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MÉTODO COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

Fessler, M. M. 1
Dias, M. M 2

RESUMO: A energia abordada neste artigo é a solar, mais conhecida como eficácia
fotovoltaica, que consiste na conversão da energia irradiada pelo sol em energia elétrica,
por meio de módulos fotovoltaicos e inversores de frequência. A finalidade deste estudo
é comparar métodos de captação das radiações solares, alinhando a superfície dos
módulos fotovoltaicos com determinados ângulos de incidência solar, para captação da
radiação direta, aumentando o rendimento de um sistema de geração. O trabalho prevê,
primeiramente, um estudo da energia contextual e a elaboração de um projeto; e num
segundo momento, a construção de um sistema fixo e de um rastreador solar de um
eixo, analisando as alterações na energia gerada e consumida pelos sistemas das duas
configurações.

Palavras Chave: Energia fotovoltaica, Aumento da eficiência de placas fotovoltaicas,


Comparação entre sistemas de geração de energia fotovoltaica, Rastreamento solar de
eixo único.

Contribuição técnica a ser apresentada na 7a Conferência Internacional de Materiais e


Processos para Energias Renováveis – RENOMAT 2017, Brasil/RS, 4 a 6 de outubro de 2017,
Porto Alegre, RS, Brasil.
1
Graduando Eng. Eletrônica. Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade
Feevale, Campus II. RS 239, 2755 – CEP 93.352-000 – Novo Hamburgo / RS – Brasil – Fone:
(51) 3057-3198 Celular: (51) 99951-8314 – e-mail: murilofessler@hotmail.com .
2
Dr. Eng. Prof. Depto. Eng. Eletrônica e Mestrado em Tecnologia de Materiais. Instituto de
Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade Feevale, Campus II. RS 239, 2755 – CEP
93.352-000 – Novo Hamburgo / RS – Brasil – Fone: (51) 3586-8800 Fax: (51) 3586-8836 – e-
mail: moisesdias@feevale.br.
1. INTRODUÇÃO

1.1.A RADIAÇÃO SOLAR E ALGUNS CONCEITOS.

A energia do Sol é transmitida para o nosso planeta através do espaço na forma de


radiação eletromagnética. Essa radiação é constituída de ondas eletromagnéticas que
possuem frequências e comprimento de ondas diferentes[1].

Radiação eletromagnética: As radiações eletromagnéticas podem produzir efeitos


diversos sobre os objetos e os seres vivos. Quando incidem sobre determinados
materiais, produzem alterações nas propriedades elétricas, originando tensões e
correntes elétricas, gerando o efeito fotovoltaico[1].

Efeito fotovoltaico: Representa a base dos sistemas de energia solar fotovoltaica para a
produção de eletricidade - consiste na transformação da radiação eletromagnética do sol
em energia elétrica por meio da criação de uma diferença de potencial sobre uma célula
formada por um “sanduíche de materiais semicondutores” [1]. Se a célula for conectada
a dois eletrodos, haverá tensão elétrica sobre eles. Se houver um caminho elétrico entre
os dois eletrodos, surgirá uma corrente elétrica. Em outras palavras, o efeito
fotovoltaico é o surgimento de uma tensão elétrica em um material semicondutor,
quando exposto à luz visível [2].

Massa de Ar: A radiação solar que chega ao solo apresenta características que
dependem da espessura da atmosfera, esta sofre diversas alterações, devido ao ar e aos
elementos suspensos, como o vapor de água e a poeira, caracterizando a radiação global
[2].

Radiação direta: Corresponde aos raios solares que chegam diretamente do sol em
linha reta.

Radiação difusa: Corresponde aos raios solares que chegam indiretamente ao plano. É
o resultado da difração na atmosfera e da reflexão da luz na poeira, nas nuvens e em
outros objetos [2].

Radiação global: É a soma da radiação direta e da radiação difusa.

Ângulo zenital: A espessura da camada de ar atravessada pelos raios solares depende


do comprimento do trajeto até o solo. Esse trajeto depende do ângulo de inclinação do
sol com relação à linha do zênite, ou ângulo zenital do sol [1]. O zênite é uma linha
imaginária perpendicular ao solo. O ângulo zenital do sol é zero quando ele se encontra
exatamente acima do observador [2].

1
𝐴𝑀 = [2]
𝑐𝑜𝑠𝜃𝑧
Onde, 𝜃𝑧 é o ângulo zenital do Sol.
Perfil característico médio da radiação solar: Para cada localidade o perfil
característico médio da radiação solar varia em função da massa de ar e pode ser obtido
experimentalmente. Em locais temperados do hemisfério sul – localizado entre o trópico
de Capricórnio e Circulo Antártico - a distribuição é AM 1,5, obtida para o ângulo
zenital θz = 48,5°. A distribuição AM0 se obtém quando à radiação solar for ao espaço
extraterrestre, sem a influência da atmosfera [1].

Ângulo azimutal: É o ângulo de orientação dos raios solares com relação ao norte
geográfico. O sol, em sua trajetória no céu desde o nascente até o poente, descreve
diferentes ângulos azimutais ao longo do dia [2].

Irradiância: É uma grandeza empregada para quantificar a radiação solar, geralmente


chamada de irradiação, expressa na unidade de W/m² (watt por metro quadrado). Trata-
se de uma unidade de potência por área. A potência é uma grandeza física que expressa
à energia transportada durante certo intervalo de tempo. Quanto maior a potência da
radiação solar, mais energia ela transporta [1]. A irradiância de 1000W/m² é dotada
como padrão na indústria fotovoltaica para especificação e avaliação de células e
módulos fotovoltaicos. Assim como a massa de ar de AM 1,5, a irradiância de
1000W/m² é mencionada em praticamente todos os catálogos de fabricantes de
dispositivos fotovoltaicos [1].

Insolação: É quando a energia solar incide sobre uma determinada área de superfície
plana ao longo de um determinado intervalo de tempo. Sua unidade é o Wh/m² (watt-
hora por metro quadrado). O watt-hora é uma unidade física de energia e o watt-hora
por metro quadrado expressa a densidade de energia por área [1].

Movimento de translação: A Terra descreve uma trajetória elíptica que sofre


inclinações que variam em torno de 23,5º em relação ao plano equatorial terrestre. Essa
inclinação é responsável pela variação da elevação do Sol no horizonte em relação à
mesma hora, ao longo do ano. Esses movimentos ocorrem em determinada época do
ano, a luz solar incidi com maior intensidade sobre o hemisfério norte e, na outra parte
do ano, com maior intensidade sobre o hemisfério sul, evento conhecido como solstício,
que ocorre nos dias 23 de junho e 22 de dezembro. Em outra época do ano, a luz solar
incide de maneira igual sobre os dois hemisférios, caracterizando o equinócio (dias 21
de março e 23 de setembro)[3].

Movimentos de rotação: A Terra descreve uma trajetória giratória em torno de seu


próprio eixo[3].

Ângulo de inclinação do módulo solar: A maior parte dos sistemas fotovoltaicos


apresenta ângulo fixo de inclinação, por essa razão deve haver um critério para a
escolha de um ângulo. Se essa for incorreta, a captação dos raios solares será reduzida e
irá comprometer a produção de energia elétrica pelo módulo fotovoltaico. Um bom
ângulo de inclinação faz os raios solares incidirem perpendicularmente à superfície do
módulo. Esse é o ângulo que potencializa a captação da radiação solar direta[1].

1.2.TIPOS DE CÉLULAS DE SILÍCIO

As células fotovoltaicas constituintes dos painéis solares, em sua grande maioria


são fabricadas utilizando silício. Os principais tipos são: cristais monocristalinos (18%
eficiência) e cristais policristalinos (12,5% eficiência)[4];

Célula de silício Monocristalino: É historicamente a mais usada e comercializada


como conversor direto de energia solar em eletricidade e a tecnologia para sua
fabricação é um processo básico muito bem constituído. Esse tipo de silício é usado
mais comumente como conversor direto de energia do sol em eletricidade, e sua
fabricação é baseada em uma tecnologia que constitui um processo básico, muito bem
elaborado [3].

Célula de silício Policristalino: Por exigir um processo de preparação menos


criterioso, esse tipo de célula além de ser mais barata que as de silício monocristalino,
apresenta menor eficiência se comparada com a anterior. O processo de pureza do
silício utilizado na produção das células é similar ao processo do silício monocristalino,
o que permite a obtenção de níveis de eficiência compatíveis [3].

1.3.MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

A potência máxima alcançada por meio da utilização de uma única célula


fotovoltaica não excede a potência de 3W, insuficiente para a maioria das aplicações
reais[1][3]. Por esse motivo, as células fotovoltaicas são normalmente agrupadas
(ligadas em série) de forma a formar módulos fotovoltaicos, conforme esquematizado
na figura 1.

Figura 1 - Representação esquemática referente à associação de várias células


fotovoltaicas visando ao aumento da potência total[3].

O agrupamento de vários módulos fotovoltaicos é denominado painel


fotovoltaico [1]. A sequência de agrupamento que acarreta a obtenção de um painel
fotovoltaico é mostrada, esquematicamente, na figura 2. Devido ao agrupamento de
alguns módulos, existem alguns fatores que prejudicam o funcionamento e a geração de
energia elétrica [9].
Figura 2 - Processo hierarquizado de agrupamento: célula → módulo → painel
fotovoltaico

Os principais fatores que influenciam as características elétricas de um painel


são a intensidade luminosa e a temperatura das células. A corrente gerada nos módulos
aumenta linearmente com o aumento da intensidade luminosa. Por outro lado, o
aumento da temperatura na célula faz a eficiência do módulo cair, baixando assim os
pontos de operação para potência máxima gerada. Assim pode-se observar na figura 3
que o efeito da intensidade luminosa afeta diretamente o ponto de potência máxima do
painel fotovoltaico [9].

Figura 3 - Efeito causado pela variação de intensidade luminosa[9].

A exposição prolongada dos módulos solares aos raios do Sol provoca elevação
da temperatura e diminuição da tensão sobre os terminais dos módulos, como ilustra a
figura 4[9].

Figura 4 - Efeito causado pela variação de temperatura na célula[9].


2. MATERIAIS E MÉTODOS

O desenvolvimento de um projeto de um sistema fotovoltaico fixo e de outro


com rastreamento solar envolve alguns fatores como a orientação solar, a
disponibilidade de área, estética, disponibilidade do recurso solar, demanda a ser
atendida, entre outros fatores. O dimensionamento de um sistema fotovoltaico é o ajuste
entre a energia radiante recebida do Sol pelos módulos fotovoltaicos e a necessidade de
suprir parte da demanda de energia elétrica.
Um projeto assim procura evidenciar como é possível aumentar
consideravelmente o rendimento em sistemas com painéis fotovoltaicos. O sistema
projetado e implementado será descrito abrangendo as etapas de execução. O sistema
será apresentado de acordo com cada segmento do projeto. O sistema móvel orientará a
superfície da placa, o mais próximo possível, para que os raios solares incidam
diretamente sobre ela, durante todo o dia.

