Professional Documents
Culture Documents
0DSXWRGH0DUoRGH$12;;91o3UHoR0W0RoDPELTXH
log
ció
so
um
Págs. 4 e Centrais
de
io
ár
Pág. 2
Reviravolta no Moza
Di
Reviravolta no Moza
Por Armando Nhantumbo
o
epois de, ano passado, ter talização do Moza, o BM tinha dado cesso negocial, Malik enfatizou o in-
visto goradas as suas pre- dois meses, contados de 23 de Janeiro teresse do Arise trabalhar com a com-
tensões de entrar na estru- de 2017, para que os accionistas do ponente privada do banco, mas a sua
log
tura accionista do Moza Moza injectassem dinheiro no banco. percepção foi acolhida com frieza por
Banco, que na altura estava em “ Vencido o chamado período de di- parte dos representantes conotados
reito de preferência, o Banco Central com os interesses do Estado (banco
hasta pública”, no âmbito da sua
colocou o Moza em “hasta pública”, central e fundo de pensões), uma in-
recapitalização, o Arise Fund, tal que terminou com a detenção maio- dicação de que continuam as reservas
como vaticinou o SAVANA, está ritária da Kuhanha. O valor da oferta em relação à direcção da MC. O BM
no processo de se tornar num dos foi determinado por apuramento de intentou uma acção de contravenção
accionistas de referência do ban- contas do banco. a todos os representantes da MC nos
co detido maioritariamente pela Na entrevista desta quarta-feira, ao órgãos sociais do Moza banco à data
Kuhanha, a sociedade Gestora do nosso Jornal, o PCA da Moçambique da intervenção em 30 de Setembro
ció
Fundo de Pensões do Banco de Capitais lembra que, antes mesmo de 2016.
Moçambique (BM). da intervenção, foi apresentada uma O Gapi, uma instituição de crédito
proposta de capitalização. “Mas, ou- virada para o mundo rural e que é ac-
A entrada do Arise Fund na estrutu- tros interesses falaram mais alto” de- cionista do BTM, pode vir igualmen-
ra accionista do Moza foi anunciada, Uganda e no CAL Bank do Ghana. de Administração (PCA) da MC, sabafa Prakash Ratilal. te a integrar a estrutura de capital do
esta terça-feira, 27, através de um Um forte investidor Praksh Ratilal, diz que só as entida- Moza.
comunicado de imprensa divulgado inicialmente preterido a des oficiais é que podem responder Mudanças à vista Apesar da posição minoritária, o Ari-
pela Kuhanha. favor da Kuhanha porquê a proposta da MC com o A entrada do Arise Fund na estrutura se quer uma posição de influência nos
Na nota, a sociedade Gestora do O Arise Fund é o mesmo grupo Arise não foi respondida e considera accionista da Kuhanha, segundo apu- órgãos de direcção do Moza, nomea-
Fundo de Pensões do BM não es-
pecifica a quota do Arise Fund, re-
ferindo apenas que o novo investidor
detém uma posição minoritária. O
SAVANA sabe, no entanto, que o
fundo Arise deverá deter entre a 30
a 35% do capital do banco, mantendo
a Kuhanha uma posição maioritária,
que, em Março de 2017, aquando
da primeira fase da recapitalização
do Moza, estava associado à Mo-
çambique Capitais SA (MC), para a
aquisição da instituição que se afir-
mou como o primeiro banco, verda-
deiramente moçambicano, fora da
esfera Frelimo. A proposta da MC
so
irónico que hoje isso aconteça.
Até 30 de Setembro de 2016, quando
o BM intervencionou o Moza, a Mo-
çambique Capitais era o accionista
maioritário do banco, com 51% con-
tra 49% do português Novo Banco.
Com a venda do Banco, ano passado,
à Kuhanha, num processo polémico
rámos, vai abrir caminho para nova
diversificação das acções no Moza,
evitando a sempre criticada concen-
tração do risco num único accionista.
Uma das possibilidades é a dispersão
de capital em bolsa, abrindo-se a
possibilidade de a MC, por essa via,
damente no seu Conselho de Admi-
nistração. Foi-nos explicado que João
Figueiredo, o actual PCA, tem o seu
cargo a prazo, podendo a breve trecho
ser substituído, quando se formalizar
a entrada do Arise Fund. Um dos
nomes apontados para PCA do ban-
aumentar a sua participação passando
ligeiramente, acima de 50%. Os nú- foi chumbada, liminarmente, pelo bastante criticado por, alegadamente, a Kuhanha (conotada com os interes- co é o de Manuel Aranda da Silva,
meros exactos serão determinados banco central, como anteriormente o banco central ter sido árbitro em ses do banco central), a uma posição que ocupa posição idêntica do Banco
Terra. Aranda da Silva é economista,
um
por uma auditoria “due diligence” às tinha sido rejeitada uma proposta causa própria, a sociedade gestora do minoritária. Em privado, a transfor-
contas do Moza e que vai ser inicia- (Setembro de 2016) para uma asso- Fundo de Pensões do BM passou a mação do Moza numa entidade de pertenceu ao governo de Moçambi-
da, segundo apurámos, nos próximos ciação com o fundo Luminar Finance controlar 80% da instituição, tendo facto privada (como era de início), é que na presidência de Samora Ma-
dias. baseado em Zurique, na Suíça. a Moçambique Capitais e o Novo um dos objectivos do Banco Mundial chel, ocupando depois uma posição
De acordo com o comunicado, nos Num exclusivo ao SAVANA, esta Banco ficado com 10% cada. e do FMI. de liderança no PMA (Programa
termos do acordo entre as duas par- semana, o presidente do Conselho Quando iniciou o processo da recapi- Segundo apurámos, durante o pro- Mundial da Alimentação).
tes, espera-se que o Moza venha a
aglutinar o Banco Terra (BTM), uma
instituição bancária que tem na sua Prakash Ratilal, PCA da Moçambique Capitais:
V
damente o Rabobank holandês. O
nosso jornal apurou que esta acção
de
inte e quatro horas de- holandês. A participação do Arise Moçambique Capitais não se irá
faz parte do memorando de entendi-
pois do anúncio do me- no corpo accionista é uma boa notí- pronunciar, pelo menos por en-
mento assinado com o Arise a 5 de
ando de entendi-
morando cia para o Moza Banco. Irá conferir quanto.
Fevereiro corrente, mas os detalhes
mento entre e Kuhanha maior sustentação financeira às tran- Receia algo?
ainda não foram acordados com os
e o Arise Fund, o PCA da Mo- sacções e maior solidez na gestão e Recear, como assim? A Moçam-
outros accionistas do BTM, nomea-
çambique Capitais aceitou con- no controlo das suas operações. Isso bique Capitais é formada por
damente, o Gapi e o Montepio Geral
de Portugal. Em Assembleia Geral a ceder, ao SAVANA, aquela que é bom para o próximo futuro de Mo- gente trabalhadora e honrada.
realizar-se a 15 de Março corrente, foi a primeira entrevista depois çambique em que se podem antever Há 10 anos, os accionistas deci-
os accionistas do BTM vão deliberar da toda a celeuma sobre o Moza. grandes investimentos. Os mais de diram juntar o pouco que tinham
sobre esta questão. Prakash Ratilal diz que a entrada 400 accionistas da Moçambique Ca- e, num processo limpo, funda-
do Arise Fund é uma boa notícia pitais só têm razão para estarem fe- ram, lideraram e desenvolveram
io
condições para servir os moçambica- tais não significa concordância Embora com uma participação me- Por isso, no momento conturbado, lêncio da Moçambique Capitais
nos e promover a inclusão financeira. com o que se passou. Siga a en- nos relevante, continuam a participar era nosso dever, enquanto accionista, não significa concordância com
Considerado como um dos líderes trevista. num banco que certamente vai voltar não complicar ainda mais o dia-a-dia o que se passou. Apenas reflec-
em investimentos no continente a situar-se no lugar cimeiro no siste- do banco. Tendo em vista a defesa te uma atitude de contenção e
africano virados para às pequenas O que acha da entrada do Arise ma bancário moçambicano. dos interesses dos clientes e dos de- de defesa daquilo que, em cada
e médias empresas (PME), o Ari- no capital do Moza? Este Arise Fund não é o mesmo que positantes do Banco, a Moçambique momento, os órgãos da sociedade
se Fund integra três investidores, É algo muito bom. Arise é um se tinha associado à Moçambique Capitais deliberou que não era do seu consideram ser do interesse dos
nomeadamente, o Rabobank [o 2º grande grupo bancário, com ex- Capitais aquando da 1ª fase da reca- interesse, durante o período de inter- seus accionistas. Neste momento,
maior banco da Holanda, em número periência em operar em África. pitalização do Moza, em Março do venção, polemizar ou fazer declara- o mais importante é que o Moza
de activos], o Norfinance [o braço fi- Ela integra o RaboBank, um dos ano passado? ções controversas. Banco está estabilizado e, com a
nanceiro do Norfund, o fundo norue- maiores bancos internacionais, É irónico, mas é verdade. Quando poderemos conhecer a vos- entrada do Arise e do Norfund,
guês de investimento em países em com sede na Holanda. Integra Porquê então não foi viabilizada na- sa versão do que se passou com a in- que são players de dimensão
desenvolvimento] e o FMO [Banco também a Norfund da Noruega, quela altura? tervenção? mundial, o banco se tornará ain-
holandês de desenvolvimento] e ad- bem capitalizado e com longa ex- A proposta conjunta da Moçambique Os accionistas da Moçambique Ca- da mais sólido e mais sofisticado,
ministra, actualmente, activos que periência de operar em Moçam- Capitais com o Arise nunca nos foi pitais conhecem o que se passou, em termos de gestão, de controlo
excedem USD 660 milhões. Entre bique. Também integra o FMO respondida. A pergunta deve ser diri- como se passou. Tudo foi mapeado e de financiamento à economia
as suas operações de sucesso conta- que é o banco desenvolvimento gida às entidades oficiais. com detalhe. Institucionalmente, a nacional.
-se a participação no Crane Bank do
Savana 02-03-2018
TEMA DA SEMANA 3
o
laramente uma das grandes tação dos empréstimos que empurra-
cruzes nas costas do Gover- ram o país à actual cr
crise
crise.
no moçambicano na comu- Enquanto isso
isso, os analistas do Eco-
log
nidade internacional, o dos- nomist Intelligence Unit (EIU) di-
sier dívidas ocultas foi incontornável zem esperar que o FMI não reate o
na visita que, durante quatro dias, o financiamento a Moçambique nos
presidente moçambicano efectuou, próximos quatros anos (2018-2022),
esta semana, à Confederação Suíça. por continuar a ser encarado como
um país não transparente.
Foi durante um encontro que visava o Ainda em Genebra, capital da Suíça,
fortalecimento das relações bilaterais Filipe Nyusi visitou a sede da ONU-
e multilaterais, que culminou com a SIDA onde agradeceu o apoio desta
ció
assinatura de diversos acordos para o instituição no combate ao HIV, por-
reforço da cooperação, que o presi-
que o país chegou a ressentir-se do
dente da Confederação Suíça, Alain
corte do financiamento por parte dos
Berset, mostrou o seu alinhamento
doadores divido às dívidas ocultas.
com outros parceiros de cooperação
Nyusi disse ter ficado desesperado,
e o Fundo Monetário Internacional
(FMI), que exigem a clarificação das Filipe Nyusi, presidente de Moçambique e Alain Berset, presidente da Confederação Suíça, durante a conferência de imprensa pois devido à suspensão do apoio,
dívidas ocultas.
havida para dar a conhecer os resultados da reunião. o Estado moçambicano ficou sem
Alain Berset deixou claro ao estadis- capacidade para aquisição de anti-
o assunto para a retoma do apoio. Na (PGR) ainda não publicou o relató- Entretanto, o Centro de Integridade
ta moçambicano que é preciso que -retrovirais.
clarifique a questão das dívidas ocul-
tas para o país voltar a beneficiar de
apoio financeiro para o Orçamento
do Estado.
Suíça é um dos países que cortou o
apoio directo ao Orçamento do Es-
tado devido à descoberta das dívidas
sua resposta, politicamente correcta,
Nyusi manifestou a “vontade” de cla-
rificar o assunto, incluindo a reestru-
turação da dívida.
É preciso sublinhar que o discurso
de “vontade” não é novo. Desde que
despoletou o escândalo das dívidas
até Setembro de 2017. so
rio completo da auditoria às dívidas
ocultas, que tinha prometido fazer
o
log
Por Argunaldo Nhampossa
O governador do Banco de
Moçambique (BM), Ro-
gério Zandamela, atacou
esta segunda-feira aque-
les que criticaram as suas decla-
rações, quando, em Abril do ano
passado, disse que o país estava a
vem observando desde Dezembro
de 2016, como um factor que veio
reforçar a estabilidade, uma vez que
gera um impacto positivo na eco-
nomia e nos investimentos. Ape-
sar do seu optimismo, o Banco de
Moçambique,
ambique, desde o princípio do
BM foi às reservas buscar USD75
milhões para reduzir a dívida ex-
terna.
,QÁDomREDL[D
Para o BM, a contínua melhoria do
indicador de inflação e das projec-
ções para o médio prazo justificam
ció
sair da crise apesar dos novos so- ano, teve de aliviar as suas reservas
bressaltos sobre o metical e a dí- em divisas para injectar dólares na o prosseguimento da redução das
vida interna. banca comercial (USD30 milhões) taxas de juro.
e no pagamento integral da factura A inflação anual do país desace-
de importação de combustíveis. O lerou pelo nono mês consecuti-
Zandamela diz que não se esquece
ano passado a factura dos combus- vo, tendo em Janeiro passado se
que na altura foi tido como doido
tíveis chegou aos USD741 milhões, situado nos 3,84% depois de em
em algumas correntes da sociedade
contra USD558 milhões em 2016. igual período de 2017 ter sido de
moçambicana, mas hoje os indi-
Na opinião do BM, o aumento fi- 20,56%. Não há ainda um número
cadores macroeconómicos provam
que tinha razão.
A inflação estava nos 20,56% em
Janeiro de 2017, desacelerou e ago-
ra se situa nos 3,84% e as taxas de
juro também estão a baixar, assi-
nalou. Para o governador do BM,
estes dados reafirmam o seu posi-
Hoje, continuou, confirma-se que o
país está a sair da crise e não há dú-
vidas de que Moçambique está hoje
2017 e Fevereiro
so
Rogério Zandamela
evereiro de 2018.
Falando numa conferência de im-
prensa que visava anunciar as me-
cou a dever-se à subida dos preços e
ao maior consumo de combustível,
nomeadamente, na indústria ex-
tractiva. As exportações de carvão
aumentaram
aumentar 54%, o que significou
aumento nos consumos de gasóleo.
oficial para a inflacção acumulada
em 2017, mas funcionários do BM
estimam que ela se pode situar nos
5,65%, uma assinalável desacele-
ração em relação ao ano transacto
fixada em 25,26%.
A perspectiva do regulador é que a
cionamento e mostram claramente melhor em relação a Abril de 2016. didas tomadas no primeiro encon- Dívida interna inflação se mantenha na casa de um
Zandamela manifestou preocupa- dígito até ao final de 2018.
que não estava ao serviço de pro- Porém, o metical está de novo a tro deste ano do Comité de Política
ção com o crescimento da dívida “O custo de vida dos cidadãos
um
pagandas. Contudo, os economistas deslizar, o que não deixa de ser uma Monetária (CPMO) do BM, Zan-
pública interna, que se situa nos moçambicanos baixou substan-
Roberto Tibana e João Mosca (ver dor de cabeça para os moçambica- damela disse que o banco vai con-
104.697 milhões de meticais, de- cialmente, há poder de compra
centrais desta edição) convergem na nos. O dólar que em Novembro/ tinuar a baixar as taxas de juro com
pois de, em Dezembro 2017, ter acrescentado aos consumidores e
indicação de que o país não está a Dezembro chegou a ser cotado tranquilidade, prudência e cautela.
atingido uma cifra de 98.497 mi- também afecta claramente o opti-
sair da crise. abaixo de 59 meticais está agora Para Zandamela, nada é por acaso
lhões de meticais. O nível da con- mismo dos empresários”, declarou.
“Quando fizemos a primeira re- acima dos 62 meticais. O rand, no e o seu optimismo resulta da obser-
tracção de dívida está próximo dos Ele considerou um desafio do
dução da taxa de juro, eu disse que mesmo período,, subiu dos 4,5 Mt. vação cautelosa dos números que
limites permitidos por lei, ou seja, momento a pressão cambial que a
estávamos no início do fim da crise, paraa os 5,5 Mt, uma derrapagem indicavam que o país estava a regis-
10% do montante provisional das moeda nacional está a sofrer. Uma
houve muito barulho e alguns es- de 22%, com tendência a aumentar tar uma saída lenta da crise.
cr
receitas orçamentadas. das indicações que existe tem a ver
creveram que eu era doido, ques- desde que Cyril Ramaphosa assu- Sublinhou que o BM não está ao
Fez notar que quando a dívida com a retenção de divisas por par-
tionaram como é que poderia dizer miu o controlo do governo na Áfri- serviço da propaganda, mas da ver-
pública cresce começa a levantar te dos exportadores que deixaram
uma coisa daquelas”, recorda Zan- ca do Sul. A dívida pública interna dade económica.
de
O
da vontade dos operadores econó- Política Monetária, taxa MIMO,
economista Tomás Admite que é um facto que a micos, dentre eles a banca e fundos em 150 pontos bases para 18,0%.
Selemane refuta a tese inflação baixou, mas é preciso de pensões que decidem pela com- Baixou igualmente as taxas de Fa-
defendida pelo gover- ressalvar que baixou, porque as pra ou não da dívida do Estado. cilidade Permanente de Cedência
io
nador do BM de que pessoas perderam e continuam Explicou que a dívida do Estado é (FCP) e da Facilidade Permanente
o país está a sair da crise, ob- a perder o poder de compra, o um activo na carteira de alguém e de Depósito (FPD) em 150 pon-
servando que as deliberações do que contraria o discurso de Ro- quando acha que a carteira da dí- tos bases passando para 19,0% e
CMPO revelam a continuação gério Zandamela. vida está a atingir níveis preocu- 12,5%, respectivamente.
das dificuldades económicas, Toma como exemplo os preços pantes, opta por parar de comprar, Apontando a volatilidade que se
ár
fraco poder de compra e difi- dos principais produtos, que fazendo com que o Estado comece observa no mercado cambial, o BM
culdades dos importadores em não estão a registar nenhuma a ter problemas. decidiu pelo aumento do coeficien-
pagar as importações, devido à estabilidade, facto que não se “Quando a dívida pública começa a te das Reservas Obrigatórias para
desvalorização da moeda na- verificava em igual período dos atingir altos níveis, questiona-se até os passivos em moeda estrangeira
cional face ao rand e ao dólar. que ponto o acordo entre o Presi- anos anteriores, porque, depois que ponto os agentes económicos em 800 pontos bases para 22,0%,
Nesse sentido, Selemane consi- dente da República, Filipe Nyusi, e das festas, há sempre um abran- estarão dispostos a colocar na sua com efeitos a partir do período da
constituição das Reservas Obriga-
Di
dera que a crise persiste. o líder da Renamo, Afonso Dhlaka- damento de preços, o que este carteira esses instrumentos como
No entanto, diz ser verdade ma, vai transformar-se em garantia ano não ocorreu. activo para si”, explica o governa- tórias, que inicia a 7 de Março deste
que as negociações para a paz de estabilidade política e social para “Não é verdade que a baixa in- dor do Banco Central moçambica- ano. Paralelamente, manteve o coe-
constituem um sinal que pode depois se traduzir em estabilidade flação está a significar melhoria no. Uma parte da carteira da dívida ficiente de Reservas Obrigatórias
contribuir de forma positiva económica a longo prazo. das condições de vida das pes- corresponde ao registo dos passivos para os passivos em moeda nacio-
para a estabilidade, mas desva- Diz que o Banco Central e o Mi- soas”, reiterou. renegociados das empresas públicas nal em 14%.
loriza o triunfalismo do banco nistério da Economia e Finanças Quanto às importações, disse no montante de 7000 milhões de O desempenho da actividade eco-
central, porque não é um dado cometeram um erro, ao considerar que estão a baixar por falta de meticais (USD112,9 milhões). nómica continua moderado, tendo
adquirido. a inflação baixa e a quebra das im- capacidade das empresas de pa- Quanto à dívida externa, referiu o PIB crescido em 3,7% no IV tri-
A manutenção da paz, pros- portações como sinais de saída da gar os custos, porque têm agora que, subtraindo as dívidas ocultas, mestre de 2017. Este crescimento
segue, que depende dos resul- crise. menos dinheiro do que antes. contraídas entre 2013 e 2014 no deveu-se em grande medida à reto-
tados das discussões que terão Tomás Selemane qualifica esta Não é, prosseguiu, pelo facto de governo de Armando Guebuza, ma da indústria extractiva, agricul-
lugar na Assembleia da Repú- abordagem como uma meia verda- Moçambique ter novas fábricas está tudo controlado. E fez questão tura, transportes e comunicações. A
blica, na sessão que arrancou de, assinalado que em política eco- ou ter capacidade de produzir de referir que as dívidas ocultas são balança comercial, estimulada pela
esta quarta-feira. nómica, uma meia verdade equivale aquilo que antes era adquirido o único problema que atrapalha a indústria extractiva, registou um
Para Selemane, é preciso ver até a uma mentira. fora do país. sustentabilidade da dívida externa. saldo positivo, em contra-corrente
No período de Janeiro/Fevereiro, o com os registos habituais.
Savana 02-03-2018
TEMA
PUBLICIDADE
DA SEMANA 5
o
log
NOITE DE GUITARRA VOL. II
Campus UEM
ció
02 Março | 20h00
so
um
Bilhetes:
Normal: 2000MT
VIP: 7500MT
io
ár
o
Renamo, na cidade de Issufo Ulane, em reacção ao
Nampula, já reagiu ao apoio manifesto, esta terça-
log
anúncio do apoio ao -feira, pelo MDM.
candidato Paulo Va- De acordo com as palavras de
hanle, manifestado pelo Mo- Ulane, o facto de o MDM ter
vimento Democrático de Mo- manifestado o seu apoio é uma
çambique (MDM), no âmbito convicção de que a vitória é
da realização da segunda vol- certa. “Outros partidos devem
ta da intercalar da cidade de seguir o exemplo para evitar
Nampula. que o povo venha a cair na
ció
Entende a Renamo que o escravidão”, acrescentou, ape-
apoio do MDM não é obra do lando a outros concorrentes da
acaso, mas sim resulta da aná- primeira volta a alinharem na
lise que o partido de Daviz Si- decisão do MDM.
mango fez em relação ao me- Concorreram na primeira vol-
lhor programa de governação ta, além da Renamo, Frelimo
que vai à votação da segunda e MDM, os candidatos do
volta. Diz a Renamo que o Pahumo, Filomena Mutoropa
programa apresentado pelo
seu candidato, Paulo Vahanle,
afigura-se como o melhor no
que concerne à necessidade de
resgate da boa e aprazível ima-
gem da cidade de Nampula.
e ainda do partido AMUSI,
Mário Albino.
Para a segunda volta da elei-
ção intercalar no município de
Nampula, inicia, dentro este
sábado, a campanha eleitoral,
so
“Não é um apoio que aparece processo que vai durar 10 dias.
ao acaso. O MDM avaliou o A segunda volta está marcada
um
manifesto eleitoral, cujo tema para 14 de Março.
central é de desenvolver a ci-
dade de Nampula”, anotou (Sérgio Fernando)
Assinatura do jornal
de
DESTINO PERÍODO
Trimestral Semestral Anual
TODO O PAÍS 1.000,00mt 1.850,00mt 3.500,00mt
USD 20,00 USD 35,00 USD 60,00
io
Assinatura versao
electrónica USD 25,00 USD 40,00 USD 70,00
Maputo, 30.10.2016 4
Savana 02-03-2018
PUBLICIDADE
SOCIEDADE 7
8
PUBLICIDADE
SOCIEDADE Savana 02-03-2018
o
log
ció
so
um
de
io
ár
Di
Savana 02-03-2018
DIVULGAÇÃO
SOCIEDADE 9
Foi inaugurada, esta semana, na baixa da Cidade de Maputo, a Fei- Mussá revela que ainda este ano, o Casino Polana irá expandir as
ra Slots, uma nova casa de jogos, pertencente ao Casino Polana, a suas salas para o bairro de Zimpeto, arredores da capital moçambi-
maior e mais antiga casa de jogos do país. cana e para as cidades de Tete e Beira, no centro do país.
A sala, composta maioritariamente por máquinas slots e uma ro- Falando em relação a actividade que desenvolve, o Coordenador
OHWDDXWRPiWLFDUHVXOWDGHXPDSROtWLFDGHH[SDQVmRGHÀQLGDSHOR GH0DUNHWLQJH5HODo}HV3~EOLFDVQDTXHODFDVDGHMRJRVDÀUPRX
Casino Polana, no ano passado, e representa um investimento de TXH D PHVPD p EHQpÀFD DR SDtV SRLV R (VWDGR FROHFWD LPSRVWRV
USD 500 mil. (25% sobre a receita bruta) a cada 15 dias.
Segundo o Coordenador de Marketing e Relações Públicas do Ca- Acrescenta ainda que, à luz da nova licença de concessão, o Casino
sino Polana, Danilo Mussá, a abertura da Feira Slots visa atrair no- Polana canaliza 2% da sua receita bruta anual (um mínimo de USD
YRVMRJDGRUHVEHPFRPRGHVPLVWLÀFDUDLGHLDGHTXHRVFDVLQRVVmR 40 mil) às áreas da saúde e educação, em forma de responsabilida-
casas de jogos para a classe alta. Trata-se também de uma forma de social.
de reposicionamento do negócio, numa altura em que o abundam “Caso o valor seja inferior a USD 40 mil temos que tirar da nossa
muitas casas de jogos nas esquinas da cidade capital. receita líquida, por isso, acaba saindo caro para nós, por causa da
Para Mussá é um conceito errado considerar o casino como uma nossa responsabilidade social”, sublinha.
casa de jogos para os milionários, pois, estes são para todas ca- Mussá revela que no ano passado, o Casino Polana reabilitou o
madas sociais e conta a história do surgimento destes nos países Centro de Saúde da Matola-Gare e, para este ano, irão lançar um
vizinhos, onde localizavam-se nas zonas recônditas. concurso público para a apresentação de projectos relacionados à
A Feira Slots é a segunda sala de jogos a ser aberta pelo Casino estas áreas.
Polana no país, depois da Matola Slots, inaugurada há seis anos, Referir que o Casino Polana existe há 22 anos e é a maior e mais
no Município da Matola. antiga casa de jogo do país.
10
SOCIEDADE Savana 02-03-2018
Na corda bamba!
o
D
Por Armando Nhantumbo
ebaixo de graves dificul- A AdM é a empresa que beneficiou USD 315 milhões, maioritaria-
dades de liquidez, as em- de um empréstimo de USD 125 mente, disponibilizados pelo Ban-
log
presas moçambicanas do milhões de Meticais, concedido co de Exportações e Importações
sector público e estatal, pelo Banco Nacional de Desen- da China (EXIM), o banco estatal
na sua maioria tecnicamente fa- volvimento Económico e Social chinês que também financiou USD
lidas, não estão a honrar os seus (BNDES) do Brasil, para a cons- 785 milhões à mesma empresa para
compromissos financeiros no trução do Aeroporto Internacional
a construção da ponte Maputo-
mercado internacional. Na lista de Nacala.
-Katembe.
dos devedores, que abrange aque- O incumprimento por parte de
las que um dia foram tidas como Moçambique
ambique no pagamento da Na mesma situação está a Admi-
as “grandes empresas” do sector, dívida levou a imprensa brasileira, nistração Nacional de Estradas
ció
como os Caminhos de Ferro de com réplica mundial, a noticiar que (ANE)-Fundo de Estradas, com
Moçambique (CFM) e as Tele- Moçambique deu calote ao BN- uma dívida de sete mil milhões
comunicações de Moçambique DES, enfatizando que foi o primei- de Meticais; o Fundo de Apoio à
(TDM), há algumas que já estão ro que a instituição brasileira sofreu Reabilitação da Economia (FARE,
há pelo menos cinco anos sem fa- entre todas as obras custeadas fora mais de mil milhão); o Fundo de
zer um único reembolso. do Brasil. Fomento de Habitação (386 mi-
Inaugurado em 2014, o Aeroporto lhões); o Instituto de Gestão das
O Relatório e Parecer do Tribu- Internacional de Nacala é um ver-
nal Administrativo (TA) sobre a Participações do Estado (IGEPE,
dadeiro elefante branco e recebe
Conta Geral de Estado (CGE) de
2016 mostra que não é apenas em
relação à dívida da EMATUM,
Proindicus e MAM que o país não
está a honrar os seus compromissos
financeiros.
Moçambique não está, igual-
de tesouraria se mostrarem favorá-
veis”.
Por sua vez, as TDM só fizeram um
único reembolso, datado de 2012,
so
encontram as empresasesas públicas/
estatais, incluindo aquelas que ao
longo dos anos foram as grandes
fontes de receita do Governo, levou
menos aeronaves que o Aeródromo
de Mocímboa da P Praia.
Uma reportagem da BBC, publica-
da em Novembro de 2017, mostra
que, dos 500 mil passageiros/ano
que
da sua capacidade, o Aeroporto de
514 milhões) e o Fundo de Apoio
à Pequena Irrigação (FAPI)/Gabi-
nete de Apoio a Pequenos Investi-
mentos (GAPI), com 250 milhões.
O FAPI é um fundo integrado no
projecto de construção e reabili-
quando pagaram 17 milhões, o que o executivo de Filipe Nyusi a pre- Nacala recebe menos de 20 mil. tação de pequenos regadios nas
mente, a pagar dívidas contraídas
reduziu a sua dívida para, aproxi- gar a sua reestruturação, que inclui Os voos internacionais, esses, nun- províncias de Zambézia, Sofala
através de acordos de retrocessão,
madamente, dois mil milhões de redimensionamento de quadros e ca chegaram, senão apenas dois e Maputo financiado pelo Banco
que constituem um tipo de em-
um
Meticais. privatizações, como forma de ren- trajectos comerciais por semana, na Africano de Desenvolvimento e o
préstimos externos assumidos pelo
Reagindo a este incumprimento, tabilizar aquelas que hoje são um rota Maputo-Nacala, e dois priva-
Governo e autorizados pelo Banco Governo de Moçambique.
o Governo moçambicano afirmou verdadeiro fardo ao erário público. dos da mineradora brasileira Vale.
Mundial (BIRD) e Fundo Mo- que “as TDM, SA não honram os Os sucessivos incumprimentos no
netário Internacional (FMI) para Entretanto, o seu custo de operação
empresas públicas envolvidas em
seus compromissos por estarem a Caloteiros? é quatro vezes maior que as receitas.
pagamento de dívidas assumidas
pelo Governo agravam a já dete-
atravessar uma situação financeira Entre as empresas devedoras, algu- Quem também não honra com os
projectos de desenvolvimento de difícil que se manifesta na insufi- riorada posição do país no mercado
infra-estruturas sociais de interesse mas estão há pelo menos cinco anos seus compromissos desde 2012 é a
ciência de recursos financeiros para sem fazer um único rreembolso
reembolso. internacional, onde as agências de
público. empresa de Desenvolvimento Ma-
fazer face às suas obrigações,
ções, refe- notação financeira chegaram a co-
No capítulo sobre acordos de re- É o caso dos Aeroportos de Mo- puto Sul, com uma dívida de 22 mil
rentes aos investimentos e serviço locar Moçambique na categoria de
trocessão, a CGE de 2016, que vai çambique (AdM), cuja dívida está milhões de Meticais. A Maputo
da dívida”.
a debate na sessão que arrancou, fixada em 4 mil milhões de Meti- Sul, empresa pública, contraiu, em lixo, o que tem um efeito dissuasor
As empresas que,, desde 2012,
cais. 2012, um empréstimo de cerca de na entrada de investimentos.
de
F
da CGE de 2017. Meticais,
ais, respectivamente.
Contudo, o documento, na posse Em 2016, entretanto, o Estado
do SAVANA, ilustra uma ten- oi há 18 anos que a por contar. Por exemplo, aos seis sustento aos seus filhos, com
moçambicano rubricou dois acor-
dência preocupante dos reembol- imagem de uma bebé anos viu o seu progenitor Salva- fruto do trabalho que o gover-
dos de financiamento, cujos fundos
recém-nascida a ser dor Mabuiangue perder o direito no provincial lhe deu na admi-
io
sos, pelo menos desde 2012, com foram repassados à EDM. No pri-
as empresas públicas, estatais e as meiro acordo, avaliado em USD 10 resgatada do topo de parental sobre os seus bens, por nistração do distrito de Chi-
sociedades anónimas, maioritaria- milhões, o financiamento é da Or- uma mafureira, no distrito de ter vendido parte considerável dos buto, depois de uma passagem
mente, controladas pelo Estado, a ganização dos Países Exportadores Chibuto, província de Gaza, mesmos que lhe foram oferecidos pelo Instituo Nacional de Ac-
não honrarem com os seus com- de Petróleo (OPEP)
OPEP) e destinava-se
(OPEP
(OPEP durante as cheias que arrasa- por diversas instituições e persona- ção Social (INAS) entre 2002 e
promissos. à electrificação rural na província ram o sul do país no ano 2000, lidades. Desde então, o pai nunca 2005. Com o fim da atenção de
ár
Os CFM, por exemplo, não fize- do Niassa. comoveu o mundo e chamou a mais se preocupou com a vida dos que foi alvo nos primeiros anos
ram qualquer reembolso em 2013 e No segundo, situado em USD dois atenção de todos para o drama seus quatro filhos, dos quais Rosita de vida, Rosita leva agora uma
2016. Actualmente têm uma dívida milhões, um financiamento da As- das calamidades naturais em (é a terceira), apesar de residir tam- vida normal em Maputo.
fixada em mais de 4 mil milhões de sociação Internacional de Desen- Moçambique. Rosita Josina bém no mesmo distrito e trabalhar
Meticais, mercê dos pagamentos de volvimento (IDA), braço do Banco Mabuiangue completou nesta no Conselho Municipal local.
2012 (41 milhões), 2014 (80 mi- Mundial para ajuda a países mais quinta-feira 18 anos de idade. Carolina Chirindza diz não guar-
Di
Envie uma
ajuda
directamente
para o telefone
de familiares
e amigos!
Transfira dinheiro para a carteira móvel
das pessoas que mais ama no Zimbabué,
Quénia e em mais 8 países*.
SM
*Outros países incluem: Nepal, Ruanda, Madagáscar, Nigéria, Bolívia, Guatemala, El Salvador, Filipinas.
© 2018 Western Union Holdings, Inc. Todos os Direitos Reservados.
12
INTERNACIONAL
SOCIEDADE
SOCIEDADE
Savana 02-03-2018
o
presidente do Partido para de outras regiões do país. O PDD der, as coisas pioraram e criaram-se
a Paz, Democracia e De- surgiu num cenário totalmente di- condições para o conflito. O acordo
senvolvimento (PDD), ferente. de cessação das hostilidades de 05
log
Raul Domingos, concedeu ...Os órgãos eleitorais não impedi- de Setembro de 2014 foi superficial,
uma entrevista ao SAVANA onde ram que o MDM elegesse deputa- visava apenas garantir as eleições e
abordou os consensos alcançados dos para a Assembleia da Repúbli- transmissão do poder de Guebuza
no diálogo político entre o presi- ca? para Nyusi sem o som dos tiros.
tir
dente da República, Filipe Nyusi, O MDM foi um partido que nunca Os acordos que os nossos líderes as-
e da Renamo, Afonso Dhlakama. deixou claro o seu posicionamento. sinam não são de boa-fé. São acor-
Sobre o capítulo militar, o antigo No início não mostrou o seu rumo, a dos para fins imediatos e resolver
número dois da Renamo disse que sua linha ideológica. Isso fez com a
determinadas situações.
a negociação será bem sucedida se Frelimo ignorasse esta organização e
O diálogo entre Nyusi e Dhlakama
ció
o processo partir do princípio de de forma sorrateira foi elegendo de-
não corre o risco de seguir mesmo
que a própria Frelimo é um partido putados e conquistando municípios.
armado que também precisa de ser Agora que a Frelimo descobriu que rumo e fracassar no futuro?
desarmada. o MDM é um perigo sua hegemonia Acredito que o presidente Nyusi
política veja o que está a acontecer. é uma pessoa que quer paz, é uma
A par de muitos partidos extra- A própria revisão da lei eleitoral não pessoa da nova geração que acredi-
-parlamentares, o PDD desapare- foi por acaso. ta numa competição e convivência
“O PDD está numa fase de travessia de deserto”, Raul Domingos
ceu da esfera política nacional. O democrática. Porém, atrás dele há
que me desse 500 mil dólares, um uma Frelimo dura que tem o Estado
que é feito da sua organização?
Pacote de descentralização expulso da Renamo. O que falhou?
O meu entendimento é de que Joa- milhão de dólares para a Renamo e
O PDD está numa fase de travessia
de deserto. Isso acontece porque es-
tamos num cenário em que o cida-
dão normal não consegue satisfazer
suas necessidades básicas. Logo, a
maioria dos nossos membros não
têm capacidade financeira para con-
Por falar dos consensos alcança-
dos entre Nyusi e Dhlakama no
capítulo de descentralização. Há
quem diga que a proposta vai bene-
ficiar os fortes e fragilizar os fracos.
Concorda?
Diria que é um acordo que vai dar
so
quim Chissano avançou paraa nego-
ciações com a Renamo sem abordar
o seu partido. Porém, como estava
ciente de que não venceu as eleições,
tomou a iniciativa de negociar, se-
cretamente, com a Renamo para que
um subsídio de 10 mil dólares men-
sais ao Dhlakama. Só assim é que
a Renamo aceitaria os resultados e
todo o dossier eleitoral seria fechado.
Na verdade, aquilo pareceu-me um
conluio entre os presidentes Chis-
como sua propriedade privada.
criado MDM ocupou o espaço de com barreira de 5%, mas que foi forma como deveria ser feita a des- O modelo que negociavam depois Hoje, o exército que temos não é
terceira força. O que falhou? eliminada devido à pressão da socie- partidarização da polícia, SISE e da das eleições de 1999 é o mesmo exército. É um conjunto de homens
Iniciámos o nosso projecto político dade. Contudo, enquanto o método administração pública. Porém, nada que vai à Assembleia da República da forças da Frelimo e da Renamo
com muito gás. A nossa pujança fez de D’Hondt prevalecer, tudo conti- aconteceu e a Frelimo continua a resultantes dos consensos entre o
que se juntaram em 1994. O verda-
com que as principais forças polí- nua na mesma, visto que o D’Hondt dominar o Estado na sua plenitude. presidente da República e o líder
deiro exército da Moçambique é a
ticas, sobretudo a Frelimo, direc- já em si é uma barreira. A luta dos O que falhou para a não indicação da Renamo?
UIR. Esta força tem todo o tipo de
cionassem a sua artilharia para nos pequenos partidos políticos neste dos governadores da Renamo em Não. Em 2000 estava-se a negociar
um acordo político para indicar go- armamento, incluindo os carros de
derrubar. Quando surgimos, algu- novo formato de eleição deve ser na 1999?
Quando a negociação decorria, o vernadores nas províncias em que combate. O exército não tem nada
mas correntes pensaram que a nossa mudança do D’Hondt para outros
ideologia seria próxima da Frelimo, país foi assolado por cheias na região a Renamo venceu eleições. Agora porque há desconfianças da fuga de
sistema mais simples. Só assim é que
io
mas com o tempo viram que esta- sul. Isso fez com que o governo dis- está-se a falar da descentralização. informação.
os partidos pequenos chegarão aos
vam erradas. Parte das pessoas com órgãos legislativos. persasse atenções e o diálogo políti- Em 1992, o governo e a Renamo A Frelimo também deve aceitar ser
esse pensamento estava dentro da Será que a remoção do método do co ficou prejudicado. Os ritmos dos assinaram o acordo de Roma, em desarmada.
própria Frelimo. D’Hondt é, por si só, bastante para encontros reduziu. Tomaz Salomão 2014 acordo de cessação das hosti- Como?
A partir desse momento começaram os pequenos partidos conseguirem que estava a negociar comigo passou lidades. Agora estamos em tréguas. Integrando os homens da Renamo
a combater-nos, perseguiram nossos a integrar uma equipa interministe- nas hierarquias mais altas da polícia
ár
órg
assentos nos órgãos leg
legislativos? O que está a faltar para Moçambi-
membros, fecharam as nossas fontes Acho que também precisamos de rial de assistência às comunidades que ter uma paz definitiva? e do SISE para além da sua recolo-
de arrecadação de apoios e nas elei- alterar as modalidades de acesso aos afectadas. Os atrasos no diálogo de- Em 2012, quando celebrámos 20 cação no exército.
ções ordenaram os órgãos eleitorais fundos públicos. Os meios materiais sagradaram Dhlakama e este veio ao anos de paz, no meu discurso elen- Tudo depende da Frelimo. Se a
para não nos deixar chegar ao parla- são importantes para a mobilização. público desvendar o segredo e anun- quei um conjunto de situações que Frelimo desfazer-se do seu exército
mento porque
que tinham medo de nós. Infelizmente o método usado para
Infelizmente, ciar à nação que decorriam negocia- pudessem perigar a paz. Nessa altu- a Renamo também fará o mesmo.
Outra situação que saiu a desfavor aceder fundos públicos da parte dos ções com o governo e que num breve ra, até me apelidaram de pessimista. Caso contrário continuaremos neste
Di
COMUNICADO DE IMPRENSA
Ouvir os cidadãos e salvaguardar os direitos adquiridos
deve ser um compromisso de todos os políticos e legisladores!
Nós, as organizações da sociedade civil moçambicana, sendo, Na proposta, há aspectos que lesam gravemente os direitos
o
como sempre, acérrimos adeptos e defensores da paz, sau- de cidadania, nomeadamente:
damos efusivamente os esforços do Presidente da Republi-
ca, Filipe Jacinto Nyusi, e do Presidente do partido Renamo, 1. O direito adquirido na democracia moçambicana de votar
log
Afonso Macacho Marceta Dhlakama, em defesa da paz. pelo presidente do município nunca foi publicamente coloca-
do como problema em duas décadas de realização de eleições
Como fruto desses esforços, a Assembleia da República (AR) autárquicas;
prepara-se para proceder à revisão da Constituição da Repú- 2.Do mesmo modo, não se entende porque a proposta preten-
blica de Moçambique, o que terá como base uma proposta de retirar o direito de cidadãos eleitores poderem, de forma
nesse sentido submetida a 9 de Fevereiro corrente pelos refe- independente, se candidatarem, eles mesmos, às funções de
ridos líderes, concretamente no domínio do chamado ´Pacote presidência das autarquias, sem o que a jovem democracia
ció
da Descentralização´. As mudanças ora em perspectiva – que PRoDPELFDQDWHUiGHWXGRSDUDVHÀUPDUFRPRSDUWLGRFUDFLD
só tem de pontual uma mera tecnicalidade jurídica, se se con-
siderar que irão alterar profundamente o actual xadrez polí- Este é um momento crucial para a nossa jovem democracia,
tico-eleitoral –, segundo os seus autores, enquadram-se nos cabe a nação moçambicana empenhar- se na sua defesa e con-
esforços visando o estabelecimento da paz efectiva no país. solidação. Os direitos já conquistados não são negociáveis,
são eles que garantem a participação popular e o envolvi-
No entanto, os resultados desses esforços não são sem repa- mento para o desenvolvimento do país. A paz não pode ser a
mete a traições aos seus mais básicos princípios, quais sejam so
ros. Defendendo claramente uma democracia que se não sub- qualquer preço.
DSDUWLFLSDomRSROtWLFDGRVFLGDGmRVQDGHÀQLomRGRUXPRGR Os princípios plasmados na Constituição da Republica de-
seu país e prevalência da responsabilidade por parte daque- vem continuar a orientar qualquer discussão e decisão nacio-
les que possuem mandato popular para em seu nome agirem, nal. Porque não há paz duradoura sem democracia e respeito
julgamos ser, no mínimo, problemático que o PR e o líder da pelas liberdades conquistadas.
Renamo tenham, sem participação das moçambicanas e dos
um
moçambicanos, acordado: (a) em alterar algo que nunca tinha Certos de que a máxima do Presidente Nyusi, de inspiração
sido, antes, colocado como problema na equação da paz efec- constitucional – “A soberania reside no povo” (número 1 do
tiva no país, nomeadamente a eliminação da eleição directa artigo 2 da Constituição) –, segundo a qual “o povo é meu
dos presidentes dos Conselhos Municipais, ao mesmo tempo patrão” não será desbaratada, com a Assembleia da Repúbli-
que dizem respeitar o princípio da autonomia, (b) em per- ca assumindo as suas responsabilidades constitucionais e os
mitir que entes estranhos às Assembleias Provincial, Distrital deputados recusando-se a exacerbar a sua função de repre-
e Autárquica (Presidente da República, Partidos Políticos e sentação do detentor primário e original do poder soberano,
Ministro da Administração Estatal) passem a interferir no es- o povo.
paço exclusivamente seu (Assembleias), ditando quem deva
de
que, quaisquer dissidências já estão rotulados de serem con- Mulher Lei e Desenvolvimento(MULEIDE),Centro de Integri-
tra a paz. dade Publica(CIP), Fórum Moçambicano das Mulheres Ru-
rais) FOMMUR) Centro de Capacitação e Aprendizagem da
Por isso, nos os signatários deste comunicado queremos rei- Sociedade Civil (CESC),Liga das ONGs (JOINT),Centro Terra
ár
terar o nosso profundo empenhamento para com a paz, de- Viva (CTV),SEKELEKANI, N’WETI, Accão Académica para o
mocracia e os direitos humanos no pais. O pensar de forma Desenvolvimento das Comunidades(ADECRU), Justiça Am-
diferente é uma riqueza para o pais e não uma ameaça. biental (JA!), Livaningo, Associação Cultural Horizonte Azul(
É neste quadro que apelamos aos deputados da Assembleia ASCHA), Movimento Feminista(MovFemme),Fórum da So-
da República e às lideranças partidárias das bancadas parla- ciedade Civil para os Direitos da Criança(ROSC), Organiza-
Di
mentares para que: ção Nacional dos Professores(ONP), Marcha Mundial das
Mulheres Moçambique(MMM), KUWUKA, Conselho Cristão
1. Usando das suas competências e gozando do principio de de Moçambique(CCM), AMJJ, Rede para Advocacia &Lobby
separação de poderes, devolva a proposta a sua procedência Social Uthende (RUTH)
dada o processo não-democrático e não-participativo que lhe
deu origem;
2. Ponderem para que a Assembleia da República a ser eleita Pessoas de contacto:
nas eleições de 2019 se assuma como Assembleia Constituin-
te, que deverá ter como função primeira, principal e inadiável Bayano Valy, Rede HOPEM, 848932559
a feitura de uma Revisão Constitucional Profunda, com am- Aida Nhavoto, Fórum Mulher, 848066272
pla participação popular. Naldo Chivite, FORCOM-846518208
14 Savana 02-03-2018
NO CENTRO DO FURACÃO Savana 02-03-2018 15
O
Por Roberto Tibana, Analítica-RJT Governo de Moçambi-
que, o Banco de Moçam-
los e estimativas do PIB do lado da termos reais, decresceram 2017. Nada cepto alguns poucos sub-sectores) e as
finanças, aumentaram a produção? A
produção são muito falíveis, pois, na indica que o saldo das exportações e A maioria das variáveis da econo-
jornal SAVANA pediu- que crise se trata pode ser aplicável ainda em conta que o país permane- deve ocupar as atenções das pessoas completa, sobretudo quando se sabe bique e várias organiza- prática, assentam em mais de 50% em importações seja suficiente para tornar agricultura beneficiou de um bom cli- mia real não indica a possibilida-
-me um comentário sobre quando existe uma combinação ou ce em falta nos pagamentos da dívi- não são os ruídos do Governador que existem grandes margens e as ções internacionais têm economias informais, ou não declara- o RN de 2017 superior ao de 2016. Se ma em 2017 e dos preços internacio- de de crescimento da economia;
este aspecto particular dos simultaneidade de dificuldades sé- da externa? E se adicionarmos a isso Zandamela. O grave problema que vezes dinâmicas não paralelas entre emitido opiniões sobre as pers- das ou fraudulentas sobre as quais não o exposto é certo, então a economia, nais de algumas commodities. No fim se crescer, será a uma taxa baixa e
pronunciamentos do Go- rias em todas ou a maior parte destas o facto de que as dívidas internas temos hoje é que a política monetá- as taxas de retalho de um lado, e as pectivas da economia no ano de existe informação estatística fidedig- não apenas desacelerou (reduziu o de tudo isto, as instituições (públicas, concentrada em dois ou três sec-
FMI; Banco Mundial, etc.), o Gover-
o
vernador do Banco de Moçambi- dimensões da economia. acumuladas nos últimos 18 meses ria foi transformada num “moleque” taxas directoras do Banco de Mo- 2018. Este texto procura dar um na. Este facto facilita a introdução de ritmo de crescimento), como teve um tores, aumentando as distorções
que quando no dia 26 de Fevereiro E é importante também notar que foram-no a taxas muito elevadas de (empregado doméstico, ou rapaz de contributo quiçá bastante dife- dados não exactos ou mesmo viciados, crescimento negativo (PIB de 2017 no e o Banco de Moçambique referem estruturais da economia. Ao con-
çambique e do mercado interbancá- taxas de crescimento de cerca de 3 a
anunciava as conclusões e decisões crise em qualquer uma dessas esferas tal modo que mesmo quando o stock recados) da política fiscal expansio- rente dos referidos. geralmente com objectivos políticos inferior ao de 2016). trário das informações oficiais, o
rio, de outro lado.
g
As estimativas de produção das eco- 4 por cento, que sugerem em 2017
do Comité de Política Monetária de economia pode levar a crises em da dívida continuar a diminuir ainda nista. Por exemplo, o comunicado e construtivos de imagens irreais de aumento do emprego seria contra
Em resumo, creio que o Governa- nomias informais e de outras econo- cerca de 377 mil novos empregos, sem
(CPMO) do Banco de Moçambi- outras até que a crise se generalize levará tempo para que isso se reflic- escrito do CPMO notou que os pa- Primeiro, ter presente que qual- uma economia. natura. Dificilmente haverá mais
dor Zandamela, neste assunto da mias, sem estatísticas fidedignas, são referir se são empregos formais ou
que (BM): Moçambique está ou como uma crise económico-finan- ta na redução do peso do serviço da gamentos líquidos efectuados pelo quer previsão é susceptível de Observando o PIB do lado da pro- receitas do Estado.
o
“crise” que ele nunca definiu clara- colocadas no consumo privado (variá- informais (ressalta-se que em 2016 o
não a sair da crise. ceira, da economia no seu todo. Por dívida. Estado à economia (isto é, injecção erros devido a dados não exactos, cura, o crescimento da economia em número de empregados formais não O custo de vida aumentará nos
l
mente (como foi o caso na crise do vel do RN), cuja comprovação não é
exemplo, o acumular da insustenta- Eu não creio que seja por ignorân- de liquidez) foram amortecidos pe- deficiente (ou inquinada) análise, 2017 fica ainda mais duvidoso. Par- alcançava um milhão de pessoas - o centros urbanos e os pobres conti-
MOZA), sai muito robusto e com possível. E assim se equilibra, no pa-
Vale perguntar antes a qual crise ele bilidade da dívida pública e o despo- cia que o Governador não está a ser las vendas de divisas efectuadas pelo pela imprevisibilidade de facto- tindo da equação básica da economia, que implica que, em um ano e em mo- nuarão sendo os que mais pagarão
pel, o PIB (do lado da procura) e o RN
se refere. letar do escândalo das dívidas ocultas específico no tipo de crise a que se Banco de Moçambique no Mercado muita convicção onde ele ganharia res, cujos centros de decisão não em que o PIB é igual ao Rendimento a factura da crise. O consumo dos
ió
(do lado da procura). mento de crise, o emprego cresceu, em
Porém, antes de tratar especifica- e ilegais que a veio agravar despole- refere quando diz que o país está a Cambial Interbancário. O Mesmo muito com uma certa sobriedade e a controlam e que podem alterar Nacional (RN), e é constituído pelas Acrescente-se o facto de não se do- quase 40% !!). E com tudo isto, “o país pobres e classes médias baixará,
mente desse assunto, também devo tou crises noutras esferas da econo- sair da crise. Pode ser um manto de comunicado do CPMO indica que indicação de que a sua abertura para subitamente o percurso de uma seguintes variáveis: Consumo privado minar sobre quais os efeitos multipli- está a sair da crise”. E a confiança na podendo dar-se (ou continuar a
primeiro dizer que na minha opi- mia. O sistema financeiro foi arras- nuvens deliberado. Eu tenho a certe- parte das compras de dólares que surpresas é sincera. Ele adicionou realidade, ou pela utilização de + Consumo público (= Gastos pú- cadores da economia moçambicana, economia também. Por favor! verificar-se) o fenómeno de subs-
c
nião as análises do Comité de Po- tado por essa crise, com a aceleração za de que ele sabe que uma desacele- pressionam para a depreciação do ruído desnecessário a um trabalho modelos de previsão económica blicos) + Poupança (= Investimento) nem como se geram quantitativamen- Muitos economistas e instituições tituição por bens mais baratos,
lítica Monetária (CPMO) são mais da desvalorização do metical e sua ração tão brusca da inflação também Metical destinavam-se ao serviço não ajustados e com inputs ine- + Exportações - Importações. Não te as relações intersectoriais da eco- têm necessidade de apresentar cená- afectando a dieta, o acesso e a
bem feito pelo seu Comité de Po-
equilibradas (nem demasiado opti- transmissão para os preços refletida tem outras implicações problemá- da dívida pública. Finalmente, os xactos. Por isso, as previsões quase é provável que o consumo privado nomia, o que torna as previsões ainda rios. Esta necessidade possui objec- qualidades dos serviços de saúde
lítica Monetária (que é no fundo
o
mistas, nem demasiado pessimistas), na aceleração da inflação. O próprio ticas, que por razões de espaço me prejuízos que isto cria para a eco- sempre, ou sempre, não são verifi- tenha, na realidade, aumentado; o mais uma imprevisibilidade. tivos e resulta de interesses diversos, da maioria do povo a segurança
seu crédito porque ele é que dirige como, por exemplo: (1) criar ambiente alimentar.
e são apresentadas de maneira mais Sistema bancário entrou numa crise escuso de discutir aqui. Uma desin- nomia também são evidentes nesse cadas na realidade. rendimento das famílias em termos Segunda questão, existem factores
e toma as decisões finais). Eu espero económicos e políticos de grande in- e expectativas para o investimento; Algumas variáveis monetárias (da
s
cuidadosa do que aquilo que os pro- por causa disso. Por exemplo, para flação ou deflação demasiado rápida comunicado do CPMO quando diz A propósito do parágrafo an- reais (empregados e informais) não
que tanto os mercados” como o pú- terior, pode-se questionar se a aumentou em maior percentagem que fluência na economia moçambicana (2) captar recursos da cooperação; (3) economia nominal - inflação, ta-
nunciamentos do Governador Zan- além de outra dificuldade que pos- pode ser tão ou quase má como uma que “as contas monetárias mostram
blico e os jornalistas se concentrem que são manejados em centros de deci- apresentar relatórios favoráveis a uma xas de juro e reservas em divisas)
damela podem fazer transparecer. sa ter tido, o MOZA “tropeçou” em rápida aceleração rápida da inflação, que, até Janeiro de 2018, o crédito economia moçambicana cresceu a inflação e, portanto, o rendimento
no essencial e descontem esse ruído. são fora de Moçambique. As decisões determinada gestão governativa, do poderão melhorar sendo os seus
Os mercados terão de se habituar parte substancial porque carrega no incluindo pelos seus efeitos redistri- bancário ao sector privado reduziu, realmente em 2017. Os cálcu- real decresceu. Os gastos públicos, em
políticas, sobretudo as internas e estas Banco de Moçambique ou de outras efeitos sobre a economia real mui-
ao estilo de comunicação fora de co- seu balanço o peso das dívidas ocul- butivos de um grupo económico ou em termos anuais, em 12,8%.” Isto é relacionadas com factores externos, instituições; (4) disputa entre institui- to mais limitados que as variações
mum entre Governadores de Bancos tas e ilegais que não estão a render social para outros. Mesmo sabendo uma demonstração clara de como a
m
são imprevisíveis. A conjugação da ções de pesquisa, de pesquisadores e das variáveis monetárias. Os ní-
Centrais que caracteriza o Governa- (o mesmo que alguns outros bancos que uma baixa inflação é em geral política fiscal transformou a política imprevisibilidade e quais as decisões entre organizações internacionais. Os veis de melhoria destas variáveis
dor Rogério Zandamela. Ele tende locais que compraram os títulos da benéfica para os grupos mais vulne- monetária no seu “moleque”. internas e externas, fazem com que as erros das previsões são, depois, justifi- monetárias não serão suficientes
u
a ser mais entusiástico e robusto do EMATUM ou se meteram no negó- ráveis, existem mecanismos através E finalmente, notar que o Banco previsões sejam pouco confiáveis. cados de forma diversa, e nem sempre
para incentivar a recuperação pro-
que é típico. Também tende a levan- cio das secretas e ilegais via MAM e dos quais a deflação ou desacelera- de Moçambique poderia ser mais Terceira ponderação, as previsões es- fundamentada, e sem se abordar as
dutiva na maioria dos sectores.
tar muito a fasquia da certeza nas ProIndicus). ção bastante da inflação pode afectá- transparente nas suas análises para tão sendo feitas considerando, sobre- questões fundamentais do desempe-
Porém, o simples facto de haver
suas previsões. Esse último aspecto, Como consequência do despoletar -los negativamente. A natureza dos justificar os resultados que se veri- tudo o cenário actualmente favorável nho da economia.
alguma recuperação, é positivo.
e
combinado com a sua forma de co- desse escândalo, o FMI e a maioria mecanismos subjacentes a isto não ficam ou se esperam. Por exemplo, dos preços internacionais dos princi- A dívida pública continuará a
municação tende a dar a impressão dos governos doadores que o faziam garante que qualquer forma e ritmo quem for a olhar atentamente para pais produtos exportados e do preço Perante esta exposição, que aumentar, agora com recurso ao
que ele ficou prisioneiro das suas cortaram o apoio à balança de paga- de chegar a inflação baixa é válida. a evolução dos indicadores monetá- baixo do petróleo. O mercado inter- perspectivas existem para
2018? endividamento interno e alguns
d
afirmações anteriores, e que ao inter- mentos e ao orçamento do Estado. No nosso caso, a maneira como se rios e outros irá notar que na reali- nacional é imprevisível e, por isso, as
países, sobretudo de um ou dois
pretar os factos fá-lo com tendência Por outro lado, quando o Banco de atingiu a inflação baixa foi a mais in- dade os progressos na estabilização previsões são, por esta via, também O PIB do lado da produção, dificil-
mente aumentará na indústria (excep- países. Não existirão reformas sig-
falíveis, principalmente em economias
a justificá-las em lugar de testá-las Moçambique começou a implemen- justa que se poderia ter. Atirou todos do câmbio do Metical e da inflação nificativas no Estado, nas empre-
como a moçambicana, onde o sector to em alguns sectores), na construção
objectivamente. tar as fortes medidas de restrição os custos do ajustamento sobre os que o Governador Zandamela hoje sas públicas, nos órgãos regulado-
externo possui uma grande influência civil (apesar do investimento público
ir o
Se calhar tudo isto são simplesmente monetária iniciadas em Outubro trabalhadores, empresas e consumi- apresenta
esenta são os efeitos atrasados no crescimento e em outras magnitu- com financiamentos, sobretudo da res e nos diversos “fundos”. Está-
impressões. O meu conselho é que de 2016 pelo Governador Ernesto dores privados, enquanto o governo das medidas activadas pelo Gover- des económicas. China), no sector financeiro (pouca -se perdendo uma oportunidade
tanto os mercados como os jorna- Gove, o custo de crédito amentou e continua a ser despesista. Eu conde- nador Gove em Outubro de 2016, Quarta dúvida, a evolução dos indica- recuperação da poupança, do investi- de ouro para reformar o Estado
listas tentem ajustar-se a ele, a des- muitas empresas deixaram de poder nei essas medidas do Banco Central, logo que se notaram as primeiras dores nominais da economia pode não mento nacional e estrangeiro, excepto, e o sector público da economia.
contar os seus pronunciamentos e a honrar os seus compromissos com a em particular as acrescentadas pelo manifestações de aceleração da de- produzir efeitos significativos sobre a eventualmente nos recursos naturais). A não existência destas reformas
maneira como o faz, e a concentrar banca, outras fecharam. A incerteza Governador Zandamela logo de- preciação da moeda e da variação A agricultura e os transportes pode- dificulta os efeitos da alguma me-
á
economia real. Reduzir a taxa de juros
no essencial tal como contido no que se instalou agravou a redução pois de tomar posse, não porque elas do nível geral de preços. Embora em meio, um ou dois pontos percen- rão crescer. Qual será o balanço? Nin- lhoria das variáveis nominais so-
i
comunicado escrito do CPMO. O da procura interna para o consumo, não pudessem atingir a desinflação ele também se tivesse arrastado um tuais, partido de uma base de mais de guém sabe. bre a economia real.
resto é teatro. O melhor seria se ele afectando negativamente as perspec- rápida que ele agora proclama ser a pouco, foi o Governador Gove que 20% de juros de empréstimo, altera Do lado da procura, não há razões que O sector externo terá um melhor
próprio pudesse refinar-se um pou- tivas do sector produtivo. prova de quão ele estivesse correcto escalou decisivamente a contenção as decisões empresariais? Pergunte- justifiquem o aumento do consumo desempenho que a economia in-
D
co mais. Mas cavalo velho não muda Quer dizer, uma crise num sector ou não,, mas porque permitiam a po- monetária, que na minha opinião -se aos bancos comerciais porque as privado, pois a inflação continuará terna, aprofundando a distorção
de hábitos facilmente. Portanto, da economia transitou-se a outros líticaa fiscal (e as pressões despesistas teria sido suficiente se o sector fis- taxas de juro por eles praticadas não superior ao aumento dos salários, da estrutural da economia cada vez
acompanham o ritmo das descidas geração de emprego. Nada indica que mais extrovertida, dependente e
será bom que as pessoas comecem a sectores gerando uma crise generali- das políticas que estão por detrás) cal também tivesse ajustado. O que
das taxas de referência do Banco de o investimento (poupança) suba, ex- subdesenvolvida.
habituar-se a descontar (do mesmo zada. Neste contexto, é difícil perce- a ditarem um curso de uma políti- o Governador Zandamela veio fazer
Moçambique e como estão as dívidas cepto em uns poucos sectores de in- Não é possível apresentar dados
modo que se habituaram ao estilo ber o que é que o Governador quer ca monetária com grandes custos foi apertar mais no contexto em que vestimento externo ou a ele associado.
mal paradas e o investimento. Reduzir de forma consistente. Por favor,
lacónico e de camaleão do Adriano significar quando diz que o País está económicos e sociais para a maioria o Ministro Maleiane (da Economia os gastos públicos (com um elevado As taxas de juro manter-se-ão inaces-
Maleiane). a sair da crise. Quer dizer que está dos trabalhadores e para as empre- e Finanças) com os seus chefes atrás aqueles que o fazem deixem de
grau de contabilidade pública artifi- síveis considerando a rentabilidade
Também cada vez mais parece ser controlada a crise do sistema finan- sas, enquanto uma minoria ficava se recusaram (e continuam a recusar- ser maquiavélicos: arquitectam e
cialmente manipulada e pouco trans- de grande parte do tecido económico
verdade que sente sobre si uma pres- ceiro? Se calhar neste aspecto está protegida. E estes são os assuntos -se) a fazer o ajustamento fiscal e a constroem a mentira, sabem que
parente), sem profundas reformas nas doméstico; os bancos comerciais não
são (auto- ou extra imposta) para di- certo. Mas quererá dizer também que o Governador não aborda, e se resolução do escândalo das dívidas mentem, persistem na mentira,
funções do Estado na economia, no reagem nem acompanham as pouco
manipulam a informação e, no
zer o politicamente correcto. Mesmo que está controlada a crise em outras calhar nem tem de abordar, pois ele ocultas e ilegais que constitui maior aparelho de Estado e nas empresas influentes reduções das taxas de re-
ferência do Banco de Moçambique fim, acreditam que a mentira foi
sabendo que tem nas costas o FMI esferas e que isso garante que o país tem uma área de intervenção e age factor imediato da crise de cuja saída públicas, e com o aumento da dívida,
(considerando os níveis actuais). Em eficaz e se contentam com isso.
e a sua pensão, ninguém na posição está a sair da crise económico-finan- com os instrumentos específicos que o Governador erroneamente diz que aumentam a instabilidade da econo-
mia e a confiança dos investidores. termos reais, é pouco provável que se Não sugiro que não se façam es-
dele gostaria de se ver embrulhado ceira generalizada? Se pretendesse tem nas mãos. Mas desse mesmo o país está a sair.
A balança comercial favorável devido assista a um aumento dos gastos do timativas. O que se espera do Go-
num atrito com a pessoa que lhe co- dizer isso, eu já não concordaria tan- modo que ele tem esses limites no Por outro lado, tanto o comunicado
à retracção das importações causada Estado, excepto se se verificar a conti- verno, do Banco de Moçambique
locou lá. to com ele. que pode fazer, ele deve ter e trans- do CPMO como o Governador nos
pelo decrescimento da procura inter- nuação do endividamento suportado, e das organizações internacionais
Segundo, o Governador Zandamela Por exemplo, a gente sabe (e o mitir cá fora a impressão de que ele seus pronunciamentos são omissos são discursos sérios chamando
na, ao aumento das exportações, prin- principalmente pela banca comercial
nunca foi claro sobre a questão de CPMO o afirmou claramente), que tem uma noção clara dos limites dos em relação ao que se passa com as à atenção para a real situação do
cipalmente de dois produtos(carvão e interna, o que para esta é atraente face
que crise ele está a falar. Por exemplo, os grandes riscos ainda existem pro- sucessos que esses instrumentos tra- taxas de juro de retalho (i.e. aque- país e que as previsões sejam ano-
alumínio) e ao aumento das reservas à baixa procura de crédito das empre-
dizendo somente “crise” ele poderia venientes do sector fiscal que nunca zem para a economia e a sociedade las pagas pelas famílias e empresas), sas e famílias. Veremos como evolui o tadas com as suas condicionali-
em divisas, influenciam de que ma-
estar a falar da crise da dívida, da cri- quis ajustar, e muito menos o fará no seu conjunto. limitando-se a destacar as melhorias neira o tecido produtivo da economia? sector externo; mesmo que positivo, dades. O país não está saindo da
se do sector produtivo real, da crise nos próximos 18-20 meses de ciclo Em terceiro lugar, depois de tudo o que se verificam nas taxas pratica- Não é verdade que 2.900 empresas fa- será suficiente para contra balançar as crise! Perguntem à maioria dos
da balança de pagamentos, ou da cri- eleitoral. Pode-se garantir neste con- dito acima, ainda importa notar que o das pelos bancos comerciais entre si liram nos últimos dois anos? O sector perdas nas outras variáveis atrás refe- moçambicanos e dos empresários.
se do sistema monetário e financei- texto que Moçambique está efec- grave problema da gestão macroeco- e entre o banco central e os bancos de construção, turismo, indústria, (ex- ridas? TOU PIDIR. NÃO MINTAM!
ro. O termo crise sem especificar de tivamente a sair da crise, tomando nómica hoje em Moçambique e que comerciais. Isso não é uma análise
16
PUBLICIDADE Savana 02-03-2018
o
2/2018
log
Boletim de Preços do mês de Janeiro, que inclui os pre- GDGHGHFRQVXPR&RPHVVHREMHFWLYRSURFXUDUDP-
ços dos produtos mais consumidos pela maioria a VHDQDOLVDUHVSHFLÀFDPHQWHDVIDPtOLDVUHDVVHQWDGDV
população e que fazem parte do cabaz de compras, GD0DODQJDSDUDD&DWHPEHQRPHDGDPHQWHSDUDRV
EDVH SDUD R FiOFXOR GD LQÁDomR$OpP GD FLGDGH GH EDLUURV&KDPLVVDYDH,QFDVVDQH
Maputo como aconteceu em 2017, a partir de Janei-
ció
ro, são incluídos os preços das cidades da Beira e de ========================
1DPSXOD 3RGH FRQVXOWDU HVWH WH[WR HP ZZZRPU-
P]RUJ!3XEOLFDo}HV!%ROHWLPGHSUHoRV Observador Rural com o título Evolução dos preços
dos bens alimentares e serviços 2017 ZZZRPUP]
======================== RUJ3XEOLFDoRHV!2EVHUYDGRU5XUDOTXHVLQWHWL]DH
DSUHVHQWDDOJXPDDQiOLVHVREUHDHYROXomRGRVSUHoRV
so
Destaque Rural com o título Impactos sociais do reas- dos bens mais consumidos pela maioria a população
sentamento populacional na Catembe ZZZRPUP] e que fazem parte do cabaz de compras na cidade
RUJ3XEOLFDoRHV!'HVWDTXH 5XUDO DSUHVHQWD D DQi- GH0DSXWR (VWHGRFXPHQWRDSUHVHQWDYDULDo}HVGH
OLVHGRVLPSDFWRVH[HUFLGRVSHODFRQVWUXomRGDSRQWH SUoRVPXLWRGLIHUHQWHVDRVLQGLFDGRSHODLQÁDomRGH
sobre a população reassentada na Catembe, ao nível bens alimentares apresentado pelo Instituto Nacional
do acesso a serviços sociais e em termos de possibili- GH(VWDWtVWLFD
um
de
io
ár
Di
Savana 02-03-2018
PUBLICIDADE 17
o
NOTA DE IMPRENSA
log
Antes da reestruturação da dívida exige-se GDVHRVDFWLYRVWUDQVIHULGRVSDUDR(VWDGR
prestação de contas e responsabilização )DFHDHVWDVLWXDomRH[LJHPVHDFo}HVFRQFUH-
2*RYHUQRDQXQFLRXDWUDYpVGHXPFRPXQLFD- tas de prestação de contas aos moçambicanos
GRGR0LQLVWpULRGD(FRQRPLDH)LQDQoDVGD- e de responsabilização dos implicados na con-
WDGRGHGH)HYHUHLURFRUUHQWHTXH´QRGLD WUDWDomRLOHJDOHXVRLQGHYLGRGRYDORUGRVHP-
ció
20 de Março de 2018, irá proceder à apresenta- SUpVWLPRV
ção, em Londres, dos recentes desenvolvimen- $VRUJDQL]Do}HVTXHVXEVFUHYHPHVWD1RWDGH
WRV ÀVFDLV H PDFURHFRQyPLFRV H GH SURSRVWDV Imprensa pensam ser fundamental para a nor-
GHUHHVWUXWXUDomRGDGtYLGDµ PDOL]DomR GDV UHODo}HV HFRQyPLFDV H[WHUQDV
(QWUHWDQWRD3URFXUDGRULD*HUDOGD5HS~EOLFD LQGLVSHQViYHO j UHFXSHUDomR HFRQyPLFD H UH-
so
3*5DLQGDQmRSXEOLFRXRUHODWyULRFRPSOHWR dução do sofrimento da maioria do povo mo-
da auditoria às mesmas dívidas realizada pela oDPELFDQR
.UROO+DYLDSURPHWLGRSXEOLFDUDWp6HWHPEUR $VVLPpLPSHULRVRTXH
GHPDVSDVVDPMiFLQFRPHVHV ï$3*5SXEOLTXHRUHODWyULRÀQDOGDDXGLWRULD
2VXPiULRH[HFXWLYRGRUHODWyULRGHDXGLWRULD GDVGtYLGDVGD(0$7800$0H3UR,QGLFXV
jVPHVPDVGtYLGDVRVYiULRVUHODWyULRVGR7UL- antes de o Governo ir a Londres apresentar a
um
ïFHUFDGHGRWRWDOGRYDORUGRVHPSUpVWL- LQIRUPHHPVHVVmRSOHQiULDQD$VVHPEOHLDGD
PRVLVWRpPLOK}HVGHGyODUHVWHYHDSOLFD- 5HS~EOLFDFRPDFHVVRDRVyUJmRVGHLQIRUPD-
ção desconhecida; omRHRUJDQL]Do}HVGDVRFLHGDGHFLYLOFRPGL-
ár
ïFHUFDGHGRWRWDOGRVHPSUpVWLPRVLVWR UHLWRDSHUJXQWDVHUHVSRVWDVVREUHRSODQRGH
pPLOK}HVGHGyODUHVSRGHWHUVLGRGHVYLD- reestruturação das dívidas;
GRDWUDYpVGHHVTXHPDVGHVREUHIDFWXUDomRQR
GRDWUDYpVGHHVTXHPDV GHVREUHIDFWXUDomRQR ï2*RYHUQRGHYHLQIRUPDURVPRoDPELFDQRV
fornecimento de bens adquiridos pelas empre- antes de dizê-lo aos credores, se pretende pa-
Di
sas; JDUGtYLGDVLOHJDLVHLOHJtWLPDV
ï&HUFDGHGRWRWDOGDVGtYLGDVDSUR[LPD- $V RUJDQL]Do}HV VXEVFULWRUDV GHVWD 1RWD GH
GDPHQWHPLOK}HVGHGyODUHVIRUDPJDVWRV Imprensa consideram os aspectos referidos
HPFRPLVV}HVEDQFiULDVHGHLQWHUPHGLiULRVGD como um acto de patriotismo, de soberania, de
QHJRFLDomRGRVHPSUpVWLPRV UHVSRQVDELOLGDGHGDVLQVWLWXLo}HVGR(VWDGRGH
ï$VWUrVHPSUHVDVVmRHFRQRPLFDPHQWHLQYLi- 'LUHLWRHGHUHVSHLWRSHORSRYR0RoDPELFDQR
YHLVHLQFDSD]HVGHUHDOL]DURVSURSyVLWRVSDUD
os quais foram criadas, devendo ser encerra- 0DSXWRGH)HYHUHLURGH
18
OPINIÃO Savana 02-03-2018
Cartoon
EDITORIAL
A caminho da reforma agrária na RAS
O Parlamento sul-africano aprovou uma emenda constitucional que irá
acelerar o processo de transferência das terras. Na África do Sul das
desigualdades e de antigos bantustões, as boas terras são de farmeiros
comerciais brancos e os negros trabalham essas terras como assalariados
o
agrícolas.
A proposta foi apresentada pelos Combatentes pela Liberdade Económica(EFF),
liderado pelo jovem populista Julius Malema, mas foi apoiada pelo Congresso
Nacional Africano (ANC), que forma governo desde 1994, o ano das primeiras
log
eleições pós-apartheid neste país vizinho de Moçambique.
A questão da terra é fulcral e os sul-africanos sem posses, de facto a maioria,
estavam a ficar impacientes, sobretudo, porque o país, em mais de duas décadas
após a queda do apartheid, que promoveu a discriminação, a miséria e a deses-
perança estava a andar a passos de camaleão na tão esperada reforma agrária.
Antes do EFF levar o dossier ao Parlamento, Malema, um político dissidente
do ANC, muitas vezes populista e racista, havia instigado os seus seguidores
a se apropriarem das terras de forma anárquica, o que teria sido um desastre.
Em Dezembro de 2017, na conferência do ANC em Joanesburgo, Cyril Ra-
maphosa, que substituiu Jacob Zuma, na presidência sul-africana, prometeu
acelerar “a transformação radical” da economia em benefício de uma sociedade
É preciso saber
ció
mais igualitária. A ideia de Ramaphosa é reestruturar a reforma agrária de uma
forma sustentável e que promova o crescimento económico há muito ansiado
na África do Sul.
O governo sul-africano pós-apartheid foi sempre cauteloso a lidar com o pro-
blema da reforma agrária, tendo em vista a experiência desastrosa havida no
vizinho Zimbabwe. O ANC aprendeu bem da experiência do Zimbabwe, país
que recorrendo ao argumento de “corrigir injustiças históricas” promoveu uma
caótica reforma agrária que fez resvalar o país de celeiro de África, para um Por Ivone Soares*
dos mais dependentes do mundo, com milhões de zimbabweanos vivendo no
exterior do país na triste situação de refugiados. R5 /5 *.,#'ĉ(#)5 #(5 .'5 )5 O desafio que se coloca aos preten- A concessão de vastas áreas para
O Acto de Terras Nativas deu, em 1913, direitos aos brancos de possuírem 90% -.)> sos candidatos independentes é o de
das terras da África do Sul. Os brancos constituíam menos de um terço da
população do país. Esta lei impossibilitava os negros de terem um maior poder
R5
so
/'5.'5/.55+/5*,&5
)5*ù-55*,5+/5ŀ'>
organizarem os seus apoiantes, criar
uma estrutura que, aliás, até será
plantações agrícolas que não reúnem
o consenso dos camponeses, das or-
ganizações da sociedade civil e nem
E
económico, garantindo ainda mão-de-obra barata.
muito útil na fiscalização e controlo de parte dos partidos políticos;
Nas décadas seguintes, o regime do apartheid baseou a concentração fundiária
na segregação racial. Em 1999, o ANC comprometeu-se a comprar 30% das sta semana, retomaram as ac- do processo eleitoral em si, dado que A atribuição de títulos de Direito
terras do país para distribuir à comunidade negra, mas o processo foi adiado, tividades do Parlamento mo- todos sabemos quão ensombrados de de Uso e Aproveitamento da Terra
devido a suspeitas de corrupção e à grande dívida pública. O processo foi em- çambicano tendo como gran- vícios foram todos os nossos pleitos (DUATs) sem promover as necessá-
purrando para um plano secundário. de expectativa o debate sobre eleitorais, incluindo o mais recente rias consultas as comunidades;
Embora existam muitas incertezas, incluindo as lutas legais que se vão seguir que foram as intercalares de Nampu-
a proposta de Lei de Revisão Pontual A aposta no modelo de extracção de
decorrentes do princípio de expropriação da terra sem compensação, na vizinha la para eleição do Presidente daquele
da Constituição da nossa República, recursos minerais, com reassenta-
um
África do Sul há passos decisivos e rumo à reforma agrária. município.
Em Moçambique o debate ainda é tímido e muitas vezes resvalando para a documento resultante dos consensos mento populacional de vergonha;
alcançados em sede do diálogo sobre Com bom grado, acompanhei que,
esfera ideológica. A terra é um recurso fundamental para o combate à pobre- A falta de transparência na gestão
za em Moçambique. De acordo com a Constituição moçambicana, a terra é questões político-militares que vem de forma unânime, os partidos da
da terra, propriedade do Estado a
propriedade de Estado e não deve ser vendida, hipotecada ou alienada, mas é decorrendo envolvendo a Renamo e o oposição parlamentar e extra-parla-
mentar decidiram unir-se em torno luz da Constituição da República de
transaccionada por milhões a olhos de quem não é cego. Governo
erno da Frelimo. De acordo com
Em Abril deste ano, o governo prevê iniciar uma campanha de fiscalização de do candidato da Renamo. Esperemos Moçambique, tanto no meio urbano
a proposta depositada na Assembleia
terras a nível nacional. O objectivo é recuperar um milhão hectares de terras que sejam resolvidos, de uma vez como no rural.
pelo Presidente da República, após
ociosas, parte considerável nas mãos de importantes figuras conectadas ao par- por todas, os problemas gravíssimos Assim, argumentava que é necessário
entendimentos com o Presidente da
tido governamental. Moçambique tem uma extensão de 36 milhões de hectares descobertos e denunciados tempes- e urgente que todos saibamos quem
agricultáveis, dos quais apenas 3,6 milhões de hectares, equivalentes a 10%, es- Renamo ficou bem claro que os 250
deputados terão a tarefa de brindar tivamente aquando da primeira volta tem DUAT de que parcela do país e
tão a ser explorados. Seria um passo importante que em Moçambique a terra
a Nação com a aprovação do novo das eleições intercalares de Nampula. para que fim, ou seja, é urgente que o
passasse a ser usada como bem colateral para os bancos comerciais passarem a
financiar os camponeses e as pequenas e médias empresas nacionais, que estão quadro constitucional que, segundo a Refiro-me aos problemas de manipu- Estado moçambicano promova uma
de
com imensas dificuldades, poderem mais facilmente aceder ao crédito agrícola. proposta em mesa, mudará comple- lação dos cadernos eleitorais que pos- reforma na questão da Terra. Isso
Em nome de fantasmas não provados argumenta-se que o hipotético endivi- tamente o actual figurino de defini- sibilitaram a deslocação de pessoas de passaria pela adopção e publicação de
damento bancário colocará a terra nas mãos de uma minoria, eventualmente ção de quem vai para Governador de outros distritos e de outras províncias um cadastro nacional de terras dispo-
na mão de estrangeiros. Estes fantasmas já foram usados anteriormente, sem Província e quem assume a função de para «dar uma mão» ao partido dos nível a qualquer pessoa ou instituição
qualquer sucesso. A privatização da habitação segregou as cidades, mas não as camaradas, apoio sem o qual acredito
Presidente de Município. Todos os interessada nessa informação. Ade-
tornou ilhas na posse de interesses externos. A liberalização
alização das fronteiras, no-
Partidos políticos e os grupos de ci- que a Frelimo não teria chegado aos mais, essa reforma ajudaria a minimi-
meadamente com a África do Sul, não propiciou nenhuma invasão bóer como
temiam os mais chauvinistas. dadãos devidamente organizados po- quarenta e poucos por cento de votos zar os actuais conflitos de terra exis-
No presente estado sim, enormes extensões estão na mãos de minorias pode- derão apresentar as suas candidaturas válidos. tentes, bem como a atribuição de um
rosas que fazem especulação fundiária sem que das transacções beneficiem o e quem vencer indica aquele homem No município de Nampula haverá mesmo terreno a mais do que uma
Estado e as comunidades. ou mulher que irá garantir o cum- uma segunda volta das eleições in- família e/ou grupos comunitários ou
io
É importante aclarar a forma como os direitos sobre a terra podem ser usa- primento escrupuloso do manifesto tercalares e que vença o verdadeiro empresariais.
dos para incentivar o desenvolvimento em Moçambique. Em alguns sectores, eleitoral escolhido pelos eleitores. escolhido dos nampulenses.
argumenta-se que o actual sistema de posse, em que a terra é propriedade do A se levar a sério o cadastro dos títulos
Não me parece que o direito de par- Continuando, nessa cerimónia de re-
Estado e apenas cedida aos interessados, constitui um grande impedimento ao de direito de Uso e Aproveitamento
ticipação política do cidadão na elei- toma dos trabalhos da Assembleia da
progresso social e económico. de Terra, a semelhança do cadastro
Moçambique não necessita verdadeiramente do que se convencionou como ção do Edil e do Governador esteja a República, pude falar da necessidade
mineiro, ao se cadastrar e publicar
ser coarctado na proposta de Revisão de manutenção da Paz, das expecta-
ár
reforma agrária. Mas precisa de transformar em mecanismos legais uma nova o património imobiliário do Estado
abordagem da posse da terra que dê poderes adicionais aos que dela dependem Pontual da Constituição. O mani- tivas de integração e reintegração da
Força residual da Renamo nas Forças ainda existente estaria o próprio Es-
enquanto factor de produção, crie processos de mediação transparentes e efica- festo eleitoral que escolhermos será
zes nos municípios e outros agregados urbanos que afastem a especulação e a implementado por um dos membros de Defesa e Segurança (FDS) achei tado a contribuir em grande medida
corrupção fundiária e, ao mesmo tempo, viabilize a contratualização de projec- da força política partidária ou civil por bem tocar numa outra questão para a transparência, para o combate
tos comerciais e investimento externo garantidos, para produção e exportação que escolhermos. Em caso de incum- deveras séria para ser ignorada. Tra- às várias formas de corrupção: lava-
de alimentos. gem de dinheiro, branqueamento de
primento do programa de governa- ta-se de um dos principais focos de
O actual paradigma é uma falácia pura. Hipotecar a terra por princípios ideo-
Di
ção pode-se sempre retirar-se-lhe a conflito no mundo actual e no país: a capitais, suborno, subfacturação e so-
lógicos que os que fizeram acontecer a história violentam, de forma mesquinha,
todos os dias, é dar voz aos que ruidosamente argumentam que nos precisamos confiança desde que dois terços dos Terra para além da Água. brefacturação. Não acha(m)?
libertar
tar dos nossos próprios libertadores. membros dessa Assembleia Munici- Os conflitos de terra derivam de vá-
Sem dogmas. Sem lentes especiais. pal concorde com a decisão de afastar rios factores, sendo dos mais impor- L5" 55(55(')5(5
o Presidente do Município. tantes os seguintes: --'7*Ě&#
Racionalidade e racionalização
o
C
log
om muita graça, sugeria Luís ça entre racionalização e raciona- no domingo, em Maganja da Costa, na conhecimento universal. Por exem- dução, mas fundamenta-se em bases
Guevane, na sua crónica da lidade, vital; diferença que muitas província da Zambézia, mas semanas plo: Todos os planetas são redondos/
redondos/A A mutiladas ou falsas e nega-se à con-
semana passada, as balizas vezes o moçambicano popular não antes já tinham acontecido episódios terra é um planeta/Logo, a terra é re- testação de argumentos e à verificação
dos critérios para a escolha discerne por causa da vigência do idênticos nos distritos de Changara e donda. É lógico e faz sentido. Mas empírica.
empírica
dos gestores públicos: «Parte-se de pensamento mágico. Marara, na província de Tete.» infelizmente nem sempre o que faz A racionalização é fechada, a racio-
um princípio muito simples: os bons E aqui socorro-me de outra notícia O mecanismo lógico que preside às sentido, na lógica interna de um sis- nalidade é aberta. A racionalização
administradores ou gestores, no caso de que li esta semana, e onde se lavra- duas atitudes, a de escolha de um tema, é verdadeiro no plano da rea- constitui uma das fontes mais poderosas
um país pobre como Moçambique, de- va: «Grupos de camponeses do centro de gestor técnico pelas suas capacida- lidade. Por exemplo: A relva é verde/ de erros e ilusões. Dessa maneira, uma
vem ser escolhidos entre aqueles que têm Moçambique agrediram nas últimas des em manter o feminil rebanho As riscas das camisolas do Sporting são doutrina que obedece a um modelo me-
ció
provas dadas na gestão da poligamia semanas comerciantes e pescadores que manso ou a dos mal-aventurados verdes/ Logo, o Sporting é um jardim.
jardim canicista e determinista para considerar
que desenvolvem e controlam». acusam de “parar a chuva”, disse à Lusa camponeses associarem a sua pobre- Ou: Todos os planetas são redondos/ A o mundo não é racional, mas raciona-
Não faço ideia se Guevane se baseou o porta-voz da Polícia da República de za à sobrenatural riqueza de outros, bola de ténis é redonda/ A terra é uma lizadora.
nalgum caso real de que tenha co- Moçambique (PRM). é o mesmo e baseia-se nas premissas bola de ténis. A verdadeira racionalidade, aberta
nhecimento ou se era uma sugestão “É um fenómeno novo: são camponeses daquilo que Aristóteles chamava um A primeira premissa é a maior ou por natureza, dialoga com o real que
irónica atirada para cima da mesa. que pensam que os comerciantes e pes- silogismo. universal e deve ter valor como tal. lhe resiste (…) é o fruto do debate ar-
Mas não é isso que importa para o cadores são responsáveis pela falta de O silogismo é um método de racio- E a premissa maior e a dedução de- gumentado das ideias, e não a proprie-
que pretendo explanar e que se usa chuva” nalguns pontos do país, disse cínio dedutivo. Usa-se para deter- vem ter uma relação lógica porque se dade de um sistema de ideias.
do exemplo dele como pretexto. Inácio Dina. minar se um facto ou ideia é certo não… E é nesta crença redutora que A racionalização que ignora os seres,
O que pretendo explicar é a diferen- As agressões mais recentes aconteceram
so
ao compará-lo com uma ideia ou a lógica se transforma numa batata.
Ora, muitas vezes a lógica é uma das
faces da batata e é isto que não se coloca
em questão no pensamento mágico.
A racionalização parte de raciocí-
nios dedutiv
dedutivos para encadear uma
resposta que parece legitimar um
a subjectividade, a afectividade e a
vida é irracional.
A racionalidade deve reconhecer a parte
de afecto, de amor e de arrependimento.
A verdadeira racionalidade conhece os
limites da lógica, do determinismo e do
mecanicismo; sabe que a mente humana
sentido, exactamente porque obede- e a realidade comportam mistérios. Ne-
Joaquina Siquice
ce a uma lógica. E em chegando à gocia com a irracionalidade, o obscuro, o
formulação final esta não é colocada irracionalizável. É não só crítica, mas
um
em dúvida, dada a veracidade apa- autocrítica.
rente do método. Reconhece-se a verdadeira racionali-
A
Edgar Morin, que alertou para os dade pela sua capacidade em identifi-
notícia colheu-me na dobra sessões de ensaios da também qua- A última vez que a vi viva foi num perigos da racionalização estabele- car as suas insuficiências.»
ce muito bem as diferenças entre as Percebe-se a riqueza, a complexida-
de uma esquina, fosse pelo se iniciante Companhia Nacional festival que se realizou não sei bem
suas atitudes: de, de uma atitude e a pobreza re-
que veiculava, fosse pela de Canto e Dança (CNCD). Eram em que moldes, para assinalar mais
«A racionalidade é a melhor protecção dutora de outra. E aqui, temo ter de
hora a que me chegou, ao sessões de trabalho levadas a sério e um aniversário do massacre de Mue-
contra o erro e a ilusão. Por um lado, dizer que na maior parte dos casos é
princípio da noite, fosse, ainda mais, sem estrelatos nem ambições de se da, tendo como palco a própria Vila
existe a racionalidade construtiva que na racionalização que se encostam as
pela distância, no tempo e no espaço, ser mais protagonista que outro. Foi de Mueda, num dia 16 de Junho.
elabora teorias coerentes, verificando o Tradições, quando se transformam
que me separa da sua memória. Em também nessa altura que conheci e Depois dos espectáculos, ao fim dos na patologia do tradicionalismo,
carácter lógico da organização teórica,
vez de me mergulhar num estado de comecei a admirar incondicional- salamaleques, pedi-lhe uma entrevis- a compatibilidade entre as ideias que enquanto a racionalidade se abre ao
torpor ou de choque, porém, a notí- mente a personalidade da Joaquina ta em exclusivo para a então revis- plano científico e ao pensamento
de
aventurar para grandes voos fui pos- ritual de amor. realizou. fundamentado na dedução ou na in- de da sua miséria.
to à prova em várias frentes, para Vi as sessões de ensaio, mas vi tam- Soube, tempos depois, que, por ine-
ganhar aquilo a que, na gíria jorna- bém, para meu agrado, o resultado rência social, tinha mudado o seu
lística, se chamava “tarimba”. Fiz um dessas sessões em vários espectácu- habitat para algures na República
pouco de tudo, desde comentários de los, principalmente no palco do Cine Alemã; soube também, sem surpre-
ár
partidas de futebol, de básquete ou África. Era tudo ouro sobre azul, e, sa, mas para minha gratificação, que
de um e outro filme que corriam nas apesar de na altura não estarem em na Alemanha ela tinha tido a cora-
salas de cinema – na altura já meio questão o estrelato e o ser-se figura gem de abrir uma escola para ensi- Email: carlosserra_maputo@yahoo.com
ao abandono, por várias razões –, de cartaz, a Joaquina Siquice impu- nar danças moçambicanas e canto a Portal: http://oficinadesociologia.blogspot.com
mas onde me sentia verdadeiramente nha-se naturalmente como a princi- quem quisesse. Naturalmente que a 569
bem e a nadar como um peixe era na pal guia, a luz e a energia que guiava maior parte dos seus alunos seriam
Análise e moral
área cultural. todo o corpo de dançarinas e dança- alemães. Por aquilo que se disse ago-
Di
Conheci, então, muitos dos que, já rinos da CNCD. ra, ao acompanhar a notícia da sua
com nome feito ou em plena ascen- Entrevistei-a, não exaustivamente, morte pela rádio, ela continuou nessa
Q
são, se destacavam nas várias áreas por aquela época várias vezes, e sem- saga de transmitir conhecimentos
de produção ou do viver da cultura, pre me surpreendeu pela sua quase sobre cultura, música e dança mo- uando um médico manda fazer um raio x a um paciente
frequentei salas e sessões de ensaio doentia modéstia e pela negação de çambicanas muito além das fron- que tem um problema num determinado órgão, não está
de teatroo e dança, entrevistei várias si própria, sempre que se mostras- teiras que a viram nascer e que ela, preocupado em saber se esse órgão é bom ou mau, feio ou
personagens, pessoas ou jovens que se necessário falar a favor do gru- de modo muito natural, de corpo e bonito, mas conhecer e tratar o problema que o afecta.
viriam a ser personagens, e posso po. Para ela, o que interessava era a alma, pelo canto e pela dança, soube A função dos estudantes do social é um pouco como a dos médicos:
lembrar-me das entrevistas que fiz companhia, e manifestava-se como levar a lugares que, de outra forma,
consiste em analisar fenómenos, vasculhar as suas cavidades, encon-
ao então debutante Ídasse Tembe, ao apenas um elo dessa cadeia que era o raramente se conseguiriam alcançar.
trar causas e consequências. A sua função não consiste em saber se
Victor Sousa ou a glórias já assentes corpo de músicos, de coreógrafos, de Por isso, longe de me pôr em baixo
os fenómenos são bons ou maus, feios ou bonitos.
como o Xidimingwana, o Simeão dançarinos e dançarinas, da própria ou mergulhar num sentimento de
Nenhuma ciência é possível quando se confunde análise e moral e
Mazuze, o Fernando Luís e mais al- direcção da companhia, desde ali, a torpor, a notícia da sua morte como
guns outros. Casa da Cultura, até aos palcos, que que me rejuvenesceu, recordando a se pede àquele que seja esta. O ser não é o dever ser, o juízo de facto
Foi nessa altura que ganhei um pou- começaram por ser nacionais e aca- frescura perene do seu rosto, do seu não é (ou não deve ser) o juízo de valor. Analisar não significa estar
co o hábito de passar algumas horas baram por ganhar espaço internacio- sorriso e da sua entrega à dança, a de acordo ou em desacordo com o que quer que seja.
da tarde de um dia de semana a ver as nalmente. música e a tudo a que isso está ligado.
20
OPINIÃO Savana 02-03-2018
N
o seu discurso ao corpo diplomá- também em outros países africanos, daí a diversos foros da nossa sociedade, os gran- ra de nenhum acordo para se desenvolver,
tico, o Presidente da República prevalência de conflitos que ainda afectam des problemas e desafios que nos afectam. para ganhar força e ímpeto.
o
diz-nos acreditar não só que a paz vários países do nosso continente. Hoje a Esta atitude de negação da realidade que Contudo, a reconciliação também deve
efectiva está próxima, mas também maioria desses conflitos é intra-estatal e na nos rodeia faz-nos ficar quase indiferentes ser entendida como uma estrada com dois
que as razões que estão na origem do re- sua génese está a discriminação e exclusão. a este fenómeno tão nefasto quanto peri- sentidos. Nos estados modernos, os cida-
log
começo das recentes hostilidades militares Em 1992, quando foi assinado o Acordo goso e encoraja estas forças a prosseguir o dãos, em particular as forças políticas e Or-
terão um tratamento adequado. de Roma, estávamos todos convencidos de seu caminho, sem perturbação de maior. ganizações da Sociedade Civil, nas quais se
Contudo, para além da complexidade e ris- que a paz já tinha regressado ao nosso país Para além do oportunismo e ambições ile- incluem os media, também são chamados
cos próprios deste tipo de processos, outros e tinha regressado para ficar. Já nos consi- gítimas, muitos dos nossos compatriotas a ter um papel activo na sociedade, em vez
perigos estão em construção, pondo em ris- derávamos uma nação que tinha regressa- envolvidos neste tipo de acções fazem- de serem meros e passivos consumidores
co o trabalho do nosso Presidente, pondo do à normalidade. Contudo, cerca de vinte -no inconscientes das consequências que do que lhes é oferecido pelos governantes.
em risco a durabilidade dos resultados que anos mais tarde, tivemos de rever as nossas os seus actos, a médio e longo prazos, vão A sua participação no processo governati-
todos desejamos. convicções. As hostilidades militares eclo- trazer para toda a sociedade. Muitos estão vo, aos mais diversos níveis, contribui para
Assim, da mesma maneira que o Presi- diram de novo, mas desta vez, por razões genuinamente convencidos de que estão a a melhoria da governação global e na edu-
ció
dente se empenha na busca da paz, outras diferentes das de 1977. proteger os interesses do partido no poder, cação continua dos governantes.
forças existem a jogar no sentido contrário, Entre outras possíveis razões, foram so- os interesses do seu grupo, qualquer que Papel igualmente importante cabe aos
lenta mas resolutamente criando condições bretudo comportamentos discriminatórios este seja. Não há mal nenhum em promo- parceiros de cooperação. Pela experiência
para que a paz a alcançar seja frágil e de e de exclusão que estiveram na eclosão do ver os interesses de um partido político ou que trazem de outros países, eles estão em
curta duração: são as forças oportunistas da conflito recente. Havia cidadãos que sen- de um grupo na sociedade, desde que essa melhores condições de compreender que
discriminação e da exclusão. Estas forças tiam que os seus direitos consagrados na promoção seja feita dentro das normas es- os processos de reconciliação nacional são
estão abrigadas em instituições públicas, Constituição da República e demais leis tabelecidas e sem violação dos direitos le- longos e complexos, têm uma dimensão
privadas e partidárias, usam abusivamen- eram-lhes negados em virtude de per- gítimos dos outros. histórica, com altos e baixos, e não se com-
te relações de parentesco ou proximidade
com dirigentes, bem como o facto dos seus
membros terem nascido nesta ou naquela
Província. Elas usam igualmente outras ar-
timanhas, mas sempre com o mesmo fim,
que é o de reclamar pretensos direitos ou
tencerem às forças da oposição. Verdade
ou não, estes cidadãos viam e sentiam as
coisas desta maneira e esta sua percepção e
sentimentos foram ignorados. Os seus ape-
los a um tratamento mais justo, equitável e
de acordo com a lei, dos seus interesses e
so
Muitos dos nossos dirigentes precisam de
assumir que estão a dirigir uma socieda-
de e comunidades com níveis crescentes
de educação e de acesso à informação em
tempo real. Por isso, esta sociedade é mais
exigente aos seus governantes como nunca
padecem com a aplicação de fórmulas pre-
tensamente infalíveis e de rápido resultado.
Por isso, deles se espera que encorajem os
actores nacionais a persistir no processo,
ultrapassando os obstáculos do percurso,
de modo a que alcancem o fim em vista.
Devemos evitar os erros do passado, ao
vantagens para si ou o seu grupo, mas com iniciativas foram, não poucas vezes, ignora- dantes aconteceu na história do nosso país.
exclusão dos outros, os “que já comeram” e dos, debaixo de considerações ideológicas A injustiça é cada vez menos tolerada. Esta considerar que a paz está garantida ape-
os que “não são nossos”. estereotipadas e obsoletas, atrás das quais realidade não é passageira, veio para ficar. nas com assinatura de acordos. O trabalho
um
Intelectuais pouco escrupulosos e oportu- se escondia o oportunismo e a ambição ex- Governar hoje é mais difícil e complexo mais difícil é o que vem depois, porque
nistas inventam grupos e promovem divi- cludente. do que no passado e vai se tornar cada vez hoje já sabemos que a paz é como um ser
sões sociológicas artificiais dos cidadãos, Aparentemente não tirámos a devida lição mais difícil e complexo amanhã, porque vivo, que nasce, cresce e pode morrer se não
a saber: “estes são de Machel”; “estes, do desta experiência. Hoje voltamos a ver as mais diversificada e complexa se vai tor- for bem cuidado.
Chissano”; “aqueles, do Guebuza”. Mas mesmas forças da discriminação e exclusão nando a sociedade moçambicana. * Intervenção editada do Director Executivo
não param por aqui, vão mais longe e di- em acção ousada e continuada. Já devíamos Quando tratamos os cidadãos com justiça da Fundação Joaquim Chissano, na “Cimeira
zem: “agora é a nossa vez, esses já comeram saber e prever para onde a acção dessas for- e equidade estamos a fazer a verdadeira sobre a Paz, Perdão, Reconciliação, Cura e
e aqueles não são nossos”. Isto é mau. ças vai-nos conduzir. Isto acontece porque, reconciliação de todos os membros da fa- Direitos Humanos” realizada na Beira de 30
Devo dizer que este tipo de pessoas não não poucas vezes, nos recusamos ou evita- mília moçambicana entre si. Esta reconci- de Janeiro a 1 de Fevereiro corrente. Título
existem apenas em Moçambique, mas mos a discutir, aberta e francamente, em liação não precisa de esperar pela assinatu- da responsabilidade do jornal.
de
Os escolhidos
A
io
s duas bancadas – a da Frelimo no mínimo, algum equilíbrio emocional e somente aos dois e nem todos caem nas que necessariamente fosse o tentáculo
e a da Renamo – continuam a poder ombrear numericamente com os ad- graças destas excelêncas. Mas são este dois, de algum partido. O cenário agora é
fortalecer a corrente de “ami- versários. cada um com o seu peso relativo, que estão outro.
zade circunstancial” diante do Aqui colocamos “aparentemente”, cientes na vanguarda de um povo já bastante irri- Sente-se no consenso alguma opção
ár
consenso entre os dois escolhidos, os de que o tamanho do efectivo nem sempre gado com a urgência de paz e desenvolvi- pela ditadura, alguma influência do
dois salvadores. Percebe-se, por isso, derruba o tamanho da razão defendida por mento. É um desafio. “hábito militar” e da necessidade de
que se caminha com alguma segurança uma suposta minoria de escolhidos. Em É compreensível o posicionamento do se resgatar a “verticalidade da disci-
paraa o fim do presente ciclo de insta- democracia adopta-se frequentemente a MDM, não pelo facto de estar na oposição plina”. Há uma espécie de sugestão
bilidade político-militar. O MDM, a máxima que diz que a maioria é que vence. e não ter feito parte do consenso, mas pela consensualizada de “diciplina militar”
terceira força, aliás, terceira bancada
Di
Isto torna-se complexo quando se percebe força que os seus argumentos representam. para além dos muros do quartel como
parlamentar nessa sequência baseada que Nyusi e Dhlakama chegaram a um en- Olha-se para o conteúdo dos consensos acordo formal tendente a endireitar o
no número de votos conquistados, por tendimento possível, a um consenso, graças como um retrocesso, entretanto, põe-se país. O país está tão torto assim? Pode
seu turno, também vai reafirmando a à entrega de ambos. O referido consenso é de lado o próprio significado do termo. O ser que os consensos, já no terreno, re-
sua discordância com relação aos fun- um sapo que o país vai ter que engolir ou é, consenso político entre Nyusi e Dhlaka- sultem em desgovernação total e apro-
damentos apresentados como “consen- de facto, um caminho consensualizado em ma não passou da adopção de um acordo. fundamento da pobreza e da pilhagem
sos”. Estamos, assim, diante de uma prol da democracia e da paz? Mais do que Ainda assim, não deixa de estar exposto às de recursos. Entretanto, se a votação
situação em que, por um lado, temos a o Parlamento, pode-se assumir, sem muito críticas tomando em conta os ganhos que formal optar por servir os referidos
força de uma maioria agora claramen- risco, que muitos moçambicanos sentem- a jovem democracia moçambicana já teve. consensos aos moçambicanos, então,
te esmagadora representada pelas duas -se representados por estes dois presiden- Muitas críticas continuam a chover na passaremos a testar a sua tragabilida-
primeiras bancadas (144+89 deputa- tes. Entretanto, se dividíssimos os cerca de praça. Lembram o problema que muitas de e digeribilidade. Se os consensos se
dos, respectivamente) e, por outro, apa- 28 milhões de moçambicanos, pelos dois, vezes apoquentou a Frelimo: sempre que afigurarem indigestos a Natureza cer-
rentemente sem expressão, uma mino- para validar o consenso, correríamos o risco fosse criticada convocava o seu entendi- tamente que resolverá o problema, ou
ria (17) onde cada deputado terá que se de cometer um pecado político cuja correc- mento de inimigo cujo conteúdo é ou era seja, novos “escolhidos” surgirão nessa
fazer valer cerca de 14 vezes para sentir, ção seria ou tem sido: o país não pertence “não é nosso”, assim, a oposição crescia sem altura para um novo ciclo de salvação.
Savana 02-03-2018
PUBLICIDADE 21
o
log
ció
so
um
de
io
ár
Di
22
DESPORTO Savana 02-03-2018
o
ontrariamente ao cepticis- mento para o Mundial de Básquete, com 6 medalhas de ouro, 2 de prata
mo inicial, Moçambique China-2019, competição que, pra- e 6 de bronze, somando 14 meda-
sagrou-se, pela primeira ticamente,, decorreu nos mesmos lhas no total, seguido da África do
vez, campeão de boxe da dias e quase que à mesma hora com
log
Sul, que se posicionou em 2º lugar,
África Austral, numa competição a do boxe. Mas foi bonito sim, ver
o presidente da FMBoxe, Gabriel com 2 medalhas de ouro, 6 de prata
realizada semana passada no pa-
Júnior e o secretário-geral, António e 2 de bronze, totalizando 10 me-
vilhão da Politécnica, em Maputo.
Hélio, a fazerem espectáculo dentro dalhas.
do outroo espectáculo: assumiram a O Zimbabwe ficou em 3º lugar,
O evento foi considerado pelo Co- dianteira em termos de pedir apoio com 2 medalhas de ouro, 3 de prata
mité Executivo da África Austral ao público para que este apoiasse a
como o melhor de todos os tempos e 2 de bronze, somando 8 medalhas
nossa selecção, tal como o antigo
em termos de organização, apesar presidente, Big Ben. E ao pedido no total, à frente do Botswana, que
ficou em 4º lugar, com 2 medalhas
ció
do ligeiro atraso no primeiro dia destes, o público correspondeu com
das competições, devido a questões apitadelas, gritos, assobios e muito de ouro, 1 de prata e 1 de bronze,
técnicas, como a disponibilização mais, num ambiente inolvidável e somando 4 medalhas no total.
tardia do tapete e da ambulância. quiçá indescritível. Valeu a pena, Em 5º lugar ficou o Lesotho, com
É claramente uma vitória não só sim senhor, a ousadia de organizar-
1 medalha de ouro, 1 de prata e 2
dos até então chamados paraque- mos a competição.
Da parte moçambicana, conquista- de bronze, somando 4 medalhas no
distas (a actual direcção da federa- total, à frente das Seychelles, que fi-
ram medalhas de ouro, em mascu-
ção), mas sobretudo de todo o povo
moçambicano, com sabor muito
O africano de boxe superou as expectativas linos, os atletas Augusto Mathule caram em 6º lugar, com 1 medalha
(75 kg) e Alfredo Muzimba (91 kg)
especial para os que, desde o início,
deram palavras de alento e enco-
rajamento aos atletas, dirigentes e
quejandos.
Aliás, foram três dias de pura adre-
nalina, de êxtase, de emoções a ro-
dos, de entusiasmo contagiante, de
suspense, de expectativas e tristeza.
Tristeza pela forma como alguns
dos nossos pugilistas perderam os
combates, pois, em certos casos,
so
faltou-lhes uma pontinha de sorte
e noutros, argumentos para contra-
riar o poderio dos adversários.
A presença do público, essa poderia
ter sido melhor, não fosse o apura-
e em femininos, as atletas Helena
Bagão (48-51 kg), Benilde Maca-
ringue (54 kg) Alcina Panguana
(64 kg) e Rady Gramane (75 kg).
&ODVVLÀFDomR)LQDO
Moçambique ficou em 1º lugar,
de ouro e 1 de bronze, somando 2
medalhas no total.
Finalmente, a Suazilândia ocupou
o 7º lugar, sem nenhuma medalha
de ouro, 1 de prata e 3 de bronze,
somando 4 medalhas no total.
Arranca Moçambola-2018
O regresso num mar
um
Desportivo de Maputo reúne-se em Assembleia-Geral com a direcção a
marcar maior presença
para o Município de Chibuto, pro- Liga, citada pelo Desafio, incluem- Por Abílio Maolela
O
víncia de Gaza, onde os “guerreiros -se o facto de os clubes passarem a
de Gaza” vão defrontar o Desporti- dispor de alojamento em Nacala, Grupo Desportivo de Segundo Inácio Bernardo, não faz tendo o Pavilhão como a maior
vo de Nacala. De forma sui generis, Maputo reuniu-se, se- sentido que os sócios daquele em- fonte de rendimento.
contrariamente
iamente às edições ante-
para além da retromencionada par- mana finda, em Assem- blema histórico da capital aprovem Para além dos números, Inácio
riores em que o faziam na cidade
tida, o Costa do Sol vai receber, na bleia-Geral Ordinária, o relatório do exercício económico Bernardo falou também da situa-
de Nampula, partindo depois para
noite do mesmo dia, o Maxaquene, para discutir a vida do clube, de 2017 sem conhecerem a situação ção do campo de futebol, um dos
no Estádio Nacional do Zimpeto, aquele local nas vésperas da reali-
naquele que foi o primeiro en- anterior. problemas enfrentados por aquele
enquanto a União Desportiva do zação dos jogos, o que se afigurava “O Desportivo de Maputo não apro-
contro do género a ser dirigido clube com 97 anos de existência.
Songo recebe, na mesma tarde, o contraproducente.
contraproducente va as contas desde 2009 e queremos
io
o
M ilhares de fás e curio-
log
sos escalaram, esta
quarta-feira, o Estádio
Nacional do Zimpeto
(ENZ) para testemunharem a
passagem, pela segunda vez con-
secutiva, da taça da copa do Mun-
do da FIFA. Foi um momento
ímpar que permitiu aos amantes
do futebol terem um contacto
ció
próximo com o troféu.
“Vodacom Faz Crescer” doa livros à Escola Primária Completa de Canongola, em Tete
melhorar o ensino e a aprendizagem Já a Directora Provincial da Edu- tor-Adjunto Pedagógico, ao mesmo
através das novas tecnologias de in- cação e Desenvolvimento Humano, tempo professor da disciplina de TIC
formação e comunicação. Os alunos Palmira Palma Pinto, manifestou mui- (Tecnologia de Informação e Comuni-
desta escola estarão mais ligados com ta satisfação pela doação feita pela FDomRTXHD¿UPDTXHRFRQWH~GRGHV-
o mundo e poderão aceder a biblio- Vodacom: “Permita-me deixar uma ta não passava de mera noção teórica
tecas virtuais e, assim, adquirir mais palavra de apreço e agradecimento es- de informática sem nunca poder colo-
informação e conhecimento”, disse o pecial à nossa parceira Vodacom por car os seus alunos à frente de um com-
Governador. se associar à nós nesta grandiosa luta putador, um cenário que vem a mudar
io
Por seu turno, o PCA da Voda- de melhorar a qualidade de ensino das a partir de 15 de Fevereiro de 2018.
com, Salimo Abdula, disse que a en- nossas escolas, em particular na nossa Canongola é uma escola da provín-
trega da biblioteca e material infor- província.” cia de Tete que lecciona níveis primário
mático faz parte de um sonho que a Eduardo Macambo, Director da e secundário e localiza-se no Bairro
sua operadora de telefonia móvel tem Escola de Canongola, referiu-se aos Samora Moisés Machel, ao longo da
para melhorar a educação em Moçam- problemas derivados da ausência de HVWUDGDQDFLRQDOQ~PHURQDVPHGLD-
ár
bique. uma biblioteca: “A aprendizagem era ções do Monte Caloeira. Dista a quase
“A entrega de biblioteca que fa- GH¿FLHQWH H WXGR VH UHVXPLD j VDOD 5 quilómetros do coração da Cidade de
zemos hoje (…) faz parte do sonho de aulas”, uma opinião partilhada Tete, para quem circula em direcção ao
que temos vindo a anunciar, o de por Rogério Tomasse Cheiro, Direc- Mercado de Kwachena Ku Nhartanda.
contribuir para a formação e ensino
em Moçambique”, disse Abdula para
O
Di
projecto “Faz Crescer” da ensino e aprendizagem. mais tarde apelar ao bom uso do equi-
Vodacom ofereceu, a 15 de A cerimónia da entrega da bi- pamento:
Fevereiro, uma biblioteca blioteca foi dirigida pelo Governador “Esperamos que professores e
com 300 livros, 20 compu- da Província de Tete, Paulo Auade, alunos façam bom uso deste material
tadores, acesso à Internet e a Escola acompanhado pelo PCA da Vodacom, e que atinja o seu grande objectivo:
Vodacom (Instant School) à Escola Salimo Abdula. O evento contou com o de despertar cada vez mais o gosto
Primária Completa de Canongola, na a presença da Directora Provincial da pela leitura, abstração e pela investi-
Província de Tete. Educação e Desenvolvimento Huma- gação.
Trata-se de uma instituição do no, Palmira Palma Pinto, da comuni- Esperamos que essas ferramentas
ensino primário e secundário que não dade académica da EPC de Canongo- aumentem nos alunos a sua capaci-
tinha biblioteca há 27 anos, ou seja, la e de quadros da Vodacom. dade de análise, crítica e autocrítica,
desde a sua fundação em 1991. No seu discurso, Paulo Auade, indagação e debate como forma de
Com esta doação, passam para a destacou a importância do projecto promover os valores da cidadania.”
história os problemas enfrentados pe- “Vodacom Faz Crescer” e disse ser Salimo Abdula prometeu a entre-
los mais de 8 mil alunos que durante uma verdadeira forma de melhorar a ga de mais duas bibliotecas, material
muito tempo viveram sem acesso a aprendizagem na sua província. informático e acesso à Internet a ser
livros e computadores, recursos in- “Acreditamos que o material feita, ainda este ano, na província de
dispensáveis para o seu processo de oferecido pela Vodacom vai permitir Tete.
24
CULTURA Savana 02-03-2018
o
A
Por António Cabrita
Ilha é uma matéria plásti- e dispostos na parede, alternada- assistir a uma instalação em vídeo
ca amassada em sargaços, mente em relação às fotos, assi- que se intitula Por detrás de uma
log
corais, siri-siri, nodosas nam-nos: Camões, Tomás Antó- Performance: o Tufo da Mafa-
figueiras-da-índia, pal- nio Gonzaga, Alberto de Lacerda, lafa (o local da
(o Tufo é uma dança local),
meiras, m´siros nos rostos e inscri- Glória de Sant’Anna, Luís Carlos autoria de Pedro Rebelo, Matil-
ções poéticas na pedra, e enfeixada Patraquim, Virgílio de Lemos, José de Meireles e Iñigo Sánchez, três
por uma boa onça de tempo psico- Craveirinha, Mia Couto, Calane artistas-pesquisadores do campo
lógico. da Silva e Luís Filipe Castro Men- de artes sonoras e antropologia da
des, o actual Ministro da Cultura Belfast Cito:
Quenn’s University Belfast.
É o que a torna resistente a todas português.
tuguês. «Através de um processo colaborati-
as devassas: às devassas do tempo A Nelson Saúte coube natural-
ció
vo de entrevistas, gravações de cam-
sobre os materiais – terríveis; às mente o texto de abertura e enqua- po, vídeo e fotografia, Por detrás de
devassas dos costumes – ameaça- drador. uma performance a borda a prática
dores (sobretudo agora que há si- Na mesa onde se estende o famoso artística do Tufo, designadamente a
nais de clivagem por intolerância poema de Sena mostram-se vários sua preparação e significado social,
religiosa); às devassas de estar “en- e deliciosos postais antigos, catados mas também as vivências do grupo de
tre” administrações (a de um país no Arquivo Histórico. Num deles,
mulheres makhuwas que constitui e
em crise e de uma Unesco a rondar Maputo e que se prolongará até ». E fica
nho/ com a luz da eternidade». mostra-se a Capela de S. Antó-
dinamiza o Grupo de Tufo da Mafa-
a tosse convulsa); à devassa do mar dia 30 de Março. o mote lançado, é esta luz da eter- nio, com a legenda: Actual paiol
lala. Articulando diferentes formas de
e do clima – que erodem. de pólvora. Este postal podia bem
Certo é que mesmo diante do que
nos é contado sobre a actual reali-
dade da Ilha, a imagem desta per-
siste, como o peixe, numa flagrante
insolubilidade.
Lembro-me de ter chegado à Ilha
Com curadoria de Nelson Saúte, a
exposição foi bem estruturada.
No átrio que antecede a sala gran-
de de exposições, recebem-nos três
inscrições, no chão e na parede do
nicho redondo que aí se encontra
e cujo capricho arquitectónico foi
so
nidade aquela que tentaram captar
os inúmeros fotógrafos aqui reu-
nidos: Moira Forjaz, Mariano de
carvalho, Martinho Fernando, João
Costa /Funcho, Ricardo Rangel,
Sérgio Santimano e José Cabral.
Apesar do conjunto ser bom, quer
ser a metáfora do equívoco valor
de uso com que a Ilha foi durante
tanto tempo administrada, em vez
de ser realmente investida como
uma verdadeira reserva simbólica e
cultural. Contudo, a recente entra-
saber (tradicionais, científicos, artís-
ticos), a peça aqui apresentada como
instalação ambiciona gerar um espaço
de reflexão sobre o Tufo em diferentes
dimensões, entre as quais os contextos
espácio-temporais e as perspectivas de
da em cena da Universidade Lúrio, futuro».
acautelado por mil vozes que me
estupendamente aproveitado para como documentos, quer esteti- Sublinhe-se a inteligência da op-
asseguravam a sua decadência e de, de Nampula, que abriu na Fortale-
ser transformado em gabinete camente, talvez destacasse na ex- za um polo universitário, virá com ção de se construir uma “caixa” re-
por algo de imaterial e de indefi-
um
acústico; no qual, sentados, pode- posição três fotografias que me certeza a mudar este cenário. vestida de esteiras e capulanas para,
nível, ter concluído que, havendo
mos ouvir a voz de Mbate Pedro parecem superlativas e são precisa- Os novos poetas é que continuam dentro dela, assistirmos à perfor-
embora alguma razão nas profecias
lendo a prosa poética de Eduardo mente as que fecham (em alta) a a não esquecer o capital simbó- mance e ouvirmos as entrevistas,
de Cassandra, a aura do lugar se
mantinha. White decalcada na parede curva. exposição: a 14, a 15 e a 16, respec- lico da Ilha, como se depara no pois estarmos isolados no escuro,
Chegar à Ilha de Moçambique é o Estas três inscrições – a de White, tivamente, Bibinha e o seu modelo, livro Mesmos Barcos de Sangare naquela “bolha”, não apenas nos
equivalente de participar num ca- mais as de Knopfli e de Virgílio de de Santimano, o retrato sem título Opaki: «Eis o que sou: Ilha/ ou corpo concentra e aumenta os índices de
samento em que todos os prepara- Lemos que se lhe antecedem – dis- de Moira Forjaz de uma mulata cercado/ de gente/ por todos os lados», empatia, como nos “ilha” - ou seja,
tivos foram desastrosos mas a ceri- põe-se como ilhas no contraste do macua que se aperalta no seu meio que tem vários poemas dedicados somos transportados inconsciente-
mónia se revela uma festa capitosa. branco do chão e das paredes, que espelho, e a de José Cabral - que à mesma. mente para o espaço da ilha que a
Deve assentar nisto o mito. então adquirem o valor expressivo aliás faz parte de um ciclo do fotó- Como complemento da exposi- dança daquelas mulheres resgata e
Talvez tenha razão António Sopa, de um extenso mar. grafo que mereceria por si só uma ção refira-se ainda que, na sala de consagra.
de
ao ter escrito num artigo: «A sua Lê-se na de Knopfli: «O «O sol/ tomba publicação. entrada que antecede a sala maior Uma exposição que merece uma
lenda quase mítica tem muito que ver sobre as coisas/ ferindo-as de mansi- Quanto aos poemas escolhidos de exposições, somos convidados a visita.
com o património construído, único
na costa moçambicana, e com a bele-
A
quando alguns escritores como Rui
Knopfli e Virgílio de Lemos a visita-
BDQ Concertos dlu, outro moçambicano de
io
watts nos olhos das macuas. da Universidade Eduardo dúvidas um dos maiores gui-
Bastariam estas três figuras, mas Mond
Mondlane, a II edição da tarristas dos nossos tempos.
Noite de Guitarra, integra- Albino Mbie, moçambicano
no século XX juntar-se-ia mais
da no projecto sócio-cultu- de gema, estudou na famo-
uma dezena de testemunhos de
ral Moments of Jazz. sa Berklee College of Mu-
bons escritores e poetas que por lá
sic em Boston, EUA. O Seu
passaram.
Di
ól o
c i
s o
u m
d e
ir o
D iá
2 Savana 02-03-2018 SUPLEMENTO Savana 02-03-2018 3
o
log
Espanto e desconfiança
A questão da descentralização está a mostrar outro ambiente, com vá-
rios contornos do encontro entre o Presidente da República, Filipe
Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama. Estamos agora à
espera para ver como vai ser na prática o processo de descentraliza-
ció
ção. Esperamos que seja um processo sem muitos obstáculos.
Motivado pelo Honoris Causa que recebeu, recentemente, na sua visita pre-
sidencial à Suíça, Filipe Nyusi demonstra que as coisas estão a andar pelo
bom caminho. Nesta primeira imagem, aparece a saudar o destacamento
feminino do partido da perdiz. É uma demonstração da sua parte humana
com as mulheres que fazem parte das fileiras da Renamo, como se estivesse
a demonstrar que, mesmo com as diferenças, somos todos moçambicanos.
Este ambiente cordial é visto noutros quadrantes, coisa que em tempos pas-
sados era difícil de ver, membros de partidos diferentes a trocarem dedos
de conversa. Se esses membros fossem vistos em tempos passados corriam
risco de serem conotados como apoiantes do lado opositor. Dizemos isso
por vermos o Primeiro Secretário do partido Frelimo a nível da Cidade de
Maputo, Francisco Mabjaia, numa conversa afável com o antigo porta-voz
da Renamo, Fernando Mazanga. É mesmo para dizer que o ambiente hostil
so
está a desanuviar-se entre eles. Vamos ver até onde isso vai. A parte séria
está por vir.
Existem aqueles que ficam com um semblante desconfiança quando pre-
um
senciam situações do género. Parece não gostarem do que testemunham.
Mas é preciso ter esperança de melhores tempos. Mesmo assim não conse-
guem disfarçar o seu ar de desconfiança. Digo isso por causa desta terceira
imagem onde o jornalista e Director de Informação da Rádio Moçambi-
que, Abdul Naguibo, faz um comentário desviando o olhar. Enquanto isso,
Mussa Momed, antigo jornalista do Jornal Notícias, agora a trabalhar na
seguradora do estado, EMOSE e antigo director da Agência de Informação
de Moçambique, Gustavo Mavie, que ocupou o cargo durante 14 anos e
foi também um destacadocado membro do famigerado G40, grupo de analistas
políticos criado em 2013 para contrariar tudo que não ia de encontro a
de
o
vender valas de drenagem?
ͻDepois
Depois da postura agressiva de tecnocrata formado em Washington quan-
do regressou a Maputo, na última aparição pública esta semana, o xerife
log
da 25 de Setembro parece ter comprado um fato novo para a defesa da
DSJTFFDPOØNJDBRVF
OPTFVQBSFDFS
KÈFSB4FSÈRVFBBMGBJBUBSJBFTUÈMPDB-
DSJTFFDPOØNJDBRVF
OPTFVQBSFDFS
KÈFSB4FSÈRVFBBMGBJBU
MJ[BEBOBTCBOEBTEPHPWFSOP 0VBBNOÏTJBGF[MIFFTRVFDFSRVFNFEJ-
0VBBNOÏTJBGF[MIFFTRVFDFSRVF
das estritamente de carácter monetário não resolvem a crise?
ͻJá
Já a determinada comissária política que tem a patriótica missão de forrar
de notas os abalados cofres do xerife e quer a todo o custo quer selar as
HBSSBGBTEFDFSWFKBOBDJPOBM
FTUÈEFTDPOTPMBEBDPNBDBUBEVQBEFDBSUBT
HBSSBGBTEFDFSWFKBOBDJPOBM
FTUÈEFTDPOTPMBEBDPNBDBUBEVQB
e abaixo-assinados com que os seus subordinados entopem as redes so-
DJBJT%FTUBGFJUBBNFBÎBNEFHSFWF$PTUVNBTFEJ[FS
DÍPRVFMBESBOÍP
DJBJT%FTUBGFJUBBNFBÎBNEFHSFWF$PTUVNBTFEJ[FS
DÍPRVF
morde …
ció
$PNP P DVSBOEFJSJTNP UFN DJSDVMBÎÍP MFHBM FN .PÎBNCJRVF
FN OPN
ͻ$PNP OPNF
das ricas e ancestrais tradições, há suspeita que a associação que lhe dá
DPSQPTFNVEPVEP.*4"6QBSBPJOTUJUVUPEBNFUFPSPMPHJB/FTUBÏQPDB
DPSQPTFNVEPVEP.*4"6QBSBPJOTUJUVUPEBNFUFPSPMPHJB/FTUB
DIVWPTBKÈWBJOBUFSDFJSBUFNQFTUBEFBOVODJBEBRVFBDBCBQPSO
DIVWPTBKÈWBJOBUFSDFJSBUFNQFTUBEFBOVODJBEBRVFBDBCBQPSOÍPBDPO-
UFDFSDÈQBSBBTCBOEBTEP4VM"DPOUJOVBSBTTJN
BJOEBTÍPBDVTBEPTEF
UFDFSDÈQBSBBTCBOEBTEP4VM"DPOUJOVBSBTTJN
BJOEBTÍPBD
“amarra chuvas”, o que pode dar linchamento.
Entre as novidades de vulto na remode- que respondem à necessidade de unir o também exageram....
MBÎÍP BOVODJBEB QPS $ZSJM 3BNBQIPTB "/$ QBSB RVF WÈ B FMFJÎÜFT TFN EJWJ-
EJWJ- “Tudo o que ele fez foi no sentido do
na terça-feira, destaca-se o regresso de sões nem animosidades”, afirmou Yassin, equilíbrio das diversas facções dentro do ͻ/PTÓUJPFMFDUSØOJDPEB&TDPMBEF%JQMPNBDJBF3FMBÎÜFT*OUFSOBDJPOBJTEF
/IMBOIMB/FOFBPQPTUPEFNJOJTUSPEBT EFQVUBEP OB "TTFNCMFJB EB 3FQÞCMJDB "/$w
BmSNPV/EMP[J Genebra, a tal que acaba de atribuir um Honoris ao engenheiro do planal-
Finanças, depois de o mesmo ter sido de Moçambique e docente no Institu- "T OPNFBÎÜFT
QSPTTFHVJV
USBEV[FN B
to, pode-se ler, na fundamentação da distinção do “valente contributo para
demitido por Jacob Zuma em Dezem- to Superior de Relações Internacionais ideia de um Presidente fraco, que cedeu
a luta da independência de Moçambique e o seu valioso contributo, como
bro de 2015. (ISRI). BQSFTTÜFTEBTWÈSJBTGBDÎÜFTEP"/$
activista militar e político para essa transição histórica e libertadora”. É
+BDPC ;VNB EFNJUJV /FOF RVBOEP TF 0OPWP(PWFSOP
QSPTTFHVJV
OÍPUPNB i/ÍPTFQPEFGBMBSEFVNBOPWBBVSPSB
um equívoco sísmico que diz muito sobre o tipo do outorgador. De facto,
avolumavam revelações de envolvimento sem o Estado de direito”, afirmou.
em conta as aspirações do povo sul-afri- há distinções e distinções…
/EMP
"QFTBS EBT DSÓUJDBT
.CVZFTFOJ /EMP-
do então chefe de Estado em escândalos DBOP
NBTPJNQFSBUJWPRVF$ZSJM3BNB-
DBOP
NBTPJNQFSBUJWPRVF$ZSJM3BNB
[J FOBMUFDFV B OPNFBÎÍP EF /IMBOIMB
de corrupção. phosa sente de acomodar as diferentes ͻ"QSPQØTJUPEPTNPNFOUPTNBJTOFHSPTEBIJTUØSJBSFDFOUFEPQBÓT
FN
/FOF
DPOTJEFSBOEPBFTDPMIBVNBBmS-
io
remodelação um aviltamento e insulto”. ͻE por falar de Genebra, pelas terras suíças anda um académico moçam-
investidores e o grande capital sobre “a um posto-chave, mas que é exercido a “É uma piada, premiar gente como Ba- CJDBOPBWFTTPBBOÈMJTFTTPCSF.PÎBNCJRVFGFJUBTEFGPSBEPQBÓT$PNP
nova aurora” que ele prometeu para a na- partir da Presidência da República, onde thabile e promove-la. Isto é um avilta- BMHVÏNEJTTFVNEJB
IÈBOPTRVFPEJUPDVKPBMJNFOUBPØEJPFSFDPSSF
ção sul-africana. o chefe de Estado a terá debaixo de olho. mento e um insulto à integridade da a expressões até estranhas à própria academia. De facto, perplexo e dog-
Em contraponto, Ramaphosa convidou "PUSB[FSEFWPMUB/IMBOIMB/FOF
$ZSJM África do Sul, pelo que não estamos mático parece ser o ilustre sociólogo.
para a influente pasta de ministra na Ramaphosa quer mostrar que não se impressionados”, declarou.
Presidência para o Planeamento, Moni- identificava com as decisões de Jacob 1PS TFV UVSOP
P QPSUBWP[ EP "/$
UPSJBF"WBMJBÎÍP
/LPTB[BOB%IMBNJOJ--
UPSJBF"WBMJBÎÍP
/LPTB[BOB%IMBNJOJ Zuma, considera Mohamed Yassin. Em voz baixa
Di
EVENTOS
0DSXWRGH0DUoRGH$12;;91o 1260
o
log
A Cervejas de Moçambi-
que (CDM) procedeu,
semana finda, a uma
doação de bens de pri-
meira necessidade e material de
çambique, Hugo Gomes, avan-
çou que o gesto demonstra o
compromisso da instituição
com o bem-estar dos moçam-
bicanos.
bic
ció
construção ao Instituto Nacio- Em seguida, realçou que o do-
nal de Gestão de Calamidades nativo irá auxiliar centenas de
(INGC) em Maputo. famílias afectadas pelas chuvas e
ventos que têm vindo a cair um
A CDM, subsidiária da AB In pouco por todo o país.
Bev (maior cervejeira do Mun- Por seu turno, João Osvaldo
do), fez uma doação composta Machatine, director-geral do
por 1000 Redes Mosquiteiras, INGC, enalteceu a iniciativa
C om o propósito de
promover o debate
sobre a intercultura-
lidade e o desconheci-
mento mútuo no contexto da
era global, arrancou na última
interculturalidade, o tema geral
desta iniciativa e que vem sendo
discutido, desde a primeira edição
em 2016: “No presente ano, não
só alargamos o leque de oradores,
como também diversificamos as
áreas de especialidade dos aca-
sua vez, que a decisão da realiza-
ção desta 3ª edição prende-se com
a aceitação do público, bem como
com a qualidade dos debates ante-
riores: “Para nós, é sempre bom ter
uma casa cheia. A partir das Tertú-
passadas, entendemos que es-
lias passa
Falou sobre a existência de um con-
fronto clássico entre a cultura cien-
tífica e a cultura humanista. Refe-
riu, na sua abordagem, ter achado
que “havia um paralelo neste con-
fronto entre a cultura europeia e a
africana porque, normalmente, a
lado: “A única solução existente,
quando há mistura de culturas,
é as pessoas fazerem pontes,
dialogarem abertamente, as-
sumindo que há sempre dife-
renças e diversidades culturais.
Todos nós temos um pouco da
terça-feira, 27 de Fevereiro,
démicos que irão abordar os sub- távamos a fidelizar o público, visto cultura europeia se defende como a cultura do outro, por exemplo, a
de
munidade, para que possa ajudar a e esperamos que esta edição, a de científica muito racional e a cultura da era global”. Esta iniciativa
lugares da capital do País, tal disseminar o princípio do diálogo 2018, seja ainda melhor”, manifes- poética humanista. Ou seja, estão académica é coordenada, para
como avançou Sara Laisse, co- intercultural, visto que este debate tou. a transferir um conflito existente além dos docentes menciona-
-coordenadora das Tertúlias não se deve limitar aos teóricos e Entretanto, o orador da 1ª sessão no continente europeu, fazendo as dos, também por Lurdes Mace-
Itinerantes e docente na Uni- pensadores, dentro das universida- desta 3ª edição, o especialista em pessoas pensarem que se trata de do, da Universidade Lusófona,
versidade Politécnica. des”. Física Biomédica, Mário Forjaz um confronto entre culturas de dois de Portugal.
ár
Conforme assegurou, o propó- Eduardo Lichuge, co-coordenador Secca, abordou o tema “Dissonân- continentes”, argumentou. Esta primeira sessão teve lu-
sito das Tertúlias Itinerantes e docente na Escola de Comu- cias Culturais: O confronto cien- Na sua apresentação, Mário For- gar no anfiteatro da Biblioteca
deste ano é o de dar continui- nicação e Artes, da Universidade tífico e humanista e o confronto jaz Secca chegou à conclusão de Central da Universidade Poli-
dade ao diálogo em torno da Eduardo Mondlane, explicou, por europeu e africano”. que os conflitos existem por todo o técnica.
Di
&RQWDELOLGDGH&ۄRQVXOWRULD-XUtGLFD
- Contabilidade
- Impostos
- Auditorias
- Constituição de Empresas Contactos:
- Consultoria de Negócios Email:info@locksleys.co.mz
- Consultoria Jurídica Cells: +258 846 845 892|+258 823 979 749
- Consultoria Informática Servir com Excelência!
2 Savana 02-03-2018
EVENTOS
Em vista revitalização
da Escola Superior de
Ciências Náuticas
M oçambique e o Reino
da Noruega vão traba-
lhar para a revitalização
da Escola Superior de
Ciências Náuticas de Moçambique.
O entendimento foi formalizado
semana passada, entre o Ministério
necessitar de quadros competentes da
área da marinha mercante.
“Este entendimento surge como re-
sultado do trabalho de mobilização
de parcerias para a certificação in-
ternacional da Escola Superior de
Ciências Náuticas, de modo a pro-
dos Transportes e Comunicações duzir quadros com capacidade para
e a empresa OSM África Limited, responder às necessidades da cabota-
integrante na delegação nórdica que gem marítima nacional, pescas e da
visitou o País. logística dos hidrocarbonetos do País,
bem como da logística marítima no
O memorando rubricado estabelece contexto global” disse Mesquita.
que a OSM África Lda. vai efec- Para o vice-ministro de Desenvolvi-
tuar, num prazo de quatro meses, mento Internacional da Noruega, que
um estudo de viabilidade para o de- igualmente testemunhou a assinatura
senvolvimento do projecto de repo- do Memorando de Entendimento
sicionamento da Escola Superior de com o MTC, esta é uma janela para o
Ciências Náuticas de Moçambique estreitamento das relações de coope-
como um Centro de Excelência na ração entre Moçambique e a Norue-
Formação de Liderança Marítima ga que deve ser capitalizada, aguar-
Global. dando, com expectativa os resultados
Falando por ocasião da assinatu- e propostas concretas a serem apre-
ra do Memorando, o ministro dos sentadas pelo estudo de viabilidade a
Transportes e Comunicações, Carlos ser realizado.
Mesquita, disse que a disponibilidade Assinaram o memorando, Pedro In-
da Noruega em apoiar Moçambique glês, secretário permanente do Mi-
na revitalização da Escola Superior nistério dos Transportes e Comuni-
de Ciências Náuticas aparece numa cações e Basílio Gianouris, director
altura em que o País está a trabalhar de Operações e Apoio da OSM, uma
para a revitalização da cabotagem empresa de gestão de tripulação ma-
marítima, para além de estar a rece- rítima de liderança global com mais
ber importantes projectos que vão de 27 escritórios a nível mundial.
“Emprego jovem”
com USD 200 biliões
O Programa “Emprego Jo-
vem”, levado a cabo pela
Organização para a Coo-
peração Islâmica, dispõe de
USD200 biliões para financiar ini-
ciativas de emprego em 53 países,
membros da organização, mediante
Moçambique, que se fez representar
no evento pelo vice-ministro do Tra-
balho,, Emprego e Segurança Social,
Oswaldo Petersburgo, garantiu que
existem vários projectos que visam
a empregabilidade juvenil e que os
mesmos serão submetidos com maior
apresentação de projectos. brevidade possível.
A informação foi transmitida no de- A conferência de Jeddah aprovou o
curso da 4ª Sessão da Conferência acordo padrão sobre troca de mão-
dos Ministros do Trabalho, que teve -de-obra, entre os Estados membros,
lugar entre os dias 21 e 22 de Janeiro respeitando as normas da Organiza-
em Jeddah, Arábia Saudita. ção Internacional do Trabalho.
No evento que decorreu sob o lema: Neste contexto, Oswaldo Petersbur-
“Desenvolvendo uma Estratégia go manteve encontros separados com
Comum para o Desenvolvimento os ministros do Trabalho e Acção So-
da Mão-de-Obra”” discutiu-se sobre cial da Arábia Saudita e dos Recur-
o grau de execução do Programa de sos Humanos dos Emirados Árabes
Apoio ao Emprego Jovem, susten-
Unidos, países que demonstraram in-
tado pelo Banco Islâmico de De-
teresse em recrutar mão-de-obra mo-
senvolvimento, tendo-se instado aos
çambicana para diversas áreas.
países membrosos a apresentarem pro-
A Arábia Saudita manifestou vonta-
jectos de emprego juvenil, para ace-
derem a uma parte do fundo global de de apoiar Moçambique, nas áreas
de USD200 biliões nos próximos 10 de formação vocacional e medidas
anos. activas de emprego.
Savana 02-03-2018 3
EVENTOS
o
de capitais moçambicanos que ra de Hulene, em consequência iguais são bem-vindas porque aju-
opera na área de construção civil das fortes chuvas que vêm asso- dam a dignificar a vida humana.
desde de 1997, despendeu cerca lando a nossa cidade, provocando Para Simango, sem apoio do sec-
de um milhão de meticais para danos humanos e materiais. Neste tor privado, as autoridades gover-
log
mitigar o sofrimento das vítimas momento de pesar, solidarizamo- namentais não podem fazer tudo
da lixeira de Hulene. -nos com as vítimas e endereça- sozinhos.
mos às famílias enlutadas as mais Sublinhou que terminada a fase do
Recorde-se que, na madrugada de sentidas condolências”, foi nestes socorro dos sobreviventes dos fu-
19 de Fevereiro último, 16 pessoas termos que,, Manuel Pereira, admi- nerais das vítimas mortais, a prio-
perderam a vida e outras cinco nistrador-delegado da Construto- ridade vai para os reassentamen-
ficaram feridas, na sequência do ra Mondego iniciou o seu discurso. tos, visto que não é elegante deixar
desabamento de parte da lixeira de De acordo com Pereira, na con- pessoas nos centros de acampa-
Hulene, nos subúrbios da capital vicção de que muitas crianças per- mentos por m muito tempo.
ció
moçambicana. Para além de mor- am também material escolar
deram escolar, a “Já identificámos lugar no distrito
tes e ferimentos, o incidente de- construtora, para além de produtos de Marracuene, província de Ma-
salojou cerca de 120 pessoas que, alimentares, doou 150 cadernos, puto. É lá onde vamos colocar as
posteriormente, foram acomoda- 150 livros escolares para primeiras vítimas e outras famílias que vivem
das no centro de acolhimento pro- e segundas classes, lápis, esferográ- na situação de risco na zona da li-
visório, aberto no bairro Ferroviá- ficas e outro material didático. xeira de Hulene e noutros bairros
rio das Mahotas. Explicou que, a linha social da vulneráveis. Por isso, iniciativas
Sensibilizado com a triste reali- empresa foi estabelecida em 2000, como as do Grupo Mondego são
dade das vítimas do incidente, o aquando das cheias que assolaram bem-vindas e ainda precisamos de
Grupo Mondego juntou-se ao
movimento solidário e, em parce-
ria com o Conselho Municipal de
Maputo (CMM) e o Instituto Na-
cional de Gestão das Calamidades
(INGC) disponibilizou cerca de
so
Manuel Pereira (Admn. Delegado), César Seventine e Didier Castro, Membros do
Conselho de Administração
por completo a região sul do país
e que deixou mais de 700 mortos,
milhares
milhar de deslocados
desloc
simos danos materiais.
mater
e enormís-
o
víncia da Zambézia, o Instituto Su-
perior de Humanidades, Ciências e ISHT (Instituto Superior de Huma- Ciências, Humanidades e Tecnolo- cionamento e estimulou a adequação da cultura de trabalho e espírito em-
Tecnologias (ISHCT), uma unidade nidades e Tecnologias) e em 2017, 19 gias tornou-se um pilar do desenvol- ou criação de leis e normas aplicáveis preendedor”.
orgânica da Universidade Politécnica. anos depois, passou a Instituto Su- vimento da província da Zambézia e ao ensino superior em todo o País”. “Ao munirem os jovens de conheci-
A história do ensino superior na pro- perior de Humanidades, Ciências e tem estado a contribuir para a forma- Por seu turno, o governador da pro- mento, competências, habilidades e
log
víncia da Zambézia começou com Tecnologias (ISHCT). ção de homens e mulheres qualifica- víncia da Zambézia, Abdul Razak espírito de iniciativa e inovação es-
a presença do Instituto Superior Na cerimónia que marcou a passa- dos e, por via disso, para a melhoria destacou o papel do ISHCT na for- tarão a contribuir para o progresso
Politécnico e Universitário (ISPU- gem da data, o Reitor da Univer- da qualidade de vida e do bem-estar mação do capital humano, “factor in- de Moçambique”, explicou o gover-
-Extensão de Quelimane), a 18 de sidade Politécnica, Narciso Matos, das comunidades”. dispensável para o desenvolvimento nador.
Fevereiro de 1998, numa moradia realçou a ousadia e o optimismo que
ció
A StarTimes Media Mozam-
bique pretende realizar um
concurso de dublagem de
filmes e telenovelas em por-
tuguês. Este concurso visa seleccio-
oportunidade de trabalhar na sede da
StarTimes que se encontra na China,
onde serão integrados na equipa de
dublagem.
São elegíveis para o concurso estu-
nar estudantes com habilidades para
dublagem de conteúdos televisivos.
Um evento semelhante (competição
de dublagem de filmes em Swahili)
foi realizado na Tanzânia, nos últi-
mos três anos.
Neste concurso, os vencedores terão a
dantes universitários (com graduação
prevista para 2018) moçambicanos
que falem correctamente a língua
portuguesa ou que já tenham a licen-
ciatura concluída e com dois anos de
experiência em trabalho relacionados
com a indústria do filme. (Redacção)
so
Moçambique e Portugal
um
partilham experiências
I nvestigadores moçambicanos e
portugueses juntaram-se durante
dois dias, esta semana, para par-
tilharem experiências no domí-
nio da ciência e tecnologia. Trata-se
da primeira conferência científica
estar ao serviço da saúde e outros sec-
tores. Avançou para o sector agrário
onde foi desenvolvido um projecto
de transferência de tecnologia que
permite aos agricultores de Moam-
ba aumentarem níveis eis de produção e
de