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Introdução
distintos.
O presente estudo tem como objetivo rever e analisar a emergência da
noção de governança na literatura especializada, procurando compreender o
processo de argumentação sobre Estado e políticas públicas que se estabelece
a partir da utilização desse instrumental analítico. Para tanto, faremos uma
breve exploração das aplicações da idéia de governança em algumas subáreas
da ciência política, destacando as diferentes interpretações conceituais nos
estudos de administração pública e políticas públicas.
9 ^ Num segundo momento, analisaremos a forma como a noção de
governança passa a balizar o processo de produção de políticas publicas,
tomando como exemplo a operacionalização do conceito nas políticas de
gestão pública dos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula.
Por fim, a idéia de governança será analisada como categoria simbólica,
representada estrategicamente para veicular distintos significados e atuar como
2
as mudanças no papel das instituições já existentes, outros atores, além dos
3
governança diretamente às crises econômicas que atingiam os países do
terceiro mundo e passou a orientar a ação desses países, que dependiam dos
recursos do Banco, no sentido da adoção de práticas de "boa governança"
(good governance). No entanto, mesmo nos documentos oficiais emitidos pelo
Banco Mundial, a definição de governança encontra diferentes sentidos e
assume distintos significados:
"The World Bank does not operale wilh one single definition of
governance. Rather, the usage varies according to the particular report
at hand. For example, in 1989 report, governance is defined as 'the
manner in which power is exercised in the management of a country’s
economical and social resources for development'. (...). In a latter
report, ‘governance is The institufio nafcapab iiiíy’"õ"f public organizations
to provide the public and other goods demanded by a country’s
\ citizens or their representalives in an effective, transparent, impartial,
| and accountable manner, subject to resource constraints’" (Kjaer,
| 2004,173).
A partir do início dos anos 1990, o termo governança tem sido utilizado
de maneira cada vez mais freqüente na área de administração pública. Nestes
estudos, a noção de governança também não se desenvolve em torno de um
conceito central. As distintas aplicações do termo capturam diferentes
conceitos, idéias e teorias, como veremos adiante.
Analisando a literatura mais recente, alguns autores têm apontado não
apenas a crescente utilização da idéia de governança, mas o emprego do
termo como um sinônimo para a própria área de administração pública.
Segundo Fredeiickson e Smith (2003, 209), “the term governance is
increasingly a surrogate or proxy for public administration or public
management in the discipline’s leading iiterature”1. Neste sentido, o termo
“administração pública” seria utilizado para designar as abordagens teóricas
mais ortodoxas, ligadas ao modelo weberiano. A administração pública
tradicional pode ser caracterizada por^ algumas características básicas: (a)
neutralidade técnica do serviço público (dicotomia política x administração); (b)
^hierarquia rígida e_adm inistráção voltada ao cumprimento de_ regras; (c)
permanência e estabilidade das organizações governamentais, incluindo a ,
_estabilidade do corpo de servidores públicos; (d) regulação interna, por meio da
submissão^ do serviço público às diretivas políticas; (e) aplicação das normas
para garantia de condições de igualdade na prestação de serviços públicos
(Peters, 2001, 04-13). Embora o sistema tradicional de administração pública
tenha obtido sucesso por décadas, a decepção crescente com o desempenho
governamental nos anos de 1980-1990, decorrente de mudanças na economia
global, fatores demográficos, crescimento excessivo do setor público, entre
outras características, teriam levado ao esgotamento das idéias presentes no
modelo tradicional. “Governança” por outro lado, representaria a abordagem
decorrente do questionamento deste modelo de administração pública, uma
nova teoria da administração pública, focada em mercados e competição;
administração participativa; flexibilidade e desregulamentação. (Peters, 2001.
16-22).
Para outro grupo de estudiosos, a idéia de governança ultrapassa os
limites do conhecimento produzido no campo da administração pública. No
plano teórjco, a idéia de governança .perm itiria formar a base para uma
abordagem capaz de unificar as áreas de administração pública e políticas
públicas por meio do estabelecimento de uma agenda de pesquisa comum e
de modelos explanatórios baseados no desenvolvimento sistemático do estudo
da governança^Heinrich e Lynn, 2000). Uma “teoria da governânça” seria um
corpo teórico capaz de ajudar na compreensão das formas pelas quais as leis,
normas e práticas administrativas restringem, prescrevem ou estimulam a
1 Grifo do original.
5
multidisciplinar voltada para os estudos do setor público e mesmo das
atividades públicas considerando também os setores privado e de atividades
não lucrativas. A noção de governança é interpretada por alguns autores como
um modismo do campo acadêmico:
2 Para uma análise sobre as idéias presentes nas reformas administrativas baseadas na "nova
administração pública", ver Hood, C. (1991). "A Public Management for Ali Seasons?", Public
Administration, 69 (1), pp. 3-19; Poliitt, C. e Bouckaert, G. (2001). Public Management Reform: a
comparative analysis. Oxford, Oxford University Press.^Abnjcio, Fernando Luiz. "Os avanços e os dilemas _
do modelo pós burocrático: a . reforma da administração púFiTcã^Jrüz'Tra^x^efíênciâ 'iiííeFnãõionSf
TIcente"! in 'Perêíra?Lüiz Carlos Brèsiir e Spinl<rWtèT'(5rgs'j. Refòrmâiio É'stãBd'ê'7(dMínTsrr^aõ“
mecanismos); (e) diminuição das fronteiras entre os setores público e privado,
caracterizado pelo aumento das parceiras púbííco-privado e proliferação cie
organizações híbridas; (ffm udança de prioridades, deixando em segundo plano"
valores como o universalismo e equidade, em direção à eficiência e
individualismo.
autores:
! sobre a forma pela qual esta relação deve ser pautada. Uma segunda distinção
apontada pelos autores é o foco das análises: a idéia de governança estaria
centrada no entendimento dos processos pelos quais as políticas públicas são
criadas e implementadas, enquanto a nova administração pública preocuparia-
se fundamentalmente com resultados. Em terceiro lugar, a nova administração
pública constitui-se em um programa de reforma administrativa intra-
organizacioríal, enquanto idéia de governança estaria ligada a uma perspectiva
inter-organizacional. Ãlém disso, e n q u a ritc T 'g r^ K 5 v ^ â d m T ii® ia ^ '“ JJÜBIIcã ’
oferece subsídios para as reformas administrativas partindo do pressuposto de
redução do padrão de intervenção do Estado, as idéias de governança
baseiam-se na manutenção dos recursos públicos sob algum grau de controle
político, além de focalizarem o desenvolvimento da capacidade de atuação do
governo. Assim, argumentam os autores, a idéia de governança distancia-se
dos pressupostos ideológicos da nova administração pública,
Podemos concluir que são distintas as aplicações da idéia de
x» governança e os conceitos envolvidos nas utilizações do termo. Governança
pode ser um projeto intelectual de unificação de uma literatura multidisciplinar
em um ^orpo teórico unificado. Por outro lado, governança pode ser^vísWcoMõ-
o conjunto de práticas presentes nas reformas orientadas pelas idéias da nova
administração pública. Ou, ainda, o termo governança pode ser entendido para
além da nova administração pública, envolvendo idéias como relações laterais,
relações inter-institucionais, diminuição dos limites jurisdicionais e
estabelecimento de redes de cooperação.
Rhodes (2000, 55-60) mapeou diferentes aplicações para a idéia de
governança na literatura de administração pública, tendo encontrado as
seguintes utilizações: a nova administração pública ou gerencialismo; boa
. governança, comparada a eficiência, transparência, meritocracia e equidade;
interdependência internacional e inter-jurisdicional; sistemas de gestão não
governamentais; a nova economia política, incluindo a mudança da provisão
estatal de serviços para o Estado regulador; redes de gestão.
Em um detalhado levantamento bibliográfico, Frederickson (2007)
quadro 1.
9
QUADRO 1
Conceitos de governança na literatura de
Administração Pública e Políticas Públicas
3 Grifo do original.
11
De forma semelhante, Diniz (1997) investiga os conceitos de
governabilidade e governança, relacionando-os, porém, com a reforma do
Estado, A autora analisa a evolução do conceito de governabilidade e afirma
que, em suas versões mais recentes, "viria a confundir-se com o conceito de
govérnance" (Diniz, 1997, 37). A governança, no entanto, apresentaria três
dimensões centrais: capacidade de comando e de direção do Estado,
capacidade de coordenação do Estado e capacidade de implementação?"
aspecto destacado pela autora como essenciaíparã uma reforma democrática
que buscasse superar a crise do Estado. Recorrendo também a uma das
definições do Banco Mundial sobre governança, a autora destaca as diferenças
entre os conceitos de governabilidade e governança da seguinte forma:
12
"É exatamente essa versão eclética da governabilidade que
reaparecerá nos anos 90 na agenda do Banco Mundial e de outras
instituições multilaterais, já agora na forma.de uma preocupação mais
limitada ao que chamaram delgóvernance ou good governance^ (...)
Esta nova definição aumenta apenas o rigor no detalhamento
institucional do que seria um governo pequeno, bom, e sobretudo
confiável do ponto de vista da comunidade internacional'' (Fiori: 1998,
38).
13
G overnança nas p o lítica s recentes de gestão púb lica
14
Em segundo lugar, a idéia de governança assume significado distinto, ao
ser associada com a superação do modelo burocrático de gestão em direção
às idéias da nova administração pública, também chamada administração
gerencial: ,
4 Grifo do original.
15
governamental5, novas representações sobre a relação Estado e sociedade,
sobre o papel do governo, e da burocracia federal são produzidas.
Com a dissolução do MARE, a política de gestão pública é transferida,
em janeiro de 1999, para ' Ministério Orçamento e Gestão6, mais
especificamente para a SEGES (Secretaria de Gestão). No ano seguinte, a
SEGES publica o documento "Gestão Pública Empreendedora” no qual define
sua política de gestão pública (SEGES, 2000). É importante observar que este
documento não faz nenhuma referência à idéia de governança, nem à crise do
modelo burocrático de administração, tão pouco à crise do Estado - idéias
fundamentais para a representação sobre o Estado brasileiro no interior Plano
Diretor. A idéia de eficiência e da implantação da nova administração pública
(ou administração gerencial) também perde centralidade no discurso a respeito
da administração pública. De acordo com o documento, as deficiências
presentes na administração pública não repousam sobre um modelo específico
de administração, mas em sua forma de gestão, nas práticas e métodos
administrativos cotidianos. Assim, o documento propõe uma “transformação
gerencial”, por meio da atuação pontual e focalizada em órgãos da
administração federal, questionando a idéia de reforma do Estado; Em termos
da operacionalização da política de gestão pública, a SEGES passa a vincular
suas ações ao suporte do Piano Plurianual "Avança Brasil” , assessorando os
órgãos do governo federal na implantação dos programas previstos no Plano,
deslocando o foco das ações anteriormente previstas no Plano Diretor.
5 Sobre a dinâmica de entrada e saída da política de retorma da agenda governamental, ver Capella,
2004.
6 O M inistério de O rçam ento e Gestão (M OG) se transform aria, meses depois, em Ministério do
O rçam ento, Planejam ento e Gestão (M POG).
16
Plano Plurianual (2004-2007), à semelhança da estratégia da SEGES no
período anterior.
A idéia de governança volta a ser utilizada no documento orientador das
ações no período (SEGES, 2003). De acordo com o documento, o país sofre
de um "défict institucional” , entendido como a "ausência do Estado onde este
deveria estar atuando” (SEGES, 2003, 08). O "défict institucional” seria o
resultado de um processo histórico, marcado pela ausência de mecanismos de
Estado na garantia de direitos civis e sociais básicos. O “déficit” se manifesta
na incapacidade governamental em cumprir suas funções básicas e na baixa
qualidade dos serviços prestados. “A marcante e crescente desigualdade
social, a exclusão e a insegurança que assolam a sociedade brasileira” seriam
reflexos da falta de governança, ou seja, da incapacidade do Estado em
formular e implementar políticas (SEGES, 2003, 09). Assim, o documento
defende transformações (ao invés de reformas) na administração pública:
“Significativas transformações na gestão pública serão necessárias para que se
reduza o déficit institucional e seja ampliada a governança, alcançando-se mais
eficiência, transparência, participação e um alto nível ético" (SEGES, 2003,
0 9 )7 .
^A governança seria, portanto, a resposta para o “déficit institucional"^
diagnosticado como o maior problema a ser superado pela política de gestão
pública. Ainda segundo o documento, a governança é definida da seguinte
forma: “Aumentar a governança é promover a capacidade do governo em
formular e implementar políticas públicas e em decidir, entre diversas opções,
qual a mais adequada” (SEGES, 2003, 09).
Portanto, a idéia de governança apresentada vincula-se à capacidade de
governo, porém em uma perspectiva diferente daquela apresentada no Plano
Diretor. Em lugar de enfatizar eficiência administrativa e financeira, a
governança teria como objetivo outros valores adicionais, como transparência,
participação e ética. Mas, talvez a mais importante distinção entre as duas
perspectivas, é o fato de a governança ser considerada como o produto final da
política de gestão (visão do Plano Diretor), ou como condição essencial para o
sucesso dessa política (visão da SEGES sob o governo Lula). A aüsência de
7 Grifo do original.
17
um entendimento claro sobre o conceito e a conseqüente a ambigüidade da
idéia de governança permite seu emprego de forma situacional, de acordo com
o contexto das idéias mais gerais nas quais se insere.
18
As idéias se apresentam como argumentos em defesa de diferentes,
visões de mundo. Assim, os autores que destacam o papel das idéias
enfatizam a centralidade do discurso, da interpretação, da representação
simbólica, entendendo que a produção de políticas se aproxima mais do
processo de argumentação do que de técnicas formais de solução de
problemas. "As politicians know only too well but social scientists too often
sasBBBBgaaaâa»flflB»eaar
forget, public policy is made of language. W hether in written or oral form,
argument is central in ali stages of the policy process” (Majone, 1989, 01).
A crescente utilização da idéia de governança parece derivar
precisamente do fato de o conceito não comportar significados e limites muito
precisos. O significado do termo governança depende da forma ^como^as
pessoas o interpretam, utilizam, ou respondem a ele. A idéia de governança
pode assumir mais de um significado ao mesmo tempo, pode significar coisas
diferentes para pessoas diferentes, pode ainda significar coisas distintas em
distintos contextos. Neste sentido, governança é um símbolo, coletivamente
criado, que molda as percepções como instrumentos políticos de influência.e
controle. Como descreve Stone (2002,137),
"A symbol is anything that stands for something else. (...) It can be an
object, a person, a place, a word, a song, an event, even a logo on a
T-shirt. The meaning of a Symbol is not intrinsic to it, but is invested in
it by the people who use it. In that sense, symbols are collectively
created. Any good symbolic device, one that works to capture the
imagination, also shapes our perceptions and suspends skepticism, at
least temporarily. Those • effects are what make symbols political
devices. They are means of influence and control, even4hough it is
often hard to tell with symbols exactly who is influencing whom”
de vista adotado.
20
a
De forma geral, nas políticas de gestão pública, governança é ainda uma
idéia sempre ligada a soluções positivas para o Estado e a administração
pública, independente do diagnóstico estabelecido. Seja o problema detectado
como a crise de um Estado burocrático, ou a "ausência de Estado”, a
governança é sempre apresentada como um valor em si próprio. Neste sentido,
o termo aproxima-se das chamadas valence issues (Baumgartner e Jones,
1993). Valence issues s ^ ^ u e s tõ e F a p re s e n ta 3 a s ^ m õ T n q u e s fiü rf§ ^ lffle ? rt^
legítimas, de forma que defender o ponto de vista contráfTô’^ e lo rn IT J rF â T ÍM rã ” ''
extremamente difícil, senão impossível. Quase todas as questões podem
assumir características de valence issues, desde que estrategicamente
representadas como tal. Se a governança é associada ao aumento da
eficiência, à melhoria da prestação dos serviços públicos, como podemos nos
colocar contrariamente a essa idéia? Este tipo de representação reforça os
argumentos da política proposta, dificultando a legitimação de soluções
contrárias. Posições divergentes tendem a se manifestar apenas no
detalhamento das ações a serem desenvolvidas - por exemplo, na forma de
obter maior capacidade das ações governamentais.
Assim, a idéia de governança é associada a soluções positivas
relacionadas a mudanças que promoveriam a modernização do Estado e da
gestão pública. Governança, neste sentido, implicaria a incorporação de novas
práticas que rompem com as formas tradicionais de administração, em direção
a métodos e estilos de gestão mais modernos. Ao mesmo tempo, governança
significaria uma mudança - em escala global e inevitável para os estudos e a
prática governamental. Ou, ainda, governança representariam mudanças - e
mudanças benéficas.
Considerações finais
21
No plano teórico, a imprecisão do conceito leva a interpretações
bastante distintas. No entanto, é possível perceber uma utilização bastante
comum do conceito, presente em diversas abordagens. Esta utilização comum
relaciona-se ao entendimento de governança como algo além do governo,
envolvendo também suas relações com atores não estatais, unidos em redes
de articulação e cooperação. De fato, as rápidas transformações pelas quais
passam os Estados e os níveis sub-nacionais de governo têm profundas
implicações sobre os estudos em administração pública e políticas públicas.
Neste septido, cabe questionar se a utilização da idéia de governança é
realmente útil para as análises na área e se os diversos conceitos de
governança - e seus distintos significados - contribuiriam para a ampliação da
compreensão sobre esses fenômenos.
Por outro lado, algumas abordagens apresentam a governança em
substituição ao próprio governo: “What the people want is less government and
more governance” (Cleveland apud Frederickson, 2007, 283). Como também
observa outra analista: “In public administration and public policy, and to some
extent in the governance literature in IR [International Relations], there is a
tendency to argue that governance now takes place without government”
(Kjaer, 2004, 204)8. A idéia de governança, neste caso, enfatiza o papel das
instituições não-governamentais (sejam elas dirigidas ao lucro ou não) e
enfatiza os processos de privatização, terceirizaçao e a realizaçao aè parcerias
público-privadas, defendendo a superioridade do mercado sobre õ Estàaô. Esta
perspectiva da governança carrega implicitamente uma teoria política
normativa e prescritiva, tendo pouco a contribuir para os estudos sistemáticos
na área de administração pública e políticas públicas uma vez que enfraquece
a ação governamental e o papel do Estado.
No plano da ação governamental, a idéia de governança - aplicada
também de forma indeterminada e ambígua - é invocada para explicar e
justificar mudanças na administração pública e na relação Estado e sociedade,
relacionando estas mudanças, fundamentalmente, a aspectos positivos. Nos
documentos oficiais, governança pode ser tanto a base para a idéia de
"desconstrução” de um Estádo em crise (sem capacidade financeira e
8 Grifo do original.
22
administrativa) quanto pára a construção de um Estado capaz de garantir
direitos civis e sociais básicos.
Dissertando sobre as dificuldades conceituais do termo
“governabilidade", Fiori faz a seguinte afirmação, que poderia ser aplicada à
idéia de governança:
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