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Concurso não se faz para passar, mas até passar. Porrada na preguiça! A fila anda e a catraca seleciona. É nóis, playboy!!!
O orçamento “é o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo por certo
período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins,
adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já previstas
em lei.” (Aliomar Baleeiro).
Assim, o orçamento é uma lei ânua, de efeito concreto, estimando as receitas e fixando as
despesas necessárias à execução da política governamental.
Tecnicamente, o orçamento é peça que demonstra as contas públicas em um período
determinado, contendo a discriminação da receita e da despesa. É apresentado na forma contábil de
CONCEITO partidas dobradas.
São três os orçamentos: a lei do plano plurianual1, a lei de diretrizes orçamentárias2 e a lei
orçamentária anual, a qual se subdivide em orçamento fiscal, orçamento de investimento das empresas
estatais e o orçamento da seguridade social.
Modernamente fala-se em orçamento-programa (instrumento de planejamento) em oposição ao
orçamento tradicional (ênfase aos aspectos contábeis).
Fala-se também em aspectos das leis orçamentárias, sendo os principais o técnico (classificação
contábil, metodológica, etc.), o econômico (política fiscal, conjuntura econômica, etc.), o político (plano
de ação do governo) e o jurídico (direito positivado).
1 O plano plurianual estabelece, por região, as diretrizes da Administração para as despesas de capital e outras dela decorrente e para as relativas aos
programas de duração continuada. Contém o planejamento geral do Governo a médio prazo. Nenhum investimento que ultrapasse um exercício financeiro poderá
ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual.
2 A lei de diretrizes orçamentárias conterá os planos para o exercício anual seguinte e balizará a confecção da lei orçamentária anual. Disporá, ainda, sobre
o equilíbrio nas contas públicas, critérios e formas de limitação de empenho, controle de custos, avaliação de resultados e as condições para a transferência de
recursos. Com a LRF, a LDO ganou alguns anexos. Faz parte da LDO o anexo de metas fiscais e o anexo de riscos fiscais. Acompanha também o projeto da LDO um
anexo específico que trata da política monetária e das metas de inflação (específico para a União, tendo em vista que Estados e Municípios não possuem competência
para legislar sobre tais matérias).
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CLASSIFICAÇÃO
Tem como característica ser uma lei intermediária entre a PPA e a LOA, dispondo sobre o
planejamento fiscal a curto prazo, bem como orientando a elaboração da LOA.
A LRF ampliou o papel da LDO ao prever também que nela deve constar:
O Projeto de Lei da LDO será encaminhado até 8 meses e meio (meados de abril) antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro
período da sessão legislativa (mês de julho).
Como a LDO é orientadora da LOA, que nela se fundará para fixar suas diretrizes, seu prazo
é de envio anterior ao desta última. Também o é o prazo de aprovação
ORÇAMENTO PÚBLICO 7/26
O aspecto político advém do fato de que o orçamento é uma peça confeccionada via
relação harmônica e interdependente entre os Poderes.
POLÍTICO O Executivo faz a previsão de gastos, estima as receitas; o Legislativo as aprova para que os
gastos sejam realizados e as receitas arrecadas pelo Executivo, tudo sob fiscalização do próprio
legislativo.
O aspecto econômico do orçamento é um dos mais importantes, sobretudo em se considerando
a constante desinformação da mídia quanto a importância do déficit (despesas excedem as receitas)
ou superávit (receitas excedem as despesas) orçamentário.
Os clássicos viam o orçamento sob o dogma do equilíbrio orçamentário, ou seja, despesa igual
a receita, sem gerar déficit ou superávit. O déficit era tido como um perigo porque o Estado, para saná-
lo teria que pegar empréstimos no mercado ou aumentar a emissão de moeda, o que poderia levá-lo
à bancarrota, caso não conseguisse aumentar as receitas para fazer frente aos novos custos ou a um
processo inflacionário, caso se resolvesse pagar os empréstimos realizados com o aumento da emissão
de dinheiro.
Também condenavam o superávit porque isso significaria que o governo estaria retirando dos
particulares mais do que deveria, o que, em última análise, seria um processo que atravanca o
desenvolvimento econômico. Sob outro ponto de vista, havia o temor que os recursos que sobraram
pudessem ser utilizados de forma demagógica pelos parlamentares.
ECONÔMICO
Na modernidade, o equilíbrio orçamentário não tem tanta importância uma vez que o aumento
de gastos ou de receitas está intimamente ligado à situação econômica da nação.
Despreza-se a ocorrência de desequilíbrio em um determinado período de tempo.
Explique-se: em períodos de depressão econômica, como o que vivemos após 2008, é comum
os Estados Nacionais apresentarem déficits orçamentários. Isso porque, nessas épocas, aumentam-
se os investimentos estatais num claro intuito de estimular a economia estatal e frear a queda da
circulação econômica das riquezas.
Em contrapartida, nos períodos de aquecimento econômico, onde se farão muitas receitas, não
é necessária a intervenção direta do Estado. Apenas a indireta, por meio de fiscalização, o que pode
redundar num superávit orçamentário.
No Brasil, nos anos 1930, por exemplo, queimou-se o café que fora comprado em larga
escala dos grandes cafeicultores para estimular a economia.
Assim, na modernidade trabalha-se não com a ideia de equilíbrio orçamentário, mas sim com a
ideia de equilíbrio econômico em geral. Ou seja, o orçamento considera não apenas o equilíbrio entre
receita e despesa, mas sim a conjuntura econômica enfrentada e as metas a serem alcançadas pelos
governos.
ORÇAMENTO PÚBLICO 9/26
[1ª] encabeçada pelo jurista alemão Hoennel, sustenta que o orçamento é sempre uma lei,
porquanto é emanado de um órgão eminentemente legiferante, que é o Parlamento;
[2ª] o orçamento, apesar da forma legal, é um mero ato administrativo, pois não é dotado de
generalidade e abstração.
[3ª] a parte do orçamento responsável pela autorização para despesas e pelo cuidado das
receitas originárias deve ser considerada como um ato administrativo, ao passo que a fatia
correspondente à autorização de cobrança e arrecadação de tributos se classificaria como lei.
JURÍDICO
Sem embargo, nos dizeres de uma quarta corrente o orçamento não é lei, mas sim um ato-
condição, eis que é condicionante para a realização de despesas e obtenção de receitas.
(CF, art. 165, §8º): Vem ele expressamente previsto no art. 165, §8º, da CF, que dispõe (isso
cai muito em prova):
“§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à
previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a
autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.”
Preceitua que a LOA não pode conter dispositivo estranho à fixação de despesa e à previsão
de receita. Tem a finalidade de evitar a inclusão de matérias de natureza não-financeira,
conhecidas como caudas orçamentárias, geradoras de orçamentos rabilongos.
1 - PRINCÍPIO DA A exclusividade significa que não pode o texto da lei orçamentária instituir tributo, nem
EXCLUSIVIDADE qualquer outra determinação que fuja às finalidades específicas de previsão de receita e fixação
de despesa.
Não se incluem nesta proibição a autorização para a abertura de créditos
suplementares e a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita.
A operação para antecipação de receita significa que, no início do ano, normalmente, o
governo não tem caixa para suportar os gastos iniciais, até que haja ingresso de dinheiro. Da
mesma forma, quando se cuida de crédito suplementar.
Em suma, o princípio da exclusividade inadmite exceções, salvo aquelas previstas
expressamente.
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Os orçamentos e os créditos só podem ser aprovados por lei formal. A prática comum
de a LOA conter delegação ao Executivo para transferir recursos de uma dotação orçamentária para
outra não acarreta violação a este princípio.
OBS vitaminada: O princípio da legalidade orçamentária está previsto
nos incisos I, II e V do art. 167 da CF/88, que dispõem serem vedados:
(i) o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
(ii) a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização
legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
(iii) a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que
2 - PRINCÍPIO DA excedam os créditos orçamentários ou adicionais.
LEGALIDADE
OBS vitaminada: O inciso VI do art. 167 também está relacionado com o
princípio da legalidade, muito embora a doutrina o prefira chamar de princípio da
vedação do estorno de verbas: quando o orçamento é elaborado, o Executivo já prevê
as receitas e fixa as despesas para determinados órgãos e programas.
Durante a execução orçamentária, o Legislativo não poderá remanejar as
verbas e um órgão ou programa para outro, como regra geral.
EXCEÇÃO: por meio de autorização legal, será possível o remanejamento das verbas.
Art. 167. São vedados: VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos
de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia
autorização legislativa.
Previsto no art. 6º da Lei no 4.320, de 1964, preconiza o registro das receitas e despesas na Lei
Orçamentária Anual - LOA pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções.
