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Manual de Curso de licenciatura em Ensino

de Geografia – 2o Ano

Didáctica de Geografia I
G0138

24 Unidades

Universidade Católica de Moçambique


Centro de Ensino a Distância
Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de Ensino à Distância
(CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste manual, no
seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Católica de
Moçambique  Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é passível a
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Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique - Centro de Ensino à Distância e o autor do presente manual,
dra. Luisa Jemuce, gostariam de agradecer a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na
elaboração deste manual:

Pela maquetização e revisão final dr. Heitor Simão Mafanela Simão

Elaborado Por: dra. Luisa Jemuce

Licenciada em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica - Beira


Docente/Colaboradora do CED - UCM

Coordenação, Maquetização e Revisão Final: dr. Heitor Simão Mafanela Simão

Licenciado em Ensino de Geografia pela Universidade Pedagógica – Beira


Mestrando em Ciências e Sistemas de Informação Geográfica
Coordenador do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia no CED
Didáctica de Geografia I G0138 i

Índice
Visão geral 1
Bem-vindo a Didáctica de Geografia I ............................................................................. 1
Objectivos do curso .......................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 2
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 2
Ícones de actividade .......................................................................................................... 3
Acerca dos ícones .......................................................................................... 3
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 3
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 4
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)................................................................................. 5
Avaliação .......................................................................................................................... 5

Unidade I 7
Introdução ao estudo da didáctica de geografia ................................................................ 7
Introdução ................................................................................................................ 7
Sumário ............................................................................................................................. 9
Exercícios.......................................................................................................................... 9

Unidade II 11
A Geografia como disciplina Escolar ............................................................................. 11
Introdução .............................................................................................................. 11
Sumário ........................................................................................................................... 13
Exercícios........................................................................................................................ 13

Unidade III 14
A Transposição e Simplificação Didáctica no Ensino da Geografia .............................. 14
Introdução .............................................................................................................. 14
Sumário ........................................................................................................................... 17
Exercícios........................................................................................................................ 17

Unidade IV 18
Abordagem Histórica do Ensino de Geografia em Moçambique ................................... 18
Introdução .............................................................................................................. 18
Sumário ........................................................................................................................... 21
Exercícios........................................................................................................................ 21

Unidade V 22
Sistema Nacional de Educação e a disciplina de Geografia ........................................... 22
Introdução .............................................................................................................. 22
Didáctica de Geografia I G0138 ii

Sumário ........................................................................................................................... 23
Exercícios........................................................................................................................ 23

Unidade VI 24
Programa de ensino de Geografia ................................................................................... 24
Introdução .............................................................................................................. 24
Sumário ........................................................................................................................... 27
Exercícios........................................................................................................................ 27

Unidade VII 28
Características do Programa de Ensino .......................................................................... 28
Introdução .............................................................................................................. 28
Sumário ........................................................................................................................... 30
Exercícios........................................................................................................................ 30

Unidade VIII 31
A relação objectiva – conteúdos e programa de ensino de geografia ............................. 31
Introdução .............................................................................................................. 31
Sumário ........................................................................................................................... 34
Exercícios........................................................................................................................ 34

Unidade IX 35
Objectivos do ensino da geografia .................................................................................. 35
Introdução .............................................................................................................. 35
Sumário ........................................................................................................................... 37
Exercícios........................................................................................................................ 37

Unidade X 38
Interacção dos Princípios e Métodos .............................................................................. 38
Introdução .............................................................................................................. 38
Sumário ........................................................................................................................... 49
Exercícios........................................................................................................................ 49

Unidade XI 50
Métodos e Meios Específicos do Ensino da Geografia .................................................. 50
Introdução .............................................................................................................. 50
Sumário ........................................................................................................................... 51
Exercícios........................................................................................................................ 51

Unidade XII 52
Trabalho específico com o Mapa .................................................................................... 52
Introdução .............................................................................................................. 52
Didáctica de Geografia I G0138 iii

Sumário ........................................................................................................................... 57
Exercícios........................................................................................................................ 57

Unidade XIII 58
Excursão Geográfica como forma de organização de Ensino de Geografia ................... 58
Introdução .............................................................................................................. 58
Sumário ........................................................................................................................... 63
Exercícios........................................................................................................................ 63

Unidade XIV 64
Planificação do Ensino de Geografia .............................................................................. 64
Introdução .............................................................................................................. 64
Sumário ........................................................................................................................... 68
Exercícios........................................................................................................................ 68

Unidade XV 69
Avaliação ........................................................................................................................ 69
Introdução .............................................................................................................. 69
Sumário ........................................................................................................................... 72
Exercícios........................................................................................................................ 72

Unidade XVI 73
Elementos Institucionais e Educativos no Ensino de Geografia..................................... 73
Introdução .............................................................................................................. 73
Sumário ........................................................................................................................... 77
Exercícios........................................................................................................................ 77

Unidade XVII 78
Breve reflexão sobre a reforma da Educação em Moçambique ..................................... 78
Introdução .............................................................................................................. 78
Sumário ........................................................................................................................... 85
Exercícios........................................................................................................................ 85

Unidade XVIII 86
Realização dos métodos de ensino .................................................................................. 86
Introdução .............................................................................................................. 86
Sumário ........................................................................................................................... 87
Exercícios........................................................................................................................ 87

Unidade XIX 88
Importância da combinação dos métodos ....................................................................... 88
Introdução .............................................................................................................. 88
Didáctica de Geografia I G0138 iv

Sumário ........................................................................................................................... 89
Exercícios........................................................................................................................ 89

Unidade XX 90
Meios de Ensino da Geografia ........................................................................................ 90
Introdução .............................................................................................................. 90
Sumário ........................................................................................................................... 91
Exercícios........................................................................................................................ 91

Unidade XXI 92
Material básico para o Ensino de Geografia ................................................................... 92
Introdução .............................................................................................................. 92
Sumário ........................................................................................................................... 94
Exercícios........................................................................................................................ 94

Unidade XXII 95
Realização das Funções Didácticas em Geografia ......................................................... 95
Introdução .............................................................................................................. 95
Sumário ........................................................................................................................... 97
Exercícios........................................................................................................................ 97

Unidade XXIII 98
O Raciocínio Geográfico ................................................................................................ 98
Introdução .............................................................................................................. 98
Sumário ......................................................................................................................... 104
Exercícios...................................................................................................................... 104

Unidade XXIV 105


Práticas Pedagógicas ..................................................................................................... 105
Introdução ............................................................................................................ 105
Sumário ......................................................................................................................... 107
Exercícios...................................................................................................................... 107
Didáctica de Geografia I G0138 1

Visão geral
Bem-vindo a Didáctica de
Geografia I
A Didáctica é a técnica de estimular, dirigir e encaminhar, no
decurso da aprendizagem, a formação do homem. Entretanto a
educação como instrução são duas principais categorias do ensino e
que corresponde as acções, meios e condições para realização da
instrução.

A presente cadeira fará o estudo de procedimentos destinados a


orientar a aprendizagem do educando da maneira mais eficiente e
possível, em direcção a objectivos predeterminados, formulando
directrizes orientadoras da actividade profissional dos professores
buscando a eficiência no processo de ensino.

A didáctica de Geografia estuda aspectos científicos da geografia,


analisa os problemas e as dificuldades que o ensino da disciplina
apresenta e organiza os meios e as sugestões para resolvê-los, bem
como proporciona as bases técnicas, didácticas, pedagógicas ao
futuro professor.

Objectivos do curso
Quando terminar o estudo de Didáctica de Geografia I será capaz de:
 Assumir a importância de ensino de geografia;
 Dominar o complexo metodológico para o ensino da
geografia e utiliza-lo de forma criadora na planificação e

Objectivos execução da actividade docente educativa;


 Investigar os conteúdos e os procedimentos indispensáveis
a adequada realização do ensino de geografia de forma a
desenvolver conhecimentos, capacidades, habilidades,
hábitos e valores morais dos alunos;
Didáctica de Geografia I G0138 2

 Investigar as condições e particularidades que


eventualmente possam influir na assimilação dos conteúdos
geográficos pelos alunos;
 Aperfeiçoar permanentemente os métodos, meios e formas
de ensino;
 Assumir a importância da avaliação e ser capaz de elaborar
tal instrumento;
 Dirigir correctamente o processo de ensino – aprendizagem

Quem deveria estudar este


módulo
Este Módulo foi concebido para todos aqueles estudantes que
queiram ser professores da disciplina de Geografia, que estão a
frequentar o curso de Licenciatura em Ensino de Geografia, do
Centro de Ensino a Distância na UCM. Estendese a todos que
queiram consolidar os seus conhecimentos sobre a Didáctica de
Geografia.

Como está estruturado este


módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade Católica de
Moçambique - Centro de Ensino a Distância encontram-se estruturados
da seguinte maneira:

Páginas introdutórias

 Um índice completo.

 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os


aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.
Didáctica de Geografia I G0138 3

Conteúdo do curso / módulo

O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma


introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, um summary da unidade e uma ou mais
actividades para auto-avaliação.

Outros recursos

Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista


de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir
livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação

Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada


unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do módulo.

Comentários e sugestões

Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários


sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / modulo.

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones


Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.

Habilidades de estudo
Durante a formação, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores
resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os
Didáctica de Geografia I G0138 4

bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficazes e por isso é


importante saber como estudar. Apresento algumas sugestões para que
possa maximizar o tempo dedicado aos estudos:
Antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente
de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em
casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de
tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo melhor com
música/num sítio sossegado/num sítio barulhento? Preciso de um intervalo
de 30 em 30 minutos/de hora a hora/de duas em duas horas/sem
interrupção?
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da
matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já
domina bem o anterior. É preferível saber bem algumas partes da matéria
do que saber pouco sobre muitas partes.
Deve evitar-se estudar muitas horas seguidas antes das avaliações, porque,
devido à falta de tempo e consequentes ansiedade e insegurança, começa a
ter-se dificuldades de concentração e de memorização para organizar toda
a informação estudada. Para isso torna-se necessário que: Organize na sua
agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar
durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o
utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e
a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma
necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A
colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de
modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode
escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode
também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados
com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a
seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
desconhece;

Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra situação, o
material impresso, lhe pode suscitar alguma duvida (falta de clareza,
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone,
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor,
contacteo pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interacção, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase
posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for de natureza
geral. Contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.
Didáctica de Geografia I G0138 5

Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de


expediente.
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem
a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode
apresentar duvidas, tratar questões administrativas, entre outras.
O estudo em grupo com os colegas é uma forma a ter em conta, busque
apoio com os colegas, discutam juntos, apoiemse mutuamente, reflictam
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu
próprio saber e desenvolva suas competências.

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes do
período presencial.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante.
Os trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser
dirigidos ao tutor\docentes.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os
mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do
autor.
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)
palavras de um autor, sem o citar é considerado plagio. A honestidade,
humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem marcar a
realização dos trabalhos.

Avaliação
Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com
base no chamado regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos, durante o estudo individual,
concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões
presenciais, eles representam 60%, o que adicionado aos 40% da média de
frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar 3 (três) trabalhos, 2 (dois) testes
e 1 (exame).
Didáctica de Geografia I G0138 6

Algumas actividades praticas, relatórios e reflexões serão utilizados como


ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade,
a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das
referencias utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.
consulteos.
Didáctica de Geografia I G0138 7

Unidade I
Introdução ao estudo da
didáctica de geografia
Introdução
Nesta nossa primeira unidade, iremos falar do Conceito da
didáctica de Geografia, do seu objecto de estudo, dos seus
objectivos e dos seus métodos.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir didáctica de Geografia.


 Identificar o objecto de estudo da didáctica de Geografia.
Objectivos
 Identificar os objectivos da didáctica de Geografia.
 Identificar os métodos da didáctica da geografia.

I.1. Conceitualização

Didáctica: é a técnica de estimular, dirigir e encaminhar, no


decurso da aprendizagem, a formação do homem.

I. 2. Objecto de estudo da didáctica de Geografia:

O objecto de estudo da didáctica de Geografia é o ensino de


Geografia ou a Geografia na Escola, com vista a melhorar o
processo de ensino, determinar os meios e métodos mais eficazes
para o ensino de Geografia e ajudar os professores de Geografia a
aumentar a eficiência no ensino da própria Geografia.
Didáctica de Geografia I G0138 8

I.3. Objectivos da didáctica de Geografia

Os objectivos da didáctica de Geografia são:

 Assumir a importância de ensino de Geografia;


 Dominar o complexo metodológico para o ensino de
Geografia e utilizá-lo de forma criadora na planificação e
execução da actividade docente educativa;
 Investigar os conteúdos e os procedimentos indispensáveis
a adequada realização do ensino de Geografia de forma a
desenvolver conhecimentos, capacidades, habilidades,
hábitos e valores morais dos alunos;
 Investigar as condições e particularidades que
eventualmente possam influir na assimilação dos conteúdos
geográficos pelos alunos;
 Aperfeiçoar permanentemente os métodos, meios e formas
de ensino;
 Assumir a importância da avaliação e ser capaz de elaborar
tal instrumento;
 Dirigir correctamente o processo de ensino – aprendizagem.

I.4. Métodos de ensino da didáctica de Geografia.

Métodos de ensino são o conjunto de meios, procedimentos e


técnicas através dos quais o professor e os alunos concretizam os
objectivos da aula ou são procedimentos didácticos caracterizados
por certas fases e operações para alcançar um objectivo previsto.

Os métodos de ensino estão em estreita relação com os princípios


didácticos, isto é, aqueles que orientam o professor na selecção do
instrumento metódico adequado, enquanto os métodos de ensino
são um meio de acção.

Os métodos de ensino caracterizam-se por:

 Orientarem-se para os objectivos;


Didáctica de Geografia I G0138 9

 Implicarem uma sucessão planificada e sistematizada de


acções tanto do professor como do aluno;
 Requererem a utilização de meios didácticos.

Eles podem-se classificar de acordo com:

 Fonte dos conhecimentos;


 Actividades do professor e do aluno;
 As funções didácticas;
 A autonomia do aluno;
 E o grau de actividade

Os métodos da didáctica de Geografia são os próprios métodos de


estudo de Geografia e, de uma forma eficaz ajudam a concretização
dos objectivos na aula de geografia e, entre muitos se destacam os
seguintes:

Expositivo;

Elaboração Conjunta;

Trabalho Independente.

Sumário
Nesta unidade que terminamos, falamos do Conceito da didáctica
de Geografia, do seu objecto de estudo, dos seus objectivos e dos
seus métodos

Exercícios
1. Defina didáctica de Geografia;
2. Destaca o objecto de estudo de Geografia.
3. Mencione quatro objectivos da didáctica de Geografias
4. Destaca os métodos da didáctica de Geografia.
Didáctica de Geografia I G0138 11

Unidade II
A Geografia como disciplina
Escolar
Introdução
Nesta unidade falaremos das tarefas da didáctica de Geografia;
educação e Instrução e as potencialidades.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar as tarefas da didáctica de Geografia


 Explicar a relação entre Educação e instrução
Objectivos
 Explicar as potencialidades da didáctica de Geografia

II.1. Tarefas da didáctica de Geografia

A didáctica de Geografia temo como primeira tarefa determinar os


objectivos de ensino de Geografia, de forma a proporcionar
material necessário para a sua leccionação, por isso, permite
responder:

 O que estudar na disciplina de Geografia?


 Porque estudar?
 Como estudar?
 Onde estudar?
 Quando estudar?

A segunda tarefa da didáctica de Geografia visa proporcionar bases


de organização do processo de ensino de Geografia com ajuda de
métodos apropriados:

 Como ensinar a Geografia na Escola?


Didáctica de Geografia I G0138 12

E a terceira tarefa visa investigar as condições e particularidades de


aquisição de conhecimentos por parte dos alunos:

 Como os alunos adquirem os conhecimentos?


 Como os alunos desenvolvem as capacidades,
habilidades e atitudes.

II.2. Educação e Instrução:

Educação é o processo que visa o desenvolvimento harmonioso do


homem nos seus aspectos intelectual, moral e físico e a sua
inserção na sociedade. Enquanto que a Instrução é o acto de instruir
ou ensinar.

II.3. As potencialidades:

O estudo geográfico debruça-se sobre questões naturais, políticas,


sociais, ambientais, culturais, económicas e, é sem dúvida, de
extrema importância para a vida em sociedade.

Ao estudar o seu país, o aluno desenvolve o amor pela natureza e


espírito de patriotismo: o amor pela sua pátria, pelo seu povo,
pela sua cultura, o orgulho de ser cidadão de uma pátria e
nação. Simultaneamente, a geografia situa também o aluno como
cidadão do mundo, do planeta Terra e salienta a necessidade de
uma ampla cooperação entre todos os povos.

A geografia entanto disciplina escolar, dá a conhecer ao aluno o


que ocorre no seu meio e ainda tudo o que diz respeito ao seu país,
à sua região, ao seu continente e ao mundo em geral.
Didáctica de Geografia I G0138 13

Sumário
Nesta unidade que terminamos, falamos das tarefas da didáctica de
Geografia; educação e Instrução e as potencialidades.

Exercícios
1. Identifica as tarefas da didáctica de Geografia
2. Explica a relação entre Educação e instrução
3. Destaca as potencialidades da didáctica de Geografia
Didáctica de Geografia I G0138 14

Unidade III
A Transposição e Simplificação
Didáctica no Ensino da Geografia
Introdução
Nesta unidade iremos abordar das principais estratégias de
implementação da transposição e simplificação didáctica no ensino
de Geografia.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar as estratégias de implementação da transposição


e significação didáctica no ensino de Geografia.

Objectivos

III.1. Principais estratégias de implementação:

A transposição didáctica, compreende a transformação do


conhecimento universitário ou científico para um conhecimento
escolar, isto é, a transposição didáctica é a adaptação do saber
científico (das obras de vários cientistas) em saber escolar.

O pioneiro deste novo conceito foi o CHEVELLARD YVES,


matemático francês (1985). A transposição didáctica pode-se
operar em 4 níveis:

- No programa de ensino;
- No professor durante a planificação;
- Na aula;
- No aluno.
Didáctica de Geografia I G0138 15

1o Nível

O programa de Ensino (PE), determina os conteúdos de ensino


retendo uma parte do saber científico em função dos objectivos e
finalidades gerais do ensino, na formação dos adolescentes:

- Formação da sua personalidade;


- Abertura ao mundo;
- Formação cívica;
- Interesses da sociedade;
- Iniciação às disciplinas próximas que não estão
representadas no ensino secundário como é o caso da
disciplina de demografia, economia, turismo, climatologia,
Geomorfologia, etc.

2o Nível

O professor, a partir dos métodos, conteúdos e do programa em si,


ele retém uma parte do saber científico em função do tempo
planificado, em função das expectativas dos alunos em dar-lhes
respostas, em função dos objectivos, finalidades da disciplina,
conteúdos e, em função da sua interpretação e dos procedimentos
específicos.

3º Nível

É a reconstrução a nível da própria aula. As observações feitas


levam a concluir que os objectivos, métodos e conteúdos também
são modificados no decurso da aula. Este procedimento ocorre em
função das dificuldades que os alunos terão, em função dos meios
disponíveis e em função da maneira de dar a aula ou transmitir os
conteúdos.
Didáctica de Geografia I G0138 16

4o Nível

Ocorre a nível do aluno. Este constrói o seu saber através da


retenção e apropriação duma parte dos conteúdos propostos e,
segundo a sua maneira e forma de acção.

Com base nestes 4 níveis podemos concluir que há uma


modificação e distanciamento entre o saber científico e o saber
escolar e/ do aluno, mas em todos os momentos deve estar patente
o rigor científico. Este distanciamento é inevitável, mas necessário,
pois, corresponde a lógica diferenciada da universidade até ao
aluno.

Durante este processo, o professor de geografia deve ter em conta o


Programa de Ensino (PE). O PE é o documento que
operacionaliza o Curriculum.

Curriculum, é o conjunto de aprendizagens considerados


socialmente úteis num determinado contexto, tendo em
consideração uma certa unidade temporal e a respectiva sequência
de conteúdos e competências.

Programa de Ensino (PE) – é um documento político escolar que


indica o caminho para a aplicação do curriculum, para a realização
de aulas duma maneira objectiva, planificada, uniforme e
adequadas as necessidades da sociedade e do educando, num
determinado tempo.

O PE, tem sempre o carácter duma lei, porque ele responde a


determinadas exigências sociais expressas nas finalidades da
educação escolar através de objectivos e conteúdos. Por esta razão
Didáctica de Geografia I G0138 17

o professor tem a obrigação de realizá-lo com a sua


plenitude/integridade dentro dos prazos previstos. O professor deve
cumprir com rigor e responsabilidade o programa de ensino.

O professor de geografia deve prestar atenção na maneira de


articular os objectivos e conteúdos de ensino. Nunca deve o
professor interpretar isoladamente um programa, mas antes deve se
informar e analisar os PE das classes anteriores e também
posteriores com vista a observar a progressão (avanço e sequência
lógica) do processo de ensino – aprendizagem, de ano para ano e ao
longo das aulas.

Sumário
Nesta unidade abordamos as principais estratégias de
implementação da transposição e simplificação didáctica no ensino
de Geografia

Exercícios
1. Identifica as estratégias de implementação da transposição e
simplificação didáctica no ensino de Geografia.
Didáctica de Geografia I G0138 18

Unidade IV
Abordagem Histórica do
Ensino de Geografia em
Moçambique
Introdução
Nesta unidade, iremos abordar sobre os princípios e objectivos
gerais do Ensino de Geografia no Período Colonial e Pós –
Independência

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Destacar os objectivos do ensino de Geografia no período


colonial.
Objectivos  Destacar os objectivos do ensino de Geografia no período
pós – independência.

IV.1. Princípios e objectivos gerais do ensino de Geografia:

Os objectivos do ensino de Geografia em Moçambique estão


em função do Sistema de Educação Nacional e do Sistema
Político vigente. No contexto histórico moçambicano, deve-se
destacar os seguintes objectivos do ensino de Geografia

 Objectivos de ensino de Geografia no período


colonial;
 Objectivos de Geografia pós independência;
 Objectivos de ensino de Geografia no SNE.
Didáctica de Geografia I G0138 19

IV.2. Ensino de Geografia no Período Colonial:

No período colonial, o ensino de Geografia em Moçambique


tinha como objectivos:

 Ensinar a ler, escrever e contar a população indígena,


mas inibindo-a a desenvolver a noção da sua dimensão
espacial e cultural;
 Iniciar o estudo de geografia com aspectos inerentes a
Portugal;
 Não tomar conta a realidade próxima do aluno, nem a
observação directa;
 Utilizar mapas de Portugal de grande escala para
transparecer a ideia de que Portugal era maior que
Moçambique;
 A grande escala proporcionava maior concretização,
maior detalhe no estudo dos fenómenos de Portugal em
detrimento dos fenómenos geográficos moçambicanos,
cujos mapas eram de pequena escala;
 A exaltação da cultura, história, geografia, descobertas e
conquistas portugueses, contribui para inibir o
desenvolvimento e aprofundamento do sentimento
nacionalista moçambicano;
 O ensino de Geografia partindo da realidade próxima do
aluno estava relegado a um plano secundário excepto
em casos de estudo de riquezas de Moçambique cujo
conhecimento era de extrema importância para a
exploração e produção de matérias-primas;
 O ensino estava virado para a memorização.

Alguns aspectos positivos:

 Existência de livros em quantidade e qualidade;


 Orientações metodológicas claras e objectivas;
Didáctica de Geografia I G0138 20

 Programas exequíveis;
 Professores com formação prestigiosa;
 Número de alunos por turma reduzido

Estrutura dos conteúdos:

 4ª Classe – Noções de Geografia de Portugal;


 1o e 2º Anos do ciclo preparatório

- Noções de Cosmografia;

Estudo dos Continentes e Oceanos;

Noções de Geografia Física e Económica.

 3º, 4º e 5º Anos dos Liceus:

- Geografia Regional da Ásia, África e América;

- Geografia de Portugal

 6º e 7º Anos (Curso Complementar)

- Cosmografia;

- Geografia Física e Económica Geral;

- Alguns Países colonizados.

IV.3. Ensino de Geografia Pós – Independência

Os objectivos do ensino de Geografia estavam delineados


segundo três níveis: Políticos, Económicos e Científicos:

 Políticos: visavam a formação do Homem Novo com


ideologia que combatesse a exploração do homem pelo
homem;
 Económicos: tinham em vista a integrar o aluno no plano
global de reconstrução nacional, de modo a desenvolver
esforços e dinamismo num desenvolvimento progressivo,
constante e planificado da economia do país;
Didáctica de Geografia I G0138 21

 Científicos: visavam formar cientificamente o aluno de


modo a constituir-se uma base para alcançar os objectivos
políticos e económicos e para uma correcta interpretação
dos fenómenos do meio em que o aluno se encontra
inserido.

Estes objectivos (Políticos, Económicos e Científicos), tinham em


vista o desenvolvimento de capacidades, habilidades e hábitos,
isentos de valores coloniais. Desenvolver o amor pela Pátria e
Sociedade com outros povos “irmãos”. Foi assim que naquele
período, o estudo de Geografia de África, Europa, Ásia e América,
estava centrado nos países “irmãos”de Moçambique, os que tinham
auxiliado o povo moçambicano no combate ao colonialismo
português, na sua maioria de orientação socialista: Cuba, ex –
RDA, ex – URSS, entre outros.

Sumário
Nesta unidade, abordamos os princípios e objectivos gerais do

Ensino de Geografia no Período Colonial e Pós –


Independência

Exercícios
1. Destaca os objectivos do ensino de Geografia no período
colonial;
2. Destaca os objectivos do ensino de Geografia no período
pós – independência.
Didáctica de Geografia I G0138 22

Unidade V
Sistema Nacional de Educação
e a disciplina de Geografia
Introdução
Nesta unidade, falaremos dos princípios gerais do Sistema
Nacional de Educação e o Subsistema do SNE e suas
características.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar os princípios gerais do Sistema Nacional de


Educação.
Objectivos
 Destacar as características do subsistema do SNE.

V.1. Princípios Gerais do Sistema Nacional de Educação:

O ensino de Geografia em Moçambique visa:

 Capacitar o aluno para uma abordagem científica dos


aspectos geográficos do seu meio, na perspectiva de
tomada de soluções adequadas, inerentes a problemas
desse meio;
 Capacitar o aluno a encarar com abertura, diferentes
ideias e opiniões;
 Capacitar e habilitar o aluno a assumir sempre atitudes
activas e conscientes sobre questões inerentes a natureza
e a sociedade;
 Desenvolver o espírito de solidariedade com outros
povos.
Didáctica de Geografia I G0138 23

V.2. O Subsistema do SNE e suas características.

No SNE, os objectivos de ensino de Geografia cumprem os


princípios de orientações básicas preconizados pela lei 6/83 de 23
de Março, actualizada através da lei 6/92 de 6 de Maio.

Os objectivos de ensino de Geografia em Moçambique estão


orientados de tal modo que permitam partir do meio mais próximo
do aluno para o meio mais distante de si, a medida que vai
progredindo para os níveis mais avançados, facto que lhe permite
ampliar a sua visão científica do mundo e ganhar capacidade de
interpretar as inter-relações dos factos e fenómenos geográficos.

Sumário
Nesta unidade, falamos dos princípios gerais do Sistema
Nacional de Educação e as características do Subsistema do
SNE.

Exercícios
1. Identifica os princípios gerais do Sistema Nacional de
Educação.
2. Destaca as características do subsistema do SNE.
Didáctica de Geografia I G0138 24

Unidade VI
Programa de ensino de
Geografia
Introdução
Nesta unidade, falaremos dos elementos e estrutura do programa de
ensino de Geografia.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar os elementos do programa de ensino;


Objectivos  Destacar a estrutura do programa de ensino.

VI.1. Elementos do programa de ensino:

Os elementos do programa de ensino são:

 Objectivos, aquilo que se pretende atingir com a cadeira em


geral e em cada unidade especificamente.
 Conteúdos, são as matérias que serão leccionadas,
normalmente eles vêm agrupados em unidades, de acordo
com os assuntos, físicos ou económicos e em carga horária,
isto é, em quanto tempo deve-se leccionar.
 Orientações Metodológicas, que são as orientações básicas
de como o professor deve levar a cabo a leccionação da
disciplina, onde deve – se aplicar os métodos, meios e o
controlo, isto é, a avaliação.
Didáctica de Geografia I G0138 25

VI.2. Estrutura dos programas de ensino:

Os programas da disciplina de Geografia em Moçambique são


concêntricos, com conteúdos a serem leccionados nas primeiras
classes de forma superficial e, posteriormente, tratados nas classes
avançadas, de forma mais aprofundada.

Mas de um modo geral, não existem programas – modelos de


geografia válidos para todas as escolas do mundo. Compete as
autoridades escolares de cada país, por vezes de cada Província ou
Estado no seio de um país, determinar o lugar que deve ocupar o
estudo de um país em relação ao outro, o lugar que convém ao
estudo de uma zona ou continente dados.

Apesar disso, existem algumas indicações de ordem geral que


podem ser úteis; as que se referem às diversas fases do ensino,
correspondentes aos diferentes grupos de idade dos alunos, assim
como à gama dos conhecimentos que convém a cada um desses
grupos:

1. Grupos de idade:

Segundo Émile Marny, psicólogo suíço, distinguem-se três


níveis sucessivos de compreensão na criança e adolescente:

 Tratamento global indiferenciado, na fase do ensino


elementar (primário), dos 6-8 aos 10-11 anos;
 Tratamento formalmente geográfico, na fase do ensino
médio ou do primeiro ciclo do ensino, isto é, dos 10-11 aos
14-15 anos;
 Tratamento propriamente científico, na fase do segundo
ciclo do ensino secundário, ou seja, dos 14-15 aos 18-19
anos.
Didáctica de Geografia I G0138 26

2. Conteúdos Geográficos:

No ensino elementar, a Geografia será na sua essência, uma


lição de coisas. Os alunos mais novos gostam de aprender pela
observação e acção; os métodos activos desempenham um
papel dominante. O ensino primário visa inculcar nos alunos os
mecanismos fundamentais da leitura, escrita e cálculo e
proporcionar-lhes noções de base, como as de tempo, espaço e,
em certa medida, de causa. A geografia pode servir para a
leitura, expressão e escrita (expressão escrita ou desenhada).
Mas serve igualmente de instrumento de cálculo, porquanto o
professor fala com frequência aos alunos de comprimento,
altura e superfície. Além disso, a geografia contribui e é a sua
tarefa essencial para fazer compreender aos alunos as noções de
causa e espaço. Auxiliar da lição de coisas, a geografia leva os
alunos a orientar os lugares, calcular e comparar as distâncias
entre os lugares que conhecem no seu meio ou que vêem nos
mapas. São exercícios muito simples, mas altamente
proveitosos.

No ensino médio e secundário: ao nível médio, por volta dos


11 anos, a geografia já é melhor compreendida. O pensamento
do aluno encaminha-se dos factos particulares para as ideias
mais gerais, mas segundo o modo pré – científico. Esta segunda
fase escolar corresponde à adolescência, época por vezes difícil
para algumas crianças, marcada por fases activas, seguidas de
outras de abatimento, de reconhecimento. Contudo a razão
exerce uma função crescente nesta idade. A geografia deve
contribuir para formar o sentido lógico e espírito de síntese nos
alunos, que explicam progressivamente as noções – ideias que
armazenaram anteriormente na sua inteligência, sem as
poderem diferenciar. No entanto, é só na última fase do
segundo ciclo do ensino secundário que a geografia se torna
explicativa e o estudo das relações entre os factos para o
primeiro plano. O estudante atinge a idade da juventude e
Didáctica de Geografia I G0138 27

torna-se adulto, preparando – se para os estudos universitários.


