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Resumo
Este trabalho tem por objetivo estudar o comportamento da conformação do aço 1045
quando submetido à diversos tratamentos térmicos. Diversas amostras foram submetidas
aos seguintes tratamentos: normalização, recozimento, têmpera à óleo e têmpera a
salmoura. Através dos ensaios mecânicos de compressão e dureza, suas propriedades
foram comparadas entre si e com as propriedades das amostras não-tratadas.
Metalografias foram realizadas para caracterizar a micro-estrutura das amostras a fim de
validar os tratamentos térmicos realizados e analisar as amostras no estado pós-
conformadas. As amostras temperadas obtiveram alta dureza, e a têmpera a óleo
apresentou uma taxa de compressão de 22%. A amostra não tratada e as amostras
recozidas e normalizadas plenamente apresentaram taxas de compressões similares, em
torno de 75%.
Palavras chaves: tratamento térmico, conformação mecânica, aço SAE 1045.
Abstract
This paper has the objective to study the behavior of 1045 steel when submitted to
several heat treatments. Several samples were submitted to the following heat
treatments: normalizing, full annealing, oil tempering and brine tempering. Through
mechanical tests of compression and hardness, the specimen’s properties were
compared among each other and with the non-treated samples. Metallographies were
made to characterize their micro-structures, in order to validate the heat treatments
made and to analyze the post-conformed specimens state. The tempered samples have
shown high hardness, and the oil tempering process influenced the deformation
significantly, yielding a compression rate of 22%. The non-treated sample and the
annealed and normalized samples presented similar compression rates, around 75%.
1) INTRODUÇÃO:
2)METODOLOGIA EXPERIMENTAL:
2.2 Amostras
As amostras foram usinadas de uma barra cilíndrica laminada a quente,
comumente comercializada, de modo a ficar com 10 mm de diâmetro e 20 mm de
comprimento. A composição avaliada por espectroscopia em uma amostra com
diâmetro maior revelou a seguinte composição, apresentada na Tabela 2.1:
Elemento %
C 0,45618
Si 0,20512
Mn 0,55030
P 0,02658
S 0,01522
2.3 Conformação
Dois grupos de amostras foram formados. Ambos foram submetidos aos
tratamentos térmicos mencionados, mas apenas um deles foi conformado, para posterior
comparação dos resultados.
Foi utilizada uma máquina universal de ensaios mecânicos (Figura 2.3.1) para
conformar as amostras, sendo que a carga utilizada foi de 300 kN com uma taxa de
deslocamento de 5 mm/min. Empregou-se lubrificante sólido nas faces dos corpos de
prova para garantir uma melhor qualidade nas conformações.
∆l
ε=
l0
3) RESULTADOS E DISCUSSÃO
Taxa de
Amostra
Conformação
Bruta 65,60%
Recozida 69,00%
Normalizada 66,50%
Têmpera Salmoura 12,20%
Têmpera Óleo 22,00%
Como pode ser visto ainda na tabela 3.1, a taxa conformação das amostras não
temperadas são similares. A maior taxa de conformação obtida provém do tratamento de
Recozimento pleno, conforme o esperado segundo a literatura.
Tratamento Térmico
Sem Têmpera em Têmpera em
Recozimento Normalização
tratamento salmoura óleo
Amostras não
58 59 65 120 119
conformadas
Amostras
104 100 103 119 118
conformadas
A figura 3.2 mostra a diferença substancial entre as durezas das amostras sem
tratamento, recozidas e normalizadas, o que indica a presença de encruamento,
evidenciado também pelas grandes taxas de conformações presentes nessas amostras.
Por outro lado, as amostras temperadas apresentaram pouca diferença na dureza, o que
condiz com o pequeno encruamento obtido na conformação das mesmas.
Comparando os valores da figura 3.2 tomando como parâmetro o tratamento
térmico realizado, nitidamente se percebe uma diferença de microestruturas, como será
explicitado a diante. A martensita, resultado dos tratamentos de têmpera, tem dureza
mais elevada que grãos de perlita grosseira ou fina em matriz ferrítica, característica dos
tratamentos de recozimento e normalização para esse material. O efeito é uma dureza
muito maior para as amostras temperadas, como pôde ser observado. As amostras sem
tratamento tem origem num processo de trabalho a quente e portanto também possuem
dureza inferior às temperadas, com uma estrutura de grãos de perlita em matriz ferrítica.
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3.3 Metalografia
A figura 3.3 mostra a microestrutura do aço SAE 1045 na condição bruta, como
fornecida pelo fabricante.
Figura 3.3: Amostra de SAE 1045 no estado bruto, atacada em Nital 1%.
Ampliação de 500x.
Pode-se ver a matriz ferrítica, a parte clara, e os grãos de perlita, a parte escura. A
equiaxidade dos grãos mostra que não houve trabalho mecânico a frio nessa direção.
Na figura 3.4 tem-se a mesma condição sem tratamento térmico de uma amostra
conformada.
Figura 3.4: Amostra de SAE 1045 sem tratamento térmico, conformada, atacada
em Nital 1%. Ampliação de 500x.
Figura 3.5: Aço SAE 1045 recozido, atacado em Nital 1%. Aumento de 500x.
Figura 3.6: Aço SAE 1045 recozido, conformado a frio, atacado em Nital 1%.
Aumento de 500x.
Como nos outros casos anteriores, está clara a presença de encruamento na figura
3.8, deixando os grãos alongados em uma direção. Um resultado plausível se
comparado à tabela 3.1 que mostra uma taxa de compressão significativa para as
amostras normalizadas.
Vê-se também, no estado apenas normalizado (figura 3.7), grãos menores que no
estado bruto (figura 3.3) e que no estado recozido (figura 3.5). Isso se deve ao início do
processo de recristalização que, assim como no recozimento, está presente na
normalização, logo após a austenitização completa da estrutura cristalina do aço. Como
o resfriamento do recozimento é mais lento, dentro do forno, as altas temperaturas
favoreceram um crescimento de grão não notado na normalização, na qual a taxa de
resfriamento é mais alta uma vez que as amostras são resfriadas ao ar quiescente.
A diferença entre as taxas de resfriamento da normalização e do recozimento
implicam em estruturas distintas para cada um desses tratamentos. O recozimento
favorece a formação de perlita grosseira que consiste em lamelas espessas tanto de
ferrita quanto de cementita. Elevadas taxas de difusão estão associadas às temperaturas
de transformação isotérmica inerentes ao processo de recozimento, permitindo que os
átomos de carbono percorram distâncias relativamente longas, o que resulta na
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conformação foi pequena para esse caso, de modo que a dureza não teve alterações
significativas.
O mesmo aconteceu para a têmpera em óleo, conforme explicitam as figuras 3.11
e 3.12:
4) CONCLUSÕES :
BIBLIOGRAFIA: