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FREDSON RODRIGUES BORGES

DIOGO DOMINGOS NUNES DE BRITO

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS

APR

MONTES CLAROS-MG
2015
FREDSON RODRIGUES BORGES
DIOGO DOMINGOS NUNES DE BRITO

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS

APR

MONTES CLAROS-MG
2015
SUMÁRIO

1. Introdução..............................................................................................................6
2. Revisão de literatura – Análise preliminar de riscos.........................................8
2.1 Problemática.........................................................................................................9
3. Definição de risco e Perigo...................................................................................9
3.1 Definição de pré-fabricados e seu crescimento..............................................13
4. Método...................................................................................................................14
5. Resultados............................................................................................................16
5.1 Resultados e discussão....................................................................................17
6. Conclusão.............................................................................................................17
Referências bibliográficas......................................................................................18
RESUMO
O crescimento, nos últimos anos, do uso de estruturas pré-fabricadas de
concreto é expressivo por apresentar algumas vantagens no processo construtivo,
porém, o processo de fabricação desses artefatos de cimento envolve
procedimentos e materiais capazes de causar danos irreversíveis à saúde e
segurança dos trabalhadores, caso as medidas de segurança não sejam observadas
e cumpridas. Este estudo tem como objetivo analisar os riscos na fabricação de
estruturas de concreto armado na indústria de artefatos de cimento, no município de
Janaúba – MG, pela Análise Preliminar de Risco – APR. O método constitui na
observação no local de trabalho, entrevistas realizadas com os colaboradores
envolvidos no processo,check-list para a coleta de dados. Dos resultados obtidos as
ferramentas de categorização de frequência (Tabela 1), severidade (Tabela 2) e
risco (Tabela 3) e da matriz de classificação de riscos (frequência X severidade)
proporcionaram um mapeamento da condição de trabalho para realizar a atividade.
Com os dados obtidos pelas observações e entrevistas foram elaborados critérios
para a priorização de ações (Tabela 5). Conclui-se que a ferramenta APR teve uma
excelente aceitação pela empresa que resolveu implantá-la em todas as suas linhas
de produção.
A ferramenta mostrou que medidas básicas como conhecimento dos riscos e
dos danos são oportunidades para a melhoria da condição de trabalho. Além de
medidas mais específicas como a proteção das partes móveis de equipamentos,
manutenção preventiva e postura de trabalho, a limpeza e a organização do
ambiente podem garantir melhores resultados em relação a segurança e saúde do
trabalho.

Palavras-chave: APR analise preliminar de risco na fabricação pré-moldado. Pré-


moldados na construção civil.
RESUME

The growth in recent years, the use of prefabricated concrete structures is


significant to present some advantages in the construction process, however, the
process of manufacturing these concrete artifacts involves procedures and materials
capable of causing irreversible damage to the health and safety of workers, if the
safety measures are not observed and complied with. This study aims to analyze the
risks in the manufacture of reinforced concrete structures in the concrete products
industry in the municipality of frangipani - MG, the Risk Preliminary Analysis - APR.
The method is the observation in the workplace, interviews with the employees
involved in the process, check-list for data collection. The results of the frequency
categorization tools (Table 1), severity (Table 2) and risk (Table 3) and risk
classification matrix (frequency x severity) provided a mapping of the working
condition to perform the activity. With the data obtained by observations and
interviews were elaborated criteria for prioritizing actions (Table 5). We conclude that
the APR tool had an excellent acceptance by the company that decided to implement
it in all its production lines.
The tool showed that basic measures such as knowledge of the risks and
damage are opportunities to improve the working condition. In addition to more
specific measures such as protection of mobile equipment parts, preventive
maintenance and posture work, cleaning and environmental organization can ensure
better results regarding safety and health at work.

