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DIREITO PENAL

TEORIA GERAL DO CRIME - RESUMO

O crime tem dois elementos:


fato típico e ilicitude

Para o FATO ser TÍPICO temos que ter:


- conduta humana voluntária
- resultado
- nexo de causalidade entre a conduta e o resultado
- tipicidade

CONDUTA HUMANA VOLUNTÁRIA


Dentro da conduta analisaremos:
- o DOLO - que pode ser direto (elementos: previsão do resultado + vontade)
ou eventual (elementos: previsão do resultado + consentimento)
- a CULPA - que pode ser consciente (elementos: previsão do resultado +
habilidade + crença sincera que o resultado não vai ocorrer) ou inconsciente
(elementos: imprevisão do previsível por imprudência, negligência ou imperícia)

Ainda dentro da CONDUTA temos:


- AÇÃO - os crimes de ação são chamados comissivos
- OMISSÃO - os crimes de omissão são chamados omissivos e se dividem em:
* omissivos próprios - a descrição da conduta criminosa no tipo traz um verbo
de omissão
* omissivos impróprios - chamados comissivos por omissão. Trata-se de
qualquer crime praticado por omissão por um dessas pessoas:
- quem tem por lei dever de cuidado, proteção ou vigilância
- quem de qualquer outra forma assumiu a responsabilidade
- quem criou o risco

RESULTADO
Resultado em sentido amplo, senão os crimes formais que não têm resultado
naturalístico não seriam crime!

Carolina Lourenço Defilippi Gonçalves


DIREITO PENAL

NEXO DE CAUSALIDADE
Temos causas:
- absolutamente independentes que podem ser: preexistentes, concomitantes e
supervenientes
Se a causa do resultado for absolutamente independente da concausa, o "dono
da concausa" não responde pelo resultado lesivo
- relativamente independentes que podem ser: preexistentes, concomitantes e
supervenientes
Se a causa do resultado for relativamente independente da concausa, o "dono
da concausa" responde pelo resultado lesivo em regra.
Exceção: se a causa relativamente independente superveniente POR SI SÓ
tiver causado o resultado

TIPICIDADE
Tipicidade é o encaixe perfeito do fato real à norma abstrata

CASOS DE TIPICIDADE INDIRETA


- tentativa - elementos: não produção do resultado + circunstância alheia à
vontade do agente
* responde pela pena do crime consumado diminuída de 1/3 a 2/3

- desistência voluntária - elementos: não produção do resultado + própria


vontade do agente + antes de esgotados os atos executórios
* responde pelos atos já praticados

- arrependimento eficaz - elementos: não produção do resultado + própria


vontade do agente + depois de esgotados os atos executórios
* responde pelos atos já praticados

- concurso de pessoas - 2 ou mais pessoa concorrendo para o mesmo crime


(não precisa de combinação). Pode ser em:
* autoria - quem tem domínio do fato
* participação - quem não tem domínio do fato

Carolina Lourenço Defilippi Gonçalves


DIREITO PENAL

ILICITUDE
Ilicitude é a contrariedade do fato ao Direito. Em regra, se o fato tem tipicidade
e portanto se encaixa perfeitamente ao tipo penal, ele é ilícito. Mas um FATO
TÍPICO deixa de ser ILÍCITO se houver uma...

EXCLUDENTE DE ILICITUDE
As Excludentes de Ilicitude são normas penais não incriminadoras permissivas
justificantes. Permitem e justificam o FATO TÍPICO tornado-o LÍCITO.

Havendo FATO TÍPICO e ILICITUDE TEMOS CRIME.


Mas para que haja punibilidade não basta a existência do crime, é necessário
que haja também...

CULPABILIDADE
CULPABILIDADE é o grau de reprovabilidade que um crime tem na sociedade.
São elementos da culpabilidade:
- IMPUTABILIDADE = capacidade de entender a norma e agir de acordo com
esse entendimento.
- POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE = possibilidade de conhecer a
ilicitude do fato no momento da conduta.
- EXIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA = possibilidade de se exigir do sujeito
que agisse de modo diferente do que agiu.

Tendo FATO TÍPICO e ILÍCITO temos CRIME.


Tendo CRIME E CULPABILIDADE temos PUNIBILIDADE.

Carolina Lourenço Defilippi Gonçalves


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EXCLUSÕES
TESES DE DEFESA – FALTA DE JUSTA CAUSA

1. Coação Física Absoluta, Movimento Reflexo e Estado de Inconsciência


EXCLUEM a VOLUNTARIEDADE da conduta. Sem VOLUNTARIEDADE
eu não tenho CONDUTA, sem CONDUTA eu não tenho FATO TÍPICO,
sem FATO TÍPICO eu não tenho CRIME!

2. Falta de DEVER e/ou POSIBILIDADE DE AGIR exclui a OMISSÃO


RELEVANTE.

3. Erro de Tipo Escusável EXCLUI o DOLO e a CULPA da conduta. Sem


DOLO e a CULPA eu não tenho CONDUTA, sem CONDUTA eu não tenho
FATO TÍPICO, sem FATO TÍPICO eu não tenho CRIME!

4. Aplicação do Princípio da Insignificância EXCLUI o RESULTADO. Sem


RESULTADO eu não tenho FATO TÍPICO, sem FATO TÍPICO eu não tenho
CRIME!

5. Causa Absolutamente Independente e Causa Relativamente


Independente que por si só produziu o resultado EXCLUI o NEXO DE
CAUSALIDADE. Sem NEXO DE CAUSALIDADE eu não tenho FATO
TÍPICO, sem FATO TÍPICO eu não tenho CRIME!

6. Estado de Necessidade, legítima Defesa, Estrito Cumprimento do Dever


Legal e Exercício regular de Direito EXCLUEM a ILICITUDE. Sem
ILICITUDE eu não tenho CRIME!

7. Doença Mental, Desenvolvimento Mental Incompleto e Embriaguez


Acidental Completa EXCLUEM a IMPUTABILIDADE, sem
IMPUTABILIDADE eu não tenho CULPABILIDADE e sem CULPABILIDADE
eu não tenho PUNIBILIDADE! Mas tenho CRIME!

Carolina Lourenço Defilippi Gonçalves


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8. Erro de Proibição Escusável EXCLUI o POTENCIAL CONHECIMENTO


DA ILICITUDE, sem POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE eu não
tenho CULPABILIDADE e sem CULPABILIDADE eu não tenho
PUNIBILIDADE! Mas tenho CRIME!

9. Coação Moral Irresistível e Obediência Hierárquica EXCLUEM a


EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA, sem EXIGIBILIDADE DE
CONDUTA DIVERSA eu não tenho CULPABILIDADE e sem
CULPABILIDADE eu não tenho PUNIBILIDADE! Mas tenho CRIME!

Carolina Lourenço Defilippi Gonçalves

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