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DIREITO EMPRESARIAL- VINICIOS

DIA 20/02/09

Aos longos dos anos o direito empresarial, vem vindo de varias teorias:

a) Teoria subjetiva
b) Teoria subjetiva
c) Teoria subjetiva moderna

O direito comercial vai surgir na idade media.o direito empresarial nasce através a partir da
proliferação de leis em favor do estado conforme a burguesia, de uma situação espontânea.

O direito empresarial visava assegurar privilégios a uma categoria, que é a burguesa, só


poderia exercer aquela profissão os burgueses que estivessem registrados em uma corporação de
oficio.

TEORIA SUBJETIVA

Nas teorias subjetivas também conhecidas como teoria dos atos de comercio, ela veio com o
código napoleônico que a teoria que orientava o código brasileiro.

Napoleão cria as teorias dos atos de comercio quem quer que os pratique gozara de
privilégios da lei comercial e mercantil. São relevantes para a nação. A única grande conquista
dessa teoria é que qualquer um por ser empresário desde que pratique os atos de comercio.

ESSA TEORIA SUBJETIVA MODERNA OU TEORIA DA EMPRESA

O ramos mais próximo do direito comercial chama-se direito do trabalho, é um ramo que
visa assegurar privilégios a uma classe burguesa hoje chamada empresário.

O que é empresário?

Art. 966 do CC, que são 4 elementos.

Atributos:

1) Profissionalismo: profissional é a pessoa natural ou jurídica, que exerce com


habitualidade em nome próprio uma atividade profissional, extraindo desta atividade as
condições necessárias para se estabelecer e se desenvolver.
2) Atividade econômica:é o chamado “animus lucrandi” com a intenção de lucro

INTRODUÇÃO
Ao longo de sua história o direito comercial foi orientado por três teorias, a subjetiva, a objetiva e a
subjetiva moderna.

Em cada teoria o nome do sujeito do direito empresarial muda.

 Teoria Subjetiva: o sujeito do direito empresarial era o burguês.

O direito comercial como ciência moderna surge na idade média.

O que prejudica os empresários são as fronteiras, pois elas implicam a mudança de moeda,
mudança de costumes, mudança até da ética do julgador. Daí surgiu a união européia, é o comércio
obrigando os países a derrubar suas próprias fronteiras.

O direito comercial surgiu na época em que a Europa estava dividida em feudos. Eles começam a
financiar o rei para que este pudesse unificar os estados europeus (por meio militar). Em troca o rei
dava à categoria que o havia financiado normas protetivas.

O direito comercial nasce a partir da proliferação de leis protetivas da burguesia, conforma a


burguesia se torna sustentáculo ao próprio Estado.

Dentro da teoria subjetiva o direito empresarial se prestava apenas a duas coisas:

- assegurar privilégios a uma categoria, qual seja, a burguesia.

- assegurar o oligopólio no exercício da profissão. Só poderia praticar o comércio o burguês que


estivesse registrado nas corporações de ofício.

 Teoria objetiva: o sujeito mudou para comerciante. É também conhecida como teoria dos atos
de comércio. Ela veio com o código napoleônico. Essa era a teoria que ditava o código comercial
brasileiro até a entrada em vigor do CC/2002.

O povo francês depois da revolução francesa não admitiria um sistema que visasse dar privilégios à
categoria burguesa. Napoleão então cria o código, pois se ele mantivesse o direito comercial dentro
de sua lógica ele seria guilhotinado.

A burguesia cria o estado democrático de direito e o sustenta.

Napoleão cria a teoria dos atos de comércio, ele enumera em lei uma série de atos que, quem quer
que os pratique, gozará dos privilégios da lei mercantil.

Ele define que o direito comercial se destina a proteger esses atos, que são relevantes à nação. Ex:
atividade bancária, atividades com letras de câmbio, etc.

Era uma teoria artificial criada para manter privilégios a quem sempre teve, a classe burguesa.
Porém, ela teve um benefício, o fim do oligopólio. Qualquer um pode ser comerciante, desde que
pratique atos de comércio.
Essa teoria persiste até o CC/02, quando entramos na denominada teoria da empresa ou teoria
subjetiva moderna.

 Teoria subjetiva moderna: o sujeito do direito empresarial passou a se chamar empresário. É


também chamada de teoria da empresa.

Abandonou-se a teoria objetiva e retornamos à teoria subjetiva, em que o direito comercial volta a
proteger uma classe, a classe empresarial.

Da mesma forma que o direito do trabalho visa assegurar privilégios aos trabalhadores o direito
empresarial visa assegurar privilégios aos empresários.

Conceito de empresário: são quatro os atributos para que uma pessoa seja considerada
empresário.

- Profissionalismo: a compreensão de profissional para direito empresarial não é igual à do direito


do trabalho para empregado. Profissional é a pessoa natural ou pessoa jurídica que exerce com
habitualidade em nome próprio uma atividade extraindo dela as condições necessárias para se
estabelecer e se desenvolver.

- Atividade econômica: é o que alguns autores chamam de animus lucrandi, ou seja, com a intenção
de lucro. O lucro não é essencial à atividade empresarial. Se o lucro fosse essencial não existiria
falência. O que é essencial é a intenção de lucro, é o lucro subjetivamente considerado.

- Organização: a doutrina de Fábio Ulhoa diz que consiste na organização do trabalho alheio, ou
seja, o empresário organiza o trabalho de terceiros. Para ele o camelô, por exemplo, não é
empregado, pois não organiza atividade de terceiros.

Essa teoria vem definhando e vem tomando lugar outra teoria pela qual o empresário organiza os
fatores de produção. Os fatores da produção são:

1. Capital: insumos, mercadorias, etc.

2. Trabalho: que não é necessariamente de terceiros, mas do próprio empresário.

3. Atividade:
- Produção ou circulação de bens ou serviços. Essa produção ou circulação deve visar ao mercado,
ou seja, tenho que fazer a produção não para uso pessoal, mas sim ao mercado, ainda que ele seja
constituído de um único tomador.

Cesare Vivante propôs a unificação do direito civil com o direito comercial, criando apenas o direito
privado. Porém, houve doutrina contrária com um argumento forte: a diferença no estado de
espírito. É a diferença ética do comportamento do empresário para o comportamento do civil, o
que impede de colocá-los sob a proteção do mesmo manto jurídico.

Proibidos de exercer comércio: por que o Estado impede alguém de ser empresário e isso não é
inconstitucional? Porque o Estado não quer que esse alguém absorva a ética empresarial.

- Servidores públicos (art. 117 da lei 8112/90).

- Cléricos.

- Militares;

- Falido (não pode exercer enquanto não for reabilitado judicialmente).

São excluídos do conceito de empresário aqueles presentes no art. 966, parágrafo único do CC. O
legislador faz uma presunção absoluta de que essas pessoas não absorveram a ética empresarial.

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica


organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

- Serviços de natureza intelectual;

- Natureza científica, artística, literária.

Exceção: se o trabalho intelectual constituir elemento de empresa.

Empresa X empresário X estabelecimento empresarial: o empresário é o sujeito de direitos, é a


pessoa natural ou jurídica. Empresa é o objeto do direito, é a atividade do empresário. O
estabelecimento (art. 1142 do CC) é a somatória de elementos corpóreos e incorpóreos necessários
ao desenvolvimento da empresa.

Objeto social X objetivo social: o objetivo social é sempre o mesmo, qual seja, o lucro. O objeto é a
atividade desenvolvida a fim de alcançar o objetivo. O objeto varia de empresário para empresário.

Área fim X área meio: área fim é aquela que se conjuga como objeto social. É a atividade do
empresário, aquilo que será entregue ao consumidor. A área fim é aquela que dá o suporte
necessário para se fazer cumprir o objeto.

Quando o art. 366 diz que se o exercício da profissão constituir elemento de empresa caracterizará
empresa quer dizer o trabalho intelectual como área meio, área de suporte. Se o objeto social não
for intelectual, ainda que existam intelectuais prestando serviços na área meio há empresário. Ex:
editora de livros é empresária, pois o intelectual que escreveu o livro está na área meio.

OBS: quando há trabalho intelectual e também não intelectual ao mesmo tempo (ex: hospital) qual
ética vai prevalecer? A ética empresarial. É a chamada teoria da unicidade do ato.

OBS: a sociedade simples se destina a 3 objetos: trabalho intelectual (art. 966, parágrafo único),
cooperativa (art. 982, parágrafo único) e rural (art. 971 do CC).

A lei traz para o ruralista uma situação sui generis, ele pode ser o que quiser, pode escolher
livremente ser empresário ou simples. O registro é que vai determinar. Se o ruralista não fizer
registro ele é tratado como simples para todos os fins.

Toda sociedade por ações, seja ela simples ou empresária.

tipo
simples
simples
tipo
sociedade empresária

empresária empresária
Não é porque uma sociedade é limitada que ela é simples, devemos ver o seu objeto. É o objeto
que determina. A única exceção é a sociedade por ações.

Súmula 227 do STJ. A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.

A pessoa jurídica tem existência própria, distinta da dos sócios. Por isso devemos analisar a
capacidade para ser sócio. O sócio da sociedade empresária não é empresário, é empreendedor.

O administrador da sociedade empresária não é empresário, é mandatário (art. 1011 do CC, §2º).

CAPACIDADE PARA SER EMPRESÁRIO

A capacidade para ser empresário é obtida aos 18 anos (art. 5º, caput do CC). porém, temos um
caso de suprimento de incapacidade relativa (art. 5º, parágrafo único, V do CC).

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego,
desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia
própria.

É caso de suprimento de incapacidade relativa. O relativamente incapaz terá, automaticamente,


capacidade.

Porém, se o indivíduo herdou, ganhou ele não se torna capaz (art. 974 do CC).

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido,


continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de
herança.

Esse artigo responde duas perguntas:

- pode o incapaz continuar a empresa antes exercida enquanto capaz? Incapacidade superveniente.
- pode o incapaz continuar a empresa antes exercida pelo autor da herança.

Depende de uma autorização judicial.

§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das
circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo
a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do
menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.

