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Relatório e Contas • 2015

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Índice Geral
Mensagem do Governador...............................................................................................................................7
Sumário Executivo............................................................................................................................................10

PARTE I – CONTEXTO ECONÓMICO-FINANCEIRO..................................................................................13


1.Economia Internacional...............................................................................................................................14
1.1. Crescimento da Economia Mundial......................................................................................................14
1.2. Comércio Internacional............................................................................................................................15
1.3. Inflação.......................................................................................................................................................16
1.4. Mercado Monetário.................................................................................................................................16
1.5. Mercado Cambial Internacional............................................................................................................19
1.6. Mercado Bolsista......................................................................................................................................21
1.7. Mercado das Commodities....................................................................................................................22

2. Economia Nacional......................................................................................................................................24
2.1. Sector Real.................................................................................................................................................24
2.1.1. Actividade Económica..........................................................................................................................24
2.1.2. Preços .....................................................................................................................................................26
2.1.3. Evolução do núcleo da inflação .........................................................................................................28
2.2. Sector Fiscal...............................................................................................................................................29
2.2.1. Política e Situação Orçamental...........................................................................................................29
2.2.2. Receitas Públicas...................................................................................................................................30
2.2.3. Despesas Públicas................................................................................................................................32
2.2.4. Saldos Fiscais e Financiamento..........................................................................................................34
2.2.5. Dívida Pública.........................................................................................................................................36
2.3. Sector Monetário e Financeiro...............................................................................................................37
2.3.1. Política Monetária e Gestão de Liquidez..........................................................................................37
2.3.2. Base Monetária.....................................................................................................................................41
2.3.3. Evolução dos Agregados Monetários...............................................................................................44
2.4. Contas Externas........................................................................................................................................48
1.2.1. Balança de Pagamentos......................................................................................................................48
1.2.2. Reservas Internacionais.......................................................................................................................52
1.2.3. Mercado Cambial Nacional................................................................................................................52
PARTE II – SISTEMA BANCÁRIO ANGOLANO.........................................................................................55

3. Desempenho do Sistema Bancário Angolano.......................................................................................56


3.1. Actividade do Sistema Bancário............................................................................................................56
3.2. Principais Indicadores do Sistema Bancário........................................................................................58
4. Sistemas de Pagamentos...........................................................................................................................59
4.1. Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR)...............................................................................60
4.2. Subsistemas de Compensação.............................................................................................................61

PARTE III – ACTIVIDADES RELEVANTES....................................................................................................63

5. Actividades do Banco Nacional de Angola.............................................................................................64


5.1. Comités Colegiais.....................................................................................................................................64
1.2.4. Comité de Política Monetária.............................................................................................................64
1.2.5. Comité de Estabilidade Financeira.....................................................................................................64
1.2.6. Comité de Investimento.......................................................................................................................65
5.2. Organização e Gestão de Recursos......................................................................................................66
1.2.7. Desenvolvimento Organizacional.......................................................................................................66
1.2.8. Gestão de Risco.....................................................................................................................................68
1.2.9. Recursos Humanos...............................................................................................................................68
5.4.4. Tecnologias de Informação..................................................................................................................68
5.4.5. Gestão de Património e Serviços.......................................................................................................68
5.4.6. Relações Internacionais.......................................................................................................................69
5.4.7. Comunicação Institucional...................................................................................................................69

PARTE IV – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS........................................................................................71

PARTE V – NOTAS ANEXAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS..................................................79

PARTE VI – CERTIFICAÇÃO DO CONSELHO DE AUDITORIA................................................................151

PARTE VII – RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE.......................................................................157

PARTE VIII – Anexos......................................................................................................................................161


1. Decisões do Comité de Política Monetária ao longo de 2015..........................................................162
2. Documentos normativos emitidos pelo BNA no decurso do ano de 2015.....................................162
3. Relação das Actividades de Âmbito Internacional realizadas pelo BNA
no decurso do ano 2015................................................................................................................................165
4.E missão e Reserva Monetária................................................................................................................167
5. Mapa estratégico – Organização dos Objectivos por Perspectivas.................................................167
6. Balanço da execução do Plano Estratégico 2013-2015......................................................................168

Glossário..........................................................................................................................................................169

Índice de Gráficos

Gráfico 1: Yields dos Mercados Obrigaccionistas.....................................................................................19


Gráfico 2: Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Desenvolvidas face ao USD.20
Gráfico 3: Índices Accionistas das Principais Economias Mundiais.......................................................22
Gráfico 4: Impostos petrolíferos (em % do PIB)..........................................................................................31
Gráfico 5: Despesas Correntes (em % do PIB)............................................................................................34
Gráfico 6: Saldos Fiscais (em % do PIB).......................................................................................................35
Gráfico 7: Dívida Pública (em % do PIB).......................................................................................................37
Gráfico 8: Transacções no MMI e FCO.........................................................................................................39

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Relatório e Contas • 2015

Gráfico 9: Stock de Títulos em 2015.............................................................................................................40


Gráfico 10: Taxas de Juro no Mercado Primário em 2015.......................................................................41
Gráfico 11: Emissão versus Circulação Monetária em 2015 (Representação Financeira).................44
Gráfico 12: Conta Corrente e Suas Componentes.....................................................................................49
Gráfico 13: Principais Países de Proveniência das Importações.............................................................50
Gráfico 14: Conta Financeira e Suas Componentes..................................................................................51
Gráfico 15: Reservas Brutas e Rácio de Cobertura das Importações.....................................................52
Gráfico 16: Taxa de Câmbio de Referência Nominal e Real no Mercado Primário.............................53
Gráfico 17: Vendas de Divisas.......................................................................................................................54
Gráfico 18: Crédito Vencido/Crédito Total...................................................................................................57
Gráfico 19: Rácios de Liquidez Geral e Imediata........................................................................................58
Gráfico 20: Rácio de Solvabilidade...............................................................................................................59
Gráfico 21: Estrutura do Sistema de Pagamentos de Angola (SPA).......................................................59
Gráfico 22: Projectos em Curso......................................................................................................................67

Índice de Quadros

Quadro 1: Produto Interno Bruto Mundial (em %).....................................................................................14


Quadro 2: Comércio Mundial (em %)...........................................................................................................15
Quadro 3: Inflação (em %)..............................................................................................................................16
Quadro 4: Estrutura Percentual do PIB (Preços de 2002)..........................................................................25
Quadro 5: Receitas Públicas...........................................................................................................................31
Quadro 6: Despesas Públicas.........................................................................................................................33
Quadro 7: Financiamento Líquido..................................................................................................................36
Quadro 8: Base Monetária.............................................................................................................................42
Quadro 9: Síntese Monetária.........................................................................................................................45
Quadro 10: Agregados Monetários..............................................................................................................46
Quadro 11: Principais Produtos Importados em 2015 (em USD Milhões).............................................50
Quadro 12: Taxas de Câmbio no Mercado Primário e Secundário.........................................................53
Quadro 13: Número e Montante de Operações Liquidadas no SPTR...................................................60
Quadro 14: Alocação por Classe de Activo a 31 de Dezembro de 2015...............................................66
Quadro 15: Documentos Normativos emitidos ao longo de 2015..........................................................67

Índice de Painéis

Painel 1: Taxas de Juro de referência...........................................................................................................17


Painel 2: Taxas de Juro dos Mercados Interbancários..............................................................................18
Painel 3: Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Emergentes face ao USD........21
Painel 4: Preços das CommoditiesEnergéticas e Alimentares.............................................................23
Painel 5: Taxas de Crescimento do PIB Real e PIB Real por Sectores de Actividade..........................25
Painel 6: Taxa de Inflação e Componentes do IPC.....................................................................................26
Painel 7: Contribuição e Representatividade das Classes de Despesas na Inflação..........................27
Painel 8: Índice de Preços no Grossista (Taxas de variação, em %).......................................................28
Painel 9: Núcleo de Inflação em 2014 (em %)............................................................................................29
Painel 10: Taxas de Juro Directoras e Taxas Luibor...................................................................................38
Painel 11: Emissão e Resgate de Títulos em 2015....................................................................................40
Painel 12: Reserva Bancária - Depósitos Obrigatórios e Livres...............................................................43
Painel 13: Taxas de Juro do Crédito e dos Depósitos no Sistema Bancário (em f.d.p.)......................47
Painel 14: Estrutura do Activo Total (em %)................................................................................................56
Painel 15: Estrutura do Passivo Total (em %)..............................................................................................57
Painel 16: Número e Montante de Documentos Compensados do SCV.............................................61
Painel 17: Transferências Efectuadas no STC.............................................................................................61
Painel 18: Operações no Multicaixa em 2015............................................................................................62
Painel 19: Gestão da Carteira de projectos em 2015................................................................................67

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Mensagem do Governador
Ao longo do ano de 2015 foram notados alguns focos de instabilidade que puseram à prova a solidez da economia
mundial e, em particular, da economia Angolana. Apesar de já estar a diminuir a sua dependência face ao sector
petrolífero, a economia angolana, por via das suas contas externas, ainda demonstra alguma sensibilidade face às
oscilações do preço do petróleo bruto nos mercados internacionais. No entanto, apesar de essa sensibilidade ter tido
um efeito nocivo na economia, verificou-se um ajustamento das políticas macroeconómicas que, de alguma forma,
ajudaram a suavizar o impacto negativo do choque externo sobre a economia nacional.

Ao longo do ano, os formuladores de política macroeconómica mantiveram-se atentos aos desenvolvimentos


económicos nacionais. Do lado da política monetária, o BNA optou por adoptar uma conduta restritiva. Com efeito,
aumentou as suas taxas directoras, aumentou o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional, retomou as
operações de mercado aberto e implementou as operações de facilidades de absorção de liquidez na maturidade de 7
dias, numa tentativa de eliminar a liquidez excedentária existente no sistema financeiro.

Em termos de política cambial, o BNA desvalorizou o Kwanza de forma regular ao longo do ano, com o objectivo de
proteger o stock de Reservas Internacionais Líquidas (RIL). As vendas de divisas aos bancos comerciais também foram
geridas de forma mais conservadora devido à menor capacidade de acumulação de divisas.

De forma consentânea, a política fiscal conduzida ao longo do ano de 2015 foi uma política alicerçada no reajustamento
das despesas face a esta nova realidade de um preço do petróleo persistentemente mais baixo face aos anos anteriores,
nomeadamente através de cortes severos nas despesas com bens e serviços, nos subsídios e nas despesas de capital,
enquanto se prosseguia com os esforços de aumentar a base tributária sobre o sector não petrolífero da economia.
Ainda assim, foram verificadas ao longo do ano algumas dificuldades de tesouraria de curto prazo, o que obrigou o
Tesouro a financiar-se através da emissão de dívida titulada e através do recurso ao crédito do Banco Central.

Os riscos para o sistema financeiro nacional associados ao seu enquadramento macroeconómico situaram-se em níveis
inferiores face aos seus respectivos referenciais históricos (crise de 2009), com excepção do risco proveniente da
evolução do crescimento económico nacional e da depreciação cambial. Ainda assim, e apesar dos desafios, o sistema
financeiro nacional continua a apresentar uma robustez razoável e uma capitalização suficiente para suportar os riscos
económicos e financeiros.

Os desafios continuarão em 2016, tendo como grande foco a criação de bases sustentáveis para a diversificação
da economia, o contínuo fortalecimento do nosso sistema financeiro e o controlo do nível interno de preços. O BNA
continuará empenhado em cumprir com a sua missão e os seus objectivos concertando esforços para garantir o sucesso
das suas políticas.

Valter Filipe Duarte da Silva


Governador
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SUMÁRIO EXECUTIVO
Sumário Executivo

As estimativas do FMI apontam para uma desaceleração da economia mundial, passando de uma taxa de crescimento
real de 3,40% em 2014 para os 3,10% em 2015, tendo como principal foco a desaceleração das economias
emergentes. O abrandamento da economia chinesa, derivado da diminuição da procura interna e do fraco crescimento
do investimento, foi um dos factores de destaque em 2015, que acabou por contagiar outras economias, das quais a
economia angolana, dadas as fortes relações comerciais que as duas economias mantêm entre si.

Entretanto, o ano de 2015 ficou também marcado por uma queda significativa dos preços das principais matérias-
primas, provocando um choque a vários níveis nos principais países produtores de commodities, não só energéticas,
como também alimentares. Se, por um lado, a queda do preço das commodities energéticas, em especial do Brent em
cerca de 46%, reflectiu-se de forma bastante negativa sobre a economia angolana, por outro lado, a queda dos preços
das commodities alimentares (reflectido por uma queda do índice de preços da FAO em cerca de 19%) poderá ter
ajudado a suavizar a tendência de aceleração da inflação que se tem vindo a verificar em Angola desde o II Semestre
de 2014.

Comparando este cenário com a crise de 2008/2009 e a de 2014 até à actualidade, deve-se ter em conta que, enquanto
a primeira esteve muito relacionada com a crise económico-financeira internacional vivida naquela altura, a crise actual
surgiu associada a uma revolução tecnológica em que a introdução de uma inovação (extracção de petróleo através
de gás de xisto) gerou uma maior competitividade de preços. Para além da revolução tecnológica, outros factores
contribuíram para este cenário, tais como a desaceleração das economias emergentes, o final da política monetária
expansionista norte-americana e de certos controlos à expansão da produção de petróleo (embargo ao Irão), tornando
assim mais improvável a recuperação do preço do petróleo para níveis de, por exemplo, 2013 (acima dos 100 USD/bbl).

A persistência de reduzidos preços do petróleo nos mercados internacionais afectou naturalmente o preço de exportação
das ramas angolanas, que diminuiu cerca de 48%, e fez com que as receitas de exportação reduzissem 43,9% face ao
ano anterior. Por outro lado, as despesas de importação reduziram 29,9% como forma de ajustamento à capacidade
da economia de acumular divisas, o que acabou por resultar num saldo da conta de bens superavitário, ainda que
menor do que o registado no ano anterior. No entanto, o défice conjunto das contas de serviços, de rendimentos e de
transferências correntes superaram o superavit da conta de bens, o que resultou num défice da conta corrente de cerca
de 8,4% do PIB. Entretanto, a boa performance da conta financeira ajudou a contrabalançar o défice da conta corrente,
levando a que o défice global da Balança de Pagamentos se fixasse nos 2,9% do PIB (contra os 3,7% do PIB em 2014).

Desde o II Semestre de 2014, a taxa de inflação homóloga inverteu a tendência descendente que apresentava nos
últimos anos, terminando o ano de 2015 nos 14,27%, praticamente o dobro da taxa verificada em Dezembro de 2014
(de 7,48%). Uma das causas apontadas para a maior pressão existente sobre o nível de preços é a desvalorização
da moeda que se tem vindo a verificar desde finais de 2014, devido à escassez de divisas na economia, levando à
necessidade de se proteger as reservas internacionais do País e, consequentemente, de se reajustar o valor da moeda.
Com efeito, observou-se em 2015 uma depreciação de cerca de 31,65% da taxa de câmbio de referência, com várias
intervenções do BNA no mercado cambial ao longo do ano.

Recorde-se que, aquando do choque externo ocorrido no início do segundo semestre de 2008, a taxa de inflação
inverteu a tendência de queda que vinha a registar nos últimos anos (tendo registado um valor de 11,78% no final de
2007), fechando o ano de 2008 com um registo de 13,18%. No final de 2010 (mais precisamente em Novembro), a taxa
de inflação viria a atingir um pico máximo de 15,89% tendo retomado, a partir de então, a tendência de queda que
perdurou até 2014, atingindo os 7,48%. Assim, o impacto do choque externo de 2008 (no qual o preço do Brent atingiu
um preço mínimo de cerca de 77 USD/bbl) sobre o nível de preços nacional foi mais suave do que o registado com este

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Relatório e Contas • 2015

novo choque externo em 2014/2015, uma vez que não só os preços de exportação caíram muito abaixo desse limite,
como também têm perdurado abaixo desse limite durante todo o ano de 2015.

A questão da queda do preço do crude e da consequente diminuição da acumulação de divisas já referida provocou
diversos constrangimentos no sector real da economia, entre os quais, dificuldades na importação de matérias-primas
indispensáveis ao bom funcionamento da indústria transformadora e de outros sectores da economia, levando a um
abrandamento do crescimento real do PIB não petrolífero em cerca de 6,7 p.p. para os 1,5%. Com efeito, o PIB total
apresentou um crescimento real de 2,95%, maioritariamente suportado pelo crescimento real do sector petrolífero em
cerca de 6,3%.

Em termos de política fiscal, o Ministério das Finanças viu-se obrigado a rever o seu exercício orçamental para 2015,
a fim de ter em conta pressupostos mais conservadores para o exercício face aos inicialmente adoptados, bem como
fazer alguns reajustamentos nas despesas, tendo em conta a diminuição das receitas durante o ano em questão.
Graças a esta revisão do exercício orçamental, o défice global do período situou-se nos 2,04% (contra os 6,6% em
2014). A dívida pública aumentou de 31% do PIB em 2014 para 46,9% do PIB em 2015, principalmente devido ao
aumento da dívida interna (titulada), mas mantendo-se ainda assim num patamar confortável.

No âmbito da política monetária, o BNA optou pela condução de uma política monetária restritiva, com o objectivo
de reduzir a liquidez excedentária do sistema bancário e inverter, assim, as pressões sobre o nível de preços interno.
Assim, ao longo do ano, o Banco Central decidiu aumentar a taxa de juro de referência (dos 9% para os 11%), aumentar
a taxa de juro de Facilidade de Cedência de liquidez overnight (dos 9,75% para os 13%), aumentar a taxa de reservas
obrigatórias em MN (dos 20% para os 25%), bem como reintroduzir as OMA. O Banco Central decidiu também reduzir
de 1,75% para 0% a taxa de Facilidade de Absorção de Liquidez overnight e introduzir as operações de Facilidades de
Absorção com uma maturidade de 7 dias a uma taxa de 1,75%. Não obstante estas medidas em geral restritivas e a
forte desaceleração da actividade económica nacional, registou-se em 2015 uma expansão monetária, representada
pelo agregado monetário M2, que cresceu 11,8% face ao ano anterior.

Relativamente ao sistema financeiro angolano, o crédito líquido continua a ser o item com maior peso na estrutura do
activo dos bancos, apesar de ter perdido algum peso para os títulos e valores mobiliários e para as disponibilidades.
Continua a verificar-se a migração de activos detidos em ME para MN no agregado do sistema financeiro, sendo
que os activos em MN corresponderam a 71,93% do total no final de 2015. Contudo, devido ao aumento do nível de
incumprimento, o crédito vencido aumentou 28,67% (de Kz 465,7 Mil Milhões em 2014 para Kz 599,2 Mil Milhões em
2015), tendo o rácio do crédito vencido sobre o crédito total se fixado nos 16,68% em 2015 (14,53% em 2014). Do lado
do passivo, os depósitos continuam a deter um peso preponderante, embora em menor escala face ao ano passado. De
um modo geral, o sistema bancário apresentou um desempenho satisfatório, apresentando posições favoráveis no que
se refere aos principais rácios de rendibilidade, liquidez e solvabilidade.

O presente relatório está organizado da seguinte forma: na Parte I far-se-á uma breve abordagem ao contexto
económico-financeiro com os principais acontecimentos na economia internacional e, em particular, na economia
angolana, realçando as políticas macroeconómicas que foram tomadas ao longo do ano de 2015. De seguida, a Parte
II do relatório aborda o sistema bancário angolano, nomeadamente em termos do seu desempenho, bem como em
termos do funcionamento do sistema de pagamentos. A Parte III apresenta um resumo das actividades das principais
unidades departamentais do BNA. As Partes IV, V, VI e VII dizem respeito às demonstrações financeiras, respectivas
notas, certificação do Conselho de Auditoria e o relatório do Auditor Independente. Por fim, a Parte VIII apresenta
alguns anexos, nomeadamente, os documentos normativos emitidos pelo BNA no decurso do ano de 2015.

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PARTE I – CONTEXTO ECONÓMICO-FINANCEIRO
1. Economia Internacional

1.1. Crescimento da Economia Mundial

Na recente actualização do World Economic Outlook (WEO) de Janeiro de 2016, as estimativas do Fundo Monetário
Internacional (FMI) apontam para um crescimento económico mundial moderado em 2015, de 3,1%, com as economias
emergentes e em desenvolvimento a desacelerar de 4,6% em 2014 para 4,0% em 2015, enquanto as economias
desenvolvidas apresentam uma recuperação modesta (de 1,8% em 2014 para 1,9% em 2015). No mesmo documento,
o FMI reviu em baixa as previsões de crescimento da economia mundial para 3,4% em 2016 (menos 0,2 p.p.
comparativamente com a sua previsão anterior).

Quadro 1: Produto Interno Bruto Mundial (em %)

2013 2014 2015 2016 2017


CRESCIMENTO DO PIB (em %) Estimativas Previsões
Economia Mundial 3,30 3,40 3,10 3,40 3,60
Economias Desenvolvidas 1,30 1,80 1,90 2,10 2,10
EUA 2,20 2,40 2,50 2,60 2,60
Zona Euro -0,50 0,90 1,50 1,70 1,70
Japão 1,60 0,00 0,60 1,00 0,30
Reino Unido 1,70 2,90 2,20 2,20 2,20
Economias Emergentes e em Desenvolvimento 4,70 4,60 4,00 4,30 4,70
Rússia 1,30 0,60 -3,70 -1,00 1,00
China 7,80 7,30 6,90 6,30 6,00
Índia 5,00 7,30 7,30 7,50 7,50
Brasil 2,50 0,10 -3,80 -3,50 0,00
África Subsaariana 5,20 5,00 3,50 4,00 4,70
SADC 4,20 3,50 3,00 3,10 …
Fonte: FMI, World Economic Outlook (Update), Janeiro 2016

Nas economias desenvolvidas, o Produto Interno Bruto (PIB) poderá crescer de 1,9% em 2015 para 2,1% em 2016 (mais
0,2 p.p.). Especificamente, o crescimento económico dos Estados Unidos da América (EUA) foi revisto em baixa para
os 2,5% em 2015 (menos 0,1 p.p. face à previsão anterior) e 2,6% em 2016 (menos 0,2 p.p. face à previsão anterior),
devido à valorização do Dólar norte-americano, que penaliza as suas exportações, e aos baixos preços do petróleo,
que podem contribuir para desincentivar a extracção de crude. Na Zona Euro, estima-se um crescimento económico de
1,5% em 2015 e de 1,7% em 2016 (mais 0,2 p.p.), apoiado pelo consumo privado, que beneficiará dos baixos preços
das commodities, enquanto se espera que o crescimento do PIB no Japão seja de 0,6% em 2015 e 1,0% em 2016,
suportado pela política monetária expansionista, pelos baixos preços do petróleo, pelas condições financeiras menos
restritivas e pelo aumento do rendimento das famílias.

Relativamente às economias emergentes e em desenvolvimento, o FMI antevê uma desaceleração do crescimento


económico de 4,6% em 2014 para 4,0% em 2015 (menos 0,6 p.p.) e depois um crescimento de 4,3% em 2016. O
FMI aponta para uma desaceleração da economia chinesa para os 6,9% em 2015 (menos 0,4 p.p. relativamente a
2014) e para os 6,30% em 2016 (menos 0,6 p.p.) devido à diminuição da procura interna e do fraco crescimento do
investimento, mas acredita que a Índia continue a crescer a um ritmo acelerado, prevendo uma taxa de crescimento
de 7,3% em 2015 e 7,5% em 2016 e que o cenário de contracção económica que se estima na Rússia e no Brasil, em
reflexo da instabilidade económica e da queda dos preços das commodities, termine só em 2017.

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Relatório e Contas • 2015

Na África Subsariana, a maioria dos países da região deverá registar um crescimento económico menos acentuado em
2015, nomeadamente de 3,5%, pressionado pelos baixos preços das commodities alimentares e energéticas e pelo
aumento dos custos de financiamento. Para 2016, projecta-se um crescimento económico de 4,0% e no ano seguinte
uma aceleração para 4,7%.

Apesar da revisão em baixa das projecções do FMI, o crescimento mundial para 2016 será, ainda assim, superior
ao registado em 2015, embora num ritmo mais lento do que o esperado em revisões anteriores. A divulgação dos
índices gestores de compras (PMI’s) parece evidenciar um cenário menos robusto no início de 2016, observando-se
um movimento mais moderado da actividade económica nos principais blocos económicos. As principais razões que
continuam a limitar o crescimento económico mundial prendem-se, sobretudo, com o abrandamento económico chinês,
a queda do preço do petróleo e de outras commodities e a subida da taxa fed funds da Reserva Federal norte-americana
(Fed), caso a mesma continue a ocorrer.

1.2. Comércio Internacional

O nível de comércio mundial de bens e serviços registou um abrandamento ao longo do ano de 2015, com os principais
blocos económicos a apresentarem comportamentos semelhantes em relação ao ano anterior, ao observar-se
diminuições das importações e das exportações por parte das economias emergentes e em desenvolvimento, enquanto
nas economias desenvolvidas se verificou aumentos das respectivas exportações e importações.

No período em análise, as exportações das economias desenvolvidas cresceram em média 4,5%, (mais 0,90 p.p. face
ao ano anterior), enquanto as das economias emergentes e em desenvolvimento registaram um crescimento médio
de 5,8% (mais 1,90 p.p. relativamente a 2014). Verifica-se que, apesar do arrefecimento da actividade económica nas
economias emergentes e em desenvolvimento, estas continuaram a registar taxas de crescimento das exportações
superiores às das economias desenvolvidas, beneficiadas pela depreciação das moedas locais.

Quadro 2: Comércio Mundial (em %)

2013 2014 2015 2016 2017


COMÉRCIO MUNDIAL (em %) Estimativas Previsões
Importação
Import. Economias Desenvolvidas 4,70 0,90 2,00 2,90 3,80
Import. Economias Emergentes e em Desenvolvimento 8,80 6,10 5,40 3,60 3,90
Exportação
Export. Economias Desenvolvidas 5,70 2,00 2,40 3,60 4,50
Export. Economias Emergentes e em Desenvolvimento 6,80 4,60 4,40 3,90 5,80
Fonte: FMI, World Economic Outlook Update, Janeiro de 2016

Em termos de importações, as economias desenvolvidas apresentaram em 2015 uma aceleração de 0,60 p.p. para
os 4,0%. Já as economias emergentes e em desenvolvimento registaram uma redução de 3,30 p.p. para os 0,4%
derivada, sobretudo, da desaceleração da economia na China, dos reduzidos preços das commodities (com impacto nos
países exportadores de matérias-primas) e da expectativa de subida das taxas de juro directoras nos EUA, associada à
apreciação do Dólar norte-americano nos mercados internacionais.

A análise às estimativas divulgadas pelo FMI leva à conclusão de que há a percepção, já anunciada por outras instituições
como o Banco Mundial e a OCDE, de que o comércio internacional irá crescer menos. Os parceiros comerciais da SADC
irão crescer menos (sobretudo a China) e a região irá, por isso, crescer menos que o previsto inicialmente, em linha com
a queda dos preços das commodities nos mercados internacionais.

15
1.3. Inflação

Ao contrário do sucedido em 2014, no ano de 2015 a taxa de inflação registou uma redução nas economias
desenvolvidas, passando de 1,40% para os 0,30% (menos 1,10 p.p.), tendo registado o nível mais baixo desde a crise
financeira mundial reflectindo, principalmente, a queda acentuada nos preços das commodities. Como tal, as taxas de
inflação na maioria das economias desenvolvidas permanecem abaixo dos objectivos de médio e longo prazo (2,0%)
dos respectivos bancos centrais, sendo bem visível o risco de deflação em algumas dessas economias. De forma
oposta, a taxa de inflação nas economias emergentes e em desenvolvimento registou uma subida de 5,10% para
5,50% (mais 0,40 p.p.), reflectindo implicações conflituantes de fraca procura interna e de preços das commodities
mais baixos, com depreciações cambiais significativas observadas durante o ano de 2015.

Quadro 3: Inflação (em %)

2013 2014 2015 2016 2017


TAXAS DE INFLAÇÃO (em %) Estimativas Previsões
Economias Desenvolvidas 1,40 1,40 0,30 1,10 1,70
Economias Emergentes e em Desenvolvimento 5,90 5,10 5,50 5,60 5,90
Fonte: FMI, World Economic Outlook, Update, Janeiro 2016

No final de 2015, a taxa de inflação homóloga foi de 0,20% na Zona Euro (contra os -0,20% em 2014) e de 0,70% nos
EUA (contra os 0,80% em 2014). A Zona Euro foi assombrada em 2015 pelo risco de deflação (a queda do petróleo teve
impacto na descida dos preços das sub-classes de transportes e combustíveis), apesar do alargamento dos estímulos
monetários implementados pelo BCE. Em causa para esta evolução deverão estar os efeitos dos preços baixos do
petróleo, a taxa de câmbio do Euro face ao Dólar e a recuperação lenta da actividade económica.

Nos EUA, apesar de um arranque do ano ter sido desanimador, no final do ano a taxa de inflação começou a dar sinais
positivos, em reflexo da melhoria das condições do mercado de trabalho, perspectivas de crescimento económico
moderado, tendo culminado com a subida das taxas fed funds no final do ano. A classe com maior destaque foi a da
prestação de serviços.

Ao contrário do que se verificou nas economias avançadas, nas economias emergentes e em desenvolvimento inverteu-
se a tendência de redução dos preços devido, sobretudo, à pressão cambial que se fez sentir. Na China a variação dos
preços manteve-se próxima da variação registada em 2014 (1,60% em Dezembro de 2015 contra os 1,50% no período
homólogo do ano anterior) em resultado do fraco consumo interno, apesar do programa de estímulos que o Banco
Popular da China tem vindo a introduzir.

Relativamente às economias da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), o nível geral de preços
em Dezembro de 2015, na generalidade. foi mais alto comparativamente com o período homólogo do ano anterior,
tendo a taxa de inflação homóloga se situado nos 24,90% no Malawi (mais 0,70 p.p. em relação a Dezembro de
2014), 21,10% na Zâmbia (mais 13,20 p.p. em relação a Dezembro de 2014), 10,55% em Moçambique (mais 8,62 p.p.
em relação a Dezembro de 2014), 6,80% na Tanzânia (mais 2,00 p.p. em relação a Dezembro de 2014), 3,20% nas
Ilhas Seychelles (mais 2,70 p.p. em relação a Dezembro de 2014) e 1,30% nas Maurícias (mais 1,10 p.p. em relação a
Dezembro de 2014).

1.4. Mercado Monetário

No período em análise, os principais bancos centrais das economias desenvolvidas decidiram manter as suas taxas de
juro de política monetária, à excepção do BCE, cuja taxa de referência foi reduzida por duas vezes: a primeira em 10

16
Relatório e Contas • 2015

p.b. para os 0,15%, com a taxa de depósito em -0,10% no dia 5 de Junho; e a segunda em 0,05% no dia 4 de Setembro.
No final do ano de 2014, foi ainda implementado um plano de estímulos monetários, enquanto o Banco de Inglaterra
(BoE), a Reserva Federal norte-americana (Fed) e o Banco do Japão (BoJ) mantiveram as suas taxas de referência e os
programas de estímulos económicos.

Painel 1: Taxas de Juro de referência


Principais Economias Avançadas Principais Economias Emergentes
0,60 18,00
16,00
0,50
14,00
0,40 12,00

Em percentagem
Em percentagem

10,00
0,30
8,00
0,20 6,00
4,00
0,10
2,00
- 0,00
14

4
14

4
15

5
15

5
14

4
14

4
15

5
15

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jun
jun

jun

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ab

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fe
de

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ag

ag
fe

fe
ag

ag

Japão Reino Unido Brasil China Rússia


EUA Zona Euro Índia África do Sul
Fonte: Bloomberg

Em 2015, as taxas de juro directoras dos principais bancos centrais internacionais, nomeadamente do Banco Central
Europeu (BCE), Banco de Inglaterra (BoE) e Banco do Japão (BoJ), não sofreram qualquer alteração. Por outro lado,
a Reserva Federal Norte-americana, depois de ter adiado sucessivamente a subida da taxa de juro de referência ao
longo do ano veio, entretanto, elevar as taxas fed funds para o intervalo entre 0,25% e 0,50% em Dezembro de 2015.
Concretamente, na reunião do Comité de Política Monetária de Mercado Aberto da Reserva Federal (FOMC), realizada
nos dias 17 e 18 de Dezembro de 2015, foi tomada a decisão de elevar a taxa de juro de referência em 0,25 p.p. para
os 0,50%, devido às melhorias registadas no mercado de trabalho.

Nas principais economias emergentes, os bancos centrais decidiram, por diversas vezes, alterar as suas taxas de juro
directoras. O Brasil, a Rússia, a China e a Índia foram os países que mais alteraram as suas taxas de juro, devido à
queda do preço das commodities no mercado internacional e, consequentemente, ao abrandamento da procura interna.
No caso do Brasil, a taxa de juro de referência subiu cinco vezes. O Banco Central da Rússia e o Banco Popular da
China desceram ambos a taxa de juro de referência cinco vezes. O Banco Central da Índia reduziu a sua taxa de juro
de referência quatro vezes.

Por sua vez, o Banco Central da África do Sul (SARB) alterou duas vezes a sua taxa de juro directora ao longo de
2015, tendo a primeira alteração sido verificada em Julho para os 6,0% e a segunda em Novembro para os 6,25%,
representando um aumento de 0,50 p.p., devido ao aumento de pressões inflacionistas e a um possível aumento das
taxas de juro nos EUA que pressionou o Rand e que se veio a concretizar no final do ano.

Em relação aos restantes países da região da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), ao longo
do ano de 2015, quase todos mexeram nas suas taxas de juro de referência, com excepção do Banco Central do Congo
(2,0%) e da Tanzânia (12,0%). Do lado das subidas das taxas de juro, destaca-se o Banco Nacional de Angola ao ter
subido quatro vezes a sua taxa de juro básica de 9,0% para os 11,0% (mais 2,0 p.p.), o Banco Central de Moçambique
que elevou três vezes a sua taxa de juro de facilidade permanente de cedência de 7,5% para os 9,75% (mais 2,25 p.p.),
o Banco Central da Namíbia que subiu duas vezes a taxa de juro de referência de 6,0% para os 6,5% (mais 0,5 p.p.) e o
Banco da Suazilândia que também subiu por duas vezes a taxa de juro directora de 5,25% para os 5,75% (mais 0,5 p.p.).
No que toca aos Bancos Centrais do Malawi e da Zâmbia, estes decidiram subir, no final do ano e apenas uma vez, as
taxas de juro de referência para 27,0% (mais 2,0 p.p.) e 15,5% (mais 3,0 p.p.), respectivamente.

17
Do lado do corte das taxas de juro directoras, salienta-se o Banco Central do Botswana que desceu três vezes de 7,5%
para os 6,0% (menos 1,5 p.p.) e os Bancos Centrais das Ilhas Maurícias e Madagáscar que desceram uma vez a taxa
de juro para os 4,4% (menos 0,25 p.p.) e para os 8,7% (menos 0,8 p.p.), respectivamente.

Painel 2: Taxas de Juro dos Mercados Interbancários

Maturidade de 3 meses Maturidade de 6 meses


0,800 0,900

0,600 0,700

Em Percentagem
Em Percentagem

0,400 0,500

0,300
0,200

0,100
-
14

4
14

4
15

5
15

5
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- 0,100
jun

jun

14

4
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5
15

5
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jun

jun
- 0,200
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ab

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ag

ag
Libor EUA - 3M Euribor - 3M Libor EUA - 6M Euribor - 6M
Libor UK - 3M Libor JPY - 3M Libor UK - 6M Libor JPY - 6M
Fonte: Bloomberg

A política monetária dos principais bancos centrais foi acomodatícia evidenciando, no entanto, divergências nos dois
lados do Atlântico. Nos EUA, a Fed iniciou o ciclo de subida gradual das taxas de juro directoras, tendo implicações
ao nível das taxas de juro de curto prazo (Libor); mas na Zona Euro, o BCE manteve ao longo do ano o cariz ultra-
expansionista da sua política, contribuindo para que as taxas Euribor se tivessem negativas. Paralelamente, no Japão,
as taxas de juro de curto prazo continuaram próximas de zero, alimentadas pelo reforço do programa de estímulos
monetários e pelo excesso de liquidez. O Banco do Japão surpreendeu o mercado anunciando alterações às medidas de
política ultra-expansionista, com uma extensão da maturidade das compras de títulos de dívida pública de 7 a 10 anos
para 7 a 12 anos, a criação de um novo programa de compras de 300 Mil Milhões de ienes de fundos de investimento
de empresas que invistam e criem novos postos de trabalho.

Por sua vez, o Banco de Inglaterra, contrariamente ao esperado no início de 2015, não subiu as taxas de juro directoras,
apesar do bom desempenho da economia. Factores como os sinais de abrandamento das economias emergentes e a
permanência da taxa de inflação próxima de zero justificaram o adiamento da alteração de política monetária.

Efectivamente, os sinais de aumento da volatilidade dos mercados financeiros mantiveram-se ao longo de 2015, embora
com um efeito mais ténue. O comportamento das suas taxas de inflação poderá causar surpresas desagradáveis, caso
os preços das principais commodities continuem a cair, empurrando as economias para um cenário de deflação.

18
Relatório e Contas • 2015

Gráfico 1: Yields dos Mercados Obrigaccionistas


3,000

2,500

2,000
Em Percentagem

1,500

1,000

0,500

0,000
4

14

15

5
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jun
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ab

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de

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ag

ag
Treasuries EUA - 10 anos Bunds Alemanha - 10 anos
Gilts UK - 10 anos Bonds Japão - 10 anos
Fonte: Bloomberg

Em 2015, o mercado de dívida pública continuou condicionado pelas políticas ultra-expansionistas dos principais
bancos centrais das economias avançadas, pela manutenção das taxas de inflação em níveis baixos e pela incerteza
quanto às consequências do abrandamento da economia chinesa no crescimento mundial. Estes factores reflectiram-
se na permanência das yields das obrigações de tesouro em níveis baixos. Manteve-se, no mesmo ano de análise, o
alargamento do spread entre as Treasuries dos EUA e as Bunds da Alemanha, embora estas últimas tenham registado
um aumento mais acentuado no final do ano face às primeiras, relacionado com uma maior debilidade da economia
da Zona Euro. Como se pode observar através do gráfico acima, a partir de Junho de 2015 as yields destes títulos
obrigacionistas desaceleraram em termos médios face ao ano anterior, o que em grande parte se deve aos efeitos da
queda do preço das commodities no comportamento dos Índices de Preços no Consumidor.

De facto, as yields dos Treasuries dos EUA a 10 anos mantiveram-se em níveis baixos, reflectindo a consolidação do
mercado de trabalho e a perspectiva de que o FED iniciaria o ciclo de subida das taxas de juro de referência no final
do ano. Entretanto, os movimentos das yields da Zona Euro foram determinados pelo programa de compra de dívida
de longo prazo, incluindo dívida pública (suportado pelo Programa de Quantitative Easing) em vigor desde Março,
entretanto alargado até Março de 2017, pelo facto do BCE ter anunciado que após essa data irá reinvestir os montantes
vencidos.

1.5. Mercado Cambial Internacional

Em 2015, o Dólar norte-americano registou uma apreciação face a algumas das congéneres (euro e libra), pelo facto
de a economia dos EUA ter apresentado dados económicos robustos comparativamente às demais economias e de
as políticas monetárias desses blocos económicos serem divergentes. A apreciação do Dólar deveu-se, sobretudo, ao
fortalecimento do mercado de trabalho, à melhoria dos índices de actividade e de confiança dos EUA, à redução dos
preços das commodities, à degradação dos indicadores macroeconómicos de algumas economias emergentes, como a
taxa de inflação e a taxa de crescimento do produto, nomeadamente no Brasil e na Rússia.

O Dólar apreciou-se em 10,20% face ao Euro devido às preocupações com a situação grega, que levou ao aumento da
linha de liquidez de emergência do BCE em 900 milhões de euros. Além disso, a redução dos índices de actividade e de
confiança a nível europeu e o programa de estímulos monetários do BCE levaram ao acentuar o efeito de apreciação do
Dólar face à moeda única, numa altura em que persistem os riscos de deflação na Europa.

O Dólar norte-americano apreciou-se em 5,44% face à Libra esterlina, reflectindo o desânimo dos investidores em
relação aos resultados da reunião do Banco de Inglaterra (BoE) na qual se decidiu manter a taxa de juro de referência

19
(ao contrário do que era expectável), a redução da confiança dos consumidores, a revisão em baixa do crescimento
económico e as preocupações com a evolução da taxa de inflação, persistindo igualmente uma situação de preços
baixos dos combustíveis.

Relativamente à moeda japonesa, por ser considerada uma moeda de refúgio, acabou por registar uma ligeira apreciação
face ao dólar norte-americano (de 0,30%), devido ao contexto de incerteza da economia mundial, principalmente da
China, bem como a recente queda do comércio internacional. Outros factores como a manutenção da confiança dos
agentes económicos na economia japonesa e o facto do desempenho dos sectores da indústria e serviços continuarem
positivos, contribuíram para o comportamento do Iene.

Gráfico 2: Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Desenvolvidas face ao USD

1.8 130
1.7
125
1.6
EUR/USD E GBP/USD

120
1.5

USD/JPY
1.4 115
1.3
110
1.2
105
1.1
1 100
Fev/14
Mar/14
Abr/14
Mai/14
Jun/14
Jul/14
Ago/14
Set/14
Out/14
Nov/14
Dez/14
Jan/15
Fev/15
Mar/15
Abr/15
Mai/15
Jun/15
Jul/15
Ago/15
Set/15
Out/15
Nov/15
Dez/15

EUR/USD GBP/USD USD/JPY

Fonte: Bloomberg

Por outro lado, o Dólar norte-americano apreciou-se frente às moedas das principais economias emergentes,
influenciado não só pela expectativa de subida das taxas de juro pela Fed, mas também pela degradação dos indicadores
macroeconómicos relacionados com este grupo de países, como a taxa de inflação e a taxa de crescimento do PIB, a
queda dos preços das principais commodities.

A apreciação do Dólar norte-americano face ao Renminbi foi de 1,98%, devido à turbulência gerada nos mercados
financeiros internacionais, depois do Banco Popular da China ter divulgado sinais de contracção do sector industrial e
cortado a taxa de juro de referência face aos sinais de desaceleração da economia.

No Brasil, o agravamento do cenário económico e político, a revisão em baixa do rating do país por parte da
Standard&Poor’s (S&P) de “BBB-“ para “BB+”, a aceleração da inflação, num contexto de queda dos preços das
commodities e a expectativa de aumento das taxas de juro directoras nos EUA, levou a que o Dólar se apreciasse
41,64% face ao Real.

Em relação à moeda Sul-africana, o Dólar apreciou-se em 17,75% devido às greves no sector mineiro, à queda dos
preços das commodities (nomeadamente da platina), à tensão no mercado de trabalho por causa do desentendimento
em relação ao aumento salarial entre os empregadores e empregados do sector mineiro, aos dados económicos
negativos, como os problemas no fornecimento de energia e o défice da balança comercial, e as preocupações com a
desaceleração da economia chinesa, que é o principal destino para as suas matérias-primas.

O Dólar registou uma apreciação de 5,10% face à moeda indiana (Rúpia), influenciada pelas expectativas em relação
à política do governo e à sua capacidade para resolver as questões políticas e implementar um conjunto de reformas
estruturais.

20
Relatório e Contas • 2015

Painel 3: Taxas de Câmbio das Moedas das Principais Economias Emergentes face ao USD
6,50 4,50
USD/CNY (China) USD/BRL (Brasil)
6,45
6,40 4,00
6,35
USD/CNY (China)

USD/BRL (Brasil)
6,30 3,50
6,25
6,20 3,00
6,15
6,10 2,50
6,05
6,00 2,00
4

4
14

5
15

4
14

5
15

5
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ag

ag

ag

ag
USD/CNY (China) USD/BRL (Brasil)

68,00 17,00
USD/INR (Índia) USD/ZAR (África do Sul)
16,00
66,00
15,00
USD/RUB (Rússia)
USD/INR (Índia)

64,00
14,00

62,00 13,00

12,00
60,00
11,00

58,00 10,00
14

4
4
14

de 4
fe 4
ab 5
5

ag 5
15

de 5
5

14

ag 4
ou 4
4

fe 4
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5
5

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5
5
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jun

jun

jun

jun
ab

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ou

ab

de

de
fe

fe
ag

ag

USD/INR (Índia) USD/ZAR (África do Sul)

Fonte: Bloomberg

Por fim, o Dólar também se apreciou frente às principais moedas da SADC, com excepção das moedas da República
Democrática do Congo (RDC) e das Ilhas Seychelles. As depreciações das moedas estão associadas a uma oferta
limitada de divisas em algumas destas economias, num ambiente onde a procura se manteve, dado o forte peso das
importações nas balanças comerciais dos países. Muitas destas economias ainda foram afectadas negativamente pela
redução dos preços das commodities e pela demora na implementação de ajustamentos fiscais.

1.6. Mercado Bolsista

Em 2015, o crescimento económico mundial foi decepcionante, quebrando a tendência de subida do ano anterior que os
índices accionistas tinham vindo a observar nos últimos anos, e registando o pior desempenho desde 2009.

21
Gráfico 3: Índices Accionistas das Principais Economias Mundiais

200,00
175,00
150,00
125,00
100,00
75,00
50,00
25,00
0,00
8

10

11

13

15

5
z/0

i/0

t/0

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r/1

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i/1

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jan

jun

jul
ma

ma
ou

ma

ab

se

ou

ma
de

de

de
no

fe
ag

ag
S&P 500 (EUA) EuroStoxx 600 (Europa) FTSE 100 (Reino Unido)
Nikkey 225 (Japão) IBovespa (Brasil) FTSE/JSE (África do Sul)
Shangai Composite Index (China) BSE Sensex 30 (Índia) Micex (Rússia)
Fonte: Bloomberg

Porém, no primeiro semestre de 2015 foi particularmente favorável para as bolsas europeias e japonesas, que tiraram
partido dos seus programas de estímulos monetários. De facto, no caso da Zona Euro, o programa de Quantitative Easing
do BCE, a consequente depreciação do Euro e as melhores perspectivas para o crescimento económico contribuíram para
os ganhos nesse período. Do outro lado do Atlântico, as bolsas norte-americanas perderam algum vigor em relação a
2014, embora mantendo-se perto de máximos. No entanto, o abrandamento da economia chinesa afectou negativamente
o desempenho das bolsas mundiais no segundo semestre de 2015, causando uma forte turbulência nos mercados. Para
além da bolsa chinesa, a bolsa brasileira foi fortemente afectada, reflectindo alguma instabilidade política e social.

No final do ano, dois outros eventos contribuíram para a instabilidade nos mercados financeiros: a subida das taxas
de juro directoras norte-americanas e o escândalo que ocorreu com a Volkswagen em relação aos níveis de emissão
de gases de vários modelos automóveis. Este último acontecimento aumentou o receio dos investidores quanto ao
impacto desta situação nas vendas automóveis do grupo e do restante sector automóvel europeu. Destaque ainda
para o desempenho negativo das empresas energéticas a nível mundial, em linha com a queda dos preços do petróleo.

