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Farmacotécnica hospitalar:

Abordagem teórica para implantação e operacionalização.

1 – Introdução

No século XVI foi introduzido o termo “Farmácia Galênica”, em homenagem ao médico-farmacêutico,


Claudius Galenus, que viveu em Roma no século II de nossa era. Ele escreveu mais de 400 obras nos diversos
ramos da medicina e da farmácia, principalmente sobre formulações de medicamentos e a forma de prepará-los.
Durante muitos anos as substâncias medicamentosas existentes eram exclusivamente de natureza animal,
vegetal ou mineral. Posteriormente, com o isolamento dos princípios ativos, o homem teve a tentação de
começar a substituí-los.
Razões de ordem econômica e a facilidade de preparação têm levado à substituição quase que sistemática das
antigas fórmulas pelos seus componentes principais isolados ou por síntese.
As tendências mais recentes da Farmacotécnica a serviço da preparação, maior eficácia terapêutica e segurança
podemos citar a Biofarmácia e a Farmácia Clínica.
Observa-se assim a evolução natural da Farmácia Galênica, que, de arte servindo-se do empirismo, passou a
ciência complexa e multifacetada, começando a ser encarada e orientada em bases completamente novas, em
que a preparação do medicamento nunca pode ser apreciada independentemente do fim a que se pretende.
Para falar de Farmacotécnica Hospitalar, é necessário antes situar esta atividade no campo da Farmácia
Hospitalar, bem como relebrar algumas questões relativas a Ciência da Farmacotécnica.

1.1 - Farmácia Hospitalar

O progresso das ciências da saúde implica, cada vez mais, uma atividade multidisciplinar
integrada que envolve profissionais com diferentes formações curriculares, específicas e
diferenciadas.

Sobre Farmácia Hospitalar, o egrégio Conselho Federal de Farmácia através da Resolução 200 de 1997 define:

FARMÁCIA DE UNIDADE HOSPITALAR: unidade clínica de assistência técnica e


administrativa, dirigida por farmacêutico, integrada funcional e hierarquicamente às
atividades hospitalares.

A principal função da farmácia hospitalar é garantir a qualidade de assistência prestada ao paciente através do
uso seguro e racional de medicamentos e correlatos, adequado sua utilização à saúde individual e coletiva, nos
planos: assistencial, preventivo, docente e de investigação, devendo, para tanto, contar com farmacêuticos em
número suficiente para o bom desempenho da assitência farmacêutica.

Nas atividades de assistência farmacêutica, é de competência da farmácia hospitalar:

I - Assumir a coordenação técnica nas discussões para seleção e aquisição de medicamentos, germicidas e
correlatos, garantindo sua qualidade e otimizando a terapia medicamentosa;

II - Cumprir normas e disposições gerais relativas ao armazenamento, controle de estoque e distribuição de


medicamentos, correlatos, germicidas e materiais médicos hospitalares;
III - Estabelecer um sistema, eficiente, eficaz e seguro de dispensação para pacientes ambulatoriais e
internados, de acordo com as condições técnicas hospitalares, onde ele se efetive;

IV - Dispor de setor de farmacotécnica composto de unidades para:


a) manipulação de fórmulas magistrais e oficinais;
b) manipulação e controle de antineoplásicos;
c) preparo e diluição de germicidas;
d) reconstituição de medicamentos, preparo de misturas intravenosas e nutrição parenteral;
e) fracionamento de doses;
f) análises e controles correspondentes;
g) produção de medicamentos;
h)outras atividades passíveis de serem realizadas segundo a constituição da farmácia hospitalar e características
do hospital.

V - Elaborar manuais técnicos e formulários próprios;

VI - Manter membro permanente nas comissões de sua competência, principalmente:


a) na comissão de farmácia e terapêutica ou de padronização de medicamentos;
b) na comissão de serviço de controle de infecção hospitalar;
c) na comissão de licitação ou parecer técnico;
d) na comissão de suporte nutricional.

VII - Atuar junto a Central de Esterilização na orientação de processos de desinfecção e esterilização de


materiais, podendo inclusive ser o responsável pelo setor;

VIII - Participar nos estudos de ensaios clínicos e no programa de farmacovigilância do hospital;

IX - Exercer atividades formativas sobre matérias de sua competência, promovendo cursos e palestras e criando
um Setor de Informações de Medicamentos, de acordo com as condições do hospital;

X - Estimular a implantação e o desenvolvimento da Farmácia Clínica;

XI - Exercer atividades de pesquisa, desenvolvimento e tecnologia farmacêuticas no preparo de medicamento e


germicidas;

Ao farmacêutico diretor-técnico, em particular, compete:

I - Cumprir e fazer cumprir a legislação atinente as atividades hospitalares e relativas a assistência


farmacêutica.

II - Organizar, supervisionar e orientar tecnicamente, todos os setores que compõem a farmácia hospitalar de
forma a assegurar-lhe características básicas bem como contribuir para seu funcionamento em harmonia com o
conjunto da unidade hospitalar.

No dia-a-dia da Farmácia Hospitalar o profissional farmacêutico ao proporcionar assistência


farmacêutica:

- Recebe, inspeciona , armazena, controla, distribuir e dispensa medicamentos e demais produtos


farmacêuticos;
- manipula, fraciona e reconstitui medicamentos;
- prepara e conserva misturas endovenosas
- prepara nutrições parenterais;
- dilui quimioterápicos;
- dilui germicidas;
- realiza controle de qualidade;
- presta informações sobre produtos farmacêuticos.

1.2 - Farmacotécnica
Trata-se de uma parte da Farmacologia que cuida das drogas, transformando-se nas várias formas farmacêuticas
utilizadas na prevenção, diagnóstico e cura das doenças. Esta transformação visa a administração, assegurando
uma perfeita eficácia terapêutica e conservação.
A Farmacotécnica é subsidiada por outras ciências fundamentais, como a física, a química, e a botânica; e de
ciências de aplicação como a Farmacognosia e a Farmacodinâmica. Sendo assim, ela própria se constitui em
uma ciência de aplicação, libertando-se cada vez mais do empirismo que a caracterizou no passado.
Compete à Farmacotécnica estudar a forma farmacêutica mais adequada e o melhor meio de se conservar os
medicamentos, de modo a prolongar, na medida do possível, o seu período de utilização.
A farmacotécnica tem como objetivo: preparar, conservar, acondicionar e dispensar medicamentos, dosados
com exatidão e apresentados sob uma forma que facilite a sua administração.
A ação da farmacotécnica resulta em Formas Farmacêutica, que são também designadas por formas galênicas
ou formas medicamentosas. São o resultado de várias operações a que se submetem as substâncias
medicamentosas a fim de facilitarem a sua posologia, administração, mascarar os caracteres organolépticas e
assegurar a ação desejada.
Classificação dos Medicamentos
Como se sabe a palavra Medicamento indica uma droga ou uma preparação com drogas de ação farmacológica
benéfica, quando utilizada de acordo com suas indicações e propriedades.
Medicamento Simples - aqueles preparados a partir de 1 único fármaco
Medicamento Composto - são aqueles preparados a partir de vários fármacos.
Medicamento de Uso Externo - são aqueles aplicáveis na superfície do corpo ou nas mucosas
facilmente acessíveis ao exterior.
Medicamentos de Uso Interno - são aqueles que se destinam à administração no interior do organismo
por via bucal e pelas cavidades naturais.
Medicamentos Oficiais - são aqueles oficializados nas monografias presentes nas Farmacopéias.
Medicamentos Oficinais - são aqueles preparados na própria farmácia, de acordo com normas e doses
estabelecidas por Farmacopéias ou formulários e com uma designação uniforme.
Medicamentos Especializados de Especialidades Farmacêuticas - são medicamentos de fórmula
conhecida, de ação terapêutica comprovada, em forma farmacêutica estável, embalado de modo uniforme e
comercializado com um nome convencional. A especialidade farmacêutica é industrializada e sua fabricação
obedece a regulamento de natureza governamental.
Medicamento Magistral - são aqueles medicamentos prescritos pelo médico e preparados para cada
caso, com indicação de composição qualitativa e quantitativa, da forma farmacêutica e da maneira de
administração.
Medicamento Placebo - são substâncias ou preparações inativas administradas para satisfazer a
necessidade psicológica do paciente de tomar drogas.
Medicamentos Alopáticos - são aqueles que tratam as doenças produzindo uma condição de
antagonistas; incompatíveis com o estado patológico a ser tratado. “Cura provocando uma ação diferente no
corpo”.
Medicamentos Homeopáticos - são aqueles que promovem uma condição semelhante com o estado
patológico a ser tratado. “Tratam o indivíduo, e não a doença em primeiro lugar”.

2. - Farmacotécnica Hospitalar

Farmacotécnica hospitar (de fármaco + técnica), seção da


farmácia hospitalar que tem por finalidade a manipulação e/ou
produção de medicamentos e correlatos (produtos de higiene,
dietéticos, auxiliares de diagnóstico, saneantes domisanitários e
outros), na forma de dosificação adequada e segura, com
apresentação adequada.

- Implantação:

2.1 Objetivos

2.1.1 - Objetivo Geral

A farmacotécnica tem como finalidade, contribuir com as demais áreas da Farmácia Hospitalar para que esta
cumpra sua missão no serviço clinico e colabore diretamente na assistência ao paciente hospitalizado e/ou
ambulatorial.

2.1.2 - Objetivos específicos

- Proporcionar, a qualquer momento, independentemente da disponibilidade comercial, medicamentos de


qualidade adaptados às necessidades específicas da população que atende;
- Desenvolver fórmulas de medicamentos e produtos de interesse estratégicos e/ou econômico para Farmácia
Hospitalar e para o Hospital;
- Fracionar e/ou reenvasar os medicamentos elaborados pela indústria farmacêutica a fim de racionalizar sua
distribuição e administração;
- Preparar, diluir e/ou reenvasar germicidas necessários para as ações de anti-sepsia, limpeza, desinfecção e
esterilização;
- Garantir a qualidade dos produtos elaborados, manipulados, fracionados ou reenvasados;
- Manipular produtos estéreis, incluindo soluções de nutrição parenteral, citostáticos e demais misturas
intravenosas;
- Contribuir na formação e reciclagem de pessoal auxiliar e outros farmacêuticos, nesta área de
conhecimento e tecnologia.
A seção de farmacotécnica que como objetivo principal a implantação de técnicas, que tenham a finalidade de
garantir que os procedimentos de fracionamento, manipulação e reenvase sejam seguros, eficazes, racionais e
tenham qualidade.
Para sua operacionalização é necessário o conhecimento de técnicas galênicas de preparação de formas
farmacêuticas a nível hospitalar; técnicas básicas de análise de medicamentos; técnicas de embalagem e
identificação de programas de garantia de qualidade.

