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SAÚDE
CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL
Copyright © Portal Educação
204p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-934-2
CDD 515.3
SUMÁRIO
2 A DERIVADA ............................................................................................................................87
x2 x 2
f x
x2
Esta função não está definida para x 2 , porém, pode-se analisar o seu
formas, por valores menores do que 2 , isto é pela esquerda, e por valores maiores do que 2 ,
isto é, pela direita. Deste modo, pode-se construir a TABELA 1, apresentada logo a seguir.
TABELA 1
X 1,9 1,99 1,999 1,9999 2 2,0001 2,001 2,01 2,1
Para reforçar este comportamento pode-se analisar, também, o gráfico da função que
é apresentado na FIGURA 1
FIGURA 1
se cada vez mais próximos de 3 à medida que x estiver mais próximo de 2 , por qualquer um
dos lados, esquerdo ou direito. Pode-se também tornar os valores de f x o mais próximo que
lim f x L (1.1)
x p
x2 x 2
Neste caso, tem-se que 3 quando x 2 , então, escreve-se:
x2
x2 x 2
lim 3
x 2 x2
O que foi feito anteriormente foi simplesmente uma conjetura a respeito do valor do
x2 x 2
limite lim , usando argumentos algébricos e gráficos para verificar o valor deste
x 2 x2
limite.
Exemplo Resolvido 1.1.1. Faça uma conjetura sobre o valor do seguinte limite:
x2 1
lim
x1 x 1
Solução. Observe que esta função não está definida para x 1 , então, fazendo os
valores de x se aproximarem de 1 , tanto pela esquerda, quanto pela direita, pode-se construir a
TABELA 2. Logo em seguida, tem-se o gráfico cartesiano da função.
TABELA 2 8
x 0,9 0,99 0,999 0,9999 1 1,0001 1,001 1,01 1,1
FIGURA 2
x2 1
2 quando x 1 (por ambos os lados)
x 1
9
Logo, pode-se escrever:
x2 1
lim 2
x1 x 1
x
lim
x0 x 1 1
Solução. Esta função não está definida para x 0 , então, fazendo os valores de x se
aproximarem de 0 , tanto pela esquerda, quanto pela direita, pode-se construir a TABELA 3.
TABELA 3
x 0,01 0,001 0,0001 0,00001 0 0,00001 0,0001 0,001 0,01
para x 0 . ≠ 10
FIGURA 3
x
2 quando x 0 (por ambos os lados)
x 1 1
x
lim 2
x1 x 1 1
O limite dado pela equação 1.1 é chamado comumente de limite bilateral porque
requer que os valores de f x fiquem cada vez mais de L quando x tende a p por qualquer
lado. Porém, algumas funções apresentam comportamentos diferentes em cada um dos lados de
um ponto p .
exemplos anteriores. O que importa é como f está definida nas proximidades do ponto p .
x 1 se x 0
f x
x 1 se x 0
FIGURA 4
realidade são iguais a 1 para esses valores) e, quando x se aproxima de 0 pela direita, os
Se f x L quando x p
Pode-se escrever:
lim f x L (1.2)
x p
Se f x L quando x p
Pode-se escrever:
lim f x L (1.3)
x p
x
Para a função f x nas proximidades de 0 , tem-se:
x
x x
1 quando x 0 e 1 quando x 0
x x
Podendo-se escrever:
x x 13
lim 1 (limite lateral à esquerda) e lim 1 (limite lateral à direita), logo
x0 x x0 x
x
se pode concluir que não existe o limite lim .
x 0 x
x 2 1 se x 1
f x
2 x 1 se x 1
Solução. A função é definida por partes, isto é, a função tem duas leis de formação.
Para o intervalo ,1 , a função se comporta como uma função polinomial de expressão
14
f x 2 quando x 1
f x 1 quando x 1
Então, pode-se escrever:
Como os limites laterais são diferentes não existe, o limite de f quando x tende a 1 ,
15
isto é:
TABELA 4
x -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 0 0,0001 0,001 0,01 0,1
16
lim f x ou lim f x
x p x p 17
f x quando x p ou f x quando x p
Então, escreve-se: ∞
lim f x ou lim f x
x p x p
1
Logo o comportamento da função f x nas proximidades de 0 pode ser
x
resumido da seguinte forma:
1 1
quando x 0 e quando x 0
x x
1 1
Daí tem-se: lim e lim
x p x x p x
18
FIGURA 8
1 1
lim e lim
x p x p x p x p
1 1
lim e lim
x p x p x p x p
2 2
1
lim
x p x p 2
1 1
lim e lim
x p x p x p x p
2 2
direita. ∞
1
Novamente, considera-se a função f x , mas agora para valores de x que
x
estão bem distantes da origem. Fazendo x crescer e decrescer sem limitação, pode-se construir
a TABELA 5.
TABELA 5
x -10000 -1000 -100 -10 10 100 1000 10000
É evidente, a partir da tabela 1.5 e pelo gráfico da função (ver FIGURA 6), que à
1
medida que os valores de x decrescem sem limitação, os valores de f x são negativos,
x
mas aproximam-se muitíssimo de 0 ; analogamente, à medida que os valores de x crescem
1
sem limitação, os valores de f x são positivos, mas aproximam-se muitíssimo de 0 .
x
f x L quando x
f x L quando x
1
Logo, podem-se descrever os comportamentos limitantes da função f x da
x
seguinte forma:
1 1
lim 0 e lim 0
x x x x
função f x se f x L , quando x ou x .
∞
x
Exemplo Resolvido 1.1.5. De acordo com o gráfico da função f x
x 1
apresentado na FIGURA 9 determine os limites no infinito.
FIGURA 9
22
Solução. De acordo com o gráfico da função (ver FIGURA 9) tem-se que à medida que
x cresce sem limitação f x se aproxima cada vez mais de 1 , isto é:
x
1 quando x
x 1
x
Concluindo que lim 1
x x 1
x
Concluindo que lim 1
x x 1
23
x
A reta y 1 é a assíntota vertical do gráfico da função f x .
x 1
ou x ; ou seja: ∞
f x quando x ou f x quando x
Então, escreve-se:
lim f x ou lim f x
x x
x ou x ; ou seja: ∞
f x quando x ou f x quando x
Então, escreve-se:
lim f x ou lim f x
x x
1.2 LIMITES: TÉCNICAS PARA CALCULAR
1 1
(7) lim (8) lim
x0
x
x0 x
1 1
(9) lim 0 (10) lim 0
x x x x
FIGURA 10
(função recíproca).
Teorema 1.2.2. Suponha que lim representa um dos limites lim , lim , lim ,
x p x p x p
25
f x lim f x L1
(3) lim se L2 0 .
g x lim g x L2
Corolário 1.2.2.1. Suponha que lim representa um dos limites lim , lim ,
x p x p
então:
L1 L2 ... Ln
Determine:
g x
(a) lim g x f x (b) lim
x2 x 2 h x f x
26
(d) lim f x g x h x
2
(c) lim f x g x
2 2
x2 x2
g x lim g x lim g x
x 2 x 2 4 2
lim
x 2 h x f x lim h x f x lim h x lim f x 0 3 3
x 2 x 2 x 2
2 2
lim f x lim g x 4 2 32 5
x2 x2
Solução (d). Inicialmente, aplica-se a propriedade (1) do teorema 1.2.2 e, em seguida,
aplicam-se nas parcelas as propriedades (2) e (5), respectivamente, do referido teorema.
2
lim f x lim g x lim h x
x2 x2 x2
4 3 0 12
2
1 1
(a) lim (b) lim
x x n x x n
n n
1 1 1
lim n lim lim 0
x x x x x x
n n
1 1 1
lim n lim lim 0
x x x x x x
1
lim 0 (1.5)
x x n
1
lim 0 (1.6)
x x n
Corolário 1.2.2.2. Suponha que lim representa um dos limites lim , lim , lim
x p x p x p
28
, lim ou lim . Se existirem L lim f x e k um número real, então:
x x
Ou seja, em outras palavras, o que o corolário afirma é que: um fator constante pode
ser movido por meio do símbolo de limite.
k k
(a) lim (b) lim
x x n x x n
k 1 1
lim lim k n k lim n k 0 0
x x n x x x x
k 1 1
lim lim k n k lim n k 0 0
x x n x x x x
Dos exemplos resolvidos 1.2.2 e 1.2.3 podem-se escrever as seguintes fórmulas,
sendo k uma constante real qualquer.
k
lim 0 (1.7)
x x n
k 29
lim 0 (1.8)
x x n
3
x2
Exemplo Resolvido 1.2.4. Encontre o valor do limite lim 3x 2 x 3x 9 .
2
Solução. Inicialmente, pode-se expressar este limite como a soma de limites, corolário
1.2.2.1. Em seguida, aplica-se a propriedade do corolário 1.2.2.2 nas parcelas e depois a
propriedade (5) do teorema 1.2.2.
x2
x2
x2
lim 3x3 2 x 2 3x 9 lim 3x3 lim 2 x2 lim 3x lim 9
x2 x2
x2
x2
3 lim x3 2 lim x2 3 lim x lim 9
x2 x2
3 lim x 9
3 2
3 lim x 2 lim x
x2 x2 x2
3 2 2 2 3 2 9 1
3 2
1
Exemplo Resolvido 1.2.5. Encontre o valor do limite lim .
x2
3x3 2 x 2 3x 9
Solução. Inicialmente, usa-se a parte (3) do teorema 1.2.2 e, em seguida, a parte (4)
do mesmo teorema.
1 lim 1
x2
lim
x2
3x3 2 x 2 3x 9 lim 3x3 2 x 2 3x 9
x2
1 1 30
1
lim 3x3 2 x 2 3x 9
x2
1
Nos exemplos vistos anteriormente, pode-se ver que o cálculo de limites resume-se à
aplicação das propriedades vistas no teorema 1.2.2 e de seus corolários, 1.2.2.1 e 1.2.2.2, para
reduzir este limite aos limites básicos dados no teorema 1.2.1. Porém em muitos casos este
cálculo pode tornar-se exaustivo e repetitivo, então, em seguida, serão apresentados teoremas
que tornam estes cálculos mais rápidos e diretos.
xc xc
lim p x lim a0 a1x ... an x n p c (1.10)
Prova.
lim p x lim a0 a1x ... an x n
xc xc
lim a0 lim a1x ... lim an x n
xc xc xc
3
x3
Exemplo Resolvido 1.2.6. Calcule lim x 3x 2 x 4 .
2
31
x3
lim x3 3x 2 2 x 4 3 3 3 2 3 4 27 27 6 4 2
3 2
2 x 2 3x 4
Exemplo Resolvido 1.2.7. Calcule lim .
x1 x3 4 x 2 1
lim
2 x 2 3x 4
lim 3
2 x 2 3x 4
x1
lim 2 x 2 3x 4 1 1
x1 x3 4 x 2 1 x1 x 4 x 2 1 lim x 3
4 x2 1 4 2
x1
n
O intuito agora é definir como se comporta a função polinomial da forma x para
n 1 , 2 , 3 , 4 , ... , quando x e x . A FIGURA 11 apresenta os gráficos para
os casos particulares em que n 2 , 3 e 4 , respectivamente, e os seus limites no infinito. ∞
FIGURA 11
32
lim x n (1.11)
x
se n par
lim x n (1.12)
x se n ímpar
se k 0
lim kx n k lim x n
x x se k 0
Solução (b).
se k 0 33
(i) lim kx k lim x
n n
n par
x x se k 0
se k 0
(ii) lim kx k lim x
n n
n ímpar
x x se k 0
Teorema 1.2.4. Um polinômio se comporta como seu termo de maior grau quando
x ou x . ∞
lim a0 a1x ... an x n lim an x n
x x
(1.13)
(
lim a0 a1x ... an x n lim an x n
x x
(1.14)
(
x
(a) lim 5 x 4 x x 12
3 2
x
3
(b) lim x 3x 3x
4 5
Solução (a). Como o polinômio se comporta como seu termo de maior grau, tem-se:
lim 5x3 4 x 2 x 12 lim 5x3
x x
Solução (b). Como o polinômio se comporta como seu termo de maior grau, tem-se:
1 3 3 3
lim x3 x 4 x5 lim x5
x 2 5 7 x 7
Uma função racional é uma razão entre dois polinômios, ou seja, é uma função do tipo
f x f x
com g x 0 . Neste caso, há três métodos para se calcular o limite lim ,
g x x p g x
Se lim g x 0 , então, usa-se o fato de que o limite da razão é a razão dos limites, 34
x p
ou seja: ≠
f x x p f p
lim f x
lim (1.15)
x p g x lim g x g p
x p
f x
Em outras palavras se lim g x 0 , o limite lim deve ser calculado por
x p x p g x
substituição direta.
2 x3 7
Exemplo Resolvido 1.2.10. Ache lim 2 .
x 2 x 3
Solução. Como lim x 3 1 0 , então o limite deve ser calculado por
2
x2
2 x3 7 2 2 7
3
lim 2 9
x 2 x 3
2
2
3
x 1
Exemplo Resolvido 1.2.11. Calcule lim 3 .
x2 2x 4
Solução. Inicialmente, tem que ser usado o fato de que o limite da raiz cúbica é a raiz
cúbica do limite, ou seja:
x 1 3 x 1
lim 3 lim
x2 2x 4 x2 2 x 4
35
Agora se calcula o limite da função racional e devido ao fato de que
lim 2 x 4 8 0 , então:
x2
x 1 2 1 1
lim
x2 2 x 4 2 2 4 8
Logo,
x 1 3 x 1 3 1 1
lim 3 lim
x2 2x 4 x2 2 x 4 8 2
f x x p F x lim F x
lim lim (1.16)
x p g x x p x p G x x p G x
x2 9
Exemplo Resolvido 1.2.12. Calcule lim .
x3 x 3
x3
2
x3
Solução. Como lim x 3 0 e lim x 9 0 , então, há um fator comum
x 3 , logo,
x2 9 x 3 x 3 lim x 3 6
lim
x3 x 3
lim
x3 x 3 x3
36
x3 1
Exemplo Resolvido 1.2.13. Calcule lim .
x1 2 x x 1
2
x1
Solução. Como lim 2 x 2 x 1 0 e lim
x1
x 1 0 , então, há um fator
3
comum x 1 , logo:
lim
x3 1
lim
x 1 x2 x 1
lim
x2 x 1
x1 2 x x 1 x1 x 1 2 x 1 x1 2 x 1
2
Tem-se uma nova função racional, assim, deve-se verificar se o limite do denominador
é igual a zero ou não. Como lim 2 x 1 3 , então, o limite deve ser calculado por
x1
substituição direta.
x 2 x 1 1 11 3
2
lim 1
x1 2 x 1 2 1 1 3
f x
Se lim g x 0 e lim f x 0 , então, lim é ou , ou de um
x p x p x p g x
lado e do outro , ou vice-versa. Neste caso, devem-se calcular os limites laterais e
f x
para isso deve-se analisar o sinal da expressão nas proximidades do ponto x p . ∞
g x
x
Exemplo Resolvido 1.2.14. Calcule lim .
x2 x 2
limites laterais. Sabe-se que os limites laterais são do tipo , então resta saber o sinal. ∞ 37
x
x 2 0 e como nas proximidades de x 2 tem-se x 0 , então, tem-se que 0.
x2
Daí pode-se concluir que:
x
lim
x2 x2
x
como nas proximidades de x 2 tem-se x 0 , então, tem-se que 0 . Daí pode-se
x2
concluir que:
x
lim
x2 x2
Um modo mais prático de resolver estes limites é por meio da análise do sinal da
x
expressão , que é dado pela FIGURA 12:
x2
FIGURA 12
38
x x
lim e lim .
x2 x2 x2 x 2
3x
Exemplo Resolvido 1.2.15. Calcule lim .
x0 x 1 2x 1
2
3x x2 1 2 x 1 3x x2 1 2 x 1
x2 1 2 x 1
2 2
x2 1 2x 1
39
3x x2 1 2 x 1 3x x2 1 2 x 1
x 2x
2
x x 2
3 x2 1 2 x 1
x2
Logo, tem-se:
lim
3x
lim
3 x2 1 2 x 1
x0 x2 1 2 x 1 x0 x2
direta, isto é:
lim
3 x2 1 2 x 1 3 0 2 1 2 0 1
3 2 3
x0 x2 02 2
Então, tem-se:
3x
lim 3
x0 x2 1 2 x 1
Para se calcular os limites no infinito de uma função racional devem-se dividir
numerador e denominador pela potência mais alta de x que aparece no denominador, logo
1
todas as potências de x tornam-se constantes ou potências de .
x
40
3x 5
Exemplo Resolvido 1.2.16. Calcule lim .
x 4 6 x
5 lim 3 5
3
3x 5 x x x 30 3 1
lim lim
x 4 6 x x 4
6 lim 6 0 6 6
4 2
x x x
3x 2 2 x 5
Exemplo Resolvido 1.2.17. Encontre lim .
x 5 x3 7 x 2 x 1
3
Solução. Divide-se numerador e denominar por x , então:
3 2 5
2 3
3x 2 x 5
2
x x x
lim 3 lim
x 5 x 7 x x 1 x
2 7 1 1
5 2 3
x x x
3 2 5
lim 2 3
x x x x 0 0 0 0 0
7 1 1 5000 5
lim 5 2 3
x x x x
Outra maneira de se resolver estes limites é considerando o fato de que, como uma
função racional é uma razão entre dois polinômios e como o polinômio se comporta como seu
41
f x a0 a1x ... an x n an x n
lim lim lim (1.17)
x g x x b b x ... b x m x b x m
0 1 m m
f x a0 a1x ... an x n an x n
lim lim lim (1.18)
x g x x b b x ... b x m x b x m
0 1 m m
7 x 4 2 x3 5 x 2
Exemplo Resolvido 1.2.18. Encontre lim .
x x3 6 x 2 8 x 13
7 x 4 2 x3 5 x 2 7 x4
lim lim lim 7 x
x x3 6 x 2 8 x 13 x x3 x
2 3x 2 3x
(a) lim (b) lim
x x
x2 1 x2 1
Em ambos os itens seria mais prático manipular a função de forma que as potências de
x se tornem potências de 1 x . Pode-se conseguir isto em ambos os termos dividindo-se
42
Solução (a). Dividindo, então, numerador e denominador por x , tem-se:
2 3x
2 3x x
lim lim
x x
x 1
2
x2 1
x
2 3x 2 2 2
3 lim 3 lim 3
lim
x
lim x
x x x x 3 3
x
x 1
2 x 1 1 1 1
1 2 lim 1 2 lim 1 2
x x x x
x x
2 3x
2 3x x
lim lim
x x
x 1
2
x2 1
x
43
No caso de limite de funções definidas por partes, devem-se calcular separadamente
os limites laterais e verificar a existência do limite bilateral (ver teorema 1.1.1).
2 x 1 se x 1
Exemplo Resolvido 1.2.20. Seja f x , então calcule, caso
x 2
4 x se x 1
exista, lim f x .
x1
Solução. Como a função é definida por parte devem-se calcular os limites laterais.
Logo:
x1
x1
lim f x lim x 2 4 x 1 4 1 3
2
44
Solução. Como a função é definida por parte devem-se calcular os limites laterais.
x2 x2
lim g x lim x3 3x 2 1 2 3 2 1 3
3 2
lim g x lim
x2 x2
x 2 lim x 2 2 2 2
x2
2 x 1 se x 0
Exemplo Resolvido 1.2.22. Seja a função f x x 2 1 se 0 x 2 .
2
x 1 se x 2
2
lim f x lim x 2 1 1
x 0 x 0
45
lim f x lim x 2 1 3
x 2 x 2
e
x2
lim f x lim 1 3
x 2 x 2 2
A definição de limite dada na seção 1.1 deste módulo foi baseada na intuição de como
46
o significado dos valores de uma função fica cada vez mais próximo de um valor limitante.
Porém, esta definição é muito imprecisa e inadequada para alguns propósitos, logo se torna
necessária uma definição mais precisa de um ponto de vista matemático.
FIGURA 13
FIGURA 14
47
Fazendo x aproximar-se cada vez mais de p , por qualquer um dos lados, tem-se
que logo x estará no intervalo x0 , x1 ; quando isto ocorre, o valor de f x estará entre
f x L , L .
FIGURA 15
48
Definição 1.3.1 (1ª versão preliminar). Seja f x uma função definida em todo x
de algum intervalo aberto que contenha o número p , com a possível exceção de que f x
lim f x L (1.19)
x p
L f x L (1.20)
esquerda. Então, para muitos fins é preferível ter um intervalo com a mesma distância de p .
FIGURA 16
Definição 1.3.2 (2ª versão preliminar). Seja f x uma função definida em todo x
de algum intervalo aberto que contenha o número p , com a possível exceção de que f x
50
L f x L (1.22)
f x L
expressa como: 0 x p ≠
Definição 1.3.3 (versão final). Seja f x uma função definida em todo x de algum
intervalo aberto que contenha o número p , com a possível exceção de que f x não precisa
lim f x L (1.23)
x p
51
Solução. Deve-se mostrar que dado qualquer número positivo , pode-se encontrar
um número positivo tal que:
2 x 5 1 se 0 x 3
Simplificando, tem-se:
2 x 6 se 0 x 3
2 x 2 se 0 x 3
2 x 3 se 0 x 3
2 x 3 se 0 x 3
x 3 se 0 x 3 , logo fica evidente que .
2 2
Solução. Deve-se mostrar que dado qualquer número positivo , pode-se encontrar
um número positivo tal que:
4 3x 2 se 0 x 2
6 3x se 0 x 2
3 x 2 se 0 x 2
3 x 2 se 0 x 2 52
3 x 2 se 0 x 2
x2 se 0 x 2 , logo fica evidente que .
3 3
Solução. Deve-se mostrar que dado qualquer número positivo , pode-se encontrar
um número positivo tal que:
7 x 12 5 se 0 x 1
7 x 7 se 0 x 1
7 x 1 se 0 x 1
7 x 1 se 0 x 1
x2 se 0 x 1 , logo fica evidente que .
7 7
O valor de não é único, ou seja, uma vez encontrado um valor de que preenche
as condições da definição 1.3.3, então, qualquer 1 0 , menor que , também satisfaz estas
53
f x L se 0 x p 1
Exemplo Resolvido 1.3.4. Prove que lim x 1 2 .
x1
2
Solução. Deve-se mostrar que dado qualquer número positivo , pode-se encontrar
um número positivo tal que:
x 1 2 se 0 x 1
2
x 2 1 se 0 x 1
x 1 x 1 se 0 x 1
ou
x 1 se 0 x 1
x 1
mas não de x 1 .
Para contornar isto, pode-se fazer uma restrição quanto ao valor de , ou seja,
escolhendo tal que 1, tem-se:
x 1 1 1 x 11 0 x 2 1 x 1 3
54
O que implica:
x 1 3
Resultando:
x 1 se 0 x 1
3
Assim, pode-se tomar (ou menos), sujeito à restrição 1. Ou seja, pode-se
3
obter isto tomando como o mínimo entre e 1 , escrito como min ,1 .
3 3
lim f x L (1.25)
x
f x L se x N (1.26)
FIGURA 17
55
17; quando isto ocorrer, os valores de f x estarão entre L e L , marcado pela faixa
lim f x L (1.27)
x
f x L se x N (1.28)
FIGURA 18
56
18; quando isto ocorrer os valores de f x estarão entre L e L , marcado pela faixa
1
Exemplo Resolvido 1.3.5. Prove lim 0 .
x x
1
0 se x N
x
1
se x N
x
Como x , então, x 0 e podem-se eliminar os valores absolutos nas
1
se x N
x
57
Ou seja,
1
x se x N
1
Então, é evidente que N .
lim f x (1.29)
x p
f x M se 0 x p (1.30)
FIGURA 19
58
da FIGURA 19; quando isto ocorrer, os valores de f x serão maiores do que M , marcado
lim f x (1.31)
x p
FIGURA 20
59
da FIGURA 20; quando isto ocorrer, os valores de f x serão menores do que M , marcados
1
Exemplo Resolvido 1.3.6. Prove que lim .
x0 x 2
Ou simplificando:
1
x2 se 0 x 60
M
1 1 1
Mas, x 2 x , logo .
M M M
1.4 CONTINUIDADE
61
lim f x .
x p
neste caso existe lim f x L . Isto se deve ao fato de a função não ser definida em x p ,
x p
apresenta uma descontinuidade neste ponto. Isto se deve ao fato da imagem de p ser diferente
infinita.
Da análise dos gráficos da FIGURA 21 pode-se chegar à conclusão que, para uma
função não ser descontínua em x p , é necessário que a função seja definida em x p ,
que lim f x f p .
x p
Exista f p .
Exista lim f x L .
x p
lim f x L f p
x p
A definição seguinte resume estas três condições em uma única, que engloba as
demais.
x3 1 x3 1 63
se x 1 se x 1
(a) f x x 1 (b) g x x 1
1 se x 1 3 se x 1
valor do limite,
x3 1
lim f x lim
x1
lim x 2 x 1 3
x1 x 1 x1
e como lim f x 3 1 f 1 , tem-se que f é descontinua em x 1 .
x1
valor do limite,
x3 1
lim g x lim
x1
lim x 2 x 1 3
x1 x 1 x1
e como lim g x 3 g 1 , tem-se que g é continua em x 1 .
x1
64
Solução. Tem-se que h 1 1 , logo se verifica a existência de lim h x .
x1
Como a função é definida por partes, então, para que lim h x exista é necessário
x1
lim h x lim x 2 2 x 1
x1 x1
1
lim h x lim 1
x1 x1 2 x 1
2 x 1 se x 2
(a) g x 2 se x 2 p 2
2
x x 1 se x 2
x3 x 1 se x 1
(b) h x p 1
x x se x 1
2
Solução (a). A função é definida em x 2 , ou seja, g 2 2 .
A função é definida por partes, o que torna necessário o cálculo dos limites laterais
para verificar a existência do limite bilateral. Então:
lim g x lim x 2 x 1 3
x2 x2
65
e
lim g x lim 2 x 1 3
x2 x2
Neste exemplo, para tornar a função contínua em x 2 basta admitir que a função
lim h x lim x3 x 1 1
x1 x2
e
lim h x lim x 2 x 0
x1 x1
como lim h x 1 0 lim h x lim h x .
x1 x1 x1
Logo, a não existência do limite garante a descontinuidade em x 1 .
Neste exemplo, não há o que ser feito para tornar a função contínua em x 1 , ou
seja, a função é sempre descontínua neste ponto. Este tipo de descontinuidade é chamado de
descontinuidade essencial.
66
Teorema 1.4.1. Os polinômios são contínuos em toda parte.
p x a0 a1x ... an x n
lim p x p c
xc
x se x 0
x
x se x 0
contínua em ,0 0, . ∞
lim x lim x 0
x0 x0
toda parte.