3 - PRINCÍPIO DO
ORÇAMENTO Assim, o Poder Executivo não pode colocar na LOA apenas os valores líquidos.
BRUTO Ex: da receita tributária, a União tem que transferir parte para os fundos de participação
dos Municípios e dos Estados. Apesar disso, a União não pode deduzir a transferência da receita
tributária, por conta do princípio orçamentário do orçamento bruto.
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3 Art. 20 da lei 4.320/64. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras aplicações. Parágrafo único.
Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser
custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital.
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(CF, arts. 48, II, 165, III e §5º, e 166): a periodicidade é uma característica fundamental do
orçamento, pois este é elaborado para reger as finanças dentro de um exercício financeiro, que
coincide, no Brasil, com o ano-calendário.
O princípio significa que o orçamento deve ser atualizado todos os anos, ou seja, que
para cada ano deve haver um orçamento. Dispõe o art. 165, III, da CF, que “leis de iniciativa do
Executivo estabelecerão: (...) III – os orçamentos anuais”.
“Em verdade, não há princípio, mas periodicidade do orçamento, pois é
importante que haja um termo inicial e final dos gastos e receitas públicas. Tal princípio
hoje está ultrapassado, porque, ao lado do orçamento anual, há o plurianual.” (Regis
Fernandes de Oliveira).
OBS vitaminada: O princípio da anualidade ou periodicidade do orçamento
delimita o exercício financeiro orçamentário: período de tempo ao qual a previsão
das receitas e a fixação das despesas registradas na LOA irão se referir.
5 - PRINCÍPIO DA
O art. 34 da Lei 4.320/64 obriga que haja coincidência entre o exercício
ANUALIDADE financeiro e o ano civil. Por isso, o exercício financeiro será de 1º de janeiro até 31
de dezembro de cada ano [essa coincidência sempre é cobrada em provas:
MPF/2008: À vista do princípio da anualidade tributária, é exato asseverar que, no
Brasil, o período relativo ao exercício financeiro nem sempre coincide com o ano civil.
(FALSO!)].
EXCEÇÃO ao princípio da anualidade: Créditos adicionais com vigência plurianual
Créditos adicionais são mecanismos que retificam a LOA. Eles se dividem em:
suplementares (reforça o orçamento), especiais (criam nova dotação) e extraordinários (para
atender a situação emergencial). Quando tiverem vigência superior a um exercício
financeiro, os créditos especiais e os extraordinários serão exceção ao princípio da
anualidade, conforme previsto no art. 167, §2º da CF4.
OBS: os créditos suplementares não podem ser reabertos ou ter vigência
superior a um exercício financeiro, não sendo exceção ao princípio da anualidade.
OBS vitaminada: MPF/2008: À vista do princípio da anualidade tributária, é
exato asseverar que, no Brasil, não são admissíveis atenuações a esse princípio, posto
que ele representa, no Estado Democrático de Direito, expressiva manifestação do
postulado da segurança jurídica e do controle das contas públicas. (FALSO!)
4 Art. 167. § 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos
limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.
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(CF, art. 165, §5º): O princípio da universalidade significa que todas as receitas e despesas devem estar
previstas na lei orçamentária.
Tem o sentido de globalização orçamentária, exigindo a inclusão da integralidade das receitas e
despesas de todas as entidades no orçamento anual. As receitas e despesas devem figurar em bruto no
orçamento, sem quaisquer deduções, permitindo ao Poder Legislativo ter conhecimento do exato volume
global das despesas projetadas pelo Governo.
EXCEÇÕES ao princípio da universalidade:
1) tributos que podem ser cobrados de um ano a outro, sem que estejam previstos na lei
orçamentária pois podem ser previstos posteriormente à aprovação e sanção da lei própria. É o
que consta da Súmula 66 do STF, ao dispor: “É legítima a cobrança do tributo que houver sido
aumentado após o orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro”.
2) Receitas e despesas correntes das estatais independentes A regra geral determina a
inclusão no orçamento de tudo que é receita e despesa, mas dentro do orçamento de investimento
não se encontram as receitas e despesas correntes (de pessoal, de custeio) das estatais
independentes (que não dependem da União para atender às suas despesas genéricas). Quanto às
estatais independentes, o orçamento apenas abrange a receita de investimentos e as fontes para
esses investimentos.
3) Receita e despesa extra-orçamentária A empresa que sair vitoriosa no processo de
licitação, deverá prestar uma garantia contratual (caução) ao Estado de que irá executar a obra ou
serviço público para o qual foi contratada. Quando entregue pela empresa, a caução em numerário
gera um impacto patrimonial, pois aumenta a disponibilidade de recursos do Estado e, por
conseguinte, gera uma obrigação. Como esse recurso arrecadado é de terceiro, é denominado de
receita extraorçamentária, que gera uma despesa extraorçamentária (na devolução da caução).
Assim, nem a receita nem a despesa extra-orçamentária estarão na LOA, pois o Estado não irá utilizá-
los para atender às despesas de finalidades públicas.
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Como se vê do § 5º do art. 165, a peça orçamentária deve ser única e uma só, contendo todos
os gastos e receitas. Cuida-se de princípio formal, isto é, o documento é único.
OBS vitaminada: o princípio da unidade não está expressamente previsto na
CF/88, sendo uma interpretação criada sobre a previsão, na CF, de um único
orçamento (a LOA), embora subdividido em (i) Fiscal, (ii) de Investimento e (iii) da
Seguridade Social, devendo, todos eles, possuir uma unidade de orientação política
(princípio da unidade), de sorte que todos os orçamentos se estruturem
uniformemente.
Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exercício financeiro,
devem integrar um único documento legal dentro de cada nível federativo.
9 - PRINCÍPIO DA
UNIDADE Entretanto, hoje, este princípio não mais se preocupa com a unidade documental do
orçamento (exigida na CF/46), mas com a unidade de orientação política, de sorte que os
orçamentos se estruturem uniformemente5. Admite-se a existência de orçamentos setoriais, desde
que, afinal, eles se consolidem num documento que possibilite ao governo ter uma visão geral do
conjunto das finanças públicas (MENDES, 2010, 1530).
OBS vitaminada: EXCEÇÃO ao princípio da unidade: lei de abertura de créditos
adicionais (suplementares ou especiais). Quando o orçamento é aprovado, define a receita
prevista e a despesa fixada. A fixação ocorre por meio da liberação de créditos orçamentários
(conhecidos como créditos iniciais). Ao longo da execução orçamentária, é possível que se
exija a retificação da LOA, por meio de créditos adicionais. Em regra, os créditos adicionais
são aprovados por meio de lei (já que visam alterar a LOA). Por conta disso, termina havendo
mais de uma lei orçamentária (uma inicial e uma para os créditos adicionais).
5 OBS vitaminada: MPF/2008: segundo o sistema constitucional financeiro vigente, é certo afirmar que o princípio da unidade do orçamento não mais é
CRFB ADCT Art. 35. § 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se
refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas:
A lei orçamentária deve ser aprovada antes do início do exercício financeiro: no exercício
financeiro anterior a que se refere.
Exceções a este princípio: os créditos adicionais (suplementares, especiais e
extraordinários), abertos na forma do art. 165, §8º, e 167, V, e §§ 2º e 3º, da CF.
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(CF, art. 165, §6º e LC 101/2000, arts. 1 e 48): possibilidade de fiscalização e de controle interno
e externo da execução orçamentária. O projeto de lei deve ser acompanhado dos demonstrativos dos
efeitos sobre receitas e despesas, trazendo com fidelidade e transparência os ingressos e gastos
públicos.
OBS vitaminada: segundo esse princípio, nada deve ficar de fora, encoberto
ou dissimulado nas questões orçamentárias. A transparência será assegurada também
mediante:
(i) incentivo à participação popular e realização de audiências públicas,
durante os processos de elaboração e discussão dos PPAs, LDOs e LOAs; (ii) liberação
ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de
11 - PRINCÍPIO DA informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios
TRANSPARÊNCIA eletrônicos de acesso público; (iii) adoção de sistema integrado de administração
financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo
Poder Executivo da União (art. 48 da LRF).
Além disso, as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão
disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão
técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos
e instituições da sociedade (art. 49 da LRF).
Instrumentos de transparência da gestão fiscal: os PPAs, as LOAs e as LDOs;
as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da
Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
desses documentos (art. 48 da LRF).
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CF, art. 167, IV): em regra, é vedada a vinculação da receita de imposto a órgão, fundo ou despesa.
OBS vitaminada: Não confundir VINCULAÇÃO com ALOCAÇÃO de recursos orçamentários. No
momento da elaboração do orçamento, o chefe do Executivo pode alocar a receita oriunda dos
impostos a despesas específicas. O que não é possível – e a Constituição veda - é a vinculação prévia.
Não se admite que o legislador vincule, abstratamente, a receita de imposto a uma despesa específica,
o que feriria a separação de poderes. Cabe ao Poder Executivo lançar mão dessa discricionariedade.
São exceções a este princípio (8):
1) a repartição das receitas tributárias;
2) a destinação de recursos para o desenvolvimento do ensino;
3) para as ações e serviços públicos de saúde;
4) para fundos especiais criados por meio de EC6;
5) para a realização de atividades da administração tributária;
6) a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita;
7) a vinculação de impostos estaduais e municipais para garantia ou contragarantia à União para
pagamento de débitos com ela;
8) as vinculações de até 0,5% da receita tributária líquida para os programas de apoio e inclusão e
promoção social e para o financiamento de programas culturais, previstas nos arts. 204, par. único, e 216, §6º,
da CF e arts. 79, 80 e 82 do ADCT.
6 Os fundos especiais podem ser criados por meio de lei ordinária ou complementar. Contudo, somente se forem criados via emenda constitucional será
possível a vinculação de receitas de impostos para a manutenção desse fundo. Ex: fundo de combate e erradicação da pobreza; Fundo Nacional de Emergência -
ADCT, art. 71.
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Fonte: https://professormarcelloleal.wordpress.com/2014/01/25/principio-da-proibicao-de-estorno-de-verbas/
13 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS + COBRADOS 21/26
OUTROS PRINCÍPIOS
Diz que o orçamento deve ser elaborado de forma clara e compreensível para todos os
cidadãos, para dar uma maior publicidade.
PRINCÍPIO DA CLAREZA O orçamento deve ser apresentado em linguagem transparente, simples e inteligível,
sem descuidar das exigências técnicas orçamentárias, para facilitar o manuseio e a compreensão
daqueles que, por força do ofício ou por interesse, necessitam conhecê-lo.
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO
DA REALIZAÇÃO DE (CF, art. 169 e LC 101/2000, art. 19): a despesa total com pessoal, ressalvadas as despesas
DESPESAS COM
previstas no §1º do art. 19 da LC 101/00, não pode exceder os seguintes percentuais da receita
PESSOAL ALÉM DOS
LIMITES PREVISTOS EM
corrente líquida de cada ente federativo: União - 50%; Estados - 60%; Municípios - 60%.
LEI COMPLEMENTAR
(CF art. 70): O controle da legitimidade deve recair sobre a legalidade e economicidade da
execução orçamentária e financeira, levando em conta o aspecto de justiça e a relação custo-
PRINCÍPIO DA
benefício, de sorte a propiciar ao cidadão a efetiva contrapartida por sua sujeição permanente
LEGITIMIDADE
ao poder tributário do Estado.
Limite de alerta (art. 59, §1º, da LRF): quando a despesa atinge 90% do limite, o Tribunal
de Contas emite um alerta - não é acompanhado de restrição, sendo apenas um alerta do Tribunal
de Contas;
PRINCÍPIO DA
PRUDÊNCIA FISCAL Limite prudencial (art. 22, pú, da LRF): quando a despesa atinge 95% do limite, a lei
impõe restrições/vedações , mas ainda não há sanções.
8 § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar
referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão
ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
9 § 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:
I - receber transferências voluntárias;
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com
pessoal.
13 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS + COBRADOS 22/26
Todas as receitas obrigatoriamente devem ser depositadas na Conta Única (mantida junto ao
Banco Central), vedada a fragmentação da receitas para a criação de caixas especiais: (Art. 56 da lei
4.230/64.
PRINCÍPIO DA O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de
UNIDADE DE tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais).
CAIXA OU DE
EXCEÇÃO: algumas receitas não são recolhidas ao caixa único da União, a exemplo das
TESOURARIA
receitas de aplicação financeiras (juros ativos) de fundos especiais e de convênios.
Essas receitas revertem às suas respectivas contas correntes. Portanto, todos os
recursos arrecadados, com raríssimas exceções, a exemplo dos fundos especiais10, são
recolhidos ao caixa único do Tesouro Nacional, mantido junto a Banco Central.
(CF, art. 165, §3º): determina a observância da publicidade no que tange às leis orçamentárias,
exigindo ainda a publicação, a cada bimestre, de relatório resumido da execução orçamentária pelo
PRINCÍPIO DA Poder Executivo.
PUBLICIDADE
Está relacionado com o princípio da transparência, tendo como objetivo levar os atos praticados
pela Administração ao conhecimento de todos.
10OBS vitaminada: “Os fundos públicos constituem uma exceção ao princípio da unidade de tesouraria. Esse princípio prevê que todas as receitas públicas
devem ser recolhidas ao tesouro, para depois serem utilizadas nas despesas públicas previstas no orçamento” (Petter, p. 122).
CICLO ORÇAMENTÁRIO 23/26
A primeira etapa, Elaboração do Projeto de Lei Orçamentária, tem início com a definição de cada
unidade gestora da sua proposta parcial de orçamento.
A setorial orçamentária recebe todas as propostas parciais de todas as unidades que compõem o
órgão e consolida tudo numa ÚNICA proposta do ÓRGÃO ou MINISTÉRIO (no caso do Governo Federal).
ELABORAÇÃO Todas essas Propostas Setoriais dos Órgãos de TODOS os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário),
inclusive do Ministério Público da União, são encaminhadas para o ÓRGÃO CENTRAL DO SISTEMA DE
ORÇAMENTO E GESTÃO (SOF-MPOG), para nova consolidação.
Daí surge o PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA que será submetido ao Chefe do Poder Executivo
(Presidente da República) que fará o encaminhamento do Projeto ao Poder Legislativo (Congresso Nacional),
por meio de mensagem.11
11
Fonte: http://alessandrolopez.blogspot.com.br/p/orcamento-publico.html
CICLO ORÇAMENTÁRIO 24/26
Uma vez exercida a iniciativa pelo Poder Executivo, inicia-se o trâmite legislativo do Projeto de lei,
sendo esse o momento da participação popular por meio de seus representantes eleitos.
No âmbito federal, o Projeto é analisado pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e
Fiscalização – CMO, sendo composta de 40 parlamentares titulares (30 deputados federais e 10 senadores)
e igual número de suplentes, conforme Resolução 001/2006 do Congresso Nacional.
Essa comissão é dividida em 4 comitês (execução orçamentária; avaliação de obras e serviços com
indícios de irregularidades graves; avaliação de receita e exame da admissibilidade de emendas).
Por expressa disposição constitucional, os parlamentares podem apresentar emendas às leis
orçamentárias. Contudo, devem elas, para ser aceitas, cumprir os seguintes requisitos (art. 166, §3º da
CF/88):
(i) Compatibilidade com o PPA e a LDO (exemplo: obsta-se a que se retire verba da
construção de ferrovias para a construção de rodovias);
(ii) Indicação dos recursos necessários, admitidos apenas os oriundos da anulação de
despesa, sendo vedado anular despesa sobre transferências tributárias, serviços da dívida e
dotação para pessoal e encargos relacionados;
(iii) Correlação com a correção de erros ou omissões e compatibilidade com o demais
artigos do projeto de lei.
No que diz respeito a emendas ao PPA, aplica-se a regra o art. 63, I, da CRFB, que veda o aumento de
despesa via emenda parlamentar em projeto de lei de iniciativa da Presidência da República, sendo as
exceções apenas as emendas à LDO e LOA (art. 166, §3º e 4º).
Terminado o trabalho da CMO, o texto é levado ao plenário do Congresso Nacional para votação e,
uma vez aprovado, é encaminhado ao Presidente para aprovação ou veto.
Em caso de vetos – total ou parcial- o projeto volta ao CN para análise de suas razões, tornando se
imperiosa a votação do veto no prazo de 30 dias.
CICLO ORÇAMENTÁRIO 25/26
Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o
dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas.
Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurienal,
que não tenham sido liquidados, só serão computados como Restos a Pagar no último ano
de vigência do crédito.
[1ª] Empenho;
[2ª] Liquidação;
[3ª] Ordenação (ordem de pagamento);
[4ª] Pagamento.
Mencionem-se, ainda, os restos a pagar, os quais dizem respeito às verbas que foram empenhadas,
porém, não pagas até 31 de dezembro (final do exercício fiscal). Nessas situações, o pagamento fica para
EXECUÇÃO ser realizado no exercício seguinte, de acordo com as regras previstas no orçamento (art. 36 da Lei
4320/64).
Isso ocorre porque segundo o art. 35 da Lei nº 4.320/64, as despesas pertencem ao exercício em
que foram empenhadas (as receitas, nada obstante, pertencem ao exercício que foram arrecadas) em
clara adoção ao regime de competência, e não ao de caixa, que geralmente é o utilizado na iniciativa
privada.
CONTROLE