Esse artigo trouxe uma novidade no direito empresarial. É o que se chama de patrimônio de
afetamento: quando um mesmo indivíduo tem dois patrimônios, um chamado afetado e outro
chamado desafetado.

Patrimônio afetado está exposto aos riscos da atividade empresarial, dizendo que o credor em
razão do exercício da atividade empresarial poderá penhorar esse patrimônio. O patrimônio
desafetado está blindado, protegido dos riscos da atividade empresarial, ou seja, é parcela do
patrimônio da pessoa que não pode ser atingida.

PATRIMÔNIO DE AFETAMENTO: um mesmo indivíduo tem dois patrimônios.

a) Patrimônio afetado: está exposto aos riscos da atividade empresarial. Um credor, em razão da
atividade empresarial, poderá parcelar essa parcela do patrimônio afetado. Essa parcela do
patrimônio da pessoa poderá ser penhorada para pagar dívida decorrente do exercício da atividade
empresarial.

b) Patrimônio desafetado: blindada, protegida dos riscos da atividade empresarial. É uma parcela
do patrimônio da pessoa que não poderá ser atingida para pagar dívida decorrente do exercício da
atividade empresarial.

Se o juiz deferir a continuação da empresa, no ato em que o fizer, irá arrolar todos os bens que o
incapaz possui no momento da autorização e que não estavam expostos aos riscos da atividade
empresarial. Esses bens arrolados estarão desafetados (materiais e imateriais).

Bens posteriormente adquiridos pelo incapaz responderão pelos riscos da atividade. Comprovado
que o objeto foi adquirido como resultado de herança anterior à atividade empresarial não
respondera por dívida da atividade empresarial.

A afetação visa proteger o incapaz enquanto incapaz.

Quando o menor completo 18 anos ele pode escolher:

•Fechar o negócio preservando os bens


•Continuar o negócio mas sem a blindagem patrimonial, expondo a risco todo seu patrimônio. Terá
que optar, expressa ou tacitamente.

A blindagem, o desafetamento, é quanto aos riscos da atividade empresarial.

II.. Para ser sócio de sociedade empresária


Adquirida aos 18 anos de idade.

S.A. o menor pode participar, desde que representado ou assistido.

O STF decidiu que o incapaz pode participar de uma limitada, desde que atendidos dois
requisitos:

•Não pode administrá-la (não pode administrar nem seu próprio patrimônio);

•O capital social deve estar integralizado. Todo capital subscrito tem que ter sido pago.

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas
quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o
regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus
real.

Que empresário que casa, a pessoa natural ou jurídica? rss. Só o empresário individual pode então
casar. Em qualquer regime de bens pode alienar o patrimônio da empresa ou gravar. Todo o
patrimônio do empresário individual integra o patrimônio da empresa, inclusive o imóvel onde
reside.

Art. 977,CC. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não
tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.

TJ/RS declarou esse dispositivo inconstitucional. Viola o art. 5º, XVII CF: plenitude da liberdade de
associação, salvo grupos armados. O legislador infraconstitucional não pode prescrever outras
exceções que não as previstas na CF.

977 é uma exceção, porque em regra as pessoas podem ser sócias. Sendo exceção ela é
interpretada restritivamente.

Método hermenêutico de interpretação restritiva, por excelência, é a interpretação gramatical.


977, CC. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade...

Há duas maneiras de se ajustar vontades societárias: contrato social ou estatuto social.

Convenção: termo arcaico usado para estatuto social. S.A e comandita por ação.

“Contratar” no 977 então não se aplica para sociedades estatutárias.

...entre si ou com terceiros...

Estão impedidos de contratar, têm que estar assinando o mesmo contrato.

-“Entre si”: sociedade composta somente pelos dois cônjuges.

-“Com terceiros”: cônjuges na mesma sociedade ainda que existam outros sócios.

...desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação
obrigatória.”

Só nesses dois regimes se aplica o 977. O legislador pinçou esses dois regimes porque:

•comunhão: teriam grande potencialidade de confusão patrimonial (casal e da sociedade).

•separação obrigatória:

4/3/2009

Conceito de sociedade: 981 CC: conceito legal que tem recebido críticas porque começa errado.
“Celebram contrato de sociedade”: essa expressão passa a falsa impressão de que no Brasil todas
as sociedades seriam contratuais. Porém, no Brasil nem todas as sociedades são contratuais porque
temos duas maneiras de ajustar sociedade: contrato e estatuto.

Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a


contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre
si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios
determinados.

Convenção é sinônimo de estatuto social. É um sinônimo já arcaico.


Assim, o conceito mais correto de sociedade seria: o contrato ou convenção em que duas ou mais
pessoas mutuamente se obriga a contribuir com esforços ou recursos, visando a um fim comum,
com a partilha dos resultados.

- contrato social;

- estatuto social;

Sociedade contratuais: relações jurídicas sócio-sócio e sócio-sociedade. Contrato plurilateral. A


sociedade se diz contatual conforme nela haja relações jurídicas sócio-sócio e sócio-sociedade.

Tece-se uma malha de relações jurídicas, decorrente do fato de que cada sócio mantém com os
demais e com a sociedade vínculos jurídicos. O contrato de sociedade é um contrato plurilateral.

