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ÁREAS ARDIDAS E
INCÊNDIOS FLORESTAIS EM 2015
PORTUGAL CONTINENTAL
Elaborado por:
Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P./Departamento de Gestão de Áreas Classificadas,
Públicas e de Proteção Florestal
Colaboração:
-Autoridade Nacional de Proteção Civil/Comando Nacional de Operações de Socorro
-Guarda Nacional Republicana
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ÍNDICE
1. PREPARAÇÃO DA ÉPOCA............................................................................................................................................... 4
1.1. REUNIÕES CONJUNTAS (POLÍTICAS E TÉCNICAS) ...................................................................................................................... 4
2. INFORMAÇÃO GERAL .................................................................................................................................................... 5
2.1. NÚMERO DE OCORRÊNCIAS E ÁREAS ARDIDAS......................................................................................................................... 5
2.2. NÍVEL DE CUMPRIMENTO DAS METAS DEFINIDAS NO PLANO NACIONAL DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS ....................... 10
2.3. INFORMAÇÃO METEOROLÓGICA ........................................................................................................................................ 14
2.4. CUSTOS COM A PREVENÇÃO, A EXTINÇÃO E A VIGILÂNCIA (RNPV) ........................................................................................... 18
3. INFORMAÇÃO OPERACIONAL ..................................................................................................................................... 19
3.1. DISPOSITIVO OPERACIONAL ENVOLVIDO NAS AÇÕES DE COMBATE............................................................................................. 19
3.2. NÚMERO DE DIAS POR NÍVEL DE ALERTA .............................................................................................................................. 19
3.3. NÚMERO DE OCORRÊNCIAS POR RISCO DE INCÊNDIO E POR DISTRITO......................................................................................... 20
3.4. NÚMERO DE OCORRÊNCIAS POR PERÍODO HORÁRIO .............................................................................................................. 21
3.5. DURAÇÃO MÉDIA DOS INCÊNDIOS ...................................................................................................................................... 22
3.6. MOBILIZAÇÃO DE COMPANHIAS E DE GRUPOS DE REFORÇO A INCÊNDIOS FLORESTAIS ................................................................... 23
3.7. FORÇA ESPECIAL DE BOMBEIROS E GRUPO DE INTERVENÇÃO PROTEÇÃO E SOCORRO ................................................................... 23
3.8. FORMAÇÃO MINISTRADA ................................................................................................................................................. 24
3.9. EFICÁCIA DO ATAQUE INICIAL (ATI) E DO ATAQUE AMPLIADO (ATA) ........................................................................................ 25
4. PREVENÇÃO ESTRUTURAL .......................................................................................................................................... 25
4.1. ÁREAS INTERVENCIONADAS .............................................................................................................................................. 25
4.2. SAPADORES FLORESTAIS E EQUIPAS OPERACIONAIS DO ICNF ................................................................................................... 26
4.3. FORMAÇÃO MINISTRADA ................................................................................................................................................. 27
4.4. SENSIBILIZAÇÃO ............................................................................................................................................................. 28
5. VIGILÂNCIA E FISCALIZAÇÃO ....................................................................................................................................... 32
5.1. REDE NACIONAL DE POSTOS DE VIGIA ................................................................................................................................ 32
5.2. DADOS POR FONTE DE ALERTA .......................................................................................................................................... 32
5.3. AUTOS-NOTÍCIA LEVANTADOS NO ÂMBITO DO DL N.º124/2006 E EVENTUAIS PROCESSOS-CRIME ................................................. 33
5.4. DETIDOS/IDENTIFICADOS ................................................................................................................................................. 34
5.5. CAUSAS DOS INCÊNDIOS .................................................................................................................................................. 34
5.6. FORMAÇÃO MINISTRADA ................................................................................................................................................. 36
6. ÁREAS PROTEGIDAS E ÁREAS PÚBLICAS E COMUNITÁRIAS SUBMETIDAS AO REGIME FLORESTAL .............................. 36
7. DESCRIÇÃO DOS GRANDES INCÊNDIOS ....................................................................................................................... 36
8. PREJUÍZOS VERIFICADOS............................................................................................................................................. 37
8.1. PREJUIZOS AMBIENTAIS E MATERIAS ................................................................................................................................... 37
8.2. DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS COM OS BOMBEIROS NOS INCÊNDIOS FLORESTAIS DE 2015 ............................................................. 38
9. EMISSÕES DE CO2 ....................................................................................................................................................... 39
10. COOPERAÇÃO INTERNACIONAL .................................................................................................................................. 40
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1. PREPARAÇÃO DA ÉPOCA
Na preparação do dispositivo especial de combate a incêndios florestais para 2014 (DECIF) foi dada continuidade
à realização de diversas reuniões técnicas com os agentes de proteção civil e entidades cooperantes. Em
particular foram levadas a cabo reuniões em todos os distritos com elementos de comando dos Corpos de
Bombeiros, tendo em vista, a recolha de contributos e melhorias com o intuito de proceder à revisão e
elaboração da Diretiva Operacional Nacional. Este trabalho culminou com a aprovação da mesma em sede da
Comissão Nacional de Proteção Civil, no dia 30 de março de 2015. Seguiu-se, nesse mesmo dia a apresentação
pública da mesma, realizada na sede da Autoridade Nacional de Proteção Civil e que contou com a presença de
Sua Excelência o Sr. Ministro da Administração Interna.
Decorrente da aprovação desta diretiva, foram alvo de elaboração e consequente aprovação os 18 planos
operacionais distritais em sede da respetiva reunião comissão distrital de proteção civil e da comissão distrital de
defesa da floresta, seguida de apresentação pública aos órgãos de comunicação social a nível distrital.
No decurso das fases Bravo, Charlie e Delta, houve lugar à realização de briefings diários de acompanhamento e
monitorização da situação que contaram com a presença, em permanência dos oficiais de ligação previstos no
âmbito do Sistema Integrado de Operações de Socorro, complementados pelas reuniões regulares, do Centro de
Coordenação Operacional Nacional, tendo em vista a tomada de medidas de antecipação e reação que a cada
momento a situação foi exigindo. No âmbito deste mecanismo de coordenação institucional foram elaborados
18Comunicados Técnico Operacionais e 12 avisos dirigidos à população, com recomendações preventivas
relativas ao cuidado a ter com os incêndios florestais.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil, através do Comando Nacional de Operações de Socorro, preparou ainda,
ao longo da Fase Bravo e Charlie, diversos briefings operacionais, relativamente à evolução da situação dos
incêndios florestais, à tutela e à Comissão de Agricultura da Assembleia da República.
No âmbito da prevenção estrutural realizaram-se em todos os distritos reuniões das comissões distritais de
defesa da floresta (CDDF) e nos municípios as respetivas reuniões de comissões municipais de defesa da floresta
(CMDF) que resultaram, de entre outros aspetos, na aprovação de 142 planos operacionais municipais (POM).
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2. INFORMAÇÃO GERAL
Em 2015 contabilizaram-se, em Portugal Continental, 15.851 ocorrências, das quais 21% correspondem a
incêndios florestais (com área ardida >=1ha) e 79% a fogachos (ocorrências com área ardida <1ha).
A área ardida foi de cerca de 64.412 hectares, dos quais 37% em povoamentos florestais e 63% em matos,
incluindo pastagens espontâneas (Quadro 1).
O total de ocorrências de 2015 traduz-se num aumento de cerca de 55% em relação a 2014 e a um decréscimo de
25% face à média do decénio anterior. Relativamente à área ardida de 2015 esta sofreu um decréscimo de 38%
face à média dos últimos dez anos. Em termos absolutos os diferenciais face às respetivas médias do período
2005-2014 traduzem-se em menos 5.393 ocorrências e a menos 39.837 hectares ardidos.
Quadro 1 – Distribuição anual do número de ocorrências e área ardida entre 2005 e 2015.
Na Região Autónoma da Madeira registaram-se 76 incêndios (24% dos quais >=1ha) que consumiram 468
hectares de espaços florestais, dos quais 339 hectares de povoamento e 129 hectares de mato (anexo I).
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Os incêndios florestais em Portugal Continental no ano de 2015 afetaram maioritariamente zonas ocupadas por
matos, à semelhança do que se tem verificado na maioria dos anos anteriores (com exceção do ano de 2005).
Figura 1 – Cartografia das áreas ardidas em Portugal Continental em 2015 (Fonte: ICNF; EFFIS/JRC2015)
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Tendo em consideração os valores anuais de ocorrências e área ardida entre 2005 e 2015 é possível destacar os
anos de 2005 e 2014 como outliers por serem anos onde se registaram valores díspares nos parâmetros, sendo
que 2005 apresenta os maiores valores quer de número de ocorrências quer de área ardida e 2014 apresenta os
menores valores de ambos os parâmetros, quando comparados com os restantes anos do decénio. Os anos de
2007 e 2008 registam valores de área ardida da ordem do ano de 2014, ou seja, significativamente inferiores aos
restantes anos analisados (Figura 2).
O ano de 2015 é o terceiro, do período analisado, com menor número de ocorrências (após 2014 e 2008).
O distrito do Porto concentrou 24% do total de ocorrências mantendo-se como o distrito com maior número de
ocorrências (3.797 ocorrências das quais 90% fogachos), seguindo-se Braga e Viseu, o primeiro com 1.850 e o
segundo com 1.417 ocorrências registadas (Quadro 2).
As estatísticas de 2015 compreendem 1.402 reacendimentos registados, os quais representam 9% do total das
ocorrências.
O distrito da Guarda é o que regista maior área ardida de espaços florestais, com 12.016 hectares de superfície
queimada. Quase 40% desta área ardida resultou de um grande incêndio, o maior de 2015, que teve início na
freguesia de Sortelha, concelho do Sabugal, a 22 de agosto e que consumiu 4.661 hectares de espaços florestais
(162ha de povoamentos e 4.499ha de matos).
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O segundo distrito com maior área ardida é Viana do Castelo com mais de 10 mil hectares ardidos.
Quadro 2 – Número de incêndios florestais e área ardida, por distrito, entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2015
Na relação distrital da área ardida/número de ocorrências, visível na figura 3, há dois distritos que se destacam
visivelmente como outliers. O primeiro é o distrito da Guarda por apresentar elevada área ardida e o segundo é o
Porto pelo elevado número de ocorrências (Figura 3).
8/46
14.000
Guarda
12.000
Viana do Castelo
10.000
8.000
Área ardida (ha)
Braga
Viseu
6.000
Bragança Vila Real
4.000
Castelo Branco Aveiro
Porto
Santarém
2.000 Coimbra
Beja
Évora Leiria Lisboa
Portalegre Faro Setúbal
0
0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000
Ocorrências (nº)
Tendo por base os resultados preliminares do 6º Inventário Florestal Nacional e a cartografia provisória dos
perímetros das áreas ardidas em 2015, é possível estimar a superfície ardida segundo a ocupação florestal. Desde
2001 que o pinhal-bravo e o eucaliptal são as duas ocupações mais afetadas anualmente pelos incêndios,
representando, no ano de 2015, a área de povoamentos de pinheiro-bravo 31% do total da área de floresta
ardida e de eucalipto 45% (Figura 4).
9/46
Pinheiro-bravo
0,2%
3% 2%
1% Eucaliptos
2% 7%
Sobreiro
3% 31%
Azinheira
4%
Carvalhos
2%
Pinheiro-manso
Castanheiro
Alfarrobeira
Outras folhosas
2.2. Nível de cumprimento das metas definidas no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios
De acordo com as análises estatísticas do número de ocorrências e áreas ardidas, registadas até ao final de 2015,
é possível fazer uma avaliação de algumas metas operacionais previstas no âmbito do Plano Nacional de Defesa
da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI). Nomeadamente:
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1. Diminuição significativa do número de incêndios com área ardida superior a 1 hectare – Em 2015
registaram-se 3.324 incêndios florestais (área≥1ha) correspondendo a 21% do total de ocorrências
registadas (15.851), traduzindo-se numa redução de 25% face à média decenal;
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
2. Eliminação de incêndios com área superior a 1.000 hectares – Registaram-se 8 ocorrências cuja área
ardida superou os 1.000 hectares, pelo que, esta meta não foi alcançada em 2015. Os incêndios desta
categoria justificam aproximadamente 26% do total de área ardida. Desde 2006 que uma das metas
definidas no PNDFCI é a eliminação de incêndios com área ardida superior a 1000 hectares, meta essa
que foi cumprida apenas no ano de 2008 (Figura 6);
30
25
20
Número
15
10
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Figura 6 – Evolução do número de ocorrências com área ardida superior a 1 000 hectares, desde 2006
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3. Redução do número de reacendimentos a menos de 0,5% do total de ocorrências – Foram registados
1.402 reacendimentos, que representam aproximadamente 9% do total de ocorrências, pelo que esta
meta não foi atingida no ano em análise. Uma das metas definida no PNDFCI foi que o número de
reacendimento entre 2006 e 2012 fosse inferior a 1% do total de ocorrências e que entre 2013 e 2018
não ultrapassasse 0,5% do total de ocorrências. Esta meta foi sempre ultrapassada (Figura 7);
16%
14%
12%
10%
8%
(%)
6%
4%
2%
0%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
% reacendimentos metaPNDFCI
4. Redução da área ardida a menos de 0,8% da área nacional de povoamento (aprox. 25.240ha) entre 2013 e
2018 – Em 2015 arderam 23.740 hectares de povoamento, ou seja, aproximadamente 0,75% da área
nacional de povoamento, cumprindo-se no limiar máximo a meta estipulada no Plano Nacional de Defesa
da Floresta Contra Incêndios neste âmbito. Entre 2006 e 2012 a meta estipulada para a área ardida de
espaços florestais foi de que a mesma não ultrapassasse os 100 mil hectares/ano. A partir de 2013 a meta
definida para este parâmetro é de que a área ardida não ultrapasse 0,8% da área nacional de
povoamentos. Desde a entrada do PNDFCI, em 2006, esta meta foi cumprida em quase todos os anos,
com exceção para os anos 2010, 2012 e 2013 (Figura 8);
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Figura 8 – Evolução da área ardida, entre povoamentos e mato, em Portugal Continental desde 2006
5. Redução a menos de 75 o número de incêndios ativos com duração superior a 24 horas – registaram-se
71 ocorrências com duração superior a 24h em 2015, pelo que, a meta foi cumprida. Desde 2006 a meta
estipulada para o número de ocorrências com duração superior a 24h foi ainda cumprida em 2007, 2008,
2012 e 2014 (a meta estabelecida para o período de 2006 a 2012 foi de menos de 150 ocorrências e a
partir de 2013 e até 2018 a menos de 75 ocorrências), como se pode constatar na figura 9.
350
300
250
Ocorrências (nº)
200
150
100
50
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Nº Ocorrências +24H Meta PNDFCI 2006-2012 Meta PNDFCI 2013-2018
Figura 9 – Evolução do número de ocorrências com duração superior a 24 horas, desde 2006
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2.3. Informação meteorológica
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) O ano de 2015, em Portugal Continental, foi
extremamente seco e muito quente. Neste ano registaram-se 7 ondas de calor: 3 na primavera (1 em março e
duas em maio), 3 no verão (duas em junho e uma em julho) e uma no outono (em novembro). O verão de 2015
(julho e agosto), apesar de classificado como quente e seco, apresentou alternância de períodos curtos de
temperatura elevada com períodos de temperatura relativamente baixa e com alguma precipitação, em especial
na região noroeste. No mês de setembro, em especial na segunda metade, devido a situações de instabilidade
atmosférica e de passagem de superfícies frontais de forte atividade, registaram-se valores muito elevados de
precipitação, classificando-se como um mês extremamente chuvoso e frio.
O índice de severidade diário (DSR) é um indicador da severidade das condições meteorológicas. A análise
cumulativa deste índice no ano de 2015 demonstra um aumento significativo entre maio e julho (Figura 10). A
partir de setembro, em especial da segunda quinzena, as mudanças das condições meteorológicas (com elevadas
quantidades de precipitação) fez diminuir a taxa diária de severidade no território, classificando-se no final do ano
como o quarto mais gravoso desde 2003 (abaixo de 2005, 2012 e 2009).
2.700
2.400
2.100
1.800
1.500
DSR
1.200
900
600
300
0
2-jul
15-abr
9-nov
20-mar
1-jan
11-mai
6-jun
28-jul
14-out
27-jan
22-fev
18-set
5-dez
23-ago
31-dez
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O Quadro 3 e a Figura 11 representam a sazonalidade dos incêndios florestais em 2015. Analisando o número de
ocorrências mensal verifica-se que no período de junho a setembro os valores médios mensais de 2016 foram
sempre inferiores aos respetivos valores médios do decénio 2005-2014. Em contrapartida os valores mensais
superaram as respetivas médias nos meses de março, abril e maio.
No período de julho a setembro, coincidente com a fase de maior empenhamento de meios do dispositivo de
prevenção operacional e combate aos incêndios florestais, contabilizaram-se 52% do total de ocorrências e 68%
da área ardida.
Quadro 3 – Distribuição mensal do número de ocorrências e reacendimentos, entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2015
Ocorrências Reacendimentos
2015
Meses Média Média
Fogachos Incêndios 2015
Total 2005-2014 2005-2014
(Área < 1ha) Florestais
janeiro 145 50 195 212 1 2
fevereiro 173 64 237 992 3 23
março 1.250 674 1.924 1.577 68 75
abril 939 413 1.352 782 124 40
maio 1.027 177 1.204 930 118 43
junho 1.511 250 1.761 1.780 183 134
julho 2.590 501 3.091 3.388 362 283
agosto 2.649 681 3.330 5.128 437 465
setembro 1.466 331 1.797 3.533 88 287
outubro 464 138 602 2.036 14 153
novembro 135 15 150 684 1 25
dezembro 178 30 208 202 3 3
15/46
6000
5000
Número de ocorrências
4000
3000
2000
1000
0
abril
fevereiro
maio
julho
agosto
março
setembro
janeiro
dezembro
outubro
junho
novembro
NºOcorrências 2015 Média 2005-2014
Em termos da área ardida mensal os valores mais elevados registaram-se nos meses de julho e agosto que
representam 61% da área ardida total de 2015, como se depreende da leitura do Quadro 4 e da Figura 12.
Quadro 4 – Distribuição mensal das áreas ardidas, entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2015
16/46
60000
50000
40000
Área ardida (ha)
30000
20000
10000
0
maio
abril
agosto
fevereiro
março
julho
setembro
janeiro
dezembro
junho
outubro
novembro
Área Ardida 2015 Média 2005-2014
O índice meteorológico de risco de incêndio florestal (FWI), que é calculado diariamente pelo Instituto Português
do Mar e da Atmosfera (IPMA), permite estimar um risco de incêndio a partir do estado dos diversos combustíveis
presentes no solo florestal (determinado indiretamente através das observações de elementos meteorológicos).
A variabilidade do risco de incêndio – FWI, durante o ano de 2015, está visível na Figura 13.
35
30
25
20
15
10
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
fwi médio
17/46
2.4. Custos com a prevenção, a extinção e a vigilância (RNPV)
No ano de 2015 apurou-se um custo total de 95,85 M€ no âmbito da prevenção, extinção e vigilância dos
incêndios florestais, dos quais 25,3 M€ com a prevenção estrutural, 67,1M€ com a extinção e 3,4 M€ com a
vigilância, no âmbito da rede nacional de postos de vigia.
A despesa efetuada com a prevenção estrutural na defesa da floresta contra incêndios tem resultado no
investimento em quatro componentes principais (Quadro 5):
Planeamento, com um total de 3,6 M€ associado a despesas de contratação de serviços pelo ICNF e o
funcionamento dos gabinetes técnicos florestais municipais;
Dispositivo, com um total de 8,5 M€ relativos a custos com o apoio ao funcionamento das Equipas de
Sapadores Florestais;
Sensibilização, face às restrições orçamentais não foi possível ao ICNF efetuar qualquer investimento no
âmbito da sensibilização.
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3. INFORMAÇÃO OPERACIONAL
Das 5.085 ativações dos meios aéreos houve atuação em 3.612 missões, das quais 514 não ficaram dominadas.
Com base no quadro meteorológico traçado pelo IPMA conjugado com a monitorização diária da situação
operacional em termos de número de incêndios e níveis de esforço do dispositivo, a ANPC decretou, através dos
respetivos Comunicados Técnicos Operacionais, 33 dias de estado de alerta especial de nível amarelo ou superior
(29 dias de alerta amarelo e 4 dias de alerta laranja).
A entrada e permanência em estados de alerta de nível amarelo ou superior implicam a ativação e prontidão das
equipas de sapadores florestais em vigilância armada.
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Figura 14 – Dias de nível de alerta azul, amarelo ou laranja, decretados pela ANPC, e respetivo número de ocorrências diário
em 2015
O índice FWI do Sistema Canadiano de Indexação do Perigo de Incêndio Florestal é um indicador relativo da
intensidade do fogo, determinada pelas condições meteorológicas e estado de secura da vegetação.
Da distribuição do número de ocorrências por classe de perigosidade resulta que a maior percentagem (30%)
ocorreram na segunda classe de maior perigosidade de incêndio (Muito elevado). A classe de perigosidade
Máxima concentra 1.707 ocorrências correspondendo a cerca de 11% do total (Figura 15).
20/46
4000
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
Braga
Leiria
Lisboa
Beja
Castelo Branco
Portalegre
Coimbra
Vila Real
Guarda
Porto
Viana do Castelo
Setúbal
Aveiro
Bragança
Évora
Faro
Viseu
Santarém
Reduzida Moderada Elevada Muito elevada Máxima
Figura 15 – Distribuição do número de ocorrências por distrito e classe de perigosidade de incêndio em 2015
Cerca de 68% das ocorrências registadas em 2015 tiveram início entre as 08h e as 20h, em detrimento dos
restantes 32% que deflagraram entre as 20h e as 8h.
A evolução horária do número de ocorrências está visível na figura 16 onde é possível analisar que o pico de
ocorrências se regista entre as 14H e as 16H.
21/46
1600
1400
1200
1000
Ocorrências (Nº)
800
600
400
200
0
20:00 - 21:00
21:00 - 22:00
22:00 - 23:00
23:00 - 24:00
00:00 - 01:00
01:00 - 02:00
02:00 - 03:00
03:00 - 04:00
04:00 - 05:00
05:00 - 06:00
06:00 - 07:00
07:00 - 08:00
08:00 - 09:00
09:00 - 10:00
10:00 - 11:00
11:00 - 12:00
12:00 - 13:00
13:00 - 14:00
14:00 - 15:00
15:00 - 16:00
16:00 - 17:00
17:00 - 18:00
18:00 - 19:00
19:00 - 20:00
Ocorrências (nº)
No quadro seguinte encontra-se espelhada a evolução do número de ocorrências por períodos de duração dos
incêndios1 de acordo com a informação constante na base de dados do sistema de gestão de incêndios florestais -
SGIF. Nesse âmbito, cerca de 4% do total de ocorrências tiverem uma duração inferior a 30 minutos e 43% foram
extintas nos primeiros 90 minutos. Permaneceram ativas durante mais de 24 horas 71 ocorrências de incêndios
florestais (Quadro 7).
Duração <30min 30 min-1h 1h-1,5h 1,5h-2h 2h-4h 4h-6h 6h-12h 12h-18h 18h-24h
1-2 dias 2-3 dias 3-4 dias 4-5 dias 5-6 dias 6-10 dias >=10 dias TOTAL
50 9 2 3 1 4 2 15.851
Fonte: SGIF
1
Duração do incêndio corresponde à diferença entre a data/hora de alerta e a data/hora da extinção (data e hora de saída
do último recurso do teatro de operações, ou seja, inclui as fases: 1ª intervenção, dominado, rescaldo e vigilância pós
incêndio)
22/46
3.6. Mobilização de companhias e de grupos de reforço a incêndios florestais
Em 2015, registaram-se 171 mobilizações de grupos de reforço das quais 60 corresponderam à mobilização dos
GRUATA e 111 corresponderam à mobilização de GRIF. Houve ainda lugar à mobilização de 6 equipas de posto de
comando ao nível distrital e de agrupamento distrital, para reforço ou refrescamento da capacidade de comando
e controle das operações. Foram ainda efetuadas 280 mobilizações de máquinas de rasto.
No âmbito da colaboração com as Forças Armadas e em particular no que diz respeito às missões no âmbito do
Plano Lira, um efetivo acumulado de 38 pelotões militares e 14 destacamentos de engenharia em ações de
combate indireto, vigilância, rescaldo e consolidação da extinção, que se traduz num total empenhado de 917
militares e 172 veículos e equipamentos pesados de engenharia.
Quadro 8 – Empenhamento das equipas do GIPS da GNR no combate aos incêndios florestais em 2015
Militares 606 -
Veículos 78 -
Fonte: GNR
A Força Especial de Bombeiros (FEB), unidade da ANPC, tem como missão responder, com elevado grau de
prontidão, às solicitações de emergência de proteção e socorro, a ações de prevenção e combate em cenários de
incêndios, acidentes graves e catástrofes no território nacional. Esta Força esteve presente em 1.625 missões de
apoio no âmbito do combate aos incêndios florestais em ataque inicial (ATI) ou ampliado (ATA) (Quadro 9) e em
461 missões de apoio no âmbito da vigilância, reconhecimento e aos postos de comando (Quadro 10).
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Quadro 9 – Empenhamento das equipas da FEB no combate aos incêndios florestais em 2015
GRUATA 40
TOTAIS 1.625
Fonte: ANPC
TOTAIS 461
Fonte: ANPC
Em virtude da reconhecida importância do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), face às características
únicas do ponto de vista de espécies e habitats protegidos, o mesmo foi objeto de um plano de operações
específico designado Plano Operacional Nacional do Gerês (PONG), à semelhança dos anos anteriores, que contou
com um dispositivo conjunto de defesa da floresta contra incêndios nos domínios da vigilância e primeira
intervenção. No âmbito deste plano decorreram 118 missões de monitorização armada, 5 missões de pré-
posicionamento e 12 missões de ataque a incêndios florestais (10 de ataque inicial e 2 de ataque ampliado).
Na vertente do treino operacional foi dada continuidade a um conjunto de ações de treino, tendo como objetivo
a melhoria do desempenho operacional em algumas áreas específicas onde haviam sido identificadas
necessidades de melhorias. Estas ações foram planeadas pelo CNOS e pelos CDOS e executadas por estes com a
colaboração da FEB e dos Corpos de Bombeiros, durante o primeiro semestre de 2015, tendo sido levadas a cabo
259 ações de treino operacional com a participação direta de 5.293 formandos provenientes dos corpos de
bombeiros e restantes forças integrantes do DECIF.
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Estas ações de treino programadas visaram melhorar o desempenho nas seguintes áreas:
a) Operador de ferramentas manuais;
O ATI consiste na intervenção de meios terrestres de combate a incêndios florestais, de forma musculada,
organizada e integrada, até o mesmo ser considerado dominado pelo Comandante de Operações e Socorro (COS)
ou até ao limite máximo de 90 minutos de intervenção desde o despacho do primeiro meio de ATI. Mediante
avaliação e autorização prévias poderão ser acionados meios aéreos para apoio ao ATI.
A eficácia do ataque inicial e do ataque ampliado foi de 89,7% em ATI e 10,2% em ATA, esta última percentagem
distribuída da seguinte forma:
4. PREVENÇÃO ESTRUTURAL
As atividades de prevenção estrutural induzem não só a um aumento da resiliência do território aos incêndios
florestais, mas também a uma mudança no comportamento da população, adotando uma atitude mais
responsável e de maior respeito pelos espaços florestais.
25/46
No ano de 2015 foram intervencionados cerca de 27.149 hectares de gestão de matos em espaços florestais
incluindo ações de fogo controlado. Foi ainda reportada a beneficiação de cerca de 706 pontos de água, de
aproximadamente 10.958 quilómetros de rede viária e executados 3.035 hectares de rede primária de faixas de
gestão de combustível.
A atividade operacional desenvolvida no âmbito das ações de apoio à supressão de incêndios (1ª intervenção,
apoio ao combate, rescaldo e vigilância pós-incêndio) pelas equipas de sapadores florestais (eSF) e pelas equipas
do Corpo Nacional de Agentes Florestais (CNAF) do ICNF em 2015, até 15 de outubro, constam do quadro 11.
Nesse período estas equipas realizaram 1.567 serviços, dos quais 489 no âmbito da primeira intervenção (31% da
atividade operacional), 442 serviços no apoio ao combate (28% da atividade operacional), 554 serviços de
rescaldo (35% da atividade operacional) e 82 serviços de vigilância pós-rescaldo (5%) da atividade operacional).
Registaram-se ainda 293 mobilizações destas equipas sem intervenção (correspondem a deslocações das equipas
por solicitação do CDOS, em que a equipa ou acaba por não fazer intervenção nalguns casos por se tratar de um
falso alarme).
Conforme se pode constatar pela leitura do quadro 11, os distritos que registaram maior atividade operacional
foram Porto (15,3% do total da atividade operacional) e Viana do Castelo (15,1% do total da atividade
operacional).
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Quadro 11 – Número de serviços efetuados por distrito, no âmbito da 1ª intervenção, apoio ao combate, rescaldo e vigilância
pós incêndio, pelas equipas de Sapadores Florestais e CNAF, no ano de 2015
Número de serviços
Número de
Distrito Primeira Apoio ao Vigilância pós Total %
ESF + CNAF Rescaldo
intervenção combate incêndio
Aveiro 9 5 4 8 0 17 1,1
Beja 5 1 1 1 0 3 0,2
Braga 15 9 6 10 0 25 1,6
Bragança 10 19 20 9 11 59 3,8
Castelo Branco 19 41 42 37 4 124 7,9
Coimbra 24 39 43 44 10 136 8,7
Évora 3 1 2 1 0 4 0,3
Faro 8 4 2 4 0 10 0,6
Guarda 26 29 29 40 11 109 7,0
Leiria 14 28 23 21 5 77 4,9
Lisboa 7 36 30 26 1 93 5,9
Portalegre 12 6 6 4 1 17 1,1
Porto 13 90 58 89 3 240 15,3
Santarém 17 81 65 43 8 197 12,6
Setúbal 1 0 0 0 0 0 0,0
Viana do Castelo 22 54 48 119 16 237 15,1
Vila Real 29 8 13 26 1 48 3,1
Viseu 28 38 50 72 11 171 10,9
No âmbito do programa de sapadores florestais foram ministradas ações de formação, durante o ano de 2015, a
grande parte dos elementos constantes nestas equipas. Os temas versaram essencialmente:
27/46
g) Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.
Grande parte das ações foi ministrada pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), com quem o
ICNF celebrou um protocolo de colaboração, sendo as restantes ministradas por entidades privadas acreditadas e
pela Escola Nacional de Bombeiros (ENB), num total de 85 elementos.
4.4. Sensibilização
No que concerne à sensibilização o ICNF apresentou para 2015 um plano intitulado “Pela defesa da floresta –
Sensibilização 2015” com os seguintes objetivo operacionais estabelecidos:
Sensibilizar a população para o valor ambiental, social e económico da floresta e Áreas Protegidas;
Sensibilizar a população para a participação ativa na gestão, defesa e conservação da floresta e Áreas
Protegidas;
Diminuição do número de incêndios (ignições) pela redução dos comportamentos de risco e divulgação
das regras a cumprir no uso do fogo;
Sensibilizar os pastores para o licenciamento das queimadas de renovação das pastagens e para que estas
sejam efetuadas com acompanhamento ou por equipas credenciadas no uso do fogo controlado;
Sensibilizar os operadores florestais e agrícolas, bem como todos os que trabalham nas matas e
respetivas envolventes para o cumprimento das obrigações legais na utilização de maquinaria e
equipamento e das restrições nas áreas condicionadas.
