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Características Gerais
O II Século
Os Apologistas e os Controvertistas
O maior dos apologistas é certamente São Justino. Flávio Justino Mártir nasceu em
Siquém na Palestina em princípios do segundo século, e morreu mártir no ano 170.
Depois de Ter peregrinado pelas mais diversas escolas filosóficas
- peripatética, estóica, pitagórica - em busca da verdade para a solução do problema
da vida, abandonando o platonismo, último estádio da sua peregrinação filosófica,
entrou no cristianismo, onde encontrou a paz. Ufana-se ele de ser filósofo e cristão;
leigo embora, Justino dedicou sua vida à difusão e ao ensino do cristianismo. Imitando
os filósofos, abriu em Roma uma escola para o ensino da doutrina cristã. Suas obras
são duas Apologias - contra os pagãos - e um Diálogo com o judeu Trifão - contra os
hebreus. Escreveu suas obras nos meados do segundo século.
Os Alexandrinos e os Africanos
Os Luminares de Capadócia
São João Crisóstomo, de Antioquia, nasceu de família ilustre, pelo ano 344.
Recebeu uma educação clássica aprimorada, estudando retórica, filosofia, direito,
que, depois de batizado, valorizou cristãmente na solidão e no ascetismo. Padre em
Antioquia, e depois bispo de Constantinopla, faleceu, degredado pela fé, em 407. É
significativo neste grande prelado o senso profundo da vaidade do mundo, e a grande
estima do cristianismo, concebido como ascética.
São Gregório de Nissa foi o maior dos luminares de Capadócia e, talvez, de todos
os padres gregos sob o aspecto especulativo e filosófico. Irmão de Basílio, nasceu
pelo ano 355 em Cesaréia e recebida uma informação cultural aprimorada, foi
destinado ao estado eclesiástico; entretanto, deixou-se desviar da sua vocação, foi
professor de retórica e casou-se. As exortações do irmão e de Gregório Nazianzeno
persuadiram-no da vaidade do mundo, até que afinal, abandonando a cátedra de
retórica, retirou-se para a vida ascética contemplativa. Em seguida, foi feito bispo de
Nissa, cidadezinha da Capadócia, primando pela sua cultura teológica e filosófica.
Faleceu, provavelmente, em 395. Gregório de Nissa é o maior filósofo dos padres
gregos. Esforça-se para mostrar que os dados da razão e os ensinamentos da fé não
se hostilizam, mas se harmonizam reciprocamente. Possui, como verdadeiro filósofo,
o gosto das definições claras e das classificações metódicas. Como em teologia é
origenista, em filosofia é neoplatônico
Papa João Paulo II: São eles os melhores intérpretes da Sagrada Escritura
Chamamos de “Padres da Igreja” (Patrística) aqueles grandes homens da Igreja,
aproximadamente do século II ao século VII, que foram no Oriente e no Ocidente
como que “Pais” da Igreja, no sentido de que foram eles que firmaram os conceitos
da nossa fé, enfrentaram muitas heresias e, de certa forma foram responsáveis pelo
que chamamos hoje de Tradição da Igreja; sem dúvida, são a sua fonte mais rica.
Padre ou Pai da Igreja, se refere a um escritor leigo, sacerdote ou bispo, da Igreja
antiga, considerado pela Tradição como um testemunha da fé.
Normalmente se considera o período da Patrística o que vai dos Apóstolos até S.
Isidoro de Sevilha (560-536) no Ocidente; e até a morte de S. João Damasceno (675-
749), no Oriente, o gigante que corajosamente combateu o iconoclasmo.Esses
gigantes da fé católica ao longo desses sete séculos defenderam e formularam a fé,
a liturgia, a catequese, a moral, a disciplina, os costumes e os dogmas cristãos; por
isso são chamados de “Pais da Igreja” porque lhes traçaram o caminho.Quando o
Papa João Paulo II esteve no Brasil a primeira vez em 1981 se referiu a eles dizendo
que “são eles os melhores intérpretes da Sagrada Escritura”. Então, precisamos
conhecer os seus ensinamentos para podermos compreender melhor a Bíblia.
Chamamos de patrologia o estudo sobre a vida, as obras e a doutrina desses Pais da
Igreja. No século XVII criou-se expressão a “teologia patrística” para indicar a doutrina
dos Padres.
