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CADERNO DE ESTUDO

EXECUÇÃO E CONTROLE ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO


FICHA CATALOGRÁFICA

I59   Instituto Brasileiro de Administração Municipal

Caderno de estudo: execução e controle orçamentário e financeiro. / IBAM. – Rio de


Janeiro: IBAM, 2016.

40 p. : il. color.

(Série Programa de qualificação gestão ambiental)

Inclui Referências

1. Finanças públicas. 2. Orçamento. I. Instituto Brasileiro de Administração Municipal.


II. Título. III. Série.

CDU 336.1

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INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL – IBAM

Superintendência Geral Paulo Timm

Coordenação Geral do PQGA Tereza Cristina Barwick Baratta

Coordenação da Capacitação Hélio Beiroz Imbrosio da Silva


Magnes Grael Silveira Maynard do Lago
Suzana dos Santos Barbosa
Tito Ricardo de Almeida Tortori

Supervisão Pedagógica Anna Maria Fontes Ribeiro


Dora Apelbaum

Consultoria Técnica Octávio da Costa Gomes Neto

Conteudistas Andrea Pitanguy de Romani


Hélio Beiroz Imbrosio da Silva
Iara Ferrugem Velasques
Iara Verocai
Jean Marc Weinberg Sasson
João Vicente Lagüéns
Júlio César Gonçalves da Silva
Karin Schipper Segala
Leene Marques de Oliveira
Luis Mauro Sampaio Magalhães
Marcos Flávio R. Gonçalves
Nathália da Silva Braga
Paula Bernasconi
Rosan Valter Fernandes

Desenho Instrucional Afrent Soluções

Normalização Bibliográfica Cinthia Pestana

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Sumário

APRESENTAÇÃO...........................................................................7

1. INTRODUÇÃO...........................................................................9
1.1. Alterações à Lei Orçamentária Anual - LOA........................................................ 9
1.1.1 Emendas Orçamentárias..................................................................................... 10
1.2 Mecanismos Retificadores do Orçamento.......................................................... 11
1.2.1 Crédito Adicionais................................................................................................ 11
1.3. Contingenciamento................................................................................................ 14

2. EXECUÇÃO DA DESPESA PÚBLICA: EMPENHO,


LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO ..................................................16
2.1 Empenho.................................................................................................................... 16
2.1.1 Empenho Ordinário............................................................................................... 17
2.1.2 Empenho por Estimativa..................................................................................... 17
2.1.3 Empenho Global.................................................................................................... 17
2.2. Liquidação............................................................................................................... 19
2.3 Pagamento................................................................................................................ 20
2.4 Restos a Pagar ........................................................................................................ 20
2.4.1 Restos a pagar processados ............................................................................. 21
2.4.2 Restos a pagar não processados ..................................................................... 21
2.5 Despesas de Exercícios Anteriores..................................................................... 22

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3. EXECUÇÃO DA RECEITA PÚBLICA: LANÇAMENTO,
RECOLHIMENTO E ARRECADAÇÃO........................................25
3.1. Previsão.................................................................................................................... 26
3.2. Lançamento ........................................................................................................... 26
3.2.1 Lançamento Direto ou de Ofício......................................................................... 27
3.2.2. Lançamento por Declaração (ou Misto) ........................................................ 27
3.2.3 Lançamento por Homologação ......................................................................... 27
3.3 Arrecadação ............................................................................................................ 27
3.4 Recolhimento ........................................................................................................... 27

4.  TIPOS E INSTRUMENTOS DE CONTROLE.........................29


4.1. Controle Externo..................................................................................................... 30
4.1.1 Tribunal de Contas da União – TCU................................................................... 32
4.2. Controle Interno...................................................................................................... 33
4.3 Controle social......................................................................................................... 34
4.3.1 Calendário da Participação................................................................................ 35
4.3.2 Transparência Orçamentária.............................................................................. 35
4.3.4 Balanços e balancetes........................................................................................ 36
4.3.5 Orçamento Participativo - OP............................................................................. 37

CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................38

REFERÊNCIAS..............................................................................39

BIBLIOGRAFIA.............................................................................40

5 | Página
Execução e Controle Orçamentário e Financeiro
APRESENTAÇÃO
A gestão pública prescinde de habilidades 3. Execução da receita pública: lança-
nem sempre fáceis de serem adquiridas e ne- mento, recolhimento e arrecadação.
cessita da atualização permanente de seus
funcionários. Entretanto, o cenário da ad- 4. Tipos e instrumentos de controle.
ministração pública municipal é carente de
apoio à capacitação continuada de seus qua-
dros funcionais. Este curso busca responder
a essa demanda.

Neste sentido, abordaremos elementos-chave


para a compreensão não só do ponto de vista
técnico, dos dispositivos legais, mas também
os aspectos políticos, daquilo que se coloca
como o diálogo permanente da gestão públi-
ca. O embate entre as exigências da legislação
e as limitações com as quais gestores e ato-
res sociais deparam quando tentam transpor
ações e políticas públicas para o arcabouço
legal que lhe dá respaldo e permite o fluxo fi-
nanceiro necessário para a implementação das
políticas públicas.

Neste Curso sobre Execução e Controle


Orçamentário e Financeiro busca-se como
objetivo geral compreender os instrumentos
formais para o acompanhamento, controle e
execução dos orçamentos públicos municipais.
Conhecendo os atores envolvidos, as etapas-
chave dos processos de arrecadação e gasto
dos recursos públicos, e apresentação de di-
ferentes tipos e mecanismos de controle dos
recursos orçamentários.

Portanto, este curso envolve exposições sobre


quais os dispositivos legais que permitem mo-
dificações à Lei Orçamentária Anual, sobre a
execução das despesas e da receita pública,
assim como os diferentes tipos de controle so-
bre o orçamento público. Em resumo, pode-se
informar ao/à participante que o conteúdo per-
mitirá conhecer:

1. Alterações à lei de orçamento e


créditos adicionais.

2. Execução da despesa pública:


empenho, liquidação e pagamento.

7 | Página
1. Alterações à lei
orçamentária
anual - LOA

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Importante destacar, que a LOA é resultado
1. INTRODUÇÃO do planejamento financeiro municipal, que
contempla mais duas leis: O Plano Plurianual
e a LDO. O PPA é um instrumento de plane-
A Lei Orçamentária Anual – LOA também é co- jamento com vigência que de quatro anos e a
nhecida por orçamento. É uma lei anual e se LDO, que é uma lei anual, que “pinça” do PPA
constitui em instrumento de planejamento e as prioridades da gestão municipal a cada ano,
controle dos gastos públicos a cada ano. Ela materializando-as na LOA.
apresenta de forma detalhada a composição
da receita do Município e como está prevista a
execução das despesas. 1.1. Alterações à Lei Orçamentária
Anual - LOA
Portanto, o conteúdo deste curso é rela-
cionado à Lei Orçamentária Anual – LOA, Existem algumas maneiras pelas quais o orça-
ou seja, ao acompanhamento da execução da mento pode ser alterado. Essas alterações po-
receita e da despesa previstos nessa Lei, que dem acontecer no momento em que ainda é a
apresenta os recursos e aponta a finalidade proposta de lei, ou até mesmo depois de aprova-
dada ao dinheiro público. da pelo Legislativo e sancionado pelo Executivo.

Na LOA temos o detalhamento, na forma de Alterar o orçamento, enquanto este se consti-


lei, das políticas públicas que serão executa- tui apenas em uma proposta (projeto de lei) na
das em determinado ano. Na LOA, as ações forma de apresentação de emendas legislati-
governamentais estão detalhadas com seus vas, é o procedimento mais comum, seguindo
objetivos, responsáveis e o montante de recur- os trâmites normais do ciclo orçamentário. Esta
sos destinados para cada ação governamental. mudança é prerrogativa do Legislativo.
Este detalhamento permite o seu acompanha-
mento durante todo o ano. A lei orçamentária, depois de aprovada, não

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deveria ser modificada, a não ser em casos ex- alterações do orçamento como emendas, pois
cepcionais. Mas, o que ocorre na prática é um essa é a forma que podemos participar junto
abuso dos dispositivos de flexibilização desta lei. ao Poder Legislativo, de modo a termos nossos
pleitos atendidos, ou ao menos concorrendo
O bom senso diz que qualquer lei deve ter com os demais, democraticamente.
mecanismos institucionais para sua alteração,
mesmo depois de aprovada. Para as leis orça- A proposta de orçamento (projeto de lei), que
mentárias compete o mesmo raciocínio. A dife- é elaborada pelo Executivo, quando chega ao
rença fica pela especificidade que a própria Lei Legislativo já vem fechada, quer dizer, não há
Orçamentária Anual - LOA apresenta. Uma vez recursos excedentes ou simplesmente disponí-
que é produto de tanto esforço, de tanta avalia- veis para que os legisladores ou até mesmo a
ção, estudo e negociação, porque o orçamento população possa propor mudanças.
é, ainda assim, um instrumento tão pouco res-
peitado, uma vez que as mudanças durante o Como todos os recursos já têm uma destinação
ano são tão frequentes? certa, qualquer proposta deverá indicar a ori-
gem dos recursos para ser viabilizada, e esses
A Lei Orçamentária Anual (LOA) é uma lei que recursos serão, necessariamente, de outro pro-
deve nortear as ações do poder público du- jeto ou atividade que já faça parte do orçamen-
rante todo um ano, mas antes de se tornar lei to. Sendo isso inevitável, devemos saber distin-
ela é exaustivamente elaborada pelo Poder guir de onde NÃO podemos propor alterações.
Executivo e cuidadosamente analisada pelo
Poder Legislativo. Deveria ser estável e, por- Como em qualquer orçamento, há despesas
tanto, pouco modificada, e confiável, para du- que são inadiáveis, como a maioria das des-
rar todo aquele ano sem maiores alterações. pesas correntes, e outras nem tanto. As des-
pesas de pessoal e serviço da dívida não po-
Os motivos que levam o Executivo a criar con- dem ser interrompidos ou ter esvaziados seus
dições para modificar a LOA são essencial- recursos, pois se constituem de compromissos
mente políticos. Um ano está longe de ser um assumidos pelo Estado, sendo sua interrupção
prazo muito longo para se programar os gastos um desperdício ou simplesmente inviável.
públicos, e a título de comparação os Estados
Unidos possuem um orçamento muitas vezes Por outro lado, temos os investimentos e as in-
maior que o brasileiro, e o elaboram com vali- versões financeiras, que são despesas que po-
dade para dois anos. dem ser adiadas e, que muitas vezes, são resul-
tado de acordos políticos e/ou fruto da escolha
Modificar o orçamento após o exaustivo trabalho de prioridades. Pode-se trazer como exemplo a
realizado pelo Legislativo e pela própria socieda- construção de uma praça ou a compra do pré-
de fere as instituições democráticas que assegu- dio onde funciona uma determinada repartição
ram o equilíbrio democrático do processo orça- governamental e que atualmente está alugada.
mentário, expressão do diálogo entre os diversos Estas despesas podem ser adiadas e terem
atores e interesses que compõem a sociedade. seus recursos destinados para outros fins.

