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GESTÃO ESTRATÉGIA
DE CUSTOS
Fabiano Simões Coelho
fabiano@fabianocoelho.com.br
http://www.fabianocoelho.com.br
Realização
Fundação Getulio Vargas
FGV Management
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Bibliografia
2 TEXTO DE ESTUDO 8
CONTABILIDADE DE CUSTOS 16
Objetivos da Contabilidade de Custos 17
O Demonstrativo De Resultado 18
O Demonstrativo de Resultado de uma Empresa Comercial 20
O Demonstrativo de Resultado na Empresa Industrial 20
CONCEITOS, DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÕES 21
TERMINOLOGIA CONTÁBIL 21
CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS 23
Dilema Contábil: Custeio por absorção VS Custeio Variável 26
INTRODUÇÃO 26
ABORDAGEM POR ABSORÇÃO 27
ABORDAGEM POR CONTRIBUIÇÃO - CUSTEIO VARIÁVEL 29
Análise Custo-Volume-Lucro 32
Custeio Baseado em Atividades - A.B.C. 40
Introdução 40
Os Benefícios e as Restrições do ABC 41
Atribuição de custos às Atividades 42
Identificação e Seleção dos Direcionadores de Custos 43
1. PROGRAMA DA DISCIPLINA
1.1 Ementa
Estratégia mercadológica de preço: os impulsos de compra do consumidor e a curva de
demanda para as empresas, análise do macroambiente, as estratégias de preço. O significado
das informações do demonstrativo de resultado. Custeio por contribuição versus custeio por
absorção. Análise custo-volume-lucro: ponto de equilíbrio, metas de vendas com objetivo de
lucro. Decisão de preço quando varia o preço do insumo. Decisão de aceitar ou rejeitar uma
proposta. Decisão de preço considerando o retorno sobre o investimento. Retirar ou
adicionar um produto de linha. Custo ABC. Decisão de comprar ou fazer.
1.3 Objetivos
• Identificar as diferenças entre Contabilidade Financeira e Contabilidade de Custos.
• Analisar o Break- Even-Point , a maximização de resultado e o impacto do Imposto
de Renda.
• Diferenciar a aplicabilidade entre os métodos de custeio absorção, variável e ABC -
Custeio Baseado em Atividade.
• Formar o preço através da análise de Mark-Up. Aplicar a relação custo-benefício e
custo de oportunidade na análise de custos.
1.5 Metodologia
A metodologia utilizada será de exposição dialogada, debates, estudos de caso. Criar
situações onde os alunos poderão absorver o aprendizado de forma e exercitar, vivenciando
situações.
2 TEXTO DE ESTUDO
1
Referenciaremos PASSIVO como o conjunto das contas: Exigibilidades mais Patrimônio Líquido.
Conceito de Ativo
À compreensão do conceito de ATIVO está diretamente ligado ao entendimento do
objetivo da contabilidade: que tem sua definição mais corriqueira oriunda do
Accounting Terminology Bulletin No. 1 da American Institute of Certified Public
Accounting (AICPA), de 1941:
Contabilidade é a arte de registrar, classificar e resumir de forma
significativa e em termos monetários, transações e eventos que são, pelo
menos em parte, de características financeiras... 2 .
A definição da AICPA nos faz "olhar" o ATIVO de uma forma estática, como bens e
direitos que uma empresa possui e que foram adquiridos a um custo monetário
mensurável3 , e não de maneira que permita mensurar eficiência, como aplicações
capazes de gerar receitas em períodos futuros 4 . A forma estática pode induzir a erros
de percepção na informação. Indicando: uma empresa possui mais bens e direitos que
outra não significa competência.
Por exemplo, duas empresas, A e B, trabalham na mesma indústria, produzindo
produtos similares. O ativo de A é valorado em $1.000, enquanto o de B em $2.000. O
resultado de ambas empresas são iguais: vendas $1.000, custos $900 e lucro $100. Se
considerarmos a definição de que ATIVOS são bens e direitos - deveremos,
consequentemente, escolher a empresa B como superior a empresa A; o ativo da
empresa B é superior.
Investidores, de forma diferente da definição estática (bens e direitos), mesmo leigo em
contabilidade, optaria seus investimentos para a empresa A: investiria menos recursos
para obter o mesmo resultado. Dessa forma, o nosso aplicador estará em vantagem
competitiva - seu retorno sobre o investimento será superior.
Procurando expressar de forma mais adequada, a Accounting Principles Board (APB),
no Statement No. 4 de Outubro de 1970, refere a contabilidade como conceito de
informação.
Contabilidade é uma atividade de serviço. Sua função é fornecer
informações quantitativas, de preferência de natureza financeira, sobre
entidades econômicas, com a intenção de ser útil à tomada de decisões,
permitindo uma escolha razoável entre cursos alternativos de ações.... 5 .
A conceituação contemporânea da contabilidade fez, também, evoluir o conceito e
valoração do ATIVO, um bem tem valor se for moeda ou um item que
2
Most, K.S., Accounting Theory, Grid, 1977, p. 1
3
Anthony, R., Contabilidade Gerencial, Atlas, 1981, p. 45
4
Garrison, R.H., Managerial Accounting: Concepts for Planning, Control, Decision Making, BPI,
1988, Fifth Edition, p. 280
5
Most, K.S., Accounting Theory, Grid, 1977, p. 2
6
Anthony, R., Contabilidade Gerencial, Atlas, 1981, p. 45
Capital de Giro
Desconsiderar as questões sobre o CAPITAL DE GIRO podem causar inúmeros
dissabores, como mostra a experiência recente de empresas que apresent avam condições
aparentemente saudáveis, a considerar-se seus ativos, e foram incapazes de atender aos
seus compromissos de curto prazo, caracterizando a situação conhecida como
insolvência técnica.
No mundo real, os executivos passam a maior parte de seu tempo administrando seus
ativos e passivos circulantes, em um processo tão repetitivo que acaba por obscurecer
sua importância. No Brasil, entre as maiores empresas em termos de vendas em 1992, o
capital de giro líquido (ou capital circulante líquido) representava, na média, cerca de
21% do patrimônio líquido. E era da ordem de 15% e 40%, entre as maiores empresas
industriais e comerciais, respectivamente.
Por essas razões, a Política e a Administração do Capital de Giro desempenham papel
importante na gestão de qualquer empresa. Enquanto a primeira estabelece o nível a ser
mantido de cada categoria dos ativos circulantes - caixa e títulos, contas a receber e
estoques - e a forma de financiá-los, a Administração do Capital de Giro se preocupa em
assegurar que as metas estabelecidas sejam seguidas.
Mas em que consiste, de fato, o capital de giro de uma empresa ? O termo capital de
giro foi cunhado a partir da atividade desenvolvida pelo caixeiro-viajante do passado,
que enchia sua carroça com mercadorias e saía pelos povoados buscando vendê- las.
Essas mercadorias tinham o nome de capital de giro ("working capital" em inglês)
7
Gitman, L.J., Princípios de Administração Financeira, Harbra, 1984, Terceira Edição, p. 284
porque era isso que ele vendia, ou girava, trocando-as por dinheiro. Por exemplo, se o
caxeiro viajante tem um carroça capaz de carregar 100 unidade de um produto, ao custo
de $1,00/unid. e o resultado dessas vendas geraram um valor de $150. Ao retornar
("turnover") este homem deverá: (1) utilizar $100 como o capital necessário para
adquirir as mesmas mercadorias e (2) considerar $50 como lucro da empreitada. A
carroça e o cavalo constituíam seus ativos permanentes. Enquanto, o valor necessário
para adquirir as mercadorias, o investimento em capital de giro (ou, "working
capital") 8 .
Note que seu lucro ao fim de um dado período, como um ano, seria a função do número
de viagens realizada (isto é, do giro ou 'turnover"). Por exemplo, se o vendedor, ao fim
de um ano, conseguisse realizar 10 viagens (um giro de 10), teria um lucro anual de:
Lucro no Ano = Lucro por Viagem x Giro no Ano
Lucro no Ano = 50 x 10 = $500
Como visto acima o ATIVO CIRCULANTE representa investimentos em contas
necessárias a operação corrente. Mais especificamente, a empresa necessita de estoques
para atender a demanda dos clientes. Idealmente, o investimento em estoque deveria ser
ZERO; quando o cliente chegar para adquirir o produto, esse estaria chegando do
fabricante ou estaria acabando de ser produzido.
Infelizmente projetar esse procedimento é inviável. Pois o consumidor não encontrando
a marca desejada, provavelmente, adquirirá o produto do concorrente. Podendo a
empresa perder: a oportunidade de vender e a lealdade do consumidor.
Os investimentos nas contas do ATIVO CIRCULANTE estão relacionadas com o risco
de insolvência técnica (insolvência técnica significa: incapacidade da empresa de
pagar suas contas no vencimento); sendo mensurado "através do montante do Capital
Circulante Líquido ou do Índice de Liquidez Correntes... Supõe-se que: quanto maior o
montante de Capital Circulante Líquido (definido como: Ativo Circulante menos o
Passivo Circulante) menos risco a empresa apresenta"9 .
O valor investido a conta CAIXA é um dos principais elementos que tem por fim evitar
insolvência técnica. Ele amortiza as diferenças existentes no fluxo de entrada e saída de
caixa e evita possíveis problemas quando o fluxo de entrada de caixa não ocorre como
projetado. A diferença entre o fluxo de entrada e saída de caixa, também, ocorre por
haver períodos em que o volume de pagamentos será superior ao do recebimento. Como
conseqüênc ia, necessita-se haver um saldo de caixa para cobrir essa diferença.
Os investimentos em contas do CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO são denominados
como CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO; o ATIVO CIRCULANTE são conhecidos por
CAPITAL DE GIRO. Essa denominação, CAPITAL DE GIRO, é devido ao fluxo em que os
investimentos em ESTOQUES ao serem vendidos a clientes tornam-se CONTAS A
RECEBER. E, finalmente, ao transformar essas dívidas em CAIXA ocorre-se um GIRO
OPERACIONAL na empresa. O dinheiro regresso a conta CAIXA, por sua vez, irá adquirir
novamente ESTOQUE, recomeçando o GIRO.
Os valores dos GIROS das contas do ATIVO CIRCULANTE mensuram quão eficiente
a firma gerencia seus investimentos operacionais. Apesar de não existir um valor ótimo
8
Brigham, E.F., Fundamentals of Financial Management, Dryden, 1989, Fifth Edition, p. 269
9
Gitman, L.J. Op cit. p. 283
para cada uma dessas contas, o giro é uma medida que pode ser empregada para
responder a seguinte pergunta: A vista dos níveis operacionais correntes ou projetados,
o valor investido em cada item do ativo é razoável, baixo ou alto ? 10
Custo de Capital
O custo de capital é a taxa de retorno que uma empresa precisa obter sobre seus
investimentos de forma a manter inalterado o valor de mercado da empresa 11 . Esta taxa
pode ser considerada como o retorno exigido pelos investidores a fim de atrair o
financiamento necessário a custo razoável. O inve stidor estará sempre procurando obter
uma taxa de retorno composta: (1) do custo de juros livre do risco do empreendimento e
(2) do prêmio de risco do empreendimento. A taxa de retorno desejada pelo investidor
pode ser expressa pela seguinte equação matemática:
k=j+r
onde:
k = taxa de retorno desejada pelo investidor
j = custo do juros livre do risco
r = prêmio exigido pelo risco percebido pelo investidor
Portanto, projetos com taxa de retorno abaixo do custo de capital diminuirão o valor da
firma: o preço da ação será reduzido e investidores de renda fixas (debêntures, bancos, etc.)
exigirão juros superiores para financiar a empresa (pois, a taxa de risco será mais alta). Por
outro lado, projetos com taxa de retorno superior a do custo de capital aume ntarão o valor
da empresa: acionistas terão o preço da ação elevado e outros investidores aceitarão
financiar a empresa a juros que embutem prêmio de risco mais baixo.
O custo de capital é uma taxa que compreende as várias fontes de financiamento,
combinando as respectivas taxas. As fontes de financiamento, por sua vez, são
representadas pelas contas do PASSIVO. Por exemplo, imaginemos que a empresa
XYZ possui a seguinte estrutura de passivo:
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante $800 Fornecedores $200
Ativo Permanente $1.200 Exigibilidades $800
Patrimônio Líquido $1.000
Ativo - Total $2.000 Ativo – Total $2.000
Nessa estrutura estamos dividindo o Passivo em três grupos de contas: Fornecedores,
que representam as dívidas vinculadas a operação da empresa; Exigibilidades, que são
relacionadas a investidores que retornos cujas taxas são fixas ou previamente
estabelecidas; e, Patrimônio Líquido, que representa os acionistas da empresa.
A separação aqui apresentada está caracterizada pelo custo relativo a cada grupo de
financiadores. Por exemplo, os financiadores de Exigibilidades querem uma taxa de
10
Brigham, E.F. Op cit. p. 268
11
Gitman, L.J. Op cit. p. 479
60 dias por $85. O valor registrado na nota fiscal é $85, sendo esse contabilizado à
estoque, que ao ser vendido é debitado à conta Custos das Mercadorias Vendidas.
2. Exigibilidades, cujo conjunto de contas estão relacionadas a investidores que
demandam retornos com taxas são fixas ou previamente estabelecidas. Por exemplo,
empréstimos de curto e longo prazos realizados por bancos, debentures, etc.
3. Patrimônio Líquido, que representa o conjunto de contas pertencentes aos acionistas
da empresa; por exemplo, Capital, Lucros Retidos.
Os financiadores da conta Exigibilidades querem uma taxa de juros de 10% a.a. e os
acionistas desejam um retorno sobre o Patrimônio Líquido de 16% a.a, livre do imposto
de renda. O imposto de renda possui uma taxa de 50%.
OBS: É importante notar que ativos ociosos elevarão o valor do ATIVO. E, quanto
maior o valor do ATIVO maior terá de ser o lucro gerado pelos mesmos a fim de
produzir a mesma taxa de retorno.
PEDE-SE:
Qual deverá ser a taxa de retorno dessa empresa de forma a fazer frente as taxas
exigidas pelos investidores ? (Em outras palavras, qual o custo de capital da empresa
JCS ?)
RESPOSTA:
A conta Exigibilidade corresponde a 40% do total do ATIVO ($400/$1.000); o custo
para empresa desse item é de: 0,04 (40% a um custo de !0%; ou, 0,40 x 0,10); o que
significa que o lucro operacional terá de contemplar um valor igual a $40 para pagar os
juros cobrados pelos bancos.
O Patrimônio Líquido eqüivale a 50% do ATIVO ($500/$1.000). O retorno desejado
pelos acionistas livre do Imposto de Renda é 16%. O imposto de renda possui uma taxa
de 50%, significando que o retorno para os acionistas antes do imposto de renda deverá
ser 32%
Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) LAIR
Menos: Imposto de Renda (IR) 0,5 x LAIR
Igual: Lucro Líquido (16% do Patrimônio Líquido {PL}) 0,16PL
LAIR – 0,5LAIR = 0,16PL
LAIR = 0,16PL / 0,5 = 0,32PL
Como o PL da empresa é de $500, o valor a ser obtido no LAIR é 32% de $500, isto é, $160.
Dessa forma, $80 serão pagos ao Imposto de Renda e $80 serão revertidos ao PL,
perfazendo os 16% de retorno desejado. Em outras palavras, o retorno desejado pelos
acionista depois do imposto de renda é de 16%, ou 0,16 (50% ao custo de 32%; ou, 0,50 x
0,32).
Portanto, combinando os custos dos dois itens para empresa, teremos um custo de
capital igual a 20% (0,20 = 0,04 + 0,16). Em resumo, o LO terá de ser 20% do valor do
ativo, ou seja, $200; $160 para o LAIR e $40 para pagar os juros dos empréstimos.
H2R Ltda.
A H2R Ltda. possui um ativo total no valor de $2.000.000,00. A empresa pretende
operar com a seguinte estrutura de capital, isto é de Passivo:
PASSIVO
1 Exigível de Curto Prazo
1.1 Fornecedores $ 300.000,00
1.2 Impostos Indiretos $ 50.000,00
1.3 Empréstimo para Capital de Giro $ 150.000,00
Exigível de Curto Prazo - Total $ 500.000,00
3 Patrimônio Líquido
3.1 Capital $ 700.000,00
3.2 Lucros Retidos $ 300.000,00
$1.000.000,00
Passivo – Total $2.000.000,00
Os empréstimos para capital de giro têm um custo anual de 10%; enquanto as
debêntures 13% aa. Os acionistas desejam um retorno sobre o Patrimônio Líquido de
17,5% aa, livre do imposto de renda. O imposto de renda tem uma taxa de 30%.
Pergunta-se:
1. Quanto deverá a H2R obter de lucro operacional para fazer frente a demanda das
fontes financiadoras de capital, isto é, dos valores apresentados no Passivo ?
2. Qual é a percentagem do lucro operacional em relação ao Ativo Total, isto é, qual é
a rentabilidade requerida do Ativo Total ?
CONTABILIDADE DE CUSTOS
A Contabilidade de Custos forma parcela ponderável da moderna Contabilidade
Administrativa, Gerencial ou Analítica. Passaremos a expor alguns conceitos breves que
nos auxiliarão a desenvolver a tese de que as técnicas de Contabilidade de Custos
constituem um poderoso instrumento nas mãos do administrador para o eficiente
desempenho de suas funções.
Importante notar que durante muito tempo se pensou que a Contabilidade de Custos se
referia apenas ao custeamento dos produtos e que servia somente às empresas
industriais. Todavia, atualmente, esse ramo da Contabilidade é constituído de técnicas
que podem ser aplicadas a muitas outras atividades, inclusive, e principalmente, aos
serviços públicos e ainda às empresas não- lucrativas.
Uma distinção clara entre Contabilidade Industrial e Contabilidade de Custos é
essencial nesta ponto. Contabilidade Industrial é a aplicação dos princípios e preceitos
da Contabilidade Geral, ao registro, organização e controle das operações de uma
empresa industrial, assim como o são a Contabilidade Bancária, a de Transportes, a de
Seguros e assim por diante. A Contabilidade de Custos, no entanto, engloba técnicas de
Contabilidade Geral e outras técnicas extracontábeis para o registro, organização,
análise e interpretação dos dados relacionados à produção ou à prestação de serviços,
podendo ser aplicada igualmente como detalhe da Contabilidade Industrial, da
Contabilidade Bancária, da Contabilidade de Transportes e de Seguros.
O Demonstrativo De Resultado
A contabilidade financeira prepara relatórios econômico financeiros para usuários externos
a empresa, como bancos, investidores, etc. Sua ênfase é empregar os princípios e regras
estabelecidos por entidades que a regulame ntam. No Brasil, por exemplo, uma empresa
com capital aberto necessita atender regras que satisfaçam a demanda da Secretária da
Receita Federal do Ministério da Fazenda e da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A preocupação, portanto, da contabilidade financeira está com a forma que os fenômenos
econômicos, que afetam as entidades, serão medidos e comunicados. É vital para a
As duas (2) cadeiras que ficaram em Estoque estão ao seu custo de compra, $100 (ou, $50
cada). Ao término de período, esse valor é conhecido como ESTOQUE FINAL.
Como mencionado anteriormente, a fim de determinarmos o lucro teremos de apropriar as
outras despesas organizacionais. Essas despesas ocorreram para venda do produto, como
aluguel da loja, comissão de vendedores, etc. Contudo, não se tem como relacionar
diretamente as mesmas aos produtos. Elas são competência do PERÍODO. Assim sendo,
por convenção, estabeleceu-se que todas as despesas incorridas nas áreas de vendas e
administrativas seriam alocadas ao item DESPESAS OPERACIONAIS. Sua subtração ao
LUCRO BRUTO nos informaria o LUCRO OPERACIONAL. Esse lucro mostra a
capacidade gerencial dos administradores frente ao ativo disponível.
As DESPESAS DE JUROS, também, referem-se ao período, isto é, sua competência está
relacionada ao período de obtenção da receita e não com a venda do produto. Assim sendo,
a subtração das Despesas de Juros ao Lucro Operacional temos o Lucro Antes do Imposto
de Renda (LAIR).
CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS
A) QUANTO A ALOCAÇÃO AO PRODUTO
Custo Direto - São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos
fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação.
EXEMPLOS:
· Matéria-prima - Normalmente, a empresa sabe qual a quantidade exata de matéria
prima que está sendo utilizada para a produção de uma unidade do produto. Sabe-se o
preço da matéria-prima, o custo daí resultante está associado diretamente ao produto.
· Mão-de-Obra direta - Trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados diretamente
no produção. Sabendo-se Quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço da
mão-de-obra, é possível apropriá-la diretamente ao produto.
· Material de embalagem.
· Depreciação de equipamento quando é utilizado para produzir apenas um tipo de
produto.
· Energia elétrica das máquinas, quando é possível saber quanto foi consumido na
produção de cada produto.
Custo Indireto - São os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para
serem apropriados em diferentes produtos, portanto, são os custos que só são
apropriados indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas é
chamado de base ou critério de rateio. EXEMPLOS:
· Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto.
· Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção.
· Aluguel da fábrica.
· Gastos com limpeza da fábrica.
· Energia elétrica que não pode ser associada ao produto.
OBSERVAÇÕES:
1. Se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos.
2. Às vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno valor que não
compensaria o trabalho de associá-lo a cada produto, sendo tratado como indireto.
Exemplo: Gastos com verniz e cola na fabricação de móveis.
B) QUANTO AO VOLUME
Custo Fixo - Custos Fixos são aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que seja o
volume e produção da empresa. É o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será
cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível de produção, inclusive no caso da
fábrica nada produzir.
Observe que os Custos Fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem
variar de va lor no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sofre
reajuste em determinado mês, não deixa de ser considerado um Custo Fixo, uma vez
que terá o mesmo valor qualquer que seja a produção do mês. Outros exemplos:
Imposto Predial, Depreciação dos equipamentos (pelo método linear), Salários de vigias
e porteiros da fábrica, Prêmios de seguro, etc.
GRÁFICO REPRESENTATIVO DOS CUSTOS FIXOS (CF)
Custo Fixo
Total
Custo
Custo
Custo Fixo
Unitário
Custo Variável - Custos Variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do
volume de produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver
quantidade produzida, o Custo Variável será nulo. Os Custos Variáveis aumentam à
medida em que aumenta a produção.
OUTROS EXEMPLOS:
· Materiais indiretos consumidos.
· Depreciação dos equipamentos (quando esta for feita em função das horas/máquina
trabalhadas).
· Gastos com horas-extras na produção.
GRÁFICO REPRESENTATIVO DOS CUSTOS VARIÁVEIS (CV)
Custo Variável
Total
Custo Variável
Cu Cu
sto sto
Unitário
Teoria Prática
Unidades Produzidas Unidades Produzidas
Receita Total
Pr LUCRO
eç
o
C.V. +
D.V.
C.F. + D.F.
PREJUÍZO
Quantidade
Custo Semi-Fixo - Custos Semi-Fixos são custos que são fixos numa determinada faixa
de produção, mas que variam se há uma mudança nesta faixa. Considere, por exemplo, a
necessidade de supervisores de produção de uma fábrica expressa na tabela a seguir:
Custo Semi-Variável - Custos Semi- Variáveis são custos que variam com o nível de
produção mas que, entretanto, têm uma parcela fixa que existe mesmo que não haja
produção. É o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a
concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora
o valor da conta dependa do número de quilowatts consumidos e, portanto, do volume
de produção da empresa.
Outros exemplos: aluguel de uma copiadora no qual se cobra uma parcela fixa mesmo
que nenhuma cópia seja tirada; gasto com combustível para aquecimento de uma
caldeira, que varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá, mesmo que
seja num valor mínimo, quando nada se produza, já que a caldeira não pode esfriar.
sagaz e hábitos misteriosos 14 . O preço computado, por sua vez, é conhecido como
preço-meta, por ter embutido a expectativa do retorno sobre o investimento.
O método do preço- meta pode ser, também, empregado por empresas que tenham
pouca influência sobre o preço de mercado. Este é caso que mostra: (1) qual deverá ser
o preço ideal do mercado para a estrutura atual de custo da empresa; ou, (2) qual deverá
ser a estrutura de custo ideal da empresa para um dado preço de mercado. A primeira
situação deixa a empresa a mercê do mercado, sem nenhuma ação gerencial. No
segundo, o método sinaliza um custo a ser perseguido.
A seguir discutiremos o efeito das duas abordagens contábeis, absorção versus
contribuição, no custo do produto; mais a frente, mostraremos através de exemplos a
vantagem da abordagem por contribuição em algumas decisões, como a de preço.
Ao término deste módulo, entre outras coisas, esperamos que o leitor seja capaz de:
- distinguir margem de contribuição de margem bruta e suas aplicações;
- identificar a importância do custo unitário;
- distinguir o conceito: abo rdagem por absorção e abordagem por
contribuição;
14
Horngren, C.T., Introdução à Contabilidade Gerencial, PHB, 1981, Quinta Edição, p. 74
15
Garrison, R.H., Managerial Accounting: Concepts for Planning, Control, Decision Making, BPI,
1988, Fifth Edition, p.278
16
Boone, L.E. e D.L. Kurtz, Contemporary Marketing, Dryden, 1989, Sixth Edition, pp. 359 e 360 e
Atkin, B., editado por Pocock, M.A. e A.H.Taylor, Financial Planning and Control, Pricing Policy,
Gower, 1988, Second Edition, p. 69
RATEIO
Produto Z RESULTADO
Produto Y Vendas
(-) CPV
Lucro $ 29.000
17
Atkin, B., editado por Pocock, M.A. e A.H.Taylor, Financial Planning and Control, Pricing Policy,
Gower, 1988, Second Edition, p. 70
18
DeCoster, D.T. e E.L. Schafer, Management Accounting: A Decision Emphasis, Wiley/Hamilton,
1976,
19
Garrison, R.H., Managerial Accounting: Concepts for Planning, Control, Decision Making, BPI,
1988, Fifth Edition, p.27
20
DeCoster, D.T. e E.L. Schafer, Management Accounting: A Decision Emphasis, Wiley/Hamilton,
1976,
21
DeCoster, D.T. e E.L. Schafer, Management Accounting: A Decision Emphasis, Wiley/Hamilton,
1976,
22
Atkin, B., editado por Pocock, M.A. e A.H. Taylor, Financial Planning and Control, Pricing Policy,
Gower, 1988, Second Edition, p.70 e Boone, L.E. e D.L. Kurtz, Contemporary Marketing, Dryden,
1989, Sixth Edition, p. 360
RESULTADO
Produto Z
Vendas
Produto Y
(-) Custo Variável
Fixa
(=) Resultado Líquido
Análise Custo-Volume-Lucro
Definição dos custos variáveis e custos fixos e calcular os efeitos das variações de volume
sobre cada um destes custos.
Uma das análises mais relevante em negócio é a de custo-volume-lucro. Conhecendo-se o
comportamento dos custos do produto, essa análise permite estudar o efeito no lucro se
ocorrer variação no volume de vendas ?, ou qual o volume de vendas será necessário para
que o lucro do negócio seja $X ?, ou que preço deve ter o produto, dado que o volume de
operação será de Y unidades e o lucro desejado deverá ser de $Z ?. As relações entre
receita, despesas e lucro são estudadas a fim de responderem perguntas similares as
apresentadas.
Para utilizar essa análise é importante que os custos da empresa sejam divididos em fixos e
variáveis. Os custos fixos e variáveis são definidos em termos da variação de um custo
total em relação às variações de quantidade de uma atividade escolhida. Ao descrever a
diferença entre esses dois tipos de custos encontra-se os seguintes pontos relevantes:
1. qualquer negócio pode classificar seus custos em fixos e variáveis, o importante é
conhecer o intervalo operacional (também conhecido como intervalo de confiança) no qual
os valores estabelecidos para os custos fixos e variáveis são constantes; por exemplo, entre
300 a 600 unidades o somatório dos custos fixos é de $1.000 e o somatório dos custos
variáveis por unidade é de $5,00;
2. os custos fixos por unidade são variáveis e os custos variáveis por unidade são
fixos; contudo, quando estamos descrevendo para um nível de operação, como os custos
para 400, 450 e 500 unidades. O somatório dos custos fixos é $1.000, não variando.
Enquanto o somatório dos custos variáveis para 400 unidades é de $2.000, para 450 é de
$2.250 e para 500 é de $2.500. Sendo diferentes para cada um desses níveis; e,
3. o custo unitário médio compreende o custo total (somatório dos custos fixos e dos
custos variáveis) para o nível de operação dividido por esse nível de operação. Assim
sendo, o custo unitário médio para o nível de operação em:
- 400 unidades será $7,50 ([$1.000 + $2.000] / 400),
- 450 unidades será $7,22 ([$1.000 + $2.250] / 450),
- 500 unidades será $7,00 ([$1.000 + $2.500] / 500).
A parcela relativa aos custos variáveis por unidade será constante ($5,00 por unidade), mas
a dos custos fixos por unidade irá variar (para 400 unidades é de $2,50 por unidade, para
450 é de $2,22 e para 500 é de $2,00). Razão por que temos de ser cuidadosos quando
utilizamos a informação do custo unitário médio em tomadas de decisão.
Calculo do volume da atividade tanto em valores quanto em unidades, para atingir o
ponto de equilíbrio.
A análise do custo-volume- lucro baseia-se na fórmula:
Receita = Custos Totais + Lucro
O ponto de equilíbrio expressa o volume a ser comercializado a fim de que o Lucro seja 0
(zero), isso é, que os custos sejam iguais a receita.
Por exemplo, o Hotel Savoy possui 200 quartos e opera 365 dias ao ano. Se operar
a 100% de capacidade durante todo o ano terá 73.000 diárias (200 diárias por dia x
365 dias ao ano). A diária do hotel é de $55. O custo variável por diária é de $5 e os
custos fixos no ano totalizam $1.000.000,00. Pergunta-se: quantas diárias terão de
ser obtidas no ano para se ter o ponto de equilíbrio ?
O objetivo é obter uma receita em que subtraindo dos custos encontre um lucro
igual a zero. Os custos por sua vez, são divididos em variáveis e fixos; e, em cada
diária que se obtém incorre-se num custo variável de $5. Assim sendo, os custos
variáveis durante um ano podem ser expressos de uma forma geral como:
Custos Variáveis = custos variáveis por diária x número de diárias no ano
isto é, como o objetivo é saber o número de diárias no ano que fornecerá o ponto de
equilíbrio, esta será definida como Q e a fórmula acima toma a forma:
Custos Variáveis = $5 x Q
A receita anual com diárias pode ser definida como:
Receita = preço por diária x número de diárias no ano
Considerando que o valor da diária é de $55, pode-se, portanto, expressar que a
receita no ponto de equilíbrio será:
Receita = $55 x Q
Como, os custos fixos anuais totalizam $1.000.000,00, pode-se estruturar essas
informações da seguinte forma:
Receita 55 x Q
Menos: Custos Variáveis 5 xQ
Igual: Margem de Contribuição 50 x Q
A equação acima, diz que Margem de Contribuição menos Custos Fixos é igual ao Lucro,
assim sendo:
50 x Q – 1.000.000 = 0
Q = 1.000.000 / 50 = 20.000 diárias no ano
isto é, se o hotel comercializar 20.000 diárias atingirá o ponto de equilíbrio. A
receita no ponto de equilíbrio será $1.100.000,00 (20.000 diárias no ano x $50 por
diária)
empresa, representa 10% da receita e em uma unidade é 0,10 de p. Assim sendo, pode-se
expressar essas duas variáveis como:
custo de aquisição da unidade = 0,25 x p
custo da comissão de vendas = 0,10 x p
como, essas duas variáveis compõem o custo variável de uma unidade, esta variável
pode ser definida como:
custo variável de uma unidade = 0,35 x p
Esta relação do custo variável de uma unidade com o preço de 35% será constante
para todas as unidades, sendo, portanto, a mesma quando somamos todos os
produtos. Para confirmar, basta somarmos os preços do gravador de CD com o do
papel, que é $804 ($800 do gravador de CD e $4 do papel para impressora), isto é
se a loja vender somente esses dois produtos sua receita será de $804. O custo
variável da loja será o somatório dos custos variáveis desses dois produtos, $281,40
($280 do gravador de CD e $1,40 do papel para impressora). Se dividir $281,40 por
$804, o valor resultante será 0,35, isto é o custo variável da loja sobre a receita é de
35%. Conseqüentemente, o índice de margem de contribuição (a divisão da
margem de contribuição sobre receita) será de 65%.
Como o objetivo é determinar o valor da receita (R) que forneça o ponto de equilíbrio,
pode-se estruturar as informações apresentadas acima da seguinte forma:
Receita R
Menos: Custos Variáveis 0,35 x R
Igual: Margem de Contribuição 0,65 x R
Menos: Custos Fixos 325.000
Igual: Lucro 0
Como já mencionado, a equação acima, diz que Margem de Contribuição menos Custos
Fixos é igual ao Lucro, assim sendo:
0,65 x R – 325.000 = 0
R = 325.000 / 0,65 = $500.000
isto é, se a loja H2R vender $500.000 ao ano atingirá o ponto de equilíbrio.
Calculo do volume da atividade em unidades, com objetivo de lucro quando existe IR.
A fórmula da análise custo-volume- lucro é a mesma, isto é:
Receita = Custos Totais + Lucro
A diferença é que para se determinar o Lucro Líquido (LL) tem de computar o Lucro
Antes do Imposto de Renda (LAIR). E, ao LAIR é deduzido o Imposto de Renda (IR). O
problema é que o objetivo definido ou desejado é o LL, assim sendo o calculo a ser
realizado passa a ser o LAIR. Como o IR é um % do LAIR, pode-se determinar o LAIR
através da fórmula:
Esse tipo de problema ocorre para empresas em que seus custos fixos são comuns aos
produtos. Ou seja, se o produto sai de linha, os custos fixos continuam. É trivial
encontrar esse tipo de problema em empresas de varejo. O custo do aluguel, força,
segurança, seguro, salário do pessoal administrativo, etc., não é modificado pelo
ingresso ou retirada de um produto de linha. Esses custos existem para se obter um
volume de vendas.
Para determinar o ponto de equilíbrio da empresa quando se há mais de um produto com
política de preço diferenciada tem de se considerar o “mix” dos produtos, isto é, a
proporcionalidade de vendas de cada produto em relação ao volume de vendas totais.
Por exemplo, a empresa InfoShow vende dois tipos de computadores: notebook e
desktop. A empresa tem custos fixos que totalizam $88.800. O preço e o custo variável
de cada produto, assim como o volume de vendas projetado é apresentado a seguir:
NOTEBOOK DESKTOP
Preço por unidade $4.000 $1.800
Custo variável por unidade $2.000 $1.200
Margem de contribuição por unidade $2.000 $ 600
Volume de vendas projetado 20 180
FEVEREIRO MARÇO
Número de unidades comercializada 100 150
Receita $45.000 $67.500
Menos: Custos dos Produtos Vendidos 25.000 32.500
Igual: Lucro Bruto $20.000 $35.000
Menos: Despesas Operacionais 9.500 11.750
Igual: Lucro $11.500 $23.250
O custo total para 150 unidades, $44.250, é o somatório dos custos variáveis, $29.250 (que
é igual ao custo variável por unidade, $195, vezes 150 unidades) mais os custos fixos.
Desta forma, temos que:
Custo fixo = $44.250 - $29.250. = $15.000
O preço de venda do produto é obtido pela divisão da receita pelo número de unidades
comercializadas.
Preço por unidade = $67.500 / 150 unidades = $450
Com as informações acima, pode-se determinar o nível de atividade para obter um
lucro igual a $30.900
Receita 450 x Q
Menos: Custos Variáveis 150 x Q
Igual: Margem de Contribuição 255 x Q
Menos: Custos Fixos 15.000
Igual: Lucro 30.900
Como já mencionado: Margem de Contribuição menos Custos Fixos é igual ao Lucro,
assim sendo:
255 x Q – 15.000 = 30.900
Q = 45.900 / 255 = 180 unidades
isto é, se a empresa Fernandes Produção e Comércio de HD Ltda comercializar 180
unidades obterá um Lucro igual a $30.900.
Introdução
O custo ABC – Activity Based Costing é uma das maneiras que dispomos para calcular
os custos da empresa, mas não a única. O Custo Baseado em Atividades (ABC), é uma
metodologia que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas pelo rateio
arbitrário dos custos indiretos.
O ABC pode ser aplicado, também, aos custos diretos, principalmente à mão-de-obra
direta, e é recomendável que o seja; mas não haverá, nesse caso, diferenças
significativas em relação aos chamados “sistemas tradicionais”. A diferença
fundamental está no tratamento dado aos custos indiretos. Com o avanço tecnológico,
diversidade de produtos e serviços, com quantidades e complexidades variadas, que
tendem a crescer com as necessidades dos clientes, as empresas caminham para a
produção personalizada ou pelo menos para uma vasta gama de itens direcionados para
um grande número de pequenos nichos de mercado.
Com equipamentos cada vez mais automatizados, a mão-de-obra direta tende a reduzir
cada vez mais enquanto os custos indiretos tendem a crescer tanto em valor como
percentualmente em relação à mão-de-obra direta. Esses custos indiretos são
principalmente os de manutenção e depreciação desses equipamentos. Os custos
indiretos representavam cerca de 10% do custo de produção e hoje chegam a 50%,
enquanto a mão-de-obra reduziu consideravelmente e em alguns casos pode chegar até a
5% do custo de produção.
Tradicionalmente, os rateios dos custos indiretos de produção eram feitos em grande
parte em relação a mão-de-obra direta e como eram valores relativamente pequenos a
serem rateados, não causava grandes problemas no custo de produção mesmo que, não
fossem absolutamente corretos. Atualmente, a aplicação pura e simples desta
sistemática pode causar sérias distorções no cálculo do custo e, portanto no preço de
venda dos produtos.
Note, que estamos falando de rateios dos custos indiretos de produção. As despesas
indiretas das empresas, desde que não façam parte da cadeia logística do produto ou
serviço, podem e devem continuar a ser rateadas da maneira tradicional. Exemplo:
honorários da diretoria, salários dos funcionários do RH, etc.
O ABC iniciou com Kaplan e Cooper em Harvard e mostra as atividades que consomem
recursos e agregam ou não valor ao produto ou serviço. Ele utiliza direcionadores de
custos, que permitem uma melhor distribuição dos custos indiretos de produção ou do
Na realidade como se sabe, os custos dos produtos não deveriam ter variado, pois para o
produto B, simplesmente houve uma redução da mão-de-obra direta, seguida de um
aumento igual no custo indireto relacionado ao mesmo. A tabela anterior mostra que o
produto A sofreu um acréscimo de 24%. Neste ponto é que os métodos tradicionais de
custeio distorcem a informação, pressupondo que os custos indiretos são uma função do
custo direto. Em alguns tipos de indústria são, porém na grande maioria esta premissa é
totalmente falsa.
Receosos de seu sistema de custos, a empresa XYZ contratou uma consultoria
especializada em Gestão de Custos para implementar a metodologia ABC. Após a
análise e a obtenção de dados para a construção do modelo conceitual, evidenciou-se os
seguintes recursos que compõem o custo indireto:
Item Valor (R$)
Aluguel do Depósito R$ 400.000
Depreciação dos Equipamentos R$ 550.000
Mão-de-Obra Indireta R$ 1.000.000
Total dos Custos Indiretos R$ 1.950.000
De posse das tabelas acima, podemos calcular o custo alocado a cada uma das
atividades suporte, aplicando os direcionadores dos recursos nos valores totais de custos
de cada um dos recursos:
Recursos Alocados às Atividades
Atividades Salários Aluguel Depreciação Total
Neste estágio, já efetuamos a 1ª fase da alocação dos custos, utilizando os dados dos
recursos, alocando às atividades mapeadas, utilizando os direcionadores específicos. A
fim de completar a alocação do ABC, é necessário que se aloque os custos das
atividades acima para os produtos A e B. Para tal, a equipe do projeto levantou os
direcionadores de cada uma das atividades, buscando os valores específicos para o
período. Os resultados do mapeamento podem ser visualizados na tabela a seguir:
Atividade Direcionador da Valores p/o Valores p/o %
Atividade Produto A Produto B
Receber Materiais Nº Componentes Recebidos 2.000 1.000 100
Inspecionar Materiais Nº Componentes 100 1.000 100
Inspecionados
Estocar Materiais Nº Componentes 12.000 12.000 100
Armazenados
Com os valores acima tabulados, podemos enfim montar a tabela dos custo dos
produtos da XYZ com base na metodologia ABC:
Descrição Produto A Produto B
Matéria-Prima $ 500.000 $ 500.000
Mão-de-Obra Direta $ 300.000 $ 150.000
Receber Materiais $ 127.000 $ 63.000
Inspecionar Materiais $ 95.000 $ 965.000
Estocar Materiais $ 350.000 $ 350.000
Custo Total do Produto $ 1.372.000 $ 2.028.000
Quantidades Produzidas 17.000 peças 17.000 peças
Custo Unitário $ 81 $ 119
INTRODUÇÃO
A maneira mais popular para determinar preço de um produto se baseia no princípio do
mark-up - o preço é determinado adicionando-se uma margem de lucro ao custo do
produto. Por exemplo, comerciantes, costumeiramente, estabelecem o preço de venda
através da fórmula:
Preço do Produto = Custo do Produto + (Custo do Produto x Porcentagem)
ou
Preço do Produto = Custo do Produto x (1 + Porcentagem)
A porcentagem é o mark-up ou margem de lucro. A margem de lucro deverá cobrir
todas as outras despesas ainda não incluídas nos custos do produto, além de permitir um
retorno razoável aos investidores.
Assim sendo, se uma empresa varejista tem por política que o preço de venda do
produto é determinado através de uma porcentagem de 100% sobre seu custo, o preço
de um produto que foi adquirido por $5,00, será, para o consumidor:
Preço do Produto = 5 + (5 x 100%) = $10
Ao estudar um Demonstrativo de Resultados de uma empresa varejista nós
poderemos conhecer sua política de preço. Por exemplo, a loja Lima - Vestuário
Infantil Ltda. apresentou o seguinte Demonstrativo de Resultados, para o ano 19x1.
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS
Receita $100.000
menos: Custos das Mercadorias Vendidas 80.000
Lucro Operacional $ 20.000
PEDE-SE:
(1) Qual a margem empregada pela Lima - Vestuário Infantil, para determinar o preço
de venda de seus produtos?
(2) Se um produto foi adquirido por $40, qual deverá ser o preço a ser cobrado?
(considere a margem de lucro definida acima)
SOLUÇÃO
Preço = Custo + (Custo x Percentual)
100.000 = 80.000 + (80.000 x percentual)
Percentual = 20.000 / 80.000 = 0,25 ou 25%
(1) A conta Custos das Mercadorias Vendidas significa, em uma empresa varejista,
o valor de aquisição das mercadorias que foram comercializadas; em outras palavras, os
custos dos produtos que foram vendidos. A margem que estamos procurando pode ser
determinada através da fórmula apresentada acima:
(2) A mercadoria que foi adquirida por $40 deverá ter seu preço de venda
estabelecida da seguinte forma:
Preço = Custo + (Custo x Percentual)
Preço = 40 + (40 x 0,25) = $50
Generalizando, o preço final do produto, através da abordagem orientada para o custo, é
definido em função do seu custo e de uma margem estabelecida pela administração. Não
importa se a fórmula utilizada para computar os custos é sofisticada como a de uma
indústria ou simples como a de uma varejista; no final a definição da margem de lucro é
similar.
Segundo Kotler24 , a popularidade em se definir o preço do produto desta forma baseia-
se, entre outras qualidades, na sua
simplicidade administrativa e justiça social
A primeira das condições, simplicidade administrativa, se apóia na relação de fácil
compreensão existente entre o preço e os custos.
Há, ainda, um sentimento de que a decisão de preço considerando os custos, é mais
justa tanto para os compradores como para os vendedores, pois os vendedores não se
aproveitam dos compradores quando a demanda do produto fica aquecida. Ainda assim,
o vendedor obtém um retorno considerado razoável para os investidores, mesmo quando
a demanda é reduzida.
O problema que enfrentamos ao decidir sobre o preço de um produto é compreender o
conteúdo informativo do método empregado para determinação do valor do custo
unitário. Por exemplo:
Uma empresa industrial de telecomunicação, produz um único tipo de produto. O
resultado operacional relativo ao ano que acabou de encerrar é apresentado a seguir:
Vendas $100.000
menos: Custos Operacionais 80.000
Lucro Operacional $ 20.000
24
Kotler, P., Marketing Management: Analysis, Planning and Control, Prentice-Hall, 1972, Second
Edition, p. 525
PERGUN TA-SE: Faça uma análise e decida se a empresa deve ou não aceitar o serviço
?
A primeira vista, qualquer pessoa diria que a preços inferiores a $400 por unidade não
deveria haver negócio. Caso contrário, a empresa estaria vendendo um produto abaixo
de seu custo. Entretanto, se fizermos uma análise mais profunda sobre o problema em
questão, podemos dizer que: se aceitar a proposta por $370 a unidade, o lucro da
companhia de telecomunicação irá aumentar em $9.000.
Para compreender há de se dividir os custos do produto em variáveis e fixos. Os custos
são definidos como variáveis por modificarem seus valores de acordo com o nível de
atividade. Por exemplo, a empresa produz e comercializa o produto XL, o custo da
matéria prima A é de $2,00 por unidade de XL. O custo com a matéria prima A irá
variar de acordo com o nível de produção de XL. A tabela de custos a seguir mostra o
custo da matéria prima A para os vários níveis de produção de XL.
Custo da Matéria Prima A Para Vários Níveis de Atividade de XL
Níveis de Atividade de XL 100 200 300 400
Custos da Matéria Prima A $200 $400 $600 $800
Perceba que o valor da MP A por unidade de XL mantém-se constante, isto é,$2,00.
Os custos fixos, por sua vez, são assim definidos porque seus valores mantém-se
constantes ao nível de atividade da empresa. Se, no exemplo acima os custos fixos
totalizassem $500, este custo continuaria $500 qualquer que fosse o nível de atividade
de XL. A variação ocorrerá quando computarmos os custos fixos por unidade de XL:
para 100 unidades de XL o custo fixo por unidade de XL será $5,00 (determinado pela
divisão de $500 por 100 unidades de XL). A tabela a seguir mostra os custos fixos e os
custos fixos por unidade XL, para os vários níveis de atividade desse produto.
Custos Fixos Para Vários Níveis de Atividade de XL
Níveis de Atividade de XL 100 200 300 400
Custos fixos $500 $500 $500 $500
custos unitários. Só assim, seremos capazes de definir qual deles deve ser empregado
em cada situação particular de decisão. Os dois métodos utilizados na determinação do
custo unitário são: abordagem por absorção e abordagem por contribuição, assunto já
discutido na apostila 1.
25
Adaptado do exercício 4.2 do livro: Hornegren, C.T., Introdução à Contabilidade Gerencial, PHB,
1981, Quinta Edição, p. 81
(2) Ao aceitar a encomenda por US$4,40, você terá uma contribuição adicional
de US$2,15 por unidade (US$1,75 [contribuição quando o preço for US$4,00]
+ US$0,40 [contribuição adicional ao preço de US$4,00]). Portanto, o lucro do
final do ano será:
(US$2,15 x 150.000) + US$1.000.000 = US$1.322.500
Como você verificou, se a decisão fosse baseada nas informações pelo método de
abordagem por absorção o gerente poderia computar o custo unitário da lapiseira da
seguinte forma:
Produção ($6.000.000 / 2.000.000 de lapiseiras) $3,00
Vendas e Adm. ($3.000.000 / 2.000.000 de lapiseiras) $1,50
Custo unitário da lapiseira $4,50
A informação deste custo unitário não mostra o comportamento de custo do produto,
podendo induzir a que não se faça negócio a preço inferior a $4,50; caso contrário
teremos prejuízo com a operação. O exemplo 1, contudo, nos apresenta o contrário. A
lição que devemos aprender do referido exemplo é: com base em um lucro projetado e
conhecendo o comportamento de custos de nosso produto podemos tomar decisão de
preço mais coerente com a competição do mercado. Conhecer o comportamento de
custo do produto significa que as informações são apresentadas pelo método de
abordagem de contribuição.
O emprego da abordagem por contribuição pode ser extremamente útil quando
queremos ganhar mercado através da decisão de preço. O exemplo a seguir nos mostra
como definir um preço para um determinado volume de negócio.
Após a realização da atividade a seguir, você deverá ser capaz de definir o preço de
venda considerando um objetivo de lucro e volume de negócio. Essa informação é obtida
através do método de contribuição. .
Retorne as informações relativas ao ano 19x2 do exemplo no capítulo anterior. Faça de
conta que não haverá a proposta da TELERJ; mas, o presidente e o vice-presidente de
marketing da João Lima Ltda. percebem que há uma possibilidade de aumentar o
volume de vendas em 20% (isto é, vender 2.400.000 lapiseiras), em 19x3, se o preço do
produto for reduzido. A direção da empresa, contudo, tem recebido uma pressão dos
acionistas para aumentar o lucro em 40% (os acionistas consideram que o valor a ser
obtido na conta lucro para computar o retorno razoável sobre o patrimônio investido é
de $1.400.000). Esses dois elementos, aparentemente incongruentes, aumento no
volume de vendas e aumento no lucro, fez com que a empresa o contratasse para
auxiliá- los na decisão do novo preço da lapiseira.
PERGUNTA-SE:
Determine o novo preço da lapiseira.
RESPOSTA
De acordo com as informações do EXEMPLO 1 o comportamento de custos
da empresa João Lima Ltda é:
Custos Variáveis
Produção $1,80 por lapiseira
Vendas e Adm. dividido em dois itens: (1) comissão de vendas: 3%
sobre a receita; e, (2) outros: $0,25 por lapiseira
Custos Fixos
Produção $2.400.000
Vendas e Adm. $2.200.000
Os objetivos da empresa são:
(1) Volume a ser comercializado (Q) = 2.400.000 lapiseiras
(2) Lucro = $1.400.000
Como:
Receita = Custos + Lucro e,
Receita = preço x 2.400.000 lapiseiras
Custos = custos variáveis + custos fixos
custos variáveis = custos variáveis de produção + custos variáveis de
vendas e administração
custos variáveis de produção = $1,80 x 2.400.000 = $4.320.000
custos variáveis de vendas e administração = 3% da receita +
$0,25 x 2.400.000 = 0,03 x (preço x 2.400.000) + $600.000 =
(preço x 72.000) + $600.000
26
Anthony R., J. Dearden e Bedford, Management Control System, Irwin, 1989, Sixth Edition, p. 115
27
São constantes para o intervalo relevante de produção, isto é, o intervalo de produção compatível com a
capacidade instalada. Para realizar uma produção maior, seria necessário ampliar a capacidade, ou seja,
mudar o nível dos custos fixos.
28
A conta Estoques compreende as contas: (1) Estoque de Matéria Primas e Produtos em Processo, e; (2)
Estoque de Produtos Acabado. Esta equação só mostra a formulação básica.
PROJEÇÃO DO ATIVO
VALOR FÓRMULA
Caixa $2.500.000 0,05 x 50.000.000
Contas a Receber 5.000.000 0,10 x 50.000.000
Estoques:
Mat.Primas e P. em Proc. 6.666.666,66.. (1/6) x 40.000.000
Prod. Acabado 3.333.333,33.. (1/12) x 40.000.000
Estoques - Total 10.000.000
Ativo Circulante - Total $17.500.000
ATIVO PERMANENTE $15.000.000
ATIVO - Total $32,500,.000
Como pudemos certificar, o Lucro Operacional de $6.500.000 é 20% (vinte por cento)
do Ativo, $32.500.000.
O emprego de método de custeio por contribuição ou modificação em algumas das
variáveis do modelo, como a projeção do custo de comercialização ser modificado para
$250 por carro, em lugar de 7% da receita, não modificará o rationale da formulação.
Tendo em vista essas informações, determine o preço que deverá ser cobrado para a
lavagem de um carro, considerando que este preço deverá permitir que o negócio tenha
um retorno sobre o ativo da ordem de 13%. Os custos esperados na operação do projeto
de Car Wash são:
Custos Fixos $4.200,00/ano
Custos Variáveis Operacionais 15% da receita obtida com Car Wash, se o
preço de uma lavagem for de US$2,00
Além dos custos acima, a Texaco cobra 25% da receita total do Car Wash, a título de
aluguel da máquina. Desta forma, para os postos de gasolina em que o preço da
lavagem é de US$2,00 por carro, os custos variáveis passariam a ser 40% da receita.
SOLUÇÃO:
RECEITA = CUSTOS TOTAIS + LUCRO
RECEITA = RECEITAGASOL. + RECEITAÁLCOOL +
RECEITADIESEL + RECEITALUB. + RECEITALAVAG.
RECEITAGASOL. = 88.000lt./mês x 12 meses x $0,48/lt. = $506.880
RECEITAÁLCOOL= 88.000lt./mês x 12 meses x $0,37/lt. = $390.720
RECEITADIESEL = 50.000lt./mês x 12 meses x $0,24/lt. = $144.000
RECEITALUB. = 2.000lt./mês x 12 meses x $1,67/lt. = $40.080
RECEITALAVAG. = 900carros/mês x 12 meses x p = 10.800p
RECEITA = 1.081.680 + 10.800p
direto ou por rateio, a fim de que a gerência possa compreender suas lucratividades.
Produtos ou departamentos que apresentam prejuízos são considerados para eliminação. O
problema está que, ao analisar as informações para a tomada de decisão, deveremos dividir
os custos fixos rateados em: evitáveis e inevitáveis . Os custos fixos inevitáveis são
comuns, beneficiam dois ou mais produtos ou departamentos; e, a exclusão de um produto
ou departamento não os elimina, isso é, eles continuarão a existir. Por exemplo, um
supermercado possui três linhas de produtos: A, B e C. O relatório de lucratividade por
produto é apresentado a seguir:
Relatório de Lucratividade por Linha de Produto
A B C Total
Receita $1.000 $600 $400 $2.000
Custos Variáveis $700 $300 $100 $1.100
Margem de $300 $300 $300 $900
Contribuição
Custos Fixos $350 $210 $140 $700
Lucro $(50) $90 $160 $200
O rateio dos custos fixos, nesta organização, é em função do percentual da receita obtida.
Como a linha de produto A tem 50% da receita, os custos fixos alocados a A serão de 50%
do seu valor. Assim sendo, a primeira impressão, ao ler este relatório, é de se a linha de
produto A for eliminada a empresa aume ntará seu lucro para $250. Contudo, ao analisar
detalhadamente os custos fixos, do total de $700, verifica-se que $600 estão relacionados ao
salário do gerente da loja, assim como despesas relacionadas diretamente a sua
administração, aluguel do imóvel, seguro do imóvel, força, segurança, imposto predial e
manutenção do imóvel. Dos $100 restantes, $50 é de pessoal que trabalha diretamente com
a linha de produto A, $30 com pessoal da linha de produto B e $20 com o pessoal da linha
de produto C.
Ao eliminarmos a linha de produto A, os custos fixos relacionados com salário do gerente
da loja, assim como despesas relacionadas diretamente a sua administração, aluguel do
imóvel, seguro do imóvel, força, segurança, imposto predial e manutenção do imóvel, que
totalizam $600, continuarão a existir. Esses custos são conhecidos como custos fixos
inevitáveis . Os únicos custos que deixarão de existir serão os custos variáveis, que
totalizam $700, e os custos fixos relacionados com o pessoal que trabalha diretamente com
a linha de produto A, no valor de $50 (conhecidos como custos fixos evitáveis ). Ao
empregar esse conceito, podemos verificar que se retirarmos a linha de produto A da
operação, o lucro da entidade será:
horas máquinas. A decisão do administrador será: qual dos dois produtos deverá ser
manufaturado, A ou B ?
Embora o produto A tenha uma margem de contribuição superior por unidade, o produto B
fornecerá para a empresa uma margem de contribuição superior quando considerar o fator
limitativo, que no caso é o número de horas máquinas disponível. Com duas horas
máquinas produzimos uma unidade de A e duas unidades de B. Nessas duas horas
máquinas a empresa terá uma margem de contribuição de $15 se escolher produzir A;
enquanto, obterá $24, se optar por B. Em resumo, a cada hora máquina: o produto A tem
uma margem de contribuição, considerando o fator limitativo (hora máquina) de $7,50 e B
de $12,00. A tabela a seguir ajuda a elucidar essa discussão:
PRODUTOS
A B
Margem de contribuição por unidade $15,00 $12,00
Número de unidades produzida em uma hora máquina 0,5 1
Margem de contribuição por máquina hora $7,50 $12,00
Margem de contribuição: total
Horas máquinas disponíveis 18.000 18.000
Margem de contribuição por hora máquina x $7,50 x $12,00
Margem de contribuição: total $135.000 $216.000
Como os custos fixos são os mesmos, a decisão que irá maximizar o lucro da empresa
considerando o fator limitativo, horas máquinas, será a de produzir somente B. Outra
forma de apresentar a solução acima é de que: com 18.000 horas máquinas poderemos
produzir 9.000 unidades de A ou 18.000 unidades de B. Na escolha de A, cada unidade
terá uma margem de contribuição de $15; 9.000 unidade terão uma margem de
contribuição total de $135.000. Esse valor, $135.000, irá para pagar os custos fixos e
gerarão o lucro da entidade. Enquanto, se escolher produzir somente B, cada unidade irá
contribuir com $12; 18.000 unidades contribuirão, para pagar os custos fixos e gerarem um
lucro, com $216.000.
O exemplo acima mostra que a decisão considerando somente a margem de contribuição
unitária dos produtos não é suficiente; a decisão deve ser tomada com base na margem de
contribuição que leva em conta os fatores limitativos da empresa. Um dos fatores
limitativos mais comum é a margem de contribuição considerando o recurso financeiro
empregado em propaganda, como: margem de contribuição por real gasto em propaganda
no produto. Outro recurso limitativo comum é o espaço ocupado. Supermercados e lojas de
departamento utilizam o conceito de margem de contribuição por metro quadrado; a
decisão enfatiza os produtos, ou linhas de produtos, que possuem um giro de estoque
elevado. Essa, por sua vez, define os produtos, ou linha de produtos, que geram uma
margem de contribuição superior, em pequena quantidade de espaço disponível.
*********************************
3 MATERIAL COMPLEMENTAR
3.1 ESTUDOS DE CASOS DO CAPÍTULO 2.1
3.1.1 THE DOCUMENT SALE
Jornal do Commercio
de 3 de outubro de 1997, p. A-17
Fonte: “Bausch & Lomb: Hardball Pricing Helps It To Regain Its Grip in Contact Lenses,”
Business Week, de 16 de julho de 1984, pp. 78-80; “Bausch & Lomb is Correcting Its
Vision of Research,” Business Week, 30 de março de 1987, p. 91
A Heublein produz a vodka Smirnoff, líder de vendas nos Estados Unidos. Há algum
tempo atrás, a Smirnoff foi atacada por outra marca, a Wolfschmidt, com o preço 1
dólar a menos por garrafa e que afirmava ter a mesma qualidade. Preocupada com a
possibilidade de que os consumidores passassem a adotar a Wolfschmidt, a Heublein
considerou várias contra-estratégias possíveis. Ela poderia baixar o preço da Smirnoff
1 dólar para manter sua participação de mercado; ela poderia manter o preço da
Smirnoff, mas aumentar os gastos com propaganda e promoção; ou ela poderia
manter o preço da Smirnoff e permitir que sua participação de mercado diminuísse.
Todas três estratégias levariam a uma redução nos lucros e parecia que Heublein
estava diante de uma situação da qual não poderia sair vencedora.
A ironia é que as três marcas da Heublein são bastante semelhantes no sabor e nos
custos de produção. A empresa sabia que o preço de um produto indica sua qualidade.
Utilizando o preço como um indicador, a Heublein passou a vender, a grosso modo, o
mesmo produto, em três posições de qualidade diferentes.
Ele enfeita os dedos de personalidades céle bres há séculos e caiu como uma luva
no pescoço de Nicole Kidman, na festa do Oscar, há três me ses. Mas nem tudo é brilho
na história da pedra mais dura e valiosa do planeta. O diamante põe lenha na fogueira de
vários conflitos em toda a África. É a única fonte de renda de guerrilheiros em Angola,
Serra Leoa, Libéria e Congo. O surpreendente é que, ao contrário do que muita gente
pensa, seu valor não tem relação direta com sua raridade. Na verdade, pedras menos
valorizadas, como a esmeralda, são ainda mais difíceis de encontrar. Até 200 anos atrás,
só havia jazidas da pedra em lugares como Índia e Brasil. Mas no fim do século 19
começaram a ser descobertas as minas africanas e toneladas de diamantes passaram a
ser despejadas no mercado internacional. Encontrá- los ficou tão banal que as
mineradoras inglesas que exploravam a extração nas colônias sentiram o perigo: as
pedras tinham pouco valor intrínseco e o preço dependia da escassez.
A solução foi fundar urna entidade que dominasse todas as pontas da cadeia
produtiva. Assim nasceu a companhia sul-africana De Beers, que botou as mãos em
mais da metade do comércio mundial. Dona das mais importantes minas do planeta, a
ela passou a controlar a conta-gotas a oferta da pedra, se tornando o mais bem-sucedido
monopólio da história do comércio moderno. Em todo o mundo são extraídos
anualmente 120 milhões de quilates (24 quilos) de pedras brutas que valem US$ 7
bilhões. Depois de lapidadas, o valor total movimentado ultrapassa US$50 bilhões.
Como os custos com extração ficam abaixo de US$2 bilhões, é possível ter urna idéia
da margem de lucro da operação.
A maior parte dos 8oo milhões de diamantes extraídos anualmente, no entanto,
não vira jóia. Cerca de 80% das pedras - cristais de carbono sem o mesmo brilho e grau
de pureza - é encaminhada para uso industrial, como material para polimento de lentes
ou na produção de ma quinário de corte e perfuração. Outro fator que faz do diamante a
pedra mais desejada do planeta é seu poder para alimentar organizações criminosas.
Tudo porque as pedras são o meio mais eficiente para transportar grandes fortunas.
Milhões de dólares cabem em embalagens meno res do que caixinhas de fósforos e não
deixam rastros nem identificam a origem da fortuna. Es se expediente faz da pedra a
mesmo período do ano passado. Assim, sobra pouco espaço para negociar preços e
descontos sem sacrificar a rentabilidade. "De que adianta pesquisar cor, design,
tecnologias avançadas e perder tudo no canal de venda?", diz Mauro do Valle Pereira,
diretor comercial da Portobello.
A idéia de que tudo deveria ser vendido em toda parte foi a primeira a ser
revista. Um exame nos relatórios revelou que um mesmo produto muitas vezes saía bem
em determinado canal, mas encalhava em outro. Era o caso, por exemplo, do Manni, um
revestimento sofisticado que imita o mármore. Esse produto girava bem nas Portobello
Shop. Nas revendas multimarcas, tinha pouca saída. "Produtos mais caros tendem a ter
baixo giro numa loja de material de construção", diz Eugênio Foganholo, da Mixxer
Desenvolvimento Empresarial, consultoria paulista especializada em bens de consumo e
varejo, contratada para dar suporte ao projeto. "Como não é possível manter estoques
por muito tempo, as lojas acabam sacrificando suas margens para poder vendê- los."
O Marmi e outros mais de 790 produtos com esse perfil ficaram reservados para
a rede de franquias da marca Portobello. Nelas, os preços mais altos também são
justificados por serviços como entrega agendada, medição na obra feita por um técnico,
atendimento fora do horário comercial e colocação do revestimento. Os 291 produtos
com boa saída tanto nas Portobello Shop quanto nas lojas de material de construção
continuam sendo vendidos nos dois canais. "São itens básicos, como azulejo branco",
diz Pereira. Há um portfólio com outros 498 produtos destinados exclusivamente às
revendas multimarcas.
A política de preços também mudou. Antes da reformulação, a Portobello
aplicava basicamente a mesma margem de lucro para todos os produtos e canais. Agora,
os itens básicos, de giro elevado, têm margem menor do que os itens mais sofisticados.
O Berlino, um produto da linha Marmi, por exemplo, hoje é vendido com quase o triplo
da rentabilidade anterior. “Agora trabalhamos com várias margens, dependendo do tipo
de produto, do giro e do canal de venda", diz Pereira. Um mesmo item pode ser até 10%
mais caro numa Portobello Shop do que numa loja comum. "Faz sentido cobrar mais se
o serviço prestado é diferenciado", afirma Foganholo.
O novo desenho melhorou a logística das oito unidades fabris localizadas no
município de Tijucas, a 50 quilómetros de Florianópolis. "Antes nossos estoques tinham
de ser altos para poder suprir todos os pontos-de-venda com todo tipo de produto", diz
Mário Batista, diretor financeiro. Hoje a empresa mantém reservas altas apenas dos
itens de maior giro. Na média, os estoques baixaram de um patamar de 90 para 60 dias.
As lojas franqueadas passaram a trabalhar sob encomenda no caso dos produtos mais
sofisticados. A mercadoria vai da fábrica diretamente para a obra do cliente.
Os franqueados da rede estão gostando? "Pretendo faturar 20% a mais neste
ano", diz a empresária gaúcha Maria Cristina Rotta Ely, dona de duas Portobello Shop
em Porto Alegre. "E, com margens maiores, vou obter mais rentabilidade." Segundo um
levantamento da empresa, as 65 lojas Portobello Shop registraram aumento de 14,2%
nas vendas entre janeiro e agosto deste ano, comparado ao mesmo período de 2002.
As revendas multimarcas também parecem preferir o novo sistema. "Antes
nossos vendedores reclamavam que era difícil comercializar a Portobello devido à
concorrência com as lojas exclusivas", diz José Rubens Marques Nunes, diretor de
compras da rede C&C, com 28 lojas de material de construção em São Paulo e no Rio
de Janeiro. "Hoje, vendemos os produtos em comum a preços mais baixos do que a rede
de franquias e também temos uma linha exclusiva para nós." Nunes calcula que as
vendas de produtos da Portobello na C&C aumentaram 40% nos últimos 12 meses.
As vendas nas lojas multimarcas estão crescendo em grande parte graças ao novo papel
reservado aos vendedores, como Lia. Em visitas aos clientes, ela os ajuda a definir o que
comprar, combina ações de mídia, promoções e treinamentos para os vendedores das
lojas. "Eu era uma tiradora de pedidos que aparecia uma vez por mês em cada cliente",
diz Lia. "Agora vou uma vez por semana e minha função é ajudá- los a vender mais e
melhor." Lia conta com a ajuda de estudantes de arquitetura que circulam pelas
principais revendas fazendo projetos, observando aquilo que está vendendo mais e se a
exposição dos produtos na loja está adequada. "Elas me abastecem de informações", diz
Lia. "Assim, é possível corrigir eventuais problemas antes que se transformem em maus
resultados."
Suponhamos que uma empresa fabrique três produtos (L, M e N), e seja constituída de
um único departamento (apenas para simplificação), e que tenha as seguintes
características:
A empresa precisa calcular qual o custo unitário de cada produto para saber exatamente
a lucratividade de cada um. Para isso, deve ratear os custos indiretos fixos para cada um
dos produtos existentes.
Custos indiretos por produto: já que a maior parte é constituída por mão-de-obra
indireta, decidiu-se pela sua distribuição em função das horas de mão-de-obra direta
(hMOD), conforme tabela abaixo:
Produto Horas de MOD por Quantidade Total de horas de
unidade produzida MOD
Kanina 20 hs/un 2.000 un 40.000 hs
Lumina 25 hs/un 2.600 un 65.000 hs
Manina 20 hs/un 2.500 un 50.000 hs
155.000 hs
05 – Depreciações 100
06 – Combustíveis veículos entrega 488
20 – Custo unitário
ATIVIDADE $
- Preparação de máquinas 600
- Ordens de recebimento e produção 1.350
- Horas máquinas trabalhadas 1.050
TOTAL 3.000
Pede-se:
Contador: Joe, você disse que acrescentou estes amendoins porque algumas pessoas os
pedem, mas você está se dando conta de quanto esta prateleira de amendoins está lhe
custando?
Joe: Não vai custar. Vai ser um lucro. É claro que tive que pagar $25 por uma
prateleira especial para comportar os saquinhos, mas os amendoins custam 6 c. por
saquinho e eu os vendo por 10 c. Calcule que eu venda 50 saquinhos por semana no
início. Levarei 12 1/2 semanas para cobrir o custo da prateleira. Depois disso obterei
um lucro líquido de 4 c. por saquinho. Quanto mais eu vender, mais lucro terei.
Joe: Hem?
Contador: Para ser preciso, estes amendoins devem ser integrados à sua operação
total, e a sua parcela adequada de despesas indiretas deve ser alocada. Eles devem
compartilhar de uma parte proporcional de suas despesas com aluguel, calefação, luz,
depreciação de equipamento, decoração, salários para seus garçons, cozinheiro, ...
Joe: O cozinheiro? O que tem ele a ver com amendoins? Ele nem sabe que eu os
tenho!
Contador: É realmente um pouco mais que isso. Você também gasta dinheiro toda a
semana para mandar lavar as janelas, varrer o chão todas as manhãs e ter sabonete no
banheiro. Isto eleva o total para $1.313 por ano.
Joe: (pensativo) Mas o vendedor de amendoins disse que eu teria lucros - coloque-os
na extremidade do balcão, disse ele - e obtenha um lucro de 4 c. por saquinho.
Contador: (Com uma fungadela) Ele não é um contador. Você sabe realmente quanto
lhe vale a parte do balcão ocupada pela prateleira de amendoins?
Contador: A estrutura de custos moderna não permite nenhum peso morto. Seu balcão
tem 60 pés quadrados e produz um lucro bruto de $15.000 por ano. Consequentemente,
o pé quadrado de espaço ocupado pela prateleira de amendoins vale $250 por ano.
Como você tirou este espaço da área útil total do balcão, você deve debitar o valor do
espaço ao ocupante.
Joe: Você quer dizer que tenho que acrescentar mais $250 por ano aos amendoins?
Contador: Certo. Isto eleva sua parcela dos custos de operações gerais para um total
de $1.563 por ano. Agora, se você vender 50 saquinhos de amendoim por semana, estes
custos alocados montarão a 60 c. por saquinho.
Joe: O QUE?
Contador: Obviamente, a isto deve ser acrescentado seu preço de compra de 6 c. por
saquinho, o que eleva o total para 66 c. Logo, você vê que vendendo amendoins a 10 c.
por saquinho, você está perdendo 56 c. em cada venda.
Contador: Absolutamente! Aqui estão os cálculos. Eles provam que sua operação de
amendoins não pode ser auto-suficiente.
Joe: (Alegrando-se) Suponha que eu venda bastante amendoins - mil saquinhos por
semana em vez de cinqüenta?
Joe: Ok. Você que é tão esperto me diga o que devo fazer.
Joe: Como?
Contador: Mude-se para um prédio com aluguel mais barato. Reduza os salários.
Lave as janelas quinzenalmente. Mande varrer o chão apenas às quintas- feiras. Tire o
sabonete do banheiro. Reduza o valor do pé quadrado do seu balcão. Por exemplo, se
você reduzir 50% de suas despesas isto reduzirá o montante alocado aos amendoins de
$1.563 para $781,50 por ano, reduzindo o custo para 36 c. por saquinho.
Contador: Muito, muito melhor. Contudo, mesmo assim você perderia 26 c. por
saquinho se você cobrasse apenas 10 c. Portanto, você também deve elevar seu preço
de venda. Se você deseja um lucro de 4 c. por saquinho, teria que cobrar 40 c.
Joe: Você quer dizer que mesmo depois de reduzir 50% dos custos de operação, eu
ainda teria que cobrar 40 c. por saquinho de amendoins de 10 c.? Ninguém gosta tanto
assim de amendoins!! Quem os compraria?
Joe: (Impulsivamente) Olhe! Tenho uma idéia melhor. Por que não jogamos os
amendoins fora - os colocamos na lata de lixo?
Joe: Claro. Tudo o que tenho são cerca de 50 saquinhos de amendoins - custaram
cerca de três dólares - logo, eu perco os $25 da prateleira, mas fico fora deste negócio
desagradável e acabam-se os aborrecimentos.
Contador: (Balançando a cabeça) Joe, não é tão simples assim. Você está nos
negócios dos amendoins. No momento em que você jogar estes amendoins fora, você
estará acrescentando $1.563 de despesas indiretas anuais ao resto de sua operação. Joe -
seja realista - você pode arcar com estes prejuízos?
3.2.3 SN Ltda.
A empresa SN produz e comercializa um produto conhecido como NUGGET. Em 19x1
a empresa produziu e comercializou 200.000 unidades de NUGGET, obtendo uma
receita de $1.000.000. Sua capacidade de produção é bem superior as 200.000 unidades
produzidas nesse período.
PEDE-SE:
1. O demonstrativo de resultado pelo custeio por absorção para o período de
19x1.
2. O demonstrativo de resultado pelo custeio por contribuição para o período
de 19x1.
3. Qual deverá ser o lucro para o próximo período, se a companhia planeja
aumentar suas vendas em 20%? Os custos deverão comportar-se como em
19x1.
4. Imagine que alguma empresa faça uma proposta de comprar 50.000
unidades pelo preço de $3,00. Você toparia?
5. Calcule o Ponto de Equilíbrio
PEDE-SE:
1. O demonstrativo de resultado pelo custeio por absorção para o período de
20x1.
2. Qual seria a decisão de vocês quanto à empresa?
3. O demonstrativo de resultado pelo custeio por contribuição para o período
de 20x1, sabendo que os custos indiretos têm uma parcela Variável (30%
da receita para cada produto) e o restante Fixo.
4. Alguma coisa muda no que tange o gerenciamento da empresa?
PEDE-SE:
1. Quantas unidades vo vô terá de comercializar para atingir o ponto de equilíbrio ?
2. Quantas unidades vovô terá de comercializar para obter um lucro de $100 ?
Máquinas de fotocópias. Uma empresa opera e presta serviços com máquinas de fotocópias
em dormitórios de universidades, bibliotecas, hotéis e vários locais públicos. As máquinas são
alugadas do fabricante. Além disso, a empresa tem que alugar o espaço ocupado pelas
máquinas. A empresa tem uma oportunidade de colocar algumas máquinas em dez
bibliotecas de uma grande cidade. As relações de despesa e receita abaixo se referem a um
programa de expansão que está sendo estudado:
Despesas mensais fixas:
Aluguel das máquinas: 10 máquinas $1.300
Aluguel do espaço: 10 locais 400
Salários, inclusive vantagens, para operar as dez
máquinas adicionais 500
Outros custos fixos 200
Total $2.400
Outros dados:
Por cópia Percentagem de
vendas
Preço de venda $0,10 100%
Custo do papel, graduador de tom, peças de reparos e
o 1 (um) centavo do aluguel por cópia 0,06 60%
Margem de contribuição $0,04 40%
Pede-se:
Estas questões referem-se aos dados acima, a não ser quando expressamente
indicado em contrário. Desconsidere o imposto de renda. Considere cada questão
independentemente.
1. Calcule o ponto de equilíbrio mensal em número de cópias e em receita.
2. Calcule o lucro líquido da empresa se fossem tiradas 70.000 cópias.
3. Suponhamos que o aluguel do espaço duplicasse. Calcule o ponto de equilíbrio
mensal em número de cópias e em receita.
4. Volte aos dados originais. Suponhamos que o fabricante aumentasse o aluguel de um
para dois centavos de dólar por cópia. Calcule o ponto de equilíbrio mensal em
número de cópias.
5. Volte aos dados originais. Suponhamos que as bibliotecas recebessem um centavo de
dólar por cópia que ultrapassasse o ponto de equilíbrio. Calcule o lucro líquido da
empresa se fossem tiradas 70.000 cópias.
1. Dados: preço unitário de venda, $20, despesa fixa total, $8.000; despesa variável
unitária, $15. Ache as vendas do ponto de equilíbrio em unidades.
2. Dados: preço unitário de venda, $30; despesas fixas totais, $32.000; despesas
variáveis unitárias, $14. Ache as vendas totais em unidades para se atingir um lucro
de $8.000, na hipótese de não haver alteração do preço de venda.
3. Dados: venda, $40.000; despesas variáveis, $30.000; despesas fixas, $7.500; lucro
líquido, $2.500. Ache as vendas no ponto de equilíbrio.
4. Dados: vendas, $50.000; despesas variáveis, $25.000; lucro líquido, $5.000. Por
hipótese, não haverá variação alguma dos preços de venda; ache o lucro líquido se o
volume de atividade aumentar 10%.
5. Dados: preço unitário de venda, $40; despesas fixas totais, $80.000; despesas
variáveis unitárias, $30. Quantas unidades precisam para alcançar um lucro de $
16.000?
Por hipótese, se as despesas variáveis diminuírem 20% por unidade, as despesas
fixas totais aumentarão 10%. Determine as vendas em unidades para se conseguir um
lucro de $16.000, na hipótese de o preço de venda permanecer inalterado.
6. Qual deverá ser o preço de venda, se uma empresa deseja vender 8.000 unidades,
seus custos fixos são de $ 40.000, lucro almejado de $ 16.000 e custos variáveis de
$20 por unidade?
7. Qual deverá ser o preço de venda, se uma empresa deseja vender 8.000 unidades,
seus custos fixos são de $ 40.000, lucro almejado de $ 16.000, custos variáveis de
$20 por unidade e comissão de 25 % da receita?
PEDE-SE
3- Volume de vendas, em unidades, que irá produzir um lucro de 20% das vendas
POR JOGO
Receita R$ 100.000,00
Despesas variáveis R$ 20.000,00
Despesas fixas anuais R$ 15.000.000,00
Pede-se:
Vovô deseja saber quanto tem de vender para obter um lucro líquido de $180, sendo que
a alíquota do imposto de renda é de 40%.
Imposto de renda de hotéis. O Hotel Galvez rateia um custo fixo anual de $ 1,5 milhão
pelos seus 300 quartos, cobra diárias médias de $40 e tem custos variáveis de $6 por
quarto. Funciona 365 dias por ano. Está sujeito a uma alíquota de imposto de renda de
30%.
Pede-se:
1. Quantos quartos o hotel tem que ocupar para ter um lucro líquido, após o imposto de
renda, de $1 milhão? E de $500.000?
2. Calcule o ponto de equilíbrio em número de quartos que precisam ser ocupados.
Qual é a percentagem de ocupação necessária no ano para o hotel atingir o ponto de
equilíbrio?
3. Se o hotel deseja ter um taxa de ocupação de 60%, com um lucro líquido de $1
milhão para fazer frente a demanda dos investidores, qual deverá ser o preço da
diária ?
Produto
Vitela Frango
Oscar Kiev
Preço de venda $5 $4
Despesas variáveis 2 2
Margem de contribuição $3 $2
As despesas fixas totalizam $49.000 e, apesar desse valor se manter constante com a
descontinuidade de qualquer um dos produtos, elas foram rateadas na base de $33.000
para a vitela e $16.000 para o frango.
Pede-se:
I. Calcule o ponto e equilíbrio em unidades de cada produto.
Demonstrativos de Resultado
Mês Julho Agosto
Quantidade 500 700
Receita $2.500 $3.500
Custo e Despesas Totais 725 975
Lucro $1.775 $2.525
Vovô possui uma loja de roupa. Para um volume de venda de $300, seus custos
totalizam $280. Quando sua receita atinge o valor de $500, seu lucro é de $100. Quanto
vovô tem de vender para atingir o ponto de equilíbrio ?
Vendas $10.000.000
menos: Custos de Fabricação dos Produtos Vendidos 6.000.000
igual: Lucro Bruto $ 4.000.000
menos: Despesas de Vendas e Administrativas 3.100.000
igual: Lucro Operacional $ 900.000
Perto do fim do ano, a McDonald’s fez uma proposta de comprar 150.000 canetas,
pagando $4,40 por unidade. Para atender a encomenda, teria de ser feito um prendedor
especial com o emblema McDonald’s para cada caneta, gerando um custo extra de
fabricação de $0,20 por unidade. Pelo volume de pedido e pelo acordo direto, a
McDonald’s não iria pagar comissão de vendas (a prática é ter a comissão de vendas de
3 % da receita).
Embora a empresa estivesse com alguma capacidade ociosa em sua fábrica, um dos
diretores estava propenso a rejeitar a oferta. E, em reunião de diretoria fez o seguinte
comentário:
A oferta da McDonald’s é muito baixa. Por duas razões:
a) A proposta é inferior do atual preço praticado no mercado. Isso poderá
fazer com que os atuais clientes queiram negociar preços especiais; e
b) A proposta é inferior aos nossos custos unitários, ou seja, acho que nosso
preço nunca deveria ficar abaixo, pelo menos, dos nossos custos unitários.
Como nossos custos totais são de $9.100.000, então nossos custos unitários
são de $4,55 por unidade, somado os $0,20 adicionais do prendedor menos
o que economizarmos em comissões, ou seja;
4,55 + 0,20 – 0,15 = $ 4,60 por unidade
PEDE-SE:
1. Analisando financeiramente, a empresa teria lucro ou prejuízo com a operação para o
McDonald’s ? Apesar do lucro ou prejuízo, a empresa deveria aceitar a proposta? Por
quê?
Dados extras - seus custos fixos de fabricação totalizarão $2.400.000 e suas despesas
fixas de vendas e administrativos serão de $2.300.000. As comissões de vendas, de 3%
das vendas, estão incluídas nas despesas de vendas e administrativos, sendo o restante
relativo a gastos com expedição.
Vendas $10.000.000
menos: Custos de Fabricação dos Produtos Vendidos 6.000.000
igual: Lucro Bruto $ 4.000.000
menos: Despesas de Vendas e Administrativas 3.100.000
igual: Lucro Operacional $ 900.000
No fim do ano surgiu a oportunidade de entrar em uma concorrência oferecida por uma
ONG para compra de canetas que serão distribuídas em escola pública.
A venda seria de 100.000 canetas e o material a ser utilizado seria de menor qualidade,
gerando uma economia de $0,45 por unidade. Além disso, como é uma concorrência,
não haverá incidência de comissão, nem de despesas de expedição.
Você, por sua vez acha que esta é uma oportunidade para aumentar seus lucros
projetados em 25% (sobre o lucro original de $900.000).
Vendas $10.000.000
menos: Custos de Fabricação dos Produtos Vendidos 6.000.000
igual: Lucro Bruto $ 4.000.000
menos: Despesas de Vendas e Administrativas 3.100.000
igual: Lucro Operacional $ 900.000
a) Você foi contratado para ajudar a definir esse novo preço. Portanto, qual deverá ser o
novo preço da caneta ?
b) Qual seria o preço da empresa, se o lucro desejado pelos acionistas fosse estabelecido
em 7,00% da receita?
O presidente, confuso sobre o problema de eliminar a linha de produto que deu origem a
empresa, e sem compreender claramente o significado dos valores apresentados,
solicitou ao Sr. Pompa, o Diretor Financeiro da empresa, uma exposição detalhada das
contas acima.
Sr. Pompa explicou que as despesas variáveis referem-se aos custos dos produtos
vendidos, mais os impostos indiretos sobre as respectivas vendas, como ICMS, etc. As
despesas fixas, totalizando $400.000, foram rateadas aos negócios de acordo com a
receita obtida por cada linha de negócio. A discriminação das contas que compõem as
despesas fixas são:
Itens Valor
Despesas fixas específicas com Produtos Alimentícios $ 140.000
Despesas fixas específicas com Mercadorias em Geral 100.000
Despesas fixas específicas com Remédios 15.000
Despesa com pessoal da administração geral (diretores, etc.) 70.000
Outras despesas com a administração geral 50.000
Propaganda institucional 20.000
Segurança 4.000
Imposto predial: escritório da administração central 1.000
Despesas Fixas: Total $ 400.000
c) Caso seja necessário retirar tal linha de produtos, o que a empresa pode
fazer?
Vovô, com sua experiência de outros problemas e evitando que esta discórdia se
transformasse em discussão mais acirrada, achou melhor que o especialista de custo, Sr. Lee,
opinasse sobre este caso. Ao analisar as despesas indiretas fixas de fábrica, o Sr. Lee as
dividiu de acordo com o quadro a seguir:
PEDE-SE:
a) Deve o Vovô fazer ou comprar a peça BITOCA ?
A capacidade mercadológica absorve 10.000 unidades de cada produto, o que faria com
que a empresa necessitasse de 45.000 horas de produção, entretanto, ela só dispõe de
30.000 horas e não há capacidade financeira de investir, a curto prazo, em novas
máquinas.
PEDE-SE:
a) Para maximizar o lucro da empresa, qual deverá ser a programação de produção
?
Analisando o mercado atual estimou que no ponto pretendido obteria, em média, 2.500
revelações por mês. Cada revelação consistiria aproximadamente 20 fotos. A estrutura
de custo para operar a loja será dividida em duas categorias: (1) o custo por envelope
(conhecido como custo variável) e (2) o custo fixo mensal da loja (que independe da
quantidade de envelopes revelados). Esses custos estimados são apresentados a seguir.
A pergunta que o Prof. Sardinha fazia a si mesmo era: qual será o preço mínimo da
revelação, de forma que recupere os custos operacionais e que o retorno sobre o
investimento seja igual ao do mercado financeiro. O imposto de renda é de 30% sobre o
lucro.
3.4 - Transparências