uma ação mecânica (atrito ou choque) é capaz de desencadear transformações em certas substâncias. 
Um exemplo é o palito de fósforo, que quando entra em atrito com a caixinha que o contém, produz uma faísca, que
faz as substâncias inflamáveis do palito entrarem em combustão.
A explosão da dinamite e o acender de um isqueiro também são exemplos de transformações por ação mecânica. 

-Pela junção de substâncias


Através da junção de duas substâncias podem ocorrer reações químicas. Isso frequentemente ocorre em laboratórios
de química. 
A adição do sódio metálico em água é um exemplo:
sódio + água → hidróxido de sódio + hidrogênio  

30
BLOCO 3

Donde,
SISTEMAS GASOSOS: LEI DOS GASES; P: pressão
EQUAÇÃO GERAL DOS GASES IDEAIS, T: temperatura
PRINCÍPIO DE AVOGADRO; K: constante de volume (depende da natureza, do
volume e da massa do gás)
 
Equação de Clapeyron
Sistemas gasosos: Lei dos gases. Equação geral dos A Equação de Clapeyron foi formulada pelo físico-
gases ideais químico francês Benoit Paul Émile Clapeyron (1799-1864).
As leis de gás foram criadas no final do século XVIII, Essa equação consiste na união das três leis dos gases, na
quando os cientistas começaram a perceber que nas qual relaciona as propriedades dos gases dentre: volume,
relações entre a pressão, o volume e a temperatura de uma pressão e temperatura absoluta.
amostra de gás pode ser obtida uma fórmula que seria P.V= n.R.T
válida para todos os gases. Eles comportam-se de forma Donde,
semelhante numa ampla variedade de condições, devido à P: pressão
boa aproximação com moléculas que estão mais afastadas, V: volume
e agora a equação de estado para um gás ideal é derivada n: número de mols
da teoria cinética. Agora as leis anteriores de gás são como R: constante universal dos gases perfeitos: 8,31 J/mol.K
casos especiais da equação do gás ideal, com uma ou mais T: Temperatura
das variáveis ​​mantidas constantes.  
  Equação Geral dos Gases Perfeitos
Lei de Boyle: Relação pressão-volume A Equação Geral dos Gases Perfeitos é utilizada para os
(transformação isotérmica) gases que possuem massa constante (número de mols) e
A Lei de Boyle-Mariotte, proposta pelo químico e variação de alguma das grandezas: pressão, o volume e a
físico irlandês Robert Boyle (1627-1691), apresenta a temperatura, estabelecida pela seguinte expressão:
transformação isotérmica dos gases ideais, de modo que Donde,
a temperatura permanece constante, enquanto a pressão e P: pressão
o volume do gás são inversamente proporcionais. Assim, a V: volume
equação que expressa a lei de Boyle: T: temperatura
P.V= K OU P= K/V
K: constante molar
P1: pressão inicial
Donde,
V1: volume inicial
p: pressão da amostra
T1: temperatura inicial
V: volume
K: constante de temperatura (depende da natureza do P2: pressão final
gás, da temperatura e da massa) V2: volume final
  T2: temperatura final
Lei de Gay – Lussac: Transformação Isobárica  
A Lei de Gay-Lussac, proposta pelo físico e químico Combinação e as leis dos gases ideais:
francês, Joseph Louis Gay-Lussac (1778-1850), apresenta A lei geral dos gases ou equação geral dos gases, está
a transformação isobárica dos gases, ou seja, quando a formada pela combinação das Leis de Boyle  e Charles, e
pressão do gás é constante, a temperatura e o volume são mostra a relação entre pressão, volume e temperatura de
diretamente proporcionais, expressa pela fórmula: uma massa fixa de gás:
V= K.T OU K= V/T Com a adição da lei de Avogadro, a lei dos gases em
Donde, geral torna-se a lei dos gases ideais:
V: volume do gás Onde a constante, agora chamada de R, é a constante
T: temperatura dos gases, com um valor de 0,08206 (atm∙L)/(mol∙K)
k: constante da pressão (isobárica) Uma formulação equivalente a esta lei é:
  PV=KNT
Lei de Charles: Relação temperatura-volume onde
(transformações isométricas) K  é a constante de Boltzmann (1.381×10−23  J·K−1 em
A Lei de Charles, proposta pelo físico e químico francês unidades SI)
Jacques Alexandre Cesar Charles (1746-1823), apresenta a N é o número de moléculas.
transformação isométrica ou isocórica dos gases perfeitos, Estas equações só são precisas para um gás ideal,
ou seja, o volume do gás é constante, enquanto a pressão e que não leva em conta os efeitos diversos intermolecular
a temperatura são grandezas diretamente proporcionais. A (ver gás real). No entanto, a lei do gás ideal é uma boa
partir disso, a fórmula que expressa a lei de Charles: aproximação para a maioria dos gases sob pressão e
P= KT OU K=P/T
temperatura moderada.

31
BLOCO 3

Esta lei tem as seguintes consequências importantes:


• Se a temperatura e a pressão permanecem cons-
CONCEITO DE MOLÉCULA; MASSA MOLAR,
tantes, o volume do gás é diretamente proporcional ao nú-
VOLUME MOLAR DOS GASES; TEORIA
mero de moléculas do gás.
• Se a temperatura e o volume permanecem cons-
CINÉTICA DOS GASES; MISTURAS GASOSAS.
tantes, a pressão do gás é diretamente proporcional ao nú-
mero de moléculas do gás.
• Se o número de moléculas de gás e a temperatura O estado gasoso é um dos três estados físicos da ma-
permanecem constantes, a pressão é inversamente propor- téria, por isso é muito importante entender a constituição,
cional ao volume. propriedades e características dos gases porque eles estão
• Se as mudanças de temperatura e o número de muito presentes em nosso cotidiano, sendo, inclusive, indis-
moléculas de gás permanecem constantes, então ou a pensáveis para os vegetais e animais, bem como para o de-
senvolvimento da sociedade, pois influenciam campos como
pressão ou volume (ou ambos) vão mudar em proporção
o da indústria e o dos meios de transportes.
direta com a temperatura.
Os gases são compostos de moléculas ou de átomos,
Fontes: Wikipédia, Toda matéria, Proenc e Resumo e alguns exemplos de gases moleculares são:
escolar - O ar que respiramos é constituído em sua maioria de
gás nitrogênio (N2) e de gás oxigênio (O2);
Lei de Avogadro para gases - O dióxido de carbono (CO2), mais conhecido como gás
Amedeo Avogadro propôs, em 1811, uma lei relaciona- carbônico, é o maior responsável pelo efeito estufa. Ele tam-
da ao volume molar de gases. bém é absorvido pelas plantas no processo da fotossíntese, é
emitido na nossa respiração, é usado como gás de refrigeran-
Volumes iguais, de quaisquer gases, nas mesmas condi- tes e águas gaseificadas, entre outras aplicações;
ções de pressão e temperatura, apresentam a mesma quan- - O gás natural usado como fonte de geração de energia
tidade de substâncias em mol (moléculas).  mais “limpa” que o carvão e que os derivados do petróleo. Ele
Conceito de volume molar de gases: volume ocupado é constituído basicamente de gás metano (CH4);
por um mol de qualquer gás, a uma - O gás ozônio (O3) encontrado na estratosfera, que é o
determinada pressão e temperatura. responsável pela absorção da maior parte da radiação ultra-
]Volume molar = 22,4 L/mol violeta do sol que poderia nos prejudicar.
Onde a relação entre o volume e o número de mol é
constante:
V =K*22,4 litros de qualquer gás possuem 6,02x1023 mo-
léculas.
n
Esse valor é resultado de experimentos feitos em con-
dições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP) – 1 atm
e 0 °C.
O volume 22,4 litros é praticamente o mesmo para
qualquer gás, isso se explica pelo fato de que o tamanho
de uma molécula gasosa é desprezível se comparado com
o espaço vazio que há entre elas.

Exemplo prático:
Se enchermos um balão com 28g de gás nitrogênio
(massa de 1 mol de moléculas N2),o volume será de 22,403
litros (pressão externa de 1 atm e à temperatura de 0°C). Exemplos de gases moleculares
Substituindo o gás N2  por 2 gramas de gás hidrogênio
(massa de 1 mol de moléculas H2) e nas mesmas condições Agora falando de gases formados por átomos, isso ocor-
de temperatura e pressão (1 atm – 0°C), o balão adquire o re somente no caso dos gases nobres (pertencentes à família
18 da tabela periódica). Entre eles, temos o gás hélio (He), que
volume de 22,432 litros, ou seja, o volume não altera em
é usado para encher balões e no tratamento de asma junto
praticamente nada.
ao oxigênio, pois assim se reduz o esforço muscular da res-
piração; e o gás neônio (Ne), que é muito usado em letreiros
luminosos, pois, quando se passa uma descarga elétrica nesse
gás em um tubo a baixa pressão, ele emite uma coloração la-
ranja-avermelhada (daí a origem do termo “neon”). Vale des-
tacar que os que são de outras cores não contêm o neônio,
mas sim outros gases.

32
BLOCO 3

Exemplos de aplicações dos gases hélio e neônio * Forças sobre as paredes do recipiente: As partícu-
Visto que não podemos ver as moléculas e os átomos que las dos gases que estão se movimentando chocam-se com
formam os gases, os cientistas criaram um modelo conhecido as paredes do recipiente que os contém, exercendo uma
como teoria cinética dos gases ou teoria do gás ideal, que é pressão. Esses choques ocorrem de forma perfeitamente
usado para explicar o comportamento deles. elástica, o que significa que não há variação da energia me-
Segundo essa teoria, os gases são formados por partículas cânica total desde que o gás esteja em equilíbrio com o
que ficam bem afastadas umas das outras e que estão em movi- meio externo, ou seja, a temperatura do gás e a do meio
mento constante, de forma veloz, livre e desordenada. O aumen- externo não podem ser diferentes. Conforme já dito, um
to da temperatura faz com que essas partículas movimentem-se
aumento na temperatura faz com que as partículas movi-
com maior velocidade, pois há aumento de sua energia cinética
mentem-se com maior velocidade, o que resulta também
média, que é diretamente proporcional à temperatura termodi-
em um aumento da pressão exercida pelo gás. Quando as
nâmica (na escala kelvin), conforme mostra a equação a seguir:
partículas chocam-se, isso também ocorre elasticamente,
EC = k . T sem perda de energia cinética entre elas.

