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Lago Jaguara
As mais lindas águas do
interior paulista
edição nº 6 | agosto-setembro 2014 | r$ 12,00
as melhores
Marinas
do litoral
Os lugares mais indicados para guardar um barco entre Rio de Janeiro e São Paulo
R$ 49.500,
Foto do local.
Lotes na faixa de
Acesse: www.rivieradesantacristina.com.br/oportunidade
Ligue: (11) 3065-1313. De 2ª a 6ª, das 8 às 17h30, exceto feriados.
AS MELHORES MARINAS
ticas aqui avaliadas recebe-
ram cotações de uma a três estre-
las, de acordo com as instalações
e recursos que oferecem. No en-
TEXTO E FOTOS JORGE DE SOUZA tanto, como os donos de barcos
O LAGO ENCANTADO
costumam optar por apenas uma
região, esta graduação foi feita por
E
Também os preços sofrem varia-
scolher um bom lugar para guardar um ções, em função do que eles co-
barco no litoral entre São Paulo e Rio brem (manutenção do barco ou
Com uma água tão clara que é difícil de acreditar, o Lago Jaguara, que banha a pequena cidade de Rifaina, é uma das maiores surpresas do interior paulista não, limite de descidas à água por
de Janeiro não é tarefa fácil. A oferta
mês, etc). Quase sempre, eles são
é tão grande que torna a escolha uma determinados pelo tamanho do
operação exaustiva e delicada. Há mais de 100 barco (algo entre R$ 30 e R$ 100
opções, apenas entre o Guarujá e Mangaratiba. por pé de comprimento do casco,
dependendo do local), embora al-
Mas a grande maioria não são propriamente
gumas marinas prefiram cobrar
marinas (ou seja, não possuem instalações tam- de acordo com a cara — e o bol-
bém dentro d´água) e sim garagens de barcos, so — do dono do barco (descon-
embora muitas de ótima qualidade. Para quem, fie das que não possuam tabelas
fixas). Mesmo assim, o preço tabe-
no entanto, tem um barco de pequeno ou mé-
lado por pé pode variar, de acor-
dio porte (especialmente se for uma lancha, que do com o tamanho do barco. Ou
invariavelmente ficará guardada fora d’água) isso seja, cada faixa de tamanho pode
não faz a menor diferença, porque as boas gara- ter um valor-padrão diferente por
pé. Nestes casos, está indicado nos
gens náuticas costumam oferecer os mesmos ser-
textos como cobrança “por tama-
viços de uma marina de fato. Só o que costuma nho de barco”.
mudar são os espaços e as áreas sociais (restau- Por fim, para facilitar as compara-
rante, loja de conveniência, piscina, etc.), quase ções de custo entre marinas, exem-
plificamos com o preço para uma
sempre mais fartas nas marinas maiores.
hipotética lancha de 29 pés, em
Além de marinas e garagens náuticas, existem vaga seca e mensal (as exceções
também os iates clubes, que, no entanto, justa- estão indicadas), considerando, no
mente por serem “clubes”, têm outra função além entanto, que algumas marinas ofe-
recem mais serviços do que outras
LINDA
PAISAGEM de apenas guardar os barcos dos seus associados
— como seguro, lavagem do barco,
— que, inclusive, precisam comprar um título
Amanhecer no
lago Jaguara,
que banha
acionamento semanal dos moto-
Rifaina, na divisa para fazer parte. Por isso, não foram analisados no res e demais serviços de marinha-
com Minas
Gerais: apesar
de bem longe
levantamento que você verá nas páginas seguintes ria, que nem todas oferecem. Por-
tanto, as variáveis embutidas nos
do mar, sempre
há um barco na
e que teve por objetivo ajudá-lo a escolher...
paisagem
preços são grandes. Consulte antes.
pág. 18 Vem aí, mais um Você e seu barco Não é só o motor que sofre
USANDO (DIREITO) OS MANETES
Não engate ou desengate o motor
de maneira ríspida, para frente e para
O PREÇO
trás, se a lancha ainda estiver com
bom avanço, porque isso força as
engrenagens da rabeta e pode gerar
danos sérios ao sistema de propulsão.
U
DE PILOTAR
ma pilotagem abusiva afeta não só o motor,
mas também o sistema de propulsão, que tem Execute ações firmes (mas não com
engrenagens e eixos muito bem sincronizados. Por força) nos engates, especialmente no
isso, bruscas alternâncias de aceleração ou esforços caso de motores de popa. Mas, se acionar os manetes com suavidade excessiva, as
ERRADO
contínuos em regime máximo causam desgastes ao engrenagens também poderão sofrer desgastes, por falta de precisão nos engates.
conjunto. E não é só isso. Também a cabine e os porões Aguarde alguns segundos até que o propulsor pare de girar em
sofrem uma barbaridade quando o casco é submetido um determinado sentido, para, só então, engatá-lo no sentido oposto. Do
a uma pilotagem mais “agressiva”, especialmente em contrário, você forçará as engrenagens do reversor.
Se a forma como você pilota sua lancha for um dias de mar picado. Nessas ocasiões, as conexões
Cuidado para não acionar o trim de apenas um motor, quando
pouco mais “radical”, pode apostar que a sua conta elétricas e hidráulicas tornam-se vítimas frequentes
operar um barco com dois. Isso sobrecarregará o outro motor e ainda fará o
dos solavancos. Fios se soltam, parafusos afrouxam
na oficina também será. Especialmente no motor barco navegar desequilibradamente.
e costumam surgir danos até em vasos sanitários.
No porão, o problema é ainda mais sério. Com as Evite navegar com manetes em posições diferentes quando usar
A
pancadas no casco, braçadeiras e baterias tendem a dois motores ao mesmo tempo. Isso gerará esforços e desgastes diferentes
motorização é a parte mais diretamente afetada pelo seu jeito de pi- afrouxar, gerando vazamentos e panes elétricas. nos dois motores e complicará também as revisões de manutenção.
FOTOS SHUTTERSTOCK
lotar uma lancha. Por isso, a primeira providência, antes mesmo de
ESPECIALISTA
EM ALUMÍNIO sair com o barco, é deixar o motor funcionando por cerca de cinco
Fábrica da minutos, para fazer o óleo lubrificante aquecer até a temperatura correta
Levefort, em de funcionamento. Na volta, faça o mesmo: pare o barco e deixe o motor
Paulínia, no funcionando por outros cinco minutos, em marcha lenta, antes de desligá-
De 25 a 30 de setembro, os principais estaleiros do país estarão lo. Assim, todo o sistema voltará à temperatura normal de uso, preservando
interior de São
Os 3 vícios mais
DIVULGAÇÃO
Paulo: alumínio é apresentando seus novos barcos (e oferecendo bons negócios) em as propriedades lubrificantes do óleo.
Você e seu barco
com eles mesmo
mais uma edição do maior salão náutico do país, em São Paulo.
Outro cuidado é com o regime de uso: evite altos e baixos frequentes
na aceleração ou longos trechos feitos em alta rotação, porque isso pode
frequentes e o
Adiantamos aqui algumas novidades que estarão lá causar desgaste prematuro de alguns componentes do motor, além de au- que eles causam
mentar barbaramente o consumo. Mesmo nos motores mais modernos
isso deve ser evitado, porque, por conta do maior número de componentes
1
Forte como o nome
eletrônicos, eles são, também, mais sensíveis. Pilotar em velocidade e rotação máxima por
Mas poupar um motor não significa usar o barco o tempo todo em muito tempo é bem prejudicial, porque todo
motor está preparado para funcionar em altas
2
mais o motor, apesar da baixa rotação. O correto é fazer o casco “descolar” Arrancar rápido demais aumenta o esforço do
da água de maneira gradual, mas o mais rápido possível. motor, porque, antes de colocar o casco em Inverno é tempo de mar agitado e mais ondas no caminho dos barcos. Mas, dependendo
regime de planeio, ele precisa vencer a resistência
Para atingir o planeio com mais facilidade, alguns barcos — especial- de onde elas vêm, cada caso exige uma abordagem diferente durante a pilotagem. Confira
da água. Que não é pouca.
L
mente os menores — necessitam de flapes. Use-os. Eles permitem chegar às
3
velocidades de planeio e cruzeiro mais rapidamente. Já o trim só deve ser acio-
A Levefort não evefort é um daqueles casos em que o nome da empresa virou nado depois que o casco “desgrudar” da água. Do contrário, fará com que a
Desacelerar bruscamente é ruim, porque
a redução abrupta da rotação desgasta
é apenas o maior quase sinônimo do que ela produz. No caso, práticos e resisten- popa navegue muito enfiada, dificultando o planeio e gerando esforço — e, componentes do motor e provoca queda
tes barcos com casco de alumínio, que, desde que foram criados,
consequentemente, desgaste — desnecessário no motor. Que, afinal, é mes- repentina na pressão do óleo lubrificante. 3 conselhos, se Ondas pela proa?
Avance na diagonal
fabricante de
Desacelerar de uma só vez, só em emergências.
mo o componente que mais sofre com o jeito com que se pilota um barco.
quase 50 anos atrás, viraram os preferidos do pescadores e de to- não puder evitar Quando o mar engrossa, é mais seguro navegar com
vento e mar pela proa (e não pela popa), porque ela
barcos em série do dos que conhecem as virtudes deste material em relação aos demais. Mas a
é mais alta e projetada para isso mesmo: cortar as
1
84 NÁUTICA SUDESTE ondas. No entanto, o melhor é abordá-las mais ou
país. É, também, Levefort é bem mais do que isso. É, também, o maior fabricante brasileiro Feche tudo
menos na diagonal, de forma que o casco as receba
pág. 84
pelas bochechas, não passando, no entanto, de 45
quase sinônimo de pequenos barcos em série, em número de unidades produzidas, e dona
Não duvide. Se o seu barco for
atingido por uma grande onda, a graus em relação às ondulações. Deve-se, também,
do modelo mais longevo e bem sucedido do mercado náutico brasileiro, a água entrará por todas as aberturas diminuir a velocidade e baixar um pouco os flapes e o
do que ela produz: que houver — mesmo as mínimas, trim do motor, desde que a proa não fique muito para
lancha Marajó, que vem sendo produzida há mais de 30 anos, com o mes- como frestas nas tampas dos paióis,
baixo, o que pode se tornar perigoso. A aceleração
resistentes cascos mo sucesso. Além disso, também atua no grande e promissor mercado de
nas vigias e gaiutas da cabine.
Feche tudo. E bem. deve ser constante, porém baixa, cuidando o tempo
2
todo para o barco não embicar. Se acelerar muito na
de alumínio embarcações de serviço, com a divisão Levefort Icoma, que produz gran-
ALBERTO DE ABREU SODRÉ
que, além dos pequenos barcos para pesca, também produzimos workbo- para navegar em águas abertas,
procure um refúgio assim que o
barco.
ats, e que a demanda por esse tipo de embarcação tem aumentado bastan- tempo começar a virar. Já barcos
de grande porte devem fazer
te nos últimos anos”, diz o dono da empresa, o empresário Carlos Paggiaro, exatamente o contrário: ficar longe Ondas pela popa?
da costa, porque o mau tempo
que, em 1982, comprou a hoje cinquentenária LeveFort do seu fundador, o
pág. 77
ANOTE AÍ Atenção redobrada
diminui a visibilidade e aumenta o
Onde? Transamérica Expo Center, São Paulo –– Quando? De 25 a 30 de setembro, das 13 às 22 h –– Quanto? Adultos R$ 58; maiores de 65 anos, R$ 29 risco de acidentes nos obstáculos Quando o mar não estiver demasiadamente
POR TARCÍSIO ALVES sul-africano Jasper Bresler. Que, não por acaso, era um exigente pescador. da costa. grosso, a opção mais confortável é navegar com
3
as ondas vindo pela popa, o que deve ser feito
também em baixa velocidade, para não “subir” na
Mantenha o barco em movimento
onda adiante. Erguer um pouco o trim do motor e
NÁUTICA SUDESTE 77 NÁUTICA SUDESTE 35 Continuar navegando permite certo
controle do rumo e da situação. Já, tirar os flapes totalmente da água tornam mais fácil
parado, seu barco ficará à mercê a navegação nesta situação. Mas, se o barco tiver
pág. 35
das ondas. Mantenha o motor motor de centro ou for um veleiro, evite receber as
ligado e siga avante, mas devagar, ondas diretamente pela popa, para não perder o
evitando sempre que o casco
controle do leme. Neste caso, manobre para que as
fique de través para as ondas. A
aceleração correta é aquela que ondas venham pelas alhetas. E, se o barco ameaçar
pág. 86
permite controlar o barco, sem que ficar sem governo, use o acelerador, para obter uma
o casco fique batendo ou sendo resposta rápida do leme. Navegar com ondas pela
levado pelas ondulações. popa é bom, mas exige cuidados.
86 NÁUTICA SUDESTE
LAGO JAGUARA DIgITAL são paulo rio de janeiro minas gerais espírito santo
250
classificados SÃO PAULO RIO DE JANEIRO MINAS GERAIS ESPÍRITO SANTO
300
CLASSIFICADOS
são paulo rio de janeiro minas gerais espírito santo SÃO PAULO RIO DE JANEIRO MINAS GERAIS ESPÍRITO SANTO
gRÁTIS!
As mais lindas águas do para você comprar
um barco usado
PARA VOCÊ COMPRAR NAZARÉ PAULISTA ILHA ANCHIETA
interior paulista UM BARCO USADO A represa que é uma surpresa A Alcatraz de Ubatuba
edição nº 2 | dezembro 2013 | r$ 12,00 edição nº 4 | abril 2014 | r$ 12,00 EDIÇÃO Nº 5 | JUNHO 2014 | R$ 12,00
EDIÇÃO Nº 3 | FEVEREIRO 2014 | R$ 12,00
EDIÇÃO Nº 6 | AGOSTO-SETEMBRO 2014 | R$ 12,00
As 12 Melhores
as Melhores CoisAs de
litoral
tornam a ilha mais bonita de São
Paulo ainda mais gostosa
e baixe, de gra-
que todo mundo do São Paulo para se se dar bem com fazer para (tentar) e de São Paulo que bonitas de em ônibus-anfíbios são uma simples marola ao salão baterias, para não para quem gostar de dos barcos e como
gosta Boat Show proteger bem os peixes areia não enjoar no mar ensinam a velejar ANGRA DOS REIS a nova onda no Rio é capaz de fazer? ficar a ver navios... remar e pescar elas atrapalham
DIRETOR COmERCIAl
NÁuTica SudeSTe é uma publicação da G.R. um Editora
Afonso Palomares afonso@nautica.com.br
ltda. — ISSn 1413-1412. Agosto 2014. Jorn. resp: Denise
Godoy (mTb 14037). Os artigos assinados não representam
DIRETORA DE mERCADO náuTICO
necessariamente a opinião da revista. Direitos reservados.
mariangela bontempo mariangela@nautica.com.br
DIRETOR DE REDAÇÃO
Jorge de Souza jorge@nautica.com.br ExECuTIVOS DE COnTAS
FOTOS DE CAPA Shuttlerstock e mozart latorre
Eduardo Santoro eduardo.santoro@nautica.com.br
COlAbORARAm nESTA EDIÇÃO: Haroldo J. Rodrigues (arte), Eduardo Saad esaad@nautica.com.br
Aldo macedo (imagens), maitê Ribeiro (revisão) Raquel barhum Hailer raquel@nautica.com.br CTP, Impressão e Acabamento — IbEP Gráfica
8 Náutica SudeSte
Aconteceu...
laNçameNto
eviNrude e-tec 2
Para apresentar sua nova linha de motores de
Os novos E-Tec
são 15% mais
econômicos, 20%
ANFITRIÕES E GRUPOS DE
CONVIDADOS AMIGOS
Ao lado, Thiago Canzian, Acima, José
da Motonáutica, e Pinteiro, da
Ricardo Oliveira, da Ecomariner, e Felipe
Ecomariner, com Furquim, da Regatta
Ednilson Beneli (ao (em pé), com o casal
centro), responsável Jana e Elio Ferronato,
técnico para a América da Megajet. No
Latina da BRP, a quem canto, Miguel
pertence a Evinrude. Suchek, da Quest.
Acima, Darwin e Ao lado, os amigos
Edgard Buehler, da Jovitor Secaf e
Port Marine. À direita, Ghandi Secaf Jr, da
Alexandre Moraes e Posto 6, com José
Fernando Alves, Cury e Alex Silva,
ambos também da da Mestra Boats
anfritriã, a BRP
10 Náutica SudeSte
Aconteceu...
aMPro4
MARCAS
DE PESO
A nova loja
mantém as
representação
de marcas,
como oficializou
Manabu Shimizu,
da Yamaha, na
foto ao lado com
Leandro e Gláucio
Custódio e
Robinson Rojas
12 Náutica SudeSte
Aconteceu...
PremiaçÃo medalHa
amiGo da mariNHa
Em São Paulo, a Marinha Brasileira
condecorou personalidades do mundo náutico
CONDECORADOS
Ao lado, a
cerimônia e
A medalha Amigo
Ernani Paciornik, da Marinha agracia
FOTOS MOzART lATORRe
de NÁUTICA, um
dos agraciados, tal
os que divulgam
qual José Yunes a mentalidade
(foto do canto,
com Berardino
marítima
Fanganiello
iNauGuraçÃo
SHoWroom YcG
A Yacht Center Group, inaugurou, na Marina Verolme,
em Angra, o novo showroom dos barcos Prestige e Segue
FOTOS RICARDO RODRIgueS
No local, é possível
navegar nas novas
Prestige 450, 620 Fly
e Segue 58 HT
BEM INSTALADO
O showroom
da marca tem
1 500 m2 de
área, fica na
Marina Verolme
e tem equipe
especializada e
O showroom tem barcos permanente
no local
na água, para test drive
14 Náutica SudeSte
Aconteceu...
“ Até o novo
coordenador da seleção
“
brasileira de futebol, o
ex-goleiro Gilmar, foi lá
prestigiar
LANChAS
NA áGUA
Os modelos da
linha Phantom
ficaram na praia,
à disposição dos
FOTOS DIvulgAçãO
interessados. O
evento também
ofereceu condições
especiais de
pagamento
Nova liNHa
mercurY
A famosa marca lança uma nova geração de FOTOS DIvulgAçãO
TURMA
bRunO COCOzzA
Os novos ANIMADA
Ao lado, John
O lançamento
motores de Pfeife, presidente aconteceu nos
popa são de mundial da
Mercury. No EUA, mas os
75, 90 e 115 hp, canto, a equipe novos motores
de NÁUTICA com
todos de quatro William Gress, já estão vindo
tempos presidente para a
América do Sul
para o Brasil
16 Náutica SudeSte
texto e fotos jorge de souza
O lagO encantadO
Com uma água tão clara que é difícil de acreditar, o Lago Jaguara, que banha a pequena cidade de Rifaina, é uma das maiores surpresas do interior paulista
linda
paisagem
Amanhecer no
lago Jaguara,
que banha
Rifaina, na divisa
com Minas
Gerais: apesar
de bem longe
do mar, sempre
há um barco na
paisagem
A
Quase ninguém já
ouviu falar de Rifaina,
o que só aumenta
a surpresa com a
beleza do seu lago
balneário da região, além de um surpreendente centro náutico, repleto de lanchas e jet skis.
A cada fim de semana ou feriado prolongado, a cidade duplica (e até quadruplica!) sua popula-
ção. E tudo por causa da água que passou a banhar a cidade — uma água difícil de encontrar igual.
20 Náutica SudeSte
rifaina
Como o lago
C
idades do interior
banhadas por lagos e serve para
represas não são nenhu-
ma raridade. Só o estado
regular o nível
de São Paulo possui várias
e Minas Gerais, ainda mais. Mas o que
das barragens,
um lago
sobre o rio
torna Rifaina excepcional é a qualidade da nunca lhe
água do seu lago. Ela é absolutamente limpa,
Nos fins de
semana, o que cristalina e transparente nas partes mais rasas e falta água
mais se vê
são lanchas
de um desconcertante verde-esmeralda no restan-
passeando no te do lago — cujo fundo, em alguns trechos de pe-
lago, que não é dra, como na parte conhecida como Estreito, acentua
grande, mas, na
sua parte mais ainda mais este lindo tom. É água doce, claro, já que o
estreita (ao lado lago não passa de um represamento do rio Grande. Mas
e acima), avança
sobre o bonito com cor de mar. Nem parece que se está na divisa com Mi-
leito original do nas Gerais, a mais de 600 quilômetros litoral.
rio Grande
O que faz com que a água do lago Jaguara seja tão clara é a
feliz combinação de dois fatores: a topografia da região, repleta de
chapadões de pedras que formam cânions por onde o Rio Grande es-
corre (portanto, sem terra solta no fundo e nas margens, o que não tur-
fotos mozart latorre
ranCHos
milionÁrios
Mansões
cinematográficas
dominam as
margens do
lago, cada uma
com o seu píer e
barco na porta.
O programa
preferido dos
mozart latorre
frequentadores
de Jaguara é
sair de lancha
para passear nos
“cânions” (abaixo)
do Lago, onde a água já é bem clara.
Só que, em Jaguara, ela é ainda mais
mais, porque, como está sempre em
movimento, não acumula sedimentos. É
uma tremenda surpresa para quem chega
nesta cidadezinha esperando encontrar ape-
nas uma prainha mixuruca e barrenta.
mozart latorre
O
utro privilégio do lago Jaguara, que
se estende ao longo do antigo leito do
rio e tem cerca de 35 quilômetros de
extensão (de um lado é São Paulo, do
outro Minas Gerais) é que, justamen-
Nas margens te por ter a função de nivelar as águas para as turbinas das hi-
drelétricas, ele está sempre cheio. Seu volume de água nunca
do lago, casas baixa, ao contrário, por exemplo, da própria represa de Furnas,
de milhões, que que nestes tempos de estiagem brava, de “Mar de Minas” está qua-
se virando deserto. Para quem tem barco, é garantia de passeios o ano
eles chamam inteiro. E para quem tem casa na margem do lago, a certeza de que ela
continuará à beira d’água, mesmo que não chova por meses a fio. “Este
de “ranchos”. lago é abençoado”, diz um dos seus mais antigos frequentadores, o empre-
sário mineiro Ronaldo Vilas Boas, que, quando menino, acompanhou a su-
É a Califórnia bida daquelas águas, e hoje, não por acaso, é dono da mais conhecida marca
brasileira de lanchas da região, a Luna Boats, com sede na quase vizinha cidade de Ubera-
ba. “Se Furnas é o Mar de Minas, aqui é a Angra do Reis do interior de São Paulo;
muito mais bonito e limpo”, diz. E ele não é o único que pensa assim.
P
or essas e outras é que, de
cinco anos para cá, o entor-
no do lago Jaguara vem se
transformando num dos mais
exuberantes — e caros! —
polos de lindas casas de veraneio do oeste paulis-
ta, boa parte delas de empresários de Ribeirão Preto
Nos fins de semana, e do milionário setor de calçados de Franca, cidades
vizinhas a Rifaina, que também fica próxima a Ubera-
as ruas da cidade ba e Uberlândia. Um terreno num dos vários condomí-
nios que estão surgindo nas margens do lago não custa me-
são tomadas por nos de R$ 1 milhão. E uma boa casa já construída na beira
lanchas rebocadas. d´água várias vezes isso. “Aqui é a praia da Califórnia brasilei-
ra”, brinca um corretor de imóveis da cidade, numa alusão ao
Rifaina tem mais apelido de Ribeirão Preto e à fartura de sol e dinheiro da região.
Todas as casas na beira do lago têm o seu próprio píer com bar-
barcos do co na porta, quando não também prainha particular e gramadões dig-
nos de campos de golfe. Mesmo assim, são chamadas humildemente
que carros de “ranchos”, pelos seus donos — “se o ‘rancho’ é assim, imagine as ca-
sas onde eles moram?”, costumam brincar os visitantes menos informados
sobre a riqueza que hoje margeia o lago Jaguara. Uma das casas tem até igre-
ja particular. Outra, um píer tão largo que o seu dono costuma ir de carro até
o barco — uma Ferrari, que ali fica estacionada enquanto ele passeia na água.
bem-bom
na Água
A proximidade
com cidades
desenvolvidas
e ricas,
transformou
Jaguara em um
polo de lazer dos
bem-sucedidos
empresários
da região. Só o
tamanho dos
barcos é limitado,
por causa de
uma ponte
baixa demais
alberto sodré
mozart latorre
mozart latorre
mozart latorre
M
as, curiosamente, no quer galpão vira marina. E lota rapidi-
lago só há lanchas pe-
Água por
Todos
os lados nho”, diz. As garagens náuticas já são A água do lago
quenas, porque a pon-
te que o cruza — e
A ponte baixa
demais da
rodovia que
uma das principais fontes de emprego na
cidade, o que não deixa de ser curioso numa
tem cor de mar.
que liga São Paulo a
Minas Gerais — é baixa demais. Fica tão ren-
atravessa o
lago (acima),
região dominada pela agricultura.
Tamanho movimento levou a prefeitu-
Nem parece que
te à água que os ocupantes dos barcos precisam
impede as
lanchas ra a construir recentemente uma (ótima) ram- se está na divisa
abaixar o corpo para não bater a cabeça. “Lancha, maiores. Mas pa pública e (quase) unificar os serviços das ma-
aqui, só de 22 pés para baixo, e sem capota nem tar-
há píers por
todos os lados. rinas, que passaram a usar um só local para descer com Minas Gerais,
ga”, diz Fabrício Cantieri, dono de uma das marinas
da cidade. “Quem quiser barco maior, tem que optar
até na praia
da cidade (no
canto), onde
e tirar seus barcos da água. “Já estava faltando lugar
na orla da cidade para tantas rampas de lanchas”, expli-
a mais de 600
balneÁrio
por ficar só de um lado ou outro do lago”, explica. “E tem
gente que faz isso!”, completa, rindo.
a areia rosada
contrasta com
ca o secretário de turismo da cidade, Claudio Masson, vi-
brando, no entanto, com a súbita fama náutica que a cida-
quilômetros
na diVisa dos
esTados Mesmo assim, quem gosta de barco não quer saber de ou-
o verde da
água de vem conquistando. “Já somos referência de praia na região do litoral
Com a criação tro lugar para navegar. E a maior prova disso é que, embora mi- e, logo, logo, também seremos para quem gosta de passear de
do lago, de águas
bem claras, núscula, Rifaina já soma quase dez marinas e garagens náuticas, barco”. Graças ao lago, Rifaina descobriu sua verdadeira vocação:
Rifaina (no alto) ou “guarda-barcos”, como eles chamam por lá os galpões que ser- o turismo. Hoje, a bonita orla da cidade abriga um generoso calça-
descobriu sua
vocação turística, vem de estacionamento para as muitas lanchas e jets que ficam guar- dão com bares e quiosques à beira d’água e concorridos trapiches para
bem na divisa de dadas na cidade. E já falta lugar para mais barcos. No total, estima-se receber os barcos, o que confere a Rifaina ares de cidade praiana, mes-
São Paulo com
Minas Gerais. De
que a cidade tenha perto de 1 000 lanchas e jet skis, mais até que automó- mo estando bem longe do mar. Até uma base do Projeto Navega São Pau-
um lado é um veis emplacados. “Temos mais barcos do que carros”, diverte-se o funcioná- lo, que ensina crianças da rede pública escolar a navegar, foi instalada lá.
estado, na outra Agora, o próximo passo é tentar ordenar o movimento dos barcos pelas
rio de uma das garagens náuticas, depois de cruzar meia cidade rebocando
margem, outro
mais uma lancha com o trator, já que, com tamanho movimento, os “estacio- ruas da cidade, já que, ao serem rebocados, eles atrapalham o tráfego e geram
namentos de barcos” estão ficando cada vez mais distantes da água. “Aqui, qual- cenas curiosas. Como famílias desfilando com suas lanchas pela orla — pelo as-
duas
surpresas
Quem chega
a Rifaina se
A nova onda é mergulhar
falto da avenida da orla! Isso
quando não estacionam seus
surpreende.
Tanto com
no lago, onde a visibilidade
barcos nas vagas dos automó-
a beleza e a
transparência das
águas de Jaguara
passa dos 30 metros de
veis. “No verão, aqui tem mais
lancha parada na rua do que car-
quanto com a
ótima Pousada da profundidade. “É como se você
Pedra (acima e ao
ro”, conta um dos moradores da ci-
dade, que, no entanto, garante não se
lado), na beira
do lago, claro
estivesse voando na água”,
incomodar com o movimento inusitado.
“Quem vive aqui já está acostumado com
diz quem já mergulhou
esse montão de barcos, pra todo lado”.
É
verdade. Tanto que o dono da prin-
cipal pousada da cidade, a excelen-
te Pousada da Pedra, à beira do lago,
claro, construiu um grande píer para re-
ceber os hóspedes que chegam de barco.
E ele garante que a maioria dos seus clientes chega as-
sim, pela água, não de carro, pelo asfalto. “Eles deixam
o carro na marina, na cidade, pegam o barco e já chegam
aqui navegando. Assim, no dia seguinte, quando acordam, a
lancha já está na porta do quarto, pronta para passear”, expli-
ca José Augusto Continentino, que transformou sua ex-casa de
fim de semana em pousada, num braço particularmente lindo do
lago. “Era o meu ‘ranchinho’”, brinca.
Agora, José Augusto está mirando outro tipo de visitante do
lago: os mergulhadores — sim, mergulhadores! Atraídos pela trans-
parência da água e por uma visibilidade que passa dos 30 metros de
profundidade, grupos de mergulhadores já começaram a chegar à cida-
DE OLHO NAS
LUNAS DO LAGO
Atraídas pelo potencial náutico
de Jaguara e pelo sucesso que
as lanchas mineiras da marca
Luna sempre fizeram por lá,
várias lojas de barcos
começaram a chegar a Rifaina
A água é sempre
Uberaba
amarelo foram superadas por outras marcas,
rifaina
Fim de tarde no como Ventura, Focker e FS. Mas, em
franca
m.G. lago: o sol só não
limpa. Em alguns de, intrigados com o que ouviram
ribeirão Preto
s.P.
desce até a água
porque é barrado
Minas Gerais, onde as Lunas ainda são
produzidas, continuam sendo quase
M
Portinari), o que faz com Mas isso está mudando. Com
as reações como essa são comuns e com- que a viagem dure cerca tamanho movimento de barcos, a cidade
de cinco horas. Mas atraiu o interesse de grandes marcas, que
preensíveis no caso do lago Jaguara. Seja apenas 160 quilômetros a
abriram lojas e nomearam representantes
passeando de barco (quem não tem um separam de Ribeirão Preto
locais. Hoje, marcas como Ventura, FS
pode alugar lá mesmo), se embasbacan- e pouco mais de 60 de
Franca, as duas maiores Yachts, Arth Marine e motores Mercury
do com a paisagem dos chapadões refle- cidades da região. Já do já têm representação oficial na cidade,
tidos na superfície lisa do lago, ou, agora, também, mergulhando, lado de Minas Gerais, as ganham campanhas de vendas nos fins
todo mundo chega à mesma conclusão: a de como este país é grande cidades mais próximas são
de semana e outras mais devem chegar
Uberaba (a 90 quilômetros)
e surpreendente. Porque, se poucos já ouviram falar de Rifaina, menos em breve. Todas de olho no potencial
e Uberlândia (a 190), razão
ainda poderiam imaginar que uma cidade tão pequena escondesse bele- pela qual Rifaina também náutico do lago e no sucesso que as
zas do tamanho de um lago inteiro. E um lago pra ninguém botar defeito. atrai muitos mineiros. mineiras Lunas sempre fizeram por lá.
Anote Aí
Onde? Transamerica Expo Center, São Paulo –– Quando? De 25 a 30 de setembro, das 13 às 22 h –– Quanto? Adultos R$ 58; maiores de 65 anos, R$ 29
Náutica SudeSte 35
São Paulo boat Show
Intermarine
48 Offshore
Será uma das grandes estrelas do
salão e marca a volta da Intermarine
às lanchas com estilo esportivo
offshore. Segundo o estaleiro,
chegará aos 56 nós de velocidade Focker 305 GT Mestra 22.8
Novo modelo derivado dos anteriores da série GT, tem Maior lancha do estaleiro paulista Mestra, especializado em modelos
visual moderno e cabine de 1,80 m de altura, com cama de entrada no mercado náutico, tem pequena cabine com banheiro,
Arth 255 Proa Aberta de casal à meia-nau. casco insubmersível, e opção de motor de centro ou popa.
Versão com assentos também na proa do bem-sucedido
modelo Arth 255. Mesmo assim, tem uma pequena cabine (que
também pode servir como paiol) à meia-nau, além de banheiro.
Coral 46L
Nova lancha feita no Rio de Janeiro, com dois camarotes
(ambos com cama de casal) e cockpit com teto solar. Nos
passeios diurnos, leva até 16 pessoas a bordo.
A maior do salão
A grande e bonita Intermarine 65 não é exatamente uma continuará sendo a maior lancha exposta no São Paulo Boat
Bayliner 210 Deck Boat novidade (já esteve nos dois salões anteriores), mas Show. E, como de hábito, deve atrair muitos olhares.
Versão ligeiramente maior do modelo 190, já importado
pela própria Bayliner para o Brasil. Sua maior característica
é a proa retangular, que aumenta consideravelmente o Mercury
espaço a bordo. Ótimo para águas tranquilas.
Four Stroke
Novos motores
da nova linha de
propulsores da
marca, com modelos
75, 90 e 115 hp, todos
Capri 21 de quatro tempos e
Uma das menores lanchas do estaleiro americano Chris-Craft, que bem silenciosos. FS 275 Wide
tem representação oficial no Brasil. Sua maior característica é o Versão com proa aberta do modelo FS 275 Concept, pode
estilo vintage, que agrada em cheio aos saudosistas. navegar com até 12 pessoas a bordo.
Azimut
42BR
Mais recente
lancha da Azimut
construída no
Brasil, é um barco
compacto e bem
completo para o
seu porte.
M1 Tender
Lancha de estreia
do novo estaleiro
catarinense M1
Yachts, tem,
também, um
estilo novo por
aqui, o dos
tenders boats.
Solara 520 Fly
Nova versão com flybridge do modelo 520 HT, ganhou
nada menos que 20 m² a mais de área com o próprio fly.
MasterCraft X30
Segundo o fabricante, esta nova lancha, de 23 pés, garante
“marolas nunca antes vistas” para os fãs do wakeboard.
Bavaria Cruiser 41
Sucessor do modelo Cruiser 40, este veleiro alemão tem várias opções
de distribuição interna e pode ter até três camarotes fechados.
38 Náutica SudeSte
São Paulo boat Show
Wakesetter 24 MXZ
Modelo da linha 2015 de um dos maiores fabricantes de
lanchas para wakeboard, tem sistema surf-gate, que altera
Phoenix 270 Open o formato das marolas de acordo com a vontade do atleta,
Nova lancha do estaleiro alagoano Phoenix, é uma proa além de outros recursos de tecnologia.
aberta com banheiro fechado e tem uma das maiores
plataformas de popa da categoria.
Sessa Cruiser 42
Real Top 420
C
MY
CY
CMY
K
Percorremos o litoral Sobre estrelas
e preços
entre Guarujá e Mangaratiba das marinas
para conferir e eleger
A s marinas e garagens náu-
as MelHores Marinas
ticas aqui avaliadas recebe-
ram cotações de uma a três estre-
las, de acordo com as instalações
e recursos que oferecem. No en-
tanto, como os donos de barcos
costumam optar por apenas uma
região, esta graduação foi feita por
E
Também os preços sofrem varia-
scolher um bom lugar para guardar um ções, em função do que eles co-
barco no litoral entre São Paulo e Rio brem (manutenção do barco ou
não, limite de descidas à água por
de Janeiro não é tarefa fácil. A oferta
mês, etc). Quase sempre, eles são
é tão grande que torna a escolha uma determinados pelo tamanho do
operação exaustiva e delicada. Há mais de 100 barco (algo entre R$ 30 e R$ 100
opções, apenas entre o Guarujá e Mangaratiba. por pé de comprimento do casco,
dependendo do local), embora al-
Mas a grande maioria não são propriamente
gumas marinas prefiram cobrar
marinas (ou seja, não possuem instalações tam- de acordo com a cara — e o bol-
bém dentro d’água) e sim garagens de barcos, so — do dono do barco (descon-
embora muitas de ótima qualidade. Para quem, fie das que não possuam tabelas
fixas). Mesmo assim, o preço tabe-
no entanto, tem um barco de pequeno ou mé-
lado por pé pode variar, de acor-
dio porte (especialmente se for uma lancha, que do com o tamanho do barco. Ou
invariavelmente ficará guardada fora d’água) isso seja, cada faixa de tamanho pode
não faz a menor diferença, porque as boas gara- ter um valor-padrão diferente por
pé. Nestes casos, está indicado nos
gens náuticas costumam oferecer os mesmos ser-
textos como cobrança “por tama-
viços de uma marina de fato. Só o que costuma nho de barco”.
mudar são os espaços e as áreas sociais (restau- Por fim, para facilitar as compara-
rante, loja de conveniência, piscina, etc.), quase ções de custo entre marinas, exem-
plificamos com o preço para uma
sempre mais fartas nas marinas maiores.
hipotética lancha de 29 pés, em
Além de marinas e garagens náuticas, existem vaga seca e mensal (as exceções
também os iates clubes, que, no entanto, justa- estão indicadas), considerando, no
mente por serem “clubes”, têm outra função além entanto, que algumas marinas ofe-
recem mais serviços do que outras
de apenas guardar os barcos dos seus associados
— como seguro, lavagem do barco,
— que, inclusive, precisam comprar um título acionamento semanal dos moto-
para fazer parte. Por isso, não foram analisados no res e demais serviços de marinha-
levantamento que você verá nas páginas seguintes ria, que nem todas oferecem. Por-
tanto, as variáveis embutidas nos
e que teve por objetivo ajudá-lo a escolher...
preços são grandes. Consulte antes.
GuaruJÁ
O polo náutico
mais próximo
de São Paulo é
muitíssimo bem
servido de grandes
marinas, com
ótimos serviços
SUPMAR NACIONAIS
l Ótima rampa
Misto de marina l Restaurante Uma das melhores l Área social
Pontos altos
l Posto de combustível próprio
l Bons guindastes
l Bom restaurante
PIER 26
Marina bastante conhecida também
pelos serviços de reforma
Pontos altos
l Oficinas de serviços
l Bons guindastes
? Onde fica?
No canal de Santos
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por pé
$ Como cobra?
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HIFLY
Marina com boa área, ? Onde fica: Dentro do
também dentro do Cing, CING
no Guarujá $ Como cobra? R$ 50
por pé
Pontos altos $ Preço para 29 pés
BOREAL
Marina nova, com vagas ? Onde fica
secas e molhadas, em local Dentro do Cing
bem abrigado $ Como cobra?
A partir de R$ 46 por pé
Pontos altos $ Preço para 29 pés
BertioGa
Quase uma extensão natural
do Guarujá, o canal de Bertioga
é o rumo mais frequente dos
barcos de lá a caminho do mar
são seBastião Com ilhas e muitas praias, é uma cidade espalhada pelo trecho
mais lindo do Litoral Norte paulista, e tem marinas em três áreas
MARINA reparos
PORTO DAS ILHAS
VITÓRIA l Canal de fácil
acesso Fica ao lado de outras ? Onde fica?
Boa garagem garagens no rio Boiçucanga Em Boiçucanga
náutica, em rio ? Onde fica? e oferece boa área $ Como cobra?
marinas
MARINELLA
Boa garagem náutica na linda
paisagem de Barra do Una
Pontos altos
l Tem duas rampas
l Agradável bar com deque
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DOCUMENTO VIRA ENFEITE
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Registro de Rádio, Epirb e AIS junto a Anatel.
Seguros para Embarcações.
Registro para Pesca Amadora no Ministério da Pesca.
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CaraGuatatuBa
Entre São Sebastião e Ubatuba,
Caraguá tem muitos lugares para
guardar barcos, porque, para os
dois lados, o que não faltam são
bons motivos para navegar
marinas
MARINA
PEREqUÊ ? Onde fica? No caminho
Garagem náutica de São Sebastião
bem básica, mas que $ Como cobra?
R$ 25 por pé
Pontos altos $ Preço para 29 pés
Por tamanho
Pontos altos $ Preço para 29 pés
MARINA CAÇULA
Pequena garagem náutica, no ? Onde fica? No rio
maior rio do Litoral Norte de Juqueriquerê
São Paulo $ Como cobra?
R$ 25 por pé
Pontos altos $ Preço para 29 pés
60 Náutica SudeSte
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uBatuBa
Com praias absolutamente lindas e boas marinas,
é fácil saber por que Ubatuba é um dos lugares
preferidos pelos donos de barco no litoral paulista
VOGA MARINE combustível próprio $ Como cobra? KAUAI l Retira esgoto dos barcos
l Bom píer sendo Por tamanho Não é grande, mas l Bom restaurante
Bonita e com bons ampliado $ Preço para 29 pés justamente por isso oferece
serviços, para barcos l Bonitas instalações R$ 1 693 (mais R$ ambiente mais seleto e ? Onde fica?
e proprietários l Completa área social 32 por rampa) tranquilo No Saco da Ribeira
Contato $ Como cobra?
Pontos altos ? Onde fica? No Saco (12) 3842-2000; Pontos altos Por tamanho de barco
l Posto de da Ribeira vogamarine.com.br l Tem poucos barcos $ Preço para 29 pés R$ 1 881
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MARINA CACOLACO
Marina mais bem estruturada
da região do Frade, tem boas
vagas secas e fechadas
Pontos altos
l Travel lifts para até 80 toneladas
MARINA COSTABELLA l Ponte rolante para até 40 toneladas
l Sala de espera para clientes
Tem boa localização e fica anexa l Empilhadeiras para até 36 pés
l Bons banheiros com chuveiros
l Hotel com bom restaurante
a um grande hotel
? Onde fica? Na vila do Frade
Pontos altos ? Onde fica? Junto ao hotel Meliá
$ Como cobra? por tamanho de barco
$ Como cobra? A partir de R$ 75 por pé
l Local muito abrigado
$ Preço para 29 pés? R$ 2 175
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l Selo Bandeira Azul, de respeito
Contato (24) 3369-2052;
ambiental Contato (24) 3377-3094; amcb.com.br
marinacacolaco.com.br
70 Náutica SudeSte
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l Bom preço
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Mangaratiba tem,
também, duas O que é ObrigatóriO... ...e O que é desejável
boas opções para Quebra-mar muitas vagas na água
guardar Toda marina precisa estar em local protegido de ondas, maro-
las e o máximo possível de ventos. Especialmente se ficar a beira-mar.
Quanto maior for o número de vagas molhadas, melhor será a vida
do usuário, que não correrá o risco de chegar e não ter onde parar.
um barco Píer para desembarque espaço para manobrar
O ideal é que ele seja flutuante, especialmente em locais onde O tamanho das vagas secas deve ser, no mínimo, 50% maior que o com-
a maré varia bastante, a fim de acompanhar a altura do barco. primento dos barcos, a fim de evitar esbarrões nas manobras com o trator.
rampa guindastes
Marinas que não usam guindastes para pôr e tirar os barcos na água Guindastes (também chamados de travel lifts) são o que há de mais moderno
precisam ter uma boa rampa, de concreto, larga e com pouco declive. e seguro para tirar e colocar barcos na água. Para os maiores, são obrigatórios.
especialista
em alumínio
Fábrica da
Levefort, em
Paulínia, no
interior de São
divulgação
Paulo: alumínio é
com eles mesmo
T
udo começou quando Jasper, cansado de ter de
linha de pesca squalus turisboat: barco para turismo
reformar o seu judiado barco de madeira todas
as vezes que voltava de uma pescaria, identificou
naquele problema uma oportunidade: por que
não construir barcos de alumínio no Brasil? — pensou. Afi-
nal, eles eram mais leves e mais resistentes do que os fei-
tos com outros materiais. E disso nasceu não só a própria
empresa como também o seu nome, Levefort, que une as
duas principais virtudes desse tipo de barco.
Hoje, a Levefort é um dos mais sólidos e produtivos es-
taleiros do país, com mais de 340 000 embarcações produ-
zidas e dona de pouco menos da metade do total de barcos inflável com fundo de alumínio marajó 19: maior sucesso da marca draga para limpeza de águas
do gênero feitos anualmente no país. É, além de líder no
segmento de barcos de alumínio no Brasil, também um dos
maiores fabricantes de lanchas do gênero no mundo. Saem
de sua fábrica, em Paulínia, no interior de São Paulo, nada
menos que 120 modelos, entre 14 e 46 pés, que são produzi-
dos por 140 funcionários e postos à venda em cerca de 150
divulgação e tarcísio alves
brica de barcos soldados de destinam às mais variadas fi- Marítima. A fábrica produz
barcos alumínio, no final dos anos nalidades — de transporte de ainda um inflável com fundo
O dono, Carlos em sÉrie
Além dos galpões
1980, e que fez surgir em Pa- passageiros a coleta de lixo na de alumínio, material, que,
ggiaro o interesse pelos gran- água. Para atestar a qualida- segundo Paggiaro, não tem
Paggiaro, entrou no com diferentes
fases da linha
de produção,
des barcos de serviço, ou de das embarcações que fabri- igual. “O alumínio é perfeito
ramo de construção a fábrica de
Paulínia tem um
workboats. Hoje, graças a es-
tes barcos, a fábrica em Paulí-
ca e diferenciá-las da concor-
rência, a marca criou um selo
para qualquer tipo de barco”,
garante. “Não pesa, não que-
de barcos por acaso. showroom, com
alguns modelos
de barcos da
nia ganhou uma área exclusi-
va para grandes embarcações,
que garante que seus barcos
usam alumínio de liga naval,
bra, é muito resistente e ainda
é reciclável”, enumera, expli-
O que ele queria era marca. Até hoje,
a Levefort já que são fabricados sob a mar- tem cinco anos de garantia, cando, em parte, o porquê do
ca Icoma. Dali, saem embar- assistência técnica permanen- sucesso da marca que hoje vi-
construir girocópteros produziu mais de
fotos tarcísio alves
“Barco de alumínio é pra vida inteira” dos cascos menores nem dos bar-
cos para pescadores. Atualmente, fa-
bricamos cerca de 1 500 barcos por
Para o presidente da Levefort, carlos Paggiaro , não existe material melhor para se construir um ano, entre todos os tipos e tamanhos.
barco, mas ele lamenta que nem todos os fabricantes sigam os mesmos princípios de qualidade empresário E, mesmo assim, os personalizamos.
consciente O alumínio permite isso, sem maio-
Paggiaro:
“Além de tudo, res problemas. Se tivermos 100 barcos
Por que, na sua opinião, o alumí- investimento inicial em um barco de porque no Brasil não há muitos produ- o alumínio é na fábrica, garanto que um é diferen-
100% reciclável.
nio é o melhor material para se alumínio pode ser mais alto, mas o seu tores desse tipo de alumínio. Aliás, só Com o material te do outro, de acordo com o pedido
construir um barco? custo-benefício também é. Sem falar tem dois, enquanto que na China há de um barco de cada cliente. E, agora, eles já saem
que você não precisa pensar em reven- mais de uma centena deles. E a impor- dá até para
Porque a durabilidade e leveza daqui com motor instalado, o que an-
construir outro”
do alumínio são incomparáveis. Ele é da, porque quem compra um barco de tação também encarece o processo. tes era feito pelo revendedor apenas.
leve e permanece inalterado ao longo alumínio sabe que é pra vida toda. Aliás, a cadeia produtiva inteira é mui- quada, a começar pela espessura das está enquadrada no Lucro Presumido, É melhor assim. O cliente já recebe o
do tempo. Até a pintura é meramen- to onerosa, em função de outras coisas, chapas de alumínio e processo constru- para empresas com receita bruta de até barco 100% pronto.
te decorativa, no caso de um barco de É por isso que os barcos da Le- como, por exemplo, o preço da ener- tivo. Já vi cascos que, por fora, são de R$ 78 milhões. Ou seja, nós também,
alumínio. Já a fibra de vidro tem uma vefort custam significativamen- gia elétrica no Brasil, que é o principal alumínio, mas por dentro são de zin- praticamente, não temos limite para Você tem barco próprio?
vida útil relativamente curta, além de te mais que os outros? custo no processo de transformação do co! Isso é um desrespeito ao compra- trabalhar, enquanto os outros têm. É Não preciso ter, porque sou sem-
deixar o barco mais pesado. Além dis- Nossos barcos não são caros. Os alumínio. Tudo entra na conta final do dor e uma concorrência desleal. Sem por isso que estamos ampliando nos- pre convidado para andar no dos
so, tem a questão ambiental. O alumí- outros é que não seguem a nossa qua- custo dos nossos barcos. Mas eles não falar que, por causa do regime tributá- sa faixa de atuação e investindo na fa- clientes, que aproveitam os passeios
nio é 100% reciclável, o que o torna re- lidade. No nosso negócio, o alumínio custam mais caro. São preços justos, rio, nós pagamos bem mais impostos. bricação de barcos de trabalho. Somos para ter uma consultoria gratuita (rin-
aproveitável, ao contrário da fibra de é o principal insumo. E o alumínio que refletem o que qualquer bom bar- Vou dar um exemplo disso. Com uma uma fábrica de fato. Não um simples do). Acho que sou benquisto no meio
vidro. O aço também é, mas corrói. Dá que nós usamos é uma liga naval, com co de alumínio deveria custar. ou duas exceções, todos os outros fa- galpão que produz barcos. náutico. Mas tenho, sim, um Leve-
até para construir outro barco usando muitos componentes, além do miné- bricantes do gênero — e há perto de fort de 32 pés, em Paraty, que foi fa-
o mesmo material. Se você cansar do rio em si. Quanto melhor a liga, maior Qual a posição da Levefort no 100 deles no Brasil! —, estão enqua- Quais os planos da Levefort? bricado em 1982. Portanto, 32 anos
barco que tem, pode derreter e fazer será a resistência do material e, conse- mercado brasileiro? drados no sistema tributário do Sim- Estamos investindo na constru- atrás. E ele está perfeito. Até hoje, só
outro, usando a mesma matéria-prima. quentemente, do barco. Nós compra- Sinceramente, não temos concor- ples Nacional, para empresas de pe- ção de barcos grandes, de serviço, se- troquei os motores, o que comprova
Na nossa fábrica, toda sucata é transfor- mos nossa liga naval de vários forne- rentes à altura. Nossos concorrentes queno porte, o que já dá uma ideia do tor que deve crescer bastante nos pró- bem o que eu sempre digo: barco de
mada em novas chapas de alumínio. O cedores, principalmente do exterior, nem sempre usam matéria-prima ade- tamanho destas empresas. Já a Levefort ximos anos. Mas não vamos abrir mão alumínio é pra vida inteira.
divulgação
A Levefort enumera alguns aspectos que, segundo
ela, caracterizam os bons barcos de alumínio
Drebitados ou soLdados? dePeNde
Um barco rebitado aceita uma espessura de chapa de
alumínio 20% mais fina (e mais leve) do que o soldado, porque,
A
como a solda pode deformar a chapa, ela precisa ser mais
espessa. Mas as soldas estão evoluindo muito e as que são
Não basta ser QuaLQuer aLumíNio aplicadas em ambientes gaseificados, como o argônio, já
A liga de alumínio deve ser do tipo naval e ter, no mínimo, a produzem ótimos resultados.
