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avaliações escritas
Kátia Farias Silva1
Resumo: Este trabalho tem como objetivo a discussão e reflexão a cerca da elaboração dos
enunciados aplicados em avaliações escritas no fundamental II. Como objeto de estudo, utilizamos
avaliações aplicadas por professores de diferentes disciplinas, em uma escola da rede particular de
ensino. Para analisarmos este trabalho e compreendermos cada etapa recorremos a alguns
conceitos presentes em OKUDA (2009), HAYDT (2000), dentre outros. A pesquisa nos mostra que os
enunciados muitas vezes deixam os alunos indecisos em suas respostas e a falta de clareza nas
ideias por parte dos professores leva a falta de compreensão do aluno.
Abstract: This paper aims to discuss and reflect about the preparation of statements written
evaluations applied in fundamentally II. As the object of study, it is used ratings applied by teachers of
different disciplines in a school of private schools. For this work it is analyzed and understood each
step we turn to present some concepts in Okuda (2009), HAYDT (2000), among others. The research
shows that the statements often leave students undecided in their responses and lack of clarity in
ideas for teachers leads to lack of student understanding.
Introdução
O presente trabalho nos leva a refletir sobre a forma como elaboramos o enunciado
em exercícios, estreitando a pesquisa para a investigação da clareza do que se
enuncia nas provas escritas, a saber, que dependendo de como o professor elabora
um enunciado, as respostas dadas pelos alunos nem sempre serão exatamente
aquelas que se espera por que a elaboração dos questionamentos não está clara, o
que dificulta a interpretação e compreensão do que está sendo solicitado.
Defendemos aqui, a avaliação como meio do aluno informar o que aprendeu o que
foi significativo para o seu conhecimento e não apenas verificar se está aprovado ou
não pelo que se sabe. Entendemos que a avaliação deve ser objeto de reflexão por
parte do aluno e do professor.
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Pós – graduanda em Supervisão Pedagógica e Orientação Educacional - UNIPÊ
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Utilizada como instrumento de classificação de aluno com bom ou mal, a avaliação
muitas vezes para a imagem de ameaça à turma. No entanto, avaliar deve ser uma
ferramenta a disposição dos professores para alcançar o objetivo da escola que é
fazer com que os estudantes avancem. Deve ser um caminho para medir a
qualidade do aprendizado e oferecer alternativas para uma evolução mais segura.
Para que o aluno tenha ciência do que responde e afinidade com o que lê nos
enunciados, o professor deve fazer atividades pedagógicas na sala de aula de modo
que o educando compreenda cada nível de conhecimento exigido nas questões para
que ele possa responder sobre. Como reforça o estudioso ao afirmar que, “a
atividade didática é considerada como... uma operação de ensino aprendizagem
complexa, englobando ao mesmo tempo várias sequências didático – discursivas.”
(Matencio 2001: 107-108)
Todo professor antes de entrar em sala de aula deve elaborar seus objetivos.
Benjamin Bloom é um estudioso nos trabalhos referentes aos objetivos
educacionais. Benjamin contribui com o tema taxonomia dos objetivos educacionais,
cujos trabalhos tiveram início em 1948, em que discutiu a necessidade e
conveniência do estabelecimento de um quadro teórico de referência que facilitasse
a comunicação entre os pesquisadores dessa temática (GIL, 2008).
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1. A avaliação escrita
O professor tem por obrigação realizar avaliações em todos os bimestres por ser
uma exigência da escola. De forma quantitativa, avalia-se o aluno atribuindo-lhe uma
nota representada por representação numérica e se este, o aluno, não alcançar a
média estabelecida pela instituição, tem direito a realizar a recuperação dos estudos.
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As atividades e avaliações estão cada vez mais superando aos estabelecidos da
linha tradicional. Deixa-se de explorar a memorização e passa-se a trabalhar de
forma contextualizada explorando a capacidade de leitura e escrita do aluno
propondo questões operatórias e não apenas transcritórias.
Nas provas, os enunciados devem ter como objetivo fazer o destinatário agir de
certo modo ou em determinada direção, caracterizando a sequência denominada
injuntiva, que determina o saber sobre língua que o examinado deverá demonstrar.
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Formulações inadequadas de enunciados acabam sendo vagos, imprecisos e sem
definição como: Discorra sobre... Dê sua opinião sobre... É preciso que o leitor seja
situado em relação a que será exigido um nível de conhecimento sobre aquele
assunto.
Alguns cuidados devem ser tomados na elaboração dos enunciados que devem
apresentar uma ordem e dá um parâmetro. O professor deve evitar que:
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o aluno seja induzido ao erro, apresentando com negativas ou
controvérsias; o estudante acerte por exclusão; alternativas que não há
coerência com o enunciado;
a questão apresente frases idênticas com às dos livros;
seja solicitada a expressão de opiniões;
questões induzam meras repetições de memorizações;
propiciem várias possibilidades de respostas.
O professor deve reconhecer que há vários níveis de leitura diferentes e que não
pode propôr questões excessivas para o aluno, nem ao menos elaborar questões
que, na verdade, deveriam ser oralizadas pelo educador. Caso contrário, a resposta
do aluno ficará “solta”.
2. Análise de dados
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Exemplo 1
Numere a coluna de acordo com a mudança de estado físico que ocorre em cada
situação abaixo:
Uma forma de verificar o que ficou de aprendizado aqui, sugeríamos que o professor
solicitasse que o aluno deveria escolher uma mudança de estado físico e justificasse
o porquê da enumeração feita por ele. Dessa forma, o professor poderia verificar o
que o aluno aprendeu.
Exemplo 2
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( ) A água pode ser inodora ou não. Há águas de cheiro, podendo imitar cheiro de
rosas ou outras flores.
( ) A água tem cor.
( ) Encontramos água no mar, no rio, na lagoa.
( ) A água vem direto da natureza para os canos de nossa casa, depois de nosso
uso, encaminhadas pelos ralos vão para a Estação de Tratamento de Água e depois
para a Estação de Tratamento de Esgoto e só então é jogada no rio.
Assim como no primeiro exemplo, esse solicita ao aluno que marque as frases que
estão certas. Percebe-se uma ampla resposta concedida ao aluno. Se ele apenas
verificar a concordância das apalavras o professor não pode falar que o aluno está
errado porque na verdade o professor não fez nenhuma inferência ao texto e nem
contextualizou a questão, o que dá margem para várias respostas. Ainda reforçamos
que nessa atividade, o educador deveria ter solicitado que o aluno corrigisse as
alternativas erradas.
Exemplo 3
O enunciado não está claro e apresenta difícil compreensão para o aluno. Não é
possível perceber o objetivo da questão. Talvez pelo mau emprego da pontuação ou
ainda deduzimos que o educador no momento em que estava elaborando essa
atividade não fez a releitura do que estava sendo solicitado ao aluno. O que reforça
a idéia de que é preciso ler e reler aas atividades várias vezes antes que esta
chegue às mãos do aluno a fim de verificar a clareza e coerência do que está
escrito.
Exemplo 4
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As civilizações americanas
Fonte: PEREGALLI, Enrique. A América que os europeus encontraram. 16. Ed. São Paulo: Atual,
1996.p. 29. (Discutindo a história).
Exemplo 5
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e) ( ) Podemos dizer que o sucessor do número x é representado por x + 1
3. Considerações finais
Tomando como base o objetivo traçado para o presente artigo, podemos dizer que
elaborar atividades e questões de avaliação requer do professor uma cautela na
escrita e análise constante de seus enunciados a fim de verificar se estão sendo
compreensíveis ao nível do aluno.
Espera-se que as discussões abordadas nesse texto possam levar à reflexão dos
professores no momento em que for elaborar atividades e questões que tenham o
intuito de fazer com que o aluno externalize o que aprendeu. Para tanto concluímos
que o educador deve analisar suas práticas metodológicas a fim de renovar seus
conhecimentos, e ampliá-las de modo que se adéque a necessidade do educando.
Referências
GIL, A.C. Didática do ensino superior. São Paulo: Editora Atlas, 2008.
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HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São
Paulo: Ática, 2000. Disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/gestao-
escolar/importancia-avaliacao-415837.shtml.
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