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NOVA VERSÃO INTERNACIONAL

FAÇA UMA J O R N A D A V I S U A L
A T R A V É S DA V I D A E DOS
TEMPOS BÍBLICO S
I n t r o d u ç ã o a

A U T O R , L U G A R E D A T A DA R E D A Ç Ã O
A carta aos Hebreus é anônima. A tradição da autoria pauiina não é confiável, e há, na verdade, sérias razões para contestar essa afirmação.
Lucas, Clemente de Roma, Barnabé, Apoio, Epafras, Silas, Priscila e outros têm sido os principais nomes apontados, m as a verdade é que
não sabemos quem escreveu esta carta (ver “ Quem escreveu a carta aos Hebreus?” , em Hb 2). Estamos cientes de que o autor era bastante
instruído no AT, fam iliarizado com seu público, capaz de escrever num grego excelente e am igo de Tim óteo (13.23).
É quase certo que a carta aos Hebreus foi escrita antes da queda de Jerusalém (70 d.C.). À luz da determ inação do autor em
dem onstrar a superioridade de Cristo sobre o sacerdócio aarônico e os sacrifícios do tem plo, parece inconcebível que nenhum a menção
seja feita à destruição do tem plo, sinal derradeiro da rejeição divina. Sabemos tam bém que o livro foi escrito.num a época em que a
perseguição se tornava um a séria preocupação (13.3). Uma vez que o aprisionam ento de líderes cristãos aconteceu nos prim eiros anos
da história da igreja (At 4.3), no côm puto geral isso indica um a data m ais tardia para Hebreus, entre 60 e 70 d.C.

DESTINATÁRIO
Se não há certeza acerca do autor da carta, tam bém há ambigüidade acerca do destinatário. 0 título Hebreus (ou “ aos Hebreus”) não fazia
parte do texto original e, portanto, é de valor questionável, porém a m aioria dos intérpretes realmente acredita que a carta foi escrita a
cristãos judeus de fala grega que provavelmente utilizavam a Septuaginta.

FATOS CULTURAIS E DESTAQUES


0 autor parece m uito preocupado com a possibilidade de algum cristão “ retroceder” (10.38), em bora não pareça haver perigo de que
adote o paganism o. Por toda a carta, Hebreus enfatiza a superioridade de Cristo à glória da A ntiga Aliança, portanto é m ais provável
que pelo menos alguns leitores se sintam tentados a voltar ao judaísm o do segundo tem plo. Comparada com o esplendor do tem plo de
Herodes, a adoração que acontecia nas igrejas domésticas deve parecer-lhes insignificante. 0 autor de Hebreus, no entanto, adverte seu
público de que a glória do tem plo terreno não passa de sombra e logo desaparecerá.

L I N H A DO T E M P O

r
10 A.C. D.C 1 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Nascimento de Jesus (ca. 6/5 a.C.)

Morte, ressurreição e ascensão de Jesus (ca. 30 d.C.)


I
Conversão de Paulo (ca. 35 d.C.)
I
Concilio de Jerusalém (ca. 50-51 d.C.)

Reinado de Nero (ca. 54-68 d.C.)

Redação da carta aos Hebreus (ca. 60-70 d.C.) |figl||g ■

Prisão e morte de Paulo em Roma (ca. 67-68 d.C.)


1
Destruição do templo de Jerusalém (ca. 70 d.C.)
i

E N Q U A N T O V O C Ê LÊ
Examine as cinco advertências do autor a respeito da condição espiritual de seus leitores (2.1; 3.7; 5.11; 10.26; 12.25). Observe as
declarações do autor acerca dos costumes judaicos e a explicação de que Jesus trouxe a Nova Aliança (da graça por m eio da fé), que é
infinitam ente m elhor que a Antiga (da obediência à Lei). Atente para a repetição dos term os “ m elhor” e “ superior” .
1982 I N T R O D U Ç Ã O A HE BREUS

VOCÊ S AB IA ?
• Segundo a Lei mosaica, a função sacerdotal era restrita à fam ília de Arão, da tribo de Levi, porém Jesus era proveniente de um a tribo
não sacerdotal: Judá (7.16).
• Nos tesouros inestimáveis da tum ba do rei egípcio Tutancâmon havia toneladas de ouro puro (11.26).

TEMAS
A carta aos Hebreus contém os seguintes temas:
1. A superioridade de Cristo. Hebreus apresenta Cristo como superior aos profetas (1.1,2), aos anjos (1.4-6), a Moisés (3.3), a Josué (4.8),
ao sacerdócio do AT e ao sumo sacerdote (4.14— 5.10; 7.1 -28), ao sistem a de sacrifícios e ao santuário (8.1 — 10.18).
2. Perseverança. Os cristãos são chamados para um a viagem ao céu (3.1), mas devem antes disso passar por provações.
3. Fé que agrada a Deus. Hebreus 11 enfatiza a fé exercitada de muitos modos, importantes ou humildes.
4. Disciplina dos filhos de Deus. A adversidade é o meio que Deus usa para disciplinar seus filhos.
5. Vida cristã. Os cristãos devem ser hospitaleiros (13.1-3), abster-se da imoralidade sexual (13.4), guardar-se do am or ao dinheiro (13.5),
praticar o bem e ser generoso com o próximo (13.16), obedecer seus líderes (13.17) e orar (13.18,19).

SUMÁRIO
I. A superioridade da nova revelação de Deus (1.1 -4)
II. Cristo é superior aos anjos (1.5— 2.18)
A. Evidência bíblica da superioridade de Cristo (1.5-14)
B. 0 perigo de negligenciar a verdade acerca de Cristo (2.1 -4)
C. Mais evidências bíblicas da superioridade de Cristo (2.5-18)
III. Cristo é superior a M oisés (3.1— 4.13)
A. Cristo, o Filho; Moisés, o servo (3.1-6)
B. Advertência contra o descrente (3.7— 4.13)
IV. Cristo é superior aos sacerdotes aarônicos (4.14— 7.28)
A. Acesso ao trono da graça por m eio de nosso Sumo Sacerdote (4.14-16)
B. As qualificações sacerdotais de Jesus (5.1-10)
C. Exortação a tornar-se espiritualm ente m aduro (5.11— 6.12)
D. Esperança confiante com o âncora para a alm a (6.13-20)
E. Cristo e Melquisedeque (7)
V. A obra sacrifical superior de nosso Sumo Sacerdote (8— 10)
A. Uma aliança superior (8)
B. Um santuário superior (9.1-12)
C. Um sacrifício superior (9.13— 10.18)
D. Exortações (10.19-39)
VI. Aplicação: perm anecer firm e (11 e 12)
A. Exemplos do passado (11)
B. O papel da disciplina no desenvolvim ento da fé (12.1-11)
HE BRE US 1.5 i983

O Filho é Superior aos Anjos


Há muito tempo Deus falou3muitas vezes e de várias maneirasbaos nossos antepassados por meio
I dos profetas,02mas nestes últimos dias falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeirod
1.1 »J09.29;
Hb2.2,3; ‘At 2.30;
=Nm12.6,8
1.2 "SI 2.8; «Jo 1.3
1.3 fJo 1.14; SCI de todas as coisas e por meio de quemefez o universo. 3O Filho é o resplendor da glória de Deusf e
1.17; hHb 7.27; a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisasS por sua palavra poderosa. Depois de ter
'Mc 16.19
14®1.21; realizado a purificação dos pecados,hele se assentou à direita da Majestade nas alturas,'4tomando-se
Fp2.9,10
tão superior aos anjos quanto o nome que herdou é superior ao delesj
1.5 ^Sl 2.7; 5 Pois a qual dos anjos Deus alguma vez disse:
^Sm 7.14
“Tu és meu Filho;
eu hoje te gerei”“?k
E outra vez:
“Eu serei seu Pai,
e ele será meu Filho”1’?1
a 1 *5 SI ? 7
» L 5 2Sni 7.14; lCr 17.13.

1.1-14 Hebreus pode ter sido um sermão proferido por alguém acostuma­ 1.4 Para a maioria dos judeus, os anjos eram seres exaltados, reverencia­
do a adorar numa sinagoga de feia grega e educado nas instituições grega e dos por terem participado da outorga da Lei no Sinai, que era, para os
romana da época. As tradições grega e romana enfatizavam uma introdução judeus, a suprema revelação de Deus. De acordo com alguns escritos ju­
apropriada, na qual o falante deveria apresentar o(s) tópico(s) principal(is) daicos, quatro arcanjos (Miguel, Rafael, Gabriel e Fanuel) estão sempre
de seu discurso ou sermão e procurar prender a atenção do público. diante do trono de Deus (ver “Anjos e espíritos guardiões na Bíblia e no
1.3 Ver “A ‘mão direita’ no pensamento antigo”, em H b 1. antigo Oriente Médio”, em Zc 1).

■v *
--

NOTAS H IS T Ó R IC A S E CU LTU R A IS
........ ................. . ..... áJiásâãÉ

A “mão direita” no pensamento antigo


HEBREUS I A mão tinha grande simbolismo geralmente expressando bênção, companhei­ ocupava. Sentava-se à mão direita de um rei
no mundo antigo. Acreditava-se que com ela rismo ou conforto. Certos atos de purificação seu "braço direito", como se diz hoje, o prin­
alguém podia conceder graça ou pronunciar ritual, assim como a ordenação do sacerdócio cipal agente da autoridade do rei, por meio
punição. Além disso, a mão representava a aarônico, envolviam a mão direita ou o lado de quem o soberano levava a cabo suas mais
autoridade da pessoa e era o instrumento direito.1 A mão direita também era usada importantes obras. Além disso, sentar-se à
pelo qual se levava a cabo as intenções de para fazer juramentos em assuntos jurídicos, mão direita era uma afirmação de compa­
alguém. A mão direita, em particular, era uma vez que se acreditava que ela represen­ nheirismo e favor entre a figura central e o
especial por duas razões. Em primeiro lugar, tava o caráter, a vontade e as ações do indi­ indivíduo assim honrado. Jesus Cristo apa­
porque a mão esquerda era universalmente víduo que fazia o juramento. Na literatura, rece em várias ocasiões na Bíblia sentado
usada para propósitos higiênicos e, portanto, personificava o caráter e os atos de um rei à mão d ire ita de Deus Pai para sempre
era menos respeitada que sua contraparte. ou de uma divindade,2 enquanto na Bíblia (SI 110.1; At 2.33-35; Rm 8.34; Ef 1.20; Cl 3.1;
Em segundo lugar porque, uma vez que a hebraica representava o poder e a provisão Hb 1.3,13; 8.1; 10.12; 12.2; IPe 3.22).
maioria das pessoas era destra, a mão direita de Deus para seu povo.
era tida como possuidora de força e capaci­ Sentar-se à mão direita de um governan­
dade superiores inatas. te ou anfitrião significava ocupar um lugar de
0 status físico da mão direita conferiu- alta honra. A posição em si era considerada
-Ihe im portante significado m etafórico, indicação do poder e autoridade de quem a

'Ver "Os levitas eos sacerdotes”, em 2Cr 24; e"Pureza ritual emIsrael e no antigo Oriente Médio", em Lv 10. 2Ver "0 rei no antigo Oriente Médio", em Si 45.
1984 HE BR E US 1. 6

6E ainda, quando Deus introduz o Primogênito no mundo,mdiz: 1.6mHb 10.5;


"Dt 32.43 (LXX;
“Todos os anjos de Deus o adorem”'1.1' manuscritos
do marMorto);
SI 97.7
7Quanto aos anjos, ele diz: 1.7«S1104.4
“Ele faz dos seus anjos ventos,
e dos seus servos, clarões reluzentes”*’.0
8Mas a respeito do Filho, diz:
“O teu trono, ó Deus, subsiste para todo o sempre;
cetro de equidade é o cetro do teu Reino.
9 Amas a justiça e odeias a iniqüidade; 1.9PFp2.9;
por isso Deus, o teu Deus, escolheu-te dentre os teus companheiros,P
11861.1,3
ungindo-te com óleoi de alegria”c.
10E também diz:
“No princípio, Senhor, firmaste os fundamentos da terra,
e os céus são obras das tuas mãos.
11Eles perecerão, mas tu permanecerás; 1.111s34.4
envelhecerão como vestimentas/
12Tu os enrolarás como um manto, 1.12*Hb 13.8;
«1102.25-27
como roupas eles serão trocados.
Mas tu permaneces o mesmo,s
e os teus dias jamais terão fim”'*.*
13A qual dos anjos Deus alguma vez disse: 1.13uJs 10.24;
Hb 10.13;
“Senta-te à minha direita, vg 110.1

até que eu faça dos teus inimigos


um estradoupara os teus pés”c?v
14Os anjos não são, todos eles, espíritos ministradoreswenviados para servir aqueles que hão de 1.14"S1103.20;
*Hb5.9
herdar a salvação?*

O Perigo da Negligência

2
Por isso é preciso que prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos des­
viemos. 2Porque, se a mensagem transmitida^ por anjos2provou a sua firmeza e toda transgres­ 2.2vH
b1.1;
zDt33.2; At 7.53;
são e desobediência recebeu a devida punição,33como escaparemos, se negligenciarmos tão grande “Hb 10.28
2.3bHb10.29;
salvação?b Essa salvação, primeiramente anunciada pelo Senhor,0foi-nos confirmada pelos que a bHb 1.2; dLc1.2
ouviram.d 4Deus também deu testemunho dela por meio de sinais, maravilhas, diversos milagresee 2.4eJo 4.48;
'1Co12.4; oEf1.5
dons do Espírito Santo* distribuídos de acordo com a sua vontade.s

Jesus é Feito Semelhante a seus Irmãos


5 Não foi a anjos que ele sujeitou o mundo que há de vir, a respeito do qual estamos falando,6mas2.6hJÓ7.17
alguém em certo lugar testemunhou, dizendo:
“Que é o homem, para que com ele te importes?h
E o filho do homem, para que com ele te preocupes?
7Tu o fizeste \imfpouco menor do que os anjos
e o coroaste de glória e de honra;
8tudo sujeitaste debaixo dos seus pés”.?.' 2.8 iSI 8.4-6;
1Co15.25
Ao lhe sujeitar todas as coisas, nada deixou que não lhe estivesse sujeito. Agora, porém, ainda não
vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas.9Vemos, todavia, aquele que por um pouco foi feito 2.9iAt2.33;
3.13; Fp2.9;
0 1.6 D t 32.43 (segundo a Septuaginta e os manuscritos do mar Morto). fp 2.7-9;'Jo 3.16;
b 1.7 SI 104.4. 2Co5.15
f 1.8,9 SI 45.6,7.
* 1.10-12 SI 102.25-27.
« 1.13 SI 110.1.
f 2.7 Ou por um.
s 2.6-8 SI 8.4-6.

1.7 Em SI 104.4, o vento e os raios sáo agentes dos propósitos de Deus cita por ser a versão mais conhecida de seus leitores, reflete a doutrina de
(ver nota em Ez 1.4; ver também “Deuses da tempestade, imagem e teo- anjos que se desenvolvia no período entre o AT e o N T (ver “A Septua-
fania da tempestade”, em SI 18). A Septnaginta, que o autor de Hebreus ginta e seu uso no Novo Testamento”, em H b 11).
■ m *•!
mm
A C R E D I B I L I D A D E DA

Q U E M ESCREVEU
A CARTA AOS HEBREUS?
HEBREUS 2 Quase desde sua ori­ ♦ Orígenes (185-253 d.C.) admite
gem, a autoria da carta aos Hebreus que Hebreus pode ter vindo da
tem sido matéria de especulação. pena de Paulo, mas confessa incer­
A cópia completa de Hebreus mais teza a respeito da identidade do au­
antiga (no papiro Chester Beatty) tor e informa que alguns sugeriam
está situada na coleção paulina, Lucas ou Clemente de Roma.
pún
imediatamente após Romanos. ♦ Tertuliano (ca. 155-220 d.C.) su­ n
Embora a autoria paulina tenha se gere Bamabé como autor alternati­
tornado uma ideia tradicional, há vo, já que sua formação levítica
sérias e antigas razões para resistir (At 4.36) explicaria certas ênfases de M
a essa conclusão: Hebreus, e seu nome (que significa tnm
"filho da exortação") corresponde
♦ 0 livro de Hebreus é anônimo, bem à expressão grega por trás de tfffJH
enquanto cada um dos outros 13
textos paulinos começa explicita­
Hebreus 13.22. m s
♦ Martinho Lutero (1483-1546
mente com o nome de Paulo.1
d.C.) propôs a autoria de Apoio —
♦ Também é improvável que
um "homem culto" de Alexandria ií ttrç
Paulo, que se considerava apóstolo
e "testemunha ocular" do Jesus res-
que tinha um "grande conheci­
tftf*
mento das Escrituras" (At 18.24).
surreto (ICo 15.8,9; Gl 1.11,12), te­
nha se referido a si mesmo como um
♦ Os estudiosos modernos expan­ toia
cristão de segunda geração (Hb 2.3).
diram a lista de candidatos ao in­
cluir Priscila, Silas, Epafras e vários
mm
♦ As perspectivas teológicas de
outros. Rmt
Hebreus (ênfase em Jesus Cristo
como Sumo Sacerdote e uso de ca­ awi
Conquanto a identidade do au­
tegorias sacrificais para explicar o
to r de Hebreus permaneça incerta,
significado de sua morte) não são
características de Paulo em seus
algumas afirmações podem ser fm
feitas com base no texto:
escritos conhecidos.
♦ Há evidentes diferenças no
§tf
estilo entre Hebreus e as cartas de ♦ É quase certo que o autor de
Paulo. A linguagem de Hebreus é Esta réplica de um original romano (imagem de Márcias) Hebreus era um cristão de segunda tiuu
retrata um enforcamento romano — lembrete do geração (Hb 2.3).
impressionante em sua eloqüência
sofrimento dos cristãos mencionado em Hebreus
♦ Era um profundo pensador, cuja
tm
e visão estrutural. 0 autor emprega © Or. James C. Martin; fotografado com permissão do Museu do Louvre
uma prosa elevada e erudita ao lado escrita apresenta estilo, vocabulá­
de um rico adorno retórico. Em contraste, Paulo afirma explicitamen­ rio e poder de convicção impressio­
te a ausência dessas qualidades em seus escritos e discursos (ICo 1.17; nantes e demonstra bastante conhecimento da língua grega (há cerca
2.1; 2Co 11.6). de 151 palavras gregas usadas somente em Hebreus).
♦ Era intimamente familiarizado com a S eptuaginta2 em sua for­
Muitos intérpretes ao longo da história cristã trataram da ques­ ma alexandrina e com os costumes judaicos e modos de interpretação
tão da autoria de Hebreus e tentaram responder às discrepâncias das Escrituras.3
entre Hebreus e os "outros" escritos paulinos de vários modos: ♦ Acima de tudo, era alguém convicto de que Deus, no clímax da
História, se fez conhecido à humanidade por meio de seu Filho, Jesus
♦ Clemente de Alexandria ( a . 150-215 d.C.) teoriza que Paulo (1.1,2).
escreveu a carta em hebraico e que Lucas, mais tarde, traduziu o texto
para um grego rebuscado (cf. Rm 16-22; IPe 5.12).

1Ver "As cartas no mundo greco-ro - aoo’ . em 2Co 3. 2Ver o Glossário na p. 2080 para as definições das palavras em negrito. 3Ver "A Septuaginta e seu uso no Novo
Testamento", em Hb 11, e "Interpíetaçk : :lica em Qumran e entre os antigos rabinos", em Mt 23.
1986 HE BR E US 2. 10

menor do que os anjos, Jesus, coroado de honrai e de glória por ter sofrido a morte,kpara que, pela
graça de Deus, em favor de todos, experimentasse a morte.1
10 Ao levar muitos filhos à glória, convinha que Deus, por causa de quem e por meio de quemZ10mRm11.36;
nLC24.26; Hb7.28
tudo existe,"1tornasse perfeito, mediante o sofrimento," o autor da salvação deles.11 Ora, tanto o 2.11 »Hb 10.10;
»Mt 28.10; Jo
que santifica quanto os que são santificados0provêm de um só. Por isso Jesus não se envergonha de 20.17
chamá-los irmãos.P12Ele diz: 2.12 « 122.22
“Proclamarei o teu nome a meus irmãos;
na assembleia te louvarei”0.1
!
13E também: 2.13 Is 8.17;
*IS8.18; Jo 10.29
“Nele porei a minha confiança”6.1'
Novamente ele diz:
“Aqui estou eu com os filhos que Deus me deu”c.s
14Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele também participou dessa condição 2.14 Uo 1.14;
"1Co 15.54-57;
humana,* para que, por sua morte, derrotasse11aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo,v15e 2Tm1.10; «IJo 3.8
2.15 "ZTm 1.7
libertasse aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medowda morte.16Pois é claro
que não é a anjos que ele ajuda, mas aos descendentes de Abraão.17Por essarazão era necessário que ele 2.17 >Fp2.7;
«5.2;
setomasse semelhante a seus irmãos* em todos os aspectos, para setomar sumo sacerdote misericordio- ^Hb4.14,15;
7.26,28; »Hb 5.1
sovefielzcom relação a Deus3efazerpropiciação1*pelos pecados do povo.18Porque, tendo em vista o que 2.18 »Hb 4.15
ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados.b

Jesus é Superior a Moisés


Portanto, santos irmãos,0participantes do chamado celestial, fixem os seus pensamentos em Jesus, 3.1 «2.11;
3 apóstolo e sumo sacerdotedque confessamos®2Ele foi fiel àquele que o havia constituído, assim
como Moisés foi fiel em toda a casa de Deus.f 3Jesus foi considerado digno de maior glória do que
"Hb2.17;'Hb 4.14
3.2 Wm12.7

Moisés, da mesma forma que o construtor de uma casa tem mais honra do que a própria casa.4Pois
toda casa é construída por alguém, mas Deus é o edificador de tudo.5Moisés foi fiel como servoB em 3.5 «Êx14.31;
hí.2; Nm12.7
toda a casa de Deus,hdando testemunho do que haveria de ser dito no futuro,6mas Cristo é fiel como 3.6 »1.2;
11Co3.16;
Filho' sobre a casa de Deus; e essa casa somos nósj se é que nos apegamos firmemente* à confiança »Rm11.22;
e à esperança1da qual nos gloriamos. fim 5.2

Advertência contra a Incredulidade


7Assim, como diz o Espírito Santo:m
“Hoje, se vocês ouvirem a sua voz,
8não endureçam o coração, como na rebelião,
durante o tempo da provação no deserto,
9onde os seus antepassados me tentaram, pondo-me à prova,
apesar de, durante quarenta anos, terem visto o que eu fiz."
10Por isso fiquei irado contra aquela geração
e disse: O seu coração está sempre se desviando,
e eles não reconheceram os meus caminhos.
11Assim jurei na minha ira: Jamais entrarão 3.11 °Hb4.3,5;
pSI 95.7-11
no meu descanso”/.0’P
12 Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste
do Deus vivo.13Ao contrário, encorajem-se uns aos outros todos os dias,'! durante o tempo que se 3.13 <flb 10.24,25;
tf 4.22
« 2 .1 2 SI 22.22.
4 2 .1 3 Is 8.17.
' 2 .13 Is 8.18.
d 2.17 Ou desviar a ira de Deus dos pecados e removê-los.
e 3.6 Muitos manuscritos trazemfirmemente até ofim.
f 3.7-11 SI 95.7-11.

2.10 A palavra grega traduzida por “autor” em geral expressa a ideia de 2.17 Sobre o “sumo sacerdote”, ver nota em 6.19.
“originador” ou “fundador”. Esse termo também era aplicado ao líder, 3.11 Ver “O juramento na prática judaica e cristã”, em H b 6.
governante ou príncipe. N o contexto atual, pode ter o sentido de “cam­
peão”— aquele que veio em auxílio do escravizado.
HE BR E US 5. 2 1987

chama “hoje”, de modo que nenhum devocês seja endurecido pelo engano do pecado/14pois passamos
a ser participantes de Cristo, desde que, de fato, nos apeguemossaté o fim à confiança que tivemos no
3.15 <v. 7,8; princípio.15Por isso é que se diz:
SI 95.7,8
“Se hoje vocês ouvirem a sua voz,
não endureçam o coração,
como na rebelião”".*
3.16 "Nm14.2 16Quem foram os que ouviram e se rebelaram? Não foram todos os que Moisés tirou do Egito?0
3.17 >Nm14.29; 17 Contra quem Deus esteveirado durante quarenta anos? Não foi contra aqueles quepecaram, cujos cor­
S1106.26
3.18"Nm 14.20- pos caíram no deserto?v18E a quem jurou que nunca haveriam de entrar no seu descanso?™Não foi àque­
23; «Hb 4.6
3.19 ^Jo 3,36 les que foram desobedientes?**19Vemos, assim, que por causa da incredulidade'' não puderam entrar.

Um Descanso Sabático para o Povo de Deus


Visto que nos foi deixada a promessa de entrarmos no descanso de Deus, que nenhum de vocês
4
4.1 «12.15
4.2 a1Ts2.13 pense que falhouc.z 2Pois as boas-novas foram pregadas também a nós, tanto quanto a eles; mas
a mensagem que eles ouviram de nada lhes valeu, pois não foi acompanhada de fé por aqueles que a
4.3 bSI 95.11; ouviram1*.33Pois nós, os que cremos, é que entramos naquele descanso, conforme Deus disse:
Hb3.11
“Assim jurei na minha ira: Jamais entrarão
no meu descanso”e;b
4.4 cGn 2.2,3; embora as suas obras estivessem concluídas desde a criação do mundo.4Pois em certo lugar ele falou
Êx20.11 sobre o sétimo dia, nestas palavras: “No sétimo dia Deus descansou de toda obra que realizara”/.0
4.5 "SI 95.11 5 E de novo, na passagem citada há pouco, diz: “Jamais entrarão no meu descanso”.d
4.6 <Hb3.18 6 Portanto, restam entrar alguns naquele descanso, e aqueles a quem anteriormente as boas-novas
4.7 ISI 95.7,8; foram pregadas não entraram, por causa da desobediência®7Por isso Deus estabelece outra vez um
Hb3.7,8,15
determinado dia, chamando-o “hoje”, ao declarar muito tempo depois, por meio de Davi, de acordo
com o que fora dito antes:
“Se hoje vocês ouvirem a sua voz,
não endureçam o coração”.f
4.8 Ms 22.4; 8 Porque, se Josué lhes tivesse dado descanso,s Deus não teria falado posteriormente11a respeito de
hHb 1.1 outro dia.9Assim, ainda resta um descanso sabático para o povo de Deus;10pois todo aquele que en­
4.10V. 4
tra no descanso de Deus também descansa das suas obras, como Deus descansou das suas.'11Portanto,
esforcemo-nos por entrar nesse descanso, para que ninguém venha a cair, seguindo aquele exemplo de
desobediência/
4.12 MPe 1.23; 12 Pois a palavra de Deuské viva e eficaz,1e mais afiada que qualquer espada de dois gumes;111ela
Ur 23.29; "Ef6.17;
Ap 1.16; "1Co penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas emedulas, ejulga os pensamentos e as intenções
14.24,25 do coração.1113Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus.0Tudo está descoberto eexposto
4.13»SI 33.13-15
diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas.

Jesus, o Grande Sumo Sacerdote


4.14»Hb6.20; 14 Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus,PJesus, o Filho de Deus,
«Hb 3.1 apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos,1Q15pois não temos um sumo sacerdote que não
4.15*2.18;
s2Co5.21 possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós/ passou por todo tipo de ten­
tação, porém, sem pecado.s 16Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de
recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade.

5
5 . 1 » 8.3; Todo sumo sacerdote é escolhido dentre os homens e designado para representá-los em questões
»Hb 7.27
5.2 "Hb2.18; relacionadas com Deus e apresentar ofertas e sacrifícios* pelos pecados.0 2 Ele é capaz de se
"Hb 7.28
0 3.15 SI 95.7,8; também em 4.7.
b 3.18 Ou que não creram?.
c 4.1 Ou que a promessafalhou.
d 4.2 Muitos manuscritos dizempois não compartilharam afé daqueles que obedeceram.
e 4.3 SI 95.11; também no versículo 5.
f 4.4 Gn 2.2.

4.12 A palavra “alma” é geralmente utilizada na Bíblia para designar é “vento suave”, mas aqui representa um poder vital não material. Deus
o eu interior do ser humano em seu relacionamento comum com as é Espírito, e os seres angélicos podem ser chamados “espíritos”. Com
coisas terrenas e físicas. A “mente” (nous) é usada em referência ao eu relação aos humanos, o termo pode representar a vida de um indivíduo
nas suas funções racionais. Outra palavra, phronçma (também “mente”), e sua individualidade, conforme recebida de Deus (ver “Coração, fôlego,
destaca a mente durante o processo de pensar. “Coração” (kardid) tem garganta e intestinos: antropologia hebraica antiga”, em Pv 6).
o sentido da manifestação de um complexo de atitudes por pane do eu. 5.1 Ver “Sacrifícios e ofertas na Bíblia e no antigo Oriente Médio”, em
É difícil determinar sentido exato de “espírito” (pnrums . O mais básico Lv2.
1988 HE BR E US 5. 3

compadecer dos que não têm conhecimento ese desviam/ visto que elepróprio está sujeito à fraqueza.w
3Por isso ele precisa oferecer sacrifícios por seus próprios pecados, bem como pelos pecados do povo.x 5.3 xHb7.27; 9.7
4Ninguém toma essahonra para si mesmo, mas deve ser chamado por Deus, como de fato o foi Arão.v 5.4vÊx28.1
5Da mesma forma, Cristo não tomou para si a glóriazde setomar sumo sacerdote, mas Deus lhe disse:3 5.5 zJo 8.54;
aHb 1.1; bSI 2.7
“Tu és meu Filho;
eu hoje te gerei”a.b
6E diz noutro lugar: 5.6 CS1110.4;
Hb7.17,21
“Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de MBlquisedeque”*”.0
7 Durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com 5.7 27.46,50;
eMc 14.36
lágrimas,dàquele que o podia salvar da morte, sendo ouvido por causa da sua reverente submissão®
8Embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu;*9e, uma vez aperfeiçoado^ 5.8 <Fp2.8
5.9 9Hb2.10
tornou-se a fonte da salvação eterna para todos os que lhe obedecem,10sendo designado por Deus 5.10 hv. 5; *v. 6
sumo sacerdote,11segundo a ordem de Melquisedeque.'

Advertência contra a Apostasia


11Quanto a isso, temos muito que dizer, coisas difíceis de explicar, porque vocês se tornaram
lentos para aprender.12Embora a esta altura já devessem ser mestres, precisam de alguém que ensine 5.12 iHb 6.1;
k1Co3.2; 1Pe2.2
a vocês novamente os princípios elementaresi da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de
alimento sólido!k 13Quem se alimenta de leite ainda é criança1e não tem experiência no ensino da 5.13 '1Co14.20
justiça.14Mas o alimento sólido é para os adultos,mos quais, pelo exercício constante, tomaram-se 5.14 m1Co2.6;
"Is 7.15
aptos para discernir tanto o bem quanto o mal.11
Portanto, deixemos0os ensinos elementaresP a respeito de Cristo e avancemos para a maturidade, 6.1 °Fp3.12-14;
6 sem lançar novamente o fundamento do arrependimento de atos que conduzem à mortes^ da fé
pHb5.12; iHb 9.14

em Deus,2da instrução a respeito de batismos/ da imposição de mãos,s da ressurreição dos mortos* 6.2 rJo3.25;
e do juízo eterno.3Assim faremos, se Deus o permitir.u
sAt6.6;
«At 17.18,32
4 Ora, para aqueles que uma vez foram iluminados,vprovaram o dom celestial,wtornaram-se par­6.3 “At 18.21
6.4 vHb 10.32;
ticipantes do Espírito Santo,x5experimentaram a bondade da palavra de Deus e os poderes da era «Ef 2.8; *GI 3.2
que há de vir,6mas caíram, é impossível que sejam reconduzidos ao arrependimento;* pois para si 6.6y2Pe 2.21;
1Jo 5.16
mesmos£estão crucificando de novo o Filho de Deus, sujeitando-o à desonra pública.
7 Pois a terra, que absorve a chuva que cai frequentemente e dá colheita proveitosa àqueles que a
cultivam, recebe a bênção de Deus.8Mas a terra que produz espinhos e ervas daninhas, é inútil e logo 6.8 zGn3.17,18;
Is 5.6
será amaldiçoada.2Seu fim é ser queimada.
9 Amados,3mesmo falando dessa forma, estamos convictos de coisas melhores em relação a vo­
cês, coisas próprias da salvação.10Deus não é injusto; ele não se esquecerá do trabalho de vocês e do 6.10»Mt 10.40,42;
25.40; 1Ts1.3
amor que demonstraram por ele, pois ajudaram os santos e continuam a ajudá-los.b 11Queremos 6.11 cHb3.6
que cada um de vocês mostre essa mesma prontidão até o fim, para que tenham a plena certeza da
esperança,012de modo que vocês não se tornem negligentes, mas imitemd aqueles que, por meio 6.12 dHb13.7;
®2Ts1.4; Tg1.3;
da fé e da paciência,erecebem a herança prometida.* Ap 13.10;
'Hb 10.36
A Certeza da Promessa de Deus
13 Quando Deus fez a sua promessa a Abraão, por não haver ninguém superior por quem ju­6.13 sGn22.16;
Lc1.73
rar, jurou por si mesmo,314dizendo: “Esteja certo de que o abençoarei e farei numerosos os seus 6.14 hGn22.17
descendentes”/.1115E foi assim que, depois de esperar pacientemente, Abraão alcançou a promessa.' 6.15 'Gn21,5
16 Os homens juram por alguém superior a si mesmos, e o juramento confirma o que foi dito,6.16 JÊx22.11
pondo fim a toda discussão.)17Querendo mostrar de forma bem clara a natureza imutávelkdo seu 6.17 "S1110.4;
'Hb 11.9
« 5 .5 SI 2.7.
* 5 .6 SI 110.4.
c 6.1 Ou de ritos inúteis.
d 6.6 Ou ao arrependimento enquanto estão crucificando de novo.
e 6 .6 Ou para o seu próprio mal.
f 6 .1 4 Gn 22.17.

6. 2 A “instrução a respeito de batismos” talvez se refira aos diferentes ba­ 6.19 “O santuário interior, por trás do véu”, é o Lugar Santíssimo, o
tismos com os quais os leitores estavam familiarizados, como o batismo lugar da presença de Deus. Sob a Antiga Aliança, somente o sumo sacer­
judaico dos prosélitos, o batismo de João Batista e o batismo ordenado por dote podia pisar atrás do véu, no tabernáculo (e mais tarde no templo),
Jesus (ver M t 28.19; ver também “Batismo no mundo antigo”, em M t 3). que separava a área externa do Lugar Santo de seu interior — e isso
Sobre a “imposição de mãos”, ver nota em At 6.6. apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação. Essa divisória foi rasgada
6.13-17 Ver nota em G1 1.20; ver também “O juramento na prática na Nova Aliança.
judaica e cristã”, em Hb 6.
H E B R E U S 7. 2 1989

0 juram ento na prática judaica e cristã


HEBREUS 6 Por meio do juramento, substitutos não suavizava a desgraça do um juram ento pode indicar
afirmava-se, nos tempos do NT, a manu­ juram ento não cumprido, uma vez que ob­ também uma aco­
tenção de promessas ou que as palavras jetos sagrados como o tem plo ou a cidade de modação à nossa
eram verdadeiras. No juram ento, a pessoa Jerusalém com partilhavam da santidade fraqueza. Ele não
também invocava maldições sobre si, caso de Deus. Além disso, a pessoa íntegra não precisa jurar,
as promessas se provassem enganosas. A precisava recorrer a juramentos. Outros podiam mas o juram ento
forma dos juramentos era em geral do tipo confiar que seu "não" significava "não" e seu transmite maior
testamentário ("Que Deus faça isto e aquilo a "sim " significava "sim ", sem a invocação de certeza aos seres
mim se eu não realizar tal coisa") ou do tipo uma terceira parte. humanos fracos
caucionário ("Que eu perca a minha vida se 0 juram ento de Deus, no entanto, é di­ e cheios de
isso não acontecer"). ferente dos juramentos humanos. Sabendo dúvida.
No judaísmo antigo, as pessoas substi­ que sua palavra será cumprida, ele pode ju ­
tuíam o nome de Deus por alguma coisa quan­ rar por sua autoridade suprema — ele mes­
do faziam um juram ento. Assim, jurava-se mo — que fará algo, sem nenhuma possi­
pelo templo, pelo céu, pela terra ou por bilidade de falha ou mudança de opinião.
Jerusalém. Essa prática pode ter se tornado Portanto, o juram ento mencionado em
comum, em parte, para evitar a ameaça Hebreus 6.17 é um modo poderoso
divina de castigo caso o juram ento não se de Deus expressar "a natureza
cumprisse. Mas havia também a preocu­ imutável do seu propósito".
pação em evitar que o santo nome de Deus 0 fato de Deus valer-se de
fosse maculado por associação a juramentos
precipitados e falsas promessas. Alguns es­ TVtrCjt*H.mtbto»v>> u,^' -S»t>4b*»lWf«F
critores judaicos, como Filo, Josefo e Siraque, '«SU wwyvi. 2rnn**< •-jminiiMrii
expressam preocupação com o uso do nome
de Deus em juramentos. Consideravam tais
«rmV<JlA<rt! JW‘1 '« v 0
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« » ir J tV iw « v ; W njn-iy bv
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juramentos uma violação ao terceiro man­ çiiílitsaiVnVi/stt Jronifcéjj, a hsui
damento. W**iWW»ai^,^viw» Jwlotufi
Dava-se também considerável atenção W 11 Kinmi**
aos meios pelos quais uma pessoa podia pr
ser liberta de um juram ento que provasse
dificuldade ou impossibilidade de cumprir.
À luz do mau uso geral de juram entos na Fragmentos do M a n u a l d e d is c ip lin a , encontrado
sociedade, Jesus ensinou que era melhor entre os manuscritos do marMorto; Qumran, século I a.C.
evitá-los (M t 5.33-37; cf. Tg 5.12). 0 uso de © The Schoyen Collection; cortesia do sr. Martin Scheyen

6.18 "Nm 23.19; propósito para com os herdeiros da promessa,1Deus o confirmou com juramento,18para que, por
Tt 1.2; "Hb3.6
meio de duas coisas imutáveis nas quais é impossível que Deus minta,msejamos firmemente enco­
6.19 »Lv16.2; rajados, nós, que nos refugiamos nele para tomar posse da esperança11a nós proposta.19Temos essa
Hb9.2,3,7
esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu,0
6.20 PHb4.14; 20onde Jesus, que nos precedeu, entrou em nosso lugar,P tornando-se sumo sacerdote^ para sempre,
iHb 2.17; 'Hb 5.6
segundo a ordem de Melquisedeque/
O Sacerdote Melquisedeque
7.1sMc 5.7; r 7Esse Melquisedeque, rei de Salém esacerdote do Deus Altíssimo,sencontrou-se com Abraão quan-
<Gni4.i8-20 j estg vojtava> depois de derrotar os reis, e o abençoou;*2e Abraão lhe deu o dízimo de tudo."

“ 7.2 Gn 14.17-20.

7.1 Para mais informações sobre Melquisedeque, ver Gn 14.18-20; ver consideravam Salém sinônimo de Jerusalém, o que parece ser confirma-
também nota em G n 14.19. Salém era o nome da cidade da qual Mel- do em SI 76.2.
quisedeque era rei (Gn 14.18). Josefo observa que os escritores judaicos
1990 HE B RE US 7.3

Em primeiro lugar, seu nome significa “rei de justiça”; depois, “rei de Salém”, que quer dizer “rei
de paz”. 3Sem pai, sem mãe, sem genealogia,usem princípio de dias nem fim de vida, feito semelhante 7.3"v.6;'Mt4.3
ao Filho de Deus,vele permanece sacerdote para sempre.
4 Considerem a grandeza desse homem: até mesmo o patriarcawAbraão lhe deu o dízimo dos7.4«At2.29;
<Gn14.20
despojos!* 5A Lei requer dos sacerdotes entre os descendentes de Levi que recebam o dízimo do 7.5>Nm18.21,26
povo,'' isto é, dos seus irmãos, embora estes sejam descendentes de Abraão. 6Este homem, porém, 7.6>Gn14.19,20;
que não pertencia à linhagem de Levi, recebeu os dízimos de Abraão e abençoou2aquele que tinha aRm4.13
as promessas.37Sem dúvida alguma, o inferior é abençoado pelo superior.8No primeiro caso, quem 7.8“Hb5.6;6.20
recebe 0 dízimo são homens mortais; no outro caso, é aquele de quem se declara que vive.b9Pode-se
até dizer que Levi, que recebe os dízimos, entregou-os por meio de Abraão,10pois, quando Melquise-
deque se encontrou com Abraão, Levi ainda não havia sido gerado0.

Jesus é Semelhante a Melquisedeque


11 Se fosse possível alcançar a perfeição por meio do sacerdócio levítico (visto que em sua vigência7.11 «V. 18,19;
Hb8.7; *»Hb10.1;
0 povo recebeu a Lei),c por que haveria ainda necessidade de se levantar outro sacerdote,d segundo a «v. 17
ordem de Melquisedequeee não de Arão?12Certo é que, quando há mudança de sacerdócio, é neces­
sário que haja mudança de lei.13Ora, aquele de quem se dizem essas coisas pertencia a outra tribo,f 7.13V. 11; ov. 14
da qual ninguém jamais havia servido diante do altar,914pois é bem conhecido que 0 nosso Senhor 7.14Ms11.1;
Mt 1.3; 2.6;
descende de Judá,h tribo da qual Moisés nada fala quanto a sacerdócio.15O que acabamos de dizer LC3.33
fica ainda mais claro quando aparece outro sacerdote semelhante a Melquisedeque,16alguém que se
tornou sacerdote, não por regras relativas à linhagem, mas segundo o poder de uma vida indestrutível.
17 Porquanto sobre ele é afirmado: 7.17 ‘S1110.4;
v. 21; Hb 5.6
“Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedeque”*’.'
18 A ordenança anterior é revogada, porque era fraca e inútili19(pois a Lei não havia aperfeiçoado7.18IRm8.3
7.19 kAt 13.39;
coisa alguma),ksendo introduzida uma esperança superior, pela qual nos aproximamos de Deus.1 Rm3.20; Hb9.9;
20E isso não aconteceu sem juramento! Outros se tornaram sacerdotes sem qualquer juramento, Wb4.16
21 mas ele se tornou sacerdote com juramento, quando Deus lhe disse: 7.21 m1Sm 15.29;
"S1110.4
“O Senhor jurou e não se arrependerá:m
‘Tu és sacerdote para sempre ”.n
22Jesus tornou-se, por isso mesmo, a garantia de uma aliança superior.0
23Ora, daqueles sacerdotes tem havido muitos, porque a morte os impede de continuar em seu
ofício;24mas, visto que vive para sempre, Jesus tem um sacerdócio permanente.P25Portanto, ele é 7.24pv. 28
725 ty. 19;
capaz de salvar definitivamente^ aqueles que, por meio dele, se aproximam de Deus,'! pois vive sempre flm 8.34
para interceder por eles.r
26É de um sumo sacerdote como esse que precisávamos: santo, inculpável, puro, separado dos 7.26^Co 5.21;
*Hb4.14
pecadores,s exaltado acima dos céus.127Ao contrário dos outros sumos sacerdotes, ele não tem ne­ 7.27«Hb5.1;
vHb5.3;
cessidade de oferecer sacrifícios11dia após dia, primeiro por seus próprios pecadosv e, depois, pelos "Hb 9.12,26,28;
pecados do povo. E ele o fez uma vez por todaswquando a si mesmo se ofereceu*28Pois a Lei constitui *Ef5.2; Hb9.14,28
7.28vHb5.2;
sumos sacerdotes a homens que têm fraquezas;V mas 0 juramento, que veio depois da Lei, constitui o *Hb1.2;«Hb 2.10
Filho2perfeito3para sempre.á

O Sumo Sacerdote de uma Nova Aliança


0 mais importante do que estamos tratando é que temos um sumo sacerdotebcomo esse, 0 qual
8 se assentou à direita do trono da Majestade nos céus 2e serve no santuário, no verdadeiro taberná-
culocque 0 Senhor erigiu, e não o homem.
8.1 »Hb 2.17
8.2 cHb9.11,24

a 7 .1 0 Ou estava no corpo do seu antepassado.


b 7 .1 7 SI 110.4; também no versículo 21.
f 7 .2 5 Ou eternamente.
d 7 .2 8 Ou constitui para sempre o Filho, quefo i aperfeiçoado.

7.4 Uma vez que Melquisedeque era sacerdote do Altíssimo, podemos que esses sacrifícios não acabam com o pecado de modo eficaz e per­
ter certeza de que, na época de Abraão, dar o dízimo era reconhecido manente.
como um ato sagrado. 8.1 Ver “A ‘mão direita’ no pensamento antigo”, em H b 1.
7.16 Segundo a Lei mosaica, a função sacerdotal era restrita à família 8.3 Para mais informações sobre os sacrifícios, ver “Sacrifícios e ofertas
de Arão, da tribo de Levi (ver “Os levitas e os sacerdotes” em 2Cr 24), na Bíblia e no antigo Oriente Médio”, em Lv 2.
porém Jesus era proveniente de uma tribo náo sacerdotal: Judá. 8.4 O tempo presente do verbo “apresentar”, aqui e em outros textos,
7.21,22 Ver “O juramento na prática judaica e cristã”, em H b 6. mostra que o templo de Jerusalém ainda estava de pé. O livro de
7.27 “D ia após dia” é uma referência à repetição interminável de Hebreus, portanto, deve ter sido escrito antes da destruição do templo,
sacrifícios no decurso do ano (ver Êx 29.36-42), o que comprova ocorrida em 7 0 d.C.
H E B R E U S 9. 5 1991

8.34*5.1; 3 Todo sumo sacerdote é constituído para apresentar ofertas e sacrifícios;dpor isso, era necessário
«Hb 9.14
8 . 4 » 5.1 que também este tivesse algo a oferecer®4Se ele estivesse na terra, nem seria sumo sacerdote, visto
8.5 «Hb 9.23; que j á existem aqueles que apresentam as ofertas prescritas pela Lei.f5Eles servem num santuário que
«Cl 2.17; Hb 10.1;
M> 11.7; 12.25; é cópias e sombrahdaquele que está nos céus, já que Moisés foi avisado' quando estava para construir
iÊX 25.40
0 tabernáculo: “Tenha o cuidado de fazer tudo segundo 0 modelo que lhe foi mostrado no monte”0j

8.6 “Lc22.20; 6 Agora, porém, 0 ministério que Jesus recebeu é superior ao deles, assim como também a aliançakda
'Hb 7.22
qual ele é mediador1é superior à antiga, sendo baseada em promessas superiores.
8.7 "Hb 7.11,18 7 Pois, se aquela primeira aliança fosse perfeita, não seria necessário procurar lugar para outra.m
8.8"Jr 31.31 8 Deus, porém, achou o povo em falta e disse:
“Estão chegando os dias, declara 0 Senhor,
quando farei uma nova aliança"
com a comunidade de Israel
e com a comunidade de Judá.
8.9 »ÊX 19.5,6 9Não será como a aliança
que fiz com os seus antepassados,0
quando os tomei pela mão para tirá-los do Egito;
visto que eles não permaneceram fiéis
à minha aliança, eu me afastei deles”,
diz 0 Senhor.
8.10 »2Co3.3; 10“Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel
Hb 10.16; flZc 8.8
depois daqueles dias”, declara 0 Senhor.
“Porei minhas leis em sua mente
e as escreverei em seu coração.P
Serei 0 seu Deus, e eles serão 0 meu povo.(i
8.111s 54.13; 11Ninguém mais ensinará 0 seu próximo
J0 6.45
nem 0 seu irmão, dizendo:
‘Conheça o Senhor’, porque todos eles
me conhecerão/ desde 0 menor até 0 maior.
8.12sHb 10.17; 12Porque eu lhes perdoarei a maldade
«m 11.27
e não me lembrarei mais
dos seus pecados”i\ s't
13 Chamando “nova” essa aliança, ele tornou antiquada a primeira;0e 0 que se torna antiquado e
envelhecido está a ponto de desaparecer.

A Adoração no Tabernáculo Terreno


9.1 «Êx25.8 Ora, a primeira aliança tinha regras para a adoração e também um santuário terreno.v2Foi levan­
9.2 »Êx25.8,9;
«Êx25.31-39;
»ÊX 25.23-29;
9tado um tabernáculo;wna parte da frente, chamada Lugar Santo, estavam 0 candelabro,* a mesav e

;Lv24.5-8 os pães da Presença.23Por trás do segundo véu havia a parte chamada Lugar Santíssimos34onde se
9.3 iÊX26.31-33
9.4 »Êx30.1-5; encontravam 0 altar de ouro para o incenso0e a arca da aliança, totalmente revestida de ouro.0Nessa
«Êx25.10-22;
“Êx16.32,33; arca estavam 0 vaso de ouro contendo 0 maná,da vara de Arão que floresceuee as tábuas da aliança.
«Nm17.10 5 Acima da arca estavam os querubins da Glória,' que com sua sombra cobriam a tampa da arca1*.
9.5'Êx25.17-19
A respeito dessas coisas não cabe agora falar detalhadamente.

» 8.5 Êx 25.40.
0 8.8-12 Jr 31.31-34.
c 9.3 Grego: S a n t o d o s S a n t o s .
d 9.5 Isto é, 0 propiciatório.

9.1 A “primeira aliança” se refere à aliança estabdedca r. : Sinai. o sumo sacerdote levava incenso desse altar, com o sangue da oferta pelo
9.2 O candelabro era feito de ouro batido e colocack no lado sul do pecado, para dentro do Lugar Santíssimo (Lv 16.12-14).
Lugar Santo (ver Êx 40.24). Suas sete lâmpada eram manddas acesas A arca era uma caixa de madeira de acácia revestida de ouro por dentro
todas as noites e por fora (Êx 25.10-16).
A mesa, feita de madeira de acácia revestidajde : _r: =r Lx 25.23-30), 9.5 Os “querubins da Glória” eram duas figuras aladas de ouro puro
ficava no lado norte do Lugar Santo (ver Êx 4! 21 Sobre ela, havia que formavam uma só peça com a tampa da arca, ou propiciatório, de
doze pães, substituídos aos sábados e dispos*; ; em duas r_ tiras de seis pé em suas extremidades. Éra entre eles que aparecia a glória da presença
(Lv 24.5,6). de Deus (Êx 25.17-22; Lv 16.2; N m 7.89; ver nota em Êx 25.18-20;
Ver “O tabernáculo e a arca”, em Êx 40. ver também “ Anjos e espíritos guardiões na Bíblia e no antigo Oriente
9.4 Embora o altar do incenso ficasse no Lu^rir 5l.*.: : : ; r o apresen­ Médio”, em Zc 1).
ta como pertencente ao Lugar Santíssimo. Seu r ; demonstrar A tampa da arca, ou propiciatório, era uma placa de ouro puro sobre a
seu estreito relacionamento com o san niirl, .-z tr .z : t com a arca qual o sangue da oferta pelo pecado era aspergido pelo sumo sacerdote,
da aliança. N o Dia da Expiação (ver “O Dts zs E c õ c ã c ’ em Lv 16), no Dia da Expiação (ver Lv 16.14,15).
1992 H E B R E U S 9. 6

6 Estando tudo assim preparado, os sacerdotes entravam regularmenteQ no Lugar Santo do ta-
bernáculo, para exercer o seu ministério.7No entanto, somente o sumo sacerdote entravahno Lugar 9.7hLv16.11-19;
Santíssimo, apenas uma vez por ano,' e nunca sem apresentar o sangue do sacrifício, que ele oferecia 'Lv16.34;JHb5.2,3
por si mesmoi e pelos pecados que o povo havia cometido por ignorância.8Dessa forma,ko Espírito 9.8 kjo 14.6;
Hb 10.19,20;
Santo estava mostrando1que ainda não havia sido manifestado o caminho para o Lugar Santíssimo 'Hb3.7
enquanto permanecia o primeiro tabernáculo.9Isso é uma ilustração para os nossos dias, indicando
que as ofertas e os sacrifícios oferecidos01não podiam dar ao adorador uma consciência perfeitamente
limpa.10Eram apenas prescrições que tratavam de comida11ebebida0e de várias cerimônias de purifi­ 9.10 "Lv11.2-23;
°CI 2.16; PHb7.16
cação com água; essas ordenanças exterioresP foram impostas até o tempo da nova ordem.

O Sangue de Cristo
11Quando Cristo veio como sumo sacerdote^ dos benefícios agora presentes*/ ele adentrou o 9.11 oHb2.17;
fHb10.1; sHb8.2
maior e mais perfeito tabernáculo,s não feito pelo homem, isto é, não pertencente a esta criação.
12Não por meio de sangue de bodes e novilhos,1mas pelo seu próprio sangue, ele entrou no Lugar 9.12 tHb 10.4;
uv.24; vHb7.27
Santíssimo*7,ude uma vez por todas,ve obteve eterna redenção.13Ora, se o sangue de bodes e touros 9.13«Nm 19.9,17,
e as cinzas de uma novilhawespalhadas sobre os que estão cerimonialmente impuros os santifícam, 18
de forma que se tornam exteriormente puros,14quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito 9.14 *1Pe3.18;
yTt2.14;
eternoxse ofereceu de forma imaculada a Deus, purificará a nossa consciênciav de atos que levam à Hb 10.2,22;
zHb6.1
mortec,zpara que sirvamos ao Deus vivo!
15Por essa razão, Cristo é o mediador3de uma nova aliança para que os que são chamados rece­ 9.15a1Tm2.5;
bam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas bHb7.22
sob a primeira aliança.b
16No caso de um testamento^, é necessário que se comprove a morte daquele que o fez;17pois
um testamento só é validado no caso de morte, uma vez que nunca vigora enquanto está vivo quem
o fez.18Por isso, nem a primeira aliança foi sancionada sem sangue.019Quando Moisés terminou de 9.18 cÊx24.6-8
proclamar todos os mandamentos da Lei a todo o povo, levou sangue de novilhos e de bodes, e tam­ 9.19 dÊx24.6-8
bém água, lã vermelha e ramos de hissopo, e aspergiu o próprio livro e todo o povo,ddizendo:20“Este 9.20 eÊx24.8;
Mt 26.28
é o sangue da aliança que Deus ordenou que vocês obedeçam”e.e21Da mesma forma, aspergiu com o
sangue o tabernáculo e todos os utensílios das suas cerimônias.22De fato, segundo a Lei, quase todas 9.22 lv 8.15;
9Lv17.11
as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sanguef não há perdão.s
23 Portanto, era necessário que as cópiashdas coisas que estão nos céus fossem purificadas com esses9.23 hHb 8.5
sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios superiores.24Pois Cristo não entrou em san­ 9.24 ‘Hb8.2
tuário feito por homens, uma simples representação do verdadeiro;' ele entrou nos céus, para agora se
apresentar diante de Deus em nosso favor;25não, porém, para se oferecer repetidas vezes, à semelhança 9.25 iHb 10.19;
*v. 7,8
do sumo sacerdote que entra no Lugar Santíssimo^ todos os anos, com sangue alheio.k26Se assim fosse, 9.26 'Hb4.3;
Cristo precisaria sofrer muitas vezes, desde o começo do mundo.1Mas agora ele apareceu uma vezmpor m Hb7.27

todas no fim dos tempos, para aniquilar o pecado mediante o sacrifício de si mesmo.27Da mesma forma, 9.27 "Gn3.19;
°2Co5.10
como o homem está destinado a morrer uma só veznedepois disso enfrentar o juízo,028assim também 9.28 PTt2.13;
Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos; e aparecerá segunda q1Pe2.24; 1Co1.7
vez,P não para tirar o pecado,<1mas para trazer salvação aos que o aguardam/

0 Sacrifício de Cristo é Definitivo


1 r\ALei traz apenas uma sombrasdos benefícios1que hão de vir, e não a sua realidade.uPor isso 10.1 ^b 8.5;
Hb 9.11; uHb9.23;
X L/ela nunca consegue, mediante os mesmos sacrifícios repetidos ano após ano, aperfeiçoarv vHb7.19

0 9 .1 1 Muitos manuscritos dizem que estavam por vir.


b 9 .1 2 Várias traduções dizem Santuário.
1 9 .1 4 Ou de ritos inúteis.
d 9 .1 6 ,1 7 O termo grego traduzido por testamento é traduzido por aliança nos outros versículos do capítulo.
* 9 .2 0 Êx 24.8.
f 9 .2 5 Várias traduções dizem Santuário.

9.7 O sumo sacerdote entrava no Lugar Santíssimo apenas uma vez por parte faz promessas, ou unilaterais, um acordo proposto por apenas uma
ano, no Dia da Expiaçáo (Yom Kippur), o décimo dia do sétimo mês das partes, que a outra pode aceitar ou rejeitar, mas não alterar. Os tes­
(Lv 16.29,34). tamentos se desenvolveram dos contratos unilaterais. Nos primórdios,
9.13 Sobre as “cinzas de uma novilha”, ver “A novilha vermelha”, em entre os hebreus e outros povos, uma propriedade passava a uma pessoa
N m 19. de acordo com as leis de nerança, sem testamentos. A única referência
9.15 Sobre o “resgate”, ver nota em M t 20.28. clara na Bíblia a um testamento é nesta passagem.
9.16 “Testamento” traduz a mesma palavra grega traduzida por “alian­ 9.19 Sobre os “ramos de hissopo”, ver ‘O hissopo e os rimais de puri­
ça” (e.g., v. 15), mas aqui e no versículo 17 é usada no sentido de última ficação”, em SI 51.
vontaae e testamento (o v. 18 retoma o conceito de aliança). O testa­ 9.28 Os israelitas, no Dia da Expiação, aguardavam o sumo sacerdote
mento pode ser oral ou escrito e é levado a efeito por um tribunal de aparecer de volta após ministrar no Lugar Santíssimo, para que pudes­
justiça, por meio do qual uma propriedade pode ser transmitida após sem ter certeza de que seus pecados foram expiados.
a morte de quem o fez. Os contratos podem ser bilaterais, em que cada
HE B RE US 10. 32 1993

os que se aproximam para adorar. 2 Se pudesse fazê-lo, não deixariam de ser oferecidos? Pois os
adoradores, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais se sentiriam culpados de seus
10.3”Hb9.7 pecados. 3Contudo, esses sacrifícios são uma recordação anual dos pecados,™ 4pois é impossível
10.4 «Hb 9.12,13
que o sangue de touros e bodes* tire pecados.
10.5 »Hb 1.6; 5 Por isso, quando Cristo veio ao mundo,»disse:
*1Pe2.24
“Sacrifício e oferta não quiseste,
mas um corpo me preparaste;2
6de holocaustos e ofertas pelo pecado
não te agradaste.
10.7 «Jr 36.2; 7Então eu disse: Aqui estou, no livro está escrito3a meu respeito;
KSI40.6-8
vim para fazer a tua vontade, ó Deus”,,.b
10.8 cv. 5,6; 8 Primeiro ele disse: “Sacrifícios, ofertas, holocaustos eofertas pelo pecado não quiseste nem deles
Mc 12.33
10.9av. 7 te agradaste”0(os quais eram feitos conforme a Lei).9Então acrescentou: “Aqui estou; vim para fazer a
10.10«Jo 17.19; tua vontade”.'1Ele cancela 0 primeiro para estabelecer o segundo.10Pelo cumprimento dessa vontade
Hb 2.14; 1Pe2.24;
9Hb7.27 fomos santificados,epor meio do sacrifício do corpo* de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas.9
10.11 »Hb5.1; 11 Dia após dia, todo sacerdote apresenta-se e exerce os seus deveres religiosos; repetidamente
V. 1,4
oferece os mesmos sacrifícios,hque nunca podem remover os pecados.'12Mas, quando esse sacerdote
acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus.
13Daí em diante, ele está esperando até que os seus inimigos sejam como estrado dos seus pés;i
10.14»». 1 14porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçooukpara sempre os que estão sendo santificados.
10.15 'Hb3.7 15O Espírito Santo também nos testifica1a esse respeito. Primeiro ele diz:
10.16 "Jr 31.33; 16 “Esta é a aliança que farei com eles,
Hb8.10
depois daqueles dias, diz o Senhor.
Porei as minhas leis em seu coração
e as escreverei em sua mente”i’;m
17e acrescenta:
“Dos seus pecados e iniquidades
não me lembrarei mais”c.n
18Onde esses pecados foram perdoados, não há mais necessidade de sacrifício por eles.
Um Apelo à Perseverança
10.19°Ef 2.18; 19Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Lugar Santíssimo^0pelo sangue de Jesus,
Hb9.8,12,25
10.20 "Hb9.8; 20por um novo evivo caminhoP que ele nos abriu por meio do véu,f isto é, do seu corpo.21Temos, pois,
«Hb9.3
10.21 >Hb2.17 um grande sacerdote1'sobre a casade Deus.22Assim, aproximemo-nos de Deusscom um coração sincero
10.22 «7.19; ecom plena convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada*
íz 36.25; Hb9.14
10.23 "Hb 3.6; eos nossos corpos lavados com água pura.23Apeguemo-nos com firmeza à esperança11que professamos,
■1C01.9 pois aquele que prometeu é fiel.1'24E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às
10.25 "«2.42; boas obras.25Não deixemos de reunir-nos como igreja,* segundo 0 costume de alguns, mas procuremos
«Hb3.13
encorajar-nos uns aos outros,* ainda mais quando vocês veem que se aproxima 0 Dia.
1026 »Nm 15.30; 26Se continuarmos a pecar» deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já
2Pe 2.20
10.27 zls 26.11; não resta sacrifício pelos pecados,27mas tão somente uma terrível expectativa dejuízo ede fogo intensoz
2Ts 1.7; Hb 9.27
1058 aDt 17.6,7; que consumirá os inimigos de Deus. 28Quem rejeitava a Lei de Moisés morria sem misericórdia pelo
Hb2.2 depoimento de duas ou três testemunhas.329Quão mais severo castigo, julgam vocês, merece aquele que
10.29 "Hb6.6;
«26.28; pisou aos pés o Filho de Deus,bprofanou 0 sangue da aliança0pelo qual ele foi santificado e insultou 0
<Ef4.30; Hb6.4;
eHb2.3 Espíritodda graça?e30Pois conhecemos aquele que disse: “A mim pertence a vingança; eu retribuirei”e;*
10.30 Dt 32.35;
Rm12.19; e outra vez: “O Senhor julgará o seu povo”/.9 31Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!h
•Dt 32.36 32Lembrem-se dos primeiros dias, depois que vocês foram iluminados,' quando suportaram muita
10.31 hMt 16.16
10.32 'Hb6.4; 0 10.5-7 SI 40.6-8 (segundo a Septuaginta).
IFp 1.29,30 b 10.16 Jr 31.33.
f 10.17 Jr 31.34.
d 10.19 Várias traduções dizem Santuário.
' 10.30 Dt 32.35.
f 10.30 Dt 32.36; SI 135.14.

10.5,6 Os termos diferentes usados para os sacrifícios lernc:s representam 10.12 Ver “A ‘mão direita’ no pensamento antigo”, em H b 1.
quatro dos cinco tipos de ofertas preceituadas pela Ld mcsuca. a saber de 10.22 As expressões “corações aspergidos” e “corpos lavados” provavel­
comunhão, de cereal, queimada e pelo pecado (ver Lv 1— T: >rr também mente fazem alusão ao batismo cristão (ver “Batismo no mundo antigo”,
“Sacrifícios e ofertas na Bíblia e no antigo Oriente Mófic a n Lv 2). em M t 3).
199 4 HE BR E US 10. 33

luta e muito sofrimento.)33Algumas vezes vocês foram expostos a insultos e tribulações;kem outras 10.33 *1Co4.9;
'Fp4.14; 1Ts2.14
ocasiões fizeram-se solidários com os que assim foram tratados.134Vocês se compadeceram dos que 10.34 *Hb 13.3;
"Hb 11.16
estavam na prisãome aceitaram alegremente o confisco dos seus próprios bens, pois sabiam que pos­
suíam bens superiores e permanentes.11
35 Por isso, não abram mão da confiança que vocês têm; ela será ricamente recompensada.
36Vocês precisam perseverar,0de modo que, quando tiverem feito a vontade de Deus, recebam o que 10.36 °Lc21.19;
Hb12.1
ele prometeu;37pois em breve, muito em breve 10.37 PMt 11.3;
iAp22.20
“Aquele que vemP virá e não demorará.^
38Mas o meu justo0viverá pela fé.r 10.38 flm 1.17;
613.11
E, se retroceder, não me agradarei dele”1’.
39Nós, porém, não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que creem e são salvos.^

Exemplos de Fé
Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos.s2Pois foi por 11.1 *Rm8.24;
n meio dela que os antigos receberam bom testemunho.1
2C04.18
1 1 2 «v 4,39
3Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus,ude modo que aquilo que 11.3 uGn1;Jo 1.3;
2Pe3.5
se vê não foi feito do que é visível.
4Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício superior ao de Caim. Pela fé ele foi reconhecido como 11.4 vGn4.4;
1Jo 3.12;
justo, quando Deus aprovou as suas ofertas.vEmbora esteja morto, por meio da fé ainda fala." "Hb 12.24
5Pela fé Enoque foi arrebatado, de modo que não experimentou a morte; “ejá não foi encontrado, 115 *Gn5.21-24
porque Deus o havia arrebatado”1*,* pois antes de ser arrebatado recebeu testemunho de que tinha
agradado a Deus.6Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproximai precisa crer que 11.6 vHb7.19
ele existe e que recompensa aqueles que o buscam.
7Pela fé Noé, quando avisado a respeito de coisas que ainda não seviam, movido por santo temor, 11.7*Gn6.13-22;
a1Pe3.20
construiu uma arcazpara salvar sua família.3Por meio da fé ele condenou o mundo e tomou-se her­
deiro da justiça que é segundo a fé.
8Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu e dirigiu-seb a um lugar que mais tarde receberia 11.8»Gn12.7;
cGn 12.1-4;
como herança,0embora não soubesse para onde estava indo.9Pela fé peregrinou na terra prometidad At7.2-4
como se estivesse em terra estranha; viveu em tendas,e bem como Isaque e Jacó, co-herdeiros da 11.9 «At7.5;
eGn 12.8; 18.1,9;
mesma promessa.f 10Pois ele esperava a cidadefl que tem alicerces,hcujo arquiteto eedificador éDeus. Mb 6.17
11.10 sHb 12.22;
11 Pela fé Abraão — e também a própria Sara, apesar de estéril e avançada em idade' — recebeu13.14; W\p21.2,14
11.11 >Gn17.17-
poder para gerar um filho,«i porque considerou fiel aquele que lhe havia feito a promessa.12Assim, 19; 18.11-14;
daquele homem já sem vitalidade14originaram-se descendentes tão numerosos como as estrelas do iG n21.2
11.12 kRm 4.19;
céu e tão incontáveis como a areia da praia do mar.1 •Gn22.17
11.13 "V. 39;
13 Todos esses viveram pela fé e morreram sem receber o que tinha sido prometido;™ viram-no de"Mt 13.17;
longe e de longe o saudaram, reconhecendo que eram estrangeiros e peregrinos na terra.n 14Os que °G n23.4; SI 39.12;
1Pe1.17
assim falam mostram que estão buscando uma pátria.015Se estivessem pensando naquela de onde 11.15 PGn24.6-8
saíram, teriam oportunidade de voltar.P16Em vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a 11.16 i2Tm4.18;
Mc 8.38;
pátria celestial.1!Por essa razão Deus não se envergonharde ser chamado o Deussdeles elhes preparou* sÊx3.6,15;
tHb 13.14
uma cidade.
17 Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrificio.uAquele que havia11.17 “Gn22.1-10;
Tg2.21
recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho,18embora Deus lhe tivesse dito: 11.18 vGn21.12;
“Por meio de Isaque a sua descendência^será considerada”i'.v19Abraão levou em conta que Deus pode Rm 9.7
11.19 *Rm 4.21
ressuscitar os mortos" e, figuradamente, recebeu Isaque de volta dentre os mortos.
20Pela fé Isaque abençoou Jacó e Esaú com respeito ao futuro deles* 1120 *Gn 27.27-
29,39,40
21Pela fé Jacó, à beira da morte, abençoou cada um dos filhos de Josév e adorou a Deus, apoiado 1121 vGn
48.1,8-22
na extremidade do seu bordão.
22Pela fé José, no fim da vida, fez menção ao êxodo dos israelitas do Egito e deu instruções acerca 1122*Gn 50.24,
25; Êx13.19
dos seus próprios ossos.2
• 1 0.3 8 Vários manuscritos não trazem meu.
b 1 0 .3 7 ,3 8 Hc 2.3,4 (segundo a Septuaginta).
' 1 0.3 9 Grego: retrocedem para a perdição, mas dos que creem para a preservação da vida.
1 11.5 Gn 5.24.
’ 1 1.11 Ou Pela fé, Sara também, que era de idade avançada, pôde terfilhos.
1 1 1 .1 8 Grego: semente.
9 11.18 Gn 21.12.

11.14 “Pátria” e “cidade” eram, do ponto de vista prático, intercambiá- 11.21 Sobre a expressão “na extremidade de seu bordáo”, ver “A Septua-
veis, uma vez que uma pátria era vista como uma extensáo da cidade real. ginta e seu uso no Novo Testamento”, em Hb 11.
% K2 ~'*ní

SEPTUAGINTA E SEU USO


NO NOVO TESTAMENTO
A Septuaginta é a versão do AT com o qual os primeiros cris­
tãos de fala grega estavam acostumados. A maioria das citações
do AT encontradas no NT, po rtanto, reflete sua influência.
Na vasta maioria dos exemplos, a Septuaginta concorda com o Texto
Massorético — se não palavra por palavra, pelo menos na pro­
posta básica. Em poucos casos, a Septuaginta pode até mesmo
refletir o texto original hebraico m elhor que o Texto Massorético
— este pode, por exemplo, conter um erro de copista, de modo
que não reflete exatamente, em determinado ponto, o texto ori­
ginal hebraico.2 Às vezes, a leitura grega na Septuaginta permite
que os especialistas reconstruam o manuscrito hebraico original
nesse ponto (a maioria das traduções modernas do AT são basea­
das no Texto Massorético, com eventuais correções extraídas da
Septuaginta).3
Quando um autor do NT segue a Septuaginta, a validade de
seu argumento não depende de peculiaridades dessa tradução
contra o Texto Massorético. Ou seja, os escritores do NT não citam
a Septuaginta porque ela diz o que eles querem que diga nem
querem com isso dizer que ela seja superior ao texto hebraico.
Citavam a Septuaginta porque seus leitores estavam fam ilia­
0 texto grego de Levitico; Egito, século II d.C.
© The Schayen Collection; cortesia do sr. Martin Scheyen rizados com ela e, de modo geral, com a língua grega. Convém
levar em consideração que a Septuaginta não foi traduzida por
HEBREUS 11 Os leitores cristãos sempre se confundem quando cristãos, mas por estudiosos judeus que viveram antes do adven­
leem uma citação do AT no NT porque, ao procurar no texto do AT, to de Cristo. Portanto, quando os autores do NT citam a Septuaginta,
encontram algo um pouco diferente da citação. Geralmente, essa não podem ser acusados de usar uma tradução que apenas esteja
diferença está baseada no fato de que o AT foi traduzido da versão atendendo aos seus interesses pessoais.
padrão da Bíblia hebraica (o Texto Massorético), enquanto o NT Hebreus 11.21 afirma que "pela fé Jacó, à beira da morte, aben­
cita a mesma passagem conforme consta na antiga tradução grega çoou cada um dos filhos de José e adorou a Deus, apoiado na extre­
do AT, conhecida como Septuaginta.1 midade do seu bordão". A últim a parte do versículo concorda perfei­
A Septuaginta era utilizada pelos judeus helenistas e pela tam ente com a tradução da Septuaginta de Gênesis 47 .3 1.0 Texto
igreja prim itiva. A maioria dos especialistas acredita que a tradução Massorético, no entanto, afirma que Jacó adorou "à cabeceira de sua
grega do Pentateuco foi feita por estudiosos judeus na metade do cama". 0 autor de Hebreu cita a versão das Escrituras conhecida de
século III a.C., em Alexandria, no Egito. 0 restante do AT (e outros seus leitores para provar o ponto de vista que Jacó era um homem
livros, inclusive os Apócrifos) foi concluído no século seguinte ou de fé e que, mesmo à beira da morte, sua fé o levou a abençoar seus
nos dois séculos subsequentes. Algumas partes da Septuaginta refle­ filhos (na certeza de que Deus honraria aquelas bênçãos). 0 fato de
tem uma tradução mais literal, enquanto outras consistem de uma Jacó estar apoiado em seu bordão ou deitado na cama não é essen­
interpretação mais livre. Além disso, algumas porções são mais bem cial para o argumento em Hebreus. A citação de um texto na forma
traduzidas que outras. Em alguns casos, os tradutores da Septuaginta conhecida pelos leitores contemporâneos do autor não dim inui sua
basearam-se num texto hebraico que diferia levemente do Texto validade, em vez disso facilita a compreensão de um texto das Escri­
Massorético. turas a esse público.4

'Ver 'Textos do A -:g o Testamento", em Mq 7; e “Traduções antigas", em Mq 7. 2Ver "A Septuaginta e o Texto Massorético", em Jr 35. JVer "Crítica textual",
em Is 51. *Ver "O Antigo Testamento da igreja primitiva', e-n 2Tm 3.
1996 H E BR E US 11. 23

23Pela fé Moisés, recém-nascido, foi escondido durante três meses por seus pais,3pois estes viram 11.23»Êx2.2;
•ÊX1.16.22
que ele não era uma criança comum e não temeram o decreto do rei.b
24Pela fé Moisés, já adulto, recusou ser chamado filho da filha do faraó,025preferindo ser maltra­ 1 1 .2 4 ix 2 .1 0 .1 1
tado'1com o povo de Deus a desfrutar os prazeres do pecado durante algum tempo. 26Por amor de 11.25 "V. 37
1 1 .2 6 'Hb 13.13;
Cristo, considerou sua desonraeuma riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque contemplava iHb 10.35
a sua recompensa.f 27Pela fé saiu do Egito,8não temendo a ira do rei, eperseverou, porque via aquele 11.279ÊX 12.50,51
que é invisível. 28Pela fé celebrou a Páscoa e fez a aspersão do sangue, para que o destruidor não 11.28 «6c 12.21-
23
tocasse nos filhos mais velhos dos israelitas.h
29Pela fé o povo atravessou o mar Vermelho como em terra seca; mas, quando os egípcios tenta­ 11.29 f e 14.21-31
ram fazê-lo, morreram afogados.'
30Pela fé caíram os muros de Jericó, depois de serem rodeados durante sete diasJ 11.30US6.12-20
31Pela fé a prostituta Raabe, por ter acolhido os espiões, não foi morta com os que haviam sido 11.31 Ms2.1,9-
14; 6.22-25;
desobedientes0.11 Tg2.25
32Que mais direi? Não tenho tempo para falar de Gideão, Baraque,1Sansão, Jefté, Davi,mSamuelne 11.32Uz4 e5;
"1Sm 16.1,13;
os profetas,33os quais pela fé conquistaram reinos,0praticaram ajustiça, alcançaram o cumprimento "1Sm 1.20
de promessas, fecharam aboca de leões,P34apagaram o poder do fogo eescaparam do fio da espada; da 11.33 »2Sm7.11;
8.1-3; »Dn6.22
fraqueza tiraram força,11tornaram-se poderosos na batalha epuseram em fuga exércitos estrangeiros.r 11.34«2Rs20.7;
rJz 15.8
35Houve mulheres que, pela ressurreição, tiveram de volta os seus mortos.s Uns foram torturados e 11.35'1Rs 17.22,
recusaram ser libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior;36outros enfrentaram 23 11.36Ur20.2;
zombaria eaçoites;* outros ainda foram acorrentados ecolocados na prisão,037apedrejados,vserrados "G n 39.20
11.37v2Cr24.21;
ao meio, postos à prova6, mortos ao fio da espada.wAndaram errantes, vestidos de pele de ovelhas ede "1Rs 19.10;
"2RS1.8
cabras,* necessitados, afligidos emaltratados.38O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos 11.38HRs 18.4
e montes, pelas cavernas» e grutas.
39 Todos esses receberam bom testemunho2por meio da fé; no entanto, nenhum deles recebeu o1 1 .3 9 ^ . 2,4;
que havia sido prometido.340Deus havia planejado algo melhor para nós, para que conosco fossem «v. 13
eles aperfeiçoados.

Deus Disciplina os seus Filhos


I ^ Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemu- 12.1 b1Co9.24;
_L lin h as, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve e corramosbcom «Hb 10.36
perseverança0 a corrida que nos é proposta, 2tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador 12.2 «Fp2.8,9;
da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz,d desprezando a vergonha,e e •Hb 13.13
assentou-se à direita do trono de Deus.3Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos peca­
dores contra si mesmo, para que vocês não se cansemf nem desanimem.
4 Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue.9
124 !Hb 10.32-34
5Vocês se esqueceram da palavra de ânimo que ele dirige a vocês como a filhos;
“Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor
nem se magoe com a sua repreensão,
6pois o Senhor disciplina a quem ama,h 12.6«SI 94.12;
Ap 3.19;
e castiga todo aquele a quem aceita como filho”17.' fV 3.11,12

7 Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhosj Ora, qual o12.7)Dt8.5
filho que não é disciplinado por seu pai?8Sevocês não são disciplinados, e a disciplina é para todos os 12.8k1Pe5.9
filhos,kentão vocês não são filhos legítimos, mas sim ilegítimos.9Além disso, tínhamos pais huma­ 12.9'Nm16.22;
"Is 38.16
nos que nos disciplinavam e nós os respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai dos
espíritos,1para assim vivermos!"110Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes
parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade.11
II Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, 12.11 <4s32.17;
Tg3.17,18
porém, produz fruto de justiça epaz0para aqueles que por ela foram exercitados.

0 11.31 Ou incrédulos.
b 1 1.3 7 Alguns manuscritos não trazem postos à prova.
c 1 2 .5 ,6 Pv 3.11,12.

11.26 Nos tesouros inestimáveis da tumba do rei egípcio Tutancâmon 12.1,2 Para mais informações sobre a “corrida”, ver nota em IC o 9.24-27.
havia toneladas de ouro puro. 12.1 A palavra grega traduzida por “testemunhas” é a origem da palavra
11.30 Ver “Os muros de Jericó”, em Js 6. “mártir” em nosso idioma. Essas pessoas dão testemunho do poder da fé
11.31 Sobre a “prostituta”, ver “Prostituição no mundo antigo”, em D t 23. a da fidelidade de Deus.
11.36 Sobre a “prisão”, ver “Prisão no mundo romano: na prisão versus 12.2 Ver “À ‘mão direita’ no pensamento antigo”, em H b 1.
prisão domiciliar”, em At 26.
HE BRE US 12. 15

12.12 P|s 35.3 12Portanto, fortaleçam as mãos enfraquecidas e os joelhos vacilantes.P13“Façam caminhos retos
12.13 «Pv4.26; . » „ , . , r
rGi6.1 para os seus pes “,<1para que o manco nao se desvie; antes, seja curado.r

Advertência contra a Rejeição de Deus


12.14sRm 14.19; 14 Esforcem-se para viver em paz com todosse para serem santos;* sem santidade ninguém verá o
fim 6.22; "Mt 5.8
12.15 <GI 5.4; Senhor.u 15Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus;vque nenhuma raiz de amargura6brote
Hb 3.12
« 1 2.1 3 Pv 4.26.
6 12.15 Isto é, raiz venenosa.

1 —T
" ’ ~ ^ ^ .......... -

Antes da expansão entre os gentios:


as igrejas judaicas na Terra Santa
HEBREUS 12 A maioria dos cristãos mais (Hb 10.32-34). Um dos principais instigado­ Jesus um profeta sem elhante a Moisés
antigos era constituída por judeus. Embora o res da perseguição parece ter sido Saulo de (cf. Dt 18.15,18).
povo judeu como um todo não tivesse acei­ Tarso (At 9.1; Fp 3.6). Em 62 d.C., o líder da • f Houve significativa produção de literatura
tado as afirmações de Jesus, os documentos igreja de Jerusalém, Tiago, irmão de Jesus, apócrifa. Infelizmente, a maior parte disso só
cristãos mais antigos realmente dão teste­ foi publicamente executado pelo sumo sa­ é conhecida de forma fragmentária.5
munho de uma significativa resposta judaica cerdote Anás (Josefo, Antiguidades judaicas, • f Mais significativa é a veneração judaico-
à pregação do evangelho. Lucas relata que 20.9.1; Eusébio, História eclesiástica, 2.23.21 - -cristã pela Lei mosaica. Para os cristãos
3 m il pessoas corresponderam ao sermão 28).3 A despeito das pressões externas, as judeus, a fé em Cristo era consistente com
de Pedro no dia de Pentecoste (At 2.41) e igrejas judaicas continuaram a se expandir e a adesão a práticas tradicionais, como a cir­
que cerca de 5 mil creram pouco tempo de­ a testemunhar.4 cuncisão, a guarda do sábado e as restrições
pois (At 4.4). Quando o apóstolo Paulo foi a Na deflagração da primeira revolta ju ­ alimentares (At 15.1,5). Os líderes da igreja
Jerusalém, por volta de 58 d.C., os líderes da daica contra Roma, a comunidade judaico- em Jerusalém descreveram os cristãos judeus
igreja ali o informaram dos "milhares de ju ­ -cristã recusou-se a participar do conflito. como "zelosos da lei" (At 21.20). Por essas
deus [que] creram" (At 21.20). Uma vez que Essa recusa refletia uma profunda mudança razões, a pregação paulina de que Cristo, não
a população de Jerusalém no tempo de Jesus na compreensão judaico-cristã de seu objeti­ a Lei, era no centro de tudo (Cl 2.2,3) sempre
era de apenas 40 mil pessoas, esses números vo e missão. De acordo com Eusébio, a igreja despertava suspeitas ou mesmo hostilidade
indicam o crescimento e a existência históri­ de Jerusalém foi aconselhada, por meio de (At 21.21), e Paulo teve de defender sua
ca de um cristianismo judeu.1 um oráculo, a abandonar a cidade e buscar mensagem em seus escritos (Rm 3.31). Já
A existência de igrejas judaicas encon­ refúgio do outro lado do Jordão, numa cida­ no final do século II d.C., o apologista cristão
tra testemunhos explícitos em várias fontes de chamada Pela (História eclesiástica, 3.5.3; Justino M ártir distinguia os cristãos de origem
(At 8.1; Gl 1.22; ITs 2.14), e as escavações cf. Lc 21.20,21; Ap 12.6). Alguns membros da judaica que exigiam dos gentios a observân­
arqueológicas têm revelado sinagogas com comunidade judaico-cristã voltaram depois cia dos mandamentos tradicionais dos que se
expressões simbólicas próprias do cristianis­ da guerra, sob a liderança de Simeão, primo mostravam dispostos a aceitar os gentios que
mo em Nazaré e em Cafarnaum.2 Essas co­ de Jesus (História eclesiástica, 4.22.4). não observavam tais mandamentos.6
munidades enfrentaram perseguições numa Na teologia e na práxis, o cristianismo
era tum ultuada da história judaica. Os líderes judaico apresentava certas características
primitivos foram presos (At 4.1-3; 12.3), as que o distinguiam do emergente cristianis­
pessoas eram banidas das sinagogas por mo gentio:
causa de sua fé em Cristo (Lc 6.22; Jo 9.22;
16.2) e alguns sofreram fisicamente e en­ ❖ 0 cristianismo judaico pode ter tido ên­
frentaram o seqüestro de suas propriedades fases cristológicas distintas, como considerar

'Ver "A Igreja: da ressurreição à conversão de Paulo", em At 1. 2Ver "A sinagoga de Cafarnaum”, em Mt 17. 3Ver "Os sumos sacerdotes Anás e Caifãs", em At 4.
4Ver"A expansão geográfica da Igreja sob perseguição", em At 8. 5Ver "Os Apócrifos", em Tt 1. 6Ver "Os prosélitos no judaísmo do segundo templo", em At 6.
1998 HE B RE US 12. 16

e cause perturbação, contaminando muitos;16que não haja nenhum imoral ou profano, como Esaú, 1216 "Gn 25.29-
34
que por uma única refeição vendeu os seus direitos de herança como filho mais velho.w17Como 1217 *Gn27.30-
vocês sabem, posteriormente, quando quis herdar a bênção, foi rejeitado; e não teve como alterar a 40
sua decisão, embora buscasse a bênção com lágrimas.*
18 Vocês não chegaram ao monte que se podia tocar, e que estava em chamas, nem às trevas, à es­12.18vÊx19.12-
22; Dt 4.11
curidão, nem à tempestade,»19ao soar da trombetaze ao som de palavras tais que os ouvintes rogaram 12.19*Êx20.18;
*Êx20.19;
que nada mais lhes fosse dito;a20pois não podiam suportar o que lhes estava sendo ordenado: “Até Dt5.5,25
um animal, se tocar no monte, deve ser apedrejado”.“b210 espetáculo era tão terrível que até Moisés 1220 bÊx19.12,13
disse: “Estou apavorado e trêmulo!”6
22 Mas vocês chegaram ao monte Sião, à Jerusalém celestial,0à cidaded do Deus vivo. Chegaram12.22cGI 4.26;
"Hb11.10
aos milhares de milhares de anjos em alegre reunião, 23à igreja dos primogênitos, cujos nomes es­ 1223 eLc 10.20;
«SI 94.2; sFp3.12
tão escritos nos céus.e Vocês chegaram a Deus, juiz de todos os homens,* aos espíritos dos justos
aperfeiçoados,024a Jesus, mediador de uma nova aliança, e ao sangue aspergido, que fala melhor do 12.24hGn4.10;
Hb 11.4
que o sangue de Abel.tl
25Cuidado! Não rejeitem aquele que fala. Se os que se recusaram a ouvir aquele que os advertia' na 1225 Wb8.5;
11.7; iHb2.2,3
terra não escaparam, quanto mais nós, se nos desviarmos daquele que nos adverte dos céus?)26Aquele 12.26kÊx19.18;
'Ag2.6
cuja voz outrora abalou a terra,k agora promete: “Ainda uma vez abalarei não apenas a terra, mas
também o céu”cJ 27As palavras “ainda uma vez” indicam a remoção do que pode ser abalado,misto é, 1227 *1Co7.31;
2Pe3.10
coisas criadas, de forma que permaneça o que não pode ser abalado.
28Portanto, já que estamos recebendo um Reino inabalável," sejamos agradecidos e, assim, adore­ 1228 "Dn2.44;
«Hb 13.15
mos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor,029pois o nosso “Deus é fogo consumidor!”^ 1229 PDt4.24

Exortações Finais
1 O Seja constante o amor fraternal.1!2Não se esqueçam da hospitalidade;r foi praticando-a que, 13.1 qRm12.10;
1Pe 1.22
X J sem o saber, alguns acolheram anjos.s3Lembrem-se dos que estão na prisão,* como se apri­ 13.2 rMt25.35;
sGn 18.1-33
sionados com eles; dos que estão sendo maltratados, como se vocês mesmos estivessem sendo 13.3«Mt25.36;
0 4.18
maltratados.
4 O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal, conservado puro; pois Deus julgará os13.4U1Co6.9
imorais e os adúlteros."5Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se com o que vocês 13.5 vFp4.11;
wDt31.6,8; Js 1.5
têm,vporque Deus mesmo disse:
“Nunca o deixarei,
nunca o abandonarei”'.™
6Podemos, pois, dizer com confiança:
“O Senhor é o meu ajudador, não temerei.
O que me podem fazer os homens?”/
7Lembrem-se dos seus líderes,* que transmitiram a palavra de Deus a vocês. Observem bem o 13.7 ><v.17,24;
vHb6.12
resultado da vida que tiveram eimitemv a sua fé.8Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje epara sempre.2 13.8zHb 1.12
9 Não se deixem levar pelos diversos ensinos estranhos.3É bom que o nosso coração seja fortaleci-13.9í f 4.14;
bCI 2.7; ‘Cl 2.16
dobpela graça, e não por alimentos cerimoniais,0os quais não têm valor para aqueles que os comem.d
10 Nós temos um altar do qual não têm direito de comer os que ministram no tabernáculo. 13.10d1Co9.13;
10.18
« 12.18-20 Êx 19.12,13.
» 12.21 Dt 9.19.
f 1 2 .2 6 Ag 2.6.
“ 1 2.2 9 Dt 4.24.
‘ 13.5 Dt 31.6.
f 1 3.6 SI 118.6.

12.16,17 Ver “Direitos do primogênito” em G n 25. época do NT). A “pousada” antiga era, com certeza, apenas um pedaço
12.22 “Monte Sião” não é uma referência ao próprio (Jerusalém, ou de chão nivelado próximo a uma nascente, em que os transportadores de
sua parte sudeste), mas à cidade celestial de Deus e os que ali habitam mercadorias podiam passar a noite com seus animais.
com ele. 13.3 Sobre a “prisão”, ver “Prisão no mundo romano: na prisão versus
13.2 Nos tempos antigos, os viajantes dependiam da hospitalidade dos prisão domiciliar”, em At 26.
estranhos (ver Êx 2.20; Jz 19.15-21; 2Rs 4.8; At 28.7), pois as pousadas, 13.4 Ver “Casamento e divórcio no antigo Israel”, em M l 2.
no sentido moderno, eram raras. A palavra hebraica traduzida por “pou­ 13.9 Os “alimentos cerimoniais” são as doutrinas legalistas dos judaizan-
sada” significa “lugar de descanso noturno” e pode ser aplicada a qual­ tes (ver nota em G 1 1.7). A antiga ordenança de Moisés foi considerada
quer lugar em que houvesse acampamento para passar a noite— por ca­ obsoleta na cruz.
ravanas, por indivíduos ou mesmo por um exército. A presença de uma 13.10 O “altar” é, provavelmente, Cristo quando recebido por meio da
construção não está implícita (a mesma situação se verificava durante a eucaristia (a ceia do Senhor ou comunhão).
HE BR E US 13. 25 1999

13.11 «Êx 29.14; 110 sumo sacerdote leva sangue de animais até o Lugar Santíssimo como oferta pelo pecado, mas
Lv 16.27
13.12fJo 19.17 os corpos dos animais são queimados fora do acampamento®12Assim, Jesus também sofreu fora das
portas da cidade,f para santificar o povo por meio do seu próprio sangue.13Portanto, saiamos até
13.14 hFp 3.20; ele, fora do acampamento, suportando a desonra que ele suportou.914Pois não temos aqui nenhuma
Hb 12.22
cidade permanente, mas buscamos a que há de vir.h
13.15 IPe 2.5; 15 Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deus um sacrifício' de louvor, que é
JOs14.2
13.16 kRm 12.13; fruto de lábiosi que confessam o seu nome.16Não se esqueçam de fazer o bem e de repartir com os
'Fp 4.18
outrosko que vocês têm, pois de tais sacrifícios1Deus se agrada.
13.17 mls 62.6; 17Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocêsmcomo
At 20.28
quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria, não um peso,
pois isso não seria proveitoso para vocês.
13.18n1Ts5.25; 18Orem por nós.nEstamos certos de que temos consciência limpa0e desejamos viver de maneira
«At23.1
13.19 PFm22 honrosa em tudo.19Particularmente, recomendo que orem para que eu lhes seja restituído em breve.P
13.20 qRm15.33; 20 O Deus da paz,9que pelo sangue da aliança eternar trouxe de volta dentre os mortoss o nosso
1s 55.3; Ez 37.26;
Zc 9.11; sAt 2.24; Senhor Jesus, o grande Pastor das ovelhas,121os aperfeiçoe em todo o bem para fazerem a vontade
Uo 10.11
13.21 uFp 2.13; dele e opere em nósu o que lhe é agradável,vmediante Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o
V1Jo 3.22;
«Rm 11.36 sempre. Amém.w
13.22 *1Pe 5.12 22Irmãos, peço que suportem a minha palavra de exortação; na verdade o que eu escrevi é pouco.x
13.23vAt 16.1 23Quero que saibam que o nosso irmão TimóteoV foi posto em liberdade. Se ele chegar logo, irei
vê-los com ele.
13.24 ty. 7,17; 24Saúdem a todos os seus líderes2e a todos os santos. Os da Itália3enviam saudações.
*At18.2
13.25 t>CI418 25A graça seja com todos vocês.b

13.22 Sobre os “irmãos”, ver nota em Rm 1.13. esteve pessoalmente na Itália, sem dúvida teria precisado sua localização.
13.23 Para mais informações sobre Timóteo, ver nota em At 16.1. Assim, parece que havia cristãos italianos com o escritor em algum lugar
13.24 O termo grego traduzido por “líderes”, ou governantes, é fora da Itália quando ele redigiu a carta — e o escritor conhecia bem seus
hêgoumenoi (cf. v. 7,17), termo técnico não encontrado em outra passa­ futuros leitores (ver 5.11-14; 6.9,10; 10.32-36).
gem do NT, porém alguns escritos provenientes de Roma e do Ocidente Muitas estradas conduziam a Roma. Os cristãos a quem essa carta foi
usam a mesma terminologia (cf. 1 Clemente, 1.3; 21.6; O pastor, de endereçada podiam estar numa cidade mais próxima ou mais distante
Hermas, 2.6; 9.7 [nos quaisproêgoumenoi é usado]). Os primeiros líderes da capital. O próprio Paulo passou sete dias com os irmãos em Potéoli
parecem ter morrido (13.7) e seus sucessores estavam engajados na tarefa (At 28.13,14), que talvez ficasse perto de Roma ou na periferia. Quando
de supervisionar o rebanho (v. 17). A eles o escritor envia saudações. o escritor redigiu a carta, Timóteo já havia partido — provavelmente
A carta aos Hebreus foi primeiramente conhecida em Roma e no Oci­ em visita às igrejas. Ele deveria retornar logo, e assim o escritor e Timó­
dente. Seus primeiros leitores eram provavelmente cristãos judeus que teo pretendiam, juntos, pagar a visita devida aos destinatários da carta
falavam e escreviam em grego. A curta afirmação “Os da Itália lhes en­ (Hb 13.23).
viam saudações” favorece a ideia de situar os leitores ali. Se o escritor

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