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Avaliar significa apurar ou estimar o valor de determinada coisa, assim avaliar é sem
dúvida um processo bastante subjectivo, pois depende de um conjunto vário de
condicionantes alguns deles deveras subjectivos como por exemplo: as características
do avaliador, a finalidade da avaliação (compra, venda, fusão, liquidação), do contexto
económico, social e político em que a avaliação é realizada, bem como dos diversos
modelos de avaliação existentes.
Índice
[esconder]
1 Valor e preço
2 Valor de mercado (esperado)
3 Valor intrínseco ou de rendimento
4 Valor fundamental
5 Valor para o investidor
6 Valor residual
7 Valor Justo
8 Valor Percebido (pelo cliente)
9 Valor de liquidação
10 Valor contabilístico ajustado
11 Valor substancial
12 Goodwill (valor de trespasse)
13 Premissas fundamentais de cada avaliação
o 13.1 Princípio da continuidade
o 13.2 Nível de controle do capital social
o 13.3 Grau de Liquidez
o 13.4 Propósitos da avaliação
14 Due diligence
15 Métodos de avaliação de empresas
o 15.1 Avaliação por comparação com o mercado
15.1.1 a) Avaliação pelo PER – O múltiplo dos resultados
líquidos
15.1.2 b) Avaliação pelo PCE - O múltiplo do autofinanciamento
bruto
15.1.3 c) Avaliação pelo PBV - O múltiplo do valor contabilistico
15.1.4 d) Avaliação pelo PS - O múltiplo do volume de negócios
o 15.2 Custos do capital
15.2.1 1.1. Custo médio do capital (WACC)
15.2.2 1.2. Método CAPM
15.2.3 1.3. Parâmetros de cálculo
15.2.4 1.4. Diferenciação do custo de capital
o 15.3 Avaliação por actualização dos dividendos
15.3.1 Modelo Geral
15.3.2 Modelo de GORDON
15.3.3 Modelo de MALKIEL
15.3.4 Modelo H
15.3.5 Modelo dos dividendos em duas fases
15.3.6 Custo do capital próprio baseado no modelo de dividendos
o 15.4 Avaliação por actualização dos fluxos de caixa actualizados
15.4.1 Tipologia dos fluxos de caixa
15.4.1.1 Modelo Genérico
15.4.1.2 Fluxos de caixa na avaliação de empresas
15.4.1.2.1 Fluxo de caixa livre (FCL)
15.4.1.2.2 Fluxo de caixa de caixa operacional
líquido (FCO)
15.4.1.3 Avaliação pelos fluxos de caixa actualizados
15.4.1.4 Método dos capitais próprios
15.4.1.4.1 Valor Residual
15.4.1.5 Método do Custo Médio
15.4.1.5.1 Valor residual
15.4.1.5.2 Taxa de crescimento sustentável no
longo prazo
15.4.1.6 Método do valor actual líquido ajustado
15.4.1.7 Coerência entre os três métodos de avaliação
pelos fluxos de caixa
15.4.1.8 Métodos de apuramento do valor residual
15.4.1.9 Modelos de avaliação em duas fases
15.4.1.10 Modelos de avaliação em três fases
15.4.1.11 Custo do capital baseado nos fluxos de caixa
actualizados
16 Ver também
17 Referências
18 Bibliografia
19 Ligações externas
Estão envolvidos factores internos à empresa como a qualidade dos seus recursos
humanos, produtos e imagem da empresa, assim como factores externos à mesma como
são exemplos a concorrência, regulamentação do sector e tendências da economia em
geral.
(Valor oferta – Preço oferta = Benefícios da Oferta) > (Valor alternativa - Preço
alternativa = Benefícios da Alternativa)
Este valor tenderá a ser menor quanto maior for a urgência na venda e menor for o
poder de decisão do vendedor.
Imobilizados em Curso – Uma vez que se tratam de activos que ainda não se
encontram em exploração e que, como tal, não contribuem ainda para o retorno
do negócio estes valores não serão incluídos no CE Operacional;
Imobilizados não Afectos à Exploração – No caso de se verificar a existência de
imobilizados que não são assignáveis às operações do negócio estes não deverão
ser considerados no cálculo do CE Operacional;
Activos Operacionais não Reflectidos no Balanço – Sempre que se verifique a
existência de activos operacionais que não estejam reflectidos no balanço estes
deverão ser adicionados no cálculo do CE Operacional (ex- imobilizados
totalmente amortizados geradores de resultado);
Investimentos Financeiros – Os investimentos financeiros representam o
investimento num negócio, susceptível também ele da necessidade de realização
de ajustamentos, e não contribuem para a performance operacional pelo que não
serão considerados no CE Operacional. A sua análise será feita ao avaliarmos os
negócios que essas participações representam;
Goodwill – O Capital Empregue Operacional poderá ser calculado antes e
depois de goodwill. Se pretendermos analisar não apenas a forma como o
negócio remunera o capital nele investido, mas também um prémio que o
accionista tenha pago pela sua aquisição deveremos então incluir o goodwill no
cálculo. O goodwill será sempre considerado pelo seu valor bruto no
pressuposto de que, sendo um prémio pago pelo accionista, não sofre
depreciação.
Empréstimos de/a Empresas do Grupo – Os empréstimos de/a empresas do
grupo não relacionadas com a actividade operacional do negócio não devem ser
consideradas para efeitos do CE Operacional.
Clientes/Fornecedores/Outros Devedores/Outros Credores – No caso de se
verificarem créditos/débitos não resultantes da actividade operacional estes não
serão incluídos no cálculo do CE Operacional (Ex: Relações de maximização da
eficiência fiscal, fee’s de gestão de cariz extra operacional);
Fornecedores de Imobilizado – Considera-se que os valores em fornecedores de
imobilizado estarão relacionados com o imobilizado em curso pelo que não são
considerados para efeitos de cálculo do CE Operacional
Subsídios ao Investimento – Os subsídios ao investimento, por serem
equiparados a uma fonte de financiamento, serão retirados ao passivo circulante.
Na óptica da entidade, quanto ao valor substancial bruto, pode ser apurado de duas
formas: - O valor substancial bruto corresponde à avaliação individual dos elementos do
activo, e inclui todas as rubricas do activo do balanço contabilístico avaliadas ao justo
valor, sendo esta, a óptica tradicional do balanço - O valore substancial bruto
económico corresponde ao valor substancial bruto reduzido do passivo cíclico. Desta
forma, apresenta-se o valor substancial seguindo a perspectiva do balanço funcional
para a análise financeira, sendo esta, a forma mais usada na determinação do valor
económico acrescentado.
As rubricas do balanço ao justo valor são apuradas, de acordo com a referida directriz,
são feitas a partir do
Este valor representa o excedente entre o preço da transacção e o valor dos activos e
passivos da empresa, avaliados individualmente e ao justo valor (valor do capital
próprio).
Caso resulte da avaliação dos activos e passivos da empresa, efectuada como atrás se
descreve, um valor negativo, o valor do Goodwill é negativo e não deve ser designado
de Badwill.
Por norma, os analistas financeiros tendem a encontrar este valor pela diferença entre o
valor intrínseco e o valor substancial, avaliado ao justo valor.
Justo valor, pelas novas normas contabilísticas, é a quantia pela qual um activo pode ser
trocado ou um passivo liquidado, entre as partes conhecedoras e dispostas a isso, numa
transacção em que não exista relacionamento entre elas.
A atribuição deste valor é extremamente difícil, pelo que muitas vezes ultrapassa
significativamente o valor contabilístico dos seus activos.
Pelo que segundo esta norma, uma actividade empresarial define-se como um conjunto
integrado de actividades conduzidas e de activos geridos com a finalidade de
proporcionar:
Admite-se que uma empresa funciona de forma continuada, com duração ilimitada, sem
intenção nem necessidade de encerrar, nem diminuir a sua actividade, partindo do
princípio de que é viável. Os valores intrínseco e fundamental, pressupõem o normal
funcionamento da empresa, enquanto que o seu valor de liquidação indicaria o seu valor
à data de alienação se tal situação se verificasse.
A liquidez é o termo usado para nos dizer à "quantia" pela qual um bem pode ser
comprado ou vendido sem que o preço seja prejudicado. No caso das acções, também se
refere à capacidade de um accionista em vender rapidamente a acção. Muitas vezes, os
novos investidores preferem bens líquidos uma vez que podem ficar com o dinheiro mal
necessite dele.
A avaliação pode ser feita, com a intenção de venda ou compra, de uma parte ou
totalidade da empresa. Pode também, ser efectuada por motivo de separação de sócios
ou accionistas, divórcio de um deles, por motivos fiscais ou para cisão da empresa.
Estes propósitos conduzem evidentemente a medidas diferentes de avaliação de acordo
com o propósito.
A value diligence deve servir e contribuir desta forma, para o processo de avaliação e
para a elaboração do plano de integração da empresa após a aquisição, de modo que,
não haja uma concentração técnica de avaliação, deixando de analisar outros riscos que
podem ser também importantes para a mesma avaliação de empresa.
Escolhe-se uma empresa concorrente que esteja cotada e utiliza-se o preço de transacção
como base comparativa com a empresa que se está a avaliar. Neste método existe a
dificuldade de se encontrar uma empresa que permita uma comparação adequada visto
nenhuma empresa ser igual a outra.
Quando queremos fazer a avaliação de uma empresa por comparação com o mercado, o
PER (price earnings ratio) é um dos múltiplos mais utilizados no mercado financeiro. É
calculado através da razão entre o Preço de cotação (P) ae o resultado (lucro) por ação
(RPA).
O price book value (PBV) permite comparar a cotação da empresa com o valor
contavbilistico do capital próprio. Desta forma: PBV < 1 → as ações da empresa são
vendidas a um valor inferior ao valor contabilistico PBV > 1 → as ações da empresa são
vendidas a um valor superior ao valor contabilistico
Sendo que: P - Preço de cotação VCA - Valor contabilístico por acção, ou seja, o capital
próprio a dividir pelo número de acções em circulação.
Este rácio é utilizado para comparação com empresas do sector, comparáveis por
semelhança de competitividade, antiguidade e tipo de tecnologia utilizada, estruturra
financeira, estrutura de activos, recursos humanos estruturados de forma equivalente,
com o mesmo nível de produtividade e sujeitas às mesmas condições económicas como
a inflação, taxas de câmbio, etc.
A avaliação através deste rácio tem alguns inconvenientes: - Valor influenciado pelas
práticas contabilísticas das empresas; - Dificuldade na identificação de empresas
comparáveis; - Pouco relevante para empresas de serviços com activos fixos de valor
reduzido; - Não aplicável a empresas tecnicamente falidas.
Este valor, price book value compara cotações da empresa com o valor contabilístico de
capital próprio.Logo, um PBV inferior a 1, significa que as acções da empresa estão a
ser vendidas a um valor inferior ao seu valor contabilístico, enquanto que um PBV
superior a 1, reflecte um valor superior ao seu valor contabilístico.
Pode-se então dizer, para outros métodos comparativos, o essencial é existir empresas
cotadas com características semelhantes às da empresa que se pretende avaliar ou então
haver preços de transacção fora de bolsa.Para empresas com base de comparação devem
ter um nível de risco semelhante ao da empresa que se pretende avaliar.Logo,
pressupõe-se que as empresas que se pretende avaliar tenham as mesmas condições
económicas, como por exemplo as taxas de câmbio, inflação,, competitividade,etc,
perante os mesmos princípios contabilísticos e semelhantes dentro destes aspectos:
competitividade; antiguidade dos activos e tipo de tecnologia, estrutura financeira,
estrutura de activos, estrutura de recursos humanos, tecnológicos e produtividade.
Algumas vantagens para a utilização do PBV, deve-se ao facto de se poder utilizar para
empresas com resultados negativos ao contrario do PER: O PBV,é um indicador
estável, simplista, e mede o valor criado relativo aos capitais investidos pelos
accionistas na empresa. Por outro lado, o valor contabilístico do capital próprio é
influenciado pelas políticas contabilísticas das empresas, é difícil encontrar no mercado
empresas que sejam comparareis, e o PBV não é aplicável a empresas tecnicamente
falidas, isto é, que apresentem valores contabilísticos do capital próprio negativo. Para
calcular o PBV, será possível a partir de variáveis da empresa, como por exemplo o
modelo de Gordon, que será uma avaliação feita a partir dos dividendos.Este modelo vai
poder medir, os dividendos do próximo ano, que por sua vez estima os custos do capital
próprio, e mede também a taxa de crescimento dos dividendos.
O Price to Sales (PS) é igual ao preço de cotação (P) a dividir pelo Volume de negócios
por acção ou pode calcular-se pela divisão entre o Valor do Capital Próprio a preços de
mercado(VCP) e o Volume de negócios (VN). Calcula-se:
Vantagens do PS
Inconvenientes do PS
A obrigação de orientação dos preços para os custos, aplicável a operadores com PMS
em alguns mercados relevantes, visa fixar os preços a um nível que permita ao mercado
funcionar adequadamente, tanto quanto possível como se de um mercado em
concorrência se tratasse tendo em consideração o investimento realizado pelo operador
e permitindo-lhe uma rentabilidade desse capital adequada, tendo em conta os riscos
envolvidos.
Este custo de capital pode não ser o mesmo para os vários serviços da empresa, pelo que
o factor de desconto deve ter em consideração o risco associado a cada projecto.
No que respeita ao custo dos capitais próprios, este deve ser igual à remuneração
proporcionada por investimentos alternativos de risco semelhante. Para a determinação
deste custo existem vários métodos, sendo mais utilizado o CAPM.
A taxa de imposto a considerar deverá ser a taxa efectiva de imposto incorrida pelo
operador no ano para o qual se está a calcular o custo de capital.
é um modelo que estudo o custo do capital próprio. Este modelo, largamente usado
Esta abordagem suscita algumas questões que podem dificultar a sua implementação.
Embora o valor da dívida e capitais próprios possa ser facilmente determinado para um
operador como um todo, não é fácil fazê-lo para cada uma das suas actividades ou para
cada um dos mercados onde o operador actua. Tal deve-se ao facto de as decisões
financeiras constituírem decisões tomada ao nível global do operador, e não
necessariamente relacionadas com cada uma das suas actividades em particular.
Também a posição de dívida da empresa pode não estar directamente relacionada com
as necessidades de dívida de cada uma das suas actividades. Assim, surge o problema
de determinar o valor do capital de cada actividade.
Contudo o preço de venda das acções no final do período de posse é ele próprio
calculado com base nas expectativas quanto aos dividendos futuros a partir dessa data.
O principal indicador para o investidor que quer apostar nessa categoria de renda
variável é o chamado dividend yield, que mostra o retorno em dividendos frente ao
preço da ação. Quanto mais alto esse índice, maior o valor do dividendo pago.
P0=(D0*(1+g1))/(Ke-g1)*[1-〖((g1-gn))/((ke-gn))((1+g1)/(1+ke))〗^(T-1) ]
Uma das principais críticas ao modelo de Gordon é que prevê apenas uma taxa de
crescimento.
Para tentar resolver esse problema, Malkiel desenvolveu um modelo com duas fases
distintas de crescimento, sendo a primeira fase com taxa de crescimento ultranatural;
como é comum nas empresas iniciantes e principalmente, em empresas de tecnologia; e
a segunda fase considerando que a empresa atingira um determinado estagio de
crescimento e passara então a ter crescimento constante ou de cruzeiro.
Criticas ao modelo de Malkiel: Este modelo pressupõe uma queda da taxa de dividendos
abrupta entre os dois períodos, o que é pouco provável.
Limitações: É difícil definir o nº de anos da fase de crescimento supranormal e quanto
mais longo for este período,maior será o P0. Quebra radical na taxa de crescimento,
quando, na realidade, o que se verifica é uma redução gradual até à estabilidade.
Este Modelo tem uma aprximação com o modelo de Malkiel da seguinte forma:
P0=D0/(ke-Gn)*[(1+Gn)+T1*(G1-Gn)]
Pode ser entendido por mais duas fases.por exemplo um modelo a três fases tem:
P0=D0/(Ke-Gn)*[(1+Gn)+T1*(g1-Gn)+(T2-T1)*(G2-Gn)]
O modelo H pressupõe que a taxa intermédia, G2, é metade das taxas G1 e Gn.
G2=(G1+Gn)/2
Limitações: O modelo é muito conservador, dado que o valor de uma empresa traduz
expectativas quanto a muitas outras variáveis e não apenas aos dividendos. Esta crítica é
igualmente aplicável a todos os outros modelos de avaliação referente ao Método dos
Dividendos Actualizados.
Com os modelos de Gordon, Malkiel e H evita-se estimar os dividendos ano a ano até
ao infinito. Estes 3 modelos só são exequíveis se as taxas de crescimento forem
inferiores à respectiva taxa de custo de capital do período em análise. Na prática pode
acontecer que nos primeiros anos do período previsional o crescimento supranormal
conduza a taxas de crescimento superiores ao custo de capital. Por isso, o mais viável
será utilizar um modelo geral de avaliação dos dividendos para esses primeiros anos
combinando-o com pressupostos do modelo de Gordon (ou outro) para estimar o valor
futuro de venda da acção (valor residual) num ano futuro designado por T em que o
preço de venda da acção no ano T pode assumir, por exemplo, os pressupostos de
continuidade do modelo de Gordon, de modo que:
Pt= (Dt+1)/█(Ke-g@)
Em alternativa, pode utilizar-se o modelo de Malkiel, um modelo por fases ou o modelo
H para estimar o valor residual da acção na data T Limitações: quando as empresas não
distribuem dividendos, a actualização de dividendos nulos dará um valor nulo, o que
indica que a empresa não tem valor, o que é falso. Mesmo sem distribuir dividendos as
empresas tem valor de mercado pois o reinvestimento dos lucros pode gerar mais valias
para os accionistas e, por isso, aumentar o valor residual da acção.
Qualquer dos modelos de dividendos apresentados para avaliar empresas na óptica dos
sócios e accionistas pode ser usado sobre empresas cotadas ou sobre empresas
adquiridas para estimar o custo do capital próprio implícito na transacção. Esse custo
poderá ser usado em processos de avaliação de empresas concorrentes com risco
idêntico.
Modelo de Gordon: a partir deste pode-se facilmente estimar o custo de capital próprio,
bastando para o efeito resolver a respectiva equação em ordem à variável custo do
capital, obtendo-se: Ke = D1/(P0)+g Daqui se conclui que o custo do C.P. é função da
taxa de rendibilidade em dividendo e da taxa de crescimento do dividendo (que
corresponde ao ganho de mais-valias) Modelo H: Simplificado, permite estimar o custo
do capital próprio de imediato: Ke = D0/P0 [(1+gn)+H(g1-gn) ]+gn
De acordo com a teoria financeira moderna, não faz sentido basear o valor da empresa
em modelos estáticos históricos (tais como a óptica patrimonial e a comparação com o
mercado), pois uma empresa vale pela sua potencialidade de gerar riqueza no futuro.
Por outro lado, modelos baseados no lucro tem o inconveniente de não considerar a
necessidade de investimento para sustentar o nível de lucros actuais e, como referimos
anteriormente, a utilização dos lucros supranormais não afasta o problema da
dependência de utilização de critérios contabilísticos adoptados pela gestão. Esses
critérios não deveriam influenciar o valor da empresa, excepto quando tenham
implicações sobre os fluxos de caixa gerados para a empresa e para os accionistas. Com
base neste método e em termos gerais, o valor da empresa ou das acções da empresa,
corresponde ao valor actual dos fluxos de caixa ou Cash-flows futuros, actualizado ao
custo de capital que reflicta o risco associado aos mesmos.
A tendência hoje é para considerar que uma empresa vale pela sua capacidade de gerar
fluxos de caixa futuros, sendo esses actualizados ao custo de capital ajustado ao risco
desses fluxos.
VAL= -Io+[FC1/(1+K1)]+[FC2/((1+K1)(1+K2))]+…+[FCn/((1+K1)(1+K2)…(1+Kn))]
Se o VAL for positivo, então o projecto de investimento cria valor para o investidor
porque o valor dos fluxos futuros é superior ao investimento a realizar. Na avaliação de
empresas tudo é idêntico à avaliação de investimentos. A única diferença do ponto de
vista matemático é que a incógnita passa a ser o valor do investimento I 0 e não o VAL.
A questão é a de saber qual o preço máximo a pagar pela aquisição da empresa, de
modo a que o investimento que se vai fazer tenha um VAL positivo
FCL=RL+A+P+ΔNMF-I-R+E
Esta fórmula é mais relevante para calcular o valor residual da empresa pelos fluxos de
caixa actualizados pois pressupõe a não existência de provisões do exercício, o que é
frequente nas avaliações de empresas e negócios.
Este método utiliza os fluxos de caixa livres (FCL). Pela teoria financeira o fluxo de
caixa deve ser actualizado à taxa de custo do capital ajustada ao risco correspondente.
Desta frma, o fluxo de caixa livre corresponde a valores disponíveis para os accionistas,
logo a taxa de actualização apropriada é o custo do capital próprio (Ke).
A fórmula de avaliação apura de forma directa o valor dos capitais próprios (VCPo).
O modelo é usado para prever em duas fases: → na 1.ª faz-se a previsão (anual),
explícita dos FCL → na 2.ª pressupõe-se um padrão para a sua evolução e calcula-se
ovalor residual no final da 1.ª fase. Estimam-se os fluxos de caixa livres para os
primeiros anos de actividade até ao ano de cruzeiro, T, e o valor residual da empresa
nessa data (URCPT), que é actualizado para o ano zero ao custo do capital próprio.
Valor Residual[editar | editar código-fonte]
g* =[RCI + (CA/CP)*(RCI-Kd)*(1-T)*(1-d)
RCI = RO/(CP+CA)
RO →Resultados operacionais CP →Capital próprio CA →Capital alheio
É utilizado o modelo em duas fases primeiro onde os fluxos de caixa operacionais são
estimados de modo explícito e discreto (anual), e a depois pressupõe-se uma taxa de
crescimento constante para os fluxos de caixa operacionais.
Valor residual[editar | editar código-fonte]
Para calcular o valor residual da empresa em laboração (VRE), pode usar-se qualquer
das ópticas antes referidas. Na prática é frequente usar-se o modelo da perpetuidade
com taxas de crescimento constantes: VRE(T)=(FCOt+1)/(km-gu)
g u → Taxa de crescimento dos fluxos de caixa operacionais, isto é, dos fluxos de caixa
não alavancados pela dívida.
Taxa de crescimento sustentável no longo prazo[editar | editar código-fonte]
g* e = RCP (1-d)
VEo= VAOo+VANOo+VCDo
VEo → Valor total da empresa VAOu → Valor dos activos operacionais (afectos à
exploração) semendividamento VANOu → Valor dos activos não operacionais (não
afectos à exploração) sem endividamento VCD → Valor criado pela dívida
Coerência entre os três métodos de avaliação pelos fluxos de caixa[editar | editar código-fonte]
Entende-se por valor residual o valor da empresa no final do período para o qual foram
feitas previsões anuais discretas de forma explícita, e para o seu cálculo podem usar-se
três ópticas em função do mais adequado à perspectiva da empresa.
- óptica patrimonial →pressupõe que a empresa não tem continuidade, daí que não seja
um critério adequado às empresa em funcionamento.
Neste método o custo de capital pode ser calculado para trás,isto é, depois de conhecer o
valor dos capitais próprios pode-se estimar o custo do capital próprio, o custo médio do
capital, de acordo com o método de fluxos de caixa escolhido.