Keywords: APR preliminary risk analysis in precast manufacturing. Precast in


construction.
6

1. INTRODUÇÃO

A preocupação e a necessidade pela atenção ao ser humano vêm de uma


organização, conseguir além da busca por maior eficiência, assegurar melhores
condições para resultados como o Controle de Danos, o Controle Total de Perdas e
a Engenharia de Segurança de Sistemas (SHERIQUE, 2011). Entre essas técnicas
estão a identificação de perigos e a análise de riscos que podem ser aplicadas na
indústria da construção civil. Sua aplicação se dá com grande facilidade e
perspectiva de melhorias nos processos em relação à saúde e segurança dos
trabalhadores. O setor da construção civil cresce de maneira expressiva e com isso
aumenta a demanda por produtos de cimento, resultando no aumento da produção
nas indústrias de artefato de concreto. Estas indústrias nem sempre se preparam na
mesma proporção estrutural e gerencial para oferecer condições adequadas ao
trabalhador no que tange à saúde, segurança e ambiente de trabalho.
Riscos relacionam-se ao fato de que caso ocorra, podem comprometer ou
impedir a criação de um produto, atividade, serviço ou resultado exclusivo, ou seja, a
realização de um projeto (OLIVEIRA, 2010, p.277). Para o autor os conceitos
básicos de segurança e saúde devem estar inseridos em todas as fases do processo
produtivo, desde o projeto à operação. A Análise Preliminar de Riscos (APR) é
definida como um estudo realizado na fase de concepção ou desenvolvimento de
um novo sistema ou processo, com o objetivo de determinar os riscos que podem
estar presentes na fase operacional do processo (DE CICCO; FANTAZZINI, 2003). A
APR é aplicada para uma análise inicial qualitativa, desenvolvida na fase de projeto
e de processo, produto ou sistema, com especial importância para investigação de
novos sistemas de alta inovação ou pouco conhecidos, isto é, quando a experiência
em riscos na operação é deficiente. Além das características básicas de análise
inicial, torna-se útil também como uma ferramenta de revisão geral de segurança em
sistemas já operacionais, mostrando aspectos que poderiam passar despercebidos
(FARIA 2011). Segundo Sherique (2011, p.535), a elaboração de uma APR passa
por algumas etapas básicas, a saber:
a) Revisão de problemas conhecidos: a busca por analogias ou similaridades com
outros sistemas;
7

b) Revisão da missão a que se destina: atentar aos objetivos, exigências de


desempenho, principais funções e procedimentos, estabelecer os limites de atuação
e delimitar o sistema;
c) Determinação dos riscos principais: apontar os riscos com potencialidade para
causar lesões diretas imediatas, perda de função, danos a equipamentos e perda de
materiais;
d) Revisão dos meios de eliminação ou controle de riscos: investigar os meios
possíveis de eliminação e controle de riscos, para estabelecer as melhores opções
compatíveis com as exigências do sistema;
e) Analisar os métodos de restrição de danos: encontrar métodos possíveis e
eficientes para a limitação dos danos gerados pela perda de controle sobre os
riscos;
f) Indicação de quem levará a sério as ações corretivas e/ou preventivas: indicar
responsáveis pela execução de ações preventivas e/ou corretivas, designando
também, para cada unidade, as atividades a desenvolver.

Por isso há necessidade de introdução e utilização de ferramentas que


auxiliem na prevenção de acidentes trabalho. Em 2010 foram registrados 3.315
acidentes nas fábricas de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e
materiais semelhantes, enquadradas na Classificação Nacional de Atividades
Econômicas (CNAE): 2330 segundo dados do último Anuário do Ministério da
Previdência Social. Esses números aumentam a cada ano, evidenciando a
necessidade de investir nas condições de trabalho do setor.
A antecipação e a prevenção de acidentes são maneiras de eliminar ou
reduzir os riscos para os trabalhadores. Um sistema de antecipação que pode ser
totalmente aplicado é o Gerenciamento de Riscos, que oferece ferramentas
importantes e muito utilizadas em processos produtivos. A Análise Preliminar de
Riscos (APR) é uma ferramenta dentro do Gerenciamento de Riscos usada para
realizar uma análise qualitativa na fase de concepção ou desenvolvimento de um
projeto ou atividade cuja experiência em riscos na sua operação é deficiente.
8

