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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

unidade I
LOGÍSTICA

unidade II
TECNOLOGIAS
DE AUXÍLIO
À TOMADA DE DECISÃO

unidade III
TECNOLOGIA PARA O
SUPRIMENTO
DA EMPRESA

LOGÍSTICA e
TECNOLOGIA
Professor Me. Julio Ernesto Colla

integração das Master Production o impacto da Internet em


operações logísticas Scheduling (MPS) ferramentas gerenciais
palavra do reitor

Reitor
Wilson de Matos Silva

Viver e trabalhar em uma sociedade global é um institucionais e sociais; a realização de uma


grande desafio para todos os cidadãos. A busca por prática acadêmica que contribua para o desen-
tecnologia, informação, conhecimento de qualida- volvimento da consciência social e política e, por
de, novas habilidades para liderança e solução de fim, a democratização do conhecimento aca-
problemas com eficiência tornou-se uma questão dêmico com a articulação e a integração com
de sobrevivência no mundo do trabalho. a sociedade.
Cada um de nós tem uma grande responsa- Diante disso, o Centro Universitário Cesumar
bilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos almeja ser reconhecida como uma instituição univer-
nossos fará grande diferença no futuro. sitária de referência regional e nacional pela qualidade
Com essa visão, o Centro Universitário e compromisso do corpo docente; aquisição de com-
Cesumar – assume o compromisso de democra- petências institucionais para o desenvolvimento de
tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia linhas de pesquisa; consolidação da extensão univer-
e contribuir para o futuro dos brasileiros. sitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e
No cumprimento de sua missão – “promo- a distância; bem-estar e satisfação da comunidade
ver a educação de qualidade nas diferentes áreas interna; qualidade da gestão acadêmica e adminis-
do conhecimento, formando profissionais cida- trativa; compromisso social de inclusão; processos
dãos que contribuam para o desenvolvimento de cooperação e parceria com o mundo do trabalho,
de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro como também pelo compromisso e relacionamento
Universitário Cesumar busca a integração do permanente com os egressos, incentivando a edu-
ensino-pesquisa-extensão com as demandas cação continuada.

Direção Unicesumar

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância: Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração Wilson
C397 de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora
Logística e Tecnologia / Professor Me. Julio Ernesto Colla. Cláudio Ferdinandi.
Publicação revista e atualizada, Maringá - PR, 2014.
33 p.
“Pós-graduação Núcleo Comum - EaD”. NEAD - Núcleo de Educação a Distância
1. Logística. 2. Tecnologia. . 3. EaD. I. Título.
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Coordenação de Sistemas Fabrício Ricardo Lazilha, Coordenação
CDD - 22 ed. ??? de Polos Reginaldo Carneiro, Coordenação de Pós-Graduação, Extensão e Produção de Materiais Renato
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Dutra, Coordenação de Graduação Kátia Coelho, Coordenação Administrativa/Serviços Compartilhados
Evandro Bolsoni, Gerência de Inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerência de Marketing Harrisson
NEAD - Núcleo de Educação a Distância Brait, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Design Educacional
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Nádila Toledo, Diagramação Aline Morais, Revisão Textual Hellyery Agda Gonçalves da Silva, Fotos Shutterstock.
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
boas-vindas

Pró-Reitor de EaD
Willian Victor Kendrick
de Matos Silva

Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do


Conhecimento.
Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido
conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade.
Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais
daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um
conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de-
mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos
aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu-
cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em
diferentes lugares e da mobilidade dos celulares.
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa-
ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso
horário e atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje
em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das
desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar.
Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co-
nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está
disponível.
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda
uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer-
ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura
e transformando a todos nós.
Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos
em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao
mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como
já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso
que a EAD da UNICesumar se propõe a fazer.
sobre pós-graduação

a importância da pós-graduação

O Brasil está passando por grandes transformações, em especial


nas últimas décadas, motivadas pela estabilização e crescimento
da economia, tendo como consequência o aumento da sua impor-
tância e popularidade no cenário global. Esta importância tem se
refletido em crescentes investimentos internacionais e nacionais
nas empresas e na infraestrutura do país, fato que só não é maior
devido a uma grande carência de mão de obra especializada.
Nesse sentindo, as exigências do mercado de trabalho são cada
vez maiores. A graduação, que no passado era um diferenciador
da mão de obra, não é mais suficiente para garantir sua emprega-
bilidade. É preciso o constante aperfeiçoamento e a continuidade
dos estudos para quem quer crescer profissionalmente.
A pós-graduação Lato Sensu a distância da UNICESUMAR
conta hoje com 21 cursos de especialização e MBA nas áreas de
Gestão, Educação e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados
pensando em você, aliando conteúdo teórico e aplicação prática,
trazendo informações atualizadas e alinhadas com as necessida-
des deste novo Brasil.
Escolhendo um curso de pós-graduação lato sensu na
UNICESUMAR, você terá a oportunidade de conhecer um conjun-
to de disciplinas e conteúdos mais específicos da área escolhida,
fortalecendo seu arcabouço teórico, oportunizando sua aplicação
no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformação pessoal
e profissional.

Professor Dr. Renato Dutra


Coordenador de Pós-Graduação , Extensão e Produção de Materiais
NEAD - UNICESUMAR
apresentação do material

Professor Mestre
Júlio Ernesto Colla
Caro(a) aluno(a),
Meu nome é Julio Ernesto Colla e me apresento como
o autor do material que você passará a estudar neste
momento. Lembro que este material está adequado às
novas tendências de ensino a distancia mundialmente co-
nhecidas. Sinto-me bastante confortável no assunto que
vamos tratar porque fiz diversos materiais para muitas uni-
versidades e faculdades do país.
Neste nosso encontro, vamos estudar a disciplina
de Logística e Tecnologia, na qual você irá conhecer os
nuances da gestão logística eficiente e certamente irá se
apaixonar pelo tema, pois é muito útil para as empresas e
certamente irá melhorar a qualidade de vida de todos os
envolvidos com a organização.
Agora que já me apresentei, vou apresentar o material
que vamos estudar nesta disciplina. O material está dividi-
do em três unidades que sequencialmente levarão você,
aluno (a), a conhecer a Logística e a Tecnologia. Dessa
forma, você terá êxito no MBA em GESTÃO COMERCIAL.
Nessa nossa apresentação, é preciso dizer que muitos
estudiosos estão, de diversas formas, estudando a logísti-
ca e certamente existem muitos caminhos que levam ao
entendimento desse fenômeno dos nossos dias. Assim,
outros caminhos de estudos podem ser encontrados e
variados pontos de vista são necessários.
Nesse caso em especial, a diversidade de olhares faz
com que os estudos tornem-se melhores. Disso decorre
que o melhor entendimento do que acontece na logística
das empresas reverte-se imediatamente na vida de todas as
pessoas, bem como colabora para o fortalecimento do país.
Agora vamos falar um pouco sobre cada unidade que
você vai encontrar neste material de estudos. Conforme
dito anteriormente, as unidades são independentes, porém
complementares. Dessa forma, cada unidade possui uma
introdução e uma consideração final, bem como um
pequeno conjunto de questões denominadas Atividades
de Autoestudo que serve para que você sedimente os
conceitos apresentados em cada unidade.
Na Unidade I, chamada de LOGÍSTICA, você verá os
seguintes tópicos: Definição de Logística, Integração das
operações logísticas, Projetos de cadeias de suprimento
e Nível de serviço logístico.
Na Unidade II, chamada de TECNOLOGIAS DE AUXÍLIO À
TOMADA DE DECISÃO, você aprenderá sobre: Supply Chain
Management (SCM), Efficient Consumer Response (ECR),
Enterprise Resource Planning (ERP), Material Requeriment
Planning (MRP) e Master Production Scheduling (MPS).
Ao final dos estudos da Unidade III, denominada
TECNOLOGIA PARA O SUPRIMENTO DA EMPRESA, você
compreenderá os conceitos de Eletronic Data Interchange
e E-business, e sua implicação na Logística. Reconhecerá o
EDI e o E-business como ferramentas de busca de eficiên-
cia e eficácia no processo logístico e observará o impacto
da Internet em ferramentas gerenciais.
Bom estudo!
01
sumário
LOGÍSTICA

12 Definição de Logística

15 Integração das Operações Logísticas

23 Projetos de Cadeias de Suprimento


Coordenação da Cadeia de
25
Suprimentos
27 Nível de Serviço Logístico
02
TECNOLOGIAS DE AUXÍLIO
03
TECNOLOGIA PARA O
À TOMADA DE DECISÃO SUPRIMENTO DA EMPRESA

36 Supply Chain Management (SCM) 59 Eletronic Data Interchange - EDI

40 Eficient Consumer Response (ECR) 65 A Internet e a Logística: E-Business

42 Enterprise Resource Planning (ERP) 69 Redes de Valor Agregado


Material Requeriment Planning
44
(MRP)
Funções e Atividades que Devem
46
Ser Analisadas Pelo Sistema MRP
48 Master Productions Sheduling (MPS)
1 LOGÍSTICA

Professor Me. Júlio Ernesto Colla

Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estu-
dará nesta unidade:
• Definição de Logística
Objetivos de Aprendizagem • Integração das operações logísticas
• Compreender os conceitos de Logística, Integração • Projetos de cadeias de suprimento
das Operações Logísticas, Projetos de Cadeias de • Nível de serviço logístico
Suprimento e Nível de Serviço Logístico.
• Reconhecer os conceitos de Logística, Integração
das Operações Logísticas, Projetos de Cadeias de
Suprimento e Nível de Serviço Logístico como
ferramentas de busca de eficiência e eficácia no
processo logístico.
A logística vem sendo demasiadamente discutida nos últimos
tempos. Apesar de ser um assunto relativamente novo, pois é
uma fronteira plausível para a redução de custos nas empre-
sas, a logística é uma preocupação humana, desde os tempos
em que se viviam grandes guerras até agora, pois é imprescin-
dível para vencer batalhas.
A evolução logística aconteceu de maneira bastante sutil. Ao
longo dos anos, ela foi incorporando várias atividades e hoje
é responsável por praticamente todo o processo que se inicia
com o pedido do cliente e termina atendendo esse pedido.
Um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento da logística
é a globalização, que permitiu o aprimoramento das relações
comerciais e tornou o cliente como foco mais importante.
Em um passado muito próximo, no ano de 2012, tivemos aqui
no Brasil a realização de uma conferência para tratar do clima no
mundo, a chamada Conferência Rio +20 e um dos pontos prin-
cipais para a melhoria das condições ambientais é a evolução
da logística. Por que este fato foi tratado em uma conferência
de meio ambiente? Porque é imprescindível para os governos
limitarem e reduzirem a emissão de poluentes.
Então, quando se tem uma base mundial de transportes localiza-
da em transportes com propulsão a motor e consequentemente
a base de um combustível fóssil, a melhoria dos transportes
reduz a emissão de poluentes na atmosfera.
Vamos entender um pouco mais sobre logística, seus conceitos,
suas nuances. É uma trajetória bastante interessante e essen-
cial para as organizações modernas.
Logística e Tecnologia
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definição de
logística
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A
logística vem de origem militar e logística atua de modo que nenhum ponto
busca colocar os recursos certos no do processo seja interrompido, minimizando
local certo e na hora certa, com o cada vez mais os estoques e maximizando a
objetivo de vencer batalhas. Nas empresas, lucratividade por meio de baixo custo. Nesse
a logística é responsável pelo planejamento, sentido, surge uma visão mais moderna do
operação e controle de todo o fluxo de mer- conceito de logística: a logística integrada
cadorias e informações, desde o fornecedor que busca alinhar os processos de maneira
até o consumidor final, ou seja, a logística que as mercadorias e os produtos vão das
gerencia desde a chegada dos materiais fábricas direto para o consumidor, e as infor-
ainda inacabados até o momento em que mações e os recursos vão dos consumidores
o produto é colocado à disposição do con- direto para as indústrias (CHING, 1999).
sumidor final. Percebemos que a logística permite que
Todavia, a definição de logística não era as empresas saibam exatamente o que pro-
tão abrangente assim. Acreditava-se que a duzir, como produzir, quanto produzir, como
logística era associada apenas ao transpor- cuidar do estoque, como distribuir diminuin-
te de mercadorias ou a distribuição física. do custos e seus impactos no preço final.
Atualmente, a logística incorpora, além do Dessa forma, a logística pode ser um diferen-
transporte e da distribuição, outras atividades, cial para a empresa, ajudando-a a satisfazer
como a seleção de fornecedores, o estoque, as necessidades e expectativas dos clientes
a armazenagem, as embalagens e as infor- e pode significar a diferença entre o sucesso
mações relacionadas (MARTINS; ALT, 2002; e o fracasso nos negócios, vista tanto como
CHRISTOPHER, 2002; CHING, 1999; BALLOU, um simples meio para colocar os produtos
2007). no mercado ou como um setor da empresa
Para manter o fluxo contínuo de maté- que, administrado corretamente, traz vanta-
ria-prima, a fabricação do bem e a saída do gens competitivas (CHING, 1999; HESKETT,
produto acabado até o ponto de venda, a 1986).
Logística e Tecnologia
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A IMPORTÂNCIA DA LOGÍS- superar todos esses desafios, encontrar empresas que


TICA PARA AS EMPRESAS algumas empresas buscam enxergam a Logística como
BRASILEIRAS adotar ações que visam a uma estratégia competitiva
redução de custos de uma bastante eficaz. Essas empre-
No cenário atual, as empre- forma isolada (por meio da sas planejam e coordenam
sas brasileiras vivem um mo- eliminação de posições em suas ações gerenciais de uma
mento extremamente de- seu quadro de colaborado- forma integrada, avaliando
safiador caracterizado pela res, eliminação do cafezinho, todo o processo desde o for-
busca por maior competitivi- controle de ligações telefôni- necimento da matéria-prima
dade, maior desenvolvimen- cas e outras tão conhecidas). até a certeza de que o clien-
to tecnológico, maior oferta Contudo, é importante des- te teve suas necessidades e
de produtos e serviços ade- tacar que essas ações, às ve- expectativas atendidas pelo
quados às expectativas dos zes se fazem necessárias, no produto ou serviço entregue.
clientes e maior desenvolvi- entanto, quando tomadas de
mento e motivação de seu forma isolada, não garantem Fonte: Adaptado de: <http://
capital intelectual (recursos o resultado desejado. goo.gl/BrRkuz/>. Acesso em:
humanos).Na pretensão de Por outro lado, é possível 11 jun. 2014.

Em busca do selo de boas a entrega do produto final com a implementação de um


práticas de distribuição, uma dentro prazo combinado. relacionamento da empre-
renomada distribuidora de Com o objetivo de estreitar sa com os seus clientes por
medicamentos certificada as distâncias, a empresa pas- meio das redes sociais, SMS
pela ANVISA, adotou medi- sou a trabalhar com dois ti- e e-mail.
das que tornaram o atendi- pos de entrega: própria e ter- Com todas as melhorias, a
mento da empresa o mais ceirizada. Além disso, adotou distribuidora alcançou o selo
completo possível. Para isso, funcionamento em horários de boas práticas de distribui-
as ações adotadas foram: ca- especiais e finais de semana, ção que cumprem todas as
pacitação da equipe; colabo- com motoboy para entrega normas exigidas pela Agên-
ração de consultores exter- expressa, conferência ele- cia Nacional de Vigilância Sa-
nos e desenvolvimento da trônica dos itens, além do nitária e garante a qualidade
loja virtual. Como agilidade sistema de acompanhamen- dos seus produtos e gestão
já era uma característica forte to online do pedido. Outra de processo.
da distribuidora, não foi pou- prioridade foi a integração Fonte: http://goo.gl/QKPkdY.
pado esforços para garantir e interação na comunicação Acesso em: 17 jun. 2014.
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integração
das operações
logísticas

A
logística vem sendo posicionada
dentro das empresas como uma
das competências que contribuem
para o processo de criação de valor para o
cliente. Essa competência é alcançada pela
coordenação de cinco áreas funcionais da
logística: (1) projeto de rede, (2) informação,
(3) transporte, (4) estoque e (5) armazena-
gem, manuseio de materiais e embalagem.
Logística e Tecnologia
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projeto de rede

O
projeto de rede é a estrutura das oito transportadoras principais e dez sis-
instalações da empresa e é usado temas de informações gerenciais que não
para fornecer produtos e materiais estavam integrados. Essa ineficiência logís-
aos clientes. As questões mais importan- tica fez com que a empresa perdesse o total
tes do projeto de rede são a determinação controle gerencial. A reorganização das ope-
da quantidade necessária de cada tipo de rações logísticas foi o fator decisivo para que
instalação e sua localização geográfica. A a empresa recuperasse esse controle. Laura
empresa Laura Ashley, que fabrica roupas Ashley optou por transferir todas as opera-
femininas e infantis, é um exemplo de como ções logísticas para apenas uma empresa
o projeto de rede pode ser incompatível que tinha a responsabilidade de gerenciar
com a obtenção de lucro nas organiza- todos os aspectos do fluxo de mercadorias
ções. Embora essa empresa tenha mantido e as informações, dentro da cadeia de supri-
sempre excelência no design e desenvol- mentos (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA;
vimento do produto, ela tinha um sistema MEINDL, 2004).
logístico ineficiente, além de caro e com- Bowersox e Closs (2009) dizem que o ob-
plexo, pois contava com cinco armazéns, jetivo do projeto de rede é:

determinar a quantidade e a localização de todos os tipos de


instalações necessárias para a execução do processo logísti-
co. Também é necessário vincular os pedidos de clientes aos
locais onde deve ser feita a expedição. A rede de instalações
forma uma estrutura a partir da qual as operações logísticas são
executadas. Assim, a rede incorpora capacidades relacionadas
com a informação e o transporte. Todas as tarefas específi-
cas associadas ao processamento de pedidos de clientes, à
manutenção de estoque e ao manuseio de materiais são exe-
cutadas dentro da estrutura do projeto de rede (BOWERSOX;
CLOSS, 2009, p. 39).
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informação

A
informação é crucial para o desempenho da cadeia de supri-
mentos, porque permite que os gerentes tomem decisões
que levam em consideração todas as etapas que afetam a
cadeia. As informações devem ser úteis, estar acessíveis no tempo
certo e serem precisas para que possam colaborar com a tomada
de decisão na cadeia de suprimentos (BOWERSOX; CLOSS, 2009;
CHOPRA; MEINDL, 2004).
Para tomar decisões sobre projeto de rede, estoque, transpor-
te ou armazenagem, os gerentes precisam ser capazes de analisar
as informações dos fornecedores, de fabricação, de distribuição e
varejo e sobre demanda. Para obter acesso às informações e analisá
-las de maneira a tomar a melhor decisão, utilizam-se ferramentas
da tecnologia da informação. À medida que a importância da in-
formação aumenta, valoriza-se mais a tecnologia da informação na
tomada de decisão (CHOPRA; MEINDL, 2004).
Logística e Tecnologia
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transporte

O
transporte envolve vários meios
de movimentar os produtos fora
das dependências da empresa.
Ou seja, ele é responsável por mobilizar o Qual é a importância da integração dos
produto nos estágios da cadeia de supri- vários modais de transporte?
Fonte: O autor.
mentos. São cinco os meios de transporte:
ferroviário, rodoviário, hidroviário, dutos e ae-
roviário (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; A decisão sobre qual meio de transporte uti-
MEINDL, 2004). lizar deve levar em conta a rota e o grupo de
Podemos acrescentar ainda um meio locais pelo qual o produto será transportado.
bastante novo na cadeia de suprimentos: o Além disso, é preciso decidir se o transpor-
meio de transporte eletrônico via internet, te será realizado internamente ou será uma
para produtos como música (BOWERSOX; atividade terceirizada (BOWERSOX; CLOSS,
CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004).

Desde o fim de 2005, quan- - valor que não considera do biocombustível serão de
do o então presidente ameri- os aportes na área agrícola 6,778 bilhões de litros neste
cano George Bush anunciou (implantação de canaviais). ano. Além de uma queda de
metas crescentes de uso de Desde então, as exportações 10% ante 2013, o volume é
biocombustíveis, muitas ex- globais continuaram pífias, praticamente o mesmo do
pectativas foram criadas e bi- equivalentes a 6% da pro- registrado há oito anos.
lhões de dólares investidos. dução global. Em 2014, de-
Somente no Brasil, foram vem voltar a cair. A previsão Leia mais em: <http://goo.
US$ 30 bilhões na constru- da consultoria FO Licht é de gl/WgmtAZ>. Acesso em: 17
ção de mais de 100 usinas que os embarques mundiais jun. 2014.
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estoque

É
a matéria-prima, os produtos em utilizando uma armazenagem centralizada
processamento e os produtos (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL,
acabados. Ele existe porque há uma 2004). Nesse sentido, o gerente da cadeia de
inadequação entre os suprimentos e a suprimentos deve analisar e identificar qual
demanda. A inadequação nos estoques pode a decisão a ser tomada quanto ao estoque,
ser intencional para as empresas siderúrgicas e pois ele pode ser:
varejistas, por exemplo, pois ambas preferem • Cíclico: compreende a quantidade
armazenar seus produtos antecipando uma média de estoque utilizada para
futura demanda, permitindo que esteja satisfazer a demanda.
disponível para o momento que o cliente • Estoque de segurança: compreende
quiser. O estoque está espalhado por toda a o estoque mantido como precaução
cadeia de suprimentos, passando de matéria- no caso de a demanda exceder as
prima para processamento até produtos expectativas.
acabados mantidos por fornecedores, • Estoque sazonal: compreende os
fabricantes, distribuidores e varejistas. O estoques armazenados em períodos
estoque é o principal fator de custo na cadeia, de baixa demanda para atender os
todavia, ele é fundamental na capacidade períodos de alta demanda.
da cadeia de suprimentos em apoiar a estra- Em última análise, o gerente da cadeia de su-
tégia competitiva da empresa. Além disso, primentos pode utilizar o estoque como um
quando a meta da empresa é ser um fabrican- dos fatores-chave para atingir o nível de efici-
te com custos baixos, ela pode usar o estoque ência estabelecido pela empresa (BOWERSOX;
para tornar-se mais eficiente, reduzindo-o e CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004).
Logística e Tecnologia
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armazenagem, manuseio de
materiais e embalagem

D
urante o processo logístico, as MEINDL, 2004).
mercadorias necessitam de arma- Para armazenar os produtos, a organi-
zenamento. O transporte exige o zação pode contratar os serviços de uma
manuseio de materiais, e para carregá-los empresa especializada ou operar por meio
e descarregá-los eficientemente, os produ- de suas próprias instalações.
tos devem ser embalados de maneira que o O manuseio de materiais é uma atividade
transporte dos produtos aconteça de forma importante, pois abrange o recebimento, a
segura (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; movimentação, a separação e o agrupamento
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dos produtos de modo a atender às necessi- de forma rápida e eficaz. Vamos estudar
dades dos clientes (BOWERSOX; CLOSS, 2009; agora a localização e o endereçamento de
CHOPRA; MEINDL, 2004). estoques para entendermos como a arma-
Entretanto, essa área funcional da logísti- zenagem deve ser um processo organizado
ca deve basear-se em algumas técnicas para e integrado com as demais áreas logísticas
que o armazenamento aconteça de maneira (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL,
que os produtos possam ser manuseados 2004).

localização e endereçamento dos estoques

A
localização do estoque permite que os de agrupar itens funcionalmente rela-
itens individuais armazenados no de- cionados; agrupar itens de giro rápido;
pósito sejam encontrados facilmente agrupar itens fisicamente semelhan-
e ajuda a reduzir o esforço total necessário tes e colocar o estoque de trabalho e o
para receber, armazenar e retirar os produ- estoque de reserva em locais separados
tos da remessa. Assim, a gestão de estoque, (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL,
que tem como função verificar se os estoques 2004).
estão sendo bem utilizados e bem localizados Agrupar itens funcionalmente rela-
no depósito, tem maior facilidade de atingir os cionados: Este sistema consiste em agrupar
objetivos de minimizar custos e maximizar o os itens de utilização semelhante, ou seja,
atendimento ao cliente (BOWERSOX; CLOSS, funcionalmente relacionados. Por exemplo,
2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). colocar todos os itens de ferragens na mesma
Entretanto, uma boa localização dos pro- área do depósito.
dutos depende do sistema de armazenagem Agrupar itens de giro rápido: Este
que foi adotado pela empresa. A utilização sistema consiste em colocar os itens de giro
de um sistema depende do tipo de produto rápido próximos às áreas de recebimento e
estocado e do tipo de instalações necessá- embarque para que o trabalho de movê-los
rias. Vamos estudar abaixo quatro sistemas para dentro e fora do estoque seja reduzi-
básicos de localização de estoques: sistema do. Neste caso, os itens de giro mais lentos
Logística e Tecnologia
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podem ser colocados em áreas mais remotas sistemas básicos, que desta vez vão auxiliar
do depósito. os executivos a atribuírem locais específicos
Agrupar itens fisicamente semelhan- para itens individuais: localização fixa; locali-
tes: Este sistema consiste em armazenar zação flutuante; armazenamento de ponto
juntos os itens semelhantes, já que muitas de uso e armazenamento central.
vezes estes itens exigem suas próprias ins- Localização fixa: A área de armaze-
talações de armazenamento. Por exemplo, namento é uma localização permanente
comidas congeladas exigem espaço de ar- e nenhum outro item é estocado ali. Esse
mazenamento em congeladores, enquanto sistema possibilita armazenar e retirar itens
pneus ou tambores exigem instalações e com um mínimo de registros. É como se guar-
equipamentos diferentes. dássemos um pacote de bolacha sempre
Colocar o estoque de trabalho e o no mesmo lugar do armário da cozinha.
estoque de reserva em locais separados: Tudo é simples e as coisas são prontamen-
Este sistema consiste em estocar os materiais te encontradas.
de que são feitas retiradas perto da área de Localização flutuante: Nesse sistema,
entrega e de remessas, enquanto o estoque os produtos são estocados onde houver
de reserva, utilizado para repor o estoque de lugar para eles. São necessárias informações
trabalho, pode ser colocado em um ponto precisas e atualizadas sobre a localização do
mais remoto. item. É como se guardássemos o mesmo
Caro(a) aluno(a), estudamos até o pacote de bolacha, do exemplo anterior, cada
momento os sistemas de localização dos hora em um lugar do armário.
estoques. Agora vamos estudar mais quatro Armazenamento de ponto de uso: A
área de armazenamento, nesse sistema, é
próxima ao local onde o item será utilizado,
permitindo que o material esteja disponível
o tempo todo. O pacote de bolacha, neste
caso, deveria ser armazenado sobre a mesa
do café, e não no armário da cozinha.
Armazenamento central: O armazena-
mento acontece em lugar central que abriga
todo o estoque da empresa, facilitando o
controle. Nesse caso, o pacote de bolacha
seria acondicionado na despensa da casa,
onde os outros itens encontram-se guar-
dados (BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA;
MEINDL, 2004).
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projetos de cadeias de
suprimento

fatores-chave da cadeia de suprimentos

O
s principais fatores-chave de uma cadeia de suprimentos são: estoque,
transporte, instalações e informação. Eles podem melhorar o desempe-
nho de uma cadeia em termos de responsabilidade e eficiência, e podem
determinar se o alinhamento estratégico é ou não alcançado em toda a cadeia
(BOWERSOX; CLOSS, 2009; CHOPRA; MEINDL, 2004).
Logística e Tecnologia
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obstáculos da cadeia de suprimentos

C
om o passar dos anos, a cadeia de clientes atuais estão exigindo atendimento
suprimentos passou por muitas mu- rápido, melhor qualidade, melhor desem-
danças e enfrentou alguns obstáculos. penho do produto pelo mesmo preço. Essa
Esses obstáculos criaram mais dificuldades exigência dos clientes significa que a cadeia
para as empresas atingirem seu equilíbrio, de suprimentos deve oferecer mais para
mas também proporcionaram contínuas manter seu negócio.
oportunidades de melhorias. Vamos estudar Globalização: O aumento do comércio
agora alguns obstáculos que influenciam a internacional pode trazer problemas à cadeia
tomada de decisão na cadeia de suprimen- de suprimentos, uma vez que as instalações
tos, baseados em Bowersox e Closs (2009), que integram a cadeia estão separadas, tor-
Chopra e Meindl (2004): nando a coordenação mais difícil. Além disso,
Aumento na variedade de produtos: a globalização provoca o aumento da concor-
Existe disponível no mercado uma infinida- rência, pois as empresas nacionais passaram
de de produtos capazes de atender clientes a competir com empresas internacionais.
cada vez mais exigentes, porém os fabrican- Dificuldade para executar novas es-
tes investem mais em produtos customizados tratégias: A criação de uma boa estratégia
que atendem clientes específicos. O aumento pode criar dificuldades na cadeia de supri-
na variedade de produtos complica a cadeia, mentos, pois são necessários funcionários
pois as previsões sobre demanda e o atendi- com grande talento em todos os níveis da
mento a essa demanda ficam mais difíceis, organização para que a estratégia da cadeia
aumentando a incerteza e os custos. seja bem sucedida.
Redução dos ciclos de vida do Esses obstáculos apresentados dificul-
produto: Além do aumento na variedade de tam a criação de equilíbrio na cadeia de
produtos, o ciclo de vida deles vem diminuin- suprimentos, todavia representam também
do. Dessa maneira, a cadeia de suprimentos uma oportunidade extraordinária para as
deve estar em constante adaptação com a empresas utilizarem o gerenciamento da
produção e entrega de novos produtos, além cadeia de suprimento para a obtenção de
de enfrentar a incerteza de demanda. vantagem competitiva (CHOPRA; MEINDL,
Clientes cada vez mais exigentes: Os 2004).
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25

COORDENAÇÃO
da cadeia de suprimentos

O
objetivo da coordenação da cadeia que circulam pela cadeia de suprimentos
de suprimentos é aumentar os porque são incompletas e não são compar-
lucros, desde que todos os estágios tilhadas entre os diversos estágios. A Ford
da cadeia realizem ações levando em consi- fabrica vários modelos e isso faz com que
deração o impacto sobre os outros estágios. ela tenha dificuldade para coordenar o in-
Caso contrário, a falta de coordenação pode tercâmbio de informações com milhares de
gerar conflitos porque as informações e os fornecedores e revendedores.
objetivos dos elos da cadeia podem ser dis- Também pode existir falta de coordena-
torcidos ou diferentes (BOWERSOX; CLOSS, ção na cadeia de suprimentos quando se
2009; CHOPRA; MEINDL, 2004). observa o efeito chicote (também conheci-
A falta de coordenação da cadeia de su- do como efeito Forrester), em que a variação
primentos pode ocorrer quando existe um nos pedidos é amplificada em cada elo da
grande número de responsáveis nos diversos cadeia de suprimentos, como do varejis-
estágios da cadeia e o aumento na varieda- ta para o atacadista ou do fabricante para
de de produtos (BOWERSOX; CLOSS, 2009; os fornecedores. O que ocasiona distorção
CHOPRA; MEINDL, 2004). das informações e análises muito distintas
Vamos analisar um exemplo, baseado em sobre a demanda, ou seja, uma pequena
Chopra e Meindl (2004): oscilação de consumo em uma ponta da
A Ford Motor Company possui milha- cadeia causa grandes variações nos atores
res de fornecedores, como a Goodyer e a mais distantes.
Motorola. Cada um desses fornecedores O efeito chicote, além de ocasionar
também possui diversos fornecedores. As aumento nos custos de fabricação, estoque
informações vão sendo distorcidas à medida e transporte, prejudica a disponibilidade do
Logística e Tecnologia
26

produto e influencia negativamente o de- e o atendimento dos pedidos.


sempenho de cada estágio da cadeia. Obstáculos de preço: Quando as po-
Além disso, vamos apresentar a seguir líticas de preço de um produto levam ao
outros obstáculos que interferem na coor- aumento na variação dos pedidos.
denação na cadeia de suprimentos: Obstáculos comportamentais:
Obstáculos de incentivo: Quando os Quando os problemas de atitudes nas or-
incentivos oferecidos aos estágios ou aos ganizações contribuem para o efeito chicote.
participantes da cadeia levam à redução de lucro. Como vimos, alcançar a coordenação na
Obstáculos de processamento de cadeia de suprimentos não é tarefa fácil. Os
informação: Quando as informações de gerentes podem ajudar alinhando objetivos
demanda são distorcidas à medida que cir- e incentivos entre os diferentes estágios e
culam entre os diferentes estágios da cadeia. funções, além de compartilhar informações
Obstáculos operacionais: Quando há sobre vendas, previsão e construir parce-
uma variação de pedidos ocasionada por rias estratégicas baseadas em confiança.
ações realizadas no período entre a emissão (CHOPRA; MEINDL, 2004).
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27

nível de serviço
LOGÍSTICO

A
lgumas empresas caracterizam • Porcentagem de ordens dos
nível de serviço logístico como a clientes que podem ser preenchidas
disponibilidade de estoque, outras completamente assim que recebidas
consideram que é o tempo necessário para no depósito.
entregar um pedido ao cliente. Entretanto, • Proporção de bens que chegam ao
nível de serviço logístico “se refere à cadeia cliente em condições adequadas para
de atividades que atendem as vendas, ge- venda.
ralmente iniciando na recepção do pedido • Tempo despendido entre a colocação
e terminando na entrega do produto para de um pedido pelo cliente e a entrega
o cliente” (BLANDING, 1974 apud BALLOU, dos bens solicitados.
2009). • Facilidade e flexibilidade com que o
Então podemos considerar que o nível cliente pode gerar um pedido.
de serviço logístico, em uma ordem de po- Resumidamente, o nível de serviço oferece
pularidade, é: características de preço, qualidade e serviço
• Tempo decorrido entre o recebimento para satisfazer as necessidades dos com-
e o despacho de um pedido. pradores e foi dividido em três elementos:
• Lote mínimo de compra. pré-transação, transação e pós-transação.
• Porcentagem de itens em falta no Os elementos de pré-transação propor-
depósito do fornecedor a qualquer cionam por escrito uma política para o nível
instante. de serviço, deixando claro para os clientes
• Proporção dos pedidos de clientes o que eles podem esperar do serviço ofe-
preenchidos com exatidão. recido. Exemplo: Normas e procedimentos
• Porcentagem de clientes atendidos. para tratar devoluções ou faltas e, ainda,
Logística e Tecnologia
28

estabelecimento de planos de contingência devido ao maior interesse pelo consumidor,


para greves ou desastres naturais (BALLOU, já que quando não há nível de serviço entre
2009). comprador e fornecedor pouca ou nenhuma
Os elementos de transação são aqueles venda é gerada. Porém, à medida que o nível
envolvidos diretamente nos resultados de serviço vai aumentando e aproximan-
obtidos com a entrega do produto ao cliente. do-se do oferecido pela concorrência, as
Exemplo: Seleção de modos de transporte e vendas mostram considerável crescimento,
adequação de níveis de estoque. ou seja, as empresas, em sua maioria, ofere-
Os elementos de pós-transação repre- cem o mesmo preço e qualidade, assim o
sentam os serviços necessários para proteger nível de serviço é considerado um diferencial
consumidores de produtos defeituosos, para na decisão do consumidor (BALLOU, 2009).
providenciar o retorno da embalagem e tratar O nível de serviço é uma das razões do
de reclamações, devoluções ou solicitações esforço logístico. Ele tem muitas dimensões e
(BALLOU, 2009). controlá-lo é vital, pois o custo logístico cresce
Atualmente, o nível de serviço logístico rapidamente à medida que o maior nível de
tem sido alvo de atenção pelas empresas serviço é estabelecido (BALLOU, 2009).
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29

considerações finais
Nesta unidade, estudamos sobre a conceitu- Um elemento essencial visto nesta
ação de logística, a integração das operações unidade é que logística vem sendo posicio-
logísticas, os projetos da cadeia de suprimen- nada dentro das empresas como uma das
tos e os níveis de serviço logístico. Vimos que competências que contribuem para o pro-
apesar da logística ter origem militar e buscar cesso de criação de valor para o cliente. Essa
colocar os recursos certos no local certo e na competência é alcançada pela coordena-
hora certa, com o objetivo de vencer batalhas. ção de cinco áreas funcionais da logística: (1)
Nas empresas, a logística é responsável pelo projeto de rede; (2) informação; (3) transpor-
planejamento, operação e controle de todo o te; (4) estoque e (5) armazenagem, manuseio
fluxo de mercadorias e informações, desde o de materiais e embalagem.
fornecedor até o consumidor final, ou seja, a Vimos também nesta unidade que os
logística gerencia desde a chegada dos ma- principais fatores-chave de uma cadeia de
teriais ainda inacabados até o momento em suprimentos são: estoque, transporte, insta-
que o produto é colocado à disposição do lações e informação. Eles podem melhorar o
consumidor final. desempenho de uma cadeia em termos de
Podemos perceber que a logística é responsabilidade e eficiência, e podem de-
vital para a empresa, inclusive na redução terminar se o alinhamento estratégico é ou
de custos, em especial quando adotadas não alcançado em toda a cadeia.
práticas que contribuem para um melhor de- Na Unidade II vamos aprender um
sempenho da cadeia logística, por exemplo, pouco mais sobre Supply Chain ou Cadeia
a escolha certa do meio de transporte a ser de Suprimentos e Tecnologias que auxiliam
utilizado. a tomada de decisão no processo logístico.
Logística e Tecnologia
30

atividade de autoestudo

1. Discorra sobre a importância da logística dentro das empresas.


2. Analise como a integração dos processos logísticos pode contribuir na criação de
valor para o cliente.
3. Descreva como a logística tem afetado as decisões gerenciais dentro das
organizações.
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31

Web

O que é Logística?
<https://www.youtube.com/watch?v=efX429kLcPA&feature=related>.

Logística FedEx – Impressionante


<https://www.youtube.com/watch?v=6hl5HNdgok0&feature=related>.

Para os que se interessarem em maiores conhecimento sobre o tema, sugiro as seguintes leituras:

<www.imam.com.br>.

<www.coppead.br>.

<http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/simplificando-o-mrp/30966/>.

Título: Logística Empresarial


Autor: Ronald H. Ballou
Editora: Atlas
Sinopse: Este é um livro sobre a administração do fluxo de bens e serviços em organizações orien-
tadas ou não para o lucro. O assunto é vital e absorve parte substancial do orçamento operacional
de uma organização, incluindo atividades de transporte, gestão de estoques, processamento de
pedidos, compras, armazenagem, manuseio de materiais, embalagem e programação da produção.
A ênfase situa-se nos princípios e conceitos que servem como guias para a tomada de decisões.
O assunto é levado ao leitor de modo gradual. Cada seção oferece perspectivas, discernimento,
compreensão e desenvolvimento de habilidades, enfocando Distribuição Física, Administração
de Materiais, Nível de Serviço, Administração de Tráfego, Manuseio e Acondicionamento do
Produto e Controles de Estoques, entre outros temas.
Gestão de Negócios
32

Apesar de intrigar os estudiosos, a logística planejam e coordenam suas ações gerenciais de


vem de origem militar e busca colocar os recur- uma forma integrada, avaliando todo o processo,
sos certos no local certo e na hora certa, com o desde o fornecimento da matéria-prima até a
objetivo de vencer batalhas. Todavia, a definição certeza de que o cliente teve suas necessidades
de logística não era tão abrangente assim. Acred- e expectativas atendidas pelo produto ou serviço
itava-se que a logística era associada apenas ao entregue.
transporte de mercadorias ou a distribuição físi-
ca. Atualmente, a logística incorpora, além do Basicamente, a logística vem sendo posicionada
transporte e da distribuição outras atividades, dentro das empresas como uma das competên-
como a seleção de fornecedores, o estoque, a cias que contribuem para o processo de criação
armazenagem, as embalagens e as informações de valor para o cliente. Uma das decisões a tomar
relacionadas. é sobre qual meio de transporte utilizar, deve-se
levar em conta a rota e o grupo de locais pelo
Na intenção de manter o fluxo contínuo de qual o produto será transportado. Além disso,
matéria-prima, a fabricação do bem e a saída do é preciso decidir se o transporte será realizado
produto acabado até o ponto de venda, a logística internamente ou será uma atividade terceirizada.
atua de modo que nenhum ponto do processo
seja interrompido, minimizando cada vez mais Os principais fatores-chave para a logística são: es-
os estoques e maximizando a lucratividade por toque, transporte, instalações e informação. Eles
meio do baixo custo. A logística, portanto, per- podem melhorar o desempenho de uma cadeia
mite que as empresas saibam exatamente o que em termos de responsabilidade e eficiência, e
produzir, como produzir, quanto produzir, como podem determinar se o alinhamento estratégico
cuidar do estoque, como distribuir, diminuindo é ou não alcançado em toda a cadeia. Neste sen-
custos e seus impactos no preço final. tido, cada fator deve apresentar, individualmente,
um equilíbrio entre eficiência e responsividade,
Podemos concluir que a logística é, e pode ser um porém a eficiência e responsividade de toda a
diferencial para a empresa, ajudando-a a satisfaz- cadeia de suprimentos serão determinadas pelo
er as necessidades e expectativas dos clientes e equilíbrio de todos os fatores. Por exemplo, a
pode significar a diferença entre o sucesso e o manutenção de altos níveis de estoque aumenta
fracasso nos negócios, vista tanto como um sim- a responsividade da cadeia de suprimentos não
ples meio para colocar os produtos no mercado permitindo que o equilíbrio entre responsivi-
ou como um setor da empresa que, administrado dade e eficiência aconteça, enquanto que a ma-
corretamente, traz vantagens competitivas. nutenção de baixos níveis de estoque aumenta
a eficiência, desequilibrando a responsividade
Mas isto não é simples assim, temos empresas proporcionada à cadeia.
que enxergam a Logística como uma estraté-
gia competitiva bastante eficaz. Essas empresas Fonte: O autor.
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33

relato de
caso

Qual a relação entre Logística em Desastres Natu- ou um problema. Solução, pois é o principal
rais? Os pesquisadores Marcia Regina Santiago meio de obter recursos em caso de catástrofes,
Scarpin, Fernando Picasso e Renata de Oliveira porém, geram um problema porque o doador
Silva estudaram os Fatores Críticos que auxiliam é que decide o que quer doar, isso ocasiona no
no processo de logística em casos de desastres recebimento de mercadorias sem condições de
naturais. Por meio de uma pesquisa qualitativa, uso ou consumo.
exploratória, com emprego da análise de con-
teúdo temática realizaram 11 entrevistas na ci- Essas doações são encaminhadas a um Centro
dade de Blumenau, com os principais agentes de Distribuição, que recebe, separa e organiza
que atuam no processo logístico em caso de os kits que serão encaminhados aos atingidos.
catástrofes. Eles puderam verificar que os fatores Seu papel, portanto, é essencial para armazenar
críticos que auxiliam no atendimento as vítimas e proteger as mercadorias, bem como amenizar
em uma catástrofe estão relacionados a uma or- a variabilidade de tempo e a volatilidade da de-
ganização prévia de todos os processos. No caso manda. Neste processo, o exercito é um agente
estudado, a experiência da cidade em enfrentar importante no controle e distribuição das do-
enchentes, desde praticamente sua fundação, ações.
criou um know-how que favorece a um rápido e
pronto atendimento as vítimas. Questões como A categoria de beneficiários corresponde basica-
um cadastro prévio dos fornecedores auxiliam mente a duas atividades. A primeira é do auxilio
no pronto atendimento das famílias atingidas, imediato, de forma que as organizações de alívio
pois cria-se um relacionamento de longo prazo, ofereçam serviços e produtos para garantir a so-
no qual o poder público identifica rapidamente brevivência das vítimas. No segundo momento,
quais os fornecedores estarão aptos a atender a a preocupação é em fornecer moradia, alimen-
demanda gerada. tação, transporte e cuidado com a saúde.

Em relação às doações tanto a teoria como a práti- Para conhecer o relato completo, acesse: <http://
ca mostraram que elas podem ser uma solução goo.gl/BngP3c>. Acesso em: 11 jun. 2014.
2 TECNOLOGIAS DE AUXÍLIO À TOMADA DE DECISÃO

Professor Me. Júlio Ernesto Colla

Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará
nesta unidade:
• Supply Chain Management (SCM)
• Efficient Consumer Response (ECR)
Objetivos de Aprendizagem • Enterprise Resource Planning (ERP)
• Compreender os conceitos e observam os impac- • Material Requeriment Planning (MRP)
tos do Supply Chain Management (SCM), Efficient • Master Production Scheduling (MPS)
Consumer Response (ECR), Enterprise Resource
Planning (ERP), Material Requeriment Planning (MRP)
e Master Production Scheduling (MPS).
As mudanças ocorridas no setor de distribuição nos últimos anos
no Brasil, sobretudo a internacionalização e a concentração no setor
supermercadista, fizeram com que as empresas passassem a buscar
diferenciais competitivos que permitissem manter ou ampliar seus
mercados.

Em geral, o mercado consumidor brasileiro tem passado por grandes


transformações nas últimas décadas, pautadas em diversos fatores.
Destacam-se a faixa etária da população e a estrutura das famílias,
o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho e
também o consumo frenético por produtos que possuem apelo
saudável, higiene e beleza, bem como questões relacionadas às
transformações do estilo de vida das pessoas (novos padrões de
consumo).

Esse cenário faz com que varejistas de artigos de mercearia se


tornem mais conscientes e cada vez mais preocupados com a perda
de competitividade do setor. Nos últimos 20 anos, o ganho de pro-
dutividade no varejo de alimentos tem se reduzido e ficado atrás
do ganho de outros canais que hoje se tornam mais atrativos. Esses
outros canais têm incorporado mais rapidamente, em suas práticas
de negociação, o uso de novas tecnologias como o Intercâmbio
Eletrônico de Dados (EDI – Eletronic Data Interchange). Assim, o
crescimento da indústria de artigos de mercearia, apenas como
exemplo, vem sendo comprometido a tal ponto que muitos par-
ticipantes deste segmento estão sentindo que o relacionamento
com seus pares na cadeia de abastecimento é mais de adversários
do que de parceiros, pois ambos os lados têm procurado aumen-
tar os seus lucros um as expensas do outro.

Assim, a história do comércio ficou marcada por comportamentos


completamente opostos e o ponto determinante de uma nego-
ciação era basicamente o preço (atacado e varejo).
Logística e Tecnologia
36

supply chain
management (SCM)
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37

O
termo cadeia de suprimentos tra- envolvidas no pedido ao cliente direta ou in-
ta-se de uma tradução do termo diretamente. Isto porque a empresa necessita,
inglês Supply Chain, e desde seu para possibilitar o sucesso, expandir-se por
surgimento tem se confundido com a logís- todas as partes envolvidas fora da empresa
tica, porém a cadeia de suprimentos abrange (CHOPRA; MEINDL, 2004; PIRES, 2004, CHING,
um escopo maior de processos e funções 1999).
que a logística. Esta confusão se dá porque A cadeia de suprimentos, ou supply chain,
certamente a logística é a parte mais visível começa com a chegada de matéria-prima
da cadeia de suprimentos, embora não seja destinada à produção de um determinado
a única. produto, que é armazenado em depósitos,
A cadeia de suprimentos pode ser defi- normalmente denominados centros de dis-
nida como: a “integração dos processos que tribuição, e termina no despacho do produto
formam um determinado negócio, desde final ao cliente. Contudo, a cadeia de supri-
os fornecedores originais até o usuário final, mentos transcende as funções de fabricação
proporcionando produtos, serviços e infor- e entrega do produto final ao cliente, pois
mações que agregam valor para o cliente” engloba também funções como marketing,
(FRANCISCHINI; GURGEL, 2002, p. 262). operações, finanças, serviços de atendimen-
A relação em uma cadeia de suprimentos to ao cliente etc. (CHOPRA; MEINDL, 2004).
está muito além da relação entre fabricantes e Vamos entender por meio da figura abaixo
os fornecedores. Ela engloba todas as funções como é formada uma cadeia de suprimentos:

FORNCECEDOR FABRICANTE VAREJISTA CLIENTE

FORNCECEDOR FABRICANTE VAREJISTA CLIENTE

FORNCECEDOR FABRICANTE VAREJISTA CLIENTE

Figura 1 – Estágios da Cadeia de Suprimentos


Fonte: Chopra e Meindl (2004)
Logística e Tecnologia
38

A
razão da existência da cadeia necessidades dos clientes e do papel
de suprimentos é a necessidade de cada estágio para satisfazer suas
de satisfazer os clientes, pois os necessidades.
clientes são seus componentes essenciais. A cadeia de suprimentos pode apresentar
Todavia, uma cadeia de suprimentos alguns conflitos que a tornam insatisfatória
não necessariamente passa por todos em determinados momentos, pois esta vê os
os estágios. Em alguns casos o fabri- mercados apenas como pontos de destino,
cante pode atender diretamente aos deixando as exigências do mercado-alvo
clientes, dependendo apenas das num segundo plano.

Segundo uma projeção feita ram investimentos no Brasil, movimentação de cargas,


pelo especialista Luiz Lemos pelo aumento da produção conta com estradas, na sua
Leite, em 2012, o custo logís- interna de petróleo nos pró- maioria, em condições ruins
tico do Brasil é um dos maio- ximos anos, elevação do va- e o escoamento para o exte-
res do mundo, pelo simples lor real do salário mínimo e o rior, seja através dos portos
fato do peso da ineficiência aumento da participação das ou dos aeroportos, ainda
logística. De acordo com ele, classes C, D e E no consumo. não alcançou a eficiência ne-
nos próximos anos, existe a No que se refere ao custo cessária para que os produ-
possibilidade do início de um Brasil, o especialista afirma tos nacionais consigam ter
longo ciclo de crescimento que a falta investimento em condições de competir com
em patamares de 4% ao infraestrutura afeta a com- produtos concorrentes em
ano. As projeções se justifi- petitividade do País. Entre mercados externos.
cam por alguns elementos, os principais problemas é Fonte: Adaptado de: <http://
como o aumento do número possível destacar: a matriz goo.gl/Hhj4Jz>. Acesso em:
de empresas que anuncia- rodoviária, principal eixo de 17 jun. 2014.
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A empresa ALFA, considera- para cachorro até cadeiras em teoria serão repassados
da a maior rede varejista do de jardim. aos consumidores, conse-
planeta, possui uma nova Com isso, a rede permitirá guindo assim uma pequena
meta em seu planejamento liberar os fornecedores para vantagem no mercado, mui-
para alcançar a excelência fazer o que fazem de melhor: to competitivo nessa indús-
de seus serviços logísticos: fabricar produtos. E com pre- tria. Para dar uma noção do
ser o responsável pelo trans- ços menores, as vendas ten- volume, em 2009 a rede eco-
porte dos produtos de quase dem a aumentar. nomizou US$ 200 milhões
todos os fornecedores para O sistema pretendido terá por meio de embalagem,
as mais de 4.000 lojas nos todos os ingredientes ne- agendamento e roteamen-
Estados Unidos. Para isso, a cessários para ser mais um to mais eficiente dos cami-
rede pretende assumir este sucesso justamente por seu nhões nos EUA. Além do to-
transporte quando for capaz tamanho. A rede varejista tal financeiro, os caminhões
de realizar o mesmo serviço tem volume suficiente para rodaram 160 milhões de km
com custos menores, já que forçar os fornecedores a en- a menos, despejando menos
tem escala suficiente para trar neste novo sistema, caso poluentes na atmosfera.
fazer o transporte de qual- seja vantajoso para a grande
quer produto melhor que a rede. Como o fornecedor es- Fonte: Adaptado de: <http://
maioria dos fabricantes o faz tará livre do transporte, co- goo.gl/JIUr52>. Acesso em:
atualmente: desde comida brará preços menores, que 17 jun. 2014.

O
utras razões podem criar na cadeia suprimentos nada mais é do que adminis-
conflitos que impeçam de atingir trar o sistema de logística integrada, ou seja,
um alto grau de integração (FERREL; o uso de tecnologias avançadas, entre elas:
HARTLINE, 2005; KOTLER, 2000). gerenciamento de informações e pesquisa
Nesse sentido, a cadeia de suprimentos operacional, para planejar e controlar uma
necessita de constante capacidade de adap- complexa rede visando produzir e distribuir
tação. Quanto mais flexível ela for, menos produtos e serviços para satisfazer o cliente.
sobressaltos, reinvestimentos ou desloca- Dessa forma, o gerente da cadeia tem
mentos de pessoal ela sofrerá atingindo uma como principal objetivo satisfazer rapida-
eficiência de resposta. (MARTINS; ALT, 2002). mente o cliente, criando um diferencial
A cadeia de suprimentos, quando bem competitivo e, minimizando os custos fi-
gerenciada, traz benefícios para as empresas, nanceiros, diminuir desperdícios e evitar ao
desde a compra até a distribuição de bens máximo as atividades que não acrescentem
e serviços. O gerenciamento da cadeia de valor ao produto (MARTINS; ALT, 2002).
Logística e Tecnologia
40

eficient consumer
response (ECR)

O
ECR – Efficient Consumer Response,
que pode ser traduzido como
Resposta Eficiente do Consumidor,
é uma iniciativa em que fabricantes de pro- Reflita sobre todas as tecnologias que
dutos diversos trabalham em conjunto para estão disponíveis no seu dia a dia e
como elas podem ser utilizadas para
reduzir custos dessa cadeia de logística in- melhorar a logística das empresas.
tegrada e trazer maior valor ao consumidor Fonte: O autor.

(CHING, 2009).
O ECR é uma ação empresarial que tem
por objetivo otimizar o tempo e o custo do Essa iniciativa está transformando as rela-
sistema de reposição por meio da automação ções de negócios entre os integrantes dessa
do ciclo de reposição da loja. Para sua opera- cadeia logística e apoia-se em ferramentas
cionalização, são fundamentais os processos e estratégias que permitem responder às
de reposição contínua e gerenciamento por necessidades crescentes e variadas dos con-
categorias (CHING, 2009). sumidores (CHING, 2009).
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De acordo com pesquisa rea- dos na pesquisa, os maiores foram apresentados no dia
lizada pelo Instituto Brasilei- impactos negativos sobre a 7/05/2014, durante o XII Se-
ro de Logística, a nota média atual infraestrutura de logís- minário Guarani - Cenários
de avaliação dos executivos tica são: aumentos de cus- e Perspectivas para os Mer-
do setor de logística para a tos (99%), aumento do prazo cados de Açúcar, Etanol e
infraestrutura brasileira caiu de entrega (99%), perda de Energia - Safra 2014/15, em
para 4,8 em 2013, de uma renda (95%), inviabilização São Paulo.
média de 5 em 2011. de investimentos privados Fonte: Adaptado de: <http://
Em 2009, a nota era 5,2. Se- (92%) e aumento de esto- goo.gl/kjLl9f>. Acesso em: 17
gundo os executivos ouvi- ques (90%). Os dados acima jun. 2014.

O
ECR é, portanto, uma ação do possibilita otimizar a eficiência da empresa
canal de distribuição, na qual for- e agregar valor ao consumidor. Essa ação
necedores, atacadistas e varejistas estimula os participantes da cadeia de supri-
trabalham em conjunto, visando proporcio- mentos a estudar e a implementar métodos
nar maior valor ao consumidor e baseia-se que possibilitem o trabalho conjunto entre
em um conjunto de estratégias que forçam os participantes, para que juntos consigam
as funções tradicionais de logística, vendas atingir a missão da cadeia como um todo
e marketing a um novo alinhamento, o que (CHING, 2009).

ECR - Resposta Eficiente ao Consumidor: O lealdade era apresentada por parte do va-
elo que faltava nas relações Cliente-Forne- rejista e, consequentemente, o fornecedor
cedor jamais estava seguro quanto ao seu futuro
Recentemente, o varejo de massa (super- relacionamento com a organização. Frequen-
mercados, lojas de conveniência, farmácias temente, o departamento de compras era
etc.) e o atacado (distribuidores, centros de cobrado no seu papel de arrancar o melhor
distribuição etc.) ganharam um novo instru- negócio possível de um fabricante. O nome
mento de relacionamento com as indústrias. dado a este jogo era ganha-perde.
É a ECR − Efficient Consumer Responsea −, O elemento mais importante da ECR será
ou Resposta Eficiente ao Consumidor. Trata- levar ao mercado, no momento certo, os
se de uma filosofia que visualiza a cadeia produtos que o cliente realmente deseja,
de suprimentos como um fluxo integrado e mais rapidamente, em uma qualidade mais
único de todas as funções do negócio. elevada e com um custo menor.
No passado e até hoje, muitos varejistas en- Fonte: Daniel Georges Jehlen Gasnier. Artigo
caravam seus fornecedores com certa sus- na íntegra, disponível em: <http://goo.gl/
peita, quase que como adversários. Pouca lJulBQ>. Acesso em: 1 jun. 2014.
Logística e Tecnologia
42

enterprise resource
planning (ERP)

E
m linhas gerais, ERP funciona como uma base de dados, no software, que faz o
uma plataforma que permite a orga- controle a organização e o controle de uma
nização de vários departamentos de empresa, facilitando o fluxo de atividades da
uma empresa, com a função de organizar e empresa nas áreas de fabricação, logística, fi-
controlar tudo. Sem uma organização e um nanças e recursos humanos (CHING, 2009).
controle devido, uma empresa não funcio- O ERP automatiza as tarefas envolven-
na, então a empresa passa a ser controlada do a performance de um processo, tal qual
por um software, ou seja, um multimodular, a finalização de um pedido, o qual envolve
que auxilia o fabricante nas importantes fases pegar o pedido de um cliente, enviá-lo e co-
de seu negócio. Serve para integrar todos os brá-lo. Com o ERP, quando um representante
departamentos e funções de uma compa- recebe o pedido de um cliente, ele ou ela,
nhia em um simples sistema de computador tem todas as informações necessárias para
que pode servir a todas as necessidades par- completá-lo. Todas as pessoas na empresa
ticulares de cada uma das diferentes seções vêm o mesmo visor e têm acesso a um único
(CHING, 2009). banco de dados que guarda o novo pedido
O ERP está tipicamente relacionado a do cliente (CHING, 2009).
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43

Com o avanço da Tecnologia da Informa- ções de programação mestre da produção,


ção as empresas passaram a utilizar sistemas cálculo grosseiro de necessidades de capa-
computacionais para suportar suas ativida- cidade, cálculo detalhado de necessidade
des. Geralmente, em cada empresa, vários de capacidade, controle do chão de fábrica,
sistemas foram desenvolvidos para atender controle de compras e, mais recentemente,
aos requisitos específicos das diversas uni- Sales & Operations Planning. Dessa forma, os
dades de negócio, plantas, departamentos sistemas MRP deixaram de atender apenas
e escritórios. Os principais problemas dessa as necessidades de informação referentes
fragmentação da informação são a dificulda- ao cálculo da necessidade de materiais, para
de de obtenção de informações consolida- atender às necessidades de informação para
das e a inconsistência de dados redundantes a tomada de decisão gerencial sobre outros
armazenados em mais de um sistema. Os recursos de manufatura. O MRP passou, en-
sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) tão, a ser chamado de MRP II (Manufactu-
solucionam esses problemas ao agregar, em ring Resource Planning) - Planejamento de
um só sistema integrado, funcionalidades Recursos de Manufatura).
que suportam as atividades dos diversos
processos de negócio das empresas. Artigo na íntegra, disponível em: <http://
Nos sistemas ERP, foram agregadas as fun- goo.gl/uRJUKB>. Acesso em: 11 jun. 2014.

Q
uando um departamento termina a sua parte em
um pedido, este é enviado automaticamente para o
próximo departamento via ERP. Para saber em que
ponto está um pedido em um determinado momento, é só
checar no ERP. Com sorte, o processo se move como um raio
dentro da organização, e os clientes recebem seus pedidos
mais rapidamente que antes (CHING, 2009).
Logística e Tecnologia
44

material requeriment
planning (MRP)

P
roveniente do inglês Material O MRP identifica a quantidade de itens
Requirement Planning, o MRP necessários para a produção dos produ-
(Planejamento das Necessidades de tos ora solicitados, colaborando assim para
Materiais) é uma ferramenta que surgiu na reduzir a quantidade de estoque disponível,
década de 60 que transforma a previsão da uma vez que automaticamente ele identifi-
demanda de um determinado produto em ca a necessidade existente para compor os
uma programação das necessidades dos produtos, bem como a disponibilidade de
itens para comporem este mesmo produto matéria-prima disponível.
(CHING, 2009). O sistema de MRP identifica questões
O MRP é um sistema de inventário que como: quais são as partes necessárias para
consiste em tentar minimizar o investimento atender a demanda dos produtos finais,
em inventário. Em suma, o conceito de MRP quais as quantidades necessárias e em que
é obter o material certo, no ponto certo, momento estas partes serão necessárias.
no momento certo. Tudo isto por meio Assim, alia-se o tipo de produto, suas partes
de um planejamento das prioridades e a e o momento que serão utilizadas.
Programação Mestra de Produção. A criação e manutenção da infraestrutura
Pós-Graduação | Unicesumar
45

de informação industrial passam pelo ca- e contabilização dos custos, e criação e ma-
dastro de materiais, estrutura de informação nutenção da infraestrutura de informação
industrial, estrutura do produto (lista de ma- industrial (CHING, 2009).
teriais), saldo de estoques, ordens em aberto, A grande vantagem da implantação de um
rotinas de processo, capacidade do centro de sistema de planejamento das necessidades
trabalho, entre outras (CHING, 2009). de materiais é a de permitir ver, “rapidamen-
Este sistema tem funções de plane- te”, o impacto de qualquer replanejamento.
jamento empresarial, previsão de vendas, Assim, podem-se tomar medidas corretivas
planejamento dos recursos produtivos, pla- sobre o estoque planejado em excesso, para
nejamento da produção, planejamento cancelar ou reprogramar pedidos e manter
das necessidades de produção, controle e os estoques em níveis razoáveis. O objetivo
acompanhamento da fabricação, compras do MRP é superar este desafio.
Logística e Tecnologia
46

funções e atividades que


devem ser analisadas
pelo sistema MRP

A
previsão de vendas busca prever e antecipar a neces-
sidade do cliente. Planejar e replanejar com vistas à
previsibilidade constituem-se em uma das funções do
MRP. Por meio desta função do sistema MRP, pode-se programar
compras e produção (CHING, 2009).

O que é MRP? zer isso, utiliza os pedidos em carteira, assim


O MRP original data dos anos 60, quando as como previsões de pedidos que a empresa
letras queriam dizer “Materials Requirements acha que irá receber. O MRP verifica todos os
Planning” − Planejamento das necessidades ingredientes ou componentes necessários
de materiais −, agora chamado de MRP um para completar esses pedidos, garantindo
ou MRP I. O MRP I permite que as empresas que sejam providenciados a tempo.
calculem quanto material de determinado Fonte: Disponível em: <http://goo.gl/C7r-
tipo é necessário e em que momento. Para fa- x5y>. Acesso em: 11 jun. 14.
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47

O
plano mestre se faz necessário para ao plano mestre, sendo ele o responsável
planejar o quanto será produzido pelas decisões tomadas para o produto final
esta semana, na semana seguin- (ARNOLD, 1999).
te, na outra etc. No entanto, não é porque  O follow-up ou planejamento de priorida-
planejamos vender 100 unidades que iremos de é constituído de dois tipos de seguimento,
produzir 100. Nem sempre o planejado ambos consideram as ordens já liberadas
corresponde à necessidade das vendas. Se para compra ou produção. Eles são o se-
há sazonalidade, por exemplo, pode ser pro- guimento de compras, com as ordens de
duzido mais por certo período, para atender compra, e o de controle de produção com
às necessidades do pico de vendas. A alta ad- as ordens de produção.
ministração também deve perceber que o  O planejamento da capacidade, que é
fluxo de caixa está implícito no plano mestre, a função do MRP, consiste em constatar se
e chamá-lo de plano global (ARNOLD, 1999). existem altos e baixos ou ainda sobrecarga
 A liberação de ordens é uma atividade de capacidade, podendo se tomar as ações
que envolve compra, produção e a defini- necessárias (ARNOLD, 1999).
ção, alteração ou revisão, ou seja, quando e Na manutenção dos registros, além do
quanto. São decisões tomadas a todo o ins- controle do estoque, é importante a atualida-
tante, independentemente do número de de da lista de material. Por meio da contagem
itens envolvidos, se 1.000, 2.000 ou 50.000 cíclica ou inventário rotativo, podemos con-
itens. A liberação das ordens está ligada seguir a proximidade à realidade do estoque.
Logística e Tecnologia
48

master productions
sheduling (MPS)

É
o plano mestre de produção desdobra- porque forma o elo entre o planejamento
do do plano agregado de produção. da produção e o que a produção realmente
É realizado após o planejamento da realizará; forma a base para o cálculo da ca-
produção. Trata-se de uma ferramenta de pla- pacidade e dos recursos necessários; orienta
nejamento extremamente importante que o MRP, pois é uma forma de programação
forma a base para a comunicação entre a área de itens, juntamente com a lista de mate-
de vendas e de produção (ARNOLD, 1999). riais, e por fim mantém válidas as prioridades,
É um elo importante no sistema de pois o MPS é um plano de prioridades para
planejamento da produção (ARNOLD, 1999), a produção.

Os Ciclos de Planejamento de Manufatura em cada um, fazem parte do processo de


Os principais fatores críticos de sucesso de planejamento estratégico.
uma empresa de manufatura são a sua ca- O que é comum em todos os casos é que o
pacidade de prover seus produtos na quali- desempenho conseguido é muito afetado
dade, quantidade, custo e prazos requeridos pela capacidade da empresa de planejar a
por seus clientes. aquisição e obter os recursos necessários
A importância relativa desses fatores varia para transformar vendas em atendimentos
conforme a empresa e seu mercado. Uma efetivos.
empresa pode oferecer o melhor nível de Esse é o escopo básico da logística, compe-
serviço enquanto outra pretenda competir tência fundamental nas empresas de manu-
com o menor custo. fatura e onde são grandes as oportunidades
O balanceamento entre esses fatores crí- de melhoria.
ticos de sucesso e a definição do nível de Artigo na íntegra, disponível em: <http://
desempenho a ser alcançado pela empresa goo.gl/AEl33g. Acesso em: 11 jun. 2014.
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49

Enquanto o plano de produção lida com fa- determinada pelo mercado com a disponi-
mílias de produtos, o MPS trabalha com itens bilidade de materiais, de mão de obra e de
finais. Divide o plano de produção em soli- equipamento (capacidade) de produção.
citações de itens individuais finais, em cada O MPS forma um elo vital entre o de-
família, por data e quantidade. O plano de partamento de vendas e o de produção,
produção limita o MPS. Portanto, o total de pois possibilita promessas válidas para en-
itens no MPS não deve ser diferente do total comendas. É um plano para o que deve
que consta do plano de produção (ARNOLD, ser produzido e quando produzi-lo. Como
1999). tal, informa ao departamento de vendas
Por exemplo: e ao de produção quando as mercado-
Se o plano de produção mostra uma rias estarão disponíveis para entrega. É, de
produção de 1.000 triciclos em determina- maneira geral, um contrato entre o depar-
da semana, o total de modelos individuais tamento de marketing e o de produção.
planejados pelo MPS deve ser de 1.000 uni- Sendo assim, é um plano consensual entre
dades. Dentro desse limite, o objetivo do os departamentos envolvidos (ARNOLD,
MPS é equilibrar a demanda (prioridades) 1999).

ERP: O que é MRPII - Planejamento dos Planning” - Planejamento dos Recursos da


Recursos de Produção? Manufatura) é a evolução natural da lógica
Os sistemas MRP II começaram com MRP, do sistema MRP, com a extensão do conceito
Planejamento de Necessidades de Materiais. de cálculo das necessidades ao planejamen-
MRP se baseia na entrada de previsões de to dos demais recursos de manufatura e não
vendas pelos departamentos de Vendas e mais apenas dos recursos materiais.
Marketing. Disponível em: <http://goo.gl/fPs03m>.
O sistema MRP II (“Manufacturing Resources Acesso em: 11 jun. 2014.

O
MPS forma uma base para que os a capacidade de produção da empresa.
departamentos de vendas e de pro- Para o desenvolvimento do MPS, são ne-
dução determinem o que deve ser cessárias informações vindas do plano de
produzido sem ser rígido. Trata-se, portanto, produção; de previsões para itens finais in-
de um instrumento de comunicação e uma dividuais; encomendas reais recebidas de
base para fazer alterações que sejam consis- clientes e para reposição de estoque; níveis
tentes com as demandas do mercado e com de estoque para itens finais individuais e
Logística e Tecnologia
50

restrições de capacidade. finais são montados de partes componen-


Corrêa et al. (2000, p. 193) afirma que “o tes e subcomponentes. Estas devem estar
MPS coordena a demanda do mercado com disponíveis nas quantidades e no tempo
os recursos internos da empresa de forma a certo para dar suporte ao MPS. “O sistema
programar taxas adequadas de produção de de Material Requerements Planning (MRP)
produtos finais”. O MPS formaliza um plano programa esses componentes conforme as
de médio prazo de itens de produtos finais necessidades do MPS, ou seja, o MPS orienta
e programas detalhados de produtos acaba- o MRP” (ARNOLD, 1999, p. 66).
dos, ou seja, em planos mestres. Os produtos Para Corrêa (2000, p. 197),

programa mestre é a definição de quantidades planejadas que


orienta os sistemas de gestão detalhada de materiais e capacida-
de, baseada nas expectativas de demanda (atual e futura) e dos
recursos próprios que a empresa dispõe e que terá no futuro.

É
o processo responsável por garantir os não da utilização dos estoques como pulmão
planos de produção desagregados que de proteção entre as etapas do processo pro-
estão interados com o planejamento dutivo como forma de contornar a variação
estratégico e com os outros planos funcio- da demanda. Por dedução, conclui-se que
nais (CORRÊA, 2000), e possibilita promessas para cada tipo de ambiente de produção,
para encomendas, por meio da disponibiliza- deve-se determinar o MPS onde existir o
ção da área de vendas e a produção, quando menor número de produtos, onde os pro-
os produtos estarão disponíveis (ARNOLD, dutos estejam o mais próximo possível da
1999). comercialização, que possibilite manter um
O MPS formaliza o que será produzido em estoque estratégico. Mas com possibilidade
função das previsões de demanda, pedidos de diversificação na montagem ou acaba-
dos clientes, níveis de estoque, carga de ins- mento final do produto.
talações e disponibilidade de capacidade e López (2000) salienta que a precisão do
direciona as etapas de programação e execu- MPS varia conforme o ambiente produtivo,
ção das atividades operacionais da empresa, a variedade dos produtos produzidos, hori-
como: produção, compras e distribuição. zonte coberto e os mercados em que atua a
Corrêa (2000) chama a atenção no que se empresa. O autor afirma que à medida que
refere às diferenças em gerenciar o proces- o horizonte vai sendo estendido, a precisão
so do MPS, conforme o tipo de ambiente de diminui, dando origem ao domínio dos dados
produção. O autor enfatiza a possibilidade ou provenientes das estimativas de vendas.
Pós-Graduação | Unicesumar
51

considerações finais

Vimos que as mudanças ocorridas no setor conflitos que a tornam insatisfatória em


de distribuição nos últimos anos no Brasil, determinados momentos, pois esta vê os
sobretudo a internacionalização e a concen- mercados apenas como pontos de destino,
tração no setor supermercadista, fizeram com deixando as exigências do mercado-alvo em
que as empresas passassem a buscar diferen- um segundo plano.
ciais competitivos que permitissem manter Importante também foi o tópico sobre
ou ampliar seus mercados. ECR – Efficient Consumer Response, que pode
Nesta unidade, estudamos sobre a con- ser traduzido como Resposta Eficiente do
ceituação de Supply Chain Management Consumidor, é uma iniciativa em que fabri-
(SCM), Efficient Consumer Response (ECR), cantes de produtos diversos trabalham em
Enterprise Resource Planning (ERP), Material conjunto para reduzir custos dessa cadeia
Requeriment Planning (MRP) e Master de logística integrada e trazer maior valor
Production Scheduling (MPS). Aprendemos ao consumidor. Estudamos que o ECR é
sobre como a tecnologia pode auxiliar a uma ação empresarial que tem por objeti-
tomada de decisão e conhecemos algumas vo otimizar o tempo e o custo do sistema de
tecnologias disponíveis. reposição por meio da automação do ciclo
Vimos também que o mercado consu- de reposição da loja. Para sua operaciona-
midor brasileiro tem passado por grandes lização, são fundamentais os processos de
transformações nas últimas décadas, pauta- reposição contínua e gerenciamento por
das em diversos fatores. Destacam-se a faixa categorias.
etária da população e a estrutura das famí- Ao fim dessa unidade, observamos que
lias, o aumento da participação da mulher no é muito importante para o gestor atual não
mercado de trabalho e também o consumo deixar passar as oportunidades tecnológicas
frenético por produtos que possuem apelo que podem auxiliá-lo na redução dos custos
saudável, higiene e beleza, bem como ques- operacionais e no ganho de vantagem com-
tões relacionadas às transformações do petitiva para sua empresa.
estilo de vida das pessoas (novos padrões Na Unidade III, vamos aprender um pouco
de consumo). mais sobre Supply Chain ou Cadeia de
Outro ponto importante foi que a cadeia Suprimentos e a Tecnologia para o supri-
de suprimentos pode apresentar alguns mento da empresa.
Logística e Tecnologia
52

atividades de autoestudo

1. Descreva a evolução da logística e Supply Chain


Management.
2. Analise como a tecnologia pode ser útil na
tomada de decisão gerencial.
Web

Logística empresa NATURA Cosméticos:


<https://www.youtube.com/watch?v=2H9PML_HHHQ&feature=related>.

Gestão Eficaz – Logística: Tendências, Oportunidades e Desafios:


<https://www.youtube.com/watch?v=sSivEveLQCs&feature=related>.

<http://www.ietec.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/304>.

<www.guiadelogistica.com.br>.

<http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/
conceitos-basicos-do-mrp-material-requirement-planning/26507/>.
 
< h t t p : / / w w w. a d m i n i s t r a d o r e s . c o m . b r / i n fo r m e - s e / a r t i g o s /
simplificando-o-mrp/30966/>.

<www.administradores.com.br>.

<www.artigos.com>.

<www.imam.com.br>.
Gestão de Negócios
54

Os professores Beatris Huber, Kleber Fossati de funções e regras do relacionamento e, prin-


Figueiredo e Otavio Figueiredo estudaram o cipalmente, quando o operador conhece as in-
Relacionamento Colaborativo na Terceirização stalações, capacidade, limitações e estratégias
Logística Brasileira. O objetivo da pesquisa com do cliente. Por outro lado, o compartilhamento
82 operadores logísticos brasileiros (57% da pop- de riscos e benefícios e investimentos dedicados
ulação) foi identificar como eles percebem os apresentaram impacto negativo na confiança que
elementos do relacionamento colaborativo que o operador deposita no seu cliente. Talvez porque
impactam os antecedentes do sucesso de uma esses fatores possam ser percebidos como riscos
parceria. Os resultados sugerem que medidas de para o operador logístico, que será mais prudente
desempenho definidas em conjunto, expectativa no momento de confiar em relacionamentos ao
de continuidade, dentre outros elementos, têm invés de investimentos ou que haja compartilha-
diferentes impactos sobre confiança, comprom- mento de riscos e benefícios.
isso e dependência entre os operadores e seus
clientes. O compromisso do operador no relacionamen-
to também impacta na intensidade da relação.
O desenvolvimento do setor de operadores O compromisso aumenta quando há medidas
logísticos fez crescer o interesse acadêmico de desempenho em conjunto, alinhamento de
em estudar as relações entre os prestadores de objetivos estratégicos e conhecimento do op-
serviços e seus clientes. Diversas pesquisas com- erador sobre o cliente. Esses elementos podem
provaram que o sucesso no longo prazo dessas funcionar como motivadores para o operador
relações depende de três fatores associados à alcançar melhores desempenhos e resultados.
intensidade do relacionamento: confiança, com- Além disso, se o operador conhece bem o cli-
promisso e dependência. O presente estudo ente, ele tem mais interesse em se esforçar no
procurou pesquisar, sob a ótica de operadores relacionamento.
logísticos que operam no Brasil, quais os fatores
que mais contribuem para o estabelecimento de Por último, o nível de dependência entre os par-
confiança, compromisso e dependência entre ceiros também é um indicativo de intensidade do
organizações envolvidas em um relacionamento relacionamento. A dependência é impactada pelo
colaborativo. compartilhamento de riscos e benefícios, pela ex-
istência de uma equipe conjunta e pela definição
Os resultados mostram que a confiança do op- de medidas de desempenho em conjunto.
erador logístico no cliente aumenta quando há
medidas de desempenho em conjunto, expec- Para conhecer o relato completo, acesse: <http://
tativa de continuidade da relação, especificação goo.gl/8Sgdr3>. Acesso em: 17 jun. 2014.
Pós-Graduação | Unicesumar
55

relato de
caso

A Empresa YYY foi criada em 1934, a partir da aproximadamente 60.000 clientes no mercado
união de duas famílias de origem italiana, que interno por meio de 30 centros de distribuição,
juntas inauguraram um pequeno armazém de se- sendo 9 distribuidores terceirizados estrategica-
cos e molhados em Vila das Perdizes, às margens mente espalhados pelo país. Atribui-se a estes
do Rio do Peixe, meio oeste de Santa Catarina. centros de distribuição, a responsabilidade das
Com o passar dos anos, o pequeno comércio foi entregas nos canais de venda dos produtos.
crescendo e se diversificando. No ano de 1939,
empresa deu início as suas atividades industriais O sistema logístico é um dos seus principais
com um abatedouro e uma fábrica de produtos apoios para avançar no mercado. Isso, porque
suínos. permite a entrega de qualquer produto, de norte
ao sul do país em apenas 24 horas. A frota de
A partir dos constantes investimentos em dis- veículos é totalmente terceirizada, porém, tra-
tribuição, tecnologia e produção, a empresa se balha em regime de exclusividade.
transformou em um dos maiores complexos
agroindustriais do mundo. Suas principais ativ- Outro fator que contribui para esse sucesso é a
idades passaram a ser focadas na criação, pro- integração da empresa com seus produtores que
dução e abate de aves e suínos, industrialização trabalham em regime de exclusividade, porém
e venda de produtos de origem animal e de soja recebem apoio total e garantia de compra da
e seus derivados. produção de seus parceiros da empresa, além
de assistência técnica necessária para assegurar
Em 2000, a empresa alcançou a liderança no mer- ganhos de produtividade. Essa proximidade com
cado de produtos industrializados, encerrando os fornecedores possibilita uma maior padroni-
este ano com 22,5% do market share. Atualmente, zação e controle da matéria-prima.
a empresa conta com mais de 19 mil funcionários
e é constituída por 13 unidades industriais de Fonte: Os nomes são fictícios, mas o caso é real.
carnes, 2 de soja, 7 fábricas de ração e 14 incu-
batórios, distribuídas, na sua maioria, nos estados Adaptado pelo autor de: <http://goo.gl/
de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Conta com QUANSp>. Acesso em: 11 jun. 2014.
3 TECNOLOGIA PARA O SUPRIMENTO DA EMPRESA

Professor Me. Júlio Ernesto Colla

Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará
nesta unidade:
• EDI e outras tecnologias de informação
• A internet e a logística: E-business
Objetivos de Aprendizagem • Redes de Valor Agregado
• Compreender os conceitos de Eletronic Data
Interchange e E-business e sua implicação na Logística.
• Reconhecer o EDI e o E-business como ferramentas
de busca de eficiência e eficácia no processo logístico.
• Observar o impacto da Internet em ferramentas
gerenciais.
A utilização das ferramentas de tecnologia da informação aplica-
das ao gerenciamento da cadeia de suprimento é e será um fator
primordial para a operacionalização dos processos e seus gerencia-
mentos. Tais ferramentas permitem um melhor acompanhamento
da demanda de produtos, o que faz com que as empresas atuem
de acordo com as exigências e necessidades dos consumidores,
que se refletirá em melhorias significativas na programação das
compras por parte dos produtores e de grandes atacadistas e no
abastecimento do mercado varejista e, por fim, na satisfação dos
consumidores finais.

As ferramentas de tecnologia da informação, e consequentemen-


te do sistema de informação, são cruciais para o desempenho de
uma rede de abastecimento, pois são as bases em que os gesto-
res constroem suas decisões. Assim, a tecnologia da informação
consiste em ferramentas utilizadas para obter e ter acesso às infor-
mações e para analisá-las, de maneira a poder tomar as melhores
decisões para a cadeia de suprimentos. A troca de informações
pode ser uma grande fonte de vantagem competitiva para as em-
presas que utilizam.

Os investimentos nessa área tornam-se justificáveis quando uma


empresa se depara com os desafios da logística. Assim, a Tecnologia
da Informação ganha um considerável papel, senão fundamental,
no setor logístico, e se coloca à disposição das empresas modernas
ferramentas especializadas. Tal papel é a base de uma nova estru-
tura competitiva.

A Tecnologia de Informação (TI) assume posição estratégica, proces-


sando as informações necessárias de fornecedores e consumidores.
Na base do moderno conceito de Logística Integrada, está o enten-
dimento de que a Logística deve ser vista como uma ferramenta
gerencial capaz de agregar valor por meio de serviços prestados.
Logística e Tecnologia
58

eletronic data
interchange - edi

A
troca de dados e/ou informações lógica competitiva atual tem por necessida-
entre as empresas que compõem de a diminuição do método convencional
todo o processo de suprimen- e o aumento do sistema eletrônico. A ten-
to pode ser feita por meios convencionais dência é que os bancos de dados tornem-se
(pedidos em papel) ou por meio eletrô- facilmente intercambiáveis por meio eletrô-
nico (EDI – Eletronic Data Interchange). A nico, o que facilita os processos de fluxo de
Pós-Graduação | Unicesumar
59

informações, em especial os pedidos entre transações realizadas (GONÇALVES, 2004).


os componentes de um processo de forneci- O EDI é capaz de aproximar empresas pos-
mento. Ainda hoje, é bastante insignificante sibilitando uma comunicação computador
o número que empresas que utilizam a fer- a computador.
ramenta e as que utilizam estão em estágios O EDI não é apenas eficiente porque
iniciais de implementação (ARNOLD, 1999; elimina papelada e porque os pedidos são
GONÇALVES, 2004). feitos instantaneamente, mas porque reduz
A utilização do EDI foi iniciada em 1995 o tempo necessário para levar os produtos
nos processos financeiros, principalmente aos clientes, pois as transações ocorrem com
para a transferência de valores. A viabilidade mais rapidez e precisão do que quando feitas
para outras atividades empresariais ocorreu a tradicionalmente (CHOPRA; MEINDL, 2004).
partir do momento em que diversas entida- Essa rapidez faz com que diminua o lead time,
des que compõem a cadeia de suprimentos que é o espaço de tempo entre o momento
começaram a se integrar com o objetivo prin- em que o pedido é feito e o momento em
cipal de maximizar os resultados da utilização que é recebido. A diminuição do lead time
da troca eletrônica de informações (ARNOLD, é a principal razão do uso da tecnologia
1999; GONÇALVES, 2004). para a melhoria da logística (ARNOLD, 1999;
O EDI possibilita que clientes e fornece- GONÇALVES, 2004).
dores troquem eletronicamente informações, O EDI é uma das formas de processo de
tais como pedidos de compras, faturas e dados suprimento que mais cresce atualmente por
sobre o plano de produção. Isso elimina a pa- meio da utilização de um computador do
pelada que consome tempo e proporciona cliente acoplado a um modem que se co-
uma comunicação fácil entre o planejador/ munica com o computador do fornecedor
comprador e fornecedor (ARNOLD, 1999), por meio de um software específico, que
ou seja, o EDI permite que as informações transmite os dados criptografados com se-
passem a fluir ao longo da cadeia de su- gurança. As ordens ou pedidos de compra,
primentos, de forma segura, sem qualquer como também outros documentos padroni-
interferência, propiciando, dessa forma, a zados, são enviados sem a utilização de papel
obtenção de dados importantes sobre as (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004).
Logística e Tecnologia
60

E
ssa forma de comunicação e de tran- grandes empresas, está tomando força o
sação pode ligar a empresa a seus EDI via Internet como uma opção de menor
clientes, fornecedores, bancos, trans- custo, possibilitando acesso a mais empre-
portadores ou seguradora. O EDI traz várias sas. Seus principais entraves são a questão
vantagens, como (MARTINS; ALT, 2007): da segurança dos dados e a resistência das
• Rapidez, segurança e precisão do fluxo empresas que investiram grandes somas no
de informações. modelo tradicional. As tecnologias voltadas à
• Redução significativa de custos. Internet serão mais bem tratadas na próxima
• Facilidade da colocação de pedidos, seção desta Unidade.
principalmente nos casos de contratos O EDI proporcionou que o relacionamen-
de fornecimento com entregas to entre clientes e fornecedores evoluísse
mediante liberação do cliente, como de tal forma, que o processo de compra foi
acontece nas transações entre totalmente automatizado. Varejistas e forne-
montadoras e autopeças no Brasil e cedores conhecem muito mais hábitos de
resto do mundo. compra do consumidor final. Essas informa-
• Sedimenta o conceito de parcerias ções são muito utilizadas pelos fabricantes e
entre cliente e fornecedor. pelos varejistas (ARNOLD, 1999; GONÇALVES,
Além do EDI tradicional, muito usado pelas 2004).

TRW adota EDI Sincronizado para melho- zando seus negócios junto à cadeia de Su-
rar a logística pply Chain. Com isso, foram implementados
Uma renomada fabricante de sistemas de diversos sistemas na cadeia de negócios da
segurança automotiva recorreu a um siste- fabricante de sistemas de segurança auto-
ma de EDI Sincronizado, desenvolvido pela motiva, tais como a Programação de Entre-
JT-Sistema, com o objetivo de melhorar sua gas, Programação D/S/M – Kanban, Aviso de
cadeia de suprimentos em três grandes plan- Embarque – ASN, Protocolo de Recebimento
tas de produção, localizadas em Engenheiro e Correio Eletrônico, integrando as áreas de
Cordeiro, Lavras e Limeira. Recebimento Fiscal, Logística Operacional,
O resultado desta parceria foi que a fabri- Planejamento, Suprimentos e Operador Lo-
cante de sistemas de segurança automoti- gístico.
va conseguiu agregar valor competitivo ao Fonte: Adaptado de <http://goo.gl/o3azsz>.
processo de entrega, padronizando e otimi- Acesso em: 10 jun. 2014.
Pós-Graduação | Unicesumar
61

Com o intuito de solidificar os conceitos, • O EDI é composto somente de dados


algumas definições de EDI, de forma re- de negócio (sem mensagens em
sumida, são importantes (ARNOLD, 1999; formato livre ou verbais) com formato
GONÇALVES, 2004): padronizado, padrão este aprovado
• Em português significa Troca Eletrônica por organizações nacionais ou
de Dados. É a troca de documentos internacionais.
via sistemas de teleinformática entre • Uma mensagem EDI contém uma
duas ou mais organizações de forma sequência de elementos de dados,
padronizada. Tem como um dos onde cada elemento representa uma
principais objetivos, substituir o fluxo informação específica, como preço
de papéis entre elas, agilizar e reduzir de um produto, modelo, ou ainda sua
os custos dos processos mercantis. descrição.
• O uso primário do EDI é transferir
transações de negócio repetitivas,
tais como: encomendas, faturas,
aprovações de crédito e notificações
de envio. Isto significa que o EDI,
hoje, contrariamente ao que muitos
acreditam, não implica comunicação
em tempo real.
• O EDI usa um formato de dados
estruturado de recolha automática
que permite que os dados
sejam transformados sem serem
reintroduzidos.
• As transações comerciais entre
clientes e fornecedores envolvem o
envio e recebimento de documentos,
tais como: Pedidos de Compra,
Programações de Entrega, Avisos de
Embarque (Nota Fiscal), Solicitações de
Cotação, Cotação e Boleto Bancário.
• É um sistema de envio e recebimento
de documentos eletrônicos
padronizados entre parceiros de
negócios.
Logística e Tecnologia
62

Para agilizar o envio e re- como a redução de margens vimentados e embarcados


cebimento de informações de erro, o aumento de confia- dentro do terminal, o softwa-
entre o terminal de contêine- bilidade dos processos e cor- re atualiza os números, que
res e os armadores, a Santos te de gastos. Todos os arma- ficam disponíveis eletronica-
Brasil passa a utilizar no Te- dores que atuam no terminal mente.
con do Porto Vila do Conde já contam com esse serviço,
(PA) o EDI (Electronic Data entre eles: K Line, CMA CGM, Fonte: Victor José – Redação
Interchange), sistema que MSC e Maersk. Portal Transporta Brasil. Dis-
permite a troca de dados de Agora, ao invés de produzi- ponível em: <http://goo.gl/
documentos em tempo real. rem relatórios diários com os r1FDPz>. Acesso em: 11 jun.
O EDI traz alguns benefícios dados de contêineres mo- 2014.

O
utros benefícios subsequentes são encontrados no EDI quando
esta ferramenta é comparada a qualquer outra forma de co-
municações eletrônicas com os integrantes de um sistema de
abastecimento, que são (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004):
• maior acurácia nas encomendas;
• melhor controle do inventário;
• menor variação do fluxo de caixa;
• informação em tempo quase real sobre encomendas e inventário
para tomada de decisão mais apoiada;
• redução de custos de introdução manual dos dados e menos erros.
Pode-se concluir que as vantagens são tão grandes que não subsiste
qualquer dúvida se a comunicação eletrônica é ou não um objetivo orga-
nizacional a atingir. A dúvida no momento empresarial está em qual tipo
de solução é mais vantajosa e garante mais lucratividade para o negócio
e a qual preço (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004).
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63

Em dez anos, o transporte aéreo domésti- nos últimos dez anos, em termos de pas-
co no Brasil cresce 3,5 vezes mais que o PIB sageiros-quilômetros pagos transportados,
O crescimento médio anual do transporte com alta de 234% entre os anos de 2003 e
aéreo doméstico no Brasil representou mais 2012 e com crescimento médio de 14,35%
de 3,5 vezes o crescimento do PIB (Produto ao ano no período. Esse mesmo índice mais
Interno Bruto) do País e mais de 14 vezes o do que dobrou quando considerados os voos
crescimento da população. De 2004 a 2014, a internacionais com origem ou destino no
cada cem brasileiros, 55 voaram pelo menos Brasil.
uma vez. Em 2012, a quantidade de passa-
geiros pagos transportados foi de 100 mi- Fonte: Victor José, repórter do Portal Trans-
lhões. A demanda doméstica do transporte porta Brasil. Disponível em: <http://goo.gl/
aéreo de passageiros mais do que triplicou ZklHUL>. Acesso em: 11 jun. 2014

O
EDI (Electronic Data Interchange) serve para enviar e receber
dados de outros sistemas, fazendo com que empresas com sis-
temas diferentes se conversem sem precisar fazer os inputs de
dados manualmente. O EDI é um fator de retroalimentação independen-
te (ARNOLD, 1999; GONÇALVES, 2004).
Logística e Tecnologia
64

a internet e a logística:

E-BUSINESS
D
e acordo com estudos de mercado mais eficazes para serem utilizadas (ARNOLD,
realizados em portos europeus, os 1999; GONÇALVES, 2004).
três últimos fatores citados, segu-
rança, custos e agilidade na passagem da
carga pelo porto, são os que mais preo-
cupam os seus usuários. Nos três casos, as Reflita sobre o impacto da internet nas
operações logísticas!
tecnologias da informação, principalmente Fonte: O autor.
o E-Commerce e o EDI, são as ferramentas
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65

O desenvolvimento de tecnologias de comér- entre uma empresa e um cliente por meio


cio eletrônico envolvendo o uso da Internet da rede da internet. Então, o E-commerce é
para realizar negócios criou inúmeras oportu- o conjunto de relações comerciais e inter-
nidades para os gestores efetivamente darem câmbios de informações empresa-empresa,
forma e gerirem suas cadeias de suprimentos cliente-empresa ou máquina-pessoa, reali-
de forma mais competitiva (ARNOLD, 1999; zadas por meios eletrônicos. Uma transação
GONÇALVES, 2004). comercial completamente eletrônica implica
A Organização Mundial do Comércio - que todas as etapas e procedimentos entre
OMC define o “E-commerce” como sendo “a as partes sejam realizadas por meios ele-
produção, promoção, venda e distribuição trônicos e que, definitivamente, não sejam
de produtos por meio de redes de teleco- trocadas somente informações eletrôni-
municação”. Pode-se concluir que comércio cas, mas também direitos e obrigações
eletrônico é algo muito além do que a também de forma eletrônica (ARNOLD, 1999;
simples venda de um determinado produto GONÇALVES, 2004).

Logística ou segurança: pode ser apontada como um mento com o fornecedor


qual dos dois merece mais problema e sim como uma até a implementação de
atenção em um site de E- solução, pois o conceito bá- ferramentas para a comer-
commerce? sico de logística é de otimizar cialização do produto com
O grande componente para e racionalizar um processo o consumidor. É essencial,
um projeto de logística com produtivo com qualidade e portanto, os dois merecem
sucesso para e-commerce com menores custos e tem- atenção e de um com certe-
é um adequado gerencia- pos. Todo o processo auto- za dependerá o sucesso do
mento do projeto em todas matizado deve-se concentrar outro.
as suas etapas, desde a inicia- nos principais objetivos do Fonte: Renato Cardoso
ção, passando pelo planeja- consumidor aliado a um per- Aguiar
mento, execução e controle, feito gerenciamento logísti- Para saber mais, leia o texto
até seu efetivo encerramen- co. E quanto à SEGURANÇA, na íntegra em: <http://goo.
to a entrega do produto ao faz parte de todo o processo, gl/2F61P1>. Acesso em: 11
consumidor. A logística não tem início com o relaciona- jun. 2014.

O
intercâmbio eletrônico de informação vem atender tanto a
agilidade da passagem da carga pelo porto como a redução
dos custos administrativos decorrentes. A rapidez do despa-
cho da carga depende principalmente da otimização e agilização do
fluxo administrativo-documental, em outras palavras, as informações
Logística e Tecnologia
66

e a documentação relativa à carga, deve, se na leitura ou gravação dessas mensagens”


possível, antecipar-se à carga e, na pior das (CHOPRA; MEINDL, 2004, p. 396). É um sistema
hipóteses, andar sempre junto com a mesma que tem se revelado o meio mais adequado
(CHOPRA; MEINDL, 2004). para solucionar e agilizar o tratamento da in-
A sigla EDI, como visto na seção ante- formação associada ao tráfego de cargas e
rior, corresponde ao termo inglês “Eletronic serviços (CHOPRA; MEINDL, 2004).
Data Interchange”, ou em português, Troca Ambos os conceitos, o “E-commerce” e
Eletrônica de Dados, e na prática, é “a trans- “EDI”, surgem no mundo moderno e globa-
missão eletrônica de documentos comerciais lizado em que vivemos como algo natural e
padronizados entre computadores de modo necessário, consequência da corrida pela efi-
que a informação possa ser processada sem ciência, agilidade, segurança e controle das
a necessidade da intervenção manual e do atividades e operações comerciais, e visam,
documento original impresso”, ou também, principalmente, a redução dos custos finais
“a troca de mensagens estruturadas entre das matérias-primas, da produção, dos pro-
computadores, sem a intervenção humana dutos finais e dos serviços.

Maior rede varejista do Para alcançar esse resultado os participantes das ativi-
mundo reduz custos por positivo, a empresa procura dades relacionadas com a
meio da estratégia logística cuidar da movimentação de colocação e distribuição
A maior rede varejista do materiais em toda a cadeira dos produtos no mercado.
mundo, localizada nos Es- produtiva, tornando mais O sucesso da rede se deve
tados Unidos, denominada eficiente e mais sincronizada a iniciativa de estender sua
aqui como Beta, foi uma das com o mercado, com meno- atuação para além de suas
poucas empresas que enten- res custos e mais preparada fronteiras organizacionais,
deram tão bem a importân- para competir em todas as envolvendo participantes
cia da logística. O resultado frentes. externos que são parceiros
é que, há anos, a rede conta Entre os desafios que a rede na cadeia de suprimentos,
com as suas milhares de lo- enfrenta diariamente é mon- ou seja, os membros destas
jas ligadas online, sendo que tar equipes capacitadas para equipes avançadas coorde-
a cada vez que um produto gerenciamento de processos nam, comunicam e coope-
da marca passa pelo caixa, na cadeira de suprimentos. ram de forma intensiva.
fica-se sabendo e, automati- As equipes servem para Fonte: Adaptado de <http://
camente, programa a reposi- quebrar as barreiras organi- goo.gl/0JLzJS/>. Acesso em
ção do estoque. zacionais e envolver todos 11 jun.14.
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67

O
que está ocorrendo atualmente, e pertencentes a redes públicas de valor agre-
ocasionado pela acirrada concor- gado, oferecendo estes serviços de forma
rência entre empresas que viram aberta (CHOPRA; MEINDL, 2004).
na automação dos seus processos comer- Em ambos os casos os objetivos princi-
ciais, sejam estes produtivos ou relacionados pais dessas VANs são dois:
à cadeia logística dos transportes, uma das • Permitir o intercâmbio de informações
formas de vencer a concorrência no setor entre os diversos interlocutores, uma
(CHOPRA; MEINDL, 2004). vez que as mesmas, por possuírem
Assim, com o objetivo de apoiar esse distintas conexões, proporcionam, com
Intercâmbio Eletrônico de Documentos a segurança necessária, os métodos
entre usuários e empresas, e permitir que de encaminhamento das mensagens
diversos computadores possam se en- entre as distintas redes existentes.
tender, começaram a surgir as chamadas Desta forma, o usuário final não
Redes de Valor Agregado ou as simples- necessita dos equipamentos exigidos
mente “VAN” (Value Added Network), que para proceder e manter as diferentes
não são outra coisa senão computado- conexões, o “tal um” que sempre se
res que assumem a função de gerenciar a necessita para conectar dois sistemas.
troca de mensagens, realizando a função • Realizar as funções de recebimento,
de caixa de correspondência e os contro- armazenamento e encaminhamento
les necessários para garantir a integridade das diversas mensagens,
das mensagens. Tais centros de compen- independentemente da data
sação podem ser privados ou públicos. No ou horário de sua produção, o
primeiro caso, são desenvolvidos e implan- que dispensa que os usuários e
tados pelos membros de uma comunidade, destinatários dessas mensagens
no presente caso, a comunidade portuária estejam conectados e operativos
e marítima, visando a prestação dos ser- no momento de sua transmissão ou
viços a seus membros. No segundo caso, recebimento.
Logística e Tecnologia
68

redes de valor
agregado
O
conceito de Internet como uma métodos tradicionais (CHOPRA; MEINDL,
“rede de redes”, fez com que as 2004).
vantagens anteriormente citadas A Internet não vem substituir o EDI, mas
para as Redes de Valor Agregado (VANs) sim proporcionar um meio alternativo para
tenham sido em muito ampliadas, pelo fato o envio de mensagens. Ou seja, este tipo de
de ter passado a permitir sua interconexão mensagens não fluirá pela rede da Internet
a um maior número (quase ilimitado) de como mensagens de texto semelhantes as
usuários e capacidades de armazenagem das cartas ou notas entre os interlocutores.
e redirecionamento das mensagens, a um Estes novos tipos de mensagens e infor-
custo e preço muito inferior aos dos outros mações não são processados diretamente,
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69

seguem encapsuladas em estrutura EDI, que No caso da logística dos transportes, e


é o padrão que permite o envio e a recepção mais especificamente nas atividades portu-
de informações processáveis. Atualmente, o árias, o importante avanço introduzido pelo
envio das mensagens EDI são todas realizadas EDI na agilização da transmissão das infor-
por intermédio da rede Internet (CHOPRA; mações e documentação, a possibilidade
MEINDL, 2004). do acompanhamento da carga e a sua res-
Ainda que seja incontestavelmente mais pectiva passagem pelo porto, seu uso no
seguro o envio de mensagens por e-mail do processo de notificação de manifestos de
que por fax, é certo que existem aspectos carga e descarga, tudo isto praticamente em
neste tipo de transmissão que ainda preci- tempo real, indicam que é necessário conti-
sam ser resolvidos se o objetivo é qualificar nuar com a sua aplicação também a outros
de “segura” a mensagem por e-mail. Dentre os procedimentos (CHOPRA; MEINDL, 2004).
muitos aspectos, podem-se citar os seguintes: Os benefícios serão muitos e abran-
• O uso da Internet para o envio das gentes, da simplificação e melhoria na
mensagens está gerando em curto transferência dos dados à segurança e à
prazo a criação de redes Extranet, redução de custos dos mesmos, facilitando
nas quais os fluxos de informação se também a relação dos distintos operadores
processam de uma forma bem mais comerciais tendo em vista a padronização
restrita e segura. dos procedimentos em nível de todos os
• Os processos comerciais continuarão a portos comerciais e autoridades envolvi-
se beneficiar dos avanços tecnológicos das com a atividade e o controle da mesma
surgidos, e a Internet, o EDI, e outros (CHOPRA; MEINDL, 2004).
métodos e sistemas serão conceitos Estas mudanças tecnológicas constan-
importantes sempre que estes tes fizeram que a maioria dos países que
permitam melhorar os níveis de adotaram essas novas tecnologias em seus
produtividade e competitividade das sistemas de comércio, transporte, e nos
empresas. portos especificamente, deixassem o seu
Não se desprezar as oportunidades de ne- desenvolvimento e exploração a cargo da
gócios que surgem nas organizações dentro iniciativa privada, uma vez que a mesma tem
de seu setor de atividade, mesmo que as uma maior flexibilidade e poder de adapta-
soluções tecnológicas e de procedimen- ção e de investimento para incorporar novas
to propostos tenham que se adaptar, tanto tecnologias surgidas e com o seu próprio uso
com relação à tecnologia aplicada, como em e exploração, ressarcir-se dos investimentos
relação aos procedimentos já existentes em feitos e ainda lucrar com os novos processos.
outras organizações semelhantes (CHOPRA; As empresas especializadas que ofere-
MEINDL, 2004). cem tais serviços têm sido fundamentais na
Logística e Tecnologia
70

simplificação da tarefa de proporcionar e dar respeito de uma grande quantidade de


a oportunidade para que qualquer usuário produtos;
possa realizar o envio de suas mensagens • proporcionar personalização e
padronizadas e estruturadas em linguagem customização de informações: a
EDI, por meio da versatilidade da Internet. internet oferece ao e-business a
Assim, o E-business impacta não só a capacidade de utilizar informações
empresa que se está trabalhando ou es- pessoais para conduzir cada
tudando, mas toda a cadeia em que essa experiência de compra do cliente de
organização está inserida. Os impactos do maneira inteligente e aumentar as
e-business na receita podem assim ser re- vendas. Alguns e-businesses utilizam
sumidos (CHOPRA; MEINDL, 2004): informações sobre aniversários e
• oferecer vendas diretas aos clientes: outros dados fornecidos pelos clientes
permite que fabricantes e outros para enviar lembretes e indicações
membros da cadeia de suprimento, de compras. As empresas que se
que não tenham contato com os concentram na customização em
clientes pelos canais tradicionais, massa podem utilizar a Internet para
aumentem sua receita, desviando- ajudar os clientes a selecionarem
se de intermediários e vendendo produtos adaptados as suas
diretamente aos clientes; necessidades;
• possibilitar acesso 24 horas de • oferecer mais agilidade ao mercado:
qualquer localidade: o e-business pode uma empresa com e-business pode
atrair clientes impossibilitados de fazer aumentar suas receitas lançando novos
comprar durante o horário comercial produtos com muito mais rapidez
porque está sempre aberto para que uma empresa que utiliza canais
receber pedidos. O cliente pode fazer tradicionais;
seu pedido até mesmo quando a loja • implementar flexibilidade de preços: o
está fechada; e-business pode facilmente alterar seus
• agregar informações de diversa fontes: preços ao longo do tempo, mudando
permite que a empresa aumente suas uma informação no banco de dados
vendas oferecendo informações a conectado ao site. Essa capacidade
Pós-Graduação | Unicesumar
71

permite que um e-business maximize receitas comparando-se com uma


suas receitas estabelecendo preços situação em que a empresa estabelece
de acordo com estoques e demandas um preço fixo a todos os clientes;
correntes; • e, facilitar a transferência eficaz de
• permitir diferenciação de preços e recursos: que é o fato de poder agilizar
serviços: o e-business pode fazer uma atividade que de forma tradicional
diferenciação de preços e alterá-los seria muito mais demorada e mais cara.
de acordo com o poder de compra A tecnologia de informação trouxe mudan-
de clientes individuais para que possa ças drásticas também para as organizações,
aumentar suas receitas. A capacidade fazendo surgir uma nova era. Antes, as em-
de fazer com que segmentos diferentes presas priorizavam áreas como finanças e
de clientes paguem preços avaliados produção. Atualmente, o foco é o relacio-
de acordo com os serviços oferecidos namento com todos os elos ou estágios da
permite que a empresa aumente suas cadeia.

COMPRAS COMO VANTAGEM COMPETITI- ideia de que o ato de comprar diz respeito a
VA NAS ORGANIZAÇÕES simples trocas, com comprador e vendedor,
A atividade de compras/suprimentos é vis- interagindo entre si a curta distância.
ta pela organização bem sucedida de hoje, Esta visão transacional não está obsoleta, é
como uma atividade estratégica considerá- ainda uma forma apropriada de examinar o
vel, porém a grande maioria das empresas processo de aquisição de itens de baixo custo
não visualiza desta maneira. que podem ser adquiridos de muitos forne-
Uma visão simplista da atividade de compras cedores concorrentes, porém já não pode ser
é o mero ato de comprar, ou seja, consiste considerada como base para a maioria das
em encontrar um fornecedor que esteja dis- compras organizacionais.
posto a trocar os bens ou serviços exigidos
por determinada soma em dinheiro. Esta Para saber mais sobre o assunto, acesse:
percepção de compras tornou-se conhecida <http://goo.gl/FPNJOE>. Acesso em 11 jun.
como a visão “transacional” e está baseada na 2014.
Logística e Tecnologia
72

E
ssa mudança de foco das empresas competência seja cada vez maior. O efeito
exigiu dos profissionais outras com- da globalização, por exemplo, obriga os pro-
petências que permitem fazer análises fissionais a falarem com fluência mais de um
intuitivas do futuro, tentando entender as idioma.
mudanças e imaginando o futuro especial- Além disso, fazer o uso sistemático do
mente em relação à cadeia, para ter condições conhecimento de modo que este possa ser
de lidar com ela de uma forma mais efetiva aplicado na solução dos problemas ajuda
(BERTAGLIA, 2003). na obtenção de resultados estrategicamen-
A tecnologia se transforma intensi- te buscados pela cadeia. Conhecimento que
vamente e as mudanças são ainda mais consiste em não repetir os erros e tomar
significativas e ocorrem em períodos cada decisões com base no conhecimento do
vez menores. Isto faz com que a necessi- mercado, dos processos e da unidade de
dade de buscar conhecimentos e adquirir negócio (BERTAGLIA, 2003).
Pós-Graduação | Unicesumar
73

considerações finais

O presente livro evidencia a necessidade entregas que deverão ser pré-agendadas e


de gerenciar o processo de abastecimento monitoradas mediante um meio de comu-
de uma empresa com visão holística, e não nicação eficaz, preferencialmente eletrônico,
apenas dentro dos limites de cada empresa, podendo ser via troca eletrônica de dados ou
porque ao longo da cadeia de abastecimento, outro tipo de tecnologia como a web.
é fundamental gerenciar adequadamente os Em nenhum momento deve-se esquecer
processos dos negócios que ocorrem entre de que as tecnologias da informação logís-
as empresas integrantes da cadeia. Nesse tica, nesse contexto, desempenham papel
sentido, a Tecnologia auxilia a empresa a al- primordial, pois permitem codificar, com se-
cançar seus objetivos propostos. gurança, cada vez maior volume de dados, e
Dois pontos são importantes na hora a consequente redução dos custos de trata-
de pensar a Tecnologia como um elemen- mento de dados, e eliminar as barreiras das
to importante da Logística: primeiro, para distâncias geográficas.
dificultar a cadeia de suprimentos de seus Os Prestadores de Serviços Logísticos, por
concorrentes, não é necessário atacá-los di- meio de Tecnologia Compartilhada, lideram
retamente. Minimize seus riscos e maximize a adoção de tecnologias em cadeia e su-
os dos concorrentes, e o resultado será até primentos, contribuindo para a adoção de
melhor do que um ataque direto (que poderá práticas colaborativas, ou seja, a visão sobre
causar uma reação mais enérgica contra o papel do Integrador da cadeia de supri-
sua empresa), e segundo, mesmo que sua mentos como uma das práticas e iniciativas
empresa seja pequena e não tenha volume de maior impacto nos negócios na atuali-
para grandes acordos com fornecedores e dade. A parceria subentende também certa
transportadoras, desenvolva uma estratégia interpenetração das organizações, necessá-
regional e busque fornecedores alternativos ria ao bom funcionamento das redes e uma
com melhores condições. Sempre há uma interdependência dos processos físicos e
forma de evoluir sua cadeia de suprimen- informacionais, tornada possível pelas tec-
to, independente das características de sua nologias de informação e de comunicação,
empresa. atualmente disponíveis. Não descuidando
Outro ponto fundamental que fica evi- de estar apoiado em um sistema de dados
dente no texto é a empresa como um todo, robusto, com processamento ágil e seguro,
que para receber com antecedência sobre a capaz de trabalhar com todas as possibilida-
data de entrega de cada produto, facilita as des de integração necessárias.
Logística e Tecnologia
74

atividade de autoestudo

1. Descreva sobre a logística, sustentando a estratégia de negócios da empresa.


2. Faça uma redação sobre a logística aumentando a cadeia de valores da organização.

Web

Profissão – Logística:
<https://www.youtube.com/watch?v=JDHhivI_C7A&feature=related>.

Para os que se interessarem em maiores conhecimentos sobre o tema, sugiro as seguintes leituras:

Acompanhe o blog: <http://blog.log1consulting.com/>.

Acompanhe o site: <http://logisticatotal.com.br/>.

Acompanhe o site: <www.aslog.org.br>.

Acompanhe o site: <http://www.logisticadescomplicada.com/>.


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75

Capítulo 1 e 3 do livro Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, de 2011, de Sunil Chopra Peter


Meindl, editora Prentice Hall.
Sinopse: A leitura destes capítulos sugeridos é importante porque demonstra uma sólida forma de
se fazer a compreensão dos mecanismos analíticos necessários para a solução das questões empresa-
riais relacionados à cadeia de suprimentos. Estes capítulos são imprescindíveis, pois tratam do papel
estratégico da cadeia de suprimentos. Os capítulos também trazem diversas ferramentas técnicas
que podem ser usadas em análises de problemas e busca de soluções nas empresas.

Capítulo 5 – Cadeia de Suprimentos da Saúde e Tecnologia de Informação – de Bradley Jay Dodge, no


livro Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada (3ª ed) de Hong Yuh Ching, da editora
Atlas.
Sinopse: O capítulo sugerido para leitura é importante porque insere o aluno no planejamento e na
gestão das ações relacionadas à identificação de fornecedores estratégicos como também de todas
as atividades logísticas importantes. Esta questão é importante porque trata da coordenação e con-
sequente coordenação entre os parceiros dos canais de distribuição.
É importante porque apresenta um ferramental de gestão que busca a integração entre os principais
processos de negócios que estão presentes na cadeia logística. É fundamental porque é orientado
aos principais processos de negócios envolvendo tecnologias disponíveis.

Capítulo 12 – Navegando no Comércio Eletrônico – do livro Logística e Gerenciamento da Cadeia


de Suprimento de Paulo Roberto Bertaglia, da Editora Saraiva.
Sinopse: A questão mais importante na leitura deste capítulo de livro é verificar que a tecnologia
e logística podem conviver tranquilamente nas empresas. Por meio de diversas formas de tratar do
assunto o livro traz exemplos de diversas empresas brasileiras. O livro trata também das questões re-
lacionadas à obtenção de ferramentas que podem sanear os problemas empresariais com o uso da
tecnologia disponível na própria empresa.

Capítulo 4, 6 e 17 – Metodologia de Planejamento e Projeto – do livro Logística Empresarial: o pro-


cesso de integração da cadeia de suprimento, de 2009, de Donald J. Bowersox e David J. Closs, Editora
Atlas.
Sinopse: Os capítulos do livro sugerido tratam da lógica da gestão do fluxo de bens e serviços em
empresas com e sem fins lucrativos. Este assunto é atualmente substancial para o desenvolvimento
de uma empresa porque tratam das atividades relacionadas à movimentação, embalagem e opera-
cionalização de entregas. Também trata, de bastante interessante, das questões relacionadas ao uso
da tecnologia na logística.
Gestão de Negócios
76

A Verticalização e Terceirização das Atividades qual o volume que compensa ter uma estrutura
Logísticas foi estudada por Sandra Mobus e Antô- própria.
nio Carlos Gastaud Maçada. Com o objetivo da
pesquisa de analisar a adoção da verticalização A necessidade de estar próximo do cliente: um
ou da terceirização das atividades logísticas em dos principais motivadores da adoção da vertical-
empresas distribuidoras de produtos químicos, ização logística, principalmente na atividade de
a pesquisa buscou trazer contribuições para a distribuição, é a proximidade com o cliente final.
área de Logística, pois explorou e analisou um
tema sempre considerado atual e estratégico A necessidade de controle sobre toda a operação:
que é o da verticalização ou terceirização das empresa considera que o controle sobre a oper-
atividades logísticas, em um mesmo contexto. Já ação como um todo é a garantia que ela vai ter
para a prática gerencial, a principal contribuição de ter acesso a todas as ocorrências que possam
pretendida foi a de fornecer subsídios para ajudar acontecer durante o processo.
os executivos de logística na tomada de decisão
terceirizar x verticalizar. A necessidade de altos níveis de serviços logísti-
cos: empresa acredita que seus indicadores de
Com relação à verticalização concluíram que: desempenho logístico são mais satisfatórios
quando a logística é feita internamente, consid-
A logística é considerada como core business da erando que exista uma menor ocorrência de não
organização: empresa considera que a logística conformidades.
é a forma que ela tem de se diferenciar de seus
concorrentes e agregar valor ao produto e por A empresa possui recursos: dispor de recursos
isso deve ser o foco do seu negócio. financeiros é pressuposto básico para que a em-
presa possa iniciar uma operação de logística
O alto volume comercializado pela empresa: para própria, visto que é necessário um alto investi-
se chegar à conclusão se o volume comercial- mento inicial.
izado pela empresa justifica a verticalização, a
empresa tem de efetuar cálculos comparativos O produto comercializado é classificado como
em relação à terceirização, para poder identificar perigoso: existe uma propensão maior a se operar
Pós-Graduação | Unicesumar
77

de forma verticalizada quando o produto comer- Não há necessidade de altos níveis de serviço
cializado é classificado como perigoso, visto que logísticos. A empresa considera que os serviços
os mesmos podem ser corrosivos, inflamáveis, logísticos prestados não são tão valorizados por
tóxicos, ou apresentar algum outro tipo de risco seus clientes e por isso a empresa não precisa
relacionado ao seu ambiente. se preocupar em buscar a excelência em suas
atividades logísticas, ou consideram que podem
No que está relacionado à terceirização, as con- monitorar, cobrar ou até colocar em contrato suas
clusões foram que: exigências em relação ao atingimento do nível
de serviço desejado.
A competência central é comprar e vender seus
produtos: empresa considera que deve concen- A necessidade de rápida expansão de mercados:
trar seus esforços em adquirir mercadorias com a terceirização das atividades logísticas facilita e
o menor custo possível e procurar vender nos agiliza a entrada em novos mercados, visto que
clientes com maior rentabilidade. para iniciar a operação em qualquer ponto basta
procurar os prestadores de serviços logísticos
O baixo volume comercializado pela empresa: da adequados e iniciar a operação.
mesma forma que o alto volume comercializado
pela empresa justifica a verticalização das ativ- O produto comercializado é classificado como
idades logísticas, o baixo volume justifica a ter- não perigoso ou com periculosidade moderada:
ceirização, visto que baixos volumes podem não quando o produto que a empresa distribui não
“pagar” os custos fixos de uma operação própria. é classificado como químico perigoso, ou seja,
não requer muitos cuidados especiais de arma-
A alta necessidade de capital de giro para investir zenagem, manuseio e transporte, aumentam o
no negócio quando a empresa não dispõe de número de prestadores de serviços logísticos
recursos financeiros para financiar uma operação aptos a absorverem a operação logística.
própria ou quando precisa alto investimento na
compra de seus produtos a terceirização torna-se Disponível na íntegra em: <http://goo.gl/M40c-
uma alternativa viável para a operação logística. co>. Acesso em 11 jun. 2014.
Gestão de Negócios
78

relato de
caso

Nove minutos para percorrer quatro quilômetros, veículos caiam em grandes engarrafamentos,
este é o tempo que o empresário João Nuno Mattar, que poderá resultar em atrasos nas entregas por
residente em uma grande cidade de Santa Catarina, horas. 
demora para percorrer o trecho entre a sua casa e
o seu local de trabalho. Apesar da agilidade para A empresa, que foi fundada em 2001, apresentava
chegar de um ponto ao outro, o congestionamento como clientes naquela época, transportadoras
de grandes cidades fazem parte das preocupações que pretendiam rastrear caminhões. Com o tem-
diárias de João. po, a tecnologia de rastreamento se popularizou
e muitos concorrentes passaram a oferecer o mes-
Isso, porque ele é proprietário da TecOpen, em- mo tipo de serviço. Por isso, a TecOpen precisou
presa que presta o serviço de monitoramento de inovar e buscar novas fontes de receita. 
veículos que atendem transportadoras e empre-
sas com grandes frotas de caminhões. De acordo Fonte: Os nomes são fictícios, mas o caso é real.
com o empresário, o objetivo do serviço oferecido
é vigiar e informar os clientes sobre as condições Adaptado de: <http://goo.gl/KfeuUu>. Acesso
do trânsito. Com isso, é possível evitar que os em 11 jun. 2014.
Pós-Graduação | Unicesumar
79

conclusão
O presente livro trata de Logística e Tecnologia Ainda sobre a unidade III, o livro eviden-
e para o melhor aproveitamento do aluno, cia a necessidade de gerenciar o processo de
foi dividido em três unidades e essas unida- abastecimento de uma empresa com visão
des divididas em seções. holística, e não apenas dentro dos limites de
Na primeira unidade, chamada de cada empresa, porque ao longo da cadeia de
Logística, foi explicada a definição de logís- abastecimento, é fundamental gerenciar ade-
tica, a Integração das operações logísticas, os quadamente os processos dos negócios que
projetos de cadeias de suprimento e o nível ocorrem entre as empresas integrantes da
de serviço logístico. cadeia. Nesse sentido, a tecnologia auxilia a
Na Unidade II, apresentamos as Tecnologias empresa a alcançar seus objetivos propostos.
de Auxílio à Tomada de Decisão, Supply Chain Dois pontos são importantes na hora de
Management (SCM), Efficient Consumer pensar a Tecnologia como um elemento im-
Response (ECR), Enterprise Resource Planning portante da logística: primeiro, para dificultar
(ERP), Material Requeriment Planning (MRP) a cadeia de suprimentos de seus concorren-
e Master Production Scheduling (MPS). tes, não é necessário atacá-los diretamente.
Na Unidade III, estudamos a tecnologia Minimize seus riscos e maximize os dos con-
para o suprimento da empresa e apresentamos correntes e o resultado será até melhor do que
os conceitos de Eletronic Data Interchange um ataque direto (que poderá causar uma
e E-business e sua implicação na logística, e reação mais enérgica contra sua empresa),
reconhecemos o EDI e o E-business como fer- e segundo, mesmo que sua empresa seja
ramentas de busca de eficiência e eficácia no pequena e não tenha volume para grandes
processo logístico e observamos o impacto acordos com fornecedores e transportado-
da internet em ferramentas gerenciais. ras, desenvolva uma estratégia regional e
Mediante as unidades estudadas, possi- busque fornecedores alternativos com me-
bilitamos a você, aluno (a), formar uma base lhores condições. Sempre há uma forma de
conceitual sólida que pode auxiliá-lo (a) na evoluir sua cadeia de suprimento, indepen-
tomada de decisão em uma empresa e devem dente das características de sua empresa.
auxiliar o (a) estudante a gerenciar de modo Ao final do estudo, esperamos que você,
mais eficaz não só a movimentação de ma- aluno (a), consiga melhorar a empresa em
teriais interna, mas também a distribuição que trabalha e consequentemente ter uma
desses materiais, além de ter um conheci- ascensão profissional.
mento prévio dos custos envolvidos na Aproveite o material e, em caso de
armazenagem e movimentação de materiais. dúvidas, entre em contato conosco.
Logística e Tecnologia
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referências
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