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Nexo Causal: Nos crimes materiais é necessária a existência de um nexo causal entre a
ação e o resultado, ou seja, um vínculo que permita imputar o resultado ao autor da
conduta que o tenha produzido. Esses crimes materiais que também são chamados de
crimes de resultado só se realizam quando houver esse nexo causal entre a ação e o
resultado. Deve-se tomar cuidado com a teoria do risco permitido.
Tipo Subjetivo: Abrange todos os aspectos subjetivos do tipo de conduta proibida que,
concretamente, produzem o tipo objetivo. Constitui-se por um elemento geral (dolo) que
é por vezes acompanhado por elementos especiais (intenções e tendências) que são
elemento acidentais, conhecidos como elementos subjetivos especiais do injusto ou do
tipo penal.
Dolo específico: especial fim de agir, que constitui o conhecido elemento subjetivo
especial do tipo. Terminologia superada.
Elemento subjetivo geral: dolo
É a consciência e a vontade de realização da conduta descrita em um tipo penal, ou na
descrição de Welzel, “dolo em sentido técnico penal, é somente a vontade de alção
orientada a realização do tipo de um delito”. O dolo, puramente natural, constitui o
elemento central do injusto penal da ação, representado pela vontade consciente de ação
dirigida imediatamente contra o mandamento normativo. A Reforma Penal afastou a
intensidade do dolo da mediação da pena, porém é óbvio que um ação praticada com
dolo intenso será muito mais desvalida do que uma com dolo normal ou de menor
intensidade.
Pelo CP crime doloso é: “quando o agente quis o resultado (dolo direto) ou assumiu o
risco de produzi-lo (dolo eventual), ai temos equiparados o dolo eventual e o direto que
são as espécies de dolo, porém o aplicador da pena os diferencia ao dosimetrá-la.
O dolo possui dois elementos: um cognitivo, que é o conhecimento ou consciência do
fato constitutivo da ação típica (é pressuposto para o segundo elemento que é o
volitivo); e um volitivo, que é a vontade de realizá-la.
Caderno: Ele precisa primeiro conhecer previamente o elemento para existir vontade de
cometer o delito.
Enfim, dolo é a vontade de realizar o tipo objetivo, orientada pelo conhecimento de suas
elementares no caso concreto.
Teoria do dolo:
a) Teoria da vontade: É tida como clássica, para ela dolo é a vontade dirigida ao
resultado, defendida por Carrara. Nela a essência do dolo deve estar na vontade,
não de violar a lei, mas de realizar a ação e obter o resultado. Não nega a
existência da consciência do fato, mas destaca o valor da vontade de causar o
resultado.
A vontade para essa teoria como critério aferidor do dolo eventual, pode ser
traduzida na posição do autor de assumir o risco de produzir o resultado
representado como possível, na medida em que “assumir” equivale a consentir, que
nada mais é que uma forma de querer. (consentir nada mais é do que uma forma de
querer)
b) Teoria da representação: Para seus defensores Von Liszt e Frank é suficiente a
representação subjetiva ou8 a previsão do resultado como certo ou provável para
a existência do dolo. Hoje totalmente desacreditada, pois a simples
representação da probabilidade de ofensa a um bem não é suficiente para
demonstrar que o agente tenha assumido o risco de produzir o risco de produzir
determinado resultado, uma vez que embora sua produção seja provável, poderá
o agente apostando em sua sorte ou na sua habilidade, acreditar seriamente que o
resultado não acontecerá, o que, como se sabe, caracteriza a culpa consciente.
c) Teoria do consentimento: As divergências das teorias anteriores foram atenuadas
ao chegar-se a conclusão de que o dolo é ao mesmo tempo representação e
vontade. Para essa teoria é dolosa também a vontade que mesmo não dirigida
diretamente ao resultado consente na sua ocorrência ou assume o risco de
produzi-lo. Mesmo sendo necessária a representação não é suficiente para a
existência do dolo, é consentir na existência do resultado é uma forma de querê-
lo.
Nosso CP adotou duas teorias: a da vontade (que abrange em seu conteúdo a
representação) em relação ao dolo direto, e a do consentimento (que complementa
aquela) em relação ao dolo eventual.
Elementos do dolo:
a) Cognitivo ou intelectual: Para configurar-se o dolo é necessária a presença da
consciência (representação ou previsão) daquilo que se pretende fazer e também que ela
seja atual e estar presente no momento da ação (sem a atualidade da conduta destrói-se a
divisória entre o dolo e a culpa). Enfim, a consciência (previsão ou representação)
Abrange a realização dos elementos descritivos e normativos do nexo causal e do
evento (delitos materiais), da lesão ao bem jurídico, dos elementos da autoria e da
participação, dos elementos objetivos das circunstâncias agravantes e atenuantes que
supõe uma maior ou menor gravidade do injusto (tipo qualificado ou privilegiado) e dos
elementos acidentais do tipo objetivo.
Essa previsão constitui apenas a consciência dos elementos integradores do tipo penal,
ficando fora dela a consciência da ilicitude, que hoje esta deslocada para a
culpabilidade. É desnecessário o conhecimento da configuração típica sendo suficiente
o conhecimento das circunstâncias de fato necessárias a configuração do tipo.
b) Elemento volitivo (vontade): A vontade é incondicionada deve abranger a ação
ou omissão (conduta), o resultado e o nexo causal. Ela pressupõe a representação, pois
não se pode querer algo que não se representou em nossa mente ao menos parcialmente.
A previsão sem vontade é algo completamente inexpressivo, indiferente ao direito
penal, e a vontade sem representação, isto é, sem previsão é impossível.
Dolo Direto ou imediato: Nele o agente quer o resultado representado como fim de sua
ação, sua vontade esta dirigida a realização do fato típico. Seu objeto estará no fim
proposto, nos meios escolhidos e nos efeitos colaterais representados como necessários
para o evento. Possui três aspectos:
a) A representação do resultado, dos meios necessários e das conseqüências
secundárias.
b) O querer a ação, bem como os meios escolhidos para a sua consecução.
c) O anuir a realização das conseqüências previstas como certas, necessárias ou
possíveis, decorrentes do uso dos meios escolhidos para atingir o fim proposto
ou da forma de utilização desses meios.
O dolo direto terá duas modalidades: o dolo direto de primeiro grau, quando se trata do
fim diretamente desejado e dolo de segundo grau ou dolo de conseqüências necessárias,
quando o resultado é desejado como conseqüência necessária do meio escolhido ou da
natureza do fim proposto.
EX: Dolo direto de primeiro grau– para matar alguém desfere um tiro para atingir o fim
pretendido.
Dolo direto de segundo grau – o agente querendo matar alguém coloca uma bomba em
um ônibus matando não apenas o alvo, mas todos que estavam lá. (a morte das outras
pessoas foi querida pelo agente e vista como conseqüência necessária do meio
escolhido. Com relação a vitima visada teremos dolo direto de primeiro grau e com
relação as outras dolo direto de segundo grau). A diferenciação em primeiro e segundo
grau tem haver com a intensidade não com a diversidade de crimes.
Dolo eventual (de no que der, seja como for, a qualquer custo): Haverá quando o agente
não quiser diretamente a realização do tipo, mas aceitar como possível ou até provável,
assumindo o risco da produção do resultado.
Hungria: assumir o risco é alguma coisa a mais do que ter consciência de correr o risco
é consentir previamente no resultado caso este venha efetivamente a ocorrer. Pode
ocorrer quando a intenção do agente dirigi-se a um fim juridicamente típico ou até um
extrapenal. Os elementos do dolo consciência e vontade estarão presentes no dolo
eventual, pois não bastara que o agente tenha consciência da probabilidade de ocasionar
o dolo mas que estava presente um elemento volitivo entre o resultado e o agente, sendo
esse elemento volitivo o fator diferenciador entre dolo e culpa.
Se o agente não conhece exatamente os elementos requeridos pelo tipo, mas mesmo
assim age aceitando as possibilidades configurando o dolo eventual.
É equiparado ao dolo direto no código sendo que ocorrerá diferenciação na valoração da
pena.
Enfim tenta-se distinguir dolo direito do eventual na expressão: o primeiro é a vontade
por causa do resultado e o segundo é a vontade apesar do resultado.
Luiz Régis Prado e Claudio Brandão filiam-se a uma corrente que irá considerar
os dois termos como sinônimos ambos demonstrando a relação de contrariedade de um
fato com todo o ordenamento jurídico. Outra terminologia que pode causar problemas é
a Antinormatividade e a Antijuridicidade, pois conforme Welzel toda ação típica
proibitiva é conseqüentemente antinormativa, porém nem sempre antijurídica, pois no
momento que o código institui norma permissiva a exemplo de conduta típica sob um
ato justificável o fato permanece sendo antinormativo, entretanto não antijurídico.