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Análise de lubrificação de rolamentos: lubrificantes líquidos e


pastosos
Bearing lubrication analysis: liquid lubricants and pastes

José Kleyton1
Paulo Henrique2
Marcelo Interaminense3
Diego Teixeira4
Cleverson Pereira5

1 - Aluno de Graduação em Eng. Mecânica – Faculdade Pitágpra Maceió


Shopping Pátio Maceió - Rua Menino Marcelo, 3800 - Cidade Universitária
Maceió - AL, Brasil
kleytonengenharia@gmail.com

2 - Aluno de Graduação em Eng. Mecânica – Faculdade Pitágpra Maceió


Shopping Pátio Maceió - Rua Menino Marcelo, 3800 - Cidade Universitária
Maceió - AL, Brasil
paulo_mellobarbosa@hotmail.com

3 - Aluno de Graduação em Eng. Mecânica – Faculdade Pitágpra Maceió


Shopping Pátio Maceió - Rua Menino Marcelo, 3800 - Cidade Universitária
Maceió - AL, Brasil
marcellos.in@gmail.com

4 - Aluno de Graduação em Eng. Mecânica – Faculdade Pitágpra Maceió


Shopping Pátio Maceió - Rua Menino Marcelo, 3800 - Cidade Universitária
Maceió - AL, Brasil
maicondiegos@hotmail.com

5 - Aluno de Graduação em Eng. Mecânica – Faculdade Pitágpra Maceió


Shopping Pátio Maceió - Rua Menino Marcelo, 3800 - Cidade Universitária
Maceió - AL, Brasil
cleverson2013.1@hotmail.com

Resumo

Este artigo objetiva apresentar dois tipos de lubrificação de rolamentos comumente


utilizados na indústria, a lubrificação líquida e a lubrificação pastosa, em rolamentos
blindados e abertos, identificando técnicas para a melhor escolha do lubrificante. Ela
refere-se a mudanças da atual lubrificação de rolamentos, baseadas em
recomendações dos fabricantes e da tradicional lubrificação base-tempo.
Rolamentos são normalmente elementos metálicos cuja principal função é de
sustentar um sistema de transmissão. Muitos rolamentos perdem sua vida útil antes
do período programado devido à má lubrificação, o contato direto de metal com
metal ocasiona aumento de desgaste, aquecimento, dilatação das peças, e até
mesmo ruptura. Quando bem lubrificados reduzem o atrito de escorregamento com
o eixo, reduzem a dissipação por calor e a vida do rolamento é prolongada. A maior
parte dos rolamentos são utilizados em máquinas rotativas nos mais diferentes
setores da indústria, representando uma parcela importante no setor industrial à
análise desses componentes é essencial para qualquer planta produtiva. Por meio
de pesquisa bibliográfica analisaremos o comportamento dos rolamentos quando
submetidos aos dois métodos de lubrificação, identificaremos quais os atenuantes a
julgar sua eficácia quanto ao prolongamento da vida útil dos rolamentos. Dessa
forma buscamos condições para que a lubrificação atue na melhoria do desempenho
dos rolamentos e consequentemente na sua disponibilidade.

Palavras-chave: rolamentos, lubrificação, lubrificante.

Abstract

This article aims to present two types of bearings lubrication commonly used in
industry, liquid lubrication and pasty lubrication, in armored and open bearings,
identifying techniques for the best choice of lubricant. It refers to changes in the

2
current lubrication of bearings, based on manufacturers' recommendations and
traditional base-time lubrication. Bearings are usually metallic elements whose main
function is to sustain a transmission system. Many bearings lose their service life
prior to the programmed period due to poor lubrication. Direct metal-to-metal contact
causes increased wear, heating, expansion of parts, and even rupture. When well
lubricated, they reduce slip friction with the shaft, reduce heat dissipation and
prolonged bearing life. Most of the bearings are used in rotary machines in the most
different sectors of the industry, representing an important part in the industrial sector
to the analysis of these components is essential for any productive plant. By means
of a bibliographical research we will analyze the behavior of the bearings when
submitted to the two lubrication methods, we will identify which the attenuating ones
to judge its effectiveness in relation to the prolongation of the useful life of the
bearings. In this way we look for conditions so that the lubrication acts in the
improvement of the performance of the bearings and consequently in their
availability.

Keywords: bearings, lubrication, lubricant.

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1. Introdução

No âmbito das empresas de classe mundial, a manutenção tem fator


estratégico. Pois a disponibilidade dos equipamentos por um tempo que tende ao
infinito é exigida cada vez mais. Desta forma, existe uma constante busca por
melhorias que se concentram muitas vezes em novas tecnologias. No entanto, a
mudança nos modos de execução tradicionais da manutenção é tão ou mais
importante que a utilização de novas tecnologias.

Dentro deste contexto, e sendo um dos expoentes de todo o


convencionalismo apontado anteriormente está a lubrificação, técnica conhecida há
milhares de anos, utilizada desde que se tem os primeiros registros da humanidade,
sob as mais diversas formas. Sabe-se que a lubrificação tem um custo baixo,
quando se compara com os custos da manutenção onde ela está inserida. Conforme
PETROBRAS (2010), estes custos ficam em torno de 5%. Estatisticamente, sabe-se
que a lubrificação inadequada e a contaminação são responsáveis por 70% de todas
as perdas prematuras de rolamentos (Applied Industrial Technologies, 2010).

Rolamentos são normalmente elementos metálicos cuja principal função é de


sustentar um sistema de transmissão. Devem operar de maneira confiável, para isso
devem ser lubrificados satisfatoriamente a fim de evitar o contato direto de metal
com metal e inibir o desgaste. A escolha de um lubrificante adequado é, portanto,
importante assim como a correta manutenção.

Muitos dos rolamentos abertos e blindados perdem sua vida útil antes do
período programado devido à má lubrificação, ocasionando aumento do atrito,
aumento do desgaste, aquecimento, dilatação das peças, desalinhamento,
grimpagem e ruptura das peças.

A gestão em confiabilidade e disponibilidade de equipamentos torna


imprescindível a análise destes elementos, uma vez que tem importância capital nos
resultados da empresa. Se os equipamentos não estiverem confiáveis e disponíveis,
os prejuízos serão inevitáveis.

Verificar o tempo de vida útil dos rolamentos, comparar os efeitos da


oleosidade da graxa e do óleo, analisar os métodos de lubrificação a julgar sua
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eficácia, quanto ao prolongamento da vida útil dos rolamentos, e avaliar os efeitos
físicos, pós-lubrificação, por meio da literatura técnica, são vistos como uma
oportunidade para se aumentar a confiabilidade de projeto.

2. Modos de Falhas dos Rolamentos

As análises da causa das falhas de rolamentos podem ser bastante


facilitadas utilizando-se guias desenvolvidos pelas próprias empresas fabricantes
dos mesmos. Nestes guias pode-se encontrar figuras que ilustram a falha ocorrida,
bem como as prováveis causas e as formas de evitar os danos.

As Figuras 1 a 8 ilustram falhas ocorridas devido a desvios de lubrificação


e/ou lubrificante. Ambas são originadas em longos estudos desenvolvidos e estão
apresentadas normalmente em um Guia de Diagnóstico Rápido de Ocorrências em
Rolamentos (NSK, 2001; SKF, 2005).

Figura 1: Anel interno de rolamento de contato Figura 2: Anel interno de rolamento


angular (adaptado de NSK, 2001). Sintoma: autocompensador de rolos. (adaptado de NSK,
escamamento em metade da circunferência da 2001). Sintoma: escamamento em apenas uma
pista. Causa: lubrificação deficiente gerada pela carreira. Causa: lubrificação deficiente.
entrada de fluido de corte no interior do rolamento.

Figura 3: Anel interno de rolamento de contato Figura 4: Rolamento autocompensador de rolos


angular (adaptado de NSK, 2001). Sintoma: ao da Figura 3(adaptado de NSK, 2001). Sintoma: o
longo da pista ocorre descascamento. Causa: descascamento ocorreu no centro da superfície

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lubrificação deficiente. de rolamento de rolos. Causa: lubrificação
deficiente.

Figura 5: Anel externo de rolamento Figura 6: Anel externo de rolamento de rolos


autocompensador de rolos (adaptado de NSK, cilíndricos (adaptado de NSK, 2001). Sintoma:
2001). Sintoma: o descascamento ocorreu oxidação na face de rebordo e superfície da
próximo à borda. Causa: lubrificação deficiente. pista. Causa: lubrificação deficiente devido à
penetração de umidade

Figura 7: Anel interno do rolamento de contato Figura 8: Anel interno do rolamento de quatro
angular (adaptado de NSK, 2001). Sintoma: pontos contato angular (adaptado de NSK,
alteração na coloração da superfície da pista. 2001). Sintoma: alteração na coloração da
Causa: geração de calor devido à lubrificação superfície da pista. Causa: geração de calor
deficiente. devido à lubrificação deficiente.

3. Lubrificantes Líquidos e Pastosos

Os rolamentos abertos e blindados são amplamente utilizados nas indústrias.


Variam de dimensões e especificações. É um elemento utilizado em conjunto com o
mancal com o propósito de causar maiores redução de atrito de escorregamento
com o eixo.

Os rolamentos reduzem o atrito por meio de rolo ou esferas de metal liso,


que rolam sobre superfícies internas e externas igualmente lisas.

Para que haja um bom funcionamento dos rolamentos é preciso uma boa
lubrificação, do contrário o seu funcionamento estará comprometido e propício a
desgastes e perda de vida útil.

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Segundo o catálogo da NTN DO BRASIL LTDA (2016, p. A-72) “o propósito da
lubrificação dos rolamentos é prevenir o contato metálico direto entre os corpos rolantes e
as pistas”.

A lubrificação para rolamentos blindados e abertos quanto à oleosidade do


lubrificante (óleo ou a graxa), visa à redução do atrito e do desgaste, dissipação do
calor por atrito, vida do rolamento prolongada, prevenção contra a oxidação e
proteção contra elementos nocivos. Para alcançar esses efeitos é preciso um
lubrificante confiável e de boa qualidade.

Ainda segundo o catálogo da NTN DO BRASIL LTDA (2016, p. A-72) “existem


dois métodos básicos de lubrificação: por óleo e por graxa. Deve-se tomar cuidado para
selecionar um destes a partir das condições de funcionamento”.

Logo o método de lubrificação por óleo ou por graxa deve ser levado em
consideração no momento da manutenção. Segundo SILVEIRA (2011, p. 3) “Uma
ampla gama de graxas e óleos está disponível para a lubrificação de rolamentos e existem
também lubrificantes sólidos, por exemplo, para condições de temperaturas extremas. A
escolha de um lubrificante depende principalmente das condições operacionais, ou seja, da
faixa de temperatura e das velocidades, bem como da influência do ambiente ao redor”.

Fazendo um comparativo entre a lubrificação líquida e a pastosa, para


operações funcionais nas mesmas condições, é provável que o tempo de vida útil e
o desempenho dos rolamentos estejam relacionados ao tipo de lubrificação que o
rolamento é submetido. Sendo que os limites e velocidade destes rolamentos
também podem estar sendo influenciado pelo método de lubrificação.

Segundo SILVEIRA (2011, p. 3) “A graxa é mais vantajosa que o óleo por


aderir mais facilmente no arranjo do rolamento, especialmente onde os eixos estão
inclinados ou estão na vertical, e também contribui para vedar o arranjo contra
contaminantes, umidade ou água”.