Quando excluímos do orçamento as despesas


1.1.1 Emendas Orçamentárias que não podem ser adiadas ou postergadas
- ou seja, não podem ser objeto de emenda,
Existem alguns constrangimentos à liberdade de principalmente as despesas correntes - os re-
emendar o orçamento. O melhor caminho para cursos que sobram são, comparativamente,
se entender como o orçamento pode ser modi- bem inferiores ao total do orçamento.
ficado é conhecendo onde não se pode alterar.
Pense no orçamento doméstico, que não pode
Neste momento, passaremos a nos referir às deixar as despesas de alimentação ou as

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contas de luz e gás de lado, uma vez que elas 1.2.1 Crédito Adicionais
são despesas correntes. Contudo, você pode
adiar a compra de uma bicicleta nova, a pintura Segundo a Lei 4.320/64, os créditos adicionais
da casa ou a troca do carro, que seriam, com- são “as autorizações de despesas não com-
parativamente, as despesas de capital. putadas ou insuficientemente dotadas na Lei
Orçamentária”. O uso desses mecanismos de alte-
As emendas orçamentárias, mesmo sendo ração do orçamento é recorrente, principalmente,
muito inferior ao esperado, constituem uma por fruto de incorreções na previsão necessária de
quantia substancial, suficiente para fazer com gastos para determinadas rubricas. Outro fator que
que os parlamentares se articulem e apresen- pode levar a prefeitura a fazer uso desse mecanis-
tem emendas para seus redutos eleitorais, o mo é quando a arrecadação for realizada em níveis
que habilita qualquer cidadão ou movimento superiores a sua previsão, quando for politicamen-
social a fazer o mesmo. te lucrativo reforçar algum projeto ou atividade de
seu interesse, ou no caso de calamidade pública.
A alteração do orçamento (projeto de lei) atra-
vés de emendas só pode ser feita quando o Para atender a essas despesas, a Lei nº
projeto de lei orçamentária se encontra trami- 4.320/64 prevê os Créditos Adicionais, que po-
tando no Poder Legislativo. Para isso, é impor- dem ser de três espécies:
tante que se acompanhe esse processo, pois
geralmente o tempo que ele fica disponível
para ser emendado é muito pequeno. • Suplementares;

• Especiais; e
1.2 Mecanismos Retificadores do
Orçamento • Extraordinários.

Mesmo depois de aprovada, a LOA pode ser


alterada. Conforme dito, a Lei Orçamentária Assim, a referida lei nos seus artigos 40 e 41
Anual é resultado de um processo de planeja- define que:
mento que incorpora as intenções e prioridades
da sociedade. Entretanto, durante a execução
da Lei Orçamentária Anual, podem ocorrer situ- Art. 40 - São créditos adicionais as
ações que não estavam inicialmente previstas autorizações de despesa não com-
na fase de sua elaboração. Para atender situ- putadas ou insuficientemente dota-
ações deste tipo foram criados instrumentos das na Lei de Orçamento.
que possibilitam retificar o Orçamento durante
a sua execução. Esses mecanismos retificado- Art. 41 - Os créditos adicionais clas-
res são conhecidos como Créditos Adicionais, sificam-se em:
e previstos na Lei nº 4.320/64.
I - suplementares, os destinados a
Saiba Mais! reforço de dotação orçamentária;

Conheça a Lei nº 4320/64 que criou II - especiais, os destinados a des-


Normas Gerais de Direito Financeiro pesas para as quais não haja dota-
para a elaboração e controle dos or- ção orçamentária específica;
çamentos e balanços da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito III - extraordinários, os destinados
Federal. Disponível em: http://www12. a despesas urgentes e imprevistas,
senado.gov.br/orcamento/documentos/ em caso de guerra, comoção intes-
legislacao/lei-no-4320/at_download/file tina ou calamidade pública.

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A Lei nº 4320/64, através de seus artigos de nú- e 156, e dos recursos de que tratam
mero 45 e 46, também estabelece uma série de os artigos 157, 158, 159, I, a e b, e II,
condições, regras e casos de excepcionalidade para prestação de garantia ou contra
como forma de regulamentar os procedimentos garantia à União e para pagamentos
para a abertura dos Créditos Adicionais, con- de débitos para com esta.
forme transcrito a seguir:

I) Créditos Suplementares
Art. 45 - Os créditos adicionais te-
rão vigência adstrita ao exercício São destinados ao reforço de dotações orça-
financeiro em que forem abertos, mentárias com o objetivo de aumentar o mon-
salvo expressa disposição legal em tante de recursos de um determinado projeto
contrário, quanto aos especiais e ou atividade.
extraordinários.
Muitos Créditos Suplementares são o que cha-
Art. 46 - O ato que abrir crédito adi- mamos de Janelas Orçamentárias. Esse ter-
cional indicará a importância, a es- mo é usado para se fazer referência a rubricas
pécie do mesmo e a classificação com valores muito pequenos no orçamento.
da despesa, até onde for possível.
A regulamentação para os créditos adicionais
§ 1º - Nenhum investimento cuja suplementares está prevista na Lei 4320/64,
execução ultrapasse um exercí- em seus artigos 42 e 43.
cio financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plu-
rianual, ou sem lei que autorize Art. 42 - Os créditos suplementares
a inclusão, sob pena de crime de e especiais serão autorizados por
responsabilidade. lei e abertos por decreto executivo.

§ 2º - Os créditos especiais e ex- Art. 43 - A abertura dos créditos su-


traordinários terão vigência no plementares e especiais depende
exercício financeiro em que forem da existência de recursos disponí-
autorizados, salvo se o ato de auto- veis para ocorrer à despesa e será
rização for promulgado nos últimos precedida de exposição justificativa.
quatro meses daquele exercício,
caso em que, reabertos nos limites
de seus saldos, serão incorporados Quando o orçamento é elaborado, assume-se
ao orçamento do exercício financei- que todas as rubricas possuem uma estimativa
ro subsequente. de recursos compatível com a necessidade de
despesas para viabilizá-la. Por exemplo, nin-
§ 3º - A abertura de crédito extraor- guém pensaria em alocar menos recursos para
dinário somente será admitida para a manutenção de um hospital, ou para pagar
atender a despesas imprevisíveis e os servidores, pois ambos se caracterizam por
urgentes, como as decorrentes de serem despesas inflexíveis e obrigatórias.
guerra, comoção interna ou calami-
dade pública, observado o disposto Por outro lado, porque preveríamos recursos
no art. 62. insuficientes para a construção de uma ponte
ou um programa de urbanização da cidade?
§ 4º É permitida a vinculação de re-
ceitas próprias geradas pelos impos- Se uma previsão equivocada foi feita, a so-
tos a que se referem os artigos 155 lução será remanejar recursos dentre as

12 | Página
demais rubricas do orçamento para suprir I - o superávit financeiro apurado
aquela que “pede por socorro”. As vezes em balanço patrimonial do exercí-
isso acontece de tal forma que vários outros cio anterior;
programas do orçamento são esvaziados de
seus recursos. II - os provenientes de excesso de
arrecadação (saldo positivo das di-
Portanto, a janela orçamentária, propriamen- ferenças acumuladas mês a mês
te dita, é um artifício político para esconder entre a arrecadação prevista e a
programas prioritários cujas despesas não realizada);
deveriam chamar a atenção, ou uma ação do
Estado que será negociada durante o ano. III - os resultantes de anulação par-
São rubricas com quantidade irrisória de re- cial ou total de dotações orçamen-
cursos, que são dispostas no orçamento para tárias ou de créditos adicionais, au-
garantir a existência da rubrica. Cabe, para torizados em Lei;
sua implementação, um determinado aporte
de recursos capaz de torná-la viável, em fun- IV - o produto de operações de
ção das negociações políticas que acontece- crédito autorizadas, em forma que
rem durante a execução do orçamento. Esse juridicamente possibilite ao poder
aporte de recursos é concretizado através de executivo realizá-las.
créditos suplementares.

