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1º Simulado
Intensivo Revalida
2017
É possível ter coisas na vida. Roupas demais nos tiram o entusiasmo pelas novas; dinheiro demais nos distancia
da realidade; tempo livre em excesso pode embotar a alma. Precisamos às vezes chegar bem perto do osso
para que possamos SENTIR A ESSÊNCIA DA VIDA e não as suas superfluidades.
– JOAN CHITTISTER.
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100 Questões objetivas
TEP – 2011 ença se expressa clinicamente por um quadro
1. Recém-nascido de quatro horas de vida apre- de desconforto respiratório quase sempre leve
senta, desde o nascimento, quadro de ta- e de rápida resolução. A radiografia sela o diag-
quipneia e cianose. História perinatal: GIG, nóstico (muito embora seja pouco frequente
38 semanas de idade gestacional de acordo na vida real encontrar uma radiografia típica
com a data da última menstruação materna, nestes casos). O padrão encontrado é o de hipe-
nascido através de operação cesariana na rinsuflação pulmonar consequente ao edema
ausência de trabalho de parto prévio. Ra- bronquiolar e aprisionamento de ar, congestão
diografia de tórax: discreta hiperinsuflação vascular pelo líquido em processo de reabsor-
com aumento da trama vascular peri-hilar ção e, por vezes, um discreto derrame pleural
bilateral e pequena lâmina de derrame pleu- ou intercisural por transudação de líquido para
ral à direita. Gasometria: hipoxemia e hipo- o interior do espaço pleural. Não há necessi-
capnia. A principal hipótese diagnóstica e a dade da administração de óxido nítrico na ta-
conduta indicada neste momento incluem, quipneia transitória, pois, na grande maioria
respectivamente: dos casos, a doença é leve, autolimitada e não
a) lesão de ducto torácico – drenagem torácica cursa com hipertensão pulmonar significativa.
em selo d’água A conduta terapêutica indicada, e por vezes a
b) taquipneia transitória – administração de única necessária, é a administração de oxigênio
oxigênio por capacete por capacete enquanto se aguarda a resolução
c) taquipneia transitória – administração de espontânea da doença. Resposta b.
óxido nítrico por via inalatória
d) pneumonia neonatal – administração de TEP – 2011
ampicilina e gentamicina venosas e surfac- 2. Recém-nascido de quatro dias de vida, em alei-
tante traqueal tamento materno exclusivo, apresenta quadro
e) lesão de ducto torácico – dieta com triglice- de apatia, dificuldade para mamar, alguns epi-
rídeos de cadeia média e acompanhamento sódios de vômitos e taquipneia. Deu entrada
com radiografias seriadas na emergência com quadro de acidose meta-
bólica, sendo transferido, em algumas horas
1. Trata-se de um caso típico de taquipneia em coma, para o CTI. A mãe informa que, por
transitória ou síndrome do pulmão úmido. Em sugestão de uma amiga, fez dieta vegetariana,
geral os pacientes portadores desta condição com “carne de bichos mortos de forma cruel”.
são recém-nascidos a termo por operação cesa- O quadro descrito é secundário à carência de:
riana na ausência de trabalho de parto. A au- a) biotina
sência de trabalho de parto retarda a absorção b) sarcosina
do líquido pulmonar e esta circunstância justi- c) L-carnitina
fica a fisiopatologia desta doença que consiste d) cobalamina
na redução da complacência pulmonar. A do- e) hidroxifolato
2. A base teórica fundamentada da situação de Durante a vida intrauterina, o ferro é transporta-
carência causada pelo vegetarianismo não con- do de maneira eficiente para o feto. O recém-nas-
duzido por profissional, como é o caso propos- cido a termo e com peso adequado para a idade
to na questão. A fonte exclusiva da vitamina gestacional nasce com taxas de hemoglobina e
B12 (cobalamina) é animal e dietas vegetaria- reservas de ferro dentro da normalidade. Com
nas não acompanhadas causam consequências o início da respiração pulmonar há o aumento
sérias, inclusive com baixa excreção no leite da oferta de oxigênio com diminuição da eritro-
materno, podendo por isto, não ser incomum poetina, levando à redução das taxas de hemo-
lactentes serem gravemente afetados por esta globina (chegando a 10 g/dL) até 4 a 6 semanas,
carência alimentar materna. Por outro lado, a quando então a eritropoetina é estimulada e a
vitamina B12, como adenosilcobalamina, é co- hemoglobina volta a se elevar. Dessa maneira,
fator específico de duas mutases (enzimas) no entre o nascimento e os 4 meses de vida prati-
metabolismo de aminoácidos. Estas quando ina- camente não existe mudança no teor de ferro
tivas (mutases) são causadoras de defeitos bio- corpóreo total, sendo rara a anemia nessa idade,
químicos que irão dar origem secundariamente a não ser que o recém-nascido seja prematuro,
a acidemia metil-malônica. Na evolução de um de baixo peso ou gemelar. Este quadro, portanto,
quadro de Acidemia metilmalônica secundária é mais compatível com traço talassêmico. Para
poderá ocorrer letargia, dificuldades para ma- confirmação do diagnóstico, solicitar eletrofore-
mar, vômitos, taquipneia (devido à acidose) e se de Hb. Resposta d.
hipotonia nos primeiros dias de vida, que quan-
do não corretamente tratada evolui para coma UFPE – 2004
e morte. Resposta d. 4. Paciente masculino de 3 anos com queixa de
anemia desde os 4 meses de idade, tendo sido
tratado desde então com sulfato ferroso sem
UERJ - 2009
melhora. Nunca foi transfundido. Exame fí-
3. Lactente de três meses, nascido a termo, ali-
sico com palidez cutaneomucosa ++/4+ com o
mentado exclusivamente no seio materno,
restante normal. Hemograma (valores de refe-
com crescimento adequado e bom estado ge-
rência para a idade): Hb 9 (10,5 - 12,5); Ht 26,7
ral, apresenta o seguinte resultado de exame:
(30 - 36); VCM 58 (75 - 85); HCM 21 (18-24); CHCM
28 (29-32); RDW 12 (12-14). Com base no expos-
Hematócrito= 30%
to, é CORRETO afirmar:
VCM = 85 fL
a) o hemograma é normal, compatível com as ca-
Plaquetas = 250.000/mm3
racterísticas clínicas da criança
Hemoglobina = 10 g/dL b) o diagnóstico provável é de anemia falciforme
CHCM = 31% e o exame diagnóstico é confirmado com teste
de fragilidade osmótica
Baseado no diagnóstico mais provável, a con- c) o diagnóstico provável é de talassemia e o exa-
duta adequada na abordagem desta anemia é: me diagnóstico é dosagem de Hb A2 e fetal,
a) iniciar sulfato ferroso que estarão elevadas
b) contraindicar o uso de sulfas d) o hemograma mostra anemia normocrômica
c) prescrever penicilina profilática normocítica
d) não fazer tratamento medicamentoso e) tratamento com sulfato ferroso não funciona
devido à intolerância gastrointestinal
3. Sob o ponto de vista da saúde pública, a ava-
liação da hemoglobina é considerada, pela OMS, 4. Um dos diferenciais mais importantes da ane-
suficiente para a caracterização da anemia em mia ferropriva que não responde ao tratamento
populações. Anemia é considerada quando os va- com sulfato ferroso é a talassemia minor (traço
lores de hemoglobina se situam abaixo de 11 g/ talassêmico). As alterações hematológicas são
dL para crianças de 6 a 59 meses de idade, abaixo frequentemente confundidas com deficiências de
de 11,5 g/dL para aquelas de 5 a 11 anos e abaixo ferro e são tratados de maneira errônea por lon-
de 12 g/dL para a faixa etária de 12 a 14 anos. gos períodos de tempo. A anemia é leve, há micro-
Quanto aos índices hematimétricos, o VCM (volu- citose e hipocromia. A eletroforese de hemoglobi-
me corpuscular médio) define a microcitose, en- na mostra níveis aumentados de HbA2 e discreto
quanto a HCM (hemoglobina corpuscular média) aumento de HbF em 50% dos casos. Resposta c.
e a CHCM (concentração de hemoglobina corpus-
cular média) definem a hipocromia. IPSEMG – 2005
O RDW obtido nos contadores eletrônicos é um 5. Todas as seguintes alternativas são fatores de
elemento útil no diagnóstico diferencial das ane- risco para a asfixia perinatal, EXCETO:
mias e é o sinal mais precoce da deficiência de a) anemia grave
ferro, medida quantitativa da anisocitose. Na b) choque ou hipotensão materna
anemia ferropriva há heterogeneidade do tama- c) mãe droga adita
nho das hemácias, resultando em anemia micro- d) ruptura de membrana amniótica com menos
cítica com RDW elevado. de 6 horas
Gabarito comentado 4
5. A asfixia fetal é condição caracterizada por 6. Relembremos agora como se processa a cor-
acidemia metabólica ou mista (metabólico-respi- relação entre o estirão de crescimento puberal
ratória) com pH menor do que 7, podendo estar (movimento da curva de crescimento onde ocor-
associada a um índice de Apgar de 0 a 3 por mais re a aceleração (única da fase pós-natal), pico
de 5 minutos e sequelas neurológicas neonatais, de velocidade de crescimento (PVC) e desacele-
tais como convulsões, coma ou hipotonia ou fa- ração, até o término do crescimento. Lembre-se
lência múltipla de órgãos. que o estirão, assim como todos os fenômenos
A asfixia neonatal é causa importante de morbi- puberais são mais adiantados no sexo feminino.
dade e mortalidade neonatal que pode ser evita- Na fase de crescimento infantil ou pré-puberal,
da nos países em desenvolvimento, como pôde as meninas, no estágio de maturação defini-
ser observado em programa de treinamento im- do como M1, crescem de 4 a 6 cm/ano. Quando
plantado em 1990 na Índia com declínio signifi- entram em puberdade (primeiro sinal no sexo
cativo dos óbitos relacionados à asfixia. feminino = telarca = M2), elas, na sua maioria,
As causas de asfixia no período neonatal são: imediatamente iniciam a fase de aceleração do
interrupção do fluxo sanguíneo umbilical crescimento, atingindo o PVC em M3, que é de 8
(exemplo, compressão de cordão umbilical); a 10 cm/ano. Em M4, estão na fase de desacele-
ração do crescimento, onde comumente ocorre
insuficiente troca de gases pela placenta
a menarca que, portanto, é um evento tardio no
(exemplo, descolamento de placenta);
processo de maturação do adolescente. Em M5,
perfusão placentária inadequada do lado ma- comumente o crescimento encontra-se pratica-
terno (exemplo, hipotensão materna); mente terminado.
feto comprometido que não tolera o estresse Nos meninos há uma significativa diferença: na
do trabalho de parto (exemplo, retardo do fase de crescimento infantil, no estágio de matu-
crescimento intrauterino); ração definido como G1, crescem de 4 a 6 cm/ano.
Quando entram em puberdade (primeiro sinal =
falha de inflar o pulmão logo após o nascimen- aumento do volume testicular (4 mL) = G2), eles,
to. Todas as situações patológicas que possam na sua maioria, permanecem crescendo como
promover hipóxia e hipoperfusão teciduais crianças!! Somente iniciam a sua aceleração em
pré-natal, perinatal ou pós-natal são fatores G3, atingindo o PVC (cerca de 10 a 12 cm/ano) em
etiológicos de síndrome hipóxico-isquêmica. G4 e estando em desaceleração em G5.
Observações clínicas mostraram que, em 20% dos Lembre-se ainda que o estirão inicia-se no es-
recém-nascidos a termo, a encefalopatia hipóxico- queleto das extremidades, particularmente nos
-isquêmica ocorre por insulto anteparto (exem- membros, seguindo-se no tronco, fato que mais
plo, parada cardíaca materna, hemorragia ma- colabora para o ganho de 25% da estatura que
terna levando à hipotensão e acometimento das ocorre na adolescência. De certa forma, pode-se
trocas transplacentárias); em 35%, por problemas considerar em um sentido caudal-cefálico, embo-
maternos como diabete, retardo de crescimento ra, fosse melhor designado como dista-proximal.
intrauterino e infecção sem sinais clínicos de so- O desenvolvimento muscular ocorre paralela-
frimento fetal durante o trabalho de parto e sem mente ao estirão de crescimento estatural; pra-
conhecimento do momento do insulto fetal; em ticamente o ganho de massa muscular coincide
10%, por problemas pós-natais; e somente em 35% com o ganho esquelético. Dessa forma, a veloci-
a encefalopatia hipóxico-isquêmica é decorrente dade máxima de crescimento muscular é conco-
de problemas reconhecidos durante o trabalho de mitante ao PVC ou alguns meses depois deste. En-
parto (exemplo, descolamento prematuro de pla- tretanto, o aumento da “capacidade funcional”,
centa, ruptura uterina, parto traumático). Portan- da “força”, é posterior. Lembre-se desse conceito
to, pelo menos em 65% dos casos de encefalopatia nas questões de indicação de exercícios de “mus-
hipóxico-isquêmica em recém-nascidos a termo, culação”, que devem somente ser indicados na
dificuldades do período intraparto não explicam fase de desaceleração do crescimento.
a presença de encefalopatia. Resposta d. Amenorreia primária aos 14 anos e 6 meses não
é indicativa, por si só de nenhuma anormalidade
TEP – 2003 clínica. Comumente a menarca ocorre cerca de 2
6. Adolescente do sexo feminino, de 14 anos e anos após a telarca, em uma fase de franca desa-
seis meses, apresenta amenorreia primária. A celeração do crescimento. Embora essa menina
telarca ocorreu há 18 meses e sua velocidade esteja em M3, fase que coincide geralmente com
de crescimento é de 6 cm/ano. Exame físico: o pico de velocidade de crescimento (PVC) da me-
peso 51 kg (p50), altura 164 cm (p50-75). Tan- nina, pela sua VC observamos que ela deve estar
ner M3P2. A menarca materna ocorreu aos 15 já desacelerando; além do mais, ela está 18 me-
anos. A conduta mais adequada é: ses pós-telarca: é, de certa forma, previsível que
a) solicitar idade óssea a menarca se aproxima. O dado de menarca mais
b) dosar gonadotrofinas tardia da mãe reforça a principal hipótese diag-
c) dosar hormônios tireoidianos nóstica para essa menina: ela é uma maturadora
d) solicitar retorno em 6 meses tardia. Enquanto a maioria das meninas tem a
e) realizar teste imunológico para gravidez menarca em torno dos 12,2 anos, nossa paciente
Gabarito comentado 6
8. A iniciativa Hospital Amigo da Criança, promo- UNB – 1998
vida pelo Ministério da Saúde, com apoio da OMS 9. A composição nutricional do leite humano,
e UNICEF, estabelece 10 passos para o sucesso do quando comparada à do leite de gado, não
Aleitamento Materno em uma instituição onde apresenta:
nasçam crianças: a) teor de proteína relativamente mais baixo
1- Ter uma norma escrita sobre aleitamento ma- b) altas taxas de sódio e solutos
terno, que deve ser rotineiramente transmitida a c) ácidos graxos insaturados de cadeia longa da
toda a equipe de cuidados de saúde; série ômega-3
2- Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, d) quantidade de ácidos graxos generosa, mas
capacitando-a para implementar esta norma; não excessiva
3- Informar todas as gestantes sobre as vanta- e) baixas concentrações de cálcio e ferro
gens e o manejo do aleitamento;
4- Ajudar as mães a iniciar a amamentação na 9. Questões clássicas relacionadas à composição
primeira meia hora após o parto; e comparação entre os leites: colostro versus lei-
5- Mostrar às mães como amamentar e como te maduro e leite humano versus leite de vaca.
manter a lactação, mesmo se vierem a ser sepa- Relembremos alguns conceitos: o colostro (comu-
radas de seus filhos; mente presente nos primeiros dias, caracteriza-
6- Não dar a recém-nascidos nenhum outro ali- -se, em relação ao leite materno pela maior con-
mento ou bebida além do leite materno, a não centração de proteínas e fatores imunológicos,
ser que seja indicado pelo médico; particularmente imunoglobulinas e (em especial
7- Praticar o alojamento conjunto - permitir que a IgA secretora, que corresponde à 90% das imu-
mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por dia; noglobulinas) e lactoferrina, que conferem pro-
8- Encorajar o aleitamento sob livre demanda; teção anti-infecciosa para o RN. Os lactobacilos
9- Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças bifidus, bastante presentes no leite humano, pro-
amamentadas ao seio; piciam o crescimento de uma flora acidófila, que
10- Encorajar a formação de grupos de apoio à impede o crescimento de bactérias enteropatogê-
nicas. À medida que o leite amadurece (colostro
amamentação para onde as mães devem ser en-
transforma-se em leite maduro), aumentam-se as
caminhadas, logo após a alta do hospital ou am-
concentrações de lactose e de gorduras.
bulatório.
As comparações clássicas do leite humano com o
Dois reflexos maternos estão envolvidos no con-
leite de vaca são:
trole endócrino da lactação: o da produção (re-
Calorias: semelhantes;
flexo da prolactina) e o da ejeção. Ambos se ini-
Lactose: maior no leite humano; o leite humano
ciam com a sucção do conjunto mamilo-aréola.
é um dos mais ricos em lactose dos mamíferos.
Esta estimulação segue para o hipotálamo e daí
Essa lactose tem ações no desenvolvimento do
para a hipófise. A prolactina é produzida pela hi-
SNC, pois é fonte de galactose, essencial para a
pófise anterior e a ocitocina pela hipófise poste-
produção de galactolipídios, que incluem os ce-
rior. A prolactina desencadeia a produção láctea rebrosídeos;
pelos alvéolos da glândula mamária e a ocitocina Lipídeos: quantidades semelhantes, porém, qua-
contrai as células mioepiteliais, fazendo com que litativamente melhores no leite humano, onde há
o leite contido nos alvéolos passe ativamente ao predomínio de ácidos graxos poli-insaturados, prin-
sistema de drenagem. Assim, cerca de dois ter- cipalmente ácido linoleico e linolênico, que desem-
ços da produção dos alvéolos (“último leite”) são penham importante papel na maturação e desen-
jogados nos sistemas de canais da mama. O refle- volvimento do sistema nervoso e visual do lactente;
xo da prolactina ocorre obrigatoriamente, desde Proteínas: predominam no leite de vaca (lembre-
que haja sucção. Isto baseia a técnica da lactação -se quanto um bezerro cresce!). Além do mais, há
adotiva e da relactação. Entretanto, o reflexo de predomínio do leite de vaca de caseína (proteína
ejeção tem natureza psicossomática, só ocor- coagulável) que determina a pior digestibilidade
rendo quando a mulher estiver tranquila e con- desse leite. O conteúdo proteico do leite huma-
fiante. Muitas mães o apresentam mesmo sem no, embora em menor concentração que no leite
sucção, ao simples toque, choro ou lembrança de vaca (quase a metade) tem uma composição
da criança. Por outro lado, pode ser inibido por particular: prevalecem as proteínas do soro ao
fatores psíquicos (ansiedade, preocupação ou invés da caseína (60:40). As lactoalbuminas do
desinteresse), quando ocorre de modo insatisfa- leite humano são espécies específicas, portanto
tório ou mesmo deixa de existir. A criança passa hipoalergênicas, ao contrário das betalactoalbu-
a receber apenas o “primeiro leite”, hipocalórico minas do leite de vaca que são as proteínas mais
e insuficiente para saciá-la; as mamas passam a alergenizantes do leite bovino;
ser inadequadamente esvaziadas, com possível Sais minerais: níveis mais baixos no leite huma-
ingurgitamento mamário e compressão do epi- no, porém, com melhor biodisponibilidade; vale
télio secretor. O ingurgitamento torna a aréola lembrar o cálcio e o ferro;
convexa, fazendo com que a sucção seja apenas Sódio: mais no leite de vaca (por isso diluímos
no mamilo. Entende-se, portanto, o fracasso do para oferecer a um lactente pequeno, com ima-
aleitamento nessas situações. Resposta b. turidade funcional renal);
UEL – 2013
10. Na investigação do atraso do desenvolvimento neuropsicomotor de uma criança, assinale a alterna-
tiva que apresenta, corretamente, qual das situações necessita investigação.
a) andou com apoio aos 20 meses
b) apresentou persecução ocular com 1 mês
c) apresentou pinça digital com 8 meses
d) apresentou sorriso social com 2 meses
e) segurou objetos com 4 meses
10. De acordo com a tabela a seguir a investigação é obrigatória para toda criança cujo marco inicial para
deambulação se dá após os 18 meses.
SUS-PE – 2013
11. A OMS recomenda que o aleitamento materno (AM) seja mantido até 2 anos ou mais de vida. Em rela-
ção ao AM, assinale a alternativa FALSA.
a) o AM é a estratégia isolada que mais previne mortes infantis
b) o AM protege contra doenças infecciosas, e as células presentes no leite são funcionantes e ativas, in-
cluindo macrófagos, polimorfonucleares e linfócitos com capacidade de fagocitar e destruir bactérias
c) a concentração de gordura no leite materno diminui com o decorrer da mamada
d) evidências epidemiológicas sugerem possível associação entre o leite humano e a diminuição da pressão
arterial em longo prazo
e) a resposta imune ativa a antígenos vacinais específicos pode ser diferente em crianças amamentadas,
com resposta aumentada a algumas vacinas
11. Todas as afirmações estão corretas exceto a opção C, uma vez que a concentração de gordura no leite (e con-
sequentemente o teor energético) aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da mamada (leite
posterior) é mais rico em energia e sacia melhor a criança daí a importância de a criança esvaziar bem a mama.
Gabarito comentado 8
American Academy of Pediatrics de função renal normais tornam isto imprová-
12. Uma criança de 5 anos de idade, sem febre, vel. Associa-se ao aumento das concentrações
teve uma crise convulsiva generalizada. O ní- séricas de fósforo e níveis elevados de parator-
vel de glicose ao pé do leito é njormal. A ava- mônio. Os estados com deficiência de vitamina
liação laboratorial adicional revela sódio, 138 D, e não a hipervitaminase D, também causam
mg/dL; potássio, 4,3 mg/dL; cálcio, 6,5 mg/dL; hipocalcemia na presença de níveis elevados do
fósforo, 7,5 mg/dL; magnésio, 1,7 mEq/L; albu- paratormônio. Resposta d.
mina, 4,0 g/dL; ureia, 8,0, g/dL; creatinina, 0,5
mg/dL. Das seguintes, a causa MAIS provável American Academy of Pediatrics
da hipocalcemia desta criança é: 13. Uma criança de 1 ano, previamente saudável
a) hipertiroidismo e que pesa 10 kg, apresenta-se ao seu consul-
b) hipervitaminase D tório com febre de 39 °C. Sua mãe está muito
c) hipomagnesemia preocupada com a nutrição da criança e pede
d) hipoparatiroidismo orientação referente às necessidades calóri-
e) esteodistrofia renal cas durante esta doença.
12. A criança descrita na questão teve uma crise Das seguintes, a MELHOR estimativa dos re-
convulsiva generalizada sem febre. A história e quisitos calóricos da criança nesta época é:
o exame físico minuciosos, bem como a dosagem a) 500 kcal/d mais 500 kcal devidas à febre
de cálcio, fósforo, magnesia creatinina, albumi- b) 1.000 kcal/d mais 250 kcal devidas à febre
na, fosfatase alcalina e hormônio paratireoideo c) 1.500 kcal/d
geralmente fornecem informações suficientes d) 1.500 kcal/d mais 250 kcal devidas à febre
para estreitar a etiologia a um número limitado e) 2.000 kcal/d
de diagnósticos.
Um nível baixo de cálcio na presença de um nível 13. Cinco fatores importantes afetam as neces-
sérico normal de albumina, conforme descrito na sidades de energia (calorias) de uma criança. O
questão, é compatível com a hipocalcemia ioniza- metabolismo basal descreve o gasto de energia
da como causa da crise convulsiva. Os pacientes na manutenção do metabolismo do corpo em
com hipomagnesemia também podem apresentar repouso enquanto em jejum. Há necessidade de
hipocalcemia e hipoparatiroidismo. O tratamento calorias adicionais para o crescimento e a ativi-
com magnésio normalize os níveis séricos de cál- dade física. É perdido um pequeno componente
cio na maioria dos casos. No entanto, os níveis de das necessidades calóricas de uma criança na
magnésio são normais neste paciente. urina e nas fezes. Finalmente, cerca de 5%-10%
Os pacientes com hiperfosfatemia, hipocalcemia, das calorias gastas por uma criança resultam de
magnésio normal e baixos níveis de paratormô- uma elevação no metabolismo de repouso, em
nio geralmente tem alguma forma de hipopara- seguida a ingestão de uma refeição.
tiroidismo. A anomalia de DiGeorge se manifesta Na criança sadia, podem-se estimar as necessida-
por deficiências variáveis de imunidade tímica des calóricas mediante o emprego de padrões es-
(imunidade celular) e da função da glândula pa- pecíficos para a idade publicados pela Comissão
ratiroide (hipoparatiroidismo), bem como ano- de Nutrição da American Academy of Pediatrics
malias da face e do sistema cardiovascular. As ou de um método simplificado que relacione ne-
características faciais incluem micrognatia, hi- cessidades calóricas com peso corporal, seme-
pertelorismo, filtro curto e orelhas malformadas lhante ao que é usado para o cálculo das neces-
e de implantação baixa. As lesões cardíacas mais sidades de líquido. No entanto, o indicador mais
comuns incluem tronco arterioso e síndromes efetivo de adequação calórica é a taxa de ganho
do arco aórtico. Também pode ocorrer destrui- de peso ou as alterações da composição corporal
ção autoimune das paratiroides. As crianças com ao longo do tempo, comparando-se a normas es-
síndrome autoimune poliglandular tipo I ou po- pecíficas para a idade já publicadas (i.e., gráficos
liendocrinopatia autoimune-candidiase distrofia de crescimento).
ectodérmica podem apresentar candidíase cuta- De acordo com qualquer um destes métodos de
neomucosa e vários outros distúrbios autoimu- cálculo dos requisitos calóricos para a criança
nes, incluindo hipoadrenalismo, hipotiroidismo, descrita na questão, a aquisição diária recomen-
hipogonadismo, vitiligo e diabetes mellitus. No dada seria de 1.000 kcal. Um adicional de 250
entanto, o hipertiroidismo não se associa a hipo- kcal seria necessário para satisfazer suas neces-
calcemia ou ao hipoparatiroidismo. sidades calóricas aumentadas devido à febre ([2
O pseudo-hipoparatiroidismo envolve uma resis- °C de elevação de temperatura] × [12% de requi-
tência do órgão final ao hormônio paratireoideo sitos de manutenção por grau]).
e, desta forma, associa-se a hipocalcemia e níveis Os aportes calóricos recomendados e a equa-
elevados do paratormônio. As características in- ção baseada no peso corporal não identificam
cluem face em lua cheia, braquidactilia, baixa es- adequadamente as necessidades calóricas para
tatura, obesidade e atraso do desenvolvimento. crianças doentes ou malnutridas. As calorias adi-
A insuficiência renal crônica pode causar hipo- cionais também são necessárias em certas afec-
calcemia e osteodistrofia renal, mas os estudos ções clínicas e cirúrgicas.
Resposta b.
Gabarito comentado 10
ação. Nesta oportunidade a justificativa vai com (torneira, jarra, pote, etc.) não for verificada a
a recomendação da Vigilância Sanitária da Se- presença de cloro, ou se a água utilizada for pro-
cretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina, veniente de poço, fonte, rio, riacho, açude, bar-
onde este tipo de acidente gerou grande experi-
reira, etc. deverá ser procedida a cloração no lo-
ência. Atenção: desinfecção da água para con-
sumo humano. Se a residência for abastecida cal utilizado para armazenamento (reservatório,
com água do sistema público de abastecimento tanque, tonel, jarra, etc.) utilizando-se o hipoclo-
e no ponto de entrada (cavalete) ou de consumo rito de sódio a 2,5%, nas seguintes dosagens:
OBS. 1: em casos de água turva: ferva a água por 15 minutos, aguarde esfriar e coloque hipoclorito no dobro
da quantidade das medidas da tabela acima. OBS. 2: recomenda-se não fazer a desinfecção da água para
consumo humano com água sanitária, pois esses produtos podem conter outras substâncias prejudiciais a
saúde, além de não haver garantia sobre o real teor de cloro na solução. Água sanitária somente na total
ausência do hipoclorito. Resposta a.
Gabarito comentado 12
maturas (idade gestacional menor ou igual a 28 tipo de patologia os níveis bilirrubínicos sobem
semanas), após alta hospitalar; crianças menores rapidamente e podem ultrapassar a segurança
de dois anos de idade, portadores de patologia da barreira hematoencefálica. Resposta e.
cardíaca congênita com repercussão hemodinâ-
mica importante ou com doença pulmonar crô- UNICAMP - 2010
nica da prematuridade, que necessitaram trata- 24. Menino, 18 meses, é levado ao hospital com a
mento nos seis meses anteriores ao período de mãe contando que o mesmo estava brincando
sazonalidade do VSR. Resposta d. quando apresentou episódio de tosse seguida
de cianose. Exame físico: eupneico com alguns
PUC-PR – 2012 episódios de tosse durante o exame, acianóti-
22. A meningite meningocócica é uma doença ex- co, ausculta pulmonar sem alterações. Radio-
tremamente grave em crianças. Recentemente grama de tórax: hiperinsuflação em base di-
a U. S. Drug Administration concedeu licença reita. A CONDUTA É:
para uma vacina que é: a) acompanhamento radiológico em 07 dias
a) tetravalente (A C, Y, W135) conjugada b) antibioticoterapia e fisioterapia
b) trivalente (A, C, B) conjugada c) laringoscopia indireta
c) bivalente (B, C) polissacarídica d) broncoscopia após jejum de 06 horas
d) monovalente (B) polissacarídica – cepa brasi-
leira 24. O principal objetivo do tratamento da aspi-
e) pentavalente (A C, B, Y, W135) conjugada ração de Corpo Estranho no pronto-socorro é o
suporte ventilatório e a prevenção da obstrução
22. A vacina recentemente licenciada nos EUA e total das vias aéreas. A rápida avaliação cardio-
recentemente disponível nos consultórios priva- pulmonar realizada pelo médico é um ponto-
dos no Brasil, bastante indicada para os adoles- -chave na abordagem inicial do paciente. Caso
centes é a vacina quadrivalente para meningite exista uma passagem de ar, não se deve tomar
menigocócica que incorpora a proteção para os nenhuma atitude para desobstruir as vias aére-
quatro sorotipos mais comuns de meningococos: as, devendo-se transferir o paciente a um centro
A, C, W135 e Y. Lembre-se que não existe vacina de tratamento especializado. Nos casos de obs-
conjugada para meningococo B disponível para trução de vias aéreas que causam sufocamen-
uso clínico. Resposta a. to, e quando o paciente ainda está consciente, o
médico deve tentar acalmar a criança e seus pais
UNITAU – 2016 e avisá-los sobre as manobras que irá realizar.
23. Recém-nascido a termo, 40 semanas de idade Técnicas manuais apropriadas para cada idade
gestacional, mãe primípara, sem intercorrên- devem ser utilizadas:
cias no pré-natal. Nasceu de parto vaginal, em < 1 ano: 5 golpes nas costas e 5 compressões
boas condições de vitalidade, pesando 3300 g, torácicas.
sendo encaminhado ao alojamento conjunto.
> 1 ano: compressões abdominais.
Com seis horas de vida, apresentou dificulda-
de para mamar o seio materno. Ao exame físi- Se a criança ficar inconsciente, manobras de res-
co, apresenta icterícia +/4+ em face e parte su- suscitação cardiopulmonar (RCP) devem ser ini-
perior do tronco, restante do exame normal. ciadas, com o cuidado de observar se há na boca
Considerando o quadro descrito, o diagnóstico algum objeto que possa ser retirado, mas somen-
mais provável e a conduta correta são: te sob visualização direta. Neste caso, os golpes
a) icterícia fisiológica; suplementação com fór- nas costas ou a compressão abdominal não de-
mula láctea de partida e fototerapia. vem ser realizados, pois a própria compressão
b) icterícia fisiológica; tipagem sanguínea e bilir- torácica executada durante a RCP pode deslocar
rubina total e frações. o objeto. O médico socorrista deve decidir o mo-
c) icterícia hemolítica; Coombs do recém-nascido. mento adequado para a tentativa de manter a
d) icterícia hemolítica; Coombs da mãe e fototerapia via aérea segura (entubação orotraqueal, crico-
e) icterícia hemolítica; tipagem sanguínea, Coom- tirotomia ou traqueostomia). A modalidade tera-
bs da mãe e do recém-nascido, bilirrubina to- pêutica de escolha nos casos em que o CE está
tal e frações, fototerapia. no trato respiratório inferior é a broncoscopia
rígida, método “padrão-ouro” para diagnóstico e
23. Toda icterícia com menos de 24 horas de vida tratamento. Os CE nas vias aéreas em geral são
deve ser considerada patológica até que se prove removidos no mesmo dia em que o diagnóstico é
o contrário. Dentra as principais culpadas encon- realizado, podendo manter-se o paciente em je-
tra-se a icterícia hemolítica por incompatibilida- jum de 6 horas caso não haja urgência imediata.
de ABO e/ou Rh. Os exames de triagem (Bilirrubi- Resposta d.
nas totais e frações, tipagem sanguínea e coombs
maternos e do RN, dosagem de G6PD, LDH, reti- USP – 2001
culócitos) devem ser coletados e o paciente deve 25. Quanto ao risco de recorrência de crises
ser colocado em fototerapia de alta intensidade convulsivas febris, marque a alternativa
mesmo antes dos resultados, uma vez que nesse CORRETA:
Gabarito comentado 14
d) altura abaixo dos limites da normalidade, com a) o VDRL é contraindicado para o seguimento
idade óssea compatível com a idade cronológica terapêutico
e) altura abaixo dos limites da normalidade e b) o FTA–abs é o mais indicado para diagnóstico
idade óssea 2 anos acima da cronológica em recém-nascidos
c) a pesquisa direta em campo escuro na biópsia
28. A imensa maioria dos quadros de obesidade das lesões tem sensibilidade de 70% a 80%
na infância é de causa exógena (95%). Há estatu- d) o achado de anormalidades em ossos longos
ra e velocidade de crescimento normais, sendo a nos bebês com sífilis congênita é inferior a 60%
baixa estatura e o retardo de crescimento, quan-
do presentes, altamente sugestivos de obesida- 30. No seguimento do recém-nascido tratado
de de causa não exógena, como endocrinopatia de sífilis congênita, recomenda-se a realiza-
(hipotireoidismo) e síndromes genéticas. Não há ção de consultas mensais até o 6º mês de vida
atraso na idade óssea; pelo contrário, podem ser e bimestrais do 6º ao 12º mês de vida e VDRL
maturadores precoces (idades ósseas avança- seriado (1,3,6 12, 18 meses), interrompendo o
das). Resposta c. seguimento com dois exames consecutivos de
VDRL negativos. Caso haja elevação de títulos,
SUS–RJ – 2014 ou se não houver negativação aos 18 meses,
29. Em relação à amamentação em mãe puérpera reinvestigar.
com o diagnóstico de tuberculose bacilífera, O FTA-abs (teste treponêmico específico) posi-
recomenda–se: tivo, causado pela transferência passiva de an-
a) amamentar sem restrições ticorpos maternos, pode permanecer positivo
b) aleitamento artificial orientado até 1 ano de vida. Entretanto, testes sorológicos
c) amamentar com o uso de máscara para sífilis persistentemente positivos sugerem
d) ordenhar o leite e oferecer na mamadeira infecção e títulos ascendentes quase sempre
são diagnósticos.
29. Segundo a Academia Americana de Pediatria A pesquisa direta em campo escuro na biópsia
(AAP), recém-nascido de mãe com tuberculose das lesões tem sensibilidade de 70 a 80%. Envol-
em fase contagiante ou bacilífera, sem tratamen- vimento de metáfise e diáfise de ossos longos
to ou com menos de 3 semanas de tuberculostá- (tíbia, fêmur e úmero) causando osteocondrite,
ticos no momento do parto, deve ser separado osteíte e periostite são achados comuns na sífilis
da mãe mas alimentado com o leite materno congênita sintomática. As radiografias de ossos
ordenhado,uma vez que a transmissão geral- longos revelam anormalidades metafisárias su-
mente se dá pelas vias aéreas. A mãe deve rea- gestivas de infecção em aproximadamente 70 a
lizar pesquisa do bacilo álcool-ácido-resistente 90% dos casos. Resposta c.
(BAAR) no escarro até sua negativação, quando
poderá ter contato com o bebê. Este deve rece- SUS–RJ – Pediatria – 2014
ber quimioprofilaxia com isoniazida na dose de 31. Nas meninas, a puberdade inicia-se com:
10mg/kg/dia por 3 meses e, então, realizar o PPD. a) pelos axilares
Se o teste for positivo, está indicado rastrear a b) menarca
doença através de exame clínico e radiológico. c) pubarca
Se não se detecta infecção ativa, mantém-se a d) telarca
vigilância e a quimioprofilaxia até o sexto mês,
quando se aplica o BCG-ID. Se o PPD for negati- 31. As meninas começam normalmente a pu-
vo aos 3 meses de idade, a quimioprofilaxia pode berdade entre as idades de 8 e 13 anos. Seu de-
ser interrompida e o BCG-ID pode ser aplicado, senvolvimento puberal inicia-se, em geral, com
mantendo-se a vigilância clínica. Em situações o aparecimento dos brotos mamários e acele-
onde há risco de não acompanhamento do bebê ração linear do crescimento. Entretanto, cerca
em uso de quimioprofilaxia com isoniazida, é de das meninas apresentam aparecimento de
mais seguro indicar a vacinação com BCG-ID pelos pubianos antes do aumento dos seios.
concomitante. Resposta d.
Segundo a OMS, a amamentação deve ser man-
tida, porém deve-se diminuir o contato íntimo TEP – 2002
mãe-filho, além de se tomar cuidados: ama- 32. Lactente de oito meses apresenta secreção
mentar com máscara ou similar, lavar cuida- ocular mucopurulenta e hiperemia conjunti-
dosamente as mãos, rastrear os comunicantes, val à esquerda. Ao exame físico: irritabilidade
especificamente os domiciliares. As demais re- e abaulamento da membrana timpânica ho-
comendações são semelhantes às preconizadas molateral. Diante desse quadro clínico, o agen-
pela AAP. Resposta c. te infeccioso mais provável é:
a) Escherichia coli
SUS–RJ – Pediatria – 2014 b) Neisseria gonorrhae
30. Sobre o diagnóstico e acompanhamento labo- c) Chlamydia trachomatis
ratorial de sífilis congênita, é CORRETO afir- d) Haemophilus influenzae
mar que: e) vírus sincicial respiratório
Gabarito comentado 16
Ganho ponderal no primeiro ano de vida: IPSEMG – 2005
Primeiros dias: perda de cerca de 10% do peso 38. Todas as seguintes alternativas apresentam
de nascimento, com recuperação em torno do complicações da glomerulonefrite difusa agu-
10º. dia da, EXCETO:
a) convulsões
Ganho ponderal – 1º trimeste: 25 - 30g/dia b) encefalopatia hipertensiva
– 700-750g/mês c) hiperpotassemia
2º trimestre: 20g/dia – 600g/mês d) hipofosfatemia
3º trimestre: 15g/dia – 450g/ mês
38. Nas glomerulonefrites agudas, o fator fisio-
4º trimestre: 10-12g/dia – 350g/mês patológico mais importante, responsável pelos
1 – 3 anos: 240g/mês principais achados clínicos, é uma retenção renal
de sódio aumentada. Esse balanço positivo é de-
Pré-escolar: 2,5 a 3kg/ano terminado pela diminuição da filtração glomeru-
Peso de nascimento dobra no 4º mês (+/- 6kg) lar, sem um aumento proporcional da excreção
fracionada desse íon. O resultado dessa retenção
Peso de nascimento triplica no 1º ano (+/-
primária de sódio é uma expansão de volume
10kg)
do setor extracelular com suas consequências
Peso de nascimento quadruplica com 2 anos (edema, hipertensão e dispneia). O volume san-
(+/- 12Kg) guíneo está aumentado e o débito cardíaco, nor-
Ganho estatural no primeiro ano de vida mal ou elevado. A fração de excreção renal de
Estatura ao nascimento: em torno de 50 cm sódio (FENa) está baixa, refletindo uma conser-
vação importante desse íon. A hipoalbuminemia,
Cresce no primeiro semestre: 15 cm quando presente, deve-se mais à diluição do que
Cresce no segundo semestre: 10 cm à perda renal ou ao balanço negativo da albumi-
na. Em alguns casos, além do balanço positivo
Portanto: 25 cm/ ano ( a maior VC pós-natal do
de sódio, existe um importante aumento da água
ser humano) corporal, com hiponatremia por diluição e suas
Cresce entre 1 e 3 anos cerca de 10 cm/ ano consequências (sintomas e sinais neurológicos).
