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ANTONIO CARLOS MARQUES DA SILVA

ALEXANDRE LIMA MARQUES DA SILVA

MATEMÁTICA FINANCEIRA
UM PRIMEIRO CURSO

Maceió-Alagoas
2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

Reitora
Ana Dayse Rezende Dorea

Vice-reitor
Eurico de Barros Lôbo Filho

Diretora da Edufal
Sheila Diab Maluf

Conselho Editorial Edufal


Sheila Diab Maluf (Presidente)
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Elton Casado Fireman
Roberto Sarmento Lima
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Lindemberg Medeiros de Araújo
Leonardo Bittencourt
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Antonio de Pádua Cavalcante
Cristiane Cyrino Estevão Oliveira

Editoração eletrônica, capa e programação visual


ANTONIO CARLOS MARQUES DA SILVA

Catalogação na fonte
Universidade Federal de Alagoas
Biblioteca Central
Divisão de Tratamento Técnico
Bibliotecária Responsável: Helena Cristina Pimentel do Vale

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DE EDITORAS UNIVERSITÁRIAS
UFAL – IM

Universidade Federal de Alagoas


Instituto de Matemática

Anamelea de Campos Pinto


Coordenadora Institucional de Educação à Distância
(CIED-UFAL)

CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

Amauri da Silva Barros


Diretor do Instituto de Matemática
José Carlos Almeida de Lima
Vice-Diretor do IM
Ediel Azevedo Guerra
Coordenador Acadêmico
José Fábio Boia Porto
Coordenador de Tutoria
Julienne Barros
Revisora EAD
Matemática Financeira

SUMÁRIO

• Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
• Capítulo 1  Juros simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
I Atividade 1  Juros simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
I Atividade 2  Descontos simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
• Capítulo 2  Juros compostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
I Atividade 3  Taxas nominais e efetivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
I Atividade 4  Taxas equivalentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
I Atividade 5  Descontos compostos. Equivalência de capitais . . . . . . . . . 30
I Atividade 6  Taxas aparentes e reais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
• Capítulo 3  Séries de pagamentos uniformes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
I Atividade 7  Séries postecipadas, antecipadas e diferidas . . . . . . . . . . . 43
• Capítulo 4  Sistemas de amortização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
I Atividade 8  Sistemas PRICE, SAC e SACRE . . . . . . . . . . . . . . . . 58
• Capítulo 5  Alternativas de investimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
I Atividade 9  VPL e TIR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
• Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

iv
APRESENTAÇÃO

Através da Educação Financeira, consumidores e investi-


dores poderão desenvolver habilidades e segurança para se
tornarem mais preparados para vericar oportunidades de
mercado. O sucesso da Estratégia Nacional de Educação
Financeira (ENEF) tende a contribuir pra um consumo -
nanceiro mais responsável da população, além de assegurar
a conscientização dos riscos asumidos pelos consumidores
e reforçar a estabilidade e conança no Sistema Financeiro
Nacional.

As presentes notas de aula tencionam divulgar uma abordagem dos conteúdos iniciais integrantes
da Matemática Financeira, tal como adotados por nossa literatura, a qual, por sua vez, reete as regras
características de nosso Sistema Financeiro.
Na realidade, os autores acreditam que sua exposição é mais objeiva do que a que é adotada por outros
livros livros, mesmo sem descuidar dos aspectos teóricos, nem do método dedutivo característico de uma teoria
matemática bem delineada, cujo vigor, nesse caso particular, exige um melhor cuidado metodológico.
O desenvolvimento tecnológico, acompanhado de métodos computacionais ecientes, supõe maior
intimidade dos conceitos nanceiros e sua introdução na escolaridae formal, sempre que possível, desde as
séries iniciais. Assim, como aponta o Prof. Morgado [2005], seria desejável a presença da Matemática
Financeira (ao lado de outros métodos discretos) logo no Ensino Médio, cando para a Universidade um
tratamento que permitisse, por exemplo, trabalhar temas de Engenharia Econômica ou o estudo introdutório
de processos estocásticos em nanças.
Nesse mesmo entendimento, a ENEF propõe a inclusão
da Educação Financeira como tema transversal a ser tra-
balhado nas escolas, desenvolvida com base nas Diretrizes
Curiculares, para que o conteúdo seja interdisciplinar às dis-
ciplinas regulares. É indispensável a sensibilização das in-
stituições de ensino e de seus educadores; os quais poderão
realizar esforços signicativos para levar o conteúdo para as
salas de aula e conscientizar os estudantes.

Voltando à sala de aula atual, escolhemos um número de exercícios conveniente à execução numérica
dos conteúdos (são cerca de 180 problemas distribuídos em nove atividades, dos quais são indicadas todas as
respostas), cuja resolução integra o perl epistemológico do curso.
Gostaríamos de receber dos prezados colegas e dos caros alunos sugestões e/ou correções para tornar
o texto cada vez mais adequado a seu propósito, qual seja, servir de consulta segura pra seu público-alvo.
Bom trabalho!

Antonio Carlos Marques da Silva Alexandre Lima Marques da Silva

v
1. JUROS SIMPLES 7

CAPÍTULO 1
JUROS SIMPLES

Objetivos do Capítulo 1

(a) Estabelecer o valor do dinheiro no tempo;


(b) Conceituar juros e taxas naceiras;
(c) Descrever os métodos de capitalização simples e composta;
(d) Estudar as características dos juros simples e de suas taxas;
(e) Caracterizar a equivalência de capitais em juros simples;
(f) Conceituar desconto simples e suas formas comercial e racional;
(g) Identicar a equivalência de capitais pelos valores atuais.

INTRODUÇÃO

1. A Matemática Financeira é um conjunto de procedimentos que estuda o valor do dinheiro ao longo


do tempo, tornando compatíveis os uxos de entrada e saída de capital vericados em diferentes
momentos. Esses procedimentos, em geral, são normas acordadas entre os atores do processo produ-
tivo gerador dos uxos de capital considerados, além de regulamentação especíca das autoridades
nanceiras.

Na execução dos projetos nanceiros, a maioria dos agentes prefere receber hoje uma entrada
de caixa do que adiar o recebimento para uma data futura. Nessa acepção, havendo uma preferên-
cia temporal para a recepção imediata, postergar o recebimento envolve algum tipo de recompensa,
denida pelos juros. Desse modo, são os juros que induzem os adiamentos, o que permite a formação
de poupança e de novos investimentos.

Analogamente, o juro está associado ao custo do crédito ou à remuneração do capital aplicado,


ou seja, o juro é o pagamento pelo uso de poder aquisitivo por um determinado período de tempo.
8 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

Exemplo motivador 2.
Uma pessoa P tomou um empréstimo de $ 100,00 de um amigo A (estamos representando por $
uma qualquer unidade monetária). Dois meses após, P pagou $ 140,00 ao amigo A, isto é, P e A
concordaram que $ 100,00 no início do referido bimestre tem o mesmo valor que $ 140,00 no nal
daquele bimestre. É importante notar que o valor de uma quantia depende da época à qual ele
se refere. Acima, quantias diferentes (100 e 140), referidas a épocas distintas, têm o mesmo valor.
Observemos que o capital original (C = 100, 00), ao ser devolvido após o bimestre acordado, foi
acrescido de uma remuneração de $ 40,00 (também acordada) pelo uso do dinheiro emprestado, isto
é, o juro da operação de empréstimo vale J = 40, 00 ; na realidade, também usaremos a razão
J 40
i= = = 0, 40 = 40% a.b. (ao bimestre) denominada taxa de juros (taxa de crescimento do
C 100
capital).

3. Resumindo um pouco as considerações anteriores, destaquemos o seguinte princípio básico:


Não se pode comparar ou operar quantias referidas a épocas diferentes. .
Em outras palavras, a comparação e. por exemplo, a soma dessas importâncias monetárias diferidas
exige um deslocamento no tempo, cuja ferramenta é a taxa de juro, como veremos mais tarde.
Veriquemos as seguintes situações de erros comuns em raciocínios nanceiros (veja o exemplo
acima).

• Achar que $ 140,00 valem mais do que $100,00. Atenção! $140,00 valem mais do que $ 100,00,
se referidos à mesma época. Referidos a épocas diferentes, $ 140,00 podem ter o mesmo valor
que $ 100,00 [como no exemplo anterior] ou até mesmo um valor inferior.

• Todos nós preferiríamos receber $ 100,00 agora do que $140,00 daqui a sete anos. Vejam: mesmo
que não houvesse inação, a quantia de $ 100,00 aplicada em uma caderneta de poupança, a
juros de 0,5% ao mês, acumularia, em 84 meses, pelo menos, o montante de $ 152,00.

• Achar que $ 100,00 têm sempre o mesmo valor no tempo! Na verdade, $ 100,00 hoje valem mais
que $ 100,00 daqui a um ano.

4. Fatores que determinam a existência dos juros


(a) Vimos anteriormente que a remuneração adequada do capital é um dos fatores que integram a
utilidade do consumidor. Nesse sentido, esse ganho compete com outras oportunidades de investi-
mentos, por isso denominado custo de oportunidade;
(b) A diminuição do poder aquisitivo do capital provocada pela inação exige que o investimento
produza retorno maior que o capital investido;
(c) O risco em uma operação nanceira (como as de longo prazo), provocado pelas incertezas do
mercado futuro, já é levado em conta na própria taxa da operação.

5. TAXAS DE JUROS
J
A taxa de juro é o coeciente i = , referido a uma unidade de tempo, que determina o juro J ,
C
remuneração do capital principal C , no período considerado. Observe que J = C × i .
1. JUROS SIMPLES 9

Observação. A unidade de tempo a que uma taxa de juro se refere é múltiplo ou submúltiplo do
chamado ano comercial, que possui 360 dias, ou 12 meses, cada qual com 30 dias; são submúltiplos
do ano: bimestre (b), trimestre (t), quadrimestre (q), semestre (s), dentre outros.
O ano civil, com 365 dias (+ a correção bisexto) e os meses de 31 e 30 dias, é usado com menor
frequência.
As taxas de juros podem ser representadas de duas formas equivalentes:
(a) Taxa unitária  usa diretamente a representação decimal da razão i = J/C ;
(b) Taxa percentual  é a representação percentual da razão i = J/C .
Para passar da forma (a) para a forma (b), basta multiplicar por 100 ambos numerador e denominador
(deslocar a vírgula decimal duas casas à direita e acrescentar a notação % ); de (b) para (a), dividimos
por 100 ambos numerador e denominador (deslocando a vírgula decimal duas casas à esquerda e
suprimindo a notação %).
Por exemplo, um capital de C = 2000, 00 rendeu J = 100, 00 de juros durante um mês. A taxa de
juros mensal vale
J 100 5
i= = = 0, 05 a.m. = = 5% a.m.
C 2000 100
Outros exemplos:
F. unitária F. percentual F. unitária F. percentual
0,02 a.d. 2% a.d. 0,1125 a.m. 11,25% a.m.
0,8 a.a 80% a.a 0,004 a.b. 0,4% a.b,
0,12 a.m. 12% a.m. 2 a.a. 200% a.a

6. Os processos de capitalização
(a) Capitalização simples
Nesse caso, em cada período, o juro apurado é constante e só depende do capital inicial e da taxa
de juros, J = Ci; portanto, o crescimento dos juros no tempo é linear, diretamente proporcional ao
tempo e ao juro, Jn = Cin, tal como em uma progressão aritmética.
ano Juros simples Juros compostos
n juro anual montante juro anual montante
1 200 1.200 200 1.200
2 200 1.400 240 1.440
3 200 1.600 288 1.728
4 200 1.800 345,60 2.073,60
5 200 2.000 414,72 2.488,32
A tabela acima mostra os rendimentos de um capital C = 1000, 00, investido durante n = 5 anos, à
taxa anual i = 20% = 0, 2 a.a. Em cada período, o juro é constante e vale J = Ci = 1000×0, 2 = 200,
o que permite escrever o valor do juro após n anos: Jn = Cin ou Jn = 200n. Também ca
determinado o montante Mn = C + Jn = C + Cin, ou Mn = C(1 + in) , Mn = 1000 + 200n; tanto
Jn como Mn são funções lineares no tempo. Outra notação para o montante: Cn = C +J = C(1+in).
(b) Capitalização composta
Agora, ao nal de cada período, o juro do período é incorporado ao capital do período, formando um
novo capital, cujo juro será incorporado para constituir novo capital, e assim por diante. Acompanhe
esses rendimentos na tabela acima.
10 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

O primeiro juro obtido, J1 = Ci = 1000×0, 2 = 200 é incorporado ao capital C , fornecendo o primeiro


montante C1 = C + J1 = C + Ci = C(1 + i), no caso C1 = 1000 + 200 = 1200. Esse valor é o capital
do segundo período, cujo juro J2 = C1 × i formará o segundo montante C2 = C1 + J2 = C1 + C1 i,
ou C2 = C1 (1 + i) = C(1 + i)(1 + i), ou C2 = C(1 + i)2 , no caso C2 = 1440. Continuando com esse
processo, obteremos a fórmula notável
Cn = C(1 + i)n , donde Jn = Mn − C = C[(1 + i)n − 1]
Observemos que a expressão exponencial do montante Cn caracteriza a formação de uma progressão
geométrica, de razão 1 + i.
O gráco abaixo ilustra o desenvolvimento dos dois tipos de capitalização.

(c) Compatibilidade dos prazos nanceiros


Em qualquer dos dois casos, antes de aplicar as fórmulas de cada capitalização, é essencial compati-
bilizar o prazo da aplicação nanceira propriamente dita com o prazo inerente à taxa de juros. Como
veremos, os procedimentos adotados dependerão de cada tipo de capitalização.
No que se refere apenas ao prazo da aplicação, os modelos de adequação usam os seguintes coe-
cientes, que correspondem a aplicações imediatas de regra-de-três simples.
* ano mês dia
ano * 12 360
mês 1/12 * 30
dia 1/360 1/30 *

Pratique um pouco!
1. Complete as lacunas:
(a) 18 m = 1,5 a = ? d; (b) 60 m= ? a; (c) 1 a 9 m=? m; (d) 0,25 a = ? m = ? t;
(e) 21 m = ? a = ? t ; (f) 180 d = ? a = ? m ; (g) 45 d = ? m; (h) 20,1 m = a m d .
2. Uma loja vende aparelhos de TV por $1500,00 à vista; a prazo, vende por $1654, sendo $ 400,00
de entrada e o restante após 4 meses. Qual a taxa de juros cobrada no período da venda?
3. Um certo imposto, no valor de $ 1200,00 , foi recolhido com atraso e acrescido de multa de 20% e
juros de 8,50% (mora e correção Selic), ambos calculados sobre o principal. Qual o total pago?
1. JUROS SIMPLES 11

7. JUROS SIMPLES
Retomando as características da capitalização simples, temos

• Os juros de cada período são calculados sempre sobre o mesmo principal, logo são constantes
(em cada período);

• Os juros de um determinado período não são incorporados ao principal, logo não há capitalização
de juros;

• O capital cresce a uma taxa linear e a taxa de juros possui comportamento linear em relação
ao tempo.

Dadas essas peculiaridades, aplicação dos juros simples é limitada, supondo um contexto nanceiro
não inacionário e no curto prazo.
Fórmulas básicas
Dados o capital principal C , a taxa de juros i e o número n de períodos de tempo (a que se refere a
taxa), sejam J o total de juros ganhos e Cn o montante correspondente; temos
J = Cin e Cn = C + Jn = C(1 + in)
O uso adequado dessas relações resolve todos os problemas envolvendo a capitalização simples. Nessas
fórmulas, use o formato unitário da taxa.

Exemplos 8.
1. Achar os juros ganhos por $ 2.000,00 , à taxa simples de i = 15% a.a. e durante 2 anos.
Substituindo os dados: J = Cin = 2000 × 0, 15 × 2 = 600, 00.
2. Qual o montante na aplicação anterior?
Temos: C2 = C + J = 2.000 + 600 = 2.600, 00.
3. Um capital de C = 4.500, 00 rende juros de 360, 00 após 4 meses. Qual a taxa mensal da aplicação?
J 360
De J = Cin, vemos que i = = = 0, 02 a.m., ou i = 2% a.m.
Cn 4500 × 4
4. Um capital de $ 8.640,00 rendeu um montante M = 11.664, 00, à taxa de 3,5% a.m. Calcular o
número de meses da aplicação.
J 3024
Achando o juro: J = M − C = 11664 − 8640 = 3024, donde n = = = 10 meses.
Ci 8640 × 0, 035

Exemplo motivador 9.
Achar os juros do capital de 10.000, 00 aplicados à taxa de 36% a.a durante 2 meses.
Observemos que os prazos da taxa e da aplicação não são compatíveis! Como proceder? Ora, como
2
1 ano=12 meses, temos 2 meses=(2/12) anos, logo J = Cin = 10000 × 0, 36 × = 600; observemos
12
que não tentamos calcular a fração (2/12) = 0, 16666..., pois a tal fração está associada a uma dízima
periódica. Nas contas do juro, ocorreram simplicações que sumiram com a fração renitente!
2 0, 36
Observemos, ainda, a seguinte arrumação: J = 10000 × 0, 36 × = 10000 × × 2 que, numeri-
12 12
camente, em nada alterou as contas do juro  mas sugeriu a alternativa de adequar a taxa ao prazo!
Tudo se passa como se a taxa anual de 0, 36 fosse transformada numa taxa mensal 0, 36/12 = 0, 03 e
o juro calculado mais diretamente: J = 10000 × 0, 03 × 2 = 600.
12 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

10. Taxas Proporcionais e Taxas Equivalentes


O artifício que usamos no exemplo anterior pode ser generalizado, e sua validade garantida, na
capitalização simples, pela linearidade da taxa no tempo.
Duas taxas i1 e i2 , relacionadas respectivamente aos períodos n1 e n2 , referidos a uma mesma unidade,
i1 n1
são proporcionais se = , ou, equivalentemente, se i1 n2 = i2 n1 .
i2 n2
Por exemplo, são proporcionais as taxas i1 = 5% a.t=0, 05 a.t. e i2 = 10% a.s=0, 10% a.s, pois com
n1 = 3 meses e n2 = 6 meses, temos 0, 05/0, 10 = 3/6 = 1/2.
Do mesmo modo, como 1 ano=12 meses, a taxa de 0, 36 a.a é proporcional à taxa mensal 0, 36/12 =
0, 03.
Um conceito análogo é o de taxas equivalentes: duas taxas i1 e i2 , relacionadas respectivamente aos
períodos n1 e n2 , referidos a uma mesma unidade, são equivalentes se produzem o mesmo juro
quando aplicadas ao mesmo capital, por um mesmo período de tempo.
Por exemplo, são equivalentes as taxas de 0, 05 a.t. e 0, 10 a.s., pois, em um ano, aplicadas a um
capital C , darão juros idênticos C × 0, 05 × 4 = 0, 2C e C × 0, 10 × 2 = 0, 2C . Em particular, vemos
que 0, 05 × 4 = 0, 10 × 2, isto é, 0, 05/0, 10 = 2/4 = 1/2, e essas taxas equivalentes são proporcionais.
Vemos, então:
Na capitalização simples, taxas proporcionais são equivalentes, e reciprocamente. Tal
resultado não vale na capitalização composta!
O quadro abaixo indica algumas taxas proporcionais:
taxa a.a. a.m. a.d.
a.a * i/12 i/360
a.m. ix12 * i/30
a.d. ix360 ix30 *

Exemplos 11.
1. Achar o juro e o montante de um capital de $ 1.000,00, aplicado a uma taxa simples de 12% ao
semestre, pelo prazo de 5 anos e 9 meses.
Como o prazo dado corresponde a 5 anos + 1 semestre + 3 meses = 10+1+0,5 semestres=11,5 s.,
vemos que
J = 1000 × 0, 12 × 11, 5 = 1.380, 00 e o montante M = C + J = 1000 + 1380 = 2.380, 00.

