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FACULDADE DA AMAZÔNIA
SANTARÉM - PARÁ
06 DE ABRIL DE 2018
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FACULDADE DA AMAZÔNIA
SANTARÉM - PARÁ
06 DE ABRIL DE 2018
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SUMÁRIO
Noções Gerais_____________________________________________________ 04
4. MILÍCIA (ART.288-A)_____________________________________________10
Conclusão__________________________________________________________12
Referências_________________________________________________________13
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NOÇÕES GERAIS
A prática de qualquer delito constitui violação da ordem pública porque gera, para
a comunidade, uma sensação de insegurança. O legislador então viu a necessidade de
também voltar sua proteção especial para certos comportamentos que se dirigem para
reforçar a prática criminosa de um modo geral, ou seja, para condutas que tenham como
objeto exatamente o crime em si, denominando-os crimes contra a paz pública. Os crimes
contra a paz pública são sempre ações que agridem a tranquilidade social porque em sua
essência são contributivos para a prática criminosa.
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A incitação ao crime pode ser exercitada por qualquer meio: panfletos, cartazes,
discursos, gritos em público, e-mails, sites na internet, entrevista em rádio, revista,
jornal ou televisão etc. Comete o delito, por exemplo, quem mantém site na internet
dizendo que todo marido traído deve espancar ou matar a esposa; ou quem, em
entrevista, aconselha as pessoas a não pagar por serviços, devendo fazer ligações
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clandestinas de água, luz, gás etc.; ou, ainda, líder sindical que, em discurso, diz que
os operários devem depredar as indústrias em que trabalham.
Diferencia-se da incitação porque se refere a fato pretérito. Comete o crime, dessa forma,
quem enaltece fato criminoso já ocorrido (previsto no Código Penal ou outras leis) ou o
próprio autor do delito em função do delito que cometeu.
É também requisito desse crime que a apologia seja feita em público, isto é, que
o enaltecimento ao ato criminoso ocorra na presença de número elevado de pessoas ou de
modo que chegue ao seu conhecimento. Pode o delito ser cometido por qualquer meio:
discurso, panfletos, cartazes etc. Desde o julgamento da ADPF n. 130, em que o Supremo
Tribunal Federal considerou inconstitucional a Lei de Imprensa (Lei n. 5.250/67), não se
encontra mais em vigor o seu art. 19, § 2º, que previa pena mais grave para a apologia
feita por meio de imprensa. Atualmente, portanto, o crime do art. 287 do Código Penal
também pode ser cometido por rádio, televisão, jornal etc.
A redação atual do parágrafo único do art. 288, dada pela Lei n. 12.850/2013, prevê
que a pena será aumentada em até metade se a associação for armada ou se houver
participação de criança ou adolescente. Apesar das divergências, prevalece o
entendimento de que basta um dos integrantes da associação atuar armado, desde que isso
guarde relação com os fins criminosos do grupo. O dispositivo alcança a utilização de
armas próprias e impróprias
O art. 8º da Lei n. 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos) dispõe que será de três a seis
anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal quando se tratar de união
visando à prática de crimes hediondos, tortura ou terrorismo. Trata-se de qualificadora
que se aplica, portanto, quando a associação é formada para a prática desses crimes de
maior gravidade. Nessas hipóteses, haverá concurso material entre o delito de associação
qualificada e os crimes efetivamente cometidos. Esse art. 8º também menciona a
associação para a prática de tráfico de entorpecentes, porém, atualmente, a união de duas
ou mais pessoas para a prática de tráfico, de forma reiterada ou não, constitui o crime do
art. 35, caput, da Lei n. 11.343/2006 (nova Lei Antitóxicos), punido com reclusão de três
a dez anos, e multa, chamado de “associação para o tráfico”. Além disso, o art. 35,
parágrafo único, da mesma lei, pune com as mesmas penas a associação de duas ou mais
pessoas para o financiamento reiterado do tráfico.
A Lei dos Crimes Hediondos, também em seu art. 8º, mas no parágrafo único, dispõe
que o participante ou associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha,
possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
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4. MILÍCIA (ART.288-A)
Esse dispositivo foi introduzido no Código Penal pela Lei n. 12.720/2012. Tal
como o delito de associação criminosa, essa nova figura também pressupõe a associação
de pessoas com a específica finalidade de cometer crimes. Por expressa previsão legal,
entretanto, só se configura se a intenção for a de cometer crimes do Código Penal. Se a
milícia visar exclusivamente ao cometimento de crimes de lei especial, o enquadramento
será no crime de associação criminosa. O próprio nomen juris da infração penal estampa
que a ação ilícita diz respeito às “milícias privadas” que se unem sob o pretexto de prestar
serviços de segurança em certa localidade e que, nesta condição, cometem crimes como
extorsão, roubo, ameaça, tortura, usurpação de função pública, lesões corporais e até
homicídios
CONCLUSÃO
A maioria das legislações prevê os crimes que são tratados em nosso Código Penal
sob a rubrica "Dos crimes contra a paz pública" como sendo crimes contra a ordem
pública.
Nelson Hungria explica que a paz pública deve ser entendida como um bem
subjetivo, ou seja, como um sentimento coletivo de paz que a ordem jurídica assegura.
Dessa forma completa:
REFERÊNCIAS