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Formação de Técnicos de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

QUA.SHT.05.232

Módulo de Organização do Trabalho

Posto de Trabalho Sentado com Equipamento Dotado de Visor

Formadora:
Dr.ª Paula Cruz

Formando:
Vitor Trindade

Lisboa, Novembro 2005


Posto de Trabalho Sentado com Equipamento Dotado de Visor

ÍNDICE

Introdução ...................................................................................... Página 2


Legislação ...................................................................................... Página 3
Riscos Ergonómicos ...................................................................... Página 5
Doenças Profissionais.................................................................... Página 6
Ambiente, Equipamento e Software............................................... Página 7
Anexo I: Decreto-Lei nº 349/93 de 6 de Outubro ........................... Página 9
Anexo II: Portaria 989/93 de 1 de Outubro................................... Página 13
Anexo III: Dicas para os Empregados.......................................... Página 15
Bibliografia ................................................................................... Página 16

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Posto de Trabalho Sentado com Equipamento Dotado de Visor

INTRODUÇÃO

Durante muito tempo a segurança do trabalho foi vista como um tema que se
relacionava apenas com o uso de capacetes, botas, cintos de segurança e uma
série de outros equipamentos de protecção individual contra acidentes.
A evolução tecnológica fez-se acompanhar de novos ambientes de trabalho e
de riscos profissionais a eles associados. Muitos desses novos riscos são
pouco ou nada conhecidos e demandam pesquisas cujos resultados só se
apresentam após a exposição prolongada dos trabalhadores a ambientes
nocivos à sua saúde e integridade física.
Hoje, o sector de segurança e saúde no trabalho é multidisciplinar e tem como
objectivo principal a prevenção dos riscos profissionais. O conceito de acidente
é compreendido por um maior número de pessoas que já identificam as
doenças profissionais como consequências de acidentes do trabalho.
A relação homem-máquina, que já trouxe enormes benefícios para a
humanidade, também trouxe um grande número de vítimas, sejam elas os
portadores de doenças incapacitantes ou aqueles cuja integridade física foi
atingida. Entre as máquinas das novas relações profissionais, os computadores
pessoais têm uma característica ímpar: nunca, na história da humanidade, uma
mesma máquina esteve presente na vida profissional de um número tão grande
e diversificado de trabalhadores.
Diante desses factos, muitas dúvidas têm sido levantadas sobre os riscos de
acidentes no uso de computadores. Entre eles destacam-se os chamados
riscos ergonómicos. A Ergonomia é uma ciência que estuda a adequação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores de
modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho
eficiente.

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LEGISLAÇÃO

A legislação comunitária já reconhece a importância da Ergonomia e entre


outras dedicou ao tema a Directiva 90/270/CEE de 29 de Maio de 1990,
relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde respeitantes ao
trabalho com EDV’s - equipamentos dotados de visor (quinta Directiva
especial na acepção do nº 1 do artigo 16º da Directiva 89/391/CEE), transposto
para a ordem jurídica interna com o Decreto-Lei 349/93 de 1 de Outubro,
anexo I, e a Portaria 989/93 de 6 de Outubro, anexo II.
Um elevado nível de protecção da segurança e da saúde dos trabalhadores,
que constitui o objectivo principal da Directiva-Quadro 89/391/CEE e das suas
cinco primeiras directivas especiais, só pode ser conseguido se todos os
agentes em causa, entidades patronais, trabalhadores, representantes dos
trabalhadores, autoridades nacionais responsáveis pela execução da
legislação, fizerem os esforços necessários para uma aplicação efectiva e
correcta e se empenharem numa interacção cooperativa.
A Directiva-Quadro 89/391 prevê que cada entidade patronal designe um ou
mais trabalhadores para se ocuparem das actividades de protecção e de
prevenção dos riscos profissionais na empresa e/ou no estabelecimento e que,
se os meios da empresa e/ou do estabelecimento forem insuficientes para
organizar estas actividades de protecção e/ou de prevenção, recorra a
entidades (pessoas ou serviços) exteriores à empresa e/ou ao
estabelecimento. Por outras palavras, são os trabalhadores da empresa, com
as aptidões necessárias, que fazem as avaliações dos riscos e determinam as
medidas de prevenção, ou são utilizados para o efeito serviços externos.

Realizações da Directiva 90/270 (equipamentos dotados de visor):


– novo ímpeto na monitorização e melhoria dos aspectos ergonómicos das
estações de trabalho dotadas de visor, aumentado, assim, o nível de
protecção;
– introdução de pausas e do direito dos trabalhadores ao reforço da vigilância
da saúde, em particular, no que se refere aos exames aos olhos;

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– aumento do nível de consciencialização das entidades patronais, que


compreendem e aceitam o destaque dado à vertente ergonómica da gestão
dos riscos adoptada pela directiva;
– estas obrigações foram postas em prática em todos os sectores da indústria.

Dificuldades da Directiva 90/270:


– certas questões são difíceis de resolver, como a gestão da luz natural, da
ergonomia dos assentos, da impossibilidade de neutralizar certos campos
electromagnéticos;
– falta de clareza no que se refere a quem deve realizar os exames aos olhos
(oftalmologista ou oculista);
– problemas ligados ao tele-trabalho e à vigilância das condições de trabalho.
Outras dificuldades incluem:
– A ausência de participação efectiva dos trabalhadores nos processos
operacionais.

Melhorias sugeridas:
– seria aconselhável especificar as disposições relativas a mudanças de
actividade ou às pausas, bem como as pessoas a quem elas devem ser
aplicadas;
– devem examinar-se os problemas causados pela radiação electromagnética
dos terminais, lasers e campos magnéticos;
– vários Estados-Membros consideram que seria apropriado uma revisão da
directiva de modo a adaptá-la ao progresso tecnológico.

Os equipamentos dotados de visor (EDV) estão para ficar. São hoje parte
integrante da maioria dos ambientes de trabalho, todos, desde funcionários a
gestores, os usam. No entanto poucas pessoas os usam correctamente.
Alguns porque não lhes foi fornecido o equipamento correcto e outros porque
não sabem utilizar aquilo de que dispõem.

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RISCOS ERGONÓMICOS

Entre os riscos ergonómicos, aqueles que têm maior relação com o uso de
computadores são:
• Exigência de postura inadequada
• Utilização de mobiliário impróprio
• Imposição de ritmos excessivos
• Trabalho por turnos e nocturno
• Jornadas de trabalho prolongada
• Monotonia e repetitividade
Além desses riscos, as condições gerais do ambiente de trabalho fazem parte
da avaliação ergonómica, aqui incluídos o nível de iluminação, temperatura,
ruído e outros factores que, após analisados no local, tenham influência no
comportamento dos trabalhadores.
A exposição do trabalhador ao risco gera o acidente, cuja consequência nesses
casos tem efeito mediato, ou seja, ela apresenta-se ao longo do tempo por
acção cumulativa desses eventos sucessivos. É como se a cada dia de
exposição ao risco, ocorresse um pequeno e imperceptível acidente. As
consequências dos acidentes do trabalho desse tipo são as doenças
profissionais ou ocupacionais.
A maneira verdadeiramente eficaz de impedir o acidente é conhecer e controlar
os riscos. Isso faz-se, no caso das empresas, com uma política de segurança e
saúde dos trabalhadores que tenha por base a acção de profissionais
especializados, antecipando, reconhecendo, avaliando e controlando os riscos.
No caso específico dos profissionais que têm o computador como instrumento
de um trabalho diário, a prevenção dos riscos ergonómicos relacionados ao
seu uso deverá ser motivo de atenção e interesse, observando, entretanto, que
a legislação e as normas técnicas estão inseridas no contexto maior de uma
avaliação completa do ambiente de trabalho. O bem-estar físico e psicológico
dos trabalhadores reflecte-se no seu desempenho profissional e é resultado de
uma política global de investimento em segurança, higiene e saúde.

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DOENÇAS PROFISSIONAIS

A doença profissional mais conhecida por apresentar-se em consequência do


uso de computadores é chamada de LER - Lesão por Esforços Repetitivos
(Repetitive Strain Injury - RSI). Estas mesmas lesões também podem ser
chamadas de DORT, Distúrbios Osteomusculares Relacionados com o
Trabalho. É imperativo que fique claro que estas lesões não ocorrem apenas
com o uso de computadores, mas em toda a actividade profissional que exija o
uso forçado e repetido de grupos musculares associado a posturas
inadequadas. Uma das mais conhecidas manifestações dessas lesões, em
profissionais da área de processamento de dados, é a tendinite.
Existem muitas profissões que para executar as suas tarefas utilizam o
computador por um longo período de tempo, como por exemplo: Analistas de
Sistemas, Especialistas Informáticos, Arquivistas, Documentalistas,
Bibliotecários, Escritores, Jornalistas, Desenhadores, Programadores e
Operadores de Informática, Técnicos de Contabilidade, Empregados de
escritório, Operadores de equipamento de tele-informação, Operadores do
registo de dados, Trabalhadores sob regime de tele-trabalho.
Dores de cabeça e irritação nos olhos também são sintomas associados ao
uso de computadores. Eles ocorrem após o trabalho prolongado e contínuo e
são consequências da fadiga visual. A iluminação do ambiente é um factor
fundamental para reduzir a incidência desses sintomas, principalmente no que
diz respeito a evitar reflexos no ecrã do monitor. Além disso, os olhos também
requerem pausas regulares para descanso, da mesma forma que os pulsos,
dedos, pescoço, enfim, as partes do corpo directamente exigidas pelo trabalho.
O stress físico e psicológico é outra consequência de uma utilização sem
controlo do computador, vinculado a jornadas longas, trabalhos em turno e
nocturnos. É interessante observar que o interface gráfico do software que é
utilizado também influi directamente no desempenho e no estado geral do
utilizador. O trabalho intenso com um software que tenha um interface gráfico
pouco amigável gera maior número de erros, o que é acompanhado de
irritação, desconforto e cansaço.

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AMBIENTE, EQUIPAMENTO E SOFTWARE

A Ergonomia também abrange estudos sobre esse aspecto da relação homem-


máquina, ou seja, o desenvolvimento ou o aperfeiçoamento do interface
gráfico, tornando-a cada vez mais intuitiva, directa e objectiva. Esses estudos
envolvem o desenho dos softwares, a distribuição dos ícones, janelas e as
sequências de comandos para se alcançar determinados objectivos. A
utilização de mobiliário adequado é muito importante mas isso se constitui
apenas em uma parte de um processo mais amplo que é a construção de um
ambiente de trabalho seguro e saudável. O ambiente de trabalho precisa ser
adequado ao homem e à tarefa que ele vai desempenhar. Quando se fala em
mesas, cadeiras e teclados ergonómicos, entre outros itens, o que
efectivamente os caracteriza é a sua flexibilidade, sua capacidade de se
ajustarem às características específicas dos seus usuários, aqui
compreendidas, em especial, a altura, peso, idade e atribuições.
O fundamental para os utilizadores de computadores é saber que há
procedimentos básicos para se evitar acidentes no trabalho, mesmo quando
esse trabalho se concentra em uma relação homem-máquina aparentemente
amigável e isenta de riscos, desenvolvida em escritórios ou mesmo em casa.
Apresentamos abaixo um resumo desses procedimentos:
O monitor deve estar com sua parte superior ao nível dos olhos do usuário;
A distância entre o monitor e o operador deve ser equivalente à extensão do
braço;
O monitor deve ser ajustado para não permitir reflexos da iluminação do
ambiente;
Os pés devem estar apoiados no chão ou em um apoio;
Os pulsos deverão estar relaxados, porém sem estarem flexionados;
Se há entrada de dados, deve ser usado um suporte para documentos, para
evitar os movimentos repetidos do pescoço;
O utilizador deve fazer pausas regulares para descansar, levantar, caminhar e
exercitar os pulsos e pescoço com movimentos de flexão e extensão.
A adopção desses procedimentos irá contribuir para um trabalho mais seguro,
desde que as condições do ambiente estejam adequadas ao tipo de trabalho
que ali se desenvolve, entendendo essas condições como o controle dos níveis

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de iluminação, ruído, temperatura, humidade do ar e outros agentes cuja


presença possa representar riscos.

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ANEXO I

Decreto-Lei n.° 349/93 de 1 de Outubro

O Decreto-Lei n.° 441/91, de 14 de Novembro, estabelece o regime jurídico do


enquadramento da segurança, higiene e saúde no trabalho, referindo-se expressamente,
no n.° 2 do seu artigo 23.°, à regulamentação derivada da transposição para o direito
interno das directivas comunitárias.

Nestes termos, o presente diploma visa transpor para a ordem jurídica interna a
Directiva n.° 90/270/CEE, do Conselho, de 29 de Maio, relativa às prescrições mínimas
de segurança e de saúde respeitantes ao trabalho com equipamentos dotados de visor,
que constitui a quinta directiva especial na acepção do n.° 1 do artigo 16.° da Directiva
n.° 89/391/CEE, do Conselho, de 12 de Junho.

Trata-se de um instrumento de acção destinado a orientar actuações na concepção ou


adaptação dos locais de trabalho com equipamentos dotados de visor, integrando
especificações e exigências com vista a prevenir riscos profissionais e a garantir a
protecção da saúde tal como são enunciados no artigo 4.° do Decreto-Lei n.° 441/91, de
14 de Novembro, acima referido.

Pretende-se, assim, cumprir a exigência de fixação de prescrições mínimas de segurança


e de saúde nos postos de trabalho em que são utilizados visores, no quadro da dimensão
social do mercado interno, com vista à melhoria dos níveis da prevenção e de protecção
dos trabalhadores.

O presente diploma foi apreciado em sede do Conselho Nacional de Segurança, Higiene


e Saúde no Trabalho, reflectindo os consensos ali alcançados.

Assim:

Nos termos da alínea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituição, o Governo decreta o


seguinte:

Artigo 1.°

Objecto

O presente diploma transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.° 90/270/CEE,
do Conselho, de 29 de Maio, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde
respeitantes ao trabalho com equipamentos dotados de visor.

Artigo 2.°

Âmbito de aplicação

1 - O presente diploma tem o âmbito de aplicação estabelecido no artigo 2.° do Decreto-


Lei n.° 441/91, de 14 de Novembro.

2 - O presente diploma não se aplica aos postos de trabalho:

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a) De condução de veículos ou máquinas;

b) Dotados de sistemas informáticos integrados num meio de transporte;

c) Dotados de sistemas informáticos destinados prioritariamente à utilização do público;

d) Dotados de sistemas informáticos portáteis, desde que estes não sejam objecto de
utilização corrente;

e) Em que se utilizam calculadoras, caixas registadoras e qualquer equipamento dotado


de um pequeno dispositivo de visualização de dados ou de medidas necessário à
utilização directa desse equipamento;

f) Em que se utilizam máquinas de escrever de concepção clássica, ditas «máquinas de


janela».

Artigo 3.°

Conceitos

Para efeitos do presente diploma entende-se por:

a) Visor - um ecrã alfanumérico ou gráfico, seja qual for o processo de representação


visual utilizado;

b) Posto de trabalho - o conjunto constituído por um equipamento dotado de visor,


eventualmente munido de um teclado ou de um dispositivo de introdução de dados e ou
de software que assegure a interface homem/máquina, por acessórios opcionais, por
equipamento anexo, incluindo a unidade de disquetes, por um telefone, por um modem,
por uma impressora, por um suporte para documentos, por uma cadeira e por uma mesa
ou superfície de trabalho, bem como pelas suas condições ambientais;

c) Trabalhador - qualquer trabalhador, na acepção da alínea a) do artigo 3.° do Decreto-


Lei n.° 441/91, de 14 de Novembro, que utiliza habitualmente um equipamento dotado
de visor durante o trabalho.

Artigo 4.°

Princípio geral

Os equipamentos de trabalho dotados de visor não devem constituir fonte de risco para
a segurança e saúde dos trabalhadores.

Artigo 5.°

Normas técnicas

As normas técnicas de execução do presente diploma são objecto de portaria do


Ministro do Emprego e da Segurança Social.

Artigo 6.°

Obrigações do empregador

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Constitui obrigação do empregador:

a) Avaliar as condições de segurança e de saúde existentes nos postos de trabalho,


nomeadamente as que respeitam aos riscos para a visão, às afecções físicas e à tensão
mental;

b) Tomar, com base na avaliação referida no número anterior, as medidas necessárias


para eliminar aqueles riscos;

c) Informar os trabalhadores sobre tudo o que diga respeito às questões da sua segurança
e da sua saúde relativas ao posto de trabalho;

d) Organizar a actividade do trabalhador de forma que o trabalho diário com visor seja
periodicamente interrompido por pausas ou mudanças de actividade que reduzam a
pressão do trabalho com equipamento dotado de visor.

Artigo 7.°

Vigilância médica

1 - Antes de ocuparem pela primeira vez um posto de trabalho dotado de visor,


periodicamente e sempre que apresentem perturbações visuais, os trabalhadores devem
ser sujeitos a um exame médico adequado dos olhos e da visão.

2 - Se os resultados do exame referido no número anterior demonstrarem a sua


necessidade, os trabalhadores beneficiam de um exame oftalmológico.

3 - Sempre que os resultados dos exames médicos o exigirem e os dispositivos normais


de correcção não puderem ser utilizados, devem ser facultados aos trabalhadores
dispositivos especiais de correcção concebidos para o tipo de trabalho desenvolvido.

Artigo 8.°

Informação e formação dos trabalhadores

1 - Os trabalhadores, assim como os seus representantes, devem ser informados sobre


todas as medidas tomadas que digam respeito à sua segurança e saúde na utilização de
equipamentos dotados de visor.

2 - Antes do início da actividade, ou quando ocorram mudanças no posto de trabalho, os


trabalhadores devem receber a formação adequada sobre a utilização dos equipamentos
dotados de visor.

Artigo 9.°

Consulta

Os trabalhadores, assim como os seus representantes, devem ser consultados sobre a


aplicação das disposições constantes do presente diploma.

Artigo 10.°

Postos de trabalho já existentes

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As entidades patronais devem tomar todas as medidas necessárias para que, até 31 de
Dezembro de 1996, os postos de trabalho já existentes à data da entrada em vigor do
presente diploma estejam adaptados por forma a obedecerem às prescrições mínimas
constantes da portaria prevista no artigo 5.°

Artigo 11.°

Fiscalização

A fiscalização do cumprimento das normas constantes do presente diploma e da


respectiva regulamentação, assim como a aplicação das correspondentes sanções,
compete ao Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho, sem
prejuízo da competência fiscalizadora específica atribuída a outras entidades, conforme
o disposto no artigo 21.° do Decreto-Lei n.° 441/91, de 14 de Novembro.

Artigo 12.°

Contra-ordenações

1 - Constitui contra-ordenação, punível com coima:

a) De 30 000$00 a 100 000$, a utilização de equipamento que não obedeça às


prescrições mínimas de segurança e de saúde estabelecidas no presente diploma;

b) De 50 000$00 a 100 000$, por cada trabalhador abrangido e sem prejuízo do limite
máximo fixado na lei geral, a violação do disposto na alínea d) do artigo 6.° e no artigo
7.°;

c) De 50 000$00 a 200 000$, a violação do dever de informação e do dever de consulta


previstos na alínea c) do artigo 6.° e no artigo 9.°, respectivamente;

d) De 80 000$00 a 150 000$, a violação do disposto na alínea a) do artigo 6.°;

e) De 100 000$00 a 500 000$, a violação do dever de formação previsto no n.° 2 do


artigo 8.°

2 - Metade do produto das coimas reverte para o Fundo de Garantia e Actualização de


Pensões, destinando-se a outra metade à entidade que as aplica, em conformidade com o
disposto no artigo 4.° do Decreto-Lei n.° 491/85, de 26 de Novembro, na redacção dada
pelo Decreto-Lei n.° 255/89, de 10 de Agosto.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 15 de Julho de 1993. - Aníbal António


Cavaco Silva -Jorge Braga de Macedo - Luís Filipe Alves Monteiro - José Martins
Nunes - José Albino da Silva Peneda.

Promulgado em 3 de Setembro de 1993.


Publique-se.
O Presidente da República, MÁRIO SOARES.
Referendado em 7 de Setembro de 1993.
O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva.

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ANEXO II

Portaria n.° 989/93 de 6 de Outubro

O Decreto-Lei n.° 349/93, de 1 de Outubro, que transpõe para a ordem jurídica interna a
Directiva n.° 90/270/CEE, do Conselho, de 29 de Maio, relativa às prescrições mínimas
de segurança e de saúde respeitantes ao trabalho com equipamentos dotados de visor,
prevê, no seu artigo 5.°, que as normas técnicas de execução do presente diploma são
estabelecidas em portaria do Ministro do Emprego e da Segurança Social.

Cumpre, pois, dar execução àquele preceito legal.

Assim:

Ao abrigo do disposto no artigo 5.° do Decreto-Lei n.° 349/93, de 1 de Outubro:

Manda o Governo, pelo Ministro do Emprego e da Segurança Social, o seguinte:

1.° - 1 - Os visores existentes nos postos de trabalho devem:

a) Possuir caracteres bem definidos e delineados com clareza, de dimensão apropriada e


com espaçamento adequado, quer entre si, quer entre as linhas;

b) Ter uma imagem estável, sem fenómenos de cintilação ou outras formas de


instabilidade e sem reflexos e reverberações;

c) Possibilitar ao utilizador uma fácil regulação da iluminância e do contraste entre os


caracteres e o seu fundo, atendendo, nomeadamente, às condições ambientais;

d) Ser de orientação e inclinação regulável de modo livre e fácil, adaptando-se às


necessidades do utilizador e, se necessário, colocado sobre suporte separado ou mesa
regulável.

2 - Os teclados devem:

a) Ser de inclinação regulável, dissociado do visor e deixar um espaço livre à sua frente
de modo a permitir ao utilizador apoiar as mãos e os braços;

b) Apresentar uma superfície baça, para evitar os reflexos;

c) Ter as teclas com os símbolos suficientemente contrastados e legíveis a partir da


posição normal de trabalho e dispostas de forma a facilitar a sua utilização.

2.° - 1 - A mesa ou superfície de trabalho deve ter dimensões adequadas e permitir uma
disposição flexível do visor, do teclado, dos documentos e do material acessório e
reflectir um mínimo de luminosidade.

2 - O suporte de documentos deve ser estável e regulável, de modo a evitar movimentos


desconfortáveis da cabeça e dos olhos.

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Posto de Trabalho Sentado com Equipamento Dotado de Visor

3 - A cadeira de trabalho deve ter boa estabilidade, ser de altura ajustável e possuir um
espaldar regulável em altura e inclinação.

3.° O posto de trabalho deve:

a) Ter uma dimensão que permita mudanças de posição e movimentos de trabalho;

b) Ter uma iluminação correcta, com contraste adequado entre o ecrã e o ambiente,
atendendo às características do trabalho e às necessidades visuais do utilizador;

c) Estar instalado de forma que as fontes de luz não provoquem reflexos encandeantes
directos, nem reflexos no visor;

d) Respeitar os limites fixados para os valores de ruído, calor, radiações e humidade;

e) As janelas devem estar equipadas com um dispositivo ajustável que atenue a luz do
dia.

4.° Na concepção, escolha, modificação do software e organização das actividades que


impliquem a utilização dos visores, deverá atender-se ao seguinte:

a) O software deve ser adaptado à tarefa a executar;

b) O software deve ser de fácil utilização e atender aos conhecimentos do utilizador;

c) Os sistemas devem fornecer aos utilizadores indicações sobre o seu funcionamento;

d) Os sistemas devem apresentar a informação num formato e a um ritmo adaptados aos


operadores;

e) Os princípios de ergonomia devem ser aplicados ao tratamento da informação pelo


trabalhador.

Ministério do Emprego e da Segurança Social.

Assinada em 10 de Setembro de 1993.

O Ministro do Emprego e da Segurança Social, José Albino da Silva Peneda.

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ANEXO III

DICAS PARA OS EMPREGADOS

DISPONHA O AJUSTE O BRILHO E CERTIFIQUE-SE QUE O


ESPAÇO DE CONTRASTE DO EQUIPAMENTO DOTADO DE
TRABALHO DE MONITOR DE ACORDO VISOR (EDV) ESTÁ LIMPO E
MODO A EVITAR COM A ILUMINAÇÃO ESCOLHA TEXTO GRANDE
BRILHOS OU EXISTENTE E DE FÁCIL LEITURA.
REFLEXOS NO ESCOLHA CORES
MONITOR AGRADÁVEIS

AJUSTAR A
CADEIRA E O
EQUIPAMENTO PERMITA ESPAÇO
DOTADO DE SUFICIENTE PARA
VISOR PARA A TODOS OS
POSIÇÃO MAIS DOCUMENTOS E
CONFORTÁVEL EQUIPAMENTOS

SENTE-SE AJUSTE O TECLADO PARA


DIREITO E UMA POSIÇÃO FAVORÁVEL
JUNTO À E TENTE MANTER OS
SECRETÁRIA PULSOS DIREITOS
ENQUANTO TECLA

CERTIFIQUE-SE QUE
HÁ ESPAÇO
SE NECESSÁRIO SUFICIENTE DEBAIXO
USE UM DA SECRETÁRIA PARA
DESCANSO PARA MOVER AS PERNAS
OS PÉS LIVREMENTE.

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Posto de Trabalho Sentado com Equipamento Dotado de Visor

BIBLIOGRAFIA

Health and Safety Executive, “Working with VDU’s”

Dr.ª Paula Cruz, “Sebenta do Módulo de Organização do Trabalho”,


QUA.SHT.05.232, CEFOSAP

U.S. Department of Labor Occupational Safety and Health Administration,


“Working Safely with Video Display Terminals”

Comissão das Comunidades Europeias, “Comunicação da Comissão ao


Parlamento Europeu, ao Concelho, ao Comité Económico e Social Europeu e
ao Comité das Regiões sobre a aplicação prática das disposições das
Directivas 89/391(directiva-quadro), 89/654 (locais de trabalho) 89/655
(equipamentos de trabalho), 89/656 (equipamentos de protecção individual),
90/269 (movimentação manual de cargas) e 90/270 (equipamentos dotados de
visor) relativas à saúde e segurança no trabalho”, Bruxelas, 05.02.2004
COM(2004) 62 final,
http://www.portugaltextil.com/PresentationLayer/ResourcesUser/Estudos/Downl
oad/Quotas%202004.pdf

Site da Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho:


“Legislação e normas”,
http://europe.osha.eu.int/legislation/

Site da Universidade de Nottingham: “Display Screen Equipment Regulations


1992”,
http://www.admin.ox.ac.uk/safety/s303.shtml

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