Sociedade estatutária: a sociedade se diz estatutária conforme nela existam relações jurídicas
exclusivamente sócio-sociedade, não há vínculo entre os sócios pelo fato de comporem a mesma
sociedade.

 Qual ou quais as razões jurídicas para a existência de mais de um tipo de sociedade no direito
brasileiro? Nos EUA a regra geral é a sociedade anônima.

Mesmo em direito privado temos normas cogentes, obrigatórias. Os tipos societários são normas
cogentes, previstas em lei. Não é possível a criação de novos tipos societários. Assim, não existe
mais sociedade de capital e indústria.

Assim, juridicamente as sociedades se diferenciam por apenas dois fatores:

• fração em que se divide seu capital social (cotas ou ações);

• responsabilidade dos sócios.

Conceituar sociedade no Brasil é dizer a fração do seu capital e a responsabilidade de seus sócios.
Vamos conceituar os dois tipos mais importantes, a sociedade anônima e a limitada.

O conceito de SA está no art. 1088 do CC. A sociedade anônima é a sociedade cujo capital se divide
em ações e a responsabilidade dos sócios, aqui chamados acionistas, é limitada ao preço, ao
montante das ações subscritas e/ou adquiridas.

Art. 1.088. Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações,


obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que
subscrever ou adquirir. Aqui houve uma impropriedade técnica, pois as ações são
subscritas e/ou adquiridas.

As ações podem ser negociadas em dois mercados, o primário e o secundário. No mercado primário
é a companhia quem emite as ações, é a emissão que a CIA faz de novas ações. É o chamado
mercado primário.

O mercado secundário se dá quando as ações são compradas de alguém que já é acionista e não da
CIA emissora.

O art. 1052 conceitua sociedade limitada. A sociedade limitada é aquela cujo capital se divide em
cotas e a responsabilidade dos sócios é limitada ao capital social, uma vez que todos os sócios
respondem solidariamente pelo que faltar para a integralização deste capital social.

Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor


de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

Quando falar em cota estamos falando de sociedade limitada.

CONCEITOS IMPORTANTES

 Capital Social: é o somatório das parcelas afetadas no patrimônio dos sócios vertidas
(transferidas) à sociedade a fim de ser:

1-Garantia dos credores

2-Numerário (dinheiro) necessário ao desenvolvimento da atividade.

garantia dos credores


parcelas afetadas ao
capital social patrimônio dos sócios a fim de ser
vertidas à sociedade
numerário para o
desenvolvimento da
sociedade
Aviamento: aptidão para gerar lucros. O aviamento pode ser subjetivo e objetivo.

- Aviamento subjetivo: aptidão da pessoa natural ou jurídica para gerar lucros. Não tem como ser
transferido.

- Aviamento objetivo: aptidão do estabelecimento para gerar lucros. Estrutura organizacional do


estabelecimento que induz a consumir ainda que não queira. Há como ser transferido. É a
montagem que o local toma para potencializar seu lucro.

O capital social corresponde a todo investimento colocado na sociedade. É fixo, invariável. Não
sofre nem mesmo correção monetária. Há exceções taxativas prescritas em lei (art. 166 e 173, Lei
de SA) de aumento e de redução do capital social.

Art. 166. O capital social pode ser aumentado:


I - por deliberação da assembléia-geral ordinária, para correção da expressão monetária
do seu valor (artigo 167);
II - por deliberação da assembléia-geral ou do conselho de administração, observado o
que a respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão de ações dentro do limite
autorizado no estatuto (artigo 168);
III - por conversão, em ações, de debêntures ou parte beneficiárias e pelo exercício de
direitos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção de compra de ações;
IV - por deliberação da assembléia-geral extraordinária convocada para decidir sobre
reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a
mesma esgotada.
§ 1º Dentro dos 30 (trinta) dias subseqüentes à efetivação do aumento, a companhia
requererá ao registro do comércio a sua averbação, nos casos dos números I a III, ou o
arquivamento da ata da assembléia de reforma do estatuto, no caso do número IV.
§ 2º O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá, salvo nos casos do número III, ser
obrigatoriamente ouvido antes da deliberação sobre o aumento de capital.

Pode acontecer do capital social ser pequeno e a sociedade ter aumentado. Também pode
acontecer do capital social ser imenso e a sociedade estar falida.

Por exemplo: sócio entra com imóvel de 500.000 para integralizar seu capital. Esse valor ficará no
capital como 500.000 para sempre. O valor venal do bem irá variar. Construção de um presídio no
local do imóvel e causa sua desvalorização: capital social é alto mas a sociedade vem a falir.

Capital Subscrito: há uma promessa jurídica de aquisição e pagamento.


Quando se subscreve uma cota e se compromete a pagá-la há uma promessa jurídica de aquisição e
pagamento quando a sociedade se constituir.

Se não pagar a cota poderá ser executado judicialmente. Gera exigibilidade jurídica.

Capital Realizado: É o capital pago, espontaneamente ou judicialmente. Na subscrição há


promessa. A realização é parcial.