A gama dos conhecimentos que contribuem para o
desenvolvimento de uma cultura e um espírito geográficos é
muito vasta. A faculdade de utilizar as noções adquiridas para
adquirir outras, ou seja, a cultura geral constitui o objectivo
supremo do ensino secundário. Ora, um ensino concreto, vivo,
activo, de geografia recorre a todas as aptidões intelectuais dos
alunos.

Sumário
Nesta unidade, falamos dos elementos e estrutura do programa de
ensino de Geografia.

Exercícios
1. Identifica os elementos do programa de ensino;
2. Destaca a estrutura do programa de ensino.
Didáctica de Geografia I G0138 28

Unidade VII
Características do Programa
de Ensino
Introdução
Nesta unidade iremos analisar as Fortalezas (pontos fortes) e
fraquezas (pontos fracos) do programa de ensino.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Destacar os pontos fortes e fracos do programa de ensino de


Geografia.
Objectivos

VII.1. Análise das Fortalezas (pontos fortes) e fraquezas


(pontos fracos):

VII.1.1. Fortalezas (pontos fortes): O Sistema Nacional de


Educação (SNE) tem um curriculum e o curriculum tem várias
disciplinas.

A geografia como uma das disciplinas, tem um forte potencial


educativo porque aborda conteúdos físicos – naturais (riquezas
naturais), económicos e ambientais. O ensino da geografia tem as
seguintes finalidades:

VII.1.1.1. Finalidades científicas, intelectuais e críticas

A partir do qual o aluno adquire uma visão científica do mundo,


através do conhecimento das leis que regem a natureza, a sociedade
Didáctica de Geografia I G0138 29

e do pensamento. O aluno é despedido dos pressupostos empíricos.


Visam a aquisição de conhecimentos.

VII.1.1.2. Finalidades práticas e profissionais

Que visam desenvolver no aluno capacidades e habilidades


específicas, que o permitam de situar no espaço os fenómenos
geográficos, quer através da leitura e interpretação de mapas, quer
através de esboços, perfis e outras formas de representação destes
fenómenos. Visam o desenvolvimento de capacidades e
habilidades, que lhe permitam analisar e avaliar as correlações
entre os fenómenos que ocorrem em diferentes regiões do planeta e
no universo.

VII.1.1.3. Finalidades patrimoniais, cívicas e culturais

Visam contribuir para a formação de um cidadão activo,


informado, tolerante, e que, tenha uma boa base de conhecimentos
cívicos, patrimoniais, ambientais e o um bom relacionamento com
os outros povos do mundo. Entanto que futuro cidadão, a geografia
deve ajudar ao aluno a compreender as interacções geográficas que
podem ajudar a explicar os diferentes fenómenos naturais como as
inundações, secas, fome que devasta o país, ano após ano. Assim, o
futuro cidadão aprenderá a melhor reagir e encontrar soluções
locais que possam ajudar a fazer face a estes problemas. Visam o
desenvolvimento de hábitos e costumes socialmente aceitáveis.

VII.1.2. Fraquezas (pontos fracos): As finalidades nem sempre


estão expressas nos conteúdos que temos nos programas – estão as
vezes escondidas – cabe ao professor integrar nas diferentes aulas e
programas, estas finalidades.
Didáctica de Geografia I G0138 30

Sumário
Nesta unidade analisamos as Fortalezas (pontos fortes) e fraquezas
(pontos fracos) do programa de ensino.

Exercícios
1. Destaca os pontos fortes e fracos do programa de ensino de
Geografia.
Didáctica de Geografia I G0138 31

Unidade VIII
A relação objectiva – conteúdos e
programa de ensino de geografia
Introdução
Nesta unidade, iremos falar sobre a matéria de ensino na disciplina
de Geografia, a relação facto – conceito e inter – relação
Geográfica e a estrutura do programa de ensino de Geografia.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identificar as funções da matéria no ensino de Geografia;

 Definir: ideia, pré – conceito, noção, facto geográfico e


Objectivos conceito;

 Classificar os conceitos;

 Destacar a estrutura do programa de ensino de Geografia.

VIII.1. A matéria de ensino na disciplina de Geografia:

A matéria (os conteúdos) de ensino visam desenvolver as


capacidades, habilidades e hábitos numa determinada classe.
Estas vêm no PE, e, resta apenas ao professor identificar a partir
duma análise minuciosa dos objectivos gerais e específicos
desenvolver e não criar.

O desenvolvimento das capacidades, habilidades e hábitos são


importantes para o desenvolvimento da personalidade, isto é,
produzir um futuro cidadão, capaz de actuar conscientemente ou
que através do processo social do trabalho é capaz de transformar a
natureza e a si próprio.
Didáctica de Geografia I G0138 32

As capacidades desenvolvidas podem ser gerais (quando


desenvolvidas por qualquer disciplina) e específicas (quando
desenvolvidas por cada disciplina específica). Estes dois tipos de
capacidade desenvolvem-se em unidade e reciprocidade.

Capacidade geral, ex. Leitura e interpretação do texto. E, o nível de


capacidade desenvolvida é determinado pelas habilidades.

VIII.1.1. Capacidades específicas a desenvolver no ensino de


geografia

Temos cinco (5) capacidades:

 Leitura e interpretação de cartas geográficas ou mapas;


 A interpretação de tabelas e diagramas estatísticos;
 Elaboração de esboços e perfis com autonomia e
perfeição;
 A comparação de objectos geográficos;
 Análise de relações e correlações geográficas.

VIII.2. A relação facto – conceito e inter – relação Geográfica:

Numa aula de geografia é importante considerar os factos


geográficos e os conceitos. E isto deve estar explicito nos PE,
porque na geografia ensina-se a partir destes dois elementos. As
ideias, pré-conceitos e noções já existem nos alunos.

VIII.2.1.Ideias – imagem mental, atitudes ou concepções pessoais


sobre um determinado assunto, com efeito emocional na
personalidade.
Didáctica de Geografia I G0138 33

VIII.2.2. Pré – conceito – Imagem conceptual que o aluno de


qualquer idade é detentor, fruto da experiência vivida. Pode ser
científica ou não.

VIII.2.3. Noção – é um conhecimento básico ou elementar sobre


um assunto. Este tem um cunho já científico. Ex.: um aluno da 9ª
classe tem noção do que é uma indústria turística, mesmo não
estando a cursar na Escola Superior de Hotelaria e Turismo de
Inhambane.

VIII.2.4. Facto geográfico – são preposições com características


geográficas.

 O facto geográfico pode ser um objecto concreto. Ex.


Beira como capital de Sofala.
 Pode ser também uma percepção sensorial. Ex. Quando
chove há cheias.
 Pode ser uma interpretação da experiência. Ex. Com 5°c
a temperatura da água é fria.

O que se pretende chamar atenção, é o facto de o professor, ao falar


sobre a cidade da Maxixe, deve apresentar uma série de factos ao
aluno que o ajudem a definir a cidade da Maxixe e diferenciar das
outras cidades do mundo. Ex. A localização, características físico-
naturais, sócio – económicas e culturais.

VIII.3. Programas de ensino de Geografia e sua estrutura:

 3ª e 4ª Classes : Geografia de Moçambique (restrito);


 5ª Classe: Geografia de Moçambique (lato);
 6ª Classe: geografia Regional de África;
Didáctica de Geografia I G0138 34

 7ª Classe: noções de Cosmografia; geografia Regional dos


Continentes (Ásia, Europa, América, Austrália e Antártida);
 8ª Classe: Geografia física Geral
 9ª Classe: Geografia Económica Geral;
 10ª Classe: Geografia de Moçambique (Física e
Económica); África Austral (SADC);
 11ª Classe: Geografia Física Geral;
 12ª Classe: Geografia Económica Geral

Sumário
Nesta unidade, falamos sobre a matéria de ensino na disciplina de
Geografia, a relação facto – conceito e inter – relação Geográfica e
a estrutura do programa de ensino de Geografia:

Exercícios
1. Identifica as funções da matéria no ensino de Geografia;
2. Defina: ideia, pré – conceito, noção e facto geográfico
3. Destaca a estrutura do programa de ensino de Geografia
Didáctica de Geografia I G0138 35

Unidade IX
Objectivos do ensino da
geografia
Introdução
Nesta unidade iremos falar sobre os objectivos Específicos
transdisciplinares do ensino de Geografia;

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Identifica os objectivos específicos da Geografia.

 Destaca os objectivos transdisciplinares


Objectivos

IX.1. Objectivos Específicos:

Os objectivos de ensino representam o ponto de partida e de


chegada de um determinado processo até alcançar a finalidade ou
meta. Estes, representam as exigências da sociedade em relação à
escola e ao mesmo tempo reflectem opções pedagógicas dos
agentes educativos.

 Objectivos específicos ou institucionais (traduzidos na


mudança de comportamentos).

Este último objectivo é o que indica o cumprimento do PE, pois,


há cumprimento do PE quando houver mudança de
comportamento.
Didáctica de Geografia I G0138 36

Os objectivos gerais proporcionam uma mudança de


comportamento a longo prazo. Fim da aula. Os objectivos
específicos alcançam-se em pequenos períodos de tempo.

Verbos gerais: conhecer, adquirir, entender, saber, possuir,


desenvolver, diagnosticar, investigar, questionar, compreender,
julgar, familiarizar-se, etc.

Como formular objectivos específicos

Os objectivos específicos são formulados através de verbos de


acção (o que o professor e aluno devem fazer), conteúdos explícitos
e o rendimento padrão (o que o aluno deve ter e em que nível.

Verbos de acção específicos (mensuráveis): Caracterizar,


explicar, descrever, mencionar, relacionar, classificar, enumerar,
comparar, indicar, localizar, justificar, fazer, argumentar,
diferenciar, definir, etc.

Ex.: caracterizar os principais rios de Moçambique.

Caracterizar – verbo de acção.

Principais – rendimento padrão.

Rios de Moçambique – conteúdo.

Os verbos da acção/precisa específica podem aparecer como verbos


de acção ambígua. Mas, os verbos da acção ambígua já não podem
aparecer como verbos de acção precisa.
Didáctica de Geografia I G0138 37

IX.2. Objectivos trans – disciplinares:

São objectivos gerais ou educacionais, proporcionam uma mudança


de comportamento a longo prazo.

Sumário
Nesta unidade falamos sobre os objectivos Específicos
transdisciplinares do ensino de Geografia;

Exercícios
1. Identifica os objectivos específicos da Geografia.
2. Destaca os objectivos transdisciplinares
Didáctica de Geografia I G0138 38

Unidade X
Interacção dos Princípios e
Métodos
Introdução
Nesta unidade iremos abordar sobre os princípios específicos no
ensino de Geografia e dos métodos gerais de ensino (Expositivo,
Elaboração conjunta e Trabalho Independente).

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Destacar os princípios específicos no ensino de geografia

 Explicar a implementação dos métodos (expositivo, elaboração


Objectivos
conjunta e trabalho independente).

X.1. Princípios e métodos de ensino da Geografia:

X.1.1. Os princípios didácticos, são exigências, orientações,


normas gerais, axiomas, que orientam as actividades do professor e
o seu comportamento numa disciplina escolar.

Os princípios didácticos têm um carácter orientador para a acção


ajudando o professor a seleccionar os métodos e meios para cada
situação planificada.

Os princípios didácticos podem ser gerais e específicos.

X.1.1.1. Princípios didácticos gerais: baseia-se nos processos


cognitivos e processos pedagógicos gerais.
Didáctica de Geografia I G0138 39

X.1.1.2. Princípios didácticos específicos: são especiais, válidos


para uma determinada disciplina escolar, devendo ser observados
sob dois pontos de vista:

 Na planificação – facilitam a decisão do professor sobre


os aspectos mais importantes a abordar.
 Na realização da própria aula – ajudam ao professor na
decisão sobre que etapas, métodos e meios a integrar
numa aula.

X.2. Princípios específicos no ensino de Geografia:

Para o ensino de geografia encontramos cinco (5) princípios


didácticos a saber:

1. Princípio de correlação território – componentes geográficos:

Na aula de geografia, o estudo dos componentes (clima, população,


relevo, etc.) deve ser intercalado com regiões ou estudo de
territórios (países, regiões, zonas geográficas). No tratamento de
cada tema e segundo as exigências do programa do ensino, poderá
haver dominância de uma das partes (componente ou território),
independentemente desta dominância a correlação território e
componente deve ser observado.

2. Princípio de correlação Ciências Naturais e Ciências Sociais


ou Humanas:

No ensino da geografia o estudo dos componentes físicos e


económicos devem ser intercalados. No tratamento de cada tema de
aula e segundo as exigências do programa de ensino (PE), poderá
haver a dominância de uma das partes; independentemente desta
dominância, a correlação deve ser observada. Isso significa que, se
o PE exige o estudo de um componente físico geográfico, é
Didáctica de Geografia I G0138 40

necessário estudar-se a influência dos componentes sócio -


económicos. Se o PE exige o estudo de um componente sócio –
económico é necessário analisar a influência dos componentes
físico – geográficos.

3. Princípio de correlação estrutura e processos

No ensino da geografia, o estudo das estruturas territoriais deve ser


intercalado com o estudo dos processos que nela ocorrem. Segundo
a exigência do PE, poderá haver a dominância de uma das partes;
independentemente desta dominância é necessário observar-se a
correlação, isto é, se o PE exige o estudo de uma determinada
estrutura é necessário analisar-se igualmente a génese e a história
dessa estrutura.

Se o PE exige o tratamento do processo (ex. a génese e a história) é


necessário descrever os processos que nele ocorrem; se o PE exige
o estudo da correlação desses processos no passado, presente e
futuro. Ex. O estudo da orla marítima (estrutura territorial) da
cidade da Beira. Para perceber essa estrutura (o traçado) só
analisando os processos ao longo dos tempos (génese e a história).

4. Princípio da mudança de escala

Este princípio diz que no ensino da geografia são estudados


territórios de diferentes dimensões. A escala escolhida pelo
professor deve determinar a precisão das informações e por isso a
mudança de escala tem carácter obrigatório na aula de geografia.
Se o programa exige o estudo de um território tendo em conta o seu
enquadramento geográfico e situação geográfica torna-se
necessário reduzir a escala. Se o PE exige a generalização de
conhecimentos torna-se necessário reduzir a escala. Sendo assim, a
sequência deve ser: Pequena; Grande e Pequena Escala
Didáctica de Geografia I G0138 41

Tipos de escala: numérica – 1:20000; gráfica; Transversal;


descritiva e escala de latitudes crescentes.

5. Princípio da comparação com a realidade próxima do aluno


(Heimat princip)

O ensino de geografia deve partir e manter-se em estreita ligação


com a realidade próxima do aluno.

Este princípio realiza-se através do tratamento intensivo do Heimat


do aluno ou fazendo-se referências do Heimat do aluno quando se
estudam outros territórios (duma forma permanente). Isso significa
que a partir de experiências vivenciadas e conhecimento do aluno
sobre a região natal é possível desenvolver generalizações que
facilitam a compreensão de outros territórios. Heimat significa em
alemão terra natal do indivíduo, onde a escola está.

X.3. Os métodos gerais de ensino (Expositivo, Elaboração


conjunta e Trabalho Independente)

X.3.1. Método Expositivo: consiste na explanação, demonstração,


ilustração, e exemplificação da matéria pelo professor. A actividade
do aluno é receptiva e não necessariamente passiva, porque
ocorrem processos mentais para aprendizagem e não é um simples
objecto.

Neste método, o professor procura mobilizar a actividade interna


do aluno de concentração e de pensar. O sucesso deste método na
sala de aulas esta ligado ao estilo da prática docente, ou à
autoridade do professor. Quanto maior for a autoridade
profissional, moral e técnica do professor (no sentido docente),
mais os alunos darão valor às suas exigências.
Didáctica de Geografia I G0138 42

A autoridade Profissional: Manifesta – se no domínio da matéria


que ensina.

Autoridade Moral: Refere-se ao conjunto das qualidades e


personalidade do professor (traços de carácter).

Autoridade Técnica: é o conjunto de capacidades, habilidades e


hábitos pedagógico – didácticos.

Segundo Claudino Piletti (1995:104/5), ao utilizar esse método, o


professor pode assumir duas posições:

 Posição Dogmática: em que a mensagem transmitida não


pode ser contestada, devendo ser aceite sem discussão e
com obrigação de repeti-la. Esta posição leva a um ensino
do estilo catequético, onde o aluno é objecto de ensino e
não sujeito.

 Posição de diálogo: em que a mensagem apresentada é


simples pretexto para desencadear a participação dos
alunos, podendo haver contestação, pesquisa e discussão,
sempre que oportuno e necessário.

A utilização de qualquer método de ensino pressupõe o uso de


algumas técnicas, porque o método em si indica as grandes linhas
de acção, enquanto que, a técnica é veículo de chegada. A técnica é
a operacionalizacão do Método. Assim, no método expositivo
usam-se as seguintes técnicas de abordagem: A exposição verbal,
Ilustração, Demonstração e Exemplificação.
Didáctica de Geografia I G0138 43

- A exposição verbal: Que ocorre em circunstâncias em que não é


possível provar a relação directa do aluno com o material em
estudo. Instiga-se a curiosidade com uma situação real.

- Ilustração: Quando é por meio de gráficos, mapas, esquemas,


gravuras, perfis ou esboços.

- Demonstração: Como forma de representar fenómenos e


processos que ocorrem na realidade usando por exemplo um
computador para mostrar como ocorre a desintegração dos
continentes, um filme para mostrar o impacto das cheias ou de um
processo vulcânico, etc.

- Exemplificação: É auxiliar da exposição verbal e da explicação.

Procedimentos do professor a aula:

- Planear a sequência dos tópicos que constituirão a


exposição;
- Estabelecer, com clareza, os objectivos da exposição;
- Procurar manter os alunos em atitude reflexiva;
- Utilizar gravuras, gráficos ou painéis que melhor ilustram o
tema apresentado;
- Explorar as vivências dos alunos para enriquecer ou
comprovar a exposição;
- Ficar visível para toda a classe e movimentar-se durante a
aula, observando os sinais de aborrecimento e de cansaço
que denunciam problemas na comunicação durante a aula.
Didáctica de Geografia I G0138 44

Procedimentos do aluno durante a aula:

- Estar sempre atento e concentrado durante a exposição do


professor;
- Desenvolver uma atitude reflectiva;
- Procurar contestar e discutir sozinho o assunto que lhe é
apresentado;
- Evitar movimentos que perturbem a atenção sua e dos
colegas durante a exposição.

As vantagens e desvantagens do método expositivo

a) Vantagens:

 Desenvolve a capacidade de contracão e de observação nos


alunos;
 Canaliza o interesse dos alunos em aprender;
 Ajuda o professor a enriquecer a explicação da matéria pela
demonstração;
 Permite maior relação entre o pensamento e a linguagem, a
coordenação de ideias e a sistematização de conhecimentos
pelo professor e pelo aluno;
 A actividade é realizada em tempo programado;
 É de extrema importância para o desenvolvimento do
potencial educativo (saber ser e saber estar).

b) Desvantagens:

 Não favorece a criatividade no aluno;


 Os alunos podem limitar-se a decoração e memorização,
sem garantir uma sólida compreensão do assunto;
 Pode conduzir o aluno a uma aprendizagem mecânica;
Didáctica de Geografia I G0138 45

 Corre-se o perigo de expor a matéria sem preocupação de


atingir cada aluno individualmente, mesmo se dirigindo a
classe toda;
 Uso de métodos de avaliação que apenas exijam respostas
decoradas ou repetidas;
 Pode transformar a aula num desprazer para o aluno;
 Não permite análise do desenvolvimento cognitivo do
aluno;
 Não há interacção eficiente entre professor – aluno.

Embora as desvantagens acima apresentadas, o método expositivo


tem sido o mais usado nas escolas (moçambicanas), porque é
considerado um procedimento necessário desde que o professor
consiga mobilizar a actividade interna do aluno, de concentrar-se e
pensar. O combino com outros métodos (trabalho independente e
de elaboração conjunta) representa uma boa possibilidade de
apresentar um tema novo, principalmente quando o conteúdo
acarreta enormes dificuldades.

Este método é também viável para o cumprimento integral do


programa de ensino, a partir do “malabarismo pedagógico”

X.3.2. Método de elaboração conjunta:

É uma forma de interacção activa entre o professor e os alunos


visando a obtenção de novos conhecimentos, habilidades, atitudes e
convicções, bem como a fixação e consolidação de conhecimentos
e convicções adquiridas.

A essência é a conversa didáctica ou aula dialogada. E a forma


mais usual de organizar é a partir da pergunta tanto do professor
como do aluno.
Didáctica de Geografia I G0138 46

a) Vantagens

 Permite maior abertura entre os alunos e o professor no


decorrer da aula;
 Visa levar os alunos a si aproximarem gradativamente da
organização lógica dos conhecimentos e a dominarem
métodos de elaborar suas ideias de maneira independente;
 Permite o desenvolvimento de habilidades de expressar
opiniões fundamentadas, verbalizar a sua própria
experiência, discutir, argumentar e refutar opiniões dos
outros proporcionando a aquisição de novos conhecimentos;
 Permite ao professor saber se os alunos estão
compreendendo a matéria na medida em que os alunos vão
formulando as respostas pensadas, e, correctamente;
 Permite uma assimilação activa dos conteúdos suscitando a
actividade mental dos alunos e não simplesmente a atitude
receptiva.

b) Desvantagens

 É muito dependente do método expositivo;


 Dificulta a criatividade do aluno;
 Suscita a memorização excessiva do que foi aprendido nas
aulas passadas;
 Não permite uma maior apropriação dos conhecimentos;
 Exige a presença constante do professor na sala de aulas.

Procedimentos do professor na sala de aula

 O professor deve ter uma atitude positiva às perguntas dos


alunos, evitando reacções nervosas ou de impaciência, para
que os alunos não se sintam aterrorizados e nem se
precipitem a responder;
Didáctica de Geografia I G0138 47

 O professor deve dar um tempo para que os alunos


entendam e reflictam;
 Primeiro lançar a pergunta para turma e depois chamar um
ou mais alunos para responderem;
 A pergunta deve ser preparada cuidadosamente em função
dos objectivos e o conteúdo;
 Deve ser iniciado por um pronome interrogativo: o que?
Quando? Como? Porquê?
 A pergunta deve estimular a resposta pensada e não
simplesmente a sim ou não.

X.3.3. O método de trabalho independente:

Consiste de tarefas dirigidas e orientadas pelo professor para que os


alunos as resolvam de modo relativamente independente e criativo.

Procedimentos que o professor deve observar:

 O professor precisa dar tarefas claras, objectivas e


compreensivas aos alunos;
 Assegurar condições de trabalho (material necessário se
possível);
 Acompanhar o trabalho de perto;
 Aproveitar o resultado do trabalho para toda classe;
 Dominar as técnicas do trabalho (ler textos, interpretar
mapas, tabelas, diagramas, destacar ideias principais e
secundárias;
 Desenvolver atitudes de ajuda mútua.
Didáctica de Geografia I G0138 48

a) Vantagens

 Permite aos alunos desenvolver habilidades e hábitos


através da exercitação;
 Garante a sistematização e consolidação dos
conhecimentos;
 Possibilita a cada aluno individualmente resolver
problemas, vencer dificuldades e desenvolver métodos
próprios de aprendizagem;
 Possibilita ao professor observar cada aluno em suas
dificuldades e progresso bem como a verificação da eficácia
do seu próprio trabalho na condução do ensino;
 Favorece o desenvolvimento das capacidades criadoras e
incentiva a atitude de participação dos alunos na
problemática que afecta a vida colectiva;
 Estimula o comportamento crítico perante os factos da
realidade social.

b) Desvantagens

 Na falta de material não há progresso;


 Precisa de muito tempo, daí a colocação de tarefas
relativamente simples.

Fases deste método de trabalho independente

 Explicar as tarefas a serem realizadas;


 Realização das tarefas;
 Comparação e sistematização;

Cada aluno trabalha sozinho, mas a tarefa é igual para todos ou um


aluno uma tarefa ou ainda pode-se formar grupos de trabalho fixos
ou variáveis.
Didáctica de Geografia I G0138 49

Este método é utilizado antes de uma nova abordagem temática


para verificar os pressupostos ou depois da aula para análise
temática. Usa-se o método expositivo quando não pressupostos
esperados nos alunos.

Sumário
Nesta unidade abordamos sobre os princípios específicos no ensino
de Geografia e dos métodos gerais de ensino (Expositivo,
Elaboração conjunta e Trabalho Independente)

Exercícios
1. Destaca os princípios específicos no ensino de geografia
2. Explica a implementação dos métodos (expositivo, elaboração
conjunta e trabalho independente), sem se esquecer de destacar
as vantagens e suas desvantagens.
Didáctica de Geografia I G0138 50

Unidade XI
Métodos e Meios Específicos do
Ensino da Geografia
Introdução
Nesta unidade iremos abordar sobre os meios de ensino –
aprendizagem, concretamente no que diz respeito ao trabalho com
mapas, globo terrestre, com perfil topográfico, e com atlas e
fotografias aéreas; falaremos também da elaboração e técnicas de
utilização de meios de ensino.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Destacar os principais meios para o ensino de geografia.

 Explicar a utilidade dos meios para a aula de geografia


Objectivos
 Destacar as técnicas de utilização dos meios de ensino.

XI.1. os meios de ensino – aprendizagem: Trabalho com mapa,


globo terrestre, trabalho com perfil topográfico, trabalho com
atlas e fotografias aéreas.

Os meios para o ensino e aprendizagem da geografia são:

 Livro do aluno
 Mapas/cartas geográficas
 O globo terrestre
 Imagem do quadro
 Esboço geográfico
 Perfil geográfico

Estes meios são de fácil aquisição e fácil manuseamento, devem


estar sempre numa sala de aula de geografia para fins de uso,
consulta, demonstração e exemplificação.
Didáctica de Geografia I G0138 51

XI.2. Elaboração e técnicas de utilização de meios de ensino:

 O professor precisa dominar com segurança por ser um


meio auxiliar;
 O professor deve conhecer o valor específico de cada
meio, com exactidão no processo de ensino –
aprendizagem;
 Antes da aula os meios didácticos devem ser
experimentados pelo professor (durante a planificação);
 O professor deve aplicar em diferentes funções
didácticas os meios de ensino (motivação, consolidação,
aquisição de conteúdos novos);
 Devem ser utilizados duma forma combinada, só assim
contribuirão para elevar os resultados da aprendizagem
(ex. o mapa de parede e a imagem do quadro);
 O professor deve mostrar os meios didácticos apenas no
momento da sua aplicação caso contrário pode perder a
sua importância na aprendizagem.

Sumário
Nesta unidade abordamos sobre os meios de ensino –
aprendizagem, concretamente no diz respeito ao trabalho com
mapas, globos terrestre, com perfil topográfico, e com atlas e
fotografias aéreas; e das técnicas de utilização de meios de ensino.

Exercícios
1. Destaca os principais meios para o ensino de geografia.
2. Explica a utilidade dos meios para a aula de geografia
3. Destaca as técnicas de utilização dos meios de ensino.
Didáctica de Geografia I G0138 52

Unidade XII
Trabalho específico com o Mapa
Introdução
Nesta unidade falaremos sobre os tipos de mapas geográficos, a
leitura de mapas e a importância do mapa geográfico.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Destacar os tipos de mapas

 Explicar como se procede a leitura do mapa geográfico


Objectivos
 Destacar a importância do mapa geográfico.

XII.1. Tipos de mapas geográficos

Os mapas são um meio didáctico privilegiado pelo professor de


geografia, e que, deve estar sempre com ele. O mapa compreende
uma apresentação abstracta e convencional da realidade.

Classificação dos mapas

1) Segundo os conteúdos: mapas topográficos e mapas temáticos.

 As cartas topográficas – são aquelas que representam de


forma detalhada os fenómenos geográficos correlacionados
duma região.
 As cartas temáticas – representam apenas um elemento
geográfico. Ex. Rios, vegetação.
Didáctica de Geografia I G0138 53

2) Segundo a escala

 Mapas de Grande Escala – ex. 1/50 até 1/10000


 Mapas de Escala Média – 1/10000 até 1/50000
 Mapas de Pequena Escala – 1/50000; 1/100000 pode ir até
1/1000000

3) Segundo o número de usuários

 Mapas de emprego colectivo; globos, murais e planisfério;


 Mapas de emprego individual: mapas que constam nos atlas
e manuais de ensino.

4) Segundo o rigor de produção

 Mapas científicos ou didácticos: elaborados por geógrafos


com rigor científico e recomendados para uso na sala de
aulas;
 Mapas para grande público: simplificados, com informação
geral e portadores de incorrecções e imprecisões.

XII.2. A leitura de mapas:

A leitura e interpretação de mapas deve – se proceder da seguinte


maneira:

a) Leitura do título (tema, local, data, tipo de carta e objectivos


do autor);
b) Leitura e compreensão da escala (tem que ficar claro a
relação de distância no mapa e no terreno);
c) Análise da legenda (momento em que os alunos são levados
a explicar os termos e os sinais convencionais);
d) Leitura global e observações de possíveis contrastes e
divisões na carta;
Didáctica de Geografia I G0138 54

e) Leitura detalhada que consiste na procura de características


precisas e originais e, na quantificação de certos
fenómenos;
f) Explicação e confrontação da carta com outros documentos
e textos disponíveis;
g) Interpretação da carta, evidenciando o essencial através de
esboços e adicionando informações complementares e
indispensáveis à explicação.

É importante o desenvolvimento do espírito crítico no aluno a partir


das questões:

- Se o título corresponde exactamente ao assunto abordado;


- Se a legenda esta organizada, ordenada, hierarquizada e
completa;
- Se o grafismo corresponde ou não a legenda;
- Se a carta tem escala, paralelos e meridianos;
- Se a data do documento esta mencionada.

Para facilitar a aplicação deste procedimento o professor pode


mandar aos alunos para identificar um mapa no atlas geográfico e
fazerem a respectiva leitura.

XII.3. A importância do mapa geográfico e do esboço terrestre

XII.3. 1. O mapa geográfico:


O mapa geográfico é um meio privilegiado pelo professor de
geografia e, este é a representação abstracta e convencional da
realidade. Esta dependente da escala, sinais convencionais, cores,
sistema de projecção. Este depende também da escolha operada em
termos da selecção dos objectos representados.
Didáctica de Geografia I G0138 55

O uso do mapa geográfico é de extrema importância porque coloca


os objectos geográficos em estreita relação de uns com os outros,
em função das coordenadas geográficas que facilitam a localização,
a procura de relações espaciais; permitem também o
questionamento sobre as proximidades espaciais e sobre a
organização territorial.

Os mapas permitem responder o porque de ocorrer ali e não noutro


lugar o fenómeno tal. Estes são um meio de comunicação
extremamente poderosa e é vista como a segunda língua do
geógrafo.

XII.3. 1.1. Como trabalhar com o mapa

 Leitura do titulo (identificação do tema, do espaço, data


do documento e o tipo de carta);

 Leitura e compreensão da escala;

 Análise da legenda (a partir dos sinais convencionais);

 Leitura global do mapa, onde o aluno é convencido a


fazer a interpretação do mapa;

 Leitura detalhada do mapa, que consiste na procura de


características mais precisas e quantificação dos
fenómenos.

 Explicação das observações, que levam a elaboração de


hipóteses, a confrontação das observações com outros
documentos, mapas e textos.

 A simplificação da carta evidenciando o essencial


através de um esboço esquemático.
Didáctica de Geografia I G0138 56

XII.3. 1.2. Desvantagens do uso do mapa geográfico como meio


de ensino:

 Não apresenta a esfericidade da terra;


 Há uma imagem distorcida da terra;
 Limita o uso individual;
 Deve ser usado em simultâneo com outros meios auxiliares.

Os mapas constantes no atlas (mapas de carteira) orientam o


trabalho independente do aluno na sala e fora, por isso, são meios
de aprendizagem. Os mapas de parede são para aquisição do saber,
daí que são meios para demonstração, orientação, resolução de
tarefas cartográficas expressas no PE de geografia.

XII.3. 2. O Esboço Terrestre


O esboço terrestre é a forma de representar a terra sem muitas
deformações.

XII.3. 2. 1. Vantagens do uso do esboço terrestre como meio de


ensino
 O aluno fica com uma ideia aproximada da forma da
terra;
 Serve para ilustrar a unicidade do mundo;
 Fornece aos alunos as bases da cosmografia;
 Mostra os meridianos e paralelos;
 Facilita explicar as diferenças horárias.
Didáctica de Geografia I G0138 57

XII.3. 2. 2. Desvantagem do uso do esboço terrestre como meio de


ensino
- A escala (dimensões) são extremamente reduzidas (pequena
escala), daí ser necessário recorrer a outros meios (mapas temáticos
ou topográficos), para complementar.

Sumário
Nesta unidade falamos sobre os tipos de mapas geográficos, a
leitura de mapas e a importância do mapa geográfico.

Exercícios
1. Destaca os tipos de mapas
2. Explica como se procede a leitura do mapa geográfico
3. Destaca a importância do mapa geográfico.
Didáctica de Geografia I G0138 58

Unidade XIII

Excursão Geográfica como forma


de organização de Ensino de
Geografia
Introdução
Nesta unidade iremos abordar sobre as excursões Geográficas, dos
aspectos metodológicos da excursão geográfica, das visitas
dirigidas, tipos de aula – excursão e sua importância

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir aula – excursão

 Destacar os aspectos metodológicos de aula – excursão


Objectivos
 Explicar a importância das visitas dirigidas

 Identificar os tipos de aula – excursão

 Explicar a importância de aula – excursão.


XIII.1. Excursões Geográficas

Excursão, etimologicamente e passeio, sair do habitual para fora.


Neste caso da disciplina de geografia é sair da sala, mas com os
conteúdos para a produção de conhecimentos científicos. Dai que a
observação deve ser orientada em função dos objectivos
pedagógicos. Esta é uma aula especial. Isso porque, vamos levar o
meio geográfico para fora tendo como método a observação directa
e criteriosa do objecto geográfico.

Aula – excursão – é uma forma especial do ensino de geografia em


que os alunos sob orientação do professor observam e analisam os
Didáctica de Geografia I G0138 59

objectos geográficos no seu meio natural. Ex. A rocha como


objecto geográfico.

A aula – excursão não é um simples passeio, e, deve ter sempre um


plano de aula. O método mais usado nesta caso é o de observação
directa, o que ajuda a recolher dados suficientes para a aula.

XIII.2. Aspectos metodológicos da excursão geográfica:

Para a realização de aula – excursão, deve-se obedecer as seguintes


fases:

1ª Fase: Planificação – que corresponde a previsão das


actividades. Tem dois níveis:

a) No Pano Semestral, Trimestral ou Anual.

 Para preparar os meios necessários para suportar uma


viagem ou evitar sobreposição das disciplinas.
 Fazer o reconhecimento do local.
 Avisar com antecedência aos pais e encarregados de
educação, a direcção da escola e dentro do grupo de
disciplina.
 Procurar patrocínio.

b) No Plano Quinzenal

 O professor deve apresentar um plano de aula excursão


com: Objectivos a atingir, meios necessários, local,
duração, conteúdos, número de participantes, etc.
 Seleccionar o material a levar para a excursão pelos
alunos e pelo professor.
Didáctica de Geografia I G0138 60

 Traçar o itinerário (programa de locais a visitar durante


a excursão) com os alunos e definir com clareza o que
vão observar.

2ª Fase: Realização da aula – excursão

Concluídos os níveis de planificação começa com a aula excursão.


Os alunos e o professor devem:

 Observar com atenção o fenómeno;


 Anotar e descrever o que estão observando;
 A seguir faz-se uma sistematização tendo em conta as
relações que são estabelecidas, porquê, como, com que
frequência, etc.
 A etapa final é a avaliação. Pede-se o relatório dos
alunos para ver se houve a consolidação dos
conhecimentos, desenvolvimento de pressupostos e
aquisição de novos conhecimentos. Assim o professor
testa o cumprimento dos objectivos da aula – excursão.

XIII.3. Visitas dirigidas:

As visitas dirigidas são muito importantes para o ensino de


geografia, apesar de não ser uma aula – excursão propriamente dita,
também ocorrem fora da sala de aula, elas podem surgir da
necessidade concreta de explicar ou exemplificar um conteúdo de
uma unidade e, dependendo das condições existentes ao redor da
escola, pode-se realizar numa paisagem ou dentro de uma
instituição.
Didáctica de Geografia I G0138 61

XIII.4. Tipos de aula – excursão:

XIII.4.1. Aula – Excursão de Observação – É de motivação.


Realiza-se antes dos conteúdos programados serem apresentados na
sala de aulas.

XIII.4.2. Aula – Excursão de Recolha de Informação: É realiza-


se durante o decurso de uma unidade.

XIII.4.3. Aula – Excursão de Consolidação: É realizada depois


duma unidade ou aula na sala de aulas.

Dado o potencial educativo que a aula-excursão tem, o professor de


geografia deve assumir a aula-excursão como parte integrante das
aulas de geografia dentro do Programa Nacional de Ensino (PNE).

XIII.5. Importância da aula – excursão:

 Estimula aos alunos, criando interesse pela cadeira.


 Serve para consolidar e aprofundar os conhecimentos.
 Os alunos desenvolvem a sua abstracção (actividade
mental).
 Torna o ensino dinâmico porque saem da sala de aulas e
confrontam-se com a realidade.
 Há forte relação entre a teoria e a prática.
 Há aproximação Escola - Comunidade.
 Reforça a capacidade de observação e de abstracção no
aluno, este foge memorização indo a imaginação e
criatividade científica.
 Ajuda o aluno a interpretar o mundo material a partir
duma base científica e não empírica.
Didáctica de Geografia I G0138 62

Em fim, a aula – excursão permite a realização da transposição


didáctica, permite um melhor enquadramento e operacionalizacão
do triângulo didáctico, torna o conhecimento do aluno mais
profundo e crítico e, também permite a concretização do Heimat
princip.

XIII.5.1. Porquê que sendo tão importante assim a aula –


excursão não é tida em conta pelos professores?
Esta questão tem várias respostas e estas variam de professor para
professor, de escola para escola e de ano para ano. Mas, todos são
unânimes em afirmar que se deve a falta de dinheiro, o número
elevado de alunos por turma, o tempo que é reduzido (45 minutos),
dificuldades de transporte, o medo de levar filhos do dono para
sítios distantes da zona de residência. Só que, muitos deles nunca
planificaram uma aula – excursão limitando-se apenas a justificar
os motivos da não realização duma aula – excursão.

XIII.5.2. Algumas soluções das dificuldades para concretização


duma aula -excursão

 Os programas de ensino devem ter recomendações


explícitas sobre as aulas – excursão.
 A escola e o grupo de disciplina devem contemplar nos
seus planos a aula – excursão e pode ser realizada por
duas a três disciplinas em simultâneo; isso ajuda a
evidenciar a multidisciplinaridade e complementaridade
existente entre as disciplinas.
 O professor ou grupo de disciplina pode optar por
pequenas excursões perto da escola ou dentro da
comunidade onde a escola esta inserida.
Didáctica de Geografia I G0138 63

Sumário
Nesta unidade abordamos sobre as excursões Geográficas, os
aspectos metodológicos da excursão geográfica, das visitas
dirigidas, tipos de aula – excursão e sua importância.

Exercícios
1. Defina aula – excursão
2. Destaca os aspectos metodológicos de aula – excursão
3. Explica a importância das visitas dirigidas
4. Identifica os tipos de aula - excursão
5. Explica a importância de aula – excursão.
Didáctica de Geografia I G0138 64

Unidade XIV
Planificação do Ensino de
Geografia
Introdução
Nesta unidade iremos falar sobre o plano de aula, elementos do
plano de aula, da organização e realização da aula, tipos de aula e
da auto – avaliação da aula.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir plano de aula

 Destacar os elementos do plano de aula


Objectivos
 Destacar os passos da organização e realização da aula

 Destacar tipos de aula

 Explicar a questão da auto - avaliação.

XIV.1. O Plano de aula:

Diariamente, apercebemo-nos da importância de planearmos os


nossos afazeres e mesmo a nossa vida para concretizar os
objectivos e sonhos que temos.

Não raro, os planos que fazemos são alterados em função de


circunstâncias novas que vão surgindo e, adaptando-se
continuamente, são orientações que nos ajudam a seguir o caminho
que traçamos e que queremos para nós.

Se a nível individual o acto de planear é muito importante, torna-se


fundamental e, cada vez mais, imprescindível para a realização
Didáctica de Geografia I G0138 65

duma aula ou para levar a cabo o processo de ensino –


aprendizagem.

A planificação é um processo complexo que implica o


conhecimento do integral do PE, dos conteúdos, dos alunos e
espaço sobre o qual incide, o reconhecimento e previsão de
necessidades de aplicação, a definição de objectivos e a proposta de
meios para alcançar.

O Plano de aula constitui um instrumento regulador ou orientador


que rege as intervenções do professor e do aluno para cada situação
da aula.

XIV.2. Elementos do plano de aula:

Num plano de aula devem estar contidos os seguintes elementos:

 Tempo;
 Fases da aula;
 Funções didácticas;
 Princípios didácticos;
 Conteúdos;
 Actividades do professor;
 Actividades do aluno;
 Métodos;
 Meios;
 Observação, para além dos objectivos gerais, instrutivos e
educativos, tipo de aula, fundamentação e bibliografia.

O plano de aulas não pode ser estático, pois, nem todas as normas e
regulamentos de um plano são de realização obrigatória; muitas
apontam apenas, as formas mais indicadas de realização duma aula.
Mas, isso não dispensa a presença do plano na sala de aulas.
Didáctica de Geografia I G0138 66

XIV.3. Organização e realização da aula

A aula é constituída por diferentes etapas e cada uma dessas etapas


cumpre uma determinada finalidade pedagógica no processo da
aquisição de conhecimentos. Esta finalidade pedagógica é a que
chamamos de função didáctica (FD).

XIV.3.1. Função didáctica (FD), são orientações que o professor


deve ter em consideração para a realização do processo completo
de aquisição de conhecimentos e outras capacidades para o
desenvolvimento da personalidade.

XIV.3.1.1. Estimulação e preparação da aprendizagem (EPA),


visa criar condições de estudo através da mobilização da atenção e
interesse dos alunos. Objectiva também a criação duma atitude
favorável ao estudo e a ligação da matéria nova com a matéria das
aulas anteriores. A matéria pode ser apresentada como um
problema a ser resolvido durante a aula.

XIV.3.1.1.1. Passos do EPA


1º Passo: Motivação, orientação aos objectivos e garanta do nível
inicial.
 A motivação começa nos primeiros 5 minutos, mas deve ser
permanente em toda aula.
 A orientação aos objectivos consiste em transformar um
objectivo pedagógico em objectivo dos alunos. O professor
procura levar os alunos ao estudo da matéria e estimula nos
alunos o desejo de dominar novos conhecimentos para
novos progressos. Por outro lado, o professor orienta os
alunos aos aspectos importantes da aula.
 A garantia do nível inicial, é uma ponta entre o não
conhecido e o conhecido. Assim, o ensino da Geografia
conhece uma contínua progressão.
Didáctica de Geografia I G0138 67

XIV.3.1.2. Transmissão do conteúdo novo (TCN), permite


organizar e garantir a aquisição de novos conhecimentos e as
actividades (do professor e do aluno).

A TCN pode ser dividida em factos (facto 1e facto 2). Por


exemplo: se o tema da aula for o relevo de Moçambique e o tempo
é de 45 minutos, o professor poderá integrar aspectos como
conceito; formas de relevo; características do relevo; localização.
Assim, temos quarto (4) factos.

XIV.3.1.3. Consolidação - É complexa e geral. Consiste na


fixação, na memória dos principais conhecimentos, capacidades,
hábitos, convicções e atitudes para que num período mais ou menos
longo sejam reproduzidos ou aplicados.

XIV.3.1.3.1. Formas de Consolidação:

 A repetição (repetir a matéria de forma resumida);


 A Exercitação;
 A aplicação;
 A sistematização.

XIV.4. Tipos de aulas


Os tipos de aulas distinguem-se a partir da função didáctica
predominante. Assim temos:

 Aula de introdução;
 Aula de transmissão de conteúdos novos;
 Aula de consolidação (repetição);
 Aula de aplicação (exercícios);
 Aula de controlo e avaliação (testes).
Didáctica de Geografia I G0138 68

XIV.5. Auto – avaliação da aula

A auto – avaliação da aula é feita pelo professor através da


consolidação, sobretudo na sua forma de exercitação, aplicação e
sistematização, podendo pedir aos alunos para aplicarem os
conhecimentos transmitidos em um exercício concreto ou que
sistematizem os conhecimentos, dependendo das respostas, caso
haja necessidade o professor pode repetir a explicação por outras
palavras ou enfatizar o que já foi dito; isto dentro da sala de aula,
mas a auto – avaliação também pode ser feito através de avaliação,
depois de terminada a unidade ou o capítulo.

Sumário
Nesta unidade falamos sobre o plano de aula, elementos do plano
de aula, da organização e realização da aula , tipos de aula e da auto
– avaliação da aula.

Exercícios
1. Defina plano de aula
2. Destaca os elementos do plano de aula
3. Destaca os passos da organização e realização da aula
4. Destaca os tipos de aula
5. Explica a questão da auto - avaliação.
Didáctica de Geografia I G0138 69

Unidade XV
Avaliação
Introdução
Nesta unidade iremos falar dos tipos, formas e importância da
avaliação; dos tipos de perguntas, registo de informação e
resultados e ficha de informação.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Destacar os tipos de avaliação

 Destacar as formas de avaliação


Objectivos
 Destacar a importância de avaliação

 Explicar a essência dos tipos de perguntas numa avaliação

 Explicar o processo de registo

XV.1. Tipos de avaliação:

Avaliação é um componente do processo de ensino que visa através


da verificação e qualificação dos resultados determinarem a
correspondência destes com os objectivos propostos e dai orientar a
tomada de decisões em relação as actividades didácticas seguintes.
Portanto, avaliação não é só atribuir notas.

A avaliação tem como principais funções, as seguintes:

Pedagógica didáctica – esta função evidencia as finalidades


sociais do ensino, pois, detêm-se a avaliar o cumprimento dos
objectivos gerais de ensino, a partir dos programas de ensino.
Didáctica de Geografia I G0138 70

Função diagnostica – permite verificar os conhecimentos,


pressupostos, particularidades dos alunos no inicio duma tarefa
pedagógico didáctico escolar, durante e no fim do processo de
ensino e aprendizagem (aula, trimestre, semestre). Durante o
processo visa acompanhar com padrões aceitáveis a condução do
ensino. No final a avaliação diagnostica permite a verificação final
como fonte de realimentacão do processo.

Controlo – refere-se aos meios e a frequência das verificações e a


qualificação dos resultados. Fornece informação ao professor e ao
aluno sobre o rendimento do processo de ensino - aprendizagem,
ajudando na classificação.

Assim podemos destacar como tipos de avaliação, as seguintes:

Avaliação Formativa – quando visa determinar a posição do aluno


ao longo duma unidade, para identificar dificuldades e ou soluções.
Por exemplo testes diagnósticos e A.C.S (avaliação de controlo
sistemático).

Avaliação Sumativa – aquela que a juíza o processo realizado pelo


aluno no sentido de aferir resultados recolhidos na avaliação
formativa e obter indicadores que permitam aperfeiçoar o processo
de ensino. Pode acontecer no final da unidade, parte do programa e
exame final. É o caso de A.C.P (avaliação de controlo periódico),
A.C.F (avaliação de controlo final) e Exames.

XV.2. Formas de avaliação

As avaliações podem ser apresentadas aos alunos das seguintes


formas:
Didáctica de Geografia I G0138 71

 Prova dissertativa – o aluno exprime-se por palavras suas,


próprias. Ex. Explicar, comparar, analisar, caracterizar,
avaliar, etc;
 Prova de questões objectivas – o que é, como é, o que são,
porquê,
 Questões de verdadeiro (V) ou falso (F).
 Questões de lacunas.
 Questões de correspondência.
 Questões de escolha múltipla. Por ex. Escolha a resposta
mais correcta.
 Questões de ordenação. Por ex. O ciclo da agua, o aluno é
pedido para ordenar as fases em etapas.
 Prova de questões de identificação (legenda).

XV.3. Importância da avaliação:

 Permite medir o nível de assimilação dos conteúdos (nos


alunos) abordados ao longo das aulas.
 Avaliar o grau de cumprimento dos objectivos traçados pelo
professor.
 Estimular os alunos.
 Permite formular novas estratégias no processo de ensino –
aprendizagem (aluno - professor).

XV.4. Tipos de perguntas:

Os tipos de perguntas vão em função dos objectivos que o


professor pretende atingir numa certa avaliação. Por exemplo se
quer atingir objectivos de memorização pode fazer pergunta do
tipo, menciona, descreva, mas se os objectivos pretendidos são da
compreensão dos conhecimentos, as perguntas geralmente
apararem como Explica ou comenta, etc.
Didáctica de Geografia I G0138 72

XV.5. Registo e informação e de resultados:

O professor deve fazer o registo permanente da informação e


resultado dos alunos, durante as aulas dentro da sala de aula, nas
aulas – excursões ou nos trabalhos independentes ou em grupos.
No fim de cada ano, ao fazer a média dos resultados dos alunos
devem ser ponderados todos os aspectos que foram observados ao
longo do ano. Por exemplo se um aluno era muito participativo,
quando tiver uma média baixa para o exame, o professor pode
ponderar e levar o aluno ao exame.

XV.7. Ficha de informação:

o professor deve ter sempre consigo uma ficha de informação dos


alunos, onde as colunas devem conter o nome do aluno, embora
não muito importante, a idade, as avaliações planificadas, trabalho
independente e resultado das aula – excursões ou das visitas
dirigidas.

Sumário
Nesta unidade falamos dos tipos, formas e importância da
avaliação; dos tipos de perguntas, registo de informação e
resultados e ficha de informação.

Exercícios
1. Destaca os tipos de avaliação;
2. Destaca as formas de avaliação;
3. Destaca a importância de avaliação;
4. Explicar a essência dos tipos de perguntas numa avaliação;
5. Explica o processo de registo de informações e resultados.
Didáctica de Geografia I G0138 73

Unidade XVI
Elementos Institucionais e
Educativos no Ensino de
Geografia
Introdução
Nesta unidade iremos abordar sobre o sistema das ciências
Geográficas e relação entre o ensino e Educação como unidade
dialéctica.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Descrever os novos conceitos de distâncias que caracterizam a


tendência locacional ou locativa da geografia actual
Objectivos  Explicar a essência dos sistemas das ciências geográficos

 Explicar a relação entre ensino e educação.

XVI.1. Sistema das ciências Geográficas:

A Geografia quer geral ou regional, trata, estuda, analisa


sucessivamente os diversos elementos e fenómenos encontrados
num espaço ou presentes na superfície do globo, suas
características, causas da sua localização e extensão, sua evolução
no espaço e tempo e suas consequências de toda ordem. Por isso, o
professor deve empenhar-se em um programa tão completo quanto
possível. A originalidade do ensino de geografia do ensino
geográfico baseia-se na análise das relações entre os fenómenos;
em vez de os considerar isoladamente, a geografia deve mostrar
que todos esses fatos são interdependentes e se combinam entre si
das formas mais diversas. Cada facto geográfico procede, não de
única causa, mas de uma série delas, por exemplo, o relevo é
Didáctica de Geografia I G0138 74

resultado de sistemas de erosões com frequência variados cuja


acção se exerceu numa determinada estrutura geológica; o volume
das águas de um rio e suas variações com as estações dependem de
numerosos factores geológicos, pedológicos, climáticos,
topográficos e também da acção humana. Portanto os alunos devem
ser conduzidos progressivamente para essa ideia da complexidade
dos factos que parecem simples e relações existentes entre eles.

XVI.2. Ensino e Educação como unidade dialéctica

Ensino é a transmissão de conhecimentos, competências e


princípios relacionados com comportamento e atitudes
correspondentes aos usos socialmente tidos com correctos.

Educação é o processo que visa o desenvolvimento harmonioso do


homem nos seus aspectos intelectual, moral e físico e a sua
inserção na sociedade; é educação que dita os métodos de ensino e
aprendizagem de uma determinada nação país.

É por razão que para o ensino de geografia, existem bases psico –


pedagógicas, que compreende o conjunto de teorias que levam a
optimização, descrição, explicação de processos ou resultados.

A optimização do processo de ensino – aprendizagem depende dos


processos psico – pedagógicos, que são:
Didáctica de Geografia I G0138 75

Aspectos da Psicologia Aspectos da Psicologia de

de aprendizagem Desenvolvimento

Ensino e Aprendizagem da

Geografia

Aspectos Psico – Sociais Aspectos Psico - Diagnósticos

Psicologia de aprendizagem: ocupa-se essencialmente com a


estrutura e aquisição de conceitos, conhecimentos e habilidades,
contribuindo para uma estruturação científica do processo de
aprendizagem.

Psicologia do Desenvolvimento: ocupa-se pelo desenvolvimento


do objecto, neste caso, a criança, o jovem e adulto. A psicologia do
desenvolvimento responde a pergunta “para quando uma
determinada actividade de aprendizagem?”

Aspectos psico sociais: preocupa-se no conhecimento de cada


aluno. Chamam atenção ao professor para descobrir a influência do
meio sobre o aluno. O meio refere-se a família, amigos, professor e
a própria turma.

Aspectos psico – diagnósticos: procuram descobrir determinadas


capacidades do aluno, de modo a definir com objectividade o
acompanhamento do aluno, ou seja, os aspectos psico –
diagnósticos ajudam a responder a questão: “que conselhos dar aos
Didáctica de Geografia I G0138 76

nossos alunos?” significa que nesses aspectos diagnósticos, o


professor deve considerar quatro (4) aspectos:

1. O que diagnosticar? Qual é o objecto e os objectivos


diagnóstico?
2. Como diagnosticar? Significa que deve determinar
métodos, variantes ou indicadores.
3. Comparação dos resultados (comparar o real do ideal, isto
é, aquilo que o aluno é, e aquilo que o aluno deveria ser).
4. Avaliar os resultados, isto é, zona do próximo
desenvolvimento.

Importância da observância dos aspectos psico – pedagógicos


no ensino de geografia:

 Importância decisiva: ajuda ao professor na escolha dos


métodos de ensino de uma forma simples, rápida e
persistente, pode levar a compreensão da matéria pelos
alunos; ajuda a formulação dos objectivos e como
seleccionar os conteúdos adequados a idade dos alunos;
 Importância instrutiva: ajuda ao professor a descobrir se
as capacidades e habilidades exigidas correspondem ao
nível e desenvolvimento cognitivo dos alunos
 Importância de motivação: ajuda ao professor a tomar
melhores acções para motivação dos alunos.
 Importância de reflexão: ajuda ao professor a entender,
explicar e a encontrar soluções adequadas para situações
críticas ou aperceber determinadas atitudes em relação a
disciplina de Geografia.
Didáctica de Geografia I G0138 77

Sumário
Nesta unidade abordamos sobre o sistema das ciências Geográficas
e relação entre o ensino e Educação como unidade dialéctica

Exercícios
1. Explica a essência dos sistemas das ciências geográficos
2. Explica a relação entre ensino e educação.
Didáctica de Geografia I G0138 78

Unidade XVII
Breve reflexão sobre a reforma da
Educação em Moçambique
Introdução
Nesta unidade iremos falar da educação num contexto de mudança,
da Escola como centro do processo educativo e da didáctica de
Geografia como disciplina científica.

 Explicar a educação no contexto de mudança

Objectivos  Destacar o papel da escola no processo educativo

 Destacar a importância da didáctica de Geografia como


disciplina científica.

XVII.1. A Educação Num Contexto de Mudança:

A educação é um processo assente num sistema de ideias e de


práticas cuja finalidade é o desenvolvimento harmonioso do
indivíduo enquanto ser humano e enquanto cidadão, apto para
contribuir para o seu bem estar (em todas dimensões), e capaz de
contribuir para a felicidade dos que o rodeiam, intervindo e
ajudando a edificar uma sociedade mais próspera, mais justa e mais
livre.

Isso significa que a educação e a sociedade a que pertence estão


inevitavelmente coesos, e o ritmo de evolução de uma determina o
ritmo de evolução da outra. Por tanto, uma reforma educativa tem
necessariamente de ser precedida por um trabalho de análise e
reflexão aprofundada do contexto em que será aplicada, isto é, deve
Didáctica de Geografia I G0138 79

assentar nas realidades concretas do país em que se pretende aplicar


e nas perspectivas da sua evolução, não se limitando a um projecto
válido em qualquer contexto. Deve visar um determinado cenário
desejável do futuro desse país e evitar a transposição simples de
modelos importados, por mais aliciantes que pareçam num presente
que certamente não irá corresponder àquele futuro.

Obviamente, não é de estranhar que a “reforma educativa” esteja a


constituir tema de um debate importante, justamente por se
reconhecer à educação esse papel – chave na moldagem do futuro,
em termos de desenvolvimento, equilíbrio social, espírito de ajuda
mutua e espírito de solidariedade. Tal debate centra-se na
“qualidade” do ensino, pelas razões seguintes: as relações sociais
foram profundamente perturbadas e a crise de valores é patente no
seio da família e na sociedade moçambicana; a instabilidade da
família; a incerteza crescente dos jovens quanto ao futuro melhor;
desenvolvimento de fenómenos como o consumo de drogas, o
aumento da violência e da criminalidade e a corrupção cada vez
mais crescente.

Pressionados a sociedade e o governo, correm na procura de novas


soluções capazes de produzir efeitos palpáveis e a curto prazo,
quando muito imediatos, esquecendo que a precipitação das
soluções imediatas hipoteca, na maioria das vezes o futuro.

É neste quadro de desorientação, por um lado, mas de busca de


novas ideias e de novas soluções, por outro, que as atenções se
voltam de novo para a questão da educação na escola como centro
do processo educativo. Uns para nela descobrirem o bode
expiatório de todos os males, outros procurando nela a tábua de
salvação para um discurso novo; e, outros ainda por continuarem a
reconhecer nela o fundamento mais duradouro e mais permanente
Didáctica de Geografia I G0138 80

do futuro deste povo e do mundo, e a partir dela, à volta dela e em


função dela traçarem os caminhos do desenvolvimento e
construírem um novo projecto de sociedade.

XVII.2. A Escola como centro do processo educativo

Referiu-se antes que a escola é o centro do processo educativo, só


que, se não tiver condições e recursos adequados não poderá ser
jamais um lugar atraente e motivador de aprendizagem.

Condições e recursos são requisitos necessários, mas não


suficientes; há que ter consciência de que o eventual estágio do
ensino em Moçambique, não se deve exclusivamente à falta de
recursos e condições. Seria excessiva ingenuidade ou
pretensiosismo procurar explicar suavemente esse fenómeno que,
sendo de hoje, não é novo, já que as causas são múltiplas e
complexas; por falta de explicação convincente não há também
solução óbvia e o que se pode fazer de mais útil é apresentar
propostas e dar sugestões para motivar alunos e professores de
modo a que estes se envolvam com gosto no processo de ensino –
aprendizagem.

 Essa motivação e a possibilidade de se atingirem os


objectivos educativos que se ambicionam para o
processo educativo passam pela capacidade de se alterar
de modo significativo os conteúdos e metodologias de
ensino, a formação e aperfeiçoamento dos agentes
educativos, a qualidade e acessibilidade dos manuais
escolares, a disponibilidade de materiais de apoio, e, de
forma relevante, a participação (e não apenas
envolvimento ou consulta) de forma organizada da
comunidade local nas actividades escolares.
Didáctica de Geografia I G0138 81

 A escola deve manter-se cada vez mais próxima da


realidade na sua organização e funcionamento. Os
agentes educativos (alunos, professores, famílias,
comunidade, devem sentir-se participes do processo,
com alto nível de intervenção, desde a formulação do
curriculum até a sua materialização.
 A escola deve formar homens com uma atitude crítica e
consciente, interveniente, solidário, e, não estruturada
numa perspectiva académica geradora de acentuado
grau de teorização que responde mal aos desafios da
vida activa, como tem sido.
 A escola e os outros parceiros educativos devem-se
organizar no sentido de poder responder às adversidades
sócio - culturais e económicos dos alunos que a
massificarão do ensino implicou, reproduzindo
estratificações culturais, em sentido lato, que, na prática,
cerceiam o direito ao sucesso educativo e à cidadania.
 A escola e a comunidade local devem fomentar a
compreensão da complementaridade de vivências
escolares e não escolares e, a compreensão do povo que
somos e dos povos e culturas a que estamos
indissoluvelmente ligados, como base indispensável à
nossa afirmação e participação na solução dos
problemas e desafios que se perspectivam no futuro.

Deste modo, é urgente criar uma nova atitude, onde a Escola se


localiza numa perspectiva de Centro Educativo não isolado do
exterior, não distante da vida social, mas funcionalmente inter –
actuante com o meio e com os outros centros educativos, e livre,
solidária e responsavelmente associada em termos de Territórios
Educativos de dimensão variável e não estáticas.
Didáctica de Geografia I G0138 82

É na modificação do entendimento da escola, da sua reversão, que


se joga a verdadeira reforma da Educação.

Da reflexão sobre a reforma da educação acima apresentada, se


pode concluir de que a realização deste trabalho é de extrema
importância na medida que, objectiva servir de mais um
instrumento para a reforma educativa e/ou de ensino da Geografia
escolar, tendo em conta os princípios fundamentais da didáctica de
geografia.

XVII.3. A didáctica de Geografia como disciplina científica:

A didáctica de geografia é uma disciplina científica com leis


próprias, métodos, objecto de estudo, tarefas, objectivos e
princípios específicos. Esta, não só se preocupa com o como
ensinar, mas também e principalmente com todo o processo de
ensino, isto é, estuda a melhor maneira possível e científica de
transmissão e apropriação de conhecimentos sistematizados, com
vista a optimização duma situação de ensino – aprendizagem por
parte dos integrantes no processo.

Entre a didáctica de geografia e o desenvolvimento de capacidades,


habilidades, hábitos e/ou costumes existe uma relação de
dependência e reciprocidade na medida em que:

 A didáctica de geografia procura inculcar nos


professores de geografia, a necessidade de se adoptarem
métodos e, meios eficazes criam interesse de aprender
sempre mais sobre os objectos e fenómenos geográficos
por parte do aluno.
 A didáctica de geografia ensina como tornar uma aula
cada vez mais interessante para o aluno, a partir do
manuseamento constante de meios geográficos como
Didáctica de Geografia I G0138 83

por exemplo: a leitura e interpretação de mapas,


interpretação de tabelas, de gráficos e de diagramas,
esboço cartográfico, comparação de objectos
geográficos e análise das relações e correlações
geográficas.
 Finalmente, a didáctica de geografia dá subsídios
importantes ao professor de geografia que lhe permitem
usar com autenticidade os princípios, métodos e meios
de ensino da geografia.

A Geografia escolar está relacionada com o saber escolar, e, através


do qual o aluno constrói o seu conhecimento sistematizado (saber
do aluno). Porém, o sucesso do processo de ensino – aprendizagem
depende da interacção entre o professor, o aluno e os saberes
instituídos, que constituem os vértices do triângulo didáctico.

XVII.3.1. O triângulo didáctico

O triângulo didáctico, consiste num modelo gráfico que


representa uma situação didáctica estruturada de forma a permitir
uma optimização da aprendizagem. Este modelo foi estudado e
apresentado por J. HOUSSAIE (1988).

Saber

Processo de Ensino Processo de aprendizagem

Professor Aluno

Processo didáctico

Esquema 1: Triângulo didáctico


Didáctica de Geografia I G0138 84

Neste modelo, de Houssaie, pode-se observar a interacção entre o


professor, aluno e o saber, assim como avaliar o sucesso do
processo de ensino – aprendizagem.

Quando o pólo professor – aluno é dominante, o professor assume


um posicionamento de formador. Há forte interacção entre o
professor e os alunos, onde a essência é a conversa didáctica ou
aula dialogada. Este procedimento por parte do professor, leva os
alunos a se aproximarem gradativamente da organização lógica dos
conhecimentos e a dominarem métodos de elaborar suas ideias de
maneira conjunta. Por outro lado, há um desenvolvimento de
habilidades em expressar opiniões fundamentadas, de discutir,
argumentar e refutar as opiniões dos outros de forma sistematizada
e lógica, proporcionando assim a aquisição de novos
conhecimentos.

Se o pólo saber – professor é dominante, o professor centra-se


mais na transmissão dos conteúdos, e, o aluno assume
necessariamente uma atitude receptiva, embora não
necessariamente passiva, enquanto que o professor é o centro do
processo de ensino – aprendizagem. O método dominante é o
expositivo e, esse procedimento não favorece a criatividade no
aluno. O aluno torna – se um reprodutor de conhecimentos, graças
a memorização excessiva. Domina o processo ensinar (transmissão
de conhecimentos)

Se o pólo aluno – saber é dominante, o professor assume um papel


de facilitador, de orientador ou de mediador. O aluno é apresentado
uma série de tarefas, e que, de modo relativamente independente e
criativo vai resolvendo, durante um determinado tempo. Este
posicionamento do professor permite uma assimilação activa dos
conteúdos suscitando a actividade mental dos alunos e não
Didáctica de Geografia I G0138 85

simplesmente a atitude receptiva. Aqui há valorização do aprender


continuamente, ao longo da vida.

Nas aulas de geografia notasse que predomina mais o pólo saber –


professor. Pois, o professor de geografia assume – se como o
senhor soberano, detentor de todo conhecimento e/ou do saber. O
discurso do professor e seus apontamentos estáticos e limitados
(que também tiveram com outros professores quando alunos), é que
regulam toda a aula. E, aos alunos, cabe lhes o papel de
reprodutores de saberes dos anos anteriores ou das universidades.

A via para ultrapassar esta dependência dos professores em relação


ao saber científico ou universitário é através da transposição
didáctica.

Sumário
Nesta unidade falamos da educação num contexto de mudança, da
Escola como centro do processo educativo e da didáctica de
Geografia como disciplina científica

Exercícios
1. Explica a educação no contexto de mudança
2. Destaca o papel da escola no processo educativo
3. Destaca a importância da didáctica de Geografia como
disciplina científica.
Didáctica de Geografia I G0138 86

Unidade XVIII
Realização dos métodos de
ensino
Introdução
Nesta unidade iremos abordar sobre os métodos de ensino, suas
características e sua classificação.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Definir método de ensino

 Destacar as características dos métodos do ensino


Objectivos Identificar os tipos de métodos

XVIII.1. Métodos de ensino:

Os métodos de ensino são conjuntos de meios, procedimentos e


técnicas através das quais o professor e os alunos concretizam os
objectivos da aula.

Estes estão em estreita conexão com os princípios didácticos, pois,


estes tem um carácter orientador do processo de ensino –
aprendizagem.

No processo da planificação o professor orienta-se pelos princípios


para melhor definição do método. Enquanto que os princípios
orientam o professor na selecção do instrumentário adequado. Os
métodos de ensino constituem meios para acção do professor.
Didáctica de Geografia I G0138 87

XVIII.2. Características dos métodos de ensino

Os métodos de ensino estão orientados para os objectivos ( um


método para um objectivo);

Implicam uma sucessão planificada e sistematizada do professor


como dos alunos;

Os métodos requerem a utilização dos meios didácticos.

XVIII.3. Classificação dos métodos do ensino:

Os métodos de ensino classificam-se em:

 Expositivo;
 Elaboração conjunta;
 Trabalho independente;

Sumário
Nesta unidade abordamos sobre os métodos de ensino, suas
características e sua classificação.

Exercícios
1. Defina método de ensino
2. Destaca as características dos métodos do ensino
3. Identifica os tipos de métodos
Didáctica de Geografia I G0138 88

Unidade XIX
Importância da combinação dos
métodos
Introdução
Esta unidade apresenta conceitos básicos em Cosmografia

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Destacar a importância da combinação dos métodos;

 Identificar as variantes na combinação dos métodos


Objectivos  Destacar os factores que determinam a escolha dos métodos.

XIX.1. Importância da combinação dos métodos

Para um correcto processo de ensino – aprendizagem (transmissão


e desenvolvimento de conhecimentos, capacidades e habilidades), o
professor deve combinar os métodos de ensino, prevalecendo no
entanto a predominância de um método para cada situação. Esta
combinação justifica-se pelas diferentes potencialidades que cada
método tem.

XIX.2. As variantes na combinação dos métodos:

Existem três variantes de combinação dos métodos:

1- Para Introdução...................................... Método


Expositivo
2- Para Desenvolvimento............................ Método de
Trabalho Independente
3- Para Consolidação.................................. Método de
Elaboração Conjunta.
Didáctica de Geografia I G0138 89

Este procedimento é flexível e depende dos objectivos, meios,


princípios didácticos e do ambiente da turma.

XIX.3. Factores que determinam a escolha dos métodos:

 Objectivos da aula;
 O conteúdo e suas particularidades (é complexo ou não);
 Princípio didáctico;
 A personalidade do professor (por ex. se o professor não
tem domínio a turma dificilmente usará o método de
trabalho independente);
 As características dos alunos (idade, pressupostos, aspectos
sócio - culturais);
 Formas de organização de ensino (individualizado ou em
grupo);
 Os meios didácticos disponíveis;
 Tempo disponível.

A escolha do método de ensino com base nestes factores,


representa uma acção criadora no processo de planificação e
realização do ensino. A escolha do método não pode ser empírico.

Sumário
Nesta unidade falamos da importância da combinação dos métodos,
as variantes na combinação dos métodos e os factores que
determinam a escolha dos métodos

Exercícios
1. Destaca a importância da combinação dos métodos;
2. Identifica as variantes na combinação dos métodos
3. Destaca os factores que determinam a escolha dos métodos.
Didáctica de Geografia I G0138 90

Unidade XX
Meios de Ensino da Geografia
Introdução
Nesta unidade iremos abordar sobre a importância da utilização dos
meios didácticos e da sua classificação.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Destacar a importância dos meios didácticos

 Distinguir tipos de meios didácticos de acordo com as suas


Objectivos funções.

XX.1. Importância da utilização dos meios didácticos:

O contacto com objectos naturais nem sempre é possível na aula de


geografia daí que o professor utiliza meios auxiliares que
funcionam como portadores de informações. Os meios didácticos.

A didáctica tradicional dispensa o uso de meios de ensino e o que


importa é a vocação do professor (experiência). Enquanto a
didáctica moderna defende que é imprescindível o uso de meios
didácticos porque tem diferentes funções e potencialidades
específicas no ensino de geografia.

Os meios de ensino são seleccionados a quando a preparação da


aula, isto porque quando estes são bem seleccionados e usados
aumentam os resultados da aprendizagem e a actividade do aluno
(torna a aula eficaz).

Meios didácticos, são todos recursos materiais que combinados


com os métodos de ensino, gestos e mímica permitem ao professor
e ao aluno alcançar os objectivos de ensino duma forma metódica,
racional e efectiva.
Didáctica de Geografia I G0138 91

Os meios didácticos são importantes porque facilitam o processo de


aquisição de conhecimentos, estimulam a aprendizagem criando
motivos e interesses da aprendizagem; facilitam e possibilitam o
processo de desenvolvimento de capacidades, habilidades de
pensar, explicar, observar e comparar; permite a racionalização da
actividade do professor e a consolidação dos conhecimentos.

XX.2. Classificação dos meios didácticos:

Os meios didácticos são classificados segundo as suas funções, em:

 Cognitiva: Facilitam o processo de aquisição de


conhecimentos, isto porque, estes são portadores de
informação. Ex. Ao falar da forma da Terra o professor trás
o globo para elucidar.

 Motivação: Estimulam a aprendizagem criando motivos e


interesses da aprendizagem. Ex. Ao falar dos rios de
Moçambique, trás um mapa com os rios de Moçambique.
 Afectiva: Facilitam e possibilitam o processo de
desenvolvimento de capacidades, habilidades de pensar,
explicar, observar e comparar.
 Racionalização da actividade do professor
 Consolidação dos conhecimentos.

Sumário
Nesta unidade falamos sobre a importância da utilização dos meios
didácticos e da sua classificação

Exercícios
1. Destaca a importância dos meios didácticos
2. Distinga tipos de meios didácticos de acordo com as suas
funções.
Didáctica de Geografia I G0138 92

Unidade XXI
Material básico para o Ensino de
Geografia
Introdução
Nesta unidade iremos falar sobre a imagem do quadro e livro do
aluno e da importância dos materiais para o ensino de Geografia.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Destacar a importância da imagem do quadro e do livro do aluno

 Explicar a importância dos materiais para o ensino de geografia.


Objectivos

XXI.1. Imagem do quadro e livro do aluno:

XXI.1.1. Imagem do quadro como meio de ensino da geografia:

É a apresentação duma forma estruturada dos principais aspectos


da aula. A imagem do quadro facilita a aprendizagem e permite que
os alunos façam as conexões.

Formas de imagem do quadro


 Esboço cartográfico;
 Imagem, do quadro informativa (textos, definições, etc.);
 Esboço esquemático (diferentes esquemas);
 Forma combinada (mapas, esboços, textos, etc.).

Atenção: Cada imagem do quadro deve ter um determinado título e


é recomendável o uso de giz à cor.
Didáctica de Geografia I G0138 93

XXI.1.2. Livro do aluno como meio básico de ensino da


geografia:

O livro do aluno, é um meio didáctico básico, pois quando usado de


forma correcta e sistemática aumenta a aprendizagem do aluno e
permite o desenvolvimento de conhecimentos capacidades,
habilidades, convicções e atitudes. Portanto, é um meio didáctico
complexo que contém em si vários outros meios como: textos,
gravuras, tabelas, etc.

Para ser livro do aluno deve apresentar conteúdos simplificados de


acordo com a idade dos alunos, conter resumos da matéria em
estudo e obedecer de certa medida o PE de cada classe. O professor
que planifica sua aula usando manuais científicos torna os
conteúdos mais simples de modo a adequa-los ao manual do aluno.

XXI.1.2.1. Tipos de livros do aluno em geografia

 Livro de leitura – constituído por textos e por vezes


gravuras que explicam o texto.
 Livro de exercícios – apresenta apenas exercícios.
 Altas geográfico – é uma colectânea de mapas a diferentes
escalas.
 Livro misto – combinação dos 3 livros (é o mais comum).

XXI.1.2.2. Elementos estruturais do livro do aluno

Os elementos estruturais do livro do aluno são seis (6):

1- Elementos verbais (o texto com o conteúdo, elementos


explicativos, o resumo, glossário, índice, catálogo de
conceitos, as tarefas, etc.).
2- Elementos ilustrativos (imagens e figuras).
3- Elementos esquemáticos (esboços e perfis).
4- Elementos cartográficos (mapas).
5- Elementos gráficos (diagramas).
Didáctica de Geografia I G0138 94

6- Elementos estatísticos (tabelas e números ou cifras).

O professor deve explorar todos estes elementos estruturais para


uma boa Aprendizagem dos alunos.

XXI.1.2.3. Limitações do livro do aluno

 O livro do aluno não é um meio universal, por isso não


observa a realidade próxima do aluno em cada ponto do
país. Daí que o professor deve estabelecer ligações
constantes com a realidade do aluno.
 O livro do aluno é ditado para longo período, e que, ao
longo do tempo alguns conteúdos ficam desactualizados, e,
cabe ao professor actualizar através de revistas, jornais, TV,
etc. O período de edição de um livro é de 10 em 10 anos.
 A interpretação das imagens é subjectiva, cabe ao professor
orientar os seus alunos para os aspectos mais importantes
que a imagem retracta.
 Existência paralela do livro do aluno oficial e não oficial.

Existem livros não oficiais doados por Portugal e Brasil. O


aproveitamento destes deve ser cauteloso e com espírito crítico
porque seguem o PE de seus países. Os livros oficiais reconhecidos
pelo MINED são da 6ª, 7ª, 8ª, 9ª e 10ª classes respectivamente. No
2º ciclo não existem livros oficiais além do atlas.

Sumário
Nesta unidade falamos sobre a imagem do quadro e livro do aluno
e da importância dos materiais para o ensino de Geografia.

Exercícios
1. Destaca a importância da imagem do quadro e do livro do aluno
2. Explica a importância dos materiais para o ensino de geografia.
Didáctica de Geografia I G0138 95

Unidade XXII
Realização das Funções
Didácticas em Geografia
Introdução
Nesta unidade falaremos da formação de Conceitos e habilidades
geográficas, das actividades cognitiva dos alunos e a relação causa
efeito.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Destacar a formação de conceito

Objectivos  Destacar as formas de representações de conceitos

 Destacar a relação entre causa e efeito.

XXII.1. Formação de Conceitos e habilidades geográficas

Conceito – é um reflexo do consciente de propriedades gerais e


essenciais de objectos e fenómenos geográficos.

XXII.2. Actividade cognitiva dos alunos

A aquisição dos conceitos realiza-se durante o crescimento físico e


mental do aluno. Estes conceitos existem no aluno duma forma
indiferenciada. Em grande parte, o conteúdo geográfico é
transmitido a partir de conceitos.

Os conceitos adquiridos nas aulas de geografia são de todos tipos:


de um lado conceitos gerais e do outro conceitos específicos ou
geográficos.
Didáctica de Geografia I G0138 96

XXII.3. Formação de representações e conceitos:

Os conceitos podem ser representados sob forma:


Geral: quando abrangem toda gama de fenómenos e estão em
várias disciplinas. Ex. Indústria, climatologia, comércio, etc.

Específica: quando representam objectos ou fenómenos meramente


geográficas. Ex. Delta, êxodo rural, espaço geográfico, região, etc.
Os conceitos específicos referem-se também a determinadas
unidades territoriais ou geográficas com suas características
próprias e específicas. Cada conceito específico corresponde a um
nome geográfico. Ex. Nampula, Paris. Estes conceitos são únicos
quanto a localização geográfica, natureza e economia, portanto, as
unidades territoriais são entendidas graças a utilização de mapas. O
mapa é a segunda língua da geografia.

Os conceitos podem ainda ser representados sob forma concreta e


abstracta.

Concreta: quando representam objectos ou fenómenos concretos.


Ex. Montanhas.

Abstracta: quando são entendidos graças as suas propriedades e


características. Ex. O clima de Moçambique.

Outros autores utilizam ainda a denominação de conceitos


observáveis (que são usados para descrever coisas ou objectos que
podem ser vistos ou observados) e conceitos não observáveis.

Há professores por exemplo, que em vez do conceito de relevo,


falam dos tipos de relevo e poucas vezes do conceito de relevo,
numa tentativa clara de manipular o conceito.
Didáctica de Geografia I G0138 97

XXII.4. A relação causa efeito:

Já vimos que os fenómenos geográficos não acontecem por acaso,


há causas que explicam a sua origem ou manifestação; é por essa
razão que a Geografia da actualidade se preocupa com as causas da
origem dos fenómenos e suas inter-relações.

Sumário
Nesta unidade falamos da formação de Conceitos e habilidades
geográficas, das actividades cognitiva dos alunos e a relação causa
efeito

Exercícios
1. Destaca a formação de conceito
2. Destaca as formas de representações de conceitos
3. Destaca a relação entre causa e efeito.
Didáctica de Geografia I G0138 98

Unidade XXIII
O Raciocínio Geográfico
Introdução
Nesta unidade, falaremos do raciocínio geográfico, sua
especificidade, os grandes caminhos, as grandes etapas e sua
finalidade; e a relação entre a Geografia Física e Geografia Social e
Económica.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Destacar o raciocínio geográfico e sua especificidade.

 Destacar os grandes caminhos do raciocínio geográfico.


Objectivos
 Identificar as grandes etapas do raciocínio geográfico e suas
características.

 Explicar a relação da Geografia Física com Geografia Social e


Económica.

XXIII.1. O raciocínio geográfico – sua especificidade:

O raciocínio geográfico teve a sua origem na Grécia Antiga e nesta


fase a geografia era pensada sob forma descritiva, isto é, regional
que insistia nas características da paisagem, nas particularidades
dos habitantes e respectivas civilizações e sob forma matemática,
que consistia na localização precisa dos lugares segundo sistemas
elaborados, à confecção de cartas e à busca de explicações para a
influência que a forma da Terra exercia nos diferentes climas.
Didáctica de Geografia I G0138 99

XXIII.2. Os grandes caminhos:

Os grandes caminhos para o raciocínio geográfico foram:

 As grandes escrituras gregas que já descreviam a vida


marítima e as condições geográficas das regiões longínquas;
 As conquistas das terras na época romana;
 As expedições (viagens), principalmente marítimas
 As descobertas marítimas;
 A elaboração do material cartográfico e progresso das
ciências físicas e naturais no século XVIII
 A sistematização da geografia no século XIX

XXIII.3. Grandes etapas e sua finalidade:

A geografia, como todo o conhecimento, evoluiu reflectindo a


própria evolução da sociedade. Assim podemos distinguir as etapas
da sua evolução:

 Fase da antiguidade dos gregos ao século V d. C.: nesta


fase a geografia era pensada sob forma descritiva, isto é,
regional que insistia nas características da paisagem, nas
particularidades dos habitantes e respectivas civilizações e
sob forma matemática, que consistia na localização precisa
dos lugares segundo sistemas elaborados, à confecção de
cartas e à busca de explicações para a influência que a
forma da Terra exercia nos diferentes climas.
 Fase da época medieval (do século V.d.C ao século XIV):
corresponde a época em que a geografia perdeu muito a
cientificidade, o paradigma científico legado pelos gregos,
foi substituído pelo paradigma dos monges; a bíblia passou
a dar resposta às interrogações dos homens; a representação
da Terra tomou a forma discoidal, isto é, dentro de um disco
circular apareciam os continentes do Velho Mundo-Europa,
África e Ásia, divididos por um mar em forma de Te
Didáctica de Geografia I G0138 100

rodeados pelo oceano. Eram os chamados mapas de T em


O, onde Jerusalém, o principal pólo da cristandade, ocupava
o centro.
 Fase da época moderna (do século XV ao século XVIII:
é a época em que todo o mundo é conhecido, graças às
grandes descobertas marítimas e, depois devido às grandes
explorações do interior dos continentes. As cartas-
portulanos substituem os mapas antigos, mostrando com
bastante exactidão os contornos das terras encontradas.
Foram criados novos sistemas de projecção, como a
cilíndrica de Mercator (1570). Apareceram os primeiros
atlas com um rigor científico crescente, surgiram pela
primeira vez, os planisférios ou mapa mundi, com traçado
dos rumos dos ventos, muito importantes para a navegação.
Em suma, esta é a chamada da evolução cartográfica.
 Fase da época contemporânea (século XVII a XIX): é a
fase em que se destacam Alexandre von Humboldt e Karl
Ritter no conceito da geografia moderna, é quando surgem
os princípios da geografia. Alexandre von Humboldt
defendeu o princípio de causalidade e o princípio da
geografia geral, ele, reagindo contra o carácter estático do
sistema científico do século XVIII, (segundo este sistema,
era possível uma classificação dos seres vivos, que se
manteriam numa proporção inalterável), Humboldt queria
demonstrar experimentalmente a harmonia universal da
natureza, através da nova ciência, a física do globo. E foi
com este firme propósito que ele desenvolveu a sua
actividade, quer como viajante, quer como escritor, em que
utilizou métodos científicos. Entre os métodos utilizados,
sobressai o método comparativo, um método geográfico por
excelência, ao mesmo tempo que tinha em consideração a
perspectiva histórica no estudo dos fenómenos sobre que se
debruçava. Empregando um método empírico e indutivo,
Didáctica de Geografia I G0138 101

Humboldt localizava e comparava os numerosos dados que


ele próprio recolhia ao longo das viagens que empreendia
(em 17779 à América; de 1804 a 1826 a Paris; em 1829 à
Rússia). A maioria destes dados respeitava a fenómenos
físicos, embora não se alheasse totalmente dos aspectos
humanos. O facto de ser a natureza o que mais o cativava
contribuiu ara que, posteriormente ao seu desaparecimento,
muitos geógrafos vissem nele o grande impulsionador da
geografia física.

Considerando a paisagem como resultado da conexão de


fenómenos naturais, Humboldt não se detinha no estudo de casos
individuais mas, pelo contrário, perseguia os factos gerais. Deste
modo, aplicava os dois princípios que formulara, o da causalidade e
o da geografia geral. Já Karl Ritter, foi quem sistematizou as ideias
de Humboldt e as aplicou na Geografia.

Com uma formação inicial filosófica e histórica, a sua dedicação ao


ensino da geografia (durante anos ocupou a cátedra desta disciplina
na Universidade de Berlim) permite que se considere Ritter como
geógrafo. Influenciado pelas ideias pedagógicas de Rousseau e
Pestalozzi, procurou estudar as relações entre a superfície terrestre
e a actividade humana. Ao contrário de Humboldt, que centrava a
sua atenção na Terra e nos fenómenos que nela ocorrem, Ritter
colocou a tónica no estudo do homem, passando a Terra a ser
objecto de uma importância secundária. Esta a razão pela qual
muitos geógrafos vêem em Ritter o iniciador de Geografia
Humana. Com uma educação cristã fervorosa, Ritter, tal como
Humboldt, sujeito às influências do idealismo e do romantismo
alemão, concebia o Mundo como organizado segundo um princípio
de finalidade e considerava a superfície terrestre – Todo
Geográfico, como inserida no grande Todo da natureza, a que
Didáctica de Geografia I G0138 102

correspondia uma harmonia completa derivada do equilíbrio e


coesão das partes.

Segundo ele, à geografia competia estudar as relações entre o


homem e a natureza, no sentido da reconstrução do Todo. Para isso,
deveria utilizar, em primeiro lugar, a observação e, depois,
progredindo do mais simples ao mais complexo, chegaria, por
comparação, `a formulação de leis gerais.

Esta procura de leis e as conclusões a que chegou no estudo das


formas terrestres e respectivas proporções mostra, em Ritter,
tendências deterministas, nomeadamente quando se refere ao
destino dos povos e da humanidade.

Este determinismo era, também, uma consequência da perspectiva


teológica defendida por Ritter segundo a qual a explicação dos
factos se deriva basear em causas finais. Isto conduzia à concepção
de uma submissão fatalista do homem às leis da natureza, pelo que
defendia a existência de leis cósmicas superiores responsáveis pela
disposição dos continentes e respectivas áreas ocupadas, bem como
pelo destino dos povos que neles habitavam. Porém, pode se
afirmar que Ritter não era um determinista radical, pois chegou a
especular sobre a ideia da transformação do espaço físico em
consequência do desenvolvimento científico, social e técnico. Esta
perspectiva da mutação do espaço e das relações nele existentes,
seria a característica que distinguira da Geografia das outras
ciências que também estudam o espaço.

Pode-se, concluir assim, que Humboldt e Ritter foram


modeladores da Geografia moderna; da ciência descritiva e
caótica que fora até ao seu tempo, tornaram-na ou antes, criaram-
lhe os fundamentos para ser uma ciência sistemática, deixando
claro o caminho que a geografia deveria seguir para se converter
em verdadeira ciência, ou seja, perseguir a recolha de dados através
da observação, a sistematização desses dados segundo o princípio
Didáctica de Geografia I G0138 103

da causalidade e a formulação de leis gerais. No entanto, este


valioso contributo não foi suficiente para levar a Geografia a
ascender à categoria de ciência autónoma. Humboldt e Ritter
foram, no seu tempo, figuras isoladas cujas obras não encontraram
eco imediato na Geografia da época. Isso só viria a suceder cerca
de 1870, com a institucionalização da Geografia, tendo já entrado
nos currículos dos graus de ensino elementar e médio, nos países
com forte crescimento industrial.

A Geografia que era ensinada inicialmente por pessoas de


formação diversificada (historiadores, filósofos, botânicos,
naturalistas, matemáticos, geólogos etc.), passou a ser leccionada
por um grupo de professores de Geografia formados em
Universidades.

Actualmente, em certos países desenvolvidos, nota-se uma


tendência para a integração da geografia num programa de estudos
sociais, eliminando-a como matéria independente dos currículos
das escolas primárias e secundárias.

Por outro lado, a Geografia Contemporânea não trata somente da


localização e da distribuição de fenómenos, mas procura também
interpretá-los evidenciando as correlações de causalidade e
finalidade (isto é, causa e efeito). Sendo assim, a Geografia dos
nossos dias deixou de ser meramente descritiva, passando para
explicativa e comparativa, e, consequentemente modificou também
a metodologia do seu ensino, passando do carácter teórico para
prático e experimental e em conexão com a Revolução Técnica e
Científica, tenta dar soluções á vários problemas da relação
Homem – natureza.

XXIII.4. Geografia Física e Geografia Social e Económica:

A Geografia Física trata do estudo dos fenómenos físicos tais como


a Climatologia, Geomorfologia, Hidrografia, Biogeografia, a
pedologia e outros, enquanto que a Geografia Social e Económica,
Didáctica de Geografia I G0138 104

estuda os fenómenos sócio -económicos, tais como, a População e


as actividades que ela desenvolve (agricultura, indústria,
Transportes, Comércio, turismo, Política, Cultura, etc.). Porém
estes dois ramos não se podem estudar isoladamente, pois um
influencia o outro, por exemplo para o estudo da população de uma
determinada região, é importante conhecer as características físicas
desta região como o clima, os solos, a vegetação, a hidrografia,
pois estes elementos podem influenciar para maior ou menor
concentração populacional; por outro lado o estudo por exemplo do
clima de uma determinada região, deve ser levado a cabo, tomando
em conta a influência que as actividades da população, como
indústria e agricultura, podem influenciar na modificação dos seus
elementos como: temperatura, precipitação e outros.

Sumário
Nesta unidade, falamos do raciocínio geográfico, sua
especificidade, os grandes caminhos, as grandes etapas e sua
finalidade; e a relação entre a Geografia Física e Geografia Social e
Económica

Exercícios
1. Destaca o raciocínio geográfico e sua especificidade.
2. Destaca os grandes caminhos do raciocínio geográfico.
3. Identifica as grandes etapas do raciocínio geográfico e suas
características.
4. Explica a relação da Geografia Física com Geografia Social e
Económica.
Didáctica de Geografia I G0138 105

Unidade XXIV
Práticas Pedagógicas
Introdução
Nesta unidade sobre os modelos de elaboração de planos de aulas
Simulação se aulas na turma.

Ao completar esta unidade / lição, você será capaz de:

 Elaborar um plano de aula.

 Simular uma aula na turma.


Objectivos

XXIV.1. Elaboração de planos de aulas:

Modelo de plano de aula

Escola...........................................................................................Classe…...........
Turma........Data....../......./....Duração.....Número de lição..................................
Professor..............................................................................................................
Unidade temática.................................................................................................
Tema da aula........................................................................................................
Objectivo geral.....................................................................................................
……………………………………………………………………………………
……….
Objectivos instrutivos.........................................................................................
.................................................................................................................................
.............................................................................................................................
Objectivos educativos........................................................................................
.................................................................................................................................
.............................................................................................................................
Tipo de aula.........................................................................................................
Didáctica de Geografia I G0138 106

Fundamentação...................................................................................................
...............................................................................................................................
Bibliografia.............................................................................................................
.............................................................................................................................

Princí-
pios
Tem Fases da Funções Conteúdos Act. Act. Méto- Mei Obs
po aula Didácti os
didácticas Prof. Aluno dos
cos

Motivação;
G.N.I;
Orientação
aos E.P.A
objectivos

Facto 1 T.C.N

Repetição e Consolidaçã
aplicação o

Apontament Sistemati
os zação

Facto 2 T.C.N

Repetição e Consolida
aplicação ção

Controlo e
avaliação
Exercitação

Exercícios T.P.C

XXIV.2. Aulas simuladas na turma:

Uma vez terminada a parte metodológica, segue-se agora a parte


prática, em se deve trabalhar com os estudantes, usando temas
concretos quer da Geografia Física ou Económica, para
apresentação de aulas simuladas na turma, sendo que os próprios
colegas e docente servem como alunos das Escolas onde irão
leccionar a disciplina de Geografia. Portanto aulas simuladas serão
Didáctica de Geografia I G0138 107

aulas dadas pelos estudantes do curso de Licenciatura em ensino de


Geografia, como se estivessem numa sala de aulas de uma das
escolas onde irão trabalhar.

Sumário
Nesta unidade sobre os modelos de elaboração de planos de aulas
Simulação se aulas na turma.

Exercícios
1. Elabore um plano de aula.
2. Simule uma aula na turma.
Didáctica de Geografia I G0138 108

Bibliografia

1- SANTOS, M., “Por uma outra Globalização, 11,ed.Rio de


Janeiro, Record, 2004;

2- STRAFORINI, R., Ensinar Geografia, o Desafio da Totalidade,


São Paulo, 2004;

3- CALLAI, Helena Copetti, “Espaço de Poder ou Poder do


Espaço, Contexto e Educação, V.3, 1986;

4- LACOSTE, Yves, A Geografia Isso Serve em primeiro lugar


para fazer a guerra, Campinas, São Paulo, Papirus, 1988;

5- RESENDE, Márcia Spyer, A Geografia do Aluno Trabalhador.


Caminhos para uma Prática de Ensino, São Paulo, Loyola, 1986;

6- SILVA, Aracy Lopes da, (org), A questão indígena na sala de


aula, São Paulo, 1987;

7- VESENTINI, José William (org), Geografia e Ensino – Textos


Críticos, Campinas, Papirus, 1980;

8- FRIRE, Paulo, Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro, 1994;

9- MORIN, Edgard, A necessidade de um pensamento complexo,


In: MENDES, C. (org) Representações e Complexidade. Rio de
Janeiro, Garamond, 2003;
Didáctica de Geografia I G0138 109

10- NICOLAU, Graciela Barraque, Metodologia de la ensenanza


de la Geografia, 1991;

11- SCHOUMAKER, Bernadette Merenne, Didáctica de


Geografia, 1999;

12 - NAKATA, Hirome; COELHO, Marcos Amorim, “Geografia


Geral: Geografia Física, Geografia Humana e Geografia
Económica”, São Paulo, Editora Moderna, 1982;

13 - NANJOLO, LUÍS; ABDUL, Ismael, “Processos e Fenómenos,


Geografia 11ª Classe”, Edição Diname, Moçambique, 2002;

14 - LEITE, Idalina, “Geografia 12º Ano de Escolaridade,


vol.1”Edições ASA, Lisboa, 1989;

15 – MANUAL DA UNESCO PARA O ENSINO DA


GEOGRAFIA, Editorial Estampa, Lda, Lisboa, 1978;

16 – DUARTE, Stela Cristina Mithá “Avaliação da Aprendizagem


em Geografia: desvendando a produção do fracasso escolar,
Maputo, 2007;

17 - CARLOS, Ana Fani Alessandri (org) e outros, “A


GEOGRAFIA NA SALA DE AULA, São Paulo, 2001;

18 – PENTEADO, Heloísa Dupas, “Metodologia do Ensino de


História e Geografia”, São Paulo, 2001.

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