2. Um capital de $ 5.000,00 rendeu $ 1.200,00 em 180 dias. Achar a taxa anual da aplicação.
J 1200
O prazo de 180d corresponde a 0,5a, logo i = = = 0, 48 a.a.=48% a.a.
Cn 5000 × 0, 5
3. Calcular o valor de resgate de $500,00 aplicados por 16 meses à taxa simples de 12% a.t.
0, 12
Substituindo: M = C(1 + in) = 500(1 + × 16) = 820, 00.
3
4. Em dois meses, o capital de $ 5.050,00 rendeu $ 550,00 de juros. Achar a taxa anual do investimento.
J 550
Substituindo: i/12 = = , donde i = 0, 6535 a.a=65, 35% a.a.
Cn 5050 × 2
5. Em quantos meses um capital de $ 400,00 rende $ 80,00 a juros simples de 60% a.a?
J 80
Temos n = = = 4 meses.
Ci 400 × (0, 60/12)
1. JUROS SIMPLES 13

11. Equivalência de Capitais a juros simples


M
As relações M = C(1 + in) e C = são fundamentais para representar, num diagrama de
1 + in
uxo, os processos de capitalização (cálculo de M a partir de C), bem como o processo inverso, de
descapitalizar (cálculo de C a partir de M).
M = C(1 + in)
6

0
n
M
?C = 1 + in

Uma aplicação interessante dessa representação é a chamada equivalência de capitais: dois capitais
são equivalentes quando têm o mesmo valor em uma certa data de referência (data focal). A escolha
dessa data inuencia os resultados; como veremos, o mesmo não ocorre na capitalização composta.
O diagrama de uxo abaixo indica a equivalência (data focal 2), a juros de 10%, dos capitais
C1 = $3.636, 35, que ocorre na data 1, e C2 = $5.600, 00, na data 6. O capital C1 é capitalizado para
a data 2, cujo valor é C1 (1 + i) = 3636, 35 (1 + 0, 10) ∼ 4.000, enquanto o valor de C2 diminui para
C2 5600
= = 4000.
1+i 1 + 0, 10 × 4

 C2
6

C1 -
6

0
1 2 6

Exemplo 12.
1. Uma pessoa deve pagar $ 200,00 daqui a 2 meses e $ 400,00 daqui a 5 meses. Ache o valor de um
pagamento único a ser efetuado daqui a 3 meses que liquide a dívida; considere a taxa i = 5% a.m. e
o mês 3 como data focal.
Como os dois planos devem ser nanceiramente equivalentes na data focal escolhida, temos:
400
X = 200(1 + 0, 05 × 1) + = 573, 64. X
1 + 0, 05 × 2
6 400
6
200
6

0 2 3 5

Pratique um pouco!
No exercício acima, considerando os valores na data focal 0, encontramos X = 577, 10.
14 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

13. Atividade-proposta 1  JUROS SIMPLES


1. Calcular os juros de $300,00, à taxa de 24% a.a., durante 8 meses.

2. Qual o capital que, em 2 anos, a 1,5% ao mês, produz $93,60 de juros?

3. A que taxa anual se deve colocar o capital de $300,00 para que, em 3 meses e 6 dias, produza o
montante de $316,00?

4. Durante quanto tempo o capital de $200,00 deve ser empregado, à taxa de 2% ao mês, para
produzir o montante de $272,00?

5. Um capital é aplicado a juros simples a uma taxa de 3% ao mês. Em quanto tempo esse capital
aumentaria 14% em relação ao seu valor inicial?

6. Calcular os juros de um empréstimo de $1500,00, à taxa de 9% a.a., no período de 15/12 a 15/2,


considerando:

(a) o prazo (comercial) de 2 meses;


(b) o prazo civil (exato) de 62 dias, ano com 365 dias;
(c) o chamado processo bancário, com prazo civil e unidade de tempo comercial. Qual processo
maximiza os juros?

7. Uma loja vende um aparelho, cujo preço à vista é de $1.050,00, com uma entrada de $400,00 e
mais um pagamento de $750,00 em 60 dias. Calcular a taxa mensal simples cobrada pela loja.

8. Durante quanto tempo um capital produz juros iguais a 3/4 de seu valor, à taxa de 2% ao mês?

9. Uma pessoa colocou 1/3 de seu capital a 20% a.a. e o restante a 15% a.a. No m de 2 anos os
juros somaram $300,00. Qual foi o capital aplicado?

10. Uma pessoa dividiu seu capital em duas partes iguais, colocando uma a 12% a.a. e outra, a 15%
a.a. No m de 2 anos e 3 meses os juros da segunda parte excederam os da primeira em $675,00.
Qual o capital?

11. No m de quanto tempo os capitais de $1.800,00, a l8% a.a., e $2.200,00 a 12% a.a., produzirão
montantes iguais?

12. Um capital, colocado a juros durante 4 meses, elevou-se a $9.020,00. Se esse capital tivesse sido
aplicado durante 10 meses, o montante seria de $10.250,00. Calcular o capital e a taxa mensal.

13. João tem uma dívida de $35.000 que vence em 16 meses. Pretende pagar $12.000 no m de 158 dias
e $13.000 aos 189 dias depois desse primeiro pagamento. Quanto deve pagar na data de vencimento
para liquidar a dívida? Considere juros simples de 50% a.a. e data focal no vencimento da dívida.

14. Uma pessoa levantou um empréstimo de $3.000,00 a juros simples de 18% a.a. para ser liquidado
depois de 270 dias. Considerando-se que a pessoa amortizou $1.000,00 no 75◦ dia, quanto deverá
pagar na data de vencimento de modo a liquidar a dívida? (data focal: 270◦ dia).

15. Uma empresa tem duas dívidas a pagar. A primeira de $2.500,00, contratada a juros simples de
2,5% a.m., com vencimento em 45 dias; e a segunda, de $3.500,00, a juros simples de 3% a.m., com
vencimento em 90 dias. Calcular a quantia necessária para liquidação de ambas as dívidas em 180
dias, considerando-se que no 30◦ dia do seu prazo a primeira dívida foi amortizada com $1.500, e
no 60◦ dia do seu prazo a segunda foi amortizada com $3.000,00 (efetuar os cálculos na data focal
do 180◦ dia).
1. JUROS SIMPLES 15

14. Respostas da Atividade 1

1. 48,00 9. 900,00
2. 260,00 10. 20.000,00
3. 20% a.a. 11. 6 anos e 8 meses
4. 1 ano e 6 meses 12. 8.200,00 e 2,5% a.m.
5. 140 dias = 4 meses e 20 dias 13. 2.231,94
6. a) 22,50; b) 22,93; c) 23,25 14. 2307,50
7. 7,7% a.m. 15. 1.548,75
8. 3 anos, 1 mês e 15 dias

15. DESCONTO SIMPLES


O desconto é um abatimento dado a um título de crédito (duplicata, nota promissória, letra de
câmbio) que é resgatado antes de seu vencimento. O título possui um valor nominal, N, que é o
valor inscrito e corresponde ao valor no dia do vencimento. O valor líquido liberado ao portador é o
valor atual ou valor presente, A, quantia menor do que o valor nominal. A diferença entre esses
valores é o desconto d: d = N − A . O diagrama abaixo ilustra a situação.
N
6 6
A d
6

0 n

(a) Desconto comercial ou `por fora'


Bastante utilizado na prática comercial, é o desconto que corresponde ao juro simples calculado sobre
o valor nominal; se i é a taxa do desconto comercial e n o prazo de antecipação,então d = N in .

Como d = N − A, vemos que N − A = N in, ou A = N − N in, isto é, A = N (1 − in) .

(b) Desconto racional ou `por dentro'


É o desconto (dr ) que corresponde ao juro simples calculado sobre o valor atual; se i é a taxa do
desconto racional e n o prazo de antecipação,então dr = Ain .
Tal como antes, dr = N − A ou A = N − dr , donde dr = (N − dr )in, ou dr + dr in = N in e
N in N
dr = . Substituindo no valor atual A = N − dr , vem A = .
1 + in 1 + in

(c) Relação entre os descontos comercial e racional


No ítem (b) acima, vimos que dr (1 + in) = N in; por outro lado, para o desconto comercial, temos
d = N in; assim, vale a relação
d = dr (1 + in)
16 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

Exemplos 16.
1. Uma duplicata de valor nominal $ 2.000,00 foi resgatada 4 meses antes do vencimento, à taxa de
9% a.a. Ache o desconto comercial e o valor atual do título.
Temos N = 2000; d = N in = 2000 × (0, 09/12) × 4 = 60; A = N − d = 1940.
2. Achar a taxa mensal de desconto comercial de uma duplicata negociada 60 dias antes do vencimento,
sendo $ 26.000,00 seu valor de resgate e $ 24.440,00 seu valor atual.
d
Ora, d = N − A = 26000 − 24440 = 1560; como d = N in, vemos que i = . Tranformando
Nn
1560
n = 60d = 2m e substituindo tudo, vem i = = 0, 03 a.m.=3% a.m.
26000 × 2
3. Calcular o desconto racional e o valor atual de um título de $5.500,00, 3 meses antes do vencimento,
à taxa de 40% a.a.
N in 5500 × (0, 40/12) × 3
Temos dr = = = 500, logo A = N − dr = 5000.
1 + in 1 + (0, 40/12) × 3
4. Um título de valor nominal de $ 5.300,00 foi descontado à taxa de 18% a.a., obtendo-se um desconto
racional de $ 300,00; calcular, em meses, o tempo de antecipação.
Usando dr = N − A, obtemos A = N − dr = 5300 − 300 = 5000; também temos dr = Ain, logo
dr 300 300
n= = = = 4 meses.
Ai 5000 × (0, 18/12) 75
5. O desconto comercial de um título descontado 3 meses antes do vencimento é de $ 550,00, à taxa
de 40% a.a. Achar o desconto racional.
Basta usar a relação (c) acima: d = dr (1 + in), ou 550 = dr (1 + 0, 40 × (3/12)) = dr × 1, 10, donde
dr = 500.

17. Taxa efetiva linear no desconto simples


Obtido o valor atual A, a partir do valor nominal N, vale refazer a capitalização A(1+in) = N ?? Essa
igualdade ocorre para o desconto racional, pois é uma das relações que obtivemos! Já para o desconto
comercial, não há nada semelhante; na realidade, aquela capitalização é falsa! Veja o exemplo 1
acima, e calculemos A(1 + in) = 1940(1 + (0, 09/12) × 4) = 1998, 20 6= 2000. Para contornar esse
desequilíbrio, temos de usar outra taxa, I, tal que A(1 + In) = N , ou A + AIn = N , ou ainda
AIn = N − A = d = N in; como A = N (1 − in), segue, enm, a taxa procurada,
i
I=
1 − in
que chamaremos de taxa efetiva linear comercial.
Mais diretamente, observemos a expressão alternativa
d
I=
An
0, 09
Por exemplo, com os dados numéricos acima: I = = 0, 0928 a.a.=9,28% a.a., ou
1 − 0, 09 × (4/12)
60
I= = 0, 0928 = 9, 28%
1940 × (4/12)
Observemos que a taxa efetiva I é maior do que a taxa contratual i. Não é por acaso que a maior
parte da rentabilidade ca com quem empresta (a rede bancária!).
1. JUROS SIMPLES 17

18. Equivalência de capitais e valores atuais


Vimos no Ÿ11. como comparar capitais diferidos, via capitalização simples. Na mesma ordem de
ideias, podemos tomar como referência os valores atuais envolvidos. Na realidade, basta considerar o
desconto comercial, já que a formação do desconto racional é idêntica à da capitalização simples
(rever a discussão do Ÿ17).
Dois ou mais capitais diferidos são equivalentes numa certa época (data focal) se, nessa
época, são iguais seus valores atuais. Lembremos que A = N (1 − in) (desc. comercial).
Por exemplo, são equivalentes (hoje, data focal 0) os títulos, de valor nominal N1 = 200, 00, resgatável
em n1 = 4 m, e de valor nominal N2 = 320, 00, resgatável em n2 = 10 m, à taxa comercial de 5%
a.m. De fato, os respectivos valores atuais são iguais:
A1 = 200(1 − 0, 05 × 4) = 160 e A2 = 320(1 − 0, 05 × 10) = 160.

Exemplo 19
Uma empresa deve pagar dois títulos, N2 = 720, 00 para 2 meses e N3 = 960, 00 para 3 meses.
Passando por diculdades de capital de giro, sugere ao credor substituir os dois títulos por um único
título X para 4 meses, à taxa comercial de 1,2% a.m.. Calcular o valor nominal do novo título (usar
a data focal 0).
Acompanhe no uxo de caixa os deslocamentos dos valores nominais para valores atuais na data 0.
Em cada caso, vale A = N (1 − in).

X
960
6
720
6

0 2 3 4

Temos: A = X(1 − 0, 012 × 4) = 0, 952 X


A2 = N2 (1 − 0, 012 × 2) = 720 × 0, 976 = 702, 72
A3 = N3 (1 − 0, 012 × 3) = 960 × 0, 964 = 925, 44
Da condição A = A2 + A3 , segue 0, 952 X = 1.628, 16, donde X = 1.710, 25.
18 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

20. Atividade-proposta 2  DESCONTOS SIMPLES

1. Um título de $ 500,00 foi resgatado 4 meses antes do vencimento por $ 470,00. Calcular a taxa
mensal do desconto comercial.

2. Uma nota promissória de $ 200,00 foi resgatada antes do vencimento por $ 150,00. Sabendo-se
que a taxa do desconto comercial empregada nessa transação foi de 30% a.a., calcular o tempo de
antecipação do pagamento.

3. O valor atual de um título é igual à terça quarta parte de seu valor nominal. Calcular a taxa anual
do desconto comercial, sabendo-se que o pagamento foi antecipado 1 ano e 4 meses.

4. O valor nominal de um título é igual a 20 vezes seu desconto comercial a 18% a.a. Calcular o
tempo de antecipação do pagamento.

5. Um título é descontado 6 meses antes de seu vencimento à taxa comercial de 6% a.m. Calcule a
taxa efetiva semestral da operação.

6. Um banco deseja operar a uma taxa efetiva de juros simples de 8% ao mês para operações de 5
meses. Nessas condições, calcule a taxa mensal de desconto comercial praticada pelo banco.

7. Dois títulos de $ 1.000,00, vencíveis, respectivamente, em 4 e 6 meses, serão resgatados em único


pagamento, a ser efetuado no m de 2 meses. Calcular o valor desse pagamento, sabendo-se que
a taxa do desconto comercial dessa transação é de 1% ao mês. Usar a data focal=0.

8. Uma nota promissória de $ 3.000,00 vence no m de 3 meses e 15 dias e outra, de $ 4.000,00, em


5 meses. Calcular o valor do título único para 8 meses, que substitui os dois primeiros à taxa do
desconto comercial de 1,8% ao mês. Usar a data focal=0.

9. Calcular o desconto racional simples dr de um título de $ 800,00, à taxa de 21% a.a. e 4 meses
antes do vencimento. Indique, também o valor atual (valor descontado) A.

10. Calcular o valor nominal de uma duplicata, pagável em 1 ano e 6 meses, cujo desconto racional, a
18% a.a, é de $ 270,00.

11. A diferença entre os descontos comercial e racional de um título, resgatado 6 meses antes do
vencimento, à taxa de 10% a.a., é de $ 105,00. Calcular o desconto comercial e o racional.

12. O desconto simples racional de um título descontado à taxa de 24% a.a., quitado três meses antes
de seu vencimento, é de $ 720,00. Calcular o valor do desconto correspondente caso fosse um
desconto simples comercial.

13. Um nanciamento (juros mais principal) de $ 1400,00, à taxa racional de juros simples de 10%
a.m., será quitado em duas parcelas: a primeira, no valor de 70% do nanciamento, será paga no
nal do quarto mês, e a segunda, no nal do décimo-primeiro mês. Calcule o valor nanciado.

14. Um banco aplica uma taxa simples de desconto de 15% am. e libera $ 18.900,00 no desconto
comercial de um título com vencimento para três meses. Calcular o valor de resgate (nominal) e
a taxa de desconto efetiva linear.

15. Uma duplicata de $ 20.000,00 foi descontada comercialmente 120 dias antes do vencimento.
Considerando-se que o valor líquido liberado foi de $18.000,00 e sabendo-se que foi cobrada uma
comissão de 2% sobre o valor nominal da duplicata, achar a taxa mensal do desconto.
1. JUROS SIMPLES 19

21. Respostas da Atividade 2

1. 1,5%a.m.
2. 10 meses
3. 18,75% a.a.
4. 3 meses e 10 dias
5. 56,25% a.s.
6. 5,714% a.m.
7. 1.938,78
8. 7.536,21
9. dr = 52, 34 ; A=747,66
10. N=1270,00
11. d= 2.205,00, dr = 2.100, 00
12. 763,20
13. 900,00
14. 34.363,64; ief = 27,27% a.m.
15. 2% a.m.
2. JUROS COMPOSTOS 21

CAPÍTULO 2
JUROS COMPOSTOS

Objetivos do Capítulo 2

(a) Estabelecer as características da capitalização composta;


(b) Calcular explicitamente as variáveis do sistema composto;
(c) Estudar as taxas nominais e as frequências da capitalização;
(d) Caracterizar taxas equivalentes;
(e) Conceituar o desconto nanceiro composto;
(f) Identicar a equivalência de capitais e a equação do valor atual.

INTRODUÇÃO
1. Na capitalização composta, os juros gerados em cada período são incorporados ao principal para o
cálculo dos juros do período seguinte; assim, dizemos que os juros são capitalizados. A capitalização
propriamente dita é a incorporação dos juros ao principal.
A juros compostos, o dinheiro cresce exponencialmente, em progressão geométrica, devido ao proce-
dimento de acumulação de juros. As fórmulas características são calculáveis com relativa facilidade,
com o uso de calculadoras `cientícas' (que acessam as funções exponencial e logarítmo neperiano),
ou com a ajuda de programas computacionais.
O regime de juros compostos possui ampla aplicabilidade no sistema nanceiro e nos modelos econô-
micos, onde participa a grande maioria da população economicamente ativa; basta citar, por exemplo,
as alternativas de nanciamento (comercial e industrial), os programas de aquisição da casa própria,
de crédito pessoal, etc. Mais recentemente, os derivativos e a classicação de riscos internacionais,
vem merecendo uma atenção redobrada dos prossionais dessas áreas.
22 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

2. Cálculo do montante e acumulação do capital.


Partindo de um capital principal C , aplicado a uma taxa i durante n períodos (unidades de tempo
compatíveis!), o método da capitalização composta permite obter o montante Cn dado por
Cn = C(1 + i)n

O fator (1 + i)n é o fator de capitalização ou fator de valor futuro. Por outro lado, como
Cn
C= , então diremos que (1 + i)−n é o fator de valor presente ou fator de desconto.
(1 + i)n
Cn
6

(1 + i)−n
0


- n
(1 + i)n
?C

A equação relaciona as quatro variáveis C , Cn , i e n, e permite, dadas três variáveis, calcular a quarta.
É o que exemplicaremos a seguir.

Exemplos 3.
1. À taxa composta de 12% a.m., achar o montante e os juros de $3.200,00 em 8 meses.
Temos C8 = 3200(1 + 0, 12)8 = 3200(1, 12)8 = 7.923, 08.
Para os juros: J = C8 − C = 7923.08 − 3200 = 4.723, 08.
2. Calcular o capital que acumula $ 14.000,00 em 6 anos, à taxa anual de 15% a.a.
Cn 14000
Usando a mesma fórmula, vem C = n = = 6.052, 59.
(1 + i) 1, 156
3. Achar o prazo de aplicação do capital de $ 55.000,00 que rende de juros 55.624,80, à taxa composta
de 15% a.m.
Temos Cn = C + J = 55000 + 55624, 80 = 110624, 80 = 55000 (1, 15)n , donde 2, 01136 = (1, 15)n ;
log(2, 01136)
aplicando logarítmos na última igualdade log(2, 01136) = n × log(1, 15), ou n = =5
log(1, 15)
meses.
4. Calcular a taxa composta mensal que permite o capital de $13.200,00, durante 7 meses, acumular
o montante de $ 35.112,56.
35112, 26 1/7
 
Com a mesma fórmula, vem 35.112, 26 = 13200(1 + i) , ou i =
7 − 1 = 0, 15 a.m.
13200, 00
5. Encontrar, a juros compostos, o montante de $ 3.000,00, a 2% ao mês, após 2 anos.
Atenção. A taxa é mensal e o prazo da aplicação é de 2 anos. Como proceder?
É fácil transformar o prazo da aplicação para o prazo da taxa (anos para meses); no outro sentido,
taxa com acumulação mensal para anual, é um pouco mais complicado... espere até avançarmos mais!
Seguindo a `dica', usaremos 2 anos = 24 meses, logo C24 = 3000(1, 02)24 = 4.825, 31.
6. Um empréstimo de $ 2.000,00 deverá ser resgatado após 3 anos, com a taxa trimestral de 3,75%.
Qual o valor do resgate?
A taxa sendo ao trimestre, ajustaremos o prazo de 3 anos para 12 trimestres. Assim, temos:
C12 = C(1 + i)n = 2000(1 + 0, 0375)12 = 3.110, 91
2. JUROS COMPOSTOS 23

4. Formulário-resumo
Cn
1. Cn = C(1 + i)n 2. C=
(1 + i)n

log(Cn /C)
3. i = (Cn /C)(1/n) − 1 4. n=
log(1 + i)

Pratique um pouco!
Completar a tabela abaixo, em regime de capitalização composta.
C i n J Cn = M
350,00 4%a.m. 6m ? ?
? 2,25%a.a. 5a ? 4.500,00
700,00 ? 4m ? 850,85
22.000,00 2,5%a.m. ? 6.161,86 ?

5. Taxas nominais e frequências de capitalização.


Uma taxa nominal é uma taxa declarada ou cotada, que não incorpora capitalizações e está referida
a um período de tempo diferente do período de capitalização.
A obtenção da taxa efetiva de capitalização é feita por proporcionalidade, a partir do período de
referência da taxa nominal e do número de capitalizações previstas.
Por exemplo, consideremos um capital de $100,00 aplicado por 1 ano a uma taxa nominal de 10% ao
ano, com capitalização semestral. Ora, como 1 ano corresponde a 2 semestres, a taxa nominal de 10%
a.a. corresponderá, proporcionalmente, à taxa de 10%/2=5% ao semestre; em cada ano essa taxa
semestral, efetiva, será capitalizada 2 vezes. O montante composto de duas capitalizações semestrais
[100(1 + 0.05)2 = 110, 25] é maior do que o montante obtido por uma única capitalização anual de
10% [100(1 + 0, 10) = 110, 00].
O quadro abaixo indica os montantes obtidos para diversas frequências (k) de capitalizações em um
ano, todos com a mesma taxa nominal de 10% a.a. Observemos o crescimento do montante com os
respectivos aumentos da frequência de capitalização.

capitalização (k) montante M = 100(1 + (0, 10)/k)k


anual (k = 1) M = 100(1 + 0, 10) = 110, 00
semestral (k = 2) M = 100(1 + (0, 10)/2)2 = 110, 25
mensal (k = 30) M = 100(1 + (0, 10)/30)30 = 110, 50
diária (k = 360) M = 100(1 + (0, 10)/360)360 = 110, 5156
Será possível aumentar a frequência k , de modo a sempre fazer crescer o montante? O que acontece
quando k → ∞? Ora, se i é uma taxa nominal que indica k capitalizações em um período, então,
i
em t períodos, ocorrerão kt capitalizações e o capital C produzirá o montante C(1 + )kt ; pondo
 it k
1 n 1 n
  
i/k = 1/n, teremos C 1+ → C e , pois, quando n → ∞, então 1 +
it → e.
n n
Diremos, então, que a capitalização é contínua, com montante Ct = C eit , onde i é a taxa nominal
ao período p, em t períodos. Fixados C, i, t esse é o montante máximo!
Por exemplo, no caso acima, em que t = 1, temos C1 = 100e0,10 = 110, 5171.
24 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

Exemplos 6

1. Achar o montante resultante de um investimento de $ 1200,00 aplicado por 3 anos à taxa nominal
de 16% a.a. capitalizados mensalmente.
0, 16 36
 
Temos 1a=12m, logo 3a=36m e 16%a.a.=16%/12 a.m.; C36 = 1200 1 + = 1.933, 15.
12
2. Qual o período em que um capital de $ 20.000,00 à taxa nominal de 12% a.a. capitalizados trimes-
tralmente, produz um montante de 34.040, 00?
Transformações: 1a=4t, 12%a.a.=3%a.t., 34040 = 20000(1, 03)n , donde 1, 03n = 1, 702; tomando log
em ambos os membros, vemos que n ∼ 18t, ou n = 54m = 4a6m.
3. Calcular os juros de um capital de $20.000,00, aplicado durante 9 meses a juros nominais de 18%
ao semestre capitalizados trimestralmente.
Transformações: 1s=2t; 18%a.s.=9%a.t.; 9m=3t; C3 = 20000(1, 09)3 = 25.900, 58;
J = 25900, 58 − 20000 = 5.900, 58.
4. Um capital de $ 40.000,00 aplicado 270 dias a uma certa taxa nominal a.a., capitalizada trimestral-
mente, rendeu de juros $1.800,00. Achar a taxa nominal.
Transformações: 1a=4t; i a.a.=i/4 a.t.; 270d=3t; C3 = 40000 + 1800 = 41800 = 40000(1 + (i/4))3 ;
(1800/40000) = (1 + (i/4))3 ; 1 + (i/4) = 1, 0148, i/4 = 0, 0148, i = 0, 0592 = 5, 92% a.a.

7. Atividade-proposta 3  Juros compostos. Taxas nominais


1. Calcular o montante de uma aplicação de $3.500 pelas seguintes taxas de juros e prazos:
(a) 4% a.m., 6 meses;
(b) 8% a.t., 18 meses.

2. Em que prazo um capital de $18.000 acumula um montante de $83.743 à taxa de 15% a.m.?
3. Um capital de $51.879,31 aplicado por seis meses resultou em $120.000. Qual a taxa de juros
efetiva ganha?

4. Um investimento resultou em um montante de $43.000 no prazo de três meses. Se a taxa de juros


efetiva ganha for 10% a.m., calcular o valor do investimento.

5. Uma pessoa deve pagar três prestações mensais iguais e consecutivas de $3.500 cada, sendo a
primeira para 30 dias. Se resolvesse quitar a dívida por meio de um pagamento único daqui a três
meses, qual seria o valor desse pagamento, considerando-se uma taxa de juros efetiva de 5% a.m.?

6. A rentabilidade efetiva de um investimento é de 10% a.a.. Se os juros ganhos foram de $27.473


sobre um capital investido de $83.000, por quanto tempo o capital cou aplicado?

7. Uma pessoa pretende, daqui a seis meses, comprar um automóvel no valor de $25.000. Calcular a
aplicação necessária a ser efetuada hoje em um investimento que rende juros efetivos de 13% a.m.,
de modo que o veículo possa ser comprado com os juros ganhos na aplicação.

8. Um capital de $50.000 rendeu $1.000 em um determinado prazo. Se o prazo fosse dois meses
maior, o rendimento aumentaria em $2.060,40. Calcular a taxa de juros efetiva ao mês ganha pela
aplicação e o prazo em meses.
2. JUROS COMPOSTOS 25

9. Dois capitais foram aplicados durante dois anos, o primeiro a juros efetivos de 2% a.m. e o segundo
a 1,5% a.m.. O primeiro capital é $10.000 maior que o segundo, e seu rendimento excedeu em
$6.700 o rendimento do segundo capital. Calcular o valor de cada um dos capitais.

10. Dois capitais, o primeiro de $2.400 e o segundo de $1.800, foram aplicados por 40 e 32 dias,
respectivamente. Considerando-se que a taxa efetiva ganha pelo primeiro capital foi 5% a.m. e
sabendo-se que esse capital rendeu $100 a mais do que o segundo, determinar a taxa mensal ganha
pelo segundo capital.

11. Calcular o montante acumulado durante um ano por um investimento de $ 100,00, considerando
(a) a taxa de 12% a.a.; (b) a taxa de 12% a.a., capitalizado trimestralmente; (c) a taxa de 12%
a.a., capitalizado mensalmente.

12. Calcular o montante de $6.000, em l ano e 6 meses, a 22% a.a. capitalizados trimestralmente.
13. Qual o capital que, colocado a 12% a.a. capitalizados trimestralmente, produz o montante de
$641,59 em 3 anos?

14. Calcular os juros de $1.000, durante 3 anos, a 20% a.a. capitalizados semestralmente.
15. Calcular a taxa anual de juros capitalizados trimestralmente para que o capital de $4.000 renda,
em 2 anos, $1.688,40.

16. Qual o tempo necessário para que $2.500 produzam o montante de $5.190,40 à taxa de 22% a.a.
com capitalizações semestrais?

17. Em quanto tempo dobra um capital aplicado à taxa nominal de 227,05% a.a capitalizada mensal-
mente?

18. No m de quanto tempo os capitais de $6.000 a 20% a.a. capitalizados trimestralmente, e $18.000,
a 10% a.a. capitalizados semestralmente, produzirão juros iguais?

19. Um capital de $10.000,00 foi aplicado por dois anos, a juros nominais de 8% ao ano, capitalizados
trimestralmente e, a seguir, o montante, por mais um ano, a juros nominais de 24% ao ano,
capitalizados mensalmente. Calcular os juros da aplicação ao término do terceiro ano.

20. Uma pessoa deposita $23.400 em uma instituição nanceira por 3 anos a 22% a.a. Calcular o
montante, sabendo-se que no primeiro ano os juros serão capitalizados semestralmente; no segundo
ano, trimestralmente; e, no terceiro ano, bimestralmente.

8. Respostas da Atividade 3
1. (a)4428,62; (b)5554,06 11. $112, $112,55, $112,68
2. 11m 12. $8.273,06
3. 15% a.m. 13. $450,00
4. 32.306,54 14. $771,56
5. 11.033,75 15. 18% a.a
6. 3 a. 16. 3a6m
7. 23.106,39 17. 4m
8. 2% a.m; 1m; 18. 7a1m7d
9. C1 = 13.440, 52; C2 = 3.440, 52 19. $4.859,47
10. 3,19% a.m. 20. $44.330,89
26 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

9. Taxas equivalentes.
A obtenção da taxa efetiva a partir de uma taxa nominal, por proporcionalidade em relação à frequên-
cia de capitalização, usa um método linear para descrever capitalizações exponenciais, o que pode
não parecer muito saudável.
Por exemplo, uma taxa nominal de 12% a.a. capitalizada mensalmente, dá origem a uma taxa mensal
de 1% a.m. Aplicando um capital unitário (C = 1) durante 1 ano à taxa de 12% a.a., obteremos o
montante (1 + 0.12) = 1, 12; se capitalizarmos a taxa mensal de 1% a.m. durante o mesmo período de
1 ano=12meses, acharemos (1 + 0, 01)12 = 1, 1268, isto é, um montante maior! Ora, então, essas duas
taxas (a anual e a mensal) não têm o mesmo efeito no modelo exponencial!! (Não haveria qualquer
alteração no quadro linear da capitalização simples, quando até convencionamos que tais taxas eram
equivalentes). Para manter a mesma terminologia, o conceito de equivalência deve ser ampliado, aí
incluída a capitalização composta!
Duas taxas são equivalentes quando, incidindo sobre um mesmo capital durante o mesmo
prazo, produzem montantes iguais pelo regime de capitalização composta.
Por exemplo, vimos acima que a taxa de 1% ao mês rende o montante acumulado anual de 1, 1268
(sobre o capital unitário) e taxa anual de 12,68% rende o mesmo montante no mesmo ano. Assim, a
taxa de 1% a.m. é equivalente à taxa de 12,68% a.a.
Em geral, a equivalência de taxas compostas passa pela seguinte igualdade:

1 + ip = (1 + ik )k (*)

onde ip é uma taxa referida ao período p , e ik uma taxa capitalizada k vezes no período p (mnemo-
nicamente, diremos que o período p é maior do k ou que a taxa ip contem a taxa ik .
Em particular, temos as relações:

(1 + ia ) = (1 + is )2 = (1 + it )4 = (1 + im )12 = (1 + id )360

Sempre usando a igualdade (*), temos:


de a.m. para a.a.: ia = (1 + im )12 − 1; de a.a. para a.m.: im = (1 + ia )(1/12) − 1
de a.d. para a.a.: ia = (1 + id )360 − 1; de a.a. para a.d.: id = (1 + ia )(1/360) − 1
de a.d. para a.m.: im = (1 + id )30 − 1; de a.m. para a.d.: id = (1 + im )(1/30) − 1

Exemplos 10.
1. Achar a taxa nominal anual capitalizada semestralmente, equivalente à taxa efetiva ia = 40% a.a.
Seja i a taxa nominal procurada; então i/2 é a taxa semestral que será capitalizada 2 vezes em 1 ano,

isto é, 1 + ia = (1 + (i/2))2 , ou 1, 40 = (1 + (i/2))2 , donde i = 2( 1, 40 − 1) = 0, 3664 = 36, 64% a.a.
2. Um investidor dispõe das seguintes alternativas de investimento: aplicar à taxa nominal de 48%
a.a. com capitalização mensal ou à taxa de 50% a.a. com capitalizações semestrais. Qual alternativa
é a melhor aplicação?
Basta achar a taxa anual equivalente a cada taxa nominal dada. Temos:
0, 48 12
 
1 + ia = 1 + ; ia = 60, 10% a.a.
12
0, 50 2
 
1 + ia = 1 + ; ia = 56, 25% a.a.
2
A primeira alternativa representa a maior taxa efetiva anual, logo deve ser a taxa escolhida.
2. JUROS COMPOSTOS 27

3. Calcular a taxa efetiva para 21 dias equivalente à taxa efetiva de 17% a.t.
Inicialmente, achar o fator de juros efetivos ao dia; como 1t=90d, vem que (1 + id )90 = (1 + it ) = 1, 17,
donde 1+id = (1, 17)1/90 . Em seguida, podemos capitalizar por 21d o fator diário: 1+i21d = (1+id )21 ,
21
logo i21d = (1, 17)1/90 − 1 = 3, 73% em 21dias.
4. A partir da taxa nominal de 40% capitalizada mensalmente, achar a taxa efetiva anual e a taxa
efetiva para um período de 43 dias.
0, 40 12
 
(a) taxa efetiva anual: 1 + ia = 1 + , donde ia = 48, 21% a.a.;
12
(b) para a taxa efetiva no período de 43 dias, comecemos por destacar o fator de juros ao dia; ora,
 1
0, 40 0, 40 30
sendo (1 + id )30 = 1 + im = 1 + , vemos que 1 + id = 1 + ; logo, para achar a taxa
12 12
  43
0, 40 30
efetiva em 43 dias, basta capitalizar 43 dias o fator diário, isto é, 1 + i43d = 1 + , donde
12
i43d = 4, 81% em 43 dias.
5. Um título de crédito com valor nominal de $200.000 foi descontado 63 dias antes de seu vencimento
à taxa comercial simples de i=13% a.m. Considerando a cobrança de IOF de 1% a.m. e de uma taxa
de serviços s=2,5% (ambos sobre o valor nominal), calcule o valor do desconto comercial, o valor atual
líquido, a taxa de desconto efetiva linear ief e a taxa de desconto efetiva exponencial I.
(a) No desconto comercial, além da parcela N in, temos o IOF mensal e uma taxa de serviço:
d = [200.000 × 0, 13 × (63/30)] + [200.000 × 0, 01 × (63/30)] + [200.000 × 0, 025]
d = 54600 + 4200 + 5000 = 63.800, 00
(b) Logo, o valor atual líquido vale A = N − d = 200000 − 63800 = 136.200, 00
d 1 63800 30
(c) A taxa efetiva linear vem de A(1 + ief n) = N ou ief = = = 22, 31% a.m
An 136200 63
N 200000
(d) A taxa efetiva exponencial I vem de A(1 + I)n = N , ou (1 + I)63/30 = = , donde
A 136200
I = 20, 08% a.m.

Observação. Toda taxa de juros, inicialmente referida a um certo prazo, pode ser convertida para
outro prazo qualquer, sem alterar seu valor intrínseco: esse o grande trunfo da equivalência de taxas,
ao viabilizar o cálculo de juros e facilitar sua comparação.

11. Atividade-proposta 4  TAXAS EQUIVALENTES

1. Uma aplicação é feita por oito meses à taxa de juros compostos de 6% a.m. Indique a taxa
proporcional mensal da aplicação.

2. Transforme a taxa de juros de 3% a.m. em taxa nominal anual e taxa efetiva (equivalente) anual.
3. Calcule as taxas efetivas anuais equivalentes às taxas nominais:
(a) 24% a.a. capitalizada mensalmente; (b) 24% a.a. capitalizada trimestralmente;
(c) 60% a.t. capitalizada diariamente.

4. Encontre a taxa trimestral equivalente à taxa de 40% a.b., com capitalização mensal.
5. Calcular a taxa nominal ao ano, capitalizada bimestralmente, que é equivalente à taxa nominal de
31,5% a.s., capitalizada quadrimestralmente.
28 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

6. Uma aplicação de $4.500 em CDB é resgatada por $4.860 no prazo de dois meses. Calcular a taxa
de juros efetiva (equivalente) anual da operação.

7. Um banco cobra juros efetivos de 20%a.a. Quanto cobrará (qual a taxa efetiva) em 150 dias?
8. Calcular os juros gerados pela aplicação de $10.000,00, durante um ano, à taxa nominal de 24%
ao ano, com capitalização trimestral.

9. Uma aplicação de $18.000 rendeu juros efetivos de $4.200 em quatro meses. Qual será o rendimento
em 11 meses?

10. Um capital de $ 1.000 foi aplicado em renda xa prexada por 61 dias a uma taxa efetiva bruta
de 28% a.a. Sabendo-se que a alíquota de I.R. é de 15% sobre os rendimentos, calcular:
(a) o ganho líquido da aplicação;
(b) a taxa de rendimento líquida efetiva ao mês.

12.Respostas da Atividade 4

1. 7,42% a.m. 6. 58,69% a.a.


2. 36% cap. mensal; 42,58% a.a 7. 7,89%
3. a) 26,82%a.a; b)26,25% a.a.; c) 993,57%a.a 8. J=2.624,77
4. 72,8% a.t 9. 14.043,78
5. 60%a.a. cap. bimestral 10. 36,31; 1,77% a.m.

13. Descontos Racionais Compostos


Mantivemos esse item apenas para dar continuidade didática ao texto, já que não há qualquer novi-
dade: todas as variáveis seguem os mesmos procedimentos da capitalização composta!
Exemplo
Um título foi descontado por $840,00, quatro meses antes de seu vencimento. Calcule o desconto
racional composto à taxa de 3% ao mês.
O valor descontado é o valor atual A = 840; o valor nominal é o montante correspondente à capita-
lização de A no período de antecipação, com a taxa dada: N = A(1 + i)n = 840(1, 03)4 = 945, 43;
enm, como sempre, o desconto d = N − A = 945, 43 − 840 = 105, 43.

14. Equivalência de capitais. Equação do valor

As substituições de um conjunto de títulos por outro conjunto, tão comuns na prática comercial (as
chamdas `reformas' de duplicatas, por exemplo) motivaram, num primeiro momento, a ampliação
do conceito de equivalência de capitais, agora tomando como base a igualdade dos valores atuais.
Na realidade, essa ampliação ganhou espaço num grande elenco de aplicações, tais como: séries de
pagamentos, sistemas de amortizações, análise de investimentos!! Passemos logo às denições.
2. JUROS COMPOSTOS 29

(a) Valor atual de um conjunto de capitais  é a soma dos valores atuais de cada capital em
uma mesma data focal.
(b) Equação do valor  é a equação que permite que sejam igualados capitais quaisquer, referidos
a datas diferentes, em uma mesma data focal, xada uma certa taxa de juros.
(c) Capitais equivalentes  Dois ou mais capitais nanceiros diferidos são equivalentes a uma
determinada taxa de juros quando, referidos a uma mesma data focal, apresentam o mesmo valor.
(d) Conjuntos equivalentes de capitais  Dois conjuntos de capitais são equivalentes quando,
xada uma data focal e uma taxa de juros, os valores atuais dos dois conjuntos forem iguais.
(e) Escolha arbitrária da data focal  No regime composto, uma escolha de uma data focal não
modica os resultados obidos. Observemos que, numericamente, uma data focal mais ao futuro,
facilita as operações de deslocamento (todas de capitalização).

Exemplos 15.
1. Calcular o valor a vista de um celular vendido a prazo em duas prestações: a primeira, de $250,00
e a segunda, de $400,00, para um e dois meses, respectivammente, sabendo que a taxa de juros de
mercado é de 5% a.m.
250 400
Na data focal 0, temos V = + = 238, 10 + 362, 81 = 600, 91.
1, 05 1, 052
2. Certa rma contraiu uma dívida, a ser quitada em dois pagamentos: o primeiro, de $2.500,00, logo
na assinatura do contrato inicial, e o segundo, 6 meses após o primeiro, de $3.500,00. Contudo, com
diculdades de caixa, a rma negociou um outro ritmo de pagamento: $4.000,00 em 3 meses e o saldo
em 9 meses, à taxa de 2,5% a.m. Encontre o saldo.
Na data focal 9m, a equação de valor ca
2500(1, 025)9 + 3500(1, 025)3 = 4000(1, 025)6 + X (acompanhe os resultados num uxo de caixa...)
donde X = 2.252, 51.
3. Uma pessoa tem duas opções de pagamento numa compra a prazo: 3 parcelas mensais de $50,00,
ou 6 mensalidades de $30,00 (em ambos os casos, a primeira parcela é quitada no ato da compra). Se
a taxa mínima de atratividade para esse cliente é de 20% a.m., qual opção é mais interessante?
A ideia é comparar os valores atuais de cada plano, por exemplo, na data 2:
A1 = 50 + 50(1, 2) + 50(1, 2)2 = 182
A2 = 30(1, 2)2 + 30(1, 2) + 30 + 30/(1, 2) + 30/(1, 2)2 + 30/(1, 2)3 = 172
Logo, o segundo plano, em seis prestações, deve ser o escolhido!
4. Uma loja anuncia a promoção de pagamento em três meses sem acréscimo: o preço a vista é
dividido por 3, e a primeira parcela é dada como entrada. Para uma taxa de mercado de 7,5% a.m.,
que desconto sobre o preço a vista a loja pode conceder? Explicar os resultados encontrados.
Se p é o preço a vista, então o valor atual das parcelas (preço com desconto) vale:
p p 1 p 1
A= + +
3 3 1, 075 3 (1, 075)2
A = 0, 932p, o que signica: para o cliente, é indiferente comprar a mercadoria pelo valor A a vista ou
pelo esquema das 3 parcelas; para xar as ideias, com p = 30, 00, o valor atual seria A = 27, 96. Para
p − 0, 932p
a loja, há um desconto embutido sobre o preço a vista: o desconto máximo será D = =
p
0, 068 = 6, 8%.
30 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

16. Atividade-proposta 5. Descontos racionais compostos. Equivalência de Capitais.

1. Um título de valor nominal $31.104,00 foi antecipado em 2 meses, à taxa do desconto racional
composto de 20% a.m. Qual o valor de resgate? Qual o desconto?

2. Calcular o valor atual de um título de $10.000,00, resgatado 2 anos e 6 meses antes do vencimento,
à taxa do desconto racional de 20% a.a. capitalizados semestralmente.

3. O desconto racional de um título, pagável em 1 anos e 3 meses, é de $ 432,95. Calcular o valor


nominal do título, sabendo-se que a taxa usada foi de 20% a.a. com capitalizações trimestrais.

4. Uma empresa tomou emprestado de um banco $10.000,00 à taxa de juros compostos de 19,9%
a.m., por 6 meses. No entanto, 1 mês antes do vencimento, a empresa optou por liquidar a dívida,
à taxa racional composta de 10% a.m. Qual o valor de resgate?

5. Um carro pode ser nanciado em dois planos: (I) uma entrada de $20.000 e uma parcela de $20.000
seis meses após a entrada; (II) uma entrada E e uma parcela de 17.000 oito meses após a entrada.
Sabendo que a taxa contratada de juros compostos é de 2% a.m., ache o valor da entrada E.

6. Uma empresa toma $ 20.000,00 emprestados por 5 anos a 22% a.a. capitalizados semestralmente.
Passados 2 anos, a empresa resgata a dívida com desconto real de 20% a.a. capitalizados trimes-
tralmente. Quanto pagou?

7. Uma empresa obtém um empréstimo por 5 anos, com juros de 20% a.a. capitalizados semestral-
mente. Passados 2 anos, a empresa propõe-se resgatar a dívida com 3 pagamentos anuais de $
20.000,00, realizáveis no m de cada ano. Sabendo-se que a taxa do desconto racional é de 16%
a.a. com capitalizações trimestrais, calcular o valor do empréstimo.

8. Três títulos, no valor nominal de $ 10.000,00, vencíveis em 1, 2 e 3 anos, respectivamente, serão


substituídos por título único para 4 anos. Calcular o valor nominal deste título empregando a taxa
do desconto real de 12% a.a. capitalizados mensalmente.

9. Uma empresa descontou uma duplicata de $50.000, sessenta dias antes do vencimento, sob o regime
de desconto racional composto, em que o banco usa uma taxa de juros efetiva de 84% a.a. Ache o
valor recebido.
Sugestão. A taxa praticada não é nominal, logo não pode ser usada a taxa bimestral proporcional.

10. Numa promoção de férias, uma rma oferece dois planos:


(1) o preço a vista é pago integralmente um mês após a compra;
(2) o preço a vista é dividido em três pagamentos mensais iguais, o primeiro no ato da compra.
Qual seria sua opção, caso você fosse cliente da rma em questão? (Use a data focal 1).

17.Respostas da Atividade 5

1. A = 21.600, 00, d = 9.504, 00 6. $31.621,92


2. $6.209,21 7. $27.284,34
3. $2.000,00 8. $38.273,28
4. $27.009,87 9. A = 45.168, 30
5. E = 23.250, 00 10. Opção 1 pois A1 < A2 . Verique!!
2. JUROS COMPOSTOS 31

18. Taxa aparente, real e atualização monetária em contexto inacionário


Nos procedimentos que vimos desenvolvendo nos itens anteriores, por razões didáticas, não conside-
ramos um importante fator presente em nossa economia (e que, na realidade, atinge a maioria dos
países!), a saber, o processo inacionário.
Inação é um processo pelo qual ocorre aumento generalizado nos preços dos bens e serviços,
provocando perda do poder aquisitivo da moeda. Em conseqüência, o dinheiro passa a valer cada
vez menos, o que provoca a exigência de uma quantidade cada vez maior para adquirir os mesmos
produtos.
Há vários fatores que podem gerar inação. O aumento muito grande do preço de um item
básico na economia pode contaminar os demais preços provocando uma alta generalizada. É o caso
do petróleo e da energia elétrica, por exemplo. O excesso de consumo também provoca inação, pois
os produtos tornam-se escassos ocasionando aumento de seus preços. Em outra ponta, se o Governo
gasta mais do que arrecada, e para pagar suas contas emite papel-moeda, provoca inação, pois está
desvalorizando a moeda, uma vez que criou dinheiro novo sem garantia, sem que tenha havido criação
de riqueza, de produção.
O processo inacionário é de difícil controle. Como um círculo vicioso, obriga a realização de
reajustes periódicos de preços e salários, com o seu consequente agravamento. São medidas que, com
frequência, atingem a camada mais pobre da população, que não tem como se proteger.
Para mensurar a evolução do nível de preços, lançamos mão de indicadores conhecidos como
índices de preços, ou de inação. São números associados à média ponderada dos preços de um
conjunto de produtos, denominado cesta, em um determinado período. Assim, se de um mês para o
outro determinado índice de preços sofre uma elevação de 0,6%, por exemplo, signica que os preços
que fazem parte da cesta correspondente a esse índice aumentaram, em média, 0,6%.
No Brasil, o cálculo desses índices é feito por entidades credenciadas, como o IBGE - Instituto
Brasileiro de Geograa e Estatística; a FGV - Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro; FIPE -
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Sócio-Econômicos, ambos em São Paulo; o IPEAD - Instituto de Pesquisas Econômicas,
Administrativas e Contábeis, em Belo Horizonte, dentre outros. Atualmente, os principais índices
são:
• IPC Fipe - Índice de Preços ao Consumidor, calculado pela FIPE/USP;
• IGP-M - Índice Geral dos Preços do Mercado (FGV); é um dos índices mais utilizados;
• IPC - Índice de Preços ao Consumidor (FGV);
• IPA - Índice de Preços no Atacado (FGV); compõe outros índices calculados pela FGV (IGP-M,
IGP-DI e IGP-10);
• INCC - Índice Nacional do Custo da Construção (FGV);
• IGP-DI - Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (FGV);
• INPC - Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IBGE); é o índice mais utilizado;
• IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IBGE);
• ICV - Índice do Custo de Vida, calculado pelo DIEESE;
• ICVM - Índice do Custo de Vida da Classe Média, calculado pela Ordem dos Economistas.

Pratique um pouco
Nos sites do IBGE, FGV,... identique as principais características dos índices relacionados: onde se
aplicam, com que ponderação, periodicidade, etc. É um exercício muito interessante!!
32 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

Exemplo motivador 19.

A aplicação de C = 15.000, 00 em certo título, durante um mês, gerou um montante de M =


18.000, 00; se a inação nesse mês foi de I = 12% a.m. qual foi, de fato, a rentabilidade da aplicação.
Ora, a inação de 12% a.m. atualiza todos os ativos, em particular, durante o mês em pauta, corrige
a aplicação inicial para o valor Ca = C(1 + I) = 15000 × 1, 12 = 16.800, 00. Em outras palavras, o
montante de 18.000,00, que envolve juros aparentes de J = M − C = 3000, 00, na realidade, levando
em conta a correção inacionária, indica juros menores: Jr = M − Ca = 18000 − 16800 = 1200, 00.
J 3000
Há, portanto, uma taxa aparente i = = = 0, 2 = 20% a.m., que é a taxa que sempre vimos
C 15000
Jr Jr 1200
calculando até agora, e uma taxa real ir = = = = 0, 0714 = 7, 14% a.m.
Ca C(1 + I) 16800
Resumindo o procedimento anterior, diremos que:
A taxa aparente de juros (i) é aquela que vigora nas operações correntes e inclui os efeitos
inacionários previstos para o prazo da aplicação. A taxa aparente engloba duas componentes: uma
parte devida à taxa de inação (I) e outra , denominada taxa real (ir ), devida aos juros efetivamente
recebidos ou pagos. O objetivo da taxa real é o de expurgar a indexação da taxa total de juros
aparentes, permitindo destacar os juros reais.

20. Relação entre as taxas aparente, real e de inação.

Partindo de um investimento inicial C , durante um certo período p, à taxa (aparente) i a.p., ao m


J
de um período obteremos o montante aparente M = C(1 + i), com o juro J = M − C , onde i = .
C
Sendo I a taxa da inação no mesmo período, seja Ca = C(1 + I) a aplicação atualizada pela
inação. Se ir é a taxa tal que Ca (1 + ir ) = M , então denimos os juros reais Jr pela condição do
Jr
montante M = Ca + Jr , ou, equivalentemente, ir = .
Ca
Enm, temos, sucessivamente, M = C(1 + i) = Ca (1 + ir ) = C(1 + I)(1 + ir ), donde a notável relação
de Fisher
1 + i = (1 + ir )(1 + I)
que relaciona as três taxas.
Pratique um pouco!
Do exemplo 19. acima, use i = 20%a.m. e I = 12%a.m. para comprovar, na relação de Fisher, que
1+i 1, 20
1 + ir = = = 1, 0714, donde ir = 0, 0714 = 7, 14% a.m.
1+I 1, 12

Exemplos 21.

1. Em determinado semestre, em que a inação alcançou a marca dos 15%, os salários foram
reajustados em 11,5%. Determinar a perda efetiva no poder de compra do assalariado.
1+i 1, 115
Com I = 0, 15a.s. e i = 0, 115a.s., temos 1 + ir = = = 0, 9696, donde
1+I 1, 15
i = −0, 0304 = −3, 04%a.s.
2. JUROS COMPOSTOS 33

2. O preço a vista de um imóvel é de 78.000, 00 negociado com uma entrada de 40% e o saldo
restante após um semestre. Determinar o valor desse pagamento, de modo a corrigir, exatamente, a
inação do semestre, projetada para 10%.
Sendo P = 78000 o preço a vista, a entrada vale E = 40%×78000 = 31200, 00, donde o nanciamento
do saldo C = 46.800, 00 em um semestre. Logo C(1 + I) = 46800(1, 1) = 51.480, 00.
3. A remuneração da caderneta de poupança foi xada pela TR de 0,6839% a.m (denida para a
data de aniversário) mais juros de 0,5% a.m. Qual o saldo disponível de uma aplicação de 5.500, 00
no nal do mês considerado?
Observemos que o saldo disponível é capitalizado pela taxa aparente, no caso 1 + i = (1 + ir )(1 + I) =
1, 005 × 1, 006839, donde o montante 5500(1 + i) = 5565, 30.
4. Calcular a taxa de juros mensal aparente que permita a uma instituição nanceira auferir juros
reais de 4% a.m., considerando-se as seguintes hipóteses de inação e usando a relação de Fisher:
a)12% a.m.; b) 420% a.a.; c) 200% a.s.
Em todos os casos, usaremos 1 + i = (1 + ir )(1 + I), com ir = 0, 04a.m. e a taxa I referida ao mês.
(a) 1 + i = (1, 04)(1, 12) = 1, 1648, donde i = 0, 1648 a.m.
(b) Como a taxa I é dada por ano, temos que achar sua equivalente mensal: 1 + Ia = (1 + Im )12 , ou
1 + Im = 5, 201/12 , então 1 + i = (1, 04) × 5, 205/12 = 1, 193164, ou i = 0, 193164 = 19, 3154%;
(c) Solução análoga ao item anterior: 1 + i = (1.04)31/6 , i = 24, 8974% a.m.
5. Uma aplicação de 100, 00 teve um rendimento aparente de 35, 00. Se a inação durante o
período de investimento foi de 30%, calcular a rentabilidade aparente e real da operação, no período
considerado.
35 1+i 1, 35
Temos, sendo i = = 0, 35 a.p. e dada I = 0, 30 a.p., 1 + ir = = = 1, 0385, logo
100 1+I 1, 30
ir = 0, 0385 = 3, 85% a.p.
Pratique um pouco!
No item 5. acima, calcule diretamente a taxa real ir = Jr /Ca .
34 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

22. Atividade-proposta 6  Taxas aparentes e reais.

1. Uma pessoa comprou no início de um ano um terreno por 140.000, 00, vendendo-o no nal do
mesmo ano por 220.000, 00. Se a inação deste ano foi de 40%, achar o ganho real da operação.

2. Um título com taxa prexada (aparente) de 6,7% a.m. pode ser negociado com rentabilidade real
de 1,5% a.m. Calcular a inação máxima mensal que permita a operação.

3. A taxa aparente de juros de um empréstimo foi de 42% a.a., sendo de 18% a.a. a correção
monetária no mesmo período. Determinar a taxa real anual de juros do empréstimo.

4. Um investimento de 48.000, 00 foi aplicado durante 8 meses a juros reais de 3% a.m., mais
atualização monetária correspondente à inação do período, suposta constante e igual a 12%
a.m. Calcular o valor resgatado.

5. Uma aplicação de 430.000, 00 rendeu juros de 22.500, 00 no prazo de 9 meses. Se a taxa de inação
foi constante e igual a 3,8% a.m., achar a rentabilidade mensal aparente e real do investimento e
explicar os resultados obtidos.

6. Um capital de 2.000, 00 aplicado por 1 ano rende juros reais de 5% a.a., mais atualização mone-
tária calculada com base nas variações do IGP-DI, de 40% para o ano considerado. Calcular a
rentabilidade anual aparente e o o montante correspondente.

7. Uma aplicação de 132.000, 00 ganha juros reais de 2% a.m. mais atualização monetária de acordo
com as variações do IGP-M/FGV, de 300% a.a. (taxa mensal constante ao longo do período).
Calcular o montante recebido pelo investidor após 11 meses de aplicação.

8. Um capital aplicado durante 2 anos à taxa nominal de 18% a.a. com capitalização mensal, rendeu
juros de 1.500, 00. Calcular o capital e as taxas anuais aparente e real da aplicação, considerando
uma taxa de inação de 12% a.a. em cada ano.

9. Uma dívida de 43.000, 00 será corrigida pelo prazo de 12 dias, com um índice de atualização
monetária de 5,075% a.m. Achar a taxa de correção e o valor atualizado da dívida.

10. Um investidor aplicou, durante 31 dias, o capital de 400.000, 00 em um CDB prexado que rende
juros efetivos de 16% a.a. + TR (variação de 1,5% no período). Impostos e taxas administrativas
representam 8% sobre o ganho da operação. Calcular o valor do resgate líquido e as rentabilidades
mensais aparente e real da operação, supondo uma inação de 2% a.m.

23.Respostas da Atividade 6

1. Ganho real: Jr = 24.000, 00 6. 47% a.a; 2.940,00


2. 5,12% a.m. 7. 584.876, 47
3. ir = 20, 34% a.a. 8. C = 3.492, 41; i=19,56% a.a.; ir=6,75% a.a.
4. 150.551, 00 9. 2% a.p.; 43.860, 00
5. i = 0, 5683% a.m.; ir = −3, 1134% a.m. 10. 410.253, 46; 2,4797% a.m.; 0,47% a.m.
3. SÉRIES DE PAGAMENTOS 35

CAPÍTULO 3
SÉRIES DE PAGAMENTOS

Objetivos do Capítulo 3

(a) Descrever os principais tipos de séries de pagamentos uniformes e periódicas;


(b) Calcular o valor atual e o montante associados ao modelo postecipado;
(c) Generalizar os resultados postecipados aos modelos antecipados e com carência;
(d) Usar taxas equivalentes convenientes para adequar o ritmo de pagamentos à taxa nominal da
série;
(e) Descrever o método de interpolação linear para o cálculo aproximado da taxa.

1. SÉRIES DE PAGAMENTOS POSTECIPADOS

Uma série de pagamentos é uma sequência de desembolsos ou recebimentos periódicos, que


integram operações nanceiras de diferentes tipos: empréstimos, nanciamentos, recebimento de
aluguéis, de prestações de compras a prazo, dentre outros.
Inicialmente, consideraremos o chamado modelo básico, que possui as seguintes características:
(a) pagamentos postecipados, que começam ao nal do primeiro período;
(b) pagamentos constantes, em que todos os valores quitados (T), os chamados termos, são iguais
entre si;
(c) pagamentos periódicos, com períodos iguais;
(d) taxa de juros referida ao mesmo período dos termos.
O uxo de caixa correspondente a uma série postecipada com n termos é da forma:
T T T
6 6 6

0 1 2 ··· n
36 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

Exemplo motivador 2.
Uma máquina é comprada em 4 prestações mensais de 2600, 00, sem entrada, em que as prestações
serão pagas a partir do mês seguinte ao da compra, a uma taxa de 2% a.m. Calcular:
(a) O preço da máquina a vista;
(b) o montante gerado após a quarta mensalidade.
(a) O preço a vista A corresponde à soma dos valores atuais das prestações na data focal 0.
M
A
6 T T T T6
6 6 6 6

0 1 2 3 4

Temos
T T T T
A= + 2 + 3 +
1, 02 (1, 02) (1, 02) (1, 02)4
 
1 1 1 1
A=T + + +
1, 02 (1, 02)2 (1, 02)3 (1, 02)4
A = T [0, 980392 + 0, 961169 + 0.942322 + 0, 923845]
A = 2600 × 3, 807729 = 9.900, 09
(b) Para achar o montante, basta capitalizar o valor atual:
M = A(1, 02)4 = 9900, 09 × 1, 082432 = 10.716, 18.

Pratique um pouco! Alternativamente, calcule o montante atualizando cada termo na data 4:


M = T (1, 02)3 + T (1, 02)2 + T (1, 02) + T
M = T (1, 02)3 + (1, 02)2 + (1, 02) + 1 = 2600 × 4, 121608 = 10.716, 18
 

Observação O desenvolvimento acima, embora totalmente correto, pode ser algo fastidioso:
imagine
uma série de 24 termos, com o valor atual determinado com esse procedimento! Numericamente,
podem ocorrer importantes erros de arredondamento. Na realidade, dispomos de uma expressão
fechada, exata, cujo emprego facilita a rotina numérica.

3. Cálculo do valor atual. M


A 6
6 T T T
6 6 6

0 1 2 ··· n
Retomando o uxo do modelo básico, temos:
T T T T
A= + + + ··· +
1 + i (1 + i)2 (1 + i)3 (1 + i)n
 
1 1 1 1
A=T + + + ··· +
1 + i (1 + i)2 (1 + i)3 (1 + i)n
1
Pondo q = , a expressão acima ca A = T q + q 2 + q 3 + · · · + q n , onde reconhecemos a soma
 
1+i
de uma PG de razão q , com primeiro termo a1 = q , sendo an = q n o termo de ordem n.
3. SÉRIES DE PAGAMENTOS 37

a1 − an q
Usando a conhecida expressão da soma Sn = dos termos de uma PG, camos com
1−q
1 1

1 + i (1 + i)n+1 1 i
Sn = ; desenvolvendo o denominador, obtemos 1 − = , logo,
1 1+i 1+i
1−
1+i
substituindo e simplicando, vem
1 − (1 + i)−n (1 + i)n − 1
Sn = =
i i(1 + i)n
Tal soma, notada a(n; i), é o fator de valor presente; na realidade, é o que calcula A em função
de T :
1 − (1 + i)−n (1 + i)n − 1
A = T a(n; i) = T =T
i i(1 + i)n

Valores de a(n, i) costumam ser indicados em tabelas ilustrativas (cf. anexo no nal do capítulo), que
resumem sua ordem de grandeza, sem qualquer pretensão, é claro, de validação numérica.
Por exemplo, na série considerada anteriormente, temos
(1, 02)4 − 1
a(4; 2%) = = 3, 807729, donde A = 2600 × 3, 807729 = 9.900, 09.
0, 02 (1, 02)4

Exemplo 4.
1. Um empréstimo será quitado em oito prestações mensais postecipadas de 6.000, 00, à taxa de 15%
a.m. Achar o valor do empréstimo.
Aplicando a relação acima A = T a(n; i) = 6000 × a(8; 15%) = 6000 × 4, 487322 = 26.923, 93.
2. Um bem cujo preço a vista é de $3.500,00 será pago em oito prestações mensais iguais postecipadas,
à taxa de 5% a.m. Calcular o valor das prestações.
A 3500 3500
Temos T = = = = 541, 53. (Verique o valor de a(8; 5%).)
a(n; i) a(8; 5%) 6, 46321
3. No exemplo acima, considere que no ato da compra foi paga uma entrada de 20% sobre o valor a
vista. Qual o valor das prestações?
Com a entrada E = 0, 20 × 3500 = 700, o valor nanciado passou a ser A = 3500 − 700 = 2800; logo,
2800
teremos T = = 433, 22.
6, 46321
4. Na compra de um carro novo, cujo valor a vista é de 20.000, 00, um cliente pode abater 8.000, 00
de seu carro usado, mais uma entrada e o restante em 18 prestações mensais postecipadas de 350, 00,
à taxa de 6% a.m. Calcular o valor da entrada.
Sendo E a entrada, o valor nanciado é A = 20000 − 8000 − E = 12000 − E ; por outro lado,
A = T a(n; i) = 350a(18; 6%) = 350 × 10, 82760 = 3789, 66, donde E = 12000 − 3789, 66 = 8.210, 34.
5. Calcular o tempo necessário para liquidar um nanciamento de 1.279, 53 por meio de prestações
mensais postecipadas de 150, 00, a juros nominais de 36% a.a. capitalizados mensalmente.
Sendo i=3% a.m. (mesmo período das prestações!), podemos usar o método básico anterior.
n
(1, 03) − 1
Temos: 1279, 53 = 150 a(n; 3%) = 150 . Isolando a potência (1, 03)n , encontramos
0, 03(1, 03)n
log 1, 343916
(1, 03)n = 1, 343916, donde, tomando log: n = = 10 meses.
log 1, 03
38 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

6. Um nanciamento de 45.000, 00 será amortizado em 12 prestações mensais postecipadas, a juros


efetivos de 20% a.a. Calcular as prestações.
Atenção! Como a taxa praticada anual não é nominal, temos de achar, inicialmente, a taxa
equivalente mensal: 1 + ia = (1 + im )12 , ou 1, 20 = (1 + im )12 , donde im = 1, 530947%.
Daqui, a solução segue o modelo básico:
45000 45000
T = = = 4.133, 56.
a(12; 1, 530947%) 10, 88651

5. Montante de uma série postecipada


M
A 6
6 T T T
6 6 6

0 1 2 ··· n
Partindo do uxo básico postecipado e calculado o valor atual A = T a(n; i), o montante correspon-
dente segue por capitalização composta de A, isto é, M = A(1 + i)n .

(1 + i)n − 1
Substituindo o valor de A, vem, ainda: M = T a(n; i)(1 + i)n ou M = . Na última
i
(1 + i)n − 1
igualdade, a fração s(n; i) = é o fator de valor futuro, com M = T s(n; i) . Tal como
i
para o valor presente, há tabelas resumidas de s(n; i) anexadas no nal do capítulo.
Pratique um pouco!
Alternativamente, obtenha a expressão M = T s(n; i) através da soma de uma PG que corresponde
à capitalização de cada termo T para a data n: M = T (1 + i)n−1 + · · · + T (1 + i)2 + T (1 + i) + T .

Exemplos 6.
1. Uma pessoa deposita $400,00 todo nal de mês, à taxa de 5% a.m., durante 15 meses. Qual o
montante acumulado?
(1, 05)15 − 1
Temos: M = T s(n; i) = 400 s(15; 5%) = 400 = 400 × 21, 578564 = 8.631, 43.
0, 05
2. Para comprar um carro por $40.000,00 à vista, daqui a 12 meses, um cliente optou por aplicações
mensais em letras de câmbio que rendem 2,2% a.m. de juros compostos. Quanto deve ser poupado
mensalmente?
(1, 022)12 − 1
Usando a fórmula do montante: 40000 = T s(12; 2, 2) = T = T · 13, 563955, donde
0, 022
40000
T = = 2948, 99 ∼ 2.949, 00.
1, 563955
3. Em quantos meses uma pessoa acumula um capital de $12.000,00, aplicando 560, 42 todo m de
mês em um fundo que rende 2% a.m.?
De 12000 = 560, 42 s(n; 2%), vem s(n; 2%) = 12000/560, 42 = 21, 412512.
(1, 02)n − 1
Segue que = 21, 412512, donde, isolando a potência, (1, 02)n = 1, 428250; enm aplicando
0, 02
log 1, 428250
log, vem n = = 18 meses.
log 1, 02
3. SÉRIES DE PAGAMENTOS 39

7. Séries antecipadas
M
A 6
6T T T T
6 6 6 6

0 1 2 ··· n − 1 n
Nesse modelo, continuamos com n termos iguais, mas os termos são exigíveis no início de cada
período; o valor atual A é referido à data focal 0 e o montante M calculado na data n. Para calcular
A e M , adaptaremos os resultados já encontrados para o caso postecipado.
(a) Valor atual
Podemos interpretar o valor atual do uxo acima como o termo inicial T mais o valor atual de uma
série postecipada de n − 1 termos iguais a T , obtendo
A = T + T a(n − 1; i)
Outra interpretação: em relação à data −1, temos o valor atual T a(n; i) postecipado de n termos;
uma subsequente capitalização (1 + i) localiza esse valor na data 0, isto é
A = T a(n; i)(1 + i)

Assim sendo, vemos que o fator do valor presente se escreve: 1 + a(n − 1; i) = a(n; i)(1 + i) , o que
pode ser vericado diretamente.
Em denitivo, vale A = T + T a(n − 1; i) = T a(n; i)(1 + i) .
Observação Indicando por Tp o termo postecipado e por Ta o antecipado, segue da última igualdade
que Tp = Ta (1 + i).

(b) Montante
O primiro destaque é que permanece válida a capitalização M = A(1 + i)n .

Agora, podemos interpretar o uxo acima como M = T s(n; i)(1 + i) , isto é, na posição n − 1 é
o montante de uma série postecipada de n termos (data focal −1), que capitaliza mais um período
(1 + i) para a data n.
Vale, ainda, uma outra interpretação: na data focal −1, se acrescentarmos um termo T na posição
n, teremos acumulado T s(n + 1; i); na realidade, esse termo deve ser descontado, o que nos dá
M = T [s(n + 1; i) − 1]

Em consequência, temos que o fator de valor futuro vale s(n; i)(1 + i) = s(n + 1; i) − 1 , o que pode
ser vericado diretamente.
Resumindo as duas relações, temos M = T s(n; i)(1 + i) = T [s(n + 1; i) − 1] .

Exemplos 8.

1. Uma compra de 330, 00 será quitada através de uma entrada de 15% mais oito prestações mensais
antecipadas, a juros de 5% a.m. Calcular o valor das prestações.
Como a entrada vale 0, 15 × 330 = 49, 50, o valor nanciado é de A = 330 − 49, 50 = 280, 50; segue
de A = T a(8; 5)(1, 05) = T × 6, 463213 × 1, 05 que T = 41, 33.
40 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

2. Uma mercadoria é vendida a prazo em 5 pagamentos mensais de $700,00. Se o primeiro pagamento


é efetuado no ato da compra e é de 3,5% a.m. a taxa de juros, encontrar o preço a vista.
Temos A = T + T a(n; i) = 700 + 700a(4; 3, 5%) = 700 + 700 × 3, 673079 = 3.271, 16.
3. Para resgatar uma dívida de $3.840,00, no nal do quarto mês, são programados 4 depósitos
mensais iguais antecipados, à taxa de 3% a.m. Achar o valor das mensalidades.
3840
Temos M = 3840 = T s(4; 3)(1, 03), ou T = = 891, 13.
4, 183627 × 1, 03

9. Séries diferidas e carência


São séries de pagamentos em que os termos são exigíveis após um período de carência.
Usaremos a seguinte convenção: no caso de carência de c períodos, o primeiro pagamento
ocorre na data c + 1, juntamente com o modelo abaixo.
A
T T
6
6 6


0 ··· c c + 1 ··· c + n
Podemos usar dois métodos nesse uxo.
(a) Método 1
Tomando a data c como referência, localizamos o valor atual A∗ da série postecipada de c + 1 a c + n,
A∗
isto é, A∗ = T a(n; i); ora, descapitalizando A∗ na data 0, temos A = , ou seja
(1 + i)c
T a(n; i)
A=
(1 + i)c

(b) Método 2
Criamos c pagamentos T nas datas de 1 a c, formando uma série postecipada de c + n termos e depois
retiramos o valor atual da série de c termos somada indevidamente, obtendo
A = T [a(c + n; i) − a(c; i)]

Exemplos 10.
1. Uma dívida no valor de 9.159, 40 será quitada em 5 prestações mensais iguais e consecutivas,
a primeira vencendo ao completar 3 meses da data do contrato, à taxa de 3% a.m. Calcular as
prestações.
Trata-se de uma série com c = 2 períodos de carência. Apliquemos o método 1.
9159, 40 · (1, 03)2
Temos A(1, 03)2 = T a(5; 3%), ou T = = 2.121, 80. Acompanhe a solução num uxo
4, 579707
de caixa.
2. Um nanciamento no valor de 100.000, 00, à taxa de 6% a.m., será amortizado em 8 prestações
mensais iguais, vencendo a primeira cinco meses após um período de carência de quatro meses de
duração. Achar a prestação mensal.
Nesse exercício, temos a carência c = 4; usaremos o método 2. A série prevê termos realizados
nos 8 meses 5,6,...,12. Temos 100.000 = T [a(12; 6%) − a(4; 6%)]. Como a(12; 6%) = 8, 383844 e
a(4; 6%) = 3, 465106, vemos que 100000 = T · 4, 918738, donde T = 20.330, 42.
3. SÉRIES DE PAGAMENTOS 41

3. Uma pessoa vai receber 16 prestações mensais iguais a $400,00, com uma carência de 15 meses,
sendo 2% a.m. a taxa de juros. Calcular (a) o valor atual da série na data zero; (b) o montante na
data focal 40.
(a) Temos A = 400[a(31; 2) − a(15; 2)] = 400 · [22, 937702 − 12, 849264] = 4.035, 38;
(b) O montante na data focal 40 pode ser encontrado por capitalização direta do valor atual:
M40 = A(1 + i)40 = 4035, 38(1, 02)40 = 8910, 27.
Pratique um pouco! Verique que o montante do item (b) acima pode ser obtido com os
procedimentos:
Inicialmente, usamos o modelo básico para achar M31 = 400 × s(16; 2) = 400 × 18, 639285 = 7.455, 71;
em seguida, capitalizamos M31 para a data 40: M40 = M31 (1, 02)9 = 7.455, 71×1, 195093 = 8.910, 27.
Verique, ainda, imitando a solução de (a), a seguinte alternativa:
M40 = 400[s(25; 2) − s(9; 2)] = 400[32, 030300 − 9, 754628] = 8.910, 27.

11. Cálculo da taxa de uma série uniforme


Dados A, T, n ou M, T, n, ou seja, conhecido o valor do fator a(n; i) ou s(n; i), o cálculo da taxa i
envolve a resolução de uma equação polinomial de grau n. Ora, sabemos que uma tal solução só
pode ser determinada explicitamente se for n ≤ 4; os trabalhos de Abel e Galois mostraram que, para
n > 5, em geral, o problema explícito é impossível. Assim, a determinação das raízes da equação con-
siderada (nossa taxa aí inclusa!) exige métodos numéricos aproximados, como o método da bisseção
de Newton.
Vamos estudar um desses métodos, particularmente simples, a chamada interpolação linear.
A idéia de base é localizar a taxa i em um certo intervalo e admitir que, se amplitude do intervalo é
convenientemente pequena, então a curva a(n; i) ou s(n; i) pode ser substituída por um segmento de
reta, cometendo um erro que tende a zero com amplitude do intervalo considerado. É na localização
da taxa i que as tabelas de a(n; i) e de s(n; i) terão alguma utilidade.

Exemplo motivador 12
Calcular a taxa de juros mensal de um nanciamento de 250.000, 00, quitado em 15 prestações poste-
cipadas de $33.812,00.
250000
Temos A = T a(n; i), ou a(15; i) = = 7, 3938.
33812
Na tabela do valor atual a(15; i), na linha n = 15, vemos que i está entre 10% e 11%, uma vez que
a(15; 10) = 7, 606080 e a(15, 11) = 7, 190870. Consideremos, em seguida, a reta denida por esses
dois pontos.
7, 606080
PP
PP7, 3938
PP
PP
P 7, 190870

10 i 11
A gura indica dois triângulos semelhantes, dos quais decorre nossa solução. Observe que:
lado horizontal do 4 menor lado vertical do 4 menor
=
lado horizontal do 4 maior lado vertical do 4 maior
42 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

i − 10 7, 606080 − 7, 3938
Segue, então: = , donde i − 10 = 0, 5112, ou i ∼ 10, 5112% a.m.
11 − 10 7, 606080 − 7, 190870
[Observação: a taxa calculada numa HP12C vale 10,50% a.m.]

Como proceder para uma série antecipada?


O método é o mesmo, desde que tenhamos o cuidado de escolher o bom formato do fator de capital-
ização, qual seja, o que permite achar algum a(n; i) ou s(n : i). Observe que não podemos partir de
A = T a(n; i)(1 + i); felizmente, como observamos, há o formato alternativo A = T [1 + a(n − 1; i)],
que nos dá a(n − 1, i). Do mesmo modo, não podemos usar M = T s(n; i)(1 + i); usaremos
M = T [s(n + 1; i) − 1].
Por exemplo, vamos retomar o exemplo acima, supondo prestações antecipadas.
250000
De 1 + a(14; i) = A/T , obtemos a(14; i) = − 1 = 6, 3938. A tabela dos a(14; i) mostra
33812
que a taxa procurada está entre 12% e 15%, pois a(14, 12%) = 6, 628168 e a(14, 15%) = 5, 724476.
Estabelecendo, enm, a interpolação linear, vem
i − 12 6, 628168 − 6, 3938
= , donde i − 12 = 3 × 0, 2593, ou i ∼ 12, 78% a.m.
15 − 12 6, 628168 − 5, 724472
[A taxa calculada numa HP12C vale 12,71% a.m.]

As curvas acima representadas ilustram dois comportamentos típicos: as funções associadas a a(n; i)
(n xo) são decrescentes, enquanto s(n; i) (n xo) são crescentes. Essas características permitem
acompanhar o desenvolvimento numérico das interpolações lineares.
3. SÉRIES DE PAGAMENTOS 43

13. Atividade proposta 7  Séries de pagamentos

1. Um nanciamento de $132.000,00 será liquidado em 14 prestações mensais, à taxa de 3% a.m.


Calcular o valor da prestação, supondo pagamentos
(a) postecipados (nal de cada mês); (b) antecipados (início de cada mês).

2. Um nanciamento de $12.000,00 será pago em 15 prestações mensais postecipadas, à taxa de 10%


a.m. Calcular o valor das prestações e o valor do montante ao término da operação.

3. Uma compra no valor de $16.000,00 será paga por meio de uma entrada de 20% e prestações
mensais de $4.038,02. A juros de 10% a.m., calcular o número de prestações necessárias para
liquidar a dívida.

4. Por uma compra no valor de $500,00 paga-se uma entrada de 25% mais 12 prestações mensais,
a primeira paga no ato da compra juntamente com a entrada. Calcular o valor da prestação, à
taxa de juros de 8% a.m.

5. Um nanciamento de $50.000,00 será pago em 12 prestações mensais, à taxa de 8% a.m., iniciando-


se os pagamentos ao término de um período de carência de 3 meses. Calcular o valor das
prestações.

6. Um banco empresta $62.946,76 para serem liquidados em prestações anuais de $20.000,00 cada
uma, à taxa semestral de 14,01754%. Calcular a taxa anual do nanciamento e o número de
prestações anuais.

7. Calcular o valor das aplicações mensais, no início de cada mês, durante 3 anos, para acumular
um montante de $300.000,00, à taxa de 34,489% a.a.

8. Uma dívida deve ser amortizada em 6 prestações semestrais de $1.000,00, a juros de 16% a.a.
capitalizados trimestralmente. Qual o valor da dívida?

9. Uma pessoa deposita $100,00, no m de cada mês, numa poupança que paga juros de 8% a..a.
capitalizados trimestralmente. Qual o montante no m de 2 anos?

10. Um empréstimo de $10.160,00 será quitado em 36 mensalidades antecipadas, a juros de 12% a.a.
capitalizados semestralmente. Achar o valor de cada prestação.

11. Calcular o montante no m de 5 anos, acumulado por depósitos de $200,00 no início de cada mês,
a juros de 10% a.a. capitalizados trimestralmente.

12. Um bem, cujo preço à vista é de $10.000,00, será pago por meio de uma entrada de 20%, mais 13
prestações antecipadas mensais de $800,00, mais um pagamento nal residual junto com a última
prestação. Sabendo que são aplicados juros de 4% a.m. e que foi concedida uma carência de 2
meses para início dos pagamentos, achar o valor do pagamento nal.

13. Um equipamento é vendido por $40.000,00 à vista, ou em 3 prestações mensais xas postecipadas.
Calcular o valor das prestações para uma taxa de juros real de 5% a.m e inação projetada de
20% a.m.

14. Uma mercadoria de $830,00 foi vendida em 6 prestações mensais, com a primeira paga 60 dias
após a compra, a juros de 6% a.m. Calcular cada prestação.

15. Uma mercadoria custa à vista $930,00 e foi negociada em 8 prestações mensais de $158,64, à taxa
de 5% a.m. Quando deverá ser paga a primeira prestação?
44 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

• Nos exercícios seguintes, de 16. a 25. consulte, se preciso for, as tabelas de a(n; i) e s(n; i).

16. Um equipamento cuja valor à vista é de $33.000,00 pode ser pago por meio de uma entrada e
dezoito prestações mensais de $2.000,00 , à taxa de 5% a.m. Se há um período de dois meses
para início do pagamento das prestações, encontre o valor da entrada.

17. Um nanciamento no valor de $3.000,00 foi contraído no início de um mês, à taxa de 2% a.m., para
ser quitado em 18 prestações mensais postecipadas de $200,00. Imediatamente após o pagamento
da oitava prestação, indique o valor da dívida restante.

18. Uma rma deve fazer pagamentos ao m de cada um dos próximos doze meses da seguinte
maneira: $4.000,00 ao m de cada um dos três primeiros meses, $3.000,00 ao m de cada um dos
três meses seguintes e $2.000,00 ao m de cada um dos seis últimos meses. Calcule o valor atual
no início do primeiro mês dos pagamentos devidos, com a taxa de 4% a.m.
Sugestão. A série dada não é uniforme, mas pode ser substituída por três outras que o são.
Mostre que A = 2.000a(12, 4) + 1.000a(6, 4) + 1.000a(3, 4).

19. Uma rma efetua oito depósitos mensais numa conta que paga juros de 1% a.m., pretendendo
retirar 18 parcelas mensais de $1.500,00, fazendo a primeira retirada um mês após o último
depósito. Calcular os depósitos mensais.

20. Uma mercadoria deve ser paga em 6 prestações bimestrais de $180,00, com a primeira de entrada,
à taxa de 9% a.b. Qual seria o valor da prestação se fossem usadas 11 mensalidades, sem entrada?

21. Um empréstimo deve ser pago em 15 prestações mensais de $840,00, com a primeira um mês após
o empréstimo, à taxa de 6% a.m. Qual o valor do empréstimo, sabendo que ocorre uma parcela
complementar de $700,00, um mês após a última prestação.

22. Um investidor efetuou 9 depósitos mensais de $870,00, a juros de 0,9% a.m. Calcule o montante
4 meses após o último depósito.

23. Um automóvel, no valor à vista de $20.000,00, foi comprado com 30% de entrada e 12 prestações
mensais de $1.400,00. Ache a taxa de juros praticada.

24. Um nanciamento de $300.000,00 foi contratado em 18 prestações mensais postecipadas de


$37.758,88. Encontrar a taxa de juros mensal efetiva da operação.

25. Depositando mensalmente $4.000,00 durante 18 meses acumula-se um capital de $124.136,67;


encontrar a taxa mensal efetiva praticada.

14. Respostas da Atividade 7


1. $11.685,48; $11.345,12 9. $2.591,98 17. 200a(10; 2) = 1.796, 52
2. $1.577,69; $50.126,98 10. $332,81 18. A = 26.787, 00
3. 4 m 11. $15.581,54 19. T s(8; i) = 1.500a(18; i); T = 2.968, 67
4. $46,07 12. $1.106,08 20. T = 102, 66
5. $8.357,88 13. $20.796,09; 26% a.m. 21. A = 8.433, 84
6. 30% a.a; 11 a 14. T=178,92 22. M = 8.414, 09
7. $5.107,78 15. 3m após a compra 23. i = 2, 92%
8. $4.600,53 16. E=11.794,40 24. i = 10, 51% 25. i = 6, 04%
3. SÉRIES DE PAGAMENTOS 45

ANEXO
NOTAÇÕES E TERMINOLOGIA

Muitas das expressões que vimos usando nesse curso, recebem terminologia diversa e são repre-
sentadas por outras notações. Objetivando favorecer a consulta a outros livros, nosso alunado
encontrará, no quadro abaixo, essas diferenças. Observemos que, até mesmo em concursos públicos,
podem ocorrer questões formuladas com signicados há muito em desuso.

Notação Signicado Outras notações


C capital principal valor presente  VP, PV; valor atual  A
Cn ; M montante valor futuro  VF, FV
(1 + i)n − 1
a(n, i) cantoneira an |i ; Fator de valor atual F V A(n, i)
i(1 + i)n
1 i(1 + i)n 1
Fator de recuperação do capital F RC(n, i) =
a(n, i) (1 + i)n − 1 F V A(n, i)
(1 + i)n − 1
s(n, i) cantoneira sn |i ; Fator de acumulação do capital F AC(n, i)
i
1 i 1
Fator de formação do capital F F C(n, i) =
s(n, i) (1 + i)n − 1 F AC(n, i)
Matemática Financeira Prof. Alexandre Lima p.46
Fator de valor presente a(n,i) Prof. Antonio Carlos

n 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% 4,0% 4,5% 5,0% 5,5% 6,0%
1 0,995025 0,990099 0,985222 0,980392 0,975610 0,970874 0,966184 0,961538 0,956938 0,952381 0,947867 0,943396
2 1,985099 1,970395 1,955883 1,941561 1,927424 1,913470 1,899694 1,886095 1,872668 1,859410 1,846320 1,833393
3 2,970248 2,940985 2,912200 2,883883 2,856024 2,828611 2,801637 2,775091 2,748964 2,723248 2,697933 2,673012
4 3,950496 3,901966 3,854385 3,807729 3,761974 3,717098 3,673079 3,629895 3,587526 3,545951 3,505150 3,465106
5 4,925866 4,853431 4,782645 4,713460 4,645828 4,579707 4,515052 4,451822 4,389977 4,329477 4,270284 4,212364
6 5,896384 5,795476 5,697187 5,601431 5,508125 5,417191 5,328553 5,242137 5,157872 5,075692 4,995530 4,917324
7 6,862074 6,728195 6,598214 6,471991 6,349391 6,230283 6,114544 6,002055 5,892701 5,786373 5,682967 5,582381
8 7,822959 7,651678 7,485925 7,325481 7,170137 7,019692 6,873956 6,732745 6,595886 6,463213 6,334566 6,209794
9 8,779064 8,566018 8,360517 8,162237 7,970866 7,786109 7,607687 7,435332 7,268790 7,107822 6,952195 6,801692
10 9,730412 9,471305 9,222185 8,982585 8,752064 8,530203 8,316605 8,110896 7,912718 7,721735 7,537626 7,360087
11 10,677027 10,367628 10,071118 9,786848 9,514209 9,252624 9,001551 8,760477 8,528917 8,306414 8,092536 7,886875
12 11,618932 11,255077 10,907505 10,575341 10,257765 9,954004 9,663334 9,385074 9,118581 8,863252 8,618518 8,383844
13 12,556151 12,133740 11,731532 11,348374 10,983185 10,634955 10,302738 9,985648 9,682852 9,393573 9,117079 8,852683
14 13,488708 13,003703 12,543382 12,106249 11,690912 11,296073 10,920520 10,563123 10,222825 9,898641 9,589648 9,294984
15 14,416625 13,865053 13,343233 12,849264 12,381378 11,937935 11,517411 11,118387 10,739546 10,379658 10,037581 9,712249
16 15,339925 14,717874 14,131264 13,577709 13,055003 12,561102 12,094117 11,652296 11,234015 10,837770 10,462162 10,105895
17 16,258632 15,562251 14,907649 14,291872 13,712198 13,166118 12,651321 12,165669 11,707191 11,274066 10,864609 10,477260
18 17,172768 16,398269 15,672561 14,992031 14,353364 13,753513 13,189682 12,659297 12,159992 11,689587 11,246074 10,827603
19 18,082356 17,226008 16,426168 15,678462 14,978891 14,323799 13,709837 13,133939 12,593294 12,085321 11,607654 11,158116
20 18,987419 18,045553 17,168639 16,351433 15,589162 14,877475 14,212403 13,590326 13,007936 12,462210 11,950382 11,469921
21 19,887979 18,856983 17,900137 17,011209 16,184549 15,415024 14,697974 14,029160 13,404724 12,821153 12,275244 11,764077
22 20,784059 19,660379 18,620824 17,658048 16,765413 15,936917 15,167125 14,451115 13,784425 13,163003 12,583170 12,041582
23 21,675681 20,455821 19,330861 18,292204 17,332110 16,443608 15,620410 14,856842 14,147775 13,488574 12,875042 12,303379
24 22,562866 21,243387 20,030405 18,913926 17,884986 16,935542 16,058368 15,246963 14,495478 13,798642 13,151699 12,550358
25 23,445638 22,023156 20,719611 19,523456 18,424376 17,413148 16,481515 15,622080 14,828209 14,093945 13,413933 12,783356
30 27,794054 25,807708 24,015838 22,396456 20,930293 19,600441 18,392045 17,292033 16,288889 15,372451 14,533745 13,764831
36 32,871016 30,107505 27,660684 25,488842 23,556251 21,832252 20,290494 18,908282 17,666041 16,546852 15,536068 14,620987
48 42,580318 37,973959 34,042554 30,673120 27,773154 25,266707 23,091244 21,195131 19,535607 18,077158 16,790203 15,650027
60 51,725561 44,955038 39,380269 34,760887 30,908656 27,675564 24,944734 22,623490 20,638022 18,929290 17,449854 16,161428
72 60,339514 51,150391 43,844667 37,984063 33,240078 29,365088 26,171343 23,515639 21,288077 19,403788 17,796819 16,415578
Matemática Financeira Prof. Alexandre Lima p.47
Fator de valor presente a(n,i) Prof. Antonio Carlos

n 7,0% 8,0% 9,0% 10,0% 11,0% 12,0% 15,0% 18,0% 20,0% 24,0% 30,0% 36,0%
1 0,934579 0,925926 0,917431 0,909091 0,900901 0,892857 0,869565 0,847458 0,833333 0,806452 0,769231 0,735294
2 1,808018 1,783265 1,759111 1,735537 1,712523 1,690051 1,625709 1,565642 1,527778 1,456816 1,360947 1,275952
3 2,624316 2,577097 2,531295 2,486852 2,443715 2,401831 2,283225 2,174273 2,106481 1,981303 1,816113 1,673494
4 3,387211 3,312127 3,239720 3,169865 3,102446 3,037349 2,854978 2,690062 2,588735 2,404277 2,166241 1,965804
5 4,100197 3,992710 3,889651 3,790787 3,695897 3,604776 3,352155 3,127171 2,990612 2,745384 2,435570 2,180738
6 4,766540 4,622880 4,485919 4,355261 4,230538 4,111407 3,784483 3,497603 3,325510 3,020471 2,642746 2,338778
7 5,389289 5,206370 5,032953 4,868419 4,712196 4,563757 4,160420 3,811528 3,604592 3,242316 2,802112 2,454984
8 5,971299 5,746639 5,534819 5,334926 5,146123 4,967640 4,487322 4,077566 3,837160 3,421222 2,924702 2,540429
9 6,515232 6,246888 5,995247 5,759024 5,537048 5,328250 4,771584 4,303022 4,030967 3,565502 3,019001 2,603257
10 7,023582 6,710081 6,417658 6,144567 5,889232 5,650223 5,018769 4,494086 4,192472 3,681856 3,091539 2,649454
11 7,498674 7,138964 6,805191 6,495061 6,206515 5,937699 5,233712 4,656005 4,327060 3,775691 3,147338 2,683422
12 7,942686 7,536078 7,160725 6,813692 6,492356 6,194374 5,420619 4,793225 4,439217 3,851363 3,190260 2,708398
13 8,357651 7,903776 7,486904 7,103356 6,749870 6,423548 5,583147 4,909513 4,532681 3,912390 3,223277 2,726764
14 8,745468 8,244237 7,786150 7,366687 6,981865 6,628168 5,724476 5,008062 4,610567 3,961605 3,248675 2,740267
15 9,107914 8,559479 8,060688 7,606080 7,190870 6,810864 5,847370 5,091578 4,675473 4,001294 3,268211 2,750197
16 9,446649 8,851369 8,312558 7,823709 7,379162 6,973986 5,954235 5,162354 4,729561 4,033302 3,283239 2,757497
17 9,763223 9,121638 8,543631 8,021553 7,548794 7,119630 6,047161 5,222334 4,774634 4,059114 3,294800 2,762866
18 10,059087 9,371887 8,755625 8,201412 7,701617 7,249670 6,127966 5,273164 4,812195 4,079931 3,303692 2,766813
19 10,335595 9,603599 8,950115 8,364920 7,839294 7,365777 6,198231 5,316241 4,843496 4,096718 3,310532 2,769715
20 10,594014 9,818147 9,128546 8,513564 7,963328 7,469444 6,259331 5,352746 4,869580 4,110257 3,315794 2,771850
21 10,835527 10,016803 9,292244 8,648694 8,075070 7,562003 6,312462 5,383683 4,891316 4,121175 3,319842 2,773419
22 11,061240 10,200744 9,442425 8,771540 8,175739 7,644646 6,358663 5,409901 4,909430 4,129980 3,322955 2,774573
23 11,272187 10,371059 9,580207 8,883218 8,266432 7,718434 6,398837 5,432120 4,924525 4,137080 3,325350 2,775421
24 11,469334 10,528758 9,706612 8,984744 8,348137 7,784316 6,433771 5,450949 4,937104 4,142807 3,327192 2,776045
25 11,653583 10,674776 9,822580 9,077040 8,421745 7,843139 6,464149 5,466906 4,947587 4,147425 3,328609 2,776504
30 12,409041 11,257783 10,273654 9,426914 8,693793 8,055184 6,565980 5,516806 4,978936 4,160103 3,332061 2,777504
36 13,035208 11,717193 10,611763 9,676508 8,878594 8,192414 6,623137 5,541201 4,992946 4,164861 3,333070 2,777734
48 13,730474 12,189136 10,933575 9,896926 9,030221 8,297163 6,658531 5,553586 4,999209 4,166530 3,333322 2,777777
60 14,039181 12,376552 11,047991 9,967157 9,073562 8,324049 6,665146 5,555285 4,999911 4,166656 3,333333 2,777778
72 14,176251 12,450977 11,088670 9,989535 9,085951 8,330950 6,666382 5,555518 4,999990 4,166666 3,333333 2,777778
Matemática Financeira Prof. Alexandre Lima p.48
Fator de valor futuro s(n,i) Prof. Antonio Carlos

n 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% 4,0% 4,5% 5,0% 5,5% 6,0%
1 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000
2 2,005000 2,010000 2,015000 2,020000 2,025000 2,030000 2,035000 2,040000 2,045000 2,050000 2,055000 2,060000
3 3,015025 3,030100 3,045225 3,060400 3,075625 3,090900 3,106225 3,121600 3,137025 3,152500 3,168025 3,183600
4 4,030100 4,060401 4,090903 4,121608 4,152516 4,183627 4,214943 4,246464 4,278191 4,310125 4,342266 4,374616
5 5,050251 5,101005 5,152267 5,204040 5,256329 5,309136 5,362466 5,416323 5,470710 5,525631 5,581091 5,637093
6 6,075502 6,152015 6,229551 6,308121 6,387737 6,468410 6,550152 6,632975 6,716892 6,801913 6,888051 6,975319
7 7,105879 7,213535 7,322994 7,434283 7,547430 7,662462 7,779408 7,898294 8,019152 8,142008 8,266894 8,393838
8 8,141409 8,285671 8,432839 8,582969 8,736116 8,892336 9,051687 9,214226 9,380014 9,549109 9,721573 9,897468
9 9,182116 9,368527 9,559332 9,754628 9,954519 10,159106 10,368496 10,582795 10,802114 11,026564 11,256260 11,491316
10 10,228026 10,462213 10,702722 10,949721 11,203382 11,463879 11,731393 12,006107 12,288209 12,577893 12,875354 13,180795
11 11,279167 11,566835 11,863262 12,168715 12,483466 12,807796 13,141992 13,486351 13,841179 14,206787 14,583498 14,971643
12 12,335562 12,682503 13,041211 13,412090 13,795553 14,192030 14,601962 15,025805 15,464032 15,917127 16,385591 16,869941
13 13,397240 13,809328 14,236830 14,680332 15,140442 15,617790 16,113030 16,626838 17,159913 17,712983 18,286798 18,882138
14 14,464226 14,947421 15,450382 15,973938 16,518953 17,086324 17,676986 18,291911 18,932109 19,598632 20,292572 21,015066
15 15,536548 16,096896 16,682138 17,293417 17,931927 18,598914 19,295681 20,023588 20,784054 21,578564 22,408663 23,275970
16 16,614230 17,257864 17,932370 18,639285 19,380225 20,156881 20,971030 21,824531 22,719337 23,657492 24,641140 25,672528
17 17,697301 18,430443 19,201355 20,012071 20,864730 21,761588 22,705016 23,697512 24,741707 25,840366 26,996403 28,212880
18 18,785788 19,614748 20,489376 21,412312 22,386349 23,414435 24,499691 25,645413 26,855084 28,132385 29,481205 30,905653
19 19,879717 20,810895 21,796716 22,840559 23,946007 25,116868 26,357180 27,671229 29,063562 30,539004 32,102671 33,759992
20 20,979115 22,019004 23,123667 24,297370 25,544658 26,870374 28,279682 29,778079 31,371423 33,065954 34,868318 36,785591
21 22,084011 23,239194 24,470522 25,783317 27,183274 28,676486 30,269471 31,969202 33,783137 35,719252 37,786076 39,992727
22 23,194431 24,471586 25,837580 27,298984 28,862856 30,536780 32,328902 34,247970 36,303378 38,505214 40,864310 43,392290
23 24,310403 25,716302 27,225144 28,844963 30,584427 32,452884 34,460414 36,617889 38,937030 41,430475 44,111847 46,995828
24 25,431955 26,973465 28,633521 30,421862 32,349038 34,426470 36,666528 39,082604 41,689196 44,501999 47,537998 50,815577
25 26,559115 28,243200 30,063024 32,030300 34,157764 36,459264 38,949857 41,645908 44,565210 47,727099 51,152588 54,864512
30 32,280017 34,784892 37,538681 40,568079 43,902703 47,575416 51,622677 56,084938 61,007070 66,438848 72,435478 79,058186
36 39,336105 43,076878 47,275969 51,994367 57,301413 63,275944 70,007603 77,598314 86,163966 95,836323 106,765189 119,120867
48 54,097832 61,222608 69,565219 79,353519 90,859582 104,408396 120,388257 139,263206 161,587902 188,025393 219,368367 256,564529
60 69,770031 81,669670 96,214652 114,051539 135,991590 163,053437 196,516883 237,990685 289,497954 353,583718 433,450372 533,128181
72 86,408856 104,709931 128,077197 158,057019 196,689122 246,667242 311,552464 396,056560 506,418237 650,902683 840,464682 1.089,628586
Matemática Financeira Prof. Alexandre Lima p.49
Fator de valor futuro s(n,i) Prof. Antonio Carlos

n 7,0% 8,0% 9,0% 10,0% 11,0% 12,0% 15,0% 18,0%


1 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000
2 2,070000 2,080000 2,090000 2,100000 2,110000 2,120000 2,150000 2,180000
3 3,214900 3,246400 3,278100 3,310000 3,342100 3,374400 3,472500 3,572400
4 4,439943 4,506112 4,573129 4,641000 4,709731 4,779328 4,993375 5,215432
5 5,750739 5,866601 5,984711 6,105100 6,227801 6,352847 6,742381 7,154210
6 7,153291 7,335929 7,523335 7,715610 7,912860 8,115189 8,753738 9,441968
7 8,654021 8,922803 9,200435 9,487171 9,783274 10,089012 11,066799 12,141522
8 10,259803 10,636628 11,028474 11,435888 11,859434 12,299693 13,726819 15,326996
9 11,977989 12,487558 13,021036 13,579477 14,163972 14,775656 16,785842 19,085855
10 13,816448 14,486562 15,192930 15,937425 16,722009 17,548735 20,303718 23,521309
11 15,783599 16,645487 17,560293 18,531167 19,561430 20,654583 24,349276 28,755144
12 17,888451 18,977126 20,140720 21,384284 22,713187 24,133133 29,001667 34,931070
13 20,140643 21,495297 22,953385 24,522712 26,211638 28,029109 34,351917 42,218663
14 22,550488 24,214920 26,019189 27,974983 30,094918 32,392602 40,504705 50,818022
15 25,129022 27,152114 29,360916 31,772482 34,405359 37,279715 47,580411 60,965266
16 27,888054 30,324283 33,003399 35,949730 39,189948 42,753280 55,717472 72,939014
17 30,840217 33,750226 36,973705 40,544703 44,500843 48,883674 65,075093 87,068036
18 33,999033 37,450244 41,301338 45,599173 50,395936 55,749715 75,836357 103,740283
19 37,378965 41,446263 46,018458 51,159090 56,939488 63,439681 88,211811 123,413534
20 40,995492 45,761964 51,160120 57,274999 64,202832 72,052442 102,443583 146,627970
21 44,865177 50,422921 56,764530 64,002499 72,265144 81,698736 118,810120 174,021005
22 49,005739 55,456755 62,873338 71,402749 81,214309 92,502584 137,631638 206,344785
23 53,436141 60,893296 69,531939 79,543024 91,147884 104,602894 159,276384 244,486847
24 58,176671 66,764759 76,789813 88,497327 102,174151 118,155241 184,167841 289,494479
25 63,249038 73,105940 84,700896 98,347059 114,413307 133,333870 212,793017 342,603486
30 94,460786 113,283211 136,307539 164,494023 199,020878 241,332684 434,745146 790,947991
36 148,913460 187,102148 236,124723 299,126805 380,164406 484,463116 1.014,345680 2.144,648902
48 353,270093 490,132164 684,280411 960,172338 1.352,699580 1.911,589803 5.456,004746 15.664,258594
60 813,520383 1.253,213296 1.944,792133 3.034,816395 4.755,065839 7.471,641112 29.219,991638 114.189,666478
72 1.850,092216 3.174,781398 5.490,189060 9.545,938177 16.658,076112 29.133,467532 156.363,265009 832.202,702361
Matemática Financeira Prof. Alexandre Lima p. 50
Fator de valor futuro s(n,i) Prof. Antonio Carlos

n 20,0% 24,0% 30,0% 36,0%


1 1,000000 1,000000 1,000000 1,000000
2 2,200000 2,240000 2,300000 2,360000
3 3,640000 3,777600 3,990000 4,209600
4 5,368000 5,684224 6,187000 6,725056
5 7,441600 8,048438 9,043100 10,146076
6 9,929920 10,980063 12,756030 14,798664
7 12,915904 14,615278 17,582839 21,126182
8 16,499085 19,122945 23,857691 29,731608
9 20,798902 24,712451 32,014998 41,434987
10 25,958682 31,643440 42,619497 57,351582
11 32,150419 40,237865 56,405346 78,998152
12 39,580502 50,894953 74,326950 108,437487
13 48,496603 64,109741 97,625036 148,474982
14 59,195923 80,496079 127,912546 202,925976
15 72,035108 100,815138 167,286310 276,979327
16 87,442129 126,010772 218,472203 377,691885
17 105,930555 157,253357 285,013864 514,660963
18 128,116666 195,994162 371,518023 700,938910
19 154,740000 244,032761 483,973430 954,276918
20 186,688000 303,600624 630,165459 1.298,816608
21 225,025600 377,464774 820,215097 1.767,390587
22 271,030719 469,056320 1.067,279626 2.404,651198
23 326,236863 582,629836 1.388,463514 3.271,325629
24 392,484236 723,460997 1.806,002568 4.450,002856
25 471,981083 898,091636 2.348,803338 6.053,003884
30 1.181,881569 2.640,916387 8.729,985479 28.172,275785
36 3.539,009375 9.611,279132 42.150,728509 178.275,405808
48 31.593,743576 127.061,917421 982.105,587730 7.137.809,155544
60 281.732,571766 1.679.147,280250 22.881.253,909149 285.780.108,792047
72 2.511.995,489912 22.189.627,330424 533.089.475,611406 11.441.919.864,513000
4. SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO 51

CAPÍTULO 4
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO

Ob jetivos do Capítulo 4

(a) Estabelecer a dinâmica do pagamento e suas parcelas de amortização e de juros;

(b) Caracterizar os principais sistemas de amortização;

(c) Descrever os sistemas Price, de Amortização Constante e de Amortização Crescente;

(d) Generalizar os resultados em contexto inacionário;

(e) Descrever as limitações dos métodos de nanciamento e dos resíduos do saldo devedor.

1. Sistemas de amortização

Os sistemas de amortização de empréstimos e nanciamentos representam procedimentos que deter-

minam as condições pelas quais o principal e os encargos nanceiros são recuperados pelo credor do

capital.

No Brasil, os agentes nanceiros operam, essencialmente, com três procedimentos, notadamente na

área imobiliária: a Tabela Price (TP), o Sistema de Amortização Constante (SAC) e o Sistema de

Amortização Crescente (SACRE).

Em qualquer dos sistemas apontados, observemos que, inicialmente, temos um certo principal C, que

será amortizado em n prestações, tendo sido pactuada uma taxa de juros i, sempre compatível com

a frequência temporal das prestações. Pois bem, cada prestação é formada de duas parcelas, a saber:

prestação = amortização + juros


o que também será indicado por

Pt = At + Jt
onde o índice t indica a ocorrência no período t.
O cálculo da prestação e o da amortização identica qual dos sistemas está sendo usado.

Observemos que ainda podem constar na prestação parcelas de seguros de vida do mutuário ou de

danos físicos do imóvel.


52 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

A amortização refere-se ao pagamento do capital, num ritmo previamente estabelecido, quase sempre

em parcelas periódicas. Na realidade, é a amortização que representa abatimento no saldo devedor .

Mais precisamente, se St é o saldo devedor no período t, onde S0 = C é o saldo devedor inicial (isto

é, o próprio principal), então

St = St−1 − At
O saldo devedor Sn−1 da penúltima prestação é a última cota de amortização An , o que acarreta a

quitação completa do saldo devedor: Sn = Sn−1 − An = An − An = 0, sem a formação de resíduo.

Os juros Jt representam os encargos nanceiros da operação, aí incluídas correções monetárias (por

expectativa de inação). O cálculo do juro Jt é feito pela incidência da taxa nanceira i sobre o saldo
anterior St−1 , isto é:

Jt = i · St−1

É comum o uso de uma planilha contendo os cálculos alusivos a um determinado sistema, como, por

exemplo:

Sistema Juros Amortização Prestação S.Devedor

0 S0 = C
1 J1 = iS0 A1 P1 S1 = S0 − A1
2 J2 = iS1 A2 P2 S2 = S1 − A2
. .
. .
. .

n−1 Jn−1 = iSn−2 An−1 Pn−1 Sn−1 = Sn−2 − An−1


n Jn = iSn−1 An Pn Sn = Sn−1 − An = 0

Passemos, então, à descrição de cada um dos três sistemas de amortização.

2. Tabela Price ou Sistema Francês.


Além dos parâmetros comuns denidos acima, o método Price possui as características:

• Prestações constantes , dadas por S0 = P · a(n, i), ou P =


S0
a(n, i)
(termos de uma série

postecipada);

• Juros decrescentes e amortizações crescentes.

• O saldo devedor St após o pagamento Pt = P é o valor atual da série dos pagamentos que estão

a vencer, isto é, St = P · a(n − t, i).

• Valor da amortização de ordem t: At = A1 (1 + i)t−1


S0
St P P

períodos
0 1 2 ··· t t + 1 ··· n

Observação A Tabela Price foi divulgada em 1771 pelo economista inglês Richard Price em sua obra

Observações sobre Pagamentos Remissivos (em inglês: Observations on Reversionary Payments). Em


nosso meio jurídico, o uso da Tabela Price tem provocado numerosas discussões sobre o chamado Ana-

tocismo, termo utilizado para designar a capitalização de juros, isto é, a cobrança de juros sobre juros,

obviamente presente no método, o que contraria a Constituiçao da República.


4. SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO 53

Exemplos 3.
1. O principal de C = 100.000, 00 será amortizado em 5 mensalidades, à taxa mensal de 10%.

Elaborar a planilha Price de amortização.

100000
As prestações do sistema Price são constantes, valendo P = = 26.379, 75. A respectiva
a(5; 10%)
planilha tem a forma:

PRICE Juros Amortização Prestação S.Devedor

0 C = S0 = 100000
1 10000, 00 16379, 75 26.379, 75 83620, 25
2 8362, 03 18017, 72 26.379, 75 65602, 53
3 6560, 25 19819, 50 26.379, 75 45783, 03
4 4578, 30 21801, 44 26.379, 75 23981, 59
5 2398, 16 23981, 59 26.379, 75 0, 00
Totais 31898, 74 100.000, 00 131898, 74 −−−
A última linha (Totais) faz uma vericação de compatibilidade dos dados.

Pratique um pouco Na planilha acima, indique: (a) o saldo devedor logo após o pagamento da 3
a

prestação; (b) a amortização do 4


◦ mês; (c) a soma dos juros pagos no 2◦ e no 3◦ mês.

4. Sistema SAC DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE

O sistema SAC possui as seguintes características, incorporadas às propriedades comuns iniciais.

• Amortizações constantes , dadas por A=


S0
n
=
C
n
.

• Prestações, juros e saldos devedores decrescentes, sob a forma de progressões aritméticas:

1. Prestações e juros possuem a mesma razão r = P1 − P2 = J1 − J2


2. Para os saldos devedores, também temos a razão r = J1 − J2 = i · (S0 − S1 )

• O saldo devedor St após o pagamento de ordem t vale St = S0 − tA = A · (n − t).

Exemplo 5.
Fazer a planilha SAC com os dados do exercício 3.

Observe que são constantes as amortizações A = 100000/5 = 20000.


SAC Juros Amortização Prestação S.Devedor

0 C = S0 = 100000, 00
1 10000, 00 20000, 00 30000, 00 80000, 00
2 8000, 00 20000, 00 28000, 00 60000, 00
3 6000, 00 20000, 00 26000, 00 40000, 00
4 4000, 00 20000, 00 24000, 00 20000, 00
5 2000, 00 20000, 00 22000, 00 0, 00
Totais 30.000, 00 100.000, 00 130.000, 00 −−−
Pratique um pouco
Na planilha acima, indique, em cada caso: (a) o saldo devedor logo após o pagamento da 3
a prestação;

(b) a amortização do 4
◦ mês; (c) a soma dos juros pagos no 2◦ e no 3◦ mês.
54 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

6. SISTEMA SACRE DE AMORTIZAÇÃO CRESCENTE


O método SACRE foi desenvolvido pelo Sistema Financeiro de Habitação com a nalidade de permitir

maior amortização do nanciamento, com redução simultânea da parcela de juros sobre o saldo

devedor. Essa estratégia pretendia, também, equacionar o problema dos resíduos ao nal do contrato.

Numa primeira formulação, obteremos a planilha SACRE como média aritmética das planilhas Price

e Sac, em todos os lançamentos, mantidos os parâmetros gerais que estabelecemos no Ÿ1.

Exemplos 7.
Consideremos, novamente, o principal de C = 100.000, 00, amortizado em 5 mensalidades, à taxa

mensal de 10%. Usando as planilhas Price e Sac dos exemplos 3 e 5, podemos elaborar a planilha

SACRE.

SACRE Juros Amortização Prestação S.Devedor

0 C = S0 = 100000, 00
1 10000, 00 18189, 87 28189, 87 81810, 13
2 8181, 01 19008, 86 27189, 87 62801, 26
3 6280, 13 19909, 75 26189, 87 42891, 52
4 4289, 15 20900, 72 25189, 87 21990, 79
5 2199, 08 21990, 79 24189, 97 0, 00
Totais 30.849, 37 100.000, 00 130.949, 37 −−−

Exemplos 8.
Nas páginas 55 e 56, a seguir, há dois exemplos de planilhas Price e Sac, onde C = 8.400, 00,
i = 3% a.m., n = 50 m, cujo objetivo é comprovar vários exemplos numéricos. Verique o uso correto

das relações já dadas nos itens 2. 4. e

1. Considere a tabela Price mencionada; calcule:

S20 após o pagamento da 20a. prestação;


(a) O saldo devedor

(b) A parcela de juros J36 , a amortização A26 e a prestação P36 referentes à 36a. prestação.

8.400 8.400
Inicialmente, achamos a prestação (constante) PRICE: P = = = 326, 47.
a(50, 3) 25, 729764
(a) S20 = P a(30, 3) = 326, 47 × 19, 6004441 = 6.398, 96;

(b) J36 = iS35 = iP a(15, 3) = 0, 03 × 326, 47 × 11, 937935 = 116, 92


A36 = P − J36 = 326, 47 − 116, 92 = 209, 55; por outro lado, é claro que P36 = P = 326, 47.
Observação A amortização At , se necessário, pode ser achada diretamente, via At = A1 (1 + i)t−1 .
Assim, refazendo o cálculo anterior: A36 = 74, 47(1, 03)35 = 209, 55.

2. Repetir o exercício anterior, agora considerando a planilha SAC correspondente.

Calcule, também:

J1 + J2 + · · · + J10 .
(c) A soma dos juros

C 8400
A amortização constante vale A = = = 168, 00.
n 50
(a) S20 = S0 − 20A = 8400 − 20 × 168 = 5.040, 00;

(b) J36 = iS35 = 0, 03 × (8400 − 35 × 168) = 0, 03 × 2520 = 75, 60;


A36 = A = 168, 00; P36 = J36 + A = 75, 60 + 168 = 243, 60;
(c) J1 + J2 + · · · + J10 = 5(J1 + J10 ), soma de uma progressão aritmética de 10 termos, onde J1 = 252,
J10 = iS9 = 0, 03 × (8400 − 9A) = 206, 64; logo, a soma procurada vale 5 × 458, 64 = 2.293, 20.
Matemática Financeira Prof. Alexandre Lima p. 55
Prof. Antonio Carlos

PRICE i=3% n=50

Período Juros Amortização PREST Saldo DEV


0 8400,00
1 252,00 74,47 326,47 8325,53
2 249,77 76,70 326,47 8248,83
3 247,46 79,01 326,47 8169,82
4 245,09 81,38 326,47 8088,44
5 242,65 83,82 326,47 8004,63
6 240,14 86,33 326,47 7918,30
7 237,55 88,92 326,47 7829,38
8 234,88 91,59 326,47 7737,79
9 232,13 94,34 326,47 7643,45
10 229,30 97,17 326,47 7546,28
11 226,39 100,08 326,47 7446,20
12 223,39 103,08 326,47 7343,12
13 220,29 106,18 326,47 7236,94
14 217,11 109,36 326,47 7127,58
15 213,83 112,64 326,47 7014,94
16 210,45 116,02 326,47 6898,91
17 206,97 119,50 326,47 6779,41
18 203,38 123,09 326,47 6656,32
19 199,69 126,78 326,47 6529,54
20 195,89 130,58 326,47 6398,96
21 191,97 134,50 326,47 6264,46
22 187,93 138,54 326,47 6125,92
23 183,78 142,69 326,47 5983,23
24 179,50 146,97 326,47 5836,26
25 175,09 151,38 326,47 5684,87
26 170,55 155,92 326,47 5528,95
27 165,87 160,60 326,47 5368,35
28 161,05 165,42 326,47 5202,93
29 156,09 170,38 326,47 5032,55
30 150,98 175,49 326,47 4857,05
31 145,71 180,76 326,47 4676,29
32 140,29 186,18 326,47 4490,11
33 134,70 191,77 326,47 4298,34
34 128,95 197,52 326,47 4100,82
35 123,02 203,45 326,47 3897,38
36 116,92 209,55 326,47 3687,83
37 110,63 215,84 326,47 3472,00
38 104,16 222,31 326,47 3249,69
39 97,49 228,98 326,47 3020,71
40 90,62 235,85 326,47 2784,86
41 83,55 242,92 326,47 2541,93
42 76,26 250,21 326,47 2291,72
43 68,75 257,72 326,47 2034,00
44 61,02 265,45 326,47 1768,55
45 53,06 273,41 326,47 1495,14
46 44,85 281,62 326,47 1213,52
47 36,41 290,06 326,47 923,46
48 27,70 298,77 326,47 624,69
49 18,74 307,73 326,47 316,96
50 9,51 316,96 326,47 0,00
Matemática Financeira Prof. Alexandre Lima p.56
Prof. Antonio Carlos

SAC i=3% n=50

Período Juros Amortização PREST Saldo DEV


0 8400,00
1 252,00 168,00 420,00 8232,00
2 246,96 168,00 414,96 8064,00
3 241,92 168,00 409,92 7896,00
4 236,88 168,00 404,88 7728,00
5 231,84 168,00 399,84 7560,00
6 226,80 168,00 394,80 7392,00
7 221,76 168,00 389,76 7224,00
8 216,72 168,00 384,72 7056,00
9 211,68 168,00 379,68 6888,00
10 206,64 168,00 374,64 6720,00
11 201,60 168,00 369,60 6552,00
12 196,56 168,00 364,56 6384,00
13 191,52 168,00 359,52 6216,00
14 186,48 168,00 354,48 6048,00
15 181,44 168,00 349,44 5880,00
16 176,40 168,00 344,40 5712,00
17 171,36 168,00 339,36 5544,00
18 166,32 168,00 334,32 5376,00
19 161,28 168,00 329,28 5208,00
20 156,24 168,00 324,24 5040,00
21 151,20 168,00 319,20 4872,00
22 146,16 168,00 314,16 4704,00
23 141,12 168,00 309,12 4536,00
24 136,08 168,00 304,08 4368,00
25 131,04 168,00 299,04 4200,00
26 126,00 168,00 294,00 4032,00
27 120,96 168,00 288,96 3864,00
28 115,92 168,00 283,92 3696,00
29 110,88 168,00 278,88 3528,00
30 105,84 168,00 273,84 3360,00
31 100,80 168,00 268,80 3192,00
32 95,76 168,00 263,76 3024,00
33 90,72 168,00 258,72 2856,00
34 85,68 168,00 253,68 2688,00
35 80,64 168,00 248,64 2520,00
36 75,60 168,00 243,60 2352,00
37 70,56 168,00 238,56 2184,00
38 65,52 168,00 233,52 2016,00
39 60,48 168,00 228,48 1848,00
40 55,44 168,00 223,44 1680,00
41 50,40 168,00 218,40 1512,00
42 45,36 168,00 213,36 1344,00
43 40,32 168,00 208,32 1176,00
44 35,28 168,00 203,28 1008,00
45 30,24 168,00 198,24 840,00
46 25,20 168,00 193,20 672,00
47 20,16 168,00 188,16 504,00
48 15,12 168,00 183,12 336,00
49 10,08 168,00 178,08 168,00
50 5,04 168,00 173,04 0,00
4. SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO 57

3. Tal como no caso de séries de pagamentos, as planilhas de amortização podem ocorrer com algum

período de carência . A recuperação dos juros desse período ocorre através de dois processos

principais, a saber:

(a) os juros são pagos durante a carência, sem alteração do principal;

(b) os juros são capitalizados ao longo da carência e acrescidos ao principal, gerando um montante

que será nanciado com novas parcelas de amortização, igualmente distribuídas.

Observemos as planilhas SAC, relativas ao principal C = 4.500, 00, em n=5 prestações mensais, com

carência de 2 meses e juros de 3% a.m., com os métodos (a) e (b).

SAC Juros Amort Prestação S.Devedor Juros Amort Prestação S.Devedor

0 0, 00 0, 00 4500, 00 4500, 00
1 135, 00 135, 00 4500, 00 4635, 00
2 135, 00 135, 00 4500,00 4774,05

3 135, 00 900, 00 1035, 00 3600, 00 143, 22 954, 81 1098, 03 3819, 24


4 108, 00 900, 00 1008, 00 2700, 00 114, 58 954, 81 1069, 39 2864, 43
5 81, 00 900, 00 981, 00 1800, 00 85, 93 954, 81 1040, 74 1909, 62
6 54, 00 900, 00 954, 00 900, 00 57, 29 954, 81 1012, 10 954, 81
7 27, 00 900, 00 927, 00 0, 00 28, 64 954, 81 983, 45 0, 00
Totais 675, 00 4500, 00 5175, 00 −−− 429, 66 4774, 05 5203, 71 −−−

4. Nas operações de longo prazo, como os do mercado imobiliário, é comum prever algum tipo

de correção monetária nos respectivos contratos de nanciamento. Por exemplo, durante a

construção de um imóvel, as prestações podem ser corrigidas pelo INCC (da construção civil);

após as chaves, a correção caria indexada pelo IGPM, ou algum outro índice previamente

pactuado. Na realidade, há inúmeros procedimentos praticados pelos agentes nanceiros (Caixa,

Bancos ociais, Bancos particulares), dos quais veremos alguns exemplos típicos.

Por exemplo , a quantia de $ 81.600,00 foi nanciada a juros de 5% a.m. e será resgatada

em 4 mensalidades. Considerando uma taxa de inação de 10% a.m., constante no período

considerado, construir a tabela PRICE de pagamentos, inclusive com as prestações atualizadas

monetariamente.

Abaixo, representamos a tabela Price usual, sem qualquer correção ou atualização. A novidade

são as duas últimas colunas da direita, a sexta coluna usada para exibir a variação do índice-

inator, de 10% a.m., e a última, a prestação corrigida a cada mês.

Price Juros Amortização Prestação S.Devedor Inator(1, 10)


n Prest.corr.

0 81600, 00 1, 00 −−−
1 4080, 00 18932, 17 23012, 17 62667, 83 1, 10 25313, 38
2 3133, 39 19878, 77 23012, 17 42789, 06 1, 21 27844, 72
3 2139, 45 20872, 71 23012, 17 21916, 35 1, 3310 30629, 19
4 1095, 82 21916, 35 23012, 17 0, 00 1, 4641 33692, 11
Totais 10448, 66 81600, 00 92048, 66 −−−
58 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

9. Atividade Proposta 8
1. O principal de C = 4.500, 00 será amortizado em 5 mensalidades, à taxa mensal de 3%. Elaborar

as planilhas de amortização correspondentes aos métodos SAC e PRICE.

2. Um nanciamento de $6.000,00 será amortizado pelo sistema SAC, em 6 meses, à taxa de 5% a.m.

Calcule a soma dos valores das prestações dos três primeiros meses.

3. Um terreno é colocado à venda por $ 60.000,00 de entrada e mais 20 prestações trimestrais (Sistema

SACRE), sendo de 10% ao trimestre a taxa pactuada. Sabendo-se que o valor da 1


a prestação é de

$ 80.237,89, calcular o valor base à vista do terreno.

4. Um nanciamento de $1.600.000,00 poderá ser amortizado em 32 meses, à taxa de 3% a.m.

Encontre, para cada sistema Price, Sac e Sacre, os seguintes parâmetros:

(a) o valor da prestação P10 ;


(b) o saldo devedor imediatamente após o pagamento de P20 ;
(c) os valores da amortização A27 e dos juros J27 ;
(d) em que momento se tornam iguais as prestações Price e Sac.

5. Consideremos um nanciamento de 180.000, 00, amortizado em n=24 meses, cuja planilha PRICE

deve ser atualizada com as variáveis abaixo solicitadas.

PRICE Mês Prestação Amortização Juros S.Devedor

0 S0 = 180.000, 00
1 P1 A1 J1 = 10800 S1
15 P15 A15 J15 S15

6. Considere um nanciamento a uma taxa de 48% ao ano, durante 6 anos, com o sistema Price.

Calcule o momento em que o saldo devedor da dívida esteja reduzido à metade.

7. Uma loja anuncia um certo aparelho por $440,00 à vista; alternativamente, nancia o aparelho

com uma entrada de $40,00 e mais 5 prestações mensais de $95,00. Fazer a planilha do nanciamento.

8. Considere o pagamento de um empréstimo de $4.500,00, em cinco prestações, com carência de 2

meses, a primeira paga no terceiro mês após o empréstimo, com juros de 3% a.m. Fazer as planilhas

de amortização PRICE, considerando cada um dos processos:

(a) os juros de 3% a.m. são pagos também na carência, sem alteração do principal;

(b) os juros são capitalizados durante a carência e incorporados ao capital.

9. Uma empresa obteve um empréstimo de 1.000 unidades monetárias, nanciado pelo SAC em 100

meses, à taxa de 1% a.m., com uma carência de 6 meses, durante a qual os juros serão capitalizados e

incorporados ao saldo devedor. Sabendo que o pagamento da primeira parcela do empréstimo ocorrerá

um mês após o término da carência, calcule o valor da última prestação.

10. Um nanciamento de $12.000,00 foi negociado sob as seguintes condições:

 prazo total: 2 anos; carência: 6 meses, quando serão pagos apenas os juros;

 juros de 15% a.t.; IOF e comissões: 3% sobre o principal, pago no ato;

 amortização pela tabela Price; variação do IGP-M/FGV: 3% a.t.

(a) Construir a planilha de pagamentos (0 a 10 trimestres), sem considerar atualização monetária;

(b) Calcular o valor das prestações atualizadas monetariamente pelas variações do IGP-M/FGV;

(c) Se os juros são capitalizados e incorporados ao principal durante o período de carência, indicar o

valor das prestações sem atualização monetária, e também atualizadas monetariamente.


4. SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO 59

10. Respostas da Atividade 8


1. As planilhas solicitadas Sac e Sacre são:

Juros Amort Prestação S.Devedor Juros Amort Prestação S.Devedor

0 4500, 00 4500, 00
1 135, 00 900, 00 1035, 00 3600, 00 135, 00 847, 60 982, 60 3652, 40
2 108, 00 900, 00 1008, 00 2700, 00 109, 57 873, 03 982, 60 2779, 37
3 81, 00 900, 00 981, 00 1800, 00 83, 38 899, 22 982, 60 1880, 15
4 54, 00 900, 00 954, 00 900, 00 56, 40 926, 20 982, 60 953, 95
5 27, 00 900, 00 927, 00 0, 00 28, 62 953, 98 982, 60 0, 03
Totais 405, 00 4500, 00 4905, 00 −−− 412, 97 4500, 03 4913, 00 −−−

2. P1 = 1300.00, P2 = 1250, 00; P3 = 1200, 00. Logo, P1 + P2 + P3 = 3.750, 00.


1
3. Por denição, vale P1 (sacre) = (P1 (price) + P1 (sac)).
2  
1 C C
Substituindo, vem P1 (sacre) = + 0, 10C + = 80237, 89; como a(20, 10) =
2 a(20, 10) 20
8, 513564, segue que 0, 1337C = 80237, 89, donde o valor nanciado C = 600.000, 00. Dada a
entrada, o valor total à vista é igual a 600.000, 00 + 60.000, 00 = 660.000, 00.

4. Neste exercício, vamos treinar a grande maioria das relações numéricas que consideramos

anteriormente.

(a) Price P10 = P = 1600000, 00/a(32, 3) = 78474, 59;


Sac P10 = A + J10 = A + iS9 = 50000 + 0, 03(1600000 − 9 × 50000) = 84500, 00;
Sacre P10 = 81487, 30;
(b) Price S20 = P a(n − t, i) = 78474, 59a(12, 3) = 781136, 38;
Sac S20 = S0 − 20A = 600000, 00;
Sacre S20 = 690568, 19;
(c) Price J27 = iS26 = iP a(6, i) = 12753, 36; A27 = P − J27 = 65721, 23;
Sac A27 = A = 50000, 00;
Sacre A27 = 57860, 62;
(c) Price J27 = 65721, 23;
Sac J27 = iS26 = i(S0 − 26A) = 9000, 00;
Sacre J27 = 10876, 68;
(d) Para o Sac, temosPsac = At + Jt = A + iSt−1 = A + i(S0 − (t − 1)A), cuja igualdade
com a prestação Price obriga: 50000 + 0, 03(1600000 − (t − 1)50000) = 78474, 59. Desenvolvendo e

agrupando, vem 1500t = 21025, 41, donde t = 14, 0169; assim, a igualdade entre as prestações ocorre

na 14a. prestação, aproximadamente.

5. Uma vez calculada a taxa i = 6% a.m. é só encontrar o que foi solicitado. Verique a validade

dos resultados!

PRICE Mês Prestação Amortização Juros S.Devedor

0 S0 = 180.000, 00
1 14.342, 22 3542, 22 J1 = 10800 176457, 78
15 14.342, 22 8008, 62 6333, 60 97551, 37
60 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

S0 C
6. Temos n = 6a e i = 48% = 0, 48a.a. Se St = = , então St = P a(6 − t, 48) = C/2.
2 2
C
Por outro lado, no modelo Price, vale P = . Comparando essas relações, segue
a(6, i)
a(6 − t, 48) = (1/2)a(6, 48), isto é, a(6 − t, 48) = 0, 9425. Lembrando da expressão da can-
1 − (1, 48)t−6
toneira, vemos que = 0, 9425, ou (1, 48)t−6 = 0, 5476. Enm, tomando logaritmos,
0, 48
obtemos t = 4, 4638, isto é, entre os pagamentos 4 e 5.

7. Temos que achar a taxa do nanciamento. Ora, temos a equação do valor atual 400 = 95a(5, i),
ou a(5, i) = 4, 2105, o que nos permite efetuar uma interpolação linear e achar o valor aproximado

i = 0, 0602 = 6, 02%. A planilha solicitada resulta como de costume.


PRICE Prestação Juros Amortização S.Devedor
0 C = 400, 00
1 95, 00 24, 08 70, 92 329, 08
2 95, 00 19, 81 75, 19 253, 89
3 95, 00 15, 28 79, 72 174, 17
4 95, 00 10, 49 84, 51 89, 66
5 95, 00 5, 36 89, 64 0, 02
Totais 475, 00 75, 02 399, 98 −−−
8. Mais um exemplo da quitação de juros quando há carência.

P rice Juros Amort Prestação S.Devedor Juros Amort Prestação S.Devedor

0 0, 00 0, 00 4500, 00 4500, 00
1 135, 00 135, 00 4500, 00 4635, 00
2 135, 00 135, 00 4500,00 4774,05

3 135, 00 847, 60 982, 60 3652, 40 143, 22 899, 21 1042, 44 3874, 84


4 109, 57 873, 02 982, 60 2779, 38 116, 25 926, 19 1042, 44 2948, 65
5 83, 38 899, 21 982, 60 1880, 17 88, 46 953, 98 1042, 44 1994, 67
6 56, 41 926, 19 982, 60 953, 98 59, 84 982, 60 1042, 44 1012, 07
7 28, 67 953, 98 982, 60 0, 00 30, 36 1012, 07 1042, 44 0, 00
Totais 683, 00 4500, 00 5193, 00 −−− 438, 15 4774, 05 5212, 20 −−−

9. Temos S0 = 1000(1, 01)6 = 1061, 52; A = S0 /100 = 10, 62. Também P100 = A + J100 ;
J100 = iS99 = iA100 = 0, 11. Enm, P100 = 10, 62 + 0, 11 = 10, 73.

10. (b) 1, 03n (c) 1, 03n


(a) Juros Amort Prestação S.Devedor P.corrig. Prestação P.corrig.

0 360, 00 12000, 00 360, 00 360, 00 360, 00


1 1800, 00 1800, 00 12000, 00 1854, 00 sd.13800
2 1800, 00 1800, 00 12000, 00 1909, 62 sd.15870
3 1800, 00 874, 20 2674, 20 11125, 80 2922, 17 3536, 63 3864, 57
4 1668, 87 1005, 33 2674, 20 10120, 47 3009, 84 3536, 63 3980, 51
5 1518, 07 1156, 13 2674, 20 8964, 34 3100, 13 3536, 63 4099, 92
6 1344, 65 1329, 55 2674, 20 7634, 79 3193, 14 3536, 63 4222, 92
7 1145, 22 1528, 98 2674, 20 6105, 80 3288, 93 3536, 63 4349, 61
8 915, 87 1758, 33 2674, 20 4347, 47 3387, 60 3536, 63 4480, 10
9 652, 12 2022, 08 2674, 20 2325, 39 3489, 23 3536, 63 4614, 50
10 348, 81 2325, 39 2674, 20 0, 00 3593, 90 3536, 63 4752, 94
5. ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO 61

CAPÍTULO 5
ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO

Ob jetivos do Capítulo 5

(a) Estabelecer critérios que posam orientar decisões sobre investimentos e nanciamentos;
(b) Caracterizar a taxa mínima de atratividade como indicação do valor do dinheiro o tempo;
(c) Descrever os dois principais métodos de análise: valor presente líquido (VPL) e taxa
interna de retorno (TIR);
(d) Enfatizar as limitações (inclusive numéricas) inerentes aos critérios apontados.

1. Fluxo de caixa e taxa mínima de atratividade

Recordemos que a expressão uxo de caixa é a designação genérica para as diferenças entre entradas e
saidas de caixa, período a período, geradas por uma opção nanceira (investimento ou nanciamento).
Exemplo motivador
A aquisição de certo equipamento, no valor de $ 12.434,25, deve gerar nos 3 anos seguintes receitas
de $ 8.000,00 e despesas de $ 3.000,00. O uxo de caixa correspondente pode ser assim representado:
5.000, 00
Ano Entrada (E) Saída (D) Fluxo (E)-(D) 6 6 6
0 12.434, 25 −12.434, 25
0 1 2 3
-
1 8.000, 00 3.000, 00 5.000, 00
2 8.000, 00 3.000, 00 5.000, 00
8.000, 00 3.000, 00 5.000, 00 12.434, 25
?

A validade dos lançamentos um uxo de caixa signica vericar se as entradas de caixa (recebimentos)
são compatíveis com as saídas de caixa (pagamentos), levando em conta o valor nanceiro do capital
no tempo considerado.
A decisão usará dois métodos básicos de análise.
Critério 1  Valor presente líquido
O valor presente líquido (VPL), também notado NPV(Net present value), é o valor presente do uxo
de caixa na data focal 0, isto é,
V PL = V PE − V PD .
62 Matemática Financeira  [Antonio Carlos & Alexandre]

Nesse cálculo, a taxa de juros é a chamada taxa mínima de atratividade (TMA), também deno-
minada custo de oportunidade ou custo de capital. A TMA especica a taxa de juros mínima
aceitável no investimento; trata-se de um retorno já garantido pelo mercado. Por outro lado, no caso
de um nanciamento, a TMA representa a taxa de juros máxima, cujo custo é necessariamente menor.
No exemplo inicialmente considerado, supondo i = T M A = 8% a.a., temos
V P L = −12.434, 25 + 5.000a(3, 8) = −12.4344, 25 + 12.885, 48
V P L = 451, 23
Critério de decisão (1)
Se V P L > 0, então V P E > V P D e o investimento é economicamente atrativo, pois estamos
obtendo um retorno maior do que o custo do capital, aumentando, então, o valor de mercado do
projeto envolvido. É o que ocorreu no exemplo acima.
Se V P L = 0, então V P E = V P D e a situação é indiferente;
Se V P L < 0, então V P E < V P D e o investimento não é atrativo.
Observemos, também, que entre investimentos concorrentes, todos com V P L > 0, o mais atrativo é
o que tem maior VPL.
Critério (2)  Taxa interna de retorno (TIR)
A TIR, também notada IRR (internal rate of return),é a taxa i que anula o VPL: V P L(i) = 0 .
Critério de decisão (2)
Se T IR > T M A, então o investimento é economicamente atrativo;
Se T IR = T M A, então a situação é indiferente;
Se T IR < T M A, então o investimento não é atrativo.
No exemplo acima, temos V P L(i) = −12.434, 25 + 5.000 a(3, i), logo, se V P L(i) = 0, então a(3, i) =
2, 48685, donde, consultando as tabelas a(n, i), vemos que i = T IR = 10%. Tendo em conta o segundo
critério, o resultado T IR = 10% > 8% = T M A aponta para a aceitação do projeto de investimento,
conrmando a alternativa 1, do VPL.

Pratique um pouco!
1. Os critérios de decisão acima considerados levaram em conta a análise de um projeto de uxo de
investimento. Caso a atividade nanceira, seja relativa a um projeto de nanciamento, modique,
se necessário, os critérios (1) e (2).
2. Já vimos que o cálculo da taxa i, dada a cantoneira a(n, i), pode exigir métodos numéricos e/ou
computacionais mais elaborados do que os exemplos de interpolação linear que vimos praticando.
Ver, por exemplo, Morgado[2005], para uma discussão mais completa.
5. ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO 63

ATIVIDADE PROPOSTA 9 – ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTOS:


VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) e TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)

1. Nas vendas a prazo, uma loja aumenta em 20% o preço à vista e exige o pagamento desse valor
majorado em 3 prestações mensais iguais, sendo a primeira paga no ato da compra. Calcular a taxa
mensal de juros cobrada usando: (a) a solução exata; (b) interpolação linear.
Resposta. i = 21,53% a.m.
2. Em cada caso, calcule a Taxa Interna de Retorno. 200.000
200.000
(a) 1 2 3 (b) 0 3

20000 266.200
200.000
Resposta. (a) i = 10,00% a.m.; (b) i = 10,00% a.m.
3. Calcular a taxa interna de retorno e determinar a viabilidade econômica de um projeto de investimento
que apresenta o seguinte fluxo de caixa projetado, sendo de 10% a.a. o custo do capital.

Ano Fluxo de caixa Resposta. Partindo de


1 400,00 400 400 1000
VPL = + − =0
2 400,00 1 + i (1 + i ) (1 + i )3
2

3 -1.000,00
1
faça = x e use a equação do 2º grau 400 + 400x - 1000x 2 = 0 para calcular i = 15,83%
1+ i
a.a.; como i > 10%, o projeto é economicamente viável.
4. Um financiamento de 4000,00 será quitado em 3 parcelas mensais de 1.200,00, 2.300,00 e 1000,00.
Calcule a taxa efetiva (a Taxa Interna de Retorno, TIR) do financiamento, procurando anular o VPL do
fluxo dado com uma taxa conveniente:
1200 2300 1000
Resposta. Forme o Valor Presente Líquido VPL = −4000 + + 2
+
(1 + i ) (1 + i ) (1 + i ) 3
Mostre que se i=6% então VPL=18,69, e se i=7%, então VPL=–53,30. Por interpolação linear, segue
i=6,2596% a.m.
5. Uma empresa, avaliando a possibilidade de investir em uma loja,projetou os seguintes fluxos de caixa:
investimento inicial de $ 250.000,00 e receitas anuais de $ 60.000.00 durante 6 anos. Estimando o VPL
do projeto, o setor financeiro considerou $VPL= 19.155,20$. Ache a taxa de atratividade
(rentabilidade mínima) compatível com esse projeto.

Resposta. Usando 60.000 a(6,i) = 269.155,20, vem a(6,i)=4,48592, donde i = 9% a.a.

6. Um investidor aplica mensalmente a quantia de $100,00 em um fundo financeiro que usa a taxa
nominal de juros de 12% a.a., com capitalização mensal. Supondo que não ocorra nenhuma retirada,
calcule, a partir da data do primeiro depósito, o número mínimo de anos necessários para que o
montante dessa aplicação seja de pelo menos $30.000,00. Use o valor numérico (1,01) 72 = 2.

Resposta: 144 meses = 12 anos


64 Matemática Financeira [Antonio Carlos & Alexandre]

7. A quantia de $ 81.600,00 foi financiada a juros de 5% a.m. e será resgatada em 4 mensalidades.


(a) Encontre as prestações PRICE. Em seguida, considerando uma taxa de inflação de 10% a.m.,
constante no período considerado, indique as prestações atualizadas monetariamente.
(b) Nos dados acima, acrescente uma taxa bancária de $1.600,00 e estime o custo efetivo aparente
(nominal) e real do fluxo das prestações atualizadas monetariamente. (Agora, o primeiro
lançamento desse fluxo vale –80.000,00).

Resposta. 16,45% a.m. (custo efetivo aparente) e 5.86% a.m. (custo efetivo real).

8. Um financiamento de $ 200.000,00 foi tomado em 1º de janeiro do ano corrente para ser amortizado
em 4 prestações anuais pelo sistema SAC, a juros de 4% a.a. mais atualização monetária. Construir a
planilha de amortização e achar o custo efetivo (TIR) aparente e o custo real do financiamento Para a
atualização monetária considerar a variação do IGP-M/FGV, como indicado abaixo:
Ano Variação do IGP-M
0
1 20,0000%
2 20,3225%
3 17,2924%
4 14,8954%
Resposta. Usando o índice dado:
Prestação Inflação Prestação
Ano
sem correção IGP-M corrigida
0 1,00000
1 58.000 1,20000 69.600,00
2 56.000 1,44387 80.866,72
3 54.000 1,69355 91.451,70
4 52.000 1,94581 101.182,12
Forme o VPL do fluxo corrigido, acrescido do empréstimo de 200.000,00 e verifique a estimativa da
taxa interna de retorno (aparente) i = 23,86% a.a.
Para a taxa real anual, basta usar a relação de Fisher (1+i) = (1+ir)(1+Ia ), onde Ia é a taxa de inflação
anual no período considerado, isto é, (1+Ia) 4 = 1,94581, ou 1+Ia = 1,181069. Enfim, ir = 4,88% a.a.
9. Uma empresa tomou um financiamento de $2000,00 com juros efetivos de 10%a.m., reembolso do
principal em 4 meses pelo Sistema Price e IOF de 2% sobre o valor das prestações. Calcule a TIR da
operação.
Resposta. A montagem da planilha Price é imediata, suas prestações sendo de 630,94 e corrigidas por

643,56 643,56 643,56 643,56


VPL = −2000,00 + + + + }Resposta: i=10,92% ..
(1 + i ) (1 + i ) 2 (1 + i ) 3 (1 + i ) 4
12,62 (IOF de 2%), passando para 643,56. Em seguida, trata-se de anular o VPL
10. Comparar os valores atuais dos custos das máquinas X e Y, cuja compra é considerada por um prazo de
10 anos, utilizando a taxa de atratividade de 10%a.a.
Máquina X Máquina Y
Custo inicial 2.500,00 4.000,00
Valor residual 500,00 800,00
Manutenção anual 400,00 200,00
Resposta. VAX= 4.765,06; VAY= 4.920,48
5. ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTO 65

11. Uma empresa trabalha com uma taxa de atratividade de 5% a.m. e deseja expandir sua rede de
conveniências; para tanto, procederá à análise dos seguintes itens:

Item Loja de rua (1) Loja de shopping (2)


Inversão inicial 230.000,00 270.000,00
Tempo de sobrevivência 5 anos 5 anos
Valor residual e de mercado 50.000,00 130.000,00
Receitas mensais 35.000,00 50.000,00
Custos mensais 24.000,00 36.000,00
Considere cada fluxo de caixa e verifique que:

50000 130000

35000 50000

0 1 60 0 1 60

24000 36000
230000 270000

donde as expressões de cada valor presente líquido:

50000
VA1 = −230.000 + 11000a 60,i + = −230.000 + 208.222,18 + 2676,78 = −19.101,04
(1 + i ) 60
130000
VA2 = −270.000 + 14.000a 60,i + = −270.000 + 265010,05 + 6950,66 = 1969,67
(1 + i ) 60

Explique porque a melhor alternativa corresponde ao VPL >0.


Também, caso seja considerado o adicional de 19.101,04, então VA1=0.
E se a empresa investe 19.101,04+1969,67 na opção 1?

12. Uma instituição financeira emprestou $4.500,00 a uma empresa nas seguintes condições:

a) Método do valor futuro


b) Taxa de juros 2,5% a.m.
c) Liberação do empréstimo: de uma só vez na data da contratação
c) Prazo para pagamento: 2 meses
d) IOF: 0,123% a.m (*) sobre o valor líquido L
e) ISS: 5% (*)
f) CPMF 0,3% (*) sobre o valor líquido L
g) DA (despesas administrativas) $50,00 (*)
(*) cobrado no ato da contratação/liberação do empréstimo

Calcular a taxa efetiva do empréstimo.


66 Matemática Financeira [Antonio Carlos & Alexandre]

Resposta. Calculando todas as deduções


L = 4500 − IOF − ISS − CPMF − DA
L = 4500 − ( L × 0,00123 × 2) − (0,05 × 4500) − (0,003 × L) − 50, donde L = 4202,06
Montante devido M 2 = 4500(1 + 0,025) 2 = 4727,81; 4727,81 = 4202,06 (1 + i ) 2 ;
i = 6,07% a.m.

13. Calcular a taxa efetiva de um empréstimo de $4500,00 nas seguintes condições:


a) SAC
b) Taxa de juros 2,5% a.m.
c) Liberação do empréstimo: de uma só vez na data da contratação
d) Prazo para pagamento: 3 meses consecutivos, a primeira prestação vencendo 1 mês após a liberação
do empréstimo;
e) IOF: 0,123% a.m (*) sobre o valor líquido L (prazo médio ponderado)
f) ISS: 5% (*)
g) CPMF 0,3% (*) sobre o valor líquido L
h) DA (despesas administrativas) $50,00 (*)
(*) cobrado no ato da contratação/liberação do empréstimo

Solução. Use o IOF sob a forma


p1 n1 + p 2 n 2 + p 3 n3
IOF = , onde os p' s são as prestações SAC e os n' s os prazos respectivos :
p1 + p 2 + p3
(1612,50 × 1) + (1575 × 2) ÷ (1537,50 × 3)
IOF = = 1,984 (prazo médio)
1612,50 + 1575 + 1537,50
IOF = L × 0,00123 × 1,984 = 0,00244 L. Procedendo como acima, calculamos L = 4202,14
1612,50 1575,00 1537,50
donde − 4202,14 + + + = 0, condição que dá i = 6,15% a.m.
(1 + i) (1 + i ) 2 (1 + i ) 3
Matemática Financeira

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e suas aplicações. 11. ed. São Paulo: Atlas,
2009.
BRUNI, Adriano Leal e FAMÁ, Rubens. As decisões de ivestimentos. São Paulo, Atlas, 2003
(Desvendando as nanças, vol.2).
DE FRANCISCO, Walter. Matemática Financeira. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
MORGADO, Augusto César de Oliveira et al. A Matemática do Ensino Médio. Rio de Janeiro:
SBM, 2007 (Coleção Professor de Matemática, 13).
MORGADO, Augusto César de Oliveira; CÉSAR, Benjamin. Matemática Financeira. 2. ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2006 (Impetus questões).
MORGADO, Augusto César de Oliveira et al. Progressões e Matemática Financeira. 6. ed.
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SAMANEZ, Carlos Patrício. Matemática Financeira. 4. ed. São Paulo: Pearson, Prentice-Hall,
2008.
SAMANEZ, Carlos Patrício. Engenharia Econômica. São Paulo: Pearson, Prentice-Hall, 2009.

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