2.2 - Por que manipular:


- Segurança,utilização racional dos medicamentos, quantidades exata para o tratamento, evitando sobras e
desperdícios;
- Ajustes de dosagens de acordo com as necessidades individuais de cada paciente (idade, altura, peso);
- Manipulação de medicamentos de uso consagrado e que foram retirados do mercado;
- Facilidade de administração do medicamento ao paciente, pela possibilidade da escolha do veículo e
apresentação ideal, permitindo associações de princípios ativos compatíveis entre si em um só
medicamento;

2.3 - Requisitos legais para implantação de uma farmacotécnica hospitalar

A Lei 5.991/73, regulamentada pelo Decreto 74.140/74, define Farmácia como:

“Estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais, de comércio de drogas,


medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação e o de
atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência
médica”.

Recentemente foi publicada a RDC 33/00, estabelecendo os requisitos mínimos para a manipulação,
fracionamento, conservação, transporte, dispensação de preparações magistrais e oficinais, alopáticas e ou
homeopáticas, e de outros produtos de interesse da saúde.

Conceitos importantes:
1. Especialidade farmacêutica: produto oriundo da indústria farmacêutica com registro na Agência
Nacional de Vigillância Sanitária e disponível no mercado.
2. Fracionamento: divisão de uma especialidade farmacêutica em dooses que atendam a prescrição
médica.
3. Manipulação: conjunto de operações com a finalidade de elaorar preparações magistrais e oficinais,
fracionar produtos industrializados para uso humano.
4. Preparação magistral: é aquela preparada na farmácia atendendo a uma prescrição médica, que
estabelece a composição, forma farmacêutica, posologia e moso de usar.
5. Preparação oficinal: é aquela preparada na farmácia atendendo a uma prescrição médica, cuja fórmula
estaja inscrita nas Farmacopéias Brasileiras ou Compêndios oui Formulários reconhecidos pelo
Ministério da Saúde.
6. Farmácia Hospitalar: Farmácia de atendimento privativo de unidade hospitalar: unidade clinica de
assistência técnica e administrativa, dirigida por farmacêutico, integrada funcional e hierarquicamente
às atividades hospitalares.
7. Produtos de higiene: produtos para uso externo, anti-sépticos ou não, destinados ao asseio ou à
desinfecção corporal, compreendendo os sabonetes, xampus, dentifrícios, enxaguatórios bucais, aniti-
perspirantes, desodorantes, produtos para barbear e após o barbear, estípicos e outros.

- Estrutura física;
A RDC 33/00 define que uma farmácia destinada a manipulação de produtos magistrais e oficinais deve ser
localizada , projetada, construída ou adaptada, contando com uma infra-estrutura adequada às opoerações
desenvolvidas, para assegurar a qualidade das preparações, possuindo no mínimo:

- Área ou local de armazenamento;


- Área de manipulação;
- Área de dispensação;
- Área ou local para as atividades administrativas;
- Área ou local de controle de qualidade;
- Vestiário;
- Sanitário;
A RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento,
programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, determina :

Farmacotécnica A existencia dessa Dimensão


sub-unidade
dependerá da
execução ou não das
atividades
correspondentes
Sala de manipulação, fracionamento de doses e reconstituição de 1 12,0 m2
medicamentos
Área de dispensação 1 6,0 m2
Sala para preparo e diluição de germicidas 1 9,0 m2
Laboratório de controle da qualidade “in loco ou não” 6,0 m2
Sala de limpeza e higienização de insumos (assepsia de 6,0 m2
embalagens)

Sala de preparação de quimioterápicos 1 5,0 m2


por capela
de fluxo
laminar
Sala de manipulação de nutrição parenteral 1 5,0 m2 por
capela de
fluxo
laminar

Farmácia Hospitalar

Área para armazenagem e controle (CAF)


- Recepção e inspeção - 10 % da área para armazenagem;
- Estocagem de:Matéria prima, Inflamáveis, Não inflamáveis, Material de embalagem e envase, Quarentena,
Medicamentos, Controlados, Materiais e artigos médicos descartáveis, Germicidas, Soluções parenterais de
grande volume e Correlatos. A depender das atividades do estabelecimento, 0,6m² por leito.
- Área de distribuição - 10 % da área para armazenagem.

Área para dispensação/ farmácia satélite


- No mínimo 4,0 m². Pode ser substituída por carrinhos de medicamentos ou armários específicos.

Farmacotécnica
A existência dessa sub-unidade dependerá da execução ou não das atividades correspondentes:
- Sala de manipulação, fracionamento de doses e reconstituição de medicamento 2,0 m².
- Área de dispensação 6,0 m².
- Sala para preparo e diluição de germicidas 9,0 m².
- Laboratório de controle de qualidade "In loco" ou não 6,0 m².
- Sala de limpeza e higenização de insumos (assepsia de embalagens) 4,5 m².
- Sala de preparação de quimioterápicos 5,0 m² por capela de fluxo laminar.
- Sala de manipulação de nutrição parenteral 5,0 m² por capela de fluxo laminar.
-
Vide Portaria MS nº 3.535 de 02/09/98 e Portaria MS 255 de 31/03/99 sobre centros de atendimento de
oncologia, publicadas nos DO de 14/10/98 e 01/04/99 e Portaria MS/SAS nº 113 de 31/03/99 sobre
cadastramento de serviços, publicada no DO de 08/04/99.
Centro de informações de medicamentos
- 6,0 m2.

Ambientes de apoio
- Sanitários para funcionários.
Farmacotécnica:
- Sanitários com vestiários para funcionários - depósito de material de limpeza.
- Sala administrativa -sala de esterilização de materiais.
- Vestiário (barreira as sala de limpeza e hiegenização e salas de manipulação).
- Copa.

Vide Manual de Recomendações para Projetos de Construção de Almoxarifados Centrais de Medicamentos,


CEME - Central de Medicamentos, 1984 e Guia Básico de Farmácia Hospitalar,
Ministério da Saúde, 1994.

Quando houver preparação de quimioterápicos ou manipulação de nutrição parenteral. Uma única sala não pode
servir a sala de quimioterápicos e a sala de nutrição parenteral.
Estas salas podem estar localizadas na unidade de quimioterapia ou na farmácia, sempre sob a responsabilidade
de um farmacêutico. Deve possuir visor que possibilite a visão da capela de fluxo laminar.
Para Nutrição Parenteral vide Portaria nº 272 de 08/04/98 do Ministério da Saúde publicada no DO de
23/04/98.

1.4 - Equipamentos;

- Encapsuladeira manual - Fabricada com placa de PVC, com beiral de alumínio bem fixado evitando o
acúmulo de pó embaixo da mesma. Acompanha espátulas, compactador e barra divisora em PVC, para que
o manipulador possa manipular quantidade de cápsulas menor que a capacidade da encapsuladeira e de
fácil limpesa e esterilização. Capacidade: Encapsuladeiras com capacidade para:180, 360, 600 cápsulas nos
tamanhos de cápsulas numeros: 000,00,0A, 0, 1, 2, 3 e 4. Produção: Varia de acordo com a capacidade da
encapsuladeira . Garantia: de no mínimo por 1 ano.

- Encapsuladeiras manuais para omeprazol - Fabricada com placa de PVC, com beiral de alumínio e
alumínio anodizado bem fixado evitando o acúmulo de pó embaixo da mesma. Acompanha espátulas,
compactador e barra divisora em PVC, para que o manipulador possa manipular quantidade de cápsulas
menor que a capacidade da encapsuladeira e de fácil limpesa e esterilização. Capacidade: encapsuladeiras
com capacidade para: 60; 120; 150; 180; 200; 250; 300; 360; 400 e 600 cápsulas nos tamanhos de
cápsulas numero 2. Produção: Varia de acordo com a capacidade da encapsuladeira .

- Estufa Bacteriológica -temperatura de até 65 °c - numero 3 com 2 portas sendo uma de de vidro -
dimensão 50 x 50 x 40 cm - 110/220 volts.

- Destilador para água com capacidade para 05 a 10 litros por hora, 220 volts.

- Seladora para selar saco plástico. seladora de pedal, com dupla resistência, voltagem 220 volts, com
marcador de potência e regulagem da solda.

- Balança eletrônica semi-analítica com precisão 0,001g e capacidade de até 500g.

- Balança eletrônica de precisão, sensibilidade 0,1 grama - capacidade 3.000 gramas.

- Balança mecânica tríplice escala, capacidade 1.610 gramas.

- Capela de exaustão de pó para encapsuladora manual,construida em chapa de aço com pré-


tratamento,acabamento na cor branca,em epoxi eletrostâtico,2 exaustores de baixo nível de ruido,filtro de
papel plissado com 160x220mm,friso protetor de borracha nas bordas - 110/220 volts -30 watts,dimensões
externa aproximadamente 32x66x44cm.

- Capela de exaustão de pó para balança, construida em chapa de aço com pré-ratamento, acabamentona
cor branca em epoxi eletrostático,2 exaustores de baixo nível de ruído,filtro de papel 160x220mm, friso
protetor de borracha nas bordas – 110/220 volts - 30 watts,dimensões externa aproximadamente 32 x 66 x
44cm.

- Aparelho determinador do ponto de fusão, sist. aquecimento a seco-110v-40w 12x36x16cm, c/ as


seguintes características: 3 provas simultâneas; base em chapa de aço com revestimento epoxi eletrostático;
visor e lupa de aumento; controle eletrônico linear de avanço gradativo de temperatura; bloco embutido de
aquecimento elétrico; painel com interruptor geral, interruptor de aquecimento direto e controle de avanço
de temperatura; iluminação horizontal diretamente na amostra; acompanha termômetro 0 a 360 graus com
certificado rastreado pela RBC; 50 capilares; 110 volts - 40 watts dimensões 12 x 36 x 16 cm.. Acompanha
suporte de eletrodo, buffer.

- pH metro de bancada digital,carcaça em material plástico ultraresistente, tecnologia eletrônica imune ao


ruído da rede, display líquido;possui ajuste de zero e sensibilidade; com 3 funções: stand-by, pH e
milivolts; com indicadores tipo leds que sinalizam cada função; faixa de medição de 0,00 a 14,00 pH ou
mais ou menos 1000 mV relativos; compensação automática da temperatura entre 0 e 100° C;
reprodutibilidade de mais ou menos 0,015 pH ou mais ou menos 2 mV; legibilidade mais ou menos 0,01pV
ou 1 mV; eletrodo combinado universal de vidro com referência interna de Ag; sensor da temperatura
encapsulado em aço inox; pH 6,86; buffer pH 4,01; solução de repouso do eletrodo, sensor de temperatura,
eletrodo combinado - 110/220 volts - 10 watts - dimensões 10 x 20 x 20 cm.

- Alcoômetro de Gay Lussac.

- Copo de Ford (viscosímetro).

- Cronômetro digital.

- Materiais para embalagem e rotulagem;

Os principais materiais utilizados para envase são os de plásticos de PVC e PET e vidro. Há fornecedores locais
como a Guararapes e a Emplasquil. Mas, é no sudeste onde encontramos maior variedade de fornecedores e
fabricantes.

- Matérias-primas.

Da mesma forma que as embalagens é na região sudeste e principalmente no estado de São Paulo onde
encontramos os principais fornecedores para manipulação de medicamentos, anti-sépticos e saneantes.

Temos alguns fornecedores locais para a área de saneantes e até de medicamentos, mas muitas vezes operam
com custos mais significativos que os de São Paulo, por exemplo.

3.4 - Análise do custo e benefício, para implantação de uma farmacotécnica hospitalar

- Custo de produção;

Geralmente incluímos apenas os custos fixos (matéria-prima, rotulagem e embalagem), ficando os demais
custos fixos e varáveis para rateio.
Num produto como o Álcool etílico sol a 70% p/v, os custos de produção será formado pela quantidade de
álcool etílico a 96o GL + embalagem (frasco de 100 ou 1000 ml) e rótulo.

Os custos variáveis (água, luz, manutenção, etc) e ainda alguns fixos (recursos humanos, aluguel, seguros, etc.),
quando já sem tem uma média dos meses anteriores, fica fácil de ser previsto.

Estas despesas, podem ser rateadas entre cada um produtos, em apresentações individuais, fabricados no mês.
Para ficar ainda mais prático, deve-se calcular um fator para apropriar este custo de forma que o percentual
acrescido em cada produto vezes o total produzido num dado período represente o tatal desta despesas.

- Custo de aquisição;

O custo de aquisição deve incluir o valor do material adquirido + frete + estocagem + administração e
operacionalização da compra.

- Análise de mercado.

Feitos estes cálculos e aplicado a margem de lucro chega-se ao custo do produto. Em seguida, deve-se realizar
pesquisa de mercado para verificar o preço praticado para o mesmo produto na mesma apresentação.

A partir da verificação do custo de produção, análise do custo praticados no mercado de cada um da linha de
produção, verificada a demanda de consumo, custos de implantação e operacionalização é que pode estimar a
viabilidade econômica do negócio.

Ressalto que a análise de mercado deve ser feita entre produtos de boa aceitação , de empresa idônea e produto
de qualidade garantida.

4 - Operacionalização

Concepção e manipulação (produção) de um medicamento


Para obtenção de um medicamento a nível magistral, é necessário a análise dos conhecimentos científicos
atualizados, verificação dos recursos disponíveis e objetivos (via, forma e dosagem) do prescritor /
manipulador.
Desta forma deve o Farmacêutico deve dispor de informações precisas para definir com segurança a via de
administração, forma farmacêutica, excipientes, materiais de embalagens, processo de manipulação, controles,
condições de conservação e validade do produto a ser manipulado.
O conhecimento das caracteristicas físicas, químicas e biológicas do principio ativo deve ser os mais complexos
possíveis:

Propriedades fisico-químicas Propriedades biológicas


- Características organolépticas; - Farmcocinética ( coeficiente de repartição,
biotransformação, eliminação, etc.)
- Propriedades fsicas: (solubilidade, densidade,
pon to de fusão, etc.); - Atividade terapêutica ( sítio de ação,
macanismo, efeitos colaterais, etc.)
- Propriedades químicas: (Estabilidade e
incompatibilidade (pH, temperatura, umidade, - Biodisponibilidade.
ar, luminosidade, etc.)
Numa farmacotécnica hospitalar, geralmente se padroniza os princípios ativos mais comuns em formas
farmacêuticas mais apropriadas, devendo para tanto se manter monografias atualizadas e registros de todas as
ocorrências relativas aos medicamentos manipulados.
Fórmula ou formulação
Representa o conjunto dos componentes de uma receita prescrita pelo médico, ou então a composição de uma
especialidade farmacêutica.
Componentes de uma formulação
Em uma fórmula complexa o médico pode indicar além dos componentes ativos, os componentes inertes que
devem entrar na formulação (adjuvantes).
- Adjuvantes - fármacos auxiliares. Pode exercer um efeito solubilizante, conservante, edulcorante,
aromatizante. Em regra geral, não modificam o efeito farmacológico dos princípios ativos.
- Veículo ou Excipiente - são destituídos de atividade e têm como função dar corpo aos fármacos, diluindo-
os à concentração conveniente ou proporcionando maior facilidade de administração.
Farmacopéias
Código Farmacêutico Oficial inscrito com a finalidade de regulamentar e impri9mir rigor científico e
uniformidade às práticas farmacêuticas, selecionando técnicas e métodos que sirvam de norma legal à
preparação, caracterização, ensaio e doseamento das matérias primas empregadas e dos produtos acabados.

Histórico
 Farmacopéias regionais nem sempre oficializadas (séc. XVIII).
 Farmacopéias nacionais oficiais (fim do séc. XVIII e início do séc. XIX).
 Brasil adotou a Farmacopéia Portuguesa até a Independência.
 Adotou a Farmacopéia Francesa até que a brasileira fosse publicada

Farmacopéias brasileiras
1ª. Edição (1926)
2ª. Edição (1959)
3ª. Edição (1976)
4ª. Edição (1988)
Todas as Farmacopéias possuem “métodos gerais” preconizados e em seguida as monografias; com
exceção da 4ª. Edição que contém apenas as generalidades e métodos gerais de análise. Não possui monografias
de matérias primas e especialidades farmacêuticas.
Vigência em todo o território nacional.

Formulários
Ao lado das Farmacopéias existem os formulários de índole galênica, oficializados em muitos países e
dotados de caráter nacional, ou restritos a determinados serviços.
Em alguns países da América do Norte e na Grã-Bretanha, a publicação dos formulários nacionais é
acompanhada das respectivas Farmacopéias.
Nos E.U.A têm sido publicados, regularmente diversos formulários nacionais. O último National
Formulary XXII, foi oficializado juntamente com a revisão da USP XXII.
No Brasil também têm sido publicados alguns formulários, com exemplo o Formulário Homeopático
Brasileiro.
Droga - produto simples ou complexo que poderá ser utilizado como matéria prima para o uso
farmacêutico, podendo este ser de origem vegetal, mineral ou animal. Ex.: mel, cera de abelha, fenol, sulfato de
cobre, beladona.
Fármaco - todas as drogas utilizadas em farmácia e dotadas de ação farmacológica ou, pelo menos de
interesse médico. Poderíamos dizer então, que o conceito de droga abrange o de Fármaco ou que o Fármaco é
um tipo especial de droga.
Medicamento - “Toda a substância que administrada convenientemente ao organismo enfermo possa
aliviar ou curar o seu estado patológico.”
“Qualquer substância simples ou complexa que aplicada no interior ou no exterior do corpo do homem
ou do animal possa produzir efeito curativo ou preventivo”.
“Toda a substância ou conjunto de substâncias que se administrem com fins terapêuticos.”
Remédio - são todos os meios utilizados com o fim de prevenir ou de curar as doenças.

Receita médica
Recipe (Latim) - conjunto de indicações escritas pelo médico ou veterinário ao farmacêutico, para a
preparação e dispensação de um medicamento.
Conteúdo de uma Receita
Nome do paciente, fármacos utilizados e suas quantidades, forma farmacêutica pretendida, indicação
quanto à administração do medicamento, nome, endereço e assinatura do médico.
O médico deverá indicar de forma explícita, qual o fármaco ou os fármacos constituintes e qual a sua
quantidade. Se em um ou mais casos ultrapassar as doses consideradas máximas, deverá demonstrar que têm
plena consciência de fato, escrevendo por extenso e sublinhando as quantidades pretendidas.
Depois de indicar a composição pretendida, o médico menciona a forma farmacêutica desejada.
Algumas vezes as quantidades indicadas refere-se a várias unidades galênicas. Ex.: 12 papéis, 5 supositórios, 6
comprimidos.
Outras vezes menciona-se o quantitativo para uma unidade indicando-se depois, o número de unidades
pretendidas. Ex.: 1 cápsula.
Em certos casos, o médico inclui, nesta parte da receita, a abreviatura F.S.A. (faça segundo a arte).
O médico deve mencionar na receita o modo e a freqüência de administração do medicamento. Quando
este for destinado ao uso externo, deverá assinalar o fato.
Ao farmacêutico competente incluir no rótulo do medicamento que dispensa, algumas indicações
auxiliares. Ex.: colheres de sopa, café, sobremesa, para gargarejo; uso ocular; para inalação; para fricção;
AGITE ANTES DE USAR.
O nome, endereço e assinatura do médico devem constar na receita, de modo a garantirem-lhe sua
autenticidade.

4.1 - Manipulação de medicamentos


Após um período de tempo mais ou menos longo, dependente do processo de conservação, o
medicamento passa a perder progressivamente a sua atividade. Na prática, considera-se que um medicamento
perdeu a sua validade quando foram destruídos mais de 10 ou 15% dos seus princípios ativos. O período
durante o qual a destruição se processou até aquele limite é conhecido com PRAZO DE VALIDADE.
Por este motivo os medicamentos devem ser verificados de modo a garantir a sua potência inicial e a
determinar-se qual o grau de destruição dos seus princípios ativos com o passar do tempo.

Formas farmacêuticas (preparações medicamentosas)


É um medicamento disposto para seu uso imediato, e resultante da mistura de substâncias adequadas e
convenientes para determinada finalidade terapêutica.

Substâncias componentes de forma farmacêutica


Uma forma farmacêutica, como mistura que é, contém diversas substâncias que consoante a sua função têm
nomenclatura diferente:
Substância ativa - é a parte farmacologicamente ativa de uma determinada forma farmacêutica. No caso de
haver mais do que uma substância ativa, teremos:

- Base - é a substância ativa, considerada de maior atividade farmacológica, quer pelo seu potencial de acção,
quer pelo seu volume ou quantidade;
- Adjuvante(s) - é a outra, ou outras, substâncias ativas que vão complementar ou reforçar a ação de base.
Veículo - é a parte da forma farmacêutica que lhe confere a forma e o volume, e que confere ao preparado uma
maior estabilidade física. Não tem ação farmacológica.

- Excipiente - é o veículo que unicamente tem uma ação passiva pois destina-se a dar forma, e a aumentar o
volume da forma farmacêutica até lhe dar um valor manuseável.

- Intermédio (ou intermediário) - é o veículo, que vai conferir à forma farmacêutica uma maior estabilidade
física (ou seja, confere-lhe homogeneidade). Normalmente são usados nas formas farmacêuticas líquidas ou
pastosas em que os diversos componentes têm, por vezes, tendência a separar-se por diferenças de osmolaridade
- os intermédios mais correntemente empregues são substâncias tensioactivas.
Corretivo - é uma substância que se junta à forma farmacêutica para lhe modificar as suas características
organolépticas.
- Edulcorantes - São os corretivos que conferem um sabor agradável à preparação (açúcar, mel, sal, etc.).
- Amargantes - são os corretivos que conferem um sabor desagradável, normalmente amargo, para que as
formas farmacêuticas não sejam ingeridas pelos animais (tanino).
Classificação das formas farmacêuticas

As formas farmacêuticas podem ser classificadas quanto à sua origem farmacográfica, quanto à origem da
matriz (natural ou de síntese) ou à sua forma física.

Quanto a origem farmacográfica


O receituário que dá origem à forma farmacêutica condiciona a origem farmacográfica.
- Formas farmacêuticas magistrais - são aquelas cuja fórmula é da autoria do clínico, e que o farmacêutico
prepara seguindo essas prescrições.
- Formas farmacêuticas oficinais - são aquelas cuja fórmula e técnica se encontram inscritas e descritas na
Farmacopéias ou Formulários.
- Formas farmacêuticas de Especialidades - são aquelas que se encontram já preparadas e embaladas
(especialidade farmacêutica), e que se apresentam sob um nome de fantasia ou sob uma denominação (comum
ou científica) da substância activa que entra na sua composição. São normalmente preparadas por laboratórios
farmacêuticos.
- Quanto à forma física
As formas farmacêuticas consoante a forma física em que se encontram, podem-se classificar como sólidas,
pastosas, líquidas, gasosas e especiais.
SÓLIDAS são aquelas que encontram no estado sólido e são: bolos; cápsulas; comprimidos; comprimidos
vaginais; drageias; grânulos; hóstias; implantações; lápis; magdaliões; óvulos; papeis; pérolas; pílulas; pós;
saboretas; supositórios; velas
PASTOSAS são aquelas que se encontram sob uma forma pastosa e são: cataplasmas; cataplasmas sinapisados;
ceratos; cremes; electuários; pastas; pomadas; sinapismos; unguentos
LÍQUIDAS são aquelas que estão no estado líquido e são: alcoolatos; alcoolaturas; álcoolaturas estabilizadas;
beberagens; colutórios; emborcações; emulsões; enemas; hidrolatos; linimentos; limonadas; melidos; óleos
medicinais; poções; tinturas; tisanas; vesicantes; xaropes.
GASOSAS são aquelas que se apresentam sob uma forma gasosa (seca ou húmida), e são: fumigações e
vaporizações.
ESPECIAIS são aquelas formas farmacêuticas que, ou se podem apresentar em mais do que uma forma física, ou
se encontram num estado da matéria diferente dos anteriores, e são: aerossóis; alimentos medicamentosos;
ampolas; bandagens; banhos medicamentosos; colírios; extractos; intractos; sprays.
NOVAS FORMAS FARMACÊUTICAS são as formas farmacêuticas resultantes da adaptação de formas
farmacêuticas tradicionais às novas tecnologias, ou então resultam de novos desenvolvimentos técnico-
científicos

Principais formas farmacêuticas em farmacotécnica hospitalar


Formas farmacêuticas sólidas

São pequenos invólucros destinados a conter, um pó ou um líquido. Têm forma


cilíndrica e são formados por duas partes que se encaixam. Se se destinam a conter
um líquido as cápsulas devem ser soldadas. Quando as cápsulas contêm substâncias
CÁPSULAS
que sejam destruídas pelo suco gástrico, ou substâncias que se pretenda que actuem
no intestino, então elas devem ser gastro-resistentes (o invólucro deverá ser: quitina
ou glúten). Administram-se "per os".
São formas farmacêuticas cilíndricas ou lenticulares, que resultam da compressão de
um pó cristalino ou de um granulado em máquinas apropriadas. Frequentemente,
COMPRIMIDOS junta-se à substância activa um excipiente para lhe dar o volume conveniente.
Podem ser administrados "per os", colocados subcutaneamente (implantes) ou
aplicados localmente (comprimidos bocais e comprimidos vaginais).
São formas farmacêuticas, que se destinam à aplicação vaginal. O veículo é
COMPRIMIDOS
constituído por um pó higroscópio, que se desagrega, permitindo a libertação da
VAGINAIS
substância ativa.
São preparações para uso tópico, e que têm forma cilíndrica. Incorporam
LÁPIS
normalmente um cáustico, para aplicação na pele ou em trajectos fistulosos.
São preparações destinadas a serem introduzidas na vagina. Os excipientes mais
utilizados, que têm que ter baixo ponto de fusão, são a gelatina glicerinada para
ÓVULOS
substâncias activas hidrossolúveis, e a manteiga de cacau para substâncias activas
lipossolúveis. O peso médio do óvulo é de 12 a 15 gramas.
Formas farmacêuticas consistindo no envolvimento de substâncias activas (pós)
numa folha de papel (figura 17). Empregam-se para a administração por via oral de
pós não higroscópicos e insípidos. Quanto a quantidade de substância activa for
inferior a 2 decigramas (0.2 g) junta-se um pó inerte (açúcar, lactose, caulino, talco).
PAPEIS
Eventualmente os pós higroscópios podem ser envolvidos em papel parafinado. É a
forma de mandar preparar substâncias activas destinadas a serem diluídas ou
suspensas (água de bebida, beberagens) ou misturadas com os alimentos (ração,
carne). Cada embalagem contem a dose para uma administração.
São substâncias medicamentosas suficientemente divididas para que a sua
administração se facilite. Podem ser SIMPLES (obtidos por pulverização de
substâncias dessecadas à mais baixa temperatura possível não devendo ultrapassar
os 45º C, ou 25º C se estiverem presentes substâncias voláteis ou facilmente
PÓS alteráveis) ou COMPOSTOS (resultantes da mistura cuidadosa de pós simples).
Segundo a Farmacopeia Portuguesa (IV edição) existem pós GROSSOS (I, II e III),
PÓ ORDINÁRIO e PÓ FINO. A sua conservação deve ser feita ao abrigo da luz e
da humidade. Os pós administram-se incorporados em poções, xaropes, cápsulas,
papeis, comprimidos, eletuários, ou ainda em aplicação tópica na pele.
São formas farmacêuticas de forma cónica ou ovóide, destinadas a serem
introduzidas na ampola rectal, contendo um veículo de baixo ponto de fusão. Os
excipientes usados podem ser Lipossolúveis (óleo de cacau ou sucedâneos) ou
Hidrossolúveis (gelatina glicerinada ou polietilenoglicois de peso molecular
SUPOSITÓRIOS
elevado). O emprego de tais excipientes, com a particularidade de terem um baixo
ponto de fusão, destinam-se a uma mais fácil administração e conservação por um
lado, e à difusão das substâncias activas na ampola rectal, por outro. Empregam-se
principalmente em terapêutica canina, e têm 2 a 3 gramas de peso.
Formas farmacêuticas pastosas

CREMES São um tipo de pomada em que o excipiente utilizado é uma emulsão do tipo água/óleo
(creme) ou óleo/água (cold-cream).
PASTAS São pomadas espessas devido à grande quantidade de pós insolúveis que veiculam. Podem
aparecer sob a forma de pastas dérmicas (aplicação tópica na pele) ou pastas orais
(administração oral de antiparasitários).
POMADAS São preparações farmacêuticas de consistência mole, destinadas a serem aplicadas
externamente, para acção tópica ou geral, e também com fins de protecção e lubrificação. São
preparadas misturando ou dissolvendo as substâncias activas em excipientes, inócuos, não
irritantes e de boa conservação. Quanto aos excipientes as pomadas classificam-se em:
pomadas gordurosas (vaselina, banha, vaselina com lanolina, mistura de óleos, silicones);
pomadas hidrófilas ( vaselina hidrófila);
pomadas hidrossolúveis (mistura de polietilenoglicois, glicerado de amido, geles de polioses
complexas);
pomadas emulsivas (pomada rosada, creme hidrófilo, creme de estearato);
pomadas resinosas (resina). Para facilitar a sua conservação podem-se empregar
conservantes (álcool benzílico, parahidroxibenzoato de metilo) ou anti-oxidantes.

Géis

Géis são sistemas semi-sólidos nos quais o movimento do meio dispensante é restrito por uma rede
tridimensional de partículas interlaçadas ou macromoléculas solvatadas presentes na fase dispersa.

“Géis ou geléias são sistemas semi-sólidos constituídos por pequenas partículas inorgânicas em
suspensão ou por grandes moléculas orgânicas interpenetradas por um líquido (USP)”.

Classificação geral e descrição dos géis


Classe Descrição Exemplos
Inorgânico São geralmente sistemas bifásicos Gel de hidróxido de alumínio; Magma
de betonita
Orgânico São geralmente sistemas monofásicos Carbopol; Goma tragacanto
Hidrogéis Contém água Sílica, bentonita, pectina. Alginato de
sódio, alumina,, metilcelulose
Organogéis Hidrocarbonetos Petrolato, Gel de óleo mineral e
polietileno (Plastibase)
Gorduras animais ou vegetais Banha de porco, Manteiga de cacau
Bases gordurosas saponificadas Gell de estearato de alumínio com óleo
mineral pesado
Organogéis hidrofílicos CarboWax (Pomada PEG)
Polar

Não iônica
Hidrogéis Hidrogéis orgânicos Pasta de pectina, Gel de tragacanto
Gomas naturais e sintéticas Iose sódica, Pluronic F-127, Polímero
surfactante não-iônico de
polioxipropileno-polioxi-etileno (PM
médio 11,500)
Hidrogéis inirgânicos Gel de bentonita (10-25%), Veegum
Formas farmacêuticas líquidas

COLUTÓRIOS São preparações magistrais destinadas a serem depostas na mucosa bocal ou oro-
faríngea. São soluções viscosas devido à presença de glicerina ou mel. Destinam-
se quase exclusivamente a medicina canina, e as substâncias activas empregues
são antissépticos. Aplicam-se com o auxílio de uma zaragatoa.
EMULSÕES São sistemas dispersos constituídos por duas fases líquidas, em que a fase dispersa
pode ser a água e a contínua o óleo (tipo água em óleo, A/O) ou o contrário (tipo
óleo em água, O/A). Para conferir às emulsões estabilidade satisfatória pode-se
recorrer ao uso de substâncias que actuem sobre a viscosidade ou sobre a tensão
interfacial (intermediários).
SOLUÇÕES São misturas de substâncias activas (normalmente sólidas) em solventes líquidos
(normalmente a água), em concentrações inferiores à sua solubilidade à
temperatura ambiente. Podem constituir por si só uma forma farmacêutica, ou
serem incorporadas noutras. Actualmente estão muito divulgadas as "soluções
pour on" destinadas a serem aplicadas no dorso dos animais e com fins
antiparasitários.
TINTURAS São formas farmacêuticas oficinais que resultam da acção do álcool, por
maceração ou lexivação, sobre produtos secos de origem animal, vegetal ou
mineral. São portanto soluções alcoólicas, a 10 ou 20%, geralmente. Usam-se por
via tópica, "per os" em poções ou xaropes.
VESICANTES São formas farmacêuticas líquidas, para aplicação tópica, também conhecidas
como fogos líquidos. Têm uma acção rubefaciente e hiperemiante local.
XAROPES São formas farmacêuticas em que a substância activa, sob a forma de pó, líquido,
etc., se encontra dissolvida numa solução aquosa açucarada concentrada (1 parte
de água para 2 partes de açúcar). Esta preparação medicamentosa é administrada
"per os".

Formas farmacêuticas especiais


Denominam-se formas farmacêuticas especiais aquelas que, ou não se podem facilmente inserir num
determinado grupo, ou que têm inserção em mais do que um grupo.
COLÍRIOS São formas farmacêuticas destinadas a serem aplicadas sobre a mucosa ocular. Os
colírios podem ser colírios secos (constituídos por pós porfirizados), colírios
moles (também chamados de "pomadas oftálmicas") e colírios líquidos
(destinados à instilação sobre a conjuntiva e podendo apresentar-se sob a forma de
soluções ou suspensões). Os colírios devem ser isotónicos em relação à secreção
lacrimal (nas formas líquida e pastosa), estéreis e não irritativos.
EXTRATOS São medicamentos oficinais de consistência variável que se obtêm a partir da
evaporação de uma solução de uma substância medicamentosa num dissolvente
vaporizável. Os extractos podem ser aquosos, alcoólicos, cetónicos ou etéreos,
consoante o dissolvente usado. Segundo o grau de evaporação, os extractos
classificam-se em extractos fluidos (ou extractos líquidos), extractos pastosos (ou
extractos mole, com 25% de solvente), extractos firmes (com 10 a 20% de
solvente) e extractos secos (com menos de 5% de solvente). Quando à origem os
extractos podem ser vegetais (plantas frescas) ou animais.

4.2 - Manipulação de anti-sépticos


Soluções anti-sépticas de uso tópico têm sido utilizadas de maneira empírica séculos antes dos estudos de
Pasteur e Koch demonstrando a existência de microrganismos. O aparecimento dos antibióticos de uso
sistêmico fez com que o interesse de avaliações da eficácia terapêutica das soluções anti-sépticas tópicas
diminuisse, levando a utilização de inúmeras soluções de pouca ou nenhuma utilidade.

Na legislação brasileira, a portaria 930/1992 do Ministério da Saúde, determina as soluções anti-sépticas


adequadas para uso e lista as soluções proibidas para anti-sepsia.

A fim de reduzir custos e falhas humanas no preparo e utilização das soluções anti-sépticas, é necessário
padronizar um mínimo de produtos químicos de eficácia comprovada, definir sua concentração e diluição
indicada e a finalidade a que se destinam.

As condições mínimas exigidas para utilização de um anti-séptico é que ele esteja autorizado para uso pela Port.
930/92, que assegura:

- atividade germicida sobre a flora cutânea, sem irritação da pele ou mucosas


- não provocar reações alérgicas ou queimaduras
- possuir baixo teor de toxicidade

Iodóforos

a) Mecanismos de ação
A atividade germicida do iodo se dá por sua capacidade de penetrar rapidamente na parede celular dos
microrganismos, causando ruptura das estruturas da proteína e ácido nucléico.
Iodóforo é um complexo de iodo fracamente ligado a um elemento transportador que serve tanto para aumentar
a solubilidade do iodo quanto para ser reservatório de liberação do mesmo, conferindo-lhe poder residual.
A povidona-iodo é o iodóforo mais largamente utilizado e sua molécula carreadora é a polivinilpirrolidona. Tem
ação bactericida, fungicida, virucida e tuberculicida. A concentração germicida mínima é de 10%, que contém
1% de iodo disponível, cuja ação germicida é equivalente à de soluções aquosas de iodo de mesmo teor.
Estudos in vivo demonstram que a solução aquosa de PVP-I a 10% reduz a microbiota da pele de 68 a 84% em
uma única aplicação; de 92 a 96% em seis aplicações sucessivas, enquanto a solução alcoólica reduz de 74 a
98% em uma única aplicação. Seu efeito residual (impedindo o crescimento de bactérias na pele) é estimado
entre 6 a 8 horas.
Devido à complexão do iodo, as soluções de iodóforos não irritam tanto a pele e mucosas quanto a solução de
iodo; são menos alergênicas, têm odor suave e são facilmente removíveis da pele e roupas.

b) Apresentações e uso terapêutico

PVP-I tópico (veículo aquoso)


 anti-sepsia em curativos (pele e mucosas)

PVP-I degermante (com tensoativo)


 lavagem e anti-sepsia de mãos pré operatória e antes de demais prodecimentos invasivos
 degermação da pele pré-operatória e antes de demais procedimentos invasivos, através da
lavagem mecânica com fricção e remoção com soro fisiológico.

PVP-I tintuta (veículo alcoólico)

 anti-sepsia complementar da pele do campo operatório e em demais procedimentos invasivos,


ou seja, após o processo de degermação com a solução degermante acima descrito, aplica-se a
solução alcoólica, que deixará uma película sobre a pele.
c. Toxicidade

A povidona-iodo per se tem baixa toxicidade para os tecidos. O ressecamento da pele pode ocorrer com o uso
consecutivo e prolongado. Concentrações elevadas de iodo no plasma, por absorção em pacientes queimados,
podem ser responsáveis por intoxicações ocasionais. A aplicação tópica em recém nascidos pode resultar em
hipotireoidismo.

Clorexidina

Mecanismos de ação

Sua atividade germicida se dá por uma série de mudanças fisiológicas e citológicas e o efeito letal é devido a
destruição da membrana citoplasmática bacteriana. Age tanto em bactérias Gram-positivas como Gram-
negativas, mas está comprovada sua maior efetividade sobre os Gram-positivos. Tem ação sobre vírus
lipofílicos (p.e. influenza, citomegalovirus, herpes, HIV) e sua ação fungicida é variável com a espécie.
A atividade germicida se mantém mesmo na presença de sangue e demais fluidos corporais. Possui efeito
residual de aproximadamente 6 a 8 horas por ação cumulativa. Estudos in vivo demonstram que a solução
alcoólica de di-gluconato de clorexidina a 0,5% reduz, em uma única aplicação, a microbiota da pele de 84,9%
a 95,6% e a solução aquosa a 4% reduz de 70 a 86,7% em uma única aplicação e 80,1% a 99,2% em seis
aplicações.

Apresentação e uso terapêutico

Solução tópica (veículo aquoso)


 anti-sepsia em pele e mucosa

Solução degermante (com tensoativo)


 lavagem e anti-sepsia de mãos pré-operatória e antes de demais procedimentos invasivos
 degermação de pele pré-operatória e antes de demais procedimentos invasivos.

 banho pré-operatório dos pacientes submetidos a cirurgias eletivas

Solução tintura (veículo alcoólico)


 anti-sepsia complementar da pele do campo operatório e em demais prodecimentos invasivos.

c) Toxicidade

A clorexidina é fracamente absorvida no trato gastrointestinal e é absorvida em quantidades desprezíveis pela


pele de adultos. Não se conhece a extensão da absorção pela pele de recém-nascidos, mas as propriedades
físico-químicas da droga sugerem uma pequena absorção. No sangue, concentrações muito baixas podem
causar hemólise.

Alcoóis

a) Mecanismos de ação
Os alcoóis alifáticos são germicidas em graus variáveis e os mais utilizados como anti-sépticos são o etanol e o
isopropanol. A concentração bactericida ótima do etanol é 70% em peso, capaz de eliminar 90% das bactérias
cutâneas em 2 minutos, desde que a área permaneça úmida durante este período. O etanol a 70% embebido em
algodão reduz no máximo 75% na contagem bacteriana cutânea, porque suas condições de armazenagem
facilitam evaporação.
Na concentração de 70%, sua ação germicida se dá por precipitação de proteínas; entretanto, quando em baixas
concentrações, tem escassa penetração no protoplasma bacteriano e em concentrações elevadas pode desidratar
as bactérias sem destruí-las. Quando aplicado rapidamente sobre a pele não causa danos, porém é irritante se
mantido por longos períodos de tempo. Não deve ser aplicado em ferimentos abertos pois além de irritar o
tecido, forma um coágulo sob o qual as bactérias podem se desenvolver.
O álcool exerce ação bactericida sobre todas as bactérias patogênicas comuns, não possui boa ação fungicida e
virucida e é inativo contra esporos. Em concentrações acima de 70%, o isopropanol é ligeiramente mais
germicida que o etanol, mas causa vasodilatação sob a superfície de aplicação, de modo que picadas de agulha
ou incisões no local sangram mais do que com o etanol.

b) Tabela de conversão

O álcool etílico é fornecido em volume oGL (Gay-Lussac) e necessita de conversão para chegar na sua
concentração germicida ótima de 70%. Para tal, existe a tabela de conversão entre volume oGL e % massa por
massa (W/W).

VOLUME o GL % W/W VOLUME oGL % W/W


76 9,04 88 83,19
77 79,17 89 84,46
78 71,30 90 85,76
79 72,45 91 87,06
80 73,58 92 88,38
81 74,75 93 89,71
82 75,91 94 91,08
83 77,09 95 92,46
84 78,29 96 93,89
85 79,50 97 95,34
86 80,74 98 90,84
87 81,95 99 98,39
Para saber o volume de água a ser acrescentado, utiliza-se a seguinte fórmula para cada 100 g de álcool etílico:

x = 1,428 (y - 70)

onde,
x = água em ml para diluição de álcool
y = concentração inicial de álcool em % (W/W) que será diluida
Exemplo: álcool etílico 96oGL pela tabela
y = 93,89
x = 1,428 (93,89 - 70) = 34,12
é necessário 34,12 ml de água para cada 100 ml de álcool etílico 96oGL

c) Uso terapêutico
 anti-sepsia da pele antes da venopunção

 anti-sepsia complementar das mãos da equipe de saúde após a lavagem de mãos de rotina com
água e sabão
 anti-sepsia de mãos em unidades de atendimento clínico de rotina ao paciente (anamnese e
exame físico) onde não existam pias para lavagem das mãos

Observação.- Para anti-sepsia de mãos, a fim de evitar o ressecamento das mesmas, recomenda-se a adição de
glicerina a 1 ou 2%.

Peróxido de hidrogênio (H2O2)

O peróxido de hidrogênio, H2O2, age sobre a membrana lipídica, DNA e outros componentes essenciais da
célula bacteriana, através da produção de radicais livres de hidroxila destrutivos.
Tem ação bactericida, virucida, esporicida e fungicida. Pode ser usado como desinfetante para superfícies
inanimadas, quando estabilizado a 6%. Concentrações entre 10 a 25% são propostas como esterilizante
químico, embora de pouca aceitação quando comparada com as soluções de glutaraldeído. A solução tópica a
3% possue baixa ação germicida e pouca penetrabilidade. É contra-indicada como anti-séptico, pois a catalase
presente na matéria orgânica reage com o oxigênio da solução, inativando-a. Soluções concentradas são
irritantes para a pele. A irrigação de feridas agrava o trauma tissular e retarda a cicatrização. A solução promove
a oxidação de debris orgânicos através da liberação de gases de oxigênio, o que pode ajudar na remoção
mecânica de sujidade.
A solução de peróxido de hidrogênio é instável e facilmente alterada pelo calor e pela luz.

Triclosan (Irgassan D.P. 300)

O triclosan é um derivado fenólico utilizado em associação com sabão, detergentes e cosméticos, tais como o
Igarsan DP 300, na concentração 0,5 a 2%. É bacteriostático principalmente contra bactérias Gram-positivas,
mas sua ação bactericida contra Gram-negativos, principalmente Pseudomonas aeruginosa, é controvertida. Seu
efeito de absorção cumulativa não é conhecido, daí seu uso ser contra-indicado em crianças abaixo de 6 meses.

Classificado como sabonete líquido de baixa ação anti-séptica, é indicado para limpeza de pele de pacientes e
lavagem de mãos de rotina dos profissionais de saúde, em áreas de baixo risco para aquisição de infecções
hospitalares.

Compostos de Prata

a) Mecanismo de ação e apresentações


O íon prata causa precipitação de proteínas e age diretamente na parede celular e membrana citoplasmática da
célula bacteriana. Os compostos de prata são germicidas quando em solução, com poder bactericida imediato e
ação bacteriostática residual pela liberação de pequenas quantidades de prata iônica. São comercializados na
forma de nitrato de prata 1% e sulfadiazina de prata.

b) Uso terapêutico

1. Nitrato de prata 1% (solução)


Profilaxia da conjuntivite gonocócica do recém nascido

2. Sulfadiazina de prata (creme)


Uso tópico em queimaduras

Permanganato de Potássio

a) Mecanismo de ação e apresentação


Apresenta-se sob forma de cristais de cor púrpura, solúveis em água, com poder germicida variável de acordo
com a concentração. Em solução de 1:10.000, sua ação bactericida se dá em aproximadamente 60 min de
exposição. Embora seu poder germicida seja inferior às demais soluções anti-sépticas anteriormente
apresentadas, a solução de permanganato é amplamente utilizada por sua eficiente ação secativa, através de
oxidação de substâncias orgânicas.

b) Uso terapêutico
Em afecções úmidas e/ou infectadas de pele, na concentração de 1:40.000, em banhos de imersão, 2 a 3 vezes
ao dia, por 10 a 15 minutos.

Soluções de iodo

a) Mecanismos de ação

O iodo é altamente reativo e sua ação microbicida se dá pela combinação com proteínas por reação química ou
por adsorção. É um potente agente bactericida, virucida, fungicida e tuberculicida de ação rápida. Na
concentração de 1:20.000 exerce ação bactericida em 1 minuto de exposição e destrói esporos bacterianos em
cerca de 15 minutos. A eficácia da solução não é prejudicada pela presença de matéria orgânica desde que a
concentração do iodo não seja baixa (<0,1%).

b) Apresentações ,

As soluções de iodo são preparadas com o íon em sua forma sólida.

Solução forte de iodo ou solução de Lugol, U.S.P.


5% de iodo sólido e 10% de iodeto de sódio em veículo aquoso.

Solução tópica de iodo, U.S.P.


2% de iodo sólido e 2,4 de iodeto de sódio em veículo aquoso

Tintura de iodo, U.S.P.


2% iodo sólido e 2,4% de iodeto de sódio diluidos em 50% de etanol

Álcool iodado ou solução alcoólica de iodo (PRICE)


iodo ................................................................... 10 g
iodeto de potássio ............................................. 10 g
álcool etílico 70% (em peso) .............................. 1.000 ml

c. Uso terapêutico
1. Anti-sepsia da pele
Anti-sepsia complementar da pele após lavagem de mãos e antes de procedimentos invasivos sem efeito
residual.
Observação.- As bacias com soluções são contra-indicadas por facilitarem a deterioração, evaporação e
contaminação.

2. Curativos
As soluções aquosas de iodo são indicadas para curativos nas concentrações de 0,5 a 1% de iodo.
Estas diluições devem ser preparadas a partir das soluções oficiais (U.S.P.).

A solução forte de iodo tem propriedades queratolíticas, provavelmente por seu conteúdo em iodo, sendo
indicado algumas vezes para tratamentos específicos como a queratosclerose.

d. Toxicidade
A toxicidade local do iodo é baixa; entretanto, provoca ressecamento e irritação da pele e ocasionalmente pode
levar a reações de hipersensibilidade caracterizadas por febre e erupção cutânea de tipos variados.
e. Armazenamento
Soluções aquosas
Devem ser acondicionadas em fracos âmbar com tampa fechada para evitar deterioração e evaporação e
protegidas da luz e do calor.

Soluções alcoólicas
Devem ser acondicionadas em frascos transparente pois a luz evita a formação do ácido iodídrico que inativa a
solução por impedir a formação do iodo livre. Os frascoss devem ser mantidos com tampa fechada.

Outros
Ácido acético
O ácido acético para utilização sobre a pele deve ter concentração igual ou inferior a 1%, o que faz com que a
solução tenha baixo poder germicida e fique suscetível à contaminação por Gram-negativos.
Ácido bórico
O ácido bórico é de baixo poder germicida, mas por sua propriedade não irritativa é utilizado no preparo de
algumas soluções medicamentosas ópticas e como tampão em algumas preparações tópicas.
Azul de metileno, U.S.P. (Cloreto de Metiltionina)
Foi o primeiro corante recomendado como anti-séptico em 1890. Entretanto, sua baixa atividade germicida e
alta toxicidade causaram seu abandono.
Carvão ativado
O carvão ativado não tem nenhum poder germicida e atualmente é comercializado sob a forma de curativos de
tecido de carvão ativado impregnado com prata. A prata é que possue ação germicida. É de alto custo quando
comparado aos anti-sépticos padronizados.
Hexaclorofeno
O hexaclorofeno é um bi-fenol, cuja comercialização está proibida no Brasil devido a sua toxicidade.
Como anti-séptico, ele é mais eficaz contra bactérias Gram-positivas do que Gram-negativas. A solução se
acumula na pele e sua toxicidade sistêmica foi comprovada com o uso tópico diário em crianças prematuras ou
de baixo peso, crianças com escoriações na pele ou ainda quando aplicado várias vezes ao dia na pele ou vagina
de adultos. Os efeitos incluíram confusão, diplopia, letargia, convulsões, parada respiratória e morte. As
soluções contendo detergente são as mais tóxicas.
Iodofórmio
No estado sólido os iodofórmios são pós cristalinos de coloração amarelada e odor característico. Possuem
toxicidade sistêmica ( sonolência, alucinações e espasmos). No passado foram utilizados como anti-sépticos em
feridas abertas e posteriormente substituidos por soluções menos tóxicas, principalmente os iodóforos.
Nitrofurazona (Furacin (R))
A nitrofurazona tem ação bacteriostática sobre a maioria das bactérias em uma faixa de concentração de
1:100.000 e 1:200.000. Para ação bactericida, são necessárias concentrações de aproximadamente o dobro
destas. Algumas cepas bacterianas entretanto, são insensíveis a concentrações muito maiores que as supra
citadas. É inativa contra Pseudomonas e Candida albicans.
Possue toxicidade sistêmica relativamente baixa e não há absorção significativa da droga por superfícies
mucosas ou queimadas. Grandes inóculos de microrganismos, plasma e sangue reduzem a atividade germicida
desta droga. Temperaturas superiores a 40oC interferem na atividade germicida da solução, sendo portanto
contra-indicada sua esterilização.
Papaína
É a denominação dada ao complexo enzimático de ação proteolítica encontrado na planta Carica papaya
(mamão) e comercializado na forma de pó. É utilizado como coadjuvante no tratamento de feridas infectadas e
está sendo utilizado experimentalmente no Brasil.
Violeta genciana
A violeta genciana é um corante de trifenilmetano de baixa ação bactericida e fungicida. Bactérias Gram-
negativas e as ácido-álcool-resistentes são muito resistentes à droga.
A Solução tópica contém 1% do corante em 10% de etanol. O contato da solução com o tecido de granulação
pode resultar em pigmentação permanente da pele; por isso, o corante não deve ser aplicado em lesões
ulcerativas.
Cuidados com a manipulação e estocagem de soluções
 colocar as soluções preferencialmente em recipientes pequenos e reutilizáveis, mantendo-os
fechados para uso único ou diário.
 não deixar gaze ou algodão embebidos em soluções anti-sépticas aquosas, para evitar sua
contaminação
 utilizando grandes vasilhames para estocagem de soluções, colocar pequenas quantidades e
semanalmente realizar a troca e limpeza dos recipientes utilizados.
 guardar os recipientes protegidos da ação direta da luz ou calor.
 a limpeza dos recipientes deve ser com água e sabão e secagem completa antes da reposição da
solução.
 é fundamental a rotulagem dos fracos com a especificação da solução e data da troca.

Anti-sépticos de uso restrito


A legislação vigente (Port. 930/92) classifica as seguintes soluções como inadequadas para anti-sepsia:
Compostos mercuriais
Merbromina (mercurocromo)
Solução aquosa com baixo poder germicida, sujeira a contaminação por Pseudomonas sp..
Timerosal (mertiolato)
Solução alcoólica de mercúrio cuja ação germicida se dá pelo álcool, que é mais ativo sozinho do que associado
ao mercurial. Devido ao veículo alcoólico, é contra-indicado para utilização em feridas.
Líquido de Dakin
É uma solução de hipoclorito de sódio a 0,5% neutralizada com ácido bórico, sugerida como anti-séptico por
Dakin em 1915. Seu uso foi abandonado porque as soluções de hipoclorito são instáveis e facilmente alteráveis
na presença de luz e calor. Tem o poder de dissolver a fibrina e coágulos sanguíneos, retardando a cicatrização.
São altamente irritantes para a pele.
Compostos de amônio quaternário
Comercialmente encontramos as soluções de cloreto de benzalcônio, cloreto ou brometo de cetilmetilamônio e
cetilpiridona.
Seu poder germicida é baixo, embora varie de acordo com a concentração. Não são recomendados como anti-
sépticos devido a contaminação das soluções por Gram-negativos.
O uso prolongado em preparações desodorantes e líquidos para fraldas podem provocar reações alérgicas.
Éter
O éter é uma substância irritante que, quando aplicado localmente, produz uma reação inflamatória nos tecidos
cutâneo e mucoso. Por suas propriedades físico-químicas, não tem indicação como solução anti-séptica.
Clorofórmio
O clorofórmio é uma substância altamente volátil, o que reduz sua concentração e poder germicida. Não tem
indicação como anti-séptico por seu baixo poder germicida e por irritar os tecidos.
Acetona
É uma solução bactericida e virucida, mas não esporicida. Sua concentração ótima é pura; e abaixo de 40% seu
efeito germicida é praticamente nulo. Sobre a pele, a acetona pura é menos eficaz que o etanol 70%, porque sua
evaporação muito rápida limita o tempo de contato da solução com o tecido.

Manipulação de saneantes domisanitários


Introdução
A limpeza sempre foi uma preocupação instintiva do ser humano, desde a antigüidade entre todos os agentes
molhantes e lavantes conhecidos o mais antigo é a água. Como agente de limpeza, entretanto, é deficiente pois
não espuma, não emulsifica graxas, e requer grande esforço muscular e mecânico para deslocar sujeiras,
acarretando danos a superfície a ser lavada. Os primeiros materiais que se tem notícia para auxiliar a água em
sua função detergente são as argilas e cinzas.
Detergente, por definição, é todo produto cuja finalidade é "remover sujeira" com eficiência. O sabão foi o
primeiro detergente inventado pela humanidade. Há registros históricos de seu uso na Mesopotâmia, a mais de
2000 a.C. Todo sabão é geralmente produzido pelo aquecimento de óleos vegetais e animais, misturados com
um álcali (normalmente soda cáustica).
Em 1916, foi produzido o primeiro tensoativo completamente sintético, que reduzia a tensão superficial da
água, não sendo, porém, eficiente para remover sujeira. No início dos anos 50, o alquilbezeno, de fonte
petroquímica tornou-se disponível, sendo transformado no alquilbenzeno sulfonato de sódio, primeiro pela
reação com o ácido sulfúrico, e posteriormente pela ação da soda cáustica. O alquil benzeno inicialmente
desenvolvido tinha cadeia lateral ramificada, o que dificultava sua degradação no meio ambiente. Por volta dos
anos 60, foi desenvolvido o alquilbenzeno com cadeia lateral linear, mais prontamente biodegradável, que é
utilizado até hoje.
No Brasil os detergentes em pó são conhecidos como "sabão em pó", embora não haja qualquer sabão em sua
composição. Detergentes são substâncias que apresentam a propriedade de baixar a tensão superficial da água,
facilitando-lhe a penetração nos tecidos e auxiliando a remover e manter em suspensão as sujeiras. Os sabões e
detergentes sintéticos são constituídos de uma longa cadeia hidrocarbônica, que em média contém de 12 a 20
átomos de carbono, sendo portanto hidrofóbica, porém solúvel em óleos e gorduras (lipofílica), acompanhada
de uma extremidade polar (hidrofilica).
De acordo com as características iônicas em solução os detergentes são classificados em:
 Aniônicos - quando dissolvidos em solução aquosa o ânion apresenta propriedade detergente. Como
exemplo tem-se o alquilbenzenosulfonato (ABS).
 Catiônicos - dissolvidos em água somente o cátion tem ação detergente. São detergentes com
propriedades bactericidas, sendo bastante utilizados nos produtos de enxágüe e para limpezas especiais.
Como exemplo tem-se os sais quaternários de amônio.
 Não-iônicos - não são dissociados em solução aquosa São na sua maioria produtos da condensação de
óxidos de etileno sobre álcoois, fenóis, ácidos, aminas, etc. Suas propriedades variam de acordo com a
natureza do produto base e com a quantidade de óxidos de etileno condensados. São geralmente pouco
espumantes, utilizados em máquinas de lavar louças.
Freqüentemente a ação da mistura de dois ou mais detergentes é superior a soma das ações dos detergentes
individuais (sinergismo). Este fato é aproveitado para através de combinações, obter características desejadas de
detergência e espuma.
Uma das principais vantagens dos detergentes sintéticos é a não formação de sais insolúveis de cálcio e
magnésio, como no caso do sabão, possibilitando sua utilização em águas duras.

Princípios da formulação de detergentes sintéticos


O processo de lavagem envolve essencialmente seis fatores principais:
1. O Tecido
Existem vários tipos de tecidos, como: o algodão, a lã, e os sintéticos (nylon, tergal e acrílico). Esta
grande variedade de tecidos, impõe restrições na operação de lavagem, que muitas vezes podem resultar
em uma limpeza menos eficiente, particularmente se o tecido encontra-se demasiadamente sujo. Além
disso os consumidores esperam um produto detergente ideal, que atue eficientemente qualquer que seja
o tecido, o que dificulta a formulação do produto.
2. A Sujeira
Segundo uma clássica definição é um material fora de lugar, e detergência é o processo de remoção da
sujeira de um lugar para outro. A sujeira nos tecidos consiste de um líquido (gordura, óleo) ou de
partículas sólidas finamente divididas.

3. O Produto de Lavagem
Um dos aspectos visuais de atuação do produto mais apreciados pelo consumidor, é a espuma que se forma
durante o processo de lavagem. A espuma sendo uma emulsão, depende do volume de ar que a solução
consegue reter, tal quantidade é função do produto e do grau de agitação impresso a solução. Determinar o nível
e o tipo de espuma é a problemática da formulação.
Os detergentes ativos, devem apresentar características adequadas quanto a:
 Efeitos sobre a pele (sensitização)
 Toxidez (ingestão)
 Biodegradabilidade
A Água
O suprimento de água varia em dureza da água, tipos de sais dissolvidos, contaminações metálicas, etc.
Quanto maior a dureza da água, maior a quantidade de detergente necessária para uma lavagem
adequada. A presença de impurezas metálicas influenciam negativamente o processo de lavagem, a
presença de ferro confere aos tecidos uma cor amarelada, o cobre catalisa a reação de decomposição do
perborato, alterando-lhe o poder branqueador e a presença de manganês produz cores indesejáveis no
tecido branco, particularmente se o branqueamento por hipoclorito fizer parte da operação.
O Equipamento
Podendo variar desde um simples balde até uma máquina automática de lavar. Existindo um tipo de
sabão/detergente para determinado equipamento.
Formulação de detergentes

O detergente pode ser um pó ou um líquido, cujo princípio ativo é um detergente sintético. Ele é constituído de
um fórmula bastante complexa, uma fórmula típica contém:

1. Tensoativo ou Material Ativo


2. Agentes Modificadores de Espuma
3. Agentes Coadjuvantes
4. Agentes Removedores de Manchas ou Branqueadores Ópticos e Bioquímicos
5. Agentes de Suspensão
6. Silicatos
7. Agentes Modificadores de Pó
8. Agentes Ópticos
- Tensoativo ou Material Ativo
È capaz de baixar a tensão superficial da água, fazendo com que esta "molhe" a gordura e o tecido, isto causa
uma diminuição da área de contato entre a gordura e o tecido, de modo que uma simples agitação é capaz de
removê-la. Além disso ele possui duas importantes funções na lavagem:
 Ajudar a deslocar a sujeira - Existem dois tipos de sujeira: as partículas de sujeira sólida, tais como
fuligem poeira, e sujeira de origem oleosa/graxa. Em ambos os casos, devido às suas características
moleculares, os tensoativos "quebram" a sujeira, fracionando-a em partículas sempre menores,
tornando-as solúveis em água, o que facilita sua remoção.
 Dispersar as partículas de sujeira - Depois que as partículas sólidas de sujeira e os resíduos
oleosos/graxos são retirados, os tensoativos fazem com que eles permaneçam dispersos na água, e não
aglutinem novamente ao tecido, enquanto ele é lavado ou enxaguado. O tensoativo mais largamente
utilizado em detergente em pó é o alquilbenzeno sulfonato de sódio, que é de caráter aniônico. Os não-
iônicos (como os álcoois graxos etoxilados) são usados em menor proporção.
- Agentes Modificadores de Espuma
Embora a espuma não seja essencial para que um detergente limpe, muitos dos detergentes comuns tem
sua ação aumentada devido a ação da espuma. Além disso a presença de espuma é muitas vezes tomada
como indicação que ainda existe detergente na água de lavagem, por isso um detergente bem formulado
deve ter uma espuma firme que desapareça mais ou menos ao mesmo tempo que o tensoativo.

- Agentes Coadjuvantes
Os tensoativos são na maioria dos casos sensíveis à presença de sais na água (sais de cálcio e magnésio), os
quais provocam a dureza da água, reduzindo assim sua eficiência como agente limpante. Para neutralizar a ação
destes sais são adicionados agentes coadjuvantes, que são na maioria dos casos seqüestrantes químicos, além
disso eles tem o poder de:
 Ajudar os tensoativos a deflocular (quebrar em partículas menores) e manter em suspensão os materiais
insolúveis, como a terra, e emulsificar materiais oleosos/graxos.
 Promover a alcalinidade adicional para a solução de lavagem, ajudando a limpeza de alguns tipos de
sujeira.
 Ajudar na estruturação das partículas do detergente durante o seu processo de produção, mantendo
assim, as propriedades físicas estáveis.
Os coadjuvantes mais utilizados são os polifosfatos, mais precisamente o tripolifosfato de sódio, e além dele
pode-se usar o carbonato de sódio e zeólito.

1. Agentes Removedores de Manchas ou Branqueadores Ópticos e Bioquímicos


Os agentes removedores de manchas podem agir por oxidação, redução ou por ação enzimática. Em
princípio cada mancha é um problema individual, não sendo possível na formulação de um produto
prever-se a remoção de qualquer tipo de mancha em qualquer tipo de tecido.
Os branqueadores ópticos principalmente usados são baseados em ação oxidante, e geralmente são
colocados somente em pós para uso específico, pois não é conveniente nem econômico tratar toda roupa
como se fosse manchada. No caso de detergente para lavagem de roupa hospitalar, é possível incluir-se
um agente alvejante diretamente na fórmula, diminuindo assim a dosagem do produto. O agente
branqueador óptico mais conhecido é o perborato de sódio, que em solução aquosa libera água
oxigenada.
Existem ainda os branqueadores bioquímicos, as enzimas, elas são muito eficientes na remoção de
alguns tipos de sujeira, como secreções da pele, sangue, molho de tomate, e outros resíduos de
alimentos. Em um detergente, várias enzimas podem ser utilizadas, devido a atuação específica de cada
uma. Por exemplo: proteases agem somente em sujeiras de origem protéica; lipases sobre lipídeos (óleos
e gorduras).
2. Agentes de Suspensão
Uma vez removida do tecido, é necessário que a sujeira não se deposite novamente sobre ele, caso
contrário uma sujeira localizada seria espalhada sobre a roupa, ou transferida de uma peça para as
demais. Para esta finalidade tem sido utilizado estabilizantes coloidais, como os carboximetilcelulose de
sódio, que se depositam sobre o tecido, principalmente no de algodão (sobre as fibras celulósicas),
evitando a redeposição da sujeira.

3. Silicatos
Os silicatos dão ao detergente em pó melhores propriedades de armazenamento, combatem a corrosão
nas máquinas de lavar (principalmente nas peças de alumínio) e mantém em suspensão as sujeiras de
natureza argilosa.

4. Agentes Modificadores de Pó
Sob este título podemos incluir uma série de agentes específicos, que podem ser adicionados a uma
formulação para conferir ou melhorar alguma propriedade. È muito comum o uso de corantes eu
conferem um melhor aspecto ao pó, e de perfumes que para o consumidor representam a própria
"identidade" do produto.

5. Agentes Ópticos
São compostos orgânicos que se depositam sobre o tecido, absorvem a luz ultravioleta e reemitem como luz
visível na região azul do espectro. Isto mascara o amarelado que o tecido adquire com o tempo e dá mais brilho
ao tecido. As substâncias mais usados são as derivadas do estilbeno, e dimorfolinas, sendo mais conhecidas
pelos seus nomes comerciais, tais como: tiopal CBS-X, tinopal DMS, photine, blankophor e leucophor.

Fabricação dos detergentes em pó


Existem vários processos de produção de detergentes em pó, o mais tradicional envolve basicamente:

Fabricação do tensoativo - Ocorre através de sulfonação, onde o alquilbenzeno reage com o trióxido de
enxofre, resultando no ácido sulfônico, que é neutralizado com soda cáustica para então formar o alquilbenzeno
sulfonato de sódio, que é o tensoativo.

Mistura dos componentes - Nesta etapa os componentes são misturados para formar uma pasta (slurry), são
adicionados então todos os componentes que não são sensíveis a ação da água e do calor.

Sopragem - A pasta produzida é bombeada para os vários bicos de pulverização, existentes no topo da torre de
sopragem. As partículas ainda úmidas da mistura final, vão gradativamente caindo em contracorrente com o ar
quente, perdendo parte da água nesta trajetória, e chegando à base da torre na forma de um pó, mas ainda
quente. Este pó é resfriado e condicionado através de um elevador de ar.

Manuseio/Mistura de Pós – Ao pó seco e condicionado, são adicionados os ingredientes sensíveis à água e ao


calor, como o perfume, e as enzimas, passado posteriormente para um misturador para a homogeneização.

Embalagem - Uma vez acabado, o produto é conduzido às máquinas de embalar.

6 - Controle da Qualidade

A farmácia deve estar devidamente equipada e com os procedimentos estabelecidos e escritos para realizar, em
amostras estatísticas das preparações do estoque mínimo de medicamentos, por produto, os itens abaixo rela
cionados, quando aplicáveis, mantendo os registros dos resultados:
a) caracteres organolépticos; e) dureza;
b) pH; f) desintegração;
c) peso médio; g) grau ou teor alcoólico;
d) friabilidade; h) densidade;
i) volume; k) teor do princípio ativo;
j) viscosidade; l) pureza microbiológica
A farmácia deve dispor de laboratório de controle de qualidade capacitado para realização de controle em
processo e análise da preparação manipulada, referidos acima.
É facultado à farmácia terceirizar o controle de qualidade das matérias-primas e preparações manipuladas, em
laboratórios tecnicamente capacitados para este fim, mediante contrato formal.
A farmácia deve manter amostra de referência de cada lote preparado, até 4 (quatro) meses após o vencimento
do medicamento.

Os rótulos das preparações, antes da dispensação, devem conter: identificação do produto, data da manipulação,
número do lote e prazo de validade.

7 - Garantia da Qualidade
- Formulário padrão;

Representa as fórmulas padronizadas, indicando os componentes e respectivas quantidades para um


determinado lote. Indica ainda os matérias, utensílios e técnicas para manipulação, bem como os cuidados para
proteção individual e referências bibliográficas.

Modelo:

Real Fórmula Padrão


Pharma Ácido Acético Solução 1%
FARMÁCIA DE
MANIPULAÇÃO
1. Fórmula Padrão
Ácido acético
glacial....................................................................................................................................................
20 ml
Água destilada
q.s.p...............................................................................................................................................2.00
0 ml

2. Apresentação
Frasco aplicador transparente 300 ml.

3. Materiais e Equipamentos
Proveta 100 ml Bastão de vidro Balão de fundo chato 2.000ml

4. Técnica
1. Medir o volume do ácido acético e transferi-lo para o balão;
2. Completar o volume com água destilada;
3. Homogeneizar e envasar.

5. Características 6. Indicação
Líquido límpido, incolor e de odor característico. Antimicrobiano tópico e desinfectante.

7. Referências
MARTINDALE, The Extra Pharmacopoeia, 31º ed., p. 1667, The Royal Pharmaceutical Society,
1996, London – England.
8. Observações

9. Aprovação
ELABORADO APROVADO

DATA VISTO DATA VISTO

Real Ordem de Manipulação – OM


Pharma Água Sanitária
FARMÁCIA DE
MANIPULAÇÃO
1. Dados do produto
Código 10416 Apresentação Bombona plástica 5000 ml Validade 06 meses
Número do lote 10416-0230 Data da fabricação 26.11.02 Data da validade 25.05.03
Tamanho do lote 200 litros Rendimento teórico 40 Bombonas Rendimento prático
2. Materiais
2.1. Matérias primas
Código Validade Denominação Unidade Quantidade
6992 Hipoclorito de sódio solução a 10% q.s. Mililitros
6973 Soda caústica Mililitros 500
7686 Sal marinho Gramas 100
---- Água potável q.s.p. Mililitros 200.000
2.2. Embalagens
Código Fornecedor Denominação Quantidade
---- Bombona plástica 5000 ml 40
1907 Colacril Etiqueta impressora matricial TAB 8931 40
3. Materiais e Equipamentos
Tanque reator 200 litros Balão de fundo chato 12.000 Balde plástico 10.000 ml.
Cálice graduado 1000 ml ml
Funil de vidro
4. Técnica
1. Filtrar o hipoclorito de sódio concentrado, coletar amostra e promover o doseamento;
2. Após o doseamento efetuar o cálculo da quantidade suficiente de hipoclorito concentrado para preparar 200
litros a 1% de cloro ativo, pela fórmula C1xV1 = C2xV2;
3. Medir o volume do hipoclorito e reservar;
4. Colocar no reator 150 litros de água e adicionar o hipoclorito de sódio e homogeneizar;
5. Em seguida, adicionar a soda, o sal e completar o volume com água;
6. Homogeneizar e coletar amostra da solução diluída do hipoclorito de sódio e promover o
doseamento;
7. Estando em conformidade envasar e rotular.

5. Características 6. Indicação
Líquido límpido, amarelado de odor Desinfecção de pisos.
característico .
7. Autorização 8. Manipulação
Recife, / / _ Recife, / / _
DATA Responsável Técnico DATA Responsável Técnico

- Procedimento operacional padrão

Descreve como deve ser realizado um determinado procedimento de forma descrita ou em gráfico:

- Manual de Boas práticas de manipulação;


As Boas Práticas de Manipulação estabelecem os requisitos mínimos para a avaliação farmacêutica,
manipulação, conservação, dispensação de preparações magistrais e oficinais, fracionamento de produtos
industrializados, bem com o critérios para aquisição de matérias-primas e materiais de embalagem.
A farmácia é responsável pela qualidade das preparações magistrais e oficinais que manipula, conserva,
dispensa e transporta.
A farmácia deve assegurar a qualidade microbiológica, química e física de todos os produtos reembalados,
reconstituídos, diluídos, adicionados, misturados ou de alguma maneira manuseados antes da sua dispensação.
É indispensável o acompanhamento e o controle de todo o processo de obtenção das preparações magistrais e
oficinais, de modo a garantir ao paciente um produto com qualidade.

7 - Fracionamento

Não há definição precisa sobre o que seja fracionamento, nem regulamentação específica para esta atividade.
O fracionamento de especialidade farmacêutica, em doses, somente pode ser realizado sob responsabilidade e
orientação do farmacêutico em farmácia de atendimento privativo de unidade hospitalar , desde que seja
preservada a qualidade e eficácia originais dos produtos.
As doses fracionadas devem apresentar as seguintes informações: nome do paciente, denominação genérica e
concentração da substancia ativa, númer o do lote e prazo de validade.

A unitarização de qualquer tipo de medicamento dentro da realidade brasileira é algo extremamente novo e
recente. Nos Estados Unidos e Europa, a Indústria Farmacêutica, oferece às farmácias hospitalares o
medicamento já unitarizado, isto em sua grande maioria, ou seja, todo o trabalho que temos aqui no Brasil, lá
praticamente não existe.

Para se ter uma idéia, os comprimidos (sólidos orais) já são embalados na indústria em blisters com data,
validade, lote e nome do princípio ativo. No Brasil, cada remessa de medicamentos que chega no Hospital,
deve ser totalmente unitarizada.

Respondendo à questão, não existem regras ou normas estipuladas sobre esse procedimento, temos sim,
recomendações para se evitar problemas com a qualidade do medicamento e seu estado de conservação:

- envase não deve afetar o conteúdo do medicamento, sendo assim não pode comprometer seu efeito;
- o medicamento envasado deve ser de fácil manuseio ao ser aberto para utilização,
- deve conter nome, data, validade e lote;
- procedimentos devem ser descritos e aplicados (normas de limpeza da área de re-envase,
paramentação dos funcionários envolvidos, entre outros);

- ao se retirar o medicamento de sua embalagem original para unitarizá-lo, caso ele seja líquido (gotas,
suspensão, xarope, entre outros), a data de validade será reduzida, pois a simples manipulação e retirada desse
produto de seu estado natural já comprometeu seu acondicionamento.
8 - Central de Nutrição Parenteral

As centrais de terapia nutricional são diretamente responsáveis pela preparação e controle das misturas de
nutrientes planejadas de acordo com as dietas, adequadas à necessidade individual de cada paciente, através do
acompanhamento clínico diário.

São necessários estudos sobre os processos bioquímicos implicados na nutrição, os métodos de avaliação do
paciente e cálculos das necessidades de nutrientes e dos índices prognósticos, a formulação de nutrientes
existentes para preparação das dietas, as técnicas de controle e preparo das dietas, assim como o conhecimento
dos processos patológicos de indicação de terapia nutricional.

9 - Central de Quimioterapia
Conforme determinação legal, o farmacêutico é o profissional diretamente responsável pela manipulação dos
medicamentos antineoplásicos.
Para poder garantir as boas práticas de manipulação de quimioterápicos, é imprescindível a implantação de
metodologias de trabalho, com procedimentos que garantam o manuseio seguro destes fármacos.
É recomendável o controle farmacêutico da prescrição e a participação do farmacêutico no estabelecimento de
protocolos de administração.

Obs: o conteúdo deste curso foi extraído de outros textos e da nossa experiência
profissional, não estando ainda concluído e referenciado.

José de Arimatea Rocha Filho


Farmacêutico
CRF-PE 01893
e-mail: aexal@terra.com.br

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