Capital Integralizado: é o capital 100% realizado. É sempre completa, integral.

promessa
subscrição
jurídica

capital efetivamente
capital social
realizado pago

totalmente
integralizado
pago

Cota = Limitada: o limite da responsabilidade do sócio é o que falta para integralização. Os sócios
respondem solidariamente por tudo quanto faltar para integralização do capital, mesmo que tenha
pago a sua parcela.

Ação = SA: cada sócio responde apenas pelo que houver subscrito ou adquirido, não há
solidariedade entre eles. Não há vínculo jurídico entre os sócios pelo fato de comporem a mesma
sociedade. A relação jurídica é exclusiva entre sócio e sociedade.

Por exemplo:

1- sociedade Ltda com capital social de 1.000.000,00

•Cotista A: subscreveu 999.999,00 e realizou 99.999,00 cotas. Ele ainda deve à sociedade
900.000,00.

•Cotista B: subscreveu1.00 e realizou 1,00. ele deve à sociedade 900.000.


Todos os sócios respondem pelo que falta para integralização. Há solidariedade.

2- Supondo que agora tratamos de ações numa SA.

• Cotista A: subscreveu 999.999,00 e realizou 99.999,00 cotas. Ele ainda deve à sociedade 900.000

• Cotista B: subscreveu 1,00 e realizou 1,00. Ele deve à sociedade 0.

Na LTDA:

Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do


contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à
sociedade.
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato,
responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas
obrigações que tinha como sócio.

A obrigação do sócio na sociedade é integralizar o capital social. Ao ceder a cota da sociedade com
capital integralizado responderá por 2 anos por zero.

Responderá pela integralização do capital social pelo que faltar por 02 anos.

Y é credor de uma sociedade Ltda cujo capital não está integralizado  no pólo passivo da ação
teremos: sociedade. Há responsabilidade patrimonial, mas a pessoa não é ré. Art. 592, CPC.

CAPÍTULO IV DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL


Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os
seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os BENS:
II - do sócio, nos termos da lei;

Há casos em que o patrimônio do indivíduo é chamado para honrar uma execução, mas ele não é
réu. Ele se defende por via de embargos de terceiro. Mas todo aquele que é réu tem também
responsabilidade patrimonial (o patrimônio será chamado a responder pela dívida).

O art. 1647, III prescreve que é nulo o aval ou a fiança se a anuência do cônjuge. porém, a súmula
332 do STJ prescreve que:
Súmula 332 do STJ. A anulação de fiança prestada sem outorga uxória implica a
ineficácia total da garantia.

O cônjuge deve assinar a fiança para que esta tenha eficácia. Nesse caso o cônjuge que assina junto
a fiança não é réu na ação, não é fiador, mas sim terceiro interveniente anuente para a eficácia da
garantia. Todo patrimônio conjugal penhorável será penhorado para pagar a fiança. O cônjuge
anuente terá seu patrimônio atingido.

Vide art. 592 do CPC.

DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens:
II - do sócio, nos termos da lei;

Ficam sujeitos à execução os bens e não a pessoa. Executa-se a sociedade, mas penhora-se os bens
do devedor até o limite que falta integralizar.

O sócio não é devedor, mas seu patrimônio será penhorado. Não é desconsideração, é direito
obrigacional, o sócio tem uma dívida e está sendo cobrado, tanto que se pode penhorar o que faltar
para integralização e não o montante da dívida.

- Responsabilidade pessoal: será réu.

- Responsabilidade patrimonial: não será réu, mas seu patrimônio será chamado ao
processo.

Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do


contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à
sociedade.

A obrigação do sócio na limitada é integralizar o capital social. Se quando o cedente cede as cotas o
capital já está integralizado ele não responde por nada. Porém, se o capital não está integralizado o
cedente responderá por dois anos para a integralização do capital social, no que faltar.

 Pluralidade de pessoas: para a existência de uma sociedade é necessária a presença de duas ou


mais pessoas. A sociedade é o contrato ou convenção em que duas ou mais pessoas mutuamente
se obrigam a constituir, com esforços ou recursos, visando a atingir fins comuns, cujos resultados
serão divididos. O direito brasileiro não permite um único sócio, salvo duas exceções:
1. Subsidiária integral: art. 251, Lei de SA. Subsidiária integral é a sociedade anônima (sempre SA)
cuja totalidade de suas ações (100%) é de propriedade de uma outra pessoa jurídica nacional (de
direito público ou de direito privado). É a única exceção à pluralidade de sócios.

Toda subsidiária integral é sociedade anônima cuja totalidade das ações é de propriedade de uma
outra pessoa jurídica nacional. Ex: todas as ações da INFRAERO são da União federal.

Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como
único acionista sociedade brasileira.
§ lº A sociedade que subscrever em bens o capital de subsidiária integral deverá
aprovar o laudo de avaliação de que trata o artigo 8º, respondendo nos termos do § 6º do
artigo 8º e do artigo 10 e seu parágrafo único.
§ 2º A companhia pode ser convertida em subsidiária integral mediante aquisição, por
sociedade brasileira, de todas as suas ações, ou nos termos do artigo 252.

