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Direito Administrativo II.

PROFESSORA – DRA. CINTIA BARUDI LOPES MORANO.

Direito Administrativo II.


Licitação.

Art. 37, XXI e 22, XXVII da Constituição Federal.


Lei 8.666/93 - Lei geral das licitações.
Lei 10.520/02 - Lei de pregão.
Lei 12.462/11 - RDC.

Como regra a contratação de serviços e compras em geral é necessário licitar. A união


possui competência de legislar sobre as normas gerais da união.

Licitação​ - é um procedimento administrativo pelo qual a adm. escolhe a proposta


mais vantajosa para celebração de um contrato de seu interesse.

✓ Fundamentos: ​art. 3 da Lei 8.666/93.


Isonomia, igualdade para com as que concorrem para prestar esse serviço ou produto.
Garantir a proposta mãos vantajosa esta ligado ao principio da eficiência.
Promover o desenvolvimento nacional sustentável que esta ligado com a proteção
ambiental.

​Quem deve licitar​?

✓ Administração direta​ - União, Estado, Municípios e DF.

✓ Administração indireta ​- autarquias, agencias, sociedades de economia mista


(PJ de direito privado), empresas publicas (PJ de direito privado), fundações
publicas. Quando uma dessas empresas que exercerem atividade voltadas ao
serviço publico é necessário licitar, quando exercerem atividade econômica é
preciso ver o que ela que contratar. Quando ela quer contratar algo a atividade
fim não é necessário licitar (empresa que serve comida comprar alimento) se
tiver atividade meio é necessário licitar (comprar um carro para presidente da
empresa).

✓ ONG​ - em regra não devem licitar, ao não ser que tenham recebido repasse de
verba publica.

✓ Conselhos de classe​ - CRP, CRECI etc., tem natureza de autarquia então é


preciso licitar. A OAB não é autarquia, é a única, logo, não é preciso licitar.

✓ Sistema "S​" - ou serviços sociais autônomos (SESI SENAI). Elas arrecadam


tributos, logo é preciso licitar.
Princípios.

✓ Isonomia - ​Tratamento igualitário para todos que concorrem.

✓ Publicidade​ -Todos podem ter acesso aos processos de licitação, independente


de licitante ou não, desde que não haja tumulto. Além disso, os editais
precisam ser amplamente publicados no diário oficial, como regra geral.

✓ Sigilo das propostas - ​Os participantes das propostas não podem tomar
conhecimento antes da abertura.

✓ Julgamento objetivo - ​Significa que o julgamento das propostas deve ser feito
com critérios objetivos.

Os critérios objetivos são:​ menor preço (pois não envolve subjetivismo), melhor
técnica (serviços predominantemente intelectuais), preço e técnica serviços
predominantemente intelectuais, maior lance (só pode ser utilizado na modalidade
leilão).

✓ Vinculação ao instrumento convocatório - ​Pode ser a carta convite ou edital,


quer dizer que todos que participam da licitação ficarão vinculados aos termos
do instrumento convocatório.

✓ Adjudicação compulsória - ​Adjudicar é atribuir. Se a adm. resolver contratar ela


precisa entregar o objeto do contrato ao vencedor. Porém a adm. possui
discricionariedade de contratar.

Dispensa (art. 24) a inexigibilidade (art. 25) da licitação​. *


Dispensa x inexigibilidade.
São hipóteses de contratação direta. A dispensa é considerada um ato discricionário, a
inexigibilidade é um ato vinculado. O rol do art. 24 é taxativo, o rol do art. 25 é
exemplificativo.

Hipóteses de inexigibilidade.
✓ Caso de produtor único - ​A lei exige um certificado dizendo que é produtor
único.
✓ Contratação de serviço técnico de natureza (art. 13) singular com profissional
de notória especialização.
✓ Contratação de artista reconhecido pela critica especializada ou opinião
publica.

Hipóteses de dispensa mais importantes​.


✓ Quanto ao valor do contrato - ​Precisa ser de pequeno valor, obras e serviços
de engenharia até 15 mil reais, para compras e outros serviços até 8 mil reais.
Podemos encontrar o valor dobrado devido ao art. 24 parágrafo 1.

✓ Quanto ao objeto do contrato - ​Ex. XII, a dispensa e contrata com alguém até
a escolha do vencedor. É uma dispensa temporária.

✓ Quanto a pessoa contratada - ​Ex. XIII que prioriza a instituição em que o preso
trabalha. Ou o XX que prioriza portadores de deficiência física.

✓ Em razão de situação excepcional. * - ​Ex. IV, II e V. O II fala no caso de guerra,


IV diz em caso de emergência (caso de epidemia por ex.) V* é a licitação
deserta, quando não aparece ofertas para a licitação, ninguém possui interesse
em participar. Para contratação direta nesse caso é preciso manter as mesmas
condições do edital da licitação que foi deserta.

Licitação deserta é diferente de fracassada ou frustrada​.


Aparecem interessados na licitação só que todos foram inabilitados ou
desclassificados, diferentes da deserta que não aparecem interessados. A fracassada
não é hipótese de dispensa, e nesse caso concede-se o prazo de 8 dias úteis para
arrumarem os problemas, se após esse dias não conseguirem arrumar abrira outra
licitação.

Modalidades de licitações - Lei 8.666/93.

❖ Concorrência.
Contratações de alto valor/vulto, para obras de engenharia acima de 1milhão e meio, e
outros serviços acima de 600 mil reais.
Pareceria publico privada, concessão de serviço público e alienação de bem imóvel.

❖ Tomada de preços.
Para contratações de valor mediano, obras e serviços até 1 milhão e meio e outros
serviços até 650 mil reais.
É condição em princípio que para participar tenha certificado de registro cadastral,
porém quem não tem o cadastraremos prévio pode participar se tiver toda
documentação até 3 dias antes do início do procedimento.

❖ Convite​.
Contratações de pequeno valor obras e serviços de engenharia até 150 mil reais, e
compras e outros serviços até 80 mil reais. Não terá edital, só carta convite. A adm.
que irá convidar os participantes, sendo regra no mínimo 3 participantes. Quem não
foi convidado pode participar com condição de que seja cadastrado, precisa mostrar o
interesse em participar até 24h antes do início do procedimento.

❖ Concurso​.
Quando se escolhe um trabalho técnico, artístico ou cientifico em que se atribui ao
vencedor um prêmio ou uma remuneração.

❖ Leilão.
É para ​alienação​ de bens móveis - inservível à adm., legalmente apreendidos, bem
móvel penhorável (empenhado - dado em penhor).
Bens imóveis são alienados pela concorrência *, as vezes um bem imóvel pode ser
alienado por leilão art. 19 da 8666/93, adm. recebe o imóvel como dação em
pagamento, recebe o bem mediante processo judicial.

❖ Pregão – ​Lei nº 10.520/02


É para aquisição de bens móveis ou serviços comuns, ou seja, aqueles facilmente
encontrados no mercado. Não pode para obras, bens imóveis.

Procedimento da concorrência​.

● Fase interna.
Fase pela qual os participantes não participam, escolhem quem vai participar da
licitação, planejar as planilhas de orçamento. É uma fase preparatória.

● Fase externa​.

✓ Edital​.
Inicia-se com a publicação do edital, como regra no diário oficia pela lei basta uma
única publicação.
O prazo de antecedência a ser publicado é de 30 dias, quando envolve técnica vai para
45 dias. Esse prazo favorece para qualquer cidadão fazer impugnação com relação ao
edital.
✓ Habilitação​.
É a fase em que a comissão abre os envelopes contendo as documentações dos
participantes.
✓ Julgamento de classificação das propostas​.
Fase em que a comissão da licitação abre os envelopes contendo a proposta dos
habilitados julga-os e classifica-os conforme os critérios estabelecidos no edital. Aquele
classificado em primeiro lugar é considerado o vencedor.
✓ Homologação​.
É a fase em que a autoridade competente aprova o procedimento licitatório.
✓ Adjudicação​.
É a fase pela qual a autoridade competente entrega ao vencedor o objeto do contrato.

Em todas as fases é possível a interposição de recursos.

Procedimento do Pregão​.

● Fase interna.
Fase em que a adm. elabora o edital, escolher o pregoeiro etc.

● Fase externa​.
✓ Edital
Publicado com prazo mínimo de 8 dias úteis, será publicado como regra do Diário
Oficial, também poderá ser impugnado.
✓ Julgamento e classificação.
Primeiro julga-se e escolhe um vencedor, depois analisa a documentação. O
julgamento é feito da seguinte forma, todos apresentam sua proposta escrita, abre-se
todas as propostas, A B C D E, A apresenta o menor preço, B C D apresentam um preço
até 10% mais caro do que A e D apresenta até 20% do valor de A, só participarão dos
lances verbais o A B C D, ai começa-se os lances orais. No caso de não haver três na
situação de valor até 10% maior que um, manda-se os três com menor lance para os
lances verbais.
✓ Habilitação​.
Fase em que se abre a documentação do vencedor do leilão.
✓ Adjudicação.
Entrega-se o objeto do contrato ao vencedor.
✓ Homologação​.
Fase em que a autoridade competente aprova o procedimento.

Pregão eletrônico - Decreto 5450/05​.


Como regra é o preferencial. Ele existe pra evitar uma fraude. Precisa ser credenciado
junto ao provedor e com isso se ganha uma chave de identificação e uma senha
pessoal, com isso se participa de qualquer pregão eletrônico. O site oficial é
o ​comprasnet.com​, no dia e na hora designado acessa o sistema e pode começar a
fazer o lance dentro do prazo determinado. Para recorrer nesse caso há um link
próprio para manifestar a intenção de recorrer, e apresenta razoes recursos 3 dias
depois, após isso é só adjudicar e homologar.

Anulação e revogação da licitação - art. 49 da Lei 8666/93​.


Só se revoga por questões de ​interesse publico​, a revogação é feita com todo o
processo licitatório, pode gerar indenização para o vencedor.
Anula-se o procedimento por questões de ​ilegalidade​, pode anular um ato do
procedimento, Ou uma fase, não necessariamente todo o procedimento, nesse caso
não gera direito a indenização - art. 59.

Recursos administrativos.
Como regra tem o prazo de 5 dias úteis para entrar, com exceção da modalidade
convite que terá 2 dias úteis.
No pregão manifesta a intenção no ato e apresenta razoes recursais 3 dias depois.
Habilitação e julgamento terá efeito suspensivo os recursos.

Participação de microempresas e empresas de pequeno porte mas licitações​.


Art. 170, IX e 179 da CF, lei complementar 123/06.
As leis preveem tratamentos especiais para esse tipo empresarial, por uma questão de
não ter estrutura para concorrer, essas empresas são as que mais geram empregos e
movimentam a economia são essas.
Os benefícios são:
-No caso de empate de uma micro empresa e uma empresa normal. A comissão pede
para ofertar uma nova proposta, se a da micro for inferior já é considerada vencedora.
- se uma micro tem alguma irregularidade na documentação ela pode participar do
mesmo jeito.

Regime diferenciado de contratação - RDC - Lei 12462/11.

● Contratação integrada​ - adm. contrata uma empresa para fazer o projeto


básico e para executar a obra. A elaboração do processo básico fica a cargo do
contratado
● Sigilo do orçamento​ art. 6, parágrafo 3. - o orçamento não é divulgado até a
contratação do vencedor.
● Possibilidade de inversão das fases art. 12​ - inverter as fases da licitação.
● RDC eletrônico​ art. 13 - sempre que possível será feita por meio eletrônico.
● Dois modos de disputa​ - pode ser disputa aberta ou fechada, e ainda podem
fazer uma mescla de ambos. Na disputa aberta todo mundo vê a proposta dos
participantes e na fechada a proposta é sigilosa.

Contratos Administrativos - Lei 8666/93​.


Todo ajuste celebrado pela adm. com pessoa física ou jurídica de direito publico ou
privado e regido por um regime jurídico publico. Todo contrato adm. se encontra em
posição de supremacia e nunca de igualdade.
Ex. Concessão de serviço publico, parceria publico privada, concessão de obra publica.
Contrato administrativo é diferente de contrato da administração - o contrato da adm.
é gênero para designar qualquer contrato que adm. celebra, o contrato adm. é aquele
cujo regime jurídico é publico.

Características​.
● Supremacia da adm​.
● Contratos de adesão​.
São contratos que não podem ser modificados e já são impostas para o adm., com
exceção da clausula econômico-financeiro que são a principal garantia do contratado
(art. 58 p. 1º).
● Contratos personalíssimos​ ou " intuito personae".
A pessoa do contratado é importante para adm. tanto que ela foi contratada no
processo licitatório. O contratado pode contratar um subcontratado quando o edital
permitir.
● Formais ou formalismo.
São contratos em regra escritos, com exceção do art. 60 p. único que ê uma compra de
pequeno valor (4 mil reais pagos a vista).
● Dependem de licitação.
● Mutabilidade ou mutáveis​.
São contratos mutáveis ou sujeitos a mutabilidade, logo são alterados inclusive
durante sua execução. Precisa em todas as mutações ter equilíbrio financeiro do
contrato.
● Presença de clausulas exorbitantes.
Só impõe benefícios a uma das partes. São clausulas que expressam a supremacia da
adm. nos contratos administrativos e que são consideradas clausulas que estão fora da
orbita do direito privado.
São elas: exigência de garantia pela adm. (56, p.1), alteração unilateral do contrato
pela adm., rescisão unilateral do contrato pela adm., fiscalização do objeto do contrato
pela adm., aplicação de penalidades ao contratado, ocupação temporária (58).

Teoria dos Riscos ou áleas e a mutabilidade dos contratos da Administração.

● Áleas ordinárias ou comuns:

Esse tipo de risco não interessa à ADM, pois o mesmo são riscos imprevisíveis.

● Áleas ou Riscos Extraordinários:


Essas são imprevisíveis, inevitáveis e estranhas para ambas das partes.

✓ Caso Fortuito e Força Maior: ​Caso fortuito é um evento inevitável, imprevisível


e remoto com participação humana e a força maior é um evento inevitável,
imprevisível e remoto advindo da natureza.

Obs.: ​Existe críticas na doutrina pois nesse caso funciona de outra forma. O artigo 79, §
2° da Lei 8666/93. Se a rescisão se der por caso fortuito e por força maior caberá a
ADM ressarcir eventuais perdas dos contratados. A doutrina crítica por a mesma dizer
que ambos casos são excludentes de responsabilidade.

● Áleas Administrativas: ​Fatores invitáveis e imprevisíveis, porem ganha esse


nome pois a ADM contribui direta ou indiretamente.

✓ Alteração Unilateral:​ A ADM pode alterar unilateralmente os contratos sem


definição, de que forma ou de que tipo haverá essa alteração.

✓ Fato do Príncipe:​ É um ato normativo expedido por uma autoridade que não é
parte no contrato administrativo sendo dirigida a toda a coletividade, mas, que
reflete indiretamente no equilíbrio financeiro do contrato em execução.

Ex.:​ Impedimento de importação de determinada mercadoria. É a ADM contratante,


que com base em uma responsabilidade objetiva deverá ressarcir o contratado.

✓ Fato da Administração:​ É um fator, inadimplência, ação ou omissão que


decorre da administração contratante e que causa um desiquilíbrio econômico
financeiro do contrato administrativo.

Obs.:​ A falta de pagamento por parte da ADM, quando cabe a mesma pagar, o
contratado pode alegar “exceptio non adimpleti contractus”? Da exceção de contrato
não cumprido (artigo 476 do CC).

Se o contratante não cumprir a sua obrigação, não há o que se falar em cumprimento


por parte da ADM. Em regra a “exceptio” não será utilizada, ou seja, alegada e como
exceção temos o artigo 78 inciso XV da Lei 8666/93.

Ex.:​ Prazo em que ADM deveria fazer de uma desapropriação para que o contratante
possa seguir com o contrato.

● Áleas Econômicas:​ É um fator inevitável, imprevisível, estranho a vontade das


partes que causa onerosidade excessiva ao contratado em razão do
desequilíbrio econômico financeiro.

Ex.:​ Contratação pela ADM de uma obra, autorizado pela autoridade competente em
um terreno arenoso e de repente encontra-se uma parte rochosa. É um fator
imprevisível e inevitável que está causando uma onerosidade e deve ser revisto. Essa
cláusula é a “rebus sic stantibus”, ou seja, às coisas permaneceram as mesmas quando
no momento da contratação, caso mude de forma extraordinária, o contrato, fica
suscetível de revisão e não de anulação de contrato.

Extinção dos contratos administrativos​.

● Anulação.
Para haver a anulação é preciso uma ilegalidade, a adm. e o judiciário podem anular
inclusive a adm. pode anular de oficio.

● Rescisão​.
✓ De pleno direito​.
Ele se extingue sozinho, por exemplo, com o vencimento do prazo, caso fortuito e
força maior ou falência da contratada.
✓ Unilateral
Acontece quando a adm. resolve rescindir o contrato e não precisa da anuência do
contratado, pode ser por interesse público (precisa indenizar o contratado) ou por
inadimplemento (não precisa ser indenizado).
✓ Amigável ou distrato​.
Ambas as partes resolvem por fim ao contrato.
✓ Judicial.
Rescisão decretada pelo juiz numa ação obrigatoriamente proposta pelo contratado e
facultativamente pela adm.

Prazos dos contratos da adm​.

❖ Regra geral​ - art. 57, caput da Lei 8.666/93.


Sempre os prazos são determinados, nunca há prazos indeterminados. Esses
contratados possuem a vigência que correspondem aos créditos orçamentários. Como
regra geral é 1 ano.
❖ Art. 57, I​ - previsão no plano plurianual.
Se o objeto do contrato esta previsto no plano plurianual pode prorrogar o contrato.
Como regra geral são 4 anos.
❖ Art. 57, II​ - contrato de serviços prestados de maneira continua.
No máximo 5 anos, serviços como limpeza.
❖ Art. 57, IV​ - contratos de aluguel de equipamentos ou utilização de serviços de
informática.
48 meses, a cada prorrogação é necessário justificar.
Concessão de serviço público - Lei 8.987/95.
É o contrato pelo qual o poder público concedente transfere a outrem (concessionária)
a execução de um serviço publico para que ela o faça por sua conta e risco.
Convênios e consórcios administrativos (116 da Lei 8.666/93).

O contrato possui uma remuneração no convênio e o consórcio não é necessário, o


objeto do contrato de ambos são diferentes.
Convênio é um ajuste de vontade entre entes públicos ou entre entes públicos e entes
privados para a realização de interesses comuns entre eles.
Consorcio é um ajuste de vontade entre entes públicos da mesma natureza para
realização de um objetivo comum. Eles precisam ter a mesma natureza e apenas entre
os públicos (município com município).

Consórcios públicos - Decreto 11107/05​.


Diferente dos consórcios adm. existem os ​consórcios públicos​ (11107/05) que são
considerados contratos e que criam pessoa jurídica que podem ser de direito publico
(associações públicas) e privadas. Essas pessoas de direito privado são pseud. privadas
pois precisam licitar entre outras coisas que existem apenas nas de direito publico,
porém a legislação civil é que se aplica.
❖ Protocolo de intenção​.
Será formado por todos os entes e assinado para depois ser publicado no diário oficial.
❖ Lei aprovada por cada ente consorciado.
Pode ser aprovada num todo ou em parte, porém se for em parte ele só participara do
que ele aceitou. Também será publicada
❖ Celebrado o contrato de consórcio​.
Como será a pessoa jurídica e os detalhes contratuais.

Intervenção do Estado na propriedade​ ​- 5º, XXII e XXIII da CF​.


A propriedade não é um direito absoluto pois precisa atender sua função social. A
função social diz que a propriedade precisa trazer um bem estar a sociedade.
A ​propriedade urbana​ cumpre sua função social (182 CF e 32 CTN) quando atende o
plano diretor (lei municipal) e o descumprimento do mesmo gera sanções sucessivas
(p.4), são essas o parcelamento ou edificações compulsórias, depois vem a cobrança
de IPTU progressiva no tempo (vai aumentando até que você cumpra a função social),
se nenhuma foi cumprida vem a desapropriação extraordinária (forma de sanção, sua
indenização é em títulos da dívida pública).
A ​propriedade rural​ cumpre sua função social (186 CF) são simultâneas logo apenas
com o cumprimento de todas elas é valida a função social, a sanção (184) é direta a
desapropriação extraordinária (sua indenização é título da divida agraria), essa
desapropriação é feita com fim de reforma agraria.

Modalidades de intervenção do estado na propriedade​.


● Requisição da adm. (art. 5 XXV)​ - É uma intervenção do estado que visa o uso
temporário da propriedade em razão de um perigo publico iminente. Se houver
dano há indenização.

● Ocupação temporária (art. 36 do decreto de lei 3365/41 - hipótese que há


indenização​) - forma de intervenção na propriedade de maneira gratuita ou
onerosa e que visa o uso temporário para fins de utilidade pública. A diferença
entre essa modalidade e anterior é o perigo iminente.

● Servidão administrativa -​ "escravidão" - coisa dominante (interesse público) e


coisa serviente. Servidão é a instituição de um direito real sobre coisa alheia
que deverá suporta-lo em atenção ao interesse coletivo. Modalidades: servidão
legal (art. 18 do decreto 25/37), servidão instituída por acordo (condições:
decretos regulamentar ou, notificar o proprietário, acordo feito por escritura
pública) servidão instituída por sentença. As servidões são consideradas
perpetuas e imprescritíveis.

● Limitações da adm.​ - é toda restrição criada por lei e imposta ao direito de


propriedade fiscalizada pelo poder público dentro do seu poder de policia.

● Tombamentos (decreto lei 25/37 e art. 216 CF​) - é um procedimento


administrativo pelo qual o poder público pretende preservar bens considerados
indispensáveis como referencia a memória da sociedade brasileira em razão de
seu valor histórico, artístico, cultural e etc. Restrições ao bem tombado: as
obras de conservação do bem cabem ao proprietário, qualquer reforma ou
obra no bem tombado depende de prévia autorização do órgão competente, o
bem tombado pode ser alienado desde que o proprietário dê o direito de
preferencia ao poder publico para aquisição do bem, limitação da vizinhança
em construções.

Procedimento do tombamento​ - ​decreto Lei 25/37​.

❖ De oficio​ - bens públicos.


Notifica-se o ente e depois inscreve o bem no livro do tombo.

❖ Voluntário​.
Bens privados, o proprietário entende que seu bem tem o valor histórico e ele mesmo
requerer tombamento, se a adm entender esse valor ela cede a inscrição no livro do
tombo.

❖ Compulsório​.
Bens privados, a adm. entende que o bem tem um valor importante e ela inicia o
procedimento. Notifica o proprietário que tem um prazo de 15 dias para apresentar
impugnação depois ira para o órgão competente e depois haverá a inscrição no livro
do tombo.

Existem três órgãos competentes: federal (IPHAN-autarquia), estadual (condephaat),


municipal (conselhos de defesa).
Desapropriação​.
Art. 5, XXIV CF
Decreto Lei 3365/41 (lei geral das desapropriações) - necessidade e utilidade publica.
Lei 4132/62 - interesse social
Desapropriação é um procedimento legal pelo qual o poder público ou o seus
delegados através de uma declaração de necessidade pública utilidade, pública ou
interesse social impõe ai proprietário a perda de um bem o substituindo por uma justa
e previa indenização em dinheiro.

● Pressupostos da desapropriação​.
✓ É necessária uma necessidade publica.
✓ É necessário para adm. e para sociedade.
✓ Utilidade pública.
Conveniente a sociedade e a adm. Ex. Desapropriação por zona (ocorre quando o
poder publico desapropria uma área maior do que a necessária para realização da obra
pública e após a sua valorização imobiliária ele revende essa área a terceiros para
obtenção de lucros
✓ Interesse social.

Sujeito ativo da desapropriação:


✓ União
✓ Estados
✓ Municípios
✓ Distrito Federal.

Objeto da desapropriação.

● Bens públicos​ - precisa de lei autorizadora, é preciso uma ordem: união


desapropria Estados e municípios, Estados desapropriam município e município
não desapropria bem público. Isso está previsto no art. 2, p. 2º decreto lei
3.365/41. Na adm. indireta o município só poderá desapropriar caso o bem não
esteja sendo usado por finalidade publica, depende da finalidade.