Aumento da resiliência do território à passagem do fogo e redução das áreas ardidas pela melhoria da
gestão dos espaços florestais, gestão de combustíveis à volta dos aglomerados populacionais e das
edificações isoladas e adoção de práticas de silvicultura preventiva.
Para a prossecução e êxito no cumprimento destes objetivos, na realização destas ações de divulgação e
sensibilização, além dos meios próprios do ICNF, I.P., contou-se com a colaboração de várias entidades públicas e
privadas com intervenção no território e proximidade às populações.
As parcerias passaram pela colaboração em diversas ações de sensibilização, pela afixação de cartazes nas
estações da REFER, centros de saúde da região LVT, bem como pela divulgação de notas técnicas e passagem de
spot publicitário, tendo em conta o público-alvo e período de divulgação por via dos destaques do portal do ICNF,
newsletter do IFAP e Bolsa de Terras e facebook da Bolsa de Terras.
28/46
A execução das ações programadas, conforme quadro infra, correspondeu e superou no geral o planeado, com
exceção das ações de sensibilização destinadas a pastores, cuja concretização evidencia dificuldades práticas.
Os materiais de divulgação/sensibilização produzidos pelo ICNF, I.P. e pela SEDRF foram disponibilizados e
publicitados no sítio digital do ICNF, I.P.
2015
Nº de ações previstas
Objetivo da ação Público-alvo
(anuais) Nº de ações efetuadas
** Neste valor estão contabilizadas as ações de sensibilização efetuadas nos centros das áreas protegidas às escolas, as quais constituem um grande
incremento deste valor.
Folhetos
Proteja a sua casa dos incêndios florestais;
Queimas e queimadas;
Acesso, circulação e permanência — condicionamento no espaço rural;
Maquinaria e equipamento — regras de defesa da floresta contra incêndios,
Proteja e usufrua da sua floresta.
Flyer
Comportamentos de risco associados às atividades agrícolas e florestais.
29/46
Cartazes
Risco de Incêndio floresta;
Cartaz queimas e queimadas;
Cartaz como fazer uma queima em segurança.
Mensagens
30/46
Emissão de mensagens associadas à assinatura de email
Em 2015 toda a correspondência interna e externa eletrónica do ICNF, I.P. passou a funcionar como mais um
veículo de transmissão de mensagem com a associação de uma imagem dinâmica com a passagem sequencial
de frases associadas aos slogans Portugal sem fogos depende de todos e Portugal pela Floresta. Este
procedimento foi adotado por várias entidades do Estado, nomeadamente DRAP’s, IFAP e Bolsa Nacional de
Terras.
Durante o ano de 2015 foi divulgado o spot produzido em 2014, sendo amplamente divulgado com passagem
nos principais canais de televisão em serviço público e no portal e balcões de atendimento ao público de
diversas entidades (ICNF, I.P., DRAP’s, Bolsa Nacional de Terras, IFAP, Loja e Portal da Parques de Sintra-Monte
da Lua, S.A, Lojas dos CTT.
Foi também criada uma página no Facebook da iniciativa “Portugal pela Floresta” onde foram divulgadas
inúmeros eventos e atividades ligadas ao setor florestal e conservação da natureza.
A GNR efetuou 2.462 ações de sensibilização dirigidas a 31.691 participantes distribuídos pelos seguintes
públicos-alvo:
• 2.701 - Agricultores;
• 15.071 – Escolas;
• 300 - Autarquias;
• 11.086 – População em geral;
• 334 – Caçadores;
• 175 – Campistas;
• 637 – Residentes Isolados;
• 329 – Produtores Florestais;
• 153 – Pescadores;
• 295 – Apicultores;
• 610 – Outros.
A Polícia de Segurança Pública (PSP), em resultado da sua atividade operacional no âmbito da defesa da floresta,
realizou 702 ações de sensibilização, abrangendo um público de 10.230 pessoas, sendo abordadas as seguintes
temáticas:
31/46
a) Enquadramento legal e esclarecimentos sobre a prevenção e proteção das Florestas contra Incêndios;
c) Cuidados a ter no uso e manuseamento dos artefactos pirotécnicos (sendo que o licenciamento deste
material é da competência da PSP)
5. VIGILÂNCIA E FISCALIZAÇÃO
Na Fase Bravo de 2015 (15 de maio a 30 de junho), foram ativados os 72 postos de vigia da rede primária (RNPV)
em horário diurno, nos quais prestaram serviço 144 vigilantes.
Na Fase Charlie (1 de julho a 30 de setembro) foram ativados (24 horas por dia) os restantes 158 postos de vigia
que exigiram a contratação de mais 776 vigilantes.
Relativamente aos alertas dos incêndios no ano de 2015, cerca de 56% dos alertas foram dados por populares.
Aproximadamente 16% das ocorrências foram alertadas via 112 e cerca de 9% pelos postos de vigia (Quadro 13 e
Figura 17).
32/46
Quadro 13 – Número de ocorrências por fonte de alerta de incêndio em 2015
Outros 2.910
Populares 8.799
Total 15.851
Fonte: SGIF
188
(1%)
1.378 2.477 99
(9%) (16%) (1%) 112
CDOS
Outros
2.910 Populares
(18%) Postos de vigia
Sapadores Florestais
8.799
(55%)
As ações de fiscalização realizadas pela GNR no âmbito do Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho alterado pelo
Decreto-Lei n.º17/2009, de 14 de janeiro, relativas ao Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios, resultaram
na elaboração de 2.676 autos de contra ordenação e em 5.864 autos instaurados por crime de incêndio.
33/46
A PSP, no âmbito do mesmo Decreto-Lei e da Diretiva Operacional Nacional do DECIF de 2015, efetuou 5.077
ações de vigilância/fiscalização, detetou 335 situações de incumprimento e procedeu ao levantamento de 145
Autos de Notícia por Contraordenação. A PSP identificou ainda no âmbito contraordenacional e criminal 153
cidadãos.
5.4. Detidos/identificados
A GNR deteve 74 indivíduos por crime de incêndio, apanhados em flagrante delito, e identificou 902 suspeitos por
fundada suspeita da prática do mesmo crime.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) procedeu, no mesmo âmbito, à detenção de dois cidadãos em situação de
flagrante delito.
Das 15.851 ocorrências registadas em 2015 a Guarda Nacional Republicana – Serviço de Proteção da Natureza e
do Ambiente (GNR/SEPNA) procedeu à investigação de 12.114 ocorrências (76% do total), sendo que em 3.872
não foi possível apurar a causalidade efetiva.
Do universo das ocorrências investigadas e com causa apurada (8.242), cerca de 47% estão associadas a
comportamentos negligentes, essencialmente pelo uso do fogo (89%), com destaque para as queimadas (2.490
ocorrências, ou seja, 71% das ocorrências resultantes do uso do fogo). O incendiarismo (classe que enquadra
motivações como o vandalismo, a provocação dos meios de combate aos incêndios, as manobras de diversão, ou
os conflitos com vizinhos e vinganças) esteve na origem de 33% das ignições com investigação concluída pela
GNR/SEPNA (Quadro 14).
É possível agregar o universo das causas investigadas em cinco grandes grupos em função do tipo de causa,
consoante seja: negligente, desconhecida, intencional, natural ou resultado de um reacendimento (Figura 18).
34/46
1.402
133 (12%)
(1%)
3.909
(32%)
2.798
(23%)
3.872
(32%)
Reacendimentos 1.402
Total de ocorrências investigadas 12.114
35/46
5.6. Formação ministrada
Ao longo do ano de 2015 a GNR promoveu a formação da totalidade dos vigilantes que guarneceram os postos de
vigia da Rede Nacional de Postos de Vigia.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P. (ICNF), no âmbito das suas competências como
Autoridade Nacional para a Conservação da Natureza e Biodiversidade e como Autoridade Florestal Nacional, é
responsável pela gestão das áreas protegidas de âmbito nacional e pela gestão direta de áreas públicas e
comunitárias submetidas ao regime florestal. As áreas protegidas ocupam, aproximadamente, 680,8 mil hectares
compreendendo no conjunto das áreas de âmbito nacional, um parque nacional, 13 parques naturais, 9 reservas
naturais, duas paisagens protegidas e 7 monumentos naturais. A área de terrenos submetidos ao regime florestal
sob gestão do ICNF é de cerca de 523 mil hectares, sendo cerca de 55 mil hectares de Matas Nacionais (MN) e a
restante área de baldios e terrenos autárquicos organizados em Perímetros Florestais (PF).
No que respeita à Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP), de acordo com cartografia provisória de áreas
ardidas de 2015 (disponibilizada pelo European Forest Fires Information System do Joint Research Center) ardeu
um total de cerca de 6.040 hectares, uma afetação correspondente a 0,88% da área total da RNAP.
A área ardida mais extensa em áreas protegidas afetou o PN da Serra da Estrela onde arderam 3.410 hectares de
espaços florestais, correspondentes a 0,4% da área do Parque.
De acordo com a mesma informação cartográfica a taxa de incidência dos incêndios florestais em 2015 nas matas
do Estado e perímetros florestais foi de aproximadamente 2,3% (11.830ha ardidos), toda ela em perímetros
florestais.
Em 2015 registaram-se 97 incêndios florestais com área ardida igual ou superior a 100 hectares (Anexo II), dos
quais resultaram 40.696 hectares de área queimada, cerca de 63% do total nacional, entre povoamentos
(15.629ha) e matos (25.067ha). No que concerne a incêndios com área mínima de 500 hectares registaram-se 23
ocorrências que percorreram aproximadamente 26.944 hectares de espaços florestais (quadro 15).
36/46
Quadro 15 - Síntese dos grandes incêndios ocorridos em 2015
8. PREJUÍZOS VERIFICADOS
A metodologia utilizada para a determinação do valor dos prejuízos resultantes dos incêndios florestais tem por
base o cruzamento da cartografia das áreas ardidas em Portugal Continental, dada pelo EFFIS – European Forest
Fire Information System com a informação estatística obtida pelo Inventário Florestal Nacional de 2010 (IFN 6) e a
aplicação dos critérios considerados na matriz estruturante do valor das florestas da Estratégia Nacional para as
Florestas, para a componente do risco relativo aos incêndios florestais, sendo o valor obtido extrapolado para o
valor da área ardida dado pelo SGIF
A estimativa de prejuízos ambientais e materiais no ano de 2015 é de cerca de 119,4 milhões de euros, valor este
inferior em quase 54 milhões de euros do prejuízo médio do decénio anterior, na ordem dos 173 milhões de
euros (quadro 16).
37/46
Quadro 16 – Perdas em euros resultantes dos incêndios florestais
O empenhamento operacional efetuado em 2015, no âmbito do combate aos incêndios florestais, resultou numa
despesa extraordinária que se aproxima dos 9 milhões de euros (Quadro 17). A reparação de veículos foi o tipo de
despesa que efetivou maior gasto (80 % do total da despesa extraordinária). Em termos distritais, os distritos de
Viseu, Guarda e Santarém foram aqueles que registaram o total de despesa mais elevado.
38/46
Quadro 17 – Despesas Extraordinárias com os bombeiros nos incêndios florestais em 2015
Castelo Branco 0,00 474 295,67 52 395,56 79 261,78 0,00 605 953,01
Vila Real 0,00 526 695,84 67 234,01 60 354,00 0,00 654 283,85
Viseu 0,00 697 347,56 163 902,82 79 907,93 35,00 941 193,31
TOTAL 0,00 7 231 979,95 907 917,64 855 163,89 252,63 8 995 314,11
9. EMISSÕES DE CO2
Desde 2006 apenas se destacaram três anos, 2010, 2012 e 2013 nos quais as perdas anuais em produtos e
serviços prestados pelos ecossistemas florestais e as emissões de CO22 superaram o limiar de perdas admitido no
Plano Nacional Defesa Floresta Contra Incêndios (PNDFCI). Este limiar foi definido com base na meta dos
100.000ha/ano para 2012 estabelecida no PNDFCI (Figura 19) e que deixa de se aplicar a partir de 2013 uma vez
2
Fonte: Potential for CO2 emissions mitigation in Europe through prescribed burning in the context of the Kyoto Protocol;
Caroline Narayan a,*, Paulo M. Fernandes, Jo van Brusselen a, Andreas Schuck a a European Forest Institute, Torikatu 34,
FIN-80100 Joensuu, Finland Departamento Florestal & Centro de Estudos em Gestão de Ecossistemas (CEGE),Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real, Portugal; 7 June 2007
39/46
que a meta definida para o período 2013-2018 implica a redução da área ardida de povoamento para menos de
0,8% da área de povoamento em Portugal Continental (aproximadamente 25.240ha)
No âmbito do protocolo celebrado entre a República Portuguesa e o Reino de Espanha, relativo à cooperação
Técnica e Assistência Mútua em matéria de Proteção Civil, há registo de 22 ocorrências em Portugal que
contaram com o apoio de Espanha, efetivado com 134 combatentes, 19 veículos e 26 meios aéreos. Portugal
auxiliou no combate a 9 incêndio em Espanha empenhando um efetivo de 284 combatentes e 80 veículos e 3
meios aéreos, sendo que o principal apoio foi prestado ao incêndio de Acebo, na serra da Gata, Cáceres no
dia 08 de Agosto com o empenhamento de uma companhia de reforço para incêndios florestais composta por
103 bombeiros e 33 veículos.
40/46
41/46
ANEXOS
42/46
ANEXO I
43/46
ANEXO II
Lista dos incêndios registados em 2015 com área mínima de 100 hectares
44/46
Castelo Branco Covilhã / Verdelhos 16-07-2015 356 221 577
Guarda Guarda / Arrifana 16-07-2015 33 150 183
Vila Real Montalegre / Meixide 21-07-2015 0 154 154
Vila Real Chaves / Vilarelho da Raia 23-07-2015 22 105 127
Bragança Carrazeda de Ansiães / Beira Grande 24-07-2015 0 100 100
Guarda Trancoso / Freches 24-07-2015 70 95 165
Bragança Carrazeda de Ansiães / Lavandeira 26-07-2015 0 520 520
Vila Real Chaves / Outeiro Seco 27-07-2015 30 225 255
Vila Real Valpaços / Santa Valha 27-07-2015 9 106 115
Évora Portel / Alqueva 27-07-2015 594 129 723
Guarda Sabugal / Casteleiro 02-08-2015 127 1.031 1.158
Castelo Branco Oleiros / Álvaro 03-08-2015 583 172 755
Guarda Vila Nova de Foz Côa / Castelo Melhor 06-08-2015 32 109 141
Viseu Mangualde / Póvoa de Cervães 06-08-2015 30 955 985
Leiria Pedrógão Grande / Graça 06-08-2015 501 49 550
Leiria Alcobaça / Pataias 07-08-2015 148 0 148
Braga Terras de Bouro / Valdosende 07-08-2015 200 458 658
Viana do Castelo Vila Nova de Cerveira / Candemil 08-08-2015 480 2.544 3.024
Viana do Castelo Monção / Longos Vales 08-08-2015 100 44 144
Viana do Castelo Valença / Taião 08-08-2015 82 201 283
Viana do Castelo Monção / Sá 08-08-2015 550 555 1.105
Viana do Castelo Ponte da Barca / Cuide de Vila Verde 09-08-2015 70 36 106
Braga Vieira do Minho / Cantelães 09-08-2015 116 9 125
Braga Terras de Bouro / Balança 09-08-2015 100 120 220
Braga Cabeceiras de Basto / Cabeceiras de Basto 09-08-2015 75 319 394
Coimbra Miranda do Corvo / Miranda do Corvo 09-08-2015 686 29 715
Vila Real Montalegre / Tourém 09-08-2015 3 184 187
Viana do Castelo Ponte de Lima / Poiares 09-08-2015 71 122 193
Viana do Castelo Arcos de Valdevez / Couto 10-08-2015 108 30 138
Viana do Castelo Arcos de Valdevez / Sabadim 10-08-2015 50 58 108
Aveiro Arouca / Espiunca 10-08-2015 282 71 353
Coimbra Penacova / Penacova 10-08-2015 133 5 138
Coimbra Penacova / Oliveira do Mondego 10-08-2015 117 1 118
Braga Póvoa de Lanhoso / Travassos 10-08-2015 22 110 132
Braga Póvoa de Lanhoso / Friande 10-08-2015 40 332 372
Braga Terras de Bouro / Chamoim 10-08-2015 100 25 125
Viseu Mangualde / Mangualde 10-08-2015 82 679 761
Guarda Gouveia / Mangualde da Serra 10-08-2015 372 2.130 2.502
Porto Penafiel / Santa Marta 10-08-2015 45 62 107
45/46
Viseu São Pedro do Sul / Candal 11-08-2015 1 169 170
Viseu Cinfães / Ferreiros de Tendais 11-08-2015 0 170 170
Viseu Sernancelhe / Lamosa 11-08-2015 41 169 210
Vila Real Chaves / Bobadela 21-08-2015 82 100 182
Vila Real Montalegre / Gralhas 22-08-2015 0 360 360
Vila Real Ribeira de Pena / Canedo 22-08-2015 70 60 130
Vila Real Alijó / Pegarinhos 22-08-2015 140 294 434
Guarda Sabugal / Sortelha 22-08-2015 162 4.499 4.661
Guarda Trancoso / Póvoa do Concelho 22-08-2015 60 103 163
Vila Real Chaves / Águas Frias 29-08-2015 45 90 135
Bragança Macedo de Cavaleiros / Talhas 29-08-2015 1 125 126
Bragança Macedo de Cavaleiros / Espadanedo 30-08-2015 170 400 570
Castelo Branco Covilhã / Barco 30-08-2015 52 118 170
Coimbra Coimbra / Almalaguês 30-08-2015 127 125 252
Viseu Moimenta da Beira / Vilar 30-08-2015 41 321 362
Viana do Castelo Valença / Cerdal 03-09-2015 7 112 119
Viana do Castelo Monção / Barbeita 04-09-2015 134 90 224
Bragança Freixo de Espada à Cinta / Mazouco 04-09-2015 0 240 240
Porto Valongo / Campo 06-09-2015 110 78 188
Braga Fafe / Gontim 06-09-2015 15 178 193
Braga Vieira do Minho / Mosteiro 07-09-2015 30 80 110
Aveiro Arouca / Canelas 07-09-2015 255 5 260
Viana do Castelo Monção / Barbeita 08-09-2015 65 40 105
Vila Real Sabrosa / Passos 08-09-2015 1 124 125
Bragança Vinhais / Vilar de Lomba 11-09-2015 3 193 196
Bragança Bragança / Babe 12-09-2015 0 109 109
Faro Monchique / Marmelete 01-10-2015 0 203 203
Aveiro Arouca / Covelo de Paivó 02-10-2015 0 221 221
TOTAL 15.629 25.067 40.696
46/46