Professional Documents
Culture Documents
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Gerência de ensino e Pesquisa
Departamento Acadêmico de Mecânica
MÁQUINAS TÉRMICAS
NOTA DE AULA 10
(http://1.bp.blogspot.com)
REFRIGERAÇÃO
Prof. MSc. Raul Henrique Erthal
Prof. Dr. Luciano Fernando dos Santos Rossi
1
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
Índice
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 3
2 SISTEMAS FRIGORÍFICOS ........................................................................................ 3
3 SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO DE VAPOR ........................... 4
4 FLUIDOS REFRIGERANTES ...................................................................................... 5
4.1 Classificação .......................................................................................................... 6
4.2 Hidrocarbonetos Halogenados ............................................................................... 7
4.3 Misturas azeotrópicas............................................................................................. 9
4.4 Compostos orgânicos ............................................................................................. 9
4.5 Compostos inorgânicos ........................................................................................ 10
Propriedades .............................................................................................................. 11
4.6 Fluidos alternativos............................................................................................... 12
Refrigeração Doméstica, comercial e transporte ........................................................... 13
4.7 Seleção do refrigerante ........................................................................................ 14
5 O CICLO ELEMENTAR DE REFRIGERAÇÃO .......................................................... 16
5.1 Compressor .......................................................................................................... 22
5.2 Condensador ........................................................................................................ 23
5.3 Dispositivo de expansão....................................................................................... 24
5.4 Evaporador ........................................................................................................... 27
6 CICLO TERMODINÂMICO IDEAL DE REFRIGERAÇÃO .......................................... 30
6.1 Efeito Refrigerante................................................................................................ 31
6.2 Capacidade de refrigeração ................................................................................. 31
6.3 Potência de compressão ...................................................................................... 32
6.4 Taxa de dissipação do condensador .................................................................... 32
6.5 Coeficiente de performance (COP) ...................................................................... 32
7 Referências Bibliográficas .......................................................................................... 34
8 Anexos ....................................................................................................................... 35
2
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
1 INTRODUÇÃO
2 SISTEMAS FRIGORÍFICOS
3
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
Vaporização de um líquido;
Absorção;
Fenômenos termoelétricos.
a) por absorção;
b) com ejetor de vapor d'água;
c) por compressão de ar;
d) termoelétrico;
e) por compressão de vapor.
4
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
nestes equipamentos.
4 FLUIDOS REFRIGERANTES
5
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
4.1 Classificação
Hidrocarbonetos halogenados
Misturas azeotrópicas
Compostos orgânicos
Compostos inorgânicos
6
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
R11
Da série dos metanos, foi muito usado como dissolvente na limpeza dos
componentes da unidade refrigeradora. Sua temperatura de ebulição é de 23,8oC na
pressão atmosférica e as pressões de operação, para -15oC e 30oC são respectivamente
de 609 mmHg (0,811 bar) e 0,25 bar. Não é corrosivo, nem tóxico e nem inflamável.
É neutro em relação aos metais usuais, mas o magnésio e as ligas com mais de 2%
devem ser evitados. É neutro em relação ao polietileno e ao nylon, e dissolve, pelo
contrário, o poliestireno.
R12 (CCl2F2)
Pertencente, também à série dos metanos, o R12 foi o refrigerante mais empregado,
principalmente na refrigeração doméstica por não ser tóxico, nem inflamável, nem
corrosivo, nem explosivo. É incolor e tem um odor quase nulo, não desagradável. Embora
7
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
Em contato com a água forma ácido clorídrico que ataca os metais ferrosos e não
ferrosos e que é quatro vezes mais pesado que o ar, permanecendo acumulado próximo
ao solo (isso quer dizer que não se dispersa facilmente).
Não reage com os metais que constituem os sistemas frigoríficos. Assim como o
R11, se forem expostos a uma chama viva (à altíssimas temperaturas), poderá ocorrer
uma decomposição, formando um gás perigoso: o fosfogênio (COCl2).
R22
Também da série dos metanos, sua temperatura de ebulição é -40,8oC. O R22
aplica-se também na obtenção de baixas temperaturas. Atualmente ainda é bastante
usado em condicionadores de ar domésticos e comerciais unitários. Requer baixo
deslocamento volumétrico, o que possibilita um equipamento mais reduzido. Suas
pressões de evaporação a 4,4oC e de condensação à 60oC são de respectivamente 4,85
bar e 23,76 bar.
Devido à sua alta tendência para a alta temperatura de descarga, sua temperatura
de sucção deverá ser mantida a mais baixa possível, principalmente quando aplicado em
compressores herméticos. Mistura-se com o óleo, do qual, porém, costuma separar-se no
evaporador.
Tem maior capacidade térmica que o R12, pois requer apenas 60% do
deslocamento requerido por esse refrigerante para a mesma capacidade frigorífica. É
essa a principal vantagem sobre o R12. Sua pressão no evaporador, mesmo até -40oC,
ainda está acima da pressão atmosférica, enquanto a pressão do R12 será positiva só até
a temperatura de -29oC.
8
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
Tem maior capacidade de absorver água que o R12. Essa é a razão pela qual um
sistema com R22 raramente sofre obstrução por congelamento de umidade. Por outro
lado, isso constitui uma desvantagem, pois a umidade residual, no sistema de
refrigeração é sempre indesejável e, se não se manifestar, circulará livre no sistema,
oxidando suas partes internas e o óleo, principalmente na descarga do compressor em
sistemas com R22.
R502
É um fluido refrigerante constituído por uma mistura azeotrópica de refrigerante R22
e R115, na proporção em massa de 48,8% de R22 e 51,2% de R115.
É incolor e de odor pouco identificável, inodoro quando misturado com o ar, não é
inflamável nem explosivo. Muito estável ao calor é análogo, por isto, ao R22.
Todos os refrigerantes acima descritos estão com seus dias contados, pois, baseado
em acordos internacionais, há um planejamento para a sua substituição por motivos
ecológicos.
metano
etano
butano
propano
etileno
isobutano
9
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
CO2
É um gás inerte, incolor e inodoro. Não é tóxico nem inflamável, mas a principal
objeção para seu uso é o pesado equipamento requerido por suas altas pressões de
10
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
operação e sua necessidade de potências relativamente altas. Estes fatores limitam seu
uso como refrigerante.
Refrigerantes
11
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
Figura 3 - Buraco na
Figura 2 - Atmosfera
camada de ozônio.
terrestre.
Figura 1 - Camada de ozônio.
(http://mundogeografico.sites.uol.
com.br/figuras/ozo.gif)
R11 55 1 1
R12 116 1 3
12
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
tempo de vida na atmosfera, apresenta uma redução no potencial de efeito estufa de 90%
comparado ao R12. É inflamável e os grandes fabricantes de fluidos frigoríficos já
produzem o R-134a. No Brasil, todos os automóveis novos já saem de fábrica equipados
com o R-134a desde 1995.
13
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
Considerações econômicas
Tipo e capacidade do equipamento
Aplicação
Q e
14
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
M .L 907,184. 335kJ / kg
Q 3517W
t 24h
3600s
1h
Ou seja, 1 TR corresponde a 3517 W e fazendo as devidas transformações de
unidades,
1 TR = 200 BTU/min
1 TR = 3023,95 kcal/h.
1BTU/h=0,2931 W
1kcal/h=1,1631 W
Oficina teórica:
a) Um trocador de calor que retira calor de ar quente fazendo com que sua
temperatura fique acima da temperatura ambiente está promovendo um
arrefecimento ou um resfriamento? Justifique
________________________________________________________________________
______
_____________________________________
__________________________________________________________
Cloro
_____________
(X)Isobutano;
( )Dióxido de carbono;
( )Amônia;
(X)Propano;
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
________________________________________________________________________
16
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
Vapor
Líquido
Vapor
Líquido
Sabe-se que um líquido necessita de calor latente para se vaporizar. Vamos supor
que se a taxa de calor proveniente das fontes externas é suficiente, a temperatura e a
pressão do líquido não se alteram. Agora, se a taxa de calor não é suficiente, calor deve
ser obtido da quantidade de líquido não evaporada e a sua temperatura cai. Uma
diferença de temperatura é estabelecida entre o líquido restante e a vizinhança e isto
pode ser utilizado para reduzir a temperatura de outros corpos por contato direto.
17
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
Expansão
Vaporização
Compressão
Condensação.
O ciclo é caracterizado por duas regiões de pressão: uma de alta e outra de baixa
pressão. Essas regiões são delimitadas pelo compressor e pelo dispositivo de expansão
(restrição). Entre eles são instalados tubos, que formam os trocadores de calor e os
18
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
19
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
Os sistemas HBP (alta pressão de retorno) são utilizados para resfriar líquidos nos
quais o resfriamento deve ser tal que não ultrapasse a temperatura de seu ponto de
congelamento.
20
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
Oficina teórica:
______________________________________________________________________
________________________________________________________________________
21
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
______________________________________________________________
Para absorver calor no evaporador, assim como para ceder calor para o meio
externo no condensador. Se o meio a resfriar (pode ser o interior de uma geladeira)
se encontra a uma temperatura menor que a do meio ambiente é preciso que a
pressão de evaporação seja baixa o suficiente para que a temperatura de mudança
de fase do fluido refrigerante seja menor ainda. Da mesma forma, para transferir
calor para o meio externo é preciso que a pressão de alta seja grande o suficiente
para que a temperatura de condensação seja maior que a do meio ambiente. Assim,
o calor pode ser transferido espontaneamente.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5.1 Compressor
O compressor é o coração do sistema de refrigeração e possui as seguintes funções:
Extrair o gás refrigerante do evaporador, forçando-o para o condensador;
Aumentar a pressão de refrigeração, forçando o vapor para o condensador.
Os compressores volumétricos alternativos, dependendo da capacidade, podem ter
porte doméstico, comercial ou industrial, como mostram as Figura 12, 13 e 14.
Para a seleção de um compressor frigorífico deve-se conhecer:
A capacidade frigorífica;
O fluido refrigerante;
22
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
A temperatura de condensação;
A temperatura de evaporação.
5.2 Condensador
É um trocador de calor que têm a finalidade de dissipar o calor contido nos vapores
recalcados (descarregados) pelo compressor. A quantidade de calor a ser retirada inclui:
O calor sensível dos vapores superaquecidos;
O calor latente de condensação;
O calor sensível do líquido até que a sua temperatura se aproxime o máximo
possível da do fluido de resfriamento que pode ser o ar ou a água.
A eficiência de um condensador depende:
23
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
b) Da temperatura ambiente;
c) Da ventilação local;
Figura 15 – Condensador de
circulação natural a ar tipo arame
sobre tubos.
http://www.mundomaq.com
24
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
refrigerante
líquido. A válvula atua como um controlador de fluxo entre o lado de alta pressão
(condensador) e o de baixa pressão (evaporador). Em sistemas mais simples, esta
válvula pode ser substituída por tubos capilares. Os principais tipos de dispositivos
medidores podem ser classificados em:
- Manuais;
- Tubo capilar;
- Automáticos.
Dentre os dispositivos automáticos, destaca-se a válvula de expansão termostática.
Dependendo da capacidade de evaporação e do tipo de sistema de refrigeração
empregado, pode-se ter também dispositivos do tipo válvula de bóia de alta pressão;
válvula de bóia de baixa pressão e a válvula pressostática.
A Figura 18 mostra detalhes construtivos de uma válvula de expansão automática
do tipo termostática e a Figura 19 apresenta o seu princípio de funcionamento. Um bulbo
sensor, posicionado na saída do evaporador, preenchido com gás refrigerante é ligado à
parte superior da válvula por um tubo capilar. A válvula é composta de um conjunto haste,
mola e diafragma. A pressão no interior do bulbo depende da temperatura deste em
contato térmico com a tubulação. Quanto maior a temperatura, maior a pressão que atua
no diafragma da válvula, fazendo abrir ou fechar o obturador, regulando a vazão de fluido
refrigerante. A função da mola é a de se contrapor à pressão exercida na parte superior
da válvula e a sua resistência pode ser alterada através de um parafuso de ajuste. Ou
seja, quanto mais contraída, maior terá que ser a pressão (e automaticamente a
temperatura na saída do evaporador) no diafragma para permitir a passagem de fluido
refrigerante.
25
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
C
Figura 20 - Posicionamento de válvula de expansão termostática.
http://1.bp.blogspot.com
Este procedimento garante que o evaporador seja todo preenchido com fluido
refrigerante, para uma determinada condição de carga térmica e que o compressor não
venha a aspirar líquido.
26
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
5.4 Evaporador
27
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
Figura 22 - Unidade
evaporadora.http://www.logismarket.in
d.br/
∆T(oC) ∆T(oC)
(%) Convecção Convecção
Natural Forçada
95 7 4
90 8 6
28
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
85 9 7
80 10 8
75 11 9
Aplicação:
A capacidade frigorífica;
O fluido refrigerante;
A temperatura de condensação;
A temperatura de evaporação.
29
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
__________________________________
30
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
ER h1 h4 [kJ/kg]
(1.1)
31
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
(1.2)
Q ev
COP (1.5)
Wcp
Oficina teórica:
Efeito refrigerante.
________________________
32
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
O compressor do sistema de fluido com menor efeito refrigerante, visto que exigirá
maior vazão mássica de refrigerante.
________________________________________________________________________
_______________________________
Sim. Basta que o efeito refrigerante seja maior que a energia consumida na
compressão.
________________________________________________________________________
Aplicação:
Um ciclo de refrigeração com R-134a opera nas pressões de 10 bar e 0,6 bar e
as seguintes informações são conhecidas:
Determine:
a) A potência de compressão;
b) A taxa de transferência de calor no condensador;
c) O efeito refrigerante;
d) A capacidade de refrigeração;
e) O coeficiente de performance.
Solução:
33
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
10 72 304,5 -
2
10 34,39 97,88 -
3
1, 9
Wcp m .( h2 h1 ) (304, 5 224, 72) 42,1W
3600
1, 9
Qcd m ( h2 h3 ) (304, 5 97,88) 109W
3600
1, 9
Q ev m .( h1 h4 ) (224, 72 97,88) 66, 9W
3600
Q ev 66,9
COP 1,59
Wcp 42,1
7 Referências Bibliográficas
34
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
8 Anexos
35
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
36
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
37
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
38
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
39
NA 10 – Refrigeração LACIT/DAMEC
40