É possível que seja sociedade nacional pessoa jurídica de direito privado. Art. 1.126, CC: pessoa
jurídica nacional para o direito privado possui dois requisitos:

• sociedade organizada de acordo com a lei brasileira (registro de seus atos no cartório se simples,
ou na Junta comercial, se empresária);

• indicar como sede um lugar no Brasil (não importa a origem do sócio).

Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira e


que tenha no País a sede de sua administração.
Parágrafo único. Quando a lei exigir que todos ou alguns sócios sejam brasileiros, as
ações da sociedade anônima revestirão, no silêncio da lei, a forma nominativa. Qualquer que
seja o tipo da sociedade, na sua sede ficará arquivada cópia autêntica do documento
comprobatório da nacionalidade dos sócios.

Para o direito brasileiro não interessa a origem dos sócios e a origem do capital, basta ter registro
no Brasil e indicar como sede um lugar no Brasil.

Há um entendimento minoritário de Fábio Ulhoa Coelho e Vera Helena de Melo Franco que haveria
uma segunda exceção (art. 1033, IV do CC).

2. Unipessoalidade durante 180 dias: durante 180 dias a sociedade poderá regulamente girar com
um único sócio.
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;

Não é uma sociedade unipessoal, ela está temporariamente unipessoal. Utiliza-se a teoria da
preservação da empresa nesse casp.

Transcorrido 180 dias sem se recompor a pluralidade, no 181 a sociedade está dissolvida. O sócio
remanescente atuará como empresário individual.

Segundo o STJ, transcorrido o prazo legal de 180 dias, se não se recompuser a pluralidade a
sociedade estará dissolvida, mas não é necessário lacrar o estabelecimento. Se o indivíduo mantiver
os negócios a sociedade estará dissolvida, resultando no empresário individual, portanto, sem
limitação de responsabilidade.

OBS: no caso da SA há norma específica que afasta a regra geral do CC. Nos termos do art. 206, I, d,
há um prazo diferente: poderá ter um único acionista sem ter prazo predefinido. Constatada a
existência de um único acionista na assembléia geral ordinária a pluralidade deve ser recomposta
até a AGO subseqüente. Não é 01 ano.

A sociedade anônima pode girar regularmente com um único acionista entre 8 meses e 2 anos e 4
meses.

Art. 206. Dissolve-se a companhia:


I - de pleno direito:
d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembléia-geral ordinária, se
o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte, ressalvado o disposto no
artigo 251;

O art. 132 da lei de sociedade anônima prescreve que a AGO deverá ocorrer em um dos quatro
primeiros meses subsequentes ao encerramento do exercício social. exercício social não é sinônimo
de ano civil, ele tem o lapso de tempo de 1 ano, mas é o instrumento social (contrato ou estatuto)
que fixa a data de encerramento do exercício.

Na prática a maioria dos exercícios sociais coincide com o ano civil. A AGO pode se realizar do dia 1º
de janeiro ao dia 30 de abril do ano seguinte.

Suponhamos que o exercício social da sociedade seja coincidente com o ano civil, terminando 31 de
dezembro. Assim sendo, a AGO de 2008 pode ser realizada de 1º de janeiro de 2009 a 30 de abril de
2009. Se a AGO é realizada em 1º de janeiro de 2009. Só constatamos a existência de um único
acionista na AGO de 2009. Constatada, é possível até a AGO do ano seguinte recompor a
pluralidade. Se ela for realizada no último dia do prazo dará 2 anos e 4 meses. Prazo superior a esse
é juridicamente impossível.
O prazo será de 8 meses quando a AGO de 2008 é realizada no último dia do prazo, 30 de abril de
2009. Antes da AGO começar um acionista compra a participação de todos os demais. Constatada a
unipessoalidade é possível até a AGO do ano seguinte. Se essa AGO for realizada no primeiro dia do
exercício o lapso será de 8 meses. Prazo menor que esse é juridicamente impossível.

 Colaboração dos sócios: não existe mais no Brasil sociedade de capital e industria. Porém, ainda
existe sócio de indústria. O sócio de indústria significa aquele sócio que realiza sua participação no
capital mediante trabalho. Na sociedade simples é possível a existência de sócio de indústria.

A sociedade simples é: trabalho intelectual, cooperativa e ruralista que assim o quiser ser. O
principal objeto de uma sociedade simples é o trabalho intelectual. Muitas vezes a única coisa que
o intelectual tem para oferecer é o próprio trabalho.

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que,
além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas
naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;

Não existe sócio de indústria nas sociedades empresárias. Nas sociedades simples é possível haver
sócio de indústria. Art. 1055, §2º do CC.

Art. 1.055. § 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.

Lei de SA, CC vedam a participação de serviços para realização de capital de Ltda e de anônima.

 Visando a um fim comum: nas sociedades os sócios buscam uma atividade comum. É necessária
a busca de um empreendimento comum.

Sociedade leonina: é uma sociedade em que há um sócio ou grupo de sócios que se apropria
exclusivamente do resultado positivo enquanto outros sócios ou outro grupo de sócios fica com
todo resultado negativo.
Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos
lucros e das perdas.

“O Leão chamou os demais animais para que caçassem junto e partilhassem a comida, porém
matou todos os outros bichos e ficou com toda comida. É a sociedade LEONINA, foi daí que surgiu a
cláusula leonina”. Nula é a estipulação leonina e não a sociedade leonina.

Nula é a estipulação leonina, é a cláusula do contrato social, é o artigo do estatuto social que
impeça algum dos sócios de participar dos lucros, dos resultados sociais.

Em toda sociedade os sócios devem participar dos resultados sociais. O resultado pode ser nulo,
positivo ou negativo. Cada sócio participa do resultado negativo limitado àquilo que integralizou do
capital social.

Em caso de falência da sociedade o sócio não pode habilitar o dinheiro que deu no capital
social porque isso é a participação no resultado negativo, aquilo que ele deu para a sociedade ele
não mais recebe de volta.

Assim, as características das sociedades são:

1- Ajuste de vontades (contrato ou convenção)

2- Presença de dois sócios (pluralidade)

3- Colaboração dos sócios (esforços e recursos)

4- Fins comuns

5- Partilha dos resultados

CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES

1. QUANTO À RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS: É impossível classificar a sociedade de


acordo com a responsabilidade da própria sociedade, porque toda sociedade responde sem
limitação por suas próprias obrigações. Tanto isso é verdade que decretada a falência são
arrecadados todos os bens e direitos do falido.

A classificação é quanto à responsabilidade dos sócios.

 Limitadas: são aquelas sociedades em que todos os sócios têm uma prefixação de participação
nos prejuízos. O sócio responde de maneira limitada (nunca a sociedade). Toda sociedade responde
sempre sem limitação.
São aquelas sociedades em que todos os sócios têm uma pré-fixação de participação nos prejuízos
sociais.

- Limitada;

- SA:

 Ilimitadas: pode haver sociedade de fato registrada na junta comercial? Sim, porque a Junta não
examina a materialidade do registro, só examina a formalidade.

- sociedade em comum (irregular)

- sociedade de fato.

A maioria dos contratos registrados tem algum vício gravíssimo. Por exemplo: sócio morre e
herdeiros não fazem inventario das cotas  falsificam a assinatura do morto e registram
transmissão das cotas da sociedade.

Nenhuma das duas tem personalidade jurídico e nas duas o sócio responde sem limitação. A
sociedade de fato é verbal ou por qualquer fundamento nula de pleno direito. Já a sociedade em
comum tem toda aptidão para ser regular, só falta o registro.

A sociedade em comum atende todos os requisitos para ser regular, só lhe falta o registro (que faz
valer perante terceiros). O registro entre as partes signatárias é facultativo, o registro é necessário
para fazer valer perante terceiros.

Sociedade em comum vale entre aqueles que a assinaram, porém perante terceiros não vale nada.

Registro não é sinônimo de regularidade material, é sinônimo de regularidade formal. Pode haver
registro e a sociedade ainda é sociedade de fato.

Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações


sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela
sociedade.

Subsidiária porém ilimitada. Não adianta fixar obrigação e não prever sanção no caso de
descumprimento. Toda obrigação de fazer e não fazer deve vir acompanhada de sanção. A lei quer
que as sociedades sejam registradas. A Lei 8.934/94 (lei do registro empresarial e afins) no seu art.
36 fixa que o empresário assim como a sociedade empresária tem prazo de 30 dias para
encaminhar a registro seus documentos.

Por exemplo: A e B criam Ltda e no contrato há a data de hoje (02/03/09). Tem até 01/04/09 para
encaminhar para registro.
- Sendo encaminhada para registro no prazo da lei há um benefício premiativo: registro terá
natureza jurídica declaratória. Se por algum problema o registro só ocorrer 01/04/2015 ainda
assim terá natureza jurídica declaratória retroagindo seus efeitos à data do contrato.

- Fora do prazo de 30 dias há uma sanção  não encaminhando para registro dentro de 30 dias o
registro terá natureza jurídica constitutiva. A pessoa jurídica vai nascer com o registro definitivo
(não retroage).

Fora do prazo de 30 dias a lei ainda cria uma segunda sanção (fora a natureza constitutiva)  cria a
sociedade e contrai a obrigação antes de registrá-la: quem assinou o contrato responderá
solidariamente com a sociedade das obrigações dela emergentes. Todos os contratos celebrados
antes do registro definitivo aplica-se o 990CC.

CAPÍTULO I - Da Sociedade em Comum


Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações
sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela
sociedade.

Não há sociedade em que o sócio responde junto com a sociedade = regra. Exceção: caso do 990
em que é uma sanção.

De que adianta uma obrigação de fazer ou não fazer sem uma sanção? O legislador quer que o
empresário se registre (obrigação de fazer). O art. 36 da lei 8934/94 (lei do registro empresarial) diz
que o empresário tem o prazo de 30 dias da lavratura do documento para encaminhá-lo ao
registro.

 Sociedades Mistas: há concomitância: sócio ou grupo responde com limitação; outro sócio ou
grupo de sócios que respondem ilimitadamente. Comandita Simples, Comandita por Ações; conta
de participação (temos o sócio ostensivo que responde ilimitadamente. Temos ainda os chamados
sócios ocultos ou participantes, que respondem com limitação). Vide art. 991 do CC.

2. QUANTO À ESTRUTURA ECONÔMICA

 Sociedades de Capital: intuito rei (intuito de coisa). Os sócios se agremiam por uma questão
exclusivamente econômica.

Por exemplo: SA; comandita por ações;


 Sociedades de Pessoas: intuito personae. Os sócios se agremiam por uma questão subjetiva de
amizade, confiança, identidade. De fato, em comum, simples, em nome coletivo, comandita, conta
de participação etc.

 Sociedade Híbrida: somente Ltda. O instituto previsto em lei, abstratamente, faculta aos sócios
constituírem uma Ltda de pessoas ou de capital. O contrato da Ltda nunca será híbrido, no caso
concreto já deve estar escolhido se estamos diante de Ltda de pessoas ou de capital.

SOCIEDADE LIMITADA

Arts. 1052/1087 CC.

Conceito: Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor
de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.

Instrumento de constituição: contrato social. A Ltda é contratual.

Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade
simples.

Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas
normas da sociedade anônima.

Não há tratamento do contrato social da Ltda. O 997,CC traz o contrato social da sociedade simples
que será aplicada à Ltda no que for compatível.

Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de
cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:

I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma
ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;

II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;

III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de
bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;

IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;

V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;

VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições;

VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;


VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.

Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto
no instrumento do contrato.

Não há sócio de industria na Ltda, assim o inciso V não será aplicado.

Cotas: são frações do capital.

Sociedade tem dois sentidos técnico-jurídicos: sociedade enquanto instrumento e a sociedade


enquanto pessoa jurídica.

COTA AÇÃO

Cessão da cota implica modificação na estrutura Cessão da ação não implica modificação nem na
da sociedade, ou seja, no contrato social. implica estrutura (estatuto) e nem no efeito (pessoa
modificação na sociedade enquanto jurídica). a cessão se opera por averbação no
instrumento da sociedade. livro de registro de ações nominativas.

Não há como ceder cota da sociedade sem que A ação se transfere mediante averbação em
haja alteração do contrato social. livro próprio.

A sociedade enquanto pessoa jurídica não se


altera pelo fato de entrar um sócio e sair o
outro. Os direitos e obrigações permanecem da
sociedade e de ninguém mais.

Semelhanças COTA AÇÃO

Capital social Forma de divisão do capital social

Poder político ou de
mando
Status socii ou posição.

Fundos financeiros 1Participação no acervo (PL). se for fechar a sociedade serão vendidos
todos os bens e direitos e pagar todos os credores. O que sobrar é acervo.

2 participação nos resultados da sociedade:

•nulo

•prejuízo
•lucro: só pode ser distribuído de duas formas: dividendos e cota ou ação
de bonificação ou filhote.

Dividendos: distribuição dos lucros, necessariamente, em dinheiro entre os sócios. CASH

Cota/ação de bonificação ou filhote: é a ação resultante da capitalização dos lucros que será
atribuída ao sócio na proporção dos lucros que eles fariam jus perceber. Retém o lucro para
capitalizar a sociedade = emite ações integralizadas pelo lucro retido. É uma faculdade da
sociedade.

Na SA todos querem dinheiro (sociedade de capital). Por isso na SA temos o dividendo mínimo
obrigatório. 25% dos lucros líquidos da SA devem ser pagos a titulo de dividendos. São os
DIVIDENDOS MÍNIMOS OBRIGATÓRIOS. A bonificacao máxima numa SA será de 75% dos lucros
líquidos.

Na Ltda ate 100% dos seus lucros podem ser pagos a título de bonificação.

Pode a Ltda adquirir cotas representativas de seu próprio capital social? pode a sociedade Ltda
ser sócia de si mesma? Sim, com base na premissa do direito privado: o que não é vedado é
permitido. Requisitos para que a sociedade seja sócia de si mesma:

1º) O capital precisa estar integralizado

2º) que a sociedade tenha dois sócios além da própria sociedade. Nesse caso a sociedade tem no
mínimo 3 sócios (a próprio sociedade mais dois outros sócios).

3º) que a sociedade tenha fundos disponíveis para pagar por estas cotas.

Há um único autor que diz o contrario com base no art. 1.057,CC. Ele não convence ninguém por
causa do instituto da personalidade jurídica. Se a sociedade já é sócia de si mesma ela poderá
comprar na condição de sócia; se ela não é sócia ela seria estranha a seu próprio quadro societário
e por isso poderia comprar.

Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem
seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de
titulares de mais de um quarto do capital social.

Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive para os fins do
parágrafo único do art. 1.003, a partir da averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos
sócios anuentes.

Art. 30, lei de SA: expressamente veda à sociedade anônima negociar com seus próprios títulos.
Salvo as exceções taxativas previstas no parágrafo primeiro do mesmo artigo. Não há ações em
tesouraria, em regra.
Efeitos da aquisição das cotas pela própria sociedade

Quem vota com as cotas que sociedade tem do seu próprio capital? Ninguém. As cotas em
tesouraria ficarão com os direitos políticos suspensos enquanto estas pertencerem à própria
sociedade. Lucros a distribuir e credita reserva

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