(a) f g é contínua em x p .
(b) f g é contínua em x p .
é contínua em x p se g p 0 .
f
(c) ≠ ±
g
lim g x g p .
x p
68
Logo, a função é contínua em x p .
contínua em x p .
69
Corolário 1.4.2.2. Uma função racional é contínua em toda parte, exceto nos pontos
onde o denominador for zero.
x2 x
Exemplo Resolvido 1.4.5. Prove que a função f x é contínua em
x 4 7 x 2 1
toda parte.
Solução. De acordo com o corolário 1.f4.2.2 uma função racional é contínua, exceto
nos pontos onde o denominador é zero. Logo, para mostrar a função f basta indicar que o
denominador nunca é zero, isto é, que a equação não tem solução:
x 4 7 x 2 1 0
z 2 7 z 1 0
Dando:
70
7 45 7 45
z1 e z2
2 2
7 45 7 45
x12 e x2 2
2 2
Pode-se concluir que a equação x 4 7 x 2 1 0 não tem solução real, o que implica
x2 x
que a expressão não apresenta zeros no denominador, consequentemente a
x 4 7 x 2 1
função f é contínua em toda parte.
Teorema 1.4.3. Suponha que lim simboliza um dos limites lim , lim , lim ,
x p x p x p
lim f g x f L (1.34)
Isto é,
Corolário 1.4.3.1.
71
(a) Se a função g for contínua em p e a função f for contínua em g p , então
fog é contínua em p .
(b) Se a função g for contínua em toda parte e a função f , também, for contínua em
Prova (a). Para provar que a função fog é contínua em p , basta provar que o valor
(a) f é contínua em a, b .
72
FIGURA 23
f b forem diferentes de zero e tiverem sinais opostos, então há, no mínimo, um número c no
73
FIGURA 24
a prova.
f 0 0 0 11 0
3
74
f 1 1 1 1 3 0
3
f 0 0 0 11 0
3
negativo e f 0 é positivo, tem-se pelo Teorema de Bolzano que a função f apresenta pelo
Para todo x de algum intervalo aberto que contenha o ponto p , com a possível
exceção que a desigualdade não precisa ser válida em x p . Se,
75
Então:
lim f x L (1.38)
x p
FIGURA 25
lim g x lim 1 4 x x 2 5
x2 x2
e
lim h x lim x 2 4 x 9 5
x2 x2
então, pelo teorema do confronto tem-se que:
lim F ( x) 5
x2
Do teorema 1.5.2 pode-se concluir que as funções seno e cosseno são contínuas em
toda parte e as demais funções trigonométricas são contínuas em todos os pontos em que elas
são definidas.
Prova (a). Para se provar que lim senx senp , basta provar que
x p
Da trigonometria tem-se:
x p x p x p x p
0 senx senp 2sen cos 2cos sen
77
2 2 2 2
x p x p x p
mas como sen e 2cos 2
2 2 2
Logo,
x p
0 senx senp 2 0 senx senp x p
2
lim senx senp 0 e, portanto, lim senx senp 0 o que completa a prova.
x p x p
(a) lim
sec x
2
(b) lim cos x 1
x
x
4
Solução (a).
2
2
2
2
lim sec x lim sec x sec
2
2
4
x x
4 4
78
Solução (b).
x 2
Exemplo Resolvido 1.5.3. Encontre o limite lim sen .
x 4
x 2 2
x 2 x2 1 2
lim sen 2 sen lim 2 sen lim sen
x2 x 4 x2 x 4 x2 x 2 4 2
x2 x2 1
Obs.:
x 2 4 x 2 x 2 x 2
sec3 x 8
Exemplo Resolvido 1.5.4. Encontre o limite lim .
x
sec x 2
3
sec3 x 8 sec x 2 sec x 2sec x 4
2
sec2 x 2sec x 4
sec x 2 sec x 2
Então:
sec3 x 8
lim
x
sec x 2 x
x
lim sec2 x 2sec x 4 lim s ec 2 x 2sec x 4
3 3 3
x
2
lim sec x lim 2sec x lim 4
x
x
79
3 3 3
2
2
lim sec x 2 lim sec x 4 sec 2 sec 4
x
3 3
x 3
3
2 2 2 4 12
2
senx 1 cos x
(a) lim 1 (b) lim 0
x0 x x0 x
80
FIGURA 27
1
O setor circular OBC tem uma área igual: AOBC x.
2
1
O triângulo retângulo ODC tem uma área igual: AODC tgx . 81
2
1 1 1
senx x tgx senx x tgx
2 2 2
x 1 senx
1 1 cos x
senx cos x x
Logo, como lim 1 1 e lim cos x 1 , então, pelo teorema do confronto, pode-
x0 x0
senx
se chegar à conclusão que lim 1 .
x0 x
Prova (b). Para esta prova usa-se o resultado da parte (a) do teorema 1.5.3, a
Solução.
senx
Como tgx , então: 82
cos x
senx
senx x x0 x
lim
tgx senx 1
lim lim lim 1
x0 x x0 x cos x x0 cos x lim cos x cos 0
x0
Corolário 1.5.3.1.
sen x 1 cos x
(a) lim 1 (b) lim 0
x0 x x0 x
Prova (a). Para provar este limite, basta fazer uma substituição da forma u x . Se
sen x senu
lim lim 1
x0 x u 0 u
sen 4 x
(a) lim (b) lim x cot g 5 x
x0 sen 3 x x0
1
Solução (a). Para resolver este limite, multiplica-se denominador e numerador por .
x
Então, tem-se:
1
cos 5 x 5 cos 5 x
x cot g 5 x x
sen 5 x sen 5 x
5x
Então:
1 1 1
5 cos 5 x 5 lim cos 5 x
1
lim x cot g 5 x lim
x0
5
x0 sen 5 x
x0
lim sen 5 x 1 5
5x x0 5 x
senx
Exemplo Resolvido 1.5.7. Determine o valor do limite lim .
x x
caso, deve-se fazer uma substituição de modo que se possa usar um dos limites fundamentais
da trigonometria.
f x M (1.39)
FIGURA 28
x a, b .
85
1
Exemplo Resolvido 1.5.8. Prove que lim xsen 0 .
x0 x
Solução. Para prova deste limite deve-se recorrer ao teorema do confronto. Como a
função seno é uma função limitada (ver definição 1.5.1), tem-se:
1
1 sen 1
x
1
x xsen x
x
1
concluir que: lim xsen 0 .
x0 x
de f , contendo p , e M 0 , então:
1
Exemplo Resolvido 1.5.9. Prove lim 2 x cos 0.
x 2x
2
86
2 x se x 2
2x
2 x se x 2
Tem-se que:
lim 2 x lim 2 x 0
x x
2 2
lim 2 x lim 2 x 0
x x
2 2
1
Então, pode-se concluir que lim 2 x 0 . Como cos é limitada em
x 2x
2
1
qualquer intervalo aberto contendo , isto é 1 cos 1 , assim, pelo teorema
2 2x
1
1.5.4 tem-se que lim 2 x cos 0.
x 2x
2
2 A DERIVADA
Muitos fenômenos físicos envolvem grandezas que variam, como por exemplo, a
velocidade de um foguete, a inflação da moeda, a contaminação de um rio, a temperatura da
água do mar e assim por diante. Por isso, o conceito de derivada é tão importante, sendo a
ferramenta matemática usada para estudar taxas nas quais as grandezas físicas variam.
Observa-se informalmente que, traçada uma reta secante por dois pontos distintos P e
Q sobre uma curva y=f(x), e se for admitido que Q move-se ao longo da curva em direção a P,
então, pode-se esperar uma rotação da reta secante em direção a uma posição limite, a qual
pode ser considerada como a reta tangente à curva no ponto P (ver FIGURA 29).
FIGURA 29
f x f p
mtg lim (2.1)
x p x p
88
mtg lim
f x f 1
lim
x 2 2 x 3
lim
x2 2 x 3
x1 x 1 x1 x 1 x1 x 1
x 3 x 1 lim
mtg lim x 3 4
x1 x 1 x1
A fórmula dada pela equação 2.1 pode ser escrita de uma forma diferente, isto é, se for
introduzida uma nova variável h=x - p, então, tem-se que x= p+h e, consequentemente, h -> 0
quando x -> p. Logo a equação 2.1 assume a seguinte forma:
f p h f p
mtg lim (2.2)
h0 h
A partir da geometria analítica tem-se que a forma ponto-inclinação de uma reta que
passa pelo ponto P x0 , y0 e tem inclinação m é dada por:
y y0 m x x0 (2.3)
Definição 2.1.2 Sendo P(p, f(p)) um ponto do gráfico da função f, então a equação da
reta tangente ao gráfico de f em P é dada por:
y f p mtg x p (2.4)
89
Exemplo Resolvido 2.1.2. Encontre a equação da reta tangente ao gráfico da função
f(x)=x³ - x² + 1 no ponto onde x=2.
f 2 h f 2
mtg lim
h0 h
h3 5h2 8h 5 5 h3 5h 2 8h
mtg lim
h0 h
lim
h0 h h0
lim h2 5h 8 8
y f 2 mtg x 2
y 5 8 x 2 y 8x 11
Em geral, a inclinação da reta tangente ao gráfico da curva y=f (x) dependerá do ponto
x no qual a inclinação está sendo calculada; logo, a inclinação é uma função de x.
f x h f x
mtg lim
h0 h
90
Como f x h x h 1 x 2 xh h 1 , então:
2 2 2
x 2 2 xh h2 1 x 2 1 2 xh h2
mtg lim lim lim 2 x h 2 x
h0 h h0 h h0
Assim, poderá ser usada a fórmula geral mtg 2 x para calcular a inclinação da reta
Em muitas situações tem uma importância maior que a própria reta tangente e usa-se
a notação f ´( p ) para indicá-la chamando-a de derivada de f aplicada em um ponto p.
f x f p
f ' p lim (2.6)
x p x p
Se este limite existir, então a função é dita derivável ou diferenciável em x=p e p é dito
ser um ponto de diferenciabilidade de f, por outro lado, se este limite não existe então se diz que
p é um ponto de não diferenciabilidade de f. A derivada de f aplicada em x=p também pode ser
escrita na forma alternativa:
f p h f p
f ' p lim (2.7) 91
h0 h
Definição 2.1.4. Sendo P(p, f (p)) um ponto do gráfico da função f, então a equação da
reta tangente ao gráfico de f em P é dada por:
1
y f p x p (2.9)
f ' p
f x f 0 senx 0 senx
f ' 0 lim lim lim 1
x0 x0 x0 x x0 x
1 1
y f 0 x 0 y x y x
f ' 0 f ' 0
f x h f x
f ' x lim (2.10)
h0 h
1
(a) g x x (b) h x
x
g x h g x xh x
g ' x lim lim
h0 h h0 h
x h x x h x x h x xhx 1
h h x h x h x h x xh x
Então,
xh x 1 1
lim lim
h0 h h0 x h x 2 x
1
Logo, tem-se que g ' x .
2 x
1 1 xxh
h x h h x x x h 1
lim x h x lim
1
h ' x lim lim 2 93
h0 h h0 h h0 h h0 x x h x
1
Logo, tem-se que h ' x
x2
Se f é diferenciável em todos os pontos de um intervalo aberto (a, b), então se diz que f
é diferenciável em (a, b). Isto se aplica, também, a intervalos infinitos da forma (-∞, a), (b, +∞) e
(-∞, +∞). No caso de f ser diferenciável em (-∞, +∞), se diz que f é diferenciável em toda parte.
f x f p
Para que o limite lim exista é necessário que os limites laterais
x p x p
existam e sejam iguais, isto é,
f x f p f x f p f x f p
lim lim f ' p lim
x p x p x p x p x p x p
f x f p
f ' p lim (derivada à esquerda de p )
x p x p
f x f p
f ' p lim (derivada à direita de p )
x p x p
94
Solução. Para verificar a diferenciabilidade em x=0, basta verificar a existência do
limite:
f x f 0 x
f ' 0 lim lim
x0 x0 x0 x
x x x
Como lim 1 e lim 1 , então não existe lim e consequentemente
x0 x x0 x x 0 x
Então,
f x f p
lim f x f p lim x p
x p x p
x p
f x f p
lim lim x p f ' x 0 0
x p x p x p
2 x 1 se x 1
Exemplo Resolvido 2.1.7. Seja f x 3 se x 1 , então:
2
x x 1 se x 1
Solução (a).
lim f x lim 2 x 1 3
x1 x1
lim f x lim x 2 x 1 3
x1 x1
em x=1.
Solução (b). A função é diferenciável no ponto onde x=1, se existe o limite
f x f 1
f ' 1 lim , isto é:
x1 x 1
f x f 1 2x 2 2 x 1
f ' 1 lim lim lim lim 2 2
x1 x 1 x1 x 1 x1 x 1 x1
96
e
Devido ao fato de que f ' 1 2 3 f ' 1 , então, pode-se concluir que não
f x f 1
existe f ' 1 lim e a função é dita não diferenciável em x=1.
x1 x 1
1 2 x se x 1
Exemplo Resolvido 2.1.8. Seja f x 3 se x 1 . Mostre que a função f
2
x 2 se x 1
é diferenciável em x=1.
dy d
f ' x ou f ' x f x (2.12)
dx dx
Teorema 2.2.1. A derivada de uma função constante é zero, isto é, se k for um número
real qualquer, então:
d
k 0 (2.13)
dx
d f x h f x k k
k f ' x hlim
0
lim
h0 h
lim 0 0
h0
dx h
Exemplo Resolvido 2.2.1. Se f(x)=4 para todo x, então f’(x)=0 para todo x, isto é,
d
4 0 .
dx
d n
x nx n1 (2.15)
dx
f x h f x x h x n
d n
x f ' x lim lim
dx h0 h h0 h
n n
Tem-se que: a b a b a a b ... ab
n1 n 2 n 2
bn1 , então:
x h n x n
x h n1 x h n2 x ... x h x n2 x n1
h
n fatores
Logo,
(a) f x x (b) g x x
7 12
Solução (a).
d 7
f ' x x 7 x71 7 x6
dx
Solução (b).
99
d 12
g ' x x 12 x121 12 x11
dx
d d
kf x k f x (2.16)
dx dx
g x h g x kf x h kf x
g ' x lim lim
h0 h h0 h
k f x h f x f x h f x
lim k lim kf ' x
h0 h h0 h
1
(a) p x 3x (b) q x x9
2
3
Solução (a),
d 2 d
p ' x 3x 3 x 2 3 2 x 6 x
dx dx
Solução (b).
q ' x
d 1 9 1 d 9 1 8
x
dx 3 3 dx x 9 x 3 x8
3
Teorema 2.2.5. Se f e g forem diferenciáveis em x, então f+g e f-g também o são e: 100
d d d
f x g x f x g x (2.17)
dx dx dx
d d d
f x g x f x g x (2.18)
dx dx dx
x h x f x h g x h f x g x
' x lim lim
h0 h h0 h
f x h f x g x h g x
' x lim
h0 h
f x h f x g x h g x
' x lim lim f ' x g ' x
h0 h h0 h
f1 f 2 ... f n também é, e:
d d d
f1 x ... f n x f1 x ... f n x
dx dx dx (2.19)
Prova. Análoga ao teorema 2.2.5 e pode ser feita como exercício.
101
Solução (a).
d 3 d 2 x3 d 4 x 2 d x d 12
p ' x 2 x 4 x 2
x 12
dx dx dx dx dx
p'(x)=6x²-8x+1
q(x)=(2-3x)² =4-12x+9x²
Então:
d d d d
q ' x 4 12 x 9 x 2 4 12 x 9 x 2
dx dx dx dx
q'(x)= - 12+18x
d d d
f x g x f x g x f x g x
dx dx dx (2.20)
f x h g x h f x g x h f x g x h f x g x
' x lim
h0 h
f x h f x g x h f x g x h g x
' x lim 102
h0 h
f x h f x g x h f x g x h g x
' x lim lim
h0 h h0 h
f x h f x g x h g x
' x lim lim g x h f x lim
h0 h h0 h0 h
f ' x g ' x
d d
Exemplo Resolvido 2.2.5. Prove que senx cos x e cos x senx .
dx dx
Então, calcule:
d
senx cos x .
dx
Solução.
senh 1 cosh
senx lim cos x lim senxx
h0 h h0 h
(iii) Usando os fatos obtidos nas partes (i) e (ii), pode-se, então, calcular a derivada
usando a regra do produto:
d d d
senx cos x senx cos x senx cos x
dx dx dx
d 2
dx
d
x x 2 x x3 x 2 x 2 x x3 x 2 x
dx
d
dx
2 x x3
2 x 1 2 x x3 x 2 x 2 3x 2
104
4 x 2 2 x 4 2 x x3 2 x 2 3 x 4 2 x 3 x3
5x4 4 x3 6 x 2 4 x
Este resultado poderia ter sido obtido se fosse realizado primeiramente o produto entre
os polinômios e logo em seguida derivando o resultado, isto é:
x 2
x 2 x x3 x5 x 4 2 x3 2 x 2
Daí,
d 2
dx
d
x x 2 x x3 x5 x 4 2 x3 2 x 2
dx
d 5 d 4 d d
x x 2 x3 2 x 2
dx dx dx dx
5x4 4 x3 6 x 2 4 x
d d
d f x dx
f x
g x f x g x
dx (2.21)
dx g x g x
2
f x
Prova. Define-se uma função x , então pela definição tem-se:
g x
f x h f x
x h x g x h g x
' x lim lim
h0 h h0 h
105
f x h g x f x g x h
g x h g x
' x lim
h0 h
f x h g x f x g x f x g x f x g x h
' x lim
h0 h g x h g x
f x h f x g x f x g x h g x
' x lim
h0 h g x h g x
f x h f x g x f x g x h g x
' x lim h h
h0 g x h g x
f x h f x g x
f x g x h g x
lim lim
h0 h h0 h
' x
lim g x h g x
h0
f ' x g ' x
f x h f x g x h g x
g x lim f x lim
h0 h h0 h
' x
lim g x h g x
h0
g x f ' x f x g ' x
' x
g x
2
x2 1
Exemplo Resolvido 2.2.7. Seja a função p x 2 , calcule pela definição p ´(x).
x 1
d 2 2
x 1 x 1 x 2
1
dx
d 2
x 1 2 x x
2
1 x 2
1 2 x
106
p ' x dx
x 1 x 1
2 2 2 2
2 x3 2 x 2 x3 2 x 4 x
p ' x
x x
2 2
2
1 2
1
d
Exemplo Resolvido 2.2.8. Mostre que tgx sec2 x .
dx
senx
Solução. Como tgx , pode-se calcular esta derivada pela regra do quociente
cos x
usando os resultados obtidos nas partes (i) e (ii) do exemplo resolvido 2.2.5,
d d
d senx dx
senx cos x senx cos x
d
tgx dx
dx dx cos x cos x 2
cos x cos x senx senx cos2 x sen2 x
cos2 x cos 2 x
2
1 1
sec x
2
cos x cos x
2
Teorema 2.2.8 (Regra do Recíproco). Se g é diferenciável em x, e g ( x ) ≠ 0, então
1
também é diferenciável em x, e:
g
d
g x
d 1 dx (2.22)
dx g x g x
2 107
1
Prova. Como a função é um quociente, utiliza-se o resultado do teorema 2.2.7, isto
g
é:
d d
d 1 1 g x 1 g x 0 g x 1 g ' x
g ' x
dx dx
dx g x g x
2
g x
2
g x
2
d 1
Exemplo Resolvido 2.2.9. Calcule .
dx x 2 1
d
x 2 1
d 1 dx 2 x
dx x 2 1
2 2
x2 1 x2 1
d n
x nx n1 (2.23)
dx
Exemplo Resolvido 2.2.10. Determine.
d d 1
(a) x (b)
dx dx 4 x3
108
Solução (a). A expressão x pode ser escrita na forma da seguinte forma de uma
12
potência x , logo:
1
d d 1 2 1 2 1 1 1 2 1 1
x x x x 12
dx dx 2 2 2x 2 x
1
Solução (b). A expressão pode ser escrita na forma da seguinte forma de uma
4
x3
3 4
potência x , logo:
3
d 1 d 3 4 3 4 1 3 3 3
4 3 x x x 7 4 7 4
dx x dx 4 4 4x 4
4 x7
f ' x h f ' x
f '' x lim (2.24)
h0 h
f ' x 4 x3 9 x 2 14 x 5
f ''' x 24 x 18 109
f x 24
4
f x 0
5
f x 0 n 5
n
Definição 2.3.1. Chama-se de função seno a função real de variável real que associa a
cada x real o número senx, isto é:
(2.25)
f(x)=senx
É necessário lembrar-se do fato de que quando se fala sobre senx significa o seno do
ângulo cuja medida em radianos é x. A função seno tem como domínio o conjunto dos reais e a
imagem é o conjunto [-1,1], isto é -1< senx <1. O gráfico da função seno é periódico e tem como
período 2π, sendo chamado de senoide. Este gráfico é apresentado na FIGURA 30.
FIGURA 30
110
Definição 2.3.2. Chama-se de função cosseno a função real de variável real que
associa a cada x real o número cosx, isto é:
f(x)=cosx (2.26)
111
senx
f x tgx , x k , k Z (2.27)
cos x 2
1
f x sec x , x k , k Z (2.28)
cos x 2
cos x
f x cot gx , x k , k Z (2.29)
senx
1
f x cossec x , x k , k Z (2.30)
senx
Teorema 2.3.1.
d d
(a) senx cos x (b) cos x senx
dx dx
d d
(c) tgx sec2 x (d) sec x sec xtgx
dx dx
112
d d
(e) cotgx cossec2 x (f) cossec x cossec x cot gx
dx dx
Prova (c). Para provar esta derivada deve-se recorrer à definição, isto é:
tgx tgh
d
tgx hlim
tg x h tgx
lim
1 tgxtgh
tgx
lim
tgh 1 tg 2 x
dx 0 h h0 h h0 h 1 tgxtgh
lim
tgh 1 tg x
2
lim
tgh
lim
1 tg 2 x
h0 h 1 tgxtgh h0 h
h 0 1 tgxtgh
1 1 tg 2 x sec2 x
(a) p x x 1 cot gx
2
(b) q x
x senx
1 cos x
p ' x
d 2
dx
d
x 1 cot gx x 2 1 cot gx x 2 1
dx
d
dx
cot gx
2 x cot gx x 2 1 cossec2 x
2 x cot gx x 2 cossec2 x cossec2 x
d d
d x senx dx
x senx 1 cos x x senx 1 cos x
q ' x dx 113
dx 1 cos x 1 cos x 2
1 cos x 1 cos x x senx senx 1 cos 2 x xsenx sen 2 x
1 cos x 2 1 cos x 2
1
1 cos 2 x sen 2 x xsenx
xsenx
1 cos x 2 1 cos x 2
d 2 d
(a) x tgx (b) cot g 2 x
dx dx
d 2 d 2
dx x tgx x tgx x 2
dx
d
dx
tgx 2xtgx x 2 sec2 x
Solução (b). Neste caso, pode-se expressar o termo cotg²x como o produto cot gx cot
gx, logo, pode-se usar a regra do produto.
d d d d
cot g 2
x
cot gx cot gx
cot gx cot gx cot gx cot gx
dx dx dx dx
d d d d
f ' x sen 2 x 2senx cos x 2 senx cos x senx cos x
dx dx dx x
2 cos x cos x senx senx 2 cos 2 x sen2 x 2cos 2 x
As equações das retas tangente e normal ao gráfico da função para x=0, são dadas,
respectivamente pelas equações (ver equações 2.8 e 2.9):
y f 0 f ' 0 x e y f 0
1
x
f ' 0
Como f(0)=0 e f’(0)=2, então, pode-se concluir que as equações das retas tangente e
x
normal são dadas, respectivamente, por: y=2x e y
2
x
Os gráficos da função f(x)=sen(2x) e das retas y=2x e y são mostrados na
2
FIGURA 32.
FIGURA 32
115
2
x cos se x 0
Exemplo Resolvido 2.3.4. Seja a função p x x . Verifique
0 se x 0
se p é diferenciável em x=0.
x 2 cos
p x p 0 x lim x cos
f ' 0 lim lim
x0 x x0 x x0 x
Como lim x 0 e lim cos não existe, mas cos é limitada, isto é
x0 x0 x x
1 cos 1 . Então, pode-se concluir do Teorema 1.5.4 (Módulo 1) que:
x
f ' 0 lim x cos 0
x0 x
dy dy du
(2.32)
dx du dx
2
Exemplo Resolvido 2.4.1. Se y tg x , encontre
dy
dx
.
y=tgu
dy dy du d
dx du dx du
d
tgu x 2 sec2 u 2 x 2 x sec2 u
dx
d 2
Exemplo Resolvido 2.4.2. Ache x 1 .
dx
Solução. Fazendo u=x² +1 e y u , então:
d 2 dy
x 1
dx dx
dy dy du d d 2 1 x
u x 1 2x
dx du dx du dx 2 u u
d 2 x
Mas como u=x² +1, então: x 1
dx
x2 1
d du
f u f ' u (2.33)
dx dx
11
Exemplo Resolvido 2.4.3. Determine f ´( x ) para f x x 4 x 17
3
.
d 3
11 d 11 10 du
f ' x x 4 x 17 u
dx 11 u
dx f ' u dx
d 3
3x
10 10
f ' x 11 x3 4 x 17 x 4 x 17 11 x3 4 x 17 2
4
dx
Fórmulas generalizadas de diferenciação
d n du d 1 du
u nu n1 u
dx dx dx 2 u dx
d du d du
senu cos u cos u senu
dx dx dx dx
118
d du d du
tgu sec2 u cot gu cossec2 u
dx dx dx dx
d du d du
sec u sec u tgu cossec u cossec u cotgu
dx dx dx dx
d 3
x cossec x
d
(a) cos 2 x 1 (b)
dx dx
d 2 7
(c) x 3cot gx 1
dx
Solução (a).
d d
cos 2 x 1 sen 2 x 1 2 x 1 2sen 2 x 1
dx dx
Solução (b).
3x cossec x cot gx
2
d 3
x cossec x
1 d 3
x cossec x
dx
2 x3 cossec x dx 2 x3 cossec x
Solução (c).
d 2 7 6 d 2
x 3cot gx 1 7 x 3cot gx 1
2
x 3cot gx 1
dx dx
7 2 x 3cossec2 x
d 2 7
x 3cot gx 1
dx
x
6
2
3cot gx 1 119
dy
Até o presente momento tem sido visto como uma simples notação para a
dx
dy
derivada de y=f(x). Porém, pode-se interpretar como um quociente entre dois acréscimos.
dx
Isto é, olhando para dx como um acréscimo em x, deve-se procurar interpretar o acréscimo dy
em y.
FIGURA 33
120
Sabe-se que f’(x) é o coeficiente angular da reta tangente t, no ponto (x, f(x)), ver
dy
FIGURA 33, e que f ' x . Olhando para dy como o acréscimo na ordenada da reta
dx
tangente t, correspondente ao acréscimo dx em x, tem-se:
y f x x f x
f ' x lim lim (2.36)
x0 x x0 x
Exemplo Resolvido 2.5.1. Seja a função f(x)=x³ -2x, então, escreva a sua forma
diferencial.
f '(x)=3x²-2
dy=(3x² -2)dx
Exemplo Resolvido 2.5.2. Seja a função f(x)=x² e sabendo que dx=Δx=0,01, então,
determine dy e Δy para x=2.
f (2)=(2)² = 4
dy =2xdx 122
dy =2(2)(0,01)=0,04
Exemplo Resolvido 2.5.3. O volume de uma esfera de raio R é dado pela equação:
4
V R3
3
Solução. Sendo o volume V uma função do raio R da esfera, então, a sua derivada é
dada por:
dV d 4 3 4 d 3 4
R
dR dR 3 3 dR R 3R 2 4 R 2
3
dV
Como o diferencial dV dR , então:
dR
dV =4πR²dR
123
Em muitas situações, pode ser fácil calcular um valor f(p) de uma função, mas é difícil
(ou até mesmo impossível) calcular valores próximos de f. Neste caso, pode-se usar a expressão
que define a reta tangente para calcular estes valores próximos de f.
Em outras palavras, usa-se a reta tangente t (ver FIGURA 34) em (p, f (p)) como uma
aproximação para a curva y=f(x) quando x está próximo de p. A equação da reta tangente é
dada por:
y=f(p)+f’(p)(x-p) (2.37)
E a aproximação:
f(x)≈f(p)+f’(p)(x-p) (2.38)
É denominada aproximação linear local ou aproximação pela reta tangente de f em p.
A função linear cujo gráfico é essa reta tangente, isto é:
L(x)=f(p)+f’(p)(x-p) (2.39)
124
É chamada de linearização de f em p.
Exemplo Resolvido 2.5.4. Encontre uma aproximação linear local da função f(x)=senx
em x=0.
f'(x)=cosx
L(x)=x
125
1 1
f ' x x 11 2
2 2 x 1
1 1
E assim tem-se que f 3 3 1 2 e f ' 3 , então, a
2 3 1 4
aproximação linear local é dada por:
1 1 5
L x f 3 f ' 3 x 3 2 x 3 x
4 4 4
Pode-se concluir que a linearização é dada por:
1 5
L x x
4 4
FIGURA 36
1 5
x 1 x
4 4
1 5 8,04
4,04 3,04 1 3,04 2,01
4 4 4
127
3 FUNÇÕES LOGARÍTMICAS E EXPONENCIAIS
A ideia de resolver uma equação do tipo y=f(x) para x como uma função de y, isto é
x=g(y), é uma das mais importantes ideias na matemática. Este processo é bastante simples em
muitas situações; por exemplo, usando álgebra básica, a equação:
y=x³
x 3 y
A equação y=x³ pode ser usada para calcular um valor para y se x for conhecido,
enquanto que a equação x 3 y pode ser usada para encontrar um valor para x se y for
129
O intuito nessa seção é identificar as relações que possam existir entre as funções f e
g, quando uma função y=f(x) pode ser expressa como x=g(y). Por exemplo, sendo as funções
f(x)=x³ e g y 3 y , então, quando elas são compostas em qualquer ordem, uma cancela o
g f x 3 f x 3 x3 x
f g y g y y y
3 3
3
g y y 1, y 1 são inversas.
f g y g y 1
2 2
y 1 1 y 1 1 y , para y 1
1
A função inversa pode ser denotada por f , isto é, a inversa da função f(x)=x²+1,
É muito importante entender que uma função está determinada pela relação
estabelecida entre suas entradas e saídas e não pela letra usada para a variável independente.
Ou seja, as fórmulas f(x)=x² e f(y)=y² usam variáveis independentes diferentes, porém, estas
fórmulas definem a mesma função f, pois atribuem o mesmo valor para cada entrada, como por
exemplo, em ambas as notações f (3)=9.
1
Logo, a partir de agora se expressa tanto a função f quanto a sua inversa f com a
mesma variável independente x. Usando esta notação, então, a Definição 3.1.1. pode ser escrita
da forma seguinte.
1
Definição 3.1.2. Duas funções, f e f , são ditas inversas se satisfazem as
condições:
f 1 f x x para todo x no domínio de f
f f 1 x x para todo x no domínio de f 1
(a) A inversa de f x 3x é f 1 x x .
1
3
(b) A inversa de f x x 4 é f x 3 x 4 .
3 1
f 1 f x f x 3x x
1 1
3 3
1
f f 1 x 3 f 1 x 3 x x
3
f 1 f x 3 f x 4 3 x3 4 4 3 x3 x
3 3
f f 1 x f 1 x 4 3
x4 4 x 4 4 x
Teorema 3.1.2. Se uma equação y=f(x) pode ser resolvida para x como uma função de
4x 1 5
Solução. Sendo y , x , então, basta resolver x como uma função de y 132
3x 5 3
5
para encontrar a expressão da inversa. Logo, para todo x tem-se:
3
4x 1
y
3x 5
3xy 5 y 4 x 1
3xy 4 x 1 5 y
4 x 3xy 5 y 1
5y 1
x 4 3y 5y 1 x
4 3y
5x 1 4
Logo, a inversa é dada por f 1 x , x .
4 3x 3
Solução. Para encontrar a inversa basta resolver x como uma função de y. Isto é, se:
y 5 1 x3 1
Então:
5
1 x3 y 1
1 x3 y 1
5
x3 1 y 1
5
133
x3 1 y 1 x 3 1 y 1
5 5
f 1 x 3 1 x 1
5
Teorema 3.1.3. Se f é uma função injetiva, então existe uma e somente uma função f-1
com domínio igual à imagem de f que satisfaz a equação:
f f 1 x x (3.1)
1 1
Domínio de f = Imagem de f e Imagem de f = Domínio de f
2x 1
Exemplo Resolvido 3.1.5. Mostre que a função f x , x 3 é injetiva
x3
em , 3 3, .
Solução. Para mostrar que a função é injetiva basta mostrar que se f x1 f x2 134
implica que x1 x2 .
2 x1 1 2 x2 1
x1 3 x2 3
6 x1 x2 6 x2 x1
7 x1 7 x2 x1 x2
Corolário 3.1.3.1. Se uma função f é injetiva, então, f é invertível, isto é, admite uma
1
função inversa f .
FIGURA 38
135
De acordo com a FIGURA 38, pode-se ver claramente que o gráfico em (a) representa
uma função não injetiva devido ao fato de que f x1 f x2 para x1 x2 . O gráfico em (b)
função é invertível. Geometricamente, para definir se uma função é invertível, pode-se aplicar o
seguinte teste apresentado no Teorema 3.1.3.
Teorema 3.1.3 (Teste da reta horizontal). Uma função f admite uma inversa se, e
somente se, o gráfico de f for cortado, no máximo, uma única vez por qualquer reta horizontal.
Aplicando este teste nos gráficos (a) e (b) apresentados na FIGURA 38, pode-se confirmar que a
função em (a) não é invertível, enquanto que em (b) a função é invertível.
Solução. O gráfico da função é a parábola que passa na origem (0,0), e que tem a
concavidade voltada para cima, como mostra a FIGURA 39:
FIGURA 39
136
Aplicando o teste da reta horizontal, FIGURA 39, pode-se ver claramente que a função
f (x)=x² em seu domínio não é invertível. Se (a,b) for um ponto no gráfico de y=f(x) invertível,
então, pode-se concluir que b=f(a). Isto é equivalente a afirmar que a f b , e significa que
1
137
Ou seja, da FIGURA 40 pode-se ver claramente que os pontos (a,b) e (b,a) são
reflexões sobre y=x.
reflexões um do outro em relação à reta y=x; isto é, cada um é a imagem especular do outro com
relação a y=x.
FIGURA 41
138
Então, do teorema 3.1.4 pode-se concluir que para obter o gráfico da função
Em muitas situações, uma função que não admite inversa pode passar a admitir,
apenas restringindo o seu domínio. Por exemplo, a função f (x)=x² em (- ∞,+∞) não é invertível
(ver Exemplo Resolvido 3.1.6), porém as funções g(x)=x², x>0 e h(x)=x², x<0, as quais resultam
da restrição do domínio da função f, admitem inversas.
respectivamente, por g
1
x x e h1 x x , cujos gráficos são apresentados na
FIGURA 43.
FIGURA 42
139
FIGURA 43
onde f ' f x 0 e:
1
f ' x f '
1 1
f 1
x (3.2)
d 1
arcsenx
dx cos arcsenx
cos arcsenx 1 x 2
Então, tem-se:
d 1
arcsenx
dx 1 x2
141
y sen3 x e y x x3 arctgx
Em muitos casos as funções estão definidas com equações nas quais a variável y não
está sozinha de um lado, neste caso, sempre que possível, deve-se resolver a equação como y
em função de x, isto é, isolar y em um lado da equação.
x y+y+1=x
Não está na forma y =f(x), porém ela ainda define y como uma função de x, basta
isolar y em um lado da equação, isto é,
x 1
y
x 1
Assim, se diz que a equação x y+y+1=x define y implicitamente como uma função de x,
sendo:
142
x 1
f x
x 1
Exemplo Resolvido 3.2.1. Mostre que a equação x²+y²=4 define mais do que uma
função de x.
y 4 x2 .
Então, a equação x²+y²=4 define implicitamente pelo menos duas funções, isto é, para
FIGURA 44.
FIGURA 44
143
Definição 3.2.1. Diz-se que uma dada equação nas variáveis x e y define a função f
implicitamente se o gráfico de y=f(x) coincidir com algum segmento do gráfico da equação.
Em geral, não é necessário e, muitas vezes, não é possível resolver uma equação de y
dy
em termos de x, neste caso usa-se a diferenciação implícita para encontrar .
dx
dy
Exemplo Resolvido 3.2.2. Encontre para a equação x 2 y 2 4 , y 0 .
dx
d 2
dx
x
d 2
dx
y 0
dy
2x 2 y 0 144
dx
dy x
dx y
dy x
dx 4 x2
dy
Neste caso, pode-se calcular sem haver a necessidade de usar a diferenciação
dx
implícita, isto é, resolvendo a equação x 2 y 2 4 , para y 0 , obtém-se:
y 4 x2
x
dy d
dx dx
4 x2
1 d
2 4 x 2 dx
4 x2
1
2 4 x2
2 x
4 x2
dy x
Ou seja:
dx 4 x2
dy
Exemplo Resolvido 3.2.3. Encontre para a equação x 2 seny y3 x tgx .
dx
d 2 2 d
seny y3 x y3 x tgx
d d d
x seny x
dx dx dx dx dx
dy dy
2 xseny x 2 cos y 3 y 2 x y 3 sec2 x
dx dx
x 2
cos y 3 y 2 x dy
dx
sec 2
x 2 xseny y 3
dy sec2 x 2 xseny y 3
dx x 2 cos y 3 y 2 x
3 3
Descartes de equação x³+y³=3xy no ponto , .
2 2
d 3 d
dx 3xy
3
x y
dx
d 3 d 3 d
y
d
x x 3 x y x
dx dx dx dx
dy dy
3x 2 3 y 2 3 y 3x
dx dx
y 2
x dy
dx
yx 2
dy y x 2
146
dx y 2 x
3 3
, , ou seja:
2 2
2
3 3
dy 3 3 2 2
mtg , 1
dx 2 2 3 2 3
2 2
3 3
y 1 x
2 2
3 3
y x
2 2
x y 3
d
Exemplo Resolvido 3.2.5. Encontre arcsenx , x 0, .
dx 2
Solução. Outra forma de encontrar esta derivada é por meio da diferenciação implícita,
como segue:
y=arcsenx seny=x
d d
seny x
dx dx
147
dy dy 1 dy 1
cos y 1
dx dx cos y dx 1 sen2 y
d 1
arcsenx
dx 1 x2
Solução. O balão tem a forma de uma esfera de raio R, como mostrado na FIGURA 45.
O volume da esfera é dado por:
4
V R3
3
FIGURA 45
148
Como o volume V e o raio R variam com o tempo, então, pode-se concluir que V = V (t)
4
e R=R(t), então diferenciando implicitamente a equação V R3 em relação à variável
3
tempo t , tem-se:
V R3
d d 4 dV dR
4 R 2
dt dt 3 dt dt
dR
Quando R 12 , tem-se 5 , então,
dt
dV
4 12 5 2880
2
dt
Logo, o volume está aumentando a uma taxa de 2880π centímetros cúbicos por
minuto.
Exemplo Resolvido 3.2.7. Um tanque cônico com água com o vértice para baixo tem
um raio de 10m no topo e uma altura de 24m. Se a água fluir dentro do tanque a uma taxa de
149
20m³ / min, com que taxa a profundidade da água estará crescendo quando ela tiver 12m de
profundidade?
FIGURA 46
No instante t qualquer, tem-se uma altura h e o raio r, como mostrado na FIGURA 47:
FIGURA 47
150
5
r h
12
1 25
V r 2h V h3
3 432
V h3
d d 25 25 d 3
h
dh dh 432 432 dh
dV 25 dh
h2
dt 144 dt
dh 144 dV
151
dt 25 h 2 dt
dV
Como 20 e h 12 , então:
dt
dh 144 4
20
dt 25 12 2
5
4
Logo, pode-se concluir que a taxa de aumento da altura é de m min .
5
Definição 3.3.1. Dado um número real b, tal que 0<b≠1, chama-se função exponencial
x
de base b a função f de variável real e imagem real, que associa a cada x o número b . Ou
seja:
f x bx (3.3)
Teorema 3.3.1. Se b>0 e b≠1, então:
(a) A função f x b está definida para todo valor real de x; logo o domínio natural
x
é o intervalo (-∞,+∞).
(0,+ ∞).
x y b x x y
(a) b b b
x y
(b) y b
b
x y
y 1y
(c) b bx y (d) bx bx bx y
x
a a
x
(e) ab a b
x
(f) x
x x
b b
153
logb a x b x a (3.4)
log
b
b x, x R
x
(3.6)
blogb x x, x 0
Os logaritmos mais utilizados nas aplicações são os logaritmos naturais, cuja base é o
número irracional e, número de Euler, em homenagem ao matemático suíço Leonard Euler.
Neste caso, escreve-se lnx e não log e x . Esta constante cujo valor aproximado em seis casas
decimais é:
e 2,718282 (3.7)
x
1
lim 1 e (3.9)
x x
x
1
lim 1 e (3.10)
x x
ln e x x, x R
(3.11)
e ln x
x, x 0
Dos limites dados pelas equações 3.9 e 3.10, pode-se demonstrar o seguinte limite:
lim 1 x
1x
e (3.12)
x0
1) lim e x e lim e x 0
x x
2) lim ln x e lim ln x
x x0
FIGURA 49
b1 b logb b 1
Im b x 0, D logb x 0,
157
D b x , D logb x ,
0 b x 1 se x 0 logb x 0 se 0 x 1
x
(a) logb xy logb x logb y (b) logb logb x logb y
y
1
(c) logb x y y logb x (d) log y x logb x
b y
1 log y x
(e) logb logb x (f) logb x
x log y b
d 1
logb x (3.13)
dx x ln b
158
h
Fazendo a substituição u , tem-se que h=ux e se h-> 0, então u -> 0, logo:
x
1 h 1 1 1
lim logb 1 lim logb 1 u lim log b 1 u
h0 h x u0 ux x u0 u
1
lim logb 1 u
1u
x u0
1
1 1 1u 1 1 ln e 1
lim logb 1 u log b lim 1 u log b e
1u
x u 0 x u 0 x x ln b x ln b
e
d 1
logb x
dx x ln b
d 1
log 2 x
dx x ln 2
d 1
ln x (3.14)
dx x
d d 1 1
ln x loge x
dx dx x ln e x
1
d d d
f ' x senx log3 x senx log3 x senx log3 x
dx dx dx
1
f ' x cos x log3 x senx 160
x ln 3
senx
f ' x cos x log3 x
x ln 3
Solução (b). Neste outro caso, usa-se a regra do quociente para se encontrar a função
derivada, isto é:
d d
d ln x dx ln x ln x 1 ln x ln x 1
g ' x dx
dx ln x 1 ln x 1 2
1 1 1 1 1
ln x 1 ln x ln x ln x
g ' x x xx x x
ln x 1 2
ln x 12
1
g ' x
x ln x 1
2
d 1 du
logb u (3.15)
dx u ln b dx
d 1 du
ln u (3.16)
dx u dx
Exemplo Resolvido 3.3.3. Encontre:
(a)
d
dx
log x3 x 2
d
(b) ln senx cot gx
dx
161
2x
2
d 1 d 3 2 3 x
log x x 3 2
3 2
x x
dx
x x ln10 dx
x3 x 2 ln10
Solução (b). Pela regra da cadeia tem-se:
d 1 d cos x cossec2 x
ln senx cot gx senx cot gx
dx senx cot gx dx senx cot gx
d sen 4 x x 2 1
Exemplo Resolvido 3.3.4. Determine ln .
dx
3
x 1 2 x 1
5
Solução. Se for usada diretamente a fórmula generalizada com a regra da cadeia, tem-
se:
d sen 4 x x 2 1 1 d sen 4 x x 2 1
ln
dx 3 x 1 2 x 15
sen 4 x x 2 1
dx 3 x 1 2 x 15
3
x 1 2 x 1
5
d sen 4 x x 2 1
Ou seja, a derivada é muito trabalhosa, logo deve ser
dx 3 x 1 2 x 15
evitada. Então, usam-se as propriedades dos logaritmos para simplificar a expressão e facilitar o
cálculo da derivada, isto é:
162
sen 4 x x 2 1
ln ln
senx 4 x 2 1 1 2 ln x 1 1 3 2 x 1 5
3
x 1 2 x 1
5
12
ln senx ln x 2 1 ln x 1 ln 2 x 1
4 13 5
1
2
1
4ln senx ln x 2 1 ln x 1 5ln 2 x 1
3
Então,
d sen 4 x x 2 1
ln 4
d
ln senx
1 d
ln x 2 1
3
dx x 1 2 x 1 dx
5
2 dx
1 d d
ln x 1 5 2 x 1
3 dx dx
1 1 1 1 1 d
4 cos x 2 2 x 1 5 2
senx 2 x 1 3 x 1 2x 1
x 1 10
4cot gx
x 1 3 x 1 2 x 1
2
Logo, pode-se concluir que:
d sen 4 x x 2 1 x 1 10
ln 4cot gx
dx
3
x 1 2 x 1
5
x 2 1 3 x 1 2 x 1
163
Exemplo Resolvido 3.3.5. Determine a função derivada da função
g x log 3
2x2 7 x .
x
x2 x4
Solução. Como neste caso tanto o logaritmando como a base são funções, então, não
existe nenhuma regra para se calcular a derivada da função g diretamente. Logo, deve-se usar a
regra da mudança de base para expressar a função como uma razão entre dois logaritmos de
base constante e depois usar a regra do quociente para calcular a derivada.
g x
ln x3 2 x 2 7 x
ln x 2 x 4
d
ln x3 2 x 2 7 x ln x 2 x 4 ln x3 2 x 2 7 x
d
ln x 2 x 4
g ' x dx dx
2
ln x 2 x 4
3x 2 4 x 7 2 x 3x3
ln x 2
x 4
ln x3
2 x 2
7 x
g ' x x 2x 7 x x2 x4
3 2
2
ln x 2 x 4
3x 2
4 x 7 ln x 2 x 4 ln x 3
2 x 2 7 x 2 3x 2
g ' x x 2x 7x
3 2
xx 3
2
ln x x
2 4
3 2
d 3 2 3 d 5 3 3
8x
2
8 x 2 tg 2 x 5 senx x3 3 2
tg 2 x senx x
dx dx
2
5 3
senx x
3
Ou seja,
3 2
8x tg 2 x
2
8 x tg 2 x
3 2 2
y ln y ln
senx x 3 3
3
5 5 senx x3
2
3
23 35
ln y ln 8 x 2 tg 2 x ln senx x3 ln 8 x 2 tg 2 x ln senx x3
3 5
d
dx
ln y
2 d
3 dx
ln 8 x 2 tg 2 x
3 d
5 dx
ln senx x3
1 dy 2
1
y dx 3 8 x tg 2 x
2
16 x 2sec2 2 x 3 1
5 senx x 3
cos x 3x 2
dy 2 16 x 2sec 2 x 3 cos x 3x
2
2
y
dx 3 8 x 2 tg 2 x
5 senx x3
8x tg 2x
2
dy 2 16 x 2sec 2 x 3 cos x 3 x
2 2 3 2
dx 3 8 x 2 tg 2 x
5 senx x3 senx x
5 3 3
165
x3 9 tgx cot gx dy
Exemplo Resolvido 3.3.7. Seja y , então calcule .
3x
34
5
4 x3 x dx
39
x tgx cot gx
ln y ln
5 34
3 x 4 x 3
x
34
ln y ln x3 ln tgx cot g
19
ln 3x5 4 x3 x
1
9
3
ln y 3ln x ln tgx cot g ln 3x5 4 x3 x
4
d
dx
ln y 3ln x ln tgx cot g ln 3x5 4 x3 x
d
dx
1
9
3
4
1 dy
y dx
1 1
3
1
x 9 tgx cot gx
sec2 x cossec2 x
3 1
4 3x 4 x x
5 3
15 x 4 12 x 2 1
4 2
1 dy 3 sec 2 x cossec 2 x 3 15 x 12 x 1
y dx x 9 tgx cot gx 4 3 x5 4 x3 x
4
dy 3 sec2 x cossec 2 x 3 15 x 12 x 1
2
y
dx x
9 tgx cot gx 4 3x5 4 x3 x
4
dy 3 sec2 x cossec2 x 3 15 x 12 x 1
2
x39
tgx cot gx
dx x
9 tgx cot gx
4 3 x5 4 x3 x 3x 5
4 x3 x
34
166
d x
x
dx
y xx ln y ln x x x ln x
d d
ln y x ln x
dx dx
1 dy d d
x ln x x ln x ln x 1
y dx dx dx
dy
ln x 1 y
dx
dy
ln x 1 x x
dx
Tem-se que:
d x
x ln x 1 x x
dx
Teorema 3.3.7. Seja 0<b≠1, então:
d x x
b b ln b (3.17)
dx
167
Prova. Para provar este resultado usa-se a diferenciação implícita, isto é:
y bx logb y x
Então:
d d 1 dy dy
logb y x 1 y ln b b x ln b
dx dx y ln b dx dx
d x d x
(a) 2 (b) 6
dx dx
d x x
2 2 ln 2
dx
d x x
6 6 ln 6
dx
Teorema 3.3.8. Se b e , então:
d x x
e e (3.18)
dx
168
Prova. Usando o resultado do teorema 3.3.7, tem-se:
d x x
e e ln e e x
dx 1
Solução (a).
p ' x
d x
dx
d
e senx e x senx e x
dx
d
dx
senx e x senx e x cos x
Solução (b).
q ' x
d 3 x d 3 x
dx dx
x 10 x 10 x3
d x
dx 10 3x 210 x x310 x ln10
d u u du
b b ln b (3.19)
dx dx
d u u du
e e (3.20)
dx dx
Solução (a).
d tgxcot gx tgxcot gx d
dx
e
e
dx
tgx cot gx sec2 x cossec2 x etgxcot gx
Solução (b).
d x d 1 ln 2
2 2 x
ln 2 x 2 x
ln 2 2 x
dx dx x x
d
dx
2 3
1 d
ln 2senx 3cos x senx cos x 2senx 3cos x
dx
1 d d
senx cos x 2senx senx 3cos x cos x
2 3 dx dx
2 3
1
senx cos x 2senx cos x 3cos x senx
Pode-se concluir que:
senx 3cos x
senx
d cos x cos x 2
ln 2 3
senx
dx 2senx 3cos x 170
Definição 3.4.1. A função inversa do seno, denotada por arcsenx, está definida como a
inversa da função seno restrita:
Em seguida, na FIGURA 50, tem-se o gráfico da função y=senx com a restrição -π/
FIGURA 50
FONTE: Elaboração Própria
171
Devido ao fato das funções y=senx e y=arcsenx serem inversas tem-se:
d 1
arcsenx (3.21)
dx 1 x2
Prova.
y arcsenx seny x
d d dy dy 1 1 1
seny x cos y 1
dx dx dx dx cos y 1 sen2 y 1 x2
d d 2
(a) ln arcsenx (b) x arcsenx
dx dx
Solução (a). Pela regra da cadeia tem-se:
d 1 d 1 1 1
ln arcsenx arcsenx
dx arcsenx dx arctgx 1 x 2 arctgx 1 x 2
172
d 2 d 2 2 d x2
x arcsenx x arcsenx x arsenx 2 xarcsenx
dx dx dx 1 x2
Definição 3.4.2. A função inversa da tangente, denotada por arctgx, está definida
como a inversa da função tangente restrita:
tgx, -π/2<x<π/2
FIGURA 51
FONTE: Elaboração Própria
173
Devido ao fato das funções y= tgx e y= arctgx serem inversas tem-se:
d 1
arctgx (3.22)
dx 1 x2
Prova.
y=arctgx tgy=x
d d dy dy 1 1 1
tgy x sec2 y 1 2
dx dx dx dx sec y 1 tg y 1 x 2
2
d arctgx
(a) e
dx
d x
(b) e arctgx
dx
d x
dx
d
e arctgx e x arctgx e x
dx
d
dx
arctgx
174
1
e x arctgx e x
1 x2
1
e x ar ctgx
1 x 2
Definição 3.4.3. A função inversa da secante, denotada por arc sec x, está definida
como a inversa da função secante restrita:
sec x, 0 x com x 2
FIGURA 52
175
d 1
arc sec x (3.23)
dx x x2 1
Prova.
d d dy
sec y x sec y tgy 1
dx dx dx
dy 1 1 1
dx sec y tgy sec y sec2 y 1 x x2 1
d
(a) arc sec x
dx
d
(b) tg arx sec x
dx
d 1 d 1
arc sec x arc sec x 176
dx arc sec x dx x x 1 arc sec x
2
d d 1
tg arc sec x sec2 arc sec x arc sec x sec2 arc sec x
dx dx x x2 1
Como
2
sec arc sec x sec arc sec x x 2
2
x
Então:
d 1 x
tg arc sec x x 2
dx x x2 1 x2 1
Fórmulas de derivação
d 1 du d 1 du
(1) arcsenu (2) arccos u
dx 1 u 2 dx dx 1 u 2 dx
d 1 du d 1 du
(3) arctgu 2 (4) arcotgu 2
dx 1 u dx dx 1 u dx
d 1 du d 1 du
(5) arc sec u (6) ar cossec u
dx u u 2 1 dx dx u u 2 1 dx
d d 177
(a) arc sec 2 x (b) arcsen3 x
dx dx
Solução (a).
d
arc sec 2 x
1 d x
2
1
dx 2 x 22 x 1
2 x
ln 2
ln 2
dx
22 x 1
2
2 x
2x 1
Solução (b).
d d 2 d 3arcsen 2 x
3
arcsen x arcsenx 3arcsen x arcsenx
3
dx dx dx 1 x2
representa um dos limites lim , lim , lim , lim ou lim , e que lim f (x) = 0 e lim g (x) =
x p x p x p x x
f ' x
0. Se lim tem um valor finito L , ou se este limite for ou , então: ∞
g ' x
f x f ' x
lim lim (3.24)
g x g ' x
Solução (a).
d
cos x 1 cos x 1 senx
178
lim lim dx lim lim tgx 0
d
x0 senx x0
senx x0 cos x x0
dx
Solução (b).
d
2 x
lim
2x
x0 1 e
lim dx 2
lim x lim 2e x 2e0 2
1 e x x0 e x0
x x0 d
dx
tgx 1
Exemplo Resolvido 3.4.6. Encontre lim .
x
sen 4 x
4
Solução. Como o limite é uma forma indeterminada 0/0, então, aplica-se L´Hopital.
d lim sec 2 x
tgx 1 tgx 1 sec2 x x
lim lim dx lim 4
sen 4 x d 4cos 4 x lim 4cos 4 x
x
4
x
4 sen 4 x x 4
dx x
4
sec2 1
4 2 1
4cos 4 8
5
x 2 x 1
Exemplo Resolvido 3.4.7. Calcule o limite lim .
x1 x4 1
Solução. Pode-se resolver este limite por fatoração do quociente, mas como esta
fatoração é muito complicada, usa-se a regra de L´Hopital.
1 1 1
d 5
5
x 2 x 1 dx x 2 x 1 5 5 4
x x 5 1 1
lim lim lim 179
x1 x 1
4 x1 d 4
x 1
x1 4x 3
4 5
dx
Teorema 3.4.5 (Regra de L’Hopital para a forma ∞/∞). Suponha que lim
representa um dos limites lim , lim , lim , lim ou lim , e que lim f (x) = ∞ e lim g (x)
x p x p x p x x
f ' x
= ∞. Se lim tem um valor finito L , ou se este limite for + ∞ ou - ∞, então:
g ' x
f x f ' x
lim lim (3.25)
g x g ' x
ex 1 x2 x
(a) lim (b) lim
x x x e x
Solução (a).
d x
ex 1 e 1
lim lim dx
d
lim e x
x x x
x x
dx
f ' x
Se o limite lim também for uma forma indeterminada 0/0 ou ∞/∞, então,
g ' x
pode-se aplicar novamente a regra de L’Hopital,
f ' x f '' x
lim lim
g ' x g '' x
180
E se for necessário,
Solução (b).
d 2 d
x2 x x x
2 x 1 2 x 1 2
lim lim dx lim lim dx lim 0
x e x x d x x e x x d x e x
e e x
dx dx
g x
lim f x (3.26)
x p
g x
y f x (3.27)
Aplicando o logaritmo natural em ambos os lados, obtém-se:
g x
ln y ln f x ln y g x ln f x
g x ln f x g x ln f x
eln y e y e
181
Então:
g x g x ln f x
lim f x lim e
x p x p
g x g x ln f x
lim g x ln f x
lim f x lim e e x p (3.28)
x p x p
(a) lim x x 1
x0
(b) lim 1 x
x0
1x
e
x0
x0
x0
lim x x lim e x ln x exp lim x ln x
ln x
lim x ln x lim Forma Indeterminada
x0 x0 1
x
d 1
ln x ln x
lim lim dx lim x lim x 0
1 d 1
x0 x0 x0 1
2 x0
x dx x x
Então:
lim x x e0 1
x0
ln 1 x
lim 1 x lim e exp lim
1x 1 x ln 1 x
x0 x0
x0 x
ln 1 x
lim Forma Indeterminada 0 0
x0 x
d 1
ln 1 x ln 1 x
lim 1 x lim
1
lim lim dx 1
d
x0 1 x
x0 x x0
x x0 1
dx
Logo:
lim 1 x
1x
e1 e
x0
4 APLICAÇÕES DA DERIVADA
183
Neste módulo, usam-se métodos do cálculo diferencial para analisar as funções e seus
gráficos, identificando intervalos em que o gráfico da função seja crescente ou decrescente,
onde ocorrem seus pontos mais altos e mais baixos, de que forma os gráficos se inclinam e qual
o comportamento limite em pontos específicos.
FIGURA 53
FIGURA 54
De acordo com a FIGURA 55, se uma função diferenciável f tem o gráfico crescente
em algum intervalo aberto, então se pode chegar à conclusão de que qualquer reta tangente ao
gráfico de f tem uma inclinação positiva, isto é, f’>0. De modo análogo, se f diferenciável tem
um gráfico decrescente em algum intervalo aberto, então, f’<0 e se f diferenciável for constante
em algum intervalo aberto, então, f’=0.
FIGURA 55
185
Exemplo Resolvido 4.1.1. Encontre os intervalos abertos nos quais as funções sejam
crescentes ou decrescentes.
f’(x)=2x-8
A distribuição de sinal da função f’ é dada por:
f é crescente em (4,+ ∞)
f(x)=6x²+6x
f é decrescente em (-1,0)
g ' x x 1 e x
Como e x 0 para todo x R , então a distribuição de sinal da derivada é igual ao
187
Logo, g é decrescente em (-∞,-1) e g é crescente em (-1,+∞).
h x x5 3 x 2 3
5 2 5 2
h ' x x 2 3 x 1 3 3 x 2 3
3 3 3 3 x
Para estudar o sinal da função h’, pode-se escrever esta função como um quociente,
da seguinte forma:
5x 2
h ' x
33 x
2
h é decrescente em ,0
5
FIGURA 56
Exemplo Resolvido 4.1.4. Encontre intervalos abertos nos quais a função tenha o
gráfico convexo e côncavo.
Solução (a). Para encontrar os intervalos nos quais o gráfico da função seja convexo e
côncavo, deve-se estudar o sinal da derivada segunda.
q'(x)=3x² -6x
q”(x)=6x -6
Solução (b). Para encontrar os intervalos nos quais o gráfico da função seja convexo e
côncavo, deve-se estudar o sinal da derivada segunda.
p '' x
2 1 x2
1 x
2 2
2
Como a expressão 1 x 2 0 , a distribuição de sinais da segunda derivada é dada
de f .
FIGURA 57
191
1
Exemplo Resolvido 4.1.5. Considere a função F x , então, verifique se a
4 x2
função apresenta pontos de inflexão.
2 x
F ' x
4 x 2 2
6 x2 8
F '' x
3
4 x2
Os pontos de inflexão são encontrados por meio do estudo do sinal da função F”.
192
2 3 2 3
Como ocorre a mudança de sinal de F “em x e em x , tem-se que a
3 3
função F apresenta os seguintes pontos de inflexão:
2 3 3 2 3 3
, e ,
3 16 3 16
h ' x 2 xe x
2
2
Devido ao fato de e x 0 e, então o sinal da função h´ é igual ao sinal da expressão
– 2x, que é dado por:
Tem-se que a função h é crescente no intervalo (-∞,0) e é decrescente no intervalo (0,
+∞).
h '' x 4 x 2 2 e x
2
193
2
Devido ao fato de e x 0 e, então o sinal da função h” é igual ao sinal da expressão
1 1
Daí a função h é côncava no intervalo , e convexa no intervalo
2 2
1 1
, , .
2 2
FIGURA 58
194
em (a), como é um ponto de pico, tem-se que f ' x0 e em (b) tem-se que f ' x0 0 . De
f ' x0 0 .
Teorema 4.2.1. Se uma função f tiver extremos relativos, então eles ocorrem ou em
pontos onde f’(x)=0 ou em pontos de não diferenciabilidade.
Os pontos onde a derivada primeira é nula, ou seja, f’(x)=0, e os pontos onde não 195
existe a derivada primeira, são chamados de pontos críticos de f. Os pontos no quais f’(x)=0
podem, ainda, ser chamados de pontos críticos estacionários.
em x0 .
p'(x)=2x-2
Aplicando o teste da derivada primeira, tem-se que, como o sinal da derivada primeira
muda de negativo para positivo em x=1, a função p apresenta um mínimo relativo em x=1. Ou
seja, a função apresenta um valor mínimo dado por p(1)=4.
q'(x)=3x²-6x-9
3x²-6x-9=0
em x1 1 e x2 3 .
função q apresenta um máximo relativo em x1 1 , dado por q(-1)=16. Analogamente, como o 197
Solução. Como a função é polinomial, então os pontos críticos são dados pelos zeros
da derivada primeira. Isto é, deve-se resolver a equação f’(x)=0.
f’(x)=4x³+12x²
4x³+12x² =0
4x²(x=3)=0
As raízes desta equação são x1 0 , com multiplicidade dois, e x2 3 . Como
4x²>0, então, a distribuição de sinais da derivada primeira é igual ao da expressão x+3 que é
dado por:
198
Como o sinal de f’ muda de negativo para positivo em x=- 3, tem-se que f apresenta
um mínimo relativo em x=- 3 que é dado por f (-3)=-28. Em x=0 não ocorre uma mudança de
sinal, logo, pode-se concluir que a função f não apresenta extremo relativo neste ponto.
os pontos críticos e classifique-os em máximo relativo, mínimo relativo ou nenhum dos dois.
g x 12 x1 3 3x 4 3
4 1 x
g ' x 4 x 2 3 4 x1 3
x2 3
A função g apresenta dois pontos críticos; em x=1, um ponto crítico estacionário, pois
g’(1)=0, e em x=0, um ponto crítico de não diferenciabilidade, pois g ' 0 .
199
FIGURA 59
f '' x0 0 .
Da análise da FIGURA 59 pode-se concluir que para determinar se um ponto crítico
estacionário é um extremo relativo basta analisar o sinal da derivada segunda neste ponto, como
mostra o teorema 4.2.2.
Teorema 4.2.2 (Teste da Derivada Segunda). Suponha que f seja duas vezes
200
diferenciável em um ponto crítico estacionário x0 .
O que o teorema 4.2.2 parte (c) afirma é que se f '' x0 0 , então, o ponto x0 pode
ser um máximo relativo, mínimo relativo ou nenhum dos dois. Se ocorrer este caso deve-se,
então, utilizar o teorema 4.2.1 para determinar se o ponto é ou não um extremo relativo.
críticos e classifique-os.
h ' x 2 x 2 x3 e x
2
Resolvendo a equação
h ' x 2 x 1 x 2 e x 0
2
Obtêm-se as seguintes soluções: x1 1 , x2 0 e x3 1 , que são os pontos
críticos da função h .
h '' x 4 x 4 12 x 2 2 e x
201
2
6
i) para x 1 , tem-se h '' 1 0 . Então se pode concluir que h tem um
e
1
máximo relativo em x 1 , dado por h 1 ;
e
ii) para x=0, tem-se h”(0)=2>0. Então, pode-se concluir que h tem um mínimo relativo em
x=0, dado por h(0)=0;
6
iii) para x 1 , tem-se h '' 1 0 . Então, pode-se concluir que h tem um máximo
e
1
relativo em x 1 , dado por h 1 .
e
1 1 2 1
dada por g x x x .
4
4 2 4
g'(x)=x³ - x
Resolvendo a equação:
g'(x)=x³ - x=0
da função g.
g"(x)=3x²-1
i) para x=-1, tem-se g"(-1)=2>0. Assim, pode-se concluir que g tem um mínimo relativo
em x=-1, dado por g(-1)=0;
ii) para x=0, tem-se g"(0)=-1<0. Assim, pode-se concluir que g tem um máximo relativo
em x=0, dado por g(0)=0;
iii) para x=1, tem-se g"(1)=2>0. Assim, pode-se concluir que g tem um mínimo
relativo em x=1, dado por g(1)=0.
em x0 I um extremo absoluto.
Exemplo Resolvido 4.3.1. Seja a função f:[1,3] -> R dada por f(x)=x³-4, então,
determine os extremos absolutos.
f(1)= - 3
f(3)= 23
Então, pode-se concluir que f assume um mínimo absoluto em x=1, dado por f(1)=-3, e
ostenta um máximo absoluto em x=1, dado por f(3)= 23. Pode-se confirmar este resultado por
meio do gráfico da função apresentado na FIGURA 60. Isto é, para este domínio fechado [1,3], a
imagem é o intervalo fechado [-3,23].
FIGURA 60
204
Teorema 4.3.2. Se f tiver um extremo absoluto em um intervalo aberto (a,b), então ele
precisa ocorrer em um ponto crítico de f.
g'(x)=3x²-6x
Resolvendo:
3x²-6x =0
Obtém-se os pontos críticos x=0 e x=2.
205
Assim, pode-se concluir que a função g assume um valor máximo relativo em x=0 e um
valor mínimo relativo em x=2. Agora como a função é crescente em 2,0 2,5 e
decrescente em 0,2 , determinam-se as imagens dos extremos do intervalo, além dos pontos
críticos.
Tem-se que g(-2)=-19, g(0)=1, g(2)=-3 e g(5)=51. Analisando as imagens dos pontos,
pode-se concluir que o máximo absoluto ocorre em x=5 e é dado por g(5)=51 e o mínimo
absoluto ocorre em x=-2 e é dado por g(-2)=-19.
206
FIGURA 62
1 1 4
Exemplo Resolvido 4.3.3. Prove que a função h x x
2
x possui máximo
2 4
absoluto em , . Onde ocorre esse máximo?
Solução. Para verificar se a função apresenta extremos absolutos basta determinar os 207
limites infinitos, isto é:
1 1
lim h x lim x 2 x 4
x x 2 4
1 1
lim h x lim x 2 x 4
x x 2 4
absoluto em ( -∞, +∞). Este máximo absoluto precisa ocorrer em um ponto crítico de h.
h'(x)=x-x³=0
h"(x)=1-3x²
1
i) para x=-1 tem-se h”(-1)=-2<0, então, ocorre um máximo relativo em x=-1 dado por h 1
4
;
ii) para x=0 tem-se h”(0)=1>0, então, ocorre um mínimo relativo em x=0 dado por h(0)=0;
1
iii) para x=1 tem-se h”(-1)=-2<0, então, ocorre um máximo relativo em x=1 dado por h 1 .
4
1
Disso pode-se concluir que o valor máximo que a função assume é e ocorre nos
4
208
pontos onde x=-1 e x=1.
209
FIGURA 64
em I .
em I .
Exemplo Resolvido 4.3.4. Seja F:R ->R dada por F(x)=x³-3x²-9x+6, então, esboce o
seu gráfico.
F ' x 3x 2 6 x 9
e
F '' x 6 x 6
211
TABELA 6
x 1 F é crescente e côncava
x 1 11 0 12 Máximo relativo
1 x 3 F é decrescente e convexa
x 3 21 0 12 Mínimo relativo
x 3 F é crescente e convexa
FONTE: Elaboração Própria
A função é polinomial e não há assíntotas verticais e horizontais. Deve-se, no entanto,
determinar os limites no infinito. Logo:
x
lim F x lim x3 3x 2 9 x 6
x
e
212
x x
lim F x lim x 3x 9 x 6
3 2
De onde se pode concluir que não há nenhum extremo absoluto.
FIGURA 65
x2
Exemplo Resolvido 4.3.5. Seja f: R -> R dada por f x , então, esboce o
x2 1
seu gráfico.
Solução. O domínio da função é dado por: D f x R / x 1 . Como a
x2 1 . Neste caso, estes pontos são dito pontos de descontinuidades infinitas. As derivadas
primeira e segunda são dadas, respectivamente, por: 213
2 x 6 x2 2
f ' x e f '' x
x
2 3
x2 1 2
1
x2 x2
lim f x lim 2 e lim f x lim 2
x1 x1 x 1 x1 x1 x 1
x2 x2
lim f x lim e lim f x lim
x1 x1 x2 1 x1 x1 x 1
2
Onde as retas x= -1 e x = 1 são chamadas de assíntotas verticais do gráfico.
x2 x2
lim f x lim 2 1 e lim f x lim 2 1
x x x 1 x x x 1 214
TABELA 7
x 1 f é crescente e convexa
x 1 Descontinuidade infinita
1 x 3 f é decrescente e côncava
x 1 Descontinuidade infinita
x 3 _ f é decrescente e convexa
FONTE: Elaboração Própria
215
x
Solução. A função é um produto entre as funções x e e , que são definidas em toda
g ' x x 1 e x
g '' x x 2 e x
216
TABELA 8
x 1 g é decrescente e côncava
x 2 2 e2 0 Ponto de inflexão
2 x 1 f é decrescente e convexa
x 1 1 e 0 1e Mínimo relativo
x 1 f é crescente e convexa
FONTE: Elaboração Própria
A função é um produto entre uma função polinomial e uma função exponencial, logo
não há assíntotas verticais. Em seguida, devem-se determinar os limites no infinito:
lim g x lim xe x lim x lim e x
x x x x
e
lim g x lim xe x lim x lim e x
x x x x
0
FIGURA 67
FIGURA 68
Este teorema afirma que se o gráfico de uma função cruza qualquer reta horizontal em
dois pontos, a e b, então necessariamente deve existir entre eles pelo menos um ponto no qual a
reta tangente é horizontal, como mostrado na FIGURA 68.
O teorema do valor médio afirma, geometricamente, que se uma função f for contínua
em [a,b] e diferenciável em (a,b), então existe pelo menos um c em (a,b) tal que a reta tangente 219
à curva y= f(x) em x=c é paralela à reta secante que passa pelos pontos (a,f(a)) e (b,f(b)), como
mostra a FIGURA 69.
FIGURA 69
De acordo com a FIGURA 69 a reta t é paralela à reta s, logo têm a mesma inclinação,
f b f a
isto é mt ms . Como mt f ' c e ms , então, pode-se chegar à
ba
f b f a
conclusão que f ' c .
ba
4.4 PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO
Os métodos estudados nos tópicos 4.1, 4.2 e 4.3 para encontrar valores extremos têm
220
muitas aplicações práticas em várias áreas do dia a dia, por exemplo: um empresário quer
minimizar os custos e maximizar os lucros; um dono de transportadora quer minimizar o tempo
de transporte de um produto, etc. O princípio de Fermat na óptica estabelece que um feixe de luz
segue o caminho que leva o menor tempo. Nesta seção, resolvem-se os problemas tais como
maximizar as áreas, os volumes e os lucros e minimizar as distâncias, o tempo e os custos.
O Teorema do Valor Extremo (Teorema 4.3.1) garante que o problema do tipo 1 tem
solução e esta solução pode ser obtida por meio da análise dos valores da função nos pontos
críticos e nos extremos do intervalo. Por outro lado, os problemas do tipo 2 podem ou não ter
solução. Logo, parte do trabalho em problemas de otimização é determinar se, realmente, estes
problemas têm solução. Se a função for contínua e tiver exatamente um extremo relativo no
intervalo, então, o Teorema 4.3.5 garante a existência de uma solução e fornece um método
para calculá-la.
221
FIGURA 70
Então:
A(x,y) = xy
2x + 2y = 1000
ou
y= 500-x
Logo, a função área pode ser escrita em função apenas da variável x, da seguinte
forma:
A x x 500 x 500 x x 2
Devido ao fato de x representar um comprimento, este não pode ser negativo e como 222
os dois lados de comprimento x não podem ter um comprimento que ultrapasse o perímetro de
1000m, então a variável x está restrita ao intervalo:
0 x 500
Como A (x) é uma função contínua em [0,500], então, o máximo ocorre ou nos
extremos deste intervalo ou em um ponto estacionário.
dA
500 2 x
dx
dA
Equacionando-se 0 , obtém-se:
dx
500 – 2x=0
ou
x= 250
Para analisar a natureza deste ponto crítico aplica-se o teste da derivada primeira, no
dA
qual é necessário se estudar o sinal desta derivada. A distribuição de sinais de é dada por:
dx
De onde pode-se concluir que x = 250 é um máximo relativo e consequentemente um
máximo absoluto. 223
Se x = 250 implica que y = 250. Então, o retângulo de perímetro 1000m com maior
área é um quadrado de lado 250m.
Exemplo Resolvido 4.4.2. Encontre dois números positivos cuja soma seja 60 e o
produto entre o quadrado do primeiro com o segundo seja o máximo possível.
x+y=60
O produto do quadrado do primeiro, x, com o segundo, y, pode ser escrito como uma
função:
P x, y x 2 y
y= 60-x
P x x 2 60 x 60 x 2 x3
Devido ao fato de x representar um número real positivo, este não pode ser negativo e
a soma entre eles não pode ultrapassar 60, logo a variável x está restrita ao intervalo:
0 x 60
Como P(x) é uma função contínua em [0,60], então, o máximo ocorre ou nos extremos
deste intervalo ou em um ponto estacionário.
dP 224
120 x 3x 2
dx
dP
Equacionando-se 0 , obtém-se:
dx
120 x 3x 2 0
ou
x1 0 e x2 40
Para analisar a natureza deste ponto crítico aplica-se o teste da derivada primeira, no
dP
qual é necessário se estudar o sinal desta derivada. A distribuição de sinais de é dada por:
dx
Então, os números reais cujo produto entre o quadrado de um com outro são dados
por: x=40 e y=20.
Exemplo Resolvido 4.4.3. Uma lata cilíndrica é feita para receber 1 litro de óleo.
Encontre as dimensões que minimizarão o custo do metal para fabricar a lata.
Solução. Sejam:
AS r , h 2 r 2 2 rh
FIGURA 71
Então, a função área de superfície pode ser escrita em função apenas da variável r, da
seguinte forma:
226
1000 2000
AS r 2 r 2 2 r 2 2 r 2
r r
Devido ao fato de r representar a medida do raio, este não pode ser negativo e nem
zero, então, tem-se:
r 0
Como AS r é uma função contínua para r > 0, então, o mínimo ocorre em um ponto
estacionário. Assim:
dAS
Equacionando-se 0 , obtém-se:
dr
2000 500
4 r 0 ou r 3
r 2
227
500
De onde se pode concluir que r 3 é um mínimo relativo e consequentemente
um mínimo absoluto.
500 500
Se r 3 implica que h 2r 2 3 . Então, o cilindro que minimizará a
500 500
área superficial tem raio da base e da tampa igual a 3 e uma altura igual a 2 3 .
L x 02 y 182
, para o qual a distância L seja mínima, desde que este valor exista.
228
FIGURA 72
mesmo ponto em que ocorrem no seu quadrado L2 . Logo, o valor mínimo de L e o valor mínimo
de:
P L2 y 4 y 18
2
Ocorrem no mesmo valor de y.
dP
4 y 3 2 y 18 4 y 3 2 y 36
dy 229
dP
Equacionando-se 0 tem-se:
dy
4 y3 2 y 36 0
2 y3 y 18 0
y 2 2 y 2 4 y 9 0
2 y2 4 y 9 0
São números complexos, então, a única solução real é y=2. Deste modo, y=2 é um
ponto crítico da função P.
daí,
d 2P
2
2 12 2 2 50 0
2
dy 230
O que mostra que em y=2 ocorre um mínimo relativo para P e consequentemente para
L.
Como só ocorre um extremo relativo em (-∞,+∞), então, pelo teorema 4.3.5, este
mínimo relativo é um mínimo absoluto de L.
Desse modo, pode-se afirmar que o ponto sobre a curva y 2 x mais próximo de
(0,18) é o ponto(x,y)=(4,2).
Exemplo Resolvido 4.4.5. Mostre que o quadrado tem a maior área dentre todos os
A(x,y) = (2x)(2y)=4xy
FIGURA 73
231
x 2 y 2 r 2 ou y r 2 x 2
y r 2 x2
A x 4x r 2 x2
Onde 0 x r .
Tem-se:
dA 4x2 4r 2 8 x 2
4 r 2 x2
dx r 2 x2 r 2 x2
dA 232
Equacionando-se 0 , obtém-se:
dx
4r 2 8 x 2
0
r x
2 2
ou
4r 2 8 x 2 0
2 2
Cujas soluções são dadas por: x1 r e x2 r.
2 2
Como x>0, descarta-se a solução negativa, então, considera-se apenas o ponto crítico
2
x2 r.
2
Para se analisar a natureza deste ponto crítico, aplica-se o teste da derivada primeira,
no qual é necessário estudar o sinal desta derivada.
dA
A distribuição de sinais de é dada por:
dx
2
De onde se pode concluir que x r é um máximo relativo e consequentemente
2
um máximo absoluto.
2
Se x r então:
2
233
2
2 r2 r2 r 2 2
y r 2
r r2 r
2 2 2 2 2 2
De onde se pode concluir que o retângulo com maior área inscrito na circunferência é
um quadrado.
Tem-se que se todas as unidades produzidas forem vendidas, então, estas funções
relacionam-se da seguinte forma:
L(x)=R(x)-C(x) (4.1)
C(x)=a+M(x) (4.2)
234
As despesas gerais, como aluguel e seguro, não dependem de x e mesmo que não
haja produção devem ser pagas. Porém, o custo de manufatura, como o custo da matéria-prima
e o custo do trabalho depende da quantidade de artigos manufaturados. Por meio de hipóteses
simplificadoras, pode-se escrever M(x) como:
M x bx cx 2 (4.3)
C x a bx cx 2 (4.4)
Se uma fábrica conseguir vender toda a sua produção a p unidades monetárias cada,
então, a função rendimento R(x) pode ser escrita como:
R(x)=px (4.5)
Substituindo as equações 4.4 e 4.5 na equação 4.1, então, pode-se escrever a função
lucro L(x) da seguinte forma:
L x px a bx cx 2 (4.5)
235
0 x (4.5)
C x 100.000 40 x 0,0025 x 2
Como a produção máxima é de 40.000 unidades, x deve estar no intervalo [0,40.000]. 236
Como A(x) é uma função contínua em [0,40.000], então, o máximo ocorre ou nos
extremos deste intervalo ou em um ponto crítico estacionário.
Tem-se, pois:
dL
60 0,005 x
dx
dL
Equacionando-se 0 , obtém-se:
dx
60 0,005x 0 ou x 24.000
Para analisar a natureza deste ponto crítico pode-se usar o teste da derivada primeira
dL
por meio do sinal desta derivada. O sinal de é dado por:
dx
Então, para a firma obter um lucro máximo devem ser produzidas e vendidas 24.000
unidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS