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Educação à distância, comodismo para a

sociedade, reflexo na educação


Educação
O ensino a distância surgiu em decorrência da necessidade social de proporcionar
educação aos segmentos da população não adequadamente servidos pelo sistema
tradicional de ensino.

índice

1. 1. Resumo

2. 2. Introdução

3. 3. Educação à Distância(ead)

1. 3.1 Breve Histórico Da Educação à Distância

2. 3.2 Vantagens E Desvantagens Da Educação à Distância (ead)

4. 4. As Instituições De Educação à Distância Buscam Alunos Ou “clientes”?

1. 4.1 Uma Visão Capitalista De Educação

2. 4.2 Sociedade E Universidade: Conflitos Entre Globalização E Educação

3. 4.3 Profissão Docente E Prática Educativa

4. 4.4 O Equilíbrio Entre O Presencial E O Virtual

5. 5. Educação à Distância: Comodismo Para A Sociedade, Reflexo Na Educação.

1. 5.1 A Desvalorização Do Processo Ensino-aprendizagem

2. 5.2 Reflexos Da Educação No País Do Futebol

6. 6. Conclusão

7. 7. Referências

1. RESUMO
Este tem a finalidade de analisar a Educação à Distancia (EAD) e seu reflexo na
educação, fazendo ainda uma analogia entre o ensino presencial, na tentativa de buscar
uma melhor compreensão entre as duas modalidades de ensino, a qualidade, que é tão
criticada por alguns especialistas. Tendo em vista que a EAD é uma forma de
democratização do ensino superior, tendo o Brasil dimensões continentais, e desta forma
por meio das novas tecnologias alcançar mais pessoas que buscam uma qualificação em
nível de graduação, e praticamente sem sair de casa. No entanto, sem fechar os olhos
para as instituições que não tem compromisso na formação de profissionais.

Palavras-chave: Educação. Universidade. Professor. Qualidade. Tecnologias.


Sociedade.

2. INTRODUÇÃO
O ensino a distância surgiu em decorrência da necessidade social de proporcionar
educação aos segmentos da população não adequadamente servidos pelo sistema
tradicional de ensino. Eles podem ter um papel complementar ou paralelo aos
programas do sistema tradicional de ensino. Por vezes, são a única oportunidade de
estudos oferecida a adultos engajados na força de trabalho e às donas de casa, que não
podem deixar crianças e outras obrigações familiares para frequentarem cursos
totalmente presencias que requerem frequência obrigatória e cujos professores, nem
sempre estão preparados para atender às necessidades do estudante adulto.

É nessa perspectiva que se apresentam os elementos constitutivos de uma nova


ferramenta para democratização do ensino superior no Brasil. Mesmo que, ainda em
fase de adaptação, estes trazem benefícios para uma grande parte da população, no
entanto, por ser uma experiência nova, também deixa alguns reflexos na educação,
principalmente daquele profissional que busca apenas um diploma de curso superior,
deixando de lado a busca pelo conhecimento. Sabendo que esta busca independe de uma
universidade à distância ou com aulas regulares. O bom desempenho da instituição
também depende do aluno. Um dos exemplos são as provas do ENADE, onde muitas
instituições ficam com notas baixas, mas são os alunos, achando que estão protestando
contra algo só contribuem para que sua universidade seja vista como uma instituição de
baixa qualidade. Enquanto outras conseguem boas notas.

O problema surge em decorrência das discussões de teóricos que criticam a Educação à


Distância (EAD) e aqueles que veem uma oportunidade de ensino para quem nunca
tiveram esta chance de estarem em um curso superior, apoiando-se nesses debates,
tentaremos mostrar aqui o equilíbrio entre o presencial e o virtual.

3. EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA(EAD)
3.1 Breve Histórico da Educação à Distância

A Educação a Distância - EAD começou no século XV, quando Johannes Guttenberg,


em Mogúncia, Alemanha, inventou a imprensa, com composição de palavras com
caracteres móveis. Com a criação, tornou-se desnecessário ir às escolas para assistir o
venerando mestre ler, na frente de seus discípulos, o raro livro copiado. Antes, os livros,
copiados manualmente, eram caríssimos e, portanto inacessíveis à plebe, razão pela qual
os mestres eram tratados como integrantes da corte.
Conta à história que as escolas da época de Guttenberg resistiram durante anos ao livro
escolar impresso mecanicamente, que poderia fazer com que se tornasse desnecessária a
figura do mestre.

Na versão moderna, a Suécia registra a primeira experiência nesse campo de ensino em


1883. Em 1840 têm-se notícias da EAD na Inglaterra; na Alemanha foi implementado
em 1856 e nos Estados Unidos, notou-se o ensino por correspondência em 1874. O
início da EAD no Brasil data provavelmente de 1904.

Existe, nos dias de hoje, EAD em praticamente quase todo o mundo, tanto em nações
industrializadas como também em países em desenvolvimento.

Inexistem registros precisos acerca da criação da EAD no Brasil. Tem-se como marco
histórico a implantação das "Escolas Internacionais" em 1904, representando
organizações norte-americanas. Entretanto, o Jornal do Brasil, que iniciou suas
atividades em 1891, registra na primeira edição da seção de classificados, anúncio
oferecendo profissionalização por correspondência (datilógrafo), o que faz com que se
afirme que já se buscavam alternativas para a melhoria da educação brasileira, e coloca
dúvidas sobre o verdadeiro momento inicial da EAD.

Nessa época, a crise na educação nacional já era notada, buscando-se desde então
opções para a mudança do status quo. Vale transcrever a citação contida no relatório de
1906, do Dr. Joaquim José Seabra, Ministro da Justiça e Negócios Interiores (que
abrangia a Educação), ao Presidente da República.

A educação a distância começou, portanto, num momento bastante conturbado da


educação brasileira.

Devido a pouca importância que se atribuía à educação a distância e as muitas vezes


alegadas dificuldades dos correios, pouco incentivo recebeu o ensino por
correspondência por parte das autoridades educacionais e órgãos governamentais.

Em 1923, com a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, por um grupo liderado
por Henrique Morize e Roquete Pinto, iniciou-se a educação pelo rádio. A emissora foi
doada ao Ministério da Educação e Saúde em 1936, e no ano seguinte foi criado o
Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação.

Outra experiência surgida em São Paulo foi à do Instituto Rádio Técnico Monitor,
fundado em 1939, com opção no ramo da eletrônica.

Não há registros históricos do surgimento das entidades de EAD brasileiras, o que


dificulta um relato preciso para os estudiosos dessa área educacional.

Em 1941 surge o Instituto Universal Brasileiro, objetivando a formação profissional de


nível elementar e médio.

A Igreja Adventista lançou, em 1943, programas radiofônicos através da Escola Rádio-


Postais de “Voz da Profecia”, com a finalidade de oferecer aos ouvintes os cursos
bíblicos por correspondência.
Afirmam alguns que no Brasil, o Instituto Universal Brasileiro, iniciado em 1940,
parece ser a instituição mais antiga a manter cursos por correspondência. Desde então,
outras instituições deste gênero foram criadas no Brasil, como o Centro de Estudos
Regulares

(C.E.R.), fundado em 1981. O objetivo do C.E.R. era permitir que crianças, cujas
famílias se mudavam temporariamente para o exterior, continuassem a estudar pelo
sistema educacional brasileiro.

3.2 Vantagens e desvantagens da Educação à Distância (EAD)

A Educação à Distância tem sido uma grande ferramenta na formação de professores,


desta forma democratizando o Ensino superior no Brasil, que há algum tempo era mais
elitizado, mesmo tendo as Universidades Federais com ensino gratuito e que
inicialmente, seria para aqueles que não pudessem pagar uma faculdade particular, no
entanto, aconteceu justamente o contrário: os que tinham menos condições financeiras
ficaram fora das universidades, e aqueles, cuja sua situação financeira era mais
estabelecida eram quem acabavam conquistando nos vestibulares uma cadeira nas
faculdades, pois muitos, ou todos eram oriundos de Escolas Particulares, onde o ensino
era de uma qualidade melhor do que o ensino público, que de muito tempo vem se
arrastando.

Sabe-se que nestes tempos também tem havido uma grande invasão de Faculdades à
Distância muitas delas deixando a desejar quanto a sua metodologia de ensino, só que
isso não seria empecilho ou justificativa para que um professor formado por esta
instituição tenha uma atuação deficitária enquanto profissional. A verdade é que muitos
estão apenas em busca de um diploma de nível superior para terem um melhor salário.
Sendo que esta não é uma regra, pois uma parte dos alunos estão mesmo em busca de
conhecimento, sendo este meio o mais viável para ele, uma vez que muitos trabalham e
não teriam tempo de estudarem em um curso regular, e encontram comodidade e
adequação para suas horas de estudos, mesmo sabendo que este requer uma disciplina
maior do aluno, pois ele vai está sozinho para realização de trabalhos, tendo uma data
determinada para entrega dos tais.

O Brasil com sua dimensão continental se torna um país difícil de atender a todos com o
ensino superior regular, as despesas se tornariam de grandes proporções e sabemos que
o interesse em investir em educação é muito pouca, mas com a Educação a Distância
(EAD) isto se torna mais fácil, bastando o aluno ter acesso à internet, que este também é
um problema ainda a ser resolvido, tendo em vista que a internet não chega a todos os
brasileiros, principalmente os que moram em Estados da região Norte e algumas cidades
da Região Nordeste, e quando chegam é de péssima qualidade.

Quando se pensa em EAD, logo vem à ideia de facilidade nos estudos, e uma conclusão
mais rápida, mas, será que muitos formandos terão um aproveitamento de uma
instituição de ensino superior? Será que estarão aptos para o exercício da função?

Diante de questionamentos sobre a qualidade da EAD no Brasil, vale ressaltar que a


flexibilidade de estudo nesta modalidade de ensino é uma característica peculiar que por
sua vez apresenta vantagens e desvantagens. Uma das vantagens é a possibilidade dos
cursistas estudarem no horário de sua conveniência, em vez de frequentarem aulas em
horários pré-estabelecidos pela instituição que oferece o curso. Quase sempre o cursista
pode decidir seu próprio ritmo de estudo e submeter-se a exames quando pensa que está
bem preparado. Representando uma grande conveniência para a sociedade
contemporânea, sobretudo, para o estudante adulto que trabalha em tempo integral e tem
outras obrigações que não podem ser adiadas em favor dos estudos.

Nas questões aqui apresentadas, pode o leitor achar que existe uma contradição entre as
vantagens e desvantagens de estudar em uma Instituição de EAD, achando que é mais
fácil por escolher seu horário de estudo. No entanto, entende-se que esta modalidade de
ensino requer disciplina do aluno, justamente por ele está estudando sozinho, sem
acompanhamento direto de um professor em sala de aula. Dependerá dele mesmo o bom
andamento de seu curso, pois, os estudos devem ser categoricamente instituídos dentro
dos parâmetros de sua disponibilidade, sem o qual, ficará seu curso em uma deficiência
que dificilmente será superada.

Um dos equívocos de muitos alunos é pensar que essa modalidade de curso é apenas
para ter um diploma de ensino superior, esquecendo-se da qualidade, pois, são crianças
que esperam por estes profissionais e, onde teoricamente aplicarão seus conhecimentos.
Mas, como aplicarão algo que não obtiveram durante o curso? Haja vista, que muitos
alunos não fazem os trabalhos, mas sim, encomendam, ou seja, preferem pagar alguém
para fazer, a eles mesmos fazerem e adquirirem conhecimento.

Seja qual for o estilo de aprendizagem do indivíduo, motivação é o elemento chave que
auxilia os estudantes a vencerem barreiras e obter sucesso acadêmico.

Por isto, planejadores e administradores de programas de ensino a distância vem


utilizando, cada vez mais, técnicas de motivação desenvolvidas por psicólogos e
educadores. Inúmeras pesquisas estão sendo desenvolvidas nesta área, visando minorar
as dificuldades comumente apresentadas pelos cursistas.

4. As Instituições de Educação à Distância buscam


alunos ou “clientes”?
4.1 Uma visão capitalista de Educação

A atual conjuntura política e econômica de nosso país e do mundo tem se caracterizado


pela minimização do papel do estado em matéria de políticas sociais e, em particular,
em política educacional.

Segundo Gimeno SACRISTÁN (1992, p. 20), o mundo da economia parece requerer,


tanto na formação de ideias como no desenvolvimento de disposições e condutas,
exigências diferentes das que demanda a esfera política na sociedade formalmente
democrática onde todos os indivíduos, por direito, são iguais ante a lei e as instituições.
No entanto, observa-se que na realidade ocorre justamente o contrário, aqueles que
detêm o capital, estudam nas melhores Universidades e aqueles que não possuem uma
renda considerável, são obrigados a estudarem em instituições de ensino com grande
diferença em seu potencial de ensino, ou seja, de uma qualidade duvidosa. Também,
nota-se que os cursos considerados melhores, tais como: medicina, engenharia, e
outros, por serem cursos que nas instituições públicas (Universidades Federais), em sua
maioria quem passam nos vestibulares, são alunos oriundos de escolas particulares e
que têm condições de fazer um cursinho, já nas Instituições particulares, tais cursos são
caríssimos, cabendo a uma grande maioria da classe menos favorecidas, alunos oriundos
de Escolas Públicas e que não tem condições de fazer um cursinho preparatório, restam-
lhes optar por cursos, dos quais, a elite dominante não escolheria, tais como as
licenciaturas, seja Pedagogia, ou até mesmo bacharelados considerados de sem muita
importância para a elite de nosso país.

Aproveitando esta grande fatia do mercado, há uma grande invasão de Instituições de


Ensino Superior – EAD no mercado brasileiro, e buscam aqueles que não tiveram
oportunidade de estudar em uma Instituição regular, são vistos como verdadeiras
preciosidades, ou fontes de lucro, uma vez que, muitos hoje não têm tempo de cursarem
uma universidade devido à falta de tempo, pois, a comodidade da EAD, facilita em seus
estudos e tarefas e hoje os preços são acessíveis. Embora muito se esquecesse de
verificar a qualidade da Instituição, enveredando por verdadeiras armadilhas.
Importando para os donos destas instituições apenas o lucro e não a qualidade do
ensino.

O desafio para a universidade consiste hoje em oferecer novas formas de acesso aos
conhecimentos que possibilitem a compreensão das ideias e o pensamento analítico e
crítico através da modalidade de educação a distância inserida em propostas
participativas, democráticas consistentes que possam assegurar a qualidade.

O desenvolvimento de projetos políticos de educação numa dimensão colaborativa entre


os sistemas de ensino presencial e o de educação a distância amplia novas
possibilidades às equipes responsáveis, permitindo que se unam para estabelecer pautas
e acordos de trabalho intra ou interinstitucionais direcionados ao desenvolvimento dos
projetos de educação à distância.

É bem verdade que muitos dos problemas são comuns tanto à universidade em
particular quanto à sociedade em geral. Porém, se a universidade não toma distância
crítica para melhor ver a sociedade, ela se perde, e, então, perde a sociedade sua mais
legítima instância de reflexão e de síntese. Se a universidade adere acriticamente aos
"objetivos" da sociedade, hoje mais identificados com a orientação tecnocrática e
gestionária, ela abdica de sua função de formação, de educação e de autonomização dos
sujeitos, em favor da organização da produção e de um pretendido controle das relações
entre indivíduos. Quando obsessivos e reduzidos a uma mera dimensão econômica e
pragmática, os fetichismos da máxima proficiência, da produtividade, da excelência, e a
compulsão pelo conhecimento de pronta aplicação constituem uma ameaça à construção
histórica da universidade crítica. A desfiguração da universidade não vitima somente a
ela; tem como consequência o empobrecimento da própria sociedade, pois esta se
desprovê de sua principal instância reflexiva, cultural e civilizacional.

4.2 Sociedade e universidade: conflitos entre globalização e educação

Avanços alcançados nas esferas da ciência e da tecnologia e disfunções da globalização


no campo social, econômico, político e ético têm claramente efeitos sobre a educação
superior.
“Com a expansão e o vasto domínio da economia
de mercado, a educação superior foi levada a
embaçar o viço de sua capacidade crítica, da
autonomia de pensamento, do hábito da reflexão
radical, da capacidade de compreensão global
da história humana”. As universidades estariam
abdicando de sua função de intermediação entre
o indivíduo, a sociedade civil e o Estado. Com
efeito, as universidades de hoje perderam muito
da utopia social dos anos de 1960 e de 1970, que
lhes atribuía um papel central na
democratização das sociedades e na diminuição
das desigualdades.

O que o pensamento dominante espera hoje da


educação superior tem um foco muito mais
centrado na função econômica e nas capacidades
laborais. As principais demandas atuais têm um
sentido muito mais imediatista, pragmático e
individualista. A ortodoxia neoliberal e suas
práticas levam as universidades a abandonar, ao
menos em parte, sua tradicional vocação de
construção do conhecimento e da formação como
bens públicos, devendo elas passar a adotar o
mercado, e não a sociedade, como referência
central”. ( Sobrinho - 2005).

O conhecimento e a capacidade de aprender e de aplicar, potenciados pela conectividade


universal, tornaram-se a base da competitividade. Então, a educação superior adquire
uma enorme importância como instância produtora das fontes de riqueza, geradora e
disseminadora dos conhecimentos, da capacidade de utilizar os saberes adquiridos e de
aprender ao longo de toda a vida. Esses são os principais fatores da competitividade. Há
uma crença quase determinista no conhecimento como insumo econômico de grande
importância estratégica para a competitividade dos indivíduos, das empresas, das
corporações empresariais e para os países desenvolvidos. É como se não houvesse
nenhum problema na tão glorificada sociedade do conhecimento e em sua correlata
economia do conhecimento. A ideia vendida como verdadeira é a de um saber
planetário, alimentado pelo determinismo da tecnologia como motor e equalizador do
progresso, e da crença religiosa no mercado global substituindo as desigualdades
nacionais e obscurecendo as injustiças no acesso e nos usos do conhecimento. A
comunicação instantânea e planetária seria fator de maior coesão humana. A visão
fundamentalista e unidimensional do mercado, ungida pela tecnologia e seu poder de
potenciar a informação, esconde a situação real de esgarçamento das relações humanas,
de esmaecimento do sentido público, de atomização das experiências subjetivas.

A hegemonia na produção técnica e científica também esconde que são os critérios de


países ricos, de acordo com exigências dos mercados centrais, que determinam o tipo e
a qualidade do conhecimento que lhes seriam importantes. Como o saber é
parcimoniosa e desigualmente distribuído, o acesso às benesses da sociedade do
conhecimento, e, sobretudo à economia do conhecimento, é restrito a uma minoria
dotada das condições e oportunidades de competir nos níveis locais e globais. Daí então,
ficando um paradoxo entre o conhecimento que realmente interessa e é importante para
a sociedade e aquele que interessa a uma minoria da elite dominante. Apenas a ciência e
tecnologia, como defendem os neoliberais. Pois, não é interessante para essa classe que
a grande massa da população tenha uma educação de qualidade, importando apenas o
saber ler o que está escrito nos produtos que invadem o grande mercado e saber usá-los.
Eis aí o mercado capitalista dominando a educação e deixando de lado a educação que
levaria o cidadão de baixa renda a adquirir uma posição mais elevada na sociedade, uma
educação que transforma e que liberta.

A função da educação é auxiliar os homens


na produção de sua própria realidade
material e de sua consciência sobre ela. A
formação para o trabalho, a qualificação
para o mercado, embora seja uma função
importante, nãopode se constituir em única,
nem mesmo em principal, função da
educação: “como experiência
especificamente humana, a educação é uma
forma de intervenção no mundo” (FREIRE,
2004, p. 98). Por conseguinte, ela nãopode
abdicar se sua função ideológica, posto que
“implica tanto o esforço de reprodução da
ideologia dominante quanto o seu
desmascaramento” (Idem, ibidem).

Ainda sobre educação e capitalismo cabe citar mais um texto de Freire, que demonstra a
sua preocupação com os meios de produção. Nunca este tão atual a advertência de Paulo
Freire: “a liberdade do comércio não pode estar acima da liberdade do ser humano. A
liberdade do comércio sem limite é licenciosidade do lucro. Vira privilégio de uns
poucos que, em condições favoráveis, robustece (sic!) seu poder contra os direitos de
muitos, inclusive o direito de sobreviver” (FREIRE, 2004, p. 129-130).

4.3 Profissão docente e prática educativa

A profissão docente é uma prática educativa que, como tantas outras, é uma forma de
intervenção na realidade social. Entende-se que a atividade docente é uma das
atividades de ensino e formação ligadas à prática educativa mais ampla que ocorre na
sociedade. Para Pimenta (2006), “É preciso uma política que transforme as jornadas
fragmentadas em integrais; é preciso elevar os salários a patamares decentes, que
dignifiquem a profissão docente”. No entanto, a formação sólida só pode ser
desenvolvida por universidades compromissadas com a formação e o desenvolvimento
de professores, e que, ainda sejam capazes de aliarem pesquisas ao processo formativo.
Não basta apenas formar o docente, a universidade tem que ter um projeto
emancipatório, comprometido com a responsabilidade de tornar a escola parceira na
democratização social, econômica, política, tecnológica e cultural, para que seja mais
justa e igualitária. Portanto, nota-se que há hoje uma separação entre estes paradigmas
da profissão docente e a prática pedagógica, uma dissociação que só tem elevado o
distanciamento entre sociedade e universidade, criando assim, um modelo de professor
que ainda persiste nas escolas, o tradicional, aquele que se coloca como detentor do
saber. Ainda mais, por terem sidos formados por universidades que se preocupam
apenas com o lucro e não com a qualidade de seus futuros profissionais, esquecendo-se
talvez, que tais profissionais não trabalharam com máquinas, mas sim, com pessoas, e
uma má formação em uma universidade, pode levar o profissional acometer sérios erros
em sua prática pedagógica, seja na frustração de um aluno ou a sua própria desilusão de
ter escolhera a profissão errada.

Acredita-se que as universidades de EAD, estão atuando de forma democrática na


formação de professores. Esta modalidade de ensino fica mais viável para o Brasil, por
ser um país de dimensões continentais e nem todos têm acesso a uma universidade, e o
que custearia e muito a implantação de Universidades Federais ou Estaduais em todo
território brasileiro, no entanto as Universidades de EAD encurtam e democratizam
essas distâncias, par isso basta o aluno ter um computador e acesso a internet. Mas
como nem tudo são flores, cabe ressaltar que nem todo lugar ainda chegou à internet e
muitos ficam ainda sem acesso ao ensino superior e muitas vezes sem mesmo o ensino
médio.

De certo que alguns professores ainda não têm intimidade com as novas tecnologias. Os
baixos salários impedem muitos de terem um computador em casa com acesso à
internet, que ainda é muito cara para um país em desenvolvimento, além de sua péssima
qualidade. O Governo vem instalando telecentros com acesso gratuito, mas também
com sinal ruim, aliás, a internet no Brasil é muito lenta, e quem quiser obter uma maior
velocidade tem de pagar mais caro. Continua a exclusão, mesmo diante da tentativa do
Governo Federal promover a inclusão.

É uma questão que sempre vai vigorar na formação de professores, principalmente. A


deficiência nas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Todos deveriam ter
acesso a uma conexão rápida e barata, pois no atual cenário, a tecnologia não passa
despercebida diante da educação. É uma ferramenta muito útil e eficaz no auxílio ao
professor que por sua vez instigará no aluno o hábito pela pesquisa. Para isso, faz-se
necessário que de uma vez por toda, tudo não tenha de passar primeiro pelas mãos da
elite e depois os despojos sejam lançados ao “povão”. Mas, sem ser pessimista isso é o
capitalismo selvagem que sai fazendo verdadeira destruição em toda a malha da
sociedade.