(atinge 1 metro com cerca de 4 anos) A GN pós-estreptocócica, o protótipo da GNDA, é
3 – 10 anos: velocidade de crescimento pré- tipicamente uma doença aguda, com recuperação
espontânea na maioria dos casos. A mortalida-
-puberal de 4 a 6 cm /ano
de na fase aguda é inferior a 0,5%. Os pacientes
Ganho de perímetro cefálico com proteinúria persistente têm um prognóstico
12 cm no primeiro ano de vida: 2cm/mês no pior. A hipertensão e as manifestações congesti-
primeiro trimestre, 1 cm/mês no segundo tri- vas quase sempre desaparecem após o início da
mestre e 0,5 cm/mês no segundo semestre. diurese, que geralmente ocorre em 1 a 2 semanas.
Observe que, somente com a lembrança do cres- Nos adultos, a fase de recuperação pode ser mais
cimento do PC (uma das regras mais importan- demorada. Aproximadamente 2% dos pacientes
tes), já é possível obter a resposta correta da podem ter um quadro de perda rápida da função
questão. Resposta a. renal, isto é, uma glomerulonefrite rapidamente
progressiva. A tendência de progressão para in-
suficiência renal terminal ocorre em aproxima-
SES-PE – 2004
damente 2% dos casos. Resposta d.
37. Em relação à amamentação, assinale a alter-
nativa INCORRETA:
a) criança em aleitamento materno exclusivo não UNICAMP – Pediatria – 2015
39. Paciente do gênero masculino, oito anos de ida-
deve receber água, chás ou outros alimentos
de é vítima de traumatismo cranioencefálico,
b) na sucção eficiente o bebê deve abocanhar o
sendo prontamente intubado, prescrito manitol
mamilo e parte da aréola, ficando com a boca
e hiperventilado. Recebe o diagnóstico de Sín-
aberta
drome de Cushing. Para esta síndrome é CORRE-
c) o intervalo das mamadas vai de acordo com a
TO afirmar que três achados estão presentes:
necessidade da criança ou da mãe a) taquicardia, bradpneia e hipotensão arterial
d) a amamentação deve ser iniciada o mais cedo b) bradicardia, taquipneia e hipertensão arterial
possível, já na primeira hora de vida c) taquicardia, taquipneia e hipotensão arterial
e) se a mama estiver ingurgitada, colocar o bebê d) bradicardia, bradipneia e hipertensão arterial
para sugar a intervalos de tempo menores
39. Hipertensão, bradicardia e arritmia respira-
37. Se a mama estiver ingurgitada e a criança sa- tória são sinais de elevação rápida da pressão
tisfeita, a mãe deve realizar a ordenha e esvazia- intracraniana, que frequentemente ocasiona
mento da mama. Isto parece ser o mais plausível. herniações cerebrais e óbito. Este fenômeno,
A alternativa C também tem uma improprieda- chamado de resposta vasopressora, é observa-
de: a adequação do intervalo das mamadas de do em 1/3 dos casos de hipertensão intracrania-
acordo com a necessidade da mãe não faz grande na. É mais conhecido com reflexo ou tríade de
sentido! Resposta e. Cushing. Resposta d.
Gabarito comentado 18
a) diazepam geralmente apresentam o teste de triagem (ELI-
b) fenitoína SA) positivo, mas o teste confirmatório (IFA ou
c) topiramato WB) indeterminado. Nestas situações, deve repe-
d) fenobarbital tir a sorologia até a sua negativação. Resposta d.
Gabarito comentado 20
lio, creches e escolas também devem ser envol- O cromossoma mais frequentemente perdido é
vidas. Com a conscientização, o envolvimen- to o paterno. Idade materna avançada não é con-
da família e da comunidade, outras mudanças siderada um fator de risco. A Clínica compreen-
poderão ser incen- tivadas como parte de um de baixa estatura, tendência à obesidade, atraso
amplo e contínuo processo educacional; a po- motor, incoordenação, disgenesia ovariana com
eira domiciliar é composta por uma mistura de ausência de elementos germinativos, gônadas
substâncias iner- tes e de matéria viva, como fi- em fitas, tórax em escudo, hipertelorismo mami-
bras de tecidos, poluentes, restos ali- mentares, lar, mandíbula pequena, pterigium coli, pescoço
ácaros, bactérias, descamação do epitélio huma- curto, coarctação da aorta, tendência à tireoidi-
no, insetos, fragmentos excretas de animais do- te autoimune. Má-formações cardiovasculares
mésticos, mofo e baratas. Proteínas alergênicas incluem a valva aórtica bicúspide e coarctação
estão presentes na excreta e epitélio de animais aórtica. Resposta c.
com pelo, ácaros e insetos. As partículas de ex-
cretas de ácaros constituem a principal fonte de UNICAMP – Pediatria – 2015
alérgenos domiciliares. Os ácaros se desenvol- 54. Lactente masculino, previamente saudável,
vem preferentemente em ambientes úmidos, com 9 meses de idade foi internado com In-
alimentam-se de epitélio descamado, mofo e de suficiência Respiratória Aguda Obstrutiva
restos alimentares. Ambientes com carpetes e na enfermaria de Pediatria durante 15 dias.
estofados são propícios à proliferação de ácaros. Diagnóstico de Bronquiolite Viral Aguda. Per-
Os alérgenos de animais domésticos provem do sistiu com sibilância por 1 mês após a alta do
epitélio descamado, pelo e excretas; as baratas hospital. Apresentou uma Crise de Insufici-
constituem uma importante fonte de alérgenos ência Respiratória Aguda Obstrutiva por mês
nos centros urbanos e a sensibilidade a elas está nos últimos 4 meses. Nega antecedentes de
associada a risco de asma de maior gravidade; atopia na família ou outras doenças. Qual o
Os poluentes domiciliares (fumaça de cigarro) fenótipo que melhor representasse lactente
e extradomiciliares (partículas de diesel) atuam sibilante (LS)?
como potencializadores da alergia respiratória, a. Asma.
além de precipitadores de sintomas. A inalação b. LS não atópico, transitório, menos severo e
passiva de tabaco, especialmente em ambientes menos prevalente do que asma.
fechados (domicílio), representa principalmente c. LS associado com atopia, hiper-reatividade
para a criança, uma causa de desencadeamen- brônquica.
to ou piora de doença de doença respiratória. A d. LS persistente grave.
inalação de fumaças, poluição, gases, aerossóis,
perfumes e odores podem, em alguns casos, pro- 54. 30 a 60% das crianças apresentam alguma si-
vocar asma e rinite. Resposta a. bilância nos primeiros 3 anos de idade. 40% no
primeiro ano. 17% mais de 3 episódios. Meninos
UNICAMP – Pediatria – 2015 chiam mais que meninas devido via aérea mais
53. Menina, 8 anos, é trazida a UBS por baixa es- estreita até o início da adolescência. Esses pos-
tatura. Mãe relata que a criança sempre foi suem maior prevalência de asma e hiper-reativi-
menor que as meninas da mesma idade. Nas- dade brôquica O Sibilante transitório tem inicio
ceu de parto normal a termo, P = 2.350 g e C < 3 anos e fim até escolar, com função pulmonar
= 45 cm, sem intercorrências. É inteligente e reduzida ao nascer, estando relacionado com
tem bom desenvolvimento neuro-psico-motor. tabagismo durante a gestação e sexo masculi-
Não tem outras queixas, exceto história de oti- no. O Sibilante persistente tem inicio < 3 anos
tes de repetição e uma discreta diminuição da e permanece como asmático, e está associado
acuidade auditiva. Tem boa alimentação. Epai a ocorrência de infecções por vírus respirató-
= 172 cm, Emãe = 163 cm. Aos 7 anos tinha E = rios nos primeiros anos de vida, especialmente
108 cm (z = 2,75). Ao exame físico: P = 21 Kg (z = VSR. Já o Sibilante com início tardio tem início
-1,33); E = 112 cm (z = -2,89), exame físico todo > 3 anos, presença de atopia e associado a asma.
normal, exceto unhas pequenas e quebradi- Resposta b.
ças. Qual a hipótese diagnóstica mais provável
e o exame a ser realizado? UNICAMP – Pediatria – 2015
a. Baixa estatura familial – não fazer exame algum, 55. RN com 15 dias de vida procura a UBS com re-
apenas realizar acompanhamento clínico. sultado do “teste do pezinho” colhido com 72
b. Hipotireoidismo adquirido – realizar dosagem horas de vida mostrando TSH = 75 mUI/L. Está
de T4 livre, TSH e anticorpos antitireóide. muito bem, com exame físico normal. Qual a
c. Síndrome de Turner – realizar cariótipo. conduta a ser tomada?
d. Deficiência de hormônio de crescimento – rea- a. Como a criança está com exame físico normal,
lizar dosagens de IgF1 e IgFBP3. observar e colher nova amostra de TSH no
“pezinho” com 30 dias de vida.
53. A síndrome de Turner é a causa mais fre- b. Como a criança está com exame físico normal,
quente de hipogonadismo no sexo feminino (Fa- observar e dosar em sangue venoso T4 livre e
lência Ovariana Primária). O Cariótipo é 45, XO. TSH com 30 dias de vida.
Gabarito comentado 22
57. A aspiração de corpo estranho (ACE) é um aci- portante a avaliação do nível sérico do sódio na
dente grave e potencialmente fatal que pode ocor- desidratação a fim de nortear o tratamento em
rer em qualquer fase da vida, mas é muito mais caso de distúrbios graves, evitando assim possí-
frequente em crianças. O diagnóstico precoce da veis danos neurológicos e até o óbito. Resposta d.
ACE é essencial, pois o retardo no seu reconhe-
cimento e tratamento pode incorrer em seque- UNICAMP – Pediatria – 2015
la de nitiva ou dano fatal. O diagnóstico de ACE 59. Criança de 18 meses de idade, com hidrocefa-
é facilmente estabelecido com radiogra as sim- lia congênita derivada no primeiro mês de vida
ples quando o objeto é radiopaco, mas a maioria apresenta há um dia vômitos (3 episódios), so-
dos corpos estranhos aspirados não é radiopaca; nolência e febre baixa não medida. Ao exame,
aproximadamente 20% das radiogra as em pa- discreta hiperemia em couro cabeludo em local
cientes com ACE con rmada são normais. Portan- de inserção de derivação ventriculoperitoneal;
to, uma radiogra a normal não exclui a presença FC: 150 bpm, FR: 28 rpm; pulsos cheios, perfu-
de corpo estranho. O passo mais importante no são 2 segundos; sem outras alterações dignas
diagnóstico é levantar a hipótese diagnóstica de de nota. A coleta de líquor mostrou 1.200 leucó-
ACE, sendo a broncoscopia considerada o proce- citos com predomínio de neutrófilos, glicorra-
dimento padrão ouro no diagnóstico e tratamento quia normal (55) e proteinorraquia aumentada
da ACE. A broncoscopia deve ser realizada em to- (150). Para este caso a alternativa CORRETA é:
dos os casos de suspeita de ACE. As taxas de su- a. Trata-se de meningite bacteriana; meningococo
cesso na extração de corpos estranhos são acima e pneumococo são os agentes mais prováveis; o
de 98%. Conscientizar pediatras, pais, crianças e tratamento consiste de antibioticoterapia endo-
cuidadores sobre o fornecimento de alimentos de venosa e medidas de suporte; não há necessidade
tamanho e textura apropriados, com base na ca- de abordagem da derivação ventriculoperitoneal
pacidade do paciente de mastigar e engolir, assim b. Trata-se de meningite bacteriana; meningo-
como afastar as crianças de brinquedos e objetos coco e pneumococo são os agentes mais pro-
pequenos, inapropriados para sua idade, é essen- váveis; o tratamento consiste de antibiotico-
cial na prevenção de ACE. Resposta c. terapia endovenosa, retirada da derivação
ventrículo peritoneal existente seguida de de-
UNICAMP – Pediatria – 2015 rivação externa.
58. Criança de 1 ano de idade tem história de c. Trata-se de meningite bacteriana; Staphylococ-
diarreia líquida há 3 dias, sem muco ou san- cus epidermidis e Staphylococcus aureus são os
gue, mais de 10 episódios por dia; mãe refere 6 agentes mais prováveis; o tratamento consiste
episódios de vômitos e febre não medida. Não de antibioticoterapia endovenosa e medidas
sabe informar sobre volume de diurese. Ao de suporte; não há necessidade de abordagem
exame físico apresenta-se sonolenta, FC: 170, da derivação ventrículo peritoneal.
FR: 60; perfusão de 3 segundos, pulsos finos, d. Trata-se de meningite bacteriana; Staphylococ-
sudorese fria, turgor pastoso, olhos encova- cus epidermidis e Staphylococcus aureus são os
dos, boca seca. Neste caso, trata-se de: agentes mais prováveis; o tratamento consiste
a. Diarreia aguda com desidratação grave, neces- de antibioticoterapia endovenosa, retirada
sário reidratação oral. da derivação ventrículo peritoneal existente
b. Diarreia aguda com desidratação grave, neces- seguida de derivação externa.
sário reidratação endovenosa; não há sinais
sugestivos de choque hipovolêmico. 59. O tratamento cirúrgico da hidrocefalia atra-
c. Diarreia protraída e desidratação; necessário vés da derivação ventrículo peritoneal (DVP) tem
reposição de líquidos e dieta com leite de soja. na infecção a maior causa de morbidade, com
d. Diarreia aguda e desidratação grave/choque graves repercussões como déficit intelectual,
hipovolêmico, necessário rehidratação endo- neurológico e cognitivo. Diversos fatores de ris-
venosa e tratamento de suporte. co contribuem para infecção em DVP, tais como:
causa da hidrocefalia, recém nascidos, inserção
58. As crianças são mais suscetíveis à desidra- primária do sistema de derivação, meningite
tação que os adultos devido a alguns fatores: o prévia, inadequada habilidade técnica da equi-
maior percentual de água corporal total, a su- pe cirúrgica, tempo cirúrgico longo, presença de
perfície corpórea relativamente maior que a dos fístula liquórica, necrose de couro cabeludo e
adultos e a maior incidência de doença diarreica perfuração ou infecção de vísceras abdominais.
aguda. A causa mais comum da necessidade da Os microrganismos mais prevalentes são os Stha-
terapia de hidratação venosa (THV) em pediatria phylococcus aureus (12-40%) e Sthaphylococcus
é a hipovolemia causada por vômitos e diarreia epidermidis (52,8-88,9%). Entre os bacilos Gram-
devido à doença diarreica aguda. A maioria dos -negativos (9-22%), são freqüentes as Enterobac-
casos de desidratação pode ser resolvida através térias, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas
da terapia de reidratação oral, mas a THV tem in- aeruginosa. O tratamento consiste de antibio-
dicações precisas, como no choque hipovolêmi- ticoterapia endovenosa, retirada da derivação
co. A desidratação isotônica é a mais frequente ventrículo peritoneal existente seguida de deri-
e está relacionada à diarreia, entretanto, é im- vação externa. Resposta d.
Gabarito comentado 24
a. Varicela lopatia de Wernicke-Korsako , que se caracteriza
b. Citomegalovirose por depressão amnésia e demência, e pode ser
c. Doença de Kawasaki reversível se tratada a tempo. Resposta c.
d. Sarampo
UNICAMP – Pediatria – 2017
64. A doença de Kawasaki é vasculite sistêmica 67. Das alternativas abaixo qual é a CORRETA quan-
e aguda de etiologia desconhecida. Ocorre mais to ao conjunto de conceitos para a condução de
frequentemente em meninos, 80% dos casos em uma paciente com Cetoacidose Diabética:
crianças com menos de cinco anos, sendo rara a. Quando a glicemia estiver acima de 200 mg dl,
após os oito anos. Pode atingir crianças de todas independente da fase de tratamento, infundir
as raças, tendo maior incidência entre os descen- insulina em push. 2
dentes asiáticos.Caracteriza-se por febre, con- b. Evitar infundir mais que 3 a 4 litros/m de soro fi-
juntivite bilateral não exsudativa, eritema e ede- siológico ou Ringer Lactato, nas primeiras 24 hs.
ma de língua, lábios e mucosa oral, alterações de c. Administrar insulina até que a glicemia che-
extremidades, linfonodomegalia cervical, exan- gue em 150 mg dl. Nesse ponto suspender a
tema polimórfico. Resposta c. insulina independente da acidose.
d. Utilizar bicarbonato intravenoso se valor plas-
UNICAMP – Pediatria – 2017 mático estiver < 15 mEq/dl.
65. Paciente de 4 anos de idade, com albumina me-
nor que 2,5 g/dl, hiperlipidemia
2
e proteinúria 67. O uso de insulina é essencial para interrom-
acentuada (40 mg/m /hora). Evolui com piora per a lipólise e a cetogênese. Deve-se usar bai-
súbita, com quadro de insuficiência respirató- xas doses, iniciadas a partir da 2 hora. Um bolus
ria aguda. A alternativa CORRETA para o pri- inicial pode reduzir muito a glicemia e levar ao
meiro diagnóstico a se considerar é: edema cerebral. Os paciente com CAD apresen-
a. Pneumotórax espontâneo tam desidratação hipertônica, o que subestima
b. Embolia pulmonar o real grau de desidratação. A hidração veno-
c. Sepse grave sa preza por restauração da volemia, correção
d. Pneumonia por citomegalovírus dos déficits de água e sódio no intracelular, au-
menta a excreção renal de glicose e corpos ce-
65. Paciente com sindrome nefrótica tem maior tônicos, aumenta a sensibilidade a insulina, pela
chance de hipercoagulabilidade por perda de fa- diminuição da liberação de contrarreguladores.
tores antitrombóticos. No quadro de insuficiên- Grandes volumes estão associados a edema ce-
cia respiratória aguda, o diagnostico de embolia rebral. Quando glicemia<250mg/dl, pH>7,3 e
pulmonar deve ser aventado. Resposta b. bicarbonato>15mEq/l pode-se iniciar insulina re-
gular subcutânea na dose de 0,15 U/kg de 4/4 ho-
UNICAMP – Pediatria – 2017 ras até iniciar a insulina de ação intermediária
66. Paciente de 4 meses de vida, não amamenta- (NPH) na manhã após estabilização. Bicarbonato
do, com utilização de fórmula de soja não en- se acidose grave: pH < 6,9 e/ou HCO3 < 5: dimi-
riquecida (extrato de soja). Sem outra fonte nuição do inotropismo, vasodilatação periférica,
de alimento. Interna com quadro de diarreia, hipotensão e arritmias cardíacas. Resposta b.
desidratação e elevação do lactato arterial.
Dentre as hipóteses diagnósticas aventadas, UNICAMP – Pediatria – 2017
considera-se que é possível que a alimentação 68. A respeito de epilepsia na infância, assinale a
influencie para que ocorra esta evolução. Assi- alternativa CORRETA:
nale a alternativa CORRETA quanto à provável a. A maioria dos pacientes apresenta lesão cere-
deficiência deste paciente: bral (tumores e malformações cerebrais).
a. Deficiência de Riboflavina b. A maioria dos pacientes não terá controle das
b. Deficiência de Ácido Ascórbico crises epilépticas, mesmo com uso de vários
c. Deficiência de Tiamina fármacos antiepilépticos.
d. Deficiência de Piridoxina c. A maioria dos pacientes apresenta atraso glo-
bal do desenvolvimento neuropsicomotor.
66. O homem depende da ingestão de alimentos d. A maioria dos casos é de fácil controle e o
para suprir as suas necessidades em tiamina, que prognóstico é bom.
existe em muitos alimentos em pequenas quanti-
dades. Dentre as inúmeras fontes de vitamina B1 68. Definida como a ocorrência de duas ou mais
temos a levedura de cerveja seca, a carne (por- crises epilépticas nos últimos 12 meses sem
co, cordeiro, vaca), aves, cereais de grão inteiro, evidências de insultos agudos como febre, ingestão
leguminosasExiste comprometimento dos ner- de álcool, intoxicação por drogas ou abstinência1, a
vos periféricos com distúrbios da sensibilidade, epilepsia constitui um dos distúrbios neurológicos
diminuição da força muscular e até paralisias. mais comuns na infância, com incidência geral de
Pode haver um comprometimento cardíaco, le- aproximadamente 1% para epilepsia idiopática.
vando a insu ciência cardíaca congestiva. No O estabelecimento do diagnóstico nesta faixa
sistema nervoso central, podemos ter a encefa- etária é algumas vezes complicado devido às
Gabarito comentado 26
e/ou SatO2 abaixo da esperada na transição nor- a. Os sintomas costumam aparecer até 48 horas
mal, logo após o nascimento. A aplicação de CPAP de vida.
pode ser feita por meio da máscara conectada ao b. O acometimento pulmonar e/ou meníngeo é
circuito do ventilador mecânico manual em T, incomum.
com pressão de 4-6 cmH2O e fluxo gasoso de 5-15 c. Os agentes infecciosos não estão relacionados
L/minuto, estando a máscara firmemente ajusta- à flora urogenital da mãe.
da à face do paciente. Não há indicação precisa d. A taxa de positividade da hemocultura é elevada.
da intubação em sala de parto com o intuito de
administrar o surfactante profilático. Resposta a. 75. A sepse neonatal precoce ocorre em até 72
horas. O acometimento meníngeo é raro, diferen-
UNICAMP – Pediatria – 2017 temente da tardia. Os agentes infecciosos estão
74. Recém-nascido a termo, com diagnóstico de relacionados à flora urogenital da mãe. A taxa de
meningite precoce por bacilo Gram-negativo positividade da hemocultura é de 30%. Resposta a.
entérico, em tratamento há 5 dias e ainda man-
tendo febre. Assinale a alternativa CORRETA: INCA – Cancerologia Pediátrica – 2009
a. Nova coleta de líquido cefalorraquidiano é im- 76. Para a profilaxia de ITU, o antibiótico prefe-
portante para guiar o tratamento. rencial, sua dose em mg/kg de peso e o número
b. A situação é tranquilizadora pois se espera a de doses diárias são, respectivamente:
manutenção da febre por até 5 dias. a) sulfametoxazol-trimetoprim / 20 de trimetoprim / 3
c. Há indicação precisa de administração intra- b) nitrofurantoína / 1 a 2 / 1
ventricular de antimicrobianos. c) norfloxacina / 5 / 1
d. Não há necessidade de exames de imagens do d) cefalexina / 25 / 2
sistema nervoso central.
76. Dentre os fármacos, o de melhor eficácia e
74. Em RN com meningite a administração pre- maior segurança é a nitrofurantoína, apesar da
coce de ATB EV é fundamental. Caso ausência de possibilidade de intolerância gástrica, principal-
melhora da febre em 72 horas, deve-se realizar mente no início do tratamento. As drogas mais
nova coleta de líquido cefalorraquidiano e pes- usadas são: nitrofurantoína, sulfametoxazol +
quisar por abcessos cerebrais. Resposta a. trimetoprim, e/ou cefalosporina de 1a geração.
Essa última é usada no período de recém-nascido
UNICAMP – Pediatria – 2017 até 60 dias de vida, quando deverá ser substituí-
75. Em relação à sepse neonatal de aparecimento da pela nitrofurantoína ou por sulfametoxazol +
precoce é CORRETO afirmar: trimetoprim.
Resposta b.
Gabarito comentado 28
Se com a laringoscopia direta ou uso de broncos- fluoroscopia, porém a broncoscopia rígida não
cópio não foi possível obter acesso à via aérea, é apenas diagnóstica, mas também o tratamen-
deve ser prontamente realizada a cricotireoidos- to de escolha para a remoção do corpo estranho.
tomia ou traqueostomia. Resposta b.
A criança intubada ficará na UCI pediátrica, ven-
tilada com um mínimo de PEEP para prevenir Prefeitura de Sorocaba – 2007
atelectasias e suporte de pressão, restrição de 81. Menino de 9 anos de idade apresentou, há 12
movimentos (mãos contidas) e sedação. O mo- dias, febre e tosse. Foi atendido e recebeu diag-
mento da extubação será decidido com base em nóstico de infecção de vias aéreas superiores
fatores clínicos e na história natural da doença. de origem viral. Está afebril desde então, mas
A maioria dos casos pode ser extubada dentro de como persiste com tosse, a mãe realizou, por
24 horas, desde que a criança esteja hidratada, iniciativa própria, Rx de tórax que apresenta
afebril, sem toxemia e que exista um escape de laudo de infiltrado pneumônico à direita, em
ar ao redor do tubo intratraqueal. A espera pelo base. A hipótese mais provável é de pneumonia
escape de ar é posição controversa, mas ainda a) tuberculosa
a adotamos em nosso serviço. Alguns preferem b) viral ou por Mycoplasma pneumoniae
examinar a região da glote para verificar a volta c) linfocítica inespecífica
à normalidade nas estruturas anatômicas. d) estreptocócica
Se a extubação não pode ser feita em quatro a e) alérgica
cinco dias, está indicada a endoscopia de vias
aéreas para verificar a possibilidade de granu- 81. Este é um quadro clássico de pneumonia
lação ou de outra anormalidade ainda não diag- por Mycoplasma pneumoniae, cuja incidência é
nosticada. Aproximadamente 10% dos pacientes maior em crianças com mais de 5 anos de idade.
apresentarão estridor após a extubação, que res- Esta infecção caracteriza-se por tosse persisten-
ponde às medidas convencionais. Resposta d. te, não produtivas, cefaleia, ausência de consoli-
dação ao Raio X de tórax.
SJT – 2009 O Raio X de tórax é variável e inespecífico. A
80. Uma criança negra, previamente hígida, de maioria dos achados é unilateral (até 85%) e
dois anos de idade desenvolve tosse crônica há ocorre nos lobos inferiores. No início do curso da
seis semanas. Ela foi a dois prontos-socorros doença, há um quadro de linhas intersticiais au-
diferentes em duas ocasiões neste período, mentadas com um padrão reticulonodular. Este
sendo receitada antibioticoterapia para pneu- frequentemente progride para áreas de consoli-
monia. Na ausculta, você percebe sons respi- dação nodulares, segmentares ou mesmo loba-
ratórios normais do lado esquerdo. No lado di- res. Ocorre adenopatia hilar em até um terço dos
reito, você ausculta diminuição do murmúrio pacientes. Em até 20% das crianças podem ocor-
durante a inspiração e nenhum som à expira- rer derrames pleurais, evidenciados nas incidên-
ção. O exame de raios X de tórax de rotina não cias em decúbito lateral. No curso clínico desta
mostra infiltrado, mas o coração está discre- enfermidade pode ocorrer hemólise por aglutini-
tamente desviado para a esquerda. O próximo nas frias (IgM). Atenção para a recorrência desta
passo mais apropriado para se fazer o diagnós- questão no futuro próximo. Resposta b.
tico neste paciente é:
a) medir o cloreto do suor do paciente Prefeitura de Sorocaba – 2007
b) obter radiografias de tórax em inspiração e em 82. Em crianças, a maior porcentagem de casos de
expiração pneumonias virais são causadas por:
c) prescrever antibióticos de amplo espectro a) rinovírus
d) iniciar uma prova com beta-agonistas inalatórios b) vírus influenza
e) prescrever doses apropriadas de prednisona c) adenovírus 3 e parainfluenza 1
d) viras sincicial respiratório e parainfluenza
80. Pneumonias recorrentes em crianças sob ou- e) adenovírus 7
tros aspectos saudáveis indicam potencial blo-
queio anatômico das vias aéreas. No paciente em 82. Grande parte das informações dos agentes
questão, os achados do exame clínico sugerem a etiológicos das pneumonias na infância é prove-
presença de corpo estranho nas vias aéreas. Ra- niente de trabalhos realizados em países desen-
diografias em inspiração e expiração podem ser volvidos. Vários estudos apontam os vírus como
úteis. Radiografias inspiratórias de rotina prova- os principais agentes de pneumonia em crian-
velmente devem parecer normais ou próximas ças menores de 5 anos em países desenvolvidos.
do normal (como aparece na questão). Raios X Quanto mais jovem a criança, excluindo-se os
expiratórios identificarão o aprisionamento primeiros 2 meses de vida, maior a chance de
de ar atrás do corpo estranho. É pouco comum ocorrência de doença de etiologia viral. Entre os
que o corpo estranho seja visível na radiografia; vírus, o sincicial respiratório é o mais frequente-
deve-se ter alto nível de suspeita para se fazer o mente encontrado, seguido dos vírus influenza,
diagnóstico. Possíveis corpos estranhos nas vias parainfluenza, adenovírus, rinovírus. Menos fre-
aéreas são potencialmente diagnosticados por quentemente, outros vírus podem causar pneu-
Gabarito comentado 30
UNICAMP – Pediatria – 2017 88. O posicionamento do acesso venoso, quando
87. Em referência à conduta em sala de parto assegurado antes do transporte, tem a finalidade
diante de um recém-nascido a termo com lí- de evitar perdas e extravasamento de medica-
quido amniótico meconial, assinale a alterna- mentos que possam causar queimaduras na pele
tiva CORRETA: dos pacientes, além de ser mais seguro caso haja
a. O clampeamento do cordão umbilical deverá necessidade de utilização de medicações de ur-
ser imediato mesmo que a criança apresente gência. Quando o acesso periférico for inviável
boas condições de vitalidade por ser considerado inseguro durante o trans-
b. O contato pele a pele é permitido se recém- porte, deve-se cogitar a possibilidade de acesso
-nascido está bem, com bom tônus e respiran- central, sendo o cateter umbilical o mais utiliza-
do regularmente. do. Resposta b.
c. Ele deverá ser encaminhado para a mesa de
recepção imediatamente para que sejam ini- UNICAMP – Pediatria – 2017
ciadas as manobras de reanimação. 89. Em relação ao clampeamento do cordão um-
d. Caso respiração irregular e/ou hipotonia ao bilical em sala de parto, assinale a alternativa
nascimento, o início da ventilação com pres- CORRETA:
são positiva é posterior à aspiração traqueal. a. É realizado entre 60-120 segundos de vida
para todos os recém-nascidos independente-
87. Na vigência de líquido amniótico meconial, in- mente da idade gestacional.
dependentemente de sua viscosidade, a aspiração b. É realizado entre 30-60 segundos de vida para
das vias aéreas ao desprendimento do polo cefáli- todos os recém-nascidos independentemente
co do concepto não deve ser realizada. Logo após da idade gestacional.