E
especificação 5052. As chapas devem ser as mais fortes e leves
possíveis, de modo que haja equilíbrio entre peso e robustez.
B
ProPorção comPrimeNto X boca
Também nos barcos de alumínio vale a regra do três por um.
É Preciso ter ViNcos No casco Ou seja, a fim de manter a estabilidade do casco, a boa
Vincar a chapa de alumínio gera reforço e ela fica mais proporção é a de três medidas do comprimento para uma da
estruturada do que uma chapa lisa. Quem economiza nos vincos boca. Algo como um metro de largura para três metros de
terá que reforçar internamente a estrutura do barco. comprimento do barco.
1 2 3
Mas todos seguem, corte das chaPas armação do casco Primeiro teste de
Fundo do casco, costados, Algumas partes são
mais ou menos, estaNQueidade
deques e todas as partes dobradas e todas são Apenas com a estrutura do barco
este processo que compõem o esqueleto do unidas entre si, por meio de montada, ele vai para a água, em um
barco são cortados em chapas rebites ou soldas, dependendo tanque na fábrica. Para aumentar a pressão,
planas de alumínio. do modelo de barco. funcionários ficam dentro do barco.
4 5 6 7
moNtagem do barco NoVo teste de PiNtura do casco acabameNto FiNaL
Caso tenha passado pelo estaNQueidade Cada barco recebe quatro O barco ganha estofados,
teste de estanqueidade, o Como durante a demãos de tinta e, entre porta-varas, piso, painel e
barco começa a ganhar corpo. montagem, a embarcação cada demão, é colocado numa demais acessórios escolhidos
Estruturam-se popa, proa, e são precisou ser furada para estufa. Antes disso, é lixado, lavado pelo cliente — como capota e
instalados tanque de combustível, instalação de equipamentos, faz- com sabão neutro e ganha uma cadeira giratória. Só então está
suporte de bateria e outros se novo teste no tanque d’água. camada de primer, que protege a pronto para receber o motor.
equipamentos. Se aprovada, segue para pintura. chapa e aumenta sua durabilidade.
82 Náutica SudeSte
Você e seu barco Não é só o motor que sofre
usaNdO (direitO) Os maNetes
Não engate ou desengate o motor
de maneira ríspida, para frente e para
O preçO
trás, se a lancha ainda estiver com
bom avanço, porque isso força as
engrenagens da rabeta e pode gerar
danos sérios ao sistema de propulsão.
U
de pilOtar
ma pilotagem abusiva afeta não só o motor,
mas também o sistema de propulsão, que tem Execute ações firmes (mas não com
engrenagens e eixos muito bem sincronizados. Por força) nos engates, especialmente no
isso, bruscas alternâncias de aceleração ou esforços caso de motores de popa. Mas, se acionar os manetes com suavidade excessiva, as
erradO
contínuos em regime máximo causam desgastes ao engrenagens também poderão sofrer desgastes, por falta de precisão nos engates.
conjunto. E não é só isso. Também a cabine e os porões Aguarde alguns segundos até que o propulsor pare de girar em
sofrem uma barbaridade quando o casco é submetido um determinado sentido, para, só então, engatá-lo no sentido oposto. Do
a uma pilotagem mais “agressiva”, especialmente em contrário, você forçará as engrenagens do reversor.
Se a forma como você pilota sua lancha for um dias de mar picado. Nessas ocasiões, as conexões
Cuidado para não acionar o trim de apenas um motor, quando
pouco mais “radical”, pode apostar que a sua conta elétricas e hidráulicas tornam-se vítimas frequentes
operar um barco com dois. Isso sobrecarregará o outro motor e ainda fará o
dos solavancos. Fios se soltam, parafusos afrouxam
na oficina também será. Especialmente no motor barco navegar desequilibradamente.
e costumam surgir danos até em vasos sanitários.
No porão, o problema é ainda mais sério. Com as Evite navegar com manetes em posições diferentes quando usar
A
pancadas no casco, braçadeiras e baterias tendem a dois motores ao mesmo tempo. Isso gerará esforços e desgastes diferentes
motorização é a parte mais diretamente afetada pelo seu jeito de pi- fotos shutterstock afrouxar, gerando vazamentos e panes elétricas. nos dois motores e complicará também as revisões de manutenção.
lotar uma lancha. Por isso, a primeira providência, antes mesmo de
sair com o barco, é deixar o motor funcionando por cerca de cinco
minutos, para fazer o óleo lubrificante aquecer até a temperatura correta
de funcionamento. Na volta, faça o mesmo: pare o barco e deixe o motor
funcionando por outros cinco minutos, em marcha lenta, antes de desligá-
lo. Assim, todo o sistema voltará à temperatura normal de uso, preservando
as propriedades lubrificantes do óleo. Os 3 vícios mais
Outro cuidado é com o regime de uso: evite altos e baixos frequentes
na aceleração ou longos trechos feitos em alta rotação, porque isso pode
frequentes e o
causar desgaste prematuro de alguns componentes do motor, além de au- que eles causam
mentar barbaramente o consumo. Mesmo nos motores mais modernos
isso deve ser evitado, porque, por conta do maior número de componentes
1
eletrônicos, eles são, também, mais sensíveis. Pilotar em velocidade e rotação máxima por
Mas poupar um motor não significa usar o barco o tempo todo em muito tempo é bem prejudicial, porque todo
motor está preparado para funcionar em altas
baixa velocidade. Lanchas, por exemplo, foram feitas para planar. Quando
rotações, mas não por períodos longos. Quando
isso não acontece (ou seja, quando a velocidade fica abaixo do necessário exigido além do razoável, ele se danifica.
para o planeio), o casco se arrasta — literalmente — na água, forçando de-
2
mais o motor, apesar da baixa rotação. O correto é fazer o casco “descolar” Arrancar rápido demais aumenta o esforço do
da água de maneira gradual, mas o mais rápido possível. motor, porque, antes de colocar o casco em
regime de planeio, ele precisa vencer a resistência
Para atingir o planeio com mais facilidade, alguns barcos — especial-
da água. Que não é pouca.
mente os menores — necessitam de flapes. Use-os. Eles permitem chegar às
3
velocidades de planeio e cruzeiro mais rapidamente. Já o trim só deve ser acio- Desacelerar bruscamente é ruim, porque
nado depois que o casco “desgrudar” da água. Do contrário, fará com que a a redução abrupta da rotação desgasta
popa navegue muito enfiada, dificultando o planeio e gerando esforço — e, componentes do motor e provoca queda
consequentemente, desgaste — desnecessário no motor. Que, afinal, é mes- repentina na pressão do óleo lubrificante.
Desacelerar de uma só vez, só em emergências.
mo o componente que mais sofre com o jeito com que se pilota um barco.
84 Náutica SudeSte
Você e seu barco
Ondas de praia?
O melhor é evitar
Se tiver de encarar ondas arrebentando de frente, aborde-
as diretamente com a proa, mesmo que isso faça o barco
.com.br
de surf . Aliás, evite também “surfar” nas
de onde elas vêm, cada caso exige uma abordagem diferente durante a pilotagem. Confira ondulações maiores, porque você pode
perder o controle do rumo e
acabar atravessando o barco
Ondas na barra? e receber as ondas pelo
Navegue em zigue-zagues costado, a pior de todas as
não puder evitar Quando o mar engrossa, é mais seguro navegar com
vento e mar pela proa (e não pela popa), porque ela
torna a navegação nas proximidades de praias e canais
bem mais difícil e arriscada. Se tiver de encarar uma
situação dessas, procure navegar em zigue-zagues (já que
é mais alta e projetada para isso mesmo: cortar as
1
nas barras geralmente não há espaço para avançar numa
ondas. No entanto, o melhor é abordá-las mais ou
simples diagonal), mas evitando receber as ondas de través
menos na diagonal, de forma que o casco as receba
Feche tudo e mantendo distância mais que segura de tudo ao seu
Não duvide. Se o seu barco for pelas bochechas, não passando, no entanto, de 45 redor.
atingido por uma grande onda, a graus em relação às ondulações. deve-se, também,
água entrará por todas as aberturas diminuir a velocidade e baixar um pouco os flapes e o
que houver — mesmo as mínimas, trim do motor, desde que a proa não fique muito para
como frestas nas tampas dos paióis,
baixo, o que pode se tornar perigoso. A aceleração
nas vigias e gaiutas da cabine.
Feche tudo. E bem. deve ser constante, porém baixa, cuidando o tempo
2
todo para o barco não embicar. Se acelerar muito na
subida, ele poderá “saltar”, como se a onda fosse uma
Só fique no mar se o barco rampa. A tática é subir e descer em baixa velocidade,
permitir
deixando que as ondas simplesmente “passem” pelo
Se o seu barco não foi projetado
para navegar em águas abertas, barco.
procure um refúgio assim que o
tempo começar a virar. Já barcos
de grande porte devem fazer
exatamente o contrário: ficar longe Ondas pela popa?
da costa, porque o mau tempo
Atenção redobrada
diminui a visibilidade e aumenta o
risco de acidentes nos obstáculos Quando o mar não estiver demasiadamente
da costa. grosso, a opção mais confortável é navegar com
3
as ondas vindo pela popa, o que deve ser feito
também em baixa velocidade, para não “subir” na
Mantenha o barco em movimento
onda adiante. Erguer um pouco o trim do motor e
Continuar navegando permite certo
controle do rumo e da situação. Já, tirar os flapes totalmente da água tornam mais fácil
parado, seu barco ficará à mercê a navegação nesta situação. Mas, se o barco tiver
das ondas. Mantenha o motor motor de centro ou for um veleiro, evite receber as
ligado e siga avante, mas devagar, ondas diretamente pela popa, para não perder o Fone:: +55.19.3515-5500 / Fax: +55.19.3856-4279
evitando sempre que o casco
controle do leme. Neste caso, manobre para que as
fique de través para as ondas. A
aceleração correta é aquela que ondas venham pelas alhetas. E, se o barco ameaçar
permite controlar o barco, sem que ficar sem governo, use o acelerador, para obter uma
o casco fique batendo ou sendo resposta rápida do leme. Navegar com ondas pela
levado pelas ondulações. popa é bom, mas exige cuidados.
86 Náutica SudeSte
cruzadas náuticas
ARquIVO NáuTICA
Nome desta indústria
V 1 Um aparelho para indicação de potência elétrica • 2 Oficial que é o primeiro e maior responsável pelo governo de um navio mercante ou de guerra •
E 3 A ilha do Mediterrâneo que lembra uma cruz, palco de uma famosa regata • 4 A capital de um dos três países norte-americanos • 5 Mamífero marinho
R encontrado na região ártica • 6 Um dos principais destinos turísticos do litoral do RJ, na cidade de Angra dos Reis • 7 Cidade chilena, na península de
T
I Brunswick; era o principal porto para a travessia entre o Atlântico e o Pacífico, antes da abertura do canal do Panamá • 9 Instrumento usado para medir a
C altura das enchentes dos rios • 11 Matéria-prima para colchões, almofadas e revestimentos • 14 Um sinônimo de serpentes • 15 Lugar onde se constroem
A
I barcos • 16 Bebida aperitiva amarga, geralmente alcoólica • 17 O arquipélago ao qual pertencem as Carolinas, as Marianas etc. • 18 Trançado feito de cabo,
S que toma formas especiais segundo as aplicações que tem a bordo • 19 No espaço das coordenadas termodinâmicas de um sistema, curva contínua sobre
a qual a pressão tem um mesmo valor constante • 21 Entrançado de fios metálicos que se usa na armação de lajes, no revestimento de massas etc. • 22
Uma parte do casco, entre a popa e a proa • 23 Unidade de medida correspondente a 1.000 gramas • 25 Cabo usado para içar velas, vergas, bandeiras, roupa etc.
88 náutica SudeSte
3 perguntas
arquivo pessoal
A COMPRA INTELIGENTE 500 FLY
“A PRIMEIRA DO BRASIL”
O pesquisador e escritor Idolo de Carvalho garante que foi Cananéia (e não São Vicente),
a primeira cidade do Brasil. E graças a um personagem que a História preferiu ignorar
O
mineiro Idolo de Carvalho é apaixonado pela pes- Mestre Bacharel, que, segundo ele (e todos na cidade), foi
quisa histórica e pela cidade que escolheu para o primeiro colonizador a se estabelecer em solo brasileiro,
viver, há mais de 20 anos: a pequena Cananéia, o que também tornaria Cananéia o primeiro povoado do
na divisa do litoral de São Paulo com o Paraná. E foi lá Brasil — antes mesmo de o país ser oficialmente “desco-
que ele decidiu pesquisar um personagem histórico que berto”, em 1500. A questão virou tema de um livro que Ido-
poucos já ouviram falar: o português Cosme Fernandes, o lo escreveu e que ele aqui comenta, rapidamente.
1
Aprendemos
errado
na escola?
“De certa forma, sim. Porque foi em Ca-
nanéia que se estabeleceu o primeiro po-
voado do país, bem antes de Martim Afon-
so “fundar” São Vicente, em 1532. A própria
2
O que
comprova
isso?
“Os próprios registros históricos, em-
bora exista certa lacuna de informações so-
bre o Brasil no período compreendido entre
o seu real descobrimento e a fundação de
3 Quem foi este
Bacharel que a
História ignorou?
“Mestre Bacharel foi um degradado por-
tuguês, que aqui virou uma espécie de rei
entre os índios, porque, além de branco, ti-
nha recursos que eles desconheciam. Tor-
Secretaria da Cultura de São Paulo admite São Vicente, justamente quando Mestre Ba- nou-se, então, temido e respeitado. E apro-
isso, ao afirmar que Cananéia foi “criada” em charel mais atuou por aqui. No Padrão dos veitou-se disso para ficar rico e poderoso,
1531. Mas o fato é que desde 1498 já havia Descobrimentos, em Lisboa, está gravado, criando um exército de nativos, capturan- 7 ANOS DE GARANTIA NO CASCO
um “povoado” na região de Cananéia, com no mármore, uma referência a Cananéia, do ouro e explorando aquele trecho do lito-
a chegada do primeiro homem branco a se o que deixa evidente a sua importância na ral brasileiro. Foi ele quem também estabele-
EXCELENTE NAVEGABILIDADE
estabelecer no nosso país, o português Cos- época. Oficialmente, no entanto, a História ceu o primeiro povoado no que é hoje São ELÉTRICA COM CE
me Fernandes, o Mestre Bacharel, como se registrou que Bacharel só veio para cá na Vicente, depois de fazer o mesmo em Ca-
tornaria conhecido. Ele veio para cá na ex- expedição de Gonçalo Coelho, de 1501, por- nanéia. Quando Martim Afonso chegou lá,
pedição secreta e exploratória de Duarte Pa-
checo e ali foi deixado como “marco huma-
no” português, a fim de preestabelecer o
que Portugal não poderia admitir que já sa-
bia da existência do Brasil antes de Cabral
“descobrir” o nosso país, obviamente. E isso
o Bacharel já havia criado uma comunida-
de. Mas pouco se sabe sobre ele, até porque
o grande incêndio de Lisboa queimou boa
15ANOS
TRADIÇÃO
limite sul do Tratado de Tordesilhas. Portanto, também fez com que Cananéia fosse igno- parte dos arquivos históricos. Ao que tudo universonautico.com.br
Cananéia existe desde antes de o Brasil ter rada na sua real relevância histórica. Mas, indica, morreu aqui mesmo. Em Iguape, exis-
sido oficialmente “descoberto”, o que a torna na cidade, isso é ensinado até nas escolas te o Outeiro do Bacharel e lá, até hoje, se ce-
ainda mais histórica. Mas São Vicente sem- e ela é classificada, sem nenhuma dúvida, lebra uma missa em homenagem a ele. Mas,
LANÇAMENTOS: 440, 560 e 760
pre teve mais força política e levou a fama”. como o primeiro povoado do Brasil”. no fundo, ele foi um grande aproveitador”.
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90 NáutIcA SuDEStE
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