*k = constante de proporcionalidade. • Difusão: As partículas dos gases difundem-se em


Além disso, a teoria cinética dos gases considera que os ga- outros gases, ou seja, espalham-se, movimentando-se es-
ses ideais possuem as seguintes características principais: pontaneamente em outros meios gasosos.

* Massa: todos os gases possuem massa;

* Volume: o volume dos gases não é fixo porque é sempre


igual ao volume do recipiente que os contém;
O volume dos gases é variável, adaptando-se ao volume do
recipiente
Título: Volume dos gases

* Dilatação e compressão: Com o aumento da temperatu-


ra e/ou diminuição da pressão, o gás dilata-se (expande-se). Por
outro lado, com um abaixamento da temperatura e/ou aumento
da pressão, ele sofre contração (é comprimido);

Representação de difusão gasosa quando a válvula é


aberta e os dois gases são colocados em contato

Leia mais sobre isso no texto  Difusão e efusão dos


gases.

* Densidade:  Os gases apresentam baixa densidade


porque, em comparação com os líquidos e sólidos, a mes-
ma massa ocupa um volume muito maior.
↓ Densidade= massa
                        volume ↑

* Forças de atração intermolecular: O gás ideal não


interage com outros gases.
É importante lembrar que esse é o comportamento
dos gases ideais, e não dos gases reais. Por exemplo, os
gases reais interagem sim uns com os outros. Apesar disso,
gases reais em determinadas condições (baixas pressões
e altas temperaturas) possuem um comportamento bem
próximo do ideal.
A compressibilidade dos gases é grande. Eles podem con-
trair-se ou se expandir de acordo com a variação da pres-
são e da temperatura

33
BLOCO 3

Teoria Cinética dos Gases Isso significa que independente da natureza do gás e do
A teoria cinética dos gases volta-se para a definição tamanho das suas moléculas, o volume que ele ocupará será
de gás e como ele se comporta. proporcional ao número de moléculas que há no frasco. Por
ntre os pesquisadores em destaque estão James Prescott exemplo, se temos dois frascos, um contendo gás hidrogênio
Joule e Rudolf Clausius que, através de seus estudos, chega- (H2) e o outro contendo dióxido de carbono (CO2), sendo o
ram à conclusão de que o calor está relacionado à energia volume dos dois igual, isso quer dizer que existe a mesma
cinética dos átomos e às moléculas de uma substância. quantidade de moléculas nos dois frascos.
Essa teoria apresentada não era aceita em razão de se Esse fato acontece porque o tamanho das moléculas ga-
tratarem de partículas microscópicas, ou seja, invisíveis a olho sosas é considerado desprezível em comparação com a dis-
nu, o que barrava sua aceitação na comunidade científica. tância entre elas.
As leis de Newton eram a base dos estudos da teoria Assim, quando consideramos as Condições Normais de
cinética dos gases, o que acabou facilitando sua aceitação Temperatura e Pressão (CNTP), em que a pressão é igual a
mais tarde. Ainda hoje é utilizada e considerada importante 1 atm e a temperatura é de 273 K (0ºC), temos que o volume
como modelo de desenvolvimento de teoria física, apesar de ocupado por 1 mol de qualquer gás sempre será de 22,4
suas explicações serem inaceitáveis para a física moderna. L. Esse valor corresponde ao volume molar dos gases.
Se considerarmos as Condições Ambientais de Tempe-
A teoria cinética dos gases são hipóteses que abordam o ratura e Pressão (CATP), em que a pressão também é de
que é um gás e como ele se comporta. aproximadamente 1 atm, mas a temperatura é de 298 K (25
ºC), o volume molar passa a ser 25 L.
Hipóteses da teoria dos gases Portanto, se temos 1 mol de gás hidrogênio e 1 mol de
• A formação de um gás se dá por um grande número gás carbônico em dois recipientes separados, podemos con-
de moléculas; cluir que ambos estão ocupando o volume de 22,4 L nas CNTP.
• As moléculas dos gases possuem dimensão desprezí- O número de moléculas deles também é o mesmo, tendo em
vel, o que significa que o volume por elas ocupado é muito vista que 1 mol de qualquer gás é sempre 6,0 . 1023 (número
de Avogadro).
pequeno, quase insignificante;
A diferença estará somente na massa, pois a quantidade e
• Esses gases se deslocam de forma descontínua e alea-
o tipo de átomo em cada molécula são diferentes. No caso de
tória ocupando, assim, todo o volume do recipiente onde se
1 mol de H2, temos a massa total de 2g, enquanto  em 1 mol
encontram, tendo movimento retilíneo e uniformemente va-
de CO2, temos a massa de 44 g.
riado;
• São independentes, só interagem entre si quando ocor-
re colisão;
• As colisões existentes entre moléculas e moléculas e TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E ENERGIA:
entre moléculas e paredes do recipiente são colisões elás- TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E ENERGIA
ticas, que fazem com que a energia cinética das moléculas CALORÍFICA; CALOR DE REAÇÃO; ENTALPIA;
permaneça constante. EQUAÇÕES TERMOQUÍMICAS; LEI DE HESS.

Energia interna
A energia interna do gás existe quando o gás for consti- As transformações químicas são chamadas reações
tuído por moléculas de apenas um átomo e nesse gás estiver químicas, estas são constituídas por reagentes se
a soma das energias cinéticas dessas moléculas que o cons- transformando em produtos. Existem algumas leis de
tituem, fornecendo assim o valor total da energia desse gás. transformação.
Podemos então concluir que através da Teoria Cinética
dos Gases é possível calcular a energia média total de amos- A primeira destas leis é a Lei da Conservação das Massas,
tra de gases, dependendo, claro, da estrutura molecular do (enunciada por A. L. Lavoisier em 1774) e a segunda é a Lei das
gás analisado, obtendo assim um resultado, mesmo que res- Proporções Definidas. (também chamada Lei da Composição
trito. Definida).

Volume molar dos gases Pode-se concluir que o sólido preto (sulfeto ferroso)
O volume molar corresponde ao volume ocupado por produzido tem propriedades que o diferenciam do Ferro e
qualquer gás nas CNTP, que é igual a 22,4 L. Enxofre, surgiu uma nova espécie de matéria. Tal processo
No ano de 1811, o químico italiano Amedeo Avogadro recebe o nome de transformação química.
(1776-1856) propôs uma explicação para a relação que ha- Um fato de grande importância na observação das
via entre o número de moléculas dos gases e o volume por transformações químicas e físicas é que matéria e energia estão
eles ocupado. Segundo a Hipótese de Avogadro ou Princí- intimamente relacionadas. Essas transformações acontecem
pio de Avogadro, volumes iguais de quaisquer gases que com liberação ou absorção de energia, por exemplo, a Energia
estão nas mesmas condições de temperatura e pressão Luminosa é absorvida na fotossíntese dos vegetais e liberada
apresentam o mesmo número de moléculas. na queima de uma vela; a Energia Elétrica é liberada em uma
pilha e absorvida na recarga de uma bateria de automóvel.

34
BLOCO 3

Como mencionado, a energia pode ser transformada Calor de combustão: é o calor absorvido na combustão
em outra, da mesma forma que uma substância química total de 1 mol da substância, em condições ambientes (25°
também pode ser transformada em interconversão de C e 1 atm). A combustão libera calor, ela ocorre entre um
energia. Veja os exemplos:  combustível e um comburente, o combustível pode ser
• Numa lâmpada, a Energia Elétrica é transformada em qualquer substância,
Energia Luminosa e Térmica. principal comburente é o oxigênio.
• Numa usina termelétrica, a Energia Térmica é Calor de solidificação: corresponde à variação de
transformada em Energia Elétrica. entalpia na solidicação total de 1 mol da substância, à
• Num aquecedor solar, a Energia Solar é transformada pressão de 1 atm.
em Energia Térmica. H2O (l) → H2O (s)
• Num um ferro de passar roupa, a Energia Elétrica é Δ H = - 1,7 Kcal / mo
transformada em Energia Térmica. (calor de solidificação da água líquida)
• Num motor à explosão, a Energia Térmica é convertida Calor de condensação: corresponde à variação de
em Energia Mecânica.  entalpia na condensação total de 1 mol da substância, à
pressão de 1 atm.
Em uma reação química, pode haver liberação de H2O (v) → H2O (l)
Energia Luminosa, Elétrica, Térmica, entre outras. Δ H = - 10,5 Kcal / m
A combustão é uma reação química que libera calor, (calor de condensação do vapor de água)
Energia Térmica. Calor de formação: é a variação de entalpia constatada
Veja algumas curiosidades: na formação de 1 mol de moléculas de um determinado
• Na combustão completa da gasolina, álcool e óleo composto, cujos elementos estão em seu estado padrão,
diesel são liberados gás carbônico, vapor de água e Energia obedecendo às seguintes condições: um mol de uma
Térmica. A Energia Térmica é utilizada para mover motores substância simples, estando em condições ambientes (25°
de carros, caminhões, tratores. C e 1 atm) e no estado alotrópico mais estável, ou seja, sem
reagir.
• A energia liberada na combustão do Hidrogênio com Calor de neutralização: é o calor absorvido na
o Oxigênio, produzindo água, é utilizada para mover os neutralização de 1 mol de H+ (aq) com 1 mol de OH-,
ônibus espaciais. estando ambos em soluções diluídas.
• A Energia Térmica liberada na combustão do gás
de cozinha é utilizada no cozimento de alimentos, no Entalpia
aquecimento da água dos aquecedores domésticos.
• A energia liberada na combustão em forma de calor Entalpia é a quantidade de energia contida em uma
pode ser medida em calorias ou em Joule.  determinada substância que sofre reação, ela calcula o ca-
lor de um sistema, é a forma mais usada de expressar o
Calores de reação conteúdo calorífico de um componente em uma reação
química. A variação da Entalpia está na diferença entre a
Calor de reação corresponde à variação de entalpia entalpia dos produtos e a dos reagentes, sendo assim, o
(calor absorvido) observada em uma reação, e sua calor de uma reação corresponde ao calor liberado ou ab-
classificação depende do tipo de reação decorrente sorvido em uma reação, e é simbolizado por? H
Exemplos: Não há como determinar a quantidade de energia em
uma substância, mas podemos conhecer e medir sua varia-
Reação de neutralização → calor de neutralização. ção. Para isso utiliza-se a fórmula:
Reação de combustão → calor de combustão. Δ H = H final – H inicial
Calor de vaporização: corresponde à variação de Em  reações exotérmicas  a entalpia final é menor do
entalpia na vaporização total de 1 mol da substância, à que a entalpia inicial, já que neste tipo de reação ocorre
pressão de 1 atm. a liberação de energia. Exemplo: queima de alimentos
H2O (l) → H2O (v) pelo organismo, reações de combustão.
Δ H = + 10,5 Kcal / m Em reações endotérmicas, a entalpia final é maior que
(calor de vaporização da água líquida) a entalpia inicial, já que neste tipo de reação ocorre a ab-
Calor de dissolução: é a variação de entalpia observada sorção de energia
na dissolução de 1 mol da substância em solvente Exemplo: Quando a luz solar incide em uma molécula
suficiente para se considerar a solução como diluída. Se for de clorofila das plantas, ocorre uma reação endotérmica,
adicionado mais solvente não vai alterar o estado térmico a planta absorve parte da energia luminosa permitindo a
do sistema. reação do gás carbônico com água, que produz carboidra-
Calor de fusão: corresponde à variação de entalpia na tos e libera oxigênio. A absorção da energia em forma de
fusão total de 1 mol da substância, à pressão de 1 atm. luz e sua transformação em energia química permitem o
H2O (s) → H2O (l) crescimento das plantas, seu florescimento e a produção
Δ H = + 1,7 Kcal / mo de frutos
(calor de fusão da água sólida)

35
BLOCO 3

A variação da entalpia pode ser conhecida dependendo da temperatura, pressão, estado físico, número de mol e da variedade
alotrópica das substâncias. Foi criada uma forma padrão de realizar tais comparações, chamada entalpia-padrão, para que as ental-
pias sejam comparadas de acordo com uma da mesma condição, o que leva o nome de estado-padrão.
Há algumas reações químicas que não podem ser sintetizadas, o que faz com que sua entalpia seja conhecida através da ental-
pia de outras reações, utilizando a Lei de Hess que diz que em uma reação a variação de entalpia é a mesma independente da etapa
em que a reação ocorre.

LEI DE HESS

O químico e médico Germain Henry Hess (1802-1850) desenvolveu importantes trabalhos na área de Termoquímica.
A Lei de Hess é uma lei experimental e estabelece que a variação de entalpia de uma reação química depende apenas dos es-
tados inicial e final da reação.

A Lei de Hess também pode ser chamada de Lei da Soma dos Calores de Reação. É uma forma de calcular a variação de entalpia
através dos calores das reações intermediárias. Podem ser infinitas variações de entalpia

Exemplo: 
Qual o valor da variação de entalpia da reação a seguir

Dados (equações intermediárias):

Resolução:

______________________________________

Observe que a ΔH1e ΔH2 são somadas, obtendo-se o valor da variação de entalpia. As equações químicas também são
somadas, obtendo-se a reação global. Para montar as equações e aplicar a Lei de Hess, podemos fazer algumas alterações
matemáticas, seguindo as seguintes regras:
1°) as equações intermediárias devem estar de acordo com a reação global. Coloca-se as equações (dados) na ordem
que reagem ou são produzidas. Se não estiverem de acordo, troca-se o sinal da ΔH;

36
BLOCO 3

2°) acertar os coeficientes também de acordo com a reação global. Se a equação for multiplicada, a ΔH também deve
ser multiplicada pelo mesmo número
3°) realizar o somatório para montar a reação global;
4°) somar os valores das ΔH das equações intermediárias para achar a ΔH da reação global.

Exemplo:
Calcule a variação de entalpia da seguinte reação pela Lei de Hess:

Dados: 

Resolução: 
Deve-se escrever todas as equações intermediárias (dados) de acordo com a reação global. Na primeira equação, o que
há em comum é o C(grafite). Então ele deve ser escrito da mesma forma (como reagente e 1mol).

A segunda equação tem em comum com a reação global o H2(g). Nos dados, esta espécie química não está exatamente
igual como na global. Deve-se multiplicar toda a equação por 2, inclusive a ΔH2     
A terceira equação tem em comum com a reação global o CH4(g). deve-se inverter a posição desta equação e portanto
trocar o sinal da ΔH3

Veja como deve ser feito:

<=”” p=””
style=”border: 0px;”>

37
BLOCO 3

DINÂMICA DAS TRANSFORMAÇÕES


QUÍMICAS: TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
E VELOCIDADE; VELOCIDADE DE REAÇÃO;
ENERGIA DE ATIVAÇÃO; FATORES QUE
ALTERAM A VELOCIDADE DE REAÇÃO:
CONCENTRAÇÃO, PRESSÃO, TEMPERATURA E
CATALISADOR.

FATORES QUE ALTERAM A VELOCIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS

Alguns fatores podem aumentar ou diminur a velocidade de uma reação química. São eles:
- temperatura
- superfície de contato
- pressão
- concentração
- presença de luz
- catalisador
- inibidores

Temperatura
A temperatura está ligada à agitação das moléculas. Quanto mais calor, mais agitadas ficam as moléculas. Se aumenta a
temperatura, aumenta a energia cinética das moléculas (movimento). Se as moléculas se movimentam mais, elas se chocam
mais e com mais energia, diminuindo a energia de ativação e em consequência, aumenta o número de colisões efetivas e
portanto a velocidade da reação também aumenta.

Por este motivo, aumentamos a chama do fogão para cozinhar e utilizamos a geladeira para evitar a deterioração dos
alimentos.

Superfície de Contato
A área de contato entre os reagentes também interfere na velocidade das reações químicas. Quanto maior a superfície
de contato, maior o número de moléculas reagindo, maior o número de colisões eficazes e portanto, aumenta a velocidade
da reação.

Isto explica porque devemos tomar um comprimido de aspirina, por exemplo, inteiro do que em pó. O comprimido em
pó reage mais rapidamente, causando lesões no nosso estômago. Se ele for ingerido inteiro, levará mais tempo para reagir,
evitando lesões.

Uma substância em pó reage mais rápido do que uma substância inteira porque possui maior superfície de contato.
Veja outros exemplos:
- a carne é digerida mais facilmente quando mastigada do que inteira;
- gravetos queimas mais rápido do que um pedaço de madeira de mesma massa;
- palha de aço queima mais rápido do que um pedaço de ferro de mesma massa.

38
BLOCO 3

Pressão
Pressão é a razão entre força e área, ou seja, fazer força sobre uma determinada área. Com o aumento da pressão em
um recipiente, diminui o volume e desta forma aumenta a concentração dos reagentes. As moléculas se chocam mais, au-
mentando o número de colísões e portanto, aumenta a velocidade da reação.

Fonte: http://www.brasilescola.com/upload/e/pressao.jpg

Concentração
Concentração está relacionado à quantidade de soluto e de solvente de uma substância. Se aumenta a concentração
de reagentes , aumenta o número de moléculas dos reagentes, aumentando o número de colísões e aumentando também
a velocidade da reação. Está associada à Lei Cinética (Lei de Guldber-Waage).
Quando se aumenta a concentração de oxigênio numa queima, a combustão acontece mais rápido.

Presença de Luz
Algumas reações químicas ocorrem com maior velocidade quando estão na presença de luz. A luz influencia na veloci-
dade das reações porque é uma energia em forma de onda eletromagnética que ajuda a quebrar a barreira da energia de
ativação. 
A água oxigenada, por exemplo, se decompõe mais facilmente quando está exposta à luz, por isso devemos deixá-la
guardada em local escuro. A fotossíntese realizada pelas plantas é um tipo de reação que é influenciada pela presença da
luz. Outra reação onde é muito utilizada a luz é a decomposição do AgBr que dá origem aos filmes fotográficos.

CATALISADOR
Catalisador é uma substância química que não participa da reação química. Diminui a energia de ativação e aumenta
a velocidade da reação.
O catalisador acelera a reação mas não altera a composição química dos reagentes e produtos envolvidos. A quantida-
de de substância produzida na reação não se altera com o uso de catalisadores. 
Se a reação for reversível, a reação inversa também será acelerada, pois sua energia de ativação também terá um valor
menor. 
O catalisador não altera a variação de entalpia.

39
BLOCO 3

Gráficos com e sem catalisadores:

http://clientespeedy.klickeducacao.com.br/2006/arq_img_upload/paginas/558/cineticanew2.jpg

Catálise é o aumento de velocidade da reação, provocado pelo catalisador. 


A palavra catálise, do grego katálysis,  foi introduzida, em 1835, por Berzeliu.
No nosso organismo existem muitos catalisadores, que são chamados de enzimas. A saliva e o suco gástrico (que con-
tém ácido clorídrico) são exemplos de enzimas que aumentam a velocidade da reação, no caso, a digestão. 
Nas indústrias químicas, principalmente a petroquímica, os catalisadores são muito utilizados para acelerar as reações,
deixando o processo mais barato.  
Uma forma de ver a ação dos catalisadores é adicionando açúcar ao refrigerante. Os refrigerenates carbonatados con-
tém dióxido de carbono (gás carbônico) e pode ser eliminado mais facilmente com adição de açúcar. A reação de elimina-
ção do gás acontece com mais velocidade e percebe-se a formação de bolhas do gás deixando a solução. 
Na equação química, coloca-se o catalisador em cima da seta que representa a reação química.
Em função dos estados físicos dos reagentes e produtos, a catálise pode ser homogênea ou heterogênea.
- catálise homogênea: quando reagentes e catalisador estão no mesmo estado físico formando um sistema monofásico.

- catálise heterogênea: quando reagentes e catalisador não estão no mesmo estado físico formando um sistema hete-
rogêneo.

Não existe um tipo ideal de catalisador. Para cada reação química existe um tipo diferente de catalisador. Os catalisa-
dors mais comuns são: 
lipase, suco gástrico.

Inibidores
- metais - principalmente os de transição: Co, Ni, Pt, Pd
- ácidos - que catalisam muitas reações orgânicas: H2SO4
- óxidos metálicos – Al2O3, Fe2O3
- bases - NaOH
- enzimas – produzidas pelos organismos vivos:
São substâncias, que ao contrário dos catalisadores, aumentam a energia de ativação e como consequência diminuem
a velocidade da reação química. Pode ser chamado também de veneno de catalisador ou anticatalisador. Antigamente era
chamado de catalisador negativo.

40
BLOCO 3

Velocidade Instantânea
Nas reações químicas a velocidade a cada instante é diferente da velocidade média. As velocidades instantâneas nunca
são as mesmas, possuindo valores diferentes durante a reação. Se os intervalos de tempo utilizados nas medidas da velo-
cidade média forem ficando cada vez menores, a velocidade média tenderá a assumir valores cada vez mais próximos da
velocidade em um certo instante.
Velocidade Instantânea é o valor para o qual tende a velocidade média quando os intervalos de tempo vão se tornando
cada vez menores.
Pode ser calculada de acordo com a “Lei Cinética ou Equação de Velocidade”, proposta por Guldberg e Waage.
Cálculo da Velocidade Média de uma Reação

 A velocidade média de uma reação (Vm) pode ser medida por meio da variação da concentração dos reagentes ou da
variação da concentração dos produtos em relação ao tempo transcorrido de reação, conforme a fórmula a seguir:

Visto que se considera a variação da concentração e do tempo, é necessário diminuir os valores finais pelos iniciais
daquele intervalo da reação. Isso permite que esse cálculo da velocidade média seja feito em qualquer intervalo de tempo
do processo:

Se for considerada a variação da concentração dos produtos, a fórmula será:

Já no caso da variação da concentração dos reagentes, teremos que adicionar um sinal negativo na fórmula, pois como
os reagentes são consumidos durante o processo, a sua concentração final será menor que a inicial e o resultado daria
negativo, assim, temos:

A unidade da velocidade média será dada de acordo com as unidades da concentração e do tempo. Por exemplo, se
a concentração for dada em mol/L e o tempo em segundos, a unidade de Vm será mol. L-1. s-1. No entanto, as quantidades
de reagentes e produtos também podem ser expressas em termos de massa, volume – principalmente no caso de gases –,
número de mol, etc. Já o tempo também pode ser dado em minutos ou horas, dependendo da velocidade com a qual se
processa a reação.
Até agora explicamos quais são as fórmulas para se calcular separadamente as velocidades médias de consumo do
reagente e de formação do produto, porém, como conseguimos a velocidade média global da reação?

41
BLOCO 3

Basta dividir cada valor da velocidade pelo coeficiente O carbono forma estruturas tetraédricas. Nestas es-
da respectiva substância na equação química que repre- truturas, o átomo de carbono localiza-se no centro de te-
senta a reação. De forma geral: traedros regulares e seus ligantes ocupam os vértices. As
ligações formam, entre si, ângulos de 109,5º, como ilustra-
do abaixo. Esta é a angulação mais estável para estruturas
contendo carbono. Em cadeias cíclicas, as ligações entre
carbonos apresentam ângulos inferiores a 109º5, o que as
tornam mais fracas.

TIPO DE LIGAÇÃO
O carbono realiza ligações do tipo covalente com ame-
tais (C, O, S, Cl, Br, I, F, etc.) e hidrogênio. Estas ligações
podem ser do tipo σ ou π de acordo com o entrosamento
de orbitais na realização da ligação. Quando essas ligações
forem realizadas por interpenetração de orbitais no mesmo
eixo de ligação, a ligação será do tipo σ; quando a ligação
for realizada por interação de orbitais p paralelos entre si, a
ligação realizada será do tipo π. 
COMPOSTOS DE CARBONO: CARACTERÍSTICAS
É simples e importante prever quando dois átomos
GERAIS DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS; unidos por ligação covalente fazem ligação do tipo σ ou π. 
PRINCIPAIS FUNÇÕES ORGÂNICAS; Regra: 
ESTRUTURA E PROPRIEDADES DE • Ligações simples são do tipo σ
HIDROCARBONETOS; • Em ligações duplas, uma das ligações é do tipo σ e a
adicional é do tipo π
• No caso de ligação tripla, uma das ligações é do tipo
ÁTOMO DE CARBONO σ e duas são do tipo π
O carbono é o elemento básico para o estudo da quí-
mica orgânica, tema que costuma ser cobrado no Enem. Exemplo:
Localizado no grupo 14 (família IVA), o carbono possui seis
elétrons, sendo quatro destes localizados em sua camada
de valência. Desta forma, o carbono, tetravalente, realiza
quatro ligações covalentes para adquirir sua estabilidade
química. Pode-se ligar com outros átomos de carbono,
encadeando-se, para formar tipos inúmeros de cadeias. O
átomo de carbono se liga a hidrogênio e, a outros elemen-
tos comuns em compostos orgânicos como o oxigênio (O),
nitrogênio (N), enxofre (S), halogênios (Cl, Br, F, I), etc.

ESTRUTURA
Eteno: ligações σ e π (Foto: Colégio Qi)

Repare que, nesta molécula, existe uma ligação dupla,


que contém uma ligação π e uma σ, e quatro ligações σ
carbono-hidrogênio.
HIBRIDIZAÇÃO
O átomo de carbono, a exemplo de B e Be, sofre hi-
bridização ao se ligar para adquirir a estabilidade química
(configuração similar à de um gás nobre). 
Entendamos melhor a hibridização do carbono: as li-
gações covalentes normais são realizadas por emparelha-
mento de elétrons. Para isto, o elétron deve estar desempa-
relhado em seu orbital. 
Ao realizarmos a distribuição eletrônica por orbitais do
carbono percebemos, no subnível p, a presença de dois or-
Estrutura tetraédrica do metano (Foto: Colégio Qi) bitais p com elétrons desemparelhados e um “vazio” (sem
chances de ligação por emparelhamento de elétrons). Note
as distribuições eletrônicas, por subníveis e por orbitais, do
carbono:

42
BLOCO 3

Distribuições eletrônicas, por subníveis e orbitais, do carbono (Foto: Colégio Qi)

Para aumentar as possibilidades de ligação, o átomo de carbono sofre o processo de hibridização, onde orbitais s, com
dois elétrons e completo, e p se fundem para aumentar as possibilidades de ligação com o aumento do número de elétrons
desemparelhados já que um dos elétrons do subnível s se deslocará para o novo orbital formado. Por exemplo, para realizar
quatro ligações simples, fundem-se um orbital s com três orbitais p, originando quatro orbitais iguais sp3, cada um com um
elétron desemparelhado em seu orbital e passível de emparelhamento de elétrons (ligação). 
Ao realizar ligações duplas e triplas, a quantidade de orbitais hibridizados é igual ao número de ligações σ realizadas
pelo átomo. As ligações π são realizadas entre orbitais p e não entre orbitais hibridizados.
Exemplo de hibridização sp2:

Hibridização sp2 do carbono (Foto: Colégio Qi)

A tabela abaixo relaciona a quantidade de ligações σ e π com o tipo de hibridização do carbono.

Relação entre ligações do carbono e seu tipo de hibridização


Ligações no carbono Hibridização
4σ sp3
3σe1π sp2
2σe2π sp

Repare que apenas pelo número de ligações π é possível inferir o tipo de hibridização do carbono.

Exemplos:

Hibridização dos átomos de carbono (Foto: Colégio Qi)

43
BLOCO 3

CLASSIFICAÇÕES DO CARBONO
O carbono pode ser classificado de acordo com o nú-
mero de ligações que realiza com outros átomos de car-
bono. As classificações são realizadas da seguinte maneira: Por exemplo, o gás butano é um composto orgânico e
• Carbono primário: liga-se a um átomo de carbono só possui ligações covalentes entre carbonos e hidrogênios.
• Carbono secundário: liga-se a dois átomos de car- Visto que só possui ligações apolares, essa é uma molécula
bono apolar:
• Carbono terciário: liga-se a três átomos de carbono
• Carbono quaternário: se liga a quatro átomos de car-
bono

Exemplo:
 

Por outro lado, no caso de ligações do carbono (ou


do hidrogênio) com outros elementos químicos mais
eletronegativos, tais como o oxigênio, o enxofre ou os
halogênios, então a ligação será  polar  e a molécula
também será considerada polar.
Exemplo: O etanol possui uma região polar (OH) e
uma região apolar (H3C — CH2 —), mas a sua molécula é
Classificações do carbono (Foto: Colégio Qi) classificada como polar:

Note na figura a presença de carbonos dos quatro ti-


pos mencionados. O carbono primário, em geral carbonos
terminais, liga-se apenas ao átomo de carbono localizado a
sua direita; Os carbonos secundário, terciário e quaternário
ligam-se a 2, 3 e 4 átomos de carbono, respectivamente.

ESTRUTURA E PROPRIEDADES DE
• Solubilidade:
COMPOSTOS ORGÂNICOS OXIGENADOS; Os compostos orgânicos seguem a regra do
FERMENTAÇÃO; ESTRUTURA E “semelhante dissolve semelhante”, ou seja, os compostos
PROPRIEDADES DE COMPOSTOS ORGÂNICOS polares dissolvem-se em outros compostos orgânicos
NITROGENADOS;MACROMOLÉCULAS; polares, enquanto os apolares dissolvem-se nos apolares.
NATURAIS E SINTÉTICAS Por exemplo, a graxa é apolar e dissolve-se na gasolina,
que também é apolar. É por isso que não conseguimos
limpar a mão suja de graxa com água, que é um solvente
Os compostos orgânicos são aqueles que possuem polar. Além disso, é em virtude desse fato que a gasolina
como elemento principal o carbono. Além do carbono, os também não se mistura com a água.
principais elementos que também aparecem na maioria das
moléculas orgânicas são hidrogênio, oxigênio, nitrogênio,
halogênios (flúor, cloro, bromo e iodo) e enxofre.
A existência ou não desses elementos nas moléculas,
o tipo de ligações que eles realizam e o arranjo espacial
das moléculas (geometria molecular) ajudam a determinar
algumas das propriedades físicas e químicas gerais dos
compostos orgânicos. Veja algumas delas:
• Polaridade:
Sempre que o carbono estiver ligado a um átomo de
hidrogênio ou a outro carbono, a ligação será apolar, pois Mãos sujas de graxa e gasolina em estrada não se
não há diferença de eletronegatividade, isto é, o par de misturando com a água
elétrons compartilhado fica equidistante dos dois átomos
e não é atraído com maior intensidade por nenhum deles.

44
BLOCO 3

• Forças intermoleculares:
As forças intermoleculares existentes nos compostos orgânicos são fracas em comparação às forças dos compostos
inorgânicos.
A força intermolecular mais intensa é a ligação de hidrogênio, seguida da força de dipolo permanente, e a mais fraca
é a de dipolo induzido. Assim, quando comparamos os compostos orgânicos entre si, os que possuem o grupo OH, tais
como os álcoois e os ácidos carboxílicos, realizam ligações de hidrogênio e, por isso, possuem as interações mais fortes
entre suas moléculas.
• Estados físicos:
Em virtude dessa baixa intensidade das interações intermoleculares, existem compostos orgânicos nos três estados
físicos  em temperatura ambiente. Abaixo temos exemplos de três compostos orgânicos que estão em estados físicos
distintos:

Compostos orgânicos nos três estados físicos

• Pontos de fusão e ebulição:


Se comparados às substâncias inorgânicas iônicas ou metálicas, os pontos de fusão e ebulição dos compostos orgânicos
são menores. Isso acontece principalmente porque, conforme dito, as suas forças intermoleculares são menos intensas,
assim é necessário fornecer menos energia para rompê-las e mudar de estado físico.
Ao compararmos os próprios compostos orgânicos, aqueles que realizam as ligações de hidrogênio, tendo o grupo
hidroxila (OH) em sua molécula, possuem maiores pontos de fusão e ebulição. Por exemplo, o metanol possui ponto de
ebulição igual a + 64,8ºC em condições normais de temperatura e pressão, já o ponto de ebulição do metano é de -161,5,
um valor bem inferior. Isso acontece porque o metanol possui o grupo OH.
Por outro lado, compostos orgânicos pertencentes a um mesmo grupo funcional dependem da massa molecular.
Quanto maior a massa molecular, maior será a cadeia carbônica. Por exemplo, o ponto de ebulição do ácido metanoico ao
nível do mar é de 100,6 ºC, enquanto o do ácido etanoico é de 118,2ºC. Apesar de ambos serem ácidos carboxílicos, o ácido
etanoico tem ponto de ebulição maior porque ele possui um carbono e dois hidrogênios a mais, tendo massa molecular
maior.

45
BLOCO 3

• Combustibilidade: 2) Quanto ao método de obtenção:


A maior parte das substâncias orgânicas é combustível, a) polímeros de adição: obtidos pela adição de um único
ou seja, entra em combustão, reagindo com o oxigênio monômero.
quando há uma ignição que inicia a reação que libera b) copolímeros: obtidos pela adição de dois monômeros
energia na forma de calor. Eles podem ser sólidos como a diferentes.
madeira, líquidos como a gasolina e o álcool ou gasosos c) condensação: obtidos pela adição de dois monômeros
como o butano. diferentes com eliminação de substância inorgânica
Isso mostra que os compostos orgânicos são (geralmente água ou gás amoníaco).
responsáveis por grande parte da energia que consumimos,
desde o que mantém nossos fogões acesos (gás butano) Outros polímeros 
até os combustíveis de nossos automóveis.
Polímeros naturais: 
Borracha natural: polímero de adição do isopreno (metil-
butadieno-1,3).
Amido: polímero de condensação da alfa-glicose (com
eliminação de água).
Celulose: polímero de condensação da beta-glicose
(com eliminação de água).
Proteína: polímero de condensação de alfa-aminoácidos
(com eliminação de água).

Polímeros artificiais: 
Plásticos: 
Isopor (poliestireno): polímero de adição do estireno /
vinil-benzeno (insuflado com ar). Isolante térmico. Quando
não expandido é utilizado na fabricação de pratos, copos.
PVC (cloreto de polivinila): polímero de adição do cloreto
de vinila / cloro-eteno. Isolante térmico e material usado em
Os combustíveis usados nos automóveis são todos
estofamentos.
compostos orgânicos
Teflon: polímero de adição do tetraflúor-eteno. Material
usado em revestimento de utensílios domésticos.
Entretanto, existem algumas exceções, tais como o
Plásticos: 
clorofórmio e o acetato de sódio, que não são compostos
Poliisobutileno: polímero de adição do isobutileno
combustíveis. (metil-propeno ou isobuteno). Empregado na fabricação de
câmaras de ar.
Buna-N: copolímero do acrilonitrila(o) e butadieno-1,3
NOÇÕES BÁSICAS SOBRE POLÍMEROS; (eritreno). Empregado na fabricação de pneus.
AMIDO, GLICOGÊNIO E CELULOSE; BORRACHA Fibras: 
NATURAL E SINTÉTICA; POLIETILENO, Poliéster: copolímero de ácidos dicarboxílicos.
Empregado na fabricação de tecidos.
POLIESTIRENO, PVC, TEFLON, NÁILON; ÓLEOS
Nylon: copolímero de diaminas com ácidos dicarboxílicos.
E GORDURAS, SABÕES E DETERGENTES Empregado na fabricação.
SINTÉTICOS; PROTEÍNAS E ENZIMAS. Dacron: polímero de condensação entre éster de ácido
orgânico com poliálcool do tipo glicol. Empregado na
fabricação de velas de embarcações.
Pode-se chamar de polímeros as macromoléculas em
que há uma unidade que se repete, chamada monômero. 3. Quanto às aplicações industriais: 
O nome vem do grego: poli = muitos + meros = partes, a) elastômeros: possuem propriedades elásticas. 
ou seja, muitas partes. A reação que forma os polímeros é Ex.: borrachas (naturais ou sintéticas).
chamada de polimerização. b) plásticos: são sólidos mais ou menos rígidos. 
Ex.: PVC, poliuretano, polietileno.
Classificação dos Polímeros  c) fibras: quando se prestam à fabricação de fios. 
Ex.: nylon, poliéster.
1) Quanto à ocorrência:  OBS.: Os plásticos que sofrem fusão sem decomposição,
a) polímeros naturais (os que existem na natureza).  são chamados de termoplásticos, isto é, podem ser
Ex.: proteína, celulose, amido, borracha. remoldados sucessivamente. Ex.: poletileno.
b) polímeros artificiais (obtidos em laboratório).  Os plásticos que sofrem decomposição por aquecimento,
Ex.: polietileno, isopor (poliestireno insuflado com ar antes que ocorra a fusão, são chamados de termoestáveis
quente). (termofixos), isto é, não podem ser remoldados. 
Ex.: epóxidos.

46
BLOCO 3

CARVÃO
ENERGIAS QUÍMICAS NO COTIDIANO:
PETRÓLEO, GÁS NATURAL E CARVÃO;
MADEIRA E HULHA; BIOMASSA;
BIOCOMBUSTÍVEIS; IMPACTOS AMBIENTAIS DE
COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

Os combustíveis fósseis são as fontes energéticas mais


utilizadas em todo o mundo. Este tipo de combustível é de
origem mineral, resultado de um processo de decompo-
sição de restos de animais e restos de plantas. São deno-
minados de fóssil pelo seu tempo de decomposição, com
um tempo aproximado de 65 milhões de anos de sua for-
mação.
No fundo do mar e áreas muito profundas do solo
terrestre são os locais mais apropriados para encontrar os O carvão é extraído próximo das superfícies de toda
combustíveis fósseis. Por meio de pressão do solo sobre a crosta terrestre, a chamada superfície de mineração, ou
a matéria prima, o gás oxigênio é forçado a sair e de re- também das profundezas, denominada mineração subter-
sultado se transforma em querogênio. Esta matéria inso- rânea. A extração de carvão é feita de maneira simples, com
lúvel, o querogênio, é aquecida e transformada em óleo escavadeiras ou até mesmo pás. Esta substância é similar a
que, quando aquecido em temperaturas superiores a 110° uma pedra, de coloração preta e bem rígida, tendo em sua
C, vira o gás utilizado para gerar energia para automóveis, composição carbono, enxofre, hidrogênio e oxigênio. Com
máquinas e energia elétrica (até mesmo em usinas ter- um forte crescimento nos últimos anos, o carvão é um dos
moelétricas). recursos mais farto encontrados; porém também é um dos
mais poluentes, com uma produção muito mais elevada
de dióxido de carbono do que o petróleo. Além disso, a
queima do carvão também emite grande quantidade de
outros poluentes na atmosfera, como óxido de enxofre e
nitrogênio.

PETRÓLEO

Refinaria de Petróleo

A utilização contínua dos combustíveis fósseis causa


diversas desvantagens notadas em todo o universo, como
o temido efeito estufa e o aquecimento global. Além disso,
a liberação de poluentes resultantes da queima de combus-
tíveis fósseis são fortemente prejudiciais para a saúde dos
seres humanos e dos animais. Algumas fontes alternativas
de energia estão sendo estudadas para evitar estes efei- O petróleo é um óleo natural formado por uma soma
tos prejudiciais e garantir a qualidade de vida para todos, complexa de hidrocarbonetos; uma sustância oleosa e in-
como a energia eólica, energia solar, energia proveniente flamável com forte odor e coloração muito escura. Este
dos mares, energia nuclear e a biomassa (proveniente de óleo natural é resultado de uma composição de restos ani-
material orgânico como a cana-de-açúcar). mais e vegetais milenares que foram se depositando em
Os combustíveis fósseis mais utilizados atualmente são profundidades da crosta terrestre por meio de várias al-
o carvão, o petróleo e o gás natural. terações naturais do universo (como vulcões, movimento
dos oceanos, deslocamentos dos polos e muito mais). Estes

47
BLOCO 3

restos sofreram, dentre todas as alterações, as alterações Os  Biocombustíveis são fontes de energia conside-
do calor e resultaram no petróleo por conta da decompo- radas alternativas, por serem de caráter renovável e apre-
sição. A utilização do petróleo como fonte de energia se sentarem baixos índices de emissão de poluentes para a
iniciou na década de 60, com extração feita principalmente atmosfera. Em geral, essas fontes de energia costumam
no hemisfério sul. Hoje em dia, o petróleo é utilizado como ser produzidas a partir de produtos agrícolas ou vegetais,
combustível para automóveis (convertidos em gasolina e como a cana-de-açúcar, o milho, a mamona, entre outras
óleo diesel), navios e até mesmo aviões, como também ser- matérias-primas.
ve de matéria-prima para alguns produtos (plásticos, teci- Os principais tipos de biocombustíveis atualmente uti-
dos e fertilizantes). O petróleo é uma fonte de energia não lizados são o etanol e o biodiesel. Costumam ser utilizados
renovável, sendo as reposição ao ambiente natural ocorre tanto para a locomoção de veículos quanto para a geração
muito lentamente; por este motivo a procura pelo petróleo de energia (através de geradores, por exemplo).
seja tão grande e tão acirrada em todo o mundo. Etanol
Pesquisas relacionadas ao uso de Álcool (etanol) ocor-
GÁS NATURAL rem desde meados do século XX, no entanto a sua pro-
dução iniciou-se de maneira decisiva a partir da década
de 1970, com a chamada Crise do Petróleo. Com isso, o
mundo passou a buscar por outras fontes de energia que
fizessem uma alternativa à extrema dependência dos com-
bustíveis fósseis.
No Brasil, durante esse período, foi elaborado o Pro-
grama Nacional do Álcool (Proálcool) para reduzir os pre-
juízos econômicos causados pelo alto preço do barril de
Petróleo no mercado internacional. Apesar do relativo
sucesso, o novo combustível sofria críticas sobre a baixa
eficiência, sobretudo dos automóveis, na utilização dos
produtos. Além disso, a tecnologia automotiva existente na
época não era capaz de lidar com o etanol sem causar da-
nos corrosivos aos motores, carburadores e demais peças
dos veículos que o utilizavam.
O gás natural (um hidrocarboneto) é altamente infla- A partir do início da década de 2000, os projetos de
mável, encontrado juntamente ao petróleo em reservató- pesquisa sobre a produção de etanol foram novamente
rios subterrâneos. Este gás é mais leve do que o ar, comple- intensificados. Os avanços tecnológicos que permitiram
tamente translúcido e sem nenhum odor, tendo que passar a criação dos motores flex,que aceitavam tanto o álcool
por um procedimento para que ganhe um cheiro carac- quanto gasolina, contribuíram para a consolidação da pro-
terístico e fácil de localizar. A constituição do gás natural dução do álcool no país. Assim, o consumo de etanol, pela
é, em sua maioria, de gás metano. O gás natural é menos primeira vez, ultrapassou o de petróleo e tornou o Brasil
poluente do que o carvão e o petróleo, porém sua utiliza- um dos líderes mundiais de produção e exportação do pro-
ção também deve ser supervisionada. Este tipo de gás é duto.
formado por conta da decomposição de materiais orgâ- A fabricação desse combustível acontece, principal-
nicos há milhares de anos atrás, que ficaram armazenados mente, a partir da cana-de-açúcar. Tal escolha deve-se,
nas rochas mais antigas, onde atuam os microrganismos principalmente, à viabilidade do seu plantio, além de aten-
de maneira anaeróbica. O Brasil produz o gás natural forte- der a interesses econômicos dos grandes produtores na-
mente, que é transportado por meio de gasodutos. O gás cionais. Apesar disso, o Brasil também é um dos líderes
natural é uma fonte de energia para nossas casas, fábricas, em pesquisas de fontes alternativas de produção de álcool
eletricidade em geral, como também em automóveis em como forma de combustível.
sua versão liquefeita e comprimida. Biodiesel
Enquanto o etanol é utilizado para veículos e equipa-
Biomassa  é qualquer matéria vegetal usada mentos de motores leves, o Biodiesel é um biocombustível
diretamente como combustível ou convertida em utilizado para caminhões e ônibus. Sua produção e consu-
outras formas antes da queima. São exemplos de mo no Brasil avançaram com a criação do Plano Nacional
biomassa:  de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), no ano de 2004.
-- os resíduos de origem vegetal, como a madeira e Além do Brasil, outras potências mundiais na produção
plantações (utilizadas na produção de energia); dessa fonte de energia são: Alemanha e Estados Unidos,
- os materiais ou resíduos de origem animal;  seguidos por Argentina, França, Japão e alguns outros paí-
-- as lixívias de sulfito ou licor negro (um licor alcalino ses.
dos biodigestores para a produção de sulfato de sódio ou A sua fabricação ocorre a partir da transformação de
de pasta durante a fabricação do papel), entre outros tipos óleos vegetais e gorduras, sendo considerado, assim, uma
de biomassa sólida. fonte de energia renovável e com baixos índices de polui-
ção.

48
BLOCO 3

Assim como o etanol visa à substituição da gasolina, Impactos ambientais causados pelo uso de combus-
o biodiesel é utilizado para substituir o diesel comum que é tíveis fósseis
produzido a partir do petróleo. Com isso, o biodiesel foi incor- • A poluição ambiental é uma das grandes desvan-
porado ao diesel a partir de 2004, até que, em 2008, tornou-se tagens do uso de combustíveis fósseis. O dióxido de car-
obrigatória a sua inclusão ao diesel na proporção de 2%, que bono, gás liberado durante a queima desse tipo de com-
passou para 5% a partir de 2010. bustível é o principal responsável pelo aquecimento global.
• O  dióxido de enxofre, um dos poluentes libe-
Críticas aos biocombustíveis rados também na combustão de combustíveis fósseis é a
Apesar de serem adotados, principalmente, para resolver causa principal da chuva ácida. Esse fenômeno pode levar
questões de caráter econômico, os biocombustíveis também à destruição monumentos feitos de alvenaria ou mármore
são considerados importantes alternativas ecológicas para e culturas agrícolas.
combater a emissão dos gases responsáveis pelo efeito estu- • A poluição originada a partir de automóveis (que
fa, principalmente o CO2. No caso do etanol, por exemplo, as utilizam combustíveis fósseis) e  usinas de carvão  pode
estimativas apontam que todo o Dióxido de Carbono produ- causar sérios riscos à saúde. As doenças relacionadas à po-
zido em sua queima é absorvido durante a produção de suas luição variam de leve a grave e podem afetar significativa-
matérias-primas, o que contribuiria para a redução dos efeitos mente a qualidade de vida. A poluição do ar pode resultar
negativos dessa substância na atmosfera. em asma, doença pulmonar obstrutiva crônica ecâncer
No entanto, existem aqueles que advogam a ideia de que de pulmão. A exposição prolongada pode aumentar as in-
os biocombustíveis não sejam uma fonte de energia tão limpa fecções respiratórias na população em geral. As crianças
como muitos imaginam. e os idosos são mais vulneráveis a partículas finas e outras
Em primeiro lugar, cientistas apontam que, apesar de substâncias tóxicas no ar.
conter a emissão de CO2  na atmosfera, os biocombustíveis • Os combustíveis fósseis costumam ser transpor-
estariam relacionados com a emissão de outros tipos de ga- tados para o local desejado por meio de navios. É comum
ses poluentes, como dióxido de enxofre (SO2), Nitrogênio (N2), ouvir falar sobre vazamentos em petroleiros ou navios car-
Fósforo (P4), entre outros. A consequência seria a ocorrência regados de óleo cru para ser refinado. A consequência dis-
de alguns danos ambientais, com destaque para o aumento
so é que o petróleo contém algumas substâncias tóxicas
das chuvas ácidas.
que, quando misturadas com água, causam sérios impac-
Outra crítica comumente direcionada aos biocombustí-
tos à vida aquática.
veis refere-se à produção de suas matérias-primas. A exemplo
do que acontece no Brasil, grandes áreas de cultivo são desti-
nadas para a produção de cana-de-açúcar, o que pode trazer
danos ambientais e econômicos. No que tange aos proble-
mas ambientais, há o desmatamento de grandes faixas flores-
tais para a agricultura dessa matéria-prima. Já no plano eco-
nômico, muitos produtores direcionam o cultivo para atender
a produção do etanol e deixam de cultivar outros produtos,
encarecendo-os.
Além disso, os críticos afirmam que a produção de ca-
na-de-açúcar no país é geralmente realizada por grandes la-
tifundiários, o que contribui para o aumento do processo de
concentração fundiária.

São vários os problemas causados pelos gases libera-


dos com a queima dos combustíveis fósseis, entre eles a
poluição do ar e o aquecimento global.
Os combustíveis fósseis mais comumente conhecidos são
o  carvão mineral, o  petróleo e o gás natural. Todos têm
origem a partir da decomposição de resíduos orgânicos e
embora apresentem diversos aspectos que vão na contramão
da sustentabilidade, os combustíveis fósseis ainda permane-
cem em evidência, sendo, ainda muito utilizados para movi-
mentar motores, aquecer materiais e produzir energia.
Por serem de origem de matérias-primas que demoram
milhões de anos para serem originadas, são considerados re-
cursos naturais não renováveis. E, para se ter ideia, estima-
-se que os utilizados atualmente são originados de matérias-
-primas de 65 milhões de anos atrás. Além da questão de não
serem renováveis, os combustíveis fósseis causam danos ao
meio ambiente.

49
BLOCO 3

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES Nas transformações gasosas a massa de gás continua


Química sem sofrer alteração, caso não haja vazamento deste. Po-
demos calcular qualquer variável através da equação PV/T
01. (PETROBRÁS - TÉCNICO DE OPERAÇÕES JU- = constante. Logo, teremos V constante e:
NIOR - CESGRANRIO/2014) P1 = 5 atm
Uma mistura gasosa, constituída por 112g de nitro- T1= 15ºC = 273 + 15 = 288K
gênio e 16g de metano, encontra-se em um recipiente P2= 5,6 atm
de 30L a uma pressão de 4 atm. Considerando-se com- T2=?
portamento ideal para os gases, o valor de PCH4/PN2,
isto é, a razão entre as pressões parciais de CH4 e N2 é: P1/T1 = P2/T2
(A) 0,25 5/288 = 5,6/T2
(B) 0,50 T2=322,5K
T2= 322,5 – 273 = 49,5ºC
(C) 1,00
(D) 2,00
RESPOSTA: “D”.
(E) 4,00
03. (PM/SOROCABA - PROFESSOR DE QUÍMICA –
As pressões parciais estão relacionadas diretamente VUNESP/2012). A pressão de um gás é definida pela
com o numero de mol de cada gás na mistura gasosa (o força que ele exerce por unidade de
que denominamos de fração molar). Basta determinar o (A) área.
numero de mol de cada participante. E depois, determinar (B) volume.
a razão. (C) massa.
Vamos calcular o número de mol de cada gás: (D) temperatura.
1mol de CH4---------16g (E) comprimento.
x---------------------16g
x= 1mol CH4 A pressão é definida com o a força que um gás aplica
em determinada área.
1mol de N2---------28g
Y----------------------112g RESPOSTA: “A”.
Y= 4mol N2
04. (UFMT - DOCENTE QUÍMICA - IFMT/2012). Um
Só temos os dois gases no frasco. Portanto, não é ne- balão de 10 L encerra uma mistura de gases contendo
cessário determinar as pressões parciais. Para determinar a 3,52 g de O2, 3. 10-2 mol de N2 e 36.1021 moléculas de
razão entre as pressões parciais, basta determinar a razão CO à 27 ºC. A pressão total da mistura (em atm) é apro-
entre os valores em mol, de cada participante: nCH4/nN2. ximadamente:
nCH4/nN2 = ¼ = 0,25 [A] 36 1021
[B] 0,5
RESPOSTA: “A”. [C] 0,7
[D] 1,0
02. (MARANHÃO - PERITO CRIMINAL – FGV/2012). Dados : Massas atômicas C = 12; O = 16; N = 14
Um cilindro com 12 litros de capacidade, equipado com NA = 6.1023; R = 0,082 L.atm.K-1.mol-1
manômetro que continha um gás ideal, era guardado
Para calcularmos a pressão total do sistema precisamos
num armazém climatizado a 15°C. Nesta situação, o
ter o número total de mol dos gases dentro do frasco.
manômetro registrava uma pressão interna de 5 atm.
Logo, precisaremos converter as informações que não
Em um dado momento ocorreu um problema no siste-
estão em mol.
ma de climatização do armazém. Quando a equipe de 1mol de O2--------32g
emergência chegou ao armazém, o manômetro já mar- X---------------3,52 g de O2
cava uma pressão de 5,6 atm. X= 0,11 mol
A temperatura interna do armazém, em graus Cel-
sius deve ser aproximadamente: 1mol de moléculas------6.1023 moléculas
(A) 16,6 Y----------------------------36.1021 moléculas de CO
(B) 16,8 Y = 0,06 mol
(C) 33,2
(D) 49,5 Além disto já temos 3. 10-2 mol de N2 (0,03mol).
(E) 90,0 Portanto, o total em mol é 0,11 + 0,03 + 0,06 = 0,2mol.
Para calcular a pressão total usaremos a equação de
Clapeyron:
PV = nRT

50
BLOCO 3

Temos as seguintes informações: 1 mol de Cl2 ---------------71g


V =10 L Logo, temos 1 mol de Cl2
T =27 ºC = 273 + 27 = 300K.
Substituindo: 1 mol de amônia (NH3) -------------17g
P.10 = 0,2. 0,082. 300 Y -----------------------------------------34g
P = 0,492 atm Y= 2 mol.

RESPOSTA: “B”. Total de mol: 1 + 1,0 + 2 mol = 4 mol


Nas CNTP a pressão exercida pela mistura gasosa é de 1
05. (TRANSPETRO - TÉCNICO DE OPERAÇÕES JU- atm. Como temos 4 mol exercendo esta pressão a pressão exer-
NIOR - CESGRANRIO/2012). Um mol de gás hidrogênio cida por este gás será:
reage com um mol de gás cloro, em presença de luz, 4 mol -------------- 1 atm
dando origem a dois mols de gás clorídrico. 2,0 mol ---------------Z
H2(g) + Cl2(g) → 2 HCl (g) Z= 0,50 atm
Admitindo-se comportamento de gases ideais, rea-
ção irreversível e rendimento de 100%, qual é o volume RESPOSTA: “E”.
máximo de gás clorídrico, em L, que se obtém a partir
da reação 20,0L de gás hidrogênio com 20,0L de gás 07. (SABESP - ESET - QUÍMICO - VUNESP/2013). Em um
cloro? acidente envolvendo incêndio em um laboratório químico
(A) 10,4 ocorreu o vazamento de um frasco de mercúrio, e sua va-
(B) 22,4 porização resultou em uma pressão parcial de mercúrio es-
(C) 40,0 timada em 10–1 atm. Considerando-se que a temperatura
(D) 44,8 no momento do acidente atingiu 1200 K, o total de átomos
(E) 50,0 de mercúrio, por litro (átomos/L) no ambiente do acidente,
era de aproximadamente
Dados:
Segundo a equação H2(g) + Cl2(g) → 2 HCl (g)
R = 0,082 atm . L . mol–1 . K–1
observa-se que a proporção volumétrica entre os parti-
Constante de Avogadro 6,0 x 10+23 mol–1
cipantes é de 1:1:2. Logo, partindo de 20L de cada reagente
(A) 6 x 10+19
(nenhum deles está em excesso), o produto medido nas
(B) 6 x 10+20
mesmas condições deverá ter um volume de 40,0 L, confor-
(C) 6 x 10+21
me a proporção mencionada.
(D) 6 x 10+22
(E) 6 x 10+23
RESPOSTA: “C”.
Calcularemos o número de mol do Hg nesta situação:
06. (PETROBRÁS - TÉCNICO(A) QUÍMICO(A) DE PE- PV = nRT
TRÓLEO JÚNIOR -CESGRANRIO/2012). Em um tanque 0,1 x 1 = n x 0,082 x 1200
fechado, com um volume de 10 litros, encontra-se uma n = 0,1/ 0,082 x 1200
mistura gasosa constituída de 2,0 gramas de hidrogê- n = 0,001016
nio, 71,0 gramas de cloro e 34,0 gramas de amônia. Se Calculando número de átomos:
esse recipiente encontra-se nas condições normais de 1mol ------------- 6x1023
temperatura e de pressão e se a mistura for considera- 0,001016 mol -----X
da uma mistura gasosa ideal, o valor da pressão parcial X= 0,006x1023
de amônia é, em atm, de X = 6x1021
(A) 0,1
(B) 0,2 RESPOSTA: “C”.
(C) 0,3
(D) 0,4 08. (DMAE/RS – QUÍMICO - CONSULPLAN/2011). Para
(E) 0,5 calcular o valor de ∆G, é necessário conhecer os valores de:
A) ∆H, temperatura absoluta e ∆S.
A pressão parcial é definida como a pressão que o gás B) ∆S e constante de equilíbrio.
exerceria se estivesse sozinho no recipiente, nas condições C) ∆H, constante geral dos gases (R) e temperatura ab-
de medida da mistura. E isto depende da participação, em soluta.
mol, deste gás na mistura. D) ∆H e temperatura absoluta.
Vamos calcular o número de mol de cada gás da mistu- E) ∆H e constante de equilíbrio.
ra e determinar a fração molar do gás em questão.
1 mol de H2 -----------2g O cálculo do ∆G se faz através da seguinte equação: ∆G =
X mol -------------------2g ∆H – T.∆S. Portanto, a resposta é a alternativa A.
X= 1 mol de H2
RESPOSTA: “A”.

51
BLOCO 3

09. (PETROBRÁS - TÉCNICO DE OPERAÇÕES JU- Este valor seria liberado se a eficiência fosse de 100%.
NIOR – CESGRANRIO/2013). Um combustível é consti- Mas, conforme o enunciado a eficiência foi de 90%. Logo
tuído exclusivamente de etanol com densidade 0,80g/ teremos:
mL e massa molar 32g/mol. Abaixo está representada a 280.000 KJ -------------- 100%
reação de combustão do etanol: Y ------------------------------90%
C2H6O + 3 O2 → 2 CO2 + 3 H2O Y = 252.000 KJ
Na combustão completa de 1,0L de etanol, no esta-
do gasoso, a quantidade de energia liberada, em KJ, é RESPOSTA: “B”.
aproximadamente, igual a
(A) 19.000 11. (PETROBRÁS - TÉCNICO(A) QUÍMICO(A) DE PE-
(B) 17.000 TRÓLEO JÚNIOR - CESGRANRIO/2011). O trióxido de
(C) 15.000 enxofre (SO3) pode ser removido da atmosfera pelo óxi-
(D) 13.000 do de cálcio (CaO) em uma reação exotérmica, à pres-
(E) 11.000 são constante, conforme mostrado a seguir.

Devemos inicialmente determinar a massa de etanol a


partir da densidade.
d= m/V, logo m = dxV
m= 0,8g/mLx 1000mL = O tratamento de um efluente gasoso liberou 4,33 x
m= 800g de etanol. 105 kJ de energia na forma de calor. Se esse calor é re-
Agora vamos ao cálculo da energia liberada: sultado apenas da reação de remoção do SO3 indicada
C2H6O ΔH = − 760 kJ/mol acima, a massa desse gás, em kg, removida do efluente
1mol libera 760 kJ é
32g -----------760kJ (A) 15
800g ----------X (B) 20
X = 19.000kJ (C) 35
Veja que há um erro na massa molar do composto. O (D) 40
correto seria 46g/mol. Refazendo os cálculos teríamos: (E) 50
C2H6O ΔH = − 760 kJ/mol Observa-se pela equação que cada mol de SO3 removi-
1mol libera 760 kJ do libera 866 kJ. Fazendo a estequiometria:
46g -----------760kJ 1 mol de SO3 -------libera -------866 kJ
800g ----------X
80 g -----------------------------------866 kJ
X = 13.217kJ
X --------------------------------------4,33 x 105 kJ
X = 40.000g = 40 kg
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “D”.
10. (PETROBRÁS - TÉCNICO DE OPERAÇÕES JU-
NIOR - CESGRANRIO/2012). Ao ser queimado de forma
12. (UFAM - TÉCNICO DE LABORATÓRIO QUÍMICO
completa, o etanol produz dióxido de carbono e água
e libera calor que pode ser aproveitado como fonte de – COMVEST/2013). Considere as afirmações sobre uma
energia. reação endotérmica:
I. há absorção de calor
II. há diminuição de energia
III. a entalpia dos reagentes é menor que a dos pro-
Dados: M (CH3CH2OH) = 46 g/mol dutos
Se 9,2 kg de etanol são queimados de forma com- IV. a variação de entalpia é negativa
pleta, e o calor liberado é aproveitado com 90% de efi- Assinale a alternativa correta:
ciência, a energia útil, em kJ, no processo, é a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
(A) 126.000 b) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
(B) 252.000 c) Somente as afirmativas II e IV estão corretas.
(C) 378.000 d)Somente as afirmativas II e III estão corretas.
(D) 510.000 e) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
(E) 1.020.000 Nas reações endotérmicas o sistema absorve energia,
aumentando seu nível energético, apresentando produtos
Pela equação observamos que são liberados 1.400KJ com mais energia que os reagentes e variação positiva da
por mol de etanol queimado. Fazendo a estequiometria: entalpia.
1mol de etanol ----libera-----1.400kJ
46g--------------------------------1.400kJ RESPOSTA: “B”.
9.200g ----------------------------- X
X= (9200 x 1400) / 46 = 280.000 KJ

52
BLOCO 3

13. (UNIPAMPA - TÉCNICO DE LABORATÓRIO – Ignorando este erro lamentável por parte da banca, va-
CESPE/2013). O rompimento de uma ligação química mos fazer o cálculo.
poderá ocorrer por meio de um processo endotérmico Calor de formação se refere à energia para formar UM
ou exotérmico. mol da espécie química.
Observamos que na reação acima formam 2 mol do
O rompimento de ligação química depende do forne- composto com liberação de 190,8Kcal. Basta fazer uma re-
cimento de energia para romper tais interações. Portanto, gra de três:
sempre será um processo exclusivamente endotérmico. 2mol de PCl5 ---------- -190,8 Kcal
Resposta: “ERRADO”. 1mol de PCl5 ---------------------X
X= -95,4 Kcal
14. (PCSP - PERITO CRIMINAL– VUNESP/2014).
Considere o seguinte diagrama de entalpia: RESPOSTA: “D”.

16. (SEE/RJ - PROFESSOR I DE QUÍMICA – CE-


PERJ/2013). O pentacloroetano foi durante algum tem-
po utilizado para limpeza a seco e solvente para resi-
nas e borrachas. Por causa de seu impacto ambiental, o
pentacloroetano não é vendido ou importado em mui-
tos países. Este composto pode reagir com o fluoreto de
hidrogênio de acordo com a seguinte equação:

Utilizando as energias de ligação médias:


Esse diagrama representa uma reação:
(A) endotérmica, cujo ∆H = + 176,0 kJ/mol de
NH3(g).
(B) exotérmica, cujo ∆H = – 176,0 kJ/mol de NH3(g).
(C) endotérmica, cujo ∆H = – 176,0 kJ/mol de
NH3(g).
(D) isotérmica, cujo ∆H = + 176,0 kJ/mol de NH3(g).
(E) exotérmica, cujo ∆H = + 176,0 kJ/mol de NH3(g).
A variação de entalpia da reação apresentada, em
O gráfico nos mostra que houve uma diminuição do kJ.mol–1, é igual a:
conteúdo energético dos reagentes ao serem transforma- A) – 52
dos em produto. Logo, esta perda levará a uma liberação B) – 24
de energia para o ambiente. Isto é característico de reação C) + 24
exotérmica, com liberação de 176 kJ (variação negativa, D) + 52
∆H< 0). E) + 66

RESPOSTA: “B”. Vamos calcular a ∆H analisando as energias envolvidas


para a quebra e a formação de ligações:
15. (PETROBRÁS - TÉCNICO DE OPERAÇÃO JÚNIOR REAGENTES (sempre processo endotérmico).
- CESGRANRIO/2012). 2P + 5 Cl2 → 2 PCl5 ∆H = Observando as substâncias percebemos que dos rea-
-190,8 kcal gentes iniciais foram rompidas apenas 2 ligações C-Cl e 2
A equação termoquímica acima representa a reação ligações H-F. Logo, a energia gasta para romper estas liga-
de formação do elemento PCl5. Qual o calor de forma- ções é calculada abaixo:
ção desse elemento? C-Cl = 2x 338 = 676kJ
(A) zero H-F = 2x 565 = 1130 kJ
(B) +95,4 kcal TOTAL= 1806 kJ.
(C) +190,8 kcal Como esta energia é para quebrar ligações ela precisa
(D) −95,4 kcal ser absorvida (processo endotérmico). ∆H= + 1806kJ.
(E) −190,8 kcal
PRODUTO (sempre processo exotérmico)
Há um erro grotesco nesta questão. Não se pode cha- Observando as substâncias percebemos que nos pro-
mar um composto químico (que é formado pela ligação dutos foram formadas apenas 2 ligações C-F e 2 ligações
entre diferentes elementos) de elemento. Ele pede o calor H-Cl. Logo, a energia liberada para formar estas ligações é
de formação do elemento. calculada abaixo:
C-F = 2x 484= 968kJ

53
BLOCO 3

H-Cl = 2x 431= 862kJ Como se deseja calcular a massa de metano que sofre
TOTAL= 1830kJ combustão incompleta, mas que libere a mesma energia
Como esta energia é decorrente da formação de liga- por combustão completa, devemos igualar as energias li-
ções ela será liberada (processo exotérmico). ∆H= - 1830kJ. beradas. Então, teremos:
Observa-se que a energia liberada é maior. Então, o 1mol CH4 ------------408,5kJ
processo, neste caso, será exotérmico ( já descarte 3 alter- 16g---------------------408,5kJ
nativas com valores positivos). Y-----------------------401.000kJ
Calculando: Y= 15.706g = 15,7 kg
∆Hf= ∆Hquebra + ∆Hformação
∆Hf= 1806 + (-1830) RESPOSTA: “D”.
∆Hf= -24 kJ
18. (IFE/MG - PROFESSOR DE QUÍMICA - IFE/
MG/2013). Considere as seguintes semi-reações a 25°C:
RESPOSTA: “B”.

17. (SEE/SP - QUÍMICA - PEB II – FGV/2013). A com-


bustão é uma reação entre uma substância (combustí-
vel) e o oxigênio (O2) (comburente), com liberação de
energia levando à formação de gás carbônico e água. Podemos afirmar que:
A falta de oxigênio durante a combustão pode levar à A) A reação global apresenta E° = 1,136 V.
formação de um produto indesejável como a fuligem B) O agente oxidante é o cobre.
(C), que não tem oxigênio na sua constituição. A quanti- C) O cobre é oxidado.
dade de calor liberada é menor nos casos de combustão D) Deve-se multiplicar a semi-reação da prata por 2
incompleta. Portanto, além de gerar compostos noci- para encontrar o E° da reação global.
vos à saúde humana, a combustão incompleta apre-
senta uma grande desvantagem econômica, pois com O cátion Ag+ apresenta o maior potencial de redução.
a mesma quantidade de combustível haverá menor Portanto, em uma reação espontânea ele sofrerá a redução
quantidade de energia gerada. (e será agente oxidante). Logo, o cobre sofrerá a oxidação
O calor liberado na combustão completa de metano (Cu se torna Cu2+) e será o agente redutor. A ddp terá valor
é de 802 kJ/mol e, nas mesmas condições de tempera- calculado da seguinte forma: Emaior – Emenor = 0,7999V –
tura, o calor liberado na queima incompleta desse com- (0,337V) = = +0,462V. A ddp não depende dos coeficientes
posto, produzindo fuligem é de 408,5 kJ/mol. estequiométricos.
(Combustão e Energia disponível em http://www.
usp.br/qambiental/combustao_energia.html; Acesso RESPOSTA: “C”.
01/10/2013)
A massa de metano, queimada de maneira incom-
pleta produzindo fuligem, necessária para produzir a
mesma quantidade de calor que a queima completa de
8 kg de metano é
Dados: Massa molar do H = 1 g.mol C = 12g.mol
(A) 4,0 kg.
(B) 5,8 kg.
(C) 10,5 kg.
(D) 15,7 kg.
(E) 20,2 kg.

O calor liberado na combustão completa de metano


é de 802 kJ.mol e, nas mesmas condições de temperatura,
o calor liberado na queima incompleta desse composto,
produzindo fuligem é de 408,5 kJ/mol.
Vamos calcular inicialmente o calor liberado pela com-
bustão completa da massa de metano, fornecida pelo
enunciado:
1 mol CH4------------------- 802kJ
16g------------------------------802kJ
8.000g--------------------------X
X= 401.000 kJ.

54

You might also like