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Resumo

A qualidade das fontes hídricas naturais tem sido alterada em diferentes escalas nas
últimas décadas. Fator este, desencadeado pela complexidade dos usos múltiplos da água
pelo homem, os quais acarretaram em degradação ambiental significativa e diminuição
considerável na disponibilidade de água de qualidade, produzindo inúmeros problemas ao
seu aproveitamento. A água pode ter sua qualidade afetada pelas mais diversas atividades do
homem, sejam elas domésticas, comerciais ou industriais. Cada uma dessas atividades gera
poluentes característicos que têm uma determinada implicação na qualidade do corpo
receptor. A poluição pode ter origem química, física ou biológica, sendo que em geral a
adição de um tipo destes poluentes altera também as outras características da água. Desta
forma, o forma possível com as fontes de poluição. Em geral, As conseqüências de um
determinado poluente dependem das suas concentrações, do tipo de corpo d´água que o
recebe e dos usos da água. O trabalho a seguir tem como objetivo dar uma idéia do que são e
quais são as principais conseqüências de poluição hídrica pelas águas contaminadas
resultantes de combate a grandes incêndios, principalmente os de ocorrência em áreas
industriais.
Palavras-chave: águas contaminadas de incêndio, impacto ambiental, remediação, técnica.

1.- Introdução

O elemento mais presente em nosso planeta é sem dúvidas a água. Ela é matéria vital
de sustentação e reprodução da vida. É encontrada tanto no estado líquido, gasoso ou sólido,
na atmosfera, sobre ou sob a superfície terrestre conforme mostra a figura 1, nos oceanos,
mares, rios e lagos.
Nela se concentram a maior parte de organismos e microorganismos vivos. Na
constituição dos tecidos orgânicos sua presença é fundamental: cerca de 60% do peso do
homem é constituído de água e, em certos animais aquáticos, esta porcentagem alcança 98%.
Cálculos aproximados revelam que o planeta Terra possui em sua massa 1,36 x 10 18 m3 de água.
Cerca de 97,4% de toda essa massa está contida nos mares e os oceanos, ou seja, é água salgada
ASSEMAE/FUNASA, 1996.
* Carlos Alberto do Carmo – Engenheiro Civil – Graduado pela Universidade Estácio de Sá – 2016
* email: engcarlos.a.carmo@gmail.com

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Figura 1 -Mapa quantifica pela primeira vez água escondida debaixo da terra no mundo

Profundidade das
águas continentais:

Azul claro < 1 m


Azul – 1 m – 50 m
Azul escuro > 50 m

Fonte:http://g1.globo.com/natureza/noticia/2015/11/.html

Na forma de neve ou gelo, no topo das grandes cadeias de montanhas ou nas zonas polares,
estão estocados 2,14% da água total. Resta apenas cerca de 0,6 % do total disponível como água
doce, seja nos aquíferos subterrâneos (0,61%), nos rios e lagos superficiais (0,0140%) ou na
atmosfera, na forma de vapor d’água (0,001%). ASSEMAE/FUNASA, 1996.

Tabela 1 – Distribuição de água na Terra

Fonte: https://pt.slideshare.net/FabianaFontes/as-guas-do-planeta-terra-41627065 - UFPE

A tabela 1 revela um aspecto muito importante para a sobrevivência do planeta e


seus seres vivos, dos quais o homem é o principal. Esses dados mostram a necessidade do
uso adequado da água de forma sustentável e principalmente ações de preservação dos
recursos hídricos do planeta de contaminações que subtraem da mesma toda sua capacidade
de dar sobrevivência aos seres vivos.
O abastecimento público de água em termos de quantidade e qualidade é uma
preocupação crescente da humanidade, em função da escassez do recurso água e da
deterioração da qualidade dos mananciais. Organismos internacionais, a exemplo da
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Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Asociación Interamericana de Ingenería
Sanitária y Ambiental (Aidis), e nacionais, como o Ministério da Saúde e o Conselho
Nacional de Meio Ambiente (Conama), têm reconhecido a problemática da água neste final
de século. Nessa perspectiva, em 1992 foi assinada em Havana uma declaração para a
proteção da qualidade da água, sendo instituído o Dia Interamericano da Água. Segundo a
Declaração Universal dos Direitos da Água, “o direito à água é um dos direitos
fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no Vigilância e controle
da qualidade da água para consumo humano Secretaria de Vigilância em Saúde 19 artigo 30
da Declaração Universal dos Direitos do Homem” (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE,
2000). Este artigo objetiva demonstrar a necessidade de preservação das águas de uso em
rescaldo de incêndios, devido ao alto índice de contaminação dos recursos hídricos
disponíveis.

2.- Revisão Bibliográfica

2.1- A Necessidade de Preservação

Preservar o ciclo vital da água é preservar a vida. A figura 2 ilustra o ciclo da água.
Em muitos lugares nesse planeta, o ciclo natural vem sofrendo muitas alterações. A ação
desregrada de desmatamentos faz com que a água precipitada em forma de chuva escorra
mais rapidamente, isso reduz a infiltração no solo e deixa de sustentar os cursos d'água.
Além do mais, em determinadas regiões ela desaparece ocorrendo um longo período de
estiagem.
Figura 2 – Esquema do ciclo da água

Fonte: ASSEMAE/FUNASA, 1996.

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O envelopamento do solo gerado por impermeabilizações do solo nos grandes
centros urbanos (uso do asfalto, cimento e calçamento), reduz a percolação da água,
deixando também de abastecer os lençois subterrâneos. Muitas cidades precisam dessa água,
retirada com a perfuração de poços para atender as suas necessidades.
A preservação dos rios é muito importante, pois preserva grande parte da vida.
Muitas cidades são formadas próximas a rios. As águas fluviais servem para abastecimento,
alimento, uso doméstico, irrigação, produção industrial, fonte de energia, e meio de
transporte.
A qualidade da água tem sido comprometida desde o manancial, pelo lançamento de
efluentes e resíduos, o que exige investimento nas estações de tratamento e alterações na
dosagem de produtos para se garantir a qualidade da água na saída das estações. No entanto,
tem-se verificado que a qualidade da água decai no sistema de distribuição pela
intermitência do serviço, pela baixa cobertura da população com sistema público de
esgotamento sanitário, pela obsolescência da rede de distribuição e pela manutenção
deficiente, entre outros.
As ações de controle e vigilância da qualidade da água têm sido extremamente
tímidas. Muitos municípios e localidades não dispõem de pessoal e de laboratórios capazes
de realizar o monitoramento da qualidade da água, do manancial ao sistema de distribuição,
tendo, até mesmo, dificuldades em cumprir as exigências da Portaria nº 36/1990 do
Ministério da Saúde. Segundo a PNSB (1989), das regiões brasileiras, mais uma vez, a
Norte dispõe de apenas 32,4% dos municípios com controle bacteriológico da água dos
sistemas. Quadro que pouco mudou nos últimos anos.

2.2.- Poluição da Água

A poluição representa uma ameaça real à qualidade da água, à saúde e ao meio


ambiente. Produtos químicos tóxicos, como metais pesados, cádmio e mercúrio, empregados
nas indústrias, produzem detritos que são despejados diretamente nos rios, lagos ou águas
costeiras. REBOUÇAS, A. C.(1997)
O termo “poluição” provém do verbo latino polluere, que significa sujar. Em um
conceito mais amplo, a poluição indica a ocorrência de alterações prejudiciais no meio, seja
ele água, ar ou solo. Fala-se então de uma poluição aquática, atmosférica ou do solo. O fato
de uma alteração ser prejudicial ou não está, por sua vez, diretamente ligado ao uso que se
faz do ambiente. No caso do meio hídrico, a poluição das águas pode ser conceituada como
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a ocorrência de fenômenos (adição de substâncias ou de formas de energia, modificações no
meio) que direta ou indiretamente alteram a natureza de um corpo d’água e assim
prejudicam os usos que dele são feitos. É importante destacar que o prejuízo se refere aqui
não apenas ao ser humano, mas também à biota aquática, às atividades sociais e econômicas
em geral, aos recursos naturais e aos acervos históricos, culturais e paisagísticos. A poluição
das águas pode ocorrer de três formas:

1. introdução de substâncias artificiais e estranhas ao meio, como, por exemplo, o


lançamento de agrotóxicos em rios ou a contaminação por organismos patogênicos;
2. introdução de substâncias naturais e estranhas ao meio, como o aporte de sedimentos
às águas de um lago, reduzindo seu volume útil;
3. alteração na proporção ou nas características dos elementos constituintes do próprio
meio, como, por exemplo, a diminuição do teor de oxigênio dissolvido nas águas de
um rio em decorrência da presença de matéria orgânica.

Os rios e os lagos que não sofreram influências significativas de atividades humanas e


que mantêm aproximadamente as mesmas características naturais são chamados de prístinos.
Atualmente existem no nosso planeta relativamente poucos exemplos de ambientes
aquáticos prístinos, ou seja, praticamente intocados pelo homem. Um conceito moderno para
se designar a qualidade de um ecossistema aquático é o que se refere à saúde do ambiente.
Um rio ou um lago saudável é aquele que apresenta determinadas características ecológicas
bem desenvolvidas, como, por exemplo, uma comunidade diversificada, com forte interação
entre os organismos, cadeia alimentar extensa, ciclagem completa dos elementos (o material
que é eliminado por um organismo é imediatamente assimilado por outro) e um equilíbrio
nas atividades de produção e respiração.
A poluição de um ambiente aquático é manifestada por meio de um prejuízo ou
limitação dessas características ecológicas. A origem da poluição pode ser associada a duas
causas primárias: o forte crescimento populacional e a expansão das atividades industriais. O
intenso crescimento populacional observado nas últimas décadas tem conduzido ao
incremento na geração de esgotos e a maior demanda de alimentos, o que por sua vez
implica um crescente consumo de agrotóxicos e fertilizantes, agentes poluidores de grande
magnitude. Essa explosão populacional ocorre fundamentalmente nos países mais pobres,
que não dispõem de infra-estrutura adequada de esgotamento sanitário e de controle de
poluição, o que conduz ao estabelecimento de condições negativas para o uso dos ambientes
aquáticos. A expansão das atividades industriais, também intimamente relacionada ao
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crescimento populacional, vem promovendo a transformação de matérias-primas em bens de
consumo em escala cada vez maior, gerando, como conseqüência, grande quantidade de
rejeitos, cujo destino final freqüentemente é o ambiente aquático.
A poluição dos corpos d’água pode ocorrer de forma pontual, isto é, concentrada no
espaço, como, por exemplo, descarga de canalizações de esgotos em um rio, ou de forma
difusa, na qual os poluentes chegam ao corpo d’água distribuídos ao longo de sua extensão,
como é o caso da poluição por fertilizantes e agrotóxicos usados no cultivo agrícola.
O fenômeno da contaminação consiste na introdução de substâncias que provocam
alterações prejudiciais ao uso do ambiente aquático, caracterizando assim a ocorrência da
poluição. Os agentes contaminantes de maior importância são a matéria orgânica, os
organismos patogênicos, os compostos organossintéticos e os metais pesados. A
contaminação por matéria orgânica tem sua principal origem nos esgotos domésticos e nas
águas residuárias de indústrias que processam matéria orgânica, a exemplo de indústrias de
alimentos, laticínios, matadouros, frigoríficos, cervejarias, etc.
Os compostos organossintéticos formam outro grupo de contaminantes que trazem
bastante preocupação na poluição dos corpos d’água. Como eles são sintetizados
artificialmente, sua biodegradabilidade é muito baixa, já que os organismos decompositores
atuam de forma eficiente apenas na degradação de compostos orgânicos sintetizados por
meio de processos naturais. Os principais constituintes dos compostos organossintéticos são
os agrotóxicos, cujos efeitos no sistema nervoso central humano são bastante fortes e
deletérios à saúde.
A contaminação de um corpo d’água por agrotóxicos ocorre principalmente de forma
difusa, o que evidentemente dificulta a adoção de medidas que impeçam sua chegada aos
rios e lagos. A única forma de combate ao problema é por meio de uma racionalização no
uso de agrotóxicos, envolvendo campanhas esclarecedoras e utilização de mecanismos
institucionais e legais para limitação de seu emprego. Os metais pesados formam o último
grupo de contaminantes de grande importância na poluição das águas. Esses contaminantes
são originários de distintos processamentos industriais, do uso de fertilizantes e de
agrotóxicos. Porém, tendo em vista que em lançamentos industriais sua ocorrência é mais
concentrada e localizada, a presença de metais pesados torna-se mais significativa e
preocupante nos esgotos provenientes das indústrias. Os efeitos dos metais pesados sobre a
biota aquática e sobre os seres humanos são bastante variados, a depender do tipo de metal e
da sua concentração no meio. Curiosamente, alguns desses metais (por exemplo, zinco,
cobre, níquel) são essenciais ao metabolismo humano, devendo ser ingeridos em teores

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mínimos (chamados concentrações-traço) por meio de alimentos ou da água potável. No
entanto, a partir de determinadas concentrações, estes e outros metais pesados passam a ser
altamente tóxicos, trazendo graves prejuízos à comunidade aquática e às pessoas e animais
que se utilizam de águas contaminadas. Tais metais interferem ainda de forma prejudicial
nos processos biológicos de tratamento de esgotos, devendo por isso ser parcialmente
removidos, por meio de pré-tratamento, antes dos lançamentos de esgotos industriais na rede
pública coletora.
A qualidade química é aferida pela própria identificação do componente na água, por
meio de métodos laboratoriais específicos. Tais componentes químicos não devem estar
presentes na água acima de certas concentrações determinadas com o auxílio de estudos
epidemiológicos e toxicológicos. As concentrações limites toleráveis significam que a
substância, se ingerida por um indivíduo com constituição física mediana, em certa
quantidade diária, durante um determinado período de vida, adicionada à exposição esperada
da mesma substância por outros meios (alimento, ar, etc.), submete esse indivíduo a um
risco inaceitável de acometimento por uma enfermidade crônica resultante. Dois importantes
grupos de substâncias químicas, cada qual com origens e efeitos sobre a saúde humana
específicos, são as substâncias químicas inorgânicas, como os metais pesados e orgânicas,
como os solventes.
Além disso, nos sinistros de incêndio, elementos químicos em contato com a água
utilizada para apagar o fogo e a execução de rescaldo, também carreiam uma quantidade
substancial desses elementos aos canais pluviais, rios e lagoas.
Estes resíduos podem comprometer e até matar os organismos vivos e se acumular
nos tecidos dos peixes e crustáceos. Estes animais fazem parte da cadeia alimentar humana,
e sua ingestão pode provocar graves danos à saúde.
Nitratos e pesticidas utilizados na agricultura quando em depósitos e indústrias
alcançados por incêndios e pelas águas de combate as chamas e rescaldo contaminam o
lençol freático e são associados ao desenvolvimento de vários tipos de doenças.
A poluição do ambiente gerada por gases resultantes muitas vezes da reação química
de determinados elementos em contato com essas mesmas águas, também é bastante
prejudicial a vida humana e animal.
Por isso, preservar os cursos de água e usá-la de forma sustentável deve ser a grande
preocupação de uma sociedade responsável.

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Pela qualidade de vida hoje e pela sobrevivência das gerações futuras, é preciso
proteger os mananciais, recuperar rios poluídos, incentivar a educação ambiental e o uso
consciente da água.

2.3.- Realidade do Mundo Moderno

Vivemos em mundo globalizado, industrializado e hoje a atividade humana é


responsável por um alto nível de contaminação das águas do planeta. Muitas são as fontes de
contaminação, entre elas quero destacar a que é gerada pelas águas utilizadas para a extinção
e rescaldo de grandes incêndios. Emergências Químicas /Companhia Ambiental do Estado
de São Paulo (CETESB (2015)).
A cada dia presenciamos nos noticiários grandes incêndios em empresas químicas,
galpões de armazenamento e várias outras atividades que demandam grandes quantidades de
água e outros produtos químicos destinados a apagar e extinguir os focos de incêndio.
Incêndios envolvendo produtos químicos podem resultar em conseqüências bastante
diversificadas, em função do comportamento de diferentes substâncias quando expostas ao
fogo. Embora a água seja o agente de extinção mais comumente empregado, a mesma pode
ser ineficaz em alguns casos, razão pela qual se deve utilizar alguns critérios para a escolha
do agente a ser empregado. Tais informações deverão ser obtidas junto a especialistas ou em
documentação técnica a respeito do(s) produto(s) envolvido(s), como manuais de
emergência, fichas de informações sobre produtos químicos, etc.
Nos casos em que ocorrerem a emanação de vapores, tóxicos ou inflamáveis, ou mesmo
em situações de derrames de produtos sólidos ou líquidos, é comum o uso de água tanto para
abatimento de vapores, como para a lavagem ou diluição do produto vazado. No entanto, da
mesma forma que nos casos de incêndio, há que se considerar alguns fatores para o uso de
água nestas situações, tais como:
 reações do produto quando em contato com o solo, água e ar;
 contato da água com outros produtos envolvidos na ocorrência ou presentes na área,
que possam acarretar reações indesejadas;
 contaminação da água e carreamento desta para bueiros, galerias e corpos d’água.
 risco de aumento no volume do contaminante e na área atingida, muitas vezes
ampliando a área contaminada e o próprio impacto ambiental do acidente. A
operação de abatimento dos gases será tanto mais eficiente, quanto maior for a
solubilidade do produto em água, como é o caso da amônia e do ácido clorídrico.
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Vale lembrar que a água utilizada para o abatimento dos gases deverá ser contida, e
recolhida posteriormente, para que a mesma não cause poluição dos recursos hídricos
existentes na região da ocorrência.

Assim, mesmo em situações que possam ser consideradas “graves”, como explosões,
incêndios ou vazamentos tóxicos, as ações de controle a serem desencadeadas deverão ser
devidamente analisadas a partir de critérios técnicos e com o apoio de especialistas, de modo
que uma situação mesmo que grave não resulte em conseqüências maiores.

2.4.- Ações de Rescaldo

A fase de rescaldo constitui uma parte integrante do combate ao incêndio, sendo uma das
mais importantes, em que o Comandante de Socorro, após a extinção do incêndio, fará
vistoria visando constatar se existem focos de incêndio sobre os escombros, a fim de
extingui-los, e se existe necessidade de proceder ao escoamento da água ou remoção de
entulho. Cientificar-se de que os elementos que entraram em ignição não voltem a se
desenvolver pela potencialização de altas temperaturas. Também é o tratamento e disposição
de resíduos; monitoramento da qualidade das áreas impactadas e elaboração de relatórios
dos trabalhos de campo.

Figura 3 -Ação de rescaldo em fábrica do Rio de Janeiro

Fonte: Corpo de Bombeiro do Estado do Rio de Janeiro

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Nesta fase atua-se na extinção dos focos ardentes que permanecem dentro do setor
afetado, de maneira a apagar completamente as chamas ou brasas ainda existentes e evitar
que o fogo reacenda.
O rescaldo destina-se a assegurar que se eliminou toda combustão na área ardida, pois a
operação de rescaldo se finaliza apenas quando a combustão é eliminada e a mesma é
resfriada a ponto de não conseguir atingir seu ponto de ignição novamente, conforme ilustra
a figura 4.

Figura 4 - Combate e recaldo de incêndio em vagão ferroviário de transporte de combustível

Fonte: 9 GBM – Macaé

O correto gerenciamento das operações de rescaldo é um componente crítico das


atividades do Comandante do Socorro. À medida que a operação passa de um estágio de
emergência para a fase de não emergência, o Comandante do Socorro deve enfatizar a
necessidade de uma ação cuidadosa e pensada. A correria para terminar o rescaldo pode
resultar em lesões que poderiam ser evitadas, sendo, portanto, essencial que as medidas de
segurança, inclusive o uso de equipamentos de proteção individual, sejam respeitadas
durante o rescaldo.

2.5.- Grandes Incêndios e Consequências

Destaca-se o grande incêndio ocorrido em um depósito de combustíveis de


Buncefield, Inglaterra em dezembro de 2005.

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Figura 5 – Mega explosão de deposito de combustível

Fopnte: https://zonaderisco.blogspot.com.br/2007/05/mega-exploso-do-depsito-de-combustveis

Em 11 de dezembro de 2005, às 6 h, domingo, uma mega explosão no depósito de


Buncefield, um grande terminal de distribuição de combustível, que armazena óleo, gasolina
e querosene, foi ouvida a 322 km de distância. Revista Incêndio (2005)
O deposito de combustível de Buncefield está localizado em Hemel Hempstead,
situado aproximadamente 24 km a noroeste de Londres. O depósito é o quinto maior no
Reino Unido e de importância estratégica para operação de diferentes companhias. O
deposito recebe gasolina, combustível de aviação, diesel e outros combustíveis por oleoduto.
Os combustíveis são armazenados e distribuídos por oleodutos e caminhões tanques. O
deposito de Buncefield antes do incidente tinha participação de 8% da distribuição de
derivados de petróleo no Reino Unido e de 40% de combustível de aviação no aeroporto de
Heathrow.
Imediatamente acionadas as equipes de emergência, o plano preliminar seguiu as
diretrizes e concentrou-se no maior depósito em chamas, atacando com concentrado de
espuma, água e equipamento gerador de espuma, armazenados no local para uso imediato
das equipes locais.
Feito isso, um grande volume de água ainda foi utilizado para o rescaldo dos tanques
e equipamentos obrigando ao corpo técnico de combate e rescaldo a tomarem providencia
mitigadoras.
Os bombeiros continuaram a atuar para prevenir a reignição e a volta da queima,
cobrindo o combustível exposto com uma camada de espuma de média expansão utilizando
injetores de espuma para diques antiincêndio. Durante a extinção do fogo, os bombeiros

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utilizaram detectores de atmosfera explosiva para minimizar a possibilidade de explosões de
atmosfera inflamável.
Os grandes incidentes industriais, semelhantes ao Buncefield, além da complexidade
do combate ao fogo estão trazendo outros problemas relacionados à contaminação ambiental
de duas maneiras:
A contaminação ambiental direta, devido aos componentes da combustão gerado
pelo fogo e a contaminação ambiental indireta gerado pelo combate ao fogo, produzido pela
água residual de incêndio contaminado por substancias tóxicas ou que interage com produtos
químicos contidos no incêndio e também pelo concentrado de espuma utilizado em produtos
inflamáveis.
Toda essa água residual contaminada é direcionada ao sistema de drenagem da
indústria, contaminando o solo e o lençol freático e posteriormente atingindo córrego, lago,
rio e mar, etc.
No Brasil seria interessante que as autoridades considerassem a ecotoxicidade da
água residual de incêndio de indústrias potencialmente perigosas, envolvendo líquidos
inflamáveis, produtos tóxicos, como resíduo potencialmente perigoso que atendesse os
critérios da ABNT-NBR sobre Gestão de Resíduos Perigosos. E mantivesse o rigor nas
fiscalizações quanto ao atendimento de requisitos legais e normativos relativos aos aspectos
preventivos.
A gestão de resíduos perigosos de incêndio seria os resíduos provenientes de água
contaminada proveniente de combate aos incêndios gerados em equipamentos e instalações
industriais que tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos
d’água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor
tecnologias disponível.
Nesse caso a indústria seria obrigada armazenar em tanques , conforme as figuras 6 e
7, e monitorar, e tratar a água contaminada de incêndio, como se fosse Armazenamento
Temporário de Produtos Perigosos, sendo liberada aos corpos d’água quando estivesse
atingido o padrão de qualidade de água limpa, livre de quaisquer riscos ao ecossistema.
O armazenamento tem como definição à contenção temporária de resíduos em área
adequada, a espera de reciclagem, recuperação, tratamento ou destinação adequada, desde
que atenda às condições básicas de segurança.

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Figura 6 – Sistema de contenção de águas do MAKRO de Campo Grande -

Fonte: Opinião Estadão.com.br

Figura 7 - Bacia de contenção de águas residuárias de sinistro da Michelin em Resende

Fonte: Opinião Estadão

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Como exemplos de áreas de risco em potencial para desastres temos no Estado de
São Paulo, na ilha Barnabé, Santos, 143 tanques com capacidade de armazenagem de 170
milhões de litros de produtos químicos. Zona Risco.blogspot
Assim como esse episódio de Londres, no momento em que assistimos pessoalmente
ou pela televisão a tantos outros acidentes semelhantes ficamos perplexos com a altura que o
fogo atinge e com o volume da densa fumaça que encobre horizontes e escondem o céu e às
vezes o sol, porém não nos damos conta de que o maior impacto não esteja nas emissões
atmosféricas, originadas por gases tóxicos, carbono e cinzas lançadas no ar e sim pelas águas
utilizadas para a extinção das chamas, bem como as utilizadas em rescaldo.
Além de grande quantidade de resíduos sólidos, após o incêndio ter sido contido,
ainda existem riscos eminentes que podem contaminar pessoas, ambientes e o solo, diante da
necessidade de se realizar os rescaldos do material queimado. Então o grande vilão é a água
utilizada para apagar o fogo, por meio da lixiviação (Lixiviação é o processo de extração de
uma substância de sólido através da sua dissolução num líquido. É um termo utilizado em
vários campos da ciência como a geologia, ciências do solo, metalurgia e química) que vão
contaminar os recursos hídricos com poluentes industriais como o cádmio, chumbo, cianetos
e mercúrio, que podem levar a intoxicações mortais em pequenas quantidades, alterando a
qualidade da água, bem como extinguindo seres vivos existentes naquele ambiente.
A qualidade da água é prejudicada pela concentração de cinzas levada pelas águas,
além da deposição de sedimentos desprendidos do solo, decorrentes da erosão, para o fundo
dos corpos d’água.
MEIXNER (2004), após efetuar um estudo sobre os impactos que um fogo florestal
tem em áreas imediatamente adjacentes aos incêndios, concluiu que, quanto aos impactos
físicos na água, o aumento do fluxo de sedimentos após um incêndio traz impactos tanto na
ecologia, como na água potável, uma vez que os reservatórios de água e as bacias poderão
ser preenchidos, perturbados e, portanto, danificados pelos sedimentos.
Já para SPENCER et al. (2003) refere no seu estudo que um dos primeiros impactos
presenciados, após um incêndio florestal, é a morte dos peixes, que poderá ser causada pelas
elevadas temperaturas durante o fogo e/ou pela difusão do fumo na água, ou pela alteração
dos parâmetros químicos da água, tais como a alta volatilização dos níveis de compostos.
Aqui no Brasil um incêndio de grandes proporções atingiu uma unidade industrial de
produtos químicos na cidade de Boituva, São Paulo. A Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental (Cetesb) verificou danos ambientais . O órgão fez vistorias em

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conjunto com bombeiros, para analisar os impactos que o incêndio causou ao meio
ambiente, pois houve vazamento de líquido tóxico.

Figura 8 – Cia. de Produtos Químicos de Boituva, São Paulo.

Fonte: CETESB

Figura-9 - Águas de incêndio contaminadas

Fonte: CETESB

Figura 10 - Canais de drenagem atingidos pelas águas do incêndio

Fonte: CETESB

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De acordo com a publicação da Cetesb 2014, figuras 8,9 e 10, incêndios envolvendo
produtos químicos podem resultar em consequências bastante diversificadas, em função do
comportamento de diferentes substâncias quando expostas ao fogo. Embora a água seja o
agente de extinção mais comumente empregado, a mesma pode ser ineficaz em alguns
casos, razão pela qual deve-se utilizar alguns critérios para a escolha do agente a ser
empregado. Tais informações deverão ser obtidas junto a especialistas ou em documentação
técnica a respeito do(s) produto(s) envolvido(s), como manuais de emergência, fichas de
informações sobre produtos químicos, etc.
Nos casos em que ocorrerem a emanação de vapores, tóxicos ou inflamáveis, ou mesmo
em situações de derrames de produtos sólidos ou líquidos, é comum o uso de água tanto para
abatimento de vapores, como para a lavagem ou diluição do produto vazado. No entanto, da
mesma forma que nos casos de incêndio, há que se considerar alguns fatores para o uso de
água nestas situações, tais como:
 reações do produto quando em contato com a água;
 contato da água com outros produtos envolvidos na ocorrência ou presentes na área,
que possam acarretar reações indesejadas;
 contaminação da água e carreamento desta para bueiros, galerias e corpos d’água.
 risco de aumento no volume do contaminante e na área atingida, muitas vezes
ampliando a área contaminada e o próprio impacto ambiental do acidente. A
operação de abatimento dos gases será tanto mais eficiente, quanto maior for a
solubilidade do produto em água, como é o caso da amônia e do ácido clorídrico.
Vale lembrar que a água utilizada para o abatimento dos gases deverá ser contida, e
recolhida posteriormente, para que a mesma não cause poluição dos recursos hídricos
existentes na região da ocorrência.
 Assim, mesmo em situações que possam ser consideradas “graves”, como explosões,
incêndios ou vazamentos tóxicos, as ações de controle a serem desencadeadas
deverão ser devidamente analisadas a partir de critérios técnicos e com o apoio de
especialistas, de modo que uma situação mesmo que grave não resulte em
consequências maiores.
Levando-se em conta que as cidades se desenvolvem, em sua maioria, junto mananciais
com potencial para abastecimento das necessidades humanas e industriais, grande numero de
cidades se encontram próximos a rios e demais corpos d’água, tanto para o bombeamento
como para lançamento das águas usadas de todos os processos.

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Uma evidencia concreta na publicação do portal G1 de 24/09/2015, aporta o problema e
as consequências do assunto em foco. Parte da água usada para apagar o incêndio que
destruiu uma fábrica de produtos químicos no fim da tarde desta quarta-feira (23), em
Araçatuba (SP), pode ter causado mais estragos ao meio ambiente. A água contaminada
atingiu um córrego que é afluente do rio responsável pelo abastecimento da maior parte da
cidade. Barreiras de contenção foram feitas para não deixar que todo o produto chegasse até
a água. De acordo com os técnicos da Cetesb, uma equipe vai avaliar o impacto ambiental.
30 homens do Corpo de Bombeiros trabalharam durante oito horas para controlar as chamas.
Parte da água usada pelo Corpo de Bombeiros para controlar o incêndio desceu por
algumas ruas do bairro. Em diversos pontos é possível ver água e produto químico
acumulado. Barreiras de contenção foram feitas para impedir que a água contaminada
chegasse ao córrego Machadinho que fica há poucos metros do local.
Com relação ao impacto na qualidade da água destaco a publicação no "O Estadão" (São
Paulo), de 4 Agosto 2011, muita água, mas de qualidade cada vez pior, sobretudo nas
proximidades dos grandes centros industriais. Essa ameaça, embora real, nem sempre é
percebida pela população e por autoridades. Os investimentos em saneamento básico
aumentaram nos últimos anos, mas, para afastar o risco de contaminação nesse aspecto, será
necessário ampliá-los ainda mais.
Já existem conclusões definidas no Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos no
Brasil - Informe 2011, elaborado pela Agência Nacional de Águas (ANA) com o objetivo de
apresentar a situação da água no Brasil sob vários aspectos, como disponibilidade, qualidade
e gestão de recursos hídricos. Trata-se da segunda edição desse trabalho, com dados de 2009
(a primeira edição foi lançada no ano passado, com dados de 2008), coletados em 1.747
pontos.
De sua parte, o Informe 2011 deixa claro que a qualidade das águas é muito pior nas
regiões de grande concentração populacional, justamente as que mais necessidades terão no
futuro, o que torna o problema ainda mais dramático.
Quanto à água que a população mais utiliza, a qualidade é baixa e vem piorando. Um
quarto da água dos rios, lagoas e mananciais do País é de qualidade péssima, ruim ou
regular. No estudo anterior da ANA, 20% dos recursos hídricos tiveram essas classificações.
Os pontos que apresentam qualidade de água péssima e ruim se encontravam, na maioria,
nas proximidades das regiões metropolitanas e industriais, e o grande responsável pela
degradação dos recursos hídricos nesses pontos é o lançamento de esgoto sem tratamento e
em casos de incêndio a contaminação das águas de rescaldo.

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A universalização do abastecimento de água por rede pública e, em particular, o
atendimento da demanda futura nas grandes cidades estão exigindo a ampliação das
unidades de captação e tratamento e, em muitas regiões - inclusive a Grande São Paulo, a
busca de novas fontes de captação que, como mostra a ANA, estão cada vez mais
contaminadas.
Por isso, é duplo o desafio do poder público na gestão dos recursos hídricos do País:
ampliar os sistemas de coleta e, sobretudo, de tratamento adequado do esgoto urbano, ao
mesmo tempo que é necessário prever a contenção de águas contaminadas utilizadas em
rescaldo de incêndios, alocar maiores investimentos em sistemas de captação, tratamento e
distribuição de água.
Além disso, de acordo com a publicação no jornal a TRIBUNA de 14 de abril de 2015,
alerta o zoólogo Marcelo Pinheiro, que é professor da Universidade Estadual Paulista
(Unesp) – Campus São Vicente, essas água contaminadas tem afetado peixes, aves, animais
herbívoros, tecidos de árvores e toda a cadeia alimentar da qual fazem parte esses seres,
vítimas da contaminação resultante do incêndio como no caso da Ultracargo, na Alemoa, em
Santos.
A previsão é do Marcelo Pinheiro zoólogo e especialista em manguezais e estuários,os
impactos ambientais desse desastre podem perdurar por, no mínimo, mais cinco anos, diz
ele.
Foram oito dias consecutivos de fogo nos tanques da empresa, localizada na Alemoa, em
Santos. Trata-se do maior incidente do gênero já registrado no País, conforme afirmou o
comandante do Corpo de Bombeiros, Marco Aurélio Pinto.
Segundo a Companhia Ambiental do Estado (Cetesb), parte da água utilizada no
combate ao incêndio, retirada do estuário, retornou ao canal com resíduos de combustível
(gasolina e etanol). “Foi justamente essa água que causou a morte dos peixes”, aponta a
estatal.
A companhia também afirma que laudos preliminares da análise da água do estuário
apontaram como causa da morte dos animais o baixo nível de oxigênio e a temperatura
elevada da água – aproximadamente 27 graus.
"Os reflexos ambientais desse incêndio são incalculáveis”, afirma Pinheiro. Segundo ele,
a morte expressiva de peixes é o primeiro impacto do desastre. “Outros animais também
devem ser contaminados, em função da alimentação dos peixes contaminados, como garças
e outras aves”.

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2.6.- Controle de extravasamento de água residual de incêndio

Devido à provável contaminação de mananciais hídricos, no caso de Londres, houve


modificação no plano de emergência de combate ao fogo, para manter a água contaminada
no local.
Foi utilizada a estação de tratamento de água para esse controle. Inicialmente foi
bombeada a água da estação para os diques que não foram afetados pelo fogo. A água
contaminada era conduzida para a estação de tratamento e parte dela era reutilizada no
resfriamento dos tanques que não foram afetados pelo fogo. A grande parte da água
contaminada foi contida no local e posteriormente foi levada em tanques, em mais de
quinhentas viagens, até uma estação de tratamento fora do local.
Durante toda a operação, as bombas de grande vazão foram usadas para conduzir o
escoamento de água em volta do local de forma a garantir que a água contaminada fosse
mantida nos diques e evitar qualquer contaminação do lençol freático cuja água abastecia as
fontes de abastecimento de água de Londres. Esta era uma preocupação significativa para o
comando estratégico e a equipe tática de bombeiros. A agência ambiental tinha avisado que
se saísse do local a grande quantidade de água contaminada pelo combustível e espuma,
poderia afetar gravemente as fontes de abastecimento da zona noroeste de Londres por até
três décadas.

2.7.- Após exames

O impacto só poderá realmente ser calculado quando se identificarem quais produtos


químicos contaminantes entrou em contato com a água. A Cetesb realiza exames nas
vísceras dos peixes contaminados recolhidos em cinco pontos: próximo à travessia de barcas
entre Santos e Vicente de Carvalho; em frente ao terminal Ecoporto; perto do local de
escoamento da água de incêndio, na Alemoa; em frente ao Píer da Transpetro; e próximo à
Vila dos Pescadores (Cubatão).
“Esses exames apontarão se houve alguma outra contaminação”, menciona a estatal.
Estão sendo analisadas amostras de paratis, tilápias, carás, linguados e camarões. Ainda não
há previsão de quando os laudos laboratoriais estarão concluídos, segundo a Cetesb.
Exceto na instrução técnica nº 25/2004, de autoria da secretaria de estado dos
negócios da segurança pública polícia militar do estado de São Paulo Corpo de Bombeiros,
não existe uma previsão na legislação que define a obrigação de uma bacia de contenção de

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águas usadas no combate a incêndios, e nem há no momento de aprovação de um projeto,
por parte das autoridades competentes, nem há evidencia de que já tenha sido previsto em
projeto tal dispositivo no âmbito nacional.

3.- Conclusão

Diante dos fatos ocorridos e pela possibilidade futura de novos sinistros, os atuais
procedimentos comparados com a legislação, normas e procedimentos para minimizar os
impactos causados, nos remetem a necessidade de elaboração de Planos de Emergência mais
elaborados visando conter o volume estimado de água para extinguir incêndios de forma que
possa ser controlada ate que a mesma esteja em condições de retornar ao corpo hídrico.
Trata-se de definir sistemas apropriados de canalizações e drenagem específicas bem
como calcular a áreas e volume necessários para armazenar a água usada no combate ao
fogo, com acesso, pontos de monitoramento, forma de escoamento ou bombeamento e
demais necessidades no controle da qualidade da água de forma a garantir a segurança
ambiental ate que esteja liberada para o meio ambiente.

Fontes da pesquisa:

http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2015/09/agua-usada-
em-incendio-se-mistura-produtos-quimicos-e-atinge-corrego.html

http://emergenciasquimicas.cetesb.sp.gov.br/aspectos-gerais/introducao-acoes-de-
resposta/uso-da-agua-no-combate-ao-fogo-e-a-vazamentos/

http://m.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/santos/impactos-ambientais-causados-
pelo-incendio-podem-durar-cinco-anos/?cHash=c7da50da8b694c011d49efd988833970

http://revistaincendio.com.br/consequencias-ambientais-das-espumas-de-combate-a-
incendios/

http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-qualidade-da-agua-imp-,753891

http://zonaderisco.blogspot.com.br

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Saúde e Ambiente no Desenvolvimento Sustentável. Brasília: Ministério da Saúde, 1995.

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Saneamento Básico (PNSB). Rio de Janeiro: IBGE, 1989. 86 p.

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