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Roteiro de estudos:

2008 – Agosto: Direito do Consumidor; Habeas Corpus


Setembro: Direito civil-Registro de Imóveis; Empregados Domésticos;
Remédios Constitucionais; Direito Previdenciário; Código Nacional de Trânsito
Outubro: Direito constitucional; Responsabilidade Civil; Administração
Pública
Novembro: Direito Administrativo; Direito Penal; Direito Tributário
Dezembro: Direito Internacional Aplicado

2009 – Janeiro: Registros Públicos; Lei Maria da Penha


Fevereiro: O Dano Moral nas Relações de Trabalho; A Constituição
Econômica
Março: Falência e Recuperação de Empresas; Princípios do direito
Administrativo; A Justiça do Trabalho e a EC 45; Prisões e Liberdade Provisória;
Direito Civil Constitucional
Abril: Questões Polêmicas de Direito Tributário; Execução no Processo Civil;
Ética, Direito e Cultura; Direito das Obrigações
Maio: Direito Empresarial; Parte Geral do Código Civil; Fidelidade Partidária
Junho: Execução Provisória de Pena; Direito de Nacionalidade; Omissões (In)
Constitucionais; Direito de Nacionalidade; Execução Provisória de Pena
Julho: O Processo Penal na Visão do STF; A Regulação do Sistema
Financeiro Nacional; Ação Civil Pública; Direito Ambiental;
Agosto: Reformas do CPP
Setembro: Carreiras Jurídicas
Outubro: Empregador; Reforma do Judiciário; A Teoria dos Atos
Administrativos; Direito Ambiental; Princípios Penais Constitucionais
Novembro: Direito Eletrônico; Processo Legislativo; Direito societário;
Responsabilidade Civil do Estado; Estatuto da OAB
Dezembro: Direito Comercial; Organização do Estado; Poder Judiciário

2010 – Janeiro: Não aparece nada este mês. Vide http://saber-direito.blogspot.com/


Mês de reprises
Fevereiro: Direito do Consumidor; Direito de Família; Lei das Contravenções
Penais; Direito Internacional Público; Direito de Família na Atualidade
Março: Processo na Justiça do Trabalho; Imunidades Tributárias;
Administração Pública na CF/88; Temas Polêmicos do Direito de Família
Abril: Estudo da Posse; Controle de Constitucionalidade; Licitações e
Contratos; Teoria do Crime
Maio: Direito processual do Trabalho; Direito Eleitoral; Processo do Trabalho;
Direito da Criança e do Adolescente; Benefícios por incapacidade
Junho: Pessoas Administrativas; Evolução do direito Penal; Endividamento
do Consumidor; Repouso Semanal Salarial
Julho: Relação de Emprego e Relação de Trabalho; Crimes Contra a Vida;
Teoria da Empresa; Direito de Família; A Fazenda Pública em Juízo
Agosto: Evolução do direito Empresarial; Direito das Sucessões; Contrato de
Trabalho
Setembro:
Outubro:
Novembro:
Dezembro:

2011 – Janeiro:
Fevereiro:
Março:
Abril:
Maio:
Junho:
Julho:
Agosto:
Setembro:
Outubro:
Novembro:
Dezembro:
SABER DIREITO

Código Nacional de Trânsito - 25 a 29 da agosto de 2008 – Prof. Luiz Flavio Gomes


Aula 1: Histórico e Estrutura Jurídica

A lei 11.705 alterou bastante a legislação de trânsito e provocou muitas polêmicas.


Por exemplo: qual a distinção entre infração administrativa de dirigir bêbado e o que é o
crime de dirigir bêbado? Qual a diferença do art. 165 para o art. 306 do código de trânsito?
A lei nova trouxe benefícios no que diz respeito à sua parte criminal. Na parte
administrativa, nada mudou.
Se a lei nova não trouxe nenhum rigor em comparação com a lei antiga, ou seja, as
mesmas penas que estavam antes são as mesmas penas que estão agora, por que
“pegou”? Onde está o fator decisivo que fez com que a lei tivesse “pegado” e tivesse
gerado uma redução de acidentes de trânsito imediatamente? A fiscalização intensa, com
punição certa fez com que a lei passasse a ser respeitada. Para saber se uma lei pega ou
não pega, a equação está na fiscalização e na aplicação da lei. Isso é fundamental. O
Código de trânsito foi editado em 1997 e entrou em vigor em 1998. Houve uma
contribuição fantástica da mídia em torno desse assunto. Funcionou porque houve
fiscalização. Onde não houve fiscalização intensa, em Porto Velho, Macapá, Palmas,
Cuiabá, Campo Grande, o número de mortes continua igual ao das cidades africanas, que
detém o maior número de mortes por acidentes de trânsito do mundo.
1997 – novidades: sistema de pontos, multas altas, fiscalização efetiva em 1998,
multa reparatória; a multa no âmbito do trânsito é muito importante; a natureza dessa
multa foi alterada pelo legislador, pois, em lugar de ser multa em favor do governo, multa
para os cofres públicos, a multa no novo código de Trânsito passou a ser uma multa para
a vítima. Multa reparatória significa: o juiz quantifica na sentença, estabelece um valor de
reparação e essa sentença pode ser depois executada pela vítima. Isso foi um avanço
extraordinário porque finalmente o legislador brasileiro atendeu os anseios e
reivindicações do que se chama de vitimologia. Vitimologia é uma parte da criminologia,
que prega que o direito penal tem que estar voltado contra o réu, mas também em favor da
vítima. Houve discussão enorme sobre cabimento ou não de perdão judicial (o sujeito
comete um delito e o juiz na hora as sentença diz: -- Não merece pena.; cometeu um
delito, matou uma pessoa, mas não se justifica ele ser sancionado; então vou perdoá-lo. O
juiz tem poder de perdão. Porém em que situações? Basicamente quando pais matam
filhos ou quando filhos matam pais em acidentes de trânsito. Se um pai mata um filho em
um acidente de trânsito, já foi punido pelo próprio acidente; não é preciso mais nenhuma
sanção para esse pai. Esse é uma caso típico de aplicação de perdão judicial. Quando o
Código de Trânsito entrou em vigor, excluía a possibilidade de aplicação do perdão, mas
depois, pela doutrina, pelos livros todos que foram escritos, os juízes, sensatamente,
passaram a admitir o perdão judicial nessas situações extremas de dor gerada pelo próprio
acidente.
Se você gerar acidente de trânsito e prestar socorro para a vítima, em seguida, você
pode ser preso em flagrante? Não pode. É um benefício que a lei brasileira concede para
aquele que se solidarizou com a sua vítima e ajudou-a naquele instante. Não pode ser
preso em flagrante quem socorre a vítima no local. Você não pode ser levado para o
distrito policial preso, porque a idéia é que você auxilie a vítima.
Pergunta das ruas: Qual a diferença entre a infração de trânsito e a infração
criminal?
Isso significa distinguir o artigo 165 do CTN, do art. 306 do CTN. Infração
administrativa: basta o sujeito estar bêbado. O CTN não exige nenhuma quantidade
mínima de álcool; em princípio, qualquer quantidade de álcool por litro em sangue já
permite a imposição das sanções administrativas, que são: multa de R$955,00; 7 pontos
perdidos na carteira de motorista; retenção do veículo; 1 ano sem poder dirigir. Para que
ocorra a infração criminal, mais do que um condutor bêbado, deve haver, também, no
mínimo 0.6 decigramas de álcool por litro de sangue (em média, 2 latas de cerveja ou 2
taças boas de wisky ou duas taças de vinho) e que o motorista esteja dirigindo o carro de
forma anormal, revelando algum perigo certo a partir da sua bebedeira. Por exemplo, zig-
zag, subir calçada, ultrapassar o sinal vermelho, aproximar demasiadamente seu carro do
carro da frente, bater na sua traseira etc. Sem a presença desses três requisitos, não há
que se falar em delito. Os dois requisitos estão expressos na lei. Quanto ao terceiro, numa
visão constitucional do direito penal, não há como admitir que a infração administrativa
seja a mesma coisa que infração penal.
Pergunta de aluno: O juiz, vendo um caso em que não há multa, pode aplicar
multa se houver apenas dano ao patrimônio público?
A lei diz: o juiz vai arbitrar um quantum de indenização de acordo com os prejuízos
provados, prejuízos causados à vítima. Então deve haver uma vítima concreta; um ser
humano. Não basta ser só um ente público. Deve haver dano material; dano comprovado
documentalmente nos autos do processo. Fora disso o juiz não fixa indenização na
sentença. Se alguém se sente lesado, isso se faz em outro processo, em outro juízo, que
não o criminal. Resumindo: multa reparatória: vítima real, concreta e dano material
comprovado nos autos.
Para que uma lei funcione necessitamos de fiscalização, controle e punição certa.
Punição certa: Becharia, filósofo que escreveu o livro dos delitos e das Penas, em 1764,
no qual disse que para prevenir delitos não é preciso que uma lei tenha penas
exorbitantes, basta que seja justa e que haja fiscalização e punição certa. Isso gera a
certeza da punição e a mudança de comportamento.
Não é a gravidade da pena que coíbe o delito. É a certeza da punição. Se você tem
certeza de que não vai ser punido, a prisão não te intimida. A Lei dos Crimes Hediondos
só trabalhou em cima de pena de prisão e aumentou a pena de prisão para tudo. Ex:
estupro: passou de 2 anos para 6, no mínimo. O estupro no Brasil, de 6 a 10 anos, ficou
mais grave do que um homicídio, o que é um absurdo em termos de pena.Não se pode
comparar um estupro com um homicídio e a lei nossa botou a mesma pena mínima para
os dois crimes, que significa uma desproporção absurda. O aumento das penas fez a
quantidades de crimes diminuir? Não, porque faltou fiscalização, controle e punição. Sem
fiscalização, controle e punição, nenhuma lei funciona.
Pergunta de aluno: somos obrigados ou não a nos submetermos ao bafômetro?
Não somos obrigados a nos submetermos ao bafômetro porque nenhuma pessoa é
obrigada a fazer prova contra si mesma. Não sou obrigado a ceder meu corpo humano
para fazer provas contra mim. Esta é uma tese constitucional, amparada pelo Supremo
Tribunal Federal.
Todas às vezes que você vai resolver um problema jurídico, você tem que colocar
um olho na lei e outro na Constituição e na jurisprudência ( também na convenção
americana de direitos humanos, no caso do bafômetro) e verificar como a lei escrita é
interpretada e como se transformou em um direito. Muitos acadêmicos confundem lei com
o direito. Lei é o que sai do Congresso nacional, sai publicado no diário oficial. Uma coisa
é o que diz a lei, outra coisa é o que diz o direito vigente, o produto da interpretação final
dada pelos tribunais e pelos juízes; logo, uma lei pode estar escrita de uma forma e ser
interpretada de outra forma, e o que manda é a lei ou o direito? O direito! Quem não sabe
o direito tende a aplicá-lo equivocadamente.
Há algum policial no nosso país que, paralelamente ao excelente serviço que a
polícia está prestando, há algum policial que está aplicando mal a lei? Há! Porque ele não
sabe distinguir infração administrativa da criminal, ele não sabe que, por força do direito
vigente, nós não somos obrigados a soprar o bafômetro e tem policial que te obriga a fazê-
lo.
Quais são os fatores que, efetivamente, geram menos mortes?
Lei – fiscalização-- punição certa--percepção social--EDUCAÇÃO E ENGENHARIA.
Todos os países do mundo que tiveram uma redução drástica no número de mortes; por
exemplo o Japão, trabalharam muito educação e engenharia. Educação: ensinar desde a
infância noções fundamentais de trânsito, noções de respeito ao outro, à pessoa do outro
motorista, respeito ao pedestre. Engenharia: há duas propostas para prevenção de
acidentes: engenharia de estradas (fazer estradas sinalizadas, fazer curvas com inclinação
correta para que o carro não tombe) e engenharia dos veículos (o carro deve ter uma
engenharia de prevenção de acidentes; ex: a engenharia automobilística americana que
descobriu um bafômetro interno, e todos os carros novos estão lançando, se o carro
cheirar à álcool, o motor não liga).
Aula 2: Lei 11.705/2008

Esta lei entrou em vigor no dia 20/06/2008.


Artigo 165 – cuida da infração administrativa, relacionada com a embriagues ao
volante.
Obs1: Não exige nenhuma quantidade de álcool.
O art. 276 CTN, explicando o art. 165, determina qualquer quantidade de álcool,
diferentemente da redação anterior, que delimitava quantidade.
Art. 276, parágrafo único: órgão do Poder Executivo Federal determinará margens
de tolerância. Isso se dá, porque quantidades totalmente insignificantes de álcool, como o
caso de alguém que comeu um bombom com licor.
Como se chama um princípio em direito penal que diz que, quando você está diante de
uma quantidade absolutamente irrisória deve ser utilizado? O princípio da Insignificância
ou Princípio da bagatela. Há margens de tolerância, de quantidades muito pequenas, que
não devem ser consideradas. Qual é essa margem insignificante que os policiais devem
desprezar, de tal maneira que o condutor do veículo, dentro desta pequena margem, não
pode sofrer nenhum tipo de sanção? A margem fixada é de 0.2 por litro de sangue =
menos de um copo de cerveja. Porque nesta quantidade a percepção não está alterada.
Pergunta de aluno: Como se comprova que o motorista está embriagado quando
ele é surpreendido no volante de um veículo em via pública?
Para responder sobre esse assunto você tem que ter conhecimento da lei,
conhecimento da Constituição, conhecimento da Convenção Americana e da
Jurisprudência do STF. Sem isso você não sabe o que está na lei. Você pode até lê-la,
mas não vai entender o que está escrito.
Art. 277 CNT – todos estamos sujeitos aos exames de alcoolemia, exames clínicos etc.

Saber direito - código nacional de Trânsito – 2.2 – 1:08


Falência e recuperação de empresas

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