4.4 O equilíbrio entre o presencial e o virtual

As dificuldades no ensino presencial são muitas, e com o virtual não quer dizer que veio
para solucionar os problemas. Com um olhar mais profundo, percebe-se que o problema
não está se é presencial ou virtual, mas sim, no processo de ensino-aprendizagem, não
“espalhando-nos” ou “concectando-nos que encontraremos a solução” automaticamente,
mas sim aproveitando e sintetizando os dois modos de comunicação, valorizando o
melhor de cada um dos dois modos de estar.

Estar juntos fisicamente é importante em determinados momentos fortes: conhecer-nos,


criar elos, confiança, afeto. Conectados, para realizar trocas mais rápidas, cômodas e
práticas. Realizar atividades que fazemos melhor no presencial.

O ensino á distância requer definição de objetivos, conteúdos, formas de pesquisa de


temas novos, e ainda mais dedicação e disciplina.
O conceito de curso e de aula também muda. Hoje se entende por aula um espaço e
tempo inados. Esse tempo e espaço cada vez serão mais flexíveis. O professor continua
“dando aula” quando está disponível para receber e responder mensagens dos alunos,
quando cria uma lista de discussão e alimenta continuamente os alunos com textos,
páginas da internet, fora do horário específico da sua aula. Há uma possibilidade cada
vez mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos tempos e espaços diferentes,
quando tanto professores quanto os alunos estão motivados e entendem a aula como
pesquisa e intercâmbio, supervisionados, animados, incentivados pelo professor. Mas
diante destas perspectivas otimistas, há também um fator crucial neste equilíbrio entre o
presencial e virtual, que são alunos absurdamente desinteressados em buscar um tempo
para está buscando estas facilidades que as novas tecnologias oferecem, de se ocuparem
em seu tempo vago com a pesquisa, pois preferem pagar alguém para fazer seus
trabalhos a eles mesmos tentarem. Muitos estão perdendo a oportunidade de engajarem
em um novo conhecimento que tende a crescer cada vez mais, e o que outrora era tido
como moderno, hoje já não passa de meios ultrapassados e desatualizados. O mundo
tecnológico muda em uma velocidade impressionante, as informações mudam a cada
minuto ou segundo, tudo o que acontece no mundo ficamos sabendo em tempo real,
mas, aqueles que se acomodam ficam a mercê do tempo que passa e aquela informação
já não servirá mais.

Quando ainda veremos alunos que buscam conhecimento e outros que buscam
diplomas. Isso ainda perdurará por muito tempo, sempre teve e sempre haverá. E o texto
abaixo nos remete a uma reflexão enquanto educadores.

“O professor, neste contexto de mudança,


precisa saber orientar os educandos sobre onde
colher informações, como tratá-la e como
utilizá-la. Esse educador será o encaminhador
da autopromoção e o conselheiro da
aprendizagem dos alunos, ora estimulando o
trabalho individual, ora apoiando o trabalho de
grupos por áreas de interesse”. (MERCADO,
2000).

O professor não pode ficar aquém das novas tecnologias e simplesmente ignorá-las,
pois, elas vieram e para ficar, e o profissional tem que se adequar, ou ficará refém de
alunos, que por terem o tempo mais disponível estão mais “antenados” nas
informações, no entanto, muitos não buscam informações e sim diversão, mas o
professor deve por obrigação saber utilizar das ferramentas como auxilio em suas
aulas, tornando-as mais interessantes e atrativas. As inovações tecnológicas quando
bem aproveitadas são de grande valia em sala de aula. Ainda segundo MERCADO
(2000),

“A qualidade da educação, geralmente


centradas nas inovações curriculares e
didáticas, não podem se colocar a margem
dos recursos disponíveis para levar adiante as
reformas e inovações em matéria educativa,
nem das formas de gestão que possibilitam
sua implantação. A incorporação das novas
tecnologias como conteúdos básicos comuns é
um elemento que pode contribuir para uma
maior vinculação entre os contextos de ensino
e as culturas que desenvolvem fora do âmbito
escola”.

Diante do exposto a formação de professores, seja por meio presencial ou a distância


ainda será motivo de muitas discussões, pois a qualidade da educação na qual estamos
inseridos requer mais do que um debate, mas, isto já nos traz um avanço, mesmo que
ainda tímido, e por meio da internet a educação tem ocupado espaço importante, onde se
ver várias opiniões sobre esta qualidade o que poderia ser feito, no entanto ainda ficam
questionamentos quanto às reformas educacionais que deveriam acontecer do jeito que
está nos projetos e na LDBN 9394/96. A incorporação das novas tecnologias é um
elemento que pode e deve contribuir para uma maior vinculação entre os contextos de
ensino, mas ainda, existiria uma dificuldade que seria a mudança de cultura de
professores que ainda estão no método tradicional de ensino e não aceitam mudanças.

Mesmo diante das altas cargas horárias em que são postas ao professor, para que este
tenha um salário compatível, ele, não pode esquecer que tem de ser um pesquisador,
mesmo quando está em um curso de EAD, a pesquisa torna-se mais constante, pois tudo
o que vai precisar se encontra na internet, e para fazer um curso desses, se não tiver
disponibilidade de aprender pelo menos o básico de informática e dispor de tempo para
os estudos, que são diante de um computador e navegando na internet, provavelmente
não terá um curso com aproveitamento suficientemente para aplicação em sala de aula,
ou seja, concluirá o curso mais o principal, que é o conhecimento não adquiri, e fica um
questionamento: como este professor, agora licenciado atuará em sala de aula? E mais
ainda; que alunos este professor estará formando? Alunos críticos e reflexivos ou
alienados?

Quantos e quantos acadêmicos de Universidades de EAD apenas frequentam aas aulas


presenciais, mas, não se importam com o que é exposto em sala, muito menos com as
tarefas que são destinadas para realizarem em casa, pois, muitos preferem pagar alguém
para fazerem estas tarefas deixando de lado a oportunidade de aprenderem e terem
conhecimento, alegando falta de tempo, só que, a falta de tempo poderia ser chamada de
comodismo mesmo. Isso acarreta um enorme reflexo na educação e muitos criticam o
Governo, só que, cada um tem sua parcela de culpa, uma vez que muitos fingem que
ensinam e alunos fingem que aprendem, e neste círculo cada um tenta achar um culpado
para a qualidade da educação que anda deficitária.

Ensinar na e com a internet atinge resultados significativos quando se está integrado em


um contexto estrutural

5. EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA: Comodismo para a


sociedade, reflexo na educação.
No enunciado deste capítulo, já mostra-se uma questão nas entrelinhas para uma
discussão mais profunda e cautelosa quanto a qualidade do ensino à distância. Pode ater
parecer contraditório o decorrer deste trabalho, mas, o que busca-se aqui é justamente
isso, levar o leitor a refletir sobre a qualidade de ensino superior no Brasil e
principalmente em Alagoas.

As diversas modalidades de ensino exigem dedicação nos estudos, o que acontece em


muitas vezes é a discriminação quanto esta ou aquela modalidade de ensino, e se for por
correspondência fica ainda mais visível este preconceito. O que muitos esquecem é que
tanto no Ensino regular quanto no ensino à distância, sempre existiu e sempre existirão
os “bons” e “maus” alunos.

Ensinar na e com a internet atinge resultados atinge resultados significativos quando


professor e aluno estão integrados em um contexto estrutural de mudança do processo
de ensino-aprendizagem, mas, esta é uma dificuldade encontrada, já que muitos
professores não são tão acessíveis às mudanças, muitos preferem o mesmismo simplório
das aulas massacrantes, que não contribuem em quase nada na aprendizagem.

Alunos de cursos superiores, que buscam as facilidades na intenção de uma formação


mais rápida sem se preocupar com a qualidade de seu aprendizado, e mais ainda, com os
muitos alunos que estes estarão ensinando (falando do ensino básico), como será
formação deles? No mínimo, cidadãos alienados e sem uma reflexão crítica. Cidadãos
apáticos do jeito que o sistema gosta, pois, jamais será um problema, já que não está
preparado questionar. Mas aquele aluno que atenta para a qualidade do ensino e busca
um melhor desempenho de olho em um futuro com conhecimento diferente daquilo que
o sistema exige. Estará preparado para enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais
exigente e que busca os profissionais com melhor capacitação. Que tenha qualidades e
que seja além de dinâmico, polivalente, aquele profissional que não espere as coisas
acontecerem, mas que façam acontecer, que busque está sempre atualizado sem deixar
de lado o que falta em muitas profissões, o humanitário e, trabalham apenas com o
materialismo onde o que interessa são apenas os fins e não os meios.

5.1 A desvalorização do processo ensino-aprendizagem

“Ao mesmo tempo em que a escola é


desvalorizada, ela é hipertrofiada. Essa
contradição atravessa o próprio interior da
escola; pode-se dizer que existe essa
tendência de se dar com uma mão e tirar
com a outra. Ela se amplia e se esvazia ao
mesmo tempo. Estende-se, mas perde
substância. Hoje se coloca dentro da escola
toda uma série de atividades que acabam
descaracterizando-a. Parece que a escola
cuida de tudo, menos de ensinar, de
instruir. Isso é mais ou menos palpável
observando nossas escolas”. (SAVIANI
2000).

Com esta referência, nota-se a preocupação de Saviani com a decadência da escola,


onde muitos buscam transferir atividades que não são de competência da escola e uma
delas é a de educar, pois há uma diferença entre educação e aprendizagem. A educação é
obrigação da família; a criança tem seu primeiro contato, ou seus primeiros
aprendizados com a família, depois vindo a escola como coadjuvante na formação
intelectual da criança, e não a única responsável pelo aprendizado. Tudo isso, nos leva a
refletir sobre a educação e o ensino-aprendizagem que queremos para nossos filhos.

Com o passar do tempo vem à academia, neste caso, para aqueles que buscam uma
melhor qualificação. Mas o que se quer dizer mesmo é sobre as finalidades distintas de
cada instituição: família, escola e universidade. Finalidades que se diferenciam, mas, ao
mesmo tempo, se convergem, e num círculo que acabam se encontrando com a outra,
nas funções quase antagônicas e não dissociadas do ensino-aprendizagem. Só que, o
conhecimento é uma forma de obter produção e para as camadas dominantes não é
interessante que a classe trabalhadora não obtenha o conhecimento necessário para
atingir um processo produtivo, mas o mínimo possível. “Em suma, pode-se afirmar que
o trabalho foi, é e continuará sendo princípio educativo do sistema de ensino em seu
conjunto. Determinou o seu surgimento sobre a base da escola primária, o seu
desenvolvimento e diversificação e tende a determinar, no contexto das tecnologias
avançadas, a sua unificação”. (SAVIANI, 2000).

A EAD é um tema que sempre será discutido em todas as esferas da sociedade, pois o
que motiva tanta discussão, não é o motivo de o ensino ser à distância, semi ou
presencial, mas sim o que levam as pessoas a buscarem as diversas modalidades de
ensino, se a facilidades nos estudos, o preço acessível ou a qualidade mesmo. Este
debate ainda perdurará por muito tempo, pois, a cada dia aumenta o número de
universidades, tanto de EAD quanto presencial. Um exemplo é o Estado de Alagoas,
quem há pelo menos uma década só tinha duas Universidades, a UFAL (Universidade
Federal de Alagoas) e o CESMAC (Centro de Estudos Superiores de Maceió, hoje:
Centro Universitário Cesmac). Atualmente existem várias Universidades, dentre as
quais, se destacam: A UFAL, Cesmac, a FITS e a UNEAL (Universidade Estadual de
Alagoas). Tudo isso decorre da demanda pela educação superior, onde grande parte dos
alagoanos buscam uma qualificação melhor, já que o mercado do trabalho exige cada
vez mais uma mão de obra especializada e, o ensino médio já não é suficientemente
adequado para as exigências do mercado. Se bem que a graduação, também já está
ficando para trás, e a pós-graduação é exigida com mais frequência, embora esta
também já esteja perdendo espaço para o mestrado e, “assim caminha a humanidade”,
uma vez que a educação, o conhecimento em geral é uma forma de dominação e quem
não o tem é “dominado”.

Mas a EAD acabou tornando-se um meio de democratizar o ensino superior no Brasil,


mesmo diante de muitas críticas sua consolidação no Brasil é significativa. Outra
facilidade que se encontra na EAD é o acesso, que é através de um vestibular simples,
ou seja, em sua maioria é uma redação, sem falar na comodidade da prova ser agendada,
onde o aluno pode escolher o melhor dia para realizá-la. O que deveria acontecer com as
universidades presenciais, não que as provas fossem agendadas, pelo menos houvesse
uma maior democratização, principalmente nas federais, onde infelizmente, hoje servem
mais para a elite dominante do que para a população de baixa renda, sendo uma
instituição de ensino pública.

Hoje as facilidades são tantas para se fizer um curso superior, podendo até dizer que a
universidade vem até o aluno. Basta ter um computador conectado a internet e grande
parte de seus estudos podem ser realizados sem sair de casa.
O que poderia dar errado nesta modalidade de ensino? O Problema não estaria na
modalidade de ensino, mas sim, no aluno. Como já foi citado, a falta de disciplina nos
estudos e o problema em que muitos não fazem seus trabalhos, encomenda-os a
terceiros, mas isso não é uma exclusividade de alunos dos cursos de EAD, se bem que
nas universidades presenciais isso acontece muito. Desta forma, percebe-se que a
desvalorização do ensino acontece com maior frequência por parte de quem deveria
valorizá-la, os alunos, que fazem cursos sem a preocupação de buscar a qualidade
própria de uma academia.

5.2 Reflexos da educação no país do futebol

Estamos acostumados a ouvir esta frase: Brasil, país do futebol! E são vários os
programas nas “principais” emissoras de televisão que tratam do assunto, é de domingo
a domingo, sempre a mesma coisa. Os repórteres e seus convidados debatendo sobre o
desempenho e fracasso dos times, as principais contratações e os milhões investidos,
mas também é o que dá audiência, “IBOPE”. A torcida fica em frente à TV, esperando
as notícias de seu time. Chingam, reclamam, exigem a demissão de jogadores ou técnico
que não estejam satisfazendo os anseios da torcida.

Mas, quanto à educação. Quantos programas existem para debater o alto índice de
reprovação e evasão escolar. Alguém já viu algum programa exclusivo para debater
sobre o desvio do dinheiro da merenda ou do FUNDEB? É contraditório quando se fala
em educação de qualidade. O Brasil um país tão rico e ao mesmo tempo tão pobre. Um
paradoxo que deixa qualquer sociólogo desnorteado, sem entender a causa de tudo isso,
simplesmente, sem entender.

Os reflexos da educação deficitária são facilmente percebidos diante do alto índice de


reprovação e descaso, com que é tradada. Qual incentivo tem uma pessoa em cursar
uma faculdade, quando jogadores de futebol, não tendo em sua maioria, se quer o
ensino médio, ganha mais que até mesmo muitos médicos, que passam um longo
período de sua vida debruçado em estudos exaustivos. Agora imaginem um professor,
sendo responsável formação de todas as profissões, pois são eles que dão o início na
carreira de qualquer profissional, os primeiros passos na alfabetização. Mesmo diante
das facilidades para estudar, as pessoas não estão interessadas no conhecimento em si,
mas no salário após a formação, mesmo ainda não sendo o salário digno de um
professor, formador de opiniões.

Outro fator que acarreta as dificuldades na formação de um professor-pesquisador, vem


de uma séries de problemas, que listando-os, nota-se que, não estará apenas no âmbito
educacional, mas sim, vai mais além. Um dos exemplos, talvez, até um dos principais,
seja a falta de interesse do professor, até mesmo, por desconhecer sua função, ficando
assim atrelado apenas no ato de reprodução de conteúdos dos livros didáticos. Na
realidade o professor deveria se aprofundar no conceito de cultura e pesquisa, para então
sair dessa rotina dogmática de apenas se ater aos conteúdos que já vem prontos e
acabados.

Tomando por exemplo a cidade de Passo de Camaragibe, onde parte dos professores
ainda permanece em um tradicionalismo, podendo dizer até ortodoxo, professores que
são oriundos de faculdades presenciais, até mesmo renomadas, mais que, preferem
permanecer estagnados na mesmice, ou seja não tem a atitude de modificarem suas
metodologias de ensino, ficando seus alunos reféns de um ensinamento onde só aliena e
não leva o aluno a criar, impedindo o crescimento intelectual de alunos com grande
potencial de criatividade e desenvolver em qualquer área do conhecimento.

Nota-se que na cidade existe uma cultura muito rica, no entanto pouco explorada, já em
decorrência de uma educação “atrofiada” e deficitária. São professores sem
compromisso com a verdadeira missão da educação que é formar cidadãos críticos e
reflexivos, e sejam capazes de fazer uma leitura de mundo diferente daquela que nos é
imposta. Mas, se o professor teve uma formação sem qualidade o resultado em sala de
aula desse professor, será o reflexo de seu aprendizado, lembrando que estão inclusos
professores da rede municipal e estadual de ensino, claro que não são todos.

Em determinados casos acontece de o aluno ter uma visão durante sua graduação e
depois que vai para a sala de aula ele muda totalmente o foco daquilo que imagina ser a
educação, enveredando pelo caminho de professores que já estão desencantados pela
educação e desistindo de tudo quanto ainda se pode ser feito para resgatar o já falido
sistema de educação do estado. Em detrimento dessa deficiência, nota-se o grande
reflexo nos alunos e um exemplo disso é que antes, crianças e adolescentes tinham o
desejo de seguir uma carreira acadêmica; onde muitos sonhavam em ser médico,
advogado, engenheiro e como sempre as meninas querendo ser professoras, mas hoje é
diferente, a mídia mostra jogadores de futebol que ganham milhões, mesmo com pouco
estudo, e muitos jovens acham que todos podem chegar a esse patamar e acabam
deixando de lado o concreto por uma ilusão, uma área onde poucos conseguem chegar,
mais influenciados pela mídia, acabam deixando os estudos na tentativa de ganhar
milhões, Jô entanto o que encontram são frustrações, e o que parecia ser fácil, torna-se
uma dura realidade de ser encarada.

Talvez o que esteja faltando é o professor tornar suas aulas atrativas, por meio de vídeo-
aulas, com temas que os levem a reflexão sobre os acontecimentos sociais, políticos e
culturais não só do país, mas também do Estado e Município, para que no futuro
tenhamos cidadãos críticos e reflexivos, acabando assim, ou pelo menos reduzindo a
alienação social e política em que se encontra uma parte da sociedade alagoana e a
grande maioria da camaragibana.

Mas, se o problema encontra-se no professor, fica difícil esta interação. Lembrando que
devemos fazer a nossa parte independente de outro fazer ou não, pois só assim,
alcançaremos uma aprendizagem significativa.

6. CONCLUSÃO
Com vistas a um ensino de qualidade e consequentemente a formação principalmente de
docentes, sendo esta uma profissão que dela depende as outras, mesmo que não tenha o
reconhecimento merecido. Muitos estão buscando a formação docente como forma de
obter estabilidade, mas, isso também traz em seu bojo uma quantidade significativa de
profissionais que não estão compromissados com a formação do indivíduo e continuam
formando pessoas alienadas. Pessoas que apenas buscam uma melhoria em seu salário.
O mercado busca profissionais capazes de se relacionar com os outros e que por meio
desta comunicação haja um retorno, pois, o capitalismo como sempre busca lucro, e a
formação superior tem conseguido elevar o nível na qualidade de vida de muitos tendo
esses acessos ao que não tinha antes e com esta conquista financeira fazem o que o
capitalismo gostar, que é o consumismo. Mas, este debate entre as duas modalidades de
ensino ainda perdurará por muito tempo. Outro fator preponderante, dentro de cada
modalidade de ensino é a falta de relações interpessoais e, por se tratar de ciências
humanas, fica muito a desejar a prática com a teoria, e as faculdades deveriam valorizar
mais esta parte, deixando as formalidades técnicas um pouco de lado e valorizando mais
os alunos como seres humanos com sentimentos e outras especificidades, para que os
modos como a faculdade lhes tratam não reflitam em seu ambiente de trabalho: a escola.
O reflexo na sociedade deve ser positivo, ou seja, o professor deve ter em mente que
estarão com crianças que serão adolescentes e, por conseguinte adultos e estes deverão
está preparados para ter uma visão crítica e reflexiva, buscando a oportunidade de atuar
como um verdadeiro formador de opinião.

Este também direciona para um trabalho de pesquisa que busque apontar as principais
causas que levam os indivíduos cursos de graduação e especialização para sua
formação, além de direcionar para resultados que esta escolha reflete na sociedade e na
educação e na sociedade. O texto ainda trás informações relevantes que pode ajudar na
escolha de uma instituição ou modalidade de curso, não esquecendo que as novas
tecnologias cada vez mais invadem não só a escola, mas, também os lares e não tem
como ficar fora desta realidade e, estas tecnologias sendo usadas para fins educacionais
tendem a produzir resultados altamente qualitativos. Portanto, o docente deve usar os
recursos tecnológicos em suas aulas, visando um melhor aproveitamento de sua prática
pedagógica, atraindo a atenção dos alunos e direcionando-os para o gosto pela pesquisa,
e sem esquecer que para haver uma educação de qualidade, o professor deve passar por
formação continuada e que a academia ofereça suporte para tal.

“A vida social é dinâmica. Seria um grande


equívoco a educação superior aferrar-se a um
passado erigido em modelo ideal ou renuir as
evoluções que invadem o mundo, na esteira do
conhecimento e das novas tecnologias. Porém,
erro maior seria apegar-se mecanicamente às
evoluções e inovações, encantada com uma
ideologia de um progresso supostamente
sempre benévolo. A realidade das
transformações globais impõe a produção de
sentidos novos sobre as próprias
transformações, bem como sobre a pertinência,
as visões dos novos papéis da educação
superior, suas relações com a sociedade civil e
com o Estado, as prioridades que alentem as
reformas necessárias para o desenvolvimento
econômico e que, sobretudo, sejam
fundamentais para uma verdadeira vida
democrática.

Que a universidade não dê razão ao mercado se


e quando ele se impõe como razão da
sociedade. Que a universidade não seja um
motor da globalização da economia de
mercado, mas sim da globalização da dignidade
humana. Tudo isso desafia a todos que somos
responsáveis pela educação superior, e é assim
que eu o apresento aqui, não como um já-dado,
mas como tarefa projetada ao futuro, ao menos
para pensar”.[1]

7. REFERÊNCIAS
CARVALHO, Ruy de Quadros. Novas tecnologias, trabalho e educação. In: FERRETTI,
Celso João et al. (Org.). Capacitação tecnológica, revalorização do trabalho e educação.
2. ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

CHUEIRE, C. A formação superior de professores através de mídias interativas. 2005.


Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas,Campinas.

DEMO, Pedro. Questões para a teleducação. Petrópolis: Vozes, 1998.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.


Coleção Leitura. 29ª edição.São Paulo: Paz e Terra, 2004.

______________. Pedagogia do Oprimido. Coleção Leitura. 36ª edição. São Paulo:


Paz e Terra, 2003.

MARTINS, Onilza Borges. A educação superior à distância e a democratização do


saber. Petrópolis: Vozes, 1991.

PERRENOUD, Philippe. Novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes


Médicas, 2000.

MERCADO, Luis (org.). Tendências na utilização das tecnologias da informação da


educação. Maceió. Edufal. 2009.

SAVIANI, Demerval. A pedagogia no Brasil: história e teoria. Campinas: Autores


Associados, 2008.

___________. A pedagogia no Brasil: história e teoria. Campinas: Autores Associados,


2008a.

SOBRINHO, José Dias. Rev. Bras. Educ. no.28 Rio de Janeiro Jan./Apr. 2005 –
Educação superior, globalização e democratização. Qual
universidade?.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
24782005000100014Acessado em janeiro de 2012.

[1] SOBRINHO, José Dias. Rev. Bras. Educ. no.28 Rio de Janeiro Jan./Apr. 2005 -
Educação superior, globalização e democratização. Qual universidade?
Publicado por: Anilson Alves de Barros

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