Ainda segundo SILVEIRA (2011, p. 3) “Para aumentar a vida útil do rolamento,


todos os métodos de lubrificação de rolamento que utilizam óleo limpo são preferidos”.

Através da verificação dos manuais dos fabricantes, podemos traçar um


comparativo que irá nortear a otimização do tempo de vida útil dos rolamentos
através de suas lubrificações, levando em conta as suas faixas de velocidade e
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cargas submetidas. Contribuindo dessa forma para o aumento da disponibilidade
dos equipamentos e reduzindo os custos com a manutenção não programada.

O uso de graxa ou óleo lubrificante no rolamento depende da sua aplicação,


conforme se mostra no Quadro 1.

Usos da graxa Usos do óleo


Baixas temperaturas Altas temperaturas
Baixas velocidades Altas velocidades
Proteção incomum requerida devido à Vedações herméticas são empregadas
entrada de material estranho prontamente
Tipo de mancal não apropriado para
Busca por recintos simples de mancal
lubrificação por graxa
Mancal lubrificado por supridor central
Busca por operação ininterrupta por
também usado para outras peças da
longos períodos sem monitoramento
máquina
Quadro 1 – Emprego de graxa ou óleo lubrificante em rolamentos e mancais
Fonte: SHIGLEY, 2005.

As graxas normalmente usadas são fluidos sintéticos ou óleos minerais


engrossados. A consistência de uma graxa depende do tipo e da quantidade do
agente espessador. Ao selecionar uma graxa, os fatores mais importantes a serem
analisados são: a consistência, a temperatura e as propriedades antioxidantes.

Utiliza-se lubrificação por óleo quando as condições de trabalho apresentam


altas velocidades e temperaturas, situações nas quais o uso de graxa ultrapassa o
seu ponto de gota, que é a temperatura máxima de utilização da graxa. O óleo
também é empregado em situações nas quais é necessário dissipar o calor gerado
por um rolamento externo ou quando as peças adjacentes da máquina já estão
lubrificadas com óleo.

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4. Conclusão

O estudo realizado descreve os princípios básicos de manutenção e


lubrificação de rolamentos, utilizando graxa ou óleo, fornecendo uma visão geral e
abrangente dessa área. Não foi escopo desse estudo abordar o assunto em sua
totalidade, porém introduzi-lo, fornecendo as informações básicas, que podem ser
complementadas por bibliografias específicas e com manuais técnicos de cada
dispositivo.

Assim, esse artigo colaborou com a compreensão geral sobre os dispositivos


abordados, assim como pode servir de referência básica para uma iniciação de
estudos sobre a manutenção e lubrificação de rolamentos.

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5. Referências Bibliográficas

WOLF, Alyson; RIGO, Jean; SOUZA, Marlon. Manutenção e Lubrificação de


Mancais de Rolamentos e Rolamentos Industriais. Universidade Estadual de
Maringá, Maringá, 17 mar. 2010. Departamento de Engenharia Mecânica

Telecurso 2000. Curso profissionalizante – Elementos de Máquinas, Editora Globo


SA, 2000.

NTN. Catálogo Geral, São Paulo, 13 jan. 2016. Disponível em


<http://www.ntn.com.br/index.php>. Acesso em: 05 mai. 2016.

WEBER, Abílio; FILHO, Dario; JUNIOR, João; CUNHA, José; ARAUJO, Pedro.
Curso técnico Mecânico. 1ª. ed. Contagem: SENAI-CFP, 2008.

SILVEIRA, Leonardo. Técnicas de Lubrificação, Blumenau, 14 jun. 2011. Disponível


em < http://supremelub.com.br/downloads/tecnicas/lubrificacao_de_rolamentos.pdf>.
Acesso em: 20 mar. 2016.

PAULI, Evandro; ULIANA, Fernando. Mecânica Lubrificação. 1ª edição.Vitória:


SENAI-CST, 1997.

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