2. REVISÃO DE LITERATURA
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS

Um dos setores mais propenso a graves acidentes de trabalho é a indústria


da construção civil, onde os trabalhadores correm riscos de hospitalização,
incapacidade e até mesmo podendo gerar a morte (YI et al. 2012).
Arbetsmiljöverket (2008, apud TÖRNER et al., 2009) destacam que na UE15
a taxa de lesões que geraram ausência no trabalho, de mais de três dias,
ultrapassou 6.000 por 100.000 funcionários. A Suécia ainda coloca a indústria da
construção entre os 10 setores que mais causam acidentes no país (TÖRNER et al.,
2009). Os fatores que geram esses acidentes são muitos, passando desde a cultura
organizacional até questões relacionadas aos custos.
O trabalhador da construção civil normalmente vive sob pressão, pois as
obras possuem tempo limite para o seu término, resultando para esses
colaboradores, em turnos dobrados, redução de intervalos, horas extras e a
contratação de mão de obra de última hora com pouco ou nenhum treinamento
(IRIART et al., 2008). Kines et al. (2010) reforçam esse pensamento, através da
afirmação, de que a indústria da construção opera sob contínua pressão para
trabalhar com qualidade juntamente com a redução de custos.
Outro aspecto é a rotatividade dos trabalhadores. Quando uma obra é
concluída muitos trabalhadores saem em busca de trabalho em outras obras, onde
geralmente as práticas diferem desde a execução do serviço até os métodos de
segurança. Além disso, Rodrigues et al. (2009) relatam outros fatores que
contribuem para os acidentes nesse setor:
“O trabalho é desenvolvido sob a influência de agentes físicos e um grande
número de acidentes está relacionado às más condições de segurança dos
canteiros de obra, a falta ou uso inadequado de equipamentos de proteção individual
(EPIs), a falta de treinamento, a pouca instrução dos trabalhadores e também pelo
próprio ritmo desgastante do trabalho” (RODRIGUES et al., 2009, p. 468).
Há muitos estudos sobre as causas desses acidentes e quem são os
responsáveis por eles, passando do operário até a gestão da empresa (GIBB, et al.,
2006) os fatores causais de acidentes mais comuns são: choque elétrico,
soterramento, o trabalhador ser atingido por um objeto e quedas (AZEVEDO, 2010).
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul, na
9

construção civil o fator de acidentalidade – quedas é considerado o que apresenta o


maior número de acidentes fatais (BRASIL, 2009). Os fatores mais frequentes
relacionados a quedas de acordo com dados da SRTE/RS (BRASIL, 2009) são: de
telhado, andaime, periferia da edificação, torre, poste, escada, vão de acesso à
caixa do elevador.
Os trabalhadores da construção civil estão constantemente vinculados a
trabalhos em altura. Diante disso, houve a necessidade de se incrementar a NR –
18, um plano de defesa contra os acidentes causados por quedas em
empreendimentos como a construção de prédios, usinas, pontes, enfim, os trabalhos
realizados em níveis elevados.

2.1 PROBLEMÁTICA

Ainda hoje somos desafiados a evitar acidentes todos os dias. A ênfase neste
trabalho será voltada para os serviços de execução de pré-moldados utilizando
formas, betoneira, óleo, cimento, areia etc. Em função disso definimos a seguinte
problemática: Este estudo tem como objetivo analisar os riscos na fabricação de
estruturas de concreto armado na indústria de artefatos de cimento, pela
AnálisePreliminar de Risco – APR.

Objetivos:
Geral
- Este estudo tem como objetivo analisar os riscos na fabricação de estruturas de
concreto armado na indústria de artefatos de cimento, pela Análise Preliminar de
Risco – APR.
Específicos
-Identificar os riscos de acidentes aos trabalhadores no serviço de execução de pré-
moldados.
-Trabalhar de maneira planejada e segura.

3. DEFINIÇÃO DE RISCO E PERIGO

Risco é uma combinação da probabilidade de ocorrência de um evento


perigoso com a gravidade da lesão, doença ou perda que pode ser causada pelo
10

evento (OHSAS 18001, 2007). Os riscos são considerados riscos ambientais, os


agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes/mecânicos que
possam ocasionar danos à saúde do trabalhador nos ambientes de trabalho, em
função de sua natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição ao agente.
Perigo é a propriedade daquilo que pode causar danos. No entanto, identificar
perigos é identificar substâncias perigosas, agentes perigosos, produtos perigosos,
situações perigosas, eventos perigosos, operações perigosas ou eventos danosos.
A escolha do tipo de perigo vai depender do método adotado e dos objetivos do
estudo, porém, a análise de riscos requer a identificação de eventos perigosos, pois
a eles podemos associar freqüências e conseqüências. Para identificar eventos
perigosos identificam-se agentes agressivos, fontes, alvos e possibilidade de
exposição (CARDELLA, 1999).Segundo Sherique (2011), a Análise Preliminar de
Riscos determina a gravidade e frequência dos riscos, através da seguinte
classificação:
Tabela 1 – Categoria de frequência

Categoria Frequência Características


Conceitualmente possível,
extremamente improvável de ocorrer
durante a vida útil do empreendimento.
5
Extremamente < 1 em 10 anos Não há referências históricas nos
remota principais bancos de dados.
Não esperado ocorrer durante a vida útil
do empreendimento, apesar de já poder
5
Remota 1 em 10² a 1 em 10 anos ter ocorrido em algum lugar no mundo.
Possível de ocorrer até uma vez
Pouco provável 1 em 30 a 1 10² anos durante a vida útil do empreendimento.
Esperado ocorrer mais de uma vez
Provável 1 por ano a 1 em 30 anos durante a vida útil do empreendimento.
Esperado ocorrer muitas vezes durante
Frequente > 1 ano a vida útil do empreendimento.
Fonte: SHERIQUE, 2011
11

Tabela 2 – Categoria de risco

Categoria de Risco Descrição


O risco é considerado tolerável. Não há
Tolerável (T) necessidade de medidas adicionais.
O risco é considerado tolerável quando mantido
sob controle. Controles adicionais devem ser
Moderado (M) avaliados e implementados aplicando-se uma
análise para avaliar as alternativas disponíveis, de
forma a se obter uma redução adicional dos
riscos
O risco é considerado não tolerável com os
controles existentes. Métodos alternativos devem
Não tolerável (NT) ser considerados para reduzir a probabilidade de
ocorrência e, adicionalmente, as consequências.

Fonte: SHERIQUE, 2011


Tabela 3 – Categoria de severidade

Categoria Tipo Características


A falha não irá resultar numa degradação
I Desprezível maior do sistema, nem irá produzir danos
funcionais ou lesões, ou contribuir com um
risco ao sistema;
A falha irá degradar o sistema numa certa
II Margina extensão, porém sem envolver danos maiores
ou lesões, podendo ser compensada ou
controlada adequadamente;
A falha irá degradar o sistema causando
III Crítica lesões, danos substanciais, ou irá resultar
num risco inaceitável, necessitando ações
corretivas imediatas;
A falha irá produzir severa degradação do
IV Catastrófica sistema, resultando em sua perda total,
lesões ou morte.
Fonte: DE CICCO; FANTAZZINI, 2003
12

Tabela 4 – Matriz de classificação de riscos

Severidade Categoria de Frequência

Cate Descrição/ Características B C D E


goria A
Provoca Danos Danos Impacto
morte ou irreparáveis a devido a nacional
lesões em equipamento situações ou ou
uma ou s ou valores internacio
Catastrófica

mais instalações considerados nal


IV M M NT NT NT
pessoas (reparação acima dos
intra ou lenta ou níveis
extramuros. impossível) máximos
aceitáveis

Lesões de Danos
gravidade devido a
moderada situações ou
em pessoa Danos valores Impacto
Crítica

M M M NT NT
intramuros. severos a considerados regional
III
Lesões equipamento aceitáveis
leves em s ou níveis entre
pessoas instalações médio e
extramuros. máximo.
13

Lesões Danos leves Danos


leves em aos devido a
empragado equipamento situações ou Impacto
se s ou valores local.
T T M M M
Marginal

terceiros. instalações considerados


II
Ausência (os danos aceitáveis
de lesões são entre níveis
extramuros controláveis mínimo e
e/ou de baixo médio
custo de
reapro).

Sem leões, Sem danos Sem danos


ou no ou danos ou com
máximo, insignificante danos Sem
I T T T T M
Desprezível

caso de s aos mínimos ao impacto.


primeiros equipamento meio
socorros, s ou ambiente.
sem instalações
afastament
o.

Fonte: Adaptado de SHERIQUE, 2011

3.1 DEFINIÇÃO DE PRÉ-FABRICADOS E SEU CRESCIMENTO

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – NBR


9096/2006, define-se pré-moldado como o elemento moldado previamente, fora do
local de utilização definitiva dessa estrutura e em instalações temporárias (Canteiros
de obras temporários). Já o pré-fabricado é todo elemento moldado, fora do local de
utilização, porém industrialmente em instalações permanentes de empresa
destinada para esse fim.
A crescente industrialização de pré-fabricados no Brasil vive transformações
para atender as exigências do mercado atual e incentivar a qualificação no processo
14

construtivo, para atender a demanda de projetos com racionalidade, estética,


eficácia e otimizando a pré-fabricação no país. (CAMPOS, 2006). O investimento em
segurança e saúde do trabalhador neste contexto de industrialização não cresce na
mesma velocidade que o avanço tecnológico. A construção civil de modo geral tem
apresentado melhorias em relação às normas e sistemas de gestão de segurança,
porém, é preciso implementar, cumprir as regras, treinar, conscientizar e buscar
resultados melhores em relação aos acidentes neste setor.
Ainda hoje somos desafiados a evitar acidentes todos os dias. A ênfase neste
trabalho será voltada para os serviços de execução de pré-moldados utilizando
formas, betoneira, óleo, cimento, areia etc. Em função disso definimos a seguinte
problemática: Quais são os riscos de acidentes de trabalho nos serviços de
execução em uma fábrica de pré-moldados? Referente ao trabalho tem como
objetivo– APR a os riscos de acidentes nos serviços de execução em uma fábrica de
pré-moldados. Observar e descrever as atividades dos trabalhadores envolvidos nas
execuções de pré-moldados, utilizar as técnicas de análise de risco para identificar
os riscos de maior incidência.

4. MÉTODO

O método utilizado para a realização desse estudo constituiu-se na


observação no local de trabalho avaliando a adequação das atividades com as
Normas.Esse trabalho tem caráter qualitativo sendo o estudo de caso o método mais
adequado para o delineamento dessa pesquisa, como afirma Yin (1981, apud
COSTA et al., 2011, p. 765), “é um estudo empírico que investiga um fenômeno
atual dentro do seu contexto de realidade, quando a fronteira entre o fenômeno e o
contexto não é claramente definida, sendo utilizadas várias fontes de evidências”.
Regulamentadoras, entrevistas realizadas com os colaboradores envolvidos
no processo. Foi utilizado como instrumento para coleta de dados um check-list
específico para o setor, e por último a fase mais importante para demonstração do
estudo foi a aplicação da ferramenta de gerência de riscos conhecida como
Avaliação Preliminar de Risco (APR) da atividade.
O estudo foi realizado em uma fábrica de pequeno porte com um quadro
funcional de 8 colaboradores. Sendo que 5estão diretamente lotados na área
produtiva e os demais em processos administrativos. A empresa referenciada situa-
15

se na cidade de Janaúba, região norte de Minas Gerais e está enquadrada na CNAE


2330: Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais
semelhantes. O processo produtivo é realizado dentro de um loteamento com 500
m² de área total, coberto com iluminação natural e artificial; ventilação natural e
adequada, piso de chão batido e espaço delimitado e de fácil acesso aos
trabalhadores.
Conforme a Norma Regulamentadora NR-18, item 4, as áreas de vivência
precisam de adequações. Para o processo produtivo são utilizadas matérias-primas
como cimento, areia, pó de pedra, desmoldante madeira, ferragens, água e energia
elétrica. Segundo Moreira (2009) em termos de disposições gerais, uma fábrica de
pré-moldados deve ter a seguinte divisão: Armazéns para agregados, Armazéns ou
silos para aglomerantes, Centrais de concreto, Área para moldagem do concreto,
Área de cura das peças produzidas, Dependências auxiliares, Oficinas.

4. RESULTADOS

As ferramentas de categorização de frequência (Tabela 1), severidade


(Tabela 2) e risco (Tabela 3) e da matriz de classificação de riscos (frequência X
severidade) proporcionaram um mapeamento da condição de trabalho para realizar
a atividade. Com os dados obtidos pelas observações e entrevistas foram
elaborados critérios para a priorização de ações (Tabela 5).
16

Tabela 5 - Analise Preliminar de Risco

Freq Ri
Fator de Atividade do Consequênci Sever Tipo do Normal / Medidas
uenc sc
risco processo as prováveis idade risco Item Preventivas
ia o

Providenciar a
utilização de protetor
respiratório tipo
Limpeza de respirador purificador
moldes; Doenças de ar semifacial PFF1
Lixamento de respiratórias; NR 6 / até a determinação
Poeira D III NT Químico
peças; Irritação da 6.3 exata da melhor
Aplicação de pele e olhos; proteção via
desmoldantes; quantificação do
agente químico por
empresa
especializada;

Fornecer, treinar e
fiscalizar a utilização
de protetores
auriculares tipo
concha NRRsf de 17
Operação de Desconforto NR 1 /
dB, para os
máquinas de acústico; 1.7
Ruído D III NT Físico colaboradores que
concretagem e stress; NR 6 /
trabalham próximos
limpeza PAIR; 6.3
ás máquinas;
Restringir o acesso
desnecessario de
pessoas que não
trabalham no setor;

Conscientização
Transporte de sobre a postura
material; NR 17 / adequada para as
Lombalgias;
Postura Operação de Ergonô 17.1.2 atividades da aréa
Problemas de D II M
Inadequada máquinas; mico NR 17 / inclusive
colunas;
Serviços de 17.2.3 dimensionamento dos
concretagem; pesos para
carregamento manual;

Fonte: Desenvolvida pelo autor


17

5.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Analisando-se a Tabela 5 nota-se que as maiores severidades, onde o risco é


considerado não tolerável com os controles existentes, estão na utilização correta
dos EPI´s para poeira e ruído, pois por várias vezes os colaboradores tiram o
equipamento sem conhecer os reais riscos a que estão expostos.
A sugestão para este item seria a adequação dos EPI´s seriam a
conscientização, treinamento e fiscalização no setor durante o trabalho. Alguns itens
de alta severidade exigem um pouco mais de investimento, mas considerado de
baixo custo como o caso de colocação de uma passarela para realização do
trabalho de adensamento em cima da peça e a adequação de ferramentas e
avaliação da sua durabilidade.
Proteção das partes móveis das máquinas, que foram analisados como risco
não tolerável, podem ser confeccionados na própria empresa por seus
colaboradores da manutenção.
Já para a identificação do risco de vibração que também tem alta severidade
foi verificado que deve ser realizado rodízio de colaboradores durante a atividade de
adensamento e avaliar a possibilidade de implantar o uso de máquinas com sistema
de anti-vibração e EPI´s específicos para atenuar a vibração.

6. CONCLUSÃO

Este trabalho discorreu sobre APR utilizada no processo de produção de pré-


fabricados numa fábrica de artefatos de concreto teve uma excelente aceitação. A
empresa resolveu implantar a ferramenta em todas as suas linhas de produção.
A APR contribui no sentido de já estabelecer os efeitos possíveis que cada
risco pode apresentar, dessa forma ela também pode demonstrar a ordem de
prioridade em correção dos riscos devido aos danos que os acidentes podem causar
à saúde do trabalhador.
A conscientização sobre os riscos da sua função e como preveni-los com
cuidados e equipamentos de proteção pode ser alavancada com treinamentos e
informação.
A implantação de um programa de manutenção preventiva, além de contribuir
com resultados na segurança, através de ações simples oferece durabilidade
18

auxiliando na conservação das ferramentas utilizadas para o trabalho.Existem


ferramentas que podem facilitar a implementação de um sistema de gestão de saúde
e segurança consistente. Observou-se a dificuldade de garantir o cumprimento das
Normas Regulamentadores pela falta da organização e direcionamento.
A APR é uma ferramenta simples e fácil que pode ser utilizada no setor da
Construção Civil.Com a utilização das técnicas medidas de correção e prevenção
podem ser adotadas a fim de minimizar os riscos apontados no estudo. Sugere-se
que ovos estudos sejam feitos para avaliar a contribuição dessa técnica em outros
setores que também realizam trabalhos na construção civil.

REFERÊNCIAS

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técnico depré-fabricados de concreto. São Paulo: Projeto, 1986.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto e Execução de


Estruturas deConcreto Pré-Moldado. NBR 9062/2006. Rio de Janeiro: 2006

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Cargas na Construção. 2010. Tese (Doutorado Engenharia Civil). Universidade do
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MTE. NR – 10 – Segurança em eletricidade. Disponível em: Acesso em 18 jan.
2012.

BRASIL, MTE. NR – 12 – Máquinas e Equipamentos. Disponível em: Acesso em


18 jan. 2012.

BRASIL, MTE. NR – 17 - Ergonomia. Disponível em: Acesso em 18 jan. 2012.

BRASIL, MTE. NR – 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria


da Construção. Disponível em Acesso em 18 jan. 2012.
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CAMPOS, P. E. F. Sem restrições tecnológicas os pré-fabricados devem


romperobstáculos culturais. Texto extraído da página do Prof. Luis Fernando de
Ávila Santos, 2006. Disponível em: Acesso em 27 dez. 2011.

CARDELLA, Benedito. Segurança do trabalho e prevenção de acidentes. São


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