É importante não confundir esse artifício com III) Créditos Extraotrdinários


rubricas que simplesmente não foram prioriza-
das e não possuem recursos. A diferença entre São destinados às despesas urgentes e impre-
elas é política, porque a rigor ambas seriam vistas, em caso de guerra, comoção ou cala-
identificadas apenas pelo montante irrisório midade pública. Para a abertura de um crédito
frente à sua necessidade. extraordinário não é necessária a autorização
do Poder Legislativo, mas apenas de comuni-
II) Créditos Especiais cação imediata a este Poder. Ou seja, os cré-
ditos extraordinários são abertos por decreto
São destinados às despesas para as quais do Poder Executivo, que deles dará imediato
não houve dotação orçamentária específica, conhecimento ao Poder Legislativo, conforme
como a criação de um projeto ou atividade dispõe a Lei nº 4.320/64.
depois que o orçamento já foi aprovado e se
encontra em execução. De forma similar aos No entanto, a Constituição Federal, em seu ar-
créditos suplementares, os créditos espe- tigo 167, parágrafo 3º, disciplina que a abertu-
ciais devem ser autorizados por lei e aber- ra de crédito extraordinário somente será ad-
tos por decreto. A autorização, de uma forma mitida para atender despesas imprevisíveis e
geral, pode constar na própria lei que criou urgentes, tais como as decorrentes de guerra,
o programa que será financiado pelo crédito comoção interna ou calamidade pública.
especial.
No caso da União, a abertura de créditos ex-
A abertura dos créditos suplementares e espe- traordinários é realizada por meio de medida
ciais depende da existência de recursos dispo- provisória. Os estados ou Municípios que não
níveis para ocorrer a despesa e será precedida preveem na constituição estadual, ou na lei or-
de exposição justificativa. São considerados gânica municipal, o instituto da medida provisó-
recursos para abertura dos créditos suple- ria para abertura de crédito extraordinário, este
mentares e especiais, desde que não compro- será realizado através de decreto do Executivo.
metidos, conforme o art. 43 da Lei Federal nº
4.320/64.

13 | Página
1.3. Contingenciamento
O contingenciamento é um recurso que o Poder
Executivo lança mão sempre que deseja limitar
a capacidade de gasto dos seus secretários,
ou quando realmente se encontra em dificulda-
des financeiras.

No segundo caso, quando as receitas come-


çam a frustrar desproporcionalmente as pre-
visões de arrecadação, o chefe do Executivo
toma a decisão drástica de contingenciar o or-
çamento como medida preventiva para evitar
uma paralisação da máquina pública por falta
de pagamento de pessoal, por exemplo.

Por outro lado, Municípios com saúde financei-


ra perfeita também se utilizam deste artifício,
ou mesmo governos que acabaram de come-
çar seus anos fiscais, o que é um contrassen-
so, uma vez que se o ano fiscal acaba de co-
meçar, e já se faz necessário contingenciar as
despesas, podemos deduzir que o orçamento,
provavelmente, deve ter sido mal elaborado.

Saiba Mais!
Leia o artigo “Hora é de “apertar o cin-
to” e contingenciar gastos” de Mauricio
Conti, que discorre sobre o uso indiscri-
minado das ações de contingenciamen-
to de despesas pelo Governo Federal,
seu impacto na mídia e a afirmação de
que tal prática está “institucionalizado
pela administração pública brasileira”.
Disponível em:<http://www.conjur.com.
br/2014-mar-11/contas-vista-hora-aper-
tar-cinto-contingenciar-gastos>

14 | Página
2. Execução da
despesa pública:
empenho, liquidação
e pagamento

15 | Página
2. EXECUÇÃO DA DESPESA 2.1 Empenho
PÚBLICA: EMPENHO, É o primeiro estágio da despesa. É o ato ema-
nado da autoridade competente que cria para o
LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO Poder Público a obrigação de pagamento, pen-
dente ou não, de implemento de condição (art.
Nesta unidade apresentaremos os diferentes 58 da Lei 4.320/64).
estágios pertinentes à execução da despesa
orçamentária, assim como o marco legal, es- Para a administração pública, o empenho se
tabelecido através da Lei 4.320/64, que regula- constitui do principal instrumento para o acom-
menta tais dispositivos. panhamento e controle da execução orçamen-
tária. Quando uma despesa é empenhada é
Conforme disposto na Lei nº 4320/64, existem possível enquadrá-la no crédito orçamentário
três diferentes estágios no processo de execu- adequado e deduzi-la do saldo da dotação do
ção das despesas públicas, e são eles: referido crédito. Além disto, o Empenho é de
fundamental importância no que se refere à
relação contratual entre o poder público e os
•  Empenho; seus fornecedores, visto que representa a ga-
rantia de que existe o crédito necessário para a
•  Liquidação; e liquidação de uma dívida assumida. Empenhar
uma despesa consiste na emissão de uma
•  Pagamento. Nota de Empenho.

O processo de empenho de uma despesa está


Apresentaremos cada um destes estágios ou dividido em:
fases, e as particularidades de cada um.

16 | Página
Saiba Mais!
•  Autorização
Conheça a Portaria n° 448/2002 do
•  Emissão Governo Federal, que regulamenta a
definição de Material de Consumo e
•  Assinatura Equipamento e Material Permanente
para a contabilidade pública.
•  Controle interno
Disponível em: http://www3.tesouro.fa-
•  Contabilização zenda.gov.br/legislacao/download/con-
tabilidade/Port_448_2002.pdf.

A seguir trataremos sobre as diferentes moda-


lidades de empenho. 2.1.2 Empenho por Estimativa
Modalidade destinada a atender despesa de
2.1.1 Empenho Ordinário valor não quantificável durante o exercício. Ou
seja, o empenho por estimativa será emitido
Modalidade que se destina atender a despesa quando não se puder determinar o montante
com montante previamente conhecido e cujo exato da despesa.
pagamento deva ocorrer de uma só vez. Ou
seja, utilizado quando se conhece precisamen- Exemplo: Despesas com energia, água, tele-
te o valor do bem ou serviço a ser adquirido, fone etc.
e com o pagamento sendo efetuado de uma
única vez.
2.1.3 Empenho Global
Exemplo: compra de material de consumo ou
permanente. Modalidade destinada a atender despesas
contratuais cujo montante é previamente co-
nhecido e a ser liquidada. É paga de forma par-
Exemplo celada durante o exercício financeiro.

Empenho Ordinário Exemplo: contratos de prestação de serviços,


aluguel etc.
Para entender melhor sobre compra de
material de consumo ou permanente,
trazemos o seguinte exemplo: Saiba Mais!
Em uma escola pública, o material de A Lei nº 4.320/64 estabelece uma série
consumo seria todo o material utilizado de condições, regras e casos de excep-
nas atividades pedagógicas e adminis- cionalidade a serem seguidas quando do
trativas da escola: Giz, papel ofício, car- empenho da despesa.
tolinas, tesouras, cola, canetas etc. Já
o material permanente são os computa-
dores, impressoras ou um freezer para a Condições, regras e casos de excepcionalida-
cozinha da escola. de a serem seguidos quando do empenho de
despesa, segundo a Lei nº 4.320/64

17 | Página
Art. 24 - É vedada a realização de Art. 29 - Para cada empenho será
despesa sem prévio empenho. extraído um documento denomina-
do "nota de empenho" que indicará o
Parágrafo único: Em caso de ur- nome do credor, a especificação e a
gência caracterizada na legislação importância da despesa, bem como
em vigor, admitir-se-á que o ato do os demais dados necessários ao
empenho seja contemporâneo à re- controle da execução orçamentária.
alização da despesa.
Art. 35 - O empenho de despesa
Art. 25 - O empenho importa dedu- não liquidada será considerado
zir seu valor de dotação adequada anulado em 31 de dezembro, para
à despesa a realizar, por força do todos os fins, salvo quando:
compromisso assumido.
I - vigente o prazo para cumprimen-
Art. 26 - O empenho não poderá to da obrigação assumida pelo cre-
exceder o saldo disponível de do- dor, nele estabelecida;
tação orçamentária, nem o crono-
grama de pagamento o limite de II - vencido o prazo de que trata o
saques fixado, evidenciados pela item anterior, mas esteja em cursos
contabilidade, cujos registros serão a liquidação da despesa, ou seja,
acessíveis às respectivas unidades de interesse da Administração exi-
gestoras em tempo oportuno. gir o cumprimento da obrigação as-
sumida pelo credor;
Parágrafo único: Exclusivamente
para efeito de controle da programa- III - se destinar a atender transfe-
ção financeira, a unidade gestora de- rências a instituições públicas ou
verá estimar o prazo do vencimento privadas;
da obrigação de pagamento objeto
do empenho, tendo em vista o prazo IV - corresponder a compromissos
fixado para o fornecimento de bens, assumidos no exterior.
execução da obra ou prestação do
serviço, e o normalmente utilizado Art. 59 - O empenho da despesa
para liquidação da despesa. não poderá exceder o limite dos
créditos concedidos.
Art. 27 - As despesas relativas a
contratos, convênios, acordos ou Art. 60 - É vedada a realização de
ajustes de vigência plurianual se- despesa sem prévio empenho.
rão empenhadas em cada exercí-
cio financeiro pela parte nele a ser § 1º - Em casos especiais previs-
executada. tos na legislação específica será
dispensada a emissão da nota de
Art. 28 - A redução ou cancela- empenho.
mento no exercício financeiro, de
compromisso que caracterizou o Art. 61 - Para cada empenho será
empenho, implicará sua anulação extraído um documento denomina-
parcial ou total, revertendo a impor- do "nota de empenho" que indicará
tância correspondente à respectiva o nome do credor, a representação
dotação, pela qual ficará automa- e a importância da despesa, bem
ticamente desonerado o limite de como a dedução desta do saldo da
saques da unidade gestora. dotação própria.

18 | Página
Quadro Resumo – Modalidades de Empenho O processo de liquidação da despesa divide-
se em:

Despesa com montan-


te previamente conhe- •  Recebimento da mercadoria ou
EMPENHO
cido e cujo pagamento dos serviços;
ORDINÁRIO
deva ocorrer de uma
só vez. •  Inspeção e liberação;

•  Laudo de medição;
EMPENHO Despesa de valor não
POR quantificável durante o
•  Atestado de prestação de serviço;
ESTIMATIVA exercício.

•  Requisição de pagamento;
Despesa contratu-
al cujo montante é •  Controle interno;
EMPENHO
previamente conhe-
GLOBAL •  Autorização de pagamento;
cido e pago de forma
parcelada.
•  Cheque.

2.2. Liquidação Saiba Mais!


Veja as disposições presentes nos ar-
É o estágio da execução da despesa que con-
tigos 62 e 63 da Lei nº 4.320/64 sobre
siste na verificação do direito adquirido pelo
a liquidação da despesa. Atente para a
credor, tendo por base os documentos com-
relação entre Pagamento e Liquidação e
probatórios do respectivo crédito. Em seguida,
nos procedimentos adotados para a veri-
é necessária a apuração da origem e do ob-
ficação das condições necessárias para
jeto do pagamento, assim como a importância
a Liquidação de uma determinada des-
a ser paga e a quem deve ser paga, a fim de
pesa. Conforme transcrito.
que a obrigação se extinga. A liquidação terá
por base o contrato, o ajuste ou acordo, a nota
Art. 62 - O pagamento da despesa só
de empenho e os comprovantes de entrega do
será efetuado quando ordenado após
material ou da prestação do serviço.
sua regular liquidação.
Sendo assim, o processo de liquidação de uma
Art. 63 - A liquidação da despesa con-
determinada despesa ocorre seguindo um flu-
siste na verificação do direito adquirido
xo determinado. Primeiro, é realizado o exame
pelo credor tendo por base os títulos e
do processo ou do expediente relativo ao direi-
documentos comprobatórios do respecti-
to do credor, em que deverão estar demonstra-
vo crédito. Decreto nº 4.049/2001
dos os valores bruto e líquido a pagar. Em se-
guida, a apuração do direito adquirido, a partir
§ 1º - Essa verificação tem por fim apurar:
da análise dos documentos comprobatórios, a
unidade gestora providenciará o imediato pa-
I - a origem e o objeto do que se deve
gamento da despesa. Portanto, no processo de
pagar;
execução das despesas públicas, não existe
pagamento de uma determinada despesa, sem
II - a importância exata a pagar;
sua devida liquidação.

19 | Página
III - a quem se deve pagar a importância, só poderá ser exarada em documen-
para extinguir a obrigação. tos processados pelos serviços de
contabilidade.
§ 2º - A liquidação da despesa por for-
necimentos feitos ou serviços prestados Art. 65 - O pagamento da despesa será
terá por base: efetuado por tesouraria ou pagadoria
regularmente instituídos por estabe-
I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo; lecimentos bancários credenciados e,
em casos excepcionais, por meio de
II - a nota de empenho; adiantamento.

III - os comprovantes da entrega de ma-


terial ou da prestação efetiva do serviço. Quadro Resumo – Estágios de Execução da
Despesa

2.3 Pagamento Primeiro estágio da


despesa. É o ato
Terceiro e último estágio da execução da des- emanado da auto-
pesa, consiste na entrega do numerário ao EMPENHO ridade competente
credor do Estado, extinguindo-se o débito ou que cria para o Poder
obrigação. Portanto, representa a fase final do Público a obrigação de
processo da despesa pública. E o pagamento pagamento.
somente poderá ser efetuado quando ordena-
do, após sua regular liquidação.
Consiste na verifica-
ção do direito adquiri-
O processo de pagamento de uma despesa di-
do pelo credor, tendo
vide-se em: LIQUIDAÇÃO
por base os documen-
tos comprobatórios do
crédito.
•  Liquidação da obrigação;

•  Quitação do credor; Terceiro e último es-


tágio da execução da
•  Contabilização. despesa e consiste na
PAGAMENTO entrega do numerário
ao credor do Estado,
Saiba Mais! extinguindo-se o débi-
to ou obrigação.
Veja as disposições presentes na Lei
4.320/64 sobre o pagamento de uma de-
terminada despesa. Conforme transcrito:
2.4 Restos a Pagar
Art. 64 - A ordem de pagamento é o despa-
cho exarado por autoridade competente, São as despesas empenhadas que não são pa-
determinando que a despesa seja paga. gas até a data de 31 de dezembro do ano ao
qual pertencem, com a necessidade da distinção
Parágrafo único: A ordem de pagamento entre as despesas processadas das não proces-
sadas. A inscrição de determinado compromisso

20 | Página
em Restos a Pagar corresponde a uma receita prestado, ou uma determinada mercadoria que
extraorçamentária no Balanço Financeiro. não foi entregue, ou até mesmo, uma obra não
executada.
Restos a Pagar é uma dotação orçamentária
que tem por objetivo dar condições para o em- A prescrição dos Restos a Pagar ocorre em
penho de despesas resultantes de compromis- cinco anos, contados a partir da data de ins-
sos gerados em exercícios já encerrados. Para crição, salvo interrupções decorrentes de atos
tal tipo de despesas, deve ser observada a con- judiciais. A baixa dos Restos a Pagar ocorre no
dição de que o orçamento do exercício em que âmbito administrativo, com base em prazo de-
foram originadas possua saldo suficiente para finido em norma regulamentar ou quando veri-
atendê-las, e ainda, que estas não tenham sido ficado a não entrega do material, a não presta-
processadas à época. Podem ser tanto despe- ção do serviço ou a não execução da obra.
sas correntes quanto despesas de capital.
Os parâmetros legais para os procedimentos
A inscrição em Restos a Pagar ocorre no encer- relacionados à definição de Restos a Pagar
ramento do exercício financeiro, por meio dos estão definidos na Lei 4.320/64 e no Decreto
registros contábeis pertinentes. Os Restos a 93.872/86, conforme transcritos:
Pagar, que são classificados em Processados
e Não Processados, constituem dívida flutuan-
te, devendo ser registrados por exercício e por Lei 4.320/64
credor, distinguindo-se as despesas processa-
das das não processadas. Artigo 36 - Consideram-se Restos
a Pagar as despesas empenhadas,
mas não pagas até o dia 31 de de-
2.4.1 Restos a pagar processados zembro, distinguindo-se as proces-
sadas das não processadas.
São referentes a despesas regularmente em-
penhadas e liquidadas, estando o processo Parágrafo único: Os empenhos que
pronto para pagamento. Neste caso, o direito sorvem a conta de créditos com vi-
do credor é líquido e certo. gência plurianual, que não tenham
sido liquidados, só serão computa-
dos como Restos a Pagar no último
Exemplos ano de vigência do crédito.

Podemos dar como exemplo uma obra Decreto 93.872/86:


que já foi concluída e entregue. No caso,
a reforma de uma praça. A obra foi exe- Artigo 67 - Considerem-se Restos
cutada conforme o previsto, a despesa a Pagar as despesas empenhadas
foi empenhada e liquidada e, em termos e não pagas até 31 de dezembro,
orçamentários, considerada realizada. distinguindo-se as despesas pro-
Faltando apenas o pagamento propria- cessadas das não processadas.
mente dito, que ficou para o exercício (Lei nº 4.320/64, art. 36)
financeiro seguinte.
§ 1º Entendem-se por processadas
e não processadas, respectiva-
2.4.2 Restos a pagar não processados mente, as despesas liquidadas e
as não liquidadas, na forma previs-
São as despesas regularmente empenha- ta neste decreto.
das, mas não liquidadas. Neste caso, possi-
velmente, se trata de um serviço que não foi § 2º O registro dos Restos a Pagar

21 | Página
far-se-á por exercício e por credor. •  Despesas de exercícios encer-
rados, para as quais o orçamen-
Artigo 68 - A inscrição de despesas to respectivo consignava crédito
como restos a pagar no encerra- próprio, com saldo suficiente para
mento do exercício financeiro de atendê-las, e que não tenham sido
emissão da Nota de Empenho de- processadas na época própria;
pende da observância das condi-
ções estabelecidas neste Decreto
para empenho e liquidação da Exemplo
despesa.
Um exemplo de despesas de exercícios
Artigo 69 - Após o cancelamento da encerrados seria o caso de um fornece-
inscrição da despesa como Restos dor, que ao final do exercício, por moti-
a Pagar, o pagamento que vier a vos diversos, não realiza a prestação do
ser reclamado poderá ser atendi- serviço acordado ou não realiza a entre-
do à conta de dotação destinada a ga de determinado produto.
despesas de exercícios anteriores.

Artigo 70 - Prescreve em cinco


anos a dívida passiva relativa aos •  Despesas de Restos a Pagar
Restos a Pagar. com prescrição interrompida;

A regulamentação de Restos a Pagar está Exemplo


também disposta na Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF), que em seu artigo 42 estabele- Situação em que o gestor mantém o em-
ce a proibição aos titulares do poder executi- penho mesmo com o serviço ou produto
vo de contrair, nos dois últimos quadrimestres acordado não é entregue e o inscreve
do mandato, obrigação de despesa que não em Restos a Pagar. Caso o fornecedor
possa ser cumprida integralmente dentro dele, não implemente a prestação que se obri-
ou que estabeleça parcelas a serem pagas no gou durante todo o transcorrer do exer-
exercício seguinte sem que seja observada a cício seguinte, o gestor público poderá
disponibilidade de caixa para tanto. cancelar o valor inscrito. Se assim ocor-
rer, o valor que vier a ser reclamado no
futuro pelo fornecedor também poderá
2.5 Despesas de Exercícios ser reempenhado à conta de Despesas
Anteriores de Exercícios Anteriores.

São as dívidas resultantes de compromissos


gerados em exercícios financeiros anteriores
àqueles em que ocorrerem os pagamentos. •  Compromissos reconhecidos
pela autoridade competente, após
Despesas de Exercícios Anteriores é uma do- o encerramento do exercício.
tação orçamentária que contempla as dívidas
de exercícios encerrados, devidamente reco-
nhecidas pelas autoridades competentes e que Exemplo
serão quitadas no exercício financeiro seguin-
te. Tais dívidas podem ser de três diferentes Podemos dar como exemplo, a situação
naturezas, e são elas: em que um servidor público com um filho

22 | Página
nascido em dezembro de determinado atender despesas de exercícios
ano e que procede com a solicitação do anteriores, respeitada a categoria
pedido do benefício do salário-família econômica própria (lei nº 4.320/64,
em janeiro do ano seguinte. Para reali- art. 37).
zar o pagamento de uma despesa rela-
tiva ao mês de dezembro, é preciso, pri- § 1º O reconhecimento da obriga-
meiramente, reconhecê-la, e em seguida ção de pagamento, de que trata
proceder com o empenho para a conta este artigo, cabe à autoridade com-
de Despesas de Exercícios Anteriores. petente para empenhar a despesa.

§ 2º Para os efeitos deste artigo,


Os parâmetros legais para os procedimen- considera-se:
tos relacionados à definição de Despesas de
Exercícios Anteriores estão estabelecidos atra- a) despesas que não se tenham
vés dos artigos 37 da Lei 4.320/64 e o artigo 22 processado na época própria,
do Decreto 93.872/86 a seguir: aquelas cujo empenho tenha sido
considerado insubsistente e anu-
lado no encerramento do exercício
Lei 4.320/64: correspondente, mas que, dentro
do prazo estabelecido, o credor te-
Artigo 37 - As despesas de exer- nha cumprido sua obrigação;
cícios encerrados, para as quais
o orçamento respectivo consigna- b) restos a pagar com prescrição
va crédito próprio, com saldo sufi- interrompida, a despesa cuja ins-
ciente para atendê-las, que não se crição como restos a pagar tenha
tenham processado na época pró- sido cancelada, mas ainda vigente
pria, bem como os Restos a Pagar o direito do credor;
com prescrição interrompida e os
compromissos reconhecidos após c) compromissos reconhecidos
o encerramento do exercício cor- após o encerramento do exercício,
respondente, poderão ser pagos à a obrigação de pagamento criada
conta de dotação específica consig- em virtude de lei, mas somente re-
nada no orçamento, discriminada conhecido o direito do reclamante
por elementos, obedecida, sempre após o encerramento do exercício
que possível, a ordem cronológica. correspondente.

Decreto 93.872/86:

Artigo. 22 - As despesas de exer-


cícios encerrados, para as quais o
orçamento respectivo consignava
crédito próprio com saldo suficien-
te para atendê-las, que não se te-
nham processado na época pró-
pria, bem como os Restos a Pagar
com prescrição interrompida, e os
compromissos reconhecidos após
o encerramento do exercício cor-
respondente, poderão ser pagos
à conta de dotação destinada a

23 | Página
3. Execução da receita
pública: lançamento,
recolhimento e
arrecadação

24 | Página
descentralizada, através de diferentes unidades
3. EXECUÇÃO DA RECEITA executoras, a receita é executada de modo al-
tamente centralizado. São exceções as receitas
PÚBLICA: LANÇAMENTO, de determinados fundos e aquelas receitas dire-
tamente arrecadadas por entidades detentoras
RECOLHIMENTO E de autonomia administrativa e financeira. Em
todos os níveis de governo a execução da maior
ARRECADAÇÃO parte da receita pública é de responsabilidade
do órgão fazendário - Ministério da Fazenda ou
A execução da receita se constitui, comparati- de Finanças e seus equivalentes nos demais ní-
vamente, de matéria de maior simplicidade de veis de governo: secretarias ou departamentos
que a execução da despesa. A maior simplici- - que cumprem o papel de Erário ou Tesouro.
dade do processo de execução da receita de-
corre de sua própria natureza, e as diferenças A segunda diferença entre as execuções da
em relação à despesa podem ser vistas por receita e despesa está no caráter normativo
três diferentes aspectos: cumprido por uma e por outra na lei orçamen-
tária. No caso, temos por um lado a natureza
meramente estimativa dos valores da receita,
•  Centralização/descentralização; enquanto que a despesa é fixada (autorizada)
na lei orçamentária. Isto porque, segundo a
•  Previsão/fixação; e norma orçamentária praticada no Brasil, o valor
constante em cada item da receita orçamen-
•  Regime de caixa/competência. tária constitui-se em mera previsão, podendo,
como resultado da execução, ficar aquém ou
ultrapassar o valor estimado.
Primeiramente, temos que, enquanto a des-
pesa é executada de forma amplamente Por fim, temos a terceira diferença, que está

25 | Página
relacionada ao regime de contabilização ado- na Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, con-
tado para a receita e despesa, visando à apu- forme seu artigo 12, aqui transcrito:
ração dos resultados do exercício. No Brasil,
adota-se regime contábil misto, ou seja, de
caixa para as receitas e de competência para Art. 12 - As previsões de receita
as despesas. Desse modo, são contabilizadas observarão as normas técnicas e
como receitas do exercício apenas aquelas legais, considerarão os efeitos das
que foram nele arrecadadas, ou seja, as que alterações na legislação, da varia-
efetivamente deram entrada junto ao Erário. ção do índice de preços, do cres-
cimento econômico ou de qualquer
Outro fato que também precisa ser observado outro fator relevante, e serão acom-
diz respeito à multiplicidade das receitas or- panhadas de demonstrativo de sua
çamentárias - tributos, contribuições, rendas evolução nos últimos três anos, da
patrimoniais e de serviços, operações de cre- projeção para os dois seguintes
dito etc. - de variada natureza jurídica, que àquele a que se referirem, e da me-
não permite que elas cumpram estágios de todologia de cálculo e premissas
execução formalmente padronizados, como utilizadas.
ocorre na despesa.

Entretanto, podemos considerar que, como a A metodologia adotada para a projeção de re-
maior parte da receita orçamentária é oriunda ceitas objetiva compreender o comportamen-
da cobrança de tributos e contribuições, cujo to da arrecadação de determinada receita em
disciplinamento corre por conta de legislação exercícios anteriores, a fim de projetá-la para
específica, admite-se, neste âmbito, a existên- o período subsequente. O resultado projetado
cia de quatro etapas para a execução das re- levará em conta o comportamento da série his-
ceitas. São elas: previsão, lançamento, arreca- tórica de arrecadação e de informações forne-
dação e recolhimento. cidas pelos órgãos orçamentários ou unidades
arrecadadoras. A previsão de receitas é a eta-
É comum que os órgãos fazendários estabele- pa que antecede a fixação do montante de des-
çam “um calendário fiscal” através do qual os pesas que irá constar nas leis de orçamento.
contribuintes são orientados sobre os diferen-
tes prazos de recolhimento dos diversos im-
postos e taxas em cada nível de governo. Além 3.2. Lançamento
de sua utilidade para o contribuinte, o calendá-
rio permite organizar o fluxo das receitas públi- É a etapa da identificação do devedor ou da
cas, compatibilizando-se com a Programação pessoa do contribuinte. Seria, portanto, o ato
Financeira de Desembolso. pelo qual se verifica a procedência do crédito
fiscal, a pessoa que lhe é devedora, e inscreve
o débito desta.
3.1. Previsão
O Código Tributário Nacional (CNT), por sua
É a estimativa do que se espera arrecadar du- vez, define o lançamento das receitas tributá-
rante o exercício. Efetuar a previsão significa rias como sendo o procedimento administrativo
planejar e estimar a arrecadação das receitas tendente a verificar a ocorrência do fato gerador
que constará na proposta orçamentária. Isso da obrigação correspondente, a matéria tribu-
deve ser feito de acordo com as normas técni- tável, o cálculo do montante devido e a identi-
cas e legais, e considerando também os efeitos ficação do respectivo sujeito passivo. Portanto,
da legislação, da variação de preços, do cres- para que a administração efetue o lançamento
cimento econômico ou de qualquer outro fator de um determinado imposto é necessário de-
relevante. Conforme as disposições constantes terminar qual a matéria tributável (fato gerador,

26 | Página
base de cálculo e alíquota), calcular o imposto 3.2.3 Lançamento por Homologação
e identificar o sujeito.
Modalidade em que o lançamento é efetuado
Saiba Mais! pelo próprio contribuinte e apenas posterior-
mente a exatidão do pagamento é verificada
Para conhecer mais sobre o Código pelo poder público, e assim homologada.
Tributário Nacional (CNT), acesse o link a
seguir: http://www2.senado.leg.br/bdsf/ Exemplo
bitstream/handle/id/496301/000958177.
pdf?sequence=1 Imposto sobre serviços – ISS

Existem três diferentes modalidades de lança- 3.3 Arrecadação


mento. Apresentaremos a caracterização de cada
uma delas, seguidas de um exemplo prático. É a etapa em que o contribuinte recolhe ao
agente financeiro (arrecadador) o débito devi-
do à Fazenda Pública. Portanto, corresponde à
3.2.1 Lançamento Direto ou de Ofício entrega dos recursos devidos ao Tesouro pe-
los contribuintes ou devedores, por meio dos
É a modalidade em que o lançamento é efetu- agentes arrecadadores ou instituições financei-
ado unilateralmente pela administração, sem a ras autorizadas.
intervenção do contribuinte. Portanto, compe-
te ao Fisco, que verifica a ocorrência do fato A arrecadação ocorre pelo recebimento dos tri-
gerador, apurar o valor do tributo, identificar o butos, das multas e dos demais créditos devi-
contribuinte e emitir o documento de cobrança dos ao Tesouro, utilizando-se dos agentes de
que é enviado ao contribuinte. arrecadação públicos e privados. Os valores
arrecadados por estes agentes ficam disponí-
Exemplo veis para o Tesouro, em obediência ao princí-
pio legal da unidade de Tesouraria.
Imposto Predial Territorial Urbano - IPTU

3.4 Recolhimento
3.2.2. Lançamento por Declaração É a etapa em que o agente financeiro (arreca-
(ou Misto) dador) repassa o valor arrecadado ao Tesouro
Nacional, Estadual, Distrital ou Municipal.
É a modalidade em que o lançamento é efetu- Consiste na transferência dos valores arre-
ado pela administração com a colaboração do cadados à conta específica do Tesouro, res-
próprio contribuinte ou de uma terceira pessoa ponsável pela administração e controle da
obrigada por lei a prestar informações sobre a arrecadação e pela programação financeira,
matéria de fato indispensável à sua efetivação. observando-se o princípio da unidade de te-
Nesse caso, a cobrança do imposto ocorre por souraria ou de caixa, conforme determina o ar-
iniciativa do Fisco, tendo como base declara- tigo 56 da Lei nº 4.320/64, conforme transcrito:
ção prestada pelo contribuinte ou terceiros.

Exemplo Art. 56 - O recolhimento de todas as


receitas dar-se-á em estrita observân-
Imposto de Renda - IR ou Imposto sobre cia ao princípio de unidade de tesou-
a Propriedade Territorial Rural - ITR raria, vedada qualquer fragmentação
para criação de caixas especiais.

27 | Página
4. Tipos e instrumentos
de controle

28 | Página
As bases legais para os procedimentos ditados
4.  TIPOS E INSTRUMENTOS para o controle da execução orçamentária es-
tão dispostas na Lei 4320/64 e no artigo 70 da
DE CONTROLE Constituição Federal. De acordo com o artigo
75 da referida lei, o controle da execução orça-
O controle da execução orçamentária pode mentária compreenderá:
ser realizado tanto pelos órgãos de Controle
Interno e Externo, quanto pela Sociedade. A
Constituição brasileira estabelece mecanismos •  a legalidade dos atos de que re-
para controle interno e externo das finanças e sultem a arrecadação da receita ou
do orçamento público. a realização da despesa, o nasci-
mento ou a extinção de direitos e
O controle é denominado interno quando exer- obrigações;
cido por um outro órgão da mesma administra-
ção ou poder público, caracterizando-se como •  a fidelidade funcional dos agen-
uma autotutela permanente para a garantia da tes da administração responsáveis
legitimidade das contas. por bens e valores públicos;

O controle externo é, por excelência, exercido •  o cumprimento do programa de


pelo Tribunal de Contas - da União, do Estado e, trabalho, expresso em termos mo-
em alguns casos, do Município – cuja função é netários e em termos de realização
exatamente essa. O Ministério Público e o Poder de obras e prestação de serviços.
Legislativo também têm entre suas atribuições a
de controlar a probidade administrativa no manejo
do dinheiro público. O Poder Judiciário dispõe de A Lei 4.320/64 também estabelece dois tipos
mecanismos para o controle orçamentário, mas de controle para o acompanhamento da exe-
exerce esse controle apenas quando acionado. cução orçamentária: interno e externo, que são

29 | Página
regulamentados através dos artigos 76 até 82 Federal, conforme transcrito:
da mesma Lei, e serão apresentados no próxi-
mo tópico.
Art. 31 - A fiscalização do Município
Saiba Mais! será exercida pelo Poder Legislativo
Municipal, mediante controle exter-
Conheça o inteiro teor da Lei n° 4.320, de no, e pelos sistemas de controle in-
17 de março de 1964, que criou Normas terno do Poder Executivo Municipal,
Gerais de Direito Financeiro para elabora- na forma da lei.
ção e controle dos orçamentos e balanços
da União, dos Estados, dos Municípios e § 1º O controle externo da Câmara
do Distrito Federal, acessando o link dis- Municipal será exercido com o au-
ponível em: <http://www.planalto.gov.br/ xílio dos Tribunais de Contas dos
ccivil_03/leis/L4320.htm>. Estados, ou do Município, ou dos
Conselhos, ou Tribunais de Contas
dos Municípios, onde houver.
A Constituição Federal de 1988 também esta-
belece os parâmetros legais referentes ao con- § 2º O parecer prévio, emitido pelo
trole das contas públicas, conforme definido órgão competente sobre as contas
em seu artigo 70: que o Prefeito deve anualmente
prestar, só deixará de prevalecer
por decisão de dois terços dos
Art. 70 - A fiscalização contábil, fi- membros da Câmara Municipal.
nanceira, orçamentária, operacio-
nal e patrimonial da União e das § 3º As contas dos Municípios fica-
entidades da administração direta rão, durante sessenta dias, anual-
e indireta, quanto à legalidade, le- mente, à disposição de qualquer
gitimidade, economicidade, apli- contribuinte, para exame e aprecia-
cação das subvenções e renúncia ção, o qual poderá questionar-lhes
de receitas, será exercida pelo a legitimidade, nos termos da lei.
Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de § 4º É vedada a criação de
controle interno de cada Poder. Tribunais, Conselhos ou órgãos de
Contas Municipais.

Parágrafo único: Prestará contas qualquer


pessoa física ou entidade pública que utilize, 4.1. Controle Externo
arrecade, guarde, gerencie ou administre di-
nheiros, bens e valores públicos ou pelos quais O controle externo tem como objetivo verificar a
a União responda, ou que, em nome desta, as- legalidade das contas públicas. É exercido pelo
suma obrigações de natureza pecuniária. Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de
Contas.
Ainda que o texto da Constituição Federal es-
tabeleça os procedimentos a serem adotados A Constituição Federal estabelece em seu
pela União, esta é uma norma geral, confor- artigo 71 que “o controle externo, a cargo
me estabelecido no artigo 24 da mesma Carta do Congresso Nacional, será exercido com
Magna, que nomeia uma série de competências o auxílio do Tribunal de Contas da União”.
que devem ser observadas pelos demais entes Em seguida, no mesmo artigo, descreve as
da Federação. Tal entendimento também é re- competências do Tribunal de Contas. Já o ar-
forçado pelo artigo 31 da mesma Constituição tigo de número 73 estabelece a composição

30 | Página
a ser adotada pelo órgão fiscalizador e os a serem observadas nos procedimentos ado-
pré-requisitos para o cargo de Conselheiro. tados para o controle externo os aspectos
No artigo 75, o texto da lei discorre sobre os legais ligados à arrecadação e aplicação
procedimentos ditados no nível Federal, no dos recursos públicos, assim como o res-
que se refere “à organização, composição peito aos limites financeiros consignados no
e fiscalização dos Tribunais de Contas dos orçamento.
Estados e do Distrito Federal, bem como
dos Tribunais e Conselhos de Contas dos A Lei de Responsabilidade Fiscal, que esta-
Municípios” são estendidos para os demais belece normas de finanças públicas voltadas
entes da federação. para a responsabilidade na gestão fiscal, pro-
põe um novo padrão no que se refere ao con-
Os marcos legais relativos aos objetivos, atri- trole da gestão dos recursos públicos. Nessa
buições e estrutura do Controle Externo tam- nova visão, responsabiliza o Poder Legislativo,
bém estão presentes na Lei 4320/64, conforme diretamente ou com o auxílio dos tribunais de
disposto nos artigos 81 e 82, que compõem contas, e o sistema de controle interno de cada
o capítulo III – Do Controle Externo, do Título Poder (ou seja, uma atuação conjunta dos di-
VIII – Do Controle da Execução Orçamentária, ferentes tipos de controle) de fiscalizarem de
transcrito abaixo: forma direcionada para avaliar a eficiência e
eficácia da gestão pública, no cumprimento de
metas e na responsabilidade fiscal para com
Art. 81 - O controle da execução or- as contas públicas.
çamentária, pelo Poder Legislativo,
terá por objetivo verificar a probi-
dade da administração, a guarda Saiba Mais!
e legal emprego dos dinheiros pú-
blicos e o cumprimento da Lei de Conheça o artigo 59 da LRF que es-
Orçamento. tabelece normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na
Art. 82 - O Poder Executivo, anu- gestão fiscal, responsabilizando Poder
almente, prestará contas ao Poder Legislativo e os Órgãos de Controle
Legislativo, no prazo estabeleci- Externo e Interno pela fiscalização da
do nas Constituições ou nas Leis eficiência e eficácia da gestão pública,
Orgânicas dos Municípios. no cumprimento de metas e na respon-
sabilidade fiscal para com as contas
§ 1º As contas do Poder Executivo públicas. Disponível em: http://www.jus-
serão submetidas ao Poder brasil.com.br/topicos/11235750/artigo-
Legislativo, com parecer prévio 59-lc-n-101-de-04-de-maio-de-2000
do Tribunal de Contas ou órgão
equivalente.
Entretanto, as atividades de controle e fisca-
§ 2º Quando no Município não lização não são simples de serem realizadas.
houver Tribunal de Contas ou ór- Exigem tempo e conhecimento técnico apu-
gão equivalente, a Câmara de rado, e possuem diferentes especificidades.
Vereadores poderá designar peri- Tal cenário requer que o exercício do contro-
tos contadores para verificarem as le das contas públicas pelo Poder Legislativo
contas do prefeito e sobre elas emi- prescinda de suporte e auxilio técnico espe-
tirem parecer. cializado. A Constituição reconhece essa re-
alidade e estabelece que o controle externo
deva ser exercido com o auxílio de tribunais
A Lei 4320/64 coloca como questões centrais de contas.

31 | Página
4.1.1 Tribunal de Contas da União – TCU causa a perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte prejuízo ao erário. Tal competên-
O Tribunal de Contas da União (TCU) é um tri- cia administrativo-judicante, entre outras, está
bunal administrativo. Julga as contas de admi- prevista no art. 71 da Constituição brasileira.
nistradores públicos e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos federais, bem Em seguida, elaboramos um quadro informati-
como as contas de qualquer pessoa que der vo com as principais informações sobre o TCU.

Quadro Explicativo - Tribunal de Contas da União - TCU

•  Julgamento de contas;
Atribuições •  Auxiliar ao Congresso Nacional;
•  Fiscalização de atos e contratos.

Jurisdição Todo o território nacional

•  Sede no Distrito Federal;


Organização •  Composto de nove ministros, três auditores e representação do
Ministério Público.

A escolha dos ministros é feita pelo presidente da República seguin-


Ministros do regras específicas e necessitando da aprovação dos nomes pelo
Senado Federal.

Conta com três auditores nomeados pelo presidente da República, den-


Auditores tre os cidadãos que satisfaçam os requisitos exigidos para o cargo de
ministro do Tribunal de Contas da União, mediante concurso público.

A representação do Ministério Público junto ao TCU é composta de um


procurador-geral, três subprocuradores-gerais e quatro procuradores,
Ministério Público
nomeados pelo presidente da República, dentre brasileiros bacharéis
em Direito.

Composto por duas Câmaras, cada uma, composta por quatro mi-
nistros, que a integrarão pelo prazo de dois anos. O auditor atua, em
Câmaras
caráter permanente, junto à Câmara para a qual for designado pelo
presidente do Tribunal.

Comissões permanentes e temporárias colaboram no desempenho das


Comissões atribuições do TCU. São permanentes as Comissões de Regimento e a
de Jurisprudência.

32 | Página
Saiba Mais! Conforme vimos no tópico Controle Externo, o
artigo 75 da Constituição Federal estende os
Para saber mais sobre o Tribunal de procedimentos ditados no nível Federal para os
Contas da União e suas competên- demais entes da federação. Os marcos legais
cias acesse o Portal do TCU no link relativos aos objetivos, atribuições e estrutura
<http://portal.tcu.gov.br/institucional/ do Controle Externo também estão presentes
conheca-o-tcu/competencias/> na Lei 4320/64, conforme estabelecido nos ar-
tigos 76 a 80, que compõem o capítulo II – Do
Controle Interno, do Título VIII – Do Controle
da Execução Orçamentária, transcrito abaixo:
4.2. Controle Interno
O controle interno tem como objetivo garantir Art. 76 - O Poder Executivo exerce-
que todo o processamento da receita e da des- rá os três tipos de controle a que se
pesa respeite as leis existentes. É um tipo de refere o artigo 75, sem prejuízo das
controle que é exercido pelos órgãos do pró- atribuições do Tribunal de Contas
prio Poder Público, como órgãos de auditoria ou órgão equivalente.
interna ou contabilidade.
Art. 77 - A verificação da legalida-
A Constituição Federal em seu artigo de nú- de dos atos de execução orçamen-
mero 74 enumera as finalidades do Controle tária será prévia, concomitante e
Interno e dita que o Legislativo, o Executivo subsequente.
e o Judiciário devam atuar de forma integra-
da em suas ações. Conforme em seguida Art. 78 - Além da prestação ou to-
transcrito: mada de contas anual, quando ins-
tituída em lei, ou por fim de gestão,
poderá haver, a qualquer tempo,
Art. 74 - Os Poderes Legislativo, levantamento, prestação ou toma-
Executivo e Judiciário manterão, de da de contas de todos os responsá-
forma integrada, sistema de contro- veis por bens ou valores públicos.
le interno com a finalidade de:
Art. 79 - Ao órgão incumbido da ela-
I - avaliar o cumprimento das me- boração da proposta orçamentária
tas previstas no plano plurianual, a ou a outro indicado na legislação,
execução dos programas de gover- caberá o controle estabelecido no
no e dos orçamentos da União; inciso III do artigo 75.

II - comprovar a legalidade e avaliar Parágrafo único: Esse controle far-


os resultados, quanto à eficácia e se-á, quando for o caso, em ter-
eficiência, da gestão orçamentária, mos de unidades de medida, pre-
financeira e patrimonial nos órgãos viamente estabelecidos para cada
e entidades da administração fe- atividade.
deral, bem como da aplicação de
recursos públicos por entidades de Art. 80 - Compete aos serviços de
direito privado; contabilidade ou órgãos equivalen-
tes verificar a exata observância
III - exercer o controle das opera- dos limites das cotas trimestrais
ções de crédito, avais e garantias, atribuídas a cada unidade orça-
bem como dos direitos e haveres mentária, dentro do sistema que for
da União. instituído para esse fim.

33 | Página
Como vimos, no tópico Controle Externo, a Lei O controle social pode ser realizado por inter-
de Responsabilidade Fiscal trouxe novidades médio de organizações sociais e pelo cidadão
ao fixar as competências do organismo res- de forma geral. O acompanhamento e o moni-
ponsável pelo controle interno, além de incen- toramento do orçamento é a maneira mais tra-
tivar a atuação conjunta dos controles internos dicional de realizar o controle social sobre os
e externos. atos do Poder Executivo. Entretanto, o controle
social do orçamento não deve ficar restrito so-
Outra mudança vinda com a Lei de mente aos momentos de execução orçamentá-
Responsabilidade Fiscal é que, ao contrário ria; o controle social deve ser exercido em todo
do que ocorria anteriormente, quando a ên- o processo orçamentário.
fase do controle interno estava estritamente
ligada ao cumprimento dos aspectos legais Portanto, o controle social do orçamento deve
do gasto público, agora novos dispositivos ser iniciado quando da elaboração da propos-
trouxeram inovações no campo do contro- ta de orçamento. É necessário estabelecer
le interno. No caso, falamos da disposição um foco e concentrar esforços no processo
que estabelece como uma das finalidades do que contempla a elaboração e execução da
controle a avaliação dos resultados das ges- Lei Orçamentária Anual. Mas, a participação
tões orçamentária, financeira e patrimonial, da sociedade civil pode se dar também no
segundo os conceitos de eficiência e eficá- acompanhamento do processo de definição
cia. Como forma de promover a articulação de prioridades que o Plano Plurianual (PPA)
entre os controles, a LRF determina (artigo e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
74, parágrafo 1°) que: “os responsáveis pelo carregam.
controle interno, ao tomarem conhecimento
de qualquer irregularidade ou ilegalidade, A participação nas políticas públicas é direi-
dela darão ciência ao Tribunal de Contas to de todo cidadão. Mas, não adianta apenas
da União, sob pena de responsabilidade querer participar; é importante saber em que
solidaria”. momento participar. O Orçamento Público é
elaborado pelo Executivo e enviado para o le-
gislativo para modificação e aprovação, e de-
Atenção!
pois devolvido para o Executivo para sanção.
Em muitos Municípios os procedimen- Identifique qual o momento em que o diálogo
tos estabelecidos nesses artigos da LRF deve ser estabelecido com o Executivo e em
não são cumpridos. Por isso mesmo, é que momento o Legislativo é o interlocutor com
importante que o cidadão esteja ciente o qual se deve negociar.
de seus direitos e das obrigações gover-
namentais para cobrar maior transparên- Apresentamos o Calendário da Participação,
cia do Poder Público. que mostra os diferentes momentos do ciclo
orçamentário, os prazos e os atores respon-
sáveis pela elaboração da Lei de Diretrizes
Orçamentárias - LDO e da Lei Orçamentária
4.3 Controle social Anual – LOA. Veja em que momento os
Legisladores podem modificar o orçamento.
Denominamos de Controle Social as ações Conheça qual o período em que esta é uma
realizadas pela sociedade civil e que são vol- prerrogativa apenas do Executivo.
tadas para o controle das políticas públicas.
No que se refere especificamente ao acom-
panhamento do processo orçamentário, este
deve ser realizado desde sua elaboração até
o acompanhamento e monitoramento da sua
execução.

34 | Página
4.3.1 Calendário da Participação

LDO LOA

JANEIRO
Executivo
FEVEREIRO
Elabora sua proposta de orçamento
MARÇO

15
ABRIL Executivo manda projeto para
Executivo
Legislativo
Elabora sua proposta de orçamento.
Neste período que ocorrem as expe-
Legislativo riências de orçamento participativo
Vereadores discutem a qualidade da ou de consulta à população de suas
MAIO
proposta feita pelo Executivo, abrem demandas, para inclusão na proposta
prazos para emendas e modificações. do Governo.

