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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM – CEULS/ULBRA

TIPOS DE AQUÍFEROS E POÇOS

Antônio Rodrigo do Carmo Moreira


Dalila de Sá Nunes
Jordan Sousa dos Anjos
Karen Mikele Barreto dos Santos
Nayara dos Santos Mesquita

SANTARÉM - PA
2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE SANTARÉM – CEULS/ULBRA

TIPOS DE AQUÍFEROS E POÇOS

Antônio Rodrigo do Carmo Moreira


Dalila de Sá Nunes
Jordan Sousa dos Anjos
Karen Mikele Barreto dos Santos
Nayara dos Santos Mesquita

Trabalho realizado para obtenção de nota parcial na Avaliação


de Grau 1, na disciplina de Projeto de Sistema de
Abastecimento de Água, ministrada pelo professor Adson
Machado.

SANTARÉM - PA
2018
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
2. TIPOS DE AQUÍFEROS ....................................................................................... 5
2.1 Aquíferos Freáticos ......................................................................................... 5
2.2 Aquíferos Artesianos .......................................................................................... 6
3. TIPOS DE POÇOS .................................................................................................. 8
3.1 Poço Freático ....................................................................................................... 8
3.2 Poço Artesiano Jorrante ..................................................................................... 9
3.3 Poço Semi-artesiano ......................................................................................... 10
4. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 13
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1. INTRODUÇÃO

As águas subterrâneas são aquelas que se acumulam abaixo da superfície,


geralmente nos poros existentes na composição das rochas. Referem-se a toda e
qualquer quantidade de água presente abaixo da superfície terrestre. Essas águas
posicionam-se nos poros, fraturas e falhas das rochas ou até em espaços maiores,
tais como cavernas subterrâneas, como ilustra a imagem acima. Elas formam um
importante recurso natural, pois em muitos casos abastecem as sociedades em maior
quantidade do que os rios.
O acúmulo das águas subterrâneas pode acontecer em zonas saturadas de
água e abranger grandes regiões, que são chamadas de aquíferos.
Aquíferos são formações geológicas subterrâneas capazes de armazenar
água. Esses grandes depósitos de água são alimentados pela precipitação
atmosférica, que traz a água dos mares aos continentes, que acaba por adentrar nos
aquíferos através do mecanismo da infiltração em suas áreas de recarga. A água
subterrânea, como um componente do ciclo hidrológico, está em constante circulação
e flui, de modo geral, lentamente, pelos poros da rocha. Os aquíferos contêm, ao
mesmo tempo, rochas com características porosas e permeáveis e impermeáveis que
formam estruturas geológicas capazes de armazenar e ceder água. Um dos
parâmetros que influenciam o fluxo da água subterrânea é a permeabilidade. Já a
porosidade é a propriedade que determina a quantidade de água que pode ser
armazenada em uma rocha. A porosidade é determinada pelo volume de poros vazios
em relação ao volume total da rocha (Iritani & Ezaki, 2012).
A água dos aquíferos vêm sendo usada pelo homem desde a antiguidade e
é, em muitos casos, a única fonte de água para muitas populações. A capacidade de
armazenamento de água de um aquífero depende da extensão e espessura da
camada de rochas permeáveis à agua ou de material não consolidado (seixos, areia
ou silte) do qual se pode extrair água por meio de um poço.
A crosta terrestre pode ser dividida em dois compartimentos: a zona saturada
ou freática (os aquíferos, propriamente ditos) onde todos os espaços disponíveis estão
ocupados pela água; a zona não saturada é caracterizada pela existência de espaços
não ocupados pela água. A pressão da água na zona saturada é geralmente maior do
que a pressão atmosférica. Um poço, ao atingir essa zona, irá permitir que a água
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jorre sem qualquer bombeamento. A pressão da água nas zonas não saturadas não
é suficiente para a extração livre e água necessita de ser bombeada para a superfície.
O limite entre essas duas zonas é conhecido como sendo o lençol freático.
Os aquíferos podem ser divididos em duas grandes categorias: os aquíferos
de baixa permeabilidade, ou aquíferos confinados e os não confinados, que são mais
permeáveis e usualmente estão conectados a nascentes.
Merecem destaque os dois maiores aquíferos do mundo, os quais apresentam
as maiores reservas de água do mundo: “Aquífero Alter do Chão” (maior em volume
de água, com 86 mil quilômetros cúbicos de água), localizado nos estados brasileiros
do Pará, Amapá e Amazonas; e o Aquífero Guarani (maior em extensão, com 1,2
milhões de km²), localizado nos países latino-americanos (Argentina, Brasil, Uruguai
e Paraguai).
A captação das águas subterrâneas constitui uma parte fundamental dos
sistemas de abastecimento de água necessárias a qualquer tipo de utilização, e
geralmente é feita através de perfurações no solo denominadas de poços.
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2. TIPOS DE AQUÍFEROS

2.1 Aquíferos Freáticos

Em geral, os aquíferos podem ser classificados como freáticos e artesianos.


Os aquíferos freáticos originam-se das águas de chuva que se infiltram através das
camadas permeáveis do terreno até encontrar uma camada impermeável. Saturando
as camadas porosas logo acima, a água pode permanecer em repouso ou deslocar-
se, de acordo com a configuração geométrica do terreno. Nos aquíferos freáticos,
também chamados aquíferos livres, a água que enche os poros da formação
geológica na região que se situa no topo da parte saturada está submetida à pressão
atmosférica. Assim, tudo se passa como se a água estivesse ocupando um
reservatório aberto.
Pode ocorrer ainda, a formação de um aquífero ou lençol suspenso, quando
uma formação impermeável aparece entre a zona saturada e a superfície do terreno,
dando origem à retenção de águas de infiltração acima desta formação.
Em locais como altos de morros e serras, o nível de água pode ser bastante
profundo; próximo aos rios, o nível é mais baixo, podendo-se encontrar água a
profundidades inferiores a um metro. A descarga se dá em áreas de contato com rios,
lagos, mares e nas nascentes, quando a água brota naturalmente do aquífero freático
para a superfície, originando um córrego. Em função da sua pouca profundidade, os
aquíferos freáticos são facilmente contaminados, sendo que grande parte desse tipo
de depósito de água em área urbana já se encontra nessa situação. A FIGURA 1
representa um aquífero freático:

FIGURA 1 – Aquífero freático


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2.2 Aquíferos Artesianos

Os aquíferos artesianos são aqueles que estão entre camadas de rochas


permeáveis ou semipermeáveis a profundidades maiores, onde a circulação de água
é menos intensa que nos aquíferos freáticos. Em função da grande profundidade e da
pressão exercida pelas camadas adjacentes de rocha, a pressão nos aquíferos
artesianos é maior que a pressão atmosférica, portanto a maioria dos poços
perfurados nesse tipo de aquífero tende a jorrar. A FIGURA 2 nos mostra o esquema
de um aquífero artesiano.

FIGURA 2 – Aquífero artesiano

Os aquíferos artesianos apresentam diferenças quanto ao tipo de rocha a que


estão associados e são classificados em:
 Aquífero Fraturado ou Fissurado: No local de ocorrência de rochas ígneas ou
metamórficas formam-se os aquíferos de fraturas ou fissuras, pois esses tipos de
rochas tendem a apresentar fraturas que são ocupadas pela água. A perfuração
de poços depende da precisão em acertar uma fratura significativa, o que nem
sempre é possível de se calcular previamente. Em geral, trata-se dos menos
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produtivos; mas, por questões de localização geográfica, são muito importantes


para o abastecimento em nosso país, pois vários estão localizados em áreas que
comportam grandes cidades e, assim, são largamente utilizados no
abastecimento. A seguinte figura mostra esse subtipo de aquífero:

FIGURA 3 – Aquífero Fraturado

 Aquíferos Porosos: Consistem nos aquíferos mais relevantes, por apresentarem


a maior capacidade de armazenamento de água e por abrangerem grandes áreas.
O Aquífero Alter do Chão é desse tipo. Esses aquíferos ocorrem em materiais de
origem sedimentar, cuja principal característica é a grande e homogênea
porosidade, o que permite à água escoar em qualquer direção. A recarga desse
tipo de aquífero é mais intensa do que nos de fissura. Segue abaixo a
representação desse aquífero.

FIGURA 4 – Aquífero Poroso


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 Aquíferos Cársticos: São aquíferos associados a rochas carbonáticas, as quais


apresentam bastante sensibilidade ao desgaste por ação da água. Dessa forma,
as fraturas nesse tipo de rocha alargam-se pelo fluxo de água, formando
verdadeiros rios subterrâneos. A FIGURA 5 representa um aquífero Cárstico:

FIGURA 5 – Aquífero cárstico

3. TIPOS DE POÇOS

3.1 Poço Freático

Os poços freáticos são normalmente escavados. São, também, chamados de


poços ordinários, isto é, poços comuns ou domésticos. É aquele que é perfurado
manualmente e objetiva captar água do lençol freático mais próximo da superfície.
São frequentemente perfurados nas áreas rurais ou áreas de acesso restrito para os
equipamentos.
Em geral, são rasos e de grandes diâmetros: as profundidades
compreendidas entre 3 e 20 metros e os diâmetros entre 1 e 2 metros.
A vazão que eles são capazes de fornecer é relativamente pequena, o que
sugere a sua utilidade apenas para o consumo humano ou uso doméstico e,
raramente, para uso industrial e irrigação. Embora a água possa ser de boa qualidade,
há inúmeros registros de ocorrência de água salobra e, mesmo, contaminada. A
FIGURA a seguir representa um poço freático:
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FIGURA 6 – Poço Freático ou Escavado

3.2 Poço Artesiano Jorrante

Poço artesiano é o poço tubular profundo perfurado em locais onde a linha de


pressão do aquífero está acima do nível do solo, fazendo com que a água jorre
espontaneamente, sem a necessidade de uma bomba para extraí-la. Também é
conhecido como poço jorrante ou surgente. O poço artesiano tem vazão de água até
mil vezes superior que o comum: 2 mil litros em média. A vida útil fica por volta de 40
anos.
Mais profundo que os poços comuns, também chamados de cisternas ou
cacimbas, (que dificilmente têm mais de 20 metros), o poço artesiano é perfurado por
máquinas de empresas especializadas. Para a operação, é necessária uma área de
7 metros de largura por 25 metros de comprimento, além do emprego de 2 a 4
caminhões para se conseguir um poço de uma profundidade que varia entre 100 e
1.500 metros. Após a perfuração, o poço é revestido com tubos de aço, e requer um
filtro especial.
A sua água possui ainda uma característica positiva, que é o fato de ser
cristalina e ter permanecido livre de qualquer contaminação, devido à profundidade.
Por outro lado, a construção do poço constitui um investimento alto e de certo risco,
já que em alguns dos poços cavados não é encontrada água.
Os poços artesianos dependem também de manutenções preventivas, para
evitar problemas geológicos e até mesmo mecânicos. A cada um ano e meio, ou dois
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anos no máximo, devem ser realizadas análises para apurar a qualidade da água, a
integridade dos equipamentos.
O custo de perfuração de um poço artesiano é alto, trazendo, porém,
compensações a longo prazo. A área próxima terá disponível sua própria fonte,
podendo se desvincular totalmente ou parcialmente da companhia de fornecimento
local. Em locais onde é precário o abastecimento, tornam-se uma verdadeira
revolução para a comunidade. Caso o poço cubra totalmente as necessidades, paga-
se à companhia apenas a taxa de esgoto. Outra vantagem proporcionada pelo poço
artesiano é a garantia do abastecimento durante períodos de racionamento em
épocas de maior consumo, como no verão, evitando a necessidade de contatar
carros-pipa. A FIGURA 7 representa um poço artesiano:

FIGURA 7 – Poço Artesiano

3.3 Poço Semi-artesiano

Poço Semi-artesiano é como ficou conhecido o poço tubular profundo que não
é jorrante, que é perfurado em locais onde a linha de pressão do aquífero está no
mesmo nível ou abaixo do nível do solo. Como não há pressão, a água não jorra
espontaneamente e por isto precisa de uma bomba para extraí-la. A grande maioria
dos poços tubulares existentes em todo o Brasil são deste tipo, muito embora sejam
também chamados de poços artesianos.
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A FIGURA 8 esquematiza um poço semi-artesiano:

FIGURA 8 – Poço Semi-artesiano


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4. CONCLUSÃO

De acordo com o conteúdo apresentado, pode-se compreender melhor os


conceitos e características dos tipos de aquíferos e poços. Levando em consideração
as informações obtidas nesse trabalho, percebeu-se que são necessários alguns
cuidados na execução dos poços freáticos e artesianos. Isto porque quando vários
poços são perfurados sem critério ou sem que se faça um estudo da quantidade de
água disponível, a descarga excede a recarga, fazendo com que o volume de água
disponível diminua.
Nesses casos, poços mais rasos secam, e é preciso perfurar cada vez mais
fundo para obter-se água, o que encarece o processo. Porém, esse não é o maior
problema, pois existem ligações entre aquíferos livres e os confinados, levando a uma
diminuição no nível dos livres, responsáveis diretos na alimentação dos rios e
nascentes.
Portanto, apesar de abundantes, as águas subterrâneas não são
inesgotáveis, por isso deve-se fazer um uso com gestão consciente para assim evitar
problemas a curto e a longo prazo.
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REFERÊNCIAS

COELHO, Ricardo M. Pinto & HAVENS, Karl. Aquíferos. Disponível em:


<ptdocz.com/doc/171408/chapter-8—aquíferos.pdf>. Acesso em 28 fev. 2018.

Iritani. M.A. & Ezaki S (2012). As Água Subterrâneas do Estado de São Paulo. IG,
São Paulo. 104 p. Disponível em:
<http://www.ambiente.sp.gov.br/publicacoes/files/2013/04/01-aguas-subterraneas-
2012.pdf>. Acesso em 02 mar. 2018.

PENA, Rodolfo Alves. Águas subterrâneas. Disponível em:


<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/Aguas-subterraneas.htm>. Acesso
em 01 mar. 2018.

SANTIAGO, Emerson. Poço Artesiano. Disponível em:


<www.infoescola.com/hidrografia/poco-artesiano/amp/>. Acesso em: 28 fev. 2018.

TIPOS de aquíferos. Disponível em:


< http://www.educacional.com.br/reportagens/alterchao/parte-02.asp>. Acesso em
02 mar. 2018.

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