Em síntese, durante o ano de 2015, o índice norte-americano S&P 500 encerrou com uma perda residual de 0,73%1. Na
Europa, o índice EuroStoxx 600 registou um ganho de 6,79%, enquanto o índice FTSE 100 do Reino Unido caiu 4,93%.
Tal como na Europa, também o índice japonês Nikkei 225 registou uma subida relativamente acentuada, de 9,07%.
Nos mercados financeiros das principais economias emergentes, os resultados apresentaram-se mistos. Enquanto na
Rússia (Micex), na China (Shangai Composite 50 Index) e na África do Sul (JTSE/JSE 40) os índices subiram 26,12%,
9,41% e 4,61%, respectivamente, no Brasil (IBovespa) e na Índia (BSE Sensex 30) os respectivos índices registaram
perdas de 13,31% e de 5,03%.

1.7. Mercado das Commodities

Os preços das commodities continuaram a cair de forma acentuada, levando a que o ano de 2015 ficasse marcado
como um período em que se registou as maiores quedas dos preços das principais matérias-primas dos últimos anos,
tendo-se atingido os níveis registados no ano de 2009. Desde as commodities energéticas, passando pelos metais e
acabando nos bens alimentares, as margens brutas dos produtores reduziram-se, deixando de ser atractivas.

De acordo com os dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a procura global por petróleo no
ano de 2015 foi de 92,9 Mb/d, tendo subido 1,5 Mb/d em relação ao ano anterior, com a procura por petróleo nos países
da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) a subir para os 46,3 Mb/d (mais 0,6 Mb/d) e nos
países fora da OCDE a aumentar em 0,9 Mb/d, fixando-se nos 46,6 Mb/d.
1
Os cálculos apresentados referem-se à diferença entre as últimas posições de 2015 e 2014 de cada índice, respectivamente, de forma a apurar os ganhos no ano de 2015.
22
Relatório e Contas • 2015

Do lado da oferta mundial, registou-se um aumento de 2,5 Mb/d face a 2014 para os 94,9 Mb/d em 2015, em resultado
do aumento da oferta dos países da OPEP para os 31,8 Mb/d (mais 1,0 Mb/d) e dos países fora da OPEP que registaram
um aumento de 1,3 Mb/d, passando para os 56,9 Mb/d.

Ao longo do ano de 2015, os preços médios do petróleo do Mar do Norte (Brent), West Texas Intermediate (WTI) e
do gás natural (medido pelo Henry Hub) caíram 46,16% para os 53,54 USD/barril, 47,53% para os 48,78 USD/barril e
38,43% para os 2,63 USD/MMBut, respectivamente.

A justificar a queda dos preços das commotities energéticas estiveram alguns factores, nomeadamente: (i) o excesso
de oferta associado à expectativa de retoma das exportações do Irão com o fim do programa nuclear; (ii) os sinais
crescentes de desaceleração da economia chinesa; (iii) a apreciação do Dólar norte-americano; (iv) a instabilidade nos
mercados financeiros; e, (v) o facto de a produção mundial de petróleo estar a superar a procura após um crescimento
na produção de gás de xisto dos EUA e após a decisão da OPEP de não cortar a sua produção.

Para além da relação entre a oferta e procura global de commodities, o facto de o Dólar ser a principal moeda de reserva
do mundo e a mais transaccionada nos mercados internacionais, inclusive para as transacções de matérias-primas, faz
com que os preços das commodities sejam mais sensíveis a variações cambiais. A retirada dos estímulos económicos
levada a cabo pela Reserva Federal dos EUA (designado por Tapering) penalizou ainda mais os preços das commodities.

Painel 4: Preços das Commodities Energéticas e Alimentares

Commodities Energéticas Commodities Alimentares


120.00 7.00 290.0

110.00 270.0
6.00
100.00 250.0

90.00 5.00 230.0


USD/MMBut

210.0
USD/Barril

80.00
4.00 190.0
70.00
170.0
60.00 3.00
150.0
50.00
2.00 130.0
40.00
14

14

14

14

14

14

14

14

14

11 4

12 4
01 14

02 5

03 5

04 5

05 5

06 5

07 5

08 5

09 5

10 5

11 5

12 5
5
01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01

01
0

0
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2
/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2

/2
01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

30.00 1.00
Fev/14
Mar/14
Abr/14
Mai/14
Jun/14
Jul/14
Ago/14
Set/14
Out/14
Nov/14
Dez/14
Jan/15
Fev/15
Mar/15
Abr/15
Mai/15
Jun/15
Jul/15
Ago/15
Set/15
Out/15
Nov/15
Dez/15

Índice de Preços de Alimentos da FAO Índice de preços da carne


Índice de preços dos laticínios Índice de preços dos cereais
BRENT WTI GÁS NATURAL (Henry Hub) Índice de preços do óleo Índice de preços do açúcar

Fonte: Bloomberg

Obs.: Gás Natural está expresso em USD/Milhões de BUT; Brent e WTI estão expressos em USD/barril

No que concerne às commodities alimentares, o Índice de Preços dos Alimentos da Organização da Agricultura e
Alimentação das Nações Unidas (FAO) situou-se nos 164,0 pontos em 2015, o que representa uma queda de 18,73%
face ao ano passado, em resultado da queda generalizada dos preços de todos os bens alimentares (excepto o açúcar).
Segundo a FAO, esta evolução representa a quarta queda anual consecutiva do indicador e a maior descida contínua
verificada desde 2000.

As principais razões para o enfraquecimento generalizado dos preços dos bens alimentares em 2015 passaram por
uma queda da procura de importações de carne bovina nos EUA; o aumento da produção de carne de porco na União
Europeia (UE); a quebra do nível de importações da China por produtos lácteos; expectativa de excesso da oferta de
trigo nas maiores economias mundiais, após a remoção das tarifas de exportação na Argentina; a fraca procura global
e o consequente aumento da produção de óleo de palma no Sudeste Asiático; as boas perspectivas de produção de
soja nos EUA e a melhoria das condições de plantação de soja na América do Sul.

Relativamente ao preço do açúcar, as preocupações com as colheitas em atraso, causadas pelas precipitações
excessivas nas regiões produtoras do Sul-Centro do Brasil e ocorrência de danos nas culturas noutros países produtores
de açúcar, levaram a um aumento dos preços no final do ano.

23
2. Economia Nacional

2.1. Sector Real


2.1.1. Actividade Económica

A economia angolana deparou-se com vários obstáculos económicos no decorrer do ano de 2015 em consequência
da redução da cotação internacional do Crude para cerca de metade comparando com a cotação média de 2014. Os
impactos estenderam-se a todos os sectores da economia e, segundo as estimativas actualizadas em Fevereiro de
2016, aponta-se que o Produto Interno Bruto agregado tenha registado um crescimento de 2,95% em 2015, sendo
que este acomoda um crescimento real de 6,30% do sector petrolífero e de 1,53% do sector não petrolífero. Estas
projecções tiveram como pressupostos uma taxa de câmbio média de 120,09 USD/Kz, um preço médio do barril de
petróleo de 53,7 USD/barril e uma taxa de inflação de 14,3%. Deste modo, a revisão efectuada distancia-se do previsto
no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND 2013-2017), o qual estimava um crescimento para a economia angolana
em 2015 de 8,8%.

Na base desta desaceleração do PIB face a 2014 esteve, sobretudo, o abrandamento do sector não petrolífero em
6,7 p.p., transversal a todos os sectores com excepção do sector diamantífero. Destaca-se o sector da indústria
transformadora que apresenta uma contracção da sua actividade de 2,1% em 2015 (contra um crescimento de 8,1% no
ano anterior), devido principalmente à redução do volume de importações de matérias-primas, materiais de construção
e bens de consumo e à não concretização de alguns projectos privados que estavam previstos avançar na indústria
alimentar. Estes constrangimentos são resultado da actual conjuntura económica que se define pela redução dos
preços do petróleo e, consequentemente, pela dificuldade acrescida em aceder ao mercado cambial devido à gestão
controlada das divisas aliada à desvalorização da moeda que foram levadas a cabo pela autoridade monetária do País.

Também os sectores da Energia e da Agricultura registaram fortes diminuições no ritmo de crescimento, apontadas
em menos 14,9 p.p. e menos 11,1 p.p., para os 2,5% e 0,8%, respectivamente. No caso do sector da Energia, a
desaceleração ocorreu devido ao atraso na entrada de potência prevista de alguns empreendimentos. Já no caso da
agricultura, o ritmo de crescimento da actividade desacelerou devido ao facto da produção de cereais, leguminosas e
tubérculos ter ficado aquém das metas traçadas para 2015, tendo-se registado também uma diminuição na produção
de carne bovina, caprina e de aves face ao ano anterior, ficando também abaixo das metas definidas para o ano.

Painel 5: Taxas de Crescimento do PIB Real e PIB Real por Sectores de Actividade

Fonte: MPDT

24
Relatório e Contas • 2015

Destacam-se como os sectores que mais contribuíram positivamente para o crescimento económico de 2015, o sector
petrolífero (com 1,88 p.p.), e os sectores de Serviços Mercantis (com 0,60 p.p.) e da construção (com 0,38 p.p.). Por outro
lado, o único sector a contribuir negativamente para o crescimento económico foi o sector da indústria transformadora
com -0,18 p.p..

Quadro 4: Estrutura Percentual do Produto Interno Bruto

Estrutura Percentual (%) 2013 2014 2015 2016 (P)


Sector primário (%) 46,21 44,65 45,36 45,13
Agricultura 11,24 11,97 11,71 12,09
Pescas e derivados 0,29 0,33 0,34 0,34
Diamantes e Outros 2,55 2,46 2,44 2,39
Petróleo 32,13 29,90 30,87 30,31
Sector Secundário (%) 18,94 19,56 19,20 19,50
Indústria Transformadora 8,32 8,59 8,17 8,28
Construção 10,43 10,76 10,82 10,98
Energia 0,19 0,21 0,21 0,24
Sector terciário (%) 34,86 35,79 35,44 35,37
Serviços Mercantis 26,46 27,29 27,09 27,26
Outros 8,40 8,50 8,35 8,11
Fonte: Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial

Desagregando o PIB global pelos sectores primário, secundário e terciário, denota-se que o sector primário da economia
continua a manter o maior peso na estrutura do PIB em 2015, com 45,36%, seguido do sector terciário com 35,44%.
No ano em análise, a diversificação da economia ficou aquém do desejável, uma vez que o sector petrolífero continua
a registar um peso significativo na estrutura do PIB global em detrimento de sectores como a Agricultura e a Indústria
Transformadora.

As projecções de crescimento para 2016 apontam para um crescimento económico em termos reais de 3,3%, tendo
como pressupostos uma produção petrolífera de 1.888,8 milhões de barris/dia, a um preço do petróleo de 45 USD/
barril, uma taxa de câmbio de USD/Kz 143,8 e uma taxa de inflação no final de 2016 de 11,0%. Projecta-se para o PIB
do sector petrolífero um crescimento de 4,8%, e para o PIB do sector Não Petrolífero um crescimento de 2,7%. Segundo
estas projecções, a Energia e a Agricultura são os sectores que mais se destacam, com um crescimento de 20,0% e
4,6%, respectivamente, seguidos dos sectores da Indústria Transformadora e da Construção, ambos com 3,1% de
crescimento.

No âmbito internacional, o Banco Mundial apresenta uma previsão de crescimento da economia Angolana de 3,3% em
termos reais para 2016, enquanto o FMI projecta um crescimento real do PIB total de 3,5%. Ambos justificam as suas
projecções para 2016 com o facto de a economia Angolana estar a ser afectada em vários ramos da economia pela
diminuição do preço do petróleo nos mercados internacionais.

25
2.1.2. Preços

Ao longo de 2015, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Luanda apresentou um perfil tendencialmente crescente,
tendo a taxa de inflação homóloga aumentado 6,79 p.p. face a 2014, fixando-se nos 14,27% (7,48% em 2014) e a taxa
de inflação média anual aumentado 2,95 p.p., situando-se nos 10,23% (7,28% em 2014). O comportamento da inflação
ao longo do ano reflectiu sobretudo a depreciação da moeda nacional em cerca de 31,55% (potenciada pela escassez
de divisas no mercado cambial para liquidação de transacções com o exterior), bem como a expansão em mais de 50%
da Base Monetária Restrita em Moeda Nacional, apesar da redução dos preços na generalidade das commodities nos
mercados internacionais, tanto dos bens alimentares como dos bens energéticos (petróleo e gás natural). Também os
sucessivos cortes dos subsídios aos preços dos combustíveis que se traduziram num aumento dos preços dos serviços
de transportes bem como da energia eléctrica, tiveram reflexos sobre os preços dos bens e serviços no mercado interno
através do aumento dos custos nas cadeias de produção e distribuição.

Painel 6: Taxa de Inflação e Componentes do IPC

Taxa de Inflação (%) IPC e seus componentes (%)


15.00%
15
13
11
10.00% 9
7
5
5.00% 3
1
-1
Dez/12
Jan/13
Fev/13
Mar/13
Abr/13
Mai/13
Jun/13
Jul/13
Ago/13
Set/13
Out/13
Nov/13
Dez/13
Jan/14
Fev/14
Mar/14
Abr/14
Mai/14
Jun/14
Jul/14
Ago/14
Set/14
Out/14
Nov/14
Dez/14
Jan/15
Fev/15
Mar/15
Abr/15
Mai/15
Jun/15
Jul/15
Ago/15
Set/15
Out/15
Nov/15
Dez/15
0.00%
Abr/13

Ago/13

Abr/14

Ago/14

Abr/15

Ago/15
Dez/12

Dez/13

Dez/14

Dez/15

IPC IPC Alim. Não Processados IPC Alim. Processados


Homóloga Média dos últimos 12 meses IPC Outros Bens IPC Serviços IPC Bens

Fonte: MPDT

O perfil ascendente dos preços ao longo do ano deveu-se à variação dos preços registada tanto na categoria de Bens
(14,32%) como na dos Serviços (14,13%). Na categoria de Bens, os Outros Bens foram os que mais variaram (14,93%),
em que a Gasolina, o Gasóleo e a Camisola aparecem no topo da lista com variações de 46,5%, 43,32% e 30,46%,
respectivamente, seguidos dos Bens Alimentares (13,93%), em que os produtos com variações mais elevadas foram o
Peixe Espada Fresco (29,90%), a Cebola (22,51%) e a Carne de Primeira (22,23%).

No entanto, comparando com a inflação registada no final de 2014, observa-se que a inflação da categoria de Serviços
foi a que mais subiu (8,49 p.p.) enquanto a categoria de Bens observou um aumento de 6,13 p.p.. Dentro da categoria
de Bens, a subida mais acentuada verificou-se nos Bens Alimentares (7,69 p.p.), em particular, nos Bens Alimentares
Processados (7,80 p.p.), nomeadamente em produtos como o Arroz Agulha (18,13 p.p.), o Leite em Pó (16,81 p.p.) e o
Frango Congelado (15,75 p.p.), ao passo que os Outros Bens registaram um aumento de apenas 3,53 p.p..

Ao nível das classes que compõem o IPC, a classe de Bens e Serviços Diversos foi a que registou a variação mais
elevada no período em análise (24,46%) onde os serviços de cabeleireiro, bem como os artigos e produtos de cuidado
pessoal variaram 27,51% e 14,81%, respectivamente, seguida das classes de Educação (23,23%) e de Transportes
(21,78%). Contudo, atendendo às variações da inflação, verifica-se que a classe da Saúde foi a que registou maior
subida em 10,26 p.p., primordialmente nos serviços médicos tais como análises clínicas, radiografias e consultas,
seguida das classes de Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis e de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas
com 9,38 p.p. e 7,67 p.p. respectivamente.

26
Relatório e Contas • 2015

Em termos de contribuição de cada classe para a inflação homóloga, verifica-se que, ao longo de 2015, todas as classes
(à excepção das Comunicações, que manteve uma contribuição nula) tiveram um contributo positivo na variação dos
preços, com principal destaque para as classes de Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas (com 6,36 p.p.), Habitação,
Água, Electricidade, Gás e Combustíveis (1,46 p.p.) e Bens e Serviços Diversos (1,39 p.p.).

Analisando a representatividade das classes, é possível verificar que a classe de Alimentação e Bebidas Não
Alcoólicas a intensificou a sua representatividade na inflação total ao longo de 2015, invertendo a tendência que vinha
apresentando no ano anterior.

Painel 7: Contribuição e Representatividade das Classes de Despesas na Inflação

Contribuição das Classes na Inflação Homóloga Representatividade das Classes que mais têm Contribuído para a Inflação em termos de 12 Meses
16.00
60
14.00
50
12.00
10.00 40
Em p.p.

Em %

8.00 30
6.00
20
4.00
10
2.00
0.00 0
Dez-13

Fev-14

Abr-14

Jun-14

Ago-14

Out-14

Dez-14

Fev-15

Abr-15

Jun-15

Ago-15

Out-15

Dez-15

Dez/13
Jan/14
Fev/14
Mar/14
Abr/14
Mai/14
Jun/14
Jul/14
Ago/14
Set/14
Out/14
Nov/14
Dez/14
Jan/15
Fev/15
Mar/15
Abr/15
Mai/15
Jun/15
Jul/15
Ago/15
Set/15
Out/15
Nov/15
Dez/15
Classe 01 Classe 02 Classe 03 Classe 04 Classe 05 Classe 06 Classe 07 Classe 08 Classe 09 Classe 10 Classe 11 Classe 12 Classe 1 Classe 3 Classe 4 Classe 5
Classe 7 Classe 11 Classe 12

Fonte: INE

Relativamente ao Índice de Preços no Grossista (IPG), ao longo de 2015 e à semelhança do IPC, este indicador
apresentou uma tendência essencialmente ascendente em termos de variações homólogas, ao evidenciar uma taxa de
variação de 11,72% (contra os 6,05% registados em 2014). Para esta evolução do IPG, contribuíram maioritariamente
os preços dos produtos nacionais (20,41% em 2015, o que corresponde a mais 13,93 p.p. do que em 2014), através
dos preços dos produtos do sector da Indústria Transformadora (32,01% em 2015, contra 6,90% em 2014), seguido dos
preços dos produtos importados que aumentaram 9,41% em termos homólogos (o que corresponde a mais 3,47 p.p. do
que no final de 2014).

27
Painel 8: Índice de Preços no Grossista (Taxas de variação, em %)

IPG Mensal e Homólogo IPG - Produtos Nacionais Vs. Importados

2.50% 14.00% 25.00%

Variação Homóloga
12.00%
2.00%
Variação Mensal

20.00%
10.00%

Variação Homóloga
1.50% 8.00% 15.00%

1.00% 6.00%
10.00%
4.00%
0.50% 5.00%
2.00%

0.00% 0.00% 0.00%

Dez/13
Jan/14
Fev/14
Mar/14
Abr/14
Mai/14
Jun/14
Jul/14
Ago/14
Set/14
Out/14
Nov/14
Dez/14
Jan/15
Fev/15
Mar/15
Abr/15
Mai/15
Jun/15
Jul/15
Ago/15
Set/15
Out/15
Nov/15
Dez/15
Dez-13
Jan-14
Fev-14
Mar-14
Abr-14
Mai-14
Jun-14
Jul-14
Ago-14
Set-14
Out-14
Nov-14
Dez-14
Jan-15
Fev-15
Mar-15
Abr-15
Mai-15
Jun-15
Jul-15
Ago-15
Set-15
Out-15
Nov-15
Dez-15

-5.00%
IPG Mensal IPG Homólogo IPG (Produtos Nacionais) IPG (Produtos Importados)

Fonte: INE

Daqui pode concluir-se que os produtos onde se verificaram maiores aumentos de preços a nível do grossista, foram
os produtos nacionais, possivelmente por terem sido afectados quer pelo encarecimento das divisas para a aquisição
de matérias-primas e produtos intermédios, quer pelo aumento dos preços dos combustíveis e da electricidade, que
contribuiu para encarecer tanto as estruturas de produção como de distribuição.

Evolução do Núcleo da Inflação

Após a análise dos cinco indicadores do núcleo da inflação seleccionados para o acompanhamento e a análise da
inflação, nota-se que ao longo do ano de 2015, os mesmos apresentaram uma tendência crescente. Com efeito, os
indicadores do núcleo de inflação atingiram as seguintes taxas médias anuais:

• O IPC cheio alisado (N1) variou 14,90%;


• O IPC excluindo a Carne (N2) variou 14,60%;
• O IPC excluindo o Táxi Colectivo (N3) variou 15,36%;
• O IPC excluindo o Vestuário e Calçado (N4) variou 14,84%;
• O IPC excluindo o Vestuário, Calçado e Produtos Administrados (N5) variou 14,94%.

Segundo os dados expostos verifica-se que todos os indicadores do núcleo da inflação apresentaram taxas de variação
médias anuais superiores às do IPC global e que o IPC excluindo o Táxi Colectivo foi o indicador que registou uma maior
variação média anual.

28
Relatório e Contas • 2015

Painel 9: Núcleo de Inflação em 2014 (em %)

Variação do IPC Cheio (Alisado)


- (N1) vs Variação do Variação do IPC excluindo Carne (Alisado)
- (N2) vs
IPC (Homóloga) Variação do IPC (Homóloga)
16,00
16,00
15,00 14,90
15,00 14,60
14,00
14,00
13,00 13,00
14,27 14,27
12,00 12,00
11,00 11,00
10,00 10,00
9,00 9,00
8,00 8,00
7,00 7,00
6,00
6,00

mar/11
jun/11
set/11
dez/11
mar/12
jun/12
set/12
dez/12
mar/13
jun/13
set/13
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jun/14
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dez/14
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jun/15
set/15
dez/15
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set/12
dez/12
mar/13
jun/13
set/13
dez/13
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jun/14
set/14
dez/14
mar/15
jun/15
set/15
dez/15

Série1 N1 IPC N2

Variação do IPC excluindo Taxi Colectivo (Alisado)


- Variação do IPC excluindo Vestuário e Calçados
(N3) vs Variação do IPC (Homóloga) (Alisado)- (N4) vs Variação do IPC (Homóloga)
16,00
16,00 15,36 15,00 14,84
15,00
14,00
14,00
14,27 13,00 14,27
13,00
12,00 12,00
11,00 11,00
10,00 10,00
9,00 9,00
8,00 8,00
7,00 7,00
6,00 6,00
mar/11
jun/11
set/11
dez/11
mar/12
jun/12
set/12
dez/12
mar/13
jun/13
set/13
dez/13
mar/14
jun/14
set/14
dez/14
mar/15
jun/15
set/15
dez/15

mar/11
jun/11
set/11
dez/11
mar/12
jun/12
set/12
dez/12
mar/13
jun/13
set/13
dez/13
mar/14
jun/14
set/14
dez/14
mar/15
jun/15
set/15
dez/15
IPC N3 IPC N4

Variação do IPC excluindo Vestuário, Calçado e


Produtos Administrados (Alisado)
- (N5) vs Variação
do IPC (Homóloga)

16,00
15,00 14,94
14,00
13,00 14,27
12,00
11,00
10,00
9,00
8,00
7,00
6,00
mar/11
jun/11
set/11
dez/11
mar/12
jun/12
set/12
dez/12
mar/13
jun/13
set/13
dez/13
mar/14
jun/14
set/14
dez/14
mar/15
jun/15
set/15
dez/15

IPC N5

Fonte: INE e BNA

29
2.2. Sector Fiscal
2.2.1. Política e Situação Orçamental

O ano de 2015 foi um ano repleto de desafios para a economia de Angola. A economia cresceu menos do que havia sido
projectado pelo Executivo e o preço do petróleo ficou abaixo das expectativas, o que criou sérios entraves à condução da
política fiscal consubstanciada no Orçamento Geral do Estado para 2015. Este novo quadro conjuntural e as incertezas
daí decorrentes motivaram a revisão do OGE para 2015, que apresentou uma nova proposta de exercício orçamental,
levando em linha de conta pressupostos macroeconómicos mais conservadores face aos iniciais, nomeadamente, um
preço médio do barril de petróleo de 40,0 USD (contra os 81,0 USD assumidos na versão anterior do OGE para 2015),
uma taxa de crescimento real do PIB de 6,6% (mais modesta do que o valor tido como pressuposto no OGE inicial de
9,7%) e, entre outros, uma taxa de inflação de 9% (superior aos 7% no OGE inicial).

As prioridades da Política Fiscal apresentadas para o ano de 2015 interagiram quer pelo lado da receita, através da
potenciação da receita não petrolífera e do reforço do papel regulador do Estado, como pelo lado da despesa, através
da melhoria da qualidade da despesa e da racionalização e optimização da despesa com subsídios à economia e outros
apoios financeiros do Estado. Esta revisão do Orçamento Geral do Estado trouxe uma perspectiva mais conservadora
face à versão inicial, de modo a acomodar o impacto da queda do preço do petróleo e as expectativas de abrandamento
da actividade económica. Ainda assim, grande parte da execução da despesa ficou comprometida, sobretudo as
despesas associadas ao programa de investimentos públicos.

Desta forma, o OGE revisto reflectiu uma diminuição das receitas em cerca de 35,7% face ao OGE inicial, com as
receitas do sector petrolífero a diminuir 59,3% e as receitas do sector não petrolífero a aumentar 1,4%. Esta diminuição
das receitas petrolíferas explica-se, basicamente, pela diminuição do preço médio do barril de petróleo, já que a versão
revista do Orçamento levou em conta um valor ligeiramente mais optimista para as quantidades exportadas ao longo
do ano, de 669,8 milhões de barris (contra os 669,1 milhões de barris previstos na versão inicial). Do lado da despesa,
a versão revista do OGE para 2015 preconizou uma redução de 33% das despesas totais, com um corte de 26% das
despesas correntes e de 53% das despesas de capital. Tendo em conta a distribuição da despesa pelas funções do
Estado, salienta-se que todos os sectores funcionais viram o seu orçamento reduzido face ao OGE inicial, à excepção
das despesas com as Operações da Dívida Pública, numa perspectiva de cumprimento das obrigações do Estado e
continuidade da capacidade de financiamento no futuro.

A execução fiscal de 2015 baseou-se num preço médio do petróleo de 53,7 USD/barril (contra os 96,9 USD/barril
registados em 2014), uma taxa de inflação homóloga de 14,3% (7,5% no ano anterior), uma taxa de câmbio média
de 120,1 USD/Kz (98,3 USD/Kz em 2014) e um crescimento real do produto de 3% (contra os 4,8% registados no ano
anterior).

2.2.2. Receitas Públicas

Os dados fiscais preliminares do Ministério das Finanças apontam para uma redução da Receita Total de 30,64%, ao
passar de Kz 4.402,64 Mil Milhões em 2014 para Kz 3.053,81 Mil Milhões em 2015. A Receita Petrolífera passou de Kz
2.969,78 Mil Milhões em 2014 para Kz 1.574,93 Mil Milhões em 2015 (representando uma diminuição de 46,97%). Por
sua vez, a Receita Não Petrolífera passou de Kz 1.128,25 Mil Milhões para Kz 1.157,85 Mil Milhões, o que corresponde
a um aumento de 2,62% relativamente a 2014.

30
Relatório e Contas • 2015

Quadro 5: Receitas Públicas

2015 OGE 2015 OGE 2015 OGE 2015 OGE


2014 2015 Prel. 2014 2015 Prel. 2014 2015 Prel.
inicial Rev. inicial Rev.
Em mil milhões de Kz Taxas de Execução Em % do PIB
Receitas 4  402,64 4  184,90 2  692,59 3  053,81 92,78 113,42 38,30 31,04 23,34 24,36
Receitas Correntes 4  402,11 4  184,90 2  692,59 3  052,73 92,78 113,38 38,30 31,04 23,34 24,35
Impostos 4  098,02 3  968,60 2  476,00 2  732,77 90,27 110,37 35,65 29,44 21,47 21,80
Petrolíferos 2  969,78 2  551,20 1  039,20 1  574,93 89,64 151,55 25,83 18,92 9,01 12,56
Não petrolíferos 1  128,25 1  417,30 1  436,80 1  157,85 91,97 80,59 9,81 10,51 12,46 9,24
Contribuições sociais 86,86 127,50 127,53 150,20 52,54 117,78 0,76 0,95 1,11 1,20
Doações 1,52 - 1,50 1,19 - 79,66 0,01 - 0,01 0,01
Outras receitas 215,71 88,80 87,56 168,57 546,09 192,51 1,88 0,66 0,76 1,34
Receitas de capital 0,54 - - 1,08 69,34 0,00 - - 0,01
Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

De referir que, apesar da maior dificuldade na arrecadação de receitas em 2015 quando comparado com 2014, a
execução das receitas superou largamente o previsto no OGE revisto, com as taxas de execução das receitas a situarem-
se acima dos 100%, com a excepção das receitas não petrolíferas que ficaram pelos 80,6% de execução devido ao
abrandamento da actividade económica no sector. A taxa de execução das receitas petrolíferas de 151,6% foi possível
uma vez que o preço do petróleo superou em 13,7 USD/bbl o preço tido como pressuposto para a elaboração do
Orçamento revisto. Contribuíram também para a evolução das receitas correntes, mas em menor grau, as contribuições
sociais e as outras receitas no período, que evidenciaram taxas de execução na ordem dos 117,78% e 192,51%,
respectivamente.

Gráfico 4: Impostos petrolíferos (em % do PIB)


14,00

12,00

10,00

8,00

6,00

4,00

2,00

-
2014 2015 OGE INICIAL 2015 OGE RE V. 2015 PREL.

Outros im postos Im postos s/ o comércio internacional


Im postos s/ bens e serviços Im postos s/ propriedades
Im postos s/ rend.,lu cros e ganhos de capital Im postos não petrolif eros

Fonte:Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

Do lado do sector não petrolífero, não obstante o abrandamento da actividade económica deste sector (3,8% em
2015 contra os 8,2% apurados para 2014), é possível verificar que a arrecadação de impostos referente à actividade
do sector não petrolífero aumentou ligeiramente (em 2,62% em termos homólogos), tendo a mesma sido apurada em

31
Kz 1.157,85 Mil Milhões em 2015 (contra os Kz 1.128,25 Mil Milhões em 2014). No entanto, o OGE revisto para 2015
previa que os impostos não petrolíferos atingissem os 12,46% do PIB, tendo estes ficado abaixo nos 9,24% do PIB
(contra os 9,81% do PIB em 2014), concluindo-se daqui que a arrecadação de impostos do sector não petrolífero ficou
aquém do esperado, o que se pode verificar através da taxa de execução de apenas 80,59% face ao programado.

Destaca-se, entre as receitas não petrolíferas, a melhoria dos níveis de cobrança dos impostos sobre rendimentos,
lucros e ganhos de capital, que representam 57,49% do total dos impostos cobrados nesse sector, e que registam
um aumento de 22,16% em termos homólogos. Destaca-se igualmente, um aumento significativo dos impostos sobre
propriedades, de 9,31% em termos homólogos. Os outros impostos aumentaram 4,64% face a 2014, tendo os impostos
sobre o comércio exterior e sobre bens e serviços, por sua vez, registado uma diminuição da ordem dos 27,22%
e 22,25%, respectivamente, em linha com a diminuição das importações, no primeiro caso, e o abrandamento das
actividades de comércio e serviços, no segundo. As taxas de execução destas arrecadações face ao programado foram
reduzidas, das quais se destaca a execução de apenas 47,95% dos impostos sobre bens e serviços e 50,90% dos
impostos sobre o comércio internacional.

2.2.3. Despesas Públicas

Do lado das despesas, o Ministério das Finanças apontou para uma diminuição da Despesa Total em 36,62%, passando
de Kz 5.222,02 Mil Milhões em 2014 para Kz 3.309,85 Mil Milhões em 2015. As Despesas Correntes sofreram uma
diminuição de 23,75% em relação ao ano anterior, principalmente justificada pelo corte de 55,03% no valor das
Despesas em Bens e Serviços. Ainda assim, a rubrica que sentiu a diminuição mais significativa foi a das Despesas
de Capital, cuja diminuição foi de 66,96% face ao ano anterior, tendo executado apenas Kz 513,94 Mil Milhões.
No geral, as Despesas Totais apresentaram uma execução abaixo do programado (94,59% face ao previsto), devido
principalmente à execução abaixo do previsto das despesas relacionadas com remunerações de empregados, bens
e serviços e despesas de capital. Por outro lado, o aumento das taxas de juro dos títulos da dívida ao longo de 2015
levou a que a rubrica referente a juros executasse acima do previsto, tendo aumentado 66,18% face ao ano anterior.

32
Relatório e Contas • 2015

Quadro 6: Despesas Públicas

2015 OGE 2015 OGE 2015 OGE 2015 OGE


2014 2015 Prel. 2014 2015 Prel. 2014 2015 Prel.
inicial Rev. inicial Rev.
Em mil milhões de Kz Taxas de Execução Em % do PIB
Despesas 5  222,02 5  215,80 3  499,11 3  309,85 97,15 94,59 45,43 38,69 30,33 26,40
Despesas correntes 3  666,61 3  848,40 2  862,34 2  795,91 99,80 97,68 31,90 28,55 24,81 22,30
Remuneração dos
1  318,93 1  565,50 1  487,88 1  390,52 96,32 93,46 11,47 11,61 12,90 11,09
empregados
Vencimentos 1  246,68 1  481,60 1  408,72 1  313,13 96,76 93,21 10,85 10,99 12,21 10,47
Contribuições
72,24 83,90 79,16 76,80 89,19 97,02 0,63 0,62 0,69 0,61
sociais
Bens e serviços 1  247,75 1  374,40 692,24 561,13 87,21 81,06 10,85 10,20 6,00 4,48
Juros 149,50 231,00 230,98 248,44 117,16 107,56 1,30 1,71 2,00 1,98
Externos 61,89 93,50 93,53 105,87 104,72 113,20 0,54 0,69 0,81 0,84
Internos 87,60 137,50 137,45 142,57 127,89 103,72 0,76 1,02 1,19 1,14
Transferências
950,44 677,50 451,25 595,82 453,02 132,04 8,27 5,03 3,91 4,75
correntes
Subsídios 668,21 374,30 154,33 247,37 124,55 160,28 5,81 2,78 1,34 1,97
Doações 6,07 - 3,53 0,05 - - 0,03
Prestações sociais 233,31 184,82 298,34 229,41 161,42 2,03 - 1,60 2,38
Outras despesas 42,85 112,09 46,58 39,64 41,56 0,37 - 0,97 0,37
Despesas de Capital 1  555,41 1  367,40 636,80 513,94 91,43 80,71 13,53 10,14 5,52 4,10
Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

As Despesas Correntes situaram-se nos Kz 2.795,91 Mil Milhões e revelaram uma taxa de execução de 97,68% face ao
programado. Destaca-se, nas Despesas Correntes, a redução das despesas com bens e serviços em 55,03%, devido à
necessidade de se controlar o nível de despesas e de o reajustar à menor capacidade do Estado em arrecadar receitas,
quer petrolíferas, quer não petrolíferas. Estas despesas com bens e serviços ficaram também aquém do previsto no
OGE revisto, executando apenas 81,06% do programado. Por outro lado, as despesas com pessoal aumentaram 5,43%
face a 2014, embora tivessem executado apenas 93,46% do programado.

Em situação inversa encontram-se as despesas com juros da dívida, que se situaram nos Kz 248,44 Mil Milhões, o
que representa uma expansão de 66,18% face ao ano anterior e uma taxa de execução de 107,56% face ao previsto
no OGE revisto. Do total dos juros da dívida, 57,39% correspondem a juros da dívida interna, enquanto os restantes
42,61% correspondem a juros da dívida externa. As despesas com juros aumentaram significativamente devido à maior
necessidade de financiamento do Estado verificada em 2015, o que levou ao aumento dos juros dos títulos públicos e
das quantidades de títulos emitidos. Ao longo do ano, assistiu-se a um aumento das taxas de juro no mercado primário
para todas as maturidades. A evolução recente permite constatar um maior recurso aos BT e OT relativamente ao
ano anterior. Assim, em Dezembro de 2015, as taxas de juro de BT a 91, 182 e 364 dias aumentaram face ao período
homólogo para os 13,90%, 14,95% e 15,30%, respectivamente (face aos 6,44%, 7,11% e 7,48% registados em 2014
nas mesmas maturidades). As taxas de juro das OT mantiveram-se nos mesmos patamares de 2014.

33
Gráfico 5: Despesas Correntes (em % do PIB)

35.00
30.00
25.00
20.00
15.00
10.00
5.00
-
2014 2015 OGE INICIAL 2015 OGE REV. 2015 OGE PREL
Despesas com pessoal Bens e Serviços
Juros Transferências Correntes
Despesas Correntes

Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

As despesas relacionadas com as transferências correntes, nas quais se inserem os subsídios, diminuíram 37,31%
face ao ano anterior tendo, contudo, executado acima dos 100% face ao previsto no OGE revisto. Dentro desta rubrica,
destaca-se a diminuição das despesas com subsídios em 62,98% face ao ano anterior, em virtude da redução dos
subsídios aos preços e dos subsídios operacionais ao longo de 2015.

As Despesas de Capital (com uma taxa de execução de apenas 80,71% face ao programado) evidenciaram, igualmente,
uma queda de 66,96% face ao período homólogo em resultado, sobretudo, da contracção das despesas relativas
aos programas de investimento público. Recorde-se que a redução das despesas relacionadas com os programas de
investimento público foi uma das medidas previstas no OGE por forma a reajustar as despesas à quebra previsível das
receitas fiscais durante o ano de 2015.


2.2.4. Saldos Fiscais e Financiamento

Os dados preliminares disponibilizados pelo Ministério das Finanças para o ano de 2015, apontam para um défice
global (compromisso) de Kz 256,04 Milhões, correspondente a 2,04% do PIB, o que representa uma melhoria face a
2014 e ao projectado no OGE revisto de 2015. Esta melhoria do saldo global foi possível devido ao facto de o preço
médio do petróleo se ter situado cerca de 13,7 USD/barril acima do pressuposto utilizado para a elaboração do OGE, o
que permitiu que as receitas petrolíferas executassem em 151,55% do valor programado (apesar de terem diminuído
46,97% face a 2014, representando apenas 12,56% do PIB). Em termos gerais, este défice global menos profundo que
o esperado, foi resultado da execução das receitas totais acima do valor inscrito no OGE revisto, ao mesmo tempo que
as despesas totais executaram abaixo do previsto.

34
Relatório e Contas • 2015

Gráfico 6: Saldos Fiscais (em % do PIB)


5,90
2,50 2,05

-1,47
-2,04
-6,57 -7,65 6,99
-16,77
-14,00

-24,86

-44,61

2014 2015 OGE INICIAL 2015 OGE RE V. 2015 PREL.

Saldo Global (C ompromisso) Saldo corrente Saldo primário não petrolif ero

Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

O Saldo corrente apresentou uma deterioração face ao ano de 2014, correspondendo a 2,05% do PIB, uma vez que
as Receitas correntes diminuíram em maior amplitude quando comparado com a diminuição das despesas correntes.
No entanto, destaca-se que o resultado a nível do saldo corrente foi melhor do que o antecipado, uma vez que o
OGE revisto previa um défice neste saldo. Por outro lado, o saldo primário não petrolífero tem vindo a melhorar a sua
posição, passando de um saldo deficitário de 44,61% do PIB em 2014 para um saldo deficitário de 16,77% do PIB em
2015, potenciado pelo aumento gradual da arrecadação de impostos associados ao sector não petrolífero, aliado a um
maior controlo das despesas públicas.

Em termos de financiamento, o Tesouro Nacional recorreu não só ao financiamento interno, com a emissão de títulos
públicos, nomeadamente de Bilhetes e Obrigações do Tesouro num montante líquido total de Kz 1.093,17 Mil Milhões
(o que representa um aumento de 16,89% face ao ano anterior), tendo também recorrido ao financiamento externo,
com empréstimos líquidos num montante total de Kz 240,49 Mil Milhões (correspondendo a uma diminuição de 45,04%
face a 2014). Este forte recurso à emissão de títulos públicos foi necessário para assegurar a execução do Orçamento
ao longo do ano, de forma a melhor gerir as necessidades de tesouraria de curto prazo.

35
Quadro 7: Financiamento Líquido

2013 2014 2015 Prel. 2013 2014 2015 Prel.


Em Kz Mil Milhões Em % do PIB
Financiamento líquido -355,73 302,08 -223,52 2,95 2,63 1,78
Financiamento interno
-538,90 -135,50 -464,00 4,47 1,18 3,70
(líquido)
Activos -730,95 -549,27 -916,77 6,06 4,78 7,31
Passivos 192,05 413,77 452,77 1,59 3,60 3,61
Crédito líquido obtido 192,05 413,77 452,77 1,59 3,60 3,61
Desembolsos 1 292,66 1 625,84 1 107,04 10,72 14,14 8,83
Amortizações -1 100,61 -1 212,07 -654,27 9,13 10,54 5,22
Financiamento Externo
183,17 437,58 240,49 1,52 3,81 1,92
(líquido)
Activos - - - - - -
Passivos 183,17 437,58 240,49 1,52 3,81 1,92
Empréstimos líquidos
183,17 437,58 240,49 1,52 3,81 1,92
recebidos
Desembolsos 379,89 731,53 580,42 3,15 6,36 4,63
Amortizações -196,73 -293,95 -339,93 1,63 2,56 2,71
Fonte: Ministério das Finanças – Programação Macro Fiscal 2015

Importa ainda referir que, com as medidas tomadas nos últimos dois anos relativamente às reformas fiscais abrangendo
o sector não petrolífero e o sector dos combustíveis, o Executivo conquistou um maior espaço de manobra em termos
de política orçamental uma vez que, por um lado, reflecte uma tentativa de maior captação de receitas por via da
ampliação da base tributária não petrolífera e, por outro, consegue uma redução das despesas com a redução dos
subsídios aos combustíveis. Estas são medidas consideradas importantes, dada a actual conjuntura económica de
Angola, a qual tem evidenciado uma grande dependência face às receitas do petróleo e que, com a actual quebra do
preço do petróleo nos mercados internacionais, veio novamente mostrar a forte necessidade de reestruturação da
economia, visando a captação de outras fontes de receitas fiscais do país.

2.2.5. Dívida Pública

Em resultado da necessidade de gerir necessidades de tesouraria de curto prazo ao longo de 2015, o stock da dívida
interna ascendeu a USD 24.335,79 Milhões, sendo maioritariamente constituída por títulos públicos, tendo assim
aumentado de 19,1% do PIB em 2014 para 25,3% do PIB em 2015, situando-se acima do valor previsto no OGE revisto
de 2015 (21,8% do PIB). Por sua vez, o stock da dívida externa ascendeu aos USD 23.605,60 Milhões, passando a
representar 22,6% do PIB (contra 15,9% do PIB em 2014). No entanto, deve-se ressalvar que a dívida pública externa se
aproxima cada vez mais do valor das reservas brutas de ano para ano, sendo que estas últimas cobrem neste momento
104,65% da dívida externa (contra uma cobertura de 137,94% da dívida externa em 2014). Por outro lado, também é
visível que a posição da dívida externa executada em 2015 ficou abaixo do que era antecipado tanto através do OGE
revisto como do OGE inicial de 2015.

36
Relatório e Contas • 2015

Gráfico 7: Dívida Pública (em % do PIB)

45,8% 46,9%

35,5%
31,0%

24,5% 24,0% 21,8% 22,6% 24,3%


15,9% 15,1%
11,0%

2014 2015 OGE Inic ial2 l2015 OGE Rev. 2015 Prel.

Dívi da Externa Dívi da Interna Stock da Dívi da Total

Fonte: BNA

Desta forma, a dívida pública total situou-se nos USD 49.011,08 Milhões, representando 46,9% do PIB (contra os
31,0% do PIB em 2014). Esta evolução reflectiu o aumento tanto do endividamento externo como do endividamento
interno devido às maiores necessidades de financiamento para gerir a actividade do Tesouro como forma de compensar
a maior dificuldade na arrecadação de receitas.

Através da análise da dívida é visível que a dívida interna cresceu em 2015 a um ritmo mais acelerado do que a
dívida externa, com a primeira a crescer 61,43% em apenas um ano, enquanto a segunda cresceu 17,15%. O sector
público recorreu ao financiamento interno, nomeadamente à emissão de BT e OT para cobrir as suas necessidades de
tesouraria, limitando o financiamento ao sector privado, com implicações negativas ao nível da actividade económica.
Por outro lado, com o aumento do peso da dívida pública no PIB, também é possível que as taxas de juro continuem a
sofrer pressões “altistas” como já foi verificado ao longo de 2015, uma vez que existe a possibilidade de os investidores
exigirem prémios de risco mais elevados à medida que o rácio Dívida/PIB cresce e a arrecadação quer de cambiais quer
de receitas em moeda nacional vai diminuindo.

2.3. Sector Monetário e Financeiro


2.3.1. Política Monetária e Gestão de Liquidez

A regulação de liquidez por parte do Banco Central visou o cumprimento da sua responsabilidade na execução da
política monetária, e teve enfoque na preservação do poder de compra da moeda nacional e na coordenação entre a
política fiscal e monetária.

Para o efeito, o BNA recorreu às Operações do Quadro Operacional de Política Monetária, nomeadamente às Operações
de Mercado Aberto (OMA) e às facilidades de absorção de liquidez e demais instrumentos de regulação de liquidez.
O impacto agregado das operações monetárias foi de expansão sobre a Base Monetária, decorrente fundamentalmente
das operações de redesconto concedidas no período a instituições bancárias com dificuldades estruturais de liquidez
e da gestão operacional coordenada de políticas, no âmbito da qual as operações de mercado aberto (OMA) ficaram
suspensas durante um período.

Ao longo do ano de 2015, o BNA aumentou a taxa de juro de referência e a taxa de juro de Facilidade de Cedência de
liquidez Overnight, fixando-se em Dezembro nos 11,00% e 13,00%, respectivamente. Relativamente à taxa de juro de
Facilidade de Absorção de liquidez Overnight, esta ao longo do ano, reduziu de 1,75% para 0,00% no mês de Dezembro

37
e, foi introduzido neste mesmo mês de Dezembro um novo instrumento, nomeadamente, as operações de Facilidade de
Absorção de liquidez com maturidade de 7 dias, a uma taxa de 1,75%.

O Coeficiente de Reservas Obrigatórias em moeda nacional aumentou primeiro de 15% para os 20% em Março de 2015
e depois para os 25% em Junho de 2015, dos quais 10% podem ser cumpridos através de títulos públicos, ponderados
de acordo com as maturidades, conforme o Instrutivo nº8/2015 de 03 de Junho, com o objectivo de criar condições para
o financiamento do Orçamento Geral do Estado (OGE). O Coeficiente de Reservas Obrigatórias em moeda estrangeira,
por sua vez, manteve-se ao longo de todo o ano de 2015 nos 15,0%. De realçar ainda que, as Operações de Mercado
Aberto (OMA’s) foram suspensas nos primeiros seis meses do ano, tendo sido retomadas em Junho de 2015, com o
objectivo de se efectuar uma gestão rigorosa da liquidez do sistema financeiro.

