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1 – Tributos em Espécie

1. Competência, Capacidade Tributária e definição dos tributos

Conceito de tributo
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
a sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada (art. 3º
do Código Tributário Nacional)

Competência Tributária
É a aptidão abstrata, privativa, irrenunciável, incaducável, indelegável e facultativa, deferida aos três entes de
governo pela Constituição (União, Estado, DF e Municípios), para instituir legislativamente tributos, nos limites
definidos na Carta, em regra via lei ordinária (e medida provisória), e, nos casos definidos expressamente na
Constituição, na via da lei complementar.

Capacidade Tributária Ativa


A atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária pode ser conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra. A
atribuição compreende as garantias e privilégios processuais que competem à pessoa jurídica delegante, pode
ser revogada a qualquer tempo, por ato unilateral da delegante. Não constitui delegação o cometimento do
encargo ou função de arrecadação a pessoas jurídicas de direito privado (art. 7º do CTN)

Definição de Imposto
É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,
relativa ao contribuinte (art. 16 do CTN)

Definição de Taxa
Instituída em razão do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição (art. 145, I, da CR88)

Definição de Contribuição de Melhoria


Tem por hipótese de incidência um atuação estatal indiretamente referida ao contribuinte, decorrente de uma
obra pública que causa valorização imobiliária, isto é, que aumenta o valor de mercado dos imóveis localizadas
em suas imediações.

Definição de Contribuições sociais e especiais


Uma espécie de tributo com finalidade constitucional definida, a saber, intervenção no domínio econômico,
interesse de categorias profissionais ou econômicas e seguridade social.

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Definição de Empréstimo Compulsório
Trata-se de tributo restituível, somente passível de instituição pela União, via lei complementar, para atender a
despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência, bem como no
caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

2. Tipologia dos Tributos

Tipologia dos Tributos

1. Impostos (CR88, arts. 145, I, 153, 154, 155 e 156);


2. Taxas (CR88, art. 145, II);
3. Contribuições:
1. De melhoria (CR88, art. 145, III);
2. Sociais (CR88, art. 149)
1. De seguridade social (CR88, arts. 195, I a IV e 239) e outras de seguridade social (CR88,
art. 194, § 4º)
2. Sociais gerais (salário-educação-art. 212, § 5º, da CR88, contribuições para o sistema S –
Sesi, Senai etc. – art. 240 da CR88)
3. Especiais
1. Contribuição de intervenção no domínio econômico – CIDE
2. Corporativas (art. 149 da CR88 – Conselhos de categoria econômica, Contribuição
sindical)
3. Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (art. 149-A da CR88)
4. Empréstimo Compulsório (art. 148 da CR88)

Tipologia das Contribuições


3. Contribuições:
1. De melhoria (CR88, art. 145, III);
2. Sociais (CR88, art. 149)
1. De seguridade social (CR88, arts. 195, I a IV e 239) e outras de seguridade social (CR88,
art. 194, § 4º)
2. Sociais gerais (salário-educação-art. 212, § 5º, da CR88, contribuições para o sistema S –
Sesi, Senai etc. – art. 240 da CR88)
3. Especiais

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1. Contribuição de intervenção no domínio econômico – CIDE (arts. 149 e 177 da CR88)
2. Corporativas (art. 149 da CR88 – Contribuição para conselhos profissionais e
contribuição sindical)
3. Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (art. 149-A da CR88)

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2 - Tributação sobre a Renda

1. Imposto de Renda na Constituição


CF
Art. 153 da Constituição. Compete à União instituir impostos sobre:
III - renda e proventos de qualquer natureza;
§ 2º - O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;

Imposto de Renda na Constituição


O imposto de renda não precisa respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal (art. 150, III, “c”, e § 1º, da
CR88), porém deve respeitar o princípio da anterioridade geral (art. 150, III, “b”, e § 1º, da CR88). Ainda, caso
majorado por medida provisória, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida
em lei até o último dia daquele em que foi editada (art. 62, § 2º, da CR88)

2. IRPJ e CSLL

Fato gerador e contribuintes do IRPJ e da CSLL

 Fato Gerador do IR
O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade
econômica ou jurídica (art. 43 do CTN):
• de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
• de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não
compreendidos no inciso anterior.
A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição
jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção.

 Fato Gerador da CSLL


O art. 149 da CR88 autorizou a União a instituir contribuições sociais, havendo previsão expressa para instituição
de uma contribuição social sobre lucro no art. 195, I, “c”, da CR88 . A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL) foi instituída por meio da Lei nº 7.689/88, e incide sobre o lucro das pessoas jurídicas. Seu fato gerador é
o auferimento de lucros.

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Contribuintes do IRPJ e CSLL

 São contribuintes do IRPJ:


a) pessoas jurídicas de direito privado, domiciliadas no país (art. 27 do DL nº 5.844/43);
b) empresas individuais, domiciliadas no país;
c) comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados das operações realizadas por seus
mandatários ou comissários no país (art. 76 do Lei nº 3.470/58).

 São Contribuintes da CSLL:


Todas as pessoas jurídicas domiciliadas no País e as que lhe são equiparadas pela legislação do IRPJ (art. 4º da
Lei nº 7.689/88).

Quem são as PJ sob incidência do IRPJ e CSLL?


Conforme o art. 44 do Código Civil, são pessoas jurídicas de direito privado:
 as sociedades, as associações, as fundações, as organizações religiosas, os partidos políticos e as
empresas individuais de responsabilidade limitada - Eireli

As associações, fundações, igrejas e partidos políticos são contribuintes do IR?


Não. Essas pessoas jurídicas são isentas ou imunes ao IRPJ.

Quem são as Empresas Individuais?


As empresas individuais, para os efeitos do Imposto de Renda, são equiparadas às pessoas jurídicas.
São empresas individuais:
a) as firmas individuais;
b) as pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade
econômica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro, mediante venda a terceiros de bens
ou serviços;
c) as pessoas físicas que promoverem a incorporação de prédios em condomínio ou loteamento de terrenos.
d) A empresa individual de responsabilidade limitada - Eireli

 Outros Contribuintes do IRPJ


a) as empresas não registradas (sociedades em comum) e as sociedades em conta de participação;
b) as entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência sujeitam-se às normas de
incidência do imposto aplicáveis às pessoas jurídicas, em relação às operações praticadas durante o período em
que perdurarem os procedimentos para a realização de seu ativo e o pagamento do passivo – art. 60 da Lei nº
9.430/96.

