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FICHAMENTO DE RECUPERAÇÃO DA DISCIPLINA PROCESSO

PENAL CONSTITUCIONAL

Aluna: Juliana Sabage

AULA 01 = Princípios do Processo Penal

O direito Processual Penal por se tratar de uma ciência, têm


princípios que lhe dão suporte, sejam de ordem constitucional ou
infraconstitucional, que informam todos os ramos do processo, ou sejam,
específicos do direito processual penal, sendo os mais conhecidos:
Princípio do devido processo legal, Princípio da inocência, Princípio do
juiz natural, Princípio da legalidade da prisão, Princípio do livre
convencimento, Princípio da legalidade. Pois, sem o exame e o
conhecimento dessas diretrizes e postulados, não haveria a possibilidade
da Justiça Criminal funcionar a contento. Ressalta-se, contudo, que os
princípios não se esgotam no rol acima elencado.

O direito constitucional, está assinalado na Carta Republicana de


1988. Nela, além dos princípios estritamente processuais, existem
outros, igualmente importantes, que devem servir de orientação ao
jurista e a todo operador do Direito. Afinal, como afirmam inúmeros
estudiosos, “mais grave do que ofender uma norma, é violar um princípio,
pois aquela é o corpo material, ao passo que este é o espírito, que o
anima”.

AULA 02 = Investigação penal e sua conformidade constitucional

O MP, quando realiza uma investigação penal, não instaura


inquérito policial, pois esta função é privativa da Polícia. O Parquet se
incumbe do procedimento investigatório criminal, nos termos do
regulamento previsto na Resolução n.13/2006, do Conselho Nacional do
Ministério Público. Além do inquérito policial, das investigações
efetuadas por CPIs e do procedimento investigatório criminal (MP), há
outras formas de investigação (ou inquéritos extrapoliciais), tais como:
inquérito administrativo para expulsão de estrangeiro; inquérito policial
militar; inquérito civil, entre outros.

AULA 03= Categorias Fundamentais do Processo Penal

A história do direito processual inclui três fases metodológicas


fundamentais: na primeira, até meados do século passado, o processo
era considerado simples meio de exercício dos direitos; na segunda foi
autonomista, ou conceitual, marcada pelas grandes construções
cientificas do direito processual. A terceira, a fase instrumentalista, ora
em curso, é eminentemente critica e está longe de exaurir o seu potencial
reformista.

AULA 04 = Tratados e Convenções Internacionais e sua eficácia no


Processo Penal

A dignidade da pessoa humana foi esculpida como um dos


fundamentos do Estado Democrático de Direito (art. 1.º, III, CF/1988) e
os direitos e garantias fundamentais foram dispostos logo no início da
Carta, demonstrando a prioridade que foi dada a eles. ficaram excluídas
as declarações internacionais de direito humanos, bem como os atos
internacionais de maneira genérica, do rol de documentos internacionais
que ganhariam força constitucional logo que adentrassem o ordenamento
jurídico brasileiro, para restar somente os tratados internacionais de que
o Estado seja parte.

AULA 05 = Reflexos do Novo Código de Processo Civil no Processo


Penal

Com as inovoações do Novo Código de Processo Civil, se deseja e


espera que as decisões sejam mais céleres, efetivas e de melhor
qualidade, o que também dependerá dos profissionais do Direito,
elevados à condição de colaboradores entre si, exatamente para a
consecução dos fins almejados pela função jurisdicional.

AULA 06 = Competência

STF, súmula 704: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla


defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão
do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos
denunciados.

STF, súmula 721: A competência constitucional do Tribunal do


Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido
exclusivamente pela constituição estadual.

AULA 07 = Prisão e medidas cautelares pessoais

“A Lei 12.403/2011, com a nova redação do artigo 282, traçou as


diretrizes de regência de todas as medidas cautelares pessoais, prisionais
ou não.

Consta do § 6º do art. 282 que a prisão preventiva será determinada


quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar. O
juiz, em cada caso, com base nos parâmetros do artigo 282, deve,
inicialmente, verificar a necessidade da cautela, e, em seguida, aplicar a
medida adequada, somente decretando a preventiva quando outra não se
mostrar mais ajustada.

AULA 08 = Teoria Geral da Prova e Prova Ilícita

A Prova é todo elemento pelo qual se procura mostrar a existência e a


veracidade de um fato. Sua finalidade, no processo, é influenciar no
convencimento do julgador. É o encargo que as partes têm de provar os fatos
que alegam. Nos termos do art. 156 do Código de Processo Penal, o ônus da
prova incumbe a quem fizer a alegação. De acordo com a doutrina tradicional:
cabe à acusação provar a existência do fato criminoso e de causas que implicar
aumento de pena, a autoria e também a prova dos elementos subjetivos do crime
(dolo ou culpa). Ao réu, por sua vez, cabe provar excludentes de ilicitude, de
culpabilidade e circunstâncias que diminuam a pena. Destaque-se, desde logo,
haver solução para o conflito aparente entre ônus da prova e a presunção de
inocência do réu. Este é o considerado inocente até a prova em contrário,
resumida por sentença penal condenatória, com trânsito em julgado. Portanto,
cabe à acusação, ao ingressar com a ação penal, o ônus da prova, buscando
demonstrar ser o acusado culpado do crime que lhe é imputado.

QUESTÃO

Existe uma discussão na doutrina e jurisprudência quanto à natureza


dos tratados de direitos humanos ratificados pelo Estado brasileiro, a
saber, se configurariam ou ostentariam: a) status de lei ordinária; b)
natureza constitucional; c) natureza supralegal; d) natureza de emenda
constitucional. Devemos analisar esses posicionamentos, considerando a
incorporação recente dos tratados de direitos humanos em posição de
igualdade com os princípios fundamentais constitucionais.

Com efeito, além de integrarem o rol de normas constitucionais, os


tratados sobre direitos humanos têm reconhecida a sua aplicabilidade
imediata, conforme reza o mesmo art. 5º da Constituição Federal, agora
no seu parágrafo primeiro e, uma vez incorporados, passam a incorporar
a natureza de cláusulas pétreas.

Assim, conclui-se: (i) os tratados internacionais de direitos humanos


anteriores à Constituição de 1988, aos quais o Brasil aderiu e que foram
validamente promulgados (tempus regit actum), inserindo-se na ordem
jurídica interna, têm a hierarquia de norma constitucionais materiais, de
acordo com a interpretação dada ao §2º do art. 5º da Constituição
Federal; (ii) os tratados internacionais de direitos humanos aprovados
entre a promulgação da Constituição de 1988 e a EC n. 45, de
08/12/2004, são igualmente considerados materialmente
constitucionais (CF, art. 4º, inciso II e art. 5º, § 2º); por fim, (iii) os
tratados internacionais de direitos humanos aprovados posteriormente à
EC n. 45, de 08/12/2004, serão considerados desde já materialmente
constitucionais, vez que fazem parte do chamado “bloco de
constitucionalidade” (CF, art. 4º, inciso II e art. 5º, § 2º) e poderão ser
formal e materialmente constitucionais, com equivalências às emendas
constitucionais, desde que aprovados nos termos do art. 5º, § 3º da
Constituição Federal.

O posicionamento firmado pelo Supremo Tribunal Federal levou à fixação


da natureza jurídica dos tratados de direitos humanos como normas
supralegais. Tal definição buscou espécie de meio termo para apaziguar
a velha disputa da doutrina brasileira a respeito da hierarquia do direito
internacional: a doutrina que defende sua primazia diante do direito
interno e aquela que busca preservar a força persuasiva da ideia de
soberania, privilegiando esse conceito em detrimento daquela concepção.
A dificuldade da discussão está em abrir mão de conceitos como poder
constituinte e soberania.

O Supremo Tribunal Federal ainda precisa rever a sua posição para dar
aos tratados de direitos humanos conteúdo materialmente
constitucional, entendendo o § 3º do artigo 5º da Constituição Federal
caráter de mero critério de integração do tratado à constituição
instrumental, quer dizer, de positivação constitucional explícita. E, em
eventual conflito entre o direito constitucional interno e tratado de direito
humano, deve o Brasil aplicar a norma mais benéfica àquele que estiver
sob sua jurisdição. Critério esse que não é estranho ao nosso sistema,
pois corriqueiramente aplicado no direito do trabalho e no do
consumidor.

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