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1. Introdução
L
C
qu = Carga última
V M +V M bw
Fissuras
Fig. 1
CTU - Departamento de Estruturas 3 TRU 024 Concreto Estrutural Prof. Roberto Buchaim 1
esta razão, e também porque há transmissão de força cortante no banzo
comprimido, a inclinação do campo diagonal de compressão da alma, em
relação ao eixo longitudinal da viga, é menor que a inclinação da fissura.
V
τ= (1)
bw z
N
σ= (2)
A0
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σ σ
σI = + τ 2 + ( )2 (3)
2 2
σ σ
σ II = − τ 2 + ( )2 (4)
2 2
g +q
Vg +q
A B
−P τ CG
C D
Ν ≅ −P Ao
M g +q ≅ 0
Vc,pr σ τ
(protensão)
R = (g + q )
l
2
τ
BD Polo
τCG
σ II σI
θ
−P σ
−τCG
τ −P σI σ A
A CG B
Ao
II
θ CG
o
CD
C D
compressão tração
circulo de Mohr
N
τ cr = f ctk , min 1 − (5)
A0 f ctk , min
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τ 1
tgθ cr = − cr = −
σ II σ σ 2 (6)
− 1+ ( )
2τ cr 2τ cr
60
fissura da alma
q cr
45
30
15
-3 -2 -1 0 1 2 3
Fig. 3
− 4,5 − 4,5 2
σ II = − 22 + ( ) = −2,25 − 3,0 = −5,25 MPa .
2 2
Se, ao contrário, houvesse uma tensão de tração igual a σ = 0,15 f ck = 4,5 MPa ,
a inclinação da fissura seria θ cr = 69,2º , e a tensão principal de compressão
diminuiria para:
4,5 4,5
σ II = − 2 2 + ( ) 2 = 2,25 − 3,0 = −0,75 MPa
2 2
V( g + q ) cr ≅ τ cr bw z (7)
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onde a altura da seção resistente à força cortante, z , o mesmo que a distância
entre os banzos comprimido e tracionado, pode ser igualada a 90% da altura
da útil seção, ou seja, z ≅ 0,9d . Se houver força cortante proveniente da
protensão, Vc, pr , a força cortante efetiva na seção de concreto diminui,
Vef = V( g + q ) cr − Vc, pr , cf. mostra a Fig. 2. Com isto, é maior a carga externa
necessária à fissuração da alma (efeito igual ocorre na fissuração por flexão).
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0,4 × 360 + 0,8(960 + 1440 + 1470 + 1740) + 1,2 × 2160 7224
ΣVsl = =
f yd f yd
8934 45º
1
ΣVsw + ΣVsl = 9126 para θ = 33,7º
f yd 26,6º
9132
2,0 45º
Vd Vd
σ cwd = (tan θ + cot θ ) = 2,17 para θ = 33,7 º
bw z bw z 26,6º
2,5
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qd = 150kN m qd
bfl = 800 mm
200
h = 1000mm
150
200 100
(a) 3 x 150
l = 9600mm
L
C
800 800 800 800 800 800
leque qd l 2 8z
2160
σcwd
chapa em estado
uniaxial de V =0 z = 800mm
tensão
θ = 45°
2160 qd l 2 8z
(b)
cotθ = 1
18
0
84
67
50
33
17
θ = 45°
A
360 960 1440 1470 1740 2160
2160
(c)
720
400 4 x 800 800 400
97 64 32
θ = 33,7°
540 1350 1890 2160
2160
(d )
720
600 1200 1200 1200 600
cotθ = 2
10
3 z = 800mm
16
720
800 1600 1600 800
Fig. 4
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z cosθ
L
C
q d = 1 50 kN m
2 16 0
E F G H I
cot θ = 1,5
z = 8 00 θ = 3 3,7 °
A θ B C
θ = 3 3,7 ° E
D
8 x 6 00 = 4 80 0 2 16 0
( a)
7 20
5 40
1 35 0
1 89 0
2 16 0 2 16 0
p oligo n al
( b ) R t : F o rça n o
b an zo tra cion a d o (kN )
(varia çã o p o lig o na l)
cam p o s d e tensã o
m o delo d e treliça
2 16 0
1 89 0
p olígo n al
1 35 0
p ará bo la d o 2 ° g ra u
5 40
( c ) R c : F o rça n o
b an zo com p rim ido (kN )
(p ará b ola d o 2 ° gra u no
leq ue, e p o lig o na l n a s
cha p as tra pezoida is)
q d = 1 50
2 q d = 3 00 ou
3 q d = 4 50 ou 1 80 1,2
ou 3 60 1,2
5 40 1,2
(d ) rsw d : F o rça n o estrib o (kN /m )
Fig. 5
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A Fig. 5 detalha as forças nos banzos e o cálculo da armadura transversal no
segmento da viga onde a força cortante mantém seu sinal. O gráfico da força
no banzo tracionado, cf. a Fig. 5b, permite interromper a armadura longitudinal,
bastando apenas adicionar o comprimento de ancoragem.