o nascimento, se o RN é de termo, está respirando c. É realizado entre 60 e 120 segundos para re-
ou chorando e com tônus muscular em flexão, ele cém-nascidos com menos de 34 semanas de
apresenta boa vitalidade e deve continuar junto gestação e de boa vitalidade.
de sua mãe depois do clampeamento do cordão. d. É realizado entre 60 e 180 segundos para re-
Se o paciente com líquido amniótico meconial é cém-nascidos com mais de 34 semanas de ges-
pré-termo tardio ou pós-termo ou não iniciou mo- tação e de boa vitalidade.
vimentos respiratórios regulares ou o tônus mus-
cular está flácido, é necessário leva-lo à mesa de 89. Recomenda- se, no RN ≥34 semanas com res-
reanimação e realizar os passos iniciais, sendo piração adequada e tônus muscular em flexão ao
prudente incluir a aspiração de vias aéreas supe- nascimento, clampear o cordão umbilical 1-3 mi-
riores. Ou seja: prover calor, posicionar o pescoço nutos depois da sua extração completa da cavi-
em leve extensão, aspirar boca e narinas suave- dade uterina. O neonato pode ser posicionado no
mente com sonda traqueal e secar o paciente. Tais abdome ou tórax materno durante esse período.
passos devem ser executados em, no máximo, 30 O clampeamento de cordão em RNPT com boa vi-
segundos. A seguir, se a avaliação mostra que o talidade ao nascer após 30 segundos resulta em
RN está com respiração espontânea regular e FC menor frequência de hemorragia intracraniana e
>100 bpm, sempre que possível, ainda na sala de enterocolite necrosante, além de diminuir a ne-
parto, deixa-lo em contato pele-a-pele com a mãe, cessidade de transfusões sanguíneas, embora se
coberto com tecido de algodão seco e aquecido. comprove a elevação da bilirrubinemia indireta,
De maneira continuada, observar a atividade, o com indicação de fototerapia. Resposta d.
tônus muscular e a respiração/choro. No RN com
líquido amniótico meconial de qualquer viscosi- UNICAMP – Pediatria – 2017
dade levado à mesa de reanimação para os passos 90. Paciente de 3 anos com atraso de fala, sem
iniciais, que apresenta apneia, respiração irregu- atraso do desenvolvimento neuropsicomotor.
lar e/ou FC <100 bpm, é fundamental iniciar a VPP Assinale a alternativa CORRETA que expressa
com máscara facial e ar ambiente nos primeiros a conduta inicial a ser tomada:
60 segundos de vida. Resposta b. a. Audiometria condicionada
b. Ressonância magnética de crânio
UNICAMP – Pediatria – 2017 c. Ressonância de ouvido médio
88. Em relação ao transporte inter-hospitalar de d. Fundo de olho
um recém-nascido de alto risco, assinale a al-
ternativa CORRETA: 90. O pediatra, ao deparar com queixas de fami-
a. A mãe não pode ser a responsável pela autori- liares referentes ao desenvolvimento da comu-
zação devido ao puerpério. nicação da criança, como atraso na aquisição da
b. Mesmo com um acesso venoso central é neces- fala, vocabulário pobre, trocas articulatórias ou
sário um acesso periférico de reserva. dificuldades escolares, deve imediatamente in-
c. Em casos de menor gravidade o transporte vestigar o desenvolvimento global da criança,
pode ser feito com oxigênio por nebulização bem como o histórico familiar para tais alterações
na incubadora. e o ambiente comunicativo em que a mesma está
d. Glicemia menor que 80 mg/dl impede o início inserida. Em muitos casos, é necessário investigar
do transporte. fatores orgânicos como alterações auditivas e neu-
Gabarito comentado 32
96. A doença de Chron DC tem como sintomas clás- UNICAMP – Pediatria – 2017
sicos dor abdominal, diarréia, perda de peso. Dor 98. Uma criança de 6 anos de idade portadora de
abdominal em cólica, difusa ou em quadrante direi- Síndrome de Down apresenta na avaliação la-
to baixo. Fezes podem ser sanguinolentas ou não. boratorial tireoidiana de rotina os seguintes
Doença crônica perianal, com bandas, fissuras, fís- resultados: anticorpo antiperoxidase positivo,
tulas e abcessos. Estomatite aftosa recorrente pode anticorpo anti-tireoglobulina positivo, T4 livre
sugerir o diagnótico. Diminuição da velocidade de = 1,2 µg/dL (normal de 0,7 a 1,9), TSH ultras-
estatura pode preceder sintomas abdominais em sensível = 4,8 mUI/L (normal de 0,2 a 4,5). Em
5 anos. Falência do crescimento como único sinal
relação ao diagnóstico e à conduta, assinale a
em 5% dos crianças. Anorexia, deficiencia de fer-
alternativa CORRETA:
ro e baixa densidade mineral óssea pode ser visto.
a. Hipotireoidismo adquirido por Tireoidite au-
Eritema Nodoso possui placas ou nódulos firmes,
toimune – reposição com L-tiroxina
vermelhos, com calor na face extensora das extre-
midades inferiores e que segue a atividade intesti- b. Tireoidite autoimune eutireoideana – repetir
nal. Deve-se proceder investigação por endoscopia exames em 12 meses
alta e colonoscopia. Resposta d. c. Tireoidite subaguda com exames não esclare-
cedores da função tireoidiana – realizar teste
UNICAMP – Pediatria – 2017 de estímulo com TRH
97. Lactente, feminino, 10 meses de idade, há 4 d. Tireoidite autoimune com hipotireoidismo
meses foi internada em Unidade de Terapia sub-clínico – repetir T4 livre e TSH ultrassen-
Intensiva Pediátrica com diagnóstico de bron- sível em 3 a 6 meses
quiolite viral aguda. Desde então apresenta
crises mensais de sibilância. Assinale a alter- 98. Pacientes com síndrome de down estão mais
nativa CORRETA quanto a outros dados que sujeitos à Tiroidite autoimune. Deve-se verificar
poderiam indicar o diagnóstico de asma no a função tireoideana. Repetir a medida de TSH
lactente para este caso: com 6 meses, 12 meses e depois anualmente.
a. Crises desencadeadas por pó caseiro, mãe com Resposta d.
asma, exame físico com presença de lesões
compatíveis com Dermatite Atópica, tratamen- UNICAMP – Pediatria – 2017
to das crises de sibilância com boa resposta ao 99. Menino de 13 anos de idade relata dor e nodu-
Beta 2 agonistas de curta duração
lação na região mamária há 6 meses. Desde os
b. Crises desencadeadas por vírus, sem antece-
11 anos relata ter iniciado aumento do pênis
dente familiar de atopia, exame físico normal
e pilificação genital. Nega quaisquer outras
fora da crise, tratamento das crises de sibilân-
cia com boa resposta ao Beta 2 agonistas de queixas e uso de medicamentos ou drogas ilí-
curta duração citas. Ao exame físico: saudável sem altera-
c. Crises desencadeadas por vírus ou quando ções ao exame físico geral e especial, exceto,
mama, mãe com asma, exame físico normal estádio GIII (pênis com 8 cm de comprimen-
fora das crises, não responde ao Beta 2 agonis- to), PIII, testículos de cerca de 10 cm3 bilate-
tas de curta duração ralmente, tecido glandular mamário bilateral
d. Crises desencadeadas por choro, sem antece- com cerca de 4 cm de diâmetro (MIII bilateral).
dente familiar de atopia, exame físico normal Assinale a alternativa CORRETA em relação à
fora das crises, tratamento das crises de sibi- causa mais provável da ginecomastia e a con-
lância com boa resposta ao Beta 2 agonistas de duta a ser realizada:
curta duração. Crises de sibilancia desencade- a. Ginecomastia puberal – expectante, na maio-
adas por vírus, eosinofilia maior que 4%. ria dos casos há regressão espontânea
b. Síndrome de Klinefelter – mamoplastia
97. A maioria das crianças com crises de sibilância c. Ginecomastia por uso não referido de droga ilícita,
apresenta quadros transitórios e de boa evolução, como a maconha; orientado suspensão da droga
mas o diagnóstico de asma é importante de ser es- d. Hipogonadismo – terapia de reposição hormo-
tabelecido precocemente. Se sensibilização por an-
nal com testosterona
tígenos pereniais no inico da vida, há mais chance
de asma, mais grave, hiper-responsividade brôn-
99. Ginecomastia puberal corresponde ao au-
quica e perda de função pulmonar. Se sensibilição
mento do tecido glandular mamário no sexo
mais tardia, pouco reação à alérgenos sazonais e
perda de função pulmonar. No inicio da vida se masculino. Ocorre em 2/3 dos meninos. Aumento
sensibiliza à antígenos alimentares e que pode in- por 2 a 3 anos que regride na puberdade. Pou-
dicar risco se atopia. Mais tarde par ambientais. Se ca importância futura. Bilateral ou unilateral.
excesso de medidas ambientais pode provocar pio- Quando pensar em causas patológicas? Tanner
ra, porque elimina fatores protetores. Alterações Atrasado ou Avançado e Ginecomastias muito
na função pulmonar e sensibilização mantida à grandes. Tratamento espectante até o desapare-
alérgenos pereniais (ácaro doméstico e pelos de cimento na puerdade. 90% com < 4cm: regride
cão e gato) marcam o início da asma. Resposta a. em 3 anos. Resposta a.
100. A presença de ritmo organizado sem pulso constitui definição de AESP. Em PCR por AESP/Assitolia o
uso de epinefrina e RCP eficaz deve ser complementado com a tentativa de identificar causas reversíveis.
Nenhuma das alternativas é correta. A primeira medida a ser tomada em uma PCR é RCP efetiva, com aces-
so venoso. Após isso procede-se a IOT. Resposta a.
Não desejo nenhum epitáfio além da afirmação de que ensinei estudantes de medicina nas enfermarias, o que de longe
considero como o trabalho mais importante e útil que já realizei.
– SIR. WILLIAM OSLER.
Gabarito comentado 34