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UFCD 6619 – MÁQUINAS ELÉTRICAS

- Instalação e manutenção

1
Índice

Conceito…………………………………………………………………………………...5

1. Instalação e regulação-afinação de máquinas e acessórios……...7

1.1-Transporte da máquina ..................................................................................7


1.1.a) -Transporte em camião ........................................................................7
1.1.b) -Transporte com empilhador ...............................................................8
1.1.c) - Transporte com grua manual……………………………………………..8

1.2- Análise das suas características ................................................................ .9


1.2.a) - Posição de funcionamento………………………………………………..9
1.2.b) - Chapa de características: ………………………………………………10

1.3- Especificações de montagem………………………………………………….13


1.3.a.1) - Apoio de motores com pés……………………………………….13
1.3.a.2) - Apoio ou fixação por falange……………………………………..14
1.3.b.1) - Acoplamento rígido direto.……………………………………….15
1.3.b.2) - Transmissão por correias…………………………………………17
1.3.1 – Fixação ou apoio horizontal e acessórios……………………………19

1.4 – Espaço de montagem…………………………………………………………..21


1.5 - Acoplamento e afinação………………………………………………………..25
1.6 - Acoplamento direto – Alinhamento…………………………………………..26
1.7- Acoplamento por engrenagem………………………………………………...28
1.8 – Acoplamento/transmissão por polias e correias – Alinhamento………29
1.9 - Instruções de funcionamento e manutenção……………………………....34

2- Manutenção de máquinas elétricas………………………………….37


2.1- Diagnóstico de avarias – causas das avarias mais comuns…………….40
2.2- Avarias e anomalias de funcionamento……………………………………..41

2
2.3- Instrumentos apropriados na realização de manutenção………………..42

2.3.1 – Na minha oficina possuo………………………………….44


2.3.2 - Ferramentas apropriadas para a realização de
manutenção de uma máquina elétrica………………....47
2.4- Técnicas gerais de reparação de peças e equipamentos…..49
2.4.1 - Reparação de um motor em oficina………………………49
2.5 – Operações de manutenção……………………………………...61
2.5.1-Conceitos gerais………………………………………………61
2.5.2 - Níveis de manutenção………………………………………62
Alguns cuidados durante as ações de manutenção.........................63
Anexo 1 – Folha de histórico de avarias……………………………….65
Anexo 2 - Folha de ensaio de motores – 3 velocidades…………….66
Anexo 3 - Folha de ensaio de motores 1 velocidade……………......67
Bibliografia…………………………………………………………………..69

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4
Conceito

Máquinas elétricas são dispositivos capazes de converterem energia


elétrica em energia mecânica e vice-versa

São classificadas da seguinte forma:

CA
Motores
CC
Rotativas
CA (alternadores)
Máquinas elétricas Geradores
CC (dínamos)

Estáticas Transformadores

As máquinas rotativas
Motores:
- Convertem a energia elétrica em mecânica rotativa/linear que, acoplado a um
equipamento preparado para uma determinada função, o tornar ativo,
produtivo.

CA (AC) / CC (DC) – Conforme a energia do seu acionamento.

Geradores:
- Convertem a energia mecânica em energia elétrica.
Neste caso concreto, a energia mecânica poderão ter origem hídrica, eólica,
térmica, solar ou mesmo nas ondas do mar.

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Máquinas elétricas estáticas
Transformadores:
- Estas máquinas elevam ou baixam a tensão por indução eletromagnética.
Só em AC.

Nesta formação debruçar-nos-emos nas máquinas rotativas, visto que são as mais
aplicadas quer em contexto residencial como industrial.

Exemplos de aplicações:

Contexto residencial:

- Frigoríficos, ar condicionado, ventilação, aspiradores, trituradores, máquinas de


lavar e secar, elevadores etc..

Contexto industrial:
Em todos os equipamentos produtivos a que normalmente chamamos de máquinas
ou linhas de produção. Teremos em consideração que cada “máquina ou linha de
produção” poderá conter mais que uma máquina elétrica ou motor*.

- Bombas hidráulicas, compressores, transportadores de tela ou rolos, elevadores de


cargas, balancés, envolvedoras rotativas, etc., etc., etc..

Tem como objetivo este manual, conduzir o Senhor Formando para as técnicas e
procedimentos mais adequados na montagem e manutenção de máquinas
elétricas

*
Existem equipamentos indústrias que utilizam motores hidráulicos ou pneumáticos.

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1. Instalação e regulação-afinação de máquinas e acessórios
Serão tópicos deste capítulo o seguinte:
 Transporte da máquina.
 Análise das suas características
 Especificações de montagem
3.1-Fixação ou apoio e acessórios de fixação
3.2-Espaço de montagem
 Acoplamentos e afinação
 Instruções de funcionamento
 Ensaio de funcionamento

1.1- Transporte da máquina


O transporte e meios de movimentação da máquina estão em proporção direta do
seu volume e peso. Assim, cada tipo de máquina, virá provida dos meios básicos para
a sua movimentação e colocação.

1.1.a) -Transporte em camião

Fig. 1- Forma correta em transporte pesado

7
1.1.b) -Transporte com empilhador

Fig. 2- Forma correta para transporte com empilhador

1.1.c) - Transporte com grua manual

Fig. 3 - Forma correta para transporte com grua


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1.2- Análise das suas características

Neste subcapítulo é importante ter consideração, além do volume/peso, os seguintes


itens:

1.2.a) - Posição de funcionamento

Máquinas(motores) com montagem horizontal


Máquinas(motores) com
montagem vertical

Fig. 4 – Exemplo típico de montagem horizontal e vertical

Cabe aqui salientar que esta questão é deveras importante porque a conceção da
máquina não é a mesmo. A parte girante ou rotórica, possui apoios, caixas de
rolamentos e rolamentos completamente diferentes, principalmente nas de grande
porte.

9
1.2.b) - Chapa de características:

A Chapa de características ou placa de identificação contêm as informações que


descrevem as caraterísticas de construção e o desempenho do motor

Fig. 5 – Exemplo de chapas de identificação de motores

Definição dos símbolos das placas sinaléticas

- Marca legal da conformidade do material com as exigências das Diretivas


Europeias
MOT 3 ~ : Motor trifásico IP55 IK08 : Índice de proteção Rolamentos
AC
LS : Série (I) cl. F : Classe de isolamento DE : Lado do ataque
100 : Altura do veio 40ºC : Temperat. ambiente
L : Símbolo do S : Serviço NDE. : Lado oposto do ataque
cárter
TR : Sinal de % : Fator de marcha 𝟔𝟎𝒄𝒎𝟑 : Qtd. Massa
impregnação
Nº motor …d/h : Nº de ciclos por hora 4500 H : Período de lubrificação
p/50Hz
N : Número de série Kg : Massa lubrificante 3000 H : Período de lubrificação
p/60Hz

10
Para motores tipos 80 a 355 V : Tensão de UNIREX : Tipo de massa lubrificante
alimentação
H* : Ano de produção Hz : Frequência de
alimentação
A** : Mês de produção 𝒎𝒊𝒏−𝟏 /⁡ : Nº rotações por
rpm minuto
002 : Nº de ordem na KW : Potência nominal
série
cosφ : Fator de potêncnia
*G = **A = Janeiro A : Intensidade nominal
1966
H= B = Fevereiro Δ : Ligação triângulo
1997
Y : Ligação estrela
UR : Tensão rotor
IR : Corrente rotor

Todas estas informações são fundamentais para a montagem, cálculo dos cabos de
ligação, proteção de curto-circuito e sobreintensidade. Também permite a seleção
dos aparelhos de comando e a forma de arranque da máquina.

Para uma primeira análise, devemos considerar os seguintes quatro itens:

- Potência da máquina – Nunca deve ser inferior ao projetado


-Tensão de funcionamento – terá que corresponder à tensão disponível na
rede; 230/400V AC.

-Frequência - A frequência da rede elétrica em Portugal é de 50Hz, terá que


corresponder à da máquina, contudo, deparamos quase sempre com dois tipos
de frequência; 50/60Hz. Estes dois valores estão mencionados porque mesmo
na europa não está uniformizada a frequência e tensão das redes de
distribuição.

-IP/Grau de proteção – Esta caraterística permite avaliar se a máquina possui


o grau de proteção correspondente ao local da sua instalação. Se o local de
instalação for em local aberto e sem cobertura, o IP será o de categoria mais
elevada e, caso seja em local fechado, protegido, o grau de proteção poderá ser
inferior mas sempre relacionado com as condições do local.

11
Frequência
Grau de proteção
Tensão de funcionamento

Grau de
proteção

Multi tensões
Multi frequências potência

Fig. 6 – Observação dos itens mencionados

Se estes itens não corresponderem à nossa realidade, terão os profissionais


responsáveis pela montagem de contactarem o fornecedor.
Todas as características são importantes para a análise da máquina em função das
necessidades do equipamento ao qual irá ser acoplado.

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1.3- Especificações de montagem

Numa primeira observação, para dar início à sua montagem/instalação da máquina,


definiremos dois pontos:

Pés / sapata
a. Tipo de apoio
Falange

Acoplamento rígido direto


b. Tipo de acoplamento ou transmissão Acoplamento flexível
Correias

1.3.a.1) - Apoio de motores com pés


É regra obrigatória que o piso esteja devidamente nivelado e liso, espesso e com grau
de dureza elevado.

Terá que ser definido a fixação em função do tipo de transmissão ou acoplamento.


Esta questão deve-se ao facto de haver necessidade de afinação ou não, da posição
do motor/máquina. Então, considerando que a transmissão vai ser por correias, a
máquina terá que ter a possibilidade de se deslocar perpendicularmente ao sentido
das correias

Fig. 7 – Motores de fixação por pés / sapatas

13
90,0°

Fig. 8 – Posicionamento correto em transmissão por correias

1.3.a.2) - Apoio ou fixação por falange

Neste caso concreto, o ponto de fixação será a um ponto do equipamento já existente


e então, teremos que nos preocupar com a robustez do ponto de fixação,
correspondência de furação, além da necessidade de um ponto de apoio central caso
seja um motor com peso considerável. Poderá a transmissão ser por correias ou
acoplamento direto, dependendo do tipo de equipamento onde for anexado.

Fig. 9 – Motores de fixação por falange

14
1.3.b.1) - Acoplamento rígido direto

Conforme a especificação indica, o motor é acoplado diretamente ao elemento do


equipamento. Poderá ser um redutor, uma caixa de velocidades, uma variador
mecânico de velocidade, compressor, etc..

Nesta aplicação, por norma, os equipamentos já são comercializados com o motor,


se não vejamos:

Fig. 10 – Motores com redutores acoplados

Fig. 11 – Exemplo de motores com variadores mecânicos

15
Acoplamentos com capa de
nylon

Acoplamentos semi-elásticos
para uso geral

Acoplamentos rígidos, adaptam-se a desvios


angulares.
Muito utilizados para acoplamento de encoders

Acoplamento com pneu


Possuem a particularidade de absorverem desvios
angulares

Acoplamento - cardã
Muito utilizado em desníveis de eixos

Fig. 12 - Exemplo de acopladores

16
1.3.b.2) - Transmissão por correias.

Tipo de correia Polia adequada


Plana paralela

Plana dentada Polias mais comuns

Plana sincronizada

Fig. 13 – Exemplo correias e polias


17
Tipo de correia Polia adequada
Correia em V (trapezoidal)

Correia multi V Polias mais comuns

Correia variadora Polias elásticas

Fig. 14 – Exemplo correias e polias


18
1.3.1 – Fixação ou apoio horizontal e acessórios
Os motores podem ser montados sobre:

 Base em cimento para motores de grande porte


 Base metálica para motores de pequeno/médio porte

Motor instalado em base de betão Motor instalado em base metálica


Fig 15 – Dois tipos de montagem horizontal

Nas bases metálicas ou de betão, pode existir um sistema de deslizamento.


Normalmente estas aplicações ocorrem quando o acionamento é realizado por polias
e correias, permitindo montagens e desmontagens mais rápidas e esticamento das
correias.

Fig. 16-Exemplo mais comum de guias de deslizamento

19
A figura 17 mostra-nos um exemplo de um motor instalado sobre uma base deslizante
regulável.
a) - parafusos que nos permitem ajustar a folga das correias, poderão auxiliar na
afinação angular.
b) – parafuso que nos permitem ajustar e corrigir o desvio angular para um mais
preciso alinhamento do eixo mandante/motor e o eixo do veio mandado

b
b a a
90,0°

b a a
b

Fig. 17-Motor instalado sobre base deslizante

Acessórios para fixar motores em betão e calha deslizante

Ou bucha química quando o betão não oferece consistência

Fig. 18-exemplos de bucha metálica

20
Parafusos para fixação do motor às guias deslizantes

Fig. 19- Exemplos de parafusos

1.4 – Espaço de montagem

Nesta alínea, abordaremos um tema bastante pertinente e que poucas vezes é


abordado pelos técnicos, com a exceção daqueles cujo dia a dia, executam
montagem de máquinas elétricas.
Para cada espaço existe uma máquina com caraterísticas adequadas. O que
caracteriza a máquina elétrica sobre este aspeto são os seus índices de proteção.
Existem dois índices de proteção: IP e IK
- IP relacionado com as condições atmosféricas e intrusão de objetos
- IK relacionado com proteção mecânica

IP Proteção a Definição IP Proteção a Definição


0 Sem proteção 0 Sem proteção
Protegido contra Protegido contra
1 objetos sólidos maiores 1 gotas de água
do que 50 mm caindo
(Por exemplo, acidental
verticalmente
contato com a mão)
(condensação)
Protegido contra Protegido contra
2 objetos sólidos 2 gotas de água
maiores do que caindo
12 mm em até 15 ° da
(Por exemplo, um vertical
dedo)

21
Protegido contra Protegido contra
3 objetos sólidos 3 chuva caindo
maiores do que a 60 ° da vertical
2,5 mm
(Por exemplo,
ferramentas, fios)
4 Objetos sólidos 4 Protegido contra
maiores de 1 mm água projetada
(Por exemplo, de todas as direções
ferramentas finas
Protegido contra Projetado contra
5 poeira (sem depósitos 5 jatos
de material de água de todos
prejudicial) direções por uma
mangueira
Protegido contra Protegido contra
6 qualquer penetração 6 água projetada
de poeira comparável a
grandes ondas

Protegido contra o
7 efeitos de imersão
entre 0,15 e 1 m
Protegido contra
8 efeitos prolongados
de imersão sob
pressão

Fig. 20-Tabela de IP – Intrusão de residios sólidos e projeção de água

IK Proteção a Definição
00 Sem proteção

Energia de impacto: 0,15 J


01

Energia de impacto: 0,20 J


02

22
Energia de impacto: 0,37 J
03

Energia de impacto: 0,50 J


04

Energia de impacto: 0,70 J


05

Energia de impacto: 1 J
06

Energia de impacto: 2 J
07

Energia de impacto: 5J
08

Energia de impacto: 10 J
09

Energia de impacto: 20 J
10

Fig. 21-Tabela de IK - Índice de Proteção a ações mecânicas


23
Como interpretar:

Exemplo de uma máquina IP55 K 08

IP: grau de proteção

5: Máquina protegida contra poeira e contato acidental.


Resultado do teste: nenhuma poeira entra em quantidades prejudiciais, nenhum
risco de contato direto com peças rotativas. O teste durará 2 horas.

5: Máquina protegida contra jatos de água de todas as direções das mangueiras a 3m


de distância com um caudal de 12,5 l / min a 0,3 bar. O teste durará 3 minutos.
Resultado do teste: nenhum dano da água projetada na máquina.

IK: grau de proteção a ações mecânicas

08: Resistente a um impacto de numa massa de 1.25Kg largada a uma distancia de


40cm

Outro aspeto importante a considerar nesta alínea prende-se com o local onde irá ser
instalada a nossa máquina:
- Deverá ser um local arejado, onde as entradas e saídas de ar estejam
completamente desobstruídas. O mínimo espaço livre até à parede mais próxima (L),
deverá ser de ¼ do diâmetro da entrada de ar defletora (D)

24
Fig. 22-Distancia mínima do motor à parede (L)

1.5 - Acoplamento e afinação

Para o acoplamento de uma máquina elétrica/motor, deve-se observar os seguintes


tópicos:
 Utilizar ferramentas apropriadas para a montagem e desmontagem dos
acoplamentos para assim evitar danos ao motor:
 Recomenda-se a utilização de acoplamentos flexíveis com a capacidade de
absorver pequenos desalinhamentos durante a operação
 As cargas máximas e limites de velocidade informados nos catálogos dos
fabricantes doa acoplamentos e do motor não devem ser excedidos:
 Realizar o nivelamento e alinhamento do motor conforme a figura 26, (pag.27)

Motores acionados sem elementos de transmissão acoplados devem ter chaveta


firmemente fixa ou removida, para assim evitar acidentes.
Normalmente a chaveta está acoplada ao veio com uma tampa de proteção. Neste
ponto do trabalho, deve-se retirar a proteção da linha do veio e rodar manualmente o
motor para nos certificar da existência de alguma eventual avaria devido às
manipulações.

25
Fig. 23-Exemplificação da operação atrás descrita

1.6 - Acoplamento direto - Alinhamento


O acoplamento direto é caracterizado quando o eixo do motor está acoplado
diretamente ao eixo de carga, sem uso de elementos de transmissão. Este tipo de
acoplamento apresenta menor custo, maior segurança contra acidentes e ocupa
menos espaço.

Nota:
Não será abordado este tema devido ao facto de não ser um método não muito
utilizado atualmente. Serve de exemplo o caso de um motor que é acoplado a um
redutor que é realizado por acoplamento direto.

Acoplamento direto através de união elástica - Alinhamento


A união elástica deve ser escolhida tendo em conta o binário nominal a transmitir e o
fator de segurança em função das condições de arranque do motor elétrico (já feita
referência).

26
Veio mandante Veio mandado

Fig. 24-Exemplo típico de desalinhamento

Para se efetuar um bom alinhamento de um motor com a máquina que irá acionar,
devem-se utilizar ferramentas e dispositivos adequados, como comparador com base
magnética, alinhador e laser, paquímetro, entre outros.

Fig. 25-Instrumentos utilizados no alinhamento de motores

O eixo do motor deve ser alinhado axial e radialmente com o eixo da máquina
acionada.
O valor lido no mostrador do comparador para o alinhamento de acordo com a figura
26., não deve exceder os 0,03mm, considerando uma rotação completa do eixo. Deve
27
existir uma folga entre os acoplamentos, para compensar a dilatação térmica dos
eixos, conforme especificações do fabricante do acoplamento.

Traços de referência Traços de referência

2,63
Folga para compensar dilatações

Alinhamento paralelo Alinhamento angular

Fig. 26- Alinhamento com Comparador

Caso o alinhamento seja realizado com um instrumento a laser, devem ser seguidas
as instruções do fabricante.

Nota:
A verificação do alinhamento deve ser realizada à temperatura ambiente e à
temperatura de trabalho dos equipamentos

Cuidado:
É recomendado que o alinhamento dos acoplamentos seja verificado periodicamente.

1.7- Acoplamento por engrenagem


O acoplamento por engrenagens é utilizado quando há necessidade de uma redução
de velocidade. Este tipo de acoplamento requer eixos devidamente alinhados,

28
rigorosamente paralelos (no caso de engrenagens retas) e no angulo de engrenagem
(no caso de engrenagens cônicas ou helicoidais).

Nota:
De hoje em dia, este tipo de engrenagens são fornecidas já acopladas aos motores
facilitando assim todo o trabalho mecânico de montagem. (Ver figuras 10 e

1.8 – Acoplamento/transmissão por polias e correias - Alinhamento


É talvez o tipo de transmissão mais corrente. Normalmente é utilizado quando há
necessidade de uma relação de velocidade entre o motor e a carga.

Transmissão por correia em V Transmissão por correia paralela dentada

Fig. 27- Exemplo de transmissão por correia

No alinhamento dos veios do motor e equipamento a acionar poderão utilizar-se os


seguintes meios: um cordel ou um emissor de laser.

Fig. 28- Meios mais utilizados no alinhamento de transmissão por correias

29
Para acoplamento por polias e correias, o alinhamento deve ser realizado de tal modo
que o centro da polia motora esteja no mesmo plano do centro da polia movida e os
eixos do motor e da máquina estejam perfeitamente paralelos.
Nunca se deve montar as correias em esforço.
Para as correias dentadas, posicionar os dentes nas ranhuras das poloias

A’ B’

A B
E (A – B) = E (A´- B’)

Fig. 29- O Eixo A-A’ de estar paralelo ao eixo B-B’

30
Alinhamento por raio laser

.
E laser
. .

Fig. 30- O Alinhamento incorret

.
. .
E laser

Não deve o raio intercetar a


borda exterior das polias.

Fig. 31- O Alinhamento correto

31
Alinhamento com um cordel

Fig. 32- O Alinhamento incorreto

Não deve o fio sofrer desvio provocado pelas bordas


exteriores das polias.

Fig. 33- O Alinhamento correto

Dever-se-á ter um elemento corretamente fixo para facilitar o alinhamento e, como


normalmente o motor está montado em corrediças deslizantes, o alinhamento
proceder-se-á com o auxílio dos parafusos instalados para o efeito

32
Afinação do esticamento das correias

Após se ter estabelecido o paralelismo dos eixos, deve-se ajustar o esticamento da


correia (das correias). Neste âmbito deve-se ter em conta o sentido de rotação do
motor.

Sentido de rotação
Sentido de tração

Sentido de tração

Fig. 34- Folga aproximada

Um esticamento excessivo nas correias danifica os rolamentos e pode provocar rutura


do eixo do motor.

Após a realização dos procedimentos descritos anteriormente, deve-se certificar de


que os dispositivos de montagem do motor não permitam alterações no alinhamento
e no nivelamento e não causem danos ao equipamento. Devem os parafusos serem
apertados convenientemente segundo as indicações recomendadas pelo fabricante

Recomenda-se que os desvios máximos de alinhamento sejam registrados e


armazenados no relatório de instalação.

Proteger todos os órgãos em rotação antes de colocar sob tensão.


33
1.9 - Instruções de funcionamento e manutenção

Para uma abordagem adequada neste capítulo, retomaremos a questão da “chapa


de caraterísticas” além da leitura minuciosa do datasheet/manual de instruções
correspondente à máquina a instalar.
Quais os itens a considerar, para o bom funcionamento da máquina?
 A correspondência de tensão da rede de distribuição e a inscrita no motor;
 Intensidade nominal;
 Frequência;
 Tipo de arranque;
 Modo de serviço;
 Classe de isolamento;
 Temperatura de funcionamento
 Periodicidade de relubrificação
 Tipo e quantidade de massa lubrificante.

a) Tensão nominal de funcionamento V(Volt)


Na rede de distribuição em BT (baixa tensão) em Portugal, temos disponíveis
dois tipos de tensão: Tensão simples e tensão composta.
-Tensão simples cujos valore será 230V, distribuída por dois condutores; um
de Fase – F/L1 e um neutro N
- Tensão composta cujo valor será de 400V, distribuída por quatro condutores;
RST+N / L1 L2 L3+N.
(A terra de proteção é sempre criada no local da instalação não fazendo parte
da rede de distribuição)

Assim sendo, para alimentar uma máquina elétrica monofásica_230VAC, será


necessário utilizar um cabo com três condutores:
1 para a fase Pt ou Ct (preto ou castanho)
1 para o neutro Az (azul)
1 para a ligação da terra V/A (verde e amarelo)

Para alimentar uma máquina elétrica trifásica/tensão composta_ 400VAC, são


será necessário um cabo com quatro condutores:
1 para a fase L1 Ct (castanho)
1 para a fase L2 Pt (preto)
1 para a fase L3 Cz(cinzento)
1 para ligação da terra V/A (verde/amarelo).

(poderá ser alimentado com um cabo de quatro condutores quando a máquina possuir um freio
ou ventilador alimentado a 230V.)
34
b) Corrente nominal A (Amper)
Diretamente proporcional à Potencia isto é; para a mesma tensão de
funcionamento, quanto maior o esforço de trabalho, maior será o valor da
Intensidade de corrente absorvida.
É importante o valor nominal da corrente pois permite-nos calcular a proteção
térmica relacionada com a intensidade consumida do motor. Limita o esforço
evitando a detioração dos enrolamentos perdendo assim a sua classe de
isolamento.
Permite o cálculo da proteção de curto-circuito e a secção dos condutores para
a sua alimentação.

c) Frequência
A frequência para o qual a máquina está preparada é um valor que deverá ser
tomado em consideração e correspondente à frequência da rede de
distribuição. Será inadequado por completo um motor fabricado para trabalhar

a uma frequência de 50Hz, trabalhão a uma frequência de 60HZ. Vai provocar


um aquecimento excessivo e detiorando o isolamento dos enrolamentos.

d) Tipo de arranque
Normalmente o fabricante indica na chapa de características do motor a forma
de arranque. Devemos seguir exatamente o que está estipulado pois corremos
o risco de danificar a máquina e provavelmente o equipamento de controlo e
comando. Não sendo o arranque e controlo efetuado por variadores de
velocidade ou arrancadores progressivos, os tipos de arranque por contactores
mais corrente são:
 Arranque direto em estrela
 Arranque direto em triângulo
 Arranque estrela/triângulo

Existem mais formas de arranque de motores mas, estas três são as mais
correntes nas nossas indústrias
Por norma o arranque estrela/triângulo é utilizado em motores com potência
a partir dos …5KW.
Os arranques diretos também dependem se a máquina arranca em esforço
ou em vazio.
e) Modo de serviço, a Classe de isolamento, a Temperatura de funcionamento, a
Periodicidade para lubrificação, o Tipo e quantidade de massa lubrificante, são
35
itens que nos permitem determinar a periodicidade e tipo de manutenção a
efetuar à máquina.

O “tipo de massa lubrificante” a utilizar, será dedicada a máquinas cujos rolamentos


não sejam auto lubrificados e possuam caixa de lubrificação.
Todos os outros itens, como já foi referido, permitem-nos definir e calcular todo o
equipamento de controlo e comando da máquina.
Convém considerar como imprescindível o cumprimento da periodicidade da
lubrificação.
Ter em consideração a temperatura da máquina em pleno funcionamento. Se por
qualquer motivo, notarem aquecimento excessivo, desligar a máquina e tomar e
atenção os procedimentos mencionados no capítulo seguinte.

Antes de se efetuarem os ensaios de funcionamento temos que garantir que:


1 Verificar se roda livremente, removendo todos os dispositivos de bloqueio ou calços
2 Confirmar se a tensão e a frequência corresponde com o indicado na placa de caraterísticas
3 Verificar se as ligações correspondem com o esquema indicado na placa de caraterísticas
4 Verificar se o regime de serviço corresponde ao pretendido
5 Verificar se se encontra corretamente fixado e devidamente alinhado
6 Verificar se está devidamente ligado à terra
7 Verifica se o cabo(s) de alimentação estão devidamente ligados e apertados.
Se o motor estiver guardado em local húmido ou há muito tempo parado, medir a resistência
8
de isolamento
9 Garantir que as caixas de rolamentos possuem massa lubrificante (Qtd. recomendada)
10 Garantir se as seguranças contra contactos acidentais estejam devidamente montadas

Deve-se garantir a segurança do técnico montador ou operador do equipamento.

36
Efetuadas este tipo de verificações, poderemos iniciar o ensaio de funcionamento
tendo em conta a seguinte ordem:
1º Ligar o quadro de proteção e comando da máquina;
2º Dar ordem de arranque por um curto período de tempo para verificar o sentido
de rotação. Caso esteja a rodar em sentido contrário, trocar duas fases.
Esta operação deve ser efetuada com o quadro desligado.

3º Ajustar a proteção térmica à intensidade nominal


4º Criar uma folha de ensaio onde seja anotado o valor por fase medido com um
multímetro em escala de V(Volt), o valor da intensidade da corrente A(Amper)
por fase, medida com uma pinça amperimétrica e o nº de rotações em
rpms(rotações por minuto).
5º Durante o ensaio tentar perceber se há ruídos estranhos
6º Ao fim de algum tempo verificar a temperatura da carcaça da máquina que,
poderá ser por apalpação caso o técnico tenha essa sensibilidade se não, utilizar
um termómetro industrial. Em vazio, a temperatura não deverá atingir o valor
nominal.
7º Colocando a máquina a trabalhar em carga, deveremos tornar a efetuar todas
as anteriores medições e apontar na folha de ensaios e, se necessário, ajustar
a regulação da proteção.

2- Manutenção de máquinas elétricas

2.1- A finalidade da manutenção às máquinas elétricas produzirá o seu efeito no bom


funcionamento e durabilidade do equipamento.

Temos que ter o cuidado de que nenhum órgão da máquina fique sob tensão, sob
pressão hidráulica ou pneumática. Neste ponto, considero importante que só uma
pessoa da equipa de manutenção fique com acesso ao seccionador do quadro da
máquina (chave no bolso) que por norma, será o responsável pelo trabalho.
Para evitar acidentes pessoais, deve-se seguir os preceitos e recomendações nas
37
normas de Higiene e Segurança no Trabalho: utilizar luvas, óculos de proteção e
máscara no manuseamento de líquidos tóxicos para lavagem de peças. Utilizar
calçado protetor à queda de ferramentas ou órgãos a substituir assim como capacete.
Para deslocação de órgãos pesados, utilizar meios motorizados de elevação e
transporte, etc.

A Manutenção das máquinas elétricas rotativas engloba dois aspetos importantes; a


parte elétrica e a parte mecânica.

Tipo de avaria
Órgão do motor
Mecânica Elétrica
Veio / Rotor Desalinhamento/desequilíbrio Correntes parasitas
Folgas
Chumaceiras Rolamentos degradados
Lubrificação deficiente
Atritos
Barras e anéis de topo da gaiola
Rotor em gaiola Barras e anéis de topo da gaiola de esquilo, partidos ou fendidos
de esquilo Deslocação do bloco rotórico
de esquilo, partidos ou fendidos
Deslocação do bloco rotórico
Degradação do isolamento
Estator Deficiente alimentação
Qualidade do entre ferro
Causas Acoplamento danificado
Sobrecarga por encravamento
externas Encravamento do equipamento

As causas externas serão mencionadas mais adiante pois, não interfere diretamente
com a máquina, sendo sim uma consequência.

É de toda importância que o técnico de manutenção conheça a constituição de uma


máquina e a interpretação da chapa de caraterísticas para a elaboração de um bom
diagnóstico de avarias.
Na figura 36, poderemos observa um motor em corte e onde se podem observar
algumas partes que constituem um motor.

38
Fig. 36- Exemplo da constituição de um motor

1 Carcaça (alhetas de arrefecimento)


2 Estator (parte fixa do motor)
3 Rotor em gaiola de esquilo (parte móvel do motor)
4 Tampa frontal
5 Ventilador
6 Tampa do ventilador
7 Veio
8 Enrolamentos (bobinas)
9 Caixa de ligações
10 Exemplo de placa de Ligações
11 Tampa de caixa de ligações
12 Rolamento de esferas
39
13 Barras da gaiola de esquilo
14 Tampa da caixa de rolamentos
15 Canais de lubrificação
16 Chaveta

2.1- Diagnóstico de avarias – causas das avarias mais comuns.


Avarias mais frequentes nas máquinas elétricas

Tipo de avaria Causa provável Solução


Substituição de Fusíveis
Falta de alimentação Rearme térmico
O motor não arranca
Atuação do contactor Rearme magnetotérmico
Verificação tensão de comando
Verificar ligações no quadro -
contactor e régua de bornes
O motor trabalha abaixo do
Falta de uma das fases na Verificar caixa de ligações
seu nível e emite ruido e
alimentação Confirmar se o cabo de
vibração
alimentação não se encontra
danificado
Repor, se for problema físico
o equilíbrio das fases. Mandar
Desequilibro de fases rebobinar o motor caso possua
Regime de serviço uma bobina danificada. Regime
O térmico ou magnetotérmico desadequado de serviso desadequado –
dispara ao fim de algum tempo Rolamentos gripados ou não substituir motor. Substituir
lubrificados rolamentos ou relubrificar. Verif
Existência de atritos se a jusante não exista atrito
que obrigue a esforço
permanente.
Rolamentos gripados ou falta Substituir ou relubrificar
de lubrificação. Baixo nível da rolamentos ou órgãos
tensão de alimentação. mecânicos. Tentar alinhar o
Deslocação do rotor em relação rotor com o estator utilizando
O motor aquece acima do ao estator. meios mecânicos caso haja
normal Esforço a jusante do motor desalinhamento
A não correspondência da Verificar esforço ou atrito a
frequência da rede de jusante do ponto de
distribuição e a que para a qual transmissão.
O motor foi construído. Substituir de imediato o motor
Efetuar todas as verificações Os procedimentos anteriores
atrás mencionadas. Rotor Substituir o rotor caso esteja
fendido - ferro ou barras da fendido. Rebobinar no caso do
O motor gira aos soluços gaiola de esquilo. ponto de comutação de polos
Ponto de comutação de polos estar deslocado.
deslocado (caso o motor tenha
sido rebobinado).
40
2.2- Avarias e anomalias de funcionamento
Na alínea anterior foram mencionados algumas das principais avarias e anomalias
contudo, durante o funcionamento do equipamento, poderão surgir avarias de origem
externa à máquina elétrica. Este tipo de avarias, poderão surgir a montante, ou a
jusante do ponto de transmissão.

Montante Grupo motor/transmissão Jusante

1 3 2

4
1 - Proteção motor (magnetotermico
2 - Relé de monitorização/sequência de fases
3 – Contactor de comando
4 – Bornes de ligação

-
Fig. 37- Exemplo típico de montagem eletromecânica

41
Quadro tipo de avarias e soluções para as que possam surgir durante o
funcionamento, não ligadas à máquina elétrica.

Anomalias a montante Motor/transmissão Anomalias a jusante Soluções


Relé 2 não atua Trocar as fases de
Não arranca alimentação ao quadro
Fases em não sequência
Magnetotermico
Não arranca Rearmar magnetotermico
disparado
Contactor não atua Não arranca Verificar tensão comando
Motor trabalha Ponto de transmissão Substituir acoplador ou
Tela/rolos/ventilador, não Acoplamento Chaveta fixação ao veio
Motor trabalha Substituir/reparar Caixa
Caixa redutora danificada
Tela/rolos/ventilador, não redutora
Motor trabalha Correia partida Colocar correia nova
Tela/rolos/ventilador não Correia fora da polia Recolocar correia/realinhar
Motor trabalha com Aranha do acoplamento Substituir acoplamento
solavancos e batidas danificada Substituir aranha
Produção de silvos Ajustar esticamento correias
Folga excessiva das correias
Comum em correias Verificar alinhamento

2.3- Instrumentos apropriados na realização de manutenção

Para tornar eficaz e menos onerosa uma ação de manutenção preventiva, e tendo
em observância as diretrizes da manutenção preditiva no sentido de efetuar análises
ao longo do ciclo de trabalho, poderemos com bastante eficácia determinar os órgãos
a substituir ou componentes a beneficiar, com o auxílio de alguns aparelhos de
análise que estão ao nosso dispor muito embora com um nível de acessibilidade
muito limitado devido aos seus custos.
O aparelho que mostra a figura 38, é o auxiliar ideal de um técnico de manutenção
embora dos mais simples existentes no mercado. Em tempo real e em simultâneo, lê
tensões, correntes. Outros porém, permitem efetuar leituras de temperatura, nível de
ruído e vibrações.

42
Fig. 38- Analisador de energia

Relacionado com a temperatura desenvolvida por um motor, existe a técnica da


“Termografia” - leitura da temperatura de um motor, que utiliza uma câmara especial
de infravermelhos em que nos mostra o espectro colorido correspondentes aos
diversos valores de temperatura, no corpo do motor e não só
Sistema também caro, só compensando em determinas indústrias onde o parque de
máquinas justifiquem este investimento

Fig. 39- Camara termográfica

43
2.3.1 – Na minha oficina possuo

Fig. 40 -Pinça Amperimétrica multifunções e multi-escalas

A pinça amperimétrica permite efetuar medições de intensidades de corrente em


cada fase. Esta medição deverá sempre efetuada com a máquina em plena carga-
esforço.

44
Fig. 41- Multímetro analógico/digital

Multímetro permite efetuar diversas medições bastando para isso selecionar a


medição e escala que pretendemos utilizar. Tanto lê em AC como DC; tensões,
intensidades de corrente-algo limitada-, valores de resistência (Ω) podendo também
ser utilizado para medir resistências de isolamento de máquinas elétricas pois, vários
modelos possuem escalas até 200MΩ.

45
Fig. 42- Termómetro digital

Como o próprio nome indica, lê temperaturas por contacto com a zona a analisar
através de uma ponteira de contactos flexíveis.

Fig. 43- Conta rotações

Conta rotações, digital com 3 gamas de leitura: rpm – rotações por minuto, m/mn –
metros por minuto, ft/mn - pés por minuto (velocidades periféricas e lineares).

46
Fig. 44- Autoscope – captador direcional de vibrações ou ruídos

2.3.2 - Ferramentas apropriadas para a realização de manutenção de uma


máquina elétrica.
Os exemplos aqui expostos, são parte integrante de um conjunto de ferramentas
muito utilizadas pelos técnicos no exercício da sua atividade profissional. Poderá não
ser a melhor mas, no entanto, para qualquer profissional de uma pequena e média
empresa é a suficiente para a prestação de manutenção e reparações
eletromecânicas.

Fig. 45- Algumas ferramentas destinadas a reparações elétricas

47
Fig. 46-Exemplo ferramentas destinadas a desmontar e
montar máquinas elétricas

Fig. 47-Exemplo ferramentas destinadas a substituição


e reparação mecânica de máquinas elétricas
48
2.4- Técnicas gerais de reparação de peças e equipamentos

2.4.1 - Reparação de um motor em oficina

Fig. 48-Moto redutor de duas velocidades com freio eletromagnético


e ventilador p/ventilação forçada

Queixas:
-Disparo de disjuntor térmico, aquecimento excessivo, perda de rendimento,
ruído de arrasto na zona do freio.

Causas prováveis:
-Freio avariado dificultando o arranque e funcionamento, rolamentos danificados
ou redutor com engrenagens defeituosas.

49
Verificações a fazer:
1º - Medir valores ohmicos(Ω) dos enrolamentos e fazer o seu registo;

Fig. 49

2º - Medir resistência de isola mento = 18 MΩ (> 2MΩ aceitável)

Fig. 50
50
3º - Utilizar ferramenta mecânica para proceder à sua desmontagem;

Fig. 51

4º - Retirado o ventilador observar o freio. Detectado desajuste na sua afinação

Fig. 52

51
5º -Foi detetado problema no veio do motor provocado pelo mau funcionamento
do freio. Foram solicitados os serviços de uma oficina mecânica para reparar
o veio com enchimento por electroerosão e maquinado para retomar a
medida original.

Zona com grande


desgaste por fricção

t
Fig. 53

6º - No seguimento dos procedimentos normais de análise seguidos pelo


técnico responsável, o motor foi ensaiado e registados os valores em vazio.

Fig. 54- Medição da tensão de alimentação


52
Fig. 55- Medição da intensidade de corrente absorvida

Fig. 56- Medição da velocidade de rotação

53
Fig. 57- Avaliação da existência de ruídos produzidos na zona
de acoplamento Motor-caixa redutora

Fig. 58- Medição da temperatura no corpo do motor

Medição da temperatura após aproximadamente 15 minutos do início do


funcionamento, nos pontos mais críticos como sendo o corpo do estator e os
pontos das caixas de rolamento

54
7º - Desacoplamento do redutor para desmontagem do motor

Fig. 59- Desacoplamento da caixa redutora

8º – Desmontar motor
Para que se proceda à desmontagem correcta do motor, convém marcar pontos de
referência para que ao montar os pontos coincidam. A necessidade desta
coincidência
prende-se com o facto de ter já existido outras desmontagens e, porque os apertos
dos parafusos de fixação em termos de esforço não serem garantidamente os
mesmos.
Como o corpo do motor ser de antimónio, um metal macio, pode ter o que chamamos
vícios ou deformações. Convém que os pontos de contacto ou encaixe sejam os
mesmos

55
Fig. 60- Marcação de pontos para coincidência

Fig. 61- Retirar tampas do motor

Nesta operação utilizar sempre martelos com mesas de nylon para não danificar os
encaixes.

56
9º- Análise por observação do estado do isolamento dos enrolamentos.

Coloração carregada
provocada por
aquecimento

Fig. 62- Observação do estado do isolamento

Este motor foi submetido a uma beneficiação de isolamento.


As caixas de rolamentos foram também sujeitas a análise minuciosa da sua superfície
maquinada, bem como a anilha de compensação da deslocação axial do rolamento.

Anilha de
compensação

Fig. 63- Tampa retirada


57
10º- Desmontar motor para observação da gaiola de esquilo e entre-ferro com a
intenção de detetar fissuras.
Qualquer fissura pode originar quebra no campo magnético induzido.

Fig. 64- Retirar rotor

Fig. 65- Atuação na tampa frontal do motor (ponto de ataque do eixo)

58
Detetado neste ponto uma
pequena fissura no anel de
curto-circuito

Fig. 66- Observação do estado do rotor

Fig. 67- Libertar freios


59
Fig. 68- Retirar rolamentos

Foram retirados os rolamentos e substituídos, pois tinham segundo os anteriores


registos, mais de 4000 horas de funcionamento.

Seguiram-se uma série de benfeitorias além das previstas tais como beneficiação
das ligações nas pontas dos enrolamentos na caixa de ligações, limpeza geral e
pintura.

O freio foi da mesma forma beneficiado e substituído os componentes defeituosos


que provocaram o mau funcionamento do motor.

Montado e ensaiado o motor, foram registados todos os valores obtidos e anexados


ao processo historial do equipamento onde está montado o motor.

60
2.5 – Operações de manutenção

2.5.1-Conceitos gerais:

Podemos considerar como manutenção, um conjunto de ações que permitem manter


ou restabelecer um bem num estado especificado, ou como a possibilidade de
assegurar um determinado serviço.
Toda a ação de manutenção, deve garantir que todas as alterações e intervenções a
efetuar em máquinas ou instalações, se efetuem no momento necessário de modo
que afetem ao mínimo o ritmo da produção e que os riscos de avarias imprevistas
sejam reduzidos.
Também pode ser considerada como uma consequência, uma sistematização de
operações de conservação de instalações e maquinaria produtiva.

- Manutenção Corretiva ou curativa


Excluindo as lubrificações, a manutenção curativa é a que se prática sempre
que ocorre uma avaria. Nestes casos as consequências podem ser
desastrosas para o equipamento como para a produção. Para contrariar estas
situações, os quadros técnicos, organizam um plano para a manutenção
preventiva.

Paliativa – desenrascar até parar;

Curativa – substituição de peça avariada (reparar).


(implica paragem do equipamento)

- Manutenção preventiva
Consiste em intervenções sistemáticas com o objetivo de substituir
componentes, principalmente os de maior desgaste. Este tipo de
intervenções, normalmente é planeado, com o intuito de aproximar o tempo
médio de vida dos componentes com o número de horas de trabalho. O fator
médio de vida dos componentes é fornecido no quadro de características e é
emitido pelo seu fabricante. Para a periodicidade das ações de manutenção,
também deve ser tomada em linha de conta, os períodos de férias anuais de
maneira que, não afete o plano produtivo de uma dada unidade de produção.

61
– Manutenção preditiva
Ação semelhante à preventiva só que, de uma maneira mais exata e segura,
auxilia-nos na prevenção das avarias.
O seu princípio baseia-se em controlar regularmente o funcionamento de um
dado equipamento de forma a identificar o seu desgaste e prever a
necessidade de uma intervenção. Este controlo é efetuado através de
inspeções, medições de níveis de vibrações, débitos, binários dos motores,
ferramentas, etc.
Este tipo de manutenção é mais económico que a preventiva porque, elimina
as substituições prematuras; o que se tornarão em gastos supérfluos. Torna-
se também mais segura porque permite prever os casos de avarias anormais
que outra ação de manutenção pode deixar passar.

2.5.2 - Níveis de manutenção

1ºNível Afinações simples previstas pelos construtores sem desmontagem do


equipamento ou substituição de elementos acessíveis com toda a segurança.
Executável pelo operador.

2º Nível Reparação através de substituição de elementos standards previstos para


este efeito ou operações menores de manutenção preventiva (rondas).
Executável por técnico habilitado.

3º Nível Identificação e diagnóstico das avarias por substituição de componentes


funcionais, reparações mecânicas menores.
Executável por técnico especializado no local ou equipa de manutenção.

4º Níveis Trabalhos importantes de manutenção correctiva ou preventiva.


Executável por equipa de manutenção.

5º Nível Trabalhos de renovação, de construção ou reparações importantes numa


oficina central ou por subcontratação.
Executável por equipa completa de manutenção polivalente

62
Alguns cuidados durante as ações de manutenção

Há aspetos que se tornam completamente relevantes em termos de segurança.


Sempre que se efetue uma ação de manutenção, quer seja do tipo preventiva ou
curativa, devemos utilizar sinalética apropriada para informar os demais utentes do
recinto.

Fig. 69- Sinal apropriado para locais em ação de manutenção

Temos que ter o cuidado de que nenhum órgão da máquina fique sob tensão, sob
pressão hidráulica ou pneumática. Neste ponto, considero importante que só uma
pessoa da equipa de manutenção fique com acesso ao seccionador do quadro da
máquina (chave no bolso) que por norma, será o responsável pelo trabalho.
Para evitar acidentes pessoais, deve-se seguir os preceitos e recomendações nas
normas de Higiene e Segurança no Trabalho: utilizar luvas, óculos de proteção e
máscara no manuseamento de líquidos tóxicos para lavagem de peças. Utilizar
calçado protetor à queda de ferramentas ou órgãos a substituir assim como capacete.
Para deslocação de órgãos pesados, utilizar meios motorizados de elevação e
transporte, etc.
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Motivar a prevenção é trabalhar com segurança

64
Anexo 1 – Folha de histórico de avarias

65
Anexo 2 - Folha de ensaio de motores – 3 velocidades

66
Anexo 3 - Folha de ensaio de motores 1 velocidade

67
68
Bibliografia

WEG-50033244 – Manual Geral Motores Eléctricos. pdf

WEG-50032794 – Guia Especificações Motores Elétricos. pdf

WEG-------------- - Instalação e Manutenção de Motores Elétricos. pdf

LEROY SOMER – 2365 – Motores assíncronos trifásicos. pdf

MANUTENÇÃO VOCACIONADA AMOTORES ELÉCTRICOS,


Autor: Quaresma Santos, Edição 2010

Motores Elétricos – Motores assíncronos trifásicos


Autor: Quaresma Santos, Edição 2010

Texto, imagens e fotografias de intervenção, produção do autor/formador

Imagens de motores –
https://www.google.pt/search?q=imagens+motores+eletricos

69
Formador: Quaresma Santos
(Técnico Electricidade e Elétronica Industrial)
Certificado nº EDF 534552/2010 DN

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