Painel 10: Taxas de Juro Directoras e Taxas Luibor

14.00%
Taxas de Juro Directoras Taxas LUIBOR
16.00% 12.00%
14.00%
10.00%
12.00%
10.00% 8.00%
8.00%
6.00%
6.00%
4.00% 4.00%
2.00% 2.00%
0.00%
14

15
14

15
4

5
4

5
3

5
14

15
r/1

r/1
t/1

t/1
z/1

z/1

z/1
o/

o/
n/

n/
v/

v/
Ab

Ab
Ou

Ou
De

Ag

De

Ag

De
Ju

Ju
Fe

Fe
3

14

14

14

15

15

15

5
z/1

r/1

t/1

z/1

r/1

t/1

z/1
v/

n/

o/

v/

n/

o/

Luibor Overnight Luibor 1 Mês Luibor 3 Meses


Ab

Ou

Ab

Ou
De

De

De
Fe

Fe
Ju

Ag

Ju

Ag

Taxa BNA FAO FCO FAL 7 Dias Luibor 6 Meses Luibor 9 Meses Luibor 12 Meses

Fonte: BNA

No que respeita ao mercado monetário interbancário, em 2015, as operações de cedência de liquidez sem garantia
entre as instituições bancárias ascenderam a um volume médio mensal de Kz 525,03 Mil Milhões, com predominância
para as operações overnight, tendo-se observado uma redução de cerca de 55,99% comparativamente ao ano de 2014.
A taxa LUIBOR overnight, apurada com base nas operações de cedência de liquidez sem garantia entre as instituições
bancárias, observou uma tendência de aumento ao longo de todo o ano de 2015, com maior incidência no mês de
Junho, reflectindo as condições de liquidez do mercado. Nesse mês de Junho, a taxa LUIBOR situou-se nos 11,29%
(contra os 6,25% no mês de Maio), apresentando um aumento de 5,04 p.p. Em Dezembro de 2015, a taxa LUIBOR
overnight situou-se em 11,31%, registando um aumento de 5,11 p.p. face ao ano de 2014, em que a taxa se situava
em 6,20%.

A taxa LUIBOR nas restantes maturidades, de 1, 3, 6, 9 e 12 meses, apresentaram uma tendência similar, situando-se
nos 11,14%, 11,88%, 12,21%, 12,56% e 12,84%, respectivamente, para cada uma das maturidades.

O recurso às operações de Facilidade de Cedência de Liquidez (FCO) permitiu que as instituições bancárias acedessem
ao financiamento overnight do BNA nos termos regulamentares. O volume dessas operações em 2015 ascendeu a um
valor médio mensal de Kz 97,84 Mil Milhões, com maior incidência no III Trimestre de 2015.

38
Relatório e Contas • 2015

Gráfico 8: Transacções no MMI e FCO

2,000,000.00 14.00%
1,800,000.00
12.00%
1,600,000.00
1,400,000.00 10.00%
Kz Milhões

1,200,000.00 8.00%
1,000,000.00
800,000.00 6.00%

600,000.00 4.00%
400,000.00
2.00%
200,000.00
- 0.00%
Abr/14

Abr/15

Out/15
Jun/14

Out/14

Jun/15
Fev/14

Fev/15
Dez/13

Ago/14

Dez/14

Ago/15

Dez/15
MONTANTE TRANSACIONADO F.C.O LUIBOR OVERNIGHT

Fonte: BNA

Por outro lado, as instituições bancárias puderam aplicar os seus recursos excedentários de tesouraria em depósitos
overnight no Banco Nacional de Angola. Estas operações tiveram maior preponderância em termos de volume diário no
III e IV Trimestres do ano, altura em que este tipo de operações voltou a ser remunerado, após o período de suspensão
de remuneração entre os meses de Fevereiro a Agosto, no âmbito da gestão operacional coordenada de políticas.
Em termos globais, o impacto líquido dessas operações na gestão de liquidez foi de contracção de Kz 10,17 Mil Milhões.
Comparativamente a 2014 observou-se uma redução de cerca de 52,86% nas operações deste segmento de mercado.

Mercado de Títulos Públicos

A emissão de títulos do Tesouro Nacional em moeda nacional, em 2015, situou-se em Kz 1.046,41 Mil Milhões, dos
quais Kz 657,63 Mil Milhões em Bilhetes do Tesouro (BT) e Kz 388,79 Mil Milhões em Obrigações do Tesouro (OT).
Comparativamente a 2014, o volume das emissões de títulos públicos em moeda nacional, em 2015, foi superior em
cerca de 46,88%. As emissões visaram, além do pagamento do serviço da dívida interna titulada, a criação de receitas
em moeda nacional para a cobertura das despesas correntes e de investimento, do programa anual do Executivo, em
conformidade com o orçamento Geral do Estado.

39
Painel 11: Emissão e Resgate de Títulos em 2015

160.000,00 90.000,00
140.000,00 80.000,00
120.000,00 70.000,00
60.000,00
100.000,00
Mi lhões

50.000,00

Milhões
80.000,00
40.000,00
60.000,00 30.000,00
40.000,00 20.000,00
20.000,00 10.000,00
- -
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

BT OT BT OT

Fonte: BNA

Os pagamentos do Tesouro Nacional decorrentes do resgate de títulos públicos ocorridos em 2015 totalizaram os Kz
891,66 Mil Milhões, dos quais Kz 631,93 Mil Milhões por resgates de Bilhetes do Tesouro e Kz 259,73 Mil Milhões por
resgates de Obrigações do Tesouro. Comparativamente a 2014, o volume do serviço da dívida pública interna titulada
foi superior em 164,67%, devido fundamentalmente ao aumento do volume de emissão em 2015.

Nessa perspectiva, a emissão líquida de títulos do Tesouro Nacional foi positiva, permitindo uma arrecadação de
receitas internas da ordem dos Kz 2.630,46 Mil Milhões.

O stock de títulos públicos em moeda nacional a 31 de Dezembro de 2015 situou-se nos Kz 2.452,77 Mil Milhões,
dos quais cerca de Kz 428,27 Mil Milhões (17,46%) em Bilhetes do Tesouro e Kz 2.024,50 Mil Milhões (82,54%) em
Obrigações do Tesouro. Comparativamente com o ano de 2014, observou-se em 2015 um aumento do stock em cerca
de 30,16%.

O efeito líquido das emissões com Títulos do Tesouro (BT e OT) sobre a liquidez foi de contracção em cerca de Kz 57,90
Mil Milhões, em resultado do volume das emissões ter sido superior ao volume de pagamentos de resgates e juros
ocorridos no ano. O endividamento público por emissão de Títulos do Tesouro em 2015 correspondeu a cerca de 69,81%
da sua previsão para o ano.

Gráfico 9: Stock de Títulos em 2015


3.00

2.50

2.00

1.50
Millions

1.00

0.50

-
Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
BT OT

Fonte: BNA

40
Relatório e Contas • 2015

Relativamente às taxas de juro no mercado primário, estas apresentaram uma tendência ligeira de aumento em todas
as maturidades emitidas.

No final do ano de 2015 as taxas médias de juro nominais dos Bilhetes do Tesouro situavam-se em 13,90%, 14,95%
e 15,30%, para as maturidades de 91, 182 e 364 dias, respectivamente. Face ao ano anterior, as taxas nominais dos
títulos de curto prazo apresentam diferenças de 7,46 p.p., 7,84 p.p. e 7,83 p.p., respectivamente.

Gráfico 10: Taxas de Juro no Mercado Primário em 2015


18.00%
16.00%
14.00%
12.00%
10.00%
8.00%
6.00%
4.00%
2.00%
0.00%
BT 63 BT 91 BT 182 BT 364 OT 2 OT 3 OT 4 OT 5 OT 2 OT 3 OT 4 OT 5
dias dias dias dias anos anos anos anos anos anos anos anos
BT OT-TXC OT-NR

Dez/14 Dez/15

Fonte: BNA

Relativamente aos títulos do Tesouro Nacional de médio e longo prazo, nomeadamente, as Obrigações do Tesouro em
Moeda Nacional, as taxas de juro nominais das Obrigações do Tesouro indexadas à taxa de câmbio mantiveram-se
constantes, ao longo do ano, nos 7,00%, 7,25%, 7,50% e 7,77% para as maturidades de 2,3,4 e 5 anos, respectivamente.
Para as Obrigações do Tesouro Não Reajustáveis, as taxas de juro nominais efectivas, apuradas com base nas emissões
por leilão de preço, situaram-se, em média, nos 7,00%, 7,75%, 8,00% e 8,25% para as maturidades de 2, 3, 4 e 5 anos,
respectivamente.

Operações de Mercado Aberto (OMA)

Em 2015, observou-se por um período a suspensão das OMA, no âmbito da gestão operacional coordenada das políticas
monetária e fiscal, tendo sido reiniciada a utilização deste instrumento de regulação monetária no mês de Setembro.
O volume global das Operações de Mercado Aberto (OMA), para absorção de liquidez, em 2015, foi de Kz 85,78 Mil
Milhões e o seu impacto na liquidez foi expansionista em Kz 190,36 Mil Milhões. Comparativamente ao ano de 2014,
o volume de Operações de Mercado Aberto em 2015 foi inferior em cerca de 90,65%.

As taxas de juro médias das OMA para as maturidades de 28 e 63 dias aumentaram ao longo do ano cerca de 0,25 p.p.
e 1,93 p.p. fixando-se nos 7,50% e 10,00% respectivamente, estando em conformidade com os objectivos da gestão
coordenada das políticas monetária e fiscal.

2.3.2. Base Monetária

Analisando o Balanço do BNA verifica-se que, em 2015, a Base Monetária Ampla aumentou em 6,0% relativamente
ao ano anterior, situando-se nos Kz 1.675,5 Mil Milhões, derivado essencialmente, da expansão da Base Monetária

41
Restrita em 31,8%, tendo as Outras Obrigações face às Outras Instituições Financeiras Monetárias (OIFM) registado
uma contracção de 87,2% face ao ano anterior. Em particular, a Base Monetária Restrita em MN, apresentou uma
expansão de 61,2% face ao ano anterior, o que em termos reais, representa uma expansão de cerca de 46,9%.

Quadro 8: Base Monetária

2013 2014 2015 2014 2015


Em Kz Mil Milhões T.V.H (%)
Base Monetária ampla 1 392,05 1 580,65 1 675,5 13,5 6,0
Base Monetária Restrita 1 160,26 1 237,69 1 631,4 6,7 31,8
Notas e Moedas em
410,18 477,98 519,6 16,5 8,7
Circulação
Reserva bancária 750,08 759,72 1 111,8 1,3 46,3
Depósitos obrigatórios 699,47 661,85 885,2 -5,4 33,7
Depósitos
398,55 384,82 765,6 -3,4 98,9
obrigatórios -MN
Depósitos
300,92 277,03 119,6 -7,9 -56,8
obrigatórios -ME
Depósitos livres 50,61 97,86 226,6 93,4 131,6
Depósitos livres - MN 41,67 67,73 214,4 62,5 216,5
Depósitos livres - ME 8,93 30,13 12,2 237,4 -59,5
Outras Obrigações face a
231,79 342,96 44,1 48,0 -87,2
outras instit. monetárias
Fonte: BNA

A expansão da Base Monetária Restrita em 2015 reflectiu não só o aumento da reserva bancária em 46,3%, mas
também das notas e moedas em circulação em 8,7%. A evolução positiva da reserva bancária está associada, por
um lado, à expansão significativa dos depósitos obrigatórios em moeda nacional em 98,9% devido ao aumento do
coeficiente das reservas obrigatórias em MN em 2015 e, por outro lado, à expansão também significativa dos depósitos
livres em MN em 216,5% em grande parte, devido à redução da taxa de juro da Facilidade de Absorção Overnight (FAO)
de 1,75% para 0,00% que ocorreu em geral ao longo do ano de 2015. Assim, a reserva obrigatória em MN no período
em análise registou um aumento de Kz 380,8 Mil Milhões, partindo de um nível de Kz 384,8 Mil Milhões apurado em
finais de 2014 para Kz 765,6 Mil Milhões em Dezembro de 2015.

Os depósitos obrigatórios em ME e os depósitos livres em ME, por sua vez, registaram uma queda de 56,8% e 59,5%,
respectivamente, o que pode ser consequência do Instrutivo nº 19/2015 de 02 de Dezembro do BNA, que incentivou os
bancos a comprarem Títulos do Tesouro em ME utilizando os seus depósitos livres, sendo o valor da compra ponderado
(ou deduzido) no cálculo do nível de cumprimento de reservas obrigatórias em moeda estrangeira.

42
Relatório e Contas • 2015

Painel 12: Reserva Bancária - Depósitos Obrigatórios e Livres

Depósitos Obrigatórios Depósitos Livres


1,000.00 250.00
900.00
800.00 200.00
700.00
Kz Milhões

600.00

Kz Milhões
150.00
500.00
400.00
300.00 100.00
200.00
100.00 50.00
0.00
2013 2014 2015 0.00
2013 2014 2015
Depósitos obrigatórios - MN Depósitos obrigatórios - ME Depósitos obrigatórios Depósitos livres - MN Depósitos livres - ME Depósitos livres

Fonte: BNA

Em termos reais, a base monetária restrita em 2015 aumentou cerca de 17,5%, reflectindo o aumento da reserva
bancária em 32%, tendo as notas e moedas em circulação registado uma redução de 5,6%. A evolução positiva tanto
dos depósitos obrigatórios (em 19,4%) como dos depósitos livres (em 117,3%) explicam o desempenho da reserva
bancária em 2015.

Em 2015, a expansão da Base Monetária Ampla em termos nominais teve como contrapartidas, o aumento dos Activos
externos líquidos e, em particular, das reservas internacionais líquidas (RIL) em 16,8%. Contudo, importa referir que
a evolução positiva desta rubrica reflecte a depreciação cambial de 31,55% ocorrida nos últimos 12 meses. Quando
analisadas em USD, as reservas internacionais líquidas apresentam uma redução de cerca de 10,6% face ao ano
anterior, reflectindo a deterioração das contas externas, associada à manutenção em baixa do preço do petróleo e à
elevada necessidade de importações de bens e serviços, o que tem provocado fluxos de saída de divisas superiores às
entradas de divisas.

Por sua vez, os Activos internos líquidos registaram, em 2015, uma contracção de cerca de 30%, em virtude da redução
do crédito interno líquido em 1,1% (-15,4% em termos reais) e dos Outros Activos líquidos em 82,4% (-96,7% em termos
reais). A evolução negativa do crédito interno líquido reflecte a redução do crédito líquido à administração central em
14,6% (-28,9% em termos reais), já que o crédito as OIFM e o crédito a Outros sectores residentes registaram aumentos
de 120,8% (106,5% em termos reais) e 36,1% (21,8% em termos reais), face ao ano anterior, respectivamente. Realça-
se aqui, um crescimento bastante expressivo do crédito do BNA às OIFM, em virtude do aumento que se registou
durante o ano de 2015 das operações de redesconto, com reflexos ao nível do aumento das reservas livres dos Bancos
e, consequentemente, da liquidez bancária.

Relativamente ao multiplicador monetário, observou-se em 2015 uma redução de cerca de 0,62, fixando-se nos
3,50 (contra os 4,12 em 2014), em resultado do crescimento da BM (31,8%) ter sido superior ao crescimento do M2
(11,8%).). No entanto, considerando apenas o PIB não petrolífero, observa-se um ligeiro aumento de 0,06 na velocidade
de circulação de moeda, que passa de 1,60 em 2014 para 1,66 em 2015, devido ao facto do crescimento que se espera
do PIB não petrolífero (15,7%) ser superior ao crescimento do M2 (11,8%).

Para suportar a procura da economia e também o processo de substituição gradual das notas da família anterior (série
1999) pela nova (série 2012), em 2015 a emissão monetária registou um aumento de cerca de 6% relativamente a
Dezembro de 2014, tendo sido emitidas 302,10 milhões de notas, contra a emissão de 285,90 milhões de notas em
2014, isto é, mais 16,20 milhões de notas emitidas em 2015. Financeiramente, verificou-se um aumento no valor
emitido na ordem dos 55,83% ou seja, mais Kz 80.300,00 milhões.

A composição da Circulação Monetária, no período em análise, foi constituída por 678,98 milhões de notas e por
274,59 milhões de moedas metálicas, que financeiramente representou um total de Kz 563.757,68 Milhões sendo que,
financeiramente, a componente “nota” representou 99,75% (Kz 562.328,03 milhões) e 0,25% a componente “moeda
metálica” (Kz 1.430,65 milhões) do valor financeiro total, no montante de Kz 563.757,68 milhões.

43
Gráfico 11: Emissão versus Circulação Monetária em 2015 (Representação Financeira)

600.000,00

500.000,00

400.000,00
Kz Milhões

300.000,00

200.000,00

100.000,00

-
Emissão Circulação Monetária
2014 2015

Fonte: BNA

Em síntese, importa realçar que, em termos de política monetária, o BNA adoptou uma conduta restritiva ao longo de
2015. Com efeito, aumentou as suas taxas directoras, aumentou os requisitos de reservas dos depósitos em Kwanzas
e retomou a utilização de instrumentos para a absorção de liquidez. Porém, apesar destes esforços, verificou-se ainda
um excesso de liquidez no sistema bancário, em grande parte devido ao aumento do crédito líquido ao Governo Central
e do crédito as outras instituições financeiras monetárias. Sendo assim, em 2016, a política monetária deverá continuar
a visar uma redução significativa do excesso de liquidez através dos seus instrumentos de política monetária, e uma
coordenação e colaboração estreita com os bancos que enfrentam problemas de liquidez de forma a reduzir ou mesmo
eliminar as suas necessidades de liquidez.

2.3.3. Evolução dos Agregados Monetários

O ano de 2015 foi caracterizado por uma expansão monetária, não obstante a adopção de uma política monetária
restritiva pelo BNA e a forte desaceleração da actividade económica nacional. Com efeito, a oferta de moeda em
sentido mais lato, representada pelo agregado monetário M3 e o agregado monetário M2, cresceram ambos cerca de
11,8% face ao ano anterior. Contudo, em termos reais, deduzindo o efeito da taxa de inflação de 2015, o M3 e o M2
reduziram em cerca de 2,5%.

Em contrapartida da expansão monetária, realça-se o crescimento em cerca de 17,0% dos activos externos líquidos no
BNA, em particular, das reservas internacionais liquidas em 16,8%, quando convertidos para moeda nacional. Note-se,
no entanto, que este crescimento foi justificado sobretudo pelo efeito da depreciação da taxa de câmbio ocorrido nos
últimos 12 meses pois, considerando as reservas internacionais líquidas em dólares norte-americanos, estas reduziram
cerca de 10,6% face ao ano anterior.

44
Relatório e Contas • 2015

Quadro 9: Síntese Monetária

2013 2014 2015 2014 2015


Em Kz Mil Milhões T.V.H (%)
Activos Externos Líquidos 3 116,23 3 097,46 3 606,18 -0,6 16,4
BNA 3 096,75 2 904,43 3 396,78 -6,2 17,0
Reservas Internacionais
3 041,24 2 818,35 3 291,62 -7,3 16,8
Líquidas
Bancos Comerciais 19,48 193,03 209,40 890,9 8,5

Activo interno líquido 1 280,44 2 012,65 2 105,71 57,2 4,6


Crédito Interno líquido 2 260,41 3 015,87 3 919,49 33,4 30,0
Crédito Líquido ao Governo
-666,02 69,17 450,14 110,4 550,8
Central
Crédito ao Governo
1 441,31 2 001,79 2 648,39 38,9 32,3
Central
Depósitos do Governo
2 107,33 1 932,62 2 198,25 -8,3 13,7
Central
Crédito à Economia 2 926,43 2 946,70 3 469,35 0,7 17,7
dq: Crédito ao sector
2 777,32 2 809,13 3 272,00 1,1 16,5
Privado
Outros activos líquidos -979,97 -1 003,22 -1 813,78 -2,4 -80,8
Fonte: BNA

Nota 1 - a partir de Agosto de 2011, as contas do BNA são baseadas na revisão do Plano de Contas e a partir de Julho de 2014 são baseados no novo Plano de Contas.

Nota 2 - A partir de Janeiro de 2011, há uma quebra metodologica nas series temporais, devido a melhoria na classificação e sectorização das contas das outras Instituições Financeiras

Monetarias (OIM)

O aumento do crédito líquido à Administração Central e do crédito a outros sectores residentes determinaram a
expansão do crédito interno líquido em 30% (15,7% em termos reais) face ao ano anterior.

O crédito líquido ao Governo Central aumentou significativamente em 550,8% face ao ano anterior, explicado pelo
aumento de 32,3% no crédito concedido ao Governo Central para fazer face às suas necessidades de tesouraria, tendo
os depósitos do Governo Central no sistema bancário aumentado apenas 13,7%.

Em termos reais, o crédito líquido ao Governo Central aumentou significativamente em 536,5% face ao ano anterior
explicado, essencialmente, pelo aumento de 18% no crédito concedido ao Governo Central, tendo os depósitos do
Governo Central no sistema bancário reduzido em 0,6%.

O crédito a outros sectores residentes e, em particular, o crédito ao sector privado (que representa 94,3% do total do
crédito concedido) apresentou um aumento de 17,7% face ao ano anterior (3,4% em termos reais) em resultado da
evolução positiva que se registou no crédito às sociedades não financeiras em 25,0% (10,7% em termos reais), tendo
o crédito aos particulares registado uma redução de 6,0% (-20,3% em termos reais) relativamente ao ano anterior.

De facto, o aumento do crédito às sociedades não financeiras está em linha com o objectivo do Executivo no que toca
ao tema da diversificação da economia e contribuir para a recuperação económica do país. Em particular, destaca-se o
aumento do crédito à Produção e distribuição de electricidade, gás e água (185,46%), à Saúde (68,40%), aos Serviços
Sociais (34,52%), à Agricultura (31,40%), ao Comércio (26,94%) e à Indústria Transformadora (25,32%).

45
Em termos de peso no total do crédito concedido à economia realça-se que, em 2015, o mesmo teve como principal
destino as empresas ligadas ao sector de “Comércio por Grosso e a Retalho” que arrecadou cerca de 20,3% do total
do crédito concedido à economia (17,9% em 2014), seguido dos “Particulares” com 18,0% (21,3% em 2014) e das
empresas ligadas aos sectores de “Serviços Sociais” com 14,4% (12,0% em 2014), “Actividades Imobiliárias, Alugueres
e Serviços Prestados às Empresas” com 13,9% (13,2% em 2014) e “Construção” com 11,7% (10,9% em 2014).

Nota-se, em 2015, um aumento do peso do crédito concedido sobretudo às empresas ligadas aos “Serviços Sociais”
(em mais 2,4 p.p.), ao “Comércio por Grosso e a Retalho” (em mais 2,4 p.p.), às “Actividades Imobiliárias, Alugueres
e Serviços Prestados às Empresas” (em mais 0,7 p.p.) e à “Construção” (em mais 0,8 p.p.) e, uma redução do peso do
crédito concedido sobretudo aos particulares (em menos 3,3 p.p.).

O agregado monetário M2 totalizou os Kz 5.703,7 Mil Milhões (contra os Kz 5.103,5 Mil Milhões no ano anterior),
representando um aumento de 11,8%, em resultado da evolução positiva tanto dos passivos monetários (10,4%) como
dos passivos quase monetários (13,8%).

O crescimento das notas e moedas em poder do público (12,1%) e dos depósitos à ordem em moeda nacional (18,8%)
explica o comportamento dos passivos monetários (M1), enquanto o aumento dos depósitos a prazo em moeda nacional
(em 7,9%) e em moeda estrangeira (em 22,1%) explica o comportamento dos passivos quase-monetários. Contudo,
realça-se uma redução dos depósitos a ordem em ME em cerca de 9,0% face ao ano anterior.

O M2 em MN, por sua vez, aumentou 14,4% face ao ano anterior (situando-se nos Kz 3.902,7 Mil Milhões) o que,
eliminando o efeito da taxa de inflação anual, representa uma estabilização em termos reais face ao ano anterior
(0,1%).

Em termos reais, o agregado monetário M2 registou uma redução de cerca de 2,5%, derivado da evolução negativa
tanto dos passivos monetários (-3,9%) como dos passivos quase monetários (-0,5%). A redução das notas e moedas
em poder do público (-2,2%) e dos depósitos à ordem em moeda estrangeira (-23,3%), explica o comportamento
dos passivos monetários (M1), enquanto a redução dos depósitos a prazo em moeda nacional (-6,4%) explica o
comportamento dos passivos quase-monetários.

Quadro 10: Agregados Monetários

2013 2014 2015 2014 2015


Em Kz Mil Milhões T.V.H (%)
M3 4 396,68 5 110,12 5 711,90 16,2 11,8
M2 4 394,75 5 103,48 5 703,75 16,1 11,8
M1 2 584,64 3 096,86 3 419,82 19,8 10,4
Notas e Moedas em
275,55 339,67 380,70 23,3 12,1
poder do público
Depósitos à ordem- MN 1 470,22 1 905,24 2 263,77 29,6 18,8
Depósitos à ordem - ME 838,87 851,95 775,35 1,6 -9,0
Quase-Moeda 1 810,11 2 006,62 2 283,92 10,9 13,8
Depósitos a Prazo - MN 902,31 1 166,64 1 258,27 29,3 7,9
Depósitos a Prazo - ME 907,79 839,98 1 025,65 -7,5 22,1
Outros Instrumentos equiparáveis
1,94 6,63 8,16 241,8 23,1
a depósitos*
* Inclui títulos e acordos de recompra em moeda nacional e estrangeira

Fonte: BNA

46
Relatório e Contas • 2015

Em termos agregados, em 2015, os depósitos no sistema bancário situaram-se nos Kz 5.323,0 Mil Milhões, registando
um aumento de 11,7%, representando, contudo, uma desaceleração relativamente ao ano anterior em que os
depósitos totais cresceram cerca de 15,6%. A evolução positiva dos depósitos em 2015 deveu-se ao aumento registado
tanto nos depósitos à ordem (em 10,2%) como nos depósitos a prazo (em 13,8%). Nos depósitos à ordem destaca-
se, essencialmente, o aumento dos depósitos do sector privado (em 13,4%), tendo os depósitos ao sector público
excluindo a administração central e os depósitos das outras instituições financeiras não monetárias reduzido em 22,2%
e 42,5%, respectivamente. Nos depósitos a prazo, por sua vez, destaca-se o aumento dos depósitos do sector público
excluindo a administração central e do sector privado em 26,3% e 13,2%, respectivamente, tendo os depósitos a prazo
das outras instituições financeiras não monetárias reduzido em 65,8% face ao ano anterior.

Em termos reais, os depósitos no sistema bancário registaram uma redução de cerca de 2,21%, em resultado do
decréscimo que se verifica tanto nos depósitos à ordem (-3,5%) como nos depósitos a prazo (-0,39%).

Fazendo uma análise do crédito e dos depósitos em termos de moeda, é de realçar que, em 2015, o crédito em moeda
estrangeira aumentou o seu peso no total do crédito, enquanto os depósitos em moeda estrangeira reduziram o seu
peso no total dos depósitos. O crédito em ME aumentou o seu peso em 4,9 p.p. representando 35,1% do total do crédito
(contra os 30,1% em 2014), e os depósitos em ME reduziram o seu peso em 1,7 p.p., representando 33,8% do total dos
depósitos (quando em 2014 representavam 35,5%). De realçar que o aumento do peso do crédito em ME no total do
crédito poderá estar relacionado com o efeito da depreciação cambial sobre esta rubrica bem como com a redução que
se registou no crédito em MN neste período em análise.

Painel 13: Taxas de Juro do Crédito e dos Depósitos no Sistema Bancário (em f.d.p.)
Ta xas de Ju ro do Créd ito Empresarial em MN Ta xas de Ju ro do Créd ito a Particulares em MN

20,00% 20,00%
19,00% 19,00%
18,00% 18,00%
17,00% 17,00%
16,00% 16,00%
15,00% 15,00%
14,00% 14,00%
13,00% 13,00%
12,00% 12,00%
11,00% 11,00%
10,00% 10,00%
jun/14

jun/15

jun/14

jun/15
fev/14

fev/15

fev/14

fev/15
abr/14

out/14

abr/15

out/15

abr/14

out/14

abr/15

out/15
dez/13

dez/14

dez/15

dez/13

dez/14

dez/15
ago/14

ago/15

ago/14

ago/15

Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN Até 180 dias MN De 181 dias a 1 ano MN
Mais de 1 ano MN Mais de 1 ano MN

Ta xas de Ju ro do s DP em MN Ta xas de Ju ro do s DP em ME

6,50% 6,00%
6,00%
5,00%
5,50%
4,00%
5,00%
4,50% 3,00%
4,00%
2,00%
3,50%
3,00% 1,00%
ago/14

ago/15
fev/14

jun/14

fev/15

jun/15
abr/14

out/14

abr/15

out/15
dez/13

dez/14

dez/15
ago/14

ago/15
fev/14

jun/14

fev/15

jun/15
abr/14

out/14

abr/15

out/15
dez/13

dez/14

dez/15

DP até 90 dias MN DP 91 a 180 dias MN DP até 90 dias ME DP 91 a 180 dias ME


DP de 181 dias -1 ano MN DP mais de 1 ano MN DP de 181 dias -1 ano ME DP mais de 1 ano ME

Fonte: BNA

47
Relativamente às condições de financiamento no sector bancário, realça-se que, em 2015, as taxas de juro praticadas
nas operações activas ao sector empresarial em MN registaram um aumento em todas as maturidades, com excepção
da maturidade até 180 dias e, as taxas de juro praticadas nas operações activas a particulares em MN evidenciaram
também um aumento em todas as maturidades, com excepção da taxa de juro a mais de 1 ano. As taxas de juro do
crédito empresarial em MN oscilaram entre os 14,8% e os 15,4%, enquanto as taxas de juro do crédito aos particulares
em MN oscilaram entre os 11,8% e os 16,5%.

O comportamento em geral ascendente das taxas de juro activas sobre o crédito empresarial e a particulares poderá
ser efeito do mecanismo de transmissão da política monetária restrita do Banco Central ainda que com algum
desfasamento e, do aumento do risco de crédito no sistema bancário tendo em conta o momento em que se vive e o
aumento do crédito malparado.

Por sua vez, as taxas de juro praticadas nas operações passivas em MN registaram aumentos nas maturidades até 90
dias e de 91 a 180 dias e reduções nas maturidades de 181 dias a 1 ano e a mais de 1 ano. Por sua vez, as taxas de
juro praticadas nas operações passivas em ME, apresentaram acréscimos em todas as maturidades, com excepção,
da maturidade de 181 dias a 1 ano. As taxas de juro passivas em MN oscilaram entre os 3,9% e os 5,2% enquanto as
taxas de juro passivas em ME oscilaram entre os 2,3% e os 4,6%.

2.4. Contas Externas 2


2.4.1. Balança de Pagamentos

A informação da Balança de Pagamentos reflecte o conjunto de transacções reais e financeiras realizadas pelo País
com o resto do mundo durante o ano de 2015.

A redução do preço médio do petróleo bruto e a consequente queda das receitas de exportação das ramas angolanas
reflectiu-se negativamente na posição externa da economia angolana. Assim, não obstante a evolução bastante
positiva da Conta Financeira, o saldo global da Balança de Pagamentos revelou-se deficitário em 2015, na ordem dos
USD 3.069,2 milhões (contra os USD 4.417,2 milhões do período homólogo), impulsionado pelo fraco desempenho da
Conta Corrente.

Conta Corrente

Com base nos dados preliminares da Balança de Pagamentos de 2015, a Conta Corrente apresentou um saldo
deficitário de USD 8.748,11 Milhões, registando um agravamento de 135,01% em relação a 2014, cujo saldo também
foi deficitário na ordem dos USD 3.722,4 Milhões. Desta forma, o défice da Conta Corrente correspondeu a 8,38% do
PIB, contra um défice equivalente de 2,86% verificado em 2014.

A contribuir para esta evolução surge a Conta de Bens como a principal responsável ao apresentar uma redução de
57,01% do seu saldo superavitário, tendo passado para os USD 13.148,7 Milhões em 2015, contra os USD 30.583,1
Milhões apurados em 2014, continuando assim a desempenhar um papel importante nas contas externas de Angola,
ainda que substancialmente inferior ao ano precedente. Este comportamento é explicado, essencialmente, pela queda
das receitas de exportação em 43,9%, tendo as despesas de importação reduzido em 29,9%.

A evolução negativa das exportações em 2015 deveu-se sobretudo à redução das exportações de petróleo (que
representam 94,7% do total das exportações), associado exclusivamente à queda do preço médio do petróleo bruto em
cerca de 48%, já que o volume de exportações de petróleo aumentou em 6,9%. O preço médio de petróleo das ramas
angolanas caiu, passando de USD 96 por barril em 2014 para USD 50 em 2015, ao passo que o volume de exportações
de petróleo aumentou, passando de 586,9 Milhões de barris para 627,3 Milhões de barris, respectivamente. Por sua

2
Parte das informações estatísticas aqui apresentadas é considerada ainda preliminar.
48
Relatório e Contas • 2015

vez, as exportações de Diamantes e de outros bens, que representam 3,2% e 2,1% do total das exportações, reduziram
em 20,8% e 51,9% face ao ano anterior, respectivamente.

Gráfico 12: Conta Corrente e Suas Componentes

60,000.0
50,000.0
40,000.0
30,000.0
USD Milhões

20,000.0
10,000.0
0.0
-10,000.0
-20,000.0
-30,000.0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 (Est.)

Bens Serviços Transferencias Correntes Rendimentos Conta Corrente

Fonte: BNA

Tendo em conta a Conta Líquida de Serviços, esta registou um saldo deficitário de USD 15.430,1 Milhões correspondendo,
contudo, a uma melhoria de USD 7.816,2 Milhões (33,6%) relativamente ao ano anterior. Esta evolução mais favorável
da conta de serviços deveu-se ao aumento das receitas de exportações de serviços em cerca de 3,0% e à redução das
despesas de importações de serviços em 31,2%, nomeadamente, de serviços de transportes e viagens (em -32,3%)
e de outros serviços (em -30,8%), sobretudo de outros serviços de negócios (dos quais, Assistência técnica) e de
Construção.

A Conta Líquida de Rendimentos, por sua vez, registou um saldo deficitário de USD 5.122,9 Milhões, representando
uma melhoria de USD 3.727,0 Milhões (42,1%) relativamente ao ano transacto, em resultado do aumento das receitas
provenientes da entrada de rendimentos do exterior em 3,0% e à redução das despesas relativas a saída de rendimentos
para o exterior em 39,0%, sobretudo, de Lucros e Dividendos.

Relativamente à Conta Líquida de Transferências Correntes, evidenciou um saldo deficitário de USD 1.343,8 Milhões,
correspondendo a uma melhoria de USD 3.727,0 Milhões (42,1%) relativamente a 2014, em resultado da redução das
despesas relativas a remessas de trabalhadores do sector petrolífero e Outras transferências em 38,2%.

As importações de bens registaram uma redução em termos absolutos de USD 8.535,2 Milhões, correspondendo a uma
queda de cerca de 29,9%, devido sobretudo ao decréscimo nas importações de “Outros Bens” (-26,4%) representando
41,7% do total das importações, seguida das importações de “Reactores nucleares, Caldeiras, Máquinas e Aparelhos
e instrumentos mecânicos” (em -3,6%), “Combustíveis, óleos e cereais minerais” (em -40,1%), “Obras de ferro fundido,
ferro ou aço” (em -20,1%) e “Máquinas, Aparelhos e Materiais eléctricos (em -36,1%). As importações de Alimentos
e Combustíveis, que representam 14,7% e 14,0% do total das importações de bens, por sua vez, registaram reduções
em termos absolutos de USD 1.069,73 Milhões e USD 1.959,49 Milhões, correspondendo a quedas de cerca de 26,6%
e 41,1%, face ao ano anterior, respectivamente.

49
Quadro 11: Principais Produtos Importados em 2015 (em USD Milhões)

DESCRIÇÃO 2013 (FOB) 2014 (FOB) 2015 (FOB)


COMBUSTÍVEIS MINERAIS/ÓLEOS MINERAIS/PRODUTOS DA SUA DESTILAÇÄO/CEREAIS
3 720,85 2 552,00 1 529,20
MINERAIS
REACTORES NUCLEARES/CALDEIRAS/MÁQUINAS/APARELHOS E INSTRUMENTOS
2 273,51 4 174,68 4 022,74
MECÂNICOS/PARTES
VEÍCULOS AUTOMÓVEIS/TRACTORES/CICLOS/OUTROS TERRESTRES/PARTES/ACESSÓRIOS 1 828,08 3 410,44 1 074,06
MÁQUINAS/APARELHOS/MATERIAIS ELÉCTRICOS/PARTES; APARELHOS GRAVAÇÄO/REPRO
1 227,65 2 239,47 1 432,08
SOM/IMA
EMBARCAÇÖES E ESTRUTURAS FLUTUANTES 370,02 58,46 161,78
OBRAS DE FERRO FUNDIDO, FERRRO OU AÇO 971,52 1 859,72 1 486,63
CARNES E MIUDEZAS, COMESTÍVEIS 1 144,56 912,42 612,09
FERRO FUNDIDO, FERRO E AÇO 551,78 760,46 564,57
BEBIDAS, LÍQUIDOS ALCOÓLICOS E VINAGRES 508,59 638,66 374,13
PLÁSTICO E SUAS OBRAS 419,82 592,94 450,77
OUTROS 9 426,84 11 387,55 8 343,54
TOTAL GERAL 22 443,23 28 586,80 20 051,60
Fonte: BNA

Constata-se que os produtos com maior peso nas importações foram sobretudo os dos sectores de energia, transportes,
assim como na construção. Por outro lado, tendo em conta que a produção agro-industrial ainda é insuficiente para
satisfazer a procura por produtos agrícolas, as importações de bens alimentares continuam a ter um peso significativo
na estrutura das importações.

Gráfico 13: Principais Países de Proveniência das Importações

4,500.00
4,000.00
3,500.00
3,000.00
USD Milhões

2,500.00
2,000.00
1,500.00
1,000.00
500.00
0.00
A

IA

.A

IL
A

O
L
L

IA
SU
GA

UR
IN

IC

ID
AS
RE

E.U

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LG

UN
CH

AP

BR
CO

DO

AL
RT

BE
NG

M
DA

CA
PO

IN
SI

RI

RE
A

ÁF
IC
BL

RE

2014 2015

Fonte: BNA

Ao contrário do verificado em anos anteriores, a China foi o principal país de proveniência dos bens importados em
2015. No entanto, as importações provenientes da China tiveram uma redução de 17,66% face a 2014, fixando-se nos
USD 2.861,99 Milhões(em 2014 cresceu 30,35%).

Em relação a Portugal, o segundo país em termos de origem das importações com 12,70% do valor total, as importações
de bens deste país registaram um decréscimo de 36,58% em relação ao ano de 2014 fixando-se nos USD 2.627,12
Milhões.

50
Relatório e Contas • 2015

As importações provenientes de Singapura, o país que se segue a Portugal em termos de peso no total das importações
(9,08%), situaram-se nos USD 1.878,99 Milhões, o que apresenta uma redução de 54,21% relativamente ao ano de
2014.

Conta de Capital e Financeira 3

A Conta de Capital e Financeira apresentou um saldo excedentário de USD 5.678,9 Milhões, correspondendo a 5,4% do
PIB, contra um saldo deficitário em 2014 de USD 961,2 Milhões (-0,7% do PIB) determinado, fundamentalmente, pela
conta financeira, já que a conta de capital tem apresentado valores nulos desde 2013.

A evolução favorável da Conta Financeira deveu-se ao comportamento positivo registado no investimento directo
líquido e nos Outros Capitais (líquidos).

Gráfico 14: Conta Financeira e Suas Componentes

10,000.0

5,000.0
USD Milhões

0.0

-5,000.0

-10,000.0

-15,000.0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 (Est.)

Capitais de Médio e longo prazo Outros capitais


Investimento Directo Conta Financeira

Fonte: BNA

O investimento directo líquido apresentou um saldo positivo de USD 6.788,5 Milhões contra um défice no ano anterior
de USD 2.331,4 Milhões, devido à redução das saídas de investimento directo para o estrangeiro em menos USD
10.472,2 Milhões face ao ano anterior (-55,5%). De realçar que este fluxo, de natureza essencialmente privada não
financeira, relaciona-se com a execução de projectos ligados maioritariamente ao sector petrolífero. As entradas de
investimento directo estrangeiro (IDE) alcançaram o valor total de USD 15.186,9 Milhões representado, contudo, uma
redução de 8,2% relativamente ao ano anterior, que foi de USD 16.543,1 Milhões. Os Outros Capitais (líquidos), por sua
vez, apresentaram um saldo deficitário de USD 5.176,8 Milhões representando, contudo, uma melhoria de USD 635,3
Milhões (10,9%) relativamente ao ano anterior.

No que concerne aos Capitais de Médio e Longo Prazo (líquidos), estes registaram um saldo positivo de USD 4.067,2
Milhões apresentando, contudo, uma redução de 43,4% relativamente ao ano anterior. Esta evolução deveu-se
essencialmente à queda em cerca de USD 3.113,6 Milhões (-23,5%) registada nos desembolsos da divida externa. As
amortizações da divida externa, por sua vez, estabilizaram-se face ao ano anterior nos USD 6.069,33 Milhões.

Por fim, importa frisar que a Conta de Capital (por via de transferências de capital) tem apresentado valores residuais
ao longo dos anos, pelo que o Saldo da Conta de Capital e Financeira é influenciado apenas pela Conta Financeira.

3
Os dados sobre a Conta de Capital e Financeira são estimados
51
2.4.2. Reservas Internacionais

A posição das reservas internacionais líquidas (RIL) no final de 2015 foi de USD 24.550,2 Milhões (23,5% do PIB), contra
os USD 27.276,1 Milhões (21,0% do PIB) no ano anterior, correspondendo a uma redução de cerca de 10,0% face ao
ano anterior. No entanto, apesar disso, assiste-se a um aumento do rácio de cobertura das importações de 6,5 meses
em 2014 para os 8,0 meses de importações de bens e serviços em 2015. A redução das RIL em 2015 deveu-se à redução
dos Depósitos em moeda estrangeira do Governo e dos Bancos em 14,49% e 67,38%, situando-se nos USD 9.845,90
Milhões e USD 974,22 Milhões, respectivamente, tendo as Reservas do BNA aumentado em cerca de 4,43% face ao
ano anterior, fixando-se nos USD 13.883,81 Milhões. Por sua vez, as Obrigações de curto prazo reduziram em 70,35%
para os USD 153,73 Milhões, tendo tido por conseguinte um contributo positivo na variação das RIL.

Gráfico 15: Reservas Brutas e Rácio de Cobertura das Importações

40,000.00 10.00
9.00
35,000.00 8.00

Meses de Importação
30,000.00 7.00
USD Milhões

6.00
25,000.00 5.00
4.00
20,000.00 3.00
15,000.00 2.00
1.00
10,000.00 -
5
4
12

12

3
2

13

5
14

-1
l-1
r-1
v-1

c-1

t-1
n-

n-

p-

b-

ay
Ju
Ap

Oc
No
Ja

Ju

De
Se

Fe

Reservas Brutas Rácio de Cobertura das Importações (ELD)

Fonte: BNA

Em termos gerais, não obstante ter-se observado alguma perda de reservas cambiais em 2015, estas permanecem
ainda em níveis confortáveis, cobrindo 8,0 meses de importações de bens e serviços. Contudo, a permanência dos
preços do petróleo em níveis baixos poderá pôr em causa a sustentabilidade das contas externas no futuro. Neste
contexto, e de acordo com a agência Moody’s, o actual indicador de vulnerabilidade externa encontra-se já acima do
registado para países com rating semelhante.

2.4.3. Mercado Cambial Nacional

Ao longo de 2015, o BNA orientou a sua política cambial para a desvalorização da moeda nacional aliada a intervenções
regulares no mercado cambial com a venda de divisas, no sentido de encontrar um equilíbrio entre a oferta e procura
por divisas e atenuar as pressões sobre o referido mercado.

Assim, em 2015, verificou-se uma depreciação do Kwanza em relação ao Dólar norte-americano em todos os mercados.
Particularmente, em termos médios anuais, o Kwanza no mercado primário registou uma depreciação de 31,65% face
ao Dólar, fixando-se no final do período em 135,32 USD/Kz, no mercado secundário depreciou 32,77% no caso das
divisas e 36,65% no caso das notas fixando-se em 137,72 USD/Kz e 144,61 USD/Kz, respectivamente e nas casas de
câmbio depreciou 87,51% para os 221,08 USD/Kz no final do período.

52
Relatório e Contas • 2015

Quadro 12: Taxas de Câmbio no Mercado Primário e Secundário

dez/11 dez/12 dez/13 dez/14 dez/15


Mercado Primário (USD/Kz) 95,282 95,826 97,619 102,786 135,315
Variação Média 2,85% 0,57% 1,87% 5,29% 31,65%
Mercado Secundário - Divisas (USD/Kz) 96,754 97,672 98,807 103,727 137,717
Variação Média 3,12% 0,95% 1,16% 4,98% 32,77%
Mercado Informal (USD/Kz) 102,417 104,833 104,667 123,750 264,583
Variação Média 1,15% 2,36% -0,16% 18,23% 113,80%
Casas de Câmbio (USD/Kz) 100,375 101,053 101,920 117,900 221,079
Variação Média 3,68% 0,68% 0,86% 15,68% 87,51%
Fonte: BNA

Em termos reais, a moeda nacional no mercado oficial depreciou-se no final do ano de 2015 em relação ao período
homólogo do ano anterior 15,93%, ao passar de 73,40 USD/Kz em Dezembro de 2014 para os 85,08 USD/Kz em
Dezembro de 2015. No mercado informal também se depreciou, mas em níveis superiores aos da taxa de câmbio oficial.

Gráfico 16: Taxa de Câmbio de Referência Nominal e Real no Mercado Primário

140.00
130.00
120.00
110.00
USD/Kz

100.00
90.00
80.00
70.00
60.00
Jan-13
Feb-13
Mar-13
Apr-13
May-13
Jun-13
Jul-13
Aug-13
Sep-13
Oct-13
Nov-13
Dec-13
Jan-14
Feb-14
Mar-14
Apr-14
May-14
Jun-14
Jul-14
Aug-14
Sep-14
Oct-14
Nov-14
Dec-14
Jan-15
Feb-15
Mar-15
Apr-15
May-15
Jun-15
Jul-15
Aug-15
Sep-15
Oct-15
Nov-15
Dec-15

Taxa de Câmbio Real Taxa de Câmbio Nominal

Fonte: BNA

Para além da desvalorização da moeda nacional, o BNA implementou outras medidas no sentido de reforçar o seu
empenho na atenuação das pressões sobre o mercado cambial, tais como (i) a venda directa de divisas com base numa
lista de prioridades em funções das necessidades primárias da economia, dando uma maior prioridade às importações
de géneros alimentícios, medicamentos e matérias-primas para a agricultura, a indústria e o sector petrolífero, (ii)
a introdução de restrições aos pagamentos em moeda estrangeira; (iii) o aumento do número de leilões semanais
de vendas de divisas e, (iv) a alteração das regras para a participação nas sessões de compra e venda de moeda
estrangeira, exigindo que os bancos comerciais constituam contas cativas em Kwanzas no montante correspondente
ao volume previsional de necessidades de recursos cambiais para a semana seguinte, visando um maior controlo das
necessidades bem como minimizar tendências especulativas.

Assim, em 2015, o BNA vendeu aos bancos comerciais, para efeitos de cobertura de transacções com o exterior, um
volume total de USD 17,29 Mil Milhões (contra os USD 19,17 Mil Milhões em 2014), apresentando uma redução de
cerca de 9,81% face ao ano anterior. Esta evolução é consequência da redução acentuada do preço do barril de petróleo,
que limitou a disponibilidade de oferta de moeda estrangeira ao mercado. De realçar que, o provimento do montante de
recursos cambiais aos bancos comerciais permitiu, como contrapartida, e na perspectiva da regulação monetária, absorver
liquidez em moeda nacional no montante de Kz 2.109,22 Mil Milhões. Os bancos comerciais ainda adquiriram dos seus
clientes USD 2,67 Mil Milhões, contra os USD 15,29 Mil Milhões em 2014 apresentando, contudo, uma queda de 82,55%.

53
De realçar que, em 2015, o total das vendas de divisas efectuadas pelo BNA ficou aquém da procura por divisas pelos
Bancos Comerciais (de cerca de USD 45,11 Mil Milhões), satisfazendo apenas cerca de 38,3% da procura total.

Gráfico 17: Vendas de Divisas

4,500.00
4,000.00
3,500.00
3,000.00
USD Milhões

2,500.00
2,000.00
1,500.00
1,000.00
500.00
-
Jan/14
Fev/14
Mar/14
Abr/14
Mai/14
Jun/14
Jul/14
Ago/14
Set/14
Out/14
Nov/14
Dez/14
Jan/15
Fev/15
Mar/15
Abr/15
Mai/15
Jun/15
Jul/15
Ago/15
Set/15
Out/15
Nov/15
Dez/15
BNA Clientes Interbancário

Fonte: BNA

As vendas de divisas directas para assegurar questões prioritárias, isto é, excluindo os leilões de vendas de divisas do
BNA aos bancos comerciais, situaram-se nos USD 9.79 Mil Milhões.

Por outro lado, as vendas de divisas dos bancos comerciais aos seus clientes em 2015 diminuíram 47,02% face ao ano
anterior para os USD 18.432,19 milhões (USD 34.790,53 milhões em 2014), o que corresponde a 94,16% das divisas
que adquiram através das várias fontes (BNA, Clientes e Mercado interbancário). Do total de vendas de divisas aos
bancos comerciais, 50,88% foram destinados às operações de mercadorias, 37,35% para as operações de invisíveis,
7,58% para reposição cambial, 2,16% para as casas de câmbio e 2,04% para as operações de capitais. Em termos
gerais e relativamente ao ano anterior, verifica-se um aumento do peso das operações de invisíveis (em mais 2,87 p.p.)
e da reposição cambial (em mais 0,50 p.p.) no total das vendas de divisas e, uma redução do peso das operações de
mercadorias (em menos 2,60 p.p.), das casas de câmbio (em menos 0,57 p.p.) e das operações de capitais (em menos
0,20 p.p.) no total das vendas de divisas.

De realçar que, o volume de pagamentos efectuados para as operações de importações de bens e serviços, apurado
com base na informação regulamentar reportada ao Banco Central pelas instituições bancárias, foi de USD 18,77 Mil
Milhões. A fonte de recursos em moeda estrangeira para a sua cobertura foi fundamentalmente garantida, em cerca
de 92,13%, pelo BNA, através de sessões regulares de leilão de vendas de divisas no mercado primário.

Para terminar, refira-se que, apesar das medidas tomadas pelo BNA no sentido de atenuar a pressão sobre o mercado
cambial, este permaneceu ainda durante o ano de 2015 com desequilíbrios, como reflexo dos problemas de liquidez no
mercado cambial bem como das expectativas de desvalorização e dos controlos cambiais.

54
Relatório e Contas • 2015

PARTE II – SISTEMA BANCÁRIO ANGOLANO

55
3. Desempenho do Sistema Bancário Angolano

3.1. Actividade do Sistema Bancário

Em Dezembro de 2015, o Activo do Sistema Bancário atingiu um montante de cerca de Kz 8.387,1 Mil Milhões
comparativamente aos Kz 7.128,5 Mil Milhões registados em Dezembro de 2014, representando um aumento de
cerca de 17,66% (2,96% em termos reais) motivado sobretudo pelo aumento de títulos e valores mobiliários e das
disponibilidades em 47,92% (29,45% em termos reais) e 35,40% (18,49% em termos reais), respectivamente.

Relativamente à estrutura de negócios da banca, o crédito líquido manteve a sua relevância com um peso de 38,05%
(apesar de ter diminuído o seu peso em cerca de 3 p.p.), seguindo-se os títulos e valores mobiliários com 27,27% e
disponibilidades com 18,43%.

Painel 14: Estrutura do Activo Total (em %)

Composição do Activo em Dezembro de 2014 Composição do Activo em Dezembro de 2015

5.53% Disponibilidades
3.20% 0.00%
16.01% 3.28% 0.00% 5.45%
0.00% Aplicações de liquidez
0.00% 18.43%
Títulos e valores mobiliários

Instrumentos financeiros derivados

Créditos no sistema de pagamentos


11.59% 6.17%
Operações cambiais

Créditos

Clientes comerciais e industriais


38.05%
41.20%
Outros valores
21.69% Inventários comerciais e industriais e adiantamentos 27.27%
a fornecedores 0.68%
0.48% 0.00% 0.63% 0.04%
0.30% Imobilizações

Fonte: BNA

Ao longo de 2015 continuou a verificar-se a migração de activos detidos em Moeda Estrangeira (ME) para Moeda
Nacional (MN) no agregado do sistema financeiro, sendo que os activos em MN representaram 71,93% do total, valor
que é superior em 1,09 p.p. em relação ao período homólogo.

O crédito total do sistema bancário atingiu um total de Kz 3.593,31 Mil Milhões (contra Kz 3.205,51 Mil Milhões
registados no período homólogo) tendo aumentado 12,10% face ao ano anterior. No que concerne à denominação por
moedas, o crédito em MN aumentou 7,28% face ao período homólogo, correspondendo a um peso de 69,91% do total
da carteira. De igual modo, o crédito em ME aumentou em cerca de 25,15%, devido sobretudo ao efeito da variação
cambial, representando 30,09% do total da carteira.

Por sua vez, o crédito vencido aumentou de Kz 465,7 Mil Milhões em 2014 para os Kz 599,2 Milhões no final de 2015,
apresentando um aumento de 28,67% (12,60% em termos reais), devido sobretudo ao aumento significativo do nível
de incumprimento. Com efeito, o rácio de crédito vencido sobre o crédito total aumentou de 14,53% para 16,68%.

56
Relatório e Contas • 2015

Gráfico 18: Crédito Vencido/Crédito Total

4,000 18.3% 18.1% 20.0%


17.0%
3,500 16.7% 18.0%
14.5% 16.0%
3,000

Crédito Vencido / Crédito Total


14.0%
2,500 12.0%
Kz Mil Milhões

2,000 10.0%

1,500 8.0%
6.0%
1,000
4.0%
500 2.0%
0 0.0%
Dec-14 Mar-15 Jun-15 Sep-15 Dec-15
Crédito Total Crédito Vencido Crédito Vencido / Crédito Total

Fonte: BNA

As provisões constituídas para o crédito vencido aumentaram de Kz 162,3 Mil Milhões em Dezembro de 2014 para
Kz 260,5 Mil Milhões em Dezembro de 2015, apresentando um acréscimo de 60,46% (46,19% em termos reais).
Consequentemente o peso do crédito vencido não provisionado sobre os fundos próprios regulamentares diminuiu de
42,10% em Dezembro de 2014 para 33,52% em Dezembro de 2015, atenuando assim o risco de crédito.

Relativamente ao passivo total, este aumentou em mais Kz 1.101,4 Mil Milhões, totalizando os Kz 7.508,0 Mil Milhões,
representando uma expansão de cerca de 17,19% (2,56% em termos reais) face ao período homólogo. Esta evolução
resultou do aumento dos depósitos em 13,89% face ao ano anterior, fixando-se nos Kz 6.094,30 Mil Milhões, mantendo-
se como a maior fonte de captação de recursos das instituições financeiras bancárias, com um peso de 81,17% sobre o
passivo total. Deduzindo o efeito da taxa de inflação, os depósitos totais reduziram cerca de 0,33% face ao ano anterior.
Importa referir que 59,20% do total dos depósitos agregados do sistema estão concentrados em apenas quatro bancos.
Relativamente à denominação por moeda e à semelhança do Activo, o passivo apresenta-se predominantemente em
moeda nacional, representando cerca de 67,70% do volume total de obrigações do sistema bancário.

Painel 15: Estrutura do Passivo Total (em %)

Composição do Passivo Total em Dezembro de 2014 Composição do Passivo Total em Dezembro de 2015

1.91% Depósitos
6.17% 2.24% 0.00%
6.27% 0.09% 0.00% Captações para liquidez
1.07% 0.02% 0.51%0.00%
0.77% 0.68% 0.00%
Captações com títulos e valores mobiliários 1.77%
1.45% 0.05%
0.01%
0.10% Instrumentos financeiros derivados 0.11%
5.18% Obrigações no sistema de pagamentos 6.89%
Operações cambiais
Outras captações
Adiantamentos de clientes
Outras obrigações
Fornecedores comerciais e industriais
Provisões para responsabilidades prováveis
83.52% Provisões técnicas 81.17%

Fonte: BNA

57
No fim do exercício económico de 2015, o resultado líquido da banca aumentou em mais Kz 94,9 Mil Milhões, situando-
se nos Kz 139,5 Mil Milhões em Dezembro de 2015, representando um aumento de cerca de 212,84% (173,77%
em termos reais) influenciado pelo aumento dos resultados de negociações e ajuste ao valor justo dos proveitos de
operações cambiais.

3.2. Principais Indicadores do Sistema Bancário

Fazendo uma análise dos principais indicadores do sistema bancário, realça-se que, em termos de rendibilidade
do sistema, o ROE4 e o ROA5 aumentaram de 4,88% para 12,84% (7,96 p.p.) e de 0,63% para 1,68% (1,05 p.p.),
respectivamente. A margem financeira aumentou de Kz 214,6 Mil Milhões em Dezembro de 2014 para Kz 297,3 Mil
Milhões em Dezembro de 2015 (38,56%), como consequência do aumento dos proveitos de títulos e valores mobiliários
e dos proveitos de créditos em cerca de Kz 70,3 Mil Milhões (77,71%) e Kz 41,9 Mil Milhões (16,58%), respectivamente,
motivando por sua vez o aumento do produto bancário de 53,01% para os 56,37%.

Tendo em conta a situação actual do mercado cambial, o rácio de liquidez imediata em ME do sistema bancário
diminuiu consideravelmente de 29,73% para 19,80%, deixando perceber uma menor capacidade de cobertura das suas
obrigações de curto prazo com clientes. De forma contrária, o rácio de liquidez imediata em MN aumentou de 50,09%
para 65,53%, devido ao aumento das disponibilidades em cerca de 90,81% (Kz 533,5 Mil Milhões).

Gráfico 19: Rácios de Liquidez Geral e Imediata


120,00%

100,00%

80,00%

60,00%

40,00%

20,00%

0,00%
dez/14 mar/15 jun/15 set/15 dez/15

Li quidez Geral( ME e MN) Li quidez Geral ME


Li quidez Geral MN Li quidez Im ediata (ME e MN)
Li quidez Im ediata MN Li quidez Im ediata ME

Fonte: BNA

Devido ao aumento em maior proporção dos depósitos face aos créditos, o rácio de transformação (crédito/depósitos)
diminuiu ligeiramente de 59,90% para 58,96%.

Em Dezembro de 2015, o conjunto dos bancos a actuar no sistema financeiro possuía Fundos Próprios Regulamentares
(FPR) avaliados em Kz 1.124,9 Mil Milhões, representando um incremento de Kz 203,6 Mil Milhões face a 2014,
Exigências de Capital para o Risco Cambial (ECRC) avaliados em Kz 91,1 Mil Milhões, representando um aumento de
Kz 41,2 Mil Milhões face a 2014, e Activos Ponderados pelo Risco (APR) avaliados em Kz 4.769,4 Mil Milhões, tendo
aumentado cerca de Kz 622,4 Mil Milhões relativamente ao ano anterior.

4
Rendibilidade dos Capitais: Este rácio corresponde à capacidade de geração de lucro dos capitais próprios, ou seja, corresponde ao rácio entre os Resultados Líquidos
de uma organização num determinado período e o valor dos seus capitais próprios existente no final desse mesmo período.

5
Rendibilidade do Activo: O ROA permite avaliar a capacidade dos activos de uma determinada organização em gerar resultados, e calcula-se pelo rácio entre o valor
58 dos Resultados Operacionais e o valor do Activo Total.
Relatório e Contas • 2015

Gráfico 20: Rácio de Solvabilidade


6.000,00 21,15% 21,50%

21,00%
5.000,00
20,50%
4.000,00 19,85% 19,80%
19,57% 20,00%
Kz Mil Milhõe s

3.000,00 19,50%
18,80%
19,00%
2.000,00
18,50%
1.000,00
18,00%

0,00 17,50%
dez/14 mar/15 jun/15 set/15 dez/15

FPR ECRC APR Ráci o de solv abilidade

Fonte: BNA

De um modo geral, o sistema bancário angolano continuou a demonstrar capitalização suficiente para suportar
razoáveis riscos económicos e financeiros, com o rácio de solvabilidade a situar-se em 19,80% no final de 2015, acima
do limite mínimo regulamentar de 10%, tal como estabelece o Aviso N.º 05/07, de 12 de Setembro.

4. Sistemas de Pagamentos

O Sistema de Pagamentos de Angola (SPA) é composto por três subsistemas de compensação — Subsistema de
Compensação de Cheques (SCC), Subsistema Multicaixa (MCX) e Subsistema de Transferências a Crédito (STC) —
e um subsistema de liquidação - Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR), através do qual são liquidados
os saldos das compensações, bem como as operações efectuadas no Sistema de Gestão de Mercado de Activos
(SIGMA) e transferências interbancárias individuais de fundos de valor igual ou superior a Kz 5 milhões ou, ainda, as
transferências de carácter urgente solicitadas por clientes bancários de valor inferior ao indicado.

Gráfico 21: Estrutura do Sistema de Pagamentos de Angola (SPA)

Subsistemas   Liquidação  
de  compensação por  bruto

Transf.   •compra/v.  ME


Instrumento Cheques Cartões   •Banco  a  Banco
Crédito
•Valor  elevado
•…

Operador EMIS EMIS EMIS BNA


Subsistema SCC STC MCX SPTR

59
Nesta perspectiva, para garantir o adequando funcionamentos dos subsistemas referidos acima compete ao BNA
por meio da sua função de controlo e acompanhamento dos sistemas de pagamentos assegurar o cumprimento dos
objectivos de interesse público — segurança, fiabilidade operacional, transparência e eficiência tendo em vista a
excelência do seu funcionamento e a minimização de potenciais riscos de forma a proporcionar a estabilidade das
instituições financeiras e dos mercados.

A legislação angolana confere ao Banco Nacional de Angola responsabilidades no controlo do regular funcionamento
do SPA, que o Banco operacionaliza ao nível do seu Departamento de Sistema de Pagamentos Assim, no período em
análise, o controlo e acompanhamento dos subsistemas foi executado em conformidade com metodologias e princípios
emanados no Documento de Política de Vigilância, bem como o Manual de Normas e Procedimentos de Vigilância.
Neste âmbito, o BNA realizou encontros com os intervenientes do SPA através de reuniões do Conselho Técnico do
Sistema de Pagamentos de Angola (CTSPA). que é o órgão consultivo do BNA para a regulamentação do Sistema de
Pagamentos de Angola, deste modo, foi emitida regulamentação6 relacionada com instrumentos ou subsistemas de
pagamentos, de forma a aprimorar as condições de enquadramento regulamentar, facilitar a oferta de instrumentos e
serviços de pagamento inovadores por parte dos operadores bem como promover o acesso aos serviços de pagamento
pelos agentes económicos.

4.1. Sistema de Pagamentos em Tempo Real (SPTR)

Tendo em consideração o papel central do SPTR como sistema de liquidação por bruto em tempo real, a sua
disponibilidade é imprescindível para o funcionamento regular do SPA, assim como para a estabilidade do sector
financeiro. Em termos operacionais, o SPTR teve 248 sessões, correspondentes aos dias úteis do ano, cujas horas
médias de abertura e fecho foram 07h53 e 18h54 7 , respectivamente.

Quadro 13: Número e Montante de Operações Liquidadas no SPTR

Volume T.V.H. Montante (Kz Mil Milhões) T.V.H.


2013 2014 2015 2015/2014 2013 2014 2015 2015/2014
Total 265 327 318 097 323 048 1,56% 75 043 105 275 70 224 -33,29%
Interb. 13 290 12 505 10 801 -13,63% 24 279 29 804 12 664 -57,51%
SIGMA 11 005 15 779 17 274 9,47% 40 956 61 695 43 741 -29,10%
Lev/Dep 11 238 15 372 11 263 -26,73% 773 2 261 1 849 -18,24%
Clientes 219 263 271 053 277 486 2,37% 5 743 9 595 9 450 -1,52%
Outros 10 531 3 388 6 224 83,71% 3 291 1 919 2 521 31,39%
Fonte: BNA

Em termos de volume de operações, destacam-se as ordenadas por clientes bancários que totalizaram 277 mil (85,29%
do volume global), correspondendo um crescimento de 2,37% em relação ao ano anterior. Como consequência dessa
variação, o número total de operações liquidadas no SPTR registou um aumento de 1,56% face ao ano de 2014.

O montante de operações liquidadas em 2015, excluindo os saldos de compensação, apresentou um decréscimo de


33,29% face ao total de 2014, em virtude da diminuição verificada a nível das operações interbancárias e do SIGMA,
cujos decréscimos foram de 57,50% e 29,10%, respectivamente.

6
Para informações mais detalhadas sobre esta regulamentação consultar anexos do presente relatório.

7
Fecho tardio da aplicação (segundo o MPN-SPTR, o fecho do SPTR deve ocorrer as 17h), devido a necessidades de liquidação das operações dos Mercados de Activos,
Cambial e principalmente para garantir a liquidação das operações do Ministério das Finanças, relacionadas essencialmente com pagamento de salários da função
60 pública e outras despesas do Estado.
Relatório e Contas • 2015

4.2. Subsistemas de Compensação

Em termos globais, no ano de 2015, os subsistemas de compensação do SPA obtiveram um crescimento em volume
e em montante das operações de cerca de 21,64% e 8,89%, respectivamente, face a 2014. O Subsistema Multicaixa
foi o que registou maior predominância no SPA em termos de volume e montante de operações em cerca de 98,92% e
54,73%, respectivamente.

Em meados de 2015, com a substituição do SCV pelo Subsistema de Compensação de Cheques (SCC), o cheque passou
a ser o único instrumento de pagamento em suporte de papel compensado no SPA, correspondendo a 100% do volume
e do montante deste novo subsistema.

Painel 16: Número e Montante de Documentos Compensados do SCV


2.500.000
600.000

500.000 2.000.000
Nú mero de Operações

400.000 Ord. de Saque 1.500.000


Kz Milhõe s

Doc. de Crédito
300.000
Cheques 1.000.000
200.000

100.000 500.000

0
2013 2014 2015 0
2013 2014 2015

Fonte: BNA

No período em análise, o Subsistema de Transferências a Crédito (STC) processou 1,31 milhões de transferências no
montante total de Kz 620.778 milhões, representando um aumento de 52,51% e 34,48%, respectivamente, face ao ano
de 2014.

Painel 17: Transferências Efectuadas no STC

200,000 80,000
180,000 70,000
160,000
Número de Operações

60,000
140,000
50,000
Kz Milhões

120,000
100,000 40,000
80,000 30,000
60,000 20,000
40,000
10,000
20,000
0
0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: BNA

61
Na rede Multicaixa, em 2015, foram registadas 165 milhões de operações, o que corresponde a um aumento de 21,62%
face ao ano anterior, das quais 60,69% foram levantamentos e 39,31% pagamentos. Apesar da quota de cartões
activos na rede ter diminuído em 2015 cerca de 3,1%, as operações financeiras na rede registaram um crescimento de
27% face ao ano anterior.

Painel 18: Operações no Multicaixa em 2015

35 300
Outras ops
30 250

25
Número de Operações

200

Kz Mil Milhões
Outros
20 pagtos
150
15

Comps 100
10 (i ncl. Dev.)

5 50

0 Levs 0 mar
jan
fev

abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
mar
jan
fev

abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez

62
Relatório e Contas • 2015

PARTE III – ACTIVIDADES RELEVANTES

63
5. Actividades do Banco Nacional de Angola

5.1. Comités Colegiais

O Banco Nacional de Angola, segundo a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho, tem como principais funções assegurar a
preservação do valor da moeda nacional e participar na definição das políticas monetária, financeira e cambial.
Neste âmbito, compete ao Banco Nacional de Angola a execução, acompanhamento e controlo das políticas monetárias,
cambial e de crédito, a gestão do sistema de pagamentos e administração do meio circulante no âmbito da política
económica do País.
Por forma a estabelecer directrizes para a implementação das suas principais atribuições, o Banco Nacional de Angola
instituiu três comités colegiais, nomeadamente o Comité de Política Monetária, o Comité de Estabilidade Financeira e
o Comité de Investimentos.

5.1.1. Comité de Política Monetária

O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola tem como objectivo definir o curso da Política
Monetária e estabelecer a Taxa Básica de Juros – a Taxa BNA – bem como as taxas de juro das facilidades permanentes
de cedência e de absorção de liquidez.

O Comité é constituído pelo Governador do Banco Nacional de Angola, que o preside, pelos Vice-Governadores e
pelos Administradores do BNA. Como convidados às reuniões de periodicidade mensal do CPM constam também os
Directores dos Departamentos de Estudos Económicos (que exerce a função de secretariado), de Mercados de Activos
e de Estatística do Banco Nacional de Angola8.

Ao longo do ano de 2015, o CPM acompanhou a evolução da conjuntura económica quer a nível nacional quer a nível
internacional, com base na qual tomou decisões no âmbito das suas funções. A evolução da taxa de inflação que, em
termos homólogos, se situou acima da meta prevista para 2015, foi um dos indicadores que justificou a tomada de
decisão no sentido de aumento das taxas de juro directoras ao longo do exercício.

5.1.2. Comité de Estabilidade Financeira

De acordo com o Despacho de 08 de Maio de 2012, o BNA criou o Comité de Estabilidade Financeira (COMEF), um
órgão de consulta do Conselho de Administração no domínio da estabilidade financeira, apoiando na definição de
directrizes e estratégias para a mitigação do risco sistémico, assim como na adopção de políticas macro-prudenciais
em articulação com as demais entidades de supervisão do Sistema Financeiro Nacional.

Compete ao COMEF, por um lado, definir os mecanismos de prevenção e os planos de contingência para a solução de
crises financeiras e, por outro, avaliar a execução macroeconómica e o comportamento das principais variáveis que
possam afectar a estabilidade financeira, incluindo a situação do sistema financeiro mundial na perspectiva do risco
sistémico e probabilidade de contágio a nível doméstico. Para o efeito, é analisado e avaliado o comportamento dos
principais indicadores de crescimento, rentabilidade, liquidez e solvência do sistema financeiro angolano, propondo
políticas que promovam a sua solidez e eficiência.

Este Comité é presidido pelo Governador do BNA e integra os demais membros do Conselho de Administração, membros
do corpo directivo do BNA cujas matérias têm relação com a estabilidade financeira, podendo ainda participar outras
entidades Reguladoras do Sistema Financeiro e individualidades convidadas. O COMEF reúne-se ordinariamente uma
vez por trimestre e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu presidente.

64
Relatório e Contas • 2015

No ano de 2015, foram realizadas quatro reuniões trimestrais, nas quais foram analisadas as vulnerabilidades do
sistema financeiro angolano e as acções implementadas para a mitigação dos diferentes riscos que promovem a
instabilidade financeira, ao nível da conjuntura macroeconómica, sector externo, mercado monetário, sistema de
pagamentos e sistema financeiro, destacando-se:

1) O estabelecimento de requisitos mínimos de informação que as instituições financeiras devem satisfazer


para publicitar os produtos e serviços financeiros que comercializam junto do público;

2) O Estabelecimento de metodologias para a constituição de Provisões;

3) A implementação e acompanhamento dos requisitos de Branqueamento de Capital e Financiamento ao


Terrorismo no sistema financeiro.

5.1.3 Comité de Investimento

No decurso do exercício económico de 2015, o Comité de Investimento, no seu papel de apoio ao Conselho de
Administração na definição, análise, aprovação e monitoramento dos activos externos (reservas internacionais brutas),
sob gestão do Banco Nacional de Angola, efectuou duas sessões de trabalho, no âmbito da assessoria do Banco
Mundial à gestão das reservas, cujo alcance visou:

1) O reforço da Governance e adopção das boas práticas de gestão das reservas internacionais, mediante o
incremento de competências dos decisores das estratégias de investimento, a adopção do modelo de alocação
estratégica de activos e a adequação do monitoramento dos indicadores de risco financeiro e a revisão do
quadro normativo de referência á gestão das reservas;

2) Sobre matérias relacionadas com as sociedades gestoras de activos, foi recomendado a criação de um sector
especializado, de modo a elevar os níveis de qualidade do monitoramento dos investimentos, que permitam a
preservação do capital e proporcionem a liquidez ajustada ao perfil do Banco Central.

Gestão das Reservas

As Reservas Internacionais Brutas têm como princípios base da sua gestão a preservação do capital, a elevada liquidez
dos activos financeiros que a compõem e a obtenção de retorno ajustados ao perfil conservador do Banco Nacional de
Angola enquanto Banco Central.

Com referência a 31 de Dezembro de 2015 as Reservas Internacionais Brutas contraíram 11% no ano, situando-
se em USD 24.703,93 Milhões. A queda das receitas petrolíferas, decorrente do contínuo decréscimo do preço do
barril de petróleo nos mercados internacionais, a execução da despesa fiscal e as intervenções no mercado cambial
interbancário foram os principais factores de contracção do exercício.

Os investimentos com os recursos que compõem as reservas internacionais brutas são efectuados adoptando uma
estratégia activa, com perfil conservador, de acordo com as boas práticas da gestão das reservas emanadas pelos
organismos multilaterais, designadamente o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

65
Quadro 14: Alocação por Classe de Activo a 31 de Dezembro de 2015

Classes de Activo %
Instrumentos do mercado Monetário (Depósitos Bancários e Equivalentes) 43%
Títulos de Dívida (Soberanas, supranacionais, agências governamentais) 48%
Ouro 3%
Outros Investimentos 7%
100%
Fonte: BNA

A exposição por moeda, no final do exercício, reparte-se em 73% USD, 11% EUR, 10% GBP e 6% outras moedas.

A qualidade de crédito da carteira sob gestão do Banco Nacional de Angola é de 70% em entidades com notação de
rating considerado com bom grau de investimento (superior BB). A duração média da carteira sob gestão fechou em
torno dos 2 anos, sendo que o nível de liquidez dos activos se situou acima dos 94%. O Valor em Risco total da carteira
saldou-se em 1,42% no final de 2015, representando a perda máxima esperada dos investimentos efectuados.

A rentabilidade anualizada dos investimentos com as reservas internacionais situou-se em torno dos 5% igualando
ao exercício de 2014, considerando a manutenção de um ambiente de baixas taxas de juros para os instrumentos
monetários e de rendimento fixo.

5.2. Organização e Gestão de Recursos

5.2.1. Desenvolvimento Organizacional

No domínio da Organização, Planeamento e Controlo Interno, o Banco continuou a desenvolver esforços no sentido de
modernizar a sua estrutura, processos e procedimentos internos e de se adequar aos princípios e às melhores práticas
de governação corporativa.

No último ano do ciclo de Planeamento Estratégico traçado para o período de 2013-2015, o BNA desenvolveu um
conjunto de acções de carácter estratégico e estruturante dentre as quais se destaca a elaboração do Balanço do
Plano Estratégico relativo ao período compreendido entre 2013 e 2015, aprovado pelo Conselho de Administração do
Banco em Março de 2013, o qual se converteu num orientador do desenvolvimento das acções desenvolvidas pelo BNA
durante o período.

O balanço da execução do Plano Estratégico 2013 – 2015 evidencia o grau de execução das acções enquadradas nas
diferentes perspectivas do mapa estratégico. Neste sentido, é de destacar a perspectiva do sistema financeiro, com um
grau de execução de 75%, seguindo-se a sociedade e organização e infra-estrutura, ambas com 64% e, finalmente, a
perspectiva do capital humano com 58%. No geral, o grau de execução do Plano Estratégico foi de 65%.

Abrangendo a generalidade dos âmbitos de actuação da instituição, nomeadamente, Política Monetária e Cambial,
Supervisão das Instituições Financeiras, Gestão do Meio Circulante, Organização, Controlo Interno e Transparência
Institucional, e Infraestruturas Físicas e Tecnológicas, com alcance e repercussão em termos de processos, sistemas de
informação, pessoas e infraestruturas físicas e tecnológicas, o ano em análise foi marcado pelo início de 16 projectos
e pela conclusão de 11. (vide Relação de Projectos em anexos)

66
Relatório e Contas • 2015

Painel 19: Gestão da Carteira de projectos em 2015


Projectos Novos Projectos Concluídos

Polí tica Monetária e Cambial

1 Supervis ão das Instituições 1


3 Fi nanceiras
2 3 1
Organização, Co ntrolo In terno e
Transparênci a Institucional

3 Capital Humano 2

Infraestrutura Tecnológic a
7
4
Infraestrutura Fí si ca

Fonte: BNA

No cômputo geral, o portfólio do BNA passou a integrar 32 projectos, os quais têm contribuído, significativamente,
para a modernização organizacional do Banco, traduzida em resultados reflectidos na melhoria paulatina do seu
funcionamento.

Gráfico 22: Projectos em Curso


Polí tica Monetária e
Cambial
2
7 2 Supervis ão das Instituições
Fi nanceiras

Organização, Co ntrolo
Interno e Transparênci a
Institucional
5 Capital Humano
13

3 Infraestrutura Tecnológic a

Infraestrutura Fí si ca

No âmbito da actividade normativa e de normalização foram emitidos e normalizados 60 documentos de carácter


normativo9 , voltados para a organização e funcionamento do sistema financeiro e da própria instituição.

Quadro 15: Documentos Normativos emitidos ao longo de 2015

Despachos Avisos Instrutivos

Ano Política Política


Circulação Sistemas de Sistemas de
Organização Projectos Monetária e Monetária e
Monetária Pagamentos Pagamentos
Cambial Cambial
2015 18 3 7 6 6 17 3
Total 28 12 20
Fonte: BNA

9
O Anexo 3 apresenta uma tabela que contém todos os Despachos, Avisos e Despachos criados ao longo de 2015.

67
5.2.2. Gestão de Risco

Em 2015, o Departamento de Gestão de Risco (DRI) beneficiou de uma reestruturação, com a aprovação do novo
Manual de Organização Administrativa (MOA) através de Despacho n.º 27/2015. Esta reestruturação do Departamento
surge no sentido de proporcionar um melhor alinhamento e adequação da sua estrutura e processos aos objectivos
estratégicos do Banco Nacional de Angola, em consonância com a Orientação Estratégica “Desenvolvimento de uma
cultura de gestão de risco e robustecimento do sistema de controlo interno”, associada ao objectivo de “Fortalecer
a Governação Corporativa”, tendo sido criadas quatro funções principais, nomeadamente: Riscos Financeiros, Riscos
Não Financeiros, Compliance e Gestão da Continuidade de Negócio.

5.2.3. Recursos Humanos

No âmbito do objectivo estratégico voltado para o desenvolvimento do capital humano importa destacar:

1) A operacionalização do Fundo de Pensões dos Trabalhadores do BNA, sob gestão de uma seguradora;

2) A continuidade de iniciativas de desenvolvimento e valorização contínua das competências dos trabalhadores, através
da formação de curto prazo (seminários) e médio prazo (mestrados no país e no exterior, em diversas especialidades e
universidades de referência). Além da formação técnico profissional, o BNA continuou a apostar na aprendizagem da
língua inglesa dos técnicos e gestores intermédios;

3) A implementação de projectos ligados à promoção social, saúde e bem-estar dos trabalhadores;

4) O desenvolvimento do projecto ESS MSS, com vista à criação do Portal do RH, que tem como objectivo
a descentralização da função RH, permitindo um maior envolvimento dos colaboradores nas actividades da
responsabilidade do DRH, referentes à actualização de cadastro, gestão de tempos (efectividade), gestão da formação,
entre outras funcionalidades.

5.2.4. Tecnologias de Informação

Na vertente das tecnologias de informação e comunicação, em 2015, as acções estiveram direccionadas para a adopção
de boas práticas na sua gestão, a criação das condições tecnológicas para garantir a continuidade dos serviços em
caso de falha na infraestrutura e a implementação da arquitectura tecnológica integrada e escalável.

5.2.5. Gestão de Património e Serviços

Ao longo do ano de 2015, na continuidade do cumprimento do Plano Estratégico da Instituição e tendo em conta a
Linha de orientação Estratégica “Modernização das infraestruturas físicas” foram levadas a cabo várias obras de
reabilitação parcial ou total de edifícios adstritos ao património do BNA, bem como a adequação e modernização
de edifícios no âmbito do processo de automatização do sistema de recontagem e casas fortes, estudos de impacto
ambiental no âmbito do controlo dos níveis de poluição dos projectos de edificação.

68
Relatório e Contas • 2015

5.2.6. Relações Internacionais

Durante o ano de 2015, o BNA participou em várias actividades promovidas pelos distintos organismos regionais e
internacionais dos quais é membro, bem como por instituições congéneres ou similares com as quais mantém relações
de cooperação bilateral, sendo de destacar as actividades constantes do quadro 3 dos Anexos do presente relatório.

5.2.7. Comunicação Institucional

Ao longo do ano de 2015, tendo em consideração a relevância crescente das actividades do BNA, convindo manter a
sociedade devidamente informada sobre as matérias de carácter público, foram desenvolvidas várias actividades de
carácter externo e realizadas outras de carácter interno, no âmbito da política de responsabilidade social e promoção
da identidade de imagem da Instituição.

Deste leque de actividades, destacam-se as campanhas de comunicação sobre o lançamento das moedas comemorativas
e de poder liberatório de 50 e 100 Kz, a parceria com o Ministério da Educação sobre a inclusão da literacia no ensino
primário e a divulgação da campanha de comunicação sobre as medidas de educação financeira face à crise económica
actual, destacando-se o programa “ABC da educação financeira”.

No que respeita às actividades de carácter social, mais especificamente, por ocasião do 39º aniversário do BNA,
procedeu-se à realização de um concurso de fotografia, bem como a angariação de fundos destinados a crianças e
idosos carenciados.

69
70
Relatório e Contas • 2015

PARTE IV – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

71
Introdução

De acordo com o previsto no artigo 86.º da Lei nº. 16/10 de 15 de Julho, são apresentadas as Demonstrações
Financeiras do Banco Nacional de Angola (adiante designado por “BNA” ou “Banco”), relativas ao exercício findo em 31
de Dezembro de 2015, que compreendem o Balanço, a Demonstração dos resultados, a Demonstração dos resultados
e do outro rendimento integral, a Demonstração das alterações nos capitais próprios, a Demonstração dos fluxos das
operações em moeda estrangeira e as respectivas Notas anexas às Contas, aprovadas pelo Conselho de Administração
em sessão realizada em 22 de Julho de 2016.

A preparação e apresentação de Demonstrações Financeiras, em conformidade com os procedimentos e Normas


Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro, foram definidas como um objectivo do BNA, reflectindo o
sentido da trajectória seguida pelo seu Conselho de Administração, tendo em vista a modernização do Modelo de
Governação e de Gestão.

Este objectivo consubstanciou-se na adopção parcial das Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato
Financeiro (IAS/IFRS) como referencial contabilístico para a preparação e apresentação das Demonstrações Financeiras
do exercício findo em 31 de Dezembro de 2015.

As Demonstrações Financeiras são apresentadas em milhares de Kwanzas (mAOA).

72
Relatório e Contas • 2015

Principais mutações na composição do Balanço

Valores em milhares de AOA 2015 2014 Variação


Montante %
ACTIVO 4 074 424 758 3 431 576 075 642 848 683 19%
Ouro 85 106 242 72 231 818 12 874 424 18%
Activos sobre o exterior 3 422 880 887 2 951 414 683 471 466 204 16%
Activos internos 464 628 948 340 291 688 124 337 260 37%
Activos tangíveis e intangíveis 31 727 460 26 785 619 4 941 841 18%
Outros activos 70 081 221 40 852 267 29 228 954 72%
PASSIVO 3 452 173 548 3 123 054 455 329 119 093 11%
Notas e moedas em circulação 519 587 896 477 974 757 41 613 139 9%
Reservas bancárias 1 111 718 421 759 715 456 352 002 965 46%
Mercado monetário interbancário 43 914 129 342 955 673 (299 041 544) -87%
Conta Única do Tesouro 1 380 718 438 1 203 526 437 177 192 001 15%
Outras responsabilidades internas 137 973 - 137 973 0%
Fundo Monetário Internacional 103 081 220 159 106 961 (56 025 741) -35%
Outros passivos 293 015 471 179 775 171 113 240 300 63%
CAPITAIS PRÓPRIOS 622 251 210 308 521 620 313 729 590 102%

Em 31 de Dezembro de 2015, o Activo do Banco apresenta um saldo de mAOA 4.074.424.758, traduzindo um acréscimo
de mAOA 642.848.683 comparativamente a 31 de Dezembro de 2014. Esta variação de 19%, deve-se essencialmente à
reavaliação cambial dos investimentos financeiros denominados em moeda estrangeira, decorrente da desvalorização
de 32% do Kwanza face ao Dólar dos Estados Unidos, sendo igualmente explicada pelas seguintes situações:

• Aumento de 37% dos “Activos internos” associado essencialmente ao aumento de mAOA 98.318.147 das
operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações de política monetária;

• Investimento na construção e reabilitação do património do Banco, que se reflectiu num aumento líquido de
mAOA 4.941.841 dos “Activos tangíveis e intangíveis”;

• Reconhecimento de mAOA 13.539.567 nos “Outros activos” referente aos Kwanzas a serem repatriados no
âmbito do Acordo de Conversão Monetária com o Banco da Namíbia (BoN);

Em 31 de Dezembro de 2015, o Passivo do Banco apresenta um saldo de mAOA 3.452.173.548, que se traduz num
acréscimo de mAOA 329.119.093, face a 31 de Dezembro de 2014, explicado essencialmente pelas seguintes situações:

• Aumento de 46% das “Reservas Bancárias” decorrente da publicação dos Instrutivos n.º 03/2015 de 23 de
Fevereiro e nº 16/2015 de 22 de Julho, que aumentaram a percentagem das reservas obrigatórias em moeda
nacional de 15% para 20% e de 20% para 25%, respectivamente, sobre os activos elegíveis;

• Diminuição de 87% do “Mercado monetário interbancário”, decorrente da diminuição das operações


ocasionais de absorção de liquidez das instituições de crédito;

• Aumento de mAOA 177.192.001 do saldo da “Conta Única do Tesouro” (CUT), explicada essencialmente
pelo efeito de actualização cambial das posições em moeda estrangeira, tendo este efeito sido parcialmente
compensado pela redução destas posições decorrente dos pagamentos efectuados em nome do Tesouro;

73
• Redução de 35% das responsabilidades para com o Fundo Monetário Internacional (FMI) decorrente da
contínua amortização do empréstimo celebrado no Standby Arrangement; e

• Aumento de 63% do saldo da rubrica “Outros passivos” explicado essencialmente por:

- Aumento de mAOA 38.324.843 referentes aos reforços das provisões de riscos de mercado e de riscos
diversos nos montantes de mAOA 37.178.781 e mAOA 1.146.062, respectivamente;

- Reconhecimento de mAOA 52.275.943 referente ao valor a pagar no âmbito do Acordo de Conversão


Monetária com o Banco da Namíbia (Nota 17); e

- Reconhecimento de mAOA 34.859.104 referente à actualização das responsabilidades com pensões


de reforma e outros benefícios de acordo com o cálculo actuarial.

Em 31 de Dezembro de 2015, os Capitais Próprios do Banco apresentam um saldo de mAOA 622.251.210, que traduz
um aumento de mAOA 313.729.590 face a 31 de Dezembro de 2014, em consequência de:

• Aumento das reservas de reavaliação cambial em mAOA 328.668.528;

• Resultado do exercício de 2015 de mAOA 12.949.684; e

• Estes impactos foram parcialmente compensados pela distribuição de dividendos ao Ministério da Finanças
(MINFIN), referentes ao resultado do exercício económico de 2014, no valor de mAOA 8.737.295 e pela redução
de mAOA 19.151.327 da reserva de reavaliação de justo valor, justificada maioritariamente pela desvalorização
da cotação do ouro no mercado.

Evolução dos resultados

No exercício de 2015, os principais indicadores da conta de resultados evoluíram do seguinte modo:

Valores em milhares de AOA 2015 2014 Variação


Montante %
Margem financeira 59 628 806 27 459 037 32 169 769 117%
Comissões líquidas 7 231 527 12 253 352 (5 021 825) -41%
Resultados em operações financeiras 11 329 911 6 420 963 4 908 948 76%
Resultados operacionais 78 284 798 26 519 592 51 765 206 195%
Resultados de exploração (143 525 358) (58 090 785) (85 434 573) 147%
RESULTADO DO EXERCÍCIO 12 949 684 14 562 159 (1 612 475) -11%

O resultado do exercício de 2015 ascende a mAOA 12.949.684, sendo a variação face ao exercício anterior explicada
essencialmente por:

• Aumento de 117% da “Margem financeira” decorrente essencialmente dos juros de operações de redesconto
e dos rendimentos das Obrigações do Tesouro indexadas ao Dólar dos Estados Unidos, e dos juros de crédito
interno;

74
Relatório e Contas • 2015

• Diminuição de 41% das “Comissões líquidas” explicada essencialmente pela redução de mAOA 3.794.504
das comissões recebidas por operações realizadas por conta de terceiros e pelo aumento de mAOA 912.985
das comissões de gestão e custódia de instrumentos financeiros;

• Aumento de 76% dos “Resultados em operações financeiras” decorrente do acréscimo de mAOA 6.175.549
dos resultados provenientes das aplicações geridas por entidades externas;

• Aumento de 195% dos “Resultados operacionais” resultante essencialmente do acréscimo de mAOA


53.755.317 dos resultados cambiais, justificado pela desvalorização cambial do Kwanza;

• Aumento de 147% dos “Resultados de exploração” explicada essencialmente por:

- Reforço de mAOA 38.178.781 de provisões reconhecidas no exercício;

- Aumento de mAOA 15.857.633 dos custos com pessoal explicado essencialmente pelo aumento da
rubrica “Encargos sociais obrigatórios” de mAOA 18.870.137 referente ao apuramento e reconhecimento
das responsabilidades com pensões de reforma e outros benefícios, que foi parcialmente compensado
por redução da rubrica “Encargos sociais facultativos”.

Reconhecimento de mAOA 39.554.882 de perdas por imparidade líquidas de reversões nomeadamente a depósitos
à ordem de moeda estrangeira e operações de redesconto nos montantes de mAOA 6.585.330 e mAOA 32.969.552,
respectivamente.

Balanços em 31 de Dezembro de 2015 e 2014

ACTIVO Notas 2015 2014 PASSIVO E CAPITAIS PRÓPRIOS Notas 2015 2014

Ouro 3 85 106 242 72 231 818 Notas e moedas em circulação 12 519 587 896 477 974 757

Activos sobre o exterior Responsabilidades para com instituições de crédito

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 4 245 764 198 211 542 012 nacionais relacionadas com operações de política monetária

Aplicações em instituições de crédito 5 1 218 574 149 1 119 514 666 Reservas bancárias 13 1 111 718 421 759 715 456

Activos financeiros ao justo valor através de resultados 7 724 121 967 566 238 487 Mercado monetário interbancário 13 43 914 129 342 955 673

Activos financeiros disponíveis para venda 7 1 155 254 857 975 239 369 Responsabilidades internas para com outras entidades

Fundo Monetário Internacional 8 79 165 716 78 374 350 Conta Única do Tesouro 14 1 380 718 438 1 203 526 437

Investimentos em associadas e outras entidades 9 - 505 799 Outras responsabilidades 14 137 973 -

3 422 880 887 2 951 414 683 Responsabilidades externas para com outras entidades

Activos internos Fundo Monetário Internacional 8 103 081 220 159 106 961

Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 4 14 893 516 348 806 Responsabilidades com pensões e outros benefícios 15 143 033 493 113 483 305

Aplicações em instituições de crédito 5 13 170 660 15 048 761 Provisões 16 78 934 326 40 609 483

Operações de financiamento às instituições de Outros valores passivos 17 71 047 652 25 682 383

crédito relacionadas com operações de política monetária 6 205 147 525 106 829 378 Total do Passivo 3 452 173 548 3 123 054 455

Investimentos detidos até à maturidade 7 56 581 424 43 194 383

Activos financeiros recebidos em aumento de capital 7 174 440 000 174 440 000 Capital 18 270 000 000 270 000 000

Investimentos em associadas e outras entidades 9 395 823 430 360 Reservas de reavaliação 19 302 480 590 (7 036 611)

464 628 948 340 291 688 Outras reservas 20 36 820 936 30 996 072

Resultados transitados 20 - -

Activos tangíveis 10 31 072 715 26 054 252 Resultado do exercício 12 949 684 14 562 159

Activos intangíveis 10 654 745 731 367 Total dos Capitais Próprios 622 251 210 308 521 620

Outros valores activos 11 70 081 221 40 852 267

Total do Activo 4 074 424 758 3 431 576 075 Total do Passivo e Capitais Próprios 4 074 424 758 3 431 576 075

As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

75
Demonstrações dos resultados para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e
2014

Notas 2015 2014


Juros e rendimentos similares 22 67 803 818 35 132 638
Juros e encargos similares 23 (8 175 012) (7 673 601)
Margem financeira 59 628 806 27 459 037
Rendimentos de serviços e comissões 24 10 169 726 13 947 017
Encargos com serviços e comissões 25 (2 938 199) (1 693 665)
Comissões líquidas 7 231 527 12 253 352
Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados 26 11 681 346 5 505 797
Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 27 - 915 166
Resultados de investimentos em associadas e outras entidades 28 (351 435) -
Resultados em operações financeiras 11 329 911 6 420 963
Resultados cambiais 29 80 592 773 26 837 456
Custos relativos à emissão de notas e moedas 30 (1 961 527) (1 518 452)
Resultados de alienação de outros activos 31 4 047 44 113
Outros resultados operacionais 32 (350 495) 1 156 475
Resultados operacionais 78 284 798 26 519 592
Custos com pessoal 33 (54 923 975) (39 066 342)
Fornecimentos e serviços de terceiros 34 (9 160 299) (7 620 685)
Amortizações do exercício 10 (1 707 421) (2 348 396)
Provisões líquidas de reposições e anulações 16 (38 178 781) (9 055 362)
Perdas por imparidade líquidas de reversões 4e6 (39 554 882) -
Resultados de exploração (143 525 358) (58 090 785)
Resultado do exercício 12 949 684 14 562 159

As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

Demonstrações dos resultados e do outro rendimento integral para os exercícios findos


em 31 de Dezembro de 2015 e 2014

2015 2014
Resultado líquido do exercício 12 949 684 14 562 159
Itens que poderão ser reclassificados posteriormente para resultados
Variações da reserva de reavaliação de justo valor de:
Activos financeiros disponíveis para venda 604 937 15 554 725
Ouro (19 756 264) (2 554 720)
Variações da reserva de reavaliação cambial 328 668 528 (27 143 042)
- -
Rendimento / (gasto) reconhecido directamente nos Capitais Próprios 309 517 201 (14 143 037)
Rendimento integral do exercício 322 466 885 419 122

As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

76
Relatório e Contas • 2015

Demonstrações das alterações nos capitais próprios para os exercícios findos em 31 de


Dezembro de 2015 e 2014

Reservas
Resultados Resultado
Capital Reservas de reavaliação Outras reservas Total
transitados do exercício
Justo valor Cambial Reserva legal Reserva livre
Saldos em 31-12-2013 270 000 000 (49 306 313) 56 412 739 12 712 155 12 712 155 (111 534) 14 208 239 316 627 441
Transferência de resultados de 2013 - - - 2 841 648 2 841 648 - (5 683 296) -
Distribuição de resultados de 2013 - - - - - - (8 524 943) (8 524 943)
Outras variações de reservas - - - - (111 534) 111 534 - -
Rendimento integral do exercício - 13 000 005 (27 143 042) - - - 14 562 159 419 122
Saldos em 31-12-2014 270 000 000 (36 306 308) 29 269 697 15 553 803 15 442 269 - 14 562 159 308 521 620
Transferência de resultados de 2014 - - - 2 912 432 2 912 432 - (5 824 864) -
Distribuição de resultados de 2014 - - - - - - (8 737 295) (8 737 295)
Rendimento integral do exercício - (19 151 327) 328 668 528 - - - 12 949 684 322 466 885
Saldos em 31-12-2015 270 000 000 (55 457 635) 357 938 225 18 466 235 18 354 701 - 12 949 684 622 251 210

As notas anexas fazem parte integrante destas demonstrações.

77
Demonstrações dos fluxos das operações em moeda estrangeira para os exercícios
findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014

2015 2014
Actividades Operacionais
Proveitos de aplicações de liquidez 9 416 979 11 559 981
Proveitos de títulos e valores mobiliários 17 220 384 31 036 766
Despesas de produção de notas e moedas (601 046) (3 009 189)
Pagamentos de custos administrativos (3 031 472) (2 204 649)
Acordo de conversão monetária com o BoN (5 415 770) -
Outros pagamentos e recebimentos (42 069) (1 006 779)
Fluxos de caixa de actividades operacionais 17 547 006 36 376 130
Actividades de Investimento
Investimentos em:
Títulos de dívida soberana estrangeira 82 308 616 (10 520 950)
Aplicações geridas por entidades externas 14 951 230 30 229 605
Aplicações de liquidez - -
Operações cambiais (24 209 665) 745 513
Aquisições e alienações de imobilizado (17 773) (617 463)
Fluxos de caixa de actividades de investimento 73 032 408 19 836 705
Actividades de Financiamento
Diminuições (aumentos) de depósitos de residentes:
Tesouro Nacional (162 411 026) (567 631 385)
Instituições Financeiras - Reservas bancárias (73 750 780) 263 072 334
Fundo Monetário Internacional (41 495 338) (49 175 295)
Fluxos de caixa de actividades de financiamento (277 657 144) (353 734 346)
Efeito da variação cambial em caixa e seus equivalentes 340 016 192 40 986 556
Variação de caixa e seus equivalentes 152 938 462 (256 534 955)
Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no início do exercício 1 344 043 331 1 600 578 286
Caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira no fim do exercício 1 496 981 793 1 344 043 331

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o agregado “Caixa e seus equivalentes em moeda
estrangeira” apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito (Nota 4)
Notas e moedas em moeda estrangeira em caixa 13 561 014 16 454
Depósitos à ordem em moeda estrangeira:
No exterior 245 764 198 211 542 012
No país 1 326 419 327 115
Aplicações em instituições de crédito (Nota 5)
Depósitos a prazo
No exterior 1 216 574 172 1 117 014 525
No país 19 755 990 15 017 998
Aplicações subordinadas - 125 227
1 496 981 793 1 344 043 331

78
Relatório e Contas • 2015

PARTE V – NOTAS ANEXAS ÀS


DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

79
1 – NOTA INTRODUTÓRIA

A origem do Banco Nacional de Angola remonta a 14 de Agosto de 1926, data da criação do Banco de Angola, com sede
em Lisboa. Até 1957, o Banco de Angola deteve, em exclusivo, o comércio bancário, altura em que surgiu no mercado
o Banco Comercial de Angola, de direito estritamente Angolano, representando um novo marco na história do país.

No panorama das transformações político-económicas que se sucederam até à década de 80, e tendo em atenção a
importância do sistema monetário e financeiro do país, foi desenvolvido em Agosto de 1975 o chamado processo da
tomada da Banca, que levou ao confisco do activo e passivo do Banco de Angola e à criação do Banco Nacional de
Angola, um ano após a independência nacional, através da Lei n.º 69/76, publicada no Diário da República Nº 266 – 1ª
Série, de 10 de Novembro de 1976.

A partir de 1978 e através da Lei n.º 4/78, de 25 de Fevereiro, a actividade bancária passou a ser exclusivamente
exercida pelos bancos do Estado, na medida em que foram formalmente encerrados os bancos comerciais privados,
facilitando assim a extensão da rede de balcões do BNA por todo o território nacional.

Em 1991 e com base na Lei n.º 5/91, de 20 de Abril - Lei das Instituições Financeiras, iniciou-se um novo passo na
implementação de um sistema bancário de dois níveis, pelo que o BNA passou a exercer a função de Banco Central
consagrado como autoridade monetária e agente da autoridade cambial, retirando-se assim das funções comerciais
que exercia até então.

Neste momento, o BNA está presente no país, através das suas delegações regionais localizadas nas províncias de (i)
Cabinda; (ii) Huíla; (iii) Benguela; (iv) Malange; e (v) Huambo.

De acordo com a Lei n.º 16/10, de 15 de Julho – Lei do Banco Nacional de Angola, que estabelece a sua Lei Orgânica,
as suas funções passaram a ter dois vectores principais: i) assegurar a preservação do valor da moeda nacional e, ii)
como Banco Central:

80
Relatório e Contas • 2015

a) Actuar como banqueiro único do Estado;

b) Aconselhar o Estado nos domínios monetários, financeiro e cambial;

c) Colaborar na definição e executar a política cambial bem como o respectivo mercado;

d) Gerir as disponibilidades externas do país ou as que lhe sejam cometidas;

e) Agir como intermediário nas relações monetárias internacionais do Estado;

f) Zelar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa finalidade, a função de
financiador de última instância;

g) Garantir e assegurar um sistema de informação, compilação e tratamento das estatísticas monetárias,


financeira e cambiais e demais documentação, nos domínios da sua actividade de forma a servir como
instrumento eficiente de coordenação, gestão e controlo;

h) Elaborar e manter actualizado o registo completo da dívida externa do país, assim como efectuar a sua
gestão; e

i) Elaborar a balança de pagamentos externos do país.

O Conselho de Administração, enquanto órgão responsável pela definição das políticas de gestão e administração
do BNA, é responsável pela preparação e apresentação das demonstrações financeiras e das demais informações
constantes do presente relatório, zelando pela sua integralidade e objectividade, de forma a garantir que as operações
e transacções decorrentes da sua missão sejam realizadas e processadas de acordo com o estabelecido nas normas e
procedimentos em vigor.

81
2 – BASES DE APRESENTAÇÃO E RESUMO DAS PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

2.1 – Bases de apresentação

As demonstrações financeiras do BNA para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2015 foram preparadas no
pressuposto da continuidade das operações, com base no plano de contas aprovado pelo Conselho de Administração
no exercício de 2013. Este plano de contas considera na sua globalidade, as orientações técnicas e os princípios
consagrados nas Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro (IAS/IFRS) emitidas pelo International
Accounting Standards Board (IASB), com as derrogações descritas na alínea b) abaixo.

O Banco adoptou o plano de contas pela primeira vez no exercício findo em 31 de Dezembro de 2013, considerando para
o efeito os termos da IFRS 1 – Adopção pela primeira vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro, as quais
foram aplicadas retrospectivamente para todos os períodos apresentados.

A Lei Orgânica do Banco não determina a estrutura de apresentação das demonstrações financeiras que o Banco
deve adoptar. Desta forma, coube ao Conselho de Administração do BNA decidir sobre a aplicabilidade das Normas
Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro (IFRS/IAS) nas demonstrações financeiras, tendo em consideração
a sua Lei Orgânica e as suas funções enquanto entidade operadora das políticas fiscal, cambial e monetária do país.

Adopção de normas (novas ou revistas) emitidas pelo International Accounting Standards Board
(IASB) e interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Commitee
(IFRIC)

As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões têm aplicação obrigatória pela primeira vez no
exercício findo em 31 de Dezembro de 2015:

• IFRS 3 – Concentração de actividades empresariais: Clarifica que a IFRS 3 exclui do seu âmbito de
aplicação a formação de um acordo conjunto nas demonstrações financeiras do próprio acordo conjunto.

• IFRS 13 – Mensuração pelo justo valor: Clarifica que a excepção de aplicação da norma a activos e
passivos financeiros com posições compensadas se estende a todos os contractos no âmbito da IAS 39,
independentemente de cumprirem com a definição de activo ou passivo financeiro da IAS 32.

• IAS 40 – Propriedades de investimento: Clarifica que é necessário aplicar juízo de valor para determinar
se a aquisição de uma propriedade de investimento constitui uma aquisição de um activo ou uma concentração
de actividades empresariais abrangida pela IFRS 3.

Não foram produzidos efeitos significativos nas demonstrações financeiras no exercício findo em 31 de
Dezembro de 2015, decorrente da adopção das normas, interpretações, emendas e revisões acima referidas.

a) Normas, interpretações, emendas e revisões que irão entrar em vigor em exercícios futuros

As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões não foram adoptadas em 31 de Dezembro de 2015,
em virtude de a sua aplicação não ser ainda obrigatória, apenas em exercícios económicos futuros:

• IAS 19 – Benefícios dos empregados: (Emenda):Contribuições de empregados


Esta emenda aplica-se a contribuições de empregados ou terceiros para planos de benefícios definidos.
Simplifica a contabilização das contribuições que sejam independentes do número de anos de prestação de
serviço do empregado, como por exemplo, contribuições efectuadas pelo empregado que sejam calculadas com
base numa percentagem fixa do salário, que sejam uma quantia fixa ao longo de todo o período de serviço ou

82
Relatório e Contas • 2015

uma quantia que dependa da idade do empregado. Tais contribuições passam a poder ser reconhecidas como
uma redução dos custos do serviço no período em que o serviço é prestado.

• Melhoramentos das normas internacionais de relato financeiro (ciclo 2010-2012) – Estas melhorias
envolvem a clarificação de alguns aspectos relacionados com:

• IFRS 2 – Pagamentos com base em acções: definição de vesting condition;


Actualiza definições, clarifica o que se entende por condições de aquisição e clarifica ainda situações
relacionadas com preocupações que haviam sido levantadas sobre condições de serviço, condições de mercado
e condições de performance.

• IFRS 3 – Concentração de actividades empresariais: contabilização de pagamentos contingentes;


Introduz alterações no reconhecimento das alterações de justo valor dos pagamentos contingentes classificados
como passivos ou activos relacionados com combinações de negócios, os quais passam subsequentemente a
ser valorizados ao justo valor através de resultados, independentemente de estarem, ou não, no âmbito da IAS
39 (ou IFRS 9).

• IFRS 8 – Segmentos operacionais: divulgações relacionadas com o julgamento aplicado em


relação à agregação de segmentos e clarificação sobre a necessidade de reconciliação do total
de activos por segmento com o valor de activos nas demonstrações financeiras;

• IAS 16 – Activos fixos tangíveis e a IAS 38 – Activos intangíveis: necessidade de reavaliação


proporcional de amortizações acumuladas no caso de reavaliação de activos fixos:
No caso de revalorização a norma passa a prever a possibilidade de entidade poder optar entre proceder ao
ajustamento do valor bruto com base em dados observáveis no mercado ou que possa alocar a variação, de
forma proporcional, à alteração ocorrida no valor contabilístico sendo, em qualquer dos casos, obrigatória a
eliminação das amortizações acumuladas por contrapartida do valor bruto do activo. Estas alterações só se
aplicam a revalorização efectuadas no ano em que a alteração for aplicada pela primeira vez e ao período
imediatamente anterior. Pode fazer a reexpressão para todos os períodos anteriores mas não é obrigada a
fazê-lo. Contudo, se não fizer, deverá divulgar o critério usado nesses períodos

• IAS 24 – Divulgações de partes relacionadas: define que uma entidade que preste serviços de
gestão à Empresa ou à sua empresa-mãe é considerada uma parte relacionada:
Clarifica que uma entidade de gestora – uma entidade que presta serviços de gestão – é uma parte relacionada
sujeita aos requisitos de divulgação associados. Adicionalmente, uma entidade que utilize os serviços de uma
entidade de gestão é obrigada a divulgar os gastos incorridos com tais serviços.

• IFRS 13 – Mensuração pelo justo valor: clarificações relativas à mensuração de contas a receber
ou a pagar de curto prazo.

• Melhoramentos das normas internacionais de relato financeiro (ciclo 2012-2014) – Estas melhorias
envolvem a clarificação de alguns aspectos relacionados com:

• IFRS 5 – Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas:
introduz orientações de como proceder no caso de alterações quanto ao método expectável de
realização (venda ou distribuição aos accionistas);

• IFRS 7 – Instrumentos financeiros: divulgações: clarifica os impactos de contratos de


acompanhamento de activos no âmbito das divulgações associadas a envolvimento continuado
de activos desconhecidos, e isenta as demonstrações financeiras intercalares das divulgações

83
exigidas relativamente a compensação de activos e passivos financeiros;

• IAS 19 – Benefícios dos empregados: define que a taxa a utilizar para efeitos de desconto de
benefícios definidos deverá ser determinada com referência às obrigações de alta qualidade de
empresas que tenham sido emitidas na moeda em que os benefícios serão liquidados;

• IAS 34 – Relato financeiro intercalar: clarificação sobre os procedimentos a adoptar quando a


informação está disponível em outros documentos emitidos em conjunto com as demonstrações
financeiras intercalares.

• IAS 1 – Apresentação de demonstrações financeiras – “Disclosure Iniciative”

• Esta emenda vem clarificar alguns aspectos relacionados com a iniciativa de divulgações, designadamente:
(i) a entidade não deverá dificultar a inteligibilidade das demonstrações financeiras através da agregação de
itens materiais com itens imateriais ou através da agregação de itens materiais com naturezas distintas; (ii)
as divulgações especificamente requeridas pelas IFRS apenas têm de ser dadas se a informação em causa
for material; (iii) as linhas das demonstrações financeiras especificadas pela IAS 1 podem ser agregadas ou
desagregadas, conforme tal for mais relevante para os objectivos do relato financeiro; (iv) a parte do outro
rendimento integral resultante da aplicação do método da equivalência patrimonial em associadas e acordos
conjuntos deve ser apresentada separadamente dos restantes elementos do outro rendimento integral
segregando igualmente os itens que poderão vir a ser reclassificados para resultados dos que não serão
reclassificados; (v) a estrutura das notas deve ser flexível, devendo estas respeitar a seguinte ordem:

- Uma declaração de cumprimento com as IFRS na primeira secção das notas;

- Uma descrição das políticas contabilísticas relevantes na segunda secção;

- Informação de suporte aos itens da face das demonstrações financeiras na terceira secção;

- Outra informação na quarta secção.

• IAS 16 – Activos fixos tangíveis e IAS 38 – Activos intangíveis – Métodos de depreciação


aceitáveis

• Esta emenda estabelece a presunção (que pode ser refutada) de que o rédito não é uma base
apropriada para amortizar um activo intangível e proíbe o uso do rédito como base de amortização de
activos fixos tangíveis. A presunção estabelecida para amortização de activos intangíveis só poderá ser
refutada quanto o activo intangível é expresso em função do rendimento gerado ou quando a utilização
dos benefícios económicos está altamente correlacionada com a receita gerada.

• IAS 27 – Demonstrações Financeiras Separadas

• Esta emenda vem introduzir a possibilidade de mensuração dos interesses em subsidiárias,


acordos conjuntos e associadas em demonstrações financeiras separadas pelo método da equivalência
patrimonial, para além dos métodos de mensuração actualmente existentes. Esta alteração à norma é
de aplicação retrospectiva.

O BNA não procedeu à aplicação antecipada nas demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de Dezembro de
2015, não sendo estimados impactos significativos nas demonstrações financeiras decorrentes da sua adopção.

84
Relatório e Contas • 2015

b) Derrogações de normas e interpretações

À data de transição, e considerando as especificidades da sua actividade enquanto regulador do sistema


financeiro e responsável pela execução das políticas monetária e cambial do país, bem como pela gestão
das reservas internacionais, o Banco decidiu não adoptar as seguintes normas e interpretações emitidas
pelo International Accounting Standards Board (IASB) e pelo International Financial Reporting Interpretations
Committee (IFRIC):

• IAS 21 – Os efeitos de alterações em taxas de câmbio: O Banco manteve inalterado


o tratamento contabilístico dado às variações cambiais decorrentes da actualização dos activos
e passivos expressos em moeda externa às taxas de câmbio em vigor, sendo as valias cambiais
potenciais reconhecidas numa rubrica de capitais próprios denominada “Reservas de reavaliação
cambial” e apenas registadas como resultados quando realizadas. Face a grande volatilidade dessas
valias e a sua condição de potenciais, o Conselho de Administração considerou que a adopção da
norma poderia traduzir-se numa possível alteração dos princípios de capitalização do Banco e em
interferência na gestão da política monetária, considerando que a distribuição de dividendos ou a
cobertura de prejuízos daí resultantes, afectariam directamente a magnitude da base monetária com
eventuais efeitos inflacionistas, para além de gerar fluxos financeiros entre o Tesouro e o Banco Central
com base em resultados não efectivos.

• IFRS 9 – Instrumentos financeiros (2009) e emendas posteriores - Esta norma insere-se


no projecto de revisão da IAS 39 e estabelece os novos requisitos relativamente à classificação e
mensuração de activos e passivos financeiros, à metodologia de cálculo de imparidade e para a
aplicação das regras de contabilidade de cobertura. Esta norma é de aplicação obrigatória para os
exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2018.

• IFRS 10 – Demonstrações financeiras consolidadas: O Banco decidiu não apresentar


demonstrações financeiras consolidadas, mantendo as suas participações valorizadas ao custo de
aquisição com reconhecimento de eventuais perdas por imparidade, independentemente do controlo
e/ou influência significativa que possa ter sobre as entidades participadas.

• IFRS 16 – Locações - Esta norma vem introduzir os princípios de reconhecimento e mensuração


de locações, substituindo a IAS 17 – Locações. A norma define um único modelo de contabilização
de contractos de locação que resulta no reconhecimento pelo locatário de activos e passivos para
todos os contractos de locação, excepto para as locações com um período inferior a 12 meses ou para
as locações que incidam sobre activos de valor reduzido. Os locadores continuarão a classificar as
locações entre operacionais ou financeiras, sendo que a IFRS 16 não implicará alterações substanciais
para tais entidades face ao definido na IAS 17.

Estas derrogações de normas e interpretações continuaram a ser aplicadas nas demonstrações financeiras do Banco
no exercício findo em 31 de Dezembro de 2015.

Adicionalmente, o Banco decidiu adoptar parcialmente as seguintes normas e interpretações emitidas pelo IASB e
pelo IFRIC:

• IAS 39 – Instrumentos financeiros: Reconhecimento e mensuração: As obrigações do Tesouro


recebidas no âmbito da realização do aumento de capital social aprovado pela Lei do BNA foram registadas
no reconhecimento inicial, na linha de activos financeiros recebidos em aumento de capital, pelo seu valor
nominal, mais uma vez tendo em consideração o impacto da adopção desta norma na capitalização do Banco e
da sua consequente interferência na gestão de política monetária do país.

85
• IAS 19 – Benefícios a empregados: O Banco encontra-se a aplicar a IAS 19 para todos os benefícios a
empregados, excepto em relação ao reconhecimento das responsabilidades com pensões de reforma e outros
benefícios pós emprego. Para apurar estas responsabilidades, o Banco solicita anualmente um estudo actuarial
a um perito independente, o qual tem por base pressupostos actuariais e financeiros que melhor se adaptam
à população e à realidade do Banco. Todas as responsabilidades com pensões de reforma são registadas por
contrapartida de resultados. Após a constituição do fundo de pensões, que se espera que ocorra em 2015, o
Banco irá reavaliar a sua posição quanto à aplicabilidade desta norma, tendo em conta que o artigo 88º da Lei
Orgânica do Banco prevê que sejam registados em resultados do exercício dotações para o fundo de pensões.

As demonstrações financeiras do BNA em 31 de Dezembro de 2015 e 2014 encontram-se expressas em milhares de


Kwanzas, tendo os activos e os passivos denominados em outras divisas sido convertidos para a moeda nacional, com
base nas taxas de câmbio médias indicativas que se seguem:

Moedas 2015 2014


1 Dólar dos Estados Unidos (USD) 135,315 102,863
1 Euro (EUR) 147,832 125,195
1 Dólar Canadiano (CAD) 97,535 88,488
1 Rand da África do Sul (RAD) 14,206 8,875
1 Libra Esterlina (GBP) 200,300 160,003
1 Yuan Renmimbi da China (CNY) 20,846 16,585

A 4 de Janeiro de 2016 verificou-se um forte depreciação do kwanza, face as restantes moedas internacionais,
apresentando as seguinte taxas de câmbio:

Moedas 31-12-2015 04-01-2016


1 Dólar dos Estados Unidos (USD) 135,315 155,612
1 Euro (EUR) 147,832 169,664
1 Dólar Canadiano (CAD) 97,535 112,137
1 Rand da África do Sul (RAD) 14,206 14,206
1 Libra Esterlina (GBP) 200,300 230,656
1 Yuan Renmimbi da China (CNY) 20,846 23,964

Os efeitos da depreciação do Kwanza no Balanço do Banco são apresentados na nota 38.

2.2 – Resumo das principais políticas contabilísticas

Além dos princípios contabilísticos aplicáveis a certas rubricas das demonstrações financeiras, descritos especificamente
ao longo do presente anexo, de uma forma geral o BNA utiliza na preparação das suas demonstrações financeiras os
seguintes princípios contabilísticos e critérios valorimétricos:

a) Especialização de exercícios

O Banco Nacional de Angola adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação


à generalidade das rubricas das demonstrações financeiras. Deste modo, os proveitos e custos são
reconhecidos em função do período de vigência das operações, sendo registados à medida que são gerados,
independentemente do momento do seu recebimento ou pagamento.

86
Relatório e Contas • 2015

b) Transacções em moeda estrangeira

As contas do Banco são preparadas na divisa do ambiente económico em que opera (“moeda funcional”), sendo
expressas em Kwanzas.

As operações em moeda estrangeira são registadas segundo os princípios do sistema “multi currency”, isto
é, registadas nas respectivas moedas de denominação, sendo convertidas para Kwanzas com base nas taxas
de câmbio em vigor na data em que ocorrem. Os activos e passivos denominados em moeda estrangeira são
convertidos para Kwanzas mediante a utilização da taxa de câmbio média publicada pelo Banco na data de
relato financeiro.
Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais potenciais são registados numa rubrica específica de
capital próprio denominada “Reservas de reavaliação cambial”, sendo as diferenças cambiais efectivamente
realizadas, quer sejam negativas ou positivas, registadas na demonstração dos resultados do exercício em
que ocorrem, nas respectivas rubricas de “Perdas e ganhos associados a diferenças cambiais” (Nota 19 e 29).

c) Instrumentos financeiros

1. Reconhecimento inicial

Os activos e passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo valor, excepto
para as obrigações do Tesouro emitidas para a realização do capital social, sendo os custos directamente
imputados à transacção acrescidos ao valor da posição em balanço.

O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao preço que seria recebido pela venda de um activo
ou pago para transferir um passivo numa transacção ordenada entre participantes no mercado à data da
mensuração.

2. Classificação de instrumentos financeiros

2.a. Activos financeiros

Os activos financeiros, com excepção dos activos mencionados no ponto 1 anterior, são
reconhecidos e valorizados de acordo com a IAS 32 e a IAS 39 e compreendem as categorias
específicas abaixo indicadas:

– Activos financeiros ao justo valor através de resultados;

– Activos financeiros disponíveis para venda; e

– Investimentos detidos até à maturidade.

A classificação e mensuração destes activos financeiros reflecte a intenção do Banco


relativamente a cada investimento, tendo presente que a classificação inicial é, salvo algumas
excepções, irrevogável e visa, nos termos da IAS 39 – Instrumentos financeiros: Reconhecimento
e mensuração, a ser mantida até ao reembolso ou venda do activo.

2.a.i. Activos financeiros ao justo valor através de resultados

Os activos financeiros ao justo valor através de resultados incluem:

87
• Títulos de rendimento fixo e variável que o Banco tenha optado, no seu reconhecimento
inicial, por registar e avaliar ao justo valor através de resultados;

• Instrumentos financeiros derivados com justo valor positivo (incluindo os embutidos em


activos).

Os activos financeiros classificados nesta categoria são registados ao justo valor, sendo as
valias potenciais resultantes da valorização subsequente registadas em resultados, na rubrica
de “Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados”.

O Banco classifica nesta categoria as aplicações geridas por entidades externas. A posição
junto de cada um dos gestores é actualizada com base na valorização reportada no extracto
enviado periodicamente pelas respectivas entidades externas. O Banco não tem modelos
internos de valorização dos instrumentos financeiros não cotados utilizando como referência a
valorização reportada pelos Gestores externos e nos casos dos fundos obtém as demonstrações
financeiras auditadas.

O montante dos compromissos de capital remanescente, assumidos junto dos gestores


externos, está registado numa rubrica extrapatrimonial, sendo actualizado simultaneamente
sempre que é paga uma chamada de capital e aumentada a posição de investimento junto da
entidade em questão.

2.a.ii. Activos financeiros disponíveis para venda

Os activos financeiros disponíveis para venda incluem títulos de rendimento fixo que não se
encontrem classificados como activos financeiros ao justo valor através de resultados ou como
investimentos detidos até à maturidade.

Os activos financeiros disponíveis para venda são mensurados ao justo valor, sendo as variações
reconhecidas directamente em capitais próprios na rubrica “Reservas de reavaliação de justo
valor”, até à maturidade ou venda do título, momento em que o ganho ou perda anteriormente
reconhecido em capitais próprios é reconhecido em resultados.
Os juros corridos de títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição e o
valor nominal (prémio ou desconto) são registados em resultados, de acordo com o método da
taxa de juro efectiva.

Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de


evidência objectiva em que os activos financeiros disponíveis para venda estão com imparidade,
considerando a situação dos mercados e a informação disponível sobre os emitentes.

De acordo com a IAS 39, a evidência objectiva que um activo financeiro disponível para venda
se encontra com imparidade inclui dados observáveis acerca dos seguintes eventos de perda:

• Dificuldades financeiras significativas do emitente;

• Incumprimento contratual do emitente em termos de reembolso de capital ou


pagamento de juros;

• Probabilidade de falência do emitente;

88
Relatório e Contas • 2015

• Desaparecimento de um mercado activo para o activo financeiro devido a dificuldades


financeiras do emitente.

Para além dos eventos referidos, o Banco considera como evidência objectiva de imparidade
uma diminuição significativa e prolongada do justo valor dos activos financeiros.

Quando existe evidência objectiva de que um activo financeiro disponível para venda está com
imparidade, a eventual perda é registada em resultados após o desreconhecimento das menos
valias potenciais reconhecidas em reservas de reavaliação de justo valor.

As perdas por imparidade registadas em títulos de rendimento fixo são revertidas através de
resultados, sempre que houver uma alteração positiva no justo valor do título resultante de
um evento ocorrido após a determinação da imparidade. As perdas por imparidade relativas a
títulos de rendimento variável não podem ser revertidas. No caso de títulos de rendimento fixo
ou variável para os quais tenha sido reconhecida imparidade, posteriores variações negativas
de justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

2.a.iii. Investimentos detidos até à maturidade

Os investimentos detidos até à maturidade incluem os activos financeiros com pagamentos


fixados ou determináveis e maturidade fixada relativamente aos quais tenha a intenção e
capacidade de deter até ao seu vencimento.

Estes activos são inicialmente reconhecidos pelo seu justo valor. Em geral, o justo valor no
momento inicial corresponde ao valor de transacção e inclui proveitos e custos directamente
atribuíveis à transacção. Posteriormente, os investimentos detidos até à maturidade são
valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa de juro efectiva e sujeito a
testes de imparidade.

Os juros corridos de títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de aquisição


e o valor nominal (prémio ou desconto) são registados em resultados, na rubrica “Juros e
rendimentos similares”, de acordo com o método da taxa de juro efectiva.

As obrigações do Tesouro emitidas em moeda nacional indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos
Estados Unidos e as indexadas ao índice de preços do consumidor estão sujeitas a actualização
do valor nominal do título de acordo com a variação dos respectivos indexantes. Deste modo, o
resultado da referida actualização do valor nominal do título é reflectido na demonstração dos
resultados do exercício em que ocorre.

Quando existe evidência objectiva de que um investimento detido até à maturidade está
com imparidade, a eventual perda por imparidade corresponde à diferença entre a quantia
escriturada do activo financeiro e o valor de actualização dos fluxos de caixa futuros estimados
(excluindo o efeito de eventos futuros), descontados à taxa de juro efectiva original calculada
no reconhecimento inicial, devendo a mesma ser registada por contrapartida de resultados.

Se num período subsequente o montante da perda diminui e essa diminuição puder ser
objectivamente relacionada com um evento que ocorreu após o reconhecimento da imparidade,
esta é revertida por contrapartida de resultados.

89
2.a.iv. Operações activas de mercado aberto

As operações de cedência de liquidez às instituições financeiras bancárias são suportadas por


títulos públicos em moeda nacional. Estes títulos são registados em contas extrapatrimoniais
pelo seu valor nominal. Os fundos cedidos são registados na rubrica de activo “Aplicações em
instituições de crédito”, sendo periodificados os respectivos juros a receber.

2.a.v. Activos financeiros recebidos em aumento de capital

As obrigações do Tesouro Nacional recebidas no âmbito da realização do aumento de capital


social do Banco são reconhecidas em balanço pelo seu valor nominal, conforme referido na
alínea b) do ponto 2.1.

2.a.vi. Operações de financiamento às instituições de crédito relacionadas com operações e política


monetária

Conforme previsto na Lei do Banco Nacional de Angola, o Banco pode conceder empréstimos
às instituições financeiras, empréstimos por um prazo não inferior a três meses. Os mesmos
podem ser concedidos com dispensa de garantia, desde que, na opinião do Conselho de
Administração, estejam em causa exigências de liquidez da instituição de crédito devedora e
do interesse público.

Estes financiamentos são registados inicialmente pelo valor nominal. A cada data de balanço o
Conselho de Administração analisa os indícios objectivos de imparidade. O montante de perda
por imparidade apurado é reconhecido directamente em resultados do exercício na rubrica “
Perdas por imparidade líquidas de reversão”.

As instituições financeiras detidas a 100% pelo Estado Angolano, não são sujeitas a perdas
por imparidade.

2.b. Passivos financeiros

Os passivos financeiros incluem notas e moedas em circulação, depósitos de outras instituições,


títulos emitidos pelo Banco Central, outros instrumentos no âmbito da política monetária e
financiamentos obtidos junto do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os passivos financeiros são registados na data de contratação pelo respectivo justo valor,
deduzido de custos directamente atribuíveis à transacção, sendo posteriormente valorizados
ao custo amortizado.
Qualquer diferença entre o montante recebido líquido de custos de transacção e o montante a
pagar na maturidade é reconhecida na demonstração dos resultados durante a vida do passivo
através do método da taxa efectiva.

2.b.i. Notas e moedas em circulação

As notas e moedas em circulação são registadas pelo seu valor de emissão (valor facial) na
rubrica de “Emissões de notas e moedas”. Os encargos com a sua produção são reconhecidos
linearmente como gastos ao longo do período de vida útil das notas e moedas, na rubrica
“Outros encargos e gastos – emissão de notas e moedas”, actualmente estimada em 5 anos.

90
Relatório e Contas • 2015

2.b.ii. Títulos emitidos pelo Banco Central

As emissões de Títulos do Banco Central (TBC) encontram-se registadas na rubrica de passivo


“Dívida emitida – Títulos do Banco Central”. Na data de emissão, os títulos são reconhecidos
pelo seu justo valor (valor de emissão), sendo posteriormente valorizados ao custo amortizado
de acordo com o método da taxa de juro efectiva.

2.b.iii Operações passivas de mercado aberto

Os fundos captados das instituições financeiras, decorrentes das operações de absorção de


liquidez são registados na rubrica de passivo “Responsabilidades para com instituições de
crédito – Mercado monetário interbancário”, sendo os respectivos juros a pagar reconhecidos
de forma linear durante a vigência do prazo das operações.

2.b.iv Fundo Monetário Internacional


O reconhecimento das transacções e saldos com o FMI segue as indicações dadas por esta
instituição, que consideram as características específicas das relações financeiras dos países
membros com o Fundo.

As posições junto do FMI são denominadas em Direitos de Saque Especiais (DSE) e convertidas
para Kwanzas à taxa de câmbio à data de referência, sendo os activos e passivos registados
separadamente. Adicionalmente, todas as variações cambiais potenciais das posições junto
do FMI são reconhecidas na rubrica de Capitais Próprios “Reserva de reavaliação cambial”, ao
invés dos juros e comissões pagas, decorrentes da relação mantida com esta entidade, que são
reconhecidos na demonstração dos resultados.

3. Método de valorização

Activo Método de avaliação / Fonte de informação


Caixa e disponibilidades em instituições de crédito Valor nominal
Aplicações em instituições de crédito Valor nominal
Activos financeiros ao justo valor através de resultados Justo valor com base nos extractos das entidades externas
Activos financeiros disponíveis para venda Justo valor com base no terminal financeiro da bloomberg
Investimentos detidos até à maturidade Custo amortizado
Activos financeiros recebidos no aumento de capital Valor nominal
Investimentos em associadas e outras entidades Custo de aquisição
Operações de financiamento às instituições de
crédito relacionadas com operações de política monetária Valor nominal

Passivo Método de avaliação / Fonte de informação


Notas e moedas em circulação Valor facial
Títulos do Banco Central Custo amortizado
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política monetária Valor nominal
Responsabilidades internas para com outras entidades Valor nominal

91
3.a. Justo valor

Os instrumentos financeiros registados nas categorias de activos ou passivos financeiros ao


justo valor através de resultados e activos ou passivos financeiros disponíveis para venda são
valorizados pelo justo valor.

O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao preço que seria recebido pela venda
de um activo ou pago para transferir um passivo numa transacção ordenada entre participantes
no mercado à data da mensuração.

3.b. Custo amortizado

Os instrumentos financeiros mantidos ao custo amortizado são inicialmente registados pelo


justo valor acrescido ou deduzido de custos ou proveitos directamente atribuíveis à transacção.
O reconhecimento dos juros é efectuado pelo método da taxa efectiva. Para as obrigações
do Tesouro adquiridas no âmbito da realização do aumento de capital do Banco que não têm
qualquer remuneração associada, considerou-se uma taxa efectiva nula pelo que as mesmas
se encontram registadas no balanço do Banco pelo respectivo valor nominal.

Sempre que a estimativa de pagamentos ou cobranças associadas a instrumentos financeiros


valorizados pelo seu custo amortizado seja revista, o respectivo valor de balanço é ajustado
por forma a reflectir os seus fluxos de caixa revistos. O novo custo amortizado é apurado
calculando o valor presente dos fluxos de caixa futuros revistos à taxa de juro efectiva ajustada
do instrumento financeiro. Este ajustamento no custo amortizado é reconhecido directamente
na demonstração dos resultados.

4. Reclassificação de activos financeiros

De acordo com a IAS 39, é possível reclassificar alguns activos financeiros classificados como activos
financeiros ao justo valor através de resultados ou disponíveis para venda para outras categorias de
activos financeiros, se forem cumpridos alguns requisitos, não sendo contudo permitidas reclassificações
para a categoria de activos financeiros ao justo valor através de resultados.

A reclassificação para as categorias de investimentos detidos até à maturidade apenas é possível


se o Banco tiver intenção e capacidade para manter os activos até à sua maturidade ou num futuro
previsível.

d) Ouro

O ouro é valorizado em Dólares dos Estados Unidos ao preço de fecho diário disponível na bolsa de
Nova Iorque. As valias potenciais provenientes da valorização ao justo valor e da reavaliação cambial
são registadas em contas distintas de “Reservas de reavaliação”. As valias efectivas são registadas
na demonstração dos resultados, no momento da alienação das posições de ouro detidas. As valias
efectivas resultantes do justo valor são registadas nas rubricas “Ganhos em activos não financeiros” ou
“Perdas em activos não financeiros”, consoante se tratem de mais ou menos valias, respectivamente.
As valias efectivas resultantes da reavaliação cambial são registadas nas rubricas “Ganhos associados
a diferenças cambiais” ou “Perdas associadas a diferenças cambiais”, consoante se tratem de mais ou
menos valias, respectivamente.

Com referência à data de relato financeiro, o Banco avalia a existência de situações de evidência

92
Relatório e Contas • 2015

objectiva de imparidade, considerando para o efeito um declínio prolongado e significativo do seu valor
ao longo do tempo.

Quando existem indícios objectivos de que o ouro está com imparidade, a perda potencial acumulada na
reserva de reavaliação de justo valor é desreconhecida do capital próprio e registada nos resultados do
período, sendo que posteriores variações potenciais negativas de justo valor são sempre reconhecidas
em resultados.

As perdas por imparidade registadas em ouro são revertidas através de resultados, se houver uma
alteração positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da
imparidade.

e) Participações financeiras

As participações financeiras são registadas ao custo de aquisição, sendo os recebimentos decorrentes


das distribuições de lucros reconhecidos em resultados.

Adicionalmente, são efectuados testes de imparidade em cada data de relato financeiro, de forma a
avaliar a recuperabilidade do investimento de acordo com o previsto na IAS 36 – Imparidade de activos,
sendo registada imparidade quando existem perdas de carácter permanente.

f) Activos tangíveis

Os activos tangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição, reavaliado ao abrigo do disposto


no Decreto-Lei nº 6/96, de 26 de Janeiro, de modo a reflectir o efeito da desvalorização da moeda
nacional, sendo deduzido das respectivas depreciações e perdas por imparidade acumuladas. Os custos
de reparação, manutenção e outras despesas posteriores ao reconhecimento inicial, associadas ao seu
uso, são reconhecidos como custo do exercício. Os custos incorridos com benfeitorias que permitam um
acréscimo dos benefícios económicos futuros estimados inicialmente, bem como um aumento da vida
útil do bem, deverão ser capitalizados no valor do activo.

As depreciações são calculadas com base no método das quotas constantes e de acordo com a vida
útil estimada, correspondente ao período em que se espera que o activo esteja disponível para uso:

Anos de vida útil


Imóveis 50
Equipamento:
Mobiliário e material 10
Máquinas e ferramentas 10
Equipamento informático 3 a 10
Instalações interiores 10
Material de transporte 3
Equipamento de segurança 3 a 10
Outro equipamento 10
Obras em imóveis arrendados 3a5
Sistemas de tratamento automático de dados 3

93
No âmbito do processo de implementação das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) como
referencial contabilístico, o BNA realizou uma revisão das políticas contabilísticas, nomeadamente a
referente aos activos tangíveis, classificados na categoria de imóveis.

Esta revisão consubstanciou-se na aprovação do novo manual de políticas contabilísticas pelo


Conselho de Administração. De acordo com a norma IAS 16 – “Activos Fixos Tangíveis”, o Banco deve
escolher entre dois métodos possíveis para mensurar os activos fixos tangíveis, sendo estes o método
do custo e o método de revalorização. A política contabilística deve ser aplicada a uma classe inteira
de activos fixos tangíveis, neste caso os imóveis de uso próprio. Atendendo aos requisitos da norma e
à realidade específica do Banco, o Conselho de Administração aprovou o método do custo como política
contabilística a aplicar, sendo que os principais aspectos que suportam esta decisão são os seguintes:

• As anteriores políticas contabilísticas do Banco, que previam o modelo do custo como método
de mensuração dos imóveis de uso próprio, cumpriam a maior parte dos requisitos das IAS 16,
não tendo sido identificada a necessidade de alterar este método de mensuração.

• O modelo de revalorização acresce complexidade aos registos contabilísticos associados


a estes activos, criando necessidades de alteração de procedimentos internos e de
parametrizações do sistema informático, decorrentes dos ajustamentos de justo valor e
consequentes (i) reexpressão ou eliminação das depreciações acumuladas e (ii) reestimativa
das amortizações do exercício. Importa referir que a norma prevê que quando um item do activo
fixo tangível for revalorizado, toda a classe do activo fixo tangível à qual pertença esse activo
deve ser revalorizada.

• Conforme exposto na norma, o justo valor de edifícios deve ser determinado com base em
avaliações realizadas por peritos independentes e profissionalmente qualificados. De acordo
com a IFRS 13 – Mensuração pelo justo valor, o justo valor corresponde ao valor que seria
recebido na venda de um activo numa transacção entre entidades de mercado não relacionadas
entre si.

Contudo, não é possível determinar o justo valor destes imóveis de forma fiável, dado que em
Angola não existem transacções de mercado com activos comparáveis.

Adicionalmente, existe uma dificuldade acrescida na avaliação de alguns dos imóveis de uso
próprio do Banco, tendo em consideração as características muito específicas desses imóveis,
nomeadamente no caso do edifício sede que em 1995 foi elevado a património histórico-
cultural. A este respeito, importa ainda salientar que os imóveis do Banco não se destinam
à venda, mas ao uso no decurso das suas operações, pelo que um valor de mercado teórico
sem referência a transacções comparáveis apenas traria volatilidade acrescida aos capitais
próprios do Banco.

• No âmbito da análise de benchmark efectuada foram analisados os relatórios e contas dos


bancos centrais dos países de língua portuguesa, tendo verificado que todos eles optaram pelo
modelo do custo, como método de mensuração dos activos fixos tangíveis.

Por último, importa salientar que a norma IAS 16 prevê que os valores de balanço dos activos fixos
tangíveis, incluindo imóveis de uso próprio, devem ser deduzidos de quaisquer perdas por imparidade
acumuladas.

Neste sentido, deverá ser definida uma periodicidade para avaliação de indícios de imparidade nos

94
Relatório e Contas • 2015

activos fixos tangíveis do Banco, o que não implica a realização de avaliações de mercado, mas sim o
consumo do imóvel pelas operações pelo Banco.

Os terrenos e o património artístico detidos pelo Banco não são objecto de depreciação.

As despesas com obras em imóveis arrendados são depreciadas por um período compatível com o da
sua utilidade esperada ou do contrato de arrendamento.

Periodicamente são realizadas análises no sentido de identificar evidência de imparidade em activos


tangíveis. Sempre que o valor líquido contabilístico dos activos tangíveis exceda o seu valor recuperável
(maior de entre o valor de uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo nos
resultados do exercício, na rubrica “Imparidade de outros activos”.

O imobilizado em curso encontra-se registado pelo valor total das despesas já facturadas ao Banco,
sendo transferido para imobilizado firme quando começa a ser efectivamente utilizado, iniciando-se
então a sua amortização.

g) Activos intangíveis

Esta rubrica compreende, essencialmente, custos com a aquisição de sistemas de tratamento de dados
utilizados no desenvolvimento da actividade do Banco.

Os activos intangíveis são registados pelo seu custo de aquisição, deduzidos de depreciações e perdas
por imparidade. As depreciações são registadas pelo método das quotas constantes, ao longo do
período de vida útil estimada dos activos, o qual corresponde a um período de três anos. Anualmente
é efectuada uma análise para apuramento de eventuais perdas por imparidade. Sempre que o valor
líquido contabilístico dos activos intangíveis exceda o seu valor recuperável (maior de entre o valor de
uso e o justo valor), é reconhecida uma perda por imparidade com reflexo nos resultados do exercício,
na rubrica “Imparidade de outros activos”.

h) Benefícios dos empregados

1. Benefícios de curto prazo

Os benefícios de curto prazo tais como os salários, os subsídios de natal, férias e do 14 de Agosto são
reflectidos em resultados na rubrica de “Gastos com pessoal” no período a que respeitam, de acordo
com o princípio da especialização de exercícios.

2. Benefícios pós-emprego

O Banco estabeleceu um plano de benefícios definidos, assegurando aos seus empregados, ou às suas
famílias, o pagamento de um complemento de reforma por velhice, invalidez, reforma antecipada e
pensões de sobrevivência, relativamente às pensões a que os trabalhadores têm direito pelo facto de
estarem inscritos no regime da Segurança Social.

O Banco assegura aos reformados e respectivo cônjuge bem como aos empregados com doenças
crónicas (não abrangidas pelo seguro de saúde) o pagamento das despesas com assistência médica e
medicamentosa. Adicionalmente, o Banco oferece anualmente aos seus reformados cabazes de Natal.

O valor total das responsabilidades com pensões e compensação de reforma, por serviços passados

95
relativos ao plano de benefício definido é determinado por actuários independentes, utilizando o método
do crédito unitário projectado e registado integralmente na rubrica do passivo “Responsabilidades com
pensões e outros benefícios”, enquanto o Fundo de Pensões não for constituído.

O valor total das responsabilidades com assistência médica e medicamentosa e com cabazes de Natal é
estimado pelo Conselho de Administração, sendo reconhecido na rubrica do passivo “Responsabilidades
com pensões e outros benefícios”.

Durante o exercício de 2015, mediante a publicação do despacho nº 335/15 de 27 de Outubro, foi


constituído o fundo de pensões dos trabalhadores do BNA, sendo que o Conselho de Administração
deliberou um aporte financeiro inicial sob a forma de contribuição extraordinária a cada trabalhador
que aderiu ao plano de pensões, de forma proporcional ao tempo de serviço que cada um dedicou ao
BNA, desde a sua admissão no Banco, com a finalidade de estimular a adesão ao fundo de pensões,
bem como retribuir a contribuição dada por cada trabalhador ao desenvolvimento e consolidação
da instituição. O montante do aporte financeiro inicial é calculado com base num estudo actuarial.
As contribuições terão início a 1 de Janeiro de 2016 e prevê alterações nos actuais benefícios pós-
emprego.

i) Provisões e passivos contingentes

Uma provisão é constituída quando existe uma obrigação presente (legal ou construtiva) resultante
de eventos passados relativamente à qual seja provável o futuro dispêndio de recursos, e este possa
ser determinado com fiabilidade. O montante da provisão corresponde à melhor estimativa do valor a
desembolsar para liquidar a responsabilidade na data do balanço. De acordo com o n.º 2 do artigo 5.º da
Lei Orgânica do Banco, o Conselho de Administração pode criar outras reservas e provisões destinadas
a cobrir riscos de depreciação ou prejuízos a que determinadas naturezas de activos ou operações
estejam particularmente sujeitas.

De acordo com a decisão definida e aprovada pelo Banco em 2013, a provisão para riscos de mercado
poderá corresponder até 5% do valor de balanço das posições em activos sobre o exterior, tendo uma
natureza equivalente a uma reserva, dado que apresenta um carácter de permanência, destinando-
se a cobrir riscos potenciais de balanço numa perspectiva de médio e longo prazo, considerando
evoluções inesperadas dos mercados financeiros, assim como o agravamento generalizado do risco
de crédito. Os seus reforços e reposições são efectuados por contrapartida de resultados, conforme
definido no artigo 88.º da Lei Orgânica do Banco. A 31 de Dezembro de 2015, a provisão para riscos
de mercado corresponde a 2,5% do valor de balanço dos títulos de dívida soberana estrangeira, a
5% do valor de balanço das aplicações geridas por entidades externas e a 1% do valor de balanço
dos depósitos a prazo, uma vez que corresponde à melhor estimativa do Conselho de Administração
relativamente à exposição ao risco de mercado das referidas posições activas. Em 31 de Dezembro de
2014, correspondia a 2% do valor de balanço dos títulos de dívida soberana estrangeira e 3,5% do valor
do balanço das aplicações geridas por entidades externas.

A rubrica “Provisão para riscos diversos” inclui provisões para cobrir potenciais responsabilidades
de natureza específica, nomeadamente execução de garantias prestadas ou outros compromissos,
abertura de contingências relativas a questões cambiais e outras responsabilidades ou contingências
legais.

Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os passivos
contingentes são apenas objecto de divulgação, a menos que a possibilidade da sua concretização seja
remota.

96
Relatório e Contas • 2015

j) Garantias prestadas e compromissos irrevogáveis

As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em


rubricas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos
reconhecidos em resultados ao longo do período de vida das operações.

k) Impostos

Considerando as alterações regulamentares em sede de imposto de consumo que ocorreram durante


o exercício de 2014, através da aprovação do Decreto-Legislativo Presidencial n.º 3-A/14, de 21 de
Outubro de 2014, bem como as alterações que já haviam sido introduzidas pelo Decreto Presidencial
n.º 7/11, de 30 de Dezembro, o Banco Nacional de Angola encontra-se a analisar o enquadramento da
isenção prevista no artigo 92º da Lei n.º 16/2010, de 15 de julho à luz do referido Decreto-Legislativo
Presidencial. Ate à presente data ainda não foram concluídos os trabalhos de enquadramento, porém
apenas foram identificadas possíveis contingências não mensuradas. Verificou-se durante o exercício
de 2015, tal como no passado, o pagamento de direitos alfandegários e inerentes sobre a importação
de mercadorias e de outros impostos que não se inserem no âmbito da isenção prevista na sua Lei
Orgânica.

l) Capital social

Os aumentos de capital são reconhecidos na rubrica do capital próprio de “Capital”, no momento em


que são subscritos. O montante não realizado é registado numa rubrica de “Devedores por capital não
realizado”.

m) Reservas e resultados transitados

As reservas do Banco são constituídas e movimentadas de acordo com o estabelecido no artigo 89º da
Lei Orgânica do Banco e dividem-se entre (i) a reserva legal e (ii) outras reservas que o Conselho de
Administração delibere.

Os resultados transitados representam resultados de períodos anteriores que se encontram a aguardar


aplicação por parte do Conselho de Administração.

n) Demonstrações dos fluxos das operações em moeda estrangeira

Para efeitos da preparação das demonstrações dos fluxos das operações em moeda estrangeira, o
Banco considera como caixa e seus equivalentes em moeda estrangeira todos os depósitos à ordem e
todos os depósitos a prazo, partes integrantes das rubricas “Caixa e disponibilidades em instituições
de crédito” (Nota 4) e “Aplicações em instituições de crédito” (Nota 5).

o) Principais estimativas e incertezas associadas à aplicação das políticas contabilísticas

Na preparação das demonstrações financeiras do Banco são utilizadas estimativas e valores futuros
esperados. Estas estimativas são subjectivas por natureza e podem afectar o valor dos activos e
passivos, proveitos e custos, assim como de passivos contingentes divulgados. As estimativas com
maior impacto nas demonstrações financeiras do Banco incluem as abaixo apresentadas.

1. Pensões de reforma e sobrevivência e compensação por reforma

97
As responsabilidades por pensões de reforma e sobrevivência e por compensação de reforma
são estimadas tendo por base avaliações actuariais efectuadas por peritos externos. Estas
estimativas incorporam um conjunto de pressupostos financeiros e actuariais, nomeadamente
a taxa de desconto, tábuas de mortalidade, invalidez, crescimento das pensões e dos salários,
entre outros. Não obstante a Lei Geral do Trabalho de 7/15, de 15 de Junho que revoga a Lei nº
2/2000, de 11 de Fevereiro, extinguir as responsabilidades com a compensação de reforma aos
trabalhadores, o Conselho de Administração encontra-se a analisar o enquadramento legal das
actuais responsabilidades com compensações de reforma devidas aos trabalhadores do Banco.

Os pressupostos adoptados correspondem à melhor estimativa do Conselho de Administração


quanto ao comportamento futuro das referidas variáveis.

2. Responsabilidades com cabazes e assistência médica e medicamentosa dos reformados

As responsabilidades com cabazes de Natal e assistência médica e medicamentosa dos


reformados são estimadas pelo Banco, tendo por base pressupostos actuariais e financeiros,
nomeadamente a taxa de desconto, a taxa de inflação e as tábuas de mortalidade.

O Banco considera que as responsabilidades registadas nas demonstrações financeiras


reflectem de forma adequada a melhor estimativa na data de balanço dos montantes a
desembolsar.

3. Determinação de perdas por imparidade em activos financeiros disponíveis para venda

De acordo com os requisitos de valorização destes activos, as menos-valias resultantes da


desvalorização do respectivo valor de mercado são reconhecidas por contrapartida de reservas
de reavaliação de justo valor. Sempre que exista evidência objectiva de imparidade, as menos-
valias acumuladas que tenham sido reconhecidas na reserva de reavaliação de justo valor
devem ser transferidas para custos do exercício.

No caso de instrumentos de dívida classificados nesta categoria, as menos-valias são


transferidas da reserva de reavaliação para resultados sempre que existam indícios de
que possa vir a ocorrer incumprimento dos fluxos de caixa contratuais, nomeadamente, por
dificuldades financeiras do emitente, existência de incumprimento de outras responsabilidades
financeiras, ou uma degradação significativa do rating do emitente.

4. Provisões para riscos de mercado e riscos diversos

O plano de contas do Banco prevê a existência de uma provisão para riscos de mercado e
uma provisão para riscos diversos. Estas provisões possuem uma natureza equivalente a
uma reserva, embora os seus reforços e reposições sejam efectuados directamente por
contrapartida da demonstração de resultados. A definição do montante da Provisão para riscos
de mercado tem em consideração os critérios de prudência de gestão apropriados no contexto
dos investimentos do Banco em activos financeiros nos mercados internacionais. A provisão
para riscos diversos tem em vista a cobertura de outros riscos e contingências futuras, sendo os
montantes apurados com base em critérios de prudência para os outros elementos patrimoniais
e extrapatrimoniais.

Os pressupostos adoptados para estas duas provisões correspondem à melhor estimativa do

98
Relatório e Contas • 2015

Conselho de Administração quanto ao comportamento futuro das referidas variáveis.

5. Determinação de perdas por imparidade em Operações de financiamento às instituições de


crédito relacionadas com operações de política monetária

As perdas por imparidade sobre as operações de financiamento às instituições de crédito


relacionadas com operações de política monetária têm em consideração critérios de prudência,
tendo em vista a cobertura de riscos e contingências futuras. Os pressupostos adoptados para
a determinação das perdas de imparidade correspondem à melhor estimativa do Conselho de
Administração.

As Operações de financiamento às instituições de crédito detidas em 100% pelo Estado


Angolano não são sujeitas a perdas por imparidade.

3 – OURO
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Oz (*) Montante Oz (*) Montante
Ouro 592 901 85 106 242 592 901 72 231 818

(*) 1 onça de ouro fino = 31,103481 gramas de ouro fino.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o Banco detém 592.901 onças de ouro (Oz) a um custo médio de 1.695,91 USD,
sendo o seu valor de mercado nestas datas de 1.060,18 USD e 1.184,37 USD, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a reserva de reavaliação de justo valor referente à posição de ouro regista uma
menos valia potencial que ascende a mAOA 50.953.833 e mAOA 31.197.569 respectivamente (Nota 19).

Durante os exercícios de 2015 e 2014, o Banco não reconheceu perdas por imparidade do ouro, tendo registado na
reserva de justo valor as mais ou menos valias potenciais resultantes da valorização deste activo.

99
4 – CAIXA E DISPONIBILIDADES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
No exterior
Depósitos à ordem 245 764 198 211 542 012
No país
Depósitos à ordem
Em moeda estrangeira 595 772
Valor aplicado 730 647 327 115
Perdas por imparidade - -
Em moeda nacional 651 651
Notas e moedas em caixa
Em moeda estrangeira 13 561 014 16 454
Em moeda nacional - 47
Fundo de maneio
Em moeda nacional 5 432 4 539
14 893 516 348 806
260 657 714 211 890 818

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, fazem parte da rubrica “No país – Notas e moedas em caixa – Fundo de maneio”,
os meios físicos existentes nas tesourarias de Luanda e de cada uma das delegações regionais, sendo o seu controlo
efectuado regularmente por meio de inventários físicos.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os saldos apresentados na rubrica “No país – Notas e moedas em caixa – Em
moeda estrangeira” encontram-se maioritariamente denominados em Dólares dos Estados Unidos.

A rubrica “Depósitos à ordem no Exterior” incluí o valor de 660 milhões dólares norte americanos, correspondente a
89.308 milhões de Kwanzas a 31 de Dezembro de 2015, que referem-se a contas garantia, reserva e caução no âmbito
do Protocolo de entendimento Brasil Angola. (Nota 21)

100
Relatório e Contas • 2015

5 – APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
No exterior
Depósitos a prazo
Valor aplicado 1 216 574 172 1 117 014 525
Juros a receber 1 999 977 2 374 914
Aplicações subordinadas - 125 227
1 218 574 149 1 119 514 666
No país
Depósitos a prazo
Valor aplicado 19 755 990 15 017 998
Juros a receber - 30 763
Perdas por Imparidade (6 585 330) -
13 170 660 15 048 761
1 231 744 809 1 134 563 427

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a composição da rubrica “Depósitos a prazo – Valor aplicado” em termos de prazos
residuais até ao vencimento é a seguinte:

2015
Entre 1 a 3 Entre 3 e 6
Até 1 mês Mais 6 meses Total
meses meses
Depósitos a prazo (valor aplicado)
No exterior 355 896 318 286 423 490 252 613 251 321 641 113 1 216 574 172
No país - 19 755 990 - - 19 755 990
355 896 318 306 179 480 252 613 251 321 641 113 1 236 330 162

2014
Entre 1 a 3 Entre 3 e 6
Até 1 mês Mais 6 meses Total
meses meses
Depósitos a prazo (valor aplicado)
No exterior 254 289 270 266 933 848 378 374 071 217 417 337 1 117 014 525
No país - 15 017 998 - - 15 017 998
254 289 270 281 951 846 378 374 071 217 417 337 1 132 032 523

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “No exterior – Depósitos a prazo” representa as aplicações do BNA em
bancos internacionais, com prazos máximos até um ano e remuneradas a uma taxa média anual de 0,80% e 0,81%,
respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “No país – Depósitos a prazo” corresponde integralmente a uma
aplicação detida junto de uma instituição financeira bancária nacional, denominada em Dólares dos Estados Unidos e
remunerada a uma taxa média anual de 3,07%.

Em 31 de Dezembro de 2015, o Banco registou uma perda por imparidade de mAOA 6.585.330, relativa as sua aplicações
a prazo. Esta perda por imparidade equivale a 33,3% do referido valor aplicado, uma vez que o montante de mAOA

101
13.170.660 corresponde à melhor estimativa do Conselho de Administração relativamente à recuperabilidade deste
activo.

Em 31 de Dezembro de 2014, a rubrica “Aplicações subordinadas” corresponde a um depósito mantido junto do


AfreximBank para realização de capital subscrito, tendo o mesmo sido desmobilizado no exercício de 2015.

6 – OPERAÇÕES DE FINANCIAMENTO ÀS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO RELACIONADAS COM OPERAÇÕES


DE POLÍTICA MONETÁRIA
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Encargos Valor líquido Encargos Valor líquido
Instituição financeira Valor absorvido Imparidade Valor absorvido Imparidade
a pagar de Balanço a pagar de Balanço
Banco Económico 143 706 722 - (28 954 410) 114 752 312 88 653 766 91 632 - 88 745 398
Banco de Poupança e Crédito 81 410 355 - - 81 410 355 - - - -
Banco Angolano de Negócios e Crédito 13 000 000 - (4 015 142) 8 984 858 - - - -
238 117 077 - (32 969 552) 205 147 525 88 653 766 91 632 - 88 745 398

Esta rubrica inclui as operações activas realizadas em mercado aberto, nomeadamente, operações de redesconto e
depósitos overnight.
Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Operações de redesconto” apresenta a seguinte distribuição por
instituição financeira:

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, estas instituições financeiras detêm Obrigações de Tesouro a garantir parte das
operações de redesconto bancário nos montantes de mAOA 115.454.417 e mAOA 34.260.766, respectivamente.
Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, as operações de redesconto têm prazos de 29 e 30 dias respectivamente, e são
remuneradas a uma taxa média anual de 15% e 7,64%, respectivamente.

As operações de redesconto visam ceder liquidez por prazo mais alargado às instituições financeiras bancárias, na
qualidade de prestamista de última instância. Estas operações são concedidas a exclusivo critério do BNA, mediante
solicitação formal da instituição financeira, sendo realizadas com o compromisso de recompra dos activos dados em
garantia. Em 31 de Dezembro de 2015, o Banco registou uma perda por imparidade no montante de mAOA 32.969.552,
equivalente a 33,3% do valor de balanço deduzido dos colaterais inerentes às “Operações de redesconto”, uma vez
que corresponde à melhor estimativa do Conselho de Administração relativamente à exposição ao risco de mercado
das referidas posições activas. Em 31 de Dezembro de 2015, os colaterais inerentes às “Operações de redesconto”
referentes Banco Económico e Banco Angolano de Negócios e Crédito, ascendem, mAOA 56.483.491 e mAOA 954.574,
respectivamente.

Os depósitos overnight são disponibilizados pelo Banco Nacional de Angola, sendo executados por iniciativa directa
das instituições financeiras bancárias.

102
Relatório e Contas • 2015

7 – ACTIVOS FINANCEIROS
A rubrica de instrumentos financeiros apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor através de resultados
Aplicações geridas por entidades externas 724 121 967 566 238 487
Activos financeiros disponíveis para venda
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros
Valor nominal 843 563 046 724 113 910
Variações de justo valor (Nota 19) (3 862 817) (1 808 860)
Rendimentos a receber 12 772 063 13 075 914
Organismos financeiros internacionais
Valor nominal 302 132 280 241 336 037
Variações de justo valor (Nota 19) (640 984) (3 299 878)
Rendimentos a receber 1 291 269 1 822 246
1 155 254 857 975 239 369
1 879 376 824 1 541 477 856
Activos internos
Investimentos detidos até à maturidade
Obrigações do Tesouro
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos 56 053 142 42 791 092
Juros a receber 528 282 403 291
56 581 424 43 194 383
Activos financeiros recebidos em aumento de capital
Obrigações do Tesouro 174 440 000 174 440 000
231 021 424 217 634 383
2 110 398 248 1 759 112 239

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a desagregação da rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de resultados
– Aplicações geridas por entidades externas” por tipologia de instrumento financeiro é a seguinte:

2015 2014
Aplicações geridas por entidades externas
Instrumentos de dívida:
Dívida pública e corporate 295 106 088 311 883 712
Dívida estruturada com capital garantido 47 235 220 34 914 987
Instrumentos de capital:
Fundos de capital de risco 79 376 842 71 882 415
Fundos de investimento mobiliário 28 830 709 55 139 663
Fundos de investimento imobiliário 65 299 702 44 406 331
Fundos de investimento alternativo (hedge funds) 13 285 162 5 783 926
Outros instrumentos de capital (5 371 870) 17 387 174
Depósitos e outros activos monetários 200 360 114 24 840 279
724 121 967 566 238 487

103
A rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de resultados – Aplicações geridas por entidades externas” diz
respeito a investimentos em activos de carteira discricionária. As responsabilidades futuras assumidas pelo BNA
para chamadas de capital decorrentes de investimentos em fundos de investimento alternativo junto de dois gestores
externos, registadas em contas extrapatrimoniais, ascendiam em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a aproximadamente
mAOA 15.606.019 e mAOA 14.378.706, respectivamente (Nota 21).

Os resultados da valorização destas aplicações ao seu justo valor são reflectidos na rubrica da demonstração de
resultados “Resultados de activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados” (Nota 26).

A 31 de Dezembro de 2015 a rubrica “Activos financeiros ao justo valor através de resultados – Aplicações geridas
por entidades externas” inclui o montante de 52.555.699 milhares de kwanzas correspondente ao justo valor negativo
de instrumentos financeiros derivados e a 31 de Dezembro de 2014 o montante de 33.793.620 milhares de Kwanzas.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a composição da rubrica “Títulos de dívida soberana estrangeira – Valor nominal”
em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2015
Entre 1 a 3 Entre 3 e 5 Mais de 5
Até 1 ano Total
anos anos anos
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros 78 114 178 322 517 837 352 964 576 89 966 455 843 563 046
Organismos financeiros internacionais 48 161 450 204 393 100 13 531 500 36 046 230 302 132 280
126 275 628 526 910 937 366 496 076 126 012 685 1 145 695 326

2014
Entre 1 a 3 Entre 3 e 5 Mais de 5
Até 1 ano Total
anos anos anos
Títulos de dívida soberana estrangeira
Emissores públicos estrangeiros 62 394 726 218 679 940 276 872 774 166 166 470 724 113 910
Organismos financeiros internacionais 12 519 500 113 789 312 87 433 550 27 593 675 241 336 037
74 914 226 332 469 252 364 306 324 193 760 145 965 449 947

Os resultados da valorização dos títulos de dívida soberana estrangeira ao seu justo valor são reflectidos nos Capitais
Próprios na rubrica “Reserva de reavaliação” (Nota 19).
Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os títulos de dívida soberana estrangeira são remunerados a uma taxa média
anual de 1,59% e 1,56%, respectivamente.

104
Relatório e Contas • 2015

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a desagregação por prazos residuais das Obrigações do Tesouro classificadas nas
rubricas de “Investimentos detidos até à maturidade” e de “Activos financeiros recebidos em aumento de capital” é a
seguinte:

2015
Entre 1 a 3 Entre 3 e 5 Mais de 5
Até 1 ano Total
anos anos anos
Investimentos detidos até à maturidade
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos - 56 053 142 - - 56 053 142
Activos financeiros recebidos em aumento de capital
Obrigações do Tesouro - - - 174 440 000 174 440 000

2014
Entre 1 a 3 Entre 3 e 5 Mais de 5
Até 1 ano Total
anos anos anos
Investimentos detidos até à maturidade
Indexadas à taxa de câmbio do Dólar dos Estados Unidos - 42 791 092 - - 42 791 092
Activos financeiros recebidos em aumento de capital
Obrigações do Tesouro - - - 174 440 000 174 440 000

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, as Obrigações do Tesouro classificadas na categoria de investimentos detidos até
à maturidade são remuneradas a uma taxa média anual de 8,00%.

As valias associadas à variação do valor nominal das Obrigações do Tesouro indexadas a taxa de câmbio do Dólar dos
Estados Unidos são reconhecidas pelo método da taxa efectiva na rubrica da demonstração dos resultados “Juros e
rendimentos similares” (Nota 22).

O saldo da rubrica “Activos financeiros recebidos no aumento de capital” diz respeito a Obrigações do Tesouro emitidas
pelo Ministério das Finanças para realização de parte do capital social subscrito no exercício de 2011, tal como definido
na Lei n.º16/10 de 15 de Junho, Lei do BNA. Estes títulos caracterizam-se por não apresentarem remuneração associada
e possuírem uma maturidade de 20 anos.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o Banco não detinha quaisquer activos financeiros em incumprimento nas
categorias de Activos financeiros ao justo valor através de resultados, Activos financeiros disponíveis para venda e
Investimentos detidos até à maturidade.

105
8 – FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, as posições activas e passivas junto do Fundo Monetário Internacional (FMI) têm
a seguinte composição:

2015 2014
Activos sobre o exterior
Quota FMI 44 007 563 43 318 798
Direitos de saque especiais 35 158 153 35 055 552
79 165 716 78 374 350
Responsabilidades externas
Atribuição de direitos de saque especiais 41 998 438 41 307 738
Conta títulos 37 439 101 41 744 409
Standby Arrangement 17 052 931 54 148 497
Contas nº1 / nº2 6 590 750 1 596 327
Ajustamentos do FMI a regularizar - 20 309 990
103 081 220 159 106 961

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Activos sobre o exterior – Quota FMI” corresponde à participação inicial
da República de Angola, equivalente a 286.300.000 Direitos de Saque Especiais (“DSE”).

A rubrica “Responsabilidades externas – Standby Arrangement” representa as responsabilidades assumidas


pela República de Angola referentes a financiamentos obtidos junto do FMI, sendo estes denominados em DSE. O
reembolso do empréstimo obtido iniciou-se em Fevereiro de 2013, tendo sido liquidados nos exercícios de 2015 e 2014
os montantes de 246.934 mDSE e 329.245 mDSE, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a taxa de câmbio de AOA para DSE corresponde a aproximadamente 0,00650570
e 0,00660914, respectivamente.

9 – INVESTIMENTOS EM ASSOCIADAS E OUTRAS ENTIDADES


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

Durante o exercício de 2015, o BNA desreconheceu a participação e a aplicação subordinada que detinha junto do
AfreximBank (Nota 5).

2015 2014
No exterior
Afrexim Bank - 499 914
Participação - 5 885
Dividendos a receber - 505 799
No país
EMIS, SARL 395 823 430 360
395 823 936,159

106
Relatório e Contas • 2015

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o BNA detém uma participação de 41% e 43% do capital da EMIS Empresa
Interbancária de Serviços S.A., respectivamente, registada ao custo de aquisição, cujo objectivo social é a gestão da
rede multicaixa e a consolidação do sistema de pagamentos de retalho de Angola. Conforme estabelecido no mandato
que autoriza esta participação social, o BNA tem vindo a reduzir a sua participação, tendo passado de uma participação
maioritária de 51% para os actuais 41%, estando em curso acções que visam a progressiva redução dessa participação.

10 – ACTIVOS TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS


Os movimentos ocorridos nas rubricas de imobilizações corpóreas, incorpóreas e em curso durante os exercícios de
2015 e 2014 foram os seguintes:

Saldo em 31-12-2014 Movimentos decorridos no exercício de 2015 Saldo em 31-12-2015

Abates

Amortizações Amortizações Amortizações


Valor Bruto Valor Líquido Aquisições Valor Bruto (Amortizações) Transferências Valor Bruto Valor Líquido
acumuladas do exercício acumuladas

Activos tangíveis

Imóveis 19 015 270 (4 229 512) 14 785 758 787 772 (494 086) - - 2 929 581 22 732 623 (4 723 598) 18 009 025

Equipamento 5 845 751 (2 411 336) 3 434 415 978 714 (719 232) (39 108) 28 059 - 6 785 357 (3 102 509) 3 682 848

Património artístico 51 968 - 51 968 - - (321) 225 - 51 647 225 51 872

Activos tangíveis em curso 7 782 112 - 7 782 112 4 476 440 - - - (2 929 581) 9 328 970 - 9 328 970

32 695 101 (6 640 848) 26 054 252 6 242 926 (1 213 318) (39 429) 28 284 - 38 898 597 (7 825 882) 31 072 715

Activos intangíveis

Software 2 712 718 (1 981 351) 731 367 417 479 (494 103) - - - 3 130 197 (2 475 452) 654 745

35 407 819 (8 622 199) 26 785 619 6 660 405 (1 707 421) (39 429) 28 284 - 42 028 794 (10 301 334) 31 727 460

Saldo em 31-12-2013 Movimentos decorridos no exercício de 2014 Saldo em 31-12-2014

Abates

Amortizações Amortizações Amortizações


Valor Bruto Valor Líquido Aquisições Valor Bruto (Amortizações) Transferências Valor Bruto Valor Líquido
acumuladas do exercício acumuladas

Activos tangíveis

Imóveis 18 091 460 (3 832 249) 14 259 211 462 747 (397 263) - - 461 063 19 015 270 (4 229 512) 14 785 758

Equipamento 5 691 835 (2 084 850) 3 606 985 633 857 (806 415) (479 941) 479 929 - 5 845 751 (2 411 336) 3 434 415

Património artístico 51 968 - 51 968 - - - - - 51 968 - 51 968

Activos tangíveis em curso 3 836 047 - 3 836 047 4 407 128 - - - (461 063) 7 782 112 - 7 782 112

27 671 310 (5 917 099) 21 754 211 5 503 732 (1 203 678) (479 941) 479 929 - 32 695 101 (6 640 848) 26 054 252

Activos intangíveis

Software 2 942 529 (1 635 934) 1 306 595 569 490 (1 144 718) (799 301) 799 301 - 2 712 718 (1 981 351) 731 367

30 613 839 (7 553 033) 23 060 806 6 073 222 (2 348 396) (1 279 242) 1 279 230 - 35 407 819 (8 622 199) 26 785 619

107
Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Activos tangíveis em curso” refere-se às seguintes obras em curso, por
delegação:

2015 2014
Luanda 8 569 963 5 539 924
Moxico 541 225 -
Cuando-Cubango 151 998 -
Cabinda 65 784 400 935
Benguela - 1 768 849
Huila - 71 013
Uíge - 1 391
9 328 970 7 782 112

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o saldo da rubrica “Luanda” inclui, essencialmente, o investimento que tem vindo
a ser efectuado na edificação do Museu da Moeda, bem como reflecte igualmente o contínuo investimento na melhoria
das instalações do edifício sede do Banco.

Em 2015, a diminuição verificada na rubrica “Cabinda” é explicada essencialmente pela conclusão da construção de
uma sala de recontagem e destruição automática de notas nessa província, a par do que já sucedeu na sede e noutras
delegações regionais.

Em 2014, o saldo da rubrica “Benguela” corresponde à construção do centro de formação do BNA na delegação regional
de Benguela e à reabilitação da residência de função que foram concluídas durante o exercício de 2015.

11 – OUTROS VALORES ACTIVOS


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Devedores e outras aplicações
Devedores diversos 25 958 716 25 958 716
"Valores a receber ao abrigo do Acordo de Conversão
13 539 567 -
Monetária com o Banco da Namíbia”
Devedores por capital não realizado 13 027 112 21 764 407
Pessoal 3 670 094 2 957 709
Adiantamentos a fornecedores 129 058 3 465 690
Governo Central - 67 049
Despesas com encargo diferido
Emissões de notas e moedas 8 753 146 7 388 173
Fornecimentos e serviços de terceiros 11 247 34 783
Outros activos
Depósitos de transgressões cambiais (Nota 17) 3 327 617 1 249 089
Economato 428 795 300 908
Contas de regularização 1 235 869 10 001
70 081 221 40 852 267

108
Relatório e Contas • 2015

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Devedores e outras aplicações – Devedores diversos” apresenta o
seguinte detalhe:

2015 2014
Operações pendentes de regularização 25 848 219 2 790 126
Suprimentos EMIS 103 614 103 614
Cauções a receber 6 883 2 800
Condomínio das flores - 638 068
Condomínio nova vida - 79 850
25 958 716 3 614 458

Em 31 de Dezembro de 2015, o saldo da rubrica “Operações pendentes de regularização” corresponde essencialmente


às operações de esterilização da Conta Única do Tesouro e recebimentos em nome do Tesouro, realizados no final deste
exercício.

Em 31 de Dezembro de 2015, o saldo da rúbrica “Devedores e outras aplicações – Valores a receber ao abrigo do
Acordo de Conversão Monetária com o Banco da Namíbia” corresponde essencialmente aos valores em Kwanzas, a
serem repatriados para Angola no âmbito do Acordo de Conversão Monetária com o Banco da Namíbia, celebrado em
22 de Setembro de 2014.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o saldo da rubrica “Devedores e outras aplicações – Devedores por capital não
realizado” corresponde ao valor que se encontra por realizar pelo Ministério das Finanças, referente ao aumento de
capital social que visa cumprir com o artigo n.º 4 da Lei Orgânica do BNA.

Nos exercícios de 2015 e 2014, a variação no saldo desta rubrica decorre dos seguintes movimentos:

Saldo em 31 de Dezembro de 2013 61 579 350


Reduções do exercício de 2014
Emissão de Obrigações do Tesouro 31 290 000
Afectação de dividendos a distribuir relativo ao exercício de 2013
Exercício de 2013 8 524 943
Saldo em 31 de Dezembro de 2014 21 764 407
Reduções do exercício de 2015
Afectação de dividendos a distribuir relativo ao exercício de 2014
Exercício de 2014 8 737 295
Saldo em 31 de Dezembro de 2015 13 027 112

Durante o exercício de 2014, o Ministério das Finanças emitiu obrigações do Tesouro não indexadas, de cupão zero, no
valor de mAOA 31.290.000 para realização de parte desse capital social (Nota 7).

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o saldo da rubrica “Devedores e outras aplicações - Pessoal” pode ser detalhado
da seguinte forma:

2015 2014
Projectos habitacionais 3.311.679 2.563.000
Fundo social 358.415 394.709
3.670.094 2.957.709

109
No âmbito da política social vigente no BNA e por forma a prestar apoio na obtenção de habitação própria, o Conselho
de Administração decidiu adquirir lotes de apartamentos para atribuição aos seus colaboradores na modalidade de
renda resolúvel. Neste contexto, o saldo da rubrica “Projectos habitacionais” representa o montante em dívida não
subsidiado pelo BNA que será reembolsado pelos trabalhadores.

A rubrica “Fundo social” diz respeito ao montante a receber referente a ajudas extraordinárias concedidas pelo Banco
aos seus colaboradores para pagamento de despesas pontuais de cariz pessoal. Estes valores são posteriormente
cobrados aos respectivos beneficiários, juntamente com o processamento salarial.

A rubrica “Devedores e outras aplicações – Adiantamentos a fornecedores” corresponde integralmente aos montantes
adiantados à empresa produtora de notas e moedas nacionais.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o saldo da rubrica “Emissões de notas e moedas” corresponde as despesas
associadas à produção de notas e moedas de Kwanza. Os custos incorridos com a sua produção são inicialmente
registados nesta rubrica e depois reconhecidos linearmente em resultados, ao longo do período de vida útil das
mesmas, actualmente estimado em 5 anos.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, as despesas com produção de notas e moedas apresentam a seguinte distribuição:

2015 2014
Notas 7.468.469 6.543.971
Moedas 1.284.677 844.202
8.753.146 7.388.173

12 – NOTAS E MOEDAS EM CIRCULAÇÃO


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Emissão monetária
Notas emitidas 698 307 468 640 483 815
Moedas emitidas 1 799 507 915 407
Notas e moedas para circulação
Notas (180 222 506) (163 413 874)
Moedas (296 573) (10 591)
519 587 896 477 974 757

Esta rubrica representa a produção de notas e moedas que o Banco Nacional de Angola colocou no mercado como
instrumento de troca nas relações comerciais do país, deduzido dos valores faciais que o BNA detém nas suas casas
fortes e que aguardam a entrada em circulação no mercado ou destruição, por já não apresentarem as condições físicas
necessárias para circulação.

Os custos associados à depreciação anual das notas estão reflectidos na rubrica “Outros valores activos – Despesas
com encargo diferido” (Nota 11), os quais são reconhecidos linearmente em resultados do exercício, após entrada em
circulação, ao longo da vida útil estimada das notas, estabelecido actualmente em 5 anos.

110
Relatório e Contas • 2015

13 – RESPONSABILIDADES PARA COM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO NACIONAIS RELACIONADAS COM


OPERAÇÕES DE POLÍTICA MONETÁRIA
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Reservas bancárias
Em moeda nacional 979 987 436 452 552 934
Em moeda estrangeira 131 730 985 307 162 522
1 111 718 421 759 715 456
Mercado monetário interbancário
Operações ocasionais de absorção de liquidez 24 933 131 216 481 673
Valor absorvido 24 850 000 215 005 570
Encargos a pagar 83 131 1 476 103
Operações permanentes de absorção de liquidez 18 980 998 -
Depósitos overnight - 126 474 000
43 914 129 342 955 673
1 155 632 550 1 102 671 129

A rubrica “Reservas bancárias” representa os depósitos em moeda nacional e moeda estrangeira efectuados pelas
instituições financeiras bancárias nacionais, visando satisfazer as exigências legais relativas aos níveis mínimos de
reservas obrigatórias definidos pelo Banco Central, os quais não são remunerados.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o coeficiente considerado para o apuramento das reservas bancárias em moeda
nacional ascende a 25% e 15%, respectivamente, sobre a base de incidência.

A rubrica “Mercado monetário interbancário” representa as operações de absorção de liquidez, realizadas em moeda
nacional, destinadas a gerir a liquidez do sistema bancário nacional.

Em 31 de Dezembro de 2015, as operações permanentes de absorção de liquidez dizem respeito a operações de


absorção com duração de sete dias, de acordo com a Directiva nº 13/DMA/15, de 28 de Dezembro, e apresentam a
seguinte distribuição por instituição financeira:

2015
Instituição financeira Valor absorvido
Banco de Negócios Internacional 8 000 998
Banco Angolano de Investimentos 8 000 000
Banco de Comércio e Indústria 2 000 000
Banco Privado Atlântico 980 000
18 980 998

111
Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, as responsabilidades do BNA pela realização de “Operações ocasionais de
absorção de liquidez” em mercado aberto apresentam a seguinte distribuição por instituição financeira:

2015 2014
Valor Encargos a Valor Encargos a
Instituição financeira Total Total
absorvido pagar absorvido pagar
Banco de Fomento de Angola 9 000 000 35 808 9 035 808 98 655 092 990 329 99 645 421
Banco Kwanza Invest 4 800 000 28 337 4 828 337 - - -
Banco Angolano de Investimentos 4 000 000 2 106 4 002 106 93 681 613 390 131 94 071 744
Standard Chartered Bank de Angola 3 050 000 9 503 3 059 503 - - -
Banco de Comércio e Indústria 2 000 000 3 576 2 003 576 2 260 622 9 399 2 270 021
Banco de Crédito do Sul 1 000 000 3 066 1 003 066 - - -
Banco Regional do Keve 500 000 556 500 556 5 808 084 26 362 5 834 446
Banco de Negócios Internacional 500 000 179 500 179 392 459 514 392 973
Standard Bank Angola - - - 12 000 000 54 768 12 054 768
Finibanco - - - 1 750 000 4 536 1 754 536
Banco BIC - - - 457 700 64 457 764
24 850 000 83 131 24 933 131 215 005 570 1 476 103 216 481 673

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a composição da rubrica “Operações ocasionais de absorção de liquidez – Valor
absorvido” em termos de prazos residuais até ao vencimento é a seguinte:

2015
Entre 1 mês a 3
Instituição financeira Até 1 mês Total
meses
Banco de Fomento de Angola 9 000 000 - 9 000 000
Banco Kwanza Invest 2 400 000 2 400 000 4 800 000
Banco Angolano de Investimentos 4 000 000 - 4 000 000
Standard Chartered Bank de Angola 2 650 000 400 000 3 050 000
Banco de Comércio e Indústria 2 000 000 - 2 000 000
Banco de Crédito do Sul 500 000 500 000 1 000 000
Banco Regional do Keve 500 000 - 500 000
Banco de Negócios Internacional 500 000 - 500 000
21 550 000 3 300 000 24 850 000

2014
Entre 1 mês a 3
Instituição financeira Até 1 mês Total
meses
Banco de Fomento de Angola 48 651 059 50 004 033 98 655 092
Banco Angolano de Investimentos 49 953 245 43 728 368 93 681 613
Standard Bank Angola 12 000 000 - 12 000 000
Banco Regional do Keve 4 807 598 1 000 486 5 808 084
Banco de Comércio e Indústria 1 359 922 900 700 2 260 622
Finibanco 500 000 1 250 000 1 750 000
Banco BIC - 457 700 457 700
Banco de Negócios Internacional 100 959 291 500 392 459
117 372 783 97 632 787 215 005 570

112
Relatório e Contas • 2015

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a taxa média de remuneração das operações ocasionais de absorção de liquidez
é de 8,46 % e 5,65%, respectivamente.

14 – RESPONSABILIDADES INTERNAS PARA COM OUTRAS ENTIDADES


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Conta Única do Tesouro
Em moeda estrangeira 1 337 114 906 1 184 366 454
Em moeda nacional 16 251 054 19 159 983
Valores a regularizar ao FMI 27 352 478 -
1 380 718 438 1 203 526 437

Outras responsabilidades 137 973 -

A rubrica “Conta Única do Tesouro” está inserida no âmbito do protocolo celebrado em 2002 com o Ministério das
Finanças, referente à gestão da Política Fiscal e Monetária, na qual o Tesouro deposita, entre outras receitas, as
resultantes dos impostos da exploração de petróleo e dos financiamentos obtidos. A remuneração desta conta apesar
de prevista no protocolo nunca foi implementada, sendo convicção do Conselho de Administração do Banco que a
referida remuneração referente ao exercício de 2015 e exercícios anteriores não seja exigível, dado que o protocolo se
encontra actualmente em revisão.

Em 31 de Dezembro de 2015, o saldo da rubrica “Outras responsabilidades” corresponde ao valor em dívida referente
ao contrato de leasing financeiro celebrado com o Banco Económico, em Agosto de 2015, para aquisição de viaturas
ligeiras.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Responsabilidades externas para com outras entidades - Ajustamentos
do FMI a regularizar” inclui o montante de mAOA 27.352.478 referente a uma transferência efectuada pelo Ministério
das Finanças em 2008 para realização da quota de Angola junto ,do Fundo Monetário Internacional.

Adicionalmente a rubrica “Valores a regularizar ao FMI” inclui em 31 de Dezembro de 2015, que inclui o montante de
mAOA 27.352.478 referente a uma transferência efectuada pelo Ministério das Finanças em 2008 para realização da
quota de Angola junto do Fundo Monetário Internacional.

113
15 – RESPONSABILIDADES COM PENSÕES E OUTROS BENEFÍCIOS

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a estimativa das responsabilidades por serviços prestados relativamente aos
reformados e à população activa do Banco elegível ascende a:

2015 2014
Reformados
Pensões de reforma e sobrevivência 73 352 187 57 649 469
Assistência médica e medicamentosa 10 085 926 8 070 926
Cabazes de Natal 3 199 752 2 889 975

Trabalhadores no activo
Pensões de reforma e sobrevivência 51 139 349 38 989 519
Compensação de reforma 2 923 801 3 581 975
Cabazes de Natal 2 332 478 2 301 441
143 033 493 113 483 305

O Banco assumiu o compromisso, a título voluntário, de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações
pecuniárias a título de complemento de reforma por velhice, invalidez, reforma antecipada e pensões de sobrevivência
aos seus trabalhadores. Neste sentido, as responsabilidades com pensões e outros benefícios consistem em provisões
que o Conselho de Administração decidiu constituir a partir do exercício de 2010, com o objectivo de cobertura das
responsabilidades com serviços passados relativas a pensões por velhice, reforma antecipada e de sobrevivência dos
seus colaboradores, com base num plano de benefícios definido. As mesmas são calculadas através da aplicação de
60% sobre o valor do salário pensionável dos participantes elegíveis.

Durante o exercício de 2015, foi constituído o fundo de pensões dos trabalhadores do BNA, mediante a publicação
do Despacho n.º 335/15 de 27 de Outubro. As contribuições para o fundo de pensões terão início a 1 de Janeiro de
2016, sendo que o Conselho de Administração deliberou um aporte financeiro inicial sob a forma de contribuição
extraordinária a cada trabalhador que aderiu ao plano de pensões, de forma proporcional ao tempo de serviço no
Banco, desde a sua admissão, com a finalidade de estimular a adesão ao fundo de pensões, bem como retribuir a
contribuição dada por cada trabalhador ao desenvolvimento e consolidação da instituição.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o número de participantes abrangidos pelo plano de benefícios definido (plano de
pensões) é apresentado no quadro seguinte:

Número de participantes 2015 2014


Activos 1 827 1 829
Reformados e pré-reformados 1 534 1 511
3 361 3 340

As responsabilidades decorrentes do plano de pensões foram determinadas com base em estudos actuariais com
referência a 31 de Dezembro de 2015 e 2014, tendo sido utilizado o método do crédito unitário projectado.

114
Relatório e Contas • 2015

Os principais pressupostos actuariais e financeiros são os seguintes:

Pressupostos actuariais e financeiros 2015 2014


Taxa de juro 2,50% 2,50%
Taxa esperada de crescimento salarial 2,00% 2,00%
Taxa de crescimento das pensões 0,00% 0,00%
Data de retroatividade 01.01.1984 01.01.1984
Data de corte 31.12.2015 31.12.2014
Tábua de mortalidade/sobrevivência PF-60/64 PF-60/64
60 anos de idade com 60 anos de idade com
Momento de atribuição da pensão de reforma mínimo de 5 anos de mínimo de 5 anos de
serviço serviço

As responsabilidades com compensação de reforma correspondem ao montante a pagar aos colaboradores que atingem
a reforma, conforme disposto na Lei n.º 2/2000 e os artigos n.º 218º e 262 da Lei Geral do Trabalho (Nota 2.2. h). Em
31 de Dezembro de 2015, o Conselho de Administração encontra-se a analisar o tratamento a adoptar relativamente
às actuais responsabilidades com compensações de reforma devidas aos trabalhadores do Banco, pelo que o BNA não
efectuou o desreconhecimento destas responsabilidades.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o Banco reconheceu responsabilidades por serviços passados referentes à
obrigação construtiva associada à assistência médica e medicamentosa dos reformados e às despesas com os cabazes
de Natal dos reformados e dos trabalhadores activos (Nota 33).

16 – PROVISÕES
Nos exercícios de 2015 e 2014, os movimentos ocorridos na rubrica de provisões foram os seguintes:

Saldo em Saldo em Saldo em


Dotações Utilizações Dotações Utilizações Regularizações
31-12-2013 31-12-2014 31-12-2015
Provisão para riscos de
30 567 773 8 755 362 - 39 323 135 37 178 781 - - 76 501 916
mercado
Provisão para riscos
1 140 538 300 000 (154 190) 1 286 348 1 000 000 (12 744) 158 806 2 432 410
diversos
31 708 311 9 055 362 (154 190) 40 609 483 38 178 781 (12 744) 158 806 78 934 326

Em 31 de Dezembro de 2015, a provisão para riscos de mercado ascende a mAOA 76.501.916, que corresponde a 2,5%
do valor de balanço dos títulos de dívida soberana estrangeira, a 5% do valor de balanço das aplicações geridas por
entidades externas e a 1% do valor de balanço dos depósitos a prazo, uma vez que corresponde à melhor estimativa
do Conselho de Administração relativamente à exposição ao risco de mercado das referidas posições activas. Em
31 de Dezembro de 2014, o saldo da rubrica “Provisão para riscos de mercado” ascendia a mAOA 39.323.135, que
correspondia a 2% do valor de balanço dos títulos de dívida soberana estrangeira e 3,5% do valor do balanço das
aplicações geridas por entidades externas.

O saldo da rubrica “Provisão para riscos diversos” corresponde ao montante estimado para fazer face aos diversos
riscos inerentes à actividade do Banco. Em 31 de Dezembro de 2015, o Conselho de Administração decidiu constituir
uma dotação de mAOA 1.000.000 para fazer face a possíveis contingências fiscais.

115
17 – OUTROS VALORES PASSIVOS
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Credores e outros recursos
Valores a pagar ao abrigo do Acordo de Conversão Monetária
52 275 943 -
com o Banco da Namíbia
Credores diversos 10 829 784 8 278 669
Fundo habitacional 4 059 451 2 961 975
Impostos a pagar 1 106 646 348 160
Banco Mundial 80 498 -
Adiantamentos dos Bancos Comerciais 44 488 5 744 496
Encargos a pagar 2 449 724 2 325 545
Contas de regularização 201 118 6 023 538
71 047 652 25 682 383

A rubrica “Credores e outros recursos – Valores a pagar ao abrigo do acordo monetário com o Banco da Namíbia”
representa os montantes em Kwanzas repatriados pelo Banco da Namíbia (BoN) e que serão posteriormente liquidados
em Dólares dos Estados Unidos pelo Banco Nacional de Angola (BNA), no âmbito do acordo de conversão monetária
celebrado entre os dois Bancos Centrais.

A rubrica “Credores e outros recursos – Credores diversos” apresenta o seguinte detalhe:

2015 2014
Fornecedores 6 464 350 5 941 157
Depósitos de transgressões cambiais (Nota 11) 3 327 617 1 249 089
Cauções de empresas 1 037 817 789 149
Outros credores - 299 274
10 829 784 8 278 669

A rubrica “Credores e outros recursos – Fundo habitacional” corresponde à estimativa do Conselho de Administração
para financiar investimentos imobiliários de cariz social, em conformidade com o disposto na Lei Orgânica do Banco.
A rubrica “Credores e outros recursos - Impostos a pagar” corresponde essencialmente aos montantes retidos de
impostos sobre aplicações de capitais nas operações de mercado monetário interbancário durante o mês de Dezembro
2015.

A variação ocorrida na rubrica “Credores e outros recursos - Adiantamentos dos bancos comerciais” é explicada pela
entrada em funcionamento do Banco de Activos e Créditos de Angola e do Banco Prestígio.
Em 31 de Dezembro de 2015, o saldo da rubrica “Credores e outros recursos – Banco Mundial” corresponde
integralmente ao valor recebido do Tesouro para pagamento da quota da República de Angola junto da “International
Development Association” (IDA).

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Encargos a pagar” corresponde essencialmente à especialização do


subsídio de férias e do prémio de desempenho a atribuir ao pessoal e aos órgãos de gestão.
Considerando que o montante de subsídio de férias atribuído em determinado exercício são um direito adquirido no
ano imediatamente anterior, o Banco releva contabilisticamente, no final de cada exercício, o valor deste subsídio e
respectivos encargos sociais entregáveis no ano seguinte.

116
Relatório e Contas • 2015

Os prémios de desempenho a pagar ao pessoal e aos órgãos de gestão atribuídos são registados como custo no
exercício a que se referem, embora sejam pagos apenas no exercício seguinte.

Em 31 de Dezembro de 2014, a rubrica “Contas de Regularização” inclui essencialmente três operações de esterilização
da CUT e dois levantamentos de instituições financeiras bancárias efectuados nos últimos dias de 2014 que a esta data
se encontravam pendentes de compensação. Estas operações foram objecto de regularização em Janeiro de 2015.

18 – CAPITAL

O capital do BNA é de mAOA 270.000.000, podendo ser aumentado por incorporação de reservas, deliberadas pelo
Conselho de Administração e ratificadas pelo Titular do Poder Executivo (Lei n.º 16/10 de 15 de Junho).

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o capital subscrito e não realizado é de mAOA 13.027.110 e mAOA 21.764.407,
respectivamente. A variação registada é justificada pela realização do capital, por via da incorporação dos dividendos
distribuídos, com referência a 31 de Dezembro de 2014 (Nota 11).

