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MVC Wty 4 Pa oe (ecient rene erat ie Cupitaio 3 As dvas grandes correntos do pensamentolingiistico: funcionalismo e formaismo Aconsideraso da existncia de um modelo com so funcionalista da linguagem, ito €, com uma vis da linguagem como entdade nfo suficienteem si, leva, em primeiro lugar, & contraposigo com out modelo ‘ue iferentement, examina a linge como um obje- to-autinome, investiga estruua ings indepen- entemente do uso. prio Haliay (Part, 1974) is ‘ingue as das tradiges, a chamada “funcional”, na qual cle se coloea ecoloca a Escola de Praga, além de Fit, Lamb ea Escola de Londees a “formal”, representa fang” a en ns Seprapmin | paper rc so Set pricy vena, (6 Dik, 1978 5,retoadseexpctdo em 1989927, Ad lasdodeM.H. ML Neves 19080)) ara Halliday (1985, pp. xxviii-xxin), as gramiti- «as formas se opem as uncionais porque, assentadas na lgiea na filosofia,t&m uma orientagdo primaia- ‘mente sintagmétca. As funcinais, por seu lado, assentadas na relérca e ma etnograa, so primase ‘mente paradigmsticas. As gramitcas formas 1) interpretam a Hingua coma uma lista de esr ‘as entre as quais, num segundo passo, podem serest- belecdas elagses regulars; 2) tender a: + enfatizar 0s rags unversas da Tings taxe como base da lingua (gramitic a bir, + omganii Asraméticas fancionais dese modo, em tormo da fase 1) intrpretam a ingua como uma rede de rela Bes, etrand as estrtras com arealizago das rel ees, 2 tendem + enfaizar variagdes ene linguas diferentes: { fomara semintica como base (gramaiiea naturals { onganizavla, desse modo, etn tome do texto ou dis ‘esas diferengas ene as duas correntes da gram siea-como ponadas por Halliday, assim se resume: GuaniiticaronAL | ORADHATICAFUNCIONAL | | ovo primarismee aa rio prnaiomens | nites siension [Frio ings conn an | eyeing came ms Sg dressage ee eile 5x co lem sei ete | meee de Toe swan iver da | nie as varie ote agus = Tha ae Soe fog | ens am Nebssemen fie) pez em tro dex ou (oA. K. Haida, 1985: Jcvtction. Adapt de Mh Mi Neverc19Me) + Referindo-se “gramtca sistémica™ de Halliday, Cristie (1979, p. 257) aponta que a diferengs entre essa gramatica e a peativa € a eonsideracio de ‘ve a"grumitica prfunda", a base de win enmciado, no € encontvel em uina extutura profunda abst, ‘mas nas ercolhas que fant faz quando compe um emunciado paca un propésto specific. A gramética sistémica, assim, no tem nada que ver com a compe- ‘nein abstata dem falante ov cuvinte ideal em al tua comunidade homogénea de fala, que € uma fi cientfie; el diz respeto, sim, is escolhas ceais no uso da lingua, feitas por falantes reais em contextos so- Leccs (1983, cap. 3) critica a dogo de qualquer uma das duas hipoteses, formalista ea funcionalista, cexclusivamente,considerando que tanto seria folone- sar que alinguagem é um fendneno psivologico como ‘gar qucela& um fendmeno social Liga a dferengas entre as duas abordagens, basicamente diferentes mo- os de vera natreza da lingugem. Desseponto de vst, ‘0s formalistas (o exemplo & Chomsky) encaram a lin. ‘guagem como fenfmeno mental, enquanto os funcions- lista a véem como fenémeno primariamente social. Os universais lingisticos so expicados, nto, pelos for ‘cm hetanga lingiistica genética comum da ‘espécie humana, e, pelos funcionalista, como deta ‘oda universaldade dos usos da inguagem nas soie- dades humanas. Quanto aquisigao da Tinguager peta ‘ianga, os formalistas apontam wma eapacidade inata humana para aprender a lingua, enguanto 0s funciona- Jista se inelinam para uma explicagao da aqusieao =m termos de desenvolvimento das nacessidades e habili aces comunicativas da crianga. Acima de to, ent fs formalistasestudam a lingua como um sistema au homo, enquanto of fncionalistasestudam em relasi0 ‘com sua feo soci "Nascimento (1990), peopésito da afirmaco de Vo tree Naro (1987) de que a perspectivafuncionaista & preferivel a formalist, airma que nfo cabe considerar “ima ou outa como melhor ope: a compara no tem sentido, pelo simples fato de que formalism e fancio~ hatismo tem diferentes abjtos de esto, e, a partir da, tiferentes pressuposto, odjetivos e metodologia. Pare Dillingee (1991), tanto Vote e Naro coma Nascimento deixam de dstinguie “fendmono” de “objeto”, e por ai scabam chegando a conelusGes opostas. Vote e Nar co- Jocam a dias abordagens como aierativas, mas isso requvera que as das ttassem os meses fedmenos, ‘que no éo aso, i que o fancionalismo se preocups como contexto social, eo formalism, no, Naseimen- fo, por sua vez, considerando que funcionalismo e fo ‘mals estan abjtos diferentes, 003 coloca como lterativas, mas o que, na verdade, & diferente € ape- nasa maneita de estuda @ objet. Sendo asim, segun- Go Dillinger, fancionalismo e formalismo nfo poder, tnestno ser vsts como allerativas, xatamente porque tatdamn o mesmo objeto de maneiras diferentes, sto & porque estan un mesmo objeto fendmenosdiferen- es; assim, un estido no exclu outro, sendo ambos omplementaresciguslentenecessiros. Essa conehi- $6, als, a mesma de Nascimento, que afrma que cada ‘um dos dois modelos de andliselingtistiea poe cont- bwirpare o progress do outro, ambos podem articlar- sermexplicagio da interagio crte as epresentages men- ‘aise oprocessamento lingbistico. ‘Apresentando as bases do funcionalismo de Cose- iu, Bechara (1991) contrasta a gramdticaesrurral © funcional” dessetebrico, que, como a de Gabelentz,€ naitea (parte da fase para chegar aos elementos mi- ‘ims da lingua), coma "pramsticatransformacional”, ‘que €“sincticn ensina “de que maneira se utilizam os meios gramaticais para a estraturagio do discursa”). A divergéncia fundamental entre elas € que a gramitica transformaciona tem ignorad es vezes até negado as fangdes idiométias, enquanto a gramtia esruural © fimcional pace do pressuposto de que &impassivel in ‘vestigarofuncionsmena efetiva de uma ling sem pre viamente haverestabelecido as fangbes dessa lingua, Para Bechara, Coserin no privilepi a gramiticaestu- tural e fncional em lagi A gramstica tansformacio- ral, mas asinala que, “se pretende descrever lingua co- ‘a estrturago de conteidos, como sistema de fuangbes, Ainvestigagolingstica deve pate do significado ex ‘rue para a designagdo ~ como faz a primeira ~€ ‘no, a contro, da designago para o significado es ‘rutwal ~ como faz a segunda’. Também Gabelentz, diz Bechara, era de opiniio que, “embora as das for mas da gramitica se complementem, énecessirio con -iderars inguasem forma sndtca,atendendo prime ‘seus meio e depos s suas possbilidades fst 6 20 {We se pode fazer com tas moins} (p- 3). Fiso ocarre porque a lingua no & somente um conjuno de regras de consi sintagmstica,imediata ou media, mas também ~ e principalmente ~ wm conjunto de paradis- ‘mas funciona, que noeixo paradigmtico da lingua que se estabelovemn as oposigdes fncionas (pp. 3-4. Para demonsirar que a gramatica de Coser vern “S- ‘at uma “lacuna dentficaco, deserigio investi tag" das fungdes idiomas", Bechara (1991) pee Senta uma caractrizagao de alguns tpos de prmstias, tos initand & diotomizagao entre formalismo e fan- ‘onalismo: “As gramticaseseuturais do tipo “bloom Fieldiano se atém primodialmente na consituigdo ma terial isto na deseigdo“mnofol6piea™ podendo tocar de leve no problema das fungGese fazenl, em eral ‘completa astragao das elagSes ou, quando muito, no se distnguindo das fungies. Escola de Page também anora as elas, as dein especial ineresse 30s 5- peviosconsttucionais efuncionas; como, todavia, esta rene fem poco dedicado aos nveis superiors da [eamitica, no emos até agora uma gramaticacomple- ta orienta pelos postuladas desta Eola. Por su tr ho, aslossematica deca particular inerese a identifi tied e desig das fangdes, mas d& poucaatenga0 a0 sapecto fsico matril da estruturagramatical eto das felagies. A gramitic ansformacioal ocupa-se da cons Tigo eds relages, mas ignora ~ até delberadamente, porque no fiz delas objeto de descrigao ede investign aoe aspect que Cosern considera cenitale determi fate de toa a lingua s fangSes idiomstcas. Diz af fal Bechara que, "seas linguasse caractriza estin- ‘gem pela formas, fimgeserelaydespramaticais, estes Tits tapects devem so igualmente contemplads, = Comat em aspect relevant o ato de que jam mais auadados sob determinado Sngulo que de outa”. Con- iderada por Bechara (1991) como “a propria paradig- ica grnatical”(. {1}, aaramatea funcional deCo- seri & por ele apontada como ma gramitca que se pro pe estabelocer os significado pramaticais que wm in- ua distingu, ber como as posigdes que estabelece en ite siguificados, cemetendo para um segundo plano o& tipos de emprego desses meses sgniicados, que i ‘lca o principio de que, para qualquer expresso, exis- ‘fe, numa ling, un determinado significado nits, ¢ implica, também, como conseqiénea a primazia do sig- nificado sobre a expressio. Para Coser, segundo Be- chara (1991), "as linguas sdo essencialmente esrutra- .6es seminteas do mundo exrafingi entidadese diferengas na expresso ni ‘qe «meio de maniestago das eistingdes semantics, tas dentidades ediferengas no plano do conteida. AS _ramitica do tipo no-funcional 20 contio, do pri- ‘nuzia as identidadese diferengas na designagio, iso é, ‘0 conti do pensanento, elegando a identidades€ ‘iferengas no significado” (pp. 12-13) Halliday (1985, p.xxin}, a0 chamar a tengo para polarizaeio que tem havido entre a abordagem forma- lista a funcionalista, considera que, na verdade, amas se liga propria natueza da ingwagem, além de se tie atom, pola raz, ao pensamento ident

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