2.1. SISTEMA FIXO

O primeiro método consiste em um sistema fotovoltaico fixo composto por um


inversor dc/ac, um medidor de energia e um painel elétrico de proteção instalado em
parede de alvenaria, abrigado dentro de uma residência, e duas placas fotovoltaicas de
255 W - Módulo CS6P, instaladas em um telhado e posicionadas para o norte de forma
a receber a luz direta do sol em alguns períodos do dia, conforme a figura 5. Como as
placas estão fixas, no período da manhã e da tarde a captação da luz será difusa;
somente ao meio dia as placas receberão a luz direta do sol.

Figura 5 – Montagem das placas fotovoltaica sobre telhado, inversor dc/ac, painel elétrico
de proteção – sistema fixo.

O telhado esta a uma inclinação de 30º referente ao solo.


2.2. SISTEMA MÓVEL

O sistema móvel prevê o acoplamento dos painéis fotovoltaicos no rastreador


solar. Sua estrutura é composta de duas partes, uma responsável por um método de
medição da incidência solar, geralmente são utilizados sensores de iluminação, e outra
responsável pela movimentação desses sensores e do painel fotovoltaico; em geral
motores elétricos de baixo consumo para sua movimentação no eixo horizontal. Assim
sendo, optou-se por um motor de corrente contínua perfeitamente capaz de suprir as
necessidades do sistema, alimentado pelo próprio gerador solar.

2.2.1. Estrutura Móvel

O ponto de partida da construção do rastreador é a idealização de avaliação e


projeto da estrutura móvel onde estão acoplados os painéis fotovoltaicos, o motor e os
sensores.
Deve-se então, considerar na íntegra, todas as questões problemáticas,
percebendo que este é um rastreador de proporções reais e, com isso, algumas
adversidades como vendavais, queda de granizo, intensidade aumentada da incidência
solar, ferrugem, desgaste mecânico, descargas atmosféricas na região, dentre outras;
podem ocorrer. Cada detalhe foi essencial no início do projeto; o modelo do rolamento,
por exemplo, foi escolhido para suportar forças radiais e axiais. A localização e a
fundação da instalação devem ser privilegiadas a fim de que o peso do rastreador e a
força dos ventos sejam suportados. O sombreamento das placas fotovoltaicas, causado
por árvores e construções, também foi evitado. Os metais tiveram tratamento anti-
ferrugem com uma tinta resistente aos raios solares. Eletrodutos foram instalados para
proteção dos cabos elétricos. Para determinar o posicionamento do conjunto de
conversão de energia, foram efetuados cálculos, considerando parâmetros como
declividade terrestre, latitude, ângulo horário, dia e ano.
O próximo passo foi desenhar a estrutura, figura 6, que começou a ser
dimensionada, levando em consideração principalmente as dimensões físicas das placas
fotovoltaicas, conforme figura 7.

Figura 6 - Desenho da base da estrutura das placas.


Figura 7 – Dimensões físicas das placas.

Após o término do desenho da base das placas fotovoltaicas, iniciou-se a


modelagem da polia tripartida, conforme figura 8, considerando que as medidas do
rolamento [16], dimensionado durante o projeto, foram introduzidas na peça. O rasgo da
correia também foi inserido na polia de forma a tornar a peça mais enxuta.

Figura 1 – Idealização da polia tripartida.

O tronco central e as bases do rastreador foram desenhadas conforme o projeto,


figura 9.

Figura 9 - O tronco central e as bases do rastreador.


Com o desenho finalizado, as peças metálicas foram compradas e algumas
chapas tiveram que ser cortadas no plasma. Um tubo maciço foi torneado de forma a
criar a polia tripartida. A montagem se iniciou com o corte dos metalões nas suas
respectivas medidas e após foi feita a soldagem. O modelo final está ilustrado na figura
10.

Figura 10 – Rastreador montado.

2.2.2. Eixo Horizontal e Eixo Vertical

Rastreadores solares de eixo horizontal, como o representado pela figura 11, são
construídos de forma que os painéis acompanhem apenas um eixo de movimentação do
sol, leste-oeste, ou norte-sul. O uso de apenas um motor torna o sistema mais simples e
de menor consumo de energia. O eixo leste-oeste é o mais utilizado, por ser o
movimento de maior variação da incidência solar; se altera diariamente.

Figura 11 - Rastreador solar de eixo único.

Já o uso do eixo vertical, utilizado no período em que ocorre o evento solstício


ou equinócio, se procede com o ajuste de forma manual, ou seja, para que o ângulo seja
ajustado, é necessário fazer a troca por meio de um parafuso localizado acima da polia
tripartida, conforme mostrado na figura 12. Para este ajuste, existem duas posições para
o ângulo zenital, a primeira com ângulo de 35º para períodos de verão e a segunda com
um ângulo de 65º para períodos de inverno.
Figura 2 - Ajuste do ângulo do eixo vertical por meio de um parafuso localizado acima da
polia tripartida.

No ajuste fino, para que as placas fotovoltaicas tivessem ajuste de angulação


independente, a altura delas foi regulada com a base estrutural do rastreador por meio de
uma barra roscada com porcas, conforme observado na figura 13.

Figura 13 - Ajuste Fino do ângulo do eixo vertical.

2.2.3. Sensores

O rastreador solar possui sete sensores no total.


O sistema de posicionamento é composto por dois sensores tipo indutivo, figura
14, fixados no tronco principal da estrutura, delimitando o percurso em um ângulo de
180º, e impedindo que as placas girem 360º sobre o eixo. Um destes sensores demarca o
início (Leste) e o outro, o término (Oeste). Quando o sensor leste é acionado, o motor
fica inoperante para a mesma direção, impedindo que os cabos de comando e de força
sejam rompidos ou danificados. O mesmo acontece com o sensor indutivo que demarca
o término (Oeste). Por segurança, foram instalados limitadores na parte móvel e fixa,
evitando, assim, a perda de posicionamento dos sensores.
Figura 14 - Sistema de posicionamento é composto por dois sensores tipo indutivo.

O sistema de presença da noite é composto por um sensor tipo fotocélula, figura


15, indicando se é noite ou dia. Este sensor é responsável por verificar se é noite e
direcionar as placas fotovoltaicas para a posição de início (leste).

Figura 15 - Sistema de presença de noite é composto por um sensor tipo fotocélula.

Posicionando um par de LDR como na estrutura apresentada na figura 16, pode-


se observar que com o movimento solar, a incidência de luz sobre o par só será igual no
momento em que o Sol estiver exatamente sobre a linha que divide a posição dos dois
LDRs. Quando isso ocorre, a resistência dos dois sensores será igual ou muito próxima,
considerando a imprecisão do componente. Assim, basta rotacionar essa estrutura com o
par de LDR no ângulo horizontal desejado. Cada LDR compõe metade de um divisor de
tensão, mede a tensão entre os dois LDR; quando as resistências do par se igualarem, a
tensão medida será metade da tensão aplicada sobre o divisor e, assim, é encontrado o
ponto de maior incidência solar naquele eixo de rotação.
Figura 16 – Estrutura par de LDR.

No sistema, o LDR foi introduzido dentro de um gabinete, conforme figura 17.


A luz do sol é direcionada para o centro do prensa cabo e chega ao sensor de luz. Pode
realizar ajustes de sensibilidade no LDR, rosqueando o prensa cabo, fechando ou
abrindo o canal de luz. O LDR fica protegido dos raios solares, evitando danos.

Figura 17 - LDR dentro do gabinete.

2.2.4. Controlador e Software

A escolha do CLP é fundamental para o bom funcionamento do sistema, visto


que um controlador não confiável pode acarretar problemas no funcionamento do
rastreador solar. O modelo escolhido foi o ATOS 4004 Expert – figura 18.

Figura 18 – CLP ATOS 4004 Expert.

O CLP Expert possui oito entradas digitais, oito saídas digitais e duas entradas
analógicas. É considerado como uma IHM (interface homem máquina), devido aos
botões e ao display de cristal instalado em sua frontal. A lógica é programada via PC
porta serial RS 485 ou RS 232 e o programa é escrito na linguagem Ladder conforme a
figura 19.

Figura 19 – Software Winsup e estrutura linguagem Ladder.

O programa é composto por sessenta e quatro linhas e três sub-rotinas, com


programa de comparação e checagem, visto a necessidade de verificar a funcionalidade
do sistema. A checagem de cada componente é realizada diariamente a fim de certificar
seu funcionamento. Ainda possui telas programadas como: setup, calibração e de falhas,
a fim de alertar imediatamente um problema para que o usuário possa fazer os ajustes
necessários, conforme figura 20.

Figura 20 - Telas programadas como: setup, calibração e de falhas.


O funcionamento do sistema móvel é apresentado na figura 21.

Figura 21 – Fluxograma monitoramento do sistema .

2.2.5. Ensaios

Para a realização dos ensaios, optou-se por avaliar o sistema fixo primeiramente.
Verificou-se então, a potência fornecida pelos módulos fotovoltaicos e pelo inversor em
condições climáticas pouco favoráveis, ou seja, com baixa irradiância, e em outro
momento com condições favoráveis, com alta irradiância. Verificou-se o sistema em um
dia com chuva (irradiância de 100w/m²), nublado (400w/m²) e com sol (entre 700W/m²
à 1000W/m²), figura 3 - Efeito causado pela variação de intensidade luminosa.

Os ensaios ocorreram no mês de Maio e Junho de 2017, num período de 12


horas aproximadamente, começando as 6 horas e 40 minutos da manhã e se estendendo
até as 18 horas e 20 min. Foi monitorada a tensão gerada nas placas fotovoltaicas a
ponto de descobrir a influência da temperatura ambiente sobre os módulos. Figura 4 -
Efeito causado pela variação de temperatura na célula.

Com o término dos ensaios no sistema fixo, inicou o monitoramento do sistema


com rastreador de eixo único. Com os dados do sistema fixo já apurado, optou-se por
verificar a corrente e a tensão fornecidas pelo inversor e pelos módulos fotovoltaicos
em condições de alta irradiância, visto que em dias nublados ou dias com chuva a
potência gerada no sistema de fixo não é suficiente para alimentação do próprio sistema,
sendo assim, é interessante que o sistema de rastreamento que possui um consumo
maior de potência, seja desligado em dias de baixa irradiância.

2.2.5.1. Ensaios Sistema fixo

Iniciou os ensaios com o dia em condições pouco favoráveis, o dia estava


nublado, com chuva torrencial, existia pouca irradiância solar sobre as placas, a
temperatura ambiente média era de 23°C.

Às 18 horas foram extraídos as medidas de tensão e corrente do Data Logger


(cartão micro SD), descobriu que não houve geração de energia durante o dia chuvoso, a
irradiância estava abaixo de 100W/m². Para que os elétrons possam se deslocar têm de
adquirir energia suficiente para passarem da banda de valência para a banda de
condução, o que não ocorreu de fato. Existia um campo elétrico, isto é, uma diferença
de potencial entre as duas zonas de dopagem da célula, mas não havia uma corrente
elétrica interessante, pois os elétrons não se moviam de uma camada para outra.
40
35 0,8
30
25 0,6
20
0,4
15
10 0,2
5
0 0
08:31:44

15:39:01
06:48:22
07:36:53

09:22:50
10:11:23
10:59:56
11:48:29
12:37:01
13:25:33
14:14:05
15:02:38
15:51:12
16:39:47
17:28:24

06:48:22
07:40:31
08:39:00
09:33:44
10:25:56
11:18:07
12:10:17
13:02:27
13:54:38
14:46:49

16:31:13
17:23:29
18:15:47

Corrente In Tensao In Corrente In

Figura 22 – Medidas de corrente e tensão sobre as placas fotovoltaicas (dia de chuva).

A variação de tensão e corrente apresentados na figura 22, mostra que o inversor


possui entrada tipo MPPT (rastreamento do ponto de máxima potência).
Durante o período do ensaio o inversor tentou maximizar a potência fornecida
pelos módulos fotovoltaicos, fazendo-o operar constantemente em seu ponto de máxima
potência, porém toda vez que injetava corrente na rede da concessionária a tensão e a
corrente despencavam. O processo durou até o final do dia.
50
40
30
20
10
0 08:34:37

12:17:08
06:48:22
07:08:21
07:28:20
07:48:20
08:08:19

08:54:37
09:17:10
09:37:10
09:57:10
10:17:09
10:37:10
10:57:10
11:17:09
11:37:09
11:57:08

12:37:07
12:57:07
13:17:06
13:37:06
13:57:05
14:17:05
14:37:05
14:57:05
15:17:05
15:37:05
15:57:06
16:17:05
16:37:06
16:57:08
17:17:10
17:37:12
17:57:14
Potência Consumida Potência Gerada

Figura 23 – Potência consumida pelo sistema fixo x Potência Gerada (dia de chuva).

O consumo de energia do sistema fixo, média de 25W, conforme figura 23, era
mais alto que a geração de energia, média de 3,15W, neste caso, para dias chuvosos é
interessante que o inversor e os periféricos sejam desligados, ou se descubra uma forma
de excitar os elétrons da última camada de valência do silício dopado a fim de obter um
gap de energia, já que é presente uma diferença de potencial no módulo durante os dias
de chuva.
O segundo passo foi realizar os ensaios ainda com o dia em condições pouco
favoráveis, o dia estava nublado, porém sem chuva torrencial, existia pouca irradiância
solar sobre as placas, e a temperatura ambiente média era de 20°C.
Às 18 horas foram extraídos as medidas de tensão e corrente do Data Logger
(cartão micro SD), descobriu que houve geração de energia durante o dia nublado, a
irradiância estava em torno de 400W/m². Pode-se dizer que neste caso, houve um gap de
energia significativo. Existia um campo elétrico, isto é, uma diferença de potencial entre
as duas zonas de dopagem da célula, e havia uma corrente elétrica interessante, pois os
elétrons se moviam de uma camada para outra.
40

30

20

10

0
08:32:09

11:39:45

16:09:19
06:48:22
07:09:14
07:29:57
07:50:41
08:11:25

08:52:53
09:13:37
09:34:21
09:55:06
10:16:09
10:37:32
10:58:17
11:19:01

12:00:29
12:21:12
12:41:55
13:02:39
13:23:23
13:44:07
14:04:51
14:25:35
14:46:20
15:07:04
15:27:49
15:48:33

16:30:04
16:50:50
17:11:36
17:32:29
17:53:15

Corrente In Tensão In

Figura 24 - Medidas de corrente e tensão sobre as placas fotovoltaicas (dia nublado).

A variação de tensão e corrente apresentados na figura 24, mostra que o inversor


estava operando no modo MPPT (rastreamento do ponto de máxima potência).
Durante o período do ensaio, em dia nublado, figura 25, o inversor tentou
maximizar a potência fornecida pelos módulos fotovoltaicos, fazendo-o operar
constantemente em seu ponto de máxima potência, porém toda vez que injetava corrente
na rede da concessionária a tensão e a corrente oscilavam. Houve um momento que o
inversor conseguiu achar o ponto de máxima potência, período das 12 horas até as 12
horas e 32 minutos, neste intervalo, foi injetada uma média 108,5 W na rede da
conssecionária. A média de tensão e corrente durante o dia nublado corresponde a 1,15
A e 26,8 V, com uma média equivalente a 30,82 W.

200
150
100
50
0

15:10:17
06:48:22
07:11:15
07:34:01
07:56:47
08:19:33
08:42:19
09:05:04
09:27:50
09:50:36
10:13:42
10:37:07
10:59:53
11:22:39
11:45:25
12:08:10
12:30:55
12:53:41
13:16:26
13:39:12
14:01:58
14:24:44
14:47:31

15:33:03
15:55:50
16:18:37
16:41:24
17:04:13
17:27:01
17:49:56
Potência Gerada na saída do inversor Potência entregue na entrada do inversor

Figura 25 - Potência gerada na saída do inversor x Potência entregue na entrada do


inversor duante o dia nublado.

O consumo de energia do sistema fixo, média de 25W, ficou mais baixo que a
geração de energia, média de 30,8W, neste caso, para dias nublado é interessante que o
inversor e os periféricos fiquem ligados.
Uma avaliação do nível de irradiância deve ser investigada com o uso de um
equipamento chamado Piranômetro, a fim de descubrir a irradiância durante o dia.
Descobrindo o nível de irradiância, encontramos o ponto em que é viável ou não,
manter o inversor e os periféricos ligados.
É possível fazer um cálculo para encontrar o nível de irradiância sobre os
módulos, utilizando as próprias células fotovoltaicas como um Piranômetro, sabemos
que a potência dos módulos utilizados é de 2x255W, para um nível de 1000W/m² de
irradiância solar. Sendo assim, a máxima potência fornecida pelo painel, para este
ensaio, é de 167W, ou seja, a irradiância neste instante era de 327,45 W/m².
O nível de irradiância para a máxima potência de 167W, onde 𝛿 = nível de
irradiância:
167 𝑥 1000
𝛿= = 327,45 𝑊/𝑚²
510
O nível de irradiância para uma média de 30,8W é:
30,8 𝑥 1000
𝛿= = 60,39 𝑊/𝑚²
510
O nível de irradiância para desligamento do inversor e periféricos, considerando
o consumo médio de 25W destes equipamentos, é:
25 𝑥 1000
𝛿= = 49,01 𝑊/𝑚²
510
O ponto para desligamento do inversor e periféricos, em dias nublados é de
50W/m² para este sistema instalado, lembrando que a temperatura acima de 20° também
deve ser considerada para o fator de desligamento, sendo assim uma condição deve ser
criada: quando a irradiância for igual ou menor que 50W/m² e a temperatura for igual ou
superior a 20°C o sistema deve ser desligado.
É interessante que possua o monitoramento desta irradiância e temperatura para
que o sistema se desligue automaticamente a fim de não haver consumo de energia por
parte do inversor e dos periféricos, e, somente do sistema de monitoramento da
irradiância e da temperatura.
A inclinação solar é obtida pelo instrumento chamado de Astrolábio, um
equipamento usado para medir a altura dos astros acima do horizonte. O ângulo obtido
entre a altura do sol e a linha do horizonte é de 25°, sendo assim o ângulo zenital é de
65°.
Sabido o ângulo zenital para o mês de Junho, ângulo de 65°, o AM 2,4 é
encontrado. O ângulo de instalação das placas solares fixa é de 30°, em relação ao
zênite. Como os raios solares não estão perpendiculares aos módulos do sistema fixo, há
uma perda de potência significativa.
A massa de ar em virtude dos ângulos zenitais em fução da região estudada é:
30° ângulo bom para o verão (ângulo do sistema fixo);
1
𝐴𝑀 = ≅ 1,15
𝑐𝑜𝑠30°
35° ângulo ótimo para o verão (ângulo sistema móvel);
1
𝐴𝑀 = ≅ 1,22
𝑐𝑜𝑠35°
65° ângulo ótimo para o inverno (ângulo sistema móvel);
1
𝐴𝑀 = ≅ 2,4
𝑐𝑜𝑠65°
O terceiro passo foi realizar os ensaios com o dia em condições favoráveis, o dia
estava ensolarado com poucas nuvens, existia irradiância solar sobre as placas, e a
temperatura ambiente média era de 24°C.
Às 18 horas foram extraídas as medidas de tensão e corrente do Data Logger
(cartão micro SD), descobriu que houve geração de energia durante o dia, a irradiância
estava em torno de 700W/m². Pode-se dizer que neste caso, houve um gap de energia.
Existia um campo elétrico, isto é, uma diferença de potencial entre as duas zonas de
dopagem da célula, e havia uma corrente elétrica muito mais interessante, pois os
elétrons se moviam de uma camada para outra com facilidade.
40
30
20
10
0
08:16:19

10:57:16

13:38:08

16:19:05
06:44:18
07:07:19
07:30:18
07:53:19

08:39:19
09:02:18
09:25:18
09:48:18
10:11:17
10:34:16

11:20:16
11:43:14
12:06:12
12:29:11
12:52:09
13:15:08

14:01:06
14:24:05
14:47:05
15:10:04
15:33:05
15:56:04

16:42:05
17:05:06
17:28:08
17:51:09

Corrente In Tensao In

Figura 25 - Medidas de corrente e tensão sobre as placas fotovoltaicas, durante o dia com
poucas nuvens.
Durante o período do ensaio, em dia ensolarado com nuvens, figura 26, o
inversor tentou maximizar a potência fornecida pelos módulos fotovoltaicos, porém
toda vez que injetava corrente na rede da concessionária a tensão e a corrente
oscilavam. Neste caso, houve diversos momentos que o inversor conseguiu achar o
ponto de máxima potência, pontos onde não há ocilações de corrente e tensão como
mostrado na figura 26, nestes intervalos de tempo foi injetado uma média 311,09 W na
rede da conssecionária. A média de tensão e corrente durante o dia corresponde a 2,33
A e 29,31 V, com uma média equivalente a 67,45W.
500
400
300
200
100
0
10:41:46

15:02:47
06:44:18
07:08:04
07:31:48
07:55:33
08:19:18
08:43:03
09:06:48
09:30:33
09:54:17
10:18:01

11:05:31
11:29:14
11:52:57
12:16:41
12:40:24
13:04:07
13:27:52
13:51:36
14:15:19
14:39:03

15:26:33
15:50:18
16:14:03
16:37:48
17:01:34
17:25:21
17:49:07
Potência gerada na saída do inversor
Potência entregue na entrada do inversor

Figura 3 - Potência gerada na saída do inversor x Potência entregue na entrada do


inversor duante o dia ensolarado com nuvens.
O consumo de energia do sistema fixo, média de 25W, ficou mais baixo que a
geração de energia, média de 67,45 W, neste caso, para dias com poucas nuvens é
interessante que o inversor e os periféricos fiquem ligados.
Sendo assim, a máxima potência fornecida pelo painel foi de 334,04W, ou seja,
a irradiância neste instante era de 654,98W/m². Para um AM2,4.
O nível de irradiância para a máxima potência de 334,04 W é:
334,04 𝑥 1000
𝛿= = 654,98𝑊/𝑚²
510

O nível de irradiância para uma média de 67,45 W é:


67,45 𝑥 1000
𝛿= = 132,25 𝑊/𝑚²
510
O nível de irradiância para desligamento do inversor e periféricos, considera o
mesmo do passo anterior.

2.2.5.2.Ensaios Sistema Móvel

Iniciou os ensaios com o dia em condições favoráveis, o dia estava ensolarado e


possuia poucas nuvens, existia irradiância solar sobre as placas, e a temperatura
ambiente média era de 24°C.
Tempo estava propício para o sol, porém estamos no mês de junho e durante a
manhã existe neblina, as primeiras e as últimas horas do dia não foram produtivas o que
caracteriza a entrada do período chamado de Solticio, o início do inverno, o ângulo
veritical do rastreador foi ajustado para 65°.
40
30
20
10
0

11:02:54
11:26:11
06:48:30
07:12:01
07:35:01
07:58:00
08:21:05
08:44:04
09:07:02
09:30:01
09:53:06
10:16:18
10:39:17

12:07:17
12:32:29
13:00:09
13:30:42
13:59:26
14:24:46
14:47:45
15:10:44
15:33:51
15:56:58
16:19:59
16:43:08
17:06:10
17:29:20
17:52:43
Corrente In Tensao In

Figura 27 - Medidas de corrente e tensão sobre as placas fotovoltaicas no sistema móvel,


durante o dia com poucas nuvens.

Durante o período do ensaio, em dia ensolarado com núvens, o inversor tentou


maximizar a potência fornecida pelos módulos fotovoltaicos, fazendo-o operar
constantemente em seu ponto de máxima potência, porém toda vez que injetava corrente
na rede da concessionária a tensão e a corrente oscilavam. Neste caso, houve diversos
momento que o inversor conseguiu achar o ponto de máxima potência, pontos onde não
há ocilações de corrente e tensão na figura 27, nestes intervalos de tempo foi injetado
uma média 346,29 W na rede da conssecionária. A média de tensão e corrente nos
módulos durante o dia nublado corresponde a 6,42 A e 28,52 V, com uma média
equivalente a 183,09 W, conforme figura 28.
500
400
300
200
100
0
06:48:30
07:09:53
07:30:44
07:51:35
08:12:32
08:33:22
08:54:13
09:15:03
09:35:54
09:56:51
10:17:54
10:38:45
11:00:14
11:21:16
12:00:21
12:21:10
12:46:22
13:12:13
13:42:27
14:06:55
14:27:58
14:48:49
15:09:40
15:30:38
15:51:37
16:12:30
16:33:29
16:54:23
17:15:17
17:36:32
17:57:33

Potência Out Potência In

Figura 28 - Potência gerada na saída do inversor x Potência entregue na entrada do


inversor duante o dia ensolarado com nuvens.

O consumo de energia do sistema móvel, média de 60W, ficou mais baixo que a
geração de energia, média de 183,09 W, neste caso, para dias ensolarado com poucas
nuvens é interessante que o inversor e os periféricos fiquem ligados.
Sendo assim, a máxima potência fornecida pelo painel foi de 352,29W, ou seja,
a irradiância neste instante era de 690,76W/m². Para um AM2,4.
O nível de irradiância para desligamento do inversor e periféricos, considerando
o consumo médio de 60W destes equipamentos, é:
60 𝑥 1000
𝛿= = 117,64𝑊/𝑚²
510
O ponto para desligamento do inversor e periféricos, em dias ensolarados com
poucas núvens é de 117,64W/m² para este sistema móvel, lembrando que a temperatura
acima de 24° também deve ser considerada para o fator de desligamento, sendo assim
uma condição deve ser criada, quando a irradiância for igual ou menor que 117,64𝑊
W/m² e a temperatura for igual ou superior a 24°C o sistema deve ser desligado.
É interessante que possua o monitoramento desta irradiância e temperatura para
que o sistema se desligue automaticamente a fim de não haver consumo de energia por
parte do inversor e dos periféricos, e sim, e somente, do sistema de monitoramento da
irradiância e da temperatura.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados para o sistema móvel se deram em conjunto com o sistema fixo, o


que possibilita a verificação para as mesmas condições climáticas, figura 29.
Os gráficos da potência entregue pelos dois sistemas, foram sobrepostos afim de
que o desempenho dos sistemas apresentados fossem comparados. É facilmente
perceptível como a presença do rastreamento eleva o período de máxima incidência
solar sobre o painel. É possível identificar um pico no gráfico da potência entregue pelo
sistema fixo, mas não é muito significativo comparado com o sistema de rastreamento.
Percebe-se que mesmo com um consumo mais elevado de energia, o rastreador
consegue fornecer uma potência maior, devido ao seu ângulo zenital, visto que as placas
fixas possui um ângulo de 30° e o sistema de rastreamento 65°, para a época do ano.
A temperatura não é significativa a ponto de influenciar na tensão entre os
terminais dos módulos.
O valor da potência média fornecida pelos sistemas em questão apresentaram
valores de 183,09W e 67,45W para os sistemas compostos de rastreador com apenas
um eixo e sistema fixo, respectivamente.
350
300
250
200
150
100
50
0

Potência sistema Fixo Potência sistema Móvel

Figura 29 – Comparação entre potências fornecidas pelo sistema fixo e móvel.


O cálculo do ganho percentual de potência de um sistema em relação ao outro
foram calculados conforme a seguinte equação:
(𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 1 − 𝑃𝑜𝑡𝐶𝑜𝑛𝑠. 1) 𝑥 (𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 2 − 𝑃𝑜𝑡𝐶𝑜𝑛𝑠. 2)
∗ 100 =
(𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 2 − 𝑃𝑜𝑡𝐶𝑜𝑛𝑠. 2)
(67,45𝑊 − 25𝑊) 𝑥 (183,09 − 60𝑊)
∗ 100 = 65,50%
(183,09 − 60)
A potência gerada mensal para o período corresponde é em torno de 40Kw mês,
a potência fornecida mais baixa referente aos outros meses do ano.
Embora as demonstrações apresentem aumento na geração de energia do sistema
com rastreamento solar, fatores como condições climáticas do local em que o sistema
foi instalado devem ser levados em conta.

4. CONCLUSÕES

A análise dos resultados dos ensaios permitiu observar a diferença trazida pela
introdução do rastreador solar ao sistema fotovoltaico. A potência entregue ao sistema
utilizando o rastreador de um eixo é de 65,5% maior que a dos sistemas fixos,
respectivamente. Valor este acima do esperado conforme outros trabalhos acadêmicos e
informações comerciais (AL-NAJJAR, 2013; AXAOPOULOS; FYLLADITAKIS,
2013...).
O sistema extra, trazido ao sistema móvel, pela utilização do motor e do CLP,
mostrou-se pequeno, uma vez que o CLP possui pouco consumo e o motor consumia
energia no momento que era energizado. Demostrou-se que o consumo adicional trazido
ao sistema pela introdução do sistema rastreador é inferior a 29% da potência adicional
trazida ao sistema pelo mesmo sistema de rastreamento.
Concluindo toda a análise comparativa observa-se que a aplicação de
rastreadores em sistemas de geração fotovoltaica é sempre vantajosa de um ponto de
vista energético, o rendimento adicional extraído dos painéis é bastante expressivo e o
consumo adicional do rastreador pode ser minimizado de forma a se anular dentro do
rendimento proporcionado pelo rastreador. Assim, a decisão de não se utilizar destes
recursos baseia-se exclusivamente em termos financeiros, como custos adicionais de
instalação e manutenção, em termos estruturais como a adequação da área de instalação
e as condições climáticas regionais.
Com este intuito estimaram-se as características do sistema inicialmente
idealizado para o estudo, que portava dois módulos fotovoltaicas (potência máxima de
510 W, tensão fornecida e corrente fornecida por módulo é de 30V e de 8,4A) e motor
corrente contínua (maior torque, operantes com uma tensão de 24V e corrente de 1,1A).
Analisando o sistema com rastreador de eixo único, visando a um ganho no rendimento
de 65,5%, verificou-se que para cada 1 W de potência do painel instalado, o consumo
do sistema rastreador de eixo único aumenta 0,285 Wh em um dia de funcionamento.
Estimando o preço de ambos os sistemas, o de eixo único, adequando para motores
disponíveis no mercado de parâmetros próximos, obteve-se uma relação onde para cada
1 W de potência máxima do painel instalado, o preço do rastreador aumenta em R$
10,36. Estes fatores de escala obtidos para o consumo e preço de sistemas maiores,
foram tomados utilizando sistemas de características muito próximas e assim não há
garantia do comportamento linear desta estimativa quando o sistema aumentar muito em
seu tamanho, principalmente no fator do preço, em que os valores não crescem de forma
linear, mas conforme a oferta de mercado.
Um fator visto no método é o efeito do ângulo entre correções de
posicionamento utilizado. Verificou-se que o fator está diretamente relacionado à
geração do sistema, logo deve existir sempre uma análise para este ângulo onde ocorra o
máximo de geração de energia.
Outro fator evidenciado, é que nos locais mais afastados do Equador ocorre
maior difusão solar; ao mesmo tempo em que podem ser observados dias e noites mais
longas em locais mais próximos aos polos.
A conclusão do trabalho permitiu a observação de aspectos da realidade na
execução de um projeto, a consideração de vários parâmetros, a dificuldade de manter
as tarefas dentro de um prazo, o efeito de influências externas e alterações imprevistas,
aspectos próprios do ambiente de trabalho ao qual o engenheiro está submetido.

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Doutor Moisés de Mattos Dias, agradeço pela dedicação e empenho


durante a realização deste trabalho de pesquisa.
Ao meu orientador Prof. Especialista Jorge Luis Placido de Borba, toda a
minha admiração e respeito ao seu trabalho. Agradeço pela confiança e apoio na
realização deste trabalho.

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1.ed. São Paulo: Érica, 2012. 300p.

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bearings/principles/selection-of-bearing-size/dynamic-bearing-loads/calculation-of-the-
dynamic-bearing-load/index.html. Acesso em: 21 maio 2017.
COMPARATIVE METHOD BETWEEN PHOTOVOLTAIC
SYSTEMS

ABSTRACT: The energy addressed in this paper is the solar one, better known as
photovoltaic energy, which consists in the conversion of solar energy into electrical
energy, by means of photovoltaic modules and frequency inverters. The objective of
this study is to compare solar radiation catchment methods. Lining up the surface of
photovoltaic modules to certain angles of solar incidence, for straight radiation
catchment, increasing the yield of a generation system. The paper deals, primarily, with
a study of the contextual energy and the elaboration of a project; and then, the
construction of a fixed system and of a one-axis solar tracker, analyzing the changes in
the energy, both generated and consumed, by the two configurations’ systems.

Key-Words: Photovoltaic power generation, Increased efficiency of photovoltaic


panels, Comparison of photovoltaic power generation systems, Single axis solar
tracking.

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