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ANÁLISE ESPECTROFOTOMÉTRICA DOS NÍVEIS DE FERRO EM ÁGUAS SUPERFICIAIS E

SUBTERRÂNEAS PROVENIENTES DO MUNICÍPIO DE ANANINDEUA (PA).

AUTORES: FREITAS, C.A.B DE (CESUPA) ; BARRA, I.M.M (UFPA) ; TAVARES, L.C (UFPA)

RESUMO: A água é um recurso essencial para a manutenção da vida no planeta Terra, em virtude disto é necessária a realização do
controle dos níveis de contaminantes para que esta água atenda as exigências da portaria nº 518 do Ministério da Saúde, com isto
análise química permite qualificar a água quanto às suas propriedades de consumo e quantificar os contaminantes em geral, dentre
estes o ferro, substância que em altas concentrações se torna prejudicial à saúde humana. Por método espectrofotométrico determinou-
se a concentração de ferro em águas superficiais e subterrâneas, e os resultados obtidos através da medida das absorbâncias das
amostras, com a utilização da equação da reta obtida pela curva de calibração, conclui-se que as águas analisadas encontram em boas
condições para o consumo.

PALAVRAS CHAVES: água; ferro; espectrofotometria.

INTRODUÇÃO: A água é um recurso essencial para a manutenção da vida no planeta Terra, em virtude disto é necessária a realização
do controle dos níveis de contaminantes para que esta água atenda as exigências da portaria nº 518 do Ministério da Saúde, a qual
define água potável como a água destinada ao consumo humano, cujos parâmetros microbiológicos, físico-químicos e radioativos
atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde. Os contaminantes estão presentes tanto em águas superficiais
quanto em subterrâneas, porém suas concentrações dependem de vários fatores, dentre estes estão o tratamento, a localização e o
manuseio, portanto, segundo a Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, a água superficial é mais susceptível à contaminação que
a água subterrânea, a qual pode ser captada em aqüífero confinado ou artesiano, que se encontra entre duas camadas relativamente
impermeáveis, o que dificulta a sua contaminação. A análise química permite qualificar a água quanto às suas propriedades de
consumo e quantificar os contaminantes em geral, dentre estes o ferro, substância que em alta concentração se torna prejudicial,
provocando a contaminação biológica da água na própria rede de distribuição. O ferro está entre os padrões de potabilidade
estabelecidos pela Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde, limitado a 0,30 mg/L, estabelecido em função de problemas estéticos
relacionados à presença do ferro na água e do sabor que o ferro lhe confere (ACCIOLY, 1976). Pode se apresentar nos estados de
oxidação Fe+2 e Fe+3, sendo que o íon ferroso (Fe+2) é mais solúvel e mais freqüente do que o férrico (Fe+3) e apesar de não se
constituirem em substâncias tóxicas resultam em diversos problemas para o abastecimento público de água (PIVELI, 2006).

MATERIAL E MÉTODOS: As determinações foram realizadas através de método instrumental por espectrofotometria UV/Visível, sob a
norma NBR 13934 (Água - Determinação de ferro - Método colorimétrico da ortofenantrolina), utilizado para a determinação de ferro
total, ferro solúvel, ferro férrico e ferro ferroso em amostras de águas naturais, águas minerais, de abastecimento, residuárias
domésticas e industriais, aplicando-se em determinação de diversas formas de ferro em concentrações de 0,02 mg/L a 4,0 mg/L, em
reação de complexação com a ortofenantrolina, que reage com o ferro ferroso produzindo um complexo avermelhado, obedecendo a Lei
de Lambert- Beer, em que a intensidade da coloração é diretamente proporcional à concentração do analito (MENDHAM et al, 2002).
Foram analisadas seis amostras (três superficiais e três subterrâneas), as quais foram coletadas no município de Ananindeua, estado
do Pará, sob condições descritas no procedimento para coleta de amostras de água (DUDA, 2006) e mantidas em frascos de polietileno,
sob refrigeração. A água subterrânea foi coletada de poço artesiano e a água superficial foi coletada de torneiras com água proveniente
da rede de distribuição convencional. As amostras foram preparadas e analisadas sob as mesmas condições das soluções padrões de
calibração (escala colorimétrica) em triplicata. Para a obtenção da curva de calibração utilizou-se solução padrão de ferro (II) a 10,0
mg/L e partir desta foram preparadas 5 soluções de concentrações conhecidas de ferro (II) diferentes (0,1; 0,2; 0,5; 1 e 2,5 mg/L),
seguindo procedimento descrito pelo método colorimétrico da ortofenantrolina, e as absorbâncias foram medidas em comprimento de
onda de 510 nm para a obtenção da curva de calibração.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos através da medida das absorbâncias das amostras de ferro foram convertidos
em concentrações (mg/L) com a utilização da equação da reta obtida pela curva de calibração (Figura 1). As concentrações medidas
para a água subterrânea encontraram-se abaixo da concentração mínima da curva de calibração, evidenciando a inexistência de ferro
na mesma, enquanto que para a água superficial encontraram-se entre 0 e 0,295 mg/L, valores que seriam considerados aceitos de
acordo com o estabelecido pela portaria nº 518 do Ministério da Saúde, com limite até 0,3 mg/L, porém estes valores podem ser
questionados, uma vez que as concentrações encontradas em amostras iguais de águas superficiais obtiveram variações superiores a
28%, fator o qual pode ser provenientes de erros, tanto aleatórios quanto sistemáticos, este último pode estar relacionado a erros
operacionais, de métodos ou instrumentais (GIL, 2007), ou pode ser devido à tubulação da região metropolitana ser antiga e constituída,
em sua maioria, de ferro. Para contornar o problema seria necessário descontar o valor do background ou ruído do equipamento em
todos os valores lidos ou realizar uma nova análise.
CONCLUSÕES: A determinação de substâncias em água permite a identificação de fontes de contaminação e auxilia no controle e na
manutenção de sua potabilidade. Por métodos instrumentais quantifica-se o analito com alto grau de sensibilidade e reprodutibilidade,
pois são baseados em espectros e em geral são confirmatórios, em que a análise de gráficos proporciona maior poder conclusivo, uma
vez que não se obtém uma única medida da interação física matéria-energia, e sim, quase simultaneamente, várias (GIL, 2007). Assim,
conclui-se que as águas analisadas encontram-se em boas condições de consumo.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ABAS. Associação Brasileira de Águas Subterrâneas. Disponível em:


http://abas.org.br/abasinforma/166/paginas/06.htm. Acesso em: 16/12/2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Água – Determinação de ferro – Método colorimétrico da ortofenantrolina: NBR
13934. Rio de Janeiro, 1997.

ACCIOLY, José C; NEVES, Maria.F.S. Determinação de Ferro, Manganês, Cobre e Zinco em águas do estado do Piauí, Brasil. Ciên.
Agron., 6 (1-2) 7-9. Fortaleza, CE: 1976.

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