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EDIÇÃO ESPECIAL

ANO XII - N.° 156


bandeli ante
ÓRGÃO INFORMATIVO DOS EMPREGADOS DA EMBRAER - PUBLICAÇÃO INTERNA
AGOSTO

1!

O Brasília, do primeiro desenho ao primeiro vôo.


Companheiros da EMBRAER
e amigos da EMBRAER
Estamos no dia de hoje apresentando pela pri-
meira vez, pronto para ganhar, veloz, os céus do
Brasil e de outros países, o nosso novo avião bi-
motor, pressurizado, para 30 passageiros, o
EMB-120 BRASÍLIA.
Além de ser resultado de um longo e denodado
trabalho de muitos anos, o EMB-120 BRASÍ-
LIA, que ora vemos diante de nós, é uma vitória
da moderna tecnologia aeronáutica brasileira,
corporificada em sua bela e delgada estrutura de
linhas aerodinâmicas avançadas, desenvolvido e
construído por nossos engenheiros, técnicos,
projetistas, desenhistas e operários especializa-
dos.
O BRASÍLIA não é simplesmente um novo
avião. Ele representa na Aviação Regional e em
relação a aviões de sua classe uma nova geração
de aeronaves. Estamos fazendo tudo para que ele seja ()melhor e o mais avan-
çado de sua categoria.
Além disso, suas turbinas e hélices, concebidas para lhe dar velocidade acima de
540 quilômetros horários, compõem um sistema turbopropulsor recentemente
desenvolvido e que incorpora as mais recentes conquistas da tecnologia na bus-
ca da economia de combustível e de menor nível de ruído.
Em termos de conteúdo eletrônico, o BRASÍLIA apresenta sistemas tão moder-
nos que pela primeira vez são usados na aviação regional, tais como computado-
res de bordo, sistemas digitais de informação aos pilotos e diretores de vôo de úl-
tima geração.
Em resumo, tudo o que havia de mais moderno disponível internacionalmente
que podia direcionar o programa do BRASÍLIA no sentido de proporcionar ao
passageiro máximo conforto e ao operador menor custo e maior economia está
nele aplicado, tanto na tecnologia de fabricação, como na filosofia de operação e
manutenção. Alia-se a esses avançados produtos toda a criatividade de nossos
técnicos, que se desdobraram na busca de soluções modernas e racionais para a
nossa nova e bela aeronave.
Nós da EMBRAER nos sentimos, sem falsa modéstia, orgulhosos de poder apre-
sentar ao Brasil e ao mundo, no dia de hoje, o nosso BRASÍLIA. Ele vai enfren-
tar no mercado internacional dura concorrência. Mas todo o entusiasmo e toda a
técnica que nós, os 7.000 companheiros da EMBRAER, conseguimos colocar ne-
le, nestes últimos cinco anos de trabalho, hoje coroados de sucesso com a apre-
sentação do primeiro protótipo, certamente irão fazer do nosso BRASÍLIA um
vencedor.
Aproveitamos para lembrar que o BRASÍLIA é também nossa prova de confian-
ça no futuro do Brasil, nossa dose de otimismo tão necessária nesses tempos
difíceis, porque acreditamos que a solução de todos os nossos problemas está no
trabalho e na plena dedicação para suplantar os obstáculos, como aconteceu em
cada etapa vencida no desenvolvimento do BRASÍLIA.
Finalizando, a você, companheiro da EMBRAER, nossa palavra de gratidão. Ir-
manados no mesmo ideal aqui estamos mais uma vez juntos comemorando uma
vitória. Muito obrigado pelo seu entusiasmo e sua dedicação!
OZIRES SILVA
Presidente
Diretor-Superintendente
Brasília,
o mais novo
avião brasileiro
Designado como EMB-120 pela
EMBRAER,
o Brasília é o mais novo e
moderno avião brasileiro, cuja
apresentarão oficial foi
realizada hoje em São José dos
Campos e que estará disponível
no mercado a partir do primeiro
semestre de 1985.
O Brasília é um monoplano de
asa baixa, bimotor, predominantemente
de construção metálica, de
superfície polida e espelhada, sendo
que a chapa que cobre sua
estrutura é imune à oxidação, tem
a propriedade de ser dura e é
na verdade um sanduíche de alumínio
puro com uma resistente liga
também de alumínio, cujo conjunto
chama-se "Alclad".
Triciclo, trens de pouso retráteis,
grupo turbopropulsor formado
por duas turbinas Pratt Er Whitney
PW-115 de 1.500 SHP e hélices
Hamilton Standard 14-R F-9, pressuri-
zado, com cauda em "T", equipado
com ar condicionado e disponibili-
dade de transportar 30 passageiros
em sua versão comercial. Aliás,
o EMB-120 Brasília será o primeiro
avião no mundo a usar um tipo
de pára-brisa, até agora restrito
apenas a aviões de combate, de ataque e bainhas metálicas prestígio da ITT General Control.
que tem as características de ser próximas às pontas, além de uma Dentro da política da empresa — que
leve, extremamente resistente curvatura pouco convencional. deu certo com o Bandeirante —,
a impacto de aves e que, construído Com peso máximo de decolagem de a EMBRAER vai produzir o Brasília
com um vidro especial, o 9.600 quilos, razão de subida de 460 em várias versões, com o
"Policarbono laminado", tem metros por minuto, velocidade objetivo de atender às necessidades
excelentes propriedades óticas e máxima de cruzeiro de 543km/h, teto da aviação civil e militar,
aerodinâmicas. de servico de 32.000 pés, onde se inclui uma versão para
A aeronave tem um comprimento de 20 alcance de 2.907km com 45 minutos de passageiros e carga, com capacidade
metros, altura — com os trens reserva e bagageiro com capacidade de transportar de 24 a 26
de pouso estendidos — de 6,35 metros, de 550 quilos. passageiros e 900 quilos de carga
envergadura de 19,78 metros, Além da já comprovada tecnologia paga. Face inclusive à excepcional
sendo que só a fuselagem mede 18,73 EMBRAER, muitas das características autonomia do Brasília, que lhe
metros, com um diâmetro operacionais do Brasília estão permite atravessar o Oceano
externo de 2,28 metros. garantidas pela credibilidade Atlântico sem reabastecimento ou
Este novo avião, projetado para mundial que oferecem os fabricantes tanques suplementares, está
equipar, em princípio, as companhias de peças e conjuntos que equipam nos planos da empresa desenvolver
nacionais e internacionais de o novo bimotor. uma versão militar, para
aviarão regional, será, sem dúvida, Além da Pratt Er Whitney e Hamilton missões de patrulhamento nos mares,
na década de 80, o equipamento Standard, a Garret forneceu missão que até o momento vem
ideal para cumprir etapas médias e o sistema de ar condicionado que vai sendo executada com êxito pelos
longas, com reais vantagens de permitir à cabina do Brasília EMB-111 Bandeirante.
velocidade, economia e segurança e funcionar a uma altitude de 5.100 No dia em que o Brasília é
virá suprir uma lacuna que metros, com as condições do apresentado oficialmente à imprensa,
há mais de dez anos vem preocupando nível do mar, com a pressão mantida representantes comerciais
os executivos das empresas pela captação do ar nos estrangeiros, operadores nacionais
que operam o tráfego regional em compressores da turbina. O e internacionais e eventuais
todo o mundo. conjunto de aviônicos foi definido clientes, é justo que se cite um
Muitas das vantagens que o Brasília com a Collins, os sistemas detalhe que recomenda o avião,
oferece nos itens de velocidade atuadores dos flapes e componentes antes mesmo do inicio de sua
e economia estão ligadas ao seu hidráulicos ficaram a cargo comercialização. Esse detalhe se
moderno conjunto do grupo turbo- da Bertea, pára-brisas com degelo refere às opções de compra que
propulsor que, apoiado na já famosa automático com a Serracin, já foram apresentadas por oito
tecnologia Pratt Whitney, conjunto de degelo dos bordos de diferentes países, envolvendo
tem acopladas as hélices Hamilton ataque das asas e sistemas de 24 empresas em 119 opções. Não pode
Standard, quadripás, construídas com rodas e freios sob a responsabilidade haver dado mais conclusivo da
longarinas estruturais em liga da B.F. Goodrich, a confiabilidade total confiança que essas empresas
de alumínio, cobertas por dos trens de pouso com a Eram nacionais e internacionais
um envólucro de material composto, e os sistemas de válvulas depositam na EMBRAER e em seu mais
com degeladores embutidos nos bordos hidráulicas e de óleo com o novo produto. •

3
O Brasília,
a cada
etapa vencida.

Em meio a pesquisas e desenhos, o Brasília começou a ganhar forma.

A EMBRAER, cujo carro-chefe, o desenvolvidas exaustivamente, inclu- de Aeronáutica e Espaço de "Le


EMB-110 Bandeirante, turboélice para sive ouvindo-se a opinião de Bourget" uma maquete em escala 1:10
18 passageiros, teve destacada numerosas companhias de aviação, já com vista do interior do Brasília.
'penetração no mercado nacional na clientes do Bandeirante, as Comentários e sugestões foram
década de 70, como equipamento quais foram consultadas sobre itens recolhidos de todos esses eventos e
de escolha para as linhas da aviação importantes a serem.considerados no encaminhados ao Departamento
regional, reequipamento da início do projeto do Brasília. Técnico da empresa, que aproveitou
Força Aérea Brasileira e que conseguiu Em abril de 1980, num congresso muitos deles para incorporar
uma ponderável fatia do mercado internacional de Operadores aos ajustes finais, dos quais iria
internacional, começou, em 1977, a do Bandeirante, realizado no Rio de sair uma nova aeronave: um
conceber um projeto mais Janeiro, o Brasília já pôde ser bimotor turboélice, pressurizado,
ambicioso, que na década de 84 apresentado pela EMBRAER em um "mock apto a cobrir três etapas de
pudesse repetir ou até ultrapassar -up" de madeira em escala natural, 100 milhas cada uma e mais reservas,
o sucesso do Bandeirante. para que todos os detalhes pudessem sem reabastecimento, transportando
O EMB-120 Brasília começou assim a ser vistos e avaliados por uma carga paga de 2.720 kg
nascer nas pranchetas de aqueles que futuramente iriam operar ou 30 passageiros, com condições de
projeto como um novo avião que o novo avião. Em novembro do operar em qualquer tipo de
pudesse, complementando o papel do mesmo ano, o mesmo "mock-up" do aeroporto, equipado com sistemas de
Bandeirante, atender às crescentes futuro EMB-120 foi a vedete da degelo e ar condicionado dos
necessidades das cinco empresas Convenção do CAAA (Commuter Airline mais modernos, voando a uma velocidade
da aviação regional brasileira, a Association of America) de cruzeiro de 543 km/h.
FAB e as internacionais "Commuter realizada na cidade de Phoenix, Em outubro de 1980 o Brasília
Transport", na segunda metade Arizona, nos Estados Unidos, já havia demandado 150.000 homens-
da década de 80 e depois. onde ficou exposta no quinto andar do hora apenas para os seus
Hotel Adams, onde se realizava primeiros desenhos num programa que
Tomando como base os regulamentos o encontro. E em junho de 81, dando continuou acelerado para os
de certificação FAR 25 Er 36, as continuidade à sua política de projetos e construção dos gabaritos
especificações e características de promoção do Brasília, a EMBRAER para montagem da fuselagem,
uma nova geração de avião foram leva para o 34.° Salão Internacional asas e empenagem, além do desenho dal>

4
O Brasília,
a cada
etapa vencida.

Avançados sistemas com


o CAD-CAM foram
utilizados no projeto
do Brasília.

evitando dessa forma que a


energia das turbinas seja desviada.
Ainda em 1981, precisamente em
junho, a EMBRAER já havia enviado
para o Canadá, com destino à
Pratt Et Whitney, uma nacele completa
do Brasília, que, acoplada ao
nariz de uma aeronave Viscount e
suportando um novo motor PW-115
de 1.500 SHP, voaria pela primeira
vez em fevereiro de 1982, com
resultados altamente auspiciosos.
A 25.000 pés de altitude,
condições ISA e potência máxima,
a PW-115 apresentou um consumo
primeira nacele que iria suportar ar condicionado, aviônicos, especifico de combustível 3% menor
a nova turbina PW-115. controle ambiental, atuadores dos do que o previsto antes do
Continuavam também os trabalhos para flapes, componentes hidráulicos, teste. Esses testes que incluíram
os primeiros desenhos dos pára-brisas com degelo automático o conjunto nacele-turbina-hélice
sistemas elétrico, hidráulico, sistema de degelo dos bordos de Hamilton Standard foram
aviônicos, controle ambiental, trens ataque das asas, sistemas de realizados até julho de 1982 e foram
de pouso e freios. rodas, trens de pouso e executados desde o nível do
Em novembro de 1981 toma forma a válvulas hidráulicas. mar até altitudes de 30.000 pés.
maquete de engenharia. Ela A Garret Corporation foi contratada Detalhe importante na previsão
iria permitir estudos dos "layouts" também para fornecer um dos das instalações das turbinas é que
dos sistemas e avaliações mais importantes sistemas opcionais elas foram projetadas para
ergonométricas, além de permitir uma que será oferecido a todos os serem instaladas com um afastamento
rápida definição do projeto operadores futuros do Brasília, mas de 550 mm da fuselagem, com a
detalhado da aeronave. A maquete-mãe que, em princípio, irá equipar finalidade de diminuir o nível de
também já estava pronta no final as versões militares ou executivas ruído e, em consequência,
de 1981, entrando na fase de especializadas, bem como todos aumentar o conforto dos passageiros.
traçagem, fase essa que iria permitir os protótipos. Trata-se do "APU" Em agosto de 1982 começou a
a obtenção de todos os dados (Unidade Auxiliar de Potência), montagem das estruturas primárias
quanto ao revestimento do avião. O um equipamento que, instalado e células da asa, fuselagem
final de 1981 marca também o na cauda do avião, tem a finalidade dianteira e traseira e a nacele do
inicio das contratações das firmas de produzir a energia elétrica e primeiro protótipo.
internacionais que iriam pneumática suplementar para Concomitantemente já estavam prontos
fornecer os sistemas, entre eles o diversos sistemas em terra e em vôo, os gabaritos da junção asa-
O Brasília,
a cada
etapa vencida.

O desenvolvimento do Brasília envolveu todos os setores técnicos da EMBRAER.

-fuselagem, fuselagem dianteira e objetivo de acelerar o do F-60 - onde existem 27.000 m2


traseira e nacele. Em setembro desenvolvimento do Brasília. Com a de área construída para receber a
do mesmo ano já estavam prontas maquete-mãe já concluída, o futura linha de montagem do
três naceles completas, sendo CAD-CAM pôde ser usado para a produção Brasília - as nacetes que já estavam
que duas foram enviadas ao Canadá de peças de conformação complexa e liberadas desde o dia 20 de
e a terceira era submetida a construção de gabaritos de montagem. março receberam em 12 de maio as duas
testes e ensaios estruturais estáticos O ano de 1983 marcou finalmente turbinas de 1.500 SHP e, uma
em São José dos Campos. Ainda a verdadeira arrancada da fábrica com semana após, as turbinas eram
em 1982, a EMBRAER continuava manten- vistas à complementarão do complementadas com as hélices Hamilton
do primeiro protótipo do Brasília e ao Standard de 4 pás. Ao mesmo
intenso programa de ensaios de início da fabricação de tempo eram acelerados os trabalhos
fadiga e estáticos na caverna de mais quatro. Em fevereiro de 1983 de instalação da cablagem,
pressão traseira, com corpo de era retirada do gabarito a parte aviônicos, sistemas elétrico e
prova construido em anel usinado dianteira da fuselagem do primeiro hidráulico, pára-brisa e trens
integral, ensaios da caverna protótipo. Em 20 de março saíam dos de pouso.
de pressão dianteira, ensaios de gabaritos de montagem as duas naceles Finalmente, no dia 29 de junho
penetração na fuselagem e que iriam receber as novas o primeiro protótipo do Brasília,
propagação de trincas e ensaios do turbinas PW-115. Dois meses depois praticamente pronto, deixava
impacto de pássaros nos bordos de estar concluída a liberação o hangar do F-60, absolutamente
de ataque das asas e empenagem. da parte dianteira da fuselagem, ou dentro do cronograma anteriormente
Começou também em 1982 o uso seja, dia 30 de abril, a fuselagem fixado para a apresentação oficiai
intensivo do CAD-CAM na liberação de completa era liberada do gabarito. do avião, o que aconteceu hoje, para
desenhos de peças e ferramental Como as asas já estavam satisfação e orgulho de toda
para as áreas de fabricação, com o prontas, fabricadas no mesmo hangar a fábrica. •

6
Gente que fez o Brasília
A importância
das peças primárias
No L)PRiPRU /FML, cujos
supervisores são
Aloísio, no primeiro turno, e
José Maria, no segundo turno, é que
nascem as peças primárias para
o Bandeirante, o Xingu e agora também
para o Brasília. Dali através
de dispositivos, desenhos e máquinas
sai a maioria das peças
fabricadas de chapas de alumínio,
folhas de aço inoxidável e
placas de titânio, que irão dar forma
e estrutura às aeronaves.
Tal é a importância das peças
primárias na fabricação de protótipos
ou nas linhas de montagem, que
foi necessário fazer uma subdivisão
na Seção, criando-se o Grupo
de Estamparia, com a sigla "FML"
(Fabricação em Metais Leves).
— Com quantos homens está trabalhando
o "FML"?
— Estamos atualmente com 322 homens,
divididos em dois turnos e todos
eles estão conscientizados da enorme
responsabilidade que cerca o


serviço de todos. Primeiro porque o
Brasília foi para nós uma
experiência inédita; segundo porque
temos que atender rigorosamente Foram as mesmas normas adotadas — E os mais antigos e mestres do grupo?
às programações de fabricação; para a fabricação dos outros — Contamos com cinco mestres,
e terceiro porque todas as peças bimotores da fábrica, só que com muita Efigênio, J. Carlos, Covas, Valdir e
primárias devem estar dentro do coisa nova. O grupo recebe Nelson, e temos no grupo três
excelente padrão de qualidade que é as "OFs" pioneiros da EMBRAER, o Cosme, João
considerado item prioritário (Ordens de Fabricação), e Ehzio. Todos nós nos sentimos
nas normas da empresa. prepara a matéria-prima e muito felizes em termos colaborado
— E a rotina adotada pelo "FML" dispositivos, acompanha os desenhos, com a construção do primeiro
para fabricar as peças primárias fabrica as peças e as encaminha protótipo do Brasília.
do Brasília? para o controle de qualidade. •

O grupo da
primeira fuselagem
O Grupo DPR/PRF/FCE/FFB deu inicio
à construção do primeiro
protótipo do EM B-120 Brasília, pois
foi das mãos de seus homens
que nasceu a fuselagem da aeronave.
Luiz Neves, supervisionando
138 homens, dirigiu o trabalho de dar
forma física à nova aeronave.
O "FFB" nasceu da necessidade de se
construir o Brasília e todo o grupo
se conscientizou de que a incumbência -
que
no Bandeirante já se tornara
um ato de rotina - passara a ser um
ponto de honra para todos:
a fuselagem deveria estar pronta,
absolutamente dentro dos cronogramas.
Por isso mesmo, o dia 27 de
fevereiro de 1983 foi uma data muito
especial, de muito trabalho e
alegria para o pessoal do "FFB". É
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- 11~11 '
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que às 09:00 horas desse domingo trabalho supervisionado pelo O primeiro protótipo saiu completo
foi retirada do gabarito de montagem Luiz Neves e coordenado pelo do gabarito, inclusive com os
a parte dianteira da fuselagem supervisor Jair e mestre Jairo, com trens de pouso, a deriva e
do Brasília e feita a fixação defini- a colaboração de mais 70 estabilizador, junção essa que já
tiva da deriva do avião. companheiros, foi iniciado ás 10:00 havia sido feita dois dias
Luiz explica, orgulhoso: horas e uma hora depois estava antes. A agilização e a persistência
Foram cinco horas de trabalho concluído, sem apresentar qualquer do grupo não pararam, porém, na
duro e esperançoso, que para mim e problema técnico. Foi um sábado liberação da fuselagem. Dois dias
meus homens tiveram um significado de expectativa para todos, mas um depois, isto é, a 3 de maio,
todo especial. E veja que pela primeira sábado de muito incentivo para era iniciada a fabricação do quarto
vez tentamos e conseguimos todo o pessoal, pois a operação protótipo do Brasília. Ao ver
inovar em nossos métodos. Desta vez contou com a presença do no fundo do hangar do F-60
foi o gabarito que saiu e a diretor de Produção da EMBRAER, eng.° a fuselagem do primeiro protótipo
fuselagem ficou; sempre havíamos Antônio Garcia da Silveira, que inteiramente livre de seu gabarito,
feito o contrário. com sua presença demonstrou não só Luiz Neves não se conteve:
FUSELAGEM COMPLETA a confiança da empresa no — Cumprimos a nossa parte e aí está
Dois meses depois de estar concluída trabalho do grupo, mas sobretudo o o arcabouço do Brasília pronto
a liberação da parte dianteira valor que a EMBRAER estava para receber as outras instalações,
da fuselagem, ou seja, dia 30 de abril dando ao cumprimento dos prazos como cablagem, sistemas
último, a fuselagem completa previstos para a construção elétrico e hidráulico, aviônicos,
deixava também seu gabarito. O do primeiro protótipo. turbinas, hélices e acabamento final. •

Quem fez as
asas do Brasília
Nos últimos nove meses, o EMB-120
Brasília foi o assunto na
EMBRAER. A fabricação dos primeiros
protótipos do avião agilizou a
área de 27.000m2 do F-60, destinada
à produção desse bimotor de 30
lugares, acelerou os trabalhos do
Departamento Técnico, exigiu
atividades extras do Ferramental,
remanejou um elevado número
de engenheiros e técnicos, requisitou
chapeadores e vem eletrizando
toda a fábrica.
Aqui vamos focalizar outro grupo,
encarregado de fabricar um
dos componentes fundamentais da
aeronave: a asa.
Esse é o Grupo DPR/PRF/FCE/FAB,
cujas três letras finais da
sigla coincidem com o trabalho que
foi desenvolvido pelo grupo:
"Fabricação da Asa do Brasília".
Jair Dousseau, o supervisor do
Grupo, que começou na
EMBRAER em maio
de 1974, mas que trabalhava no
PAR /CTA desde junho de 1957, explica:
— "O núcleo do nosso Grupo nasceu
no CTA em 1953 em razão da evolução
das pesquisas que envolveram
o projeto do avião HC-1, de asa
rotativa. E o nome criado para
identificar essas pesquisas foi
"Projeto de Asa Rotativa"
PAR. Desde novembro de 1982 que a O "Nascimento" das asas
asa do Brasília tem sido a
nossa preocupação e nossa prioridade, tivemos que nos adaptar a outras — "Os mestres ou encarregados são
apesar de fabricarmos também atividades, como fabricação e Moutinho, Rodrigues, Severino
todas as superfícies de comando ajustagem do próprio ferramental e e Rui e os lideres Francisco,
móvel, com exceção do leme de planejamento com outras áreas também Wilson, Lobo e Ismael. Não
direção. Tenho atualmente sob minha envolvidas na fabricação do posso negar
supervisão um total de 57 homens, EMB-120, negociando peça por que as asas do Brasília
dos quais quatro são líderes e peça, para evitar pontos de deram trabalho, mas cumprimos
quatro encarregados." estrangulamentos, devido à carga de nossa obrigação. Hoje, 29 de julho, é
E a asa do Brasília? serviço muito variável. Mas a um dia de festa e para nós,
— "Veja que o nosso grupo é de a asa saiu." do DPR/PRF/FCE/FAB, a impressão que
chapeamento de aviões, porém, temos é que todos os meus 57
'tratando-se de um protótipo de grande — E os líderes e encarregados homens estarão lá em cima sobre as
porte, como é o caso do Brasília, que trabalham com você? asas do Brasília." •

10
Gente que fez o Brasília
Os detalhes da
"Operação Nacele"
A "Operação Nacele" começou
realmente dia 20 de fevereiro
deste ano, quando a primeira peça
foi colocada no gabarito. Trinta dias
depois, ou seja, domingo. 20 de
março, às 8 horas, o pessoal do
DPR/PRF/FCE/FAB-02 iniciava o
trabalho de retirada das naceles do
Brasília de seus gabaritos.
Para o grupo FAB-02, comandado pelo
mestre Severino Ramos Araújo
e composto de mais oito companheiros,
a data foi de muita alegria e
emoção. A primeira nacele saiu em
uma hora — das 8 às 9 horas — e
a segunda em apenas 20 minutos — das
11h30 às 11h00 —
absolutamente dentro dos planos
pré-fixados pelo FAB-02.
A alegria do pessoal estava
plenamente justificada. Ali à sua
frente estavam as duas naceles
que muito em breve estariam
suportando as poderosas turbinas
PVV-115, de 1.500 SHP, da Pratt O grupo FAB-02
Fr Whitney, que hoje impulsionaram o
moderno bimotor para 30 pinos de sustentação [fixação} e o carreira na Real, em 1954, de onde
passageiros, em seu primeiro vá°. apoio dos cavaletes. Estavam passou para a Varig, falou
A "Operação Nacele" realmente prontas finalmente a parte dianteira ao "O Bandeirante":
se iniciou na véspera, sábado, dia 19 da fuselagem, a empenagem Cada uma das fases de fabricação de
de março, às 9 horas, quando vertical, as asas e as naceles. um protótipo sempre nos traz
o pessoa! do ferramental tirou os la tomando forma o primeiro Brasília. preocupações, pois é um avião
"pontos de apoio", com o O mestre Severino, na EMBRAER totalmente novo que estamos começando.
auxilio do teodolito. Finalmente, no desde junho de 1972, chapeador há 27 O Brasília aumentou em muito
domingo foram retirados os anos, tendo começado sua as nossas responsabilidades. •

E o Brasília recebe suas