30
JUNHO Legislativo devolve projeto modificado
para aprovação

JULHO

31
AGOSTO Executivo manda projeto para
Legislativo

SETEMBRO
Legislativo
Vereadores discutem a qualidade da
OUTUBRO
proposta feita pelo Executivo, abrem
prazos para emendas e modificações.
NOVEMBRO

15
Legislativo
DEZEMBRO
devolve projeto modificado para
aprovação

4.3.2 Transparência Orçamentária orçamentários, inclusive através de meios ele-


trônicos. Além disto, os principais aspectos
Para o controle orçamentário, o acesso aos da- estabelecidos nesses artigos dizem respeito
dos orçamentários é uma condição fundamen- à definição dos instrumentos de transparên-
tal. A Lei de Responsabilidade Fiscal busca cia fiscal, ao incentivo à participação popular
regulamentar este direito do cidadão. Através no processo orçamentário e à adoção de um
de seus artigos 48 e 48-A, estabelece que sistema de administração financeira e controle
qualquer cidadão deva ter acesso aos dados dos gastos públicos.

35 | Página
Saiba Mais! Parágrafo único: Os prazos estabe-
lecidos neste artigo serão contados
Os artigos 48 e 48-A podem ser conheci-
a partir da data de publicação da
dos na íntegra através da leitura do tex-
lei complementar que introduziu os
to da Lei complementar nº 101, de 4 de
dispositivos referidos no caput des-
maio de 2000 − Lei de Responsabilidade
te artigo.
Fiscal – que estabelece normas de fi-
nanças públicas voltadas para a respon-
Art. 73-C - O não atendimento, até
sabilidade na gestão fiscal e dá outras
o encerramento dos prazos previs-
providências. Disponível em:<http://
tos no art. 73-B, das determinações
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/
contidas nos incisos II e III do pará-
Lcp101.htm>.
grafo único do art. 48 e no art. 48-A
sujeita o ente à sanção prevista no
Posteriormente, através da Lei Complementar inciso I do § 3o do art. 23.
131/2009, outros artigos são acrescidos ao
texto da LRF, de modo a regulamentar os pro-
cedimentos que devem ser observados na pu- Saiba Mais!
blicação dos dados orçamentários e os prazos
para sua divulgação na prática para todos os O Portal da Transparência é uma iniciativa
Municípios brasileiros. Conforme transcrito: da Controladoria-Geral da União (CGU),
O objetivo é aumentar a transparência
da gestão pública, permitindo que o cida-
Art. 73-A - Qualquer cidadão, parti- dão acompanhe como o dinheiro público
do político, associação ou sindica- está sendo utilizado e ajude a fiscalizar.
to é parte legítima para denunciar Por meio das consultas é possível obter
ao respectivo Tribunal de Contas e dados sobre: gastos diretos do Governo
ao órgão competente do Ministério Federal; transferências de recursos a
Público o descumprimento das Estados e Municípios; convênios com
prescrições estabelecidas nesta pessoas físicas, jurídicas ou entes gover-
Lei Complementar. namentais; previsão e arrecadação de re-
ceitas. Acesse o Portal da Transparência
Art. 73-B - Ficam estabelecidos os do Governo Federal no link <http://www.
seguintes prazos para o cumpri- portaltransparencia.gov.br/>.
mento das determinações dispos-
tas nos incisos II e III do parágrafo
único do art. 48 e do art. 48-A:
4.3.4 Balanços e balancetes
I – 1 (um) ano para a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Antes da possibilidade de divulgação dos
Municípios com mais de 100.000 dados orçamentários por meios eletrônicos,
(cem mil) habitantes; os balanços e balancetes se constituíam do
melhor instrumento para o acompanhamento
II – 2 (dois) anos para os Municípios da execução orçamentária. Mas, como boa
que tenham entre 50.000 (cin- parte dos Municípios ainda não divulga de
quenta mil) e 100.000 (cem mil) forma transparente sua realidade orçamen-
habitantes; tária, os balanços e balancetes, em alguns
cenários, ainda são a única forma de dar visi-
III – 4 (quatro) anos para os bilidade à execução orçamentária. Sendo as-
Municípios que tenham até 50.000 sim, o controle da execução dos orçamentos
(cinquenta mil) habitantes. públicos, nesse caso, só pode ser realizado

36 | Página
posteriormente. Mas nem sempre é preci- É uma experiência de participação social ado-
so esperar um ano para que isso aconteça. tada em inúmeros Municípios do Brasil, e até
Segundo a Constituição Federal, em seu arti- mesmo em nível estadual apresenta diferen-
go 165, parágrafo 3º, os governantes deverão tes modelos em termos de forma de consulta,
publicar, até 30 dias após o encerramento de montante de recursos e mobilização da socie-
cada bimestre, relatório resumido da execu- dade civil.
ção orçamentária.
Atenção!
Tais relatórios, chamados de balancetes,
inexistentes em vários Municípios, são uma O Orçamento Participativo é uma inicia-
grande ferramenta de acompanhamento das tiva de cada governo, que decide imple-
despesas orçamentárias. Através deste instru- mentar, ou não, um processo de escuta
mento pode-se averiguar se foram introduzidas da população para a definição das priori-
mudanças na lei orçamentária fora do prazo. dades orçamentárias.
Estas alterações, uma vez aprovadas pelo
Poder Legislativo, e geralmente são, e sem
qualquer atenção, tornam-se perfeitamente le- Para que seu Município tenha uma experiên-
gais, apesar de politicamente orientadas e cui- cia de Orçamento Participativo é necessário
dadosamente escolhidas para acontecer fora que seja elaborada uma lei − que naturalmente
da atenção do público. deve ser aprovada pelo Legislativo e sancio-
nada pelo Poder Executivo − estabelecendo
Os balanços são, simplificando bastante o o modelo do processo participativo que será
tema, o resultado de todos os balancetes ela- realizado.
borados durante o ano, ou se não existissem
os balancetes o balanço seria o resultado final O OP é um processo que contém etapas, re-
do orçamento para um determinado período. gras e autores variados. A principal contribuição
do OP à sociedade, inclusive nos Municípios
Politicamente podemos afirmar que o balanço onde não há esta prática, é de divulgar e po-
é o retrato da correlação de forças da socie- pularizar o orçamento público e sinalizar para a
dade, apontando aqueles que foram privilegia- possibilidade de intervenção e participação da
dos através do atendimento ou do acesso aos sociedade civil nas decisões sobre as políticas
recursos públicos. Se o orçamento já é esse públicas municipais.
mesmo retrato em um momento bem especí-
fico, no caso de proposição de um orçamento
Atenção!
o balanço será o resultado desse conflito entre
os diversos interesses que se confrontaram du- As experiências de orçamento parti-
rante o ano. cipativo apresentam particularidades
e modelos de participação distintos.
Entretanto, podemos apontar, de forma
4.3.5 Orçamento Participativo - OP geral, que são etapas fundamentais de
um processo de OP:
As ideias que o termo orçamento participativo
desperta são variadas. Mas, primeiramente, •  Mobilização da população;
devemos dizer que o OP é uma prerrogativa •  Eleição de representantes;
de governo, que consiste em uma metodologia •  Levantamento de demandas;
de elaboração do orçamento com uma série de •  Definição de prioridades;
consultas à população, que decide geralmen- •  Acompanhamento da execução das
te sobre uma pequena parcela do orçamento demandas;
quais serão as prioridades que receberão re- •  Prestação de contas.
cursos do poder público.

37 | Página
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acreditamos que este curso de Execução e
Controle Orçamentário e Financeiro possa ter
contribuído para o fortalecimento institucional
dos Municípios e a consequente qualificação
da gestão ambiental das políticas voltadas para
o meio ambiente na perspectiva do desenvolvi-
mento sustentável. Para tanto, buscamos pos-
sibilitar sua compreensão sobre os instrumen-
tos formais para o acompanhamento, controle
e execução dos orçamentos públicos munici-
pais, assim como o reconhecimento dos atores
envolvidos e das etapas-chaves dos processos
de arrecadação e gasto dos recursos públicos.

Trouxemos também os diferentes tipos e me-


canismos de controle dos recursos orçamen-
tários, apresentando para você a natureza,
formato e atribuições pertinentes ao controle
interno e externo do processo de acompanha-
mento da execução orçamentária.

Mostramos ainda que além dos dispositivos


institucionais de controle a sociedade civil e o
cidadão comum podem acompanhar e avaliar
o orçamento público através do que chamamos
de controle social. Nesse sentido, destacamos
que o efetivo aprimoramento da gestão pública
e do uso mais racional e democrático dos re-
cursos do Estado é responsabilidade de gover-
nos e da sociedade.

38 | Página
REFERÊNCIAS
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de maio de 2009. Acrescenta dispositivos à Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, CONTI, Mauricio. Hora é de “apertar o cinto”
que estabelece normas de finanças públicas e contingenciar gastos”. Artigo do Portal do
voltadas para a responsabilidade na gestão Consultor Jurídico. Disponível em:<http://www.
fiscal e dá outras providências, a fim de de- conjur.com.br/2014-mar-11/contas-vista-hora
terminar a disponibilização, em tempo real, de -apertar-cinto-contingenciar-gastos>. Acesso
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ção orçamentária e financeira da União, dos
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MACHADO JR., José Teixeira. REIS, Heraldo


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