19 – RESERVAS DE REAVALIAÇÃO
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Reserva de reavaliação de justo valor

Activos financeiros disponíveis para venda (4 503 801) (5 108 738)

Ouro (50 953 833) (31 197 569)


(55 457 634) (36 306 307)

Reservas de reavaliação cambial 357 938 224 29 269 696


302 480 590 (7 036 611)

20 – OUTRAS RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Outras reservas
Reserva legal 18 466 235 15 553 803
Reserva livre 18 354 701 15 442 269
36 820 936 30 996 072

Resultados transitados - -

117
21 – CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS
As rubricas extrapatrimoniais apresentam a seguinte composição:

2015 2014
Responsabilidades por prestação de serviços 2 862 855 973 1 883 792 852
Garantias prestadas e outros passivos eventuais 1 523 577 042 720 031 765
Notas e moedas fora de circulação 714 413 624 451 975 000
Compromissos perante terceiros
Residentes 31 813 469 45 825 368
Não residentes 15 606 019 14 378 706
Garantias recebidas 4 695 914 3 748 155
Serviços prestados por terceiros 664 854 664 854
5 153 626 895 3 120 416 700

Na rubrica “Responsabilidades por prestação de serviços” encontram-se registadas as responsabilidades do BNA


actuando enquanto custodiante dos títulos emitidos pelo Ministério das Finanças. Esta rubrica apresenta a seguinte
decomposição:

2015 2014
Responsabilidades por prestação de serviços
Obrigações do Tesouro em moeda nacional 1 934 210 948 1 274 513 722
Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira 488 303 307 234 491 638
Bilhetes do Tesouro 421 822 485 374 786 086
Outros valores depositados 18 517 826 -
Valores administrados pela instituição 1 406 1 406
2 862 855 973 1 883 792 852

A rubrica “Garantias prestadas e outros passivos eventuais” refere-se essencialmente a garantias e avales prestados e
a promissórias assumidas pelo BNA, perante entidades estrangeiras, as quais se encontram garantidas pelo Ministério
das Finanças. Nos exercícios de 2015 e 2014 esta rubrica é decomposta em:

2015 2014
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias institucionais prestadas
Financiamento da China 974 246 933 566 677 608
Financiamento do Brasil - 1 998 248
974 246 933 568 675 856
Promissórias
Promissórias definitivas da linha Brasil 502 533 975 74 683 778
Promissórias a favor de outros 46 796 133 45 656 515
Promissórias provisórias da linha Brasil - 31 015 616
549 330 108 151 355 909
1 523 577 042 720 031 765

118
Relatório e Contas • 2015

Estas responsabilidades encontram-se suportadas pelo Protocolo sobre a Gestão da Política Fiscal e Monetária
celebrado com o Ministério das Finanças. O mesmo identifica o Ministério como o responsável pelo seu pagamento,
sendo o BNA o garante da dívida em caso de incumprimento por parte do Ministério das Finanças.

A rubrica “Notas e moedas fora de circulação” é constituída integralmente pelas notas e moedas da nova família de
Kwanza que se encontram prontas para emissão, bem como pelas notas deterioradas que aguardam destruição.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a rubrica “Compromissos perante terceiros” inclui os compromissos futuros
assumidos pelo Banco para chamadas de capital decorrentes de investimentos em fundos de investimento alternativo
junto das entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão discricionária, que ascendem ao montante de
mAOA 15.606.019 e mAOA 14.378.706, respectivamente.

22 – JUROS E RENDIMENTOS SIMILARES


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Aplicações em instituições de crédito
Operações de redesconto 14 695 611 1 840 863
Depósito a prazo 7 839 939 10 552 139
Operações overnight 6 125 854 601 667
Investimentos detidos até à maturidade 17 663 447 5 559 572
Activos financeiros disponíveis para venda 13 506 018 16 367 332
Juros de crédito interno 7 615 833 -
Disponibilidades em outras instituições de crédito 357 111 202 804
Devedores e outras aplicações 5 8 261
67 803 818 35 132 638

Nos exercícios de 2015 e 2014, a rubrica “Aplicações em instituições de crédito” diz respeito essencialmente aos
ganhos obtidos com juros de depósitos a prazo e juros de operações de cedência de liquidez realizadas pelo BNA.

As rubricas “Investimentos detidos até à maturidade” e “Activos financeiros disponíveis para venda” representam os
ganhos obtidos com os juros de cupão e os rendimentos resultantes do reconhecimento pelo método da taxa efectiva
das diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) das obrigações do Tesouro Nacional
e dos títulos de dívida soberana estrangeira detidos em carteira, respectivamente.

23 – JUROS E ENCARGOS SIMILARES


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Juros de empréstimos 5 531 003 -
Recursos de instituições de crédito 2 613 756 7 611 404
Outros juros e encargos similares 30 253 -
Títulos do Banco Central - 62 197
8 175 012 7 673 601

119
No exercício de 2015, a rubrica “Juros de Empréstimos” diz respeito ao reconhecimento dos juros do financiamento
do Fundo Monetário Internacional. Em 2015, a política de reconhecimento de gastos relacionados com o Fundo foi
alterada, tendo sido registados todos os custos incorridos desde 2009.

Nos exercícios de 2015 e 2014, a rubrica “Recursos de instituições de crédito” diz respeito aos custos incorridos com
os juros das operações de absorção de liquidez realizadas pelo BNA.

24 – RENDIMENTOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Comissões recebidas por operações realizadas
por conta de terceiros
Ministério das Finanças 10 080 991 13 875 495
Comissões recebidas por serviços prestados
Sistema de Pagamentos em Tempo Real 88 735 71 522
10 169 726 13 947 017

A rubrica “Comissões recebidas por operações realizadas por conta de terceiros” refere-se a comissões arrecadadas
em consequência das transferências bancárias efectuadas em nome do Tesouro Nacional, nos termos do protocolo
celebrado entre o BNA e o Ministério das Finanças.

25 – ENCARGOS COM SERVIÇOS E COMISSÕES

Nos exercícios de 2015 e 2014, esta rubrica ascende a mAOA 2.938.199 e mAOA 1.693.665, respectivamente, dizendo
respeito ao reconhecimento das comissões cobradas pelas entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão
discricionária, comissões de custódia dos títulos de dívida soberana estrangeira, comissões pagas decorrentes das
relações mantidas com o FMI e a comissões de manutenção de contas à ordem.

26 – RESULTADOS DE ACTIVOS FINANCEIROS VALORIZADOS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE RESULTADOS

Nos exercícios de 2015 e 2014, esta rubrica ascende a mAOA 11.681.346 e mAOA 5.505.797, respectivamente,
representando o resultado líquido das mais e menos valias potenciais de justo valor associadas às posições das
carteiras geridas por entidades externas.

27 – RESULTADOS DE ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

No exercício de 2014 esta rubrica ascende a mAOA 915.166, representando as mais-valias obtidas com a alienação de
títulos de divida soberana estrangeira, classificados na categoria de activos financeiros disponíveis para venda.

28 – RESULTADOS DE INVESTIMENTOS EM ASSOCIADAS E OUTRAS ENTIDADES

No exercício de 2015, o saldo desta rubrica corresponde integralmente à perda de mAOA 351.435, decorrente do
desreconhecimento das posições activas e passivas mantidas junto do Afreximbank (Nota 9).

120
Relatório e Contas • 2015

29 – RESULTADOS CAMBIAIS
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Ganhos cambiais
Ganhos associados a diferenças cambiais 56 938 635 26 879 847
Ganhos em operações cambiais 35 087 507 8 573 098
92 026 142 35 452 945

Perdas cambiais
Perdas em operações cambiais 10 786 615 3 657 907
Perdas associadas a diferenças cambiais 646 754 4 957 582
11 433 369 8 615 489
80 592 773 26 837 456

A partir de 31 de Dezembro de 2007, e tendo como base a deliberação constante da acta nº 08/A/2008 de 26 de
Julho do Conselho de Administração, apenas as variações cambiais realizadas são reflectidas nas rubricas “Ganhos
associados a diferenças cambiais” e “Perdas associadas a diferenças cambiais” da demonstração dos resultados dos
exercícios em que ocorrem. As diferenças cambiais potenciais são reconhecidas na rubrica “Reservas de reavaliação
cambial” nos Capitais Próprios (Nota 19).

A variação ocorrida nos “Resultados cambiais”, entre o exercício 2015 e 2014, resulta da desvalorização cambial do
Kwanza que se verificou durante o exercício de 2015.

30 – CUSTOS RELATIVOS À EMISSÃO DE NOTAS E MOEDAS

Nos exercícios de 2015 e 2014, esta rubrica ascende a mAOA 1.961.527 e mAOA 1.518.452, respectivamente, sendo
composta pela especialização dos custos relativos à emissão de notas e moedas.

31 – RESULTADOS DE ALIENAÇÃO DE OUTROS ACTIVOS


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o saldo das rubricas “Ganhos em activos não financeiros”
e “Perdas com alienação de outros activos” correspondem aos ganhos e perdas com a alienação de activos tangíveis,
respectivamente.

2015 2014
Ganhos com alienação de outros activos
Ganhos em activos não financeiros 15 193 44 125

Perdas com alienação de outros activos


Perdas em activos não financeiros 11 146 12
11 146 12
4 047 44 113

121
32 – OUTROS RESULTADOS OPERACIONAIS
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Outros rendimentos e receitas
Supervisão
Multas e penalidades 466 906 778 534
Outros 242 025 1 028 898
708 931 1 807 432

Outros encargos e gastos


Rendas de locação operacional 573 987 419 072
Quotizações e donativos 319 713 198 721
Outros encargos e gastos diversos 146 434 -
Impostos
Impostos aduaneiros 19 292 33 064
Taxas - 100
1 059 426 650 957
(350 495) 1 156 475

Nos exercícios de 2015 e 2014, a rubrica “Supervisão – Multas e penalidades” corresponde às coimas aplicadas pelo
BNA às instituições financeiras pelo incumprimento das disposições legais em vigor.

Não obstante, o Banco no geral estar isento do pagamento de impostos, verificaram-se nos exercícios de 2015 e 2014,
o pagamento de direitos alfandegários e inerentes sobre a importação de mercadorias e de outros impostos que não
se inserem no âmbito da isenção prevista na sua Lei Orgânica.

33 – CUSTOS COM PESSOAL


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Remuneração de empregados 13 411 377 13 675 383
Encargos sociais obrigatórios 33 059 060 14 188 923
Encargos sociais facultativos 7 646 823 10 591 890
Remuneração dos órgãos de gestão 427 124 354 856
Outros 379 591 255 290
54 923 975 39 066 342

Nos exercícios de 2015 e 2014, a rubrica “Encargos sociais obrigatórios” é constituída essencialmente pelos reforços
efectuados nas estimativas das responsabilidades por serviços prestados referentes a pensões de reforma e
sobrevivência (Nota 15).

Nos exercícios de 2015 e 2014, a rubrica “Encargos sociais facultativos” inclui o reconhecimento das responsabilidades
por serviços passados referentes a assistência médica e medicamentosa dos reformados e às responsabilidades com
cabazes de Natal (Nota 15).

122
Relatório e Contas • 2015

34 – FORNECIMENTOS E SERVIÇOS DE TERCEIROS


Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

2015 2014
Fornecimentos
Outros fornecimentos de terceiros 293 195 153 553
Água, energia e combustíveis 168 636 137 368
Material de consumo corrente 102 230 165 110
Material para assistência e reparação 84 727 72 707
Publicações 43 071 40 932
Material de higiene e limpeza 21 979 28 318
Material de decoração e conforto 15 775 66 144
Serviços
Serviços especializados 5 294 224 4 327 891
Conservação e reparação 929 053 832 935
Rendas e alugueres 732 176 554 851
Deslocações, estadas e representação 454 922 476 604
Comunicações 336 503 323 388
Publicidade e edição de publicações 321 958 287 121
Transportes 316 167 106 870
Seguros 45 601 46 893
Outros serviços não especializados 82 -
9 160 299 7 620 685

A rubrica “Serviços – Serviços especializados” apresenta o seguinte detalhe:

2015 2014
Consultoria e auditoria 3 156 157 2 253 318
Informática 470 027 275 868
Licença de utilização de usuários 395 391 576 062
Outros custos com trabalho independente 330 458 -
Avenças e honorários 261 702 907 027
Limpeza 192 675 166 325
Segurança e vigilância 132 944 109 817
Judiciais 29 728 59
Mão-de-obra eventual 24 558 15 940
Jardinagem 20 870 10 825
Desinfestação de instalações 9 285 -
Avaliadores externos 9 120 -
Recrutamento de Pessoal 2 322 -
Outros serviços especializados 258 987 12 650
5 294 224 4 327 891

Nos exercícios de 2015 e 2014, a rubrica “Consultoria e auditoria” regista essencialmente os custos relativos a serviços
prestados no âmbito de projectos de consultoria, bem como de revisão e certificação externa das demonstrações
financeiras do Banco.

123
35 – PARTES RELACIONADAS
As entidades relacionadas do Banco com as quais manteve saldos ou transacções nos exercícios findos em 31 de
Dezembro de 2015 e 2014 são as seguintes:

35.1 – Ministério das Finanças


O Ministério das Finanças (MINFIN) representa o Estado enquanto único accionista do BNA, constituindo a
principal entidade relacionada do Banco.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os saldos ou transacções mantidas com esta entidade podem ser
apresentados da seguinte forma:

2015 2014
Activo
Investimentos detidos até à maturidade (Nota 7) 56 581 424 43 194 383
Activos financeiros recebidos em aumento de capital (Nota 7) 174 440 000 174 440 000
Devedores por capital não realizado (Nota 11) 13 027 112 21 764 407
Devedores e outras aplicações (Nota 11) - 67 049
Total do Activo 244 048 536 239 465 839

Passivo
Ajustamentos do FMI a regularizar (Nota 8) - 20 309 990
Conta Única do Tesouro (Nota 14)
Em moeda estrangeira 1 337 114 906 1 184 366 454
Em moeda nacional 16 251 054 19 159 983
Valores a regularizar ao FMI 27 352 478 -
Total do Passivo 1 353 365 960 1 223 836 427

Capital próprio
Capital (Nota 18) 270 000 000 270 000 000
Total dos Capitais Próprios 270 000 000 270 000 000
Valor líquido de balanço (1 379 317 424) (1 254 370 588)

Resultados
Juros de investimentos detidos até à maturidade (Nota 22) 17 663 447 5 559 572
Comissões recebidas (Nota 24) 10 080 991 13 875 495
Impostos (Nota 32) (19 292) (33 164)
Total dos Resultados 27 725 146 19 401 903

Extrapatrimoniais (Nota 21)


Responsabilidades por prestação de serviços
Custódia de títulos emitidos pelo Tesouro
Obrigações do Tesouro em moeda nacional 1 934 210 948 1 274 513 722
Obrigações do Tesouro em moeda estrangeira 488 303 307 234 491 638
Bilhetes do Tesouro 421 822 485 374 786 086
Garantias prestadas e outros passivos eventuais
Garantias institucionais prestadas 974 246 933 568 675 856
Promissórias 549 330 108 151 355 909
Total das Extrapatrimoniais 4 367 913 781 2 603 823 211

124
Relatório e Contas • 2015

35.2 – Empresa Interbancária de Angola (EMIS)


Trata-se do processador e operador de referência do sistema de pagamentos a nível nacional.

O BNA constitui o maior accionista, sendo que a participação maioritária de 51% tem uma participação de
51%, vindo a ser gradualmente reduzida, apresentando em 31 de Dezembro de 2015 uma participação de
41% no capital social da entidade. Esta participação que visou assegurar a promoção do desenvolvimento do
sistema de pagamentos de Angola, vai continuar a ser reduzida até a sua completa extinção, tal como previsto
na lei que a autorizou.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os saldos activos do BNA para com a EMIS incluem a participação
no capital social que ascende a mAOA 373.646 e mAOA 409.500, respectivamente, que representa 373.646
acções e 409.500 acções, respectivamente, com o valor nominal unitário de AOA 1.000, bem como um valor
de mAOA 22.177 correspondente a valores a receber de entradas no capital de novos bancos comerciais.
Adicionalmente, em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, o Banco apresenta suprimentos junto da EMIS no valor
de mAOA 103.614 (Nota 11).

35.3 – Conselho de Administração do Banco


Representa o órgão com o poder exclusivo de tomada de decisão no Banco, sendo actualmente composto por
três membros.

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, as remunerações atribuídas ao Conselho de


Administração do Banco, bem como outros benefícios atribuídos, nos termos do respectivo regulamento,
ascenderam a mAOA 427.124 e mAOA 354.856, respectivamente (Nota 33).

36 – DIVULGAÇÕES RELATIVAS A INSTRUMENTOS FINANCEIROS

Políticas de gestão dos riscos financeiros inerentes à actividade do BNA

Gestão das reservas internacionais


A gestão dos riscos financeiros relacionados com as reservas internacionais é assegurada pelo Departamento de
Gestão de Reservas (DGR). A avaliação e controlo do risco de crédito, risco de liquidez, risco de mercado (risco cambial
e risco de taxa de juro) e risco operacional são efectuados de acordo com as directrizes de investimento e perfil de
risco espelhadas nas Linhas Mestres e na Política de Investimento aprovados pelo Conselho de Administração, que têm
como objectivo primordial a preservação do capital. No âmbito da prossecução desse objectivo, a gestão de reservas
deverá ter em consideração a liquidez necessária para fazer face aos compromissos do Estado Angolano e do Banco
Nacional de Angola, bem como a maximização da rentabilidade, respeitando as linhas de actuação aprovadas.

Face a finalidade de optimizar o desempenho e concretizar os objectivos estratégicos do BNA, as Linhas Mestres
e a Política de Investimento têm promovido o desenvolvimento do sistema vigente, definindo limites e restrições
relativamente à exposição das reservas internacionais, dos quais se destacam:

• Definição de limites por tipo de instrumento financeiro;

• Definição de limites por contraparte, atendendo à sua qualidade creditícia;

• Definição de limites por moeda;

• Definição de prazos médios de investimento;

125
• Definição de benchmarks de rentabilidade e de limites de flutuação face à carteira de referência definida
(stop-loss);

• Definição de uma delegação de competências para os investimentos sob gestão.

Gestão da política monetária e cambial


Para a execução da política monetária durante 2015, o Banco Nacional de Angola manteve intervenções regulares de
absorção de liquidez no mercado monetário, através da realização de operações de mercado aberto (OMA), instrumento
previsto no seu quadro operacional de política monetária. Assessoriamente o Banco Nacional de Angola utilizou os
demais instrumentos regulamentares, com particularidade para as facilidades de liquidez e as reservas obrigatórias.

As operações de mercado aberto realizadas pelo Banco Nacional de Angola tiveram como suporte a sua carteira própria
de títulos, tendo a magnitude das suas intervenções sido adequadas à sazonalidade dos factores condicionantes da
sua variação, tendo em vista a persecução dos objectivos de regulação de liquidez e variação da base monetária.

O exercício da função de autoridade monetária e estabilizador do sistema financeiro, pelo Banco Nacional de Angola,
visou igualmente a criação de referências remuneratórias para as aplicações de recursos financeiros. Assim, ao longo
do exercício de 2015, a Taxa Básica do Banco Nacional de Angola (Taxa BNA), assim como as taxas das facilidades de
liquidez, foram reduzidas por decisão do Comité de Política Monetária em momentos distintos do exercício, como forma
de transmitir ao mercado a direcção para a curva de juros do dinheiro. Como reflexo de um exercício rigoroso de gestão
da liquidez a LUIBOR, taxa de juro das operações interbancárias de cedência de liquidez, continuou a descrever uma
tendência de redução, criando-se, no mercado interbancário, oportunidades de financiamento de curto prazo a custos
significativamente reduzidos.

Do ponto de vista da estabilidade cambial, o Banco Nacional de Angola manteve, de igual modo, regulares as suas
intervenções no mercado cambial primário, alocando recursos para o suprimento de necessidades de pagamentos
externos da economia, assim como para o exercício da regulação de liquidez, no âmbito da gestão operacional
coordenada de políticas monetária e fiscal, mas fundamentalmente.

Nessa mesma perspectiva, a gestão da política cambial visou a estabilidade das taxas de câmbio dos mercados, em
todos os seus segmentos, formal e informal, com ofertas regulares de divisas ao mercado, que permitiram a satisfação
das necessidades da economia e a variação da taxa de câmbio em níveis confortáveis com a estabilidade de preços.

No contexto descrito acima, apresentam-se de seguida as divulgações requeridas pelas normas IFRS 7 e IFRS 13 para
os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2015 e 2014.

126
Relatório e Contas • 2015

Justo valor de instrumentos financeiros


Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os instrumentos financeiros e o ouro apresentam o seguinte valor de balanço, por
metodologia de valorização:

2015 2014
Não Não
Valorizados ao Valorizados ao
valorizados ao Total valorizados ao Total
justo valor justo valor
justo valor justo valor
Activo
Ouro 85 106 242 - 85 106 242 72 231 818 - 72 231 818
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em
- 245 764 198 245 764 198 - 211 542 012 211 542 012
instituições de crédito
Aplicações em instituições de crédito - 1 218 574 149 1 218 574 149 - 1 119 514 666 1 119 514 666
Activos financeiros ao justo valor
724 121 967 - 724 121 967 566 238 487 - 566 238 487
através de resultados
Activos financeiros disponíveis para
1 155 254 857 - 1 155 254 857 975 239 369 - 975 239 369
venda
Fundo Monetário Internacional - 79 165 716 79 165 716 - 78 374 350 78 374 350
Investimentos em associadas e outras
- - - - 505 799 505 799
entidades
Activos internos
Caixa e disponibilidades em
- 14 893 516 14 893 516 - 348 806 348 806
instituições de crédito
Aplicações em instituições de crédito - 13 170 660 13 170 660 - 15 048 761 15 048 761
Operações de financiamento às
instituições de crédito relacionadas com - 205 147 525 205 147 525 - 106 829 378 106 829 378
operaçõede política monetária
Investimentos detidos até à maturidade - 56 581 424 56 581 424 - 43 194 383 43 194 383
Activos financeiros recebidos em
- 174 440 000 174 440 000 - 174 440 000 174 440 000
aumento de capital
Investimentos em associadas e outras
- 395 823 395 823 - 430 360 430 360
entidades
Total 1 964 483 066 2 008 133 011 3 972 616 077 1 613 709 674 1 750 228 515 3 363 938 189
Passivo
Notas e moedas em circulação - 519 587 896 519 587 896 - 477 974 757 477 974 757
Responsabilidades para com
instituições de crédi nacionais
relacionadas com operaçõesde
política monetária
Reservas bancárias - 1 111 718 421 1 111 718 421 - 759 715 456 759 715 456
Mercado monetário interbancário - 43 914 129 43 914 129 - 342 955 673 342 955 673
Responsabilidades internas para com
outras entidades
Conta Única do Tesouro - 1 380 718 438 1 380 718 438 - 1 203 526 437 1 203 526 437
Outras responsabilidades - 137 973 137 973 - - -
Responsabilidades externas para com
outras entidades
Fundo Monetário Internacional - 103 081 220 103 081 220 - 159 106 961 159 106 961
Total - 3 159 158 077 3 159 158 077 - 2 943 279 284 2 943 279 284

127
Justo valor para os activos e passivos financeiros não reconhecidos em balanço ao justo valor

2015 2014
Valor de Valor de
Justo valor Diferença Justo valor Diferença
balanço balanço
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições
245 764 198 245 764 198 - 211 542 012 211 542 012 -
de crédito
Aplicações em instituições de crédito 1 218 574 149 1 212 153 910 (6 420 239) 1 119 514 666 1 121 286 224 1 771 558
Fundo Monetário Internacional 79 165 716 79 165 716 - 78 374 350 78 374 350 -
Investimentos em associadas e outras
- - - 505 799 633 554 127 755
entidades
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições
14 893 516 14 893 516 - 348 806 348 806 -
de crédito
Aplicações em instituições de crédito 13 170 660 13 170 660 - 15 048 761 14 365 326 (683 435)
Operações de financiamento às
instituições de crédito relacionadas com 205 147 525 205 147 525 - 106 829 378 106 829 378 -
operações de política monetária
Investimentos detidos até à maturidade 56 581 424 56 850 206 268 782 43 194 383 43 554 503 360 120
Activos financeiros recebidos em
174 440 000 48 543 753 (125 896 247) 174 440 000 45 195 185 (129 244 815)
aumento de capital
Investimentos em associadas e outras
395 823 636 862 241 039 430 360 624 422 194 062
entidades
Total 2 008 133 011 1 876 326 346 (131 806 665) 1 750 228 515 1 622 753 760 (127 474 755)
Passivo
Notas e moedas em circulação 519 587 896 519 587 896 - 477 974 757 477 974 757 -
Responsabilidades para com
instituições de crédito nacionais
relacionadas com operações de
política monetária
Reservas bancárias 1 111 718 421 1 111 718 421 - 759 715 456 759 715 456 -
Mercado monetário interbancário 43 914 129 43 902 064 (12 065) 342 955 673 342 911 827 (43 846)
Responsabilidades internas para com
outras entidades
Conta Única do Tesouro 1 380 718 438 1 380 718 438 - 1 203 526 437 1 203 526 437 -
Outras responsabilidades 137 973 137 973 - - - -
Responsabilidades externas para com
outras entidades
Fundo Monetário Internacional 103 081 220 103 081 220 - 159 106 961 159 106 961 -
Total 3 159 158 077 3 159 146 012 (12 065) 2 943 279 284 2 943 235 438 (43 846)

No apuramento do justo valor apresentado no quadro anterior, foram utilizados os seguintes pressupostos:

• Para efeitos do cálculo do justo valor das “Aplicações em instituições de crédito” foram descontados os
fluxos de caixa futuros a taxas de mercado de acordo com as moedas e prazos residuais das aplicações,
adicionadas de um spread de risco representado pelas curvas CDS (credit default swaps) das respectivas
contrapartes.

128
Relatório e Contas • 2015

• Para efeitos do cálculo do justo valor dos “Investimentos em associadas e outras entidades” foi considerado
o método da equivalência patrimonial, tendo por base a situação líquida das entidades à data das últimas
demonstrações financeiras disponíveis e auditadas e na percentagem de participação detida pelo Banco.

• Para os instrumentos classificados na categoria “Investimentos detidos até à maturidade” e “Activos


financeiros recebidos no aumento de capital” foi apurado com base nos fluxos de caixa previsionais futuros,
sendo que a taxa de actualização utilizada corresponde à média da taxa nominal de juro das últimas emissões
de títulos do tesouro colocada pelo BNA no mercado primário, com prazos residuais equivalentes aos das
emissões constantes em carteira. Os fluxos de caixa previsionais foram apurados mediante a fixação do valor
nominal a cada data de relato financeiro.

• Para as posições activas e passivas junto do “Fundo Monetário Internacional” foi considerada como
aproximação ao justo valor as posições divulgadas por esta entidade.

• Para as restantes rubricas considera-se que o justo valor é igual ao seu valor de balanço, por representarem
investimentos e financiamentos de curto prazo (inferiores a 1 ano).

Justo valor para os activos financeiros reconhecidos em balanço ao justo valor

2015 2014
Custo de Valia Custo de Valia
Justo valor Justo valor
aquisição potencial aquisição potencial
Activo
Ouro 136 060 075 85 106 242 (50 953 833) 103 429 387 72 231 818 (31 197 569)
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor
762 273 611 724 121 967 (38 151 644) 577 436 037 566 238 487 (11 197 550)
através de resultados
Activos financeiros disponíveis para
1 159 758 658 1 155 254 857 (4 503 801) 980 348 107 975 239 369 (5 108 738)
venda
Total 2 058 092 344 1 964 483 066 (93 609 278) 1 661 213 531 1 613 709 674 (47 503 857)

129
Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a forma de apuramento do justo valor dos instrumentos financeiros e do ouro,
reconhecidos em balanço ao justo valor, apresenta o seguinte detalhe por hierarquia de valorização ao justo valor:

2015
Técnicas de valorização
Nivel 1 Nível 2 Nível 3
Cotações de Inputs observáveis Outras técnicas de Total
mercado de mercado valorização
Activo
Ouro 85 106 242 - - 85 106 242
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor
- 644 745 125 79 376 842 724 121 967
através de resultados
Activos financeiros disponíveis para
1 155 254 857 - - 1 155 254 857
venda
Total 1 240 361 099 644 745 125 79 376 842 1 964 483 066

2014
Técnicas de valorização
Nivel 1 Nível 2 Nível 3
Cotações de Inputs observáveis Outras técnicas de Total
mercado de mercado valorização
Activo
Ouro 72 231 818 - - 72 231 818
Activos sobre o exterior
Activos financeiros ao justo valor
- 494 356 073 71 882 414 566 238 487
através de resultados
Activos financeiros disponíveis para
975 239 369 - - 975 239 369
venda
Total 1 047 471 187 494 356 073 71 882 414 1 613 709 674

Para efeitos de apresentação nesta nota, os instrumentos financeiros registados em balanço ao justo valor são
classificados de acordo com a seguinte hierarquia, conforme previsto na norma IFRS 13 – Mensuração ao justo valor:

• Nível 1 - Instrumentos financeiros registados ao justo valor com base em cotações publicadas em mercados
activos a que o Banco tem acesso. Incluem-se nesta categoria os títulos valorizados com base em preços
executáveis (com liquidez imediata) publicados por fontes externas;

• Nível 2 - Instrumentos financeiros registados ao justo valor mediante a utilização de dados observáveis directa
ou indirectamente em mercados activos. Incluem-se nesta categoria os títulos valorizados tendo por base
avaliações fornecidas por contrapartes externas e técnicas de valorização interna que utilizam exclusivamente
dados observáveis de mercado;

• Nível 3 - Os instrumentos financeiros que são valorizados através de modelos internos com alguns inputs que
não correspondem a dados observáveis de mercado.

Na forma de apuramento do justo valor apresentado nos quadros anteriores, foram considerados os seguintes
pressupostos:

• Tratando-se de um activo líquido transaccionado em mercado activo, o justo valor do ouro corresponde

130
Relatório e Contas • 2015

ao produto da multiplicação da quantidade de ouro detida pelo BNA pela cotação da Onça emitida por uma
entidade especializada (Golds Gold Spot), extraída do terminal financeiro da bloomberg. Para o apuramento do
custo de aquisição considerou-se a taxa de câmbio em vigor nas respectivas datas de transacção, pelo que, as
valias potenciais apuradas incluem igualmente uma componente de valia cambial.

• O justo valor dos instrumentos classificados na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de
resultados” corresponde à valorização evidenciada nos reportes periódicos enviados pelas contrapartes. Este
justo valor é atribuído pelas próprias contrapartes, através do recurso a cotações de mercado e/ou modelos de
valorização interna.

• O justo valor da rubrica “Activos financeiros disponíveis para venda” foi apurado com base nos preços de
mercado dos títulos de dívida soberana estrangeira detidos em carteira. Para o efeito, considerou-se o preço
“bid” dado pelo contribuidor BGN, extraído do terminal financeiro da Bloomberg, bem como as taxas de câmbio
em vigor na data de relato financeiro. Para o apuramento do custo de aquisição consideraram-se as taxas
de câmbio em vigor nas respectivas datas de transacção, pelo que, as valias potenciais apuradas incluem
igualmente uma componente de valia cambial.

Risco de crédito

A gestão de risco de crédito é assegurada pelas áreas de negócio do Banco, nomeadamente pelo Departamento de
Gestão de Reservas (DGR) e Departamento de Mercados de Activos (DMA), sendo as mesmas responsáveis pela
segmentação do risco em função das características dos produtos e dos seus emitentes.

O risco de contraparte consiste no risco de crédito inerente a transacções nos mercados financeiros, correspondendo
à possibilidade de incumprimento pelas contrapartes dos termos contratados, e subsequente ocorrência de perdas
financeiras para o Banco. Os tipos de transacções abrangidas incluem disponibilidades e aplicações em instituições de
crédito, compra e venda de títulos e a contratação de operações de venda com acordo de recompra.

Na gestão e aplicação das reservas internacionais e dos activos internos, o DGR e o DMA assumem na sua actividade
um determinado nível de exposição ao risco de crédito. Estes departamentos de negócio regulam de forma criteriosa
e prudente a exposição ao risco de crédito, estabelecendo limites de concentração de risco, que são revistos
periodicamente.

131
Exposição máxima ao risco de crédito

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a exposição máxima ao risco de crédito pode detalhar-se da seguinte forma:

2015 2014
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 245 764 198 211 542 012
Aplicações em instituições de crédito 1 218 574 149 1 119 514 666
Activos financeiros ao justo valor através de resultados 724 121 967 566 238 487
Activos financeiros disponíveis para venda 1 155 254 857 975 239 369
Fundo Monetário Internacional 79 165 716 78 374 350
Investimentos em associadas e outras entidades - 505 799
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito 14 893 516 348 806
Aplicações em instituições de crédito 13 170 660 15 048 761
Operações de financiamento às instituições de crédito relacio- 205 147 525 106 829 378
nadas com operações de política monetária
Investimentos detidos até à maturidade 56 581 424 43 194 383
Activos financeiros recebidos em aumento de capital 174 440 000 174 440 000
Investimentos em associadas e outras entidades 395 823 430 360
Total 3 887 509 835 3 291 706 371

Posições fora de balanço 1 523 577 042 720 031 765

Qualidade de crédito dos activos financeiros

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a exposição ao risco de crédito por rating de contraparte, pode detalhar-se da
seguinte forma:

132
Relatório e Contas • 2015

2015
Rating externo
BBB+ a
AAA a AA- A+ a A- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total
BBB-
Activo+B9:B25
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições
384 555 51 772 859 197 898 786 415 455 1 632 1 568 (4 710 657) 245 764 198
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - 495 310 349 288 865 033 271 755 759 47 010 167 115 632 841 1 218 574 149
Activos financeiros ao justo valor através de
- - - - - - 724 121 967 724 121 967
resultados
Activos financeiros disponíveis para venda 828 894 313 - 12 210 923 31 291 936 - - 282 857 685 1 155 254 857
Fundo Monetário Internacional - - - - - - 79 165 716 79 165 716
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições
- - - - - - 14 893 516 14 893 516
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - - - - - - 13 170 660 13 170 660
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de - - - - - - 205 147 525 205 147 525
política monetária
Investimentos detidos até à maturidade - - - - 56 581 424 - - 56 581 424
Activos financeiros recebidos em aumento
- - - 174 440 000 - - 174 440 000
de capital
Investimentos em associadas e outras
- - - - - - 395 823 395 823
entidades
Total 829 278 868 547 083 208 498 974 742 303 463 150 278 033 223 1 568 1 430 675 076 3 887 509 835

2014
Rating externo
BBB+ a
AAA a AA- A+ a A- BB+ a BB- B+ a B- Inferior a B- Sem Rating Total
BBB-
Activo+B9:B25
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições
145 643 920 2 287 744 63 542 689 3 039 1 410 - 63 210 211 542 012
de crédito
Aplicações em instituições de crédito 129 116 250 492 979 023 342 882 522 10 766 273 22 553 403 - 121 217 195 1 119 514 666
Activos financeiros ao justo valor através de
- - - - - - 566 238 487 566 238 487
resultados
Activos financeiros disponíveis para venda 938 769 422 473 087 23 192 218 - - - 12 804 642 975 239 369
Fundo Monetário Internacional - - - - - - 78 374 350 78 374 350
Activos internos - - - - - - 505 799 505 799
Caixa e disponibilidades em instituições
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - - - - - - 348 806 348 806
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de - - - - - - 15 048 761 15 048 761
política monetária
Investimentos detidos até à maturidade - - - 43 194 383 - - - 43 194 383
Activos financeiros recebidos em aumento
- - - 174 440 000 - - - 174 440 000
de capital
Investimentos em associadas e outras
- - - - - - 430 360 430 360
entidades
Total 1 213 529 592 495 739 854 429 617 429 228 403 695 22 554 813 - 795 031 610 3 184 876 993

133
Na construção destes quadros foram considerados os seguintes pressupostos:

• O rating considerado para as contrapartes é extraído do terminal financeiro da bloomberg, através das
notações atribuídas entre a Standard & Poors e Moody’s ou equivalente.

• Para as entidades Federal Reserve System (FED) e Bank for International Settlements (BIS) considerou-se
a atribuição de rating AAA por representarem uma instituição central e internacional, respectivamente, que
visam a estabilidade monetária e financeira.

• Para os instrumentos financeiros das rubricas “Investimentos detidos até à maturidade” e “Activos
financeiros recebidos no aumento de capital” considerou-se o rating da República de Angola, por representarem
instrumentos financeiros emitidos pelo Estado.

• Tendo em consideração a informação insuficiente divulgada pelas entidades externas sobre os títulos detidos
nas várias carteiras discricionárias classificadas na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de
resultados”, não é possível divulgar a qualidade creditícia destas aplicações.

• Para as posições activas e junto do FMI e de entidades nacionais não existe informação de rating disponível.

134
Relatório e Contas • 2015

Concentração de risco de crédito


Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a exposição a risco de crédito, por região geográfica detalha-se da seguinte forma:

2015
Área Geográfica
Supranacio-
Europa América África Ásia Oceânia Total
nais
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições
133 434 485 87 810 036 24 519 677 245 764 198
de crédito
Aplicações em instituições de crédito 1 101 829 565 - - 116 744 584 - 1 218 574 149
Activos financeiros ao justo valor através de
582 070 335 142 051 632 - - - - 724 121 967
resultados
Activos financeiros disponíveis para venda 350 967 995 426 236 909 19 927 802 55 826 801 16 563 300 285 732 050 1 155 254 857
Fundo Monetário Internacional - - - - - 79 165 716 79 165 716
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições
- - 14 893 516 - - - 14 893 516
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - - 13 170 660 - - - 13 170 660
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de - - 205 147 525 - - - 205 147 525
política monetária
Investimentos detidos até à maturidade - - 56 581 424 - - - 56 581 424
Activos financeiros recebidos em aumento
- - 174 440 000 - - - 174 440 000
de capital
Investimentos em associadas e outras
- - 395 823 - - - 395 823
entidades
Total 2 168 302 380 656 098 577 484 556 750 197 091 062 16 563 300 364 897 766 3 887 509 835

2014
Área Geográfica
Supranacio-
Europa América África Ásia Oceânia Total
nais
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições
147 997 472 63 543 713 - 827 - - 211 542 012
de crédito
Aplicações em instituições de crédito 976 946 439 51 432 014 125 228 91 010 985 - - 1 119 514 666
Activos financeiros ao justo valor através de
425 545 204 120 095 920 - - 20 597 363 566 238 487
resultados
Activos financeiros disponíveis para venda 302 486 683 337 116 774 14 830 301 79 736 081 226 584 908 14 484 622 975 239 369
Fundo Monetário Internacional - - - - 78 374 350 78 374 350
Activos internos - - 505 799 - - - 505 799
Caixa e disponibilidades em instituições
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - - 348 806 - - - 348 806
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de - - 15 048 761 - - - 15 048 761
política monetária
Investimentos detidos até à maturidade - - 43 194 383 - - - 43 194 383
Activos financeiros recebidos em aumento
- - 174 440 000 - - - 174 440 000
de capital
Investimentos em associadas e outras
- - 430 360 - - - 430 360
entidades
Total 1 852 975 798 572 188 421 248 923 638 170 747 893 325 556 621 14 484 622 3 184 876 993

135
Risco de liquidez

O risco de liquidez é o risco de uma instituição não dispor de fundos necessários para fazer face, a cada momento, às
suas obrigações de pagamento.

O Conselho de Administração do Banco define limites de concentração por prazos de maturidade, os quais são revistos
anualmente, sendo responsabilidade do Departamento de Mercados de Activos (DMA) e do Departamento de Gestão
de Reservas (DGR) verificar, numa base diária, o cumprimento dos limites.

De seguida apresentam-se os mapas referentes ao risco de liquidez, considerando a totalidade dos fluxos de caixa
contratuais não descontados dos instrumentos financeiros, de acordo com a respectiva maturidade contratual.

136
Relatório e Contas • 2015

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os fluxos de caixa contratuais não descontados dos activos e passivos financeiros apresentam a seguinte estrutura:

2015
Prazos residuais
Entre 6
Entre 1 mês Entre 3 e 6 Entre 1 e 3 Entre 3 e 5 Mais de 5
Até 1 mês meses e 1 Indeterminado Total
e 3 meses meses anos anos anos
ano
Activo+B8:B42
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições
245 764 198 - - - - - - - 245 764 198
de crédito
Aplicações em instituições de crédito 356 230 646 286 921 021 254 232 995 325 442 096 - - - - 1 222 826 758
Activos financeiros ao justo valor através de
- - - - - - - 724 121 967 724 121 967
resultados
Activos financeiros disponíveis para venda 976 198 66 388 384 31 338 442 46 633 342 517 524 517 447 000 767 166 779 177 - 1 276 640 827
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 79 165 716 79 165 716
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições
14 893 516 - - - - - - - 14 893 516
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - 13 170 660 - - - - - - 13 170 660
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de 240 783 988 - - - - - - - 240 783 988
política monetária
Investimentos detidos até à maturidade - - 2 242 126 2 242 126 58 295 268 - - - 62 779 520
Activos financeiros recebidos em aumento
- - - - - - 174 440 000 - 174 440 000
de capital
Investimentos em associadas e outras
- - - - - - - 395 823 395 823
entidades
Total 858 648 546 366 480 065 287 813 563 374 317 564 575 819 785 447 000 767 341 219 177 803 683 506 4 054 982 973

Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 519 587 896 519 587 896
Responsabilidades para com instituições
de crédito nacionais relacionadas com
operações de política monetária
Reservas bancárias - - - - - - - 1 111 718 421 1 111 718 421
Mercado monetário interbancário 35 683 850 8 436 227 - - - - - - 44 120 077
Responsabilidades internas para com
outras entidades
Conta Única do Tesouro - - - - - - - 1 380 718 438 1 380 718 438
Outras responsabilidades - 14 803 14 803 29 605 118 422 32 854 - - 210 487
Responsabilidades externas para com
outras entidades
Fundo Monetário Internacional 2 200 378 3 300 567 3 300 567 6 601 134 1 650 284 - - 86 028 290 103 081 220
Total 37 884 228 11 751 597 3 315 370 6 630 739 1 768 706 32 854 - 3 098 053 045 3 159 436 539

Liquidez ajustada 820 764 318 354 728 468 284 498 193 367 686 825 574 051 079 446 967 913 341 219 177 (2 294 369 539)

Liquidez acumulada 820 764 318 1 175 492 786 1 459 990 979 1 827 677 804 2 401 728 883 2 848 696 796 3 189 915 973 895 546 434

Continua na próxima página

137
2014
Prazos residuais
Entre 6
Entre 1 mês Entre 3 e 6 Entre 1 e 3 Entre 3 e 5 Mais de 5
Até 1 mês meses e 1 Indeterminado Total
e 3 meses meses anos anos anos
ano
Activo
Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições
211 542 012 - - - - - - - 211 542 012
de crédito
Aplicações em instituições de crédito 254 725 398 267 472 796 380 270 768 220 222 191 - - - 125 227 1 122 816 380
Activos financeiros ao justo valor através de
- - - - - - - 566 238 487 566 238 487
resultados
Activos financeiros disponíveis para venda 23 870 583 7 793 666 51 594 771 14 957 139 371 444 989 366 247 943 254 125 764 - 1 090 034 855
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 78 374 350 78 374 350
Investimentos em associadas e outras
- - - - - - - 505 799 505 799
entidades
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições
348 806 - - - - - - - 348 806
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - 15 048 761 - - - - - - 15 048 761
Investimentos detidos até à maturidade - - 1 711 644 1 711 644 47 926 024 - - - 51 349 312
Activos financeiros recebidos em aumento
- - - - - - 174 440 000 - 174 440 000
de capital
Investimentos em associadas e outras
- - - - - - - 430 360 430 360
entidades
Total 490 486 799 290 315 223 433 577 183 236 890 974 419 371 013 366 247 943 428 565 764 645 674 223 3 311 129 122

Passivo
Notas e moedas em circulação - - - - - - - 477 974 757 477 974 757
Responsabilidades para com instituições
de crédito nacionais relacionadas com
operações de política monetária
Reservas bancárias - - - - - - - 759 715 456 759 715 456
Mercado monetário interbancário 244 844 024 88 896 237 10 283 690 - - - - - 344 023 951
Responsabilidades internas para com
outras entidades
Conta Única do Tesouro - - - - - - - 1 203 526 437 1 203 526 437
Responsabilidades externas para com
outras entidades
Fundo Monetário Internacional 2 165 940 8 289 024 11 927 468 15 249 550 16 939 471 14 163 60 103 116 202 896 170 848 615
Total 247 009 964 97 185 261 22 211 158 15 249 550 16 939 471 14 163 60 103 2 557 419 546 2 956 089 216

Liquidez ajustada 243 476 835 193 129 962 411 366 025 221 641 424 402 431 542 366 233 780 428 505 661 (1 911 745 323)

Liquidez acumulada 243 476 835 436 606 797 847 972 822 1 069 614 246 1 472 045 788 1 838 279 568 2 266 785 229 355 039 906

138
Relatório e Contas • 2015

Os principais pressupostos utilizados na construção dos quadros acima apresentados são os seguintes:

• Os juros dependentes de indexantes de mercado ou outros referenciais, apenas determináveis em data


futura (por exemplo os juros das Obrigações do Tesouro Nacional indexadas à taxa de câmbio ou ao índice de
preços do consumidor) foram apurados com base em estimativas quanto ao valor futuro desses referenciais,
baseadas no último valor conhecido.

• Não são considerados eventuais incumprimentos ou reembolsos antecipados.

• Os depósitos à ordem (incluindo juros) e as participações detidas em carteira no activo, são considerados
activos e passivos à vista, pelo que se encontram contemplados na coluna “Até 1 mês”.

• Para os restantes activos financeiros foi considerado que a sua maturidade era indeterminada, tendo sido
incluídos na coluna “Indeterminado”, assim como as notas e moedas em circulação, reservas bancárias e Conta
Única do Tesouro que embora sejam passivos financeiros exigíveis à vista não é expectável que tenham esse
prazo de liquidação.

Risco de mercado

O risco de mercado corresponde à probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou nos capitais
próprios, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos instrumentos financeiros detidos pelo Banco,
como, por exemplo, o risco de oscilações nas taxas de juro e de câmbio.

O Banco assume exposição a riscos de mercado, ou seja, a riscos provenientes de posições em aberto em taxas de juro,
moeda estrangeira e outros produtos expostos a movimentos do mercado.

Risco cambial

Traduz-se na probabilidade do valor de um instrumento financeiro se alterar devido à flutuação da taxa de câmbio da
moeda estrangeira associada ao instrumento.

A política de investimentos em moeda externa é definida por uma das áreas de negócio do Banco, designadamente
o Departamento de Gestão de Reservas (DGR). As disponibilidades, aplicações e recursos em instituições de crédito,
os títulos detidos em carteiras geridas interna e externamente, bem como os financiamentos expõem o Banco a risco
cambial, ainda que o mesmo seja gerido com a definição de limites de exposição por cada moeda, à composição das
Reservas Internacionais. Estes limites são definidos pelo DGR e aprovados pelo Conselho de Administração do Banco.

Decorrente da política contabilística descrita na alínea b) da Nota 2.2, o Banco regista todos os custos e proveitos
relativos a diferenças cambiais potenciais numa rubrica de capitais próprios, não tendo qualquer impacto na
demonstração dos resultados do Banco.