qd z cotθ
z cotθ
2
x
ao z cotθ z cotθ
2 2 2
qd
θ (x) θa
ao
Fig. 6
1 ao
cot θ a = ( + cot θ ) (8)
2 z
ao 200
Assim, p. ex., se cot θ = 2 e = = 0,25 , resulta cot θ a = 1,125 , ou
z 800
θ a = 41,6º >> θ = 26,6º . Note-se que, se a largura do apoio for desconsiderada,
resulta θ a = 45º . Como se vê, as tensões de compressão no leque devem ser
verificadas apenas no nó ABC , Fig. 7 ou Fig. 8. A formação do nó de apoio
pode dar-se de diferentes maneiras, algumas delas mostradas na Fig. 8.
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900 kN 900 kN
A B σ AB
fc d2 ao (x 250 mm)
240 mm(x 250mm)
fcd2
fc d2 720 kN 720 kN
0,64 fc 2
τ
τAB
σ II = − fcd2 θa = 53,1° σ
σ AB
σ II = − fc d2
A τ AB B
σ AB
(c)
Fig. 7
τ
tan(90 − θ a ) = − AB
σ AB
τ AB
2
= −σ AB ( f cd 2 + σ AB )
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θa
C
(a)
A B ao
ao
elevação planta
grampo
barra reta
ao
elevação planta corte
ao
elevação planta
r +φ +c ao
φ
r
c = cobrimento
elevação planta
Fig. 8
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Nas peças que não apresentam variação brusca de geometria e da carga, é
possível estabelecer os esforços resistentes em função dos esforços
solicitantes M d , N d e Vd , observando-se que estes devem ser os resultantes,
não no CG da seção (como se considera na análise estrutural), mas à meia
altura da seção resistente à força cortante. Ver a Fig. 9.
z c o tθ (a )
rs w d z c o t θ Rsu p
C
θ z
Vd 2
A
z V d c o tθ z
B 2
D R in f
σ cw d
( b ) E s fo r ç o s tr a n s p o r ta d o s
z c o sθ
do C G da peça
p a r a o p o n to A d is ta n te
z
d o s b a n zo s.
2
CG Nd Md
Nd
z
zs z A z
Vd M d− N d zs −
2 Vd 2
banzos
Fig. 9
Md z V
Rsup = − + N d s + d cotθ (9a)
z z 2
Md z − z s Vd
Rinf = + Nd ( )+ cotθ (9b)
z z 2
Vd
= σ cwd bw z cosθ
sen θ
ou
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V 1 V
σ cwd = d = d (tan θ + cot θ ) ≤ f cd 2 (10)
bw z sen θ cosθ bw z
f
f cd1 = 0,85(1 − ck ) f cd (11)
250
f
f cd 2 = 0,7 f cd1 = 0,60(1 − ck ) f cd (12)
250
f
com f ck em MPa , f cd = ck
γc
A resistência do concreto da alma, f cd 2 , deve ser menor que f cd1 , pois nela
há um estado duplo de tensão do tipo compressão-tração. As tensões de
tração originam-se das tensões de aderência entre o estribo e o concreto
envolvente e das tensões de atrito na fissura. Esta redução é igual a 30% em
relação a f cd1 , cf. mostra a Equação (12).
f f cd bw d
VRd 2 = 0,9 f cd 2 bw d sen θ cosθ = 0,54(1 − ck ) (13)
250 tan θ + cot θ
Este limite deve ser respeitado para evitar, com a devida segurança, o
esmagamento do concreto da alma.
VSd
rswd =
z cot θ
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A
E como rswd = sw f ywd , obtém-se a área da armadura transversal (estribos
s
verticais, no caso) igual a:
Asw VSd
= (14)
s f ywd z cot θ
VSd
+ q d , inf
Asw z cot θ (15)
=
s f ywd
f yk
As resistências da armadura longitudinal dos banzos é e da f yd =
γs
armadura transversal da alma e flanges (especialmente da flange tracionada
f ywk
longitudinalmente), f ywd = , com f ywk ≤ 500 MPa e γ s = 1,15 . A restrição
γs
da resistência do aço a 500 MPa , mesmo que seja usado o CA-60 como estribo,
tem em vista limitar a abertura da fissura inclinada em serviço.
As flanges de uma seção duplo T são também tratadas como chapas, de forma
análoga à alma da viga. Ver a Fig. 10. Nas interfaces alma-flange dos banzos
comprimido e tracionado desenvolve-se um fluxo de força cortante por unidade
de comprimento, v fl , igual ao gradiente da força no banzo considerado. Nas
zonas B (paralelogramos), v fl é constante. Nas zonas D (leques), v fl tem
variação linear. Considerando que as chapas da alma e das flanges têm
espessuras finitas, bw na alma e h fl nas flanges, a rigor só se considera a
parcela de v fl que forma o campo de tensões da parte da flange fora da alma.
O ângulo do campo de compressão das flanges pode ser escolhido como para
a alma, observando-se que no banzo comprimido há fluxo de cisalhamento
com tensões normais longitudinais de compressão e no banzo tracionado há
fluxo de cisalhamento com tensões normais de tração. Para simplificar, pode-
se escolher cot θ fl = 2 nas flanges comprimidas, e cot θ fl = 1 nas flanges
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tracionadas. Note-se que a força a ancorar no apoio deve contar com a parcela
da armadura longitudinal contida na largura da alma.
C
Plano da flange comprimida
Rc b1 / bfl = 0,5x2160x[(800-150)/800]
Θ = 26,60°
Rc b1 / bfl = 877,5 kN
z = 800
θ = 33,7°
540 810 540 270
banzo tracionado Rs = 2160 kN
720
z cotθ z cotθ z cotθ z cotθ = 1200
Θ = 45°
Fig. 10
b1
v fl (16)
b fl
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da flange menor que a efetivamente existente, considerando-se um bloco
retangular de tensões no concreto, com a máxima resistência (Regan, 1999).
A1 b1h fl
v fl = v fl (17)
Ac (b fl − bw )h fl + bw y
A f
( sw ) min = 0,2 ctm bw (18)
s f ywk
Esta expressão é válida para estribos verticais, sendo f ywk ≤ 500 MPa , mesmo
se for usado CA-60, como já dito.
z − z s Vd
Rinf = N d ( )+ cot θ a (19)
z 2
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Esta expressão é válida nos casos de apoio indireto (viga apoiada em viga,
torção de compatibilidade desprezada), e z s é considerado como no vão. Se o
apoio for direto (carga na face superior da viga e apoio na face inferior) faz-se
z s = 0 , e elimina-se o fator 1 / 2 que multiplica a força cortante.
Para a área mínima da armadura longitudinal, que deve chegar aos apoios
extremos e internos, e a ancoragem das barras longitudinais nesses apoios, a
NBR 6118: 2003 exige, no item 18.3.2.4, que:
As, vão
As, apoio ≥ se M apoio = 0 ou negativo e de valor absoluto
3
(20)
M apoio ≤ 0,5M vão , e
As, vão
As, apoio ≥ se M apoio < 0 e de valor absoluto M apoio > 0,5M vão . (21)
4
lb, nec
lb, apoio ≥ max r + 5,5φ (22)
60 mm
b
φ t ≥ 5mm e φ t ≤ w (23)
10
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Os espaçamentos longitudinais entre estribos e transversais entre os seus
ramos devem garantir uma uniformidade no campo de compressão, através
das seguintes condições (do mesmo item da NBR):
Direção longitudinal:
0,6d
Se VSd ≤ 0,67V Rd 2 então s ≤
(24a)
300mm
0,3d
Se VSd > 0,67VRd 2 então s ≤ (24b)
200mm
Direção transversal (paralela à largura da alma), distância entre ramos
sucessivos do estribo:
d
Se VSd ≤ 0,20V Rd 2 então s ≤
(25a)
800mm
0,6d
Se VSd > 0,20VRd 2 então s ≤ (25b)
350mm
com
(26)
2/3
0,20 f ck
f ctd = , em MPa e γ c = 1,4
γc
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Vc = Vco (27)
Mo
Vc = Vco (1 + ) ≤ 2Vco (28)
M Sd , max
onde
f
VRd 2 = 0,27(1 − ck ) f cd bw d ≥ VSd ou VSd , ef (29)
250
A
VSw = VSd − Vc = sw 0,9df ywd , ou (30a)
s
A (30b)
VSw = VSd , ef − Vc = sw 0,9df ywd na protensão
s
A
VRd , min = Vco + ( sw ) min 0,9bw df ywd
s
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0,6 × 0,2 0,2 × 0,3 × 0,9 2/3 2/3
VRd , min = ( + )bw df ck = (0,086 + 0,047)bw df ck
1,4 1,15
2/3
VRd , min = 0,133bw df ck , com f ck em MPa (31)
Se ocorrer VSw ≤ VRd , min , basta armadura transversal mínima dada pela
Equação (18).
Note-se que esta dedução explica a origem do valor mínimo da taxa mecânica
da armadura transversal, uma vez que a força cortante resistente mínima é
V Rd , min 0,133
= = 1,55 vezes maior que a parcela transmitida por atrito na
Vco 0,086
fissura, e este valor é praticamente igual ao coeficiente de segurança γ c = 1,5 ,
adotado no MC-90.
No que segue, indica-se a parcela resistente Vc por Vcd , por coerência com a
bibliografia usada neste item (aliás, como se mostrou há pouco, o mais correto
seria manter a primeira notação, pois o sub-índice d leva a crer que nesta
parcela resistente foi introduzido um coeficiente de segurança material, quando
os 50% desse coeficiente resultam da adoção da armadura transversal
mínima).
Mostra-se agora outra possibilidade de escolha desse ângulo, porém não mais
livremente. É possível provar (Kirmair, 1985 e Buchaim, 1998) que a taxa
mecânica da armadura transversal é a mesma, se for dimensionada com o
ângulo θ do campo de compressão e com a força cortante VSd , ef (efetiva, i. e.,
descontada a parcela vinda da protensão), ou com o ângulo de inclinação da
fissura θ cr , mas com a força cortante menor VSd , ef − Vcd , desde que entre
estes ângulos seja atendida a seguinte equação:
1
cot θ = cot θ cr
V (32)
1 − cd
VSd , ef
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Para poder usar esta relação, é preciso ter o ângulo θ cr de inclinação da
fissura, nas várias modalidades de flexão, o que é providenciado nas FIP
Recommendations, 1999. Ver também o trabalho de Reineck, 2002. O ângulo
de inclinação da fissura e a força cortante transmitida por atrito na fissura
dependem da força normal e da abertura da fissura na alma. Como
aproximação, são admitidos os seguintes valores:
σ xd
cot θ cr = 1,20 − 0,2 (35)
f ctm
cotθ cr
Vcd = 0,075(1 − )(bw zf cd1 ) ≥ 0 (36)
4
σ xd
cot θ cr = 1,20 − 0,9 ≥0 (37)
f ctm
0,36
Vcd = 0,075(1 − )(bw zf cd1 ) ≥ 0 (38)
cotθ cr
onde:
N Sd
σ xd = = tensão solicitante no CG, negativa se compressão, Ao = área da
Ao (39)
seção
f
f cd1 = 0,85 ck e γ c = 1,4 (sem o fator (1 − f ck 250) incluído em (11))
γc
2/3
f ctm = 0,30 f ck , em MPa
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VSd
com θ = 45º e variando de 1,55 a 10 . Como mostra a figura, para forças
Vco
cortantes acima do valor correspondente a VRd , min = 1,55Vco , obtido na dedução
de (31), a inclinação do campo de compressão varia entre ≈ 20º e pouco
abaixo de 45º . Note-se também que, no dimensionamento de um segmento da
peça pelo método I, a parcela resistente Vco é tomada como constante,
enquanto a força cortante solicitante é geralmente decrescente. Com isto, a
armadura transversal é dimensionada equivalentemente, com inclinações do
campo de compressão cada vez menores. Neste caso, o modelo seria o de
campos descontínuos de tensão formados apenas por leques justapostos
seqüencialmente, correspondendo, portanto, a uma treliça de banzos paralelos
e diagonais comprimidas de inclinações decrescentes em direção à seção
crítica. Mas este não é o caso de dimensionamento usual através de campos
descontínuos de tensão. Como mostrado na Fig. 4, escolhe-se livremente o
ângulo θ de inclinação do campo de compressão numa determinada faixa, e
mantém-se constante esse ângulo em todo o segmento da peça a dimensionar.
Logo, a armadura transversal assim dimensionada é algo superior àquela
obtida pelo método I da NBR 6118.
Inclinação do campo de compressão
45 º
40 º
35 º
da alma
30 º
25 º
20 º
15 º
0 2,5 5 7,5 10
VSd / Vco
Fig. 11
Assim, do exposto fica muito evidente que, não importa qual seja a teoria
aplicada no dimensionamento à força cortante, as diferenças no consumo de
armadura total por força cortante não podem ser grandes. Portanto, o critério
de escolha do ângulo θ do campo de compressão deverá orientar-se pelo
aspecto construtivo, na medida do possível diminuindo o consumo de estribos
e aumentando o consumo de armadura longitudinal. Entretanto, é preciso
garantir a ancoragem adequada da armadura longitudinal no apoio, cuja força
aumenta quando θ diminui. Além disso, para evitar abertura exagerada da
fissura inclinada em serviço, a tensão no estribo deve ser controlada. Como
orientação, o valor desta tensão em serviço é cerca de 250 MPa . O modelo de
cálculo é o mesmo do ELU, podendo-se adotar a inclinação θ s > θ do campo
de compressão em serviço decorrente da seguinte equação
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cot θ s = cot θ (40)
9. Bibliografia
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NIELSEN, M. P. Limit analysis and concrete plasticity. 2. Ed. Boca Raton:
CRC Press, 1998.
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