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http://educacao.uol.com.br/dicas-portugues/deve-haver-ou-devem-haver.jhtm
Nunca é demais lembrar que o verbo “haver” quando exprime as ideias de “existir” ou
de “ocorrer” é considerado impessoal (sem sujeito), o que o leva a permanecer no
singular. Os verbos flexionam-se para concordar com o sujeito; na ausência de sujeito,
ficam na terceira pessoa do singular.
É por isso que dizemos que “houve indícios de fraude” (e não “houveram”) ou que
“havia casos intrigantes” (e não “haviam”). É o mesmo tipo de construção própria dos
verbos que exprimem fenômenos da natureza: “Choveu muito ontem”, “Nevava”,
“Ventava” etc.
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O verbo “haver”, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, é impessoal. Isso quer dizer que
permanece na terceira pessoa do singular, pois não tem sujeito.
Ocorrerão mudanças.
Existirão mudanças.
Haverá mudanças.
É importante observar que os verbos auxiliares assumem o comportamento dos
verbos principais. Assim, temos o seguinte:
Não se pode, no entanto, dizer que o verbo “haver” nunca vai para o plural, pois isso
não é verdade. Ele pode, por exemplo, ser um verbo auxiliar (sinônimo de “ter” nos
tempos compostos), situação em que pode ir para o plural. Assim:
O plural também pode aparecer quando usado com o sentido de “lidar”. Assim:
http://educacao.uol.com.br/dicas-portugues/tempo-e-espaco-ha-ou-a.jhtm
Tempo e espaço: há ou a?
Por Thaís Nicoleti
É por isso que dizemos indiferentemente “Há dez anos que não se veem” ou “Faz dez
anos que não se veem”.
Se não se tratar de tempo passado, o correto será usar a preposição “a”. É isso o que
ocorre em construções como “A dois meses da eleição, o candidato sofreu um
acidente” ou “Daqui a dois meses, haverá eleição”. Em ambos os casos, assinala-se
não o tempo que já passou, mas um intervalo.
É comum haver confusão entre “há” e “a” quando o assunto é tempo. No caso
expresso abaixo, porém, a confusão foi mais longe. Veja:
"Só que, nesse dia, por conta de um soluço geológico ocorrido há milhares de
quilômetros de distância..."
http://educacao.uol.com.br/dicas-portugues/verbo-haver-na-indicacao-de-tempo.jhtm
Vamos entender melhor a questão. Num período como “Estava a um ano e meio da
eleição quando mudou de partido”, a preposição está correta, pois está apenas
demarcando o intervalo entre a ação de mudar de partido e a eleição. O tempo não
passou ainda, por isso não seria cabível empregar nesse caso o verbo “haver”.
Vale a velha regra: o verbo “haver”, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, fica no singular.
Trata-se de um verbo impessoal, ou seja, de um verbo que não tem sujeito próprio,
como ocorre com aqueles que nomeiam os fenômenos da natureza (ventar, chover,
nevar etc.).
... ele dava a impressão de buscar câmeras e holofotes onde houvesse câmeras
e holofotes.
Convém lembrar que os auxiliares desses verbos seguem o seu comportamento. Daí
serem corretas construções como “Deve haver câmeras e holofotes” e “Devem
existir câmeras e holofotes”.
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A frase reproduz uma declaração, o que talvez tenha motivado o redator a mantê-la
em sua literalidade. O fato é que a confusão entre o uso e a sintaxe-padrão dos
verbos ter e haver levou à construção que se lê no fragmento em epígrafe.
Em primeiro lugar, “ter” e “haver”, na maior parte das vezes, não são permutáveis no
mesmo contexto – a respeitarmos a norma culta. Pode-se dizer que ambos têm o
mesmo valor apenas na condição de verbos auxiliares e, mesmo assim, não em todas
as situações. É possível dizer “Eles haviam chegado” ou “Eles tinham chegado” sem
que haja nenhuma distinção de sentido. Já em “Eles têm de fazer isso” e “Eles hão
de fazer isso”, notamos diferentes nuances semânticas.
No caso em questão, todavia, a confusão é menos sutil. É bom lembrar que o verbo
“haver”, no sentido de “existir” ou “ocorrer”, é impessoal, ou seja, não admite sujeito,
motivo, aliás, pelo qual não sofre a flexão de número (plural). Assim, podemos
formular uma frase como “Houve repercussão negativa”, mas não faz sentido dizer
que “um episódio houve repercussão negativa”. O “episódio” funciona na sentença
como sujeito de um verbo que não admite sujeito! Claro está que se empregou “haver”
no lugar de “ter”. Muito mais fácil seria escrever “episódio que teve repercussão”:
Também seria possível manter o verbo “haver”, mas com uma pequena alteração na
estrutura da frase:
Note-se que também faltou no trecho original o pronome demonstrativo que retoma o
substantivo “episódio” em “o (episódio) dos Correios”.
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O verbo “haver”, na sua forma impessoal, pode exprimir a passagem do tempo. É por isso que
dizemos, por exemplo, que algum fato ocorreu há dez anos (não “a dez anos”).
Dizer que os democratas-cristãos governavam o reduto há seis décadas equivale a dizer que,
há 60 anos, contados a partir de hoje, eram os democratas-cristãos que governavam o local.
Ocorre, porém, que o contexto nos permite compreender que a ideia era outra. A “hecatombe”
a que se refere o autor só se explica pelo fato de os democratas-cristãos terem permanecido
no poder durante os 60 anos anteriores. Verifica-se, portanto, que a forma verbal adequada
seria “havia”, não há”, nesse contexto. Veja, a seguir, o texto reformulado: