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Abraham Lincoln, o 16º presidente dos Estados Unidos, é citado por ter
supostamente dito: “Quando me preparo para falar ao povo, passo dois terços
do tempo pensando no que eles desejam ouvir e um terço no que eu quero
dizer”.5 Usando o método de preparação de Lincoln, orei e me angustiei para
saber o que vocês desejariam e precisariam ouvir e o que eu deveria me
esforçar para transmitir a vocês. Tentei colocar-me em seu lugar e imaginar
como seria trilhar o caminho que vocês estão trilhando em 2010. Acho que
muitos de vocês poderiam perfeitamente perguntar: “O que esse homem que
tem 50 anos a mais que nós sabe a respeito das questões que os jovens
enfrentam hoje?” Essa é uma pergunta muito boa e procedente! A resposta, na
verdade é: provavelmente não muito, com relação às atividades diárias e as
tentações e tudo aquilo que vocês têm de passar. Há, porém, aspectos
importantes de nossa vida que são constantes, sempre foram constantes e
nunca mudam. Talvez meus anos de experiência me permitam fazer algumas
observações aprendidas na árdua escola da vida. Quando consultei meus
netos universitários sobre o que gostariam de ouvir, sua resposta foi: “Seja
simples, vovô”. “Seja direto, vovô.” E talvez o mais importante: “Seja breve,
vovô.” Farei o melhor que puder para satisfazer às expectativas deles.
Posso compartilhar algumas noções que podem ser óbvias para praticamente
todos nós? Vivemos numa época em que estão surgindo tumultos em meio às
nações e culturas do mundo; elas estão em conflito. O rumo que a humanidade
vai tomar no futuro é incerto. Com muita frequência, os jovens sentem a alma
tomada pelo medo. Alguns perdem a fé no Senhor Jesus Cristo, e para muitos
outros a esperança é apenas um sonho fugaz. O empenho constante de
Satanás para dominar o coração e a alma dos homens prossegue
inexoravelmente. A assim chamada “Geração X” parece incerta e talvez um
pouco confusa por causa dos sinais ambíguos emitidos pela sociedade em
geral.
Néfi nos lembrou por que as escrituras são importantes na jornada da vida ao
escrever para os leitores de hoje:
“E sei que o Senhor Deus consagrará minhas orações para o bem de meu
povo. E as palavras que escrevi em fraqueza tornar-se-ão fortes para eles;
porque os persuadem a fazer o bem; fazem com que saibam a respeito de
seus pais; e falam de Jesus, persuadindo-os a acreditar nele e a perseverar até
o fim, que é vida eterna.
Essas são as últimas palavras que Néfi registrou em sua parte do Livro de
Mórmon. Nesses dois versículos Néfi menciona pelo menos cinco motivos
pelos quais devemos estudar as escrituras, da mesma forma que estudamos
um mapa de estrada em preparação para uma longa viagem através do país.
Como nossa viagem rodoviária nos leva a cruzar várias grandes cidades num
labirinto de estradas muito trafegadas indo para toda direção, é fácil fazer uma
curva errada e perder-nos ou até chegar a um beco sem saída. O temor ou até
o desespero podem-nos dominar, quando buscamos o porto seguro ou a
estrada segura desejada. O mesmo acontece, meus jovens amigos, com a
vida: podemos tornar-nos uma alma perdida, sucumbir às tentações do
adversário e, com o tempo, perder de vista nosso destino original.
Na vida, nosso Pai Celestial espera que assumamos acordos que chamamos
de convênios. Ao longo da história nosso Pai Celestial se relacionou com Seus
filhos fazendo convênios. Vocês se recordarão que foram feitos convênios com
Adão, Abraão e Moisés. Hoje, como parte da expectativa de fazer convênios,
fazemos convênios batismais, convênios do sacerdócio e convênios no templo.
Nos referimos a esses convênios coletivamente como “o novo e eterno
convênio”. Cada convênio mencionado está associado a uma ordenança
sagrada necessária para a exaltação. Se honrarmos os convênios sagrados,
nosso Pai Celestial nos concederá as bênçãos prometidas. Não devemos agir
levianamente em relação a nossos convênios e ordenanças.
Para navegar com sucesso pela estrada da vida, reservem um tempo para
prestar serviço e auxílio ao próximo. A ex-primeira dama Barbara Bush disse:
“No fim da vida, não vamos lamentar por não ter passado em mais um exame,
vencido outro veredito ou fechado mais um negócio. Vamos lamentar o tempo
que não passamos com o marido, com um filho, com um amigo, com o pai ou a
mãe”.13
Há pouco tempo, uma mãe muito sábia em nossa ala ajudou a congregação a
compreender por que o Senhor nos deu limites para governar nossa vida. Em
uma reunião sacramental, ela pediu que fechássemos os olhos e
imaginássemos uma cena tranquila. Vou pedir que cada um de vocês faça o
mesmo. Fechem os olhos. Agora imaginem uma bela cena: É um dia
ensolarado e a praia é linda, com as ondas quebrando suavemente na areia
branca. É primavera, e a areia não está muito quente. Vocês podem correr
descalços e sentir a areia entre os dedos dos pés. Há uma agradável brisa
soprando, perfeita para empinar uma pipa. A pipa foi feita em casa, de papel de
seda, varinhas e barbante. Presa à pipa há uma rabiola colorida para dar-lhe
estabilidade. Vocês escolheram cuidadosamente a linha para sua pipa. É uma
belíssima pipa, e vocês não querem perdê-la. Também querem fazer com que
voe o mais alto possível.
Agora segurem a sua pipa e corram pela praia, deixando que o vento bata no
papel da pipa e a leve para o alto. Ela fica meio instável e oscila, desce um
pouco, até que atinge a altura suficiente para pegar uma boa brisa. E começa a
elevar-se com facilidade, à medida que você lhe dá linha. Em pouco tempo,
está tão alta que não passa de um pontinho no belo céu azul.
Mas o que acontece assim que a linha é cortada? A pipa começa a mergulhar e
a descer, girando de um lado para o outro, até cair no chão. O vento a carrega
para longe, e à medida que perde altitude, vocês a perdem de vista, mas
sabem que o resultado final será a queda da pipa ao chão. Aquela bela pipa,
que vocês gastaram tanto tempo para fazer, não está mais subindo ao céu,
mas caiu no chão, e nenhum vento vai erguê-la novamente. Vocês têm um
sentimento de desapontamento e perda?
Podem abrir os olhos, agora. A realidade é que, embora pareça que a linha
esteja controlando a pipa, na verdade ela está-lhe dando a capacidade de alçar
voo e ser o que deveria ser.
Vamos todos começar. Vamos todos começar agora mesmo! Não vamos
desperdiçar a oportunidade de participar plenamente da felicidade que advém
de uma vida justa e útil.
Sr. Palmer para o carregador — de modo firme e sucinto, mas gentil: “Por
favor, rapaz, não coloque em minha mente o que está à esquerda e o perigo
que posso encontrar à direita. A única informação que é importante para mim é
a distância entre esta bola e a bandeirinha”.
Foi dito que “o que fazemos na vida ecoa na eternidade”.17 Meus jovens
amigos, que sejamos bem-sucedidos em nossa viagem pela estrada da vida e
recebamos a felicidade que advém de abraçarmos plenamente o plano de
nosso Pai Celestial para nós. É uma época muito maravilhosa de se viver!
Sei que Jesus vive. Sei que Ele é o nosso Salvador. Sei que expiou por nossos
pecados. Sou grato porque Ele é nosso advogado perante o Pai Celestial. Sei
que as palavras das escrituras, e principalmente do Livro de Mórmon, nos dão
orientação para a vida de modo a termos êxito na jornada da vida e voltarmos
ao nosso Pai nos céus, plenos de felicidade. Sou grato e expresso gratidão
pelos profetas vivos. Sei que somos abençoados atualmente com um profeta
vivo, Thomas S. Monson. Sei dessas coisas e testifico a vocês no sagrado
nome de Jesus, o Cristo, nosso Redentor e Salvador. Amém.
Notes
1. Ver “Aloha Spirit”, Hawaii Revised Statutes 5-7.5,
http://capitol.hawaii.gov/hrscurrent/vol01_ch0001-0042f/hrs0005/hrs_0005-
0007_0005.htm.
2. David H. Petraeus, em Sara Israelsen-Hartley, “General Petraeus: Top 10
Reasons BYU Grads Make Great Soldiers”, Deseret News, 26 de março de
2010, http://deseretnews.com/article/print/700019691/General-Petraeus-Top-
10-reasons-BYU-grads-make-great-soldiers.html.
7. Robert Frost, “The Road Not Taken”, 1915, The Poetry of Robert Frost, ed.
Edward Connery Lathem, 1970, p. 105.
10. “18 Ways to Stand Strong: Family”, New Era, outubro de 2008, p. 20; ver
Associated Press/MTV Research and Strategic Insights, Happiness, 20 de
agosto de 2007.
11. Ver James E. Faust, “Joseph Smith and the Book of Mormon”, Ensign,
janeiro de 1996, p. 7.
15. Madre Teresa, In the Heart of the World: Thoughts, Stories, and Prayers,
ed. Becky Benenate, 1997, p. 17.
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