Certa vez disse o Cardeal Henri de Lubac: “Todas as vezes que, no Ocidente tem
florescido alguma renovação, tanto na ordem do pensamento como na ordem da vida
– ambas estão sempre ligadas uma à outra – tal renovação tem surgido sob o signo
dos Padres”.
Esses gigantes da fé e da Igreja, souberam fixar para sempre o que Jesus nos deixou
através dos Apóstolos. Eles foram obrigados a enfrentar as piores heresias que a
Igreja conheceu deste o seu início. Nesta luta eles amadureceram os conceitos
teológicos uma vez que tiveram de enfrentar muitos hereges, de dentro da própria
Igreja, especialmente nos Concílios Ecumênicos. Neste combate árduo em defesa
da fé, onde muitos foram perseguidos, exilados e até martirizados, eles formularam a
fé que hoje professamos sem erro.
Desde o primeiro século já encontramos o gigante de Antioquia, Santo Inácio (†107),
provavelmente sagrado Bispo pelo próprio São Pedro. Santo Inácio nos deixou as
suas belas Cartas escritas às comunidades por onde passou no caminho que o levou
ao martírio em Roma, no Coliseu, desde Antioquia. A caminho do martírio ele
escreveu belas cartas aos romanos, magnésios, tralianos, efésios, erminenses e a S.
Policarpo, bispo e mártir de Esmirna.
No segundo século encontramos o grande Santo Irineu de Lião (†200) enfrentando
os gnósticos que sorrateiramente penetraram na Igreja e ameaçavam destruir a fé
cristã. Contra eles S. Irineu escreveu uma longa obra “Contra os Hereges”. Tão difícil
foi esse combate que o Santo o comparou a alguém que precisa cortar todas as
árvores de uma floresta para finalmente poder captar a fera que nela se esconde.
Os Padres da Igreja tiveram uma participação fundamental nos primeiros Concílios
Ecumênicos, como o de Nicéia, no ano 325, que condenou o arianismo que negava
a divindade de Jesus; o Concílio de Constantinopla I, em 381, que condenou o
macedonismo que negava a divindade do Espírito Santo; e os outros concílios que
enfrentaram e condenaram as heresias cristológicas e trinitárias.
Os Padres da Igreja estiveram um tanto esquecidos, mas a partir dos anos 40 surgiu
na Europa, de modo especial na França, um forte movimento voltado à Patrística.
Esse movimento foi liderado pelo Cardeal Henri de Lubac e Jean Daniélou, o qual
deu origem à coleção “Sources Chréstiennes”, com mais de 300 títulos.
No Concílio Vaticano II cresceu ainda mais esse movimento de redescoberta da
Patrística por causa do desejo da renovação da liturgia, da exegese, da
espiritualidade e da teologia a partir dos primórdios da Igreja. Foi a sede de “voltar às
fontes” do cristianismo.
Desses Padres , alguns foram Papas, nem todos; a maioria foi bispo, mas há
diáconos, presbíteros e até leigos. Entre eles muitos foram titulados de Doutor da
Igreja, sempre por algum Papa, por terem ensinado de maneira extraordinária os
dogmas e as verdades da nossa fé.
Segue a relação dos mais importantes Padres da Igreja:
S. Clemente de Roma (†102), Papa (88-97); Santo Inácio de Antioquia (†110);
Aristides de Atenas (†130); São Policarpo de Esmira (†156); Pastor de Hermas
(†160); Aristides de Atenas (†160); S. Hipólito de Roma (160-235); São Justino
(†165); Militão de Sardes (†177); Atenágoras (†180); S. Teófilo de Antioquia (†181);
Orígenes de Alexandria (184-254); Santo Irineu (†202); Tertuliano de Cartago (†220);
S. Clemente de Alexandria (†215); Metódio de Olimpo (séc.III); S. Cipriano de Cartago
(210-258); Novaciano (†257); S. Atanásio – (295 -373), Alexandria; S. Efrém – (306-
373), diácono, Mesopotânia; S. Hilário de Poitiers – (310-367), bispo; S. Cirilo de
Jerusalém (315-386), bispo; S. Basílio Magno (330-369) – bispo, Cesareia; S.
Gregório Nazianzeno – (330-379), bispo; S. Ambrósio (340-397), bispo, Treves –
Itália; Eusébio de Cesareia (†340); S. Gregório de Nissa (†340); Prudêncio (384-405);
S. Jerônimo ( 348-420), presbítero Strido, Itália; S. João Cassiano (360-407); S. João
Crisóstomo – (349-407), bispo ; S. Agostinho (354-430), bispo; Santo Efrém (†373);
Santo Epifânio (†403); S. Cirilo de Alexandria (370-442), bispo; S. Pedro Crisólogo
(380-451), bispo, Itália; S. Leão Magno (400-461), papa Toscana, Itália; S. Paulino
de Nola (†431); Sedúlio (séc. V); S. Vicente de Lerins (†450); S. Pedro Crisólogo
(†450); S. Bento de Núrcia (480-547); S.Venâncio Fortunato (530-600); S. Ildefonso
de Toledo (617-667); S. Máximo Confessor (580-662); S. Gregório Magno (540-604),
Papa; S. Ildefonso de Sevilha (†636); S. João Damasceno (675-749), bispo,
Damasco.
Normalmente se considera o período da Patrística o que vai dos Apóstolos até Santo
Isidoro de Sevilha (560-536) no Ocidente; e até a morte de São João Damasceno
(675-749), no Oriente, o gigante que corajosamente combateu oiconoclasmo. Esses
gigantes da fé católica ao longo desses sete séculos defenderam e formularam a fé,
a liturgia, a catequese, a moral, a disciplina, os costumes e os dogmas cristãos; por
isso são chamados de “Pais da Igreja” porque lhes traçaram o caminho.
Quando o Papa João Paulo II esteve no Brasil a primeira vez em 1981 se referiu a
eles dizendo que “são eles os melhores intérpretes da Sagrada Escritura”. Então,
precisamos conhecer os seus ensinamentos para podermos compreender melhor a
Bíblia. Chamamos de Patrologia o estudo sobre a vida, as obras e a doutrina desses
Pais da Igreja. No século XVII criou-se expressão a “Teologia Patrística” para indicar
a doutrina dos Padres.
Certa vez disse o Cardeal Henri de Lubac: “Todas as vezes que, no Ocidente tem
florescido alguma renovação, tanto na ordem do pensamento como na ordem da vida
– ambas estão sempre ligadas uma à outra – tal renovação tem surgido sob o signo
dos Padres”.
Os Padres da Igreja estiveram um tanto esquecidos, mas a partir dos anos 40 surgiu
na Europa, de modo especial na França, um forte movimento voltado à Patrística.
Esse movimento foi liderado pelo Cardeal Henri de Lubac e Jean Daniélou, o qual
deu origem à coleção “Sources Chréstiennes”, com mais de 300 títulos.No Concílio
Vaticano II cresceu ainda mais esse movimento de redescoberta da Patrística por
causa do desejo da renovação da liturgia, da exegese, da espiritualidade e da teologia
a partir dos primórdios da Igreja. Foi a sede de “voltar às fontes” do cristianismo.
Desses Padres , alguns foram Papas, nem todos; a maioria foi bispo, mas há
diáconos, presbíteros e até leigos. Entre eles muitos foram titulados de Doutor da
Igreja, sempre por algum Papa, por terem ensinado de maneira extraordinária os
dogmas e as verdades da nossa fé.
Site: IV http://www.infoescola.com/filosofia/patristica/
Por Willyans Maciel
A escola patrística, ou simplesmente Patrística, foi uma corrente filosófica e período
da filosofia, coincidindo com os primeiros séculos da era cristã, em que o
desenvolvimento filosófico foi realizado por filósofos padres da Igreja Católica,
designando um grupo de padres ou um trabalho por eles desenvolvido. Tendo em
Agostinho de Hipona seu principal filósofo, tinha como um de seus principais objetivos
a racionalização da fé cristã.
Em alguns casos, o período é dividido de acordo com a vida e obra de seu mais
importante pensador, Agostinho. O platonismo, doutrina derivada da filosofia idealista
do filósofo grego Platão, foi o mais popular método de proceder no período anterior a
Agostinho. Platonistas cristãos, como ficaram conhecidos, defendiam que a essência
e fundamento da vida deveria ser a fé. A partir da fé, e não da razão, os homens
tomariam decisões em suas vidas e realizariam julgamentos morais. Nesta vertente,
destacam-se Clemente de Alexandria e Orígenes.
Referências bibliográficas: