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Adquirir noções instrumentais da língua de sinais não é o único objetivo deste curso.
A língua de sinais é utilizada por sujeitos sinalizantes (surdos ou ouvintes que
dominam a língua de sinais brasileira) em contextos específicos de interação cujo
histórico aponta para preconceitos e mal-entendidos acerca das diferenças como um
todo e da identidade do surdo na sociedade.
Nesta primeira aula, você deverá abrir os seus horizontes em relação a um mundo
diferente, o mundo da língua de sinais e dos sujeitos sinalizantes. Vamos começar?
Que tal começarmos esta disciplina já com uma parte prática? Muitas vezes os
ouvintes acreditam que as palavras em LIBRAS são construídas letra a letra, mas isso
não é bem verdade. Entretanto, para muitas palavras, especialmente nomes de
pessoas e lugares, as letras do alfabeto compõem uma palavra da mesma maneira
como ocorre em qualquer língua.
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e
difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e
de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
Para saber mais sobre essas estratégias para a inclusão, leia Lei de Libras e o decreto
que a regulamenta.
VOCÊ SABIA?
As pessoas surdas não são mudas. O termo “surdo-mudo” é fruto de um equívoco
do passado. Os surdos têm, salvo exceção, o aparelho fonador preservado. Se
aparentemente não falam, isso se deve a dificuldades impostas pela memória auditiva
e não percepção do som que emitem. Por isso, não se deve falar “surdo-mudo”.
Além disso, a própria disciplina que você está fazendo neste exato momento faz parte
da evolução tecnológica que permite a comunicação a qualquer hora e em qualquer
lugar, como você pôde observar no vídeo acima.
Preconceito X Preconceito
Muito surdos passaram a negar veementemente a possibilidade de aprendizado da
língua portuguesa, uma vez que, para muitos, isso significaria uma perda de sua
“identidade surda”.
Ouvinte X Surdo
O novo olhar da sociedade sobre a surdez, evidentemente, não pode e não deve
implicar subordinação, no sentido de se concluir que há uma comunidade melhor e
superior a outra. No entanto, não se pode esquecer que a categoria “surdo” tem seu
significado construído a partir da oposição “ouvinte” e vice-versa. Mesmo que se
possam admitir diferentes dimensões de significados para essas categorias, o que se
tem constantemente é que surdos e ouvintes são comumente tomados como um
sendo o contrário do outro.
Atividade
Para finalizar esta aula, propomos a você um desafio. Abaixo você dispõe de alguns
termos importantes utilizados nessa aula e a descrição deles. Leia atentamente a
descrição e tente encaixar ao termo correto.
• INES;
• Sinal;
• Inclusão;
• Sinalizante;
• Integração;
• Libras.
GABARITO
Inclusão: Conjunto de ações que visam incluir pessoas portadores de necessidades
(educativas) especiais na sociedade como um todo, mas que para tal promove
modificações/adaptações também da parte da sociedade para receber e incluir essas
pessoas.
Sinal: Neste curso, refere-se ao elemento linguístico que corresponde aos itens
lexicais formadores do léxico da língua de sinais.
Sinalizante: Refere-se a toda pessoa que domina a língua de sinais e é dela usuário
no seu cotidiano.