139
Em 31 Dezembro de 2015 e 2014, os instrumentos financeiros, por moeda nacional e estrangeira, apresentam o
seguinte detalhe:

2015
Dólares dos
Libras Yuan
Kwanzas Estados Euros Outros Total
Esterlinas Renminbi
Unidos
Activo
Ouro - 85 106 242 - - - 85 106 242
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições
- 272 588 601 (71 893 780) 19 946 910 24 511 801 610 666 245 764 198
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - 1 002 014 737 44 095 292 147 982 373 23 782 873 698 874 1 218 574 149
Activos financeiros ao justo valor através de
- 581 708 299 142 413 668 - - - 724 121 967
resultados
Activos financeiros disponíveis para venda - 765 504 322 146 205 293 162 725 703 55 826 801 24 992 738 1 155 254 857
Fundo Monetário Internacional - - - - - 79 165 716 79 165 716
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições
6 084 14 887 432 - - - - 14 893 516
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - 13 170 660 - - - - 13 170 660
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de 205 147 525 - - - - - 205 147 525
política monetária
Investimentos detidos até à maturidade 56 581 424 - - - - - 56 581 424
Activos financeiros recebidos em aumento
174 440 000 - - - - - 174 440 000
de capital
Investimentos em associadas e outras
395 823 - - - - - 395 823
entidades
Total 436 570 856 2 734 980 293 260 820 473 330 654 986 104 121 475 105 467 994 3 972 616 077

Passivo
Notas e moedas em circulação 519 587 896 - - - - - 519 587 896
Responsabilidades para com instituições
de crédito nacionais relacionadas com
operações de política monetária
Reservas bancárias 979 987 435 131 730 986 - - - - 1 111 718 421
Mercado monetário interbancário 43 914 129 - - - - - 43 914 129
Responsabilidades internas para com
outras entidades
Conta Única do Tesouro 43 603 532 1 337 114 906 - - - - 1 380 718 438
Outras responsabilidades 137 973 - - - - - 137 973
Responsabilidades externas para com
outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - 103 081 220 103 081 220
Total 1 587 230 965 1 468 845 892 - - - 103 081 220 3 159 158 077

Continua na próxima página

140
Relatório e Contas • 2015

2014
Dólares dos
Libras Yuan
Kwanzas Estados Euros Outros Total
Esterlinas Renminbi
Unidos
Activo
Ouro - 72 231 818 - - - 72 231 818
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições
- 196 192 834 12 843 656 183 758 1 239 934 1 081 829 211 542 012
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - 950 694 260 131 598 056 31 953 473 5 268 877 - 1 119 514 666
Activos financeiros ao justo valor através de
- 443 120 310 123 118 177 - - - 566 238 487
resultados
Activos financeiros disponíveis para venda - 595 855 734 149 201 572 131 154 416 79 736 081 19 291 566 975 239 369
Fundo Monetário Internacional - - - - - 78 374 350 78 374 350
Investimentos em associadas e outras
- 505 799 - - - - 505 799
entidades
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições
348 806 - - - - - 348 806
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - 15 048 761 - - - - 15 048 761
Investimentos detidos até à maturidade 43 194 383 - - - - - 43 194 383
Activos financeiros recebidos em aumento
174 440 000 - - - - - 174 440 000
de capital
Investimentos em associadas e outras
430 360 - - - - - 430 360
entidades
Total 218 413 549 2 273 649 516 416 761 461 163 291 647 86 244 892 98 747 745 3 257 108 811

Passivo
Notas e moedas em circulação 477 974 757 - - - - - 477 974 757
Responsabilidades para com instituições
de crédito nacionais relacionadas com
operações de política monetária
Reservas bancárias 452 552 934 307 162 521 - - - - 759 715 456
Mercado monetário interbancário 342 955 673 - - - - - 342 955 673
Responsabilidades internas para com
outras entidades
Conta Única do Tesouro 19 159 983 1 184 366 454 - - - - 1 203 526 437
Responsabilidades externas para com
outras entidades
Fundo Monetário Internacional - - - - - 159 106 961 159 106 961
Total 1 292 643 347 1 491 528 975 - - - 159 106 961 2 943 279 284

141
Risco de taxa de juro

O risco de taxa de juro diz respeito ao impacto que movimentos nas taxas de juro têm nos resultados e no valor
patrimonial dos activos e passivos do Banco. Este risco decorre essencialmente da existência de diferentes prazos
de vencimento ou de reapreciação dos activos, passivos e posições fora de balanço da entidade, face a alterações na
inclinação da curva de taxas de juro. Desta forma, o risco de taxa de juro corresponde ao risco do valor actual dos fluxos
de caixa futuros de um instrumento financeiro sofrer flutuações em virtude de alterações nas taxas de juro de mercado.

Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os instrumentos financeiros, por tipo de taxa de juro, apresentam o seguinte
detalhe:

2015
Exposição
Sujeito a taxa de juro Não sujeito a
Total
Taxa fixa Taxa variável taxa de juro

Activo
Ouro - - 85 106 242 85 106 242
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 54 426 221 191 337 977 245 764 198
Aplicações em instituições de crédito 1 218 574 149 - - 1 218 574 149
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - 724 121 967 724 121 967
Activos financeiros disponíveis para venda 1 155 254 857 - - 1 155 254 857
Fundo Monetário Internacional - - 79 165 716 79 165 716
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 14 893 516 14 893 516
Aplicações em instituições de crédito 13 170 660 - - 13 170 660
Operações de financiamento às instituições de crédito
205 147 525 - - 205 147 525
relacionadas com operações de política monetária
Investimentos detidos até à maturidade 56 581 424 - - 56 581 424
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 174 440 000 174 440 000
Investimentos em associadas e outras entidades - - 395 823 395 823
Total 2 648 728 615 54 426 221 1 269 461 241 3 972 616 077

Passivo
Notas e moedas em circulação - - 519 587 896 519 587 896
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política
monetária
Reservas bancárias - - 1 111 718 421 1 111 718 421
Mercado monetário interbancário 43 914 129 - - 43 914 129
Responsabilidades internas para com outras entidades
Conta Única do Tesouro - - 1 380 718 438 1 380 718 438
Outras responsabilidades - - 137 973 137 973
Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 103 081 220 - - 103 081 220
Total 146 995 349 - 3 012 162 728 3 159 158 077

Continua na próxima página

142
Relatório e Contas • 2015

2014
Exposição
Sujeito a taxa de juro Não sujeito a
Total
Taxa fixa Taxa variável taxa de juro

Activo
Ouro - - 72 231 818 72 231 818
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - 51 171 570 160 370 442 211 542 012
Aplicações em instituições de crédito 1 119 514 666 - - 1 119 514 666
Activos financeiros ao justo valor através de resultados - - 566 238 487 566 238 487
Activos financeiros disponíveis para venda 975 239 369 - - 975 239 369
Fundo Monetário Internacional - - 78 374 350 78 374 350
Investimentos em associadas e outras entidades - - 505 799 505 799
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições de crédito - - 348 806 348 806
Aplicações em instituições de crédito 15 048 761 - - 15 048 761
Investimentos detidos até à maturidade 43 194 383 - - 43 194 383
Activos financeiros recebidos em aumento de capital - - 174 440 000 174 440 000
Investimentos em associadas e outras entidades - - 430 360 430 360
Total 2 152 997 179 51 171 570 1 052 940 062 3 257 108 811

Passivo
Notas e moedas em circulação - - 477 974 757 477 974 757
Responsabilidades para com instituições de crédito
nacionais relacionadas com operações de política
monetária
Reservas bancárias - - 759 715 456 759 715 456
Mercado monetário interbancário 342 955 673 - - 342 955 673
Responsabilidades internas para com outras entidades

Conta Única do Tesouro - - 1 203 526 437 1 203 526 437


Responsabilidades externas para com outras entidades
Fundo Monetário Internacional 159 106 961 - - 159 106 961
Total 502 062 634 - 2 441 216 650 2 943 279 284

Para efeitos da elaboração dos quadros anteriores, foram considerados os seguintes pressupostos:

• Na rubrica “Caixa e disponibilidades em instituições de crédito” foram distinguidos os montantes de


depósitos à ordem regulares em instituições de crédito, não sujeitos a taxa de juro, dos que se encontram
sujeitos a taxa de juro variável, nomeadamente os depósitos com aplicações overnight contratadas.

• Tendo em consideração a informação insuficiente divulgada pelas entidades externas sobre os títulos detidos
nas várias carteiras discricionárias classificadas na categoria “Activos financeiros ao justo valor através de
resultados”, não é possível divulgar a exposição por tipo de taxa de juro destas aplicações.

• Apesar do cupão pago pelas obrigações do Tesouro Nacional, classificadas na categoria “Investimentos
detidos até à maturidade”, ser variável devido à flutuação do valor nominal em função da taxa de câmbio da
data de liquidação, a taxa de cupão associada a cada título é fixa.

143
Em 31 de Dezembro de 2015 e 2014, os instrumentos financeiros por data de maturidade ou prazo de refixação de taxa,
apresentam o seguinte detalhe:

2015
Datas de refixação
Entre 6
Entre 1 mês Entre 3 e 6 Entre 1 e 3 Entre 3 e 5 Mais de 5
Até 1 mês meses e 1 Indeterminado Total
e 3 meses meses anos anos anos
ano
Activo
Ouro - - - - - - - 85 106 242 85 106 242
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições
245 764 198 - - - - - - - 245 764 198
de crédito
Aplicações em instituições de crédito 356 056 187 286 659 247 253 332 917 322 525 798 - - - 1 218 574 149
Activos financeiros ao justo valor através de
- - - - - - - 724 121 967 724 121 967
resultados
Activos financeiros disponíveis para venda - 62 445 017 27 193 035 26 244 587 540 485 191 370 736 662 128 150 365 - 1 155 254 857
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 79 165 716 79 165 716
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições
14 893 516 - - - - - - - 14 893 516
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - 13 170 660 - - - - - - 13 170 660
Operações de financiamento às instituições
de crédito relacionadas com operações de 205 147 525 - - - - - - - 205 147 525
política monetária
Investimentos detidos até à maturidade - - - - 56 581 424 - - - 56 581 424
Activos financeiros recebidos em aumento
- - - - - - 174 440 000 - 174 440 000
de capital
Investimentos em associadas e outras
- - - - - - - 395 823 395 823
entidades
Total 821 861 426 362 274 924 280 525 952 348 770 385 597 066 615 370 736 662 302 590 365 888 789 748 3 972 616 077

Passivo
Notas e moedas em circulação 519 587 896 - - - - - - - 519 587 896
Responsabilidades para com instituições
de crédito nacionais relacionadas com
operações de política monetária
Reservas bancárias 1 111 718 421 - - - - - - - 1 111 718 421
Mercado monetário interbancário 35 602 758 8 311 371 - - - - - 43 914 129
Responsabilidades internas para com
outras entidades
Conta Única do Tesouro 1 380 718 438 - - - - - - - 1 380 718 438
Outras responsabilidades - 7 255 8 424 17 486 79 255 25 553 - - 137 973
Responsabilidades externas para com
outras entidades
Fundo Monetário Internacional 103 081 220 - - - - - - - 103 081 220
Total 3 150 708 733 8 318 626 8 424 17 486 79 255 25 553 - - 3 159 158 077

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144
Relatório e Contas • 2015

2014
Datas de refixação
Entre 6
Entre 1 mês Entre 3 e 6 Entre 1 e 3 Entre 3 e 5 Mais de 5
Até 1 mês meses e 1 Indeterminado Total
e 3 meses meses anos anos anos
ano
Activo
Ouro - - - - - - - 72 231 818 72 231 818
Activos externos
Caixa e disponibilidades em instituições
211 542 012 - - - - - - - 211 542 012
de crédito
Aplicações em instituições de crédito 254 682 189 267 296 547 379 273 296 218 137 407 - - - 125 227 1 119 514 666
Activos financeiros ao justo valor através de
- - - - - - - 566 238 487 566 238 487
resultados
Activos financeiros disponíveis para venda 23 014 341 4 636 997 47 498 990 - 334 405 585 369 866 242 195 817 214 - 975 239 369
Fundo Monetário Internacional - - - - - - - 78 374 350 78 374 350
Investimentos em associadas e outras
- - - - - - - 505 799 505 799
entidades
Activos internos
Caixa e disponibilidades em instituições
348 806 - - - - - - - 348 806
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - 15 048 761 - - - - - - 15 048 761
Investimentos detidos até à maturidade - - - - - 43 194 383 - - 43 194 383
Activos financeiros recebidos em aumento
- - - - - - 174 440 000 - 174 440 000
de capital
Investimentos em associadas e outras
- - - - - - - 430 360 430 360
entidades
Total 489 587 348 286 982 305 426 772 286 218 137 407 334 405 585 413 060 625 370 257 214 717 906 041 3 257 108 811

Passivo
Notas e moedas em circulação 477 974 757 - - - - - - - 477 974 757
Títulos do Banco Central - - - - - - - - -
Responsabilidades para com instituições
de crédito nacionais relacionadas com
operações de política monetária
Reservas bancárias 759 715 456 - - - - - - - 759 715 456
Mercado monetário interbancário 244 536 398 88 339 114 10 080 161 - - - - - 342 955 673
Responsabilidades internas para com
outras entidades
Conta Única do Tesouro 1 203 526 437 - - - - - - - 1 203 526 437
Outras responsabilidades - - - - - - - - -
Responsabilidades externas para com
outras entidades
Fundo Monetário Internacional 159 106 961 - - - - - - - 159 106 961
Total 2 844 860 009 88 339 114 10 080 161 - - - - - 2 943 279 284

145
37 - RESPONSABILIDADES CONTINGENTES

Devido às alterações regulamentares em sede de Imposto Consumo que ocorreram durante o exercício de 2014, através
da aprovação do Decreto-Legislativo Presidencial n.º 3-A/14, de 21 de Outubro de 2014, bem como as alterações que
já haviam sido introduzidas pelo Decreto Presidencial n.º 7/11, de 30 de Dezembro, o Banco Nacional de Angola está
analisar o enquadramento da isenção prevista no art.92º da Lei nº 16/2010 de 15 de Julho Lei do Banco Nacional de
Angola, à luz do referido Decreto-Legislativo Presidencial. Até à presente data ainda não foram concluídos os trabalhos
de enquadramento, apenas foram identificadas possíveis contingências não mensuradas.

38 - EVENTOS SUBSEQUENTES A DATA DE REFERÊNCIA

Na preparação das demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2015, o Banco utilizou para conversão para
moeda nacional dos seus activos e passivos denominados em outras divisas, as taxas de câmbio médias apresentadas
na nota 2.

Contudo, no período compreendido entre 31 de Dezembro de 2015 e 4 de Janeiro de 2016, ocorreu uma variação muito
significativa na taxa de câmbio média do mercado monetário primário. Em 31 de Dezembro de 2015 e 4 de Janeiro de
2016, as taxas de câmbio do Kwanza (AOA) face às unidades monetárias estrangeiras utilizadas foram as seguintes:

31-12-2015 04-01-2016
1 Dólar dos Estados Unidos (USD) 135,315 155,612
1 Euro (EUR) 147,832 169,664
1 Dólar Canadiano (CAD) 97,535 112,137
1 Rand da África do Sul (RAD) 14,206 14,206
1 Libra Estrelina (GBP) 200,300 230,656
1 Yuan Renmimbi da China (CNY) 20,846 23,964

Caso esta variação tivesse sido reflectida nas contas de 31 de Dezembro de 2015 do Banco, os activos e passivos
expressos em moeda estrangeira passariam a ser os seguintes:

Moeda Moeda Moeda Moeda


Total Total
Nacional Estrangeira Nacional Estrangeira
ACTIVO

Ouro - 85 106 242 85 106 242 - 97 872 021 97 872 021


Activos sobre o exterior
Caixa e disponibilidades em instituições
- 245 764 198 245 764 198 - 282 628 374 282 628 374
de crédito
Aplicações em instituições de crédito - 1 218 574 149 1 218 574 149 - 1 401 358 020 1 401 358 020
Activos financeiros ao justo valor através
- 724 121 967 724 121 967 - 832 738 924 832 738 924
de resultados
Activos financeiros disponíveis para venda - 1 155 254 857 1 155 254 857 - 1 328 540 951 1 328 540 951
Fundo Monetário Internacional (2) - 79 165 716 79 165 716 - 79 165 716 79 165 716
Investimentos em associadas e outras
- - - - - -
entidades
- 3 422 880 887 3 422 880 887 - 4 022 304 006 4 022 304 006
Activos internos

146
Relatório e Contas • 2015

Caixa e disponibilidades em instituições


6 083 14 887 433 14 893 516 6 083 17 120 520 17 126 603
de crédito
Operações de financiamento às instituições
de
Aplicações em instituições de crédito 13 170 660 13 170 660 - 15 146 235 15 146 235
Crédito relacionadas com operações de
205 147 525 - 205 147 525 205 147 525 - 205 147 525
política monetária
Investimentos detidos até à maturidade - 56 581 424 56 581 424 - 65 068 533 65 068 533
Activos financeiros recebidos em aumento
174 440 000 - 174 440 000 174 440 000 - 174 440 000
de capital
Investimentos em associadas e outras
395 823 - 395 823 395 823 - 395 823
entidades
379 989 431 84 639 517 464 628 948 379 989 431 97 335 288 477 324 719

Activos tangíveis 31 072 715 - 31 072 715 31 072 715 - 31 072 715


Activos intangíveis 654 745 - 654 745 654 745 - 654 745
Outros valores activos 40 074 261 30 006 960 70 081 221 40 074 261 34 507 949 74 582 210
Total do Activo 451 791 152 3 622 633 606 4 074 424 758 451 791 152 4 154 147 243 4 605 938 395

PASSIVO E CAPITAIS PRÓPRIOS

Notas e moedas em circulação 519 587 896 - 519 587 896 519 587 896 - 519 587 896


Responsabilidades para com instituições
de crédito nacionais relacionadas com
operações de política monetária
Reservas bancárias 979 987 435 131 730 986 1 111 718 421 979 987 435 151 490 391 1 131 477 826
Mercado monetário interbancário 43 914 129 - 43 914 129 43 914 129 - 43 914 129
Responsabilidades internas para com
outras entidades
Conta Única do Tesouro 43 603 532 1 337 114 906 1 380 718 438 43 603 532 1 537 679 672 1 581 283 204
Outras responsabilidades 137 973 - 137 973 137 973 - 137 973
Responsabilidades externas para com
outras entidades
Fundo Monetário Internacional (2) - 103 081 220 103 081 220 - 118 543 213 118 543 213
Responsabilidades com pensões e outros
143 033 493 - 143 033 493 143 033 493 - 143 033 493
benefícios
Provisões 78 934 326 - 78 934 326 78 934 326 - 78 934 326
Outros valores passivos 13 833 623 57 214 029 71 047 652 13 833 623 65 796 028 79 629 651
Total do Passivo 1 823 032 407 1 629 141 141 3 452 173 548 1 823 032 407 1 873 509 302 3 696 541 709

Capital 270 000 000 - 270 000 000 270 000 000 - 270 000 000


Reservas de reavaliação - 302 480 590 302 480 590 - 581 138 956 581 138 956
Outras reservas 36 820 936 - 36 820 936 36 820 936 - 36 820 936
Resultados transitados - - - - - -
Resultado do exercício 12 949 684 - 12 949 684 21 436 793 - 21 436 793
Total dos Capitais Próprios 319 770 620 302 480 590 622 251 210 328 257 729 581 138 956 909 396 686

Total do Passivo e Capitais Próprios 2 142 803 027 1 931 621 731 4 074 424 758 2 151 290 136 2 454 648 259 4 605 938 395

147
39 – AFECTAÇÃO DO RESULTADO DE 2015
Tendo em consideração que o resultado apurado no exercício, que foi de mAOA 12.949.684, o Conselho de Administração
deliberou no dia 22 de Julho de 2016, no sentido de se proceder à seguinte distribuição daquele resultado, nos termos
do disposto no artigo 89.º da Lei do BNA:

• 20%, ou seja mAOA 2.589.937 para Reserva legal;


• 20%, ou seja mAOA 2.589.937 para Reserva livre;
• 60%, ou seja mAOA 7.769.810 para o Tesouro Nacional, a título de dividendos.

148
Relatório e Contas • 2015

Estas Demonstrações Financeiras foram aprovadas pelo Conselho de Administração em sessão realizada em 22 de
Julho de 2016, pelo que são assinadas pelos seus membros.

Luanda, 22 de Julho de 2016.

_____________________________________________
Valter Filipe Duarte da Silva (Governador)

_____________________________________________
Manuel António Tiago Dias (Vice-Governador)

_____________________________________________
Suzana Maria de Fátima Camacho Monteiro (Vice-Governadora)

_____________________________________________
António Manuel Ramos da Cruz (Administrador)

_____________________________________________
Gilberto Moisés Moma Capeça (Administrador)

_____________________________________________
Ana Paula Patrocínio Rodrigues (Administradora)

_____________________________________________
Samora Machel Januário Silva (Administrador)

149
150
Relatório e Contas • 2015

PARTE VI - CERTIFICAÇÃO DO CONCELHO DE


AUDITORIA

151
152
Relatório e Contas • 2015

153
154
Relatório e Contas • 2015

155
156
Relatório e Contas • 2015

PARTE VII - RELATÓRIO DO AUDITOR


INDEPENDENTE

157
158
Relatório e Contas • 2015

159
160
Relatório e Contas • 2015

PARTE VIII - ANEXOS

161
1. Decisões do Comité de Política Monetária ao longo de 2015

No exercício de 2015, os principais indicadores da conta de resultados evoluíram do seguinte modo:

Data FAO FAL - 7 Dias Taxa BNA FCO


22/dez/14 1,75% - 9,00% 9,75%
02/fev/15 1,75% - 9,00% 9,75%
13/fev/15 0,00% - 9,00% 9,75%
27/fev/15 0,00% - 9,00% 9,75%
30/mar/15 0,00% - 9,25% 10,00%
27/abr/15 0,00% - 9,25% 10,00%
29/mai/15 0,00% - 9,25% 10,00%
29/jun/15 0,00% - 9,75% 10,50%
27/jul/15 0,00% - 10,25% 11,00%
28/ago/15 0,00% - 10,50% 12,00%
16/set/15 1,75% - 10,50% 12,50%
29/set/15 1,75% - 10,50% 12,50%
27/out/15 1,75% - 10,50% 12,50%
30/nov/15 1,75% - 10,50% 12,50%
23/dez/15 0,00% 1,75% 11,00% 13,00%

Obs.: FAO - Facilidades Permanentes de Absorção de Liquidez Overnight; FCO - Facilidades Permanentes de Cedência de Liquidez Overnight

2. Documentos normativos emitidos pelo BNA no decurso do ano de 2015

AVISOS
Aviso n.º 01/2015, de 29.01.15, DR- I Série, Política Monetária e Cambial - Importação e exportação de moeda e cheque de
n.º 15 viagem. Estabelece os procedimentos de importação, exportação e reexportação de moeda
estrangeira, bem como de cheques de viagem, a serem observados pelas instituições
financeiras. – Revoga o Aviso n.º 01/2014.
Aviso n.º 02/2015, de 29.01.15, DR- I Série, Política Monetária e Cambial - Limites de exposição ao risco cambial. Estabelece o limite
n.º 15 de exposição ao risco de câmbio e ao ouro das instituições financeiras sujeitas à supervisão
do Banco Nacional de Angola. – Revoga o Aviso n.º 05/2010.
Aviso n.º 03/2015, de 20.04.2015, DR- I Publicidade de produtos e serviços financeiros - Estabelece as normas e princípios que
Série, n.º 53 regem a publicidade dos produtos e serviços financeiros comercializados pelas instituições
financeiras sob a supervisão do Banco Nacional de Angola. – Revoga o Aviso n.º 09/2014.
Aviso n.º 04/2015, de 20.04.2015, DR- I Circulação Monetária, Nova Família do Kwanza - Visa fixar o período a partir do qual
Série, n.º 53 as cédulas das Séries de “1999” e “2003” deixarão de manter-se em circulação. – Revoga o
Aviso n.º 08/2014.
Aviso n.º 05/2015, de 20.04.2015, DR- I Sistema de Pagamentos de Angola – Cheque normalizado. Tem como objectivo definir os
Série, n.º 53 requisitos dos formulários de cheques utilizados. – Revoga o Aviso n.º 08/2014.
Aviso n.º 06/2015, de 20.04.2015, DR- I Sistema de Pagamentos de Angola - Número bancário angolano (NBA) e Número
Série, n.º 53 internacional da conta bancária (IBAN). Estabelece as regras de identificação de contas de
depósito. - Revoga o Aviso n.º 03/2004.
Aviso n.º 07/2015, de 20.04.2015, DR- I Sistema de Pagamentos de Angola - Serviço de compensação de valores (SCV),
Série, n.º 53 Subsistema de compensação de cheques (SCC). Tem como objectivo definir as datas e
requisitos para a extinção do Serviço de Compensação de Valores (SCV) e a entrada em
produção do Subsistema de Compensação de Cheques (SCC). Revoga os Avisos n.º
05/2006, n.º 27/2012 e n.º 04/2014.
Aviso n.º 08/2015, de 20.04.2015, DR- I Sistema de Pagamentos de Angola - Estabelece as condições de obrigatoriedade da
Série, n.º 53 liquidação de transferências interbancárias no Sistema de Pagamentos Por Bruto em Tempo
Real (SPTR).

162
Relatório e Contas • 2015

Aviso n.º 09/2015, de 20.04.2015, DR-I Série, Sistema de Pagamentos de Angola - Prazo de execução e de disponibilização de fundos
n.º 53 aplicáveis. Estabelece os prazos para a execução de transferências e de remessas de valores,
bem como para a disponibilização de fundos ao beneficiário, em resultado de depósitos de
numerário e de cheques, de transferências ou de remessas de valores. – Revoga o Aviso n.º
02/2012.
Aviso n.º 10/2015, de 16.06.2015, DR- I Política Cambial - Estabelece as regras de entrada e saída de moeda nacional e
Série, n.º 88 estrangeira no território nacional, na posse de pessoas singulares, residentes e não
residentes cambiais, que se destinem ou tenham por proveniência a República da Namíbia,
utilizando a fronteira terrestre de Santa Clara (Cunene - Angola) e Oshikango (Namíbia).
Aviso n.º 11/2015, de 24.12.2015, DR- I Sistemas de pagamentos, classificação dos subsistemas - Regula a classificação dos
Série, n.º 174 subsistemas de compensação e de liquidação do Sistema de Pagamentos de Angola (SPA),
tendo em vista a adopção de mecanismos de controlo de riscos, bem como dispor sobre o
funcionamento e operacionalização dos referidos subsistemas, e sobre as responsabilidades
dos respectivos operadores.
Aviso n.º 12/2015, de 28.12.2015, DR- I Política Cambial - Acordo de Conversão Monetária entre o Banco Nacional de Angola e
Série, n.º 175 o Banco da Namíbia, Entrada e saída de moeda nacional e moeda estrangeira na fronteira
terrestre de Santa Clara (Angola), Regras operacionais a observar pelas instituições
financeiras. Define novas regras ao quadro de procedimentos para as transacções a
realizar pelas instituições financeiras bancárias e casas de câmbio, no âmbito do Acordo de
Conversão Monetária celebrado entre o Banco Nacional de Angola e o Banco da Namíbia e
estabelece novos procedimentos sobre o transporte de moeda nacional e moeda estrangeira
na fronteira terrestre de Santa Clara (Angola) e Oshikango (Namíbia). Revoga o Aviso n.º
12/2015, de 16 de Junho e o Instrutivo n.º 11/2015 de 18 de Junho.

INSTRUTIVOS
Instrutivo n.º 01/2015 Classificação de Países, Bancos Multilaterais de Desenvolvimento e Organizações
Internacionais. Estabelece os critérios de classificação dos países e de identificação dos
bancos multilaterais de desenvolvimento e das organizações internacionais para efeitos
prudenciais.
Instrutivo n.º 02/2015 Metodologias para a Constituição de Provisões - Estabelece as metodologias que
podem ser utilizadas para definir os montantes mínimos de provisões que devem ser
constituídos, no âmbito das disposições sobre o processo de constituição das provisões
previstas no Aviso n.º 12/2014, de 17 de Dezembro.
Instrutivo n.º 03/2015 Política Monetária - Reservas Obrigatórias - Visa ajustar as regras de apuramento e
cumprimento das Reservas Obrigatórias ao actual quadro de estabilidade macroeconómica. –
Revoga o Instrutivo n.º 07/2014.
Instrutivo n.º 04/2015 Política Cambial, Compra e Venda de Moeda Estrangeira, Regras Operacionais
Adicionais. Visa ajustar os procedimentos relativos à realização das sessões de compra e
venda de moeda estrangeira, pelo Banco Nacional de Angola, estabelecidos pelo Instrutivo
n.º 01/2011, de 12 de Abril, tendo em vista o objectivo de se preservar o equilíbrio do
mercado cambial.
Instrutivo n.º 05/2015 Sistema de Pagamentos - Especificações técnicas do cheque normalizado.
Visa ajustar as especificações técnicas do cheque normalizado, com vista melhorar a clareza
e o rigor. – Revoga o Instrutivo n.º 03/2012.
Instrutivo n.º 06/2015 Sistema de Pagamentos - Câmara de Compensação Automatizada de Angola, Garantias
para Liquidação de Saldos. Surge da necessidade de se implementar processos de contenção
do risco de liquidação nos subsistemas da Câmara de Compensação Automatizada de Angola
(CCAA).
Instrutivo n.º 07/2015 Casas de Câmbio - Regras Operacionais. Visa regular os termos e condições em que as
casas de câmbio podem realizar a compra e venda de moeda estrangeira. – Revoga o
Instrutivo n.º 04/2013.
Instrutivo n.º 08/2015 Política Monetária - Reservas Obrigatórias. Visa ajustar as regras de apuramento e
cumprimento das Reservas Obrigatórias ao actual quadro de estabilidade macroeconómica. –
Revoga o Instrutivo n.º 03/2015.
Instrutivo n.º 09/2015 Metodologias para a Constituição de Provisões. Visa estabelecer as metodologias
que podem ser utilizadas na definição dos montantes mínimos de provisões que devem ser
constituídos, no âmbito das disposições sobre o processo de constituição das provisões
previstas no Aviso n.º 12/2014 de 17 de Dezembro, sobre provisões. – Revoga o Instrutivo
n.º 02/2015.

163
Instrutivo n.º 10/2015 Política Cambial - Sessões de Compra e Venda de Moeda Estrangeira, Procedimentos
Extraordinários de Participação. Visa ajustar os procedimentos de realização das sessões
de compra e venda de moeda estrangeira, com o objectivo de preservar o equilíbrio entre
a operacionalização do mercado cambial e os objectivos de política cambial. - Revoga o
Instrutivo n.º 01/2011.
Instrutivo n.º 11/2015 Acordo de Conversão Monetária entre o Banco Nacional de Angola e o Banco
da Namíbia, Regras Operacionais a Observar pelas Instituições Financeiras. Define as
regras operacionais a observar pelas instituições financeiras bancárias e casas de câmbio,
localizadas na zona fronteiriça de Santa Clara, Província do Cunene.
Instrutivo n.º 12/2015 Política Cambial – Operações cambiais, Procedimentos. Define os novos requisitos a
observar pelas Instituições Financeiras Bancárias, no processo de realização de operações
cambiais de mercadorias, invisíveis correntes, capitais e venda às Casas de Câmbio.
Instrutivo n.º 13/2015 Mercado Monetário Interbancário - MMI, Operações de Cedência de Liquidez dos
Bancos de Desenvolvimento. Estabelece os procedimentos para as Operações de Cedência de
Liquidez dos Bancos de Desenvolvimento.
Instrutivo n.º 14/2015 Política Monetária e Cambial - Mercado Cambial, Margem máxima para operações de
venda de divisas. Tem como objectivo adequar os mecanismos de operacionalização do
mercado cambial, em particular do mercado secundário de venda de divisas. Revoga o
Instrutivo n.º 03/2014.
Instrutivo n.º 15/2015 Política Monetária e Cambial - Mercado Cambial, Margem máxima para operações de
venda de divisas. Tem como objectivo suspender a vigência e consequente aplicabilidade do
Instrutivo n.º 14/2015, de 07 de Julho, reestabelece a vigência do Instrutivo n.º 3/2014, de 4
de Abril e toda a regulamentação que não o contrarie. Revoga o Instrutivo n.º 14/2015.
Instrutivo n.º 16/2015 Política Monetária: Reservas Obrigatórias – Visa ajustar as regras de apuramento e
cumprimento das R.O ao actual quadro de estabilidade macroeconómica.
Instrutivo n.º 17/2015 Venda de Moeda Estrangeira – Visa ajustar os procedimentos para a realização de
sessões de venda de moeda estrangeira às casas de câmbio.
Instrutivo n.º 18/2015 Cartões de Pagamento: Informação Estatística - Estabelece a periodicidade, forma e o
conteúdo da informação estatística a ser prestada ao BNA pelos emissores e adquirentes de
cartões de pagamento e pela sociedade operadora do subsistema Multicaixa.
Instrutivo n.º 19/2015 Política Monetária: Reservas Obrigatórias – Visa ajustar as regras de apuramento
e cumprimento das R.O ao actual quadro de estabilidade macroeconómica – Revoga o
Instrutivo nº 16/2015.
Instrutivo n.º 20/2015 Política Cambial - Reporte e monitorização de transacções cambiais- aprimorar a qualidade
do sistema de acompanhamento e tratamento das operações cambiais, por forma a melhorar
a qualidade da informação prestada pelas Instituições Financeiras Bancárias.
Fonte: BNA.

164
Relatório e Contas • 2015

3. Relação das Actividades de Âmbito Internacional realizadas pelo BNA no decurso do


ano 2015

Instituição Evento Local Data


Encontro do Subcomité de Supervisores Bancários dos 11 a 12 de
Windhoek, Namíbia
Governadores dos Bancos Centrais da SADC (CCBG) Fevereiro
25 a 29 de
Reunião do RRP e do Subcomité Macroeconómico do CCBG Lusaka, Zâmbia
Fevereiro
Workshop sobre a integração dos Sistemas de Pagamento Maputo, Moçambique 03 a 05 de Março
Reunião do Subcomité Macroeconómico da SADC Gaberone, Botswana 12 a 13 de Março
Acompanhamento da implementação da Convergência
Macroeconómica no âmbito do Mecanismo de Revisão de Gaberone, Botswana 19 a 20 de Março
Pares (PRP)
Reunião do Subcomité de Mercados Financeiros do CCBG Manzini, Swazilândia 24 a 26 de Março
Reunião do Subcomité Macroeconómico do CCBG Harare, Zimbabwe 04 a 06 de Julho
Reunião do Subcomité de Recursos Humanos do CCBG Livingstone, Zâmbia 14 a 17 de Julho

Comunidade para o Reuniões do Painel de Avaliação por Pares da Convergência 01 a 04 de


Bulawayo, Zimbabwe
Desenvolvimento da Macroeconómica e dos Ministros das Finanças Agosto
África Austral (SADC) Encontro das Subcomissões de Arquitectura de Sistemas e de 18 a 21 de
Victoria, Ilhas Seychelles
IT Governance Agosto
19 a 20 de
Reunião do Subcomité de Mercados Financeiros do CCBG Pretória, África do Sul
Agosto
28 a 30 de
Reunião do Grupo de Trabalho do CCBG Pretória, África do Sul
Setembro
Joanesburgo, Africa 20 a 21 de
Reunião do Comité de Controlo Cambial
do Sul Outubro
41ª Reunião do Comité dos Governadores dos Bancos Centrais 28 a 30 de
Luanda, Angola
da SADC (CCBG) Outubro
17 a 19 de
Workshop no âmbito do Projecto de Integração de Pagamentos Mbabane, Swazilândia
Novembro
Reunião do Subcomité de Controlo Cambial e Workshop sobre 9 a 10 de
Gaberone, Botswana
a validação da restritividade do controlo cambial Dezembro
24 a 28 de
Workshop sobre análise e gestão da Despesa Pública Windhoek, Namíbia
Agosto
Instituto de Gestão 19ª Reunião do Conselho de Governadores e Fórum Executivo
Macroeconómica e Lima, Peru 5 a 6 de Outubro
Combinado
Financeira da África
Austral e do Leste Workshop sobre a metodologia de compilação e análise das 19 a 30 de
Nairobi, Quénia
(MEFMI) estatísticas monetárias e financeiras Outubro
23 a 24 de
Fórum dos Vice-Governadores e Secretários de Estado Nairobi, Quénia
Novembro
7º Fórum Mundial sobre Políticas de Inclusão Financeira e 10º
2 a 4 de
Encontro do Grupo de Trabalho sobre Protecção ao Consumidor Maputo, Moçambique
Setembro
Banco de Moçambique e Conduta de Mercado
9 a 11 de
Encontro de continuidade de negócio Maputo, Moçambique
Setembro
Banco de Cabo Verde Comemoração do 40º Aniversário do Banco de Cabo Verde Praia, Cabo Verde 22 de Setembro
Assinatura da Adenda ao Acordo Bilateral de Conversão
Oshakati, Namíbia 04 de Junho
Monetária entre Angola e Namíbia
Banco da Namíbia
Visita de trabalho no âmbito do Acordo de Conversão 23 a 27 de
Windhoek, Namíbia
Monetária Novembro

165
V Encontro de Contabilidade dos Bancos Centrais da CPLP Lisboa, Portugal 27 a 29 de Maio
XIV Conferência sobre Auditoria, Risco e Governance Lisboa, Portugal 24 de Junho
XXV Encontro de Lisboa entre os Bancos Centrais da CPLP Lisboa, Portugal 25 de Junho
Banco de Portugal
16 a 18 de
Visita de trabalho ao Departamento de Risco Lisboa, Portugal
Novembro
Workshop sobre as Centrais de Balanço e de 23 a 24 de
Lisboa, Portugal
Responsabilidades de Crédito Novembro
Visita técnica no âmbito da implementação da ferramenta de
Brasília, Brasil 23 a 27 de Março
Auditoria Interna
3º Encontro de Supervisão Bancárias dos Bancos Centrais dos
Brasília, Brasil 16 a 18 de Junho
Países de Língua Oficial Portuguesa
24 de Julho a 4
Seminário Internacional de Boas Práticas Estatísticas Rio de Janeiro, Brasil
de Agosto
Banco do Brasil
Formação no âmbito do Sistema de Gestão da Continuidade 26 a 31 de
Brasília, Brasil
do Negócio Outubro
30 Novembro a 1
Workshop sobre “stress tests” Brasília, Brasil
de Dezembro
7 a 11 de
Semana Internacional da Cidadania Financeira Brasília, Brasil
Dezembro
Reunião Anual Lima, Peru 9 a 11 de Outubro
Fundo Monetário 30 de Novembro
Internacional (FMI) Formação sobre Elementos Principais de Supervisão Bancária Ebéne, Maurícias a 11 de
Dezembro
23 a 27 de
Workshop sobre Gestão de Risco e de Renda Fixa Paris, França
Fevereiro
Grupo Banco Mundial Joanesburgo, África
Workshop sobre os fundamentos da Gestão de Activos 13 a 17 de Julho
(GBM) do Sul
Colóquio sobre o Programa de Monitoria e Gestão de Reservas 9 a 12 de
Londres, Inglaterra
Internacionais Novembro
29 a 30 de
Banco de Pagamento Encontro de alto nível sobre Supervisão Bancária Cape Town, Africa do Sul
Janeiro
Internacional (BIS)
Reunião Geral Anual Basileia, Suíça 27 a 28 de Junho
7ª Reunião do Grupo Consultivo Regional para a África Austral Zanzibar, Tanzânia 11 de Março
Conselho de Estabilidade
Financeira (FSB) Mesa redonda sobre o Correspondente Bancário e 8ª Reunião 3 a 4 de
Cape Town, Africa do Sul
do Grupo Consultivo Regional para África Subsariana Dezembro
Organização das Nações 6.ª Conferência dos Estados partes da Convenção Contra a 2 a 6 de
São Petersburgo, Rússia
Unidas (ONU) Corrupção Novembro
Organização Mundial do 22 a 24 de
2º Exame da Política Comercial de Angola Genebra, Suíça
Comércio (OMC) Setembro
Fonte: BNA.

166
Relatório e Contas • 2015

4. Emissão e Reserva Monetária

Notas emitidas Reserva monetária


Denominações Quantidade total Valor Financeiro Quantidade Total Valor Financeiro
10.000,00 0 0 20 200.000,00
5.000,00 19 95.000,00 66 330.000,00
2.000,00 20,4 40.800,00 64,6 129.200,00
1.000,00 42,2 42.200,00 67,8 67.800,00
500 70 35.000,00 50 25.000,00
100 72 7.200,00 10 1.000,00
50 78,5 3.925,00 0 0
Total 302,1 224.125,00 278,4 753.000,00

Moedas emitidas Stock - IV Trimestre/2015


Quantidade total Valor Financeiro Quantidade Total Valor Financeiro
100 1,05 105 0,82 82,38
50 1,08 54 0,79 39,67
20 19,88 397,6 6,5 130,05
10 19,16 191,6 1,98 19,78
5 20,84 104,2 0,02 0,09
1 20 20 1,68 1,68
0,5 15 7,5 11,24 5,62
Total 97,01 879,9 23,03 279,27
Fonte: BNA.

5. Mapa estratégico – Organização dos Objectivos por Perspectivas

Contribuir para Estabilidade Monetária e Contribuir para a Inclusão Financeira e Desenvolver as


Sociedade Cambial e Gerir as Reservas Internacionais Acções de Responsabilidade Social

Assegurar a Assegurar a
Sistema Consolidação da Contribuir para a
Consolidação da Politica Modernização dos Assegurar a Eficiência e
Eficácia da Gestão do
Supervisão das Sistemas de
Financeiro Instituições Financeiras Macro-Prudencial Pagamentos Meio Circulante

Organização Fortalecer a Governação Corporativa


Modernizar a Infra-estrutura Física e Tecnológica
e Infra-estrutura

Capital Humano Assegurar o Desenvolvimento do Capital Humano

167
6. Balanço da execução do Plano Estratégico 2013-2015

Grau de Execução
Sociedade Objectivos
91% ≥GE≤ 100% 50% ≥GE≤ 91% < 50% Média OE Média Perpectiva
(A) Contribuir para Estabilidade
Monetária e Cambial e Gerir as 98% 64% - 81%
Reservas Internacionais
Sociedade 64%
(B) Contribuir para a inclusão
Financeira e Desenvolver Acções de - 70% 26% 48%
Responsabilidade Social
(C) Assegurar a consolidação
e supervisão das Instituições 100% 79% 33% 71%
Financeiras
(D) Contribuir para a consolidação da
Sistema 100% 55% - 77%
política macroprudencial 75%
Financeiro
(E) Assegurar a modernização do
- 80% - 80%
Sistema de Pagamentos.
(F) Assegurar a eficiência e eficácia
- 71% - 71%
da gestão do meio circulante.
(G) Fortalecer a Governação
97% 73% 26% 65%
Organização e Corporativa
64%
Infra-estrutura (H) Modernizar a infra-estrutura física
98% 67% 25% 63%
e tecnológica.
Capital (I) Assegurar o desenvolvimento do
100% 58% 15% 58% 58%
Humano capital humano.
MÉDIA 65%
Fonte: BNA.

168
Relatório e Contas • 2015

GLOSSÁRIO

169
Glossário

ATM: Automatic Teller Machine BT: Bilhetes do Tesouro


BAD: Banco Africano de Desenvolvimento BVB: Banco Valor, S.A.
BAI: Banco Angolano de Investimentos, S.A. CCAA: Câmara de Compensação Automatizada de Angola
BANC: Banco Angolano de Negócios e Comércio, S.A. CCBG: Comité dos Governadores dos Bancos Centrais da SADC
BCA: Banco Comercial Angolano, S.A.R.L. CI: Comité de Investimentos
BCE: Banco Central Europeu CMA: Zona Monetária Comum
BCGTA: Banco Caixa Geral Totta de Angola, S.A.R.L. COMEF: Comité de Estabilidade Financeira
BCH: Banco Comercial do Huambo, S.A. CPM: Comité de Política Monetária
BCI: Banco de Comércio e Indústria, S.A.R.L. CTSPA: Conselho Técnico do Sistema de Pagamento Angolano
BDA: Banco de Desenvolvimento de Angola CUA: Comissão da União Africana
BESA: Banco Espírito Santo Angola, S.A.R.L. DEE: Departamento de Estudos Económicos
BFA: Banco de Fomento Angola, S.A.R.L. DES: Departamento de Estatística
BI: Bilhete de Identidade DJU: Departamento Jurídico
BIC: Banco BIC, S.A. DMA: Departamento de Mercados de Activos
BIS: Banco Internacional de Pagamentos DPS: Departamento de Património e Serviços
BKI: Banco Kwanza Investimento, S.A. DRI: Departamento de Gestão de Risco
BM: Base Monetária DSC: Departamento de Supervisão Comportamental
BMA: Banco Millennium Angola, S.A. DSI: Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições
BMF: Banco BAI Micro Finanças, S.A. Financeiras
BMMN: Base Monetária em Moeda Nacional DSP: Departamento de Sistemas de Pagamento
BNA: Banco Nacional de Angola EMIS: Empresa Interbancária de Serviços
BNI: Banco de Negócios Internacional, S.A. EUA: Estados Unidos da América
BPA: Banco Privado do Atlântico, S.A. FAO: Facilidade de Absorção de Liquidez
BPC: Banco de Poupança e Crédito, S.A.R.L. FAO: Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul FCO: Facilidade de Cedência de Liquidez

170
Relatório e Contas • 2015

FMI: Fundo Monetário Internacional OT: Obrigações do Tesouro


FNB: Finibanco Angola PERT: Projecto Executivo para a Reforma Tributária
GCI: Gabinete de Comunicação Institucional PIB: Produto Interno Bruto
ICE: Indicador de Clima Económico PRP: Painel de Revisão de Estudos
INE: Instituto Nacional de Estatística ROA: Rendibilidade do Activo
Inf: Inflação ROE: Rendibilidade dos Capitais
INF_IR: Componente Irregular Presente na Inflação SADC: Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral
INF_SA: Inflação Ajustada da Componente Sazonal SADCBA: Associação Bancária da SADC
INF_SF: Componente Sazonal Presente na Inflação SBA: Standard Bank de Angola, S.A.
INF_TC: Componente Tendencial e Cíclica SCC: Subsistema de Compensação de Cheques
IPC: Índice de Preços ao Consumidor SCV: Serviço de Compensação de Valores
IPI: Índice de Produção Industrial SFA: Sistema Financeiro Angolano
KEVE: Banco Keve, S.A.R.L. SIGMA: Sistema de Gestão de Mercados e Activos
LUIBOR: Luanda Interbank Offered Rate SIRESS: Sistema de Liquidação Electrónica Regional da SADC
MCX: Multicaixa SNM: Sistema de Notas e Moedas
MEFMI: Instituto de Gestão Macroeconómica e Financeira da África SOL: Banco Sol
Austral e do Leste SPA: Sistema de Pagamento Angolano
MT102 e MT103: São mensagens que transferem os pagamentos SPTR: Sistema de Pagamento em Tempo Real
realizados pelos bancos em nome de clientes e os pagamentos a SSIF: Sistema de Supervisão das Instituições Financeiras
clientes de bancos realizados pelo BNA em seu nome próprio ou do STC: Subsistema de Transferência a Crédito
Tesouro Nacional. TBC: Títulos do Banco Central
MT202: São mensagens que transferem os pagamentos feitos pelos TPA: Terminal de Pagamento Automático
bancos em nome próprio a outro banco. VTB: Banco VTB África, S.A.
OGE: Orçamento Geral do Estado
OMA: Operações de Mercado Aberto

171
Av. 4 de Fevereiro, nº 151 - Luanda, Angola
Caixa Postal 1243
Tel: (+244) 222 679 200 - Fax: (+244) 222 339 125
www.bna.ao

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