Professional Documents
Culture Documents
ELP-Madrid
Isso levará Lacan a dizer que: “Essa definição que se deve à pena de
um clínico eminente tem isto de notável: ela contradiz, ponto por
ponto, todos os dados da clínica”[i].
Os impasses de Freud
A perspectiva lacaniana
No começo de seu ensino, a partir dos anos 1950, Lacan irá enfatizar a
necessidade de o infans passar pela alienação ao Outro da linguagem,
para que possa advir como sujeito. Porém, a inclusão da ordem
simbólica inclui, ao mesmo tempo, uma das chaves para entender a
afinidade da estrutura do sujeito com a paranoia.
As derivas da civilização
Poderíamos acrescentar que isso coincide com o estado atual da
civilização, onde todo sujeito é suspeito, o que torna o lugar do Outro
persecutório, e onde o sujeito sofre a tormenta do Outro. Essa é a
perspectiva de Lacan. O Outro o vigia, o persegue, penetra e conhece
seus pensamentos mais íntimos, a linguagem intervém sem ser
regulada pelo recalque, não há nenhum véu, nada acontece por acaso,
tudo acontece segundo uma lógica constituída pela maldade do Outro.
[iii] Miller, J.-A. L’Autre méchant. Six cas cliniques commentés (sous
la direction de Jacques-Alain Miller). Paris: Navarin éditeur, 2010, p.
70-71.
[v] Miller, J.-A. A salvação pelos dejetos. In: Correio n. 67. Revista
da Escola Brasileira de Psicanálise. São Paulo: 2010, p. 22.