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 Não são Contribuintes do IRPJ
▪ O consórcio não possui personalidade jurídica. Seus resultados devem ser tributados em nome das
consorciadas, na proporção da participação estabelecida no contrato;

▪ a pessoa física que, individualmente, preste serviços profissionais, mesmo quando possua
estabelecimento em que desenvolva suas atividades e empregue auxiliares;

▪ pessoa física que explore, individualmente, contratos de empreitada unicamente de mão-de-obra, sem
o concurso de profissionais qualificados ou especializados;

▪ a pessoa física que individualmente seja receptora de apostas da Loteria Esportiva e da Loteria de
Números (Loto, Sena, Megasena, etc), credenciada pela Caixa Econômica Federal

▪ o condomínio de edifícios;

▪ os fundos em condomínio e clubes de investimento, exceto o fundo de investimento imobiliário de


que trata o art. 2º da Lei nº 9.779/99;

▪ as pessoas jurídicas domiciliadas no exterior que possuam no Brasil bens e direitos sujeitos a registro
público.

Regimes de tributação e alíquotas

 Formas de Tributação da Pessoa Jurídica – PJ

Lucro real, lucro arbitrado, lucro presumido e Simples Nacional, este último para as microempresas e
empresas de pequeno porte (receita bruta anual de até R$ 3.600.000,00 em 2017 e R$ 4.800.000,00 a partir de
2018)
Os períodos de apuração do IRPJ e CSLL seguem os trimestres civis, podendo a PJ tributada pelo lucro real optar
pela apuração anual, pagando estimativas mensais.

Alíquotas e Prazo de Pagamento


A alíquota do IRPJ é de 15% sobre o lucro real, presumido ou arbitrado, aplicando-se um adicional de 10% sobre
a parcela do lucro que exceder R$ 20.000,00 vezes o número de meses do período de apuração. A alíquota da
CSLL, como regra, é de 9%, e para as instituições financeiras é de 15%;
O IRPJ e CSLL devido é pago no último dia do mês seguinte ao encerramento do trimestre, podendo ser dividido
em três parcelas, com correção. Para a opção do lucro real anual, o pagamento é no mês seguinte à apuração, com
ajuste anual pago até março do ano seguinte.

 Tributação pelo Lucro Presumido


A tributação pelo lucro presumido é uma forma optativa de apuração do IRPJ e CSLL, que tem como signo
presuntivo da tributação a receita bruta. De notar que, no Brasil, a receita bruta é utilizada como signo presuntivo
para apuração de tributos na tributação pelo Lucro Presumido, arbitrado e no Simples Nacional. A base de cálculo

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do IRPJ e CSLL é, em essência, uma presunção de lucro obtida da receita bruta, com acréscimo de alguns outros
valores (ganho de capital na alienação de ativos, rendimentos de aplicações financeiras etc.). O lucro presumido
seria um lucro com percentuais incidentes sobre o faturamento definidos em lei, um lucro legal.

Formas de tributação

Distribuição das empresas por regime de apuração do IRPJ

Regime de apuração do IRPJ Faturamento (R$ bilhões) % Quantidade de empresas %

Lucro Real 1.805,47 85,09% 188.299 7,22%


Lucro Presumido 175,28 8,26% 613.508 23,51%
Simples 141,1 6,65% 1.807.912 69,28%
Total 2.121,85 100% 2.609.719 100%

Optantes pelo Lucro Presumido

As empresas com receita bruta anual inferior a R$ 78.000.000,00 no ano-calendário anterior à opção, desde que
não sejam instituições financeiras (instituições em sentido lato, abrangendo factorings e atividades de
securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio), não tenham lucros, rendimentos, ganhos de
capital oriundos do exterior, que não usufruam benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto ou
que não tenham pago o imposto no regime do lucro real anual (estimativa mensal).

Percentuais de Presunção de Lucro sobre a Receita Bruta – IRPJ

Atividade Econômica Percentuais (%)


Atividades em geral (RIR/1999, art. 518) 8
Revenda de combustíveis 1,6
Serviços de transporte (exceto o de carga) 16
Serviços de transporte de cargas 8
Serviços em geral (exceto serviços hospitalares) 32
Serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia,
patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e
citopatológica, medicina nuclear e análises e patologias
clínicas 8
Intermediação de negócios 32
Administração, locação ou cessão de bens e direitos de
qualquer natureza (inclusive imóveis) 32

▪ Base de Cálculo do IRPJ no Presumido

Base de Cálculo do IRPJ


=

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Presunção de lucro sobre a receita bruta (variável de acordo com a atividade econômica da empresa)
+
ganho de capital
+
rendimentos e ganhos em aplicações de renda fixa ou variável
+
variações monetárias ativas
+
juros recebidos como remuneração do capital próprio
+
juros recebidos
+
todos os demais resultados positivos recebidos pela PJ

Apuração do IRPJ Devido

A alíquota do IRPJ é de 15% sobre a base de cálculo - BC, havendo um adicional de 10% sobre o montante da BC
que exceder R$ 60.000,00 no trimestre.
Do IRPJ devido, poderão ser deduzidos o Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF sobre as receitas que
integraram a base de cálculo, vedada qualquer dedução a título de incentivo fiscal.
No caso em que o imposto retido na fonte ou pago seja superior ao devido, a diferença poderá ser compensada
com o imposto a pagar relativo aos períodos de apuração subseqüentes.

▪ Base de Cálculo da CSLL

A base de cálculo da CSLL


=
12% (comércio e indústria) ou de 32%
(prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; intermediação de negócios; administração,
locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza)
sobre a receita bruta
+
ganho de capital
+
demais resultados positivos ou receitas não compreendidas na atividade

Apuração da CSLL – Lucro Presumido

A CSLL será determinada mediante a aplicação da alíquota de 9% sobre o resultado presumido das empresas
submetidas ao lucro presumido;
Da CSLL apurada podem ser deduzidos os valores de CSLL retidos na fonte (retidos por órgãos públicos, por
empresas tomadores de serviços de vigilância, limpeza, conservação, transporte de valores, locação de mão-de-
obra etc.)

Estudo de Caso

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Supermercado e posto Autolatina Ltda – 1º Trimestre de 2010
Revenda de mercadoria R$ 2.000.000,00
Revenda de combustível R$ 500.000,00
Prestação de serviço (Lavagem de carros) R$ 100.000,00
Rendimentos de aplicações financeiras renda R$ 50.000,00
fixa
Aluguéis recebidos (desconta o custo de R$ 20.000,00
administração)
Ganho de capital na alienação de bens do R$ 10.000,00
permanente
IRRF sobre as aplicações financeiras R$ 5.000,00

Exemplo Prático – IRPJ

Imposto de Renda
Revenda de mercadoria – presunção lucro R$ 2.000.000,00 x 8% = 160.000,00
Revenda de combustível – presunção de R$ 500.000,00 x 1,6% = 8.000,00
lucro
Prestação de serviço – presunção de lucro R$ 100.000,00 x 32% = R$ 32.000,00
(+) rendimentos de aplicações financeiras R$ 50.000,00
(+) aluguéis recebidos R$ 20.000,00
(+) Ganho de capital na alienação de bens R$ 10.000,00
Base de cálculo do IRPJ R$ 280.000,00
IR devido (15% x R$ 280.000,00 + 10% x R$ 64.000,00
R$ 220.000,00)
(-) IRRF R$ 5.000,00
IR A Pagar R$ 59.000,00

Exemplo Prático – CSLL

Contribuição Social sobre Lucro Líquido


Revenda de mercadoria e combustível – R$ 2.500.000,00 x 12% = R$ 300.000,00
presunção lucro
Prestação de serviço – presunção de lucro R$ 100.000,00 x 32% = R$ 32.000,00
(+) rendimentos de aplicações financeiras R$ 50.000,00
(+) aluguéis recebidos R$ 20.000,00
(+) Ganho de capital na alienação de bens R$ 10.000,00
Base de cálculo da CSLL R$ 412.000,00
CSLL devido (9% x R$ 412.000,00) R$ 37.080,00

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 Tributação pelo Lucro Real

Contribuintes da Tributação pelo Lucro Real


Para alguns contribuintes, o lucro real é opcional e para outros é obrigatório (empresas com receita bruta anual
superior a R$ 78.000.000,00 no ano-calendário anterior, instituições financeiras, aqueles que tenham lucros,
rendimentos, ganhos de capital oriundos do exterior, aqueles que usufruam benefícios fiscais relativos à isenção
ou redução do imposto ou aqueles que tenham efetuado pagamento de estimativa mensal).

Lucro Líquido do Período de Apuração


O lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do lucro operacional, dos resultados não-operacionais
e das participações, e deverá ser determinado com observância dos preceitos da lei comercial. Ao fim de cada
período de apuração do imposto (trimestral ou anual), o contribuinte deverá apurar o lucro líquido, mediante
elaboração do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do período de apuração e da demonstração
dos lucros ou prejuízos acumulados, com observância das disposições da lei comercial.

Lucro Real
O lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações
prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro
líquido de cada período de apuração com observância das leis comerciais (regime de competência – despesas
incorridas, ainda que não pagas, e receitas auferidas, ainda que não recebidas).

Ajustes da Base de Cálculo do IRPJ e CSLL


Os ajustes referentes às adições e exclusões (e diferimentos) são muitos semelhantes para apuração da base de
cálculo do IRPJ (lucro real) e da base da CSLL. Há pequenas diferenças. Assim, por exemplo, as participações no
resultado de administradores e de partes beneficiárias deverão ser adicionadas ao lucro líquido, para apuração
do lucro real; ao revés, tais participações não impactam a base de cálculo da CSLL, sendo dedutíveis.

Lucro Real – Apuração Anual e Trimestral


A empresa poderá apurar os resultados seguindo os trimestres civis (lucro real trimestral), pagando o IRPJ e a
CSLL em cota única no mês seguinte ao encerramento do trimestre, ou em três cotas, corrigidas a partir da
segunda;
Ainda, poderá escolher a opção do lucro real anual, com pagamento de estimativas mensais (estimadas com base
da receita bruta ou com balanço ou balancete de suspensão ou redução), com ajustes anuais de IRPJ e CSLL
vencíveis no último dia de março do ano subseqüente.

Lucro Real Anual – Regime da Estimativa Mensal


A estimativa é calculada com um percentual variável sobre a receita bruta (como no lucro presumido), o qual
deve ser acrescido de algumas outras receitas, como ganhos de capital, porém algumas receitas não incluídas na
receita bruta somente serão consideradas no ajuste anual (Ex.: rendimentos de aplicações financeiras de renda
fixa ou variável). Aqui se excluem as receitas de atividades incentivadas (com isenção ou redução do lucro de
exploração) da base mensal.
Sendo o IRPJ pago por estimativa, a CSLL terá a mesma sorte. Incidirá uma percentual sobre a receita bruta, de
12% (atividades em geral) ou 32% (prestação de serviço), sendo acrescidos os ganhos de capital, as demais
receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não compreendidas na atividade e os rendimentos e

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ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e renda variável, para apurar a base de cálculo
da CSLL.
Da estimativa do imposto apurado, poderão ser abatidos o IRRF e os incentivos referentes ao PAT, doações aos
fundos de criança e adolescente, atividades culturais ou artísticas, atividades audiovisuais e Funcine;
A ausência de pagamento da estimativa do IRPJ e CSLL implica na imputação de uma multa isolada de 50% sobre
a estimativa não paga.

IRPJ e CSLL – Lucro Real - alíquotas


A alíquota do IRPJ é de 15% sobre a base de cálculo - BC, havendo um adicional de 10% sobre o montante da BC
que exceder R$ 20.000,00 mensais;
A CSLL será determinada mediante a aplicação da alíquota de 15% sobre o resultado presumido das instituições
financeiras e de 9% sobre o resultado presumido das demais empresas.

 Tributação pelo Lucro Arbitrado

Lucro Arbitrado
O arbitramento de lucro é uma forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda utilizada pela
autoridade tributária ou pelo contribuinte. É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar
de cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido, conforme o caso.
Quando conhecida a receita bruta, e, desde que ocorrida qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na
legislação fiscal, o contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto de renda correspondente com base nas
regras do lucro arbitrado.

Hipóteses de Arbitramento
1) a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver
vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para:
a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou
b) determinar o lucro real;

2) o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração


comercial e fiscal, ou deixar de apresentar o Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a
movimentação financeira, inclusive bancária, quando optar pelo lucro presumido e não mantiver
escrituração contábil regular;
3) o contribuinte optar indevidamente pelo lucro presumido;
4) o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar e apurar o lucro da sua
atividade separadamente do lucro do comitente, residente ou domiciliado no exterior;
5) o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão
ou fichas utilizadas para resumir, totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário;
6) o contribuinte não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as
demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal, nos casos em que o mesmo se encontre
obrigado ao lucro real.

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Base de Cálculo do Arbitramento – IRPJ e CSLL
O lucro arbitrado é devido em cada trimestre do ano-calendário, com os percentuais do lucro presumido
multiplicados por 20% para cada atividade econômica específica, exceto para instituições financeiras – IF.
Percentual de arbitramento das IF = 45%.
Da mesma forma que na sistemática do lucro presumido, uma vez determinada a parcela da base de cálculo
decorrente da receita bruta auferida (percentual X receita), torna-se necessário acrescer os ganhos de capital, os
rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras e as demais receitas.
O lucro arbitrado das pessoas jurídicas, quando não conhecida a receita bruta, será determinado através de
procedimento de ofício, mediante a utilização de uma das seguintes alternativas de cálculo: 1,05 do lucro real
referente ao último período conhecido; 0,04 dos ativos do último balanço; 0,07 do valor do capital; 0,05 do PL do
último balanço; 0,4 das compras de mercadorias efetuadas no mês; 0,4 da folha de pagamento agregada das
compras de matéria-prima, material de embalagem e produtos intermediários; 0,8 da soma dos valores devidos
a empregados; 0,9 do valor mensal do aluguel.
(Súmula do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF nº 97: O arbitramento do lucro em
procedimento de ofício pode ser efetuado mediante a utilização de qualquer uma das alternativas de
cálculo enumeradas no art. 51 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, quando não conhecida a receita
bruta).

Apuração do IRPJ e CSLL Devidos


Aplicam-se as mesmas alíquotas do IRPJ e CSLL das demais formas de tributação. Podem ser diminuídos das
exações apuradas as retenções e antecipações de pagamento de tributos que incidiram sobre as receitas
tributadas.

 SIMPLES NACIONAL

Regimes Tributários Brasileiros das Microempresas-ME e Empresas de Pequeno Porte - EPP


▪ Estatuto da microempresas da 1984, Simples Federal de 1996 (Lei nº 9.317/96) e Simples Nacional (Lei
complementar nº 123/2006);
▪ Abrange, atualmente, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que aufira, em cada ano-
calendário, receita brutal igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (mais igual montante para exportação de bens
e serviços) até 2017 e R$ 4.800.000,00 a partir de 2018;
▪ Arts. 146, III, “d”, 170, IX, e 179 da Constituição da República.

Limite extra – Exportação de bens e serviços

 O limite extra de R$ 3,6 milhões para exportações abrangia somente mercadorias


 A partir de 2015 passou a abranger mercadorias e serviços (art. 3º, § 14, da L/c 123/2006)
 Dessa forma, a empresa poderá auferir receita bruta anual de até R$ 7,2 milhões, sendo:
▪ R$ 3,6 milhões no mercado interno
▪ R$ 3,6 milhões em exportação de mercadorias e serviços

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Regimes Tributários Brasileiros das ME e EPP
Aspectos abrangidos pela vigente Lei complementar nº 123/2006 – tributários, societários (inscrição e baixa de
empresas), acesso a mercados (aquisições públicas), trabalhistas, associativismo (negócios de compra e venda
de bens, para os mercados nacional e internacional, por meio de Sociedade de Propósito Específico - SPE),
estímulo a crédito e a capitalização, apoio a inovação e acesso aos juizados especiais

Tributos Abrangidos pelo Simples Nacional


- IRPJ, CSLL, COFINS, PIS/PASEP, CPP, IPI, ICMS (exceto substituição tributária; por terceiro, a que
o contribuinte se ache obrigado pela legislação estadual;
- petróleo (e derivados), energia elétrica, quando não destinado à comercialização ou industrialização;
- mercadoria desacobertada de documento fiscal;
- diferencial de alíquotas nas aquisições interestaduais, com ou sem antecipação do recolhimento do ICMS)
e ISS (exceto o ISS sobre serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na fonte), exceto os tributos
incidentes na importação.

As Normas Tributárias no Simples Nacional


O Simples Nacional, abstratamente, não é um tributo, mas um sistema que permite o pagamento de múltiplos
tributos, a partir da incidência de um percentual variável (com a receita bruta dos últimos doze meses anteriores
ao período de apuração) e que incide sobre a receita bruta mensal do mês de apuração

Exemplo (Tabelas de incidência – Anexo I) – Exemplo – até 2017

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Exemplo (Tabelas de incidência – Comércio) – Exemplo – a partir de 2018

 O Microempreendedor Individual-MEI

Chamado de Microempreendedorismo de necessidade;


Poderá optar pelo MEI o empresário individual optante do Simples Nacional que exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art. 966 do Código Civil),
que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (e R$ 81.000,00 a partir de
2018). Ainda, somente poderá ter um único empregado, desde que este receba um salário mínimo ou o piso de
sua categoria profissional. Pagará um valor fixo de CPP (começou com R$ 45,65, como contribuinte individual,
com correção na forma da lei de benefícios) e R$ 1,00 a título de ICMS e R$ 5,00, de ISS, se for contribuinte desses
impostos (a partir de 2018). É isento dos demais tributos abrangidos pelo Simples Nacional.

3. IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA FÍSICA - IRPF

Estrutura da tributação dos rendimentos da pessoa física no Brasil

▪ Rendimentos submetidos à tabela progressiva (rendimentos do trabalho, pensões e aposentadorias,


aluguéis etc. – submetidos à alíquota de até 27,5%), sujeitos ao ajuste na declaração anual;
▪ Rendimentos da atividade rural (no máximo são submetidas à tabela progressiva 20% das receitas da
atividade rural), que também são sujeitos ao ajuste na declaração anual;
▪ Rendimentos de ganho de capital (alíquota de 15% sobre o ganho de capital - tributação definitiva);
▪ Rendimentos de renda variável de aplicações financeiras, recebidos acumuladamente, juros sobre capital
próprio, participação nos lucros/resultados e outros (tributação exclusiva na fonte ou definitiva)

21
 Rendimentos submetidos à tabela progressiva e levados ao ajuste na declaração anual

Tabela Progressiva anual – exercício 2017

Desconto Simplificado

22
Despesas dedutíveis - Exercício 2017
a) despesas médicas pagas para tratamento do contribuinte, de seus dependentes, e de alimentandos em
virtude de decisão judicial, sem limite;

b) soma dos valores mensais relativos a:

1. as despesas escrituradas em livro-caixa, quando permitidas;


2. as importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de
Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente ou por
escritura pública, inclusive a prestação de alimentos provisionais, a que se refere o art. 1.124-A do CPC;
3. as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
4. as contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no País, desde que o ônus tenha
sido do próprio contribuinte, em beneficio deste ou de seu dependente, destinadas a custear benefícios
complementares assemelhados aos da Previdência Social, observadas as condições e limite definidos em
lei;
5. as contribuições aos Fundos de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), desde que o ônus tenha
sido do próprio contribuinte, em beneficio deste ou de seu dependente, observadas as condições e limite
em lei;
6. a soma das parcelas isentas mensais até o valor de R$ 1.903,98, nos meses de janeiro a dezembro de 2016,
relativas à aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagas pela
previdência oficial, ou privada, a partir do mês em que o contribuinte completar 65 anos;
7. limite anual de R$ 2.275,08 por dependente; e
8. despesas pagas com instrução do contribuinte, de alimentandos em virtude de decisão judicial e de seus
dependentes, até o limite anual individual de R$ 3.561,50;
9. Dedução da contribuição patronal paga à previdência do empregado doméstico;

Carnê-leão (recolhimento mensal obrigatório)

23
Outros rendimentos isentos

1. Indenização
2. Despedida, rescisão de contrato de trabalho, FGTS
3. Lucros e dividendos apurados na escrituração
4. Pensão, aposentadoria, reserva remunerada ou reforma – isenção de R$ 1.903,98, por mês (valor do ano-
calendário 2016), a partir do mês em que o inativo ou pensionista fizer 65 anos, sem prejuízo da parcela
isenta prevista na tabela de incidência mensal do imposto
5. Moléstia grave — proventos de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada e
reforma
6. Bolsa de estudos (que não representem vantagem para o doador nem contraprestação de serviço)
7. Rendimentos de PDV – plano de demissão voluntária
8. Desaparecidos políticos — indenização
9. Indenização de transporte
10. Diárias e ajuda de custo
11. Parlamentares — passagens, correio, telefone
12. Programas de concessão de créditos — Estímulo à solicitação de documento fiscal
13. Indenização por ato ilícito
14. Indenização por danos causados no imóvel locado
15. Empréstimo compulsório sobre aquisição de veículos
16. valor do saldo devedor correspondente a financiamento para aquisição de casa própria, quitado em
virtude de invalidez permanente ou falecimento do mutuário
17. Restituição do imposto de renda

 Estudo de Caso – Exercício 2015

Rendimentos de salário R$ 120.000,00


Despesas médicas com o declarante R$ 15.000,00
e os dependentes
Despesas de instrução com os R$ 12.000,00
dependentes (metade para cada um)
Previdência oficial R$ 13.200,00
Previdência privada R$ 15.000,00
Quantidade de dependentes 02
Imposto retido na fonte – IRRF R$ 15.080,00
durante o ano-calendário

24
IR devido
=
(base de cálculo x alíquota)

parcela a deduzir
=
(Rendimento de salário

despesas médicas

despesa com instrução, limitada a R$ 3.375,83 por declarante/dependente

previdência oficial

previdência privada, limitada a 12% dos rendimentos tributáveis

quantidade de dependentes x 2.156,52 )
x
Alíquota

parcela a deduzir
=
(120.000,00 – 15.000,00 – 3.375,83 x 2 – 13.200,00 – 120.000,00 x 12% - 2 x 2.156,52 )
x
alíquota

parcela a deduzir
=
(66.335,30)
x
27,5%

9.913,83
=
R$ 8.328,37

IR a pagar ou a restituir = IR devido – IRRF


IR a restituir = R$ 15.080,00 – R$ 8.328,37 = R$ 6.751,62

 Tributação das Receitas da Atividade Rural

Como é tributado o resultado da atividade rural?


O resultado da atividade rural, quando positivo, integrará a base de cálculo do imposto na Declaração de Ajuste
Anual. Para sua apuração, as receitas, as despesas e os investimentos são computados mensalmente pelo regime
de caixa. A opção do contribuinte, pessoa física, na composição da base de cálculo, o resultado da atividade rural,
quando positivo, limitar-se-á a vinte por cento da receita bruta do ano. Assim, o contribuinte somente submeterá
à tabela progressiva, no máximo, 20% de suas receitas.

Suponha um contribuinte que tenha receita anual da atividade rural de R$ 200.000,00. Ele pode ter livro caixa
ou demais livros comerciais, para daí apurar o resultado (receita – despesas), que terá como teto 20% das
receitas. Esse resultado será submetido à tabela progressiva, junto com os demais rendimentos. Ainda, caso
apure o resultado, eventuais prejuízos da atividade rural poderão ser compensados com o resultado da atividade
rural dos anos subseqüentes.

25
 Tributação do Ganho de Capital

Definição do Ganho de Capital


O Ganho de Capital - GC, excluídas as hipóteses de redução e isenção previstas em lei, é a diferença entre o preço
da alienação do bem e o custo de aquisição (este sem qualquer correção). O Imposto de renda sobre o ganho de
capital é calculado com a aplicação da alíquota de 15% sobre o GC, com vencimento no último dia do mês
subsequente à alienação

Operações sujeitas ao ganho de capital

Operações sujeitas ao ganho de capital

26
Isenções do Ganho de Capital

1 - Indenização da terra nua por desapropriação para fins de reforma agrária, conforme o disposto no
§ 5º do art. 184 da Constituição Federal de 1988.
2 - Indenização por liquidação de sinistro, furto ou roubo, relativo ao objeto segurado.
3 - Alienação, por valor igual ou inferior a R$ 440.000,00, do único bem imóvel que o titular possua,
individualmente, em condomínio ou em comunhão, independentemente de se tratar de terreno,
terra nua, casa ou apartamento, ser residencial, comercial, industrial ou de lazer, e estar localizado
em zona urbana ou rural, desde que não tenha efetuado, nos últimos cinco anos, outra alienação de
imóvel a qualquer título, tributada ou não;
4 - Ganho de capital apurado na alienação de imóveis adquiridos até 1969.
5 - O valor da redução do ganho de capital para imóveis adquiridos entre 1969 e 1988.
6 - A partir de 16/06/2005, o ganho auferido por pessoa física residente no Brasil na venda de imóveis
residenciais, desde que o alienante, no prazo de 180 dias contado da celebração do contrato, aplique
o produto da venda na aquisição de imóveis residenciais localizados no País.
7 - Alienação de bens ou direitos de pequeno valor (atualmente R$ 20.000,00, no caso de alienação de
ações negociadas no mercado de balcão e R$ 35.000,00, nos demais casos);
8 - Restituição de participação no capital social mediante a entrega à pessoa física, pela pessoa jurídica,
de bens e direitos de seu ativo avaliados por valor de mercado.
9 - Transferência a pessoas jurídicas, a título de integralização de capital, de bens ou direitos pelo valor
constante na declaração de rendimentos.
10 - Permuta de unidades imobiliárias, sem recebimento de torna (diferença recebida em dinheiro).
11 - Permuta, caracterizada com a entrega, por valor não superior ao de face, pelo licitante vencedor,
de títulos da dívida pública federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, ou de outros créditos
contra a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, como contrapartida à aquisição das ações
ou quotas leiloadas, no âmbito dos respectivos programas de desestatização.
12 - Alienação de bens localizados no exterior ou representativos de direitos no exterior, bem como
a liquidação ou o resgate de aplicações financeiras, adquiridos a qualquer título, na condição de não
residente;
13 - A variação cambial decorrente das alienações de bens ou direitos adquiridos e das liquidações
ou resgates de aplicações financeiras realizadas com rendimentos auferidos originariamente em
moeda estrangeira;
14 - A variação cambial dos saldos dos depósitos mantidos em instituições financeiras no exterior
15 - Alienação de moeda estrangeira mantida em espécie, cujo total de alienações, no ano-calendário,
seja igual ou inferior ao equivalente a cinco mil dólares dos Estados Unidos da América.
16 - A partir de 1º/01/2002, na hipótese de doação de livros, objetos fonográficos ou iconográficos,
obras audiovisuais e obras de arte, para os quais seja atribuído valor de mercado, efetuada por
pessoa física a órgãos públicos, autarquias, fundações públicas ou entidades civis sem fins
lucrativos, desde que os bens doados sejam incorporados ao acervo de museus, bibliotecas ou
centros de pesquisa ou ensino, no Brasil, com acesso franqueado ao público em geral:
a) o doador deve considerar como valor de alienação o constante em sua declaração de bens;
b) o donatário registra os bens recebidos pelo valor atribuído no documento de doação.

27
 Tributação da Renda Fixa e Variável

Aplicações financeiras – renda fixa e variável

Renda Variável - tributação

28
Renda Variável – alíquota e incidência IR

Tributação – Renda Fixa

29
4. REPARTIÇÃO DE RECEITAS – IMPOSTO DE RENDA

Repartição de Receitas – IR

Art. 157 da CR88. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na
fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e
mantiverem;
Art. 158 da CR88. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na
fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e
mantiverem;

Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007)


I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos
industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na seguinte forma: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 84, de 2014)
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste
e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais
de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região,
na forma que a lei estabelecer;
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de
dezembro de cada ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês
de julho de cada ano;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014)

30
3 - Tributação sobre a Propriedade (ITR, IPTU E IPVA)

1. Imposto Territorial Rural - ITR

ITR
Imposto de competência da União, progressivo e com alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção
de propriedades improdutivas, não incidindo sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore
o proprietário que não possua outro imóvel.
Poderá ser fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei (Lei nº 11.250/2005),
desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.

ITR – Fato Gerador e Contribuinte


O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade,
o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro
de cada ano (art. 1º da Lei nº 9.393/96).
Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer
título.

ITR – Imunidade
Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da Constituição, o ITR não incide sobre pequenas glebas rurais, quando as
explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel (100 ha, se localizado em município
compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense; 50 ha, se localizado
em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental; III - 30 ha, se localizado em
qualquer outro município – art. 2º da Lei nº 9.393/96)

ITR – base de cálculo e alíquota


O Valor da Terra Nua – VTN é o valor do imóvel excluídos os valores de todas as benfeitorias. A área tributável
é a área total do imóvel menos as áreas de interesse ecológico (Área de Preservação Permanente – APP, Reserva
legal etc.).
O VTNt, o valor da terra nua tributável, obtido pela multiplicação do VTN pelo quociente entre a área tributável
e a área total. O Grau de Utilização - GU, a relação percentual entre a área efetivamente utilizada e a área
aproveitável.
O valor do ITR será apurado aplicando-se sobre o Valor da Terra Nua Tributável – VTNt (base de cálculo) a
alíquota correspondente, considerados a área total do imóvel e o Grau de Utilização - GU

31
ITR – Tabela de Alíquotas

 Exemplo de cálculo do ITR


Distribuição da Área do Imóvel (ha)
01 Área total do imóvel 7.500
02 Área de Preservação Permanente 500
03 Área de Utilização Limitada 500
04 Área Tributável (01-02-03) 6.500
05 Área ocupada com benfeitorias 100
06 Área aproveitável 6.400

Distribuição da Área utilizada pela Atividade Rural (ha)


07 Produtos Vegetais e Área de descanso 5.000
08 Pastagens 400
09 Exploração extrativa 0
10 Atividade granjeira e aquicola 0
11 Frustração de safra ou destruição de pastagem por calamidade pública 0
12 Área utilizada pela atividade rural (07+08+09+10+11) 5.400
13 Grau de Utilização (12/06) x 100 84,38%

Cálculo do Valor da Terra Nua


14 Valor Total do Imóvel 40.000.000,00
15 Valor total das Benfeitorias 15.000.000,00
16 Valor das culturas, pastagens cultivadas e melhoradas e florestas 10.000.000,00
plantadas
17 Valor da Terra Nua (14-15-16) 15.000.000,00

Cálculo do Imposto
18 Valor da Terra Nua Tributável [(04/01) x 17] 13.000.000,00
19 Alíquota 0,45%
20 Imposto devido 58.500,00

32
Repartição de Receitas – ITR

Art. 158. Pertencem aos Municípios:


II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural,
relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, §
4º, III;

2. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana- IPTU

IPTU – Fato Gerador


O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana IPTU, de competência municipal, tem como fato
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou acessão física, como definido na
lei civil, localizado na zona urbana do Município, observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos
indicados em pelo menos 02 dos itens seguintes, constituídos ou mantidos pelo Poder Público:

 meio-fio ou calçamento com canalização de água pluvial;


 abastecimento d'água;
 sistema de esgotos sanitários;
 rede de iluminação pública, com ou sem posteamento domiciliar;
 escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 03 (três) quilômetros do imóvel
considerado. (art. 32 do CTN)

IPTU – Contribuinte
Art. 34 do CTN. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu
possuidor a qualquer título.
Art. 21 do Código Tributário do Município do Recife - CTM. Contribuinte do Imposto Sobre a Propriedade
Predial e Territorial Urbana é o proprietário do imóvel, o titular do domínio útil ou o seu possuidor.
Art. 22 do CTM do Recife. Poderá ser considerado responsável pelo imposto, quando do lançamento, qualquer
dos possuidores, diretos ou indiretos, sem prejuízo da responsabilidade solidária dos demais possuidores.
§ 1º. O espólio é responsável pelo pagamento do imposto relativo aos imóveis que pertenciam ao "de cujus".
§ 2º. A massa falida é responsável pelo pagamento do imposto relativo aos imóveis de propriedade do
comerciante falido.

IPTU – Base de Cálculo


Art. 23 do CTM Recife. A base de cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.
Art. 24 do CTM Recife. O valor venal do imóvel, edificado ou não, será obtido por meio da seguinte fórmula:

33
VV = (VO x TF) + (Vu x Ac), onde:
VV – é o valor venal do imóvel;
VO – é o valor unitário do metro linear de testada fictícia de cada face de quadra dos logradouros
públicos, definido pela Planta Genérica de Valores de Terrenos;
TF – é a testada fictícia do imóvel;
Vu – é o valor do metro quadrado de construção nos termos da Tabela de Preços de Construção;
Ac – é a área construída do imóvel.

IPTU – Testada Fictícia


Abaixo se demonstra a fórmula da testada fictícia, conforme o art. 24, § 1º, do Código Tributário Municipal do
Recife:

2 x área do terreno x testada principal do terreno


--------------------------------------------------------------------- = Testada Fícticia
área do terreno + testada principal x Profundidade padrão
Ou Tf = 2*Tt * [Pt/(Pt+Pp)]
Tf=testada fictícia;Tt=testada do terreno; Pt=profundidade do terreno;Pp=profundidade padrão (30 metros)

IPTU – Alíquotas (Recife)

IPTU – alíquotas diferentes e progressivas


O IPTU pode ter alíquotas progressivas em razão do valor do imóvel (art. 156, §1º, I, da CR88), ter alíquotas
diferentes de acordo com a localização e uso de imóvel (art. 156, §1º, II, da CR88) ou ser progressivo no tempo,
no caso de proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, incluído em plano diretor,
que não promova seu adequado aproveitamento (art. 182, §4º, II, da CR88).

34
Exemplo de cálculo do IPTU (Recife)
VALOR DO TERRENO

Área Testada Principal Testada Fictícia Valor metro linear(VO) Fração ideal Valor Terreno
1.410,17 m2 20,05 m 28,21 m x 43.494,23 x 0,02626 = R$ 32.220,29

PARTES DA EDIFICAÇÃO

Área da construção Valor m2 construção (VU) Depreciação Valor da parte


2
259,96 m R$ 917,37 0,9812 R$ 233.996,09

Valor Venal (VV) = R$ 32.220,29 + R$ 233.996,09 = R$ 266.216,38

IPTU = VV x Alíquota = R$ 266.216,38 x 1,0% = R$ 2.662,16

Jurisprudência
Recurso extraordinário. Repercussão geral. 2. Imunidade tributária. Instituições de educação e
de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. 3.IPTU. Lote vago. Não
incidência. 4. A imunidade tributária, prevista no art. 150, VI, c, da CF/88, aplica-se aos bens
imóveis, temporariamente ociosos, de propriedade das instituições de educação e de
assistência social sem fins lucrativos que atendam os requisitos legais. Precedentes. 5. Recurso
não provido. Reafirmação de jurisprudência.
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reputou constitucional a questão. O Tribunal, por
unanimidade, reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional
suscitada. No mérito, por maioria, reafirmou a jurisprudência dominante sobre a matéria,
vencido o Ministro Marco Aurélio. Não se manifestaram os Ministros Joaquim Barbosa e
Roberto Barroso. Ministro GILMAR MENDES Relator (RE 767332 RG / MG, em 31/10/2013)

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. IPTU.


PROGRESSIVIDADE. LEI LOCAL INSTITUÍDA APÓS A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 29/2000.
CONSTITUCIONALIDADE. CONDIÇÕES PREVISTAS PELO ESTATUTO DA CIDADE.
INAPLICABILIDADE.
1. A progressividade extrafiscal, baseada na função social da propriedade, sempre foi permitida
pelo texto Constitucional. Esta é a modalidade de progressividade que se opera conforme as
condições previstas pelo Estatuto da Cidade.
2. A progressividade fiscal, dita arrecadatória, só foi viabilizada após constar da Constituição
Federal o permissivo trazido pela Emenda Constitucional nº 29/2000. Nesse caso, a
progressividade é mecanismo de concreção da capacidade contributiva e opera-se com a
majoração de alíquotas em relação diretamente proporcional ao aumento da base de cálculo.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
(ARE 639632 AgR / MS, relator Min. Roberto Barroso, em 22/10/2013, 1a Turma do STF)

Jurisprudência – Súmula STF


Súmula 724 - ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da constituição, desde que
o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.

160 - É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao


índice oficial de correção monetária.

35
397 - O contribuinte de IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço.

399 - Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU (Imposto Predial e
Territorial Urbano).

3. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA

IPVA – Histórico
O IPVA surgiu através da Emenda Constitucional nº. 27, de 28.11.1985, que atribuiu aos Estados e ao Distrito
Federal competência para instituir imposto sobre propriedade de veículos automotores, vedando a cobrança de
impostos ou taxas incidentes sobre a utilização de veículos, dispositivo esse ratificado pelo art. 155 da CR88. R
essalte-se que não permaneceu no dispositivo constitucional a vedação à cobrança de impostos ou taxas
incidentes sobre a utilização de veículos.

IPVA – Fato Gerador


O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é um tributo devido anualmente pelos
proprietários de automóveis de passeio ou utilitários, caminhonetes, motocicletas e similares, ônibus e
caminhões, salvo em situações de isenção ou imunidade (O STF, no RE 255.111/SP, entendeu que aeronaves
e embarcações não são veículos automotores sujeitos ao IPVA).
Em Pernambuco (Lei estadual nº 10.849/1992), o IPVA tem como fato gerador a propriedade do veículo no 1º
dia útil de janeiro de cada exercício. Em se tratando de veículo novo, considera-se ocorrido o fato gerador na
data de sua aquisição por consumidor final, pessoa física ou jurídica, ou quando da incorporação ao ativo
permanente por empresa fabricante ou revendedora de veículos.

36
A respeito do aspecto material do IPVA, ainda não foi editada a lei complementar que trata do fato gerador, da
base de cálculo e contribuintes do IPVA. Como os Estados possuem competência suplementar para estabelecer
normas gerais (art. 24, § 2º, CF), eles exercem, nesse aspecto, competência plena.

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.


IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES. AUSÊNCIA DE LEI
COMPLEMENTAR NACIONAL QUE DISPONHA SOBRE O TRIBUTO NOS TERMOS DO ART. 146,
III, A, DA CONSTITUIÇÃO. EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA PLENA PELOS ESTADOS
MEMBROS COM AMPARO NO ART. 24, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO. PRECEDENTES. PREVISÃO DE
ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS EM RAZÃO DO TIPO DE VEÍCULO. POSSIBILIDADE. AGRAVO
IMPROVIDO.
I – Ante a omissão do legislador federal em estabelecer as normas gerais pertinentes ao imposto
sobre a doação de bens móveis, os Estados-membros podem fazer uso de sua competência
legislativa plena com fulcro no art. 24, § 3º, da Constituição.
II – A jurisprudência do STF firmou orientação no sentido de que, mesmo antes da EC 42/03 –
que incluiu o § 6º, II, ao art. 155 da CF –, já era permitida a instituição de alíquotas
de IPVA diferenciadas segundo critérios que não levem em conta a capacidade contributiva do
sujeito passivo, por não ensejar a progressividade do tributo. É o que se observa no caso dos
autos, em que as alíquotas do imposto foram estabelecidas em razão do tipo e da utilização do
veículo.
III – Agravo regimental improvido
(RE 601247 AgR/RS, relator Min. Ricardo Lewandowski, 2a Turma, STF, em 29/05/2012)

IPVA – Base de Cálculo


Veículo novo: valor venal constante na nota fiscal de venda. Veículo usado: valor venal do veículo praticado no
mercado. Previsão legal Art. 8º da Lei do Estado de Pernambuco 10.849/1992.

IPVA – Alíquotas
O IPVA terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal e poderá ter alíquotas diferenciadas em função do
tipo e utilização (art. 155, § 6º, I e II, da CR88).

IPVA – Exemplo (Pernambuco)


Aplicando-se sobre o valor total da nota fiscal, proporcionalmente ao número de meses restantes do exercício,
calculado a partir do mês da ocorrência do fato gerador, inclusive, com alíquotas variando de acordo com o
automotor

Repartição de Receitas – IPVA


Art. 158. Pertencem aos Municípios:
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos
automotores licenciados em seus territórios;

37
Jurisprudência – repercussão geral STF
IPVA – automóvel – alienação fiduciária – relação jurídica a envolver o estabelecimento
financeiro e o município – imunidade recíproca admitida na origem – recurso
extraordinário – repercussão geral configurada.
Possui repercussão geral a controvérsia relativa à incidência da imunidade recíproca, prevista
no artigo 150, inciso VI, alínea “a”, da Carta da República, no tocante ao Imposto sobre a
Propriedade de Veículos Automotores – IPVA a recair em automóvel alienado fiduciariamente
por instituição financeira a município (RE 727851/ MG, relator Min. Marco Aurélio, em
17/10/2013).

Jurisprudência
(...) A jurisprudência desta Corte converge no sentido da pretensão formulada pela ECT,
reconhecendo-lhe amplamente o direito de imunidade tributária quanto à cobrança
de IPVA incidente sobre os veículos de sua propriedade, independentemente de produção
probatória para efeitos de distinção entre os veículos utilizados ou não nas atividades sob o
regime de monopólio. Precedentes: ACO nº 789/PI e ACO nº 765/RJ.
3. Embargos parcialmente acolhidos, sem alteração do dispositivo do acórdão embargado. (ACO
819 AgR-ED / SE, relator Min. Dias Toffoli, em 23/05/2013)

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Tema 4 - Tributação sobre Transferência de Patrimônio (ITCMD E ITBI)

1. ITCMD – Imposto sobre Sucessão Causa Mortis e Doação

ITCMD
A Constituição Federal de 1988 em seu art. 155, inciso I, atribuiu aos Estados e Distrito Federal a competência de
instituir o imposto sobre as transmissões “causa mortis” e doação de quaisquer bens ou direitos.
A Lei Estadual pernambucana nº 10.260/1989 instituiu o Imposto Sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação
de Quaisquer Bens ou Direitos – ICD (regulamentada através do Decreto nº 13.561).

O ICD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de quaisquer Bens ou Direitos), como é denominado
em Pernambuco, é um Imposto Estadual devido por toda pessoa física ou jurídica que receber bens (móveis ou
imóveis) ou direitos como herança (em virtude da morte do antigo proprietário) ou como doação.

ITCMD - Contribuintes
Nas transmissões causa mortis (em virtude do falecimento de uma pessoa): o herdeiro ou
legatário;
Nas transmissões “inter vivos” não onerosas (doação): aquele que recebe os bens ou direitos (o donatário).

ITCMD - Base de Cálculo (PE)


A base de cálculo será o valor de mercado dos bens ou direitos objeto da transmissão. Esse valor será levantado
segundo estimativa fiscal realizada pelo Auditor Fiscal do Tesouro Estadual. Para efeitos de apuração da base de
cálculo, será considerado o valor de mercado do bem ou direito na data em que forem apresentadas ao Fisco as
informações relativas ao lançamento do imposto, observada a alíquota vigente na data da ocorrência do fato
gerador do imposto.
Nos casos de Inventário Judicial, a avaliação será judicial e para o lançamento do imposto pela
Secretaria da Fazenda é necessário que o Procurador do Estado concorde com os cálculos e a
sentença do Juiz homologando os mesmos.

ITCMD - Alíquotas
As alíquotas do ITCMD são fixadas livremente pelos Estados, mas estes devem respeitar o limite máximo de 8%
fixado pelo Senado Federal através da Resolução nº 9/1992. Nos casos de transmissão “causa mortis”, ou seja,
a alíquota será aquela vigente na data do óbito.
No caso de doação, a alíquota será a vigente na data da doação.

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