Procedimento da desapropriação​.

● Fase declaratória​.
Expede-se um ato declaratório que geralmente é um decreto regulamentar, porém
pode ser também uma lei. Esse decreto geral algumas consequências abaixo
mencionados:
➢ Submete o bem à força expropriatória do Estado.
➢ Concede ao Poder Público direito de penetrar.
➢ Fixa o estado do bem falante futura indenização.
➢ Início da contagem do prazo de caducidade.
O prazo de caducidade é de 5 anos no casos necessidade/utilidade. No caso de
interesse social 02 anos. O prazo de 5 anos pode ser prorrogado por mais 5.

Fase executória​.
Amigável - fase de acordo ou não de um valor.
Judicial - no caso de não haver acordo entra ação judicial. O juiz vai emitir após a inicial
(que ira pedir a tutela antecipada) uma emissão provisória na posse e com isso a Adm
vai depositar o valor venal (muito abaixo do mercado). A primeira coisa que se discute
na contestação é o valor, depois vicio processual.
Decreto 3365/41 – 20.

Indenização final da desapropriação​.


➢ Valor do bem
➢ Danos emergentes e lucros cessantes.
➢ Juros compensatórios: no caso proprietário perder antecipadamente.
➢ Juros moratórias: demora no pagamento
➢ Correção monetária.
➢ Custas e despesas processuais.
➢ Honorários advocatícios.

Obs.:​ Confisco (expropriação) é diferente de desapropriação e esta previsto no 243 da


CF.

Natureza jurídica da desapropriação​.


Forma originaria de aquisição da propriedade. A consequência dessa forma originaria
são: não importa quem é proprietário do bem para fins de desapropriação, se o poder
publicou indenizar uma pessoa que não é proprietária isso não invalida o processo de
desapropriação, os ônus reais incidentes sobre o bem desapropriado com a
desapropriação se extinguem, os titulares de direitos reais incidentes sobre o bem
desapropriado são sub-rogados no preço, os titulares de direitos pessoais em relação
ao bem desapropriado não são sub-rogados no preço.

Desapropriação indireta​.
Ocorre quando o poder público pratica atos de apossamento do bem sem observar o
procedimento legal da desapropriação. Ele comete um 'esbulho possessório'. A ação
de reintegração de posse é que vai te auxiliar caso isso ocorra, caso acabe permitindo
que o poder publico se apropria precisa de uma ação de indenização por
desapropriação indireta.
Súmula Nº 119 - A ação de desapropriação indireta prescreve em vinte anos.

Retrocessão​.
É o direito de preferência concedido ao exproprietario do bem quando houver na
desapropriação a chamada tredestinação. A tredestinação é o desvio de finalidade que
ocorre na desapropriação, porém se atingir interesse publico é não gera retrocessão.
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, não tiver o destino para que se desapropriasse, ou não for utilizada
em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo
preço atual da coisa.
A jurisprudência oscila, porém é provável que se tenha apenas perdas e danos e não
ter a posse de volta.
Controle dos atos administrativos​.

● Pela própria adm​.


Principio da auto tutela, ela controla os autos que ela mesmo edita. Sumula 473 STF.
Hora isso é feito através da ​anulação​ (ato ilegal, efeitos ex tunc) e outra
por ​revogação​ (ato legal mas inconveniente ou inoportuno, efeitos ex nunc, apenas
ato discricionário pode ser revogado).
Ela controla os atos de oficio e mediante provocação. Mediante provocação é através
de recursos:
Hierárquico próprio - regra geral, não precisa de previsão legal. Ele é dirigido para uma
autoridade superior que faz parte da mesma estrutura hierárquica que o recorrido faz
parte.
Hierárquico impróprio - só cabe quando a lei assim determinar. Ele é dirigido a uma
autoridade fora da autoridade que recorreu.

● Pelo Poder Judiciário​.


Sempre age mediante provocação, é um poder ​inerte​. Decorre do principio da
inafastabilidade do poder judiciário que esta prevista no art. 5, XXXV CF. Para entrar no
judiciário não é necessário entrar antes no adm. e esgotar essas vias adm., apenas má
hipótese onde se precisam esgotar as vias adm. que é art. 217 p.1 da CF.
O transito em julgado adm. ou a coisa julgada adm. não impede que a parte leve seu
interesse para o judiciário, o que difere da coisa julgada judiciaria. Como regra o
judiciário aprecias através dos remédios constitucionais.
❖ Mandado de segurança​: 5, inc. 69 e 70, cabe sempre no direito líquido e certo
não protegido pelo HC nem pelo HD. Direito liquido e certo é aquele
comprovado de plano na inicial e que não depende de dilação probatória.
❖ Habeas Corpus -​ ​ 5 inc. 68. Proteção do direito liquido e certo de locomoção.
Pode ser preventivo (se tem uma ameaça real, o que se quer é salvo conduto) e
repressivo (a violação já ocorreu). Cabe tanto de autoridade publica quanto
privada.
❖ Mandado de injunção​ - 5 inc. 71. Vai discutir a inconstitucionalidade por
omissão. Instrumento que controla a IO por um controle difuso.
❖ Habeas Data -​ ​ 5 inc. 72. Defende direito a informação, a dados que tem que
constar de um banco de dados de caráter público ou governamental. Retificar
os dados acima mencionados. Complementar os dados.
❖ Ação popular -​ 5 inc. 73. Defende patrimônio publico, patrimônio histórico e
cultural, moralidade adm., meio ambiente.
❖ Ação civil pública​ - 129, III da CF, lei 7347/85. O ​direito coletivo​ pertence a um
grupo ou classe de pessoas ligados por um vinculo jurídico. O ​difuso​ pertence a
um número indeterminado de pessoas ligadas por um vinculo de fato.

● Pelo Poder Legislativo:


❖ Político:

Controle em que o legislativo faz tanto de legalidade como de mérito dos atos
administrativos. Portanto, as hipóteses de controle deverão decorrer da própria
Constituição Federal. O controle político mais importante que o legislativo faz é a
CPI (artigo 58, § 3°) – Investigação de fato determinado.

Ex.:​ Nomeação do procurador geral da república aprovado pelo Senado

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões


permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições
previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de


investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos
nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração
de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o
caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

❖ Financeiro, orçamentário ou fiscal:

Controle de contas por parte do poder legislativo com à ajuda do Tribunal de Contas
da União.

Composição do Tribunal de Contas da União - TCU:

o O TCU não integra nenhum poder e julga as contas dos três poderes.
o Considerado um órgão auxiliar do poder legislativo, mas, não integra qualquer
um dos poderes sendo um órgão autônomo.
o O TCU é integrado por 9 ministros (equiparados aos ministros do STJ).
o Três dos 9 ministros são escolhidos pelo presidente mediante aprovação do
Senado e o restante pelo congresso nacional.
o Mais de 35 menos de 65 anos;
o Experiência de mais de 10 anos de exercício ligado a área fiscal, econômica.

Funções do Tribunal de Contas de União:

❖ 1° função:​ artigo 71, inciso I da CF - Apresenta parecer ao congresso


Nacional, quando as contas do presidente da república são julgadas
anualmente pelo Congresso Nacional;

❖ 2° função:​ artigo 71, inciso II da CF - O TCU julga as contas de todas as


autoridades administrativas detentoras de valores, bens ou dinheiro
público da administração direta e indireta; O judiciário poderá apreciar
apenas a legalidade e não o mérito caso haja dispositivo errôneo;
Obs.:​ O TCU, ao julgar as contas, poderá o TCU declarar a inconstitucionalidade de
uma lei, segundo a súmula 347 do STF sim – O tribunal de contas no exercício de suas
atribuições poderá verificar a lei inconstitucional.

❖ 3° função:​ artigo 71, inciso III: O tribunal de contas aprecia todos os atos
de admissão de pessoal na administração direta e indireta;

❖ 4° função:​ artigo 71, inciso IV: fazer auditoria e inspeções de natureza


orçamentarias e contábeis nas unidades administrativas dos três
poderes.

❖ 5° função:​ artigo 71, inciso XI: Função de ouvidoria.

❖ 6° função:​ artigo 71, inciso VII: O TCU presta informações quando


solicitadas pelo Congresso Nacional em relação as contas das
autoridades que ele julga.

❖ 7° função:​ artigo 71, inciso VIII: Ao detectar uma irregularidade na conta


de uma determinada autoridade o TCU poderá aplicar sanção de multa.

Obs.:​ A decisão da imposição de multa por parte do TCU à autoridade é um título


executivo extrajudicial. Artigo 71, inciso III da CF.

Bens públicos - art. 98 e 99 do Código Civil.

Art. 98.​ São públicos os bens do domínio nacional ​pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno​; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
pertencerem​.
Ou seja, a pessoa jurídico de direito publico interno é: União, estados, municípios e DF
+ adm. indireta com prestação de serviço público.
Se empresas públicas, ou sociedades de economia mista exercer serviços públicos seus
bens que tem esse destino são considerados públicos. Quando prestam atividade
econômica os bens são considerados privados.
Art. 99​. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive
os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público,
como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens
pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de
direito privado​.
Espécies de bens públicos.
❖ Bens de uso comum do povo.
Inciso I.
❖ Bens de uso especial.
Inciso II.
❖ Bens dominicais.
Inciso III. São considerados bens desafetados, pois não possui nenhuma finalidade
pública específica.

Os dois primeiros são chamados de ​bens afetados, ​afetação processo pelo qual um
bem recebe uma destinação pública, em regra isso é feito por Lei.

Regime jurídico dos bens públicos​.

● Inalienabilidade relativa​.
Em regra não podem ser alienadas, só os desafetados (bem dominical) pode ser
alienado. Para ser alienado é necessário a licitação, seja concorrência seja leilão.
● Impenhorabilidade​.
A penhora é uma garantia processual, pois, ocorre dentro de um processo de
execução. O processo de execução contra o poder público é o precatório.
● Insuscetíveis de oneração​.
Os bens públicos não podem receber ônus reais incididos a eles. Por meio de hipoteca,
uso fruto etc.
● Imprescritibilidade​.
Eles são imprescritíveis por que eles não são passíveis de usucapião. Art. 183, p. 3 e
191 p.u. da CF.

Uso dos bens públicos.

● Espécies:

❖ Bens de uso comum do povo: ​são bens destinados ao uso de todos, ex.: praça,
rua.
❖ Bens de uso especial: ​é um bem destinado ao uso da administração. Ex.:
prédio, delegacia.
❖ Bens dominicais: ​Bens públicos considerados bens desafetados, ou seja, bem
sem finalidade, assim, não passou por um processo de afetação. Os únicos que
poderão ser alienados por não serem afetados.

● Atributos.

● Afetação e desafetação:
❖ Afetação:​ Processo pelo qual um determinado bem recebe uma destinação
pública, em regra o bem se constitui como bem de destinação pública.
❖ Desafetação:​ Quando por lei, desconsidera-se a finalidade de determinados
bens.

● Tipos de Bens:

❖ Terras Devolutas:​ Presunção de terras que integram o patrimônio do público e


são dominicais, ou seja, passiveis de alienação. Quando houver dúvidas sobre a
terra haverá um processo discriminatório para definir a quem a terra pertence.

Obs.:​ ​Presumindo-se pública as terras devolutas as mesmas serão consideradas


terras de domínio do Estado, salvo as terras devolutas elencadas no artigo 20,
inciso II.

❖ Terrenos de Marinha:​ Preamar médio é o cálculo que se faz para buscar o


ponto da maré alta do mar. Contada a demarcação parte-se de 33 metros e
considera-se essa demarcação bens da União. A enfiteuse é o instituto que
possibilidade a transferência do terreno da união para o particular (domínio
útil). Valor pago pelo particular por usar o bem da união (laudêmio).
❖ Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios​ (artigo 231 da CF): São
consideras bens de uso especial. Em razão da história o constituinte brasileiro
decidiu que as terras ocupadas pelos índios são da União, entretanto, os índios
têm direito da posse permanente das terras e poderão usufruir dos lucros.

Improbidade Administrativa.

● Conceito e a Lei 8429/92:

Improbidade Administrativa é a conduta do agente público que, valendo-se de uma


imoralidade pratica um enriquecimento ilícito, uma lesão ao erário ao atenta
contra os princípios da Administração.
Segundo o artigo 37, § 4° da CF​ ​a lei que cuida da improbidade é a Lei 8429/92.

● Probidade e Moralidade:

A improbidade é uma espécie de imoralidade, ou seja, moralidade é gênero


enquanto improbidade é espécie. Uma ilegalidade é a violação da norma, a
imoralidade é uma contrariedade à norma moral e por fim, a improbidade também
é uma contrariedade à uma norma moral, no entanto, esta é qualificada pela má-fé
ou pelo dolo.
Ex.:​ Um agente público com um veículo oficial e erra uma curva e acerta um poste
sendo imprudente, batendo-o em um poste trazendo prejuízos aos cofres públicos.

● Sujeitos: ​Artigo 2° da lei 8429/92


❖ Ativo: ​Qualquer agente público. Se o particular contribui para o ato de
improbidade o mesmo responderá por improbidade administrativa. O último
terá as mesmas sanções que o primeiro, exceto a perda do cargo.

Obs.: ​Segundo o artigo 85 da CF diz que será crime de responsabilidade por parte do
Presidente da República, em seu inciso V prevê como crime de improbidade. No caso
da prática de um crime de responsabilidade por parte do Presidente. Há uma
divergência na doutrina

❖ Passivo: ​Administração Direta (União, Estados, DF, Municípios) e Administração


indireta (autarquia, fundações, sociedade de economia mista e agencias) –
Artigo 1° parágrafo único.

● Independência e Concomitância de instâncias:

Pergunta:​ A improbidade é um ilícito por parte de um agente.


Nesse caso haverá concomitância de instâncias diferentes, ou seja, há a
possibilidade de haver uma ação penal, civil e processo administrativo.
Artigo 386 do CP prevê as hipóteses de absolvição. A ausência de provas não
interfere em outras instancias. Caso seja pela não participação configurando a não
autoria. A improbidade é apurada por meio de ação civil pública é considera em
sua origem um ilícito civil, podendo configurar uma sanção penal e administrativa.

● Ação judicial de apuração:

Como regra é apurada através de uma ação civil pública (MP, DP, União, Estados,
Municípios, DF, Autarquias etc.)

● Prescrição e Procedimento:​ (artigo 23 da Lei 8429)

Tem prazo prescricional como regra de 5 anos (mandato, cargo de confiança), e


outros prazos para empregos públicos ou cargos efetivos. O ressarcimento ao
erário nunca irá prescreverá, ou seja, imprescritível (Artigo 37, § 5° da CF).

● Sanções:

Artigo 37, § 4° da CF.

➢ Perda da Função:
➢ Suspensão de Direitos Políticos:
➢ Ressarcimento ao Erário:
➢ Indisponibilidade de bem:

Artigo 12 da Lei 8429/92.

➢ Artigo 9° - Enriquecimento ilícito: Acarretará em suspensão de 8 a 10 anos;


Proibição de contratar com a Administração por 10 anos e Multa de até 3
vezes.
➢ Artigo 10° - Lesão ao erário: Acarretará em suspensão de 5 a 8 anos; proibição
de contratar com a Administração por 5 anos e multa de até 2 vezes.
➢ Artigo 11 Atentado contra os princípios da Administração: Acarretará em
suspensão de 3 a 5 anos; proibição de contratar e multa de 100 vezes.

Obs.:​ Poderá acontecer à prática dos três artigos, nesse caso, será fixada as sanções
levando em conta a gravidade da conduta, extensão do prejuízo. Aplicando-se a mais
grave.

Condutas dos Artigos 9°, 10° e 11.

Artigo 9°: Exemplificativo


Artigo 10°: Exemplificativo, no entanto, quando se fala em conduta dolosa ou culposa
fica em questão a conduta.
Artigo 11: Exemplificativo.

Processo Administrativo.

● Processo ou Procedimento:
O processo é um conjunto de atos tendentes a atender um fim, enquanto o
procedimento é a maneira pelo qual o processo tramita, se exterioriza.
● Conceito:
Processo Administrativo é um conjunto de atos coordenados tendentes a
solução de uma controvérsia na esfera administrativa ou a preparação da
tomada de uma decisão.
● Princípios que regem o Processo Administrativo:

❖ Princípio da Gratuidade:​ A regra é a gratuidade, pois a ADM é

❖ Princípio da Oficialidade:​ O processo administrativo pode ser instaurado de


oficio, ou seja, não depende de provocação. Ela também impulsiona o processo
de oficio determinando a produção de provas

❖ Princípio do Contraditório e Ampla Defesa ​(artigo 5°, inciso LV)​:​ Ambos são
garantias de qualquer processo. Trata-se da autodefesa, constituição de provas,
constituição de advogado, arrolar testemunhas, perícia etc.

Obs.:​ A falta de advogado (sumula vinculante n° 5 do STF) não gera nulidade.

❖ Princípio da Hierarquia de Instâncias:​ Trata-se da possibilidade de levar o


processo às autoridades superiores.

Agente Públicos e suas Categorias.

● Conceito:
Toda pessoa física que presta serviços a ADM, ainda que transitoriamente, com
ou sem vínculo, com ou sem remuneração paga pelos cofres públicos.

● Categorias.
❖ Agentes políticos:​ são aqueles investidos através de eleição ou eleitos e regidos
por normas constitucionais. Presidente, governadores, prefeitos, deputados
senadores vereadores. Os nomeados pelos chefe do poder executivo.
❖ Servidores Públicos:

➢ Servidor estatutário: ​presta concurso, regime legal de estatuto, tem cargo e


ganha estabilidade.
➢ Empregado Público:​ Tem emprego, presta concurso, com regime CLT, mas não
tem estabilidade.
➢ Servidor Temporário:​ Ocupa uma função, não é obrigatório o concurso e é
regido pela CLT no que tange o contrato a prazo. Após o termino de sua função
o mesmo é exonerado.
➢ Particulares em colaboração com a ADM: ​Mesário, jurado. Agentes
requisitados ou honoríficos. Agentes voluntários. Agentes delegados (função
pública por delegação) – tradutores públicos; peritos; comissários de menores.
➢ Agente que trabalham em concessionárias de Serviço Público: ​Ou seja, é um
particular em colaboração com o serviço público, por exemplo, Ecovias,
Eletropaulo (empresas privadas em contrato de concessão).
➢ Agente Militares:​ Polícia militar e corpo de bombeiro. Os militares federais são
o exército, marinha e aeronáutica.

Diferenças entre funções.

Cargo:​ É uma unidade de competência criada por lei, cujo regime jurídico é legal.
Emprego:​ É uma unidade de competência criada por lei, cujo regime jurídico
celetista CLT.
Função:​ É uma unidade de competência criada por lei, cujo a qual não corresponde
cargo nem emprego. Hoje temos a figura de apenas duas funções – Servidor
temporário; Função de confiança (envolve chefia, direção, direção, são de livre
nomeação e livre exoneração – A função de confiança deverá ser um servidor de
carreira).

Obs.:​ Não há o que confiar com o cargo em comissão, pois este, mesmo que sendo
muito parecido a função de confiança este não a necessidade de ser um servidor de
carreira.

Exoneração e Demissão:

Ambos são formas de desligamento, no entanto, a exoneração é o desligamento


que ocorre sem caráter de pena ou de punição.

Ocorre exoneração quando:


O exonerado pede seu desligamento;
Quando o responsável por declarar a exoneração pede o desligamento;
Quando a pessoa está na fase probatória de um concurso.

Demissão é o desligamento com caráter de pena. Através

Remuneração:​ Subsidio e Vencimento.


Trata-se do sistema de remuneração dos servidores. A regra de hoje é que os
servidores ganham subsídio, ou seja, parcela fixa. Já o vencimento é a parcela fixa e
outra variável (abono, prêmios e gratificações).

Regras Constitucionais do Artigo 37:


​I – cuida da regra de acessibilidade a cargos, empregos ou funções públicas. Artigo
12, parágrafo 3 da CF é a regra de admissibilidade dos cargos, empregos ou funções;

Obs.:​ Os estrangeiros poderão desde que requentados em Lei.

II – Regra da obrigatoriedade de concursos públicos para cargos e empregos, salvo


nos casos de cargo em comissão declarado com livre nomeação e exoneração.
III – Prazo de validade do concurso: Até dois anos, com prorrogação de dois anos
mais;
IV – O aprovado em concurso público será chamado com prioridade caso haja
necessidade de abertura de outro concurso;
V – Diferença entre função de confiança e cargo de comissão: VER
VI – Direito a livre associação sindical concedido ao servidor público civil. O militar
não poderá associar-se em sindicatos
VII – Direito de greve, sendo vedado o militar exercer greve
IX – Servidor temporário
X – Sistema remuneratórios – subsidio e vencimento
XI – Teto remuneratório:

União: ​Subsídio Ministro STF

Estadual.

● Poder Executivo: Subsidio Governador;


● Poder Legislativo: Subsidio do Deputado Estadual;
● Poder Judiciário: Subsidio do Desembargador do TJ – Limitado a 90,25% do
valor ganho pelos ministros do STF (suspenso por ADIN).

Municipal: ​Subsidio do Prefeito.


XVI – Como regra, temos a proibição de acumulação remunerada de cargos
públicos. Como exceção a CF estabelece algumas necessidades – compatibilidade
de horário; Professores; dois cargos privativos de profissionais da saúde; Cargo de
professor e cargo técnico (especialista), e, ou cientifico (pesquisador).

XXI – Obrigatoriedade de Licitação, ressalvadas as hipóteses de dispensa e


inexigibilidade;

XXXVII – Atos de improbidade administrativa. Perda da função publica; suspensão


dos direitos políticos; Ressarcimento ao erário (imprescritível), indisponibilidade de
bens (medida cautelar).

Parágrafo 6° – Responsabilidade objetivo do Estado. Teoria do Risco Administrativo


– Existem excludentes de responsabilidade que no caso da teoria do risco integral
não.

Matéria da Prova:​ Licitação; contratos; desapropriação; improbidade administrativa;


bens públicos; agentes público.
Direito Constitucional III.

Direito Constitucional III.

Prof. Márcia Dominguez Nigro da Conceição.

Significado da expressão "separação dos poderes​".

O poder político é um só. A expressão poderes possui significados diversos do expresso


no termo poderes, porquanto o poder político é uno, logo indivisível.
Termo apropriado - separação de funções em legislativa, executiva e judicial ou
jurisdicional. Cada uma dessas funções é exercita de forma principal por um
determinado órgão, logo há uma divisão orgânica e funcional.
A cada órgão corresponde o desenvolvimento de uma função denominada típica, por
ser a razão de existir desse órgão.

● Aristóteles ​(em torno de 380 a 350 a.C.) - "A Política"


● Machiavel​ - "O Príncipe"
● Jean Bodin​ - "Os Seis Livros da Republica"
● John Locke​ - "Tratado do Governo"
Nesses contextos, apesar de haver a identificação das três funções (legislativa,
administrativa e judicial) que se referem ao exercício do poder político, a vontade do
soberano prevalecia, por concentrar nele o desenvolvimento dessas funções.

Contexto democrático​.

● Siéyès ​- criador da 1ª teoria democrática que é a teoria do poder constituinte


originário. O poder político é da nação (hoje é do povo), que o delega a
representantes que compões a Assembleia Nacional Constituinte (exerceste do
poder político).
Obra: O que é o terceiro estado?
● Montesquieu​ - teoria orgânico funcional: preconiza a obrigatoriedade de que,
no regime democrático, haja três órgão distintos, cada um deles exercendo
uma função típica (essencial, razão de existência do órgão).
Esse exercício é previsto nas constituições democráticas. Na CF/88 - art. 2º "harmonia
e independência" entre eles.
Obra: O Espírito das leis.
Obs.: 1ª constituição democrática do sistema federativo - Const. Norte americana de
1787 (1ª na Europa).

Função típica e atípica​.

● Poder executivo​.

❖ Funções típicas​: executiva, administrativa.


❖ Funções atípicas​: legislar (medida provisória - art. 62 CF, lei delegada - art. 68,
atos normativos). Judicante (julgar), procedimentos adm. internos,
contencioso adm.

● Poder legislativo​.
❖ Função típica​: legislar (legiferante) e fiscalizar com auxilio do congresso
nacional e tribunais de contas (TCU, TCE, TCDF e TCM somente RJ e SP).
❖ Função atípica​: administrativa, auto-organização do poder. Julgar (judicante)
julgamento interno.

● Poder Judiciário​.

❖ Função típica​: judicante, judicial ou jurisdicional que significa solucionar a lide


com litígio.
❖ Função atípica:​ administrativa que é a auto organização do poder. Legislar
(atos normativos, iniciativa da lei orgânica

A função típica é exercida com o auxilio das funções atípicas. Estas são instrumentais
para que cada um dos poderes desenvolva bem a função para a qual foi criada.

Poder Executivo.

● Federação:​ nível federal (vontade ou poder) central representada pela União. A


União possui autonomia, pode ser uma pessoa jurídica de direito publico que
pode ser interno ou externo, a presidente da republica, por exemplo, quando
esta com representantes de outros países é externo e quando esta com
prefeitos e pessoas daqui é interno.

❖ Externo​: atua com soberania, pois é chefe de estado.


❖ Interno:​ atua com autonomia, pois é chefe de governo.

● Federação presidencialista​: poder executivo monocrático: na pessoa do


presidente da republica concentra-se se centralizam: chefe de estado e de
governo.

Presidente da República​.

● Governador​ - estado (constituição municipal) e distrito federal (não possui


constituição municipal e sim lei orgânica).
● Prefeito ​- estados e municípios.

➢ Chefia superior da adm. pública federal​: exercida pelo presidente da república


e ministros de Estado
➢ Chefia da adm publica do estado​: governador e secretários.
➢ Chefia da adm publica ministrar:​ governador DF e secretario do DF.
Prefeitos (C. Estadual e lei orgânica).
➢ Chefia da adm publica municipal​ - prefeitos e secretários municipais.
Auxiliares diretos são ministros de estado, secretários estaduais e distritais que são do
governador e secretários municipais que são do prefeito.

Substituição do chefe do Poder Executivo​.

Presidente, governador, prefeito.


O sucessor natural é o respectivo vice. A eleição do titular do poder Executivo o implica
a do vice. Presidente e vice presidente, governador e vice governador, prefeito e vice
com ele registrado.
Há duas espécies de substituição:
❖ Impedimento​: substituição temporária (doenças, viagem,
desincompatibilização (seis meses antes do pleito)).
❖ Vacância​: substituição definitiva (renuncia, morte) neste caso, o cargo fica
vago.

Ordem constitucional de sucessão​.

❖ I​mpedimento​ - temporário.
❖ Vacância​ - vaga definitiva: o ocupante do cargo deverá tomar providencias
exigidas pela CF eleições diretas ou individuais.
Nível federal: na impossibilidade de o presidente e o vice permanecerem no cargo
assumira, nesta ordem: pres. Da câmara dos deputados federais, pres. Do Senado
federal e o pres. Do STF.
Nível estadual: na impossibilidade de permanência do governador e vice governador
(tanto estados quanto DF) quem assume: pres. Da assembleia legislativa (E) presidente
da câmara legislativa (DF), presidente do tribunal de justiça (E e DF).

Eleições.
❖ Diretas:​ Se houver vacância do cargo do Presidente e respectivo Vice, nos dois
primeiros anos do mandato, deverão ser organizadas diretas no prazo de 90
dias.
Quem as organiza, é aquele que, na ordem sucessória ocupa o cargo:
Presidente da Câmara dos Deputados Federal, e na sequência, se houver
impossibilidade deste, o Presidente do Senado e o Presidente do STF.
❖ Indiretas:​ Vagas Abertas (Presidente e Vice) nos dois últimos anos do mandato
(a partir do início do 3° ano). Neste caso, serão realizadas eleições indiretas, no
prazo de 30 dias, pelo congresso nacional.

Eleições:​ Âmbito Estadual - Constituição do Estado:

● Governador e Vice​: Cargos com vagas abertas, haverá:


❖ Direta:​ Vagas nos dois primeiros anos do mandato. Prazo de 90 dias;
❖ Indireta:​ 30 dias se a vacância ocorrer, nos dois últimos anos do mandato,
organizados pela assembleia legislativo.
Eleições: Âmbito Municipal​.

❖ Diretas:​ 90 dias
❖ Indiretas:​ 30 dias

Crime de Responsabilidade​.

Rol exemplificativo.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;


II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração
federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI - dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal, na forma
da lei;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes
diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do
Congresso Nacional;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da
abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências
que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, promover seus oficiais-generais
e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral
da República, o presidente e os diretores do Banco Central e outros servidores, quando
determinado em lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da
União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o
Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso
Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas,
e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento previstas nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a
abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas


nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral
da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações.

Rol de impeachment Crimes de Responsabilidade.

Crime de responsabilidade do poder executivo se trata do crime conexo com o


exercício da função administrativa – Na CF artigo 85 (exemplificativo) e na legislação
infraconstitucional – Lei 1.079 e a Lei 8.429.

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que


atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos
Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as
normas de processo e julgamento.

Obs.:​ Todos os atos do chefe do poder executivo que violem a constituição federal e os
exemplificativamente previstos no artigo 85 comete crime passível de “impeachment”.

Quem julga os principais membros do P. Executivo.

❖ Presidente:​ Crime comum – Foro especial – STF (privilegiado).


❖ Governador​: Crime comum – Foro – Superior Tribunal Judicial.
❖ Prefeito​: Crime comum – Foro – Tribunal de Justiça.

Cometimento de crime político: Processo político denominado de “impeachment”.


Portanto, não cabe recurso ao poder judiciário, em relação ao mérito.

IMPEACHMENT.
● Processo político bifásico
❖ Da Câmara.

É quem dá a autorização para eventual impeachment.

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o


Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas
ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
III - elaborar seu regimento interno;
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços e fixação da respectiva
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias;
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

❖ Do Senado Federal:

É quem fornece a condenação.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


responsabilidade e os Ministros de Estado nos crimes da mesma natureza conexos com
aqueles;

II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o Procurador-Geral da


República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por
dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais
cabíveis.

Obs.:​ Perda do cargo e inabilitação para o exercício de função pública ​por 8 anos​. Se
entende por função pública a inelegibilidade relativa; cargo de confiança; cargo por
concurso.

➢ Para impedir o prosseguimento do processo de impeachment o chefe do poder


executivo deve renunciar antes do início.
➢ Caso a renúncia ocorra após o início do julgamento no senado, o processo
contínua. Fica prejudicada a 1° sanção que é a perda do cargo.
➢ Se houver a condenação, aplica-se a 2° sanção: inabilitação por 8 anos.

Obs.:​ Anteriormente a lei consideração a 2° sanção acessória da 1°. Neste caso, a


renúncia implicaria o não prosseguimento do impeachment. No entanto o STF decidiu
que as 2 sanções dão principais, portanto são independentes entre si e cumulativas.

Mandato.

Legislatura é sinônimo de mandato. Os parlamentares (vereadores, deputados –


estadual, distrital e federal) tem o mandato de 4 anos. No caso dos Senadores os
mandatos são de 8 anos e a renovação é de um terço (eleição de um senador) e dois
terços (eleição de dois senador).

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal.

Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

Significado de “atribuições” do Congresso Nacional:

Competência do Congresso Nacional, mas na elaboração de projeto de lei cuja matéria


é de competência da União. Assim, o projeto deve ser encaminhado ao Presidente da
República para sanção ou veto.

Sanção é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador,


Prefeito) concorda com o projeto de Lei. O Veto é a não aquiescência (concordância)
com o projeto de Lei de matéria de sua competência, elaborado pelo Congresso
Nacional.

❖ Presidente ​– Congresso Nacional elabora: Presidente – Sanciona ou Veta;


❖ Governador​ – DF (câmara legislativa): Governador – Sanciona ou Veta;
❖ Prefeito​ – Câmara Municipal Elabora: Prefeito – Sanciona ou veta.

Obs.:​ Sanção precede a promulgação e a publicação.

Promulgação é o ato pelo qual a lei “inova” ou ingressa na ordem jurídica, por ser
considerada “perfeita”.

Posteriormente à promulgação há a publicação, ato pelo qual a sociedade toma ciência


da existência e do período de “vacatio legis” após o qual a lei deverá ser cumprida,
gerando efeitos jurídicos.

O Veto é a não concordância, no todo ou em parte, do projeto de lei podendo ser


parcial ou total.

Obs.:​ A Emenda Constitucional não é encaminhada para sanção ou veto do Poder


Executivo, antes da promulgação pela mesa da Câmara dos Deputados Federais e do
Senado. O poder executivo somente poderá propor uma eventual emenda.
● O artigo 48 da CF diz sobre a atribuição do Congresso Nacional.

Congresso Nacional elabora o projeto que depende de sanção ou veto do Presidente


da República. O ROL do artigo 48 da CF é exemplificativo (“especialmente” sobre....)
pois há outras competências da União que não estão inseridas nele (artigo 21, 22, 23)

Comissões.

● Quanto à duração​:
❖ Comissões fixas ou permanentes:

Com temática (ratione materiae), que são responsáveis por matérias concernentes ao
desenvolvimento do país para assuntos econômicos; educação, cultura, orçamento,
meio ambiente, igualdade racial, saúde etc.

Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e Comissão de Constituição Cidadania e


Justiça (CCCJ).

Importante comissão fixa: Político, pois é exercício pelas casas legislativas e preventivo
porque impedirá que uma determinada lei entre no ordenamento jurídico passando
por controle de constitucionalidade de lei e ato normativo. Controle de
compatibilidade vertical, em razão da supremacia constitucional, material e, ou, formal
com a Constituição federal (concepção jurídico-positivo de Kelsen).

Por essa razão, esse controle é político por ser realizado pelo poder legislativo e é
preventivo por ser realizado durante a elaboração do projeto de Lei.

❖ Comissão de Ética:

Artigo 55

A Comissão de ética poderá cassar o mandato com votos secretos e quórum de


maioria absoluta, mesmo que não haja decisão judicial.
Decisão judicial transitada em julgado – perda do cargo.
CF – Enuncia que, nesse caso, cabe à Câmara dos Deputados Federal decidir. O
Presidente do STF tem a função típica de julgar e declarar a perda do mandato. A
doutrina majoritária acredita que o STF tem a função de declarar a perda dos direitos
políticos e a obrigatoriedade de cumprimento de decisão judicial.

❖ Comissão Temporária​:

Relevante: CPI (matéria da CPI é de fato determinado) – Comissão Parlamentar de


Inquérito – CPI Artigo 58 § 3°.
CPI – Câmara Municipal; Assembleia Legislativa (Estado); Câmara Legislativa (DF) e em
nível federal a CPI – Poderá ocorrer no Congresso Nacional; na Camarade deputados
Federais; e, no Senado Federal.
Princípio da reserva jurisdicional CPI: Requisito material; temporal.
Poder Legislativo: Imunidade Comissões até espécies legislativo.

A elaboração da Lei e a Espécies Legislativas: Artigo 59 da CF.

● Generalidades:

Lei Complementar e Lei Ordinária:​ Ambas são elaboradas pelo poder legislativo

Medida Provisória​ (artigo 68) ​e Lei delegada​ (artigo 62): são espécies elaboradas
pelo Presidente da República no exercício de função atípica com participação do
congresso nacional.

● Lei Complementar:​ Quórum de maioria absoluta

Não havendo “complementar” ao lado da lei, esta será interpretada como lei
ordinária. Campo material ou Lei que expressamente tem a matéria reservada pela
Constituição. Tem como objeto matéria expressamente destinada a ser vinculada
por Lei Complementar. Por essa razão, o termo complementar está expresso junto
à palavra Lei. Caso seja aprovada uma Lei sendo que a mesma deveria ser aprovada
por lei complementar estaremos diante de uma incompatibilidade formal (ADIN).

Três quinto: EC – Maioria absoluta (número inteiro superior a metade dos


integrantes da casa legislativa).

Dois terços: Impeachment - Maioria qualificada

● Lei Ordinária:

A matéria de lei ordinária está relacionada a todos os assuntos, exceto aquelas


reservadas pelo constituinte a lei complementar. Portanto, lei ordinária tem campo
material ou matéria residual. O quórum de aprovação da lei ordinária é maioria
simples (relativa) dos presentes na sessão.

Para a aprovação de lei complementar ordinária, E/C, etc., o “quórum” mínimo de


início da sessão é maioria absoluta.

● Lei Delegada​ (Artigo 68) ​e​ ​Medida Provisória​ (Artigo 62):

Por serem essas espécies legislativas resultado do exercício de função atípica do


Presidente da República, Há a participação do Congresso Nacional, ao qual
compete a função típica de legislar.

❖ Lei Delegada:
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso


Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de


seus membros
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso


Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.

§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a


fará em votação única, vedada qualquer emenda.

Obs.:​ A atuação do Congresso Nacional na Lei Delegada antecede a elaboração pelo


Presidente da República, se não houver a delegação o Presidente não poderá atuar. A
delegação é vinculada por resolução (exceção) do Congresso Nacional (manifestação
por decreto legislativo).

Limites Materiais.

Trata-se dos assuntos que não podem ser objeto por lei delegada elencados nos
incisos do artigo 68 da CF.

Matérias expressamente destinadas às casas legislativas, como competência privativa:

Artigo 49 – Competência Exclusiva;

Artigo 51 – Competência Privativa do congresso Nacional;

Artigo 52 – Privativo do Senado​.

Matéria Reservada por Lei complementar.

Por ser exercício de Função atípica pelo Presidente da República na resolução, o


Congresso Nacional estabelece sob quais limites o Presidente pode elaborar a lei
delegada.

❖ Medida Provisória:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar


medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional, que, estando em recesso, será convocado extraordinariamente para se reunir
no prazo de cinco dias.

Parágrafo único. As medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não


forem convertidas em lei no prazo de trinta dias, a partir de sua publicação, devendo o
Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas delas decorrentes.

A lei delegada e a medida provisória tem o Presidente da República como autor em


função atípica. Por ser função atípica, o Congresso Nacional atua na elaboração de
ambas em momentos diferentes.
A Medida provisória (artigo 62 da CF) a partir de sua edição e publicação a mesma gere
efeitos de lei, como se tivesse sido elaborada pelo Congresso Nacional.
Os requisitos da medida provisória é a relevância e a urgência. São conceitos
indeterminados (fluidos, plásticos, flexíveis etc.) e envolvem juízo discricionário
(valorativos) segundo os critérios de conveniência e oportunidade.

Obs.:​ Segundo o STF, deve-se haver motivação do emprego desses pressupostos, para
que possa o Tribunal aferir a relação de pertinência. O Congresso Nacional deverá
converter em lei a medida provisória no sentido formal para que a mesma siga
surtindo efeito. O prazo da Medida Provisória é de 60 dias prorrogáveis por mais 60
dias, sendo que a medida provisória deverá ser analisar até o 45° dia pelas comissões
para não haver trancamento da pauta os demais projetos de lei ficam paralisados
(artigo 62, § 6°).

● Processo:

❖ Primeiro é o início ​da discussão na Câmara dos Deputados Federais


(procedimento) e como ​sequência no Senado​.

❖ Vedada à reedição de Medidas Provisórias na mesma sessão legislativa​ (= ano


legislativa – reunião anual);

❖ Rejeição da Medida Provisória pelo Congresso Nacional​:

➢ Tácita​: Por decurso do prazo em 120 dias;


➢ Formal​: Não conversão em lei (manifestação expressa).

❖ Consequências ​da não conversão da medida provisória em lei, seja tácita ou


expressa:

O Congresso Nacional deve por meio do decreto legislativo, disciplinando as


relações jurídicas, geradas durante o período em que teve eficácia jurídica (efeitos
jurídicos).
*Obs.: ​A lei delegada (artigo 68) é função atípica do Presidente da República. O
Congresso Nacional deve dar autorização (delegação) prévia para que o Presidente
a elabore. Na delegação do Congresso Nacional há os limite aos quais o Presidente
deve ater-se. ​Exceção:​ resolução é a espécie normativa, pela qual há a autorização
do Congresso Nacional. Os Limites materiais da medida provisória e na lei delegada
têm por objeto as espécies legislativas que devem ser de matéria de competência
da União.

● Vedações Materiais:

❖ Cidadania, nacionalidade, direito eleitoral, partidos políticos, direitos e


garantias fundamentais;
❖ Plano plurianual, diretriz orçamentarias;
❖ Organização do Poder Judiciário: acesso e garantias;
❖ Matérias de lei Complementar: a medida provisória somente pode ser
convertida em lei ordinária; porque a lei complementar possui matéria a ela
reservada pela CF - matéria taxativamente (exaustiva) prevista;
❖ Matéria de projeto de lei pendente de sanção ou veto do Presidente do
Presidente da República;
❖ Matéria processual de direito penal e civil;
❖ Matéria referente à detenção ou sequestro de bens, poupança, ou outro ativo
financeiro.
Direito Penal III.

Direito Penal

Prof. Evandro Capano.


Revisão​.

O que é elementar? São circunstancias que agravam a pena, quando não constituem
ou qualificam o crime. É a circunstancia que constitui o tipo sem qual o torna atípica ou
a desclassifica.
Preceitos Primários - conduta + elementares + circunstancias.
Preceitos Secundários - pena + vetor de dosimetria.
Os tipos penais variam.
Revisão continuação.

❖ Agravante​ - circunstancia que ira majorar a dosimetria porém respeitando o


vetor primário.
❖ Atenuante​ - circunstancia que ira minorar a dosimetria respeitando o vetor
primário.
❖ Aumento​ - circunstancia que ira majorar a dosimetria podendo ultrapassar o
vetor primário.
❖ Diminuição​ - circunstancia que ira minorar a dosimetria podendo extrapolar o
vetor primário.
❖ Qualificadora​ - circunstancia que vão trazer novo vetor de dosimetria OU nova
pena.

Dignidade sexual​.

Dignidade sexual é espécie do gênero dignidade humana.


➢ Matéria
➢ Moral
➢ Intelectual
A liberdade sexual possui duas importantes vertentes que são- escolha do parceiro,
conteúdo geracional.

● Estupro​.

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1º - Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2º - Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

❖ Objeto tutelado​: liberdade sexual


❖ Sujeito ativo​: qualquer pessoa, crime comum.
❖ Sujeito passivo​: qualquer pessoa
❖ Tipo objetivo​: constranger - impor força, violência ou ameaça.
❖ Tipo subjetivo:​ dolo direto

Crime plurissubsistente -​ execução fracionada - conduta ocorre em momento


diferente do resultado - de modo geral crime material (há resultado naturalístico).
Crime unisubsistente -​ execução única - conduta e resultado ao mesmo tempo - de
modo geral crime formal (há resultado no mundo jurídico /formal).

❖ Tentativa​: se for o caso a conjunção carnal pode haver tentativa. No caso de


ato libidinoso é relativo, varia do caso concreto.
Esse crime possui uma circunstância normativa que é a conjunção carnal
também conhecida como conjunção própria.

❖ Ação Penal​: a ação penal é pública e condicionada e indisponível no caso do


estupro, como regra geral.

● Assédio Sexual.

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício
de emprego, cargo ou função.
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Parágrafo único. VETADO.
§ 2º - A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
Objeto tutelado: liberdade sexual.

❖ Sujeito ativo:​ qualquer um (comum)


❖ Sujeito Passivo:​ qualquer pessoa
❖ Tipo objetivo​: constranger
❖ Tipo subjetivo​: dolo direto
❖ Tentativa​: não
❖ Ação penal:​ publica, condicionada, disponível.

● Estupro de vulnerável​.

Art. ​217-A​. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1º - Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato,
ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2º - (VETADO).
§ 3º - Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4º - Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

❖ Objeto tutelado​: liberdade sexual


❖ Sujeito ativo:​ qualquer pessoa (crime comum)
❖ Sujeito passivo​: o vulnerável (pessoa humana até 14 anos, que não pode por
capacidade mental discernir ou aquele que apenas não esta ciente).
❖ Tipo objetivo​: praticar ato comissivo de conjunção carnal.
❖ Tentativa:​ se for conjunção carnal permite.
❖ Ação penal:​ pública e incondicionada.
● Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente​.

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a


presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

❖ Objeto tutelado​: dignidade sexual e desenvolvimento sexual da criança e no


adolescente.
❖ Sujeito ativo:​ qualquer pessoa
❖ Ação penal:​ publica incondicionada.
❖ Sujeito passivo:​ menor de 14/vulnerável.
❖ Tipo objetivo:​ induzir ou praticar.
❖ Tentativa​: não permite
❖ Tipo subjetivo​: dolo direto

● Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de


vulnerável.

Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual
alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem necessário
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
§ 1​o​ Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.
§ 2​o​ Incorre nas mesmas penas
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de
14 (catorze) anos na situação descrita no ​caput​ deste artigo;
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas
no ​caput​ deste artigo.
§ 3​o​ Na hipótese do inciso II do § 2​o​, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de
localização e de funcionamento do estabelecimento

❖ Objeto tutelado​: dignidade sexual e desenvolvimento sexual da criança e no


adolescente.
❖ Sujeito ativo:​ qualquer pessoa.
❖ Ação penal:​ publica incondicionada.
❖ Sujeito passivo:​ menor de 18 /vulnerável.
❖ Tipo objetivo:​ induzir, submeter ou atrair.
❖ Tentativa​: não permite
❖ Tipo subjetivo​: dolo.

● Incêndio
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Incêndio culposo
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

❖ Objeto Tutelado​: incolumidade publica


❖ Sujeito Ativo​: qualquer pessoa
❖ Sujeito Passivo​: a sociedade
❖ Tipo Objetivo​: causar
❖ Tipo Subjetivo:​ dolo direto /indireto
Cabe a culpa.
❖ Tentativa​: não cabe (crime unissubsistente)
❖ Ação Penal​: publica e incondicionada e indisponível.

● Rufianismo
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou
fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1​o​ Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido


por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador,
preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação
de cuidado, proteção ou vigilância
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 2​o​ Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que
impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.
❖ Objeto tutelado​: moralidade e dignidade sexual.
❖ Sujeito ativo:​ qualquer pessoa.
❖ Ação penal:​ pública e incondicionada.
❖ Sujeito passivo: ​pessoa que exerce a prostituição econômica.
❖ Tipo objetivo:​ tirar proveito, fazer-se sustentar.
❖ Tentativa​: não cabe.
❖ Tipo subjetivo​: dolo consistente na vontade de receber os proventos dos
meretrícios.
● Ato obsceno
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
❖ Objeto tutelado​: o pudor público e individual de quem presencia o fato.
❖ Sujeito ativo:​ qualquer pessoa.
❖ Ação penal: ​pública incondicionada
❖ Sujeito passivo: ​o Estado primariamente e o particular que presenciar o fato.
❖ Tipo objetivo:​ praticar.
❖ Tentativa​: questionável.
❖ Tipo subjetivo​: dolo
● Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro,
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio,
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
❖ Objeto tutelado​: a administração pública
❖ Sujeito ativo:​ o funcionário público.
❖ Ação penal: ​pública incondicionada.
❖ Sujeito passivo: ​o Estado.
❖ Tipo objetivo:​ apropriar-se.
❖ Tentativa​: possível
❖ Tipo subjetivo​: dolo.
● Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
❖ Objeto tutelado​: a administração pública
❖ Sujeito ativo:​ funcionário público com competência para dispor de verbas e
rendas públicas.
❖ Ação penal: ​pública incondicionada
❖ Sujeito passivo: ​o Estado.
❖ Tipo objetivo:​ dar.
❖ Tentativa​: ocorre em relação a destinação
❖ Tipo subjetivo​: dolo genérico.
● Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Excesso de exação
§ 1° Se o funcionário exige imposto, taxa ou emolumento que sabe indevido, ou, quando devido,
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Pena - detenção, de seis meses
a dois anos, ou multa, de um conto a dez contos de ré§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou
contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para
recolher aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
❖ Objeto tutelado​: o Estado e a probidade do funcionário público.
❖ Sujeito ativo:​ funcionário público, mesmo fora de função.
❖ Ação penal: ​pública incondicionada
❖ Sujeito passivo: ​o Estado e o particular vítima da extorsão.
❖ Tipo objetivo:​ exigir.
❖ Tentativa​: não admite
❖ Tipo subjetivo​: dolo.

● Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao
preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos
ou com o ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
❖ Objeto tutelado​: o bom andamento da adm. Pública; o Estado.
❖ Sujeito ativo:​ funcionário público.
❖ Ação penal: ​pública incondicionada
❖ Sujeito passivo: ​o Estado primariamente e o particular prejudicado
secundariamente.
❖ Tipo objetivo:​ retardar ou deixar de praticar.
❖ Tentativa​: só na conduta comissiva.
❖ Tipo subjetivo​: dolo especifico – satisfação e interesse pessoal.
● Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
omitir ou retardar ato de ofício:
Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 8 (oito) anos, e mPena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o
funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
❖ Objeto tutelado​: a moralidade da Administração pública.
❖ Sujeito ativo:​ qualquer pessoa, inclusive funcionário público.
❖ Ação penal: ​pública incondicionada
❖ Sujeito passivo: ​o Estado.
❖ Tipo objetivo:​ oferecer, prometer, praticar.
❖ Tentativa​: crime formal, não cabe tentativa, salvo quando escrita e enviada e o
destinatário não recebe.
❖ Tipo subjetivo​: o dolo específico.

● Contrabando ou descaminho
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o
pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
mercadoria:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.§ 1º incorre na mesma pena quem pratica:a) navegação
de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;b) fato assimilado em lei especial a
contrabando ou descaminho.
§ 2º A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em
transporte§ 1º - Incorre na mesma pena quem:
a) pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho;
c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência
estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente ou que
sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de importação
fraudulenta por parte de outrem;
d) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de
documentação legal, ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de
comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em
residências
§ 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho é praticado em
transporte aéreo.
❖ Objeto tutelado​: a administração pública
❖ Sujeito ativo:​ qualquer pessoa.
❖ Ação penal:​ pública incondicionada.
❖ Sujeito passivo​: o Estado.
❖ Tipo objetivo:​ importar ou exportar.
❖ Tentativa​: possível.
❖ Tipo subjetivo​: dolo.

● Coação no curso do processo


Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial,
policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
❖ Objeto tutelado​: a administração da justiça.
❖ Sujeito ativo:​ qualquer pessoa.
❖ Ação penal: ​pública incondicionada
❖ Sujeito passivo: ​o Estado.
❖ Tipo objetivo:​ usar.
❖ Tentativa​: admissível.
❖ Tipo subjetivo​: dolo
Processo Civil II
PROFESSOR – DR. PAULO DIMAS DE BELLIS MASCARETTI

Processo Civil II

Processo e procedimento.

Tecnicamente não se confundem. O processo é um sistema voltado a compor a lide em


juízo através de ima relação vinculaste de D. Publico.
O processo representa um complexo de atividade que se desenvolve para que alcance
em juízo um determinado provimento. A sucessão em ordem de atos com modelos
especificados em lei são procedimentos.

O processo não se desenvolve do mesmo modo em todos os casos, os atos


exteriorizam-se de maneira diferentes conforme as peculiaridades da prevenção
deduzida.
O modo próprio de desenvolvimento do processo conforme cada caso é exatamente o
procedimento, ou seja, o rito a ser adotado. Procedimento e rito são expressões
sinônimas. O procedimento, portanto é a maneira pela qual os atos se desenvolvem no
processo, é o aspecto formal do processo.
Uma ação de cobrança não se desenvolve da mesma maneira que uma ação de
prestação de contas ou de consignação de pagamento. Cada tipo de processo
representa um procedimento diferente.
Autos representam a materialidade em que corporificam os atos do procedimento. Os
atos são documentados e esses documentos formam os atos do processo.

Tipos de processo​.
Temos três tipos de processo; do conhecimento, de execução e cautelar, essa
tipificação leva em conta o conteúdo da prestação jurisdicional planejada.
❖ Processo de conhecimento​.
A parte busca uma sentença de mérito voltada ao reconhecimento de um direito aja a
vista a existência de um conflito de interesses. Temos então a cognição da causa pelo
juiz e a declaração do direito material aplicável ao caso concreto, o juiz ira conhecer
das alegações das partes e das provas produzidas proferindo uma sentença para
compor a lide. A sentença desse tipo processual sempre terá uma carga declaratória.
O processo de conhecimento apresenta uma subclassificação tento em vista a
natureza do provimento pretendido pelo autor. Pode ser meramente declaratória,
condenatória ou constitutiva.

❖ Meramente declaratório​.
O objetivo é remover a incerteza reinante acerca da existência ou inexistência de uma
relação jurídica ou ainda quanto a autenticidade ou falsidade de um documento (art.4
CPC). A simples declaração judicial já esgota a finalidade da ação, normalmente não
será necessária a execução do julgado, exemplos: ação declaratória de nulidade de
negocio jurídico por incapacidade absoluta do contratante, ação de investigação de
paternidade, usucapião.
❖ Processo condenatório​.
Temos a declaração de direito material aplicável mais a aplicação de uma sanção, ou
seja, a imposição do cumprimento de uma obrigação de fazer, não fazer, entregar
coisa ou pagar quantia certa. A sentença condenatório corresponde ao título executivo
podendo instaurar-se a fase de execução ou de cumprimento de sentença nos próprios
autos caso a obrigação não seja cumprida voluntariamente pelo devedor. Exemplo:
ação de cobrança, indenização, obrigação de fazer etc.
❖ Processo Constitutivo​.
Temos a declaração de D. Material aplicável mais uma inovação especifica no mundo
jurídico a sentença constitutiva presta-se a criar, modificar ou extinguir um estado de
pessoa ou uma relação jurídica, essa sentença não comporta execução ulterior. Ex:
ação de divórcio de rescisão de contrato anulação de negócio jurídico por vicio de
consentimento etc.
Art. 4o​ ​ O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I - da existência ou da inexistência de relação jurídica
II - da autenticidade ou falsidade de documento.
Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.

❖ Processo de Execução​.

Visa a satisfação de uma obrigação expressa em título produzido em processo de


conhecimento (ver art. 475 N, rol dos títulos executivos judiciais), ou em negocio
jurídico documentado (art. 585 CPC rol dos títulos executivos extra judiciais). No
processo de execução não temos sentença de mérito mas uma sentença extintiva do
processo pelo cumprimento da obrigação ou diante da remissão integral da divida, na
execução não temos portanto atividades de cognição e de declaração do direito por
parte do juiz, o direito do credor já esta expresso no título judicial ou extra judicial
sendo necessária então a pratica de atos materiais voltados a realização concreta
desse direito já reconhecido. O exequente portanto a realização completa do direito
material, na atualidade quando trata de execução ou cumprimento de sentença não
mais se instaura processo de execução autônomo com a citação do devedor para
cumprir a obrigação. Os atos materiais de execução representam apenas uma nova
fase do processo originariamente instaurado, temos então na mesma relação
processual a fase de conhecimento e a fase de execução ou cumprimento de sentença,
tudo nos mesmos autos.
O processo de execução pode tramitar de modo diferente se o título em que se funda
dor judicial ou extrajudicial; o procedimento também varia dependendo da natureza
da prestação de vida, ou seja, se a obrigação é de fazer, de não fazer, de entregar coisa
ou de pagar quanta certa.
Art. 475 i e seguintes, dizem respeito à execução ou cumprimento de sentença. Ver
art. 566 a 795 do CPC, procedimentos para execução de títulos extrajudiciais.
No processo de execução é apenas executado um direito que você já possui.

❖ Processo Cautelar​.
Visa garantir a efetividade de um provimento satisfativo a ser obtido em outro
processo, o requerente objetiva então uma proteção emergencial e provisória de bens
jurídicos envolvidos em um litígio enquanto se aguarda a tutela definitiva a ser obtida
no processo principal que pode ser de conhecimento ou de execução. Busca-se
portanto assegurar a eficiência e utilidade do processo principal.
Trata-se de um processo acessório voltado a obter uma tutela de garantia de caráter
preventivo. Na sentença do processo cautelar o juiz normalmente concede ou nega a
tutela preventiva mas se o juiz pronunciar a prescrição ou a decadência teremos
sentença de mérito a impedir a tramitação da ação principal (art. 810 cpc).
No cpc vigente temos a previsão de medidas cautelares típicas ou nominadas ver art.
813 a 889 do cpc, mas o juiz pode conceder outras medidas com base no seu poder
geral de cautela. Ver art. 796 a 812 cpc. No processo cautelar temos o procedimento
comum cautelar e procedimentos específicos.

Art. 810​. O indeferimento da medida não obsta a que a parte intente a ação, nem influi no julgamento
desta, salvo se o juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação de decadência ou de prescrição do
direito do autor.
Art. ​475-N.​ São títulos executivos judiciais: ​(Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer,
entregar coisa ou pagar quantia; ​(Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
II – a sentença penal condenatória transitada em julgado; ​(Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em
juízo; ​(Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
IV – a sentença arbitral; ​(Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente; ​(Incluído pela Lei nº 11.232,
de 2005)
VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; ​(Incluído pela Lei nº 11.232,
de 2005)
VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos
sucessores a título singular ou universal. ​(Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a ordem de
citação do devedor, no juízo cível, para liquidação ou execução, conforme o caso. ​(Incluído pela Lei nº
11.232, de 2005)
Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: ​(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; ​(Redação dada pela Lei nº
8.953, de 13.12.1994)
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular
assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério
Público, pela Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;​(Redação dada pela Lei nº 8.953, de
13.12.1994)
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de
vida; ​(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; ​(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos
acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; ​(Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas,
emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial; ​(Redação dada pela Lei nº 11.382, de
2006).
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; ​(Redação dada pela
Lei nº 11.382, de 2006).
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executivas.
§ 1o​ ​ A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o credor
de promover-lhe a execução.
§ 2o​ ​ Não dependem de homologação pelo Supremo Tribunal Federal, para serem executados, os títulos
executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter eficácia executiva, há de
satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e indicar o Brasil como
o lugar de cumprimento da obrigação.
Art. 566​. Podem promover a execução forçada:
I - o credor a quem a lei confere título executivo
II - o Ministério Público, nos casos prescritos em lei.
Classificação dos procedimentos​.

No atual sistema do Código de Processo Civil temos a seguinte classificação:


❖ Procedimento comum​: diz respeito a processos de conhecimento, se desdobra
em rito sumario e ordinário.
❖ Procedimentos especiais​: dizem respeito a processos especiais de
conhecimento (previstos no cpc e em leis esparsas), processos cautelares e
processos de ações de competência originarias dos tribunais.
Ações de competência originaria dos tribunais são aquelas ajuizadas diretamente no
tribunal competente. O tribunal é no caso o órgão de primeiro grau de jurisdição. Ex.
Ação rescisória (art. 485 e seguintes), mandado de segurança contra ato judicial, ações
diretas de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade de leis.

❖ Procedimentos de execução​: são aqueles que atendem as diversas


modalidades de execução. Ex. Art. 475 i e seguintes, 556 - 795 que são
procedimentos relativos a títulos extrajudiciais, temos execuções especiais
previstas em leis esparsas por ex. ler lei de execução fiscal 6.830/80.
No processo de conhecimento temos a previsão de ritos especiais que são aqueles
próprios para o processamento de certas causas em razão das peculiaridades da
pretensão do autor. Np cpc temos a previsão de procedimentos especiais de jurisdição
voluntária e contenciosa (890 a 1211 cpc). Por outro lado leis esparsas também
disciplinam procedimentos especiais para ações de conhecimento (ação de mandado
de segurança 12.016/09, ações locatícias 8.245/91, ação civil publica 7.347/85, ação
popular 4.717/65).
O procedimento comum e aplicável no processo do conhecimento para todas as
causas em que a lei não estabeleceu rito especial, não havendo previsão na lei de
procedimento específico adota-se o procedimento comum, mas este na atualidade
subdivide-se em rito sumario e ordinário, verifica-se em primeiro lugar se a causa
enquadra-se nas hipóteses do rito sumario (275) não sendo hipóteses sumarias tem
lugar a adoção do rito ordinário que é o rito padrão, suas disposições gerais se aplicam
subsidiariamente aos demais procedimentos do 272 parágrafo único do cpc.

Estrutura do rito ordinário​.


Possível identificar quatro fases lógicas.

❖ Fase postulatória​: predominam as atividades das partes, temos a exposição da


causa pelo autor que deduz uma pretensão na petição inicial e a resposta do
réu. Com o ingresso da petição inicial em juízo considera-se proposta a ação e
instaurado o processo (263), com a citação do réu aperfeiçoa-se a relação
processual. O processo de conhecimento de rito ordinário o réu é citado para
apresentar resposta no prazo de 15 dias, a contagem desse prazo deve
observar o disposto no art. 241 do cpc. Temos três modalidades de resposta no
rito ordinário: contestação, exceção e reconvenção. Sb a forma da exceção o
réu pode arguir a incompetência relativa do juízo e o impedimento ou
suspeição do juiz (304 a 314), todas as demais alegações do réu a título de
defesa devem ser apresentados no contestação (300 a 303).
❖ Fase intermediária de ordenamento e saneamento do feito
● Apresentada a resposta pelo réu ou decorrido o prazo legal sem o
comparecimento dele os autos são conclusos ao juiz que poderá, conforme o
caso, no prazo de 10 dias, determinar algumas providencias preliminares, ​in
verbis:

Art. 323 - Findo o prazo para a resposta do réu, o escrivão fará a conclusão dos autos.
O juiz, no prazo de 10 (dez) dias, determinará, conforme o caso, as providências
preliminares, que constam das seções deste Capítulo.

Obs.:​ Fala-se em pré-saneamento do feito e, nesse momento, o juiz faculta a réplica


(manifestação do autor sobre a contestação), se for o caso, delibera providências para
suprir irregularidades no que toca a representação processual, capacidade das partes
ou pode determinar as especificações de provas etc. Artigos 324 a 328 do CPC.

● Cumprida as providências preliminares, ou, não havendo necessidade delas, o


juiz passa a proferir o julgamento conforme o estado do processo (artigo 329 a
331 do CPC). Ele poderá adotar três posturas diferentes:

➢ Extinção do Processo​ (artigo 329): O juiz pode declarar extinto o processo


uma vez delineado hipóteses do artigo 267 do CPC (causas de extinção do
processo sem exame do mérito) ou do artigo 269 do CPC, incisos II a V do
CPC (causas de resolução do mérito da causa).

➢ Julgamento Antecipado da Lide ​(artigo 330)​:​ Esse julgamento antecipado é


possível quando não há necessidade de dilação probatória. De acordo com
o inciso I do artigo 330 do CPC, o juiz pode proferir desde logo a sentença se
a questão de mérito for apenas de direito, ou, sendo de direito e de fato
quando as provas já existentes nos autos são suficientes para o julgamento
da causa.

Art. 330 - O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença:

I - quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de


fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência;
II - quando ocorrer a revelia (art. 319).

Obs.:​ No caso do inciso II o julgamento antecipado da lide é viável quando estiver


presente o efeito da revelia previsto no artigo 319 do CPC. (Efeitos da revelia -
presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor na petição inicial).

Art. 320 - A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente:

I - se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;


II - se o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei
considere indispensável à prova do ato.

Obs.:​ Quando o réu é revel, citado por edital, com hora certa ou se encontra preso,
também não incide o efeito da revelia do artigo 319 do CPC, portanto, o juiz deverá
nomear um curador especial para este réu que poderá contestar o pedido por negativa
geral (artigos 9°, inciso II e 302 parágrafo único do CPC). Essa contestação do curador
especial por negativa geral faz com que o autor continue com o ônus de provar o fato
constitutivo do seu direito, isso porque afasta o efeito da revelia do artigo 319 do CPC.
Quando o juiz profere desde logo a sentença de mérito incide o artigo 269, inciso I do
CPC.

➢ Saneamento do Feito:​ Trata-se de audiência prevista no artigo 331 do CPC


ou fora dela (mediante provimento decisório lançado desde logo nos
autos).

Essa ​audiência​ não é obrigatória (VER: p. 3° do artigo 331 do CPC), ela visa à
tentativa de conciliação e se esta não for obtida, o juiz passa a proferir a
decisão saneadora, no próprio termo ou posteriormente no prazo legal
lançando-a nos autos. Nessa decisão saneadora o juiz resolve as questões
processuais pendentes, fixa os pontos controvertidos e organiza a instrução, ou
seja, delibera sobre as provas as serem produzida. Nessa audiência não há lugar
para produção de provas, prestando-se apenas a tentativa de conciliação e ao
saneamento do feito.

Se for necessária ​prova pericial​ o juiz nomeará o perito e fixará prazos para
entrega do laudo, sendo que, no rito ordinário as partes poderão em 5 dias
indicar assistente técnico e formular quesitos (VER: Artigo 421 do CPC), não
sendo necessário a prova técnica mas apenas prova oral o juiz designa desde
logo a ​audiência​ de instrução e julgamento. Com a decisão saneadora
encerra-se essa fase intermediaria abrindo-se então a fase instrutório do
procedimento. Cabe recurso de agravo contra essa decisão no prazo de 10 dias.

Obs.:​ Não há consequência processual no juízo comum para o não comparecimento


das partes e de seus advogados na audiência prévia do artigo 331 do CPC, apenas fica
prejudicada a tentativa de conciliação.

❖ Fase instrutória ou probatória.


● Proferida a decisão saneadora, abre-se a fase instrutória. Nesta podemos ter a
produção de prova pericial, prova oral, e até a complementação da prova
documental.
➢ Prova oral:​ Concentra-se, normalmente, na audiência de instrução e
julgamento (artigos 444 a 457 do CPC). A prova oral pode consistir em
esclarecimentos do perito judicial e dos assistentes técnicos na audiência, no
depoimento pessoal das partes e na inquirição de testemunhas. Há uma ordem
estabelecida para a coleta da prova oral (452 do CPC). Encerrada a instrução
temos os debates orais, ou seja, as alegações finais apresentadas pelos
advogados das partes (artigo 454 do CPC). Os debates orais podem ser
substituídos por alegações finais escritas (memoriais). Com a apresentação das
alegações finais encerra-se a fase instrutória.

Obs.:​ O representante do Ministério Público quando atua como fiscal da lei (artigo 82
do CPC) pode requerer a produção de provas, devendo, ainda, manifestar-se em
alegações finais. Quando há necessidade de produção de prova pericial e de prova oral
a audiência de instrução e julgamento só é designada após a conclusão dos trabalhos
periciais.
➢ Prova Documental:​ Normalmente a prova documental deve ser apresentada
pelas partes na fase postulatória (artigos 283 e 396 do CPC), mas na fase
instrutória a prova documental pode ser complementada, podendo o juiz
requisitar documentos à repartições públicas e a outros órgãos (artigo 399 do
CPC).

❖ Fase decisória.
A sentença pode ser proferida na audiência, após as razões finais das partes, ou no
prazo de 10 dias (artigo 456 do CPC), sendo que este é um prazo impróprio, pois é
conferido ao juiz e não se submete à preclusão.

Fases do Procedimento Rito Sumário: Artigos 275 a 281 do CPC.

● Generalidades:
Dentro do processo de conhecimento, o Código regula o procedimento comum
e os procedimentos especiais, embora estes estejam colocados em ‘livro’ à
parte. O comum, por sua vez, isto é, aquele que se aplica às causas para as
quais não se prevê rito especial, divide-se em ordinário e sumário. As causas
sujeito ao procedimento sumário são:
❖ Todas as causas cujo valor não exceder 60 vezes o valor do salário mínimo,
respeitando a previsão do procedimento especial;

Art. 275 - Observar-se-á o procedimento sumário:

I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo;
II - nas causas, qualquer que seja o valor:
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola;
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;
c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico;
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre;
e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo
ressalvados os casos de processo de execução;
f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em
legislação especial;
g) que versem sobre revogação de doação;
h) nos demais casos previstos em lei.

Parágrafo único - Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado
e à capacidade das pessoas.

Obs.:​ No artigo 275, II temos causas submetidas ao rito sumário, qualquer que seja o
seu valor, sendo que algumas leis especiais também estabelecem a adoção do rito
sumário para outras causas, como exemplo: ações relativas a acidentes do trabalho
(Lei nº 8.213/91), ações de adjudicação compulsória de imóveis vendidos a prestações
(Decreto-lei 58/37) e ação de usucapião especial (Lei nº 6.969/91). Como diz o
parágrafo único, o rito sumário não pode ser adotado nas ações relativas ao estado e à
capacidade das pessoas (estado civil ou de filiação), como exemplo, nas ações de
divórcio, de investigação de paternidade, destituição do poder familiar, interdição,
anulação de casamento, etc.

Estrutura do Rito Sumário:

● A petição Inicial e seu Despacho:


A petição inicial deverá observar os requisitos do artigo 282 do CPC, ​in verbis:

Art. 282 - A petição inicial indicará:

I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida;


II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do
réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido, com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - o requerimento para a citação do réu.

Diz o artigo 276 do CPC que o autor exporá os fatos e os fundamentos jurídicos,
formulará o pedido e indicará as provas, oferecendo desde logo o rol de
testemunhas e documentos. Se requerer perícia, formulará, no mesmo ato, os
quesitos e indicará, também, na inicial, o assistente técnico sob pena de preclusão.
Se desejar o depoimento pessoal do réu, deverá o autor requerê-lo, também na
inicial.

Art. 276 - Na petição inicial, o autor apresentará o rol de testemunhas e, se requerer


perícia, formulará quesitos, podendo indicar assistente técnico.

Ao despachar a inicial, o juiz não apenas defere a citação do réu, mas desde logo,
no próprio despacho liminar, designará audiência de conciliação, a ser realizada no
prazo máximo de 30 dias. No mesmo despacho incluirá a ordem de
comparecimento das partes para a tentativa de conciliação, comparecimento esse
que pode ser pessoal ou por meio de preposto com poderes para transigir1 (artigo
277, § 3°).

❖ A Citação e a Resposta do Réu:

➢ Citação:

A citação, no procedimento sumário, é para que o réu compareça à audiência de


conciliação e nela produza sua defesa, caso não se logre sucesso na busca de uma

1
solução negocial para o litígio (artigo 277, caput, e 278). O réu, quando da citação,
deve ser advertido que o não comparecimento ao ato sem justo motivo induz à
presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor (art. 277, §2º).

Art. 277 - O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada no prazo de trinta
dias, citando-se o réu com a antecedência mínima de dez dias e sob a advertência
prevista no § 2º deste artigo, determinando o comparecimento das partes. Sendo ré a
Fazenda Pública, os prazos contar-se-ão em dobro.

Revelia.
Em algumas situações o réu é revel mas não esta presente o efeito da revelia previsto
no art. 319 do cpc, esse efeito da revelia não se verifica nas hipóteses do art. 320 do
CPC.
Quando o réu é revel mas foi citado por edital ou com hora certa ou se encontra preso
também não incide o efeito da revelia do art.319 do Cpc. O juiz devera nomear um
curador especial para esse réu que poderá contestar o pedido por negativa geral (ver
art. 9, II e 302 p. único). Essa contestação do curador especial por negativa geral faz
com que o autor continue com o ônus de provar o fato constitutivo do seu direito, isso
porque afasta o efeito da revelia do art. 319.
Quando o juiz profere desde logo a sentença de mérito incide o art. 269, I do cpc.
Não sendo casado extinção do processo ou de julgamento antecipado da lide teremos
então o saneamento do feito que se da na audiência prevista no art. 331 do cpc ou
fora dela (mediante provimento decisório lançado desde logo nos autos). Essa
audiência não é obrigatória (par. 3 do 331) que visa a tentativa de conciliação e se esta
não for obtida o juiz passa a proferir a decisão saneadora no próprio termo ou
posteriormente no prazo legal lançando-a nos autos. Nessa decisão saneadora o juiz
resolve as questões processuais pendentes, fixa os pontos controvertidos e organiza
instrução, ou seja, delibera sobre as provas a serem produzidas. Nessa audiência não
tem lugar a produção de provas, prestando-se apenas a tentativa de conciliação e ao
saneamento do feito.
Se for necessária prova pericial o juiz nomeia um perito e fixa prazo para entrega do
laudo, no rito ordinário as partes poderão em cinco dias indicar assistentes técnicos e
formular quesitos (421), não sendo necessária prova técnica mas apenas prova oral o
juiz designa desde logo a audiência de instrução e julgamento. Com a decisão
saneadora encerra-se essa fase intermediária abrindo-se então a fase instrutória do
procedimento, cabe recurso de agravo contra essa decisão no prazo de 10 dias.
Obs.: se as partes não comparecerem nessa audiência de conciliação há alguma
consequência?
Não há consequência processual para o juízo comum para o não comparecimento das
partes e seus advogados na audiência previa do art. 331 cpc, apenas fica prejudicada a
tentativa de conciliação.
Fase instrutória ou probatória​.
Proferida a decisão saneadora abre-se a fase instrutória, nesta podemos ter a
produção de prova pericial, oral e até complementação da prova documental, a prova
oral concentra-se normalmente na audiência de instrução e julgamento (444 a 457) a
prova oral pode consistir em esclarecimentos do perito judicial e dos assistentes
técnicos na audiência, depoimento pessoal das partes e na inquirição de testemunhas.
Há uma ordem estabelecia para coleta da prova oral (452), encerada a instrução temos
os debates orais, ou seja, as alegações finais apresentadas pelos advogados das partes
(454). Os debates orais podem ser substituídos por alegações finais escritas
(memoriais).

Rito sumario​.
Caracterizada a revelia o juiz profere desde logo a sentença se estiver presente o efeito
previsto do art. 319. Se o réu revel foi citado por edital ou com hora certa ou se
encontra preso o juiz deve nomear curador especial (art. 9, II). Normalmente será
necessária a designação de uma nova audiência para que o curador especial apresente
a contestação. A contestação desse curador ainda que por negativa geral afasta o
efeito da revelia do art. 319, o autor continua então o ônus de provar o fato
constitutivo de seu direito.
Não sendo obtida a conciliação em audiência o réu pode apresentar sua resposta por
escrito ou oralmente (art. 278), no rito sumario pode oferecer exceção e contestação,
oferecida a exceção o processo fica suspenso até a solução do incidente.
O réu com a contestação deve arrolar as suas testemunhas e se for necessária
perícia deve também desde logo apresentar quesitos e indicar assistente técnico (art.
278, caput). O réu também pode apresentar impugnação ao valor da causa (art.261), a
resposta deve ser apresentada necessariamente por advogado.
O rito sumario é desnecessária a reconvenção pois o réu pode formular um pedido e,
seu favor na própria contestação (pedido contraposto) desde que fundado nos
mesmos fatos referidos na inicial (art. 278, p.1) ex. Em uma ação recorrente de danos
causados em acidente de transito (ação indenizatória) o autor aponta a culpa do réu
pleiteando a sua condenação, o réu na contestação pede a rejeição da pretensão do
autor e postula ainda a condenação deste a reparar os prejuízos que suportou.
O juiz deve decidir na própria audiência a impugnação ao valor da causa ou
controvérsia sobre a natureza da demanda, identificada a inadequação do rito sumario
determinará a conversão ao rito correto (art. 277, p.4). Há também a hipótese de
conversão prevista no p. 5 do art. 277. Apresentada a resposta pelo réu o juiz verifica
se é caso de extinção do processo (art. 329) ou de julgamento antecipado da lide (art.
330), não sendo caso de extinção ou de julgamento antecipado o juiz organiza então a
instrução diante da necessidade de dilação probatória. Sendo necessária a perícia o
juiz nomeia o perito judicial e fixa prazo para entrega do laudo, se for pertinente
apenas a prova oral o juiz já designa a audiência de instrução e julgamento.
Na audiência previa do rito sumario não temos a produção de prova, a audiência de
instrução de julgamento observa o disposto nos arts. 444 a 457 do cpc. (arts.280 e
281). O rito sumario convive com a possibilidade do autor se dirigir ao JEC para deduzir
a sua pretensão.

Juizados especiais - competência art. 3 lei 9099/95​.

A resposta do réu pode ser dada em contestação, reconvenção e exceção (arguição de


impedimento e suspeição do juiz), a incompetência relativa de juízo se suscita na
própria contestação.
A inquirição das testemunhas se dá da mesma forma que no juízo comum. O réu
mesmo não sendo de molde conforme o JEC exige pode apresentar pedido
contraposto.
Contra a sentença cabe recurso inominado, o prazo é de 10 dias, o recurso precisa ser
subscrito por advogado, de forma escrita. O órgão de segundo grau é o colégio
recursal.
O acórdão no âmbito do juízo especial cabem embargos de declaração e não cabem
recursos especiais (sumula 203 da STJ) pois não tem status de tribunal, cabem recursos
extraordinários (porém existe repercussão geral). Os efeitos principais dos recursos
são efeito devolutivo (transfere a órgão ad quem exame da matéria suscitada) e
suspensivo (a decisão não tem eficácia enquanto não for julgado esse recurso). O
efeito suspensivo é o juiz que concede nesse caso.

(Aula esta basicamente no texto apoio​)


Não cabe ação rescisória no JEC.

10.259/01 - lida em aula.


12.153/09 - lida em aula.

Petições iniciais – art. 282 a 285 A.


É a declaração da parte da vontade de acionar, nela o autor deduz uma pretensão a ser
acionada pelo órgão judicial.
● Requisitos​:
❖ Requisito externo​ - forma escrita, pode ser impressa, datilografada ou
manuscrita.
❖ Requisitos internos​ - (282) dois deles dizem respeito ao mérito da pretensão
incisos III e IV eles formam o libelo (núcleo fundamental da petição). Indicação
da causa de pedir e do pedido estão no libelo. Os demais requisitos são de
ordem processual:
​I - endereçamento a autoridade judiciaria competente​:
Muitas vezes a ação é de competência originaria de tribunal e a PI é dirigida ao seu
presidente (ex. Ação rescisória, mandado de segurança, adi). Devem ser observadas as
regras de competência previstas no cpc.
II-​ ​indicação dos dados qualificativos das partes​:
Como por exemplo RG, telefone, dados em geral das partes. Quando se mostra
inviável a indicação dos dados mencionados no cpc em relação ao réu, o autor deverá
indicar elementos esclarecedores que tornem certa a pessoa que esta sendo
demandada (ex. Em uma ação possessória, o autor menciona que o réu é José de tal
apontando suas características físicas).

III- indicação do fato e dos fundamentos jurídicos do pedido:


Cuida-se da indicação da causa de pedir, ou seja, do porque do pedido. Dessa
indicação deve transparecer a presença das condições da ação. Nosso cpc adota a
teoria da substanciarão pela qual não basta a indicação de um fundamento geral para
o pedido, ou seja, não basta a indicação do título que justifica a pretensão deduzida, o
cpc impõe que na fundamentação do pedido o autor indique além da cauda de pedir
próxima (fundamento jurídico) indique também a causa de pedir remota que
corresponde aos fundamentos de fato da pretensão. A causa de pedir próxima que
corresponde ao fundamento jurídico não representa a indicação da norma de direito
material em que se funda a pretensão do autor, o fundamento jurídico que não se
confunde com fundamento legal representa a declaração da natureza do direito
pleiteado (D. Real ou Pessoal) ou seja, representa a indicação do título que legitima a
pretensão deduzida, o autor declara então que é credor, proprietário, possuidor,
locador etc. O fundamento jurídico corresponde então a relação jurídica controvertida
e ao direito particular dela decorrente.
Já a causa de pedir remota corresponde aos fundamentos de fato (fato gerador do
direito do autor e da obrigação do réu). Ex. Em uma ação de cobrança o autor declara
que é credor do réu (fundamento jurídico) e que este na forma do contrato celebrado
não pagou o preço ajustado pelos serviços prestados. Ex. Em uma ação reivindicatória
o autor alega que é proprietário do bem (fundamento jurídico) e que o réu dele se
apossou injustamente (fundamento de fato).

IV - indicação do pedido e de suas especificações​:


É o objeto da ação, não há ação sem pedido o pedido deve guardar nexo lógico com a
causa de pedir, o pedido deve ser explicito, ou seja, deve ser certo, o juiz ao proferir a
sentença deverá interpretar os pedidos restritivamente, ou seja, ele fica adstrito ao
que foi expressamente postulado pela parte (293) assim via de regra não se admite
pedido implícito mas temos exceções previstas em lei. Certos pedidos consideram-se
compreendidos no pedido principal, podem ser considerados pelo juiz
independentemente de postulação expressa.
Exceções previstas em lei​: incidência dos juros legais (293), incidência de correção
monetária (6.899/81), condenação das verbas na sucumbência (20), inclusão na
condenação das prestações vincendas (290).
V - Atribuição de valor à causa:​
O valor deve corresponder tanto quanto possível ao proveito econômico pretendido
pelo autor mesmo quando a causa não tem conteúdo econômico imediato deve ser
atribuído a ela um valor devendo o autor estima-lo (258).
A ​exigência justifica-se pelos seguintes motivos​: o valor da causa pode determinar a
competência do órgão jurisdicional (a competência do JEC pode ser determinada pelo
valor da causa, no âmbito da justiça estadual na comarca da capital a competência dos
foros regionais para as ações de rito ordinário esta limitada a 500 salários mínimos), o
valor da causa determinar na atualidade o rito a ser adotado em ações de
conhecimento, o valor da causa pode servir de parâmetro para fixação de honorários
advocatícios em favor da parte vencedora.
Regras para atribuição de valor à causa (259 e 260). O juiz pode de oficio determinar
ao autor a alteração do valor da causa quando não observar o critério legal, o réu pode
impugnar o valor atribuído na PI no prazo da contestação (prazo preclusivo) se não for
apresentada a impugnação oportunamente presume-se que a estimativa do autor foi
aceita (261).

IV - indicação das provas a produzir:


No rito ordinário basta a menção a espécie de prova a ser produzida, ou seja, o autor
pode protestar genericamente pela utilização de todos os meios de prova admissíveis.
O rito sumario é necessário particularizar as provas que deseja produzir com a petição
inicial deve ser apresentado o rol de testemunhas e se for requerida perícia o autor
deve desde logo modelar quesitos e indicar assistente técnico sob pena de preclusão.
VII - requerimento pela citação de réu:
No processo de conhecimento o réu é citado para apresentar resposta no prazo legal.
No rito sumario a uma particularidade o réu é citado para comparecer a audiência
previa e nela apresentar sua resposta.

Execução.
De sentencia, de título judicial e extrajudicial.
No processo de Execução autônomo o executado é citado para cumprir a obrigação.
No processo cautelar o requerido é citado para contestar o pedido em 5 Dias.

Outras exigências legais​.


Na fase postulatória já temos atividade probatória, o autor deve instruir a petição
inicial com os documentos necessários a prova de suas alegações (283)

Petição Inicial.
O fato de o juiz receber a petição inicial não afasta a possibilidade de indefinida
posteriormente de oficio ou mediante provocação do réu isso porque a aptidão da PI é
requisito essencial para outorga para prestação jurisdicional.
O juiz ao indeferir a PI profere uma sentença terminativa, exigindo o processo sem
julgamento do mérito (267, I). Cabe recurso de apelação no prazo de 15 dias.
296 e 285 A normalmente diante do recurso de apelação o juiz não pode exercer o
chamado juízo de retratação ou seja não pode reformar ou anular a sentença
proferida, mas temos duas hipóteses excepcionais em que o juízo de retratação é
admitido diante da apelação do autor (296).
O juiz indefere liminarmente a PI, ou seja, antes de determinar a citação do réu, se o
autor apelar o juiz poderá no prazo der 48 h reformar a sentença e determinar o
prosseguimento da ação. Mantida a sentença o juiz determina a remessa dos autos ao
tribunal para julgamento da apelação. Não a previsão de citação do réu para
responder o recurso (285 A do cpc).
Esse dispositivo permite o julgamento de plano da causa, ou seja,a antes mesmo na
citação do réu , isso e possível quando se trata de demanda repetir em que a questão
de mérito. É unicamente de direitos naquele juízo já foram proferidas anteriormente
outras sentenças de total improcedência da ação, o autor pode apelar dessa sentença
de improcedência no prazo de 15 dias e o juiz pode reforma-la em cinco dias
determinando então o prosseguimento da ação. Mantida a sentença o réu deverá ser
citado para responder o recurso encaminhando-se os autos posteriormente para o
tribunal.

Alterações da PI​.

❖ Alterações objetivas:​ dizem respeito ao libelo ou seja a indicação da causa de


pedir ou do pedido. Antes da citação do réu o autor pode promover mais
alterações sem restrições. Aos a citação do réu, qualquer alteração depende de
sua anuência e uma vez declarado saneado o feito não se admite qualquer
alteração objetiva ainda que se obtenha o consentimento do réu (264).
❖ Alterações subjetivas​: dizem respeito as partes, antes da citação podem ser
admitidas, após a citação só são admitidas as substituições previstas em lei. No
caso de falecimento a parte deve ser substituída pelo espólio, herdeiros ou
sucessores. Aceita nomeação a autoria temos a substituição do réu originário
pelo nomeado (64 a 69). 42cpc diz respeito a cessão ou alienação da coisa ou
do direito litigioso no curso do processo o vendedor ou cedente poderá ser
substituído pelo adquirente ou cessionário se houver consentimento do
adversário.

23.09 faltei

Tutela antecipada​.
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os
efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca,
se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação;
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório do réu.
§ 1º - Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as
razões do seu convencimento.
§ 2º - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de
irreversibilidade do provimento antecipado.
§ 3º - A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua
natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4º e 5º, e 461-A.
§ 4º - A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em
decisão fundamentada.
§ 5º - Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final
julgamento.
§ 6º - A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos
pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.
§ 7º - Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza
cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a
medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.
Nada mais é do que antecipação da tutela de mérito. É típico do processo de
conhecimento.

Prof. Passou texto base.


Requisitos da tutela antecipada.
Caput do art. 273 já expõe um requisito, depois temos I (presença do "periculum em
mora"), II (abuso do direito de defesa ou manifesto intuito protelatório do réu) e p. 6º.

Defesa contra o processo (réu).

Direta (carência da ação; falta de pressupostos processuais) e indireta (dilatórias –


exceções e peremptórias – litispendência; coisa julgada e perempção).
Teoria Geral dos Contratos.
PROFESSOR - DR. SERGIO AUGUSTO NIGRO CONCEIÇÃO

Teoria Geral dos Contratos.

Obrigação e contrato​.
O contrato é um negócio jurídico, onde pessoas se unem para regular seu interesse, o
negócio jurídico se celebrado por duas ou mais pessoas existira a figura do contrato.
O fundamento do contrato é a manifestação de vontade por força da legislação civil e
do código Civil, tem o poder de criar direitos e obrigações. A manifestação de vontade
pode ser unilateral ou bilateral e ambas geram obrigações.
O contrato nada mais é do que um acordo de vontade exteriorizado de acordo com a
lei com o fim de gerar ou extinguir obrigações.

Princípios gerais dos contratos​.

❖ Autonomia da vontade​ - surge no direito romano, o Estado como regra não


interfere no contrato, agem conforme sua vontade.
Pesquisar a extensão das decisões impondo ao condômino com comporta, então
antissocial a deixar o condomínio.
Contratos nominados são aqueles especificados no código.
Normas cogentes são aquelas que não podem ser violadas pela vontade das partes. O
código de defesa do consumidor interfere na liberdade contratual art. 39, Incisos 11 e
seguintes.
❖ Consensualismo​ - diz respeito a forma do contrato ser celebrado, a lei acaba
por colocar isso em segundo plano, por exemplo venda de automóvel que
precisa ser necessariamente mediante contrato escrito.
❖ Igualdade​ - vem do direito romano também.

Art. 39.​ É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
​ I - Dispositivo incluído pela ​MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999​, transformado em inciso XIII, quando da
X
conversão na ​Lei nº 9.870, de 23.11.1999
​XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo
inicial a seu exclusivo critério.​(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
​XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido.
Relatividade dos efeitos do contrato​.
Esse princípio se aplica em relação a um terceiro.

❖ Boa fé objetiva​ - impõe aos contratantes de agir de acordo com o homem


médio e observando os princípios dos usos e costumes. A boa fé impõe aos
contratantes que os contratantes ajam de acordo com os princípios da lealdade
a probidade e como uma pessoa honesta deve agir.
Em todas as fases do contrato devem prevalecer os princípios previstos no art. 421.
Funções da boa-fé: exerce uma tríplice função interpretativa, supletiva, controle ou
corretiva.
Na função ​interpretativa​ (113) busca se a determinação da vontade da parte ao
celebrar um determinado contrato, dentro desse princípio existe o princípio da
preservação contratual que diz que o contrato não precisa ser anulado se apenas uma
clausula estiver em desacordo e conversão do contrato que diz que na hipótese de
nulidade de um contrato pode-se aproveitar esse nulo e criar um novo contrato e
ainda o princípio do menor sacrifício para o devedor que diz que sempre a menor
despesa é para aquele que precisa cumprir o contrato.
Na função ​supletiva​ explicitar os deveres anexos, aqueles que estão implícitos.
Na função de ​controle​ visam corrigir e limitar eventualmente as no cumprimento das
obrigações de cada parte.

❖ Função social do contrato​ - o interesse social precisa ser respeitado, significa


que além dos interesses individuais dos contratantes existe um interesse maior
na sociedade pela qual esse contrato está inserido. A função social do contrato
está prevista no art.2035, p.u, toda vez que os contratantes desrespeitarem a
função social aquele que foi prejudicado pode pedir até a anulação do mesmo.

Primeira corrente - que se tem em vista nessa função social do contrato são os
interesses externos aos contratantes, os dois principais são o meio ambiente e a
concorrência que deve existir.

Classificação dos contratos​.

Nos temos em vista a natureza da obrigação do contrato. Com isso temos contratos
unilaterais, bilaterais ou plurilaterais.
❖ Contrato unilateral​ - apenas uma pessoa recebe os benefícios do contrato.
❖ Contrato bilateral​ - ambas as partes recebem beneficio no contrato. Nós
podemos dizer que a causa de um é o cumprimento da obrigação de outro.
❖ Contrato plurilateral​ - um ex. É o contrato de sociedade; mais de duas pessoas
com iguais obrigações e direitos.

Art. 421.​ A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Art. 113.​ Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua
celebração.
Art. 2.035​. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste
Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos
após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas
partes determinada forma de execução.
Parágrafo único​. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como
os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.

Contratos bilaterais são onerosos sempre, porém existem contratos benéficos que
podem ser bilaterais. O contrato unilateral pode não ser gratuito e sim oneroso, como
por exemplo, o mutuo.
Dentro dos contratos onerosos há a evicção.

❖ Contratos aleatórios e comutativos​.


No contrato aleatório uma das prestações é aleatória, você pode se beneficiar ou não,
existem dois tipos, um assume o risco de não receber (458/258), por exemplo, alguém
paga o pescador para lançar a rede independente ou não de pegar o peixe, o objeto é
a rede. Em outro caso o objeto é o peixe independente da quantidade.
No art. 460 o objeto do contrato corre um risco e quem contrata aceito o risco.
❖ Contrato solene e não solene.
Quanto a solenidade ou forma pode ser analisado sob dos prismas. O primeiro é
solene quando a lei estabelece a forma de um contrato (108/107). No direito brasileiro
por principio a manifestação de vontade é livre por exceção quando a lei impõe a
forma ou exige a escritura pública.

Art. 258​. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante
do negócio jurídico.
Art. 458​. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem
a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi
prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha
a existir.
Art. 460​. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido
pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse,
em parte, ou de todo, no dia do contrato.
Art. 107​. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei
expressamente a exigir.
Art. 108​. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis
de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.

❖ Contrato padronizado​ - modalidade de contrato de adesão. Uma das partes


formula o contrato e oferece a uma outra pessoa (leigo) que aceita ou nega o
contrato. As cláusulas deste contrato são imutáveis.
❖ Obrigatoriedade de contrato​ - uma pessoa exerce uma atividade e
obrigatoriamente precisa assinar um contrato (licenciamento de veículo).
❖ Contrato autorizado​ - precisa de previa autorização de órgão governamental
(alienação fiduciária por exemplo).
❖ Contrato formulário​ - previamente elaborado por alguém e elaborado com
campos vazios (existem de locação), após a compra as pessoas preenchem o
campo.

Normas gerais dos contratos​ (clausulas).


Contratos de adesão, existe em contratos paritários (ambas partes discutem as
cláusulas), existem normas pré-estabelecidas.
Art. 51 cdc.

Sub contratos.
Contratos que seriam dependentes, ele está ligado a um contrato que é principal, e se
submete aos mesmos princípios do principal, não pode ir além do que estabelece o
contrato principal. O subcontrato sempre presume o seu principal. Normalmente o
principal e o sub são da mesma natureza.

Interpretação dos contratos​.


Teoria da vontade - de cunho subjetivo visa buscar a vontade das partes na celebração
dos contratos.
Teoria da declaração - existe maior segurança jurídica. Parte-se da declaração da
vontade.
O código brasileiro de 02 traz como ponto de partida essa regra (112). Existem regras
quanto a isso que devem ser analisadas.
O ônus da prova é de quem alega que existe uma disparidade.

❖ Regras de caráter subjetivo​.


Buscam definir a vontade do contratante e tem como base os princípios da moral,
ética, boa-fé, etc.
❖ Regras de caráter objetivo​.

❖ Integração do contrato​.

Formação dos contratos.

● Elementos indispensáveis à constituição do contrato:

Acordo de vontade das partes contratantes, tácita ou expressa, que se manifeste


de um lado pela oferta e de outro pela aceitação. A proposta e a aceitação são
elementos indispensáveis à formação do contrato, e entre elas gira toda a
controvérsia sobre a força obrigatória do contrato, sobre o momento exato em que
ambas se fundem para produzir a relação contratual, e sobre o lugar em que se
reputará celebrado o negócio jurídico.

● Fases da formação do vínculo contratual:


❖ Generalidades:

Antes de examinar a questão do momento propriamente contratual e do lugar da


celebração do ato negocial, analisaremos as fases de elaboração que o precedem,
ou seja, as negociações preliminares, a oferta e a aceitação.

❖ Negociação Preliminar:

Consistem nas conversações prévias, sondagens e estudos sobre os interesses de


cada contratante, tendo em vista os contrato futuro, sem que haja qualquer
vinculação jurídica entre os participantes, embora excepcionalmente surja
responsabilidade civil no campo da culpa aquiliana.

O objeto do contrato preliminar é a celebração de um contrato definitivo, o qual


será futuramente aperfeiçoado, no momento avençado. O contrato preparatório
terá que conter, exceto quanto à forma, os requisitos essenciais ao contrato a ser
celebrado. O contrato preliminar se extingue das seguintes formas:

➢ Pelo cumprimento do contrato preliminar;


➢ Por celebração de um contrato ulterior que venha a estipular a extinção do
contrato preliminar;
➢ Se o juiz determinar que a obrigação deva ser cumprida compulsoriamente.

❖ Proposta ou Policitação.

❖ Conceito: ​A oferta ou proposta é uma declaração receptícia de vontade,


dirigida por uma pessoa à outra (com quem pretende celebrar um contrato),
por força da qual a primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada,
se a outra parte aceitar.
❖ Caracteres:

➢ É declaração unilateral de vontade, por parte do proponente;


➢ Reveste-se de força vinculante em relação ao que a formula, se o contrário não
resultar dos termos dela, da natureza do negócio ou das circunstâncias do caso
(CC, artigos 427 e 428).
➢ É um negócio jurídico receptício;
➢ Deve conter todos os elementos essenciais do negócio jurídico proposto;
➢ É elemento inicial do contrato, devendo ser, por isso, sério, completo, preciso e
inequívoco, ou seja, que os dados, no caso de compra e venda, estejam claros.
➢ Deve ser feita a uma pessoa certa ou determinável.

❖ Obrigatoriedade: ​Princípio da irrevogabilidade da proposta. A obrigatoriedade


da oferta consiste no ônus, imposto ao proponente, de não a revogar por um
certo tempo a partir de sua existência, sob pena de ressarcir perdas e danos,
subsistindo até mesmo em face da morte​ ​ou incapacidade superveniente do
proponente antes da aceitação, salvo se outro houver sido a sua intenção.
Porém, essa sua força vinculante não é absoluta, pois o CC, artigo 427 e 428, I a
IV, reconhece alguns casos em que deixará de ser obrigatória.

Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não


resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias
do caso.

Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:

I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se
também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação
semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a
resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a
retratação do proponente

❖ Definição: ​A aceitação é a manifestação da vontade, expressa ou tácita, da


parte do destinatário de uma proposta, feita dentro do prazo, aderindo a esta
em todos os seus termos, tornando o contrato definitivamente concluído,
desde que chegue, oportunamente, ao conhecimento do ofertante.
❖ Requisitos:

➢ Não exige obediência a determinada forma, salvo nos contratos solenes,


podendo ser expressa ou tácita (CC, artigo 432);
➢ Deve ser oportuna (CC, artigo 430 e 431);
➢ Deve corresponder a uma adesão integral à oferta;
➢ Deve ser conclusiva e coerente.

❖ Aceitação no Contratos ​Inter praesentes​: ​Se o negócio for entre presentes, a


oferta poderá estipular ou não prazo para aceitação. Se não contiver prazo, a
aceitação deverá ser manifestada imediatamente, e, se houver prazo, deverá
ser pronunciada no termo concedido.
❖ Aceitação nos Contratos ​Inter absentes​: ​Se o contrato for entre ausentes,
existindo prazo, este deverá ser observado, mas se a aceitação se atrasar, sem
culpa do oblato, o proponente deverá dar ciência do fato ao aceitante, sob
pena de responder por perdas e danos (CC, artigo 430). Se o ofertante não
estipulou qualquer prazo, a aceitação deverá ser manifestada dentro de tempo
suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente.
❖ Retração do Aceitante: ​O aceitante poderá arrepender-se, desde que sua
retratação chegue ao conhecimento do ofertante antes da aceitação ou
juntamente com ela.

❖ Momento da Conclusão do Contrato:

➢ Contrato entre Presentes: ​Neste contrato as partes encontrar-se-ão vinculadas


no mesmo instante em que o oblato aceitar a oferta; só então o contrato
começará a produzir efeitos jurídicos.
➢ Contrato entre Ausentes: ​Nesse caso há diversas teorias, a saber:

● A teoria da Informação ou cognição:​ o contrato se aperfeiçoa no momento em


que o ofertante tem ciência da aceitação do ablato, visto que não se pode dizer
que exista acordo de vontades e, portanto, um consentimento recíproco a
respeito de um negócio jurídico contratual que se pretende realizar, sem que
proponente e aceitante conheçam a vontade um do outro.

Ex.:​ ​Se “A”, em Fortaleza, propõe a “B”, de São Paulo, uma determinada compra de
mercadoria, e “B” responde por carta, aceitando, enquanto “A” não tiver o
conhecimento dela, não tiver lido a missiva, o contrato não estará concluído.

Obs.:​ ​Apesar de ser a que melhor corresponde à lógica jurídica, encontra-se,


atualmente, em franca decadência, por ter o inconveniente de deixar ao arbítrio do
policitante o momento de abrir a correspondência e tomar conhecimento da resposta,
positiva e geradora do vínculo obrigatório, favorecendo, assim, a fraude e a má-fé do
ofertante.

● A Teoria da Agnição ou Declaração:​ Parte do princípio de que o contrato se


aperfeiçoa no instante em que o oblato manifesta sua aquiescência à proposta.
Dessa teoria destacam-se três orientações, constituindo-se espécies de que ela
ficou sendo o gênero, que são:

❖ Subteoria da declaração propriamente dita:​ O vínculo obrigacional se


estabelece no momento em que o aceitante formula a resposta, redigindo a
carta ou o telegrama. Concepção exagerada, pois nada mais fácil do que o
declarante destruir sua resposta, rasgando-a.

❖ Subteoria da expedição:​ Segundo a qual não basta a formulação da


resposta pelo oblato, sendo necessário enviá-la ao proponente, postando-a
ou transmitindo-a, presumindo-se, então, que o contratante fez tudo o que
podia para externar a aceitação. Ter-se-á a conclusão do contrato com a
expedição da resposta favorável.

❖ Subteoria da Recepção:​ Entende que o contrato se efetiva quando a


resposta favorável chegar, materialmente, ao poder do ofertante, mesmo
que ele não a leia. Não é necessário, dizem seus adeptos, que o proponente
tome conhecimento da aceitação, mas se faz mister que tenha recebido a
carta ou o telegrama que a transmite.

Obs.:​ ​Segundo a teoria da agnição ou declaração, na sua segunda modalidade, isto é,


da expedição, a que se filiou nosso CC, no artigo 434, os contratos por correspondência
epistolar ou telegráfica tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, desde
que não se apresentem as exceções do artigo 434, II e III, hipóteses em que se aplica a
teoria recepção.

Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é
expedida, exceto:

I - no caso do artigo antecedente;​ (Retratação)


II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado.

❖ Lugar da Celebração do Negócio Jurídico Contratual:

Pelo Código Civil, artigo 435, o contrato reputar-se-á celebrado no local em que foi
proposto. Pela Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro (LINDB), artigo 9°,
§ 2°, aplicável no direito internacional privado, a obrigação resultante do contrato
considerar-se-á constituída no lugar em que residir o proponente

Interpretação do Contrato.

A atividade interpretativa do contrato é uma operação difícil, que requer saber e


prudência, devendo, devendo o intérprete guiar-se pelo sentimento jurídico, que o
impedirá de cair em interpretações alheias à vida jurídica. Dever-se-á buscar, na
tarefa de interpretação contratual, os princípios da boa-fé objetiva (CC, artigo 422)
e o da conservação ou do aproveitamento do contrato, procurando presumir que
os contratantes agiram com probidade e fazendo com que, havendo dúvida,
prevaleça a diretriz interpretativa conducente à produção de algum efeito ou à sua
exequibilidade.
A interpretação do negócio jurídico contratual situa-se no âmbito do conteúdo da
declaração volitiva, fixando-se em normas empíricas, mais de lógica prática do que
de normação legal, pois o novo código civil contém, unicamente, cinco normas
interpretativas, não tendo nenhum capítulo relacionado à interpretação do
contrato.

Realmente, prescreve a lei pátria que,

❖ Teoria da Vontade:

Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas


consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.

Obs.:​ ​O interprete do sentido negocial não deverá ater-se, unicamente, à exegese do


contrato, isto é, ao exame gramatical de seus termos, mas sim à fixação da vontade
volitiva dos contratantes, procurando seus efeitos jurídicos, indagando sua intenção,
sem se vincular, estritamente, ao teor linguístico do ato negocial.

❖ Teoria da Declaração:

Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.

Obs.:​ ​O juiz não poderá dar aos contratos interpretação ampliativa, devendo
limitar-se, unicamente, aos contornos traçados pelos contratantes, vedada a
interpretação com dados alheios ao seu texto.

❖ Forma Prescrita:

Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.

Obs.:​ ​De modo que o fiador só responderá pelo que estiver expresso no instrumento
da fiança e se alguma dúvida houver, deverá ser solucionada em favor dele.

❖ Função Interpretativa:

Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do
lugar de sua celebração.

Obs.:​ Pelo Enunciado n. 409 do CJF, aprovado na V Jornada de Direito Civil: “Os
negócios jurídicos devem ser interpretados não só conforme a boa-fé e os usos do
lugar de sua celebração, mas também de acordo com as práticas habitualmente
adotadas entre as partes”.

Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias,


dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.

Art. 424.​ ​Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia
antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.

Obs.:​ Sempre mais favorável ao aderente.

Interpretar o contrato pressupõe a presença de normas inteligíveis.

Se existe uma dissintonia no contrato, deverá o que ônus

Como decorrência do uso comum das palavras, o contrato também elaborado por
pessoas que não sejam profissionais, as palavras deverão ser interpretadas como tal e
vice versa.

Caso haja um termo técnico o mesmo deverá ser respeito.

Regras de caráter subjetivo: Boa-fé e a lealdade.

Caio Mario - Cabe buscar a intenção dos contrate


Regras de caráter objetivo dos contratos: ​Visam analisar clausulas por clausulas.
Pothier.

Ter presente que o contrato deverá ser observado dentro da boa-fé, da moral.

Referem-se ao s fins do contrato, sendo que no contrato busca-se sempre uma


finalidade econômica.

Artigo 423

Deve ser interpretado sempre sendo mais favorável ao devedor.

Contratos de seguro deverão ser interpretados contrários à seguradora.

Universalidade: Rebanho, caso compre um rebanho não será possível o vendedor


retirar um boi “x” como exemplo a biblioteca.

Contratos em espécies – Toda e qualquer dúvida ao objeto do contrato, a


interpretação deverá ser interpretada contra o vendedor, no caso de locação será
inverso.

Fiança, cessão transação: Interpretado restritivamente artigo 819 849 do CC.

Ver 51 do CC

Regra de interpretação de contrato em andamento: Quando suscitado o problema de


determinada cláusula, p. exe. Compra e venda. Reajustes disciplinados em contrato,
caso a parte identifique abuso.

Integração do contrato: Quando o contrato for nominado o CC atuará supletivamente


sobre o mesmo contrato típico, quando o contrato é atípico e venha ter falha
buscar-se-á a LINB no artigo 4°.

Classificação dos Contratos.

● Introdução:

Ante o fato de os contratos se agruparem em várias categorias que, de modo


isolado, se submetem à regulamentação de normas idênticas ou afins, há
necessidade de classifica-los, a fim de que se possam verificar não só as
particularidades de cada contrato, acentuando as semelhanças e as diferenças
entre as inúmeras espécies, mas também os ônus e as vantagens de cada
contratante, bem como os efeitos jurídicos que produz.

● Critérios para a Classificação dos Contratos:

Um mesmo fenômeno pode se classificado de diversos modos, conforme o ângulo


em que se coloca o jurista. Os contratos, portanto, não fogem à regra, sendo
passíveis de várias classificações, pois, apesar de sua grande variedade, há
caracteres comuns a muitos deles, que possibilitam seu agrupamento em grandes
categorias, pela uniformidade de seu regime.
Segundo R. Limongi França os contratos são:

❖ Considerados em si mesmos, quanto:​ à natureza da obrigação entabulada; à


forma; à designação; ao objeto; ao tempo de execução; à pessoa do
contratante.
❖ Reciprocamente Considerados.

● Contratos considerados em si mesmos:

❖ Generalidades: ​Ao analisar os contratos em si mesmos, sem qualquer relação


com outros, procurar-se-á classifica-los quanto:
✓ À natureza da obrigação entabulada:​ Contratos unilaterais e bilaterais;
onerosos e gratuitos; comunicativos e aleatórios; paritários e por adesão.
✓ À forma:​ Consensuais; formais; reais.
✓ Designação:​ Nominados; inominados.
✓ Ao objeto:​ Os conteúdos de direito conferidos, nesse caso, haverá os de
alienação de bens; transmissão de uso e gozo; prestação de serviços; e, os de
conteúdo especial.
✓ Ao tempo de execução:​ Execução imediata; execução deferida e sucessiva;
pessoais.

● Contratos Quanto à Natureza da Obrigação Entabulada:

❖ Contratos Unilaterais e Bilaterais.

✓ Unilaterais:​ Se um só dos contratantes assumir obrigações em face do outro,


de tal sorte que os efeitos são ativos de um lado e passivos do outro, pois uma
das partes não se obrigará, não havendo, portanto, qualquer contraprestação.
É o que se dá na doação pura e simples, em que do concurso de vontade
nascem obrigações somente para o doador, enquanto o donatário apenas
auferirá vantagens. É o que ocorre ainda com o depósito, o comodato, o
mútuo, o mandato, pois esses atos negociais criam mandatário. Assim sendo,
os contratos unilaterais, apesar de requererem duas ou mais declarações
volitivas, colocam um só dos contratantes na posição de devedor, ficando o
outro como credor.

✓ Bilaterais:​ Quando cada um dos contratantes é simultaneamente e


reciprocamente credor e devedor do outro, pois produzem direitos e
obrigações para ambos, tendo por característica principal o sinalagma, ou seja,
a dependência recíproca de obrigações; daí serem também denominados
contratos sinalagmáticos. ​Ex.:​ Compra e venda, em que o vendedor tem a
obrigação de entregar a coisa vendida ao comprador, uma vez recebido o
pagamento do preço.

Obs.: ​Ver páginas 97 e 98 (exceção do contrato não cumprido; teoria dos riscos; e,
prescrição) – Teoria Geral dos Contratos – Maria Helena Diniz.

❖ Contratos Onerosos e Gratuitos.

➢ Onerosos:​ Os contratos a título oneroso são aqueles que trazem vantagens


para ambos os contratantes, pois estes sofrem um sacrifício patrimonial,
correspondente a um proveito almejado. ​Ex.:​ Locação de coisa, o locatário paga
aluguel para poder usar do bem, e o locador entrega objeto que lhe pertence
para receber aquele pagamento.
➢ Gratuito ou Benéfico:​ São aqueles que oneram somente uma das partes,
proporcionando à outra uma vantagem, sem qualquer contraprestação. Logo,
apenas um dos contratantes obtém proveito, que corresponde a um sacrifício
do outro. ​Ex.:​ Doação pura e simples, com o depósito ou com o mútuo sem
retribuição. ​Obs.​: Geralmente todos os contratos onerosos são bilaterais, e os
gratuitos, unilaterais, porém nem sempre, pois pode haver um contrato que
seja, concomitantemente, unilateral e oneroso, como, por exemplo, o mútuo
sujeito a pagamento de juros, em que, além da obrigação de restituir a quantia
mutuada (contrato unilateral), há a de pagar juros (contrato oneroso).

A distinção entre contratos onerosos e gratuitos destaca-se porque:

❖ A responsabilidade do devedor pelo ilícito.

Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o


contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não
favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por
culpa, salvo as exceções previstas em lei.

❖ O doador não responderá:

Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às
consequências da evicção2 ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com
certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em
contrário.

❖ O mesmo não se dará, caso:

2
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por
vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe
diminuam o valor.

Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.

Art. 158. O contrato a título gratuito poderá ser anulado pela ação pauliana,
independentemente de ma-fé, ao passo que, para se anular o contrato oneroso, além
da insolvência do devedor, será mister que esse estado seja conhecido da outra parte
(CC, art. 159).

O artigo 114 do Código Civil não alcança a interpretação do contrato


oneroso.

Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.

Obs.:​ ​O erro sobre a pessoa será mais grave no contrato benéfico do que oneroso,
salvo nas prestações de serviços materiais e encomendadas de obras artísticas.

❖ Contratos Comutativos e Aleatórios.

➢ Comutativos: ​O contrato comutativo, ou pré-estimado, vem a ser aquele em


que cada contratante, além de receber do outro prestação relativamente
equivalente à sua, pode verificar, de imediato, essa equivalência. Portanto,
nesse contrato, cada contratante se obriga a dar ou a fazer algo que é
considerado como equivalente àquilo que lhe dão ou que lhe fazem.

Obs.: ​Será comutativo o contrato a título oneroso e bilateral em que a extensão das
prestações de ambas as partes, conhecida desde o momento da formação do vínculo
contratual, é certa, determinada e definitiva, apresentando uma relativa equivalência
de valores, que, por sua vez, são insuscetíveis de variação durante o implemento do
contrato, embora, algumas vezes, corram riscos relativos à coisa ou à oscilação do seu
valor, o que, contudo, são circunstâncias independentes do contrato.

➢ Aleatórios: ​Será aleatório se a prestação depender de um evento casual,


sendo, por isso, insuscetível de estimação prévia, dotado de uma extensão
incerta. Com a manifestação de vontade dos contratantes, formado estará este
contrato, apesar de se relegar a prestação para implemento posterior,
dependente de algum fato incerto; logo, os efeitos do negócio submetem-se a
esse acontecimento incerto. Portanto, as partes se colocam sob perspectiva de
uma álea, que se irá refletir na existência ou na quantidade da prestação
combinada, expondo-se elas à eventualidade recíproca de perda ou ganho. ​Ex.:
Contrato de seguro, o assegurado, em troca do prêmio, poderá vir a receber a
indenização, se ocorrer um sinistro, ou nada receber, se aquele não advier.

● Distinção entre contratos comutativos e aleatórios:


➢ Nos comutativos​, as parte podem antever o que receberão em troca das
prestações que realizarem, por haver certeza quanto às prestações e cada
prestação corresponder a uma contraprestação. ​Nos aleatórios​, com a
intervenção do risco, há uma extensão indeterminada das prestações,
dependente de um evento casual, incerto e desconhecido, sem o qual jamais
serão exigíveis, uma vez que pode advir vantagem para uma parte e perda para
a outra.
➢ Os ​vícios redibitórios​ se referem, unicamente, aos contratos comutativos (CC,
artigo 441), inexistindo, assim, ação redibitória para os contratos aleatórios.
➢ As normas do CC, artigos 458 a 461, são aplicáveis tão somente aos contratos
aleatórios.
➢ A rescisão por lesão não tem lugar nos aleatórios, mas apenas nos comutativos.

● Espécies de Contratos Aleatórios:

❖ Os que dizem respeito a coisas futuras, que podem ser:

➢ Emptio spei:​ Quando um dos contratantes, na alienação de coisa futura, toma a


si o risco relativo à existência da coisa, ajustando em um preço, que será devido
integralmente, mesmo que nada se produza (CC, artigo 458), sem que haja dolo
ou culpa do alienante. Vende-se, portanto, a esperança ou a probabilidade de
as coisas existirem. ​Ex.:​ Compra de lançada de rede em que se assume o risco
de nada vier com ela.

➢ Emptio rei speratae:​ Ocorre se álea versar sobre quantidade maior ou menor
da coisa esperada.

Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a
si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a
todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa
venha a existir em quantidade inferior à esperada.

Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o
alienante restituirá o preço recebido.

Obs.:​ Conforme esse dispositivo legal, o risco assumido pelo adquirente


concerne à maior ou menor quantidade da coisa, sendo devido o preço ao
alienante, desde que este não tenha culpa, mesmo que o objeto venha a existir
em quantidade mínima ou irrisória. Basta que a coisa venha a existir em
qualquer quantidade. Assim, se nada existir, nula será a alienação, porque o
contrato, nesse caso, estará sem objeto.

❖ Os que versam sobre coisa existentes, sujeitas ao risco de se perderem,


danificarem, ou, ainda, sofrerem depreciação:
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a
risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço,
posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada
como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a
consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.

❖ Contratos Paritários e Contratos por Adesão.

➢ Paritários:​ São aqueles em que as partes interessadas, colocadas em pé de


igualdade, ante o princípio da autonomia da vontade, discutem, na fase da
puntuazione​, os termos do ato negocial, eliminando os pontos divergentes
mediante transigência mútua. Nesses contratos há manifestação livre e
coincidente de suas ou mais vontades. Deveras, os interessados livremente se
vinculam, discutindo amplamente e fixando as cláusulas ou as condições que
regerão a relação contratual.
➢ Por adesão:​ Constituem uma oposição à ideia de contrato paritário, por
inexistir a liberdade de convenção, visto que excluem a possibilidade de
qualquer debate e transigência entre as partes, uma vez que um dos
contratantes se limita a aceitar as cláusulas e condições previamente redigidas
e impressas pelo outro, aderindo a uma situação contratual já definida em
todos os seus termos. ​Ex.:​ Contratos de seguro; os de venda das grandes
sociedade; os contratos de fornecimento de água, luz eletricidade etc.

● Classificação dos Contratos quanto à Forma:

❖ Contratos Consensuais: ​Contratos consensuais ou não solenes são os que se


perfazem pela simples anuência das partes, sem necessidade de outro ato. A
ordem jurídica não exige, para que se aperfeiçoem, senão o acordo das partes,
não impondo, portanto, nenhuma forma especial para sua celebração. ​Ex.:
Compra e venda de bens móveis, da locação, da parceria rural, do mandato, do
contrato de transporte.

❖ Contratos Solenes ou Formais: ​Os contratos solenes ou formais consistem


naqueles para os quais a lei prescreve, para a sua celebração, forma especial
que lhes dará existência, de tal sorte, se o negócio for levado a efeito sem a
observância da forma legal, não terá validade. ​Ex.:​ A compra e venda de um
imóvel dependerá não só de escritura pública (artigo 108), mas também de
assento no Cartório de Registro de Imóveis (artigo 1.245); A doação deverá ser
feita por escritura pública ou instrumento particular salvo exceções.
❖ Contratos Reais: ​São aqueles contratos que apenas se ultimam com a entrega
da coisa, feita por um contratante a outro, como, por exemplo, o comodato, o
mútuo, o depósito, as arras, o penhor e a anticrese. O simples concurso de duas
ou mais vontades não tem condão de estabelecer o vínculo contratual, que só
se forma com a tradição efetiva do objeto do ato negocial, por ser requisito
essencial à sua constituição.

● Contratos em Relação à sua Designação e à Falta de Disciplina Jurídica.

❖ Contratos Nominados: ​Contratos nominados, ou melhor, típicos, abrangem as


espécies contratuais que têm nomen iuris e servem de base à fixação dos
esquemas, modelos ou tipos de regulamentação especificada da lei. Inserem se
numa figura que tem disciplina legal, pois recebe da ordem jurídica uma
regulamentação, possuindo uma denominação legal e própria. ​Ex.:​ O nosso
Código Civil rege e esquematiza vinte e três tipos dessa espécie de contrato:
compra e venda, troca, doação, locação, etc.

❖ Contratos Inominados: ​Contratos inominados, ou seja, atípicos, afastam-se dos


modelos legais, pois não são disciplinados ou regulados expressamente pelo
Código Civil ou por lei extravagante, porém são permitidos juridicamente,
desde que não contrariem a lei e os bons costumes, ante o princípio da
autonomia da vontade. Portanto, os particulares, dentro dos limites legais,
poderão criar as figuras contratuais que necessitam no mundo dos negócios, ​in
verbis:

Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais
fixadas neste Código.

Ex.:​ Troca de coisa por obrigação de fazer.

● Distinção dos Contratos Relativamente ao Objeto: ​Contratos de alienação de


bens; contratos de transmissão de uso e gozo; contratos de prestação de
serviços; e, contratos de conteúdo especial.
● Contratos quanto ao tempo de sua execução.

❖ Contratos de Execução Imediata: ​São os que se esgotam num só instante,


mediante uma única prestação, como, por exemplo, a compra e venda de uma
coisa à vista, a troca etc.

Obs.:​ Também chamado de contrato de execução instantânea: É aquele que no


próprio momento da entrega da coisa se extingue o contrato. Uma vez celebrado o
contrato não há o que se falar em revisão.

❖ Contratos de Execução Continuada: ​São os que se protraem no tempo,


caracterizando-se pela prática ou abstenção de atos reiterados, solvendo-se
num espaço mais ou menos longo de tempo. ​Ex.:​ Locação de imóvel, vencido o
mês de agosto e cumprida a obrigação de pagar, extingue-se a obrigação do
referido mês, no entanto, a obrigação contratual segue.

Obs.:​ Também chamado de contrato de trato sucessivo (execução diferida ou


periódica) é aquele que tem certa duração no tempo, trata-se do contrato com termo
inicial e trato final. Uma vez celebrado o contrato o mesmo será passível discussão em
juízo a revisão do contrato.

❖ Contrato de Execução Cativa: ​É aquele contrato cujo objeto do contrato é de


prestação de serviço. A eventual nulidade não importará no retorno das partes
no estado anterior. ​Ex.:​ Plano de saúde.

Obs.:​ A prescrição nos contratos de execução e cativa periódica é sempre da parcela


que, deixou-se de pagar, tendo o mesmo prazo específico fica estipuladas nas
eventuais parcelas.

● Divisão dos Contratos em atenção à pessoa do contratante:

❖ Contratos Pessoais ou “intuitu personare”: ​Os contratos pessoais (definitivos)


são aqueles em que a pessoa do contratante é considerada pelo outro como
elemento determinante de sua conclusão. A pessoa do contratante, nesses
contratos, tem influência decisiva no consentimento do outro, que tem
interesse em que as obrigações contratuais sejam por ele cumpridas, por sua
habilidade particular, competência, idoneidade etc.
❖ Contratos Impessoais ou preliminares: ​São aqueles em que a pessoa do
contratante é juridicamente indiferente. Pouco importa quem execute a
obrigação; o único objetivo é que a prestação seja cumprida.

● Contratos Reciprocamente Considerados.

❖ Contratos Principais: ​Os contratos principais são os que existem por si,
exercendo sua função e finalidade independentemente de outro.

❖ Contratos Acessórios: ​São aqueles cuja existência jurídica supõe a do principal,


pois visam assegurar a sua execução.

❖ Princípios fundamentais atinentes aos contratos principais e acessórios:

➢ A nulidade da obrigação principal acarretará a das acessórias, porém a destas


não implica a da principal (CC, artigo 184).
➢ A prescrição da pretensão relativa à obrigação principal induzirá à alusiva às
acessórias, mas a recíproca não é verdadeira; assim, a prescrição da pretensão
a direitos acessórios não atinge a do direito principal (RT, 476:155)

Ex.:​ A fiança é contrato acessório, estabelecido para garantir a locação, que é contrato
principal; logo a fiação não poderá existir sem a locação.

Contrato padronizado: é uma modalidade de contrato de adesão, sendo que uma das
partes formula o contrato e oferece a uma pessoa mais venerável.

➢ Obrigatoriedade de contrato: para exercer uma determinada atividade haverá


necessidade de haver essa figura de contrato. Licença de veículo; convenções
de condomínio.
➢ Contrato autorizado: Certas atividades não poderão ser exercidas sem a previa
autorização de um órgão público. Caso não haja esse contrato estaremos
diante da nulidade do exercício. Contrato de seguro necessita de prévia
autorização.
➢ Contrato formulário: Contratos comuns, previamente elaborados por alguém,
impresso com papeis pré-elaborado. Qualificações da pessoa.

➢ Normas ou Clausulas Gerais dos Contratos: Tratam-se dos contratos de adesão,


eles existem paralelamente ao lado dos contratos paritários.

Vício Redibitório.
Noção do instituto; Responsabilidade do transmitente; Direitos do evicto; Denunciação
da lide.

● Noção do Instituto:

Garantia que a lei dá um adquirente de um determinado objeto. Todo contrato


comutativo tem a garantia do vicio redibitório, entretanto, as partes, em um
contrato celebrado, podem decidir por não permitirem o vício redibitório.

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser


enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a
que é destinada, ou lhe diminuam o valor.

● Requisitos do Vício Redibitório:

❖ Ocorrerá em contrato comutativo ou doação com encargo;


❖ Os defeitos deverão ser prejudiciais a utilização da coisa ou que lhe diminua
seu valor tornando seu uso impróprio;
❖ Segundo o código civil o defeito do objeto deverá ter um vício oculto, no
entanto o CDC permite outros tipos de vício. Por exemplo, vício aparente;
❖ O defeito deve ser grave, a lei não especifica as gravidades. O entendimento é
que se a coisa não se presta a ser utilizada, segunda a sua destinação, será
considerado o vício ou caso haja desvalorização.
❖ O defeito oculto deve ser preexistente em relação a celebração do negócio.

● Responsabilidade do Transmitente:

O código civil dá ao adquirente uma dupla garantia no caso de vício redibitório.

A ação redibitório torna desfeito o negócio, ou poderá optar pela ação estimatória
ou “quanti minoris”: ação por meio da qual o comprador poderá pedir a devolução
de uma quantia em função do defeito da coisa.

Poderá ser combinado entre as partes ou através de ação com perícia técnica.

❖ Boa-fé do transmitente:

Caso o transmitente saiba da existência de um problema em que se encontra na coisa


o transmitente está agindo de má-fé, o mesmo irá responder por todos eventuais
cargos mais perdas e danos (sempre passíveis de ser exigida quando houver má-fé).

❖ Ação para redibir é a ação para desconstituir o negócio:

O prazo para isso é de decadência (artigo 445 do CC). Ação para redução de valor
também é de 30 dias. Entretanto os prazos dos artigo 445

Ver decadência e prescrição

Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no


prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega
efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.

§ 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo
contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e
oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.

§ 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os


estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o
disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.

Obs.:​ A lei especial do § 2° do artigo 445 não existe, portanto, será usado os usos e
costumes do local.

❖ Vício Redibitório no CDC.

O vício redibitório segundo o CDC poderá ser qualquer um, ou seja, oculto ou
aparente.
A propaganda do produto, caso vincule uma compra e venda, esta deverá respeitar o
que se propõe na mesma.
O CDC no artigo 18 prescreve que toda venda feita implica solidariedade.

❖ Medidas por parte do consumidor segundo o CDC:


Reclamação, uma vez formulada haverá um prazo de 30 dias por parte do vendedor
para eventuais arreglos.
Evicção.

● Noção do instituto:

Evicto: Perde a coisa por decisão judicial


Alienante: vende ou transfere a coisa pro evicto
Evictor: terceiro é aquele
Decorrência de uma sentença decorrente de intervenção de terceiro.

● Responsabilidade do transmitente:
● Direitos do evicto:
● Denunciação da lide:

❖ Requisitos da evicção.
➢ Existência de uma aquisição onerosa;
➢ Perda da coisa; Total ou parcial;
➢ Existência de uma sentença que decrete a perda da coisa (regra) – Como
exceção temos a apreensão da coisa adquirida gerada de pôr pratica de crime.
Contendo dolo ou culpa haverá perdas e danos. Ver – Remissão hipotecária
Anterioridade do título reivindicante (anterior ao negócio jurídico). Por
exceção, no caso da desapropriação o evicto poderá mover ação contra o
evicto para fins de indenização.
Denunciação da Lide ou chamamento à autoria: Artigo 456 do CC; artigo 70 do
CPC

Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente
notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como
lhe determinarem as leis do processo.
Efeitos Do Contrato.
Estipulação em Favor de Terceiros e Promessa de Fato de Terceiro.

● Noções Gerais:

O principal efeito do contrato consiste em criar obrigações, estabelecendo um


vínculo jurídico entre as partes contratantes. Trata-se de uma verdadeira fonte de
obrigações; por isso, todos os seus efeitos são meramente obrigacionais, mesmo
quando o contrato serve de título à transferência de direitos reais. Tais efeitos se
manifestam não só na ​força obrigatória​, mas também na ​relatividade​ do contrato.

● Efeitos Jurídicos decorrentes da obrigatoriedade do contrato:

❖ Cada contratante fica ligado ao contrato, sob pena de execução ou de


responsabilidade por perdas e danos;
❖ O contrato deve ser executado como se fosse lei para os que o estipularam;
❖ O contrato é irretratável e inalterável, ou melhor, ao contraente não será
permitido libertar-se ​ad nutum ​do liame obrigacional, que apenas poderá ser
desfeito com o consentimento de ambas as partes – é o chamado distrato –, a
menos que haja cláusula em que o contratante se reserve o poder de
exonerar-se do vínculo ou de alterar o contrato por sua exclusiva vontade, ou
que esse efeito resulte da própria natureza do contrato, como ocorre com a
fiança sem prazo determinado (CC, art. 835), ou, ainda, que se tenha pactuado
o direito de arrependimento.
❖ O juiz, ante a equiparação do contrato à lei, ficará adstrito ao ato negocial,
interpretando-o, esclarecendo seus pontos obscuros, como se estivesse diante
de uma prescrição legal, salvo naquelas hipóteses em que se lhe permite
extingui-lo ou modifica-lo, como sucede na imprevisão ou sobrevindo força
maior ou caso fortuito.

● Efeitos do Contrato quanto à sua Relatividade:

❖ Generalidades:
Quanto ao alcance das consequências contratuais, do ponto de vista subjetivo,
ou seja, das pessoas atingidas pelo ato negocial, é preciso lembrar que num
sentido geral:
➢ O contrato, em regra, somente obriga as partes contratantes, não alcançando
terceiros, pois não lhes aproveita nem prejudica;
➢ A obrigação contratual, exceto a personalíssima, é passível de transmissão ativa
e passiva aos sucessores a título universal e particular das partes;
➢ O princípio da relatividade sofre exceções, quando o contrato ultrapassa as
partes que nele intervieram, atingindo terceiros que não o estipularam;
➢ A eficácia do contrato também é relativa ao objeto, pois dele surgem
obrigações de dar, de fazer ou de não fazer.

❖ Efeitos Gerais do Contrato.

❖ Efeitos do Contrato em relação aos contratantes.

A força vinculante do contrato restringe-se às partes contratantes, isto é, às


pessoas que, em virtude de sua declaração de vontade, o estipularam direta ou
indiretamente (caso este de representante por mandato).

❖ Efeitos do Contrato quanto aos sucessores a título Universal e Particular.

O contrato – exceto se ​intuitu personare​, se o direito for vitalício, ou, ainda, se os


contraentes estabeleceram que a morte será causa de sua extinção – poderá
atingir pessoas que não o estipularam, como, por exemplo, os sucessores a título
universal, tanto em relação ao crédito como em relação ao débito. O crédito e o
débito transmitem-se ​causa mortis​ ao sucessor universal, que se investirá em
todos os direitos creditórios e em todas as obrigações decorrentes do ato negocial,
seja ele herdeiro testamentário ou ​ab intestato​. Todavia, quanto ao passivo, será
de bom alvitre ressaltar que a herança responderá pelo pagamento das dívidas do
de cujus​, mas feita a partilha, cada herdeiro só se responsabilizará
proporcionalmente à parte que lhe coube na herança (CC, art. 1997).

Obs.:​ Sucessores universais não são terceiros ao negócio jurídico celebrado, ou seja,
não se trata aqui de exceção ao princípio da relatividade dos efeitos do contrato, mas,
como eles (contratantes) não estipularam a possibilidade de eventual morte, os
sucessores estão submetidos a consequências jurídicas que não provocaram
pessoalmente.

Os sucessores a título singular, como aquele que do cedente adquiriu um ou vários


direitos determinados, ou como o legatário, a não ser em situações excepcionais,
previstas em lei, são alheios ao contrato mas os efeitos do contrato recaem sobre
ele se houver anuência por parte do mesmo.

Ex.:​ É o que ocorre se “A”, tendo um crédito contra “B”, determina que “B” salde a sua
dívida para com “C”, por conta do referido crédito.

❖ Efeitos do Contrato Relativamente a Terceiros:

● Princípio Geral:

O princípio geral de que o contrato não beneficia e não prejudica a terceiros,


atingindo apenas partes que nele intervieram, não é absoluto, como se pode ver
no pacto de retrovenda, na estipulação em favor de terceiro, no contrato por
terceiro etc.
● Estipulação em Favor de Terceiro:

➢ Conceito:
É um contrato estabelecido entre duas pessoas, em que uma (estipulante)
convenciona com outra (promitente) certa vantagem patrimonial em proveito
de terceiro (beneficiário), alheio à formação do vínculo contratual.
➢ Requisitos:
➢ Subjetivo:​ Exigência da presença de três pessoas – Estipulante e promitente
(que deverão ter capacidade para contratar) e beneficiário (que não precisa ter
aptidão para contratar).
➢ Objetivo:​ Liceidade, possibilidade de objeto e vantagem patrimonial que
beneficie pessoa alheia à convenção.
➢ Formal:​ Forma livre, por ser contrato consensual.

➢ Natureza Jurídica:
Trata-se de contrato sui generis, no qual a exigibilidade da prestação passa ao
beneficiário, sem que o estipulante a perca.

❖ Efeitos:
➢ Quanto às Relações entre Estipulante e Promitente:

O estipulante e o promitente agem como qualquer contratante;


O promitente obriga-se a beneficiar terceiro, mas o estipulante tem o direito de
exigir o adimplemento dessa obrigação (CC, artigo 436) e de substituir o terceiro,
independentemente da anuência do promitente (CC, artigo 438);
O estipulante pode exonerar o promitente, desde que não haja cláusula que dê ao
beneficiário o direito de reclamar a execução da promessa;
O estipulante pode revogar o contrato, caso em que o promitente se libera perante
terceiro, passando a ter o dever de prestar a obrigação ao estipulante.

➢ Quanto às relações entre promitente e Terceiro: ​Surgem na fase de execução


do contrato, quando terceiro passa a ser credor da prestação prometida (CC,
artigo 436, parágrafo único).
➢ Quanto às relações entre estipulante e terceiro:

O estipulante pode substituir o terceiro


O estipulante pode exonerar o devedor, se o terceiro não se reservar o direito de
reclamar-lhe a execução (CC, artigo 437);
A aceitação do terceiro consolida o direito, tornando-o irrevogável.

● Contrato Por Terceiro.

Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e
danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do
promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que,
pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair
sobre os seus bens.

Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem,
se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.

● Contrato por Pessoa a Declarar.

É aquele em que uma parte se reserva o direito de indicar quem adquirirá direitos
ou assumirá obrigações contratuais, dentro de 5 dias da conclusão do contrato (CC,
artigo 467).
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da
conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da
mesma forma que as partes usaram para o contrato.

Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os


direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que
este foi celebrado.

Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:


I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la;
II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento
da indicação.

Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o


contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.

❖ Efeitos do Princípio da Relatividade quanto ao Objeto da Obrigação:

Em relação ao objeto da obrigação, a eficácia do contrato é também relativa, pois


somente dará origem a obrigação d dar, fazer e de não fazer. Clara está a natureza
pessoal do vínculo contratual, pois um dos contratantes terá o direito de exigir do
outro a prestação prometida. O contrato não produz efeitos reais, pois não
transfere a propriedade ou os ​jura in re aliena​; quando muito, servirá apenas de
titulus adquirendi.

❖ Efeitos Particulares do Contrato:

❖ Considerações Introdutórias:

Os contratos bilaterais, por suas peculiaridades, apresentam particulares efeitos


jurídicos, subordinando-se a normas inaplicáveis ao unilaterais. Sob esse prisma,
consideraremos o direito de retenção, a ​exceptio non adimpleti contractus​, os
vícios redibitórios, a evicção e as arras, que só dizem respeito a essa espécie de
contrato.

❖ Direito de Retenção:
❖ Exceptio no adimpleti contractus:
❖ Vício Redibitório:

● Contrato sem anuência de terceiro:


Promitente, estipulante e a figura de um terceiro que será beneficiado. Este
não está configurado no contrato. Haverá necessidade de um benefício
patrimonial.
● Promessa de fato de terceiro.

É aquele em que as partes fazem um contrato e uma delas reserva para si o direito
de indicar uma pessoa que irá assumir a posição de direitos e obrigações ajustadas
entre as partes. Trata-se de uma obrigação de fazer em benefício de terceiro.
Haverá a figura de uma pessoa que irá indicar a pessoa que irá assumir os direitos e
obrigações no contrato. A segunda pessoa (promitente) é aquele que recebe a
estipulação daquele que indica a outra pessoa que irá estar no seu lugar.
Admite-se a possibilidade de indicar futuramente um terceiro que irá suceder, ou
seja, não necessidade de indicar um terceiro no instante do contrato celebrado.

● Efeitos do Princípio da Obrigatoriedade do Contrato:

O contrato é intangível, a menos que ambas as partes o rescindam voluntariamente ou


haja a escusa por caso fortuito ou força maior (CC, artigo 393, parágrafo único). Fora
dessas hipóteses ter-se-á a intangibilidade ou a imutabilidade contratual. Esse
princípio da força obrigatória funda-se na regra de que o contrato é lei entre as partes,
desde que estipulado validamente, com observância dos requisitos legais. Se os
contratantes ajustaram os termos do negócio jurídico contratual, não se poderá alterar
o seu conteúdo, nem mesmo judicialmente, qualquer que seja o motivo alegado por
uma das partes, e o inadimplemento do avençado autoriza o credor a executar o
patrimônio do devedor por meio do Poder Judiciário, desde que não tenha havido
força maior ou caso fortuito.

● Consequências do princípio da obrigatoriedade:

Caso o contrato não venha a ser celebrado por inadimplência poderá o inocente da
relação jurídica executar diretamente uma ação contra o inadimplemento.
As partes devem cumprir tal como nele se contem, não podendo, as partes, exigir mais
ou menos do que tenha sido estipulado.
O contrato é intangível, irretratável e inalterável, apenas será posto fim a determinado
contrato caso os contratantes assim estabeleçam.

Obs.:​ Tal princípio é mantido no direito atual, mas com atenuações, pois
hodiernamente, para a lei, a doutrina e os tribunais, ante o dirigismo contratual, o
princípio “pacta sunt servanda” não é absoluto (Ex.: Artigos 317, 478, 479 e 480 do CC)
por estar limitado ao princípio do equilíbrio contratual; A teoria da imprevisão, que
deixa de ser norma consuetudinária, passando a ser norma legal, cuja expressão mais
frequente é a cláusula “rebus sic stantibus”, impõe-lhe restrições e dá ao juiz,
excepcionalmente, um poder de revisão por imprevisibilidade (CC, artigo 317) sobre
atos negociais, havendo desigualdade superveniente das obrigações contratadas e
consequente enriquecimento ilícito de um dos contratantes, podendo, ainda, decretar
a resolução do contrato (artigo 479) e a judicial (artigo 317).

● Efeitos da Relatividade dos Contratos.


Os efeitos do contrato devem ficar subscritos na forma do contrato escolhido e
entre as partes que o celebraram, ou seja, o contrato somente produz efeitos
entre os contratantes. O ato negocial deriva de acordo de vontade das partes,
sendo lógico que apenas as vincule, não tendo eficácia em relação a terceiros.

Obs.:​ Quem é o terceiro? É aquele que dele (contrato) não participou e que
verdadeiramente não será atingido pelo contrato, entretanto, se esse terceiro tiver um
vínculo com o contratante ele deixa de ser terceiro estranho e passa a ser sujeito de
direito e obrigações.

❖ Sucessores a título universal:​ Não se trata de uma exceção a relatividade dos


efeitos, pois o mesmo se encontra vinculado. O título universal abrange todos
aqueles que descendem dos compradores e vendedores. Se ao morrer “A”
(credor) e o mesmo tenha “A1” como filho este será sucessor universal. Se o
mesmo tem como filhos “A1” e “A2” serão universal dentro de sua cota. Se
morre “A” (devedor) e o mesmo tenha dois filhos “A1” e “A2”, para isso ambos
deverão, dentro de cada herança, cumprir com a obrigação dentro do limite da
herança.
❖ Sucessor (singular) a título privado:​ Contrato de coisa certa e determinada
destinado à alguém......este é estranho a todos os efeitos dos contratos,
entretanto, poderá este ser afetado pelos efeitos VERRRR
❖ Indicado no contrato​ - contrato de gaveta;
❖ Credores​: Pessoas indiferentes ao contrato, porém, que eventualmente pode
ser necessária sua participação;
❖ Direito de terceiro​ em um contrato antes celebrado.
❖ Efeitos externos do Contrato​: Os efeitos do contrato poderá atingir terceiros
que se encontram fora do contrato;
❖ As próprias pessoas​ que venham a celebrar um contrato podem tomar
medidas necessárias para que não haja oposição no contrato.

Compra e venda com retrovenda:


Compra e venda com reserva do domínio: Nesse caso haverá uma limitação dos efeitos
da relatividade dos efeitos do contrato.
Transmissão do Contrato.
Trata-se da circulação do contrato, consiste, portanto, na substituição de um dos
contratantes por uma outra pessoa estranha ao contrato primário:

● Cedente:​ Transmitente de todos os direitos e suas obrigações estranha ao


contrato que vem a ser o cessionário.
● Cessionário:​ É quem assume os direitos e as obrigações
● Cedido:​ É quem se permanece no contrato tendo que haver de sua parte
concordância, anuência na transferência dos direitos e obrigações de cedente e
cessionário. A concordância do cedido é imprescindível para que ocorra a
transmissão do contrato. Caso haja recusa por parte do cedido ao cedente
poderemos dizer que apenas há uma tentativa na transmissão do contrato.

Obs.: Essa transmissão poderá ser estipulada no contrato originário, no entanto,


poderá ser feita a transmissão após celebrado o contrato. Antes da cessão do cedente
ao cessionário se autorizado pelo cedido.

Pessoas de intervenção no contrato.

Na cessão do contrato temos a figura do cedente que transmite todos os direitos e


obrigações ao cessionário que passará a ter direitos e obrigações antes do cedente.
Nessa transmissão fica obrigado haver anuência por parte do cedido que passará a ter
a relação jurídica com o cessionário.

Requisitos da Cessão de Contratos.

Contrato sinalagmático: Existência de Direitos e obrigações para ambas às partes.


Apenas caberá a transmissão de contrato quando houver direitos e obrigações
reciprocas.

Os direitos e obrigações deverão estar em andamento, ou seja, caso o contrato tenha


sido cumprido não há o que se falar em cessão de contrato. Assim, poderá ser possível
aqueles contratos que são deferidos no tempo.

Distinção entre cessão de débito ou de crédito e cessão de contrato.

Na cessão de contrato fica obrigado haver a anuência por parte do cedido. Na cessão
de débito ou de crédito haverá necessidade de anuência por parte do credor no caso
de transmissão de dívida. Na cessão de crédito poderão ser transmitida sem anuência
por parte do devedor. Na cessão de crédito haverá a necessidade de notificação por
parte do credor ao devedor – Ver 290 do CC.

Formas de Cessão de Contrato.

● Cessão Própria:​ envolve três figuras na circulação de contrato;


● Cessão Imprópria:​ Nesse caso, não haverá comunicação entre cessionário,
cedido e cedente por ser consequência imposta por lei.

Ex.: Caso a empresa seja devedora ou credora uma determinada obrigação não será
necessário anuência por parte das mesma. No caso de hipoteca recaem sobre o imóvel
e sua dívida não será afetada por uma futura venda do mesmo; Compra e venda de
apartamento com encargos de condomínio, caso haja à compra do AP haverá a
necessidade de uma declaração de obrigações de pagamento efetuados, caso não
tenha sido pago o condomínio e o contrato tenha celebrado, o novo dono responderá
pelos custos do condomínio.

● Efeitos da Cessão de Contrato:


❖ Cedente e Cessionário:​ É a substituição que ocorre entre ambos em todos os
direitos e todas as obrigações; O cedente continuará respondendo pela
validade do contrato e pela própria capacidade em transmitir os direitos e
obrigações. Livre e desembaraçada - O cedente se desvincula em totalidade por
força da transferência do contrato. Haverá a figura também da
responsabilidade subsidiária por parte do cedente ao cessionário caso este não
cumpra a obrigação.
❖ Cedente e Cedido:​ Concordância do cedido ao cedente dentro de uma
determinada relação jurídica. Tem por consequência a saída do cedente para
uma nova figura contratual (cessionário).

Compromisso de compra e venda do condomínio:​ artigo 31 da lei 6766

Feito o registro do loteamento e vendido começa a vender

Revisão dos contratos pelo juiz.

● Clausula rebus sic stantus​:

A primeira guerra mundial foi o ponto de início, com grande escala, sobre a revisão dos
contratos de longa duração com consequência de alterações dos preços. Devido este
problema passaram à adotar a cláusula rebus sic stantus – Falliot (lei de revisão dos
contratos).
No Brasil acreditava-se que o contrato deveria o mesmo ser cumprido, no entanto,
houve grande discussão e assim em 1939 a questão foi parar no STF. Nelson Hungria
discutiu isso em um determinado contrato de prestação com uma empresa da Bélgica.

❖ Requisitos da Teoria Rebus Sic Stantus:

Contrato comutativo: Existência de direitos e obrigações equivalentes entre as partes


contratantes;
Execução continuada: Contratos de trato sucessivo ou de certa duração no tempo (a
termos a ser cumprida);
Que ocorra um acontecimento imprevisível que torne gravoso o cumprimento por
parte do devedor;
Que os fatos sejam graves, ou seja, que o fato acarrete uma onerosidade ao devedor a
ponto que o mesmo não possa cumprir sua obrigação;
Acontecimento geral, ou seja, oneração geral e não particular ao devedor.

Obs.: Deverá ser observados os requisitos da cláusula “rebus sic stantus” para a sua
aplicação.

Teoria da Imprevisão.

Esta teoria não é propriamente um instituto novo. No código de Hamurabi em seu


artigo 48 já previa a condição de revisão de um determinado contrato pela imprevisão.
O CC de 1916 não previa da aplicação da cláusulas “rebus sic stantus”, no entanto, era
utilizado como interpretação de revisão de contratos.
O CC de 2002 nos artigos 478 do CC e seguintes adota a possibilidade da Teoria da
imprevisão. O artigo 479 fala sobre a resolução
No CC existe a possibilidade da teoria da imprevisão e no CDC basta o acontecimento
não sendo necessário essa teoria, ou seja, trata-se de responsabilidade objetiva.

● Violação Objetivo dos Contratos:

É preciso que se tenha a concepção básica de que havendo a violação de um


contrato, de norma, de contrato haverá a necessidade de indenizar.

➢ A obrigação extracontratual é o dever jurídico de respeitar o direito de outrem


e não violando o direito de ninguém. Havendo violação haverá a necessidade
de indenizar.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,


nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
➢ A obrigação contratual que não for cumprida haverá necessidade que indenizar
por eventual cláusula desrespeitada, e, o inadimplemento por parte do
devedor apenas s

Extinção do Contrato.

● Causas extintivas:

É necessário montarmos um esquema para utilizarmos os termos que seguem.


Quando falarmos em extinção do contrato estaremos diante dos casos em que há
desconstituição dos eventuais direitos e obrigações. Ou seja, a extinção do
contrato se refere ao nascimento, seu duramento, e se extinguiu com o
exaurimento integral de seus efeitos.

Os contratos se extinguiram em duas hipóteses:

❖ Instantânea:​ Aqui o contrato se exauriu de forma em que as partes


celebram contrato, executaram o contrato, e o mesmo termina.
❖ Referida:​ Aqui o contrato se exauri de forma deferida, ou seja, em data
determinada combinada pelos contratantes.

Execução continuada ou periódica:​ Contrato celebrado em certo lapso de tempo.


Esse contrato terá termo final com prazo determinado. ​Ex.:​ Locação.

● Hipóteses de interrompendo do Contrato.

Causas anteriores ou concomitantes a celebração do contrato, provocam o


encerramento prematuro do contrato provocando a nulidade (existe um vício não
produzindo efeitos jurídicos por violar a lei que estabelece os requisitos do
contrato) ou a anulabilidade (ele é eficaz e produz efeitos até que sobre venha uma
sentença judicial que o declare anulável).

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:

I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;


II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua
validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar
sanção.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio
jurídico:

I - por incapacidade relativa do agente.


II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude
contra credores.

● Vícios supervenientes a celebração do contrato:

Acontecimento posterior à celebração do contrato não permitindo o exaurimento


natural do contrato. Ou seja, o contrato se extinguiu anormalmente.

❖ Resolução:​ Trata-se de um contrato não executado corretamente, ou seja,


ocorre o inadimplemento do contrato. A resolução sempre exigirá a proposição
de uma ação para a análise por parte do juiz reconhecendo ou não o vício nele
contido. O contrato também será resolvido em mora. O contrato será analisado
quando o contrato é deficientemente cumprido gerando o inadimplemento do
mesmo.

❖ Resilição:​ Trata-se de um acordo de vontade entre os contratantes para por fim


ao contrato. A resilição é um contrato celebrado para dar fim a um contrato
existente anteriormente celebrado.

❖ Rescisão:​ Ocorre quando um dos contratantes venha a morrer (obrigação


personalíssima que tenha contratos celebrados).

❖ Mandato em causa própria: ​A morte não extingui esse tipo de contrato.


Trata-se do contrato celebrado dentro de um mandato (procuração) outorgado
em favor do mandante ao mandatário.

● Exceção de contrato não cumprido:

➢ Caso Fortuito e Força Maior. Ocorrendo uma das hipóteses o devedor não fica
obrigado a arcar com os danos decorridos desse dano. Pois a consequência de
ambos ataca o propriamente o devedor. Artigo 393 do CC

➢ A obrigação de dar coisa incerta apenas se perfaz como objeto do contrato


quando a mesma é determinada, sendo assim, não haverá o que se falar em
força maior ou caso fortuito.
➢ Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do
comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do
comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso
fortuito, ou força maior.

➢ Artigo 607 do CC.

➢ Artigo 636 do CC.

➢ Artigo 936 do CC.

➢ Artigo 734 do CC.

● Rescisão:

Parte da doutrina, baseada nos ensinamentos de Besimeu diz ser a rescisão uma
lesão ao contrato. Será objeto de rescisão de um contrato sempre que houver uma
vantagem de um dos contratantes sobre o contrato acarretando a lesão do
contrato.
Art. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. Termina,
ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão ​(resilição)​ ​do contrato
mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da
continuação do contrato, motivada por força maior.

O termo “rescisão” deverá ser usado quando houver a anulabilidade do contrato.


Poderá haver, no caso de rescisão, a figura da resolução do contrato. Também
poderá não ocorrer a anulabilidade do contrato caso o mesmo seja ajustado entre
os contratantes.
Rescisão = ocorrendo a anulabilidade o contrato retroage ao momento da
celebração não produzindo seus efeitos.

● Resilição​.
As partes, tendo interesse em determinada situação, celebram um contrato. A
resilição vem a ser um acordo de vontade entre as partes contratantes para
celebrar um novo contrato que anteriormente fora feito, ou seja, o destrato
entre as partes. As partes estabelecem como dispor o destrato, no entanto, a
lei impõe a forma especifica em que a resilição deverá se desenvolver esse
destrato. Excepcionalmente a lei pode fazer uma exigência para a resilição =
Fiança com prazo de 60 dias ao credor, para que o mesmo notifique o devedor
para que haja um novo fiador. Ver também artigo 473
● Resolução.
A resolução se refere ao inadimplemento das partes, ou o contrato foi executado
de maneira deficiente, ou seja, mal executado. Apenas se fala em resolução nos
contratos sinalagmáticos. O contrato aleatório não suporta a resolução por ser um
contrato de risco.

A inexecução do contrato pode ser culposa ou inexecução por caso fortuito ou


força maior,

Em um contrato sinalagmatico, ocorrendo o inadimplemento da obrigação a parte


inocente poderá exigir seu adimplemento ou perdas e danos.

Todo contrato tem uma cláusula resolutiva estabelecendo o cumprimento ou


perdas e danos. Há também a figura da clausula resolutiva expressa que estabelece
a resolução do contrato caso o mesmo não venha a ser cumprido. Caso não haja a
cláusula resolutiva expressa (incide de pleno direito) se entenderá que a
notificação de cláusula resolutiva tácita deverá ser apresentada dentro de um
prazo razoavelmente compatível com a obrigação a ser feita.

Teoria da imprevisão.
Diferença para a onerosidade excessiva do Código de Defesa do Consumidor; Revisão
judicial do contrato;

TÍTULOS DE CRÉDITO.
PROFESSOR – DR. CARLOS ROSSETO JUNIOR

Título de Credito.

Endosso​.
Endosso é a transferência da titularidade de credito, para transferi-lo é só assinar na
frente ou no verso + o nome do beneficiado.
O endosso só produz um efeito que é a transferência da titularidade. Porém na lei dos
cheques produz mais um efeito que é vincular o endossante ao pagamento do título.
No caso do cheque ser endossado a um terceiro e esse cheque estar sem fundo poderá
entrar com processo contra o primeiro e o segundo com titularidade do credito.

Título de credito​.
O título pode ter partes em branco ou todo e essas lacunas serem preenchidas na
apresentação.

Princípios​.

❖ Cartularidade​.
O papel é necessário para adquirir a recompensa, como cheque, sem ele nao há o
valor simbólico.
❖ Literalidade.
Só pode ser exigido o que esta no texto do título de credito, nada a mais nem a menos.

❖ Autonomia​.
Os títulos de credito valem por si só independentemente da obrigação que o criou.
Esse principio se subdivide em dois outros dois;
Abstração: o título de credito não guarda nenhuma relação com a obrigação que o
criou, essa regra não é geral, nossos tribunais relativizam a aplicação da abstração, isso
ocorre toda vez que se puder vincular o título à obrigação, ou seja, se estiver previsto
no contrato e uma vinculação do título com a obrigação (ex. Estar falando do título no
contrato e estar no título falando do contrato).

❖ Inoponibilidade​: nada do que aconteceu na obrigação poderá ser alegado


contra um terceiro de boa fé, ou seja, se eu compro um carro roubado e com
esse cheque a pessoa que vendeu vai pagar uma divida esse cheque sendo
endossada no nome dessa pessoa, a terceira que recebera o cheque não tem
nada a ver o que houve a princípio.

Classificação doutrinaria​.

❖ Quanto a forma​.
❖ Livre​: não há padrões pode ser feito em papel higiênico.
❖ Modelo vinculado​: como por exemplo o cheque que precisa seguir um padrão.

❖ Quanto a origem.
❖ Causal​: aquele que depende de uma causa para ser emitido, como por exemplo
a duplicata.
❖ Não causal​: não precisa de causa para ser emitido.

Art. 890​. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de


endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que
dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além dos limites
fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
Art. 887​. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e
autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.

27/08/13.
Requisitos da parte geral​.

❖ Agente capaz.
❖ Objeto licito.
❖ Forma prescrita em lei:
➢ Data emissão
➢ Indicação precisa direitos.
➢ Assinatura.

Emissão eletrônica:​ é possível desde que preenchidos os requisitos legais.

Endosso​.
É um ato cambiário, é a transferência da titularidade de um título de credito
nominativo (é aquele que possui o nome do beneficiário).
O dono do título de credito ao portador é quem o porta, a transferência (se da pela
simples tradição).
O devedor ou o sacado que ira pagar um título de credito não esta obrigado a conferir
a autenticidade do endosso, apenas devera certificar a existência do endosso.

❖ Nominativos​.
Aquele com o nome. Só é permitido um endosso.

❖ Portador​.
Aquele quem o porta. Não a controle de endossados, simples tradição.

❖ Branco​ - Quando se apenas assina um título nominativo para endosso sem


identificar o endossado esse cheque se torna do portador

❖ Preto​ - aquele que transfere a titularidade e indica o nome do novo


beneficiário.

Endossante - ​quem passa.


Endossatário -​ quem recebe.

Efeitos​: vincula o endossante ao pagamento do título e a transferência.

Impróprio​: não transfere a titularidade do título de credito, transfere somente alguns


direitos. ​Caução​ (também chamado endosso garantia, transfere a titulo de garantia) e
mandato (especifica os poderes que esta transferindo).
Não existe cheque caução quando se trata de consumidor.

Aval​.

É uma forma de garantia pessoal.


Garantia pessoal é quando uma terceira pessoa estranha a obrigação se responsabiliza
por ela. A garantia real é próprio devedor entrega um bem ao credor garantindo a
obrigação. As garantias reais são clausuladas.
❖ Ato unilateral​ - o aval é um ato unilateral.
O aval é feito da mesma forma que o endosso, a simples assinatura no verso ou na
frente do título. O aval é uma garantia que só serve para o título de credito e a fiança
serve para todo o resto.

Os efeitos são diferentes da fiança e do aval: a responsabilidade do avalista é solidaria


e do fiador subsidiaria.
O avalista ou o fiador tem o direito do regresso.

Na fiança existe o beneficio de ordem​: o primeiro efeito é quando tem um fiador só (o


fiador indica o bem do devedor para ser executado), o segundo é quando existem
vários fiadores que poderão estabelecer entre eles um beneficio de ordem.
O aval não permite beneficio de ordem​. Na fiança existe o beneficio da divisão (os
fiadores dividem a responsabilidade entre eles).

Não existe aval parcial​, apenas fiança parcial. Na fiança há a possibilidade de se pedir
a exoneração (835), no aval não existe a possibilidade de exoneração. Os herdeiros
respondem por aval estando o título vencido ou vincendo (na medida no patrimônio
recebido). Na fiança os herdeiros respondem pelos débitos até a data do falecimento
(dentro do patrimônio). Ambos precisam do consentimento do outro consorte
(marido/mulher).

Protesto.
Formalizar e tornar pública a mora.
Se você quer ajuizar a ação contra devedor principal (quem assina) o protesto é
facultativo, executado coobrigado é necessário o protesto. Na obrigação cambiaria o
endossante é coobrigado.

❖ Protesto por falta de pagamento​ - decorre da inadimplência


❖ Protesto por falta aceite​ (ato cambiário pelo qual o devedor aceita o título, só
escrever aceito e assinar a frente /verso do título) - nos títulos em que o aceite
existe o credor poderá protestar o sacado que injustificadamente recusar
aceitar o título.
❖ Protesto por falta de devolução​ - quando o devedor que recebe o título para
aceita-lo o retém indevidamente.

Letra de câmbio​.

Permite cláusula de juros.


É um título de credito classificado como ordem de pagamento (existe uma terceira
pessoa que participará).
Tomador é pra quem vai ser pago, sacado é quem paga e sacador é quem da a ordem
de pagamento.
O sacado só pagará o título se ela aceitar, se aceitar passa a ser a devedora principal. A
recusa do aceite não existe obrigação a mesma e ocorre o vencimento antecipado do
título que poderá ser cobrado imediatamente do sacador.
Uma mesma pessoa pode ser sacadora e sacada.
Prazo de respiro é o prazo de 24h que possui o sacado para decidir se aceita ou não o
título.
● Clausulas:​ sem despesas e sem protesto. Sem despesas significa que o título só
poderá ser apresentado para aceite no dia de seu vencimento (no caso do não
aceitar não existe o vencimento antecipado). Na cláusula sem protesto o
protesto contra os coobrigados passa a ser facultativa.
● São requisitos essenciais da letra de câmbio​ - a expressão letra de câmbio,
promessa incondicional de pagamento (não pode ter nenhuma condição),
nome do sacado, data de vencimento (caso não tenha é exigível a vista), local
do pagamento, nome do tomador, data e locar da emissão, assinatura do
sacador.
● Vencimento: ​Ocorrerá o vencimento antecipado do título podendo ser cobrado
imediatamente do sacador caso não haja aceite por parte do sacado, no
entretendo, por falta de aceite o sacador deverá ser protestado.

Para que possa ser exigido imediatamente o pagamento (após a negação do aceite)
o tomador deverá protestar o sacador.

● Pagamento:

● Protesto: ​Para protestar uma letra de cambio por falta de aceite ter-se-á até o
dia seguinte até o vencimento da mesma.

Qual é consequência da perda do prazo?

Perde-se o direto de ação contra o coobrigado, ou seja, a perda do prazo para


protesto por falta de aceite ocasiona a perda de ação em face do coobrigado.

Obs.:​ Caso haja um prazo de respiro no último dia do vencimento prorrogar-se-á o


prazo para protesto do mesmo.

O prazo para protesto por falta de pagamento é o de dois dias úteis seguintes ao
vencimento. No entanto, esse prazo é referente ao coobrigado, ou seja, o devedor
principal segue obrigado ao adimplemento.

Prescrição.

Dependerá de quem o sacador irá executar. Sendo assim:

O prazo para propor ação contra o devedor principal o prazo é o de até 3 anos
contados da data do vencimento do título.

O prazo para propor ação de execução contra o coobrigado é o de um ano


contados da data do protesto.

O prazo para regressar seis meses contados da data do pagamento (caso o


coobrigado ou o avalista pague o título de credito poderá entrar com ação
regressiva contados da data do pagamento). Prazo de respiro é o prazo que tem o
sacado para pensar se aceita ou não aceita o título.

● Existem duas cláusulas que podem ser postas na letra de cambio por parte
do sacador​:
❖ Sem despesas:​ significa que o título só poderá ser apresentado para aceite
no dia do seu vencimento (em caso de recusa de aceite não haverá a figura
de vencimento antecipado).
❖ Sem protesto:​ Significa que o protesto contra os coobrigados passa a ser
facultativo (exigência do tomador).
● Aceite Parcial.
❖ Aceite parcial modificativo:​ Como exemplo a mudança do aceite futuro.
Aceite parcial limitativo:​ Refere-se ao valor em que

Obs.:​ Tem como consequência que o que não foi aceitado ou modificado opera os
efeitos da recusa do aceite.

No caso de inadimplência poder-se-á mover uma ação de execução 585 do CPC

O protesto poderá ser parcial de um título desde que esteja ressalvado um


pagamento parcial. Ou seja, admite-se o aceite parcial apontado no próprio título,
assim, o protesto por um eventual não pagamento.

Nota Promissória.

● Conceito:

A nota promissória tem natureza jurídica de promessa de pagamento, portanto, o


próprio emitente cumprirá o pagamento. Sendo assim, na nota promissório temos
a figura de apenas dois sujeitos. O emitente ou sacadora e o beneficiário ou
tomador. A figura do sacado não existe. Endosso protesto, prazo prescricionais são
aplicados na nota promissória, exceto as diferenças:

❖ Quanto à natureza jurídica:​ Promessa (Letra de cambio - ordem de


pagamento);
❖ Quanto à posição do sacador:​ Nota promissória - devedor principal (Letra
de cambio o sacador é coobrigado);

Obs.:​ ​Portanto para acionar o sacador da letra de cambio é necessário o protestado,


enquanto que para acionar o sacador da nota promissório o protesto é facultativo.

❖ Quanto ao Sacado:​ Na nota promissória não há a figura do sacado,


portanto, não a figura do aceite, enquanto na letra de cambio temos ambas
as figuras.

Obs.​: No mais tudo em que temos na letra de cambio se aplica na nota promissória

Cheque.

● Conceito:​ A natureza jurídica de um cheque é a ordem de pagamento a vista.


Qualquer menção escrita no cheque que o descaracterize como ordem de
pagamento a vista será considerada como não escrita.

O cheque pós-datado faz um contrato entre as partes e a parte que desrespeitar o


pactuado deverá ressarcir os prejuízos sofridos pela parte inocente.

Artigo 171 inciso, VI. Interpretação dos tribunais superiores (STJ e STF) – Cheque sem
fundo pós-datado não caracteriza o tipo do inciso VI do artigo 171 do Código Penal,
porque não se trata de uma ordem de pagamento a vista.

● Sacado: ​Apenas será o sacado se o mesmo for um Banco. O sacado (banco) está
proibido de garantir o pagamento do cheque, portanto, o banco esta proibido
de:

Avalizar, aceitar ou mesmo endossar um cheque. Ou seja, o banco apenas pagará o


cheque se houver fundos.

● O cheque é um modelo de vinculado, ou seja, ele é padronizado e


obrigatoriamente deve conter seis requisitos:
➢ A expressão cheque;
➢ Uma ordem incondicional;
➢ Identificação do sacado;
➢ Assinatura do sacador;
➢ Local do pagamento;
➢ Data da emissão

Obs.:​ Um cheque emitido sem local de emissão, considerar-se-á emitido no local do


pagamento.

● Tipos de Cheque:​ Espécies


❖ Cheque Visado:​ é aquele que antes da apresentação para pagamento, o banco
sacado, previamente, reserva fundos para pagar o cheque.
❖ Cheque administrativo:​ é aquele emitido pelo próprio sacado (o sacado e o
sacador são as mesmas pessoas).
❖ Cheque Cruzado:​ é aquele que só poderá ser pago mediante depósito e
compensação bancária. O cruzamento se faz por duas linhas perpendiculares e
paralelas na frente do cheque, ou seja, caso um cheque receba as duas linhas o
mesmo deverá ser depositado. Há duas modalidades de cruzamento:
❖ Branco:​ Não há a identificação do banco em que deverá ser depositado.
❖ Preto:​ Há a identificação do banco em que deverá ser depositado.

Quem saca um cheque emite um título.

❖ Para levar em conta:​ é o cheque cruzado em preto que além da identificação


do banco sacado deverá conter a conta corrente do favorecido em que deverá
ser depositado.

Prazos para apresentação.

Se o cheque for emitido na mesma praça de pagamento, o beneficiário terá 30 dias


para apresenta-lo ao sacado para recebê-lo.

Se o cheque for emitido em praça diferente daquele de pagamento, o beneficiário terá


60 dias para apresentar ao sacado para recebê-lo.

Caso o cheque seja apresentado depois do prazo haverá duas consequências, ​a saber:

Perda do direito de ação contra os coobrigados, ou seja, o endossante (coobrigado)


fica livre de ação contra o mesmo.

Se o cheque não for pago por culpa do sacado ou pela ocorrência de algum caso
fortuito o sacador ficará desobrigado do pagamento.

● Sustação: ​Pode ser dada por revogação ou oposição.


❖ Revogação: quando o emitente limita a ordem de pagamento ao prazo de
apresentação do cheque. Não é usual.
❖ Oposição: é a ocorrência de algum motivo relevante que justifique a contra
ordem de pagamento.
● Modalidades de Sustação: ​Oposição é a ocorrência de algum motivo relevante
que justifique a contra ordem de pagamento.​ ​Ex.:​ ​Roubo, extravio
● Efeitos de pagamento: ​Pro Solvendo: Pagando-se uma obrigação com cheque​.
Regra geral o efeito do cheque é pro solvendo, ou seja, a obrigação somente
será quitada com o efetivo pagamento do cheque. No entanto, essa regra não
é absoluta. O cheque gerará efeitos pro soluto quando o mesmo for utilizado
para pagamento de outro título de crédito.
● Protesto do Cheque: ​Prazo: O prazo para protesto de um cheque é o mesmo
para a sua apresentação. Ou seja, 30 dias na mesma cidade e 60 dias em
cidades diferentes. Passando o prazo perde-se o direito de ação contra os
coobrigados.
● Execução: ​O cheque é título executivo, ou seja, em falta de pagamento
poder-se-á ajuizar ação contra. O prazo para a execução de um cheque é de 6
meses contados do fim do prazo da sua apresentação.

Duplica.

● Conceito: ​É um título causal, ou seja, ela só poderá ser emitida se a mesma


tiver uma causa. Essa causa poderá ser uma compra e venda mercantil
acompanhada de nota fiscal ou uma prestação de serviço acompanhada de
uma nota fiscal.

Obs.:​ Caso não se obedeça a essa regra estará se praticando crime de duplicata fria
(172 do CP).

● Recusa.
Na duplicata existe a figura do aceite (diferentemente da letra da cambio), no
entanto, o aceite na duplica é obrigatória. Sendo assim, a recusa do aceite da
duplica somente poderá ser feita por escrito justificada em um dos seguintes
motivos: Avaria; não recebimento das mercadorias; divergência entre preço
prazo ou condições de pagamento; ou, não realização do negócio. E terceiro
vícios na mercadoria ou na prestação de serviços.
● Tipos de Aceite.
❖ Aceite Ordinário:​ Aceite comum, ou seja, o aceite do produto no mesmo título;
❖ Aceite por Comunicação:​ é aquele que é feito em qualquer documento
diferente do título, ou seja, o aceite pode ser dado fora do título em qualquer
outro lugar.
❖ Aceite Presumido:​ Se o comprador recebe uma duplicata á retêm ou á devolve
sem a justificativa da recusa do aceite, presumir-se-á que se aceitou o título.
PROVA
❖ Protesto: ​Para pegar o devedor principal a regra é que o protesto é facultativo,
para o coobrigado o protesto é obrigatório. O prazo de protesto da duplica é de
30 dias do vencimento.
❖ Execução: ​A duplicata é um título executivo e a forma que será instruída a
execução dependerá da forma do tipo de aceite.

❖ Se o aceite for ordinário:​ basta juntar o título (duplicata) e a nota fiscal.

Se o aceite for por comunicação:​ deverá ser a comunicação ser protestada; deverá ser
anexada na execução a duplicata, a comunicação devidamente protestada e a nota
fiscal. Perde-se o direito do coobrigado.

❖ Se o aceite for por presunção:​ se o comprador reteve a duplicata, o vendedor,


deverá instruir a execução.
➢ Boleto de indicação;
➢ Protesto do boleto de indicação;
➢ Nota fiscal;
➢ Comprovante de entrega da mercadoria.

Aqui há uma exceção ao princípio da cartularidade, pois poder-se-á imitir-se um boleto


de indicação para eventual execução.

❖ Duplicata por conta de Serviço: ​É uma faculdade que tem os prestadores de


serviço que não podem emitir nota fiscal. Para a emissão de uma duplicata em
conta de serviço deverá o prestador de serviços:
➢ Elaborar uma conta de serviço;
➢ Registrar na conta de serviço em cartório de títulos e documentos;
➢ Enviar a conta de serviço devidamente registrada ao devedor com o
comprovante de sua entrega;
➢ Protestar a conta de serviço;
➢ Executar.

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