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Concordância – haver – com auxiliares

http://educacao.uol.com.br/dicas-portugues/deve-haver-ou-devem-haver.jhtm

Deve haver ou devem haver?


Por Thaís Nicoleti

“Devem haver outras formas de cultivar uma exposição de arte.”

Nunca é demais lembrar que o verbo “haver” quando exprime as ideias de “existir” ou
de “ocorrer” é considerado impessoal (sem sujeito), o que o leva a permanecer no
singular. Os verbos flexionam-se para concordar com o sujeito; na ausência de sujeito,
ficam na terceira pessoa do singular.

É por isso que dizemos que “houve indícios de fraude” (e não “houveram”) ou que
“havia casos intrigantes” (e não “haviam”). É o mesmo tipo de construção própria dos
verbos que exprimem fenômenos da natureza: “Choveu muito ontem”, “Nevava”,
“Ventava” etc.

Quando o verbo “haver” aparece acompanhado de um verbo auxiliar, este assume o


comportamento impessoal, permanecendo no singular. É por isso que dizemos
“Deve haver indícios de fraude”, “Pode ter havido casos semelhantes”, “Vai haver
reações”, “Tinha havido exposições”, “Há de haver pessoas honestas” etc.

Veja, abaixo, a construção correta:

Deve haver outras formas de cultivar uma exposição de arte.

http://educacao.uol.com.br/dicas-portugues/verbo-haver-e-suas-diferentes-construcoes.jhtm

Verbo ''haver'' e suas diferentes construções


Por Thaís Nicoleti

“Haverão mudanças, mas creio que serão pequenas.”

O verbo “haver”, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, é impessoal. Isso quer dizer que
permanece na terceira pessoa do singular, pois não tem sujeito.

A confusão é frequente não só na hora de escrever mas também na hora de falar.


Muita gente faz a flexão do verbo, como se seu objeto direto fosse seu sujeito. É
possível que a origem do erro esteja na analogia com os verbos “existir” e “ocorrer”.
Estes têm sujeito – e, portanto, as flexões de número e pessoa – e costumam antepor-
se a ele. Assim:

Ocorrerão mudanças.

Existirão mudanças.

Com o verbo “haver”, a história é outra:

Haverá mudanças.
É importante observar que os verbos auxiliares assumem o comportamento dos
verbos principais. Assim, temos o seguinte:

Deverão ocorrer mudanças.

Deverão existir mudanças.

Deverá haver mudanças.

Não se pode, no entanto, dizer que o verbo “haver” nunca vai para o plural, pois isso
não é verdade. Ele pode, por exemplo, ser um verbo auxiliar (sinônimo de “ter” nos
tempos compostos), situação em que pode ir para o plural. Assim:

Eles haviam chegado cedo.

Eles tinham chegado cedo.

Como verbo pessoal (com sujeito), pode assumir o sentido de “obter”:

Houveram do juiz a comutação da pena.

Como sinônimo de “considerar”, também tem sujeito:

Nós o havemos por honesto.

O mesmo comportamento se observa quando empregado na acepção de “comportar-


se”:

Eles se houveram com elegância diante das críticas.

O plural também pode aparecer quando usado com o sentido de “lidar”. Assim:

Os alunos houveram-se muito bem nos exames.

Fique claro, portanto, que é no sentido de “existir” e de “ocorrer”, bem como na


indicação de tempo decorrido (Há dois anos...), que o verbo “haver” permanece
invariável. Assim:

Haverá mudanças, mas creio que serão pequenas.

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Tempo e espaço: há ou a?
Por Thaís Nicoleti

Para marcar distanciamento no tempo ou no espaço, usa-se a preposição “a”, não a


forma do verbo haver “há”. Esta indica o tempo decorrido, passado, e pode ser
substituída pela forma “faz”.

É por isso que dizemos indiferentemente “Há dez anos que não se veem” ou “Faz dez
anos que não se veem”.

Se não se tratar de tempo passado, o correto será usar a preposição “a”. É isso o que
ocorre em construções como “A dois meses da eleição, o candidato sofreu um
acidente” ou “Daqui a dois meses, haverá eleição”. Em ambos os casos, assinala-se
não o tempo que já passou, mas um intervalo.

Uma construção como “a dois meses da eleição” exprime um momento anterior à


eleição (esta ocorrerá dois meses depois desse momento). Ao dizermos “daqui a dois
meses”, estamos estabelecendo um intervalo compreendido entre o ponto de partida e
o ponto de chegada (de...a).

É comum haver confusão entre “há” e “a” quando o assunto é tempo. No caso
expresso abaixo, porém, a confusão foi mais longe. Veja:

"Só que, nesse dia, por conta de um soluço geológico ocorrido há milhares de
quilômetros de distância..."

Aqui temos um caso claro de distância (espacial), em que só caberia usar a


preposição. Se se tratasse de um “soluço geológico ocorrido há milhares de anos”
(tempo), o verbo “haver” estaria corretamente empregado. A ideia, no entanto, era
outra. Tratava-se de um “soluço geológico ocorrido a milhares de
quilômetros”(espaço).

Veja, abaixo, a correção:

Só que, nesse dia, por conta de um soluço geológico ocorrido a milhares de


quilômetros de distância...

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Verbo haver na indicação de tempo


Por Thaís Nicoleti

“Aberto a menos de um ano e meio, o Mua já se estabeleceu como um dos


melhores restaurantes da cidade.”

É o verbo “haver” no presente do indicativo que se emprega para indicar tempo


decorrido. Assim: “Há um ano, estive em Gênova”, por exemplo.

No fragmento acima, a velha confusão com a preposição “a”, que indica


distanciamento. Caso não se tratasse de tempo decorrido, mas de distanciamento no
tempo, a preposição estaria bem empregada.

Vamos entender melhor a questão. Num período como “Estava a um ano e meio da
eleição quando mudou de partido”, a preposição está correta, pois está apenas
demarcando o intervalo entre a ação de mudar de partido e a eleição. O tempo não
passou ainda, por isso não seria cabível empregar nesse caso o verbo “haver”.

No fragmento em questão, todavia, o tempo é decorrido, passado. Seria possível


empregar tanto o verbo “haver” como o verbo “fazer” (“Aberto fazmenos de um ano e
meio” ou “Aberto há menos de um ano e meio”).

Abaixo, a construção mais usual:

Aberto há menos de um ano e meio, o Mua já se estabeleceu como um dos


melhores restaurantes da cidade.”
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Verbo haver permanece no singular


Por Thaís Nicoleti

Vale a velha regra: o verbo “haver”, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, fica no singular.
Trata-se de um verbo impessoal, ou seja, de um verbo que não tem sujeito próprio,
como ocorre com aqueles que nomeiam os fenômenos da natureza (ventar, chover,
nevar etc.).

A regra é simples, mas a tendência à concordância com o objeto direto (confundido


com sujeito) é bastante comum, como ilustra o trecho seguinte:

"...ele dava a impressão de buscar câmeras e holofotes onde


houvessem câmeras e holofotes.”

É possível que a confusão se dê por causa da sintaxe do verbo “existir”. Com o


mesmo valor semântico, “existir” tem sujeito e não tem objeto. Assim: “onde existissem
câmeras e holofotes”. O que funciona como sujeito de “existir” (“câmeras e holofotes”)
funciona como objeto direto de “haver”. Conclusão: “existir” vai para o plural, mas
“haver” fica no singular. Assim:

... ele dava a impressão de buscar câmeras e holofotes onde houvesse câmeras
e holofotes.

... ele dava a impressão de buscar câmeras e holofotes onde


existissem câmeras e holofotes.

Convém lembrar que os auxiliares desses verbos seguem o seu comportamento. Daí
serem corretas construções como “Deve haver câmeras e holofotes” e “Devem
existir câmeras e holofotes”.

http://educacao.uol.com.br/dicas-portugues/ter-e-haver-emprego.jhtm

Ter e haver: emprego


Por Thaís Nicoleti

“Acabamos de ver um episódio que houve repercussão muito negativa, dos


Correios.”

A frase reproduz uma declaração, o que talvez tenha motivado o redator a mantê-la
em sua literalidade. O fato é que a confusão entre o uso e a sintaxe-padrão dos
verbos ter e haver levou à construção que se lê no fragmento em epígrafe.

Em primeiro lugar, “ter” e “haver”, na maior parte das vezes, não são permutáveis no
mesmo contexto – a respeitarmos a norma culta. Pode-se dizer que ambos têm o
mesmo valor apenas na condição de verbos auxiliares e, mesmo assim, não em todas
as situações. É possível dizer “Eles haviam chegado” ou “Eles tinham chegado” sem
que haja nenhuma distinção de sentido. Já em “Eles têm de fazer isso” e “Eles hão
de fazer isso”, notamos diferentes nuances semânticas.

No caso em questão, todavia, a confusão é menos sutil. É bom lembrar que o verbo
“haver”, no sentido de “existir” ou “ocorrer”, é impessoal, ou seja, não admite sujeito,
motivo, aliás, pelo qual não sofre a flexão de número (plural). Assim, podemos
formular uma frase como “Houve repercussão negativa”, mas não faz sentido dizer
que “um episódio houve repercussão negativa”. O “episódio” funciona na sentença
como sujeito de um verbo que não admite sujeito! Claro está que se empregou “haver”
no lugar de “ter”. Muito mais fácil seria escrever “episódio que teve repercussão”:

Acabamos de ver um episódio que teve repercussão muito negativa,o dos


Correios.

Também seria possível manter o verbo “haver”, mas com uma pequena alteração na
estrutura da frase:

Acabamos de ver um episódio de que houve repercussão muito negativa, o dos


Correios.

Note-se que também faltou no trecho original o pronome demonstrativo que retoma o
substantivo “episódio” em “o (episódio) dos Correios”.

http://educacao.uol.com.br/dicas-portugues/ha-e-havia-uma-questao-de-aspecto.jhtm

Há e havia: uma questão de aspecto


Por Thaís Nicoleti

O verbo “haver”, na sua forma impessoal, pode exprimir a passagem do tempo. É por isso que
dizemos, por exemplo, que algum fato ocorreu há dez anos (não “a dez anos”).

É o verbo “haver”, não a preposição “a”, que indica tempo decorrido.

Esse não é, entretanto, o único problema relacionado ao emprego do verbo “haver”na


expressão de tempo decorrido. O tempo do verbo pode exprimir diferentes nuances de
significado.

A forma “há”, do presente do indicativo, preserva o aspecto pontual da ação, ou seja, ao


dizermos que algo ocorreu há dez anos, informamos que essa ocorrência se deu dez anos
antes do momento em que se fala.

Se, porém, empregarmos a forma “havia”, de pretérito imperfeito do indicativo, conferiremos à


ação o aspecto durativo, próprio desse tempo verbal. Ao dizermos que “o gás vazava havia
dois dias”, informamos que a ação de vazar durou dois dias, ou seja, o gás vazou durante dois
dias. Normalmente, a forma “havia” aparece nas orações cujo verbo também está no pretérito
imperfeito do indicativo (“vazava havia dois dias”).

Dito isso, observemos o que ocorre no fragmento abaixo:

“Na Alemanha, os democratas-cristãos de Angela Merkel perderam a riquíssima região


de Baden-Württemberg para os verdes e sociais-democratas. Isso não é uma derrota. É
uma hecatombe: os democratas-cristãos governavam o reduto há seis décadas.”

Dizer que os democratas-cristãos governavam o reduto há seis décadas equivale a dizer que,
há 60 anos, contados a partir de hoje, eram os democratas-cristãos que governavam o local.
Ocorre, porém, que o contexto nos permite compreender que a ideia era outra. A “hecatombe”
a que se refere o autor só se explica pelo fato de os democratas-cristãos terem permanecido
no poder durante os 60 anos anteriores. Verifica-se, portanto, que a forma verbal adequada
seria “havia”, não há”, nesse contexto. Veja, a seguir, o texto reformulado:

Na Alemanha, os democratas-cristãos de Angela Merkel perderam a riquíssima região de


Baden-Württemberg para os verdes e sociais-democratas. Isso não é uma derrota. É uma
hecatombe: os democratas-cristãos governavam o reduto havia seis décadas.

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