You are on page 1of 14

UNIVERSIDADE FERDERAL DE SÃO CARLOS

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL E BIOPROCESSOS ASSOCIADOS

DISCIPLINA TÓPICOS EM OLERICULTURA

Relatório de Visita Técnica

Cultivo Hidropônico de Hortaliças Folhosas

DATA: 29/08/2017

LOCAL: Hidroponia HortiFort – Araras

NOME: Wellington Quadros Tanno

Mauricio Montaño Saavedra

A visita técnica foi realizada na horta de produção de hortaliças folhosas “HortiFort”,


com o objetivo de aprimorar os conhecimentos da turma sobre o cultivo hidropônico de
folhosas, conhecendo um dos principais produtores da cidade de Araras.

No local fomos recebidos pelo Sr. Humberto, sócio proprietário da empresa fundada em
2010, quem comentou sobre o funcionamento da empresa e suas principais caraterísticas e
necessidades. A empresa possui 10 funcionários, sendo parte deles a própria família de
proprietários.

Segundo o produtor, a vantagem da produção de hortaliças é a rápida geração de receita


devido ao curto ciclo de produção, pois em média, são necessários 30 dias para produção e 30
dias para recebimento da paga pelos pedidos entregues. Atualmente, a produção é destinada à
cidade de Araras, mas após a ampliação da área das estufas para 1,6 hectares, irá atingir outras
cidades da região. A distribuição dos produtos na cidade de Araras é feita segundo demanda por
2 caminhões baús refrigerados. As hortaliças que não foram vendidas são devolvidas, isto
representa de 8% a 10% do volume de hortaliças entregue.

Ressaltou também que a Horti Fruti visa a qualidade de seus produtos, fazendo desse o
seu diferencial a concorrência. No entanto, devido a fatores climáticos, mesmo usando técnicas
de cultivo protegido sem solo, apresenta-se ainda variabilidade na qualidade dos produtos. Por
tanto, uma das estratégias adotadas pela empresa para manter sua boa imagem é a
segmentação de mercado. Assim, destina-se os produtos de maior qualidade a bairros de
melhores condições financeiras, pois em eles os clientes procuram produtos de boa imagem. Os
produtos com algum tipo de defeito são destinados aos bairros com renda menor, compensando
a menor qualidade visual das folhosas com maior peso e volume de produto, pois segundo a
experiência do produtor, este segmento de mercado prefere a quantidade antes da qualidade.

Segundo o Sr. Humberto, a maior dificuldade da produção de hortaliças é a


vulnerabilidade ao clima, já que em dias de chuva contínua, a produção cai drasticamente. O
uso dos telados nas estufas proporciona uma proteção a chuva, mas em chuvas prolongadas
formam-se goteiras que matam a planta.
Cerca de 50% das mudas são de produção própria e 50% são adquiridas de fornecedor.
As variedades mais produzidas são: crespa (50% da produção); crocante, mimosa e americana
(35%) e lisa, brunela e roxa (15%).

Foto 1. Vista de uma das estufas de produção de alface hidropônico NFT

Com relação as caixas de solução nutritiva, são um total de 5 espalhadas pelas estufas.
O volume de água é calculado em 1 litro por planta, ou seja, uma caixa de 5.000 litros atende
um total de aproximadamente 5.000 plantas. A solução nutritiva para as rúculas é trocada a cada
ciclo, ocasião em que se faz a desinfecção de todo o sistema. A solução de alface é trocada e o
sistema desinfetado a cada 15 dias.

Foto 2. Caixas de solução nutritiva

As caixas contendo a solução nutritiva são enterradas no solo para um melhor controle
da temperatura. Foi comentado que o correto seria que as caixas estivessem tampadas para
evitar contaminação e assim menor necessidade de esterilização. Foi também sugerido que,
para uma melhor oxigenação da solução nutritiva, poderia ser adotado um sistema de venturi
que promove uma aeração mais eficaz.
Foto 3. Sistema de bombas e oxigenação.

Foto 4. Caixas de solução nutritiva com sistema de oxigenação.

Foto 5. Adaptação para impedimento de retorno da água da chuva. Evitando a diluição da


solução nutritiva.
A inclinação das mesas é de 5%, sendo que as mais novas são de 8%. A intenção de
aumentar a declividade é de promover uma maior oxigenação e diminuir a temperatura da
solução nutritiva.

Foto 6. Mesa com 5% de inclinação.

Foto 7. Mesa com 8% de inclinação.

Para a regulagem da EC (condutividade elétrica) é utilizada um sistema manual de


acréscimo de uma parte de sal e uma parte de água na solução nutritiva. A EC ideal varia entre
os tipos de folhosas.
Foto 8. Tanques de solução de sal e água para regulagem da EC.

Foto 9. Variedade de alface americana Raider Plus, de cabeça compacta pesada, ideal para
cultivo de inverno. Resistente a míldio e tolerante a tip burn.

Foto 10. Folha com ataque de oídio. Os ataques de oídio são de forma dispersa na folha,
enquanto que o ataque de míldio é limitado as nervuras.
As caixas para transporte das alfaces são plásticas e sua capacidade de transporte varia
com o tipo de alface, sendo 8 unidades por caixa para as alfaces americanas e 10 unidades por
caixa paras as alfaces crespas. As hortaliças são envoltas por uma embalagem de plástico, com
rotulo identificando o produtor e o tipo de alface.

Foto 11. Caixas plásticas para transporte de alface.

Foto 12. Embalagem plástica identificando o produtor e o tipo de alface.

Foram apresentadas as mudas denominadas de “mudão”, que são maiores, produzidas


em bandejas com menos célula (84). A vantagem dessa muda é que quanto maior a planta muda
mais precoce será sua colheita. Em uma cultura de ciclo muito curto, antecipar a colheita em
alguns dias é de fundamental importância.

As mudas produzidas nas bandejas de 200 células, são realizados 2 transplantes, ou seja,
da sementeira para o berçário e do berçário para o definitivo e neste último ficando cerca de 30
dias. No esquema de “mudão” vai da sementeira direto para o definitivo, permanecendo por 22
dias. Essa antecipação de 7 dias no ciclo permite que se faça até 5 ciclos a mais por ano.

As bandejas mais favoráveis a hidroponia são as de fundo chato, que permite que as
plantas fiquem na posição ereta sob os canos.
Quanto ao custo, as bandejas de 84 células são mais caras, devido a consumirem mais
substratos, terem menos mudas por bandeja e com isso encarecendo o transporte. Em média
uma bandeja com 200 mudas é vendida por R$9,00, a bandeja de 128 mudas por R$10,00, e a
de 84 mudas R$15,00. Mesmo com o custo maior o produtor dá preferência a bandeja de 84
mudas pelo exposto acima, adquirindo a de 200 mudas somente na falta da outra.

Foto 13. Plantas oriundas do berçário de “mudão”.

Foto 14. Diferentes tipos de bandejas.

Foram apresentados canteiros de produção de cebolinhas com substrato de fibra de


coco e métodos de termo desinfecção através do uso do calor do sol.
Foto 15. Canteiros de cebolinha em substrato de fibra de coco.

Foto 16. Canteiro de alface roxa

Foto 17. Canteiro de alface crocante.


Foto 18. Alface crocante.

Foi apresentado o canteiro de alface bicolor (roxa com mini crocante). Elas são plantadas
lado a lado visando facilitar o processo de embalagem. Estas variedades foram desenvolvidas
pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), pelo professor Fernando Cesar Sala.

Foto 19. Canteiro para embalagem de alface bicolor.


Foto 20. Embalagem bicolor contendo as alfaces roxa e mini crocante.

Foto 21. Rótulo da embalagem de alface bicolor.

Foto 22. Alface mimosa vitália


Foto 23. Canteiro de alface pira roxa.

Na estufa com cobertura de lona foi explicado sobre suasprincipais caracteristicas, que
além de oferecer uma melhor proteção da chuva, promove a difusão da radiação solar, processo
importante para o desenvolvimento equalitário das folhas, pois facilita a absorção da luz pelas
folhas inferiores.

Essas estufas de lonas promovem uma temperatura muito elevada e por isso foi
necessário a instalação de aspersores para diminiur a temperatura promovendo um maior
conforto térmico as plantas.

As lonas devem ser limpas com frequência para favorecer a entrada da radiação solar.
A durabilidade das lonas é superior a 5 anos.

Foto 24. Estufa de lona com aspersor.


Foto 25. Canteiro de salsa.

Foto 26. Canteiro de coentro.

Foto 27. Canteiro de rúcula.


Foto 28. Possível sintoma de fitotoxicidade de herbicida.

Foto 29. Canteiro de manjericão de produção própria de sementes.

Foto 30. Canteiro de hortelã produzido via propagação vegetativa, devido a impossibilidade de
produção de sementes.
Foto 31. Hortelãs com poda apical, estimulando a brotação lateral para atender o mercado
consumidor.

You might also like