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SÃO PAULO
2016
THIAGO PESTANA PINTO
SÃO PAULO
2016
FICHA CATALOGRÁFICA
BC-FCMSCSP/38-16
DEDICATÓRIA
Aos meus pais que sempre me apoiaram e continuam a contribuir para minha essência
enquanto ser humano. Obrigado pelo amor e exemplo.
À minha esposa Lidia, pelo imenso apoio, carinho, amor e por ser fundamental na superação
de mais um desafio.
À minha orientadora Profa. Maria Amélia de Sousa Mascena Veras por todo apoio, paciência
e por ter proporcionado esse enriquecimento tão grande na minha formação. Agradeço
também por ter me apresentado e presentado com a possibilidade de trabalhar com esse
universo de forma tão humana.
À Profa. Karina Braga Ribeiro pela paciência e auxílios durante essa jornada.
Às pessoas do Projeto Muriel por ser parte fundamental dessa trajetória e enriquecer todo
esse processo.
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11
1.1 O processo transexualizador no Brasil .................................................................. 16
1.2 A utilização do silicone líquido industrial nas transformações corporais .......... 19
2.OBJETIVOS .................................................................................................................... 22
2.1. Objetivo geral .......................................................................................................... 22
2.2. Objetivos específicos ............................................................................................... 22
3.MÉTODOS ....................................................................................................................... 23
3.1. Desenho do estudo ................................................................................................... 23
3.2. População do estudo e amostra .............................................................................. 24
3.3. Critérios de inclusão ............................................................................................... 25
3.4. Variáveis de estudo ................................................................................................. 25
3.5. Análise estatística .................................................................................................... 26
3.6. Questões éticas ......................................................................................................... 26
4. RESULTADOS ............................................................................................................... 27
Artigo ............................................................................................................................... 27
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 50
6.REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 51
7.ANEXOS .......................................................................................................................... 57
7.1. Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa ................................................................ 57
7.2. Termo de consentimento livre e esclarecido .......................................................... 59
7.3. Comprovante de submissão do artigo ..................................................................... 62
7.4. Normas de publicação da revista ............................................................................. 63
7.5. Questionário do Projeto Muriel ............................................................................... 71
RESUMO ..................................................................................................................... 93
ABSTRACT ................................................................................................................... 94
1. INTRODUÇÃO
Por expressar um gênero que não está em consonância com o sexo que lhe foi atribuído
ao nascimento, travestis e mulheres transexuais exemplificam as diversas “possibilidades de
experiências e práticas de gênero”7.
São definidas como “mulheres transexuais” pessoas que se definem e se sentem como
pertencentes ao gênero feminino e cujo sexo atribuído ao nascer é masculino. Já o termo
“homens transexuais” é utilizado para designar pessoas que se definem e se sentem como
pertencentes ao gênero masculino, sendo o sexo ao nascer feminino8.
11
O discurso médico hegemônico, com uma perspectiva de patologização da identidade
de gênero trans, estabelece parâmetros para distinguir categoricamente travestis de mulheres
transexuais. No entanto, estudos tem demonstrado que as pessoas transexuais ou travestis
podem transitar por estas categorias identitárias, de acordo com o contexto social7,11.
Por exemplo, muitas pessoas utilizam hormônios sem prescrição médica e vivem de
acordo com sua identidade de gênero antes de acessar os serviços de saúde. Para essas, tais
exigências podem significar, além de atraso nas modificações corporais desejadas, grande
tensão associada ao medo de não ter preenchidos critérios para acessar ou permanecer no
programa, estando sujeitas a classificações externas, sob risco de não conseguir indicação
cirúrgica ou medicamentosa que pretende acessar nos serviços de saúde14,19,21.
14
Assim sendo, uma oferta de cuidado em saúde integral para a população de travestis e
transexuais continua um grande desafio em nosso sistema de saúde. Nesse cenário, travestis,
mulheres e homens transexuais acabam por ocupar um lugar periférico dentro do sistema de
saúde, fazendo com que essas pessoas recorram a automedicação e a intervenções em seus
corpos fora dos serviços oficiais de saúde, enfrentando diversos riscos no processo de
transformação corporal26.
15
1.1 O processo transexualizador no Brasil
Como coloca Lionço, podemos entender esse Processo Transexualizador como “um
conjunto de estratégias de atenção à saúde implicadas no processo de transformação dos
caracteres sexuais pelos quais passam indivíduos transexuais em determinado momento de
suas vidas. Não se trata, portanto, do estabelecimento de diretrizes para a atenção integral
no sentido estrito, mas daquelas ações necessárias à garantia do direito à saúde
circunscritas à passagem para a vivência social no gênero em desacordo com o sexo de
nascimento.”28.
16
Para receber acompanhamento terapêutico, assim como a terapia hormonal que
antecede a cirurgia de transgenitalização, foi estabelecida a idade mínima de 21 anos. A
realização da cirurgia de transgenitalização poderia ser realizada após um acompanhamento
terapêutico por equipe multiprofissional de no mínimo 2 anos, sendo necessário após o final
desse período de acompanhamento terapêutico a pessoas ter recebido o diagnosticado de
transexualismo26,27.
17
Entre os procedimentos e atendimentos que foram incluídos a partir de 2013 para os
homens transexuais, podemos citar o acompanhamento exclusivamente clínico; a terapia
hormonal; o acompanhamento pré e pós-operatório; a mastectomia bilateral; a histerectomia
com anexectomia bilateral e colpectomia; e a neofaloplastia em caráter experimental. Para as
mulheres transexuais, observando os critérios de indicação de cada procedimento, foram
incluídos o acompanhamento exclusivamente clínico; a terapia hormonal; a colocação de
prótese mamária de silicone bilateral complementar à cirurgia de transgenitalização30.
Dentre os recursos que são utilizados para modificar o corpo fora dos serviços de saúde,
destacaremos no presente estudo as injeções de silicone líquido industrial (SLI) que são
aplicadas principalmente nas nádegas, quadris, seios e na face por travestis e mulheres
transexuais na busca da feminilização da aparência corporal e que pode acarretar em diversos
problemas de saúde31-34.
18
1.2 A utilização do silicone líquido industrial nas transformações corporais
19
restritivas, culminando na proibição definitiva em 199135-38. Ao passo que o SLI teve sua
utilização declarada ilegal nos EUA, o desenvolvimento de implantes de silicone evoluiu
progressivamente, com diversos ganhos tecnológicos e próteses cada vez menos associadas
a complicações39.
Entre os fatores que podem contribuir para explicar o uso do SLI mesmo quando se
conhece os riscos dessa prática estão os resultados imediatos das transformações corporais
proporcionados por essa intervenção, principalmente se compararmos aos resultados
decorrentes da utilização de hormônios40. Outro estudo realizado em Chicago, nos Estados
Unidos, no ano de 2006 com mulheres transexuais encontrou como fatores relacionados ao
uso de SLI nessa população: a autoimagem negativa, percepções incorretas sobre o SLI e
acesso inadequado aos serviços de saúde42.
20
Pouco se conhece sobre o conjunto de repercussões sobre a saúde decorrentes do uso
de SLI, pois essa prática é realizada de forma clandestina em locais de difícil acesso para
coleta de dados que subsidiem estudos sobre o tema. Entretanto, diversas mortes já foram
relatadas como resultantes de aplicações de SLI31,38.
Nos Estados Unidos, uma pesquisa realizada em 2013, com 234 mulheres transexuais
em São Francisco, utilizando a metodologia respondent driven sampling (RDS), encontrou
uma prevalência de 16,7% para a utilização de SLI, além de outras substâncias ilícitas para
preenchimento corporal31. Em 2003, também nos Estados Unidos, um estudo realizado em
Chicago, com uma amostra de 51 jovens transexuais, 29% referiram já ter utilizado SLI45.
21
2. OBJETIVOS
22
3. MÉTODOS
23
3.2. População do estudo e amostra
A subamostra do Projeto Muriel analisada neste estudo foi composta por 576 travestis
e mulheres transexuais dos 7 municípios participantes que responderam sobre o uso de SLI.
24
3.3. Critérios de inclusão
Critérios de inclusão:
A variável dependente (Uso de SLI) foi analisada através da pergunta “Você já fez uso de
silicone industrial?” (sim ou não).
25
3.5. Análise estatística
26
4. RESULTADOS
ARTIGO
Título: Silicone líquido industrial para transformar o corpo: prevalência e fatores associados
ao seu uso entre travestis e mulheres transexuais em São Paulo
Resumo:
O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência do uso de silicone líquido industrial (SLI)
entre pessoas travestis e mulheres transexuais e identificar os fatores relacionados a essa
prática. Trata-se de estudo transversal realizado em 7 municípios do estado de São Paulo com
dados coletados entre 2014 e 2015, em uma amostra de 576 pessoas. Na análise dos fatores
associados, utilizamos modelo de Poisson com variância robusta para estimar as razões de
prevalência bruta e ajustada. A prevalência do uso de SLI foi de 49%, a média de idade para
a primeira colocação de SLI foi de 22 (±5,3) anos e aproximadamente 43% informaram a
ocorrência de problemas de saúde decorrente do uso de SLI. No modelo múltiplo ter
escolaridade menor que o nível superior, estar em faixa etária a partir dos 20 anos, identificar-
se como travesti e exercer a prostituição foram associadas positivamente com a utilização de
SLI. Houve uma elevada prevalência do uso de SLI e de problemas decorrentes dessa prática,
indicando um desafio acerca da prevenção do uso e da redução dos danos à saúde provocados
pelo SLI. Dessa forma, torna-se fundamental assegurar o acesso aos recursos necessários
para a realização das modificações corporais ao longo do percurso de transição através de
uma atenção integral à saúde das pessoas travestis e transexuais no Sistema Único de Saúde.
Finalmente, incluir nas Políticas de Saúde as demandas por modificações corporais enquanto
parte da construção da identidade de gênero e respeitando as necessidades singulares de cada
sujeito nesse processo de transição.
27
Agradecimentos:
Autores: Thiago Pestana Pinto, Flávia do Bonsucesso Teixeira, Claudia Renata dos Santos
Barros, Ricardo Barbosa Martins, Gustavo Santa Rosa Saggese, Maria Amélia de Sousa
Mascena Veras
INTRODUÇÃO
Para fins deste trabalho, ao nos referirmos às mulheres transexuais estamos recortando parte
de um universo das transexualidades que não é homogêneo, mas aqui será representado por
pessoas que tiveram seu gênero atribuído a partir da genitália masculina e se
reconhecem/reivindicam na posição de mulher4.
Da mesma forma, travestis são as pessoas que se encontram nas fronteiras do gênero. E sem
reduzi-las a uma única expressão, consideramos travestis aquelas que também tendo sido
atribuído pertencimento ao gênero masculino transitam no universo feminino reivindicando
essa identidade sem, no entanto, reivindicar a posição de mulher5.
Todavia, ressaltamos que essas categorias identitárias, além de serem permeadas por
processos históricos e políticos na sua construção e definição, são fluidas e não dão conta da
subjetividade e da diversidade de expressão de gênero entre essa população6.
28
processo de transição, tais como hormônios, cirurgias plásticas, depilação a laser, uso de
silicone líquido industrial (SLI) e outros7,8.
Acredita-se que desde a década de 80 as injeções de SLI são utilizadas na modificação dos
contornos corporais no Brasil8,15,16. Entretanto, há que se diferenciar o SLI do chamado
silicone cirúrgico, um produto purificado e estéril, que vem em embalagens especiais e foi
29
desenvolvido para implantes em humanos. O SLI não é estéril e não tem indicação de ser
aplicado em pessoas. Dentre os seus usos encontram-se a lubrificação de máquinas, a
lustração de painéis e de rodas de automóveis e a vedação na construção civil. Em geral, as
embalagens desse produto contêm advertências explícitas aos cuidados que se deve ter ao
utilizá-lo, como evitar contato com a pele e inalação, devendo sua aplicação ocorrer somente
em locais ventilados pelo risco de intoxicação.
No Brasil, apesar de ser esta uma prática sabidamente bastante frequente, seu caráter
clandestino é restritivo ao desenvolvimento de pesquisas que ampliem o conhecimento
acerca das motivações para o uso do SLI, de suas consequências para a saúde e de outros
fatores que possam estar a ele associados. A realização de estudos sobre o tema é necessária
para que se possa verificar a magnitude desse problema de saúde e fornecer informações para
a construção de estratégias e de políticas públicas mais eficientes.
30
Considerando o contexto, o objetivo desse estudo foi estimar a prevalência da utilização do
SLI e identificar os fatores associados a essa prática em uma amostra de travestis e mulheres
transexuais residentes no estado de São Paulo.
MÉTODOS
Este trabalho analisa dados do “Projeto Muriel: vulnerabilidades, demandas de saúde e acesso
a serviços da população de travestis e transexuais do estado de São Paulo”. O projeto estudou
uma amostra de 673 travestis e mulheres e homens transexuais em sete municípios (São
Paulo, Campinas, São Bernardo do Campo, Santo André, Santos, São José do Rio Preto,
Piracicaba) do estado de São Paulo e combinou metodologia quantitativa e qualitativa.
Trata-se de um estudo transversal, com dados coletados no período entre 2014 e 2015. A
seleção amostral combinou uma amostra consecutiva, por cotas, proporcional ao tamanho,
de pessoas travestis e transexuais que frequentam ou são acessadas pelos serviços de saúde e
de assistência social dos municípios, complementada com a técnica “bola de neve” que tem
como base a rede de relações sociais dos indivíduos pesquisados20. Para estabelecer as cotas,
foi realizado no ano anterior ao início do estudo um levantamento sobre o total de pessoas
pertencentes a esses segmentos atendidas em atividades internas da unidade/serviço, bem
como o número de pessoas que eram acessadas por agentes de saúde em atividades realizadas
na rua, visto não dispormos de dados sobre o tamanho dessa população e sua localização
espacial.
A subamostra aqui analisada foi composta por 576 travestis e mulheres transexuais que
responderam sobre o uso de SLI.
A variável dependente foi o uso do SLI analisada por meio da pergunta “Você já fez uso de
silicone industrial? ” (sim ou não). As variáveis independentes foram: faixa etária (até 19, 20
– 29, 30 – 39, 40 – 49 e 50 ou +), raça/cor (branca, parda, preta e outra), unidade federativa
31
de nascimento (UF), escolaridade (até o ensino fundamental incompleto, ensino fundamental
completo, ensino médio completo e superior completo), renda individual mensal (menor que
um salário mínimo/maior ou igual a um salário mínimo), moradia própria (sim ou não);
trabalha com carteira assinada (sim ou não), tem convênio de saúde (sim ou não), como a
pessoa se identifica/identidade de gênero (travesti ou transexual/transgênero), desejo de
realizar cirurgia de transgenitalização (sim ou não), uso de hormônio sem receita médica (sim
ou não) e exercer a prostituição (sim ou não).
O Projeto Muriel foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa do Centro de Referência
e Treinamento em DST/AIDS-SP (CRT DST/AIDS-SP) e da Secretaria Municipal de Saúde
de São Paulo sob o registro (CAAE: 14277413.1.0000.53750) e está em consonância com as
diretrizes para pesquisas em seres humanos no Brasil. Todas as participantes assinaram um
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) antes da condução das entrevistas.
RESULTADOS
A amostra final foi de 576, com a média de idade das participantes de 32 (±9,72) anos e 43%
estavam concentradas na faixa etária de 20 a 29 anos. A maioria (60%) se declarou preta ou
parda e 40% dessas pessoas informaram não possuir renda ou referiram uma renda mensal
individual menor que um salário mínimo. Em relação ao estado conjugal, a maioria (60%)
referiu estar sozinha/solteira. Quanto à escolaridade, aproximadamente 54% das pessoas
32
declararam ter completado no máximo o ensino fundamental e apenas 4,5% completaram o
ensino superior. Pouco mais da metade das pessoas entrevistadas nasceram no estado de São
Paulo (Tabela 1).
De cada cinco pessoas, pelo menos uma referiu ter sido discriminada nos serviços de saúde
no último ano por ser travesti ou transexual. Ao longo da vida, esta proporção chegou a 42%.
Quase uma em cada três pessoas relatou já ter sofrido violência sexual, aproximadamente
48% já foram vítimas de violência policial e quase uma em cada quatro dessas pessoas
informou já ter sido presa pelo menos uma vez (Tabela 2).
A utilização do SLI foi relatada por aproximadamente 49% (IC95% 45,4-53,6) das
entrevistadas. A média de idade para a primeira colocação de SLI foi de 22 (±5,3) anos, sendo
a idade mínima 12 e a máxima 45 anos. Das 285 pessoas que colocaram o SLI, um total de
58 (20,42%) realizou a primeira aplicação antes dos 18 anos de idade. Mais da metade
(51,41%) injetou o produto pela primeira vez entre 20 e 29 anos (Tabela 2).
Dentre as pessoas que utilizaram o SLI, 121 (43%) relataram ter tido problemas em
decorrência dessa prática. Quando questionadas sobre o que fizeram diante dos problemas
apresentados, menos da metade (46,25%) relatou ter procurado algum serviço público ou
privado de saúde.
33
Tabela 1 - Descrição da amostra de pessoas travestis e mulheres transexuais conforme características
sociodemográficas, estado de São Paulo, 2015 (N = 576).
N %
Faixa etária (N=576)
16 – 19 24 4,17
20 – 29 248 43,06
30 – 39 169 29,34
40 – 49 110 19,10
50 ou + 25 4,34
Raça/Cor (N=574)
Branca 206 35,89
Parda 256 44,60
Preta 88 15,33
Outra 24 4,18
Local de nascimento (estado) (N=570)
São Paulo 296 51,92
Outro 274 48,08
Estado marital (N=574)
Casada ou vivendo junto 93 16,20
Namorando ou ficando 93 16,20
Separada ou divorciada 29 5,05
Sozinha ou solteira 350 60,98
Viúva 9 1,57
Escolaridade (N=575)
Até o fundamental incompleto 150 26,09
Ensino fundamental 164 28,52
Ensino médio 235 40,87
Superior 26 4,52
Renda individual mensal (SM*) (N=541)
< 1 SM 220 40,67
= > 1 SM 321 59,33
Moradia própria (N=495)
Sim 143 28,88
Não 352 71,11
Trabalha com carteira assinada (N=576)
Não 525 91,15
Sim 51 8,85
Sim 81 14,11
(continua)
34
Tabela 1 - Descrição da amostra de pessoas travestis e mulheres transexuais conforme características
sociodemográficas, estado de São Paulo, 2015 (N = 576). (continuação)
N %
Possui nome social no cartão SUS (N=575)
Não tem cartão SUS 55 9,60
Não possui o nome social 244 42,40
Possui o nome social 276 48
Tem convênio de saúde (N=574)
Não 493 85,89
Sim 81 14,11
Aproximadamente 52% das participantes que sofreram algum problema de saúde ou que
tiveram sequelas decorrentes da utilização do silicone industrial declararam-se satisfeitas,
muito satisfeitas ou completamente satisfeitas com o resultado da aplicação do silicone
industrial.
Conforme o exposto na Tabela 3, por meio da análise bivariada observa-se que foram
associadas positivamente ao uso de SLI as seguintes variáveis: estar na faixa etária de 30 a
49 anos, ter nascido fora do estado de São Paulo, ter escolaridade inferior ao ensino superior,
não ter moradia própria, não ter trabalho com carteira assinada, não ter convênio de saúde,
identificar-se como travesti, não desejar fazer cirurgia de transgenitalização e exercer a
prostituição.
Na análise múltipla permaneceram associadas positivamente ao uso de SLI ter idade acima
de 20 anos, possuir escolaridade menor que o nível superior, ter se identificado como travesti
e exercer a prostituição (Tabela 4).
35
Tabela 2 - Descrição da amostra de pessoas travestis e mulheres transexuais conforme características do
percurso de transição, saúde, discriminação e violência, estado de São Paulo, 2015 (N = 576).
N %
Fez uso de recurso/procedimento para modificar o corpo (N=575)
Não 25 7,35
Sim 550 95,65
Já fez uso de silicone líquido industrial (N=576)
Não 291 50,52
Sim 285 49,48
Problemas decorrentes do silicone industrial (N=285)
Não 164 57,55
Sim 121 42,45
Já utilizou/utiliza hormônio (N=574)
Não 23 4,01
Sim 551 95,99
Deseja realizar cirurgia de redesignação sexual (N=571)
Não 428 74,96
Sim 143 25,04
Sofreu discriminação por ser Travesti ou Transexual (568)
Não 69 12,15
Sim 499 87,85
Sofreu discriminação em serviços de saúde por ser Travesti ou
Transexual (N=576)
Não 330 57,29
Sim 246 42,71
Sofreu discriminação em serviços de saúde por ser Travesti ou
Transexual (no último ano) (N=576)
Não 453 78,65
Sim 123 21,35
Faz programa (N=572)
Não 324 56,63
Sim 248 43,37
Já foi vítima de violência sexual (N=576)
Não 392 68,06
Sim 184 31,94
Já foi vítima de violência policial (N=576)
Não 298 51,74
Sim 278 48,26
36
Tabela 3 -Fatores associados à utilização de silicone líquido industrial entre travestis e mulheres transexuais, estado de
São Paulo, 2015
Utilização de Silicone - N (%)
Não Sim RP(bruta)* IC-95%** P***
Faixa etária <0,001
Até 19 22 (91,7) 2 (8,3) 1 --
20 - 29 140 (56,5) 108 (43,5) 5,22 (1,37-19,86)
30 – 39 78 (46,2) 91 (53,8) 6,46 (1,69-24,56)
40 – 49 37 (33,6) 73 (66,4) 7,96 (2,09-30,25)
50 ou + 14 (56,0) 11 (44,0) 5,27 (1,30-21,40)
Raça/Cor 0,142
Branca 109 (52,9) 97 (47,09) 1 --
Parda 122 (47,66) 134 (52,34) 1,11 (0,92-1,33)
Preta 47 (53,41) 41 (46,59) 0,98 (0,75-1,29)
Outra 3 (23,08) 10 (76,92) 1,63 (1,17-2,27)
Local de nascimento (estado) <0,001
São Paulo 194 (65,54) 102 (34,46) 1 --
Outro 94 (34,31) 180 (65,69) 1,90 (1,59 - 2,28)
Escolaridade <0,001
Superior completo 22 (84,62) 4 (15,38) 1 --
Ensino médio completo 121 (51,49) 114 (48,51) 3,15 (1,26 - 7,84)
Ensino fundamental completo 87 (53,05) 77 (46,95) 3,05 (1,22 - 7,63)
Até o ensino fundamental incompleto 60 (40) 90 (60) 3,9 (1,56 - 9,70)
Renda individual mensal (SM****) 0,074
≥1 SM 150 (46,7) 171 (53,3) 1 --
<1 SM 120 (54,5) 100 (45,5) 0,85 (0,71-1,01)
Moradia Própria 0,002
Sim 87 (60,8) 56 (39,2) 1 --
Não 161 (45,7) 191 (54,3) 1,38 (1,10-1,73)
Trabalha com carteira assinada <0,001
Sim 40 (78,4) 11 (21,6) 1 --
Não 251 (47,8) 274 (52,2) 2,41 (1,42-4,11)
Ter convênio de saúde 0,008
Sim 52 (64,2) 29 (35,8) 1 --
Não 238 (48,3) 255 (51,7) 1,44 (1,06-1,95)
Identidade de gênero (como identifica-se) <0,001
Transexual 175 (59,93) 117 (40,07) 1 --
Travesti 115 (40,64) 168 (59,36) 1,48 (1,24 - 1,75)
Deseja realizar cirurgia de redesignação sexual 0,001
Sim 89 (62,24) 54 (37,76) 1 --
Não 197 (46,03) 231 (53,97) 1,42 (1,13-1,79)
* RP: Razão de prevalência bruta; ** IC: Intervalo de confiança (95%); ***Valor de p: teste do qui-quadrado
****SM: Salário mínimo no estado de São Paulo à época da pesquisa (1 SM= R$905)
(continua)
37
Tabela 3 -Fatores associados à utilização de silicone líquido industrial entre travestis e mulheres transexuais, estado de
São Paulo, 2015. (continuação)
Utilização de Silicone - N (%)
Não Sim RP(bruta)* IC-95%** P***
Histórico de uso de hormônio sem receita médica 0,006
Não 59 (63,44) 34 (36,56) 1 --
Sim 229 (47,91) 249 (52,09) 1,42 (1,07 - 1,88)
Faz programa <0,001
Não 193 (59,57) 131 (40,43) 1 --
Sim 97 (39,11) 151 (60,89) 1,50 (1,27 - 1,77)
* RP: Razão de prevalência bruta; ** IC: Intervalo de confiança (95%); ***Valor de p: teste do qui-quadrado
****SM: Salário mínimo no estado de São Paulo à época da pesquisa (1 SM= R$905)
Tabela 4 -Modelo final da regressão de Poisson para fatores associados à utilização de silicone líquido industrial entre
travestis e mulheres transexuais, estado de São Paulo, 2015
RP(bruta)* IC-95%** RP(ajustada)*** IC-95%** P****
Faixa etária
Até 19 1 -- 1 --
20 - 29 5,22 (1,37-19,86) 5,08 (1,39-18,47) 0,014
30 – 39 6,46 (1,69-24,56) 7,35 (2,02-26,64) 0,002
40 – 49 7,96 (2,09-30,25) 8,64 (2,38-31,30) 0,001
50 ou + 5,27 (1,30-21,40) 6,50 (1,67-25,21) 0,007
Escolaridade
Superior completo 1 -- 1 --
Ensino médio completo 3,15 (1,26 – 7,84) 3,24 (1,33-7,89) 0,009
Ensino fundamental completo 3,05 (1,22 – 7,63) 2,89 (1,18-7,09) 0,020
Até o ensino fundamental incompleto 3,9 (1,56 – 9,70) 3,51 (1,44-8,57) 0,006
Identidade de gênero (como identifica-se)
Transexual 1 -- 1 --
Travesti 1,48 (1,24 – 1,75) 1,37 (1,16-1, 61) <0,001
Faz programa
Não 1 -- 1 --
Sim 1,50 (1,27 - 1,77) 1,52 (1,29-1,79) <0,001
*RP: Razão de prevalência bruta; **IC: Intervalo de confiança (95%); ***RP: Razão de prevalência ajustada
**** Valor de p: regressão de Poisson com variância robusta
38
DISCUSSÃO
Nossos dados apresentaram uma alta prevalência dessa prática entre as travestis e mulheres
transexuais participantes do estudo, com quase metade das participantes tendo feito uso de
SLI. As pessoas estudadas se submeteram à aplicações de SLI ainda muito jovens e a prática
é maior entre aquelas com escolaridade mais baixa e que se autoidentificaram como travestis.
Apesar da relativa escassez de literatura sobre o tema, dados existentes revelam que essa
prática é realizada com alta frequência em diversas partes do mundo. A prevalência aqui
encontrada é mais baixa que aquela relatada em um estudo realizado na Argentina em 2013,
com uma amostra de 450 mulheres transexuais e em que 61,6% das participantes tinham
usado SLI23. Na Tailândia, em estudo realizado em 2005 também foi observada uma alta
prevalência (68,6%) de implantes de próteses de silicone e de SLI em uma amostra de 325
mulheres transexuais. Todavia, nesse não foi possível distinguir entre cirurgias para implante
de próteses de silicone da prática de injeções de SLI24.
Em relação à idade, foi observada no presente estudo uma média de 22 anos na ocasião da
primeira aplicação do SLI, sendo que mais da metade fez a primeira aplicação do produto
39
entre 20 e 29 anos. Essa constatação levanta a possibilidade da utilização do SLI acontecer
ao longo do processo de transição das travestis e mulheres transexuais, mais especificamente
em momentos posteriores ao início da utilização de hormônios, uso de vestimentas e adereços
femininos e em períodos nos quais essas pessoas já dispunham de renda suficiente para pagar
pela colocação do produto7,18. Se tomarmos como exemplo o caso das travestis de Salvador,
a decisão de fazer uso de SLI inclui um período anterior de preparação, em que as candidatas
precisam, além de conseguir o dinheiro para pagar, vencer o medo de realizar o
procedimento16.
A prevalência de problemas decorrentes do SLI foi mais que o dobro da encontrada pelo
estudo realizado em São Francisco, em que 18% relataram sua ocorrência (IC95% 5,3-
40,2)18. Contudo, no nosso estudo mais da metade das pessoas que referiram problemas estão
satisfeitas, muito satisfeitas ou completamente satisfeitas com os resultados das modificações
corporais proporcionadas pelas injeções de silicone, enquanto o estudo americano não
dispunha dessa informação. A satisfação com as transformações corporais decorrentes das
aplicações de SLI aqui observada, mesmo na frequente presença de problemas decorrentes
deste procedimento, pode indicar que essas complicações sejam percebidas como inerentes
ao processo de modificação corporal proporcionados por essa estratégia de risco. Porém, vale
ressaltar que muitas vezes essa é a única alternativa para se obter determinadas
transformações desejadas. A aplicação de SLI não pode ser analisada fora do contexto social
40
em que ocorre, onde o desejo e a necessidade da feminilização do corpo como parte da
construção da identidade de gênero dessas pessoas se sobrepõe aos riscos do uso do SLI,
mesmo quando estes são conhecidos7.
Além disso, um outro fator que pode explicar a satisfação e a repetição da prática de injetar
o SLI, mesmo que se conheça os riscos a ele atribuídos, são os resultados imediatos dessa
intervenção, principalmente quando comparados ao uso de hormônios15. Todavia, seguir as
recomendações e cuidados orientados pelas “bombadeiras” após o procedimento é
considerado como fator importante para o alcance dos resultados. Tais recomendações
podem variar de acordo com área do corpo e com a experiência de cada “bombadeira”, mas
incluem um período de repouso 7,8,16.
Apesar da alta prevalência de problemas relacionados ao uso do SLI, menos da metade dessas
pessoas procuraram por atendimento em serviços de saúde. Esse comportamento pode estar
relacionado a fatores diversos como o preconceito sofrido pelas travestis e mulheres
transexuais em experiências anteriores nos serviços de saúde, assim como a falta de
protocolos de atendimento e o desconhecimento dos profissionais de saúde para responder a
tal demanda.
Como anteriormente mencionado, em geral as aplicações são realizadas por outras pessoas
travestis ou mulheres transexuais mais experientes, conhecidas como “bombadeiras” 7,28
,
assim como podemos observar no estudo realizado na Argentina, em que 91,7% tiveram o
SLI injetado por outras mulheres transexuais23, bem como em dois estudos etnográficos
realizados no Brasil8,16. Estudos qualitativos mostram que em grande medida os cuidados
relacionados ao uso do SLI também são orientados pelas próprias “bombadeiras” ou ocorrem
por meio da automedicação7,8,16,28.
Em nossa pesquisa não investigamos quais as áreas do corpo em que se injeta o SLI mais
frequentemente, mas estudo realizado no Brasil16 refere a preferência por glúteos, coxas e
quadris, ao contrário de estudos realizados nos Estados Unidos, Holanda e Tailândia que
mostram que as partes do corpo mais modificadas por meio de SLI são as mamas e a
face18,24,26, o que pode significar que a adequação se inspira em modelos de beleza e
sexualidade valorizados em cada um desses contextos. Outra consideração relevante é que,
41
no Brasil, na medida que as próteses de silicone para as mamas ficaram mais acessíveis, as
aplicações de SLI nessas áreas do corpo podem estar diminuindo.
42
Cabe salientar aqui que as pesquisas realizadas com travestis e mulheres transexuais, desde
a década de 90 do século passado, tiveram recorrentemente os espaços de prostituição como
cenários para coletar dados ou acessar informantes. O fato de as travestis e mulheres
transexuais trabalharem no mercado sexual não deve ser naturalizado, mas sim discutido em
articulação com os contextos de acesso, de permanência no trabalho (incluindo a
regulamentação do trabalho sexual) e de transfobia.
43
se consolida nos anos 19706. Como já exposto, essas categorias não abarcam a subjetividade
da expressão de gênero entre as pessoas trans, assim como também podem variar ao longo
do percurso de transição.
Todavia, no que concerne à categoria “travesti”, ainda existe na sociedade um forte estigma,
sendo recorrentemente atrelada à marginalização e ao mercado do sexo32. Leite32 acrescenta
que em relação ao termo “travesti”, “o termo “transexual” possui um capital linguístico mais
valorizado”. Dessa forma, pessoas que se identificam como travestis podem vivenciar uma
situação de maior vulnerabilidade e exclusão social, ficando mais expostas a alternativas
precárias de procedimentos com o intuito de promover as modificações corporais. Vale
ressaltar que o uso do SLI pode ser uma prática que traz tanto uma conotação de
pertencimento ao grupo quanto ser estigmatizadora mesmo entre as travestis. Conforme
aponta Pelúcio7, “Bombar-se é entrar definitivamente no mundo das travestis e com ele
pactuar. Por isso, algumas travestis “tops” asseguram que não têm nem nunca terão esse
“lixo” no corpo”.
Observamos em alguns estudos que a maioria das pessoas que se identificam como travestis
não desejam realizar a cirurgia de transgenitalização7,8,32. Porém, destacamos que tal
condição não é absoluta, ou seja, podemos encontrar pessoas que se autoidentificam como
travestis e que em algum momento da vida possam desejar realizar a cirurgia de
transgenitalização, assim como pessoas que se autoidentificam como transexuais sem
pretensão de realizar a cirurgia de transgenitalização. Esse achado é interessante porque
dialoga com os estudos mais recentes que criticam a “identidade cirúrgica” atribuída às
pessoas transexuais que reiteram a patologização de suas experiências4,33,34.
Entre as limitações do nosso estudo está o fato das participantes terem sido selecionadas a
partir de serviços de saúde e de assistência social, incluindo os serviços de atenção à saúde
das pessoas trans, o que pode resultar em viés de seleção em relação a alguns desfechos, em
especial os relacionados à saúde.
No entanto, apesar das limitações, acreditamos que esse é o primeiro trabalho com uma
amostra grande de pessoas trans a revelar importantes dados acerca da utilização do SLI entre
essa população no Brasil. Os resultados apresentam alta prevalência do uso de SLI entre essa
44
população, bem como de problemas de saúde decorrentes. Também demostra a necessidade
urgente da ampliação de estratégias de atenção à saúde de travestis e mulheres transexuais,
incluindo a revisão do Processo Transexualizador no SUS, de modo a diferenciar e oferecer
os procedimentos de modificação corporal, seja terapia hormonal, cirurgias plásticas,
bioplastia ou a colocação de próteses de silicone, não como um pacote único, mas adequados
às necessidades de cada pessoa, reconhecendo a diversidade das demandas de saúde enquanto
parte da construção da identidade de gênero, assim como a singularidade com que cada
indivíduo vivencia esse processo de transição, assegurando de fato uma atenção integral à
saúde.
REFERÊNCIAS
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Sociais) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP); 2008.
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33. Borba R. O (Des)Aprendizado de Si: transexualidades, interação e cuidado em saúde. 1a
Ed. Editora Fiocruz: 2016. 244 p.
49
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados apresentam alta prevalência do uso de SLI entre essa população, bem
como de problemas de saúde decorrentes, indicando um desafio para a saúde pública na
prevenção e redução dos danos decorrentes da utilização do SLI. Também demostra a
necessidade urgente da ampliação de estratégias de atenção à saúde de travestis e mulheres
transexuais, incluindo a revisão do Processo Transexualizador no SUS, de modo a diferenciar
e oferecer os procedimentos de modificação corporal, seja terapia hormonal, cirurgias
plásticas, bioplastia ou a colocação de próteses de silicone, não como um pacote único, mas
adequados às necessidades de cada pessoa, reconhecendo a diversidade das demandas de
saúde enquanto parte da construção da identidade de gênero, assim como a singularidade
com que cada indivíduo vivencia esse processo de transição, assegurando de fato uma
atenção integral à saúde.
50
6. REFERÊNCIAS
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cross-sectional studies. Rev Saude Publica. 2008;42(6):992–8.
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48. Barros AJD, Hirakata VN. Alternatives for logistic regression in cross-sectional studies:
an empirical comparison of models that directly estimate the prevalence ratio. BMC Med Res
Methodol. 2003;3:21.
56
7. ANEXOS
57
58
7.2 Termo de consentimento livre e esclarecido
Estamos convidando você a participar de uma pesquisa que será realizada em algumas cidades do estado São
Paulo, com pessoas travestis, transexuais e transgêneros com 16 anos de idade ou mais e, com
profissionais que atuam em serviços de saúde que são reconhecidos pelo atendimento à população de travestis
e transexuais, tais como: seguranças, recepcionistas, psicólogos, assistentes sociais e médicos.
As informações produzidas por esta pesquisa serão utilizadas para ajudar na elaboração de programas de
saúde e de assistência social mais efetivos para travestis, transexuais e trangêneros visando melhorar a saúde
e consequentemente a qualidade de vida destas pessoas.
Para este estudo estamos convidando pessoas que se definam como travestis, transexuais ou transgêneros.
O objetivo principal deste estudo é conhecer um pouco das suas condições de vida, quais são as suas
necessidades de saúde, especialmente com relação a algumas doenças sexualmente transmissíveis
(HIV, sífilis, hepatites B e C), como tem sido o seu acesso a serviços sociais e de saúde, descrever o
acesso e frequência de uso de hormônios, silicone, cirurgias ou outras intervenções para modificação
do corpo, identificar como se dá o acesso e permanência na escola, e conhecer sua experiência em
relação ao preconceito e discriminação.
Sua participação consiste em responder a uma entrevista, que será conduzida por uma pessoa bem treinada.
Algumas das pessoas que responderem a este questionário serão convidadas posteriormente para uma
entrevista face a face com um dos pesquisadores deste estudo. O objetivo principal da segunda entrevista é
compreender melhor algumas das questões respondidas neste questionário.
Será garantido o total sigilo das informações que você fornecer, assim como seu anonimato. Seu nome não
será relacionado às respostas que você der quando responder a este questionário.
A sua participação nesta pesquisa não oferece riscos à sua saúde. Algumas perguntas do questionário
podem ser desconfortáveis para você, por lhe fazer lembrar de questões que você não deseja falar ou
pensar. Você tem o direito de deixar de responder a essas questões e pode parar de participar do estudo a
qualquer momento, se assim quiser. Nossos entrevistadores foram treinados para acolhê-lo, e discutir suas
dúvidas durante a sua participação.
Ao término da entrevista será oferecida a possibilidade de realizar exames laboratoriais para algumas doenças
sexualmente transmissíveis: HIV, Sífilis, Hepatite B e Hepatite C. Também será estimulada a vacinação contra
hepatite B.
Os benefícios de sua participação no estudo são o aconselhamento sobre as formas de transmissão do HIV
e de outras infecções de transmissão sexual e a facilidade de acesso à realização do exame para o HIV,
sífilis, hepatites B e C. No caso de algum destes exames ser positivo, você se beneficiará em ter um
diagnóstico, o que permite início mais precoce do seu tratamento médico, e que pode evitar que você
desenvolva doenças relacionadas ao HIV, sífilis, hepatites B e C.
59
Se você estiver de acordo em participar agora ou no futuro, solicitamos que nos forneça uma forma de
contato, da sua preferência, para que possamos chamá-lo em caso de futuras pesquisas relacionadas à
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, como HIV, sífilis, hepatites B e C. Você pode nos
fornecer um endereço de correio eletrônico, um número de telefone celular ou outro modo que você possa
achar apropriado, assim como os melhores horários e formas para que possamos encontrá-lo.
Ressaltamos que sua participação é voluntária e você pode interromper a entrevista, mesmo depois de ter
concordado em participar. Você tem liberdade para não responder a qualquer pergunta do questionário. A
equipe de pesquisa somente voltará a contatá-la(o) se for necessário completar informações fornecidas
anteriormente.
O referido projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética do CRT-DST/Aids (CEP-CRT) e Comitê de
Ética em Pesquisa da Secretária Municipal de Saúde de São Paulo (CEP-SMS), onde você poderá entrar em
contato em caso de dúvidas ou denúncias éticas pelo e-mail: smscep@gmail.com ou pelo telefone 3397-2464
do CEP-SMS, ou pelo CEP-SMS coordenado pelo Dr. Eduardo Ronner Lagonegro (telefone: 0xx11 - 5087-
9837 .
Em caso de dúvidas sobre o projeto, poderá contatar Maria Amélia Veras (pesquisadora responsável por este
estudo) no telefone (0xx11) 3367-7770/7776.
Polegar
Direito
Assinatura do participante: ___________________________
(analfabeto)
Consentimento:
Assinatura: _________________________
[__] Não, eu não quero fazer os testes para HIV, Sífilis, Hepatites B e C.
Assinatura: _________________________
Abaixo indico minha vontade com relação à participação em futuras pesquisas sobre prevenção do HIV:
60
[ ] telefone fixo: ________________________________________________
[ ] Outros. Indicar o modo de contato: _______________________________
Assinatura: _________________________
[ ] Não desejo ser contatado para futuras pesquisas sobre prevenção do HIV
Assinatura: _________________________
Local____________________________ e data______/______/______
(1ª Via Entrevistador/Pesquisador; 2ª Via Voluntário)
61
7.3 comprovante revista
62
7.4 Normas para publicação da revista
Cadernos de Saúde Pública/Reports in Public Health (CSP) publica artigos originais com
elevado mérito científico, que contribuem com o estudo da saúde pública em geral e
disciplinas afins. Desde janeiro de 2016, a revista adota apenas a versão on-line, em sistema
de publicação continuada de artigos em periódicos indexados na base SciELO.
Recomendamos aos autores a leitura atenta das instruções antes de submeterem seus artigos
a CSP.
Como o resumo do artigo alcança maior visibilidade e distribuição do que o artigo em si,
indicamos a leitura atenta da recomendação específica para sua elaboração.
1.2 – Debate: análise de temas relevantes do campo da Saúde Coletiva, que é acompanhado
por comentários críticos assinados por autores a convite das Editoras, seguida de resposta
do autor do artigo principal (máximo de 6.000 palavras e 5 ilustrações);
1.3 – Espaço Temático: seção destinada à publicação de 3 a 4 artigos versando sobre tema
comum, relevante para a Saúde Coletiva. Os interessados em submeter trabalhos para essa
Seção devem consultar as Editoras;
1.4 – Revisão: revisão crítica da literatura sobre temas pertinentes à Saúde Coletiva, máximo
de 8.000 palavras e 5 ilustrações. Toda revisão sistemática deverá ter seu protocolo
publicado ou registrado em uma base de registro de revisões sistemáticas como por exemplo
o PROSPERO (http://www.crd.york.ac.uk/prospero/); as revisões sistemáticas deverão ser
submetidas em inglês;
1.5 – Ensaio: texto original que desenvolve um argumento sobre temática bem delimitada,
podendo ter até 8.000 palavras;
63
1.7 – Artigo: resultado de pesquisa de natureza empírica (máximo de 6.000 palavras e 5
ilustrações). Dentro dos diversos tipos de estudos empíricos, apresentamos dois exemplos:
artigo de pesquisa etiológica na epidemiologia e artigo utilizando metodologia qualitativa;
1.9 – Cartas: crítica a artigo publicado em fascículo anterior de CSP (máximo de 700
palavras);
1.10 – Resenhas: resenha crítica de livro relacionado ao campo temático de CSP, publicado
nos últimos dois anos (máximo de 1.200 palavras).
2.1 – CSP publica somente artigos inéditos e originais, e que não estejam em avaliação em
nenhum outro periódico simultaneamente. Os autores devem declarar essas condições no
processo de submissão. Caso seja identificada a publicação ou submissão simultânea em
outro periódico o artigo será desconsiderado. A submissão simultânea de um artigo
científico a mais de um periódico constitui grave falta de ética do autor.
2.2 – Serão aceitas contribuições em Português, Inglês ou Espanhol.
2.3 – Notas de rodapé, de fim de página e anexos não serão aceitos.
2.4 – A contagem de palavras inclui somente o corpo do texto e as referências bibliográficas,
conforme item 12.13.
2.5 – Todos os autores dos artigos aceitos para publicação serão automaticamente inseridos
no banco de consultores de CSP, se comprometendo, portanto, a ficar à disposição para
avaliarem artigos submetidos nos temas referentes ao artigo publicado.
3.1 – Artigos que apresentem resultados parciais ou integrais de ensaios clínicos devem
obrigatoriamente ser acompanhados do número e entidade de registro do ensaio clínico.
3.2 – Essa exigência está de acordo com a recomendação do Centro Latino-Americano e do
Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME)/Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS)/Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o Registro de Ensaios Clínicos
a serem publicados a partir de orientações da OMS, do International Committee of Medical
Journal Editors (ICMJE) e do Workshop ICTPR.
3.3 – As entidades que registram ensaios clínicos segundo os critérios do ICMJE são:
64
• ClinicalTrials.gov
• International Standard Randomised Controlled Trial Number (ISRCTN)
• Nederlands Trial Register (NTR)
• UMIN Clinical Trials Registry (UMIN-CTR)
• WHO International Clinical Trials Registry Platform (ICTRP)
4. FONTES DE FINANCIAMENTO
5. CONFLITO DE INTERESSES
6. COLABORADORES
6.1 – Devem ser especificadas quais foram as contribuições individuais de cada autor na
elaboração do artigo.
6.2 – Lembramos que os critérios de autoria devem basear-se nas deliberações do ICMJE,
que determina o seguinte: o reconhecimento da autoria deve estar baseado em contribuição
substancial relacionada aos seguintes aspectos: 1. Concepção e projeto ou análise e
interpretação dos dados; 2. Redação do artigo ou revisão crítica relevante do conteúdo
intelectual; 3. Aprovação final da versão a ser publicada; 4. Ser responsável por todos os
aspectos do trabalho na garantia da exatidão e integridade de qualquer parte da obra. Essas
quatro condições devem ser integralmente atendidas.
7. AGRADECIMENTOS
65
7.1 – Possíveis menções em agradecimentos incluem instituições que de alguma forma
possibilitaram a realização da pesquisa e/ou pessoas que colaboraram com o estudo, mas
que não preencheram os critérios para serem coautores.
8. REFERÊNCIAS
8.1 – As referências devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a ordem em
que forem sendo citadas no texto. Devem ser identificadas por números arábicos
sobrescritos (p. ex.: Silva 1). As referências citadas somente em tabelas e figuras devem ser
numeradas a partir do número da última referência citada no texto. As referências citadas
deverão ser listadas ao final do artigo, em ordem numérica, seguindo as normas gerais dos
(Requisitos Uniformes para Manuscritos Apresentados a Periódicos Biomédicos). Não serão
aceitas as referências em nota de rodapé ou fim de página.
8.2 – Todas as referências devem ser apresentadas de modo correto e completo. A
veracidade das informações contidas na lista de referências é de responsabilidade do(s)
autor(es).
8.3 – No caso de usar algum software de gerenciamento de referências bibliográficas (p. ex.:
EndNote), o(s) autor(es) deverá(ão) converter as referências para texto.
9. NOMENCLATURA
9.1 – Devem ser observadas as regras de nomenclatura zoológica e botânica, assim como
abreviaturas e convenções adotadas em disciplinas especializadas.
66
10.5 – O Conselho Editorial de CSP se reserva o direito de solicitar informações adicionais
sobre os procedimentos éticos executados na pesquisa.
11.1 – Os artigos devem ser submetidos eletronicamente por meio do sítio do Sistema de
Avaliação e Gerenciamento de Artigos (SAGAS), disponível em:
http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/index.php.
11.2 – Outras formas de submissão não serão aceitas. As instruções completas para a
submissão são apresentadas a seguir. No caso de dúvidas, entre em contado com o suporte
sistema SAGAS pelo e-mail: csp-artigos@ensp.fiocruz.br.
11.3 – Inicialmente o autor deve entrar no sistema SAGAS. Em seguida, inserir o nome do
usuário e senha para ir à área restrita de gerenciamento de artigos. Novos usuários do sistema
SAGAS devem realizar o cadastro em "Cadastre-se" na página inicial. Em caso de
esquecimento de sua senha, solicite o envio automático da mesma em "Esqueceu sua senha?
Clique aqui".
11.4 – Para novos usuários do sistema SAGAS. Após clicar em "Cadastre-se" você será
direcionado para o cadastro no sistema SAGAS. Digite seu nome, endereço, e-mail,
telefone, instituição.
67
resumo para os idiomas a serem publicados.
12.8 – Agradecimentos. Possíveis agradecimentos às instituições e/ou pessoas poderão ter
no máximo 500 caracteres com espaço.
12.9 – Na terceira etapa são incluídos o(s) nome(s) do(s) autor(es) do artigo, respectiva(s)
instituição(ões) por extenso, com endereço completo, telefone e e-mail, bem como a
colaboração de cada um. O autor que cadastrar o artigo automaticamente será incluído como
autor de artigo. A ordem dos nomes dos autores deve ser a mesma da publicação.
12.10 – Na quarta etapa é feita a transferência do arquivo com o corpo do texto e as
referências.
12.11 – O arquivo com o texto do artigo deve estar nos formatos DOC (Microsoft Word),
RTF (Rich Text Format) ou ODT (Open Document Text) e não deve ultrapassar 1MB.
12.12 – O texto deve ser apresentado em espaço 1,5cm, fonte Times New Roman, tamanho
12.
12.13 – O arquivo com o texto deve conter somente o corpo do artigo e as referências
bibliográficas. Os seguintes itens deverão ser inseridos em campos à parte durante o
processo de submissão: resumos; nome(s) do(s) autor(es), afiliação ou qualquer outra
informação que identifique o(s) autor(es); agradecimentos e colaborações; ilustrações
(fotografias, fluxogramas, mapas, gráficos e tabelas).
12.14 – Na quinta etapa são transferidos os arquivos das ilustrações do artigo (fotografias,
fluxogramas, mapas, gráficos e tabelas), quando necessário. Cada ilustração deve ser
enviada em arquivo separado clicando em "Transferir".
12.15 – Ilustrações. O número de ilustrações deve ser mantido ao mínimo, conforme
especificado no item 1 (fotografias, fluxogramas, mapas, gráficos e tabelas).
12.16 – Os autores deverão arcar com os custos referentes ao material ilustrativo que
ultrapasse esse limite.
12.17 – Os autores devem obter autorização, por escrito, dos detentores dos direitos de
reprodução de ilustrações que já tenham sido publicadas anteriormente.
12.18 – Tabelas. As tabelas podem ter até 17cm de largura, considerando fonte de tamanho
9. Devem ser submetidas em arquivo de texto: DOC (Microsoft Word), RTF (Rich Text
Format) ou ODT (Open Document Text). As tabelas devem ser numeradas (algarismos
arábicos) de acordo com a ordem em que aparecem no texto, e devem ser citadas no corpo
do mesmo. Cada dado na tabela deve ser inserido em uma célula separadamente, e dividida
em linhas e colunas.
12.19 – Figuras. Os seguintes tipos de figuras serão aceitos por CSP: Mapas, Gráficos,
Imagens de Satélite, Fotografias e Organogramas, e Fluxogramas.
12.20 – Os mapas devem ser submetidos em formato vetorial e são aceitos nos seguintes
tipos de arquivo: WMF (Windows MetaFile), EPS (Encapsuled PostScript) ou SVG
(Scalable Vectorial Graphics). Nota: os mapas gerados originalmente em formato de
imagem e depois exportados para o formato vetorial não serão aceitos.
12.21 – Os gráficos devem ser submetidos em formato vetorial e serão aceitos nos seguintes
tipos de arquivo: XLS (Microsoft Excel), ODS (Open Document Spreadsheet), WMF
(Windows MetaFile), EPS (Encapsuled PostScript) ou SVG (Scalable Vectorial Graphics).
12.22 – As imagens de satélite e fotografias devem ser submetidas nos seguintes tipos de
arquivo: TIFF (Tagged Image File Format) ou BMP (Bitmap). A resolução mínima deve ser
de 300dpi (pontos por polegada), com tamanho mínimo de 17,5cm de largura. O tamanho
limite do arquivo deve ser de 10Mb.
68
12.23 – Os organogramas e fluxogramas devem ser submetidos em arquivo de texto ou em
formato vetorial e são aceitos nos seguintes tipos de arquivo: DOC (Microsoft Word), RTF
(Rich Text Format), ODT (Open Document Text), WMF (Windows MetaFile), EPS
(Encapsuled PostScript) ou SVG (Scalable Vectorial Graphics).
12.24 – As figuras devem ser numeradas (algarismos arábicos) de acordo com a ordem em
que aparecem no texto, e devem ser citadas no corpo do mesmo.
12.25 – Títulos e legendas de figuras devem ser apresentados em arquivo de texto separado
dos arquivos das figuras.
12.26 – Formato vetorial. O desenho vetorial é originado a partir de descrições geométricas
de formas e normalmente é composto por curvas, elipses, polígonos, texto, entre outros
elementos, isto é, utilizam vetores matemáticos para sua descrição.
12.27 – Finalização da submissão. Ao concluir o processo de transferência de todos os
arquivos, clique em "Finalizar Submissão".
12.28 – Confirmação da submissão. Após a finalização da submissão o autor receberá uma
mensagem por e-mail confirmando o recebimento do artigo pelos CSP. Caso não receba o
e-mail de confirmação dentro de 24 horas, entre em contato com a secretaria editorial de
CSP por meio do e-mail: csp-artigos@ensp.fiocruz.br.
13.1 – O autor poderá acompanhar o fluxo editorial do artigo pelo sistema SAGAS. As
decisões sobre o artigo serão comunicadas por e-mail e disponibilizadas no sistema SAGAS.
13.2 - O contato com a Secretaria Editorial de CSP deverá ser feito através do sistema
SAGAS.
14.1 – Novas versões do artigo devem ser encaminhadas usando-se a área restrita de
gerenciamento de artigos http://www.ensp.fiocruz.br/csp/ do sistema SAGAS, acessando o
artigo e utilizando o link "Submeter nova versão".
15.1 – A prova de prelo será acessada pelo(a) autor(a) de correspondência via sistema
(http://cadernos.ensp.fiocruz.br/publicar/br/acesso/login). Para visualizar a prova do artigo
será necessário o programa Adobe Reader ou similar. Esse programa pode ser instalado
gratuitamente pelo site: http://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html.
15.2 - Para acessar a prova de prelo e as declarações, o(a) autor(a) de correspondência deverá
acessar o link do sistema: http://cadernos.ensp.fiocruz.br/publicar/br/acesso/login,
69
utilizando login e senha já cadastrados em nosso site. Os arquivos estarão disponíveis na
aba "Documentos". Seguindo o passo a passo:
15.2.1 – Na aba "Documentos", baixar o arquivo PDF com o texto e as declarações (Aprovação da Prova de Prelo, Cessão
de Direitos Autorais (Publicação Científica) e Termos e Condições);
15.2.2 – Encaminhar para cada um dos autores a prova de prelo e a declaração de Cessão de
Direitos Autorais (Publicação Científica);
15.2.3 – Cada autor(a) deverá verificar a prova de prelo e assinar a declaração Cessão de
Direitos Autorais (Publicação Científica);
15.2.4 – As declarações assinadas pelos autores deverão ser escaneadas e encaminhadas via
sistema, na aba "Autores", pelo autor de correspondência. O upload de cada documento
deverá ser feito no espaço referente a cada autor(a);
15.2.5 – Informações importantes para o envio de correções na prova:
15.2.5.1 – A prova de prelo apresenta numeração de linhas para facilitar a indicação de
eventuais correções;
15.2.5.2 – Não serão aceitas correções feitas diretamente no arquivo PDF;
15.2.5.3 – As correções deverão ser listadas na aba "Conversas", indicando o número da
linha e a correção a ser feita.
15.3 – As Declarações assinadas pelos autores e as correções a serem feitas deverão ser
encaminhadas via sistema (http://cadernos.ensp.fiocruz.br/publicar/br/acesso/login) no
prazo de 72 horas
70
7.5 Questionário do Projeto Muriel
QUESTIONÁRIO
3. Há quanto tempo você mora no estado de São Paulo? _____ ANOS _____ MESES
A. Nesse momento devemos lembrar que são elegíveis os participantes que atendem aos três
requisitos:
ter 16 anos ou mais na data da entrevista
residir no estado de São Paulo
se identificar como travesti, transexual ou transgênero
71
a. < 1 ano.............................................................................. ............ [ ]
b. Entre 1 e 5 anos................................................................ ............ [ ]
c. Entre 5 e 10....................................................................... ............ [ ]
d. Entre 10 e 20..................................................................... ............ [ ]
e. 20 e mais........................................................................... ............ [ ]
A.8 Em que ano você saiu da cidade em que você nasceu? Em __________ (Ano)
a. Trabalho......................................................................................... [ ]
b. Estudo e profissionalização........................................................... [ ]
c. Lazer...................................... [ ]
d. Para conseguir as transformações que desejava ......................... [ ]
e. Porque aqui sou mais aceita (como travesti/transexual) ............... [ ]
f. Para acompanhar meu/minha parceiro(a) .....................................[ ]
g. Fui vítima de agressão na cidade que morava ..............................[ ]
h. Outra[ ]______________________________________
a. Indígena......................................................................................... [ ]
b. Amarela............................................................................. ............ [ ]
c. Parda................................................................................. ............ [ ]
d. Preta.................................................................................. ............ [ ]
e. Branca............................................................................... ............ [ ]
72
a. Casada(o) ou vivendo junto........................................................... [ ]
b. Sozinha(o) / solteira(o) .................................................................. [ ]
c. Namorando / ficando...................................................................... [ ]
d. Separada(o) / desquitada(o) / divorciada(o)................................... [ ]
e. Viúva(o).......................................................................................... [ ]
A.12 Você já se sentiu discriminada(o) por alguma pessoa ou instituição por ser
travesti/transexual?
a. Sim.......................................................... ...................................... [ ]
b. Não.......................................................... ...................................... [ ]
a. Sim................................................................................................. [ ]
b. Não................................................................................................. [ ] Pule para A.14
c. Não tenho religião, mas creio em Deus/divindades....................... [ ] Pule para A.14
d. Sou atéia/ateu................................................................................ [ ] Pule para A.14
A.13.1 Qual:
a. Católica................................................................................................................... [ ]
b. Protestante histórica (Anglicana, Metodista, Presbiteriana... )...............................[ ]
c. Evangélica (Assembléia de Deus, Universal...)...................................................... [ ]
d. Espírita kardecista........................................................ ......................................... [ ]
e. Umbanda.................................................................. ..................... ....................... [ ]
f. Candomblé............................................... ..................... ....................................... [ ]
g. Outra religião de raiz afro-brasileira (Jurema, Tambor de Mina, Batuque)............ [ ]
h. Budismo........................................................... ..................... ..................... .......... [ ]
i. Inclusivas cristãs (Cristã metropolitana, Comunidade Cristã, Nova Esperança) ... [ ]
j. Outras (testemunhas de Jeová, adventistas da promessa) [ ]__________________
73
i. Não quero responder..................................................................... [ ]
A.16 No total quantas pessoas moram com você? _____ NÚMERO DE PESSOAS
A.17 Quão satisfeita(o) você está com as condições do local onde mora?
a. Sim................................................................................................ [ ]
b. Não................................................................................................ [ ]
74
B.1 Você possui alguma formação ou curso técnico/profissional?
B.3.1 Se sim, há quanto tempo trabalha nesta atividade? _____ ANOS. Pule para B.5
a. Aposentada(o).................................................................. [ ]
b. Bolsa família ........................................................ ............ [ ]
c. Renda cidadã.................................................................... [ ]
d. Rendas (aluguel, aplicação financeira)............................. [ ]
e. Mantida(o) por amigos e/ou parentes............................... [ ]
f. Vive de bico....................................................................... [ ]
g. Outra[ ]______________________________________
B.6 Qual a sua renda individual no mês (só você) R$ (reais)? R$ _____________
a. Sim.................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
Quais dificuldades você tem enfrentado? ______________________
75
c. Não estou procurando emprego....................................... [ ]
B.8 Você já contribuiu em algum momento ou contribui agora com o INSS ou previdência
privada (aposentadoria)?
a. Sim. .................................................................................. [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não sabia que poderia contribuir...................................... [ ]
d. Contribui e parei .............................................................. [ ]
B.9 Agora vamos listar uma série de programas sociais, e você vai nos dizer se já se
beneficiou de algum deles:
a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]
a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]
a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]
a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]
B.9.5 PRONATEC
a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]
76
a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]
a. Sim................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não conheço.................................................................... [ ]
BLOCO C – SAÚDE
C.1 Atualmente você está fazendo acompanhamento médico para alguma situação
relacionada a saúde?
a. Sim...................................................................................[ ]
b. Não...................................................................................[ ] Pule para C.2
a. Sim.................................................................................... [ ]
b. Não.................................................................................... [ ]
“Agora faremos algumas perguntas que fazem parte de um questionário sobre qualidade de vida.
Esse é um questionário que é aplicado sempre da mesma maneira, não leva em conta quem é a
pessoa que está respondendo, por isso algumas perguntas podem não fazer sentido para você,
mas peço que você tente dar uma resposta para cada uma delas”.
77
a b c d e
C.3 Como você avaliaria sua qualidade Muito ruim Ruim Nem ruim nem Boa Muito boa
de vida? Quadro 2 boa
C.4 Você está satisfeita(o) com a sua Muito Insatisfeita(o) Nem Satisfeita( Muito
saúde? Quadro 1 insatis- satisfeita(o) o) satisfeita(o)
feita(o) nem
insatisfeita(o)
C.5 O quanto você aproveita a vida? Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extrema-
Quadro 3 menos mente
C.6 Em que medida você acha que a Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extrema-
sua vida tem sentido? Quadro 3 menos mente
C.7 O quanto você consegue se Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extrema-
concentrar? Quadro 3 menos mente
C.8 Você é capaz de aceitar sua Nada Muito pouco Médio Muito Completame
aparência física? Quadro 3 nte
C.9 Você está satisfeita(o) consigo Muito Insatisfeita(o) Nem Satisfeita( Muito
mesmo? Quadro 1 insatis- satisfeita(o) o) satisfeita(o)
feita(o) nem
insatisfeita(o)
C.10 Com que freqüência você tem Nunca Algumas Frequentemen Muito Sempre
sentimentos negativos tais como vezes te frequente
mau humor, desespero, mente
ansiedade, depressão? Quadro 4
C.11 Quão satisfeita(o) você está com Muito Insatisfeita(o) Nem Satisfeita( Muito
suas relações pessoais (amigos, insatis- satisfeita(o) o) satisfeita(o)
parentes,conhecidos, colegas)? feita(o) nem
insatisfeita(o)
Quadro 1
C.12 Quão satisfeita(o) você está com o Muito Insatisfeita(o) Nem Satisfeita( Muito
apoio que você recebe de seus insatis- satisfeita(o) o) satisfeita(o)
amigos? Quadro 1 feita(o) nem
insatisfeita(o)
a. Sim............................................................................. [ ]
b. Não............................................................................. [ ] Pule para D.5
D.2 Dentre as alternativas que vou listar, com quem você tem relações sexuais?
a. Homem.............................................................................. [ ]
b. Mulher............................................................................... [ ]
c. Transexual......................................................................... [ ]
d. Travesti.............................................................................. [ ]
e. Outro[ ] _________________________________
78
D.3 Quão satisfeita(o) você está com sua vida sexual?
a. Muito insatisfeita(o)........................................................... [ ]
b. Insatisfeita(o)..................................................................... [ ]
c. Nem satisfeita(o) nem insatisfeita(o)................................. [ ]
d. Satisfeita(o)....................................................................... [ ]
e. Muito satisfeita(o).............................................................. [ ]
a. Sim.................................................................................... [ ]
b. Não................................................................................... [ ]
c. Não tenho o cartão SUS................................................... [ ]
D.7 Os profissionais nos serviços de saúde chamam você pelo seu nome social?
a. Sim, todos......................................................................... [ ]
b. Sim, alguns....................................................................... [ ]
c. Não.................................................................................... [ ]
79
BLOCO E – VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS E DISCRIMINAÇÃO
E.1 Por ser travesti/transexual, em que situações você se sentiu discriminada(o) alguma vez
na sua vida?
a. No trabalho........................................................... .............[ ]
b. Nos estabelecimentos comerciais e de lazer.................... [ ]
c. Serviços de saúde............................................................. [ ]
d. Escola/ faculdade.............................................................. [ ]
e. Entre amigos..................................................................... [ ]
f. Entre parentes/família....................................................... [ ]
g. Em ambiente religioso....................................................... [ ]
h. Delegacias/polícia............................................................. [ ]
i. Serviços assistenciais....................................................... [ ]
j. Transporte Público............................................................ [ ]
k. Entre vizinhos................................................................... [ ]
l. Parceiros(as) .................................................................... [ ]
m. Serviços de utilidade pública (poupatempo, subprefeitura, cartórios...)......[ ]
n. Nenhumas das respostas ................................................. [ ]
E.2 Por ser travesti/transexual, em que situações você se sentiu discriminada(o) alguma vez
no último ano?
a. No trabalho........................................................................ [ ]
b. Nos estabelecimentos comerciais e de lazer.................... [ ]
c. Serviços de saúde............................................................. [ ]
d. Escola/ faculdade.............................................................. [ ]
e. Entre amigos..................................................................... [ ]
f. Entre parentes/família....................................................... [ ]
g. Em ambiente religioso....................................................... [ ]
h. Delegacias/polícia............................................................. [ ]
i. Serviços assistenciais....................................................... [ ]
j. Transporte Público............................................................ [ ]
k. Entre vizinhos................................................................... [ ]
l. Parceiros(as) .................................................................... [ ]
m. Serviços de utilidade pública (poupatempo, subprefeitura, cartórios...)......[ ]
n. Nenhuma das respostas ................................................. [ ]
E.3 Em que espaços você tem dificuldade de usar o banheiro com o qual você se sente mais
confortável?
a. No trabalho........................................................................ [ ]
b. Nos estabelecimentos comerciais e de lazer.................... [ ]
c. Escola/ faculdade.............................................................. [ ]
80
d. Rodoviárias/estação de trem e metro................................[ ]
e. Banheiros públicos (praças, ruas)..................................... [ ]
f. Abrigos/albergues ............................................................ [ ]
g. Outro[ ] _________________________________
h. Nenhum ............................................................................[ ]
E.4. Por ser travesti/transexual, alguma vez na sua vida você já teve que lidar com alguma
das situações que vou ler?
a. Agressão física.................................................................. [ ]
b. Agressão verbal (xingamento) ......................................... [ ]
c. Humilhação/assédio moral/constrangimento.................... [ ]
d. Violência sexual................................................................ [ ]
e. Chantagem ou extorsão.................................................... [ ]
f. Violência policial............................................................... [ ]
g. Nunca passei por nenhuma das situações acima ........... [ ] Pule para E.6
a. Revidei a agressão........................................................... [ ]
b. Não fiz nada...................................................................... [ ]
c. Procurei a delegacia.......................................................... [ ]
d. Procurei apoio de amigos(as) .......................................... [ ]
e. Procurei apoio da família.................................................. [ ]
f. Procurei um advogado..................................................... [ ]
g. Fiz uma denúncia em órgãos oficiais
(disque 100, site da secretaria da justiça ou outro).......... [ ]
h. Outro................................................................................. [ ]
i. Não se aplica (nunca sofreu agressão)............................ [ ]
a. Sim ................................................................................... [ ]
81
b. Não ................................................................................... [ ]
a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]
E.10 Na prisão, você foi agredida por outros (as) presos (as)?
a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]
a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]
a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]
a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]
E.14 Ao sair da prisão você foi encaminhada à Central de Atenção ao Egresso e Família?
a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]
E.15 Em algum momento você foi encaminhada à Central de Penas e Medidas Alternativas ?
a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ]
F.1 Atualmente como você avalia/qualifica suas relações com as seguintes instituições:
82
Boa Aceitável Conflituosa Muito ruim Nenhuma
F.1.1 Família
F.1.2 Escola
F.1.3 Trabalho
F.1.4 Delegacia
F.1.5 Comércio
F.1.6 Imobiliária
NOME SOCIAL
F.2 Você tem conhecimento de que existe uma lei que obriga as instituições públicas do
Estado de São Paulo a tratar você pelo nome social?
a. Sim ................................................................................. [ ]
b. Não ................................................................................ [ ]
83
F.5.1 RG
F.5.2 CPF
F.5.6 Passaporte
F.6 Depois de mudar o nome você teve dificuldade para receber algum benefício?
a. Em casa.......................................................................... [ ]
b. No trabalho..................................................................... [ ]
c. Na escola........................................................................ [ ]
d. Em lan house.................................................................. [ ]
e. No celular........................................................................ [ ]
f. Não tem acesso.............................................................. [ ] Pule para o Bloco G
g. ONG, organização social................................................ [ ]
a. UOL................................................................................ [ ]
b. Facebook........................................................................ [ ]
c. Manhunt.......................................................................... [ ]
84
d. Disponível....................................................................... [ ]
e. OK Cupid........................................................................ [ ]
f. Outros ............................................................................ [ ]
a. Grindr............................................................................. [ ]
b. Scruff.............................................................................. [ ]
c. Hornet............................................................................. [ ]
d. Guyspy............................................................................ [ ]
e. Jack D............................................................................. [ ]
f. Mister.............................................................................. [ ]
g. Tinder.............................................................................. [ ]
h. 3nder............................................................................... [ ]
i. Outro[ ] _________________________________
j. Nenhum ......................................................................... [ ]
a. Masculino........................................................................ [ ]
b. Feminino......................................................................... [ ]
c. Ambivalente/intersexo.................................................... [ ]
a. Homem........................................................................... [ ]
b. Mulher............................................................................. [ ]
c. Transexual...................................................................... [ ]
d. Travesti........................................................................... [ ]
e. Transgênero................................................................... [ ]
f. Sem gênero definido....................................................... [ ]
g. Outra[ ] ___________________________________
85
G.2.1 Com que idade você passou a se identificar assim? __________ ANOS
G.3 Você já fez uso de algum recurso/procedimento para modificar seu corpo?
Vou fazer agora em sequência uma série de perguntas sobre o processo de transformação. Nem
todas elas servem para todas as pessoas. Quando a pergunta não tiver a ver com sua realidade,
peço que responda apenas ‘não”.
G.6 Que idade você tinha quando usou hormônio pela primeira vez? ______ ANOS
86
e. Ciproterona (anti-andrógeno)......................................... [ ]
f. Testosterona (nebido, durateston, deposteron).............. [ ]
g. Outro(s)[ ]_____________________________________
h. Não sei............................................................................ [ ]
G.9 Quão satisfeita(o) você está com os resultados alcançados com o uso de hormônio no
seu corpo?
a. Sim.............................. [ ]
b. Não............................. [ ] Pule para G.16
G.11 Que idade você tinha quando colocou silicone industrial pela primeira vez? ________
ANOS
G.12 Quão satisfeita(o) você está com os resultados da aplicação do silicone industrial no
seu corpo? Quadro 1
87
G.14 Se sim, o que você fez na ocasião?
a. Sim, mama..................................................................... [ ]
b. Sim, glúteo...................................................................... [ ]
c. Sim, outra.[ ]_____________________________________
d. Não................................................................................. [ ]
G.17 Que idade você tinha quando colocou prótese pela primeira vez? _______ ANOS
a. Hospital público.............................................................. [ ]
b. Hospital particular........................................................... [ ]
c. Clínica particular............................................................. [ ]
d. Outro[ ]_____________________________________
G.19 Quão satisfeita(o) você está com o resultado do(s) implante(s) de silicone?
a. Sim ................................................................................ [ ]
b. Não ................................................................................ [ ] Pule para G.23
88
G.21 Com que idade você fez essa cirurgia? ________ ANOS
a. Hospital público.............................................................. [ ]
b. Hospital particular........................................................... [ ]
c. Clínica particular............................................................. [ ]
d. Clínica ou hospitais estrangeiros.................................... [ ]
e. Outro[ ]_____________________________________
a. Sim ................................................................................ [ ]
b. Não ................................................................................ [ ] Pule para G.28
G.25 Com que idade você fez essa cirurgia? ________ ANOS
a. Hospital público.............................................................. [ ]
b. Hospital particular........................................................... [ ]
c. Clínica particular............................................................. [ ]
d. Outro[ ]_____________________________________
G.27 A partir da sua expectativa em relação aos resultados da mastectomia no seu corpo,
quão satisfeito(a) você está?
89
a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ] Pule para G.32
G.29 Com que idade você fez essa cirurgia? ________ ANOS
a. Hospital público................................................................. [ ]
b. Hospital particular.............................................................. [ ]
c. Clínica particular................................................................ [ ]
d. Outro[ ]_____________________________________
a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ] Pule para G.36
G.33 Com que idade você fez essa cirurgia? ________ ANOS
a. Hospital público................................................................. [ ]
b. Hospital particular.............................................................. [ ]
c. Clínica particular................................................................ [ ]
d. Outro[ ]_____________________________________
90
e. Muito satisfeita(o) ............................................................. [ ]
a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ] Pule para G.40
G.37 Com que idade você fez essa cirurgia? ________ ANOS
a. Hospital público................................................................. [ ]
b. Hospital particular.............................................................. [ ]
c. Clínica particular................................................................ [ ]
d. Outro[ ]_____________________________________
G.40 Você já fez alguma outra cirurgia plástica para modificar seu corpo?
a. Sim ................................................................................... [ ]
b. Não ................................................................................... [ ] Pule para G.43
G.41 Quantos anos você tinha quando fez sua primeira cirurgia plástica?________ ANOS
a. Hospital público................................................................. [ ]
b. Hospital particular.............................................................. [ ]
c. Clínica particular................................................................ [ ]
d. Outro[ ]_____________________________________
91
G.43 A partir da sua expectativa em relação a essa(s) cirurgia(s), quão satisfeita(o) você está
com os resultados?
Como você sabe, para todas as pessoas que tem vida sexual ativa se recomenda fazer o testes
anti-HIV, sífilis, hepatite B e hepatite C, bem como tomar a vacina para hepatite B. Você gostaria
de aproveitar esta oportunidade e fazer os testes disponíveis, ser encaminhada(o) para vacina
contra hepatite B?
Sim .................. [ ]
Não .................. [ ]
Sim .................. [ ]
Não .................. [ ]
92
RESUMO
93
ABSTRACT
INTRODUCTION: Travestis and transwomen who seek to “adequate” their bodies to their
gender identity through body feminization use various resources in order to accomplish this
goal. Industrial Liquid Silicone (ILS) is used for body modification by travestis and
transwomen, but it can result in a wide range of health problems or even death.
OBJECTIVE: To estimate the prevalence of ILS among travestis and transwomen and
factors related to this practice. METHODS: A cross-sectional study conducted in seven
cities in the state of São Paulo, with data collected between 2014 and 2015 in a sample of
576 people. In the statistical analysis, we used Poisson regression with robust variance to
estimate crude and adjusted prevalence ratios. RESULTS: Prevalence of ILS was 49%, the
average age for first injection was 22 (± 5.3) years and approximately 43% reported the
occurrence of health problems resulting from ILS use. In the multivariate model, having less
than college education, being aged 20 or older, identifying as travesti and being a sex worker
remained associated to the use of ILS. CONCLUSION: These results suggest a high
prevalence of ILS use and problems arising from this practice, which reveals a challenge on
preventing it and also on ways to reduce health damages caused by ILS. Thus, it is essential
to ensure access to the resources needed to carry out body changes which accompany
transitioning through a comprehensive health care for travestis and transwomen in the
Unified Health System, one which recognizes the demand for body modifications as part of
gender identity construction and which respects the unique needs of each person in this
process.
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