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O PERFIL DA POBREZA NA CIDADE DA PRAIA

Segundo o Inquérito às Despesas e Receitas das Famílias 2001/2002, a Praia


Urbana tem um total de 106.595 habitantes, representando 23% da população do país e
42% do total de Santiago. Destes 21.637 (20%) são pobres, sendo 8246 (8%) muito
pobres.
A actratividade da Praia Urbana para a emigração e confirmada nesse Inquérito.
Comparado com o valor nacional Praia Urbana apresenta, em termos percentuais, menos
16.40 de Pobres. Verificamos que a distribuição percentual dos pobres pelos diferentes
domínios tem na Praia Urbana o valor 10.1 acima do valor da distribuição da população.
Na Praia, à semelhança do que acontece a nível nacional, a pobreza tem maior
incidência no sexo feminino. De um total de 21.637 pobres 11.457 (54%) são mulheres.
Esta desigualdade é somente ultrapassada por S. Vicente. Neste 53% dos pobres são do
sexo feminino.
Encontramos 47.818 indivíduos nas faixas etárias correspondentes a 0 a 14 e 65 e
mais anos. Esta Realidade caracterizada por uma forte dependência dos inactivos, 45%
para total da população e 54% para os pobres, é igual ao que se passa no país.
Segundo IDRF, no período em análise havia na Praia Urbana 21.724 agregados.
Destes 2.984 (14%) viviam em situação de pobreza, sendo 1613 (54%) che fiados por
mulheres.
A assunção por parte das mulheres de maior parte dos agregados é uma inversão
da realidade nacional, embora esteja aquém do pico registado em S. Vicente, onde 55%
têm o sexo feminino na liderança.

Desigualdade
No domínio em análise podemos constatar uma grande concentracao da despesa,
tendo o indice de GINI no valor de 0.56. A despesa dos 10% dos agregados mais pobres
representam 3% do total da despesa. Os 70% dos agregados com menos despesa têm uma
despesa equivalente a 42% do total.
Os 10% dos agregados mais ricos têm uma dispesa correspondete a 29% do total e
12 vezes mais do que a dispensa dos 10% mais pobres.
Sendo a profundidade da pobreza 4%, para que tenham uma dispesa que
ultrapasse o limiar da pobreza seriam necessários distribuir a todos os agregados o
montante minimo de 1730$00, equivalente a 4% do valor do limiar da Pobreza.

Educação
A relação entre a habilitação literária e a pobreza é aceite por todos. Sendo a
educação um dos determinantes da pobreza, investir em mais e melhor formação
possibilita a melhoria das condições de vida.
Podemos constatar que na Praia urbana fica bem claro a influência da educação
sobre a Pobreza. Enquanto que entre os não pobres 12% não sabem ler, no grupo dos
pobres essa relação sobe para 24%.
A proporção dos que não sabem ler (14%) é menor do que em todos os outros
domínios de estudo, tendo uma diferença considerável em relação ao valor nacional
(22.4).
Enquanto que entre os pobres cerca de 22% não tem nenhuma instrução já para os
não pobres essa mesma relação desce para 13%.
Registamos diferenças marcantes no ensino secundário e pós-secundário. Se entre
os não pobres cerca de 40% tem pelo um desses níveis já para o caso dos pobres apenas
17% estão em igualdade de circunstância.
Essa realidade não difere se analisarmos o nível de instrução do chefe do
Agregado. Pois, se entre os pobres os que não tem nenhuma instrução representam 36%
no caso dos não pobres é menos de metade (15%).

Emprego/Desemprego
O Inquérito as Despesas e Receitas familiares aponta para 39.000 como sendo o
total da população activa. Dentro desse grupo cerca de 6500 tem com o estatuto de pobre.
Ainda nos activos temos à volta de 33.000 empregados, com o número respeitante
aos pobres a rondar 5000.
A Praia Urbana tem uma taxa de desemprego na ordem dos 16%, menor do que
todos os outros domínios de análise. Contudo, no caso dos pobres ela sobe para 26%.
A população inactiva, 24.757, corresponde a 39% da população com 15 anos ou
mais. Os estudantes (47%) e os domésticos (28%) são os mais significativos no grupo dos
inactivos. Esta realidade ocorre também entre os pobres, com apenas uma descida do
peso dos estudantes, embora mantêm a liderança.
Entre os indivíduos habitualmente activos os trabalhadores não qualificados
ocupam um lugar cimeiro (33%). Destacam-se em relação aos demais os Operários,
Artífices e Similares (16%), o Pessoal dos Serviços e Vendedores (13%) e os Técnicos
Profissionais de Nível Intermédio (116%).
A ocupação dos pobres subdivide-se, essencialmente, pelos Trabalhadores não
Qualificados (59%), Operários, Artífices e Similares (20%) e Pessoal dos Serviços e
Vendedores (11%). Verifica-se, neste particular, uma forte correlação com o nível de
ensino. Pois, 83% dos pobres não tem nenhuma instrução ou têm apenas o ensino básico.
Habitação, Condições de Saneamento e Conforto
Os agregados familiares da Praia Urbana vivem de forma muito significativa em
casas do tipo individual (78%). Parte de casa (12%) e o apartamento (9%) são outros
tipos de habitações utilizados. Para os pobres a casa individual, parte de casa e a barraca
ganham posição em detrimento do apartamento e da vivenda.
Relativamente a água temos cerca de 90 em cada 100 agregado consumir a água
potável. Essa relação desce para 15 em se tratando de agregados pobres.
A quantidade de água consumida regista-se um pico na Praia Urbana (46 litros),
com um saldo de 15 litros em relação a media nacional (31.5 litros).
A posse de casa de banho com retrete trata-se de uma informação importante para
se inferir do conforto das famílias e das ameaças sobre o ambiente. Neste particular, 61%
dos agregados dispõe de casa de banho com retrete, havendo 34% sem casa de banho,
retrete ou latrina. No entanto, a situação inverte-se quando se trata dos pobres. Para este
nível 72% não dispõe de casa de banho, retrete ou latrina, contra 17% na posse de casa de
banho com retrete.
A evacuação das águas residuais, também importante para a conclusão da
qualidade de vida, deve merecer uma importante atenção. Com efeito, 70% deitam a água
suja na natureza ou no redor da casa. Entre os agregados pobres 96% procedem da
mesma forma.
O gás, como acontece a nível nacional, é a energia mais utilizada na preparação
dos alimentos (88%). Mesma realidade ocorre nas famílias pobres. Contudo, neste último
o gás (75%) perde ponto a favor da lenha (25%).
A Praia Urbana, no conjunto dos domínios de estudo, apresenta uma das maiores
coberturas em termos de electricidade (79%), com uma diferença desfavorável em
relação ao pico registado em S. Vicente de 3 pontos percentuais. Contudo, junto dos
pobres 60% não beneficiam do serviço de electricidade.
Nível de conforto
No domínio de estudo em análise o nível de conforto vem logo a seguir a S.
Vicente. Temos 27% dos agregados com níveis de conforto muito baixo ou baixo e 54%
alto ou muito alto. Devido a uma forte correlação entre o nível de conforto e o nível de
despesa registamos uma realidade diferente para os pobres. Para os que desfrutam deste
estatuto 72% tem níveis baixo ou muito baixo e 8% gozam dos níveis alto ou muito alto.
Chama-se atenção que para efeitos de análises comparativas, estes resultados não
são aplicáveis a ilhas do Sal, que neste estudo pertence ao domínio de estudo “Outras
Ilhas” que inclui também as ilhas de S. Nicolau, Boavista, Maio e Brava.
Estas são algumas informações que o INE pode doravante disponibilizar ao
público, graças ao Inquérito as Despesas e Receitas as Famílias realizado entre Outubro
de 2001 e Outubro de 2002. Para mais detalhes deve-se contactar o INE ou consultar os
resultados sobre a pobreza disponíveis no site www.ine.cv.

Instituto Nacional de Estatística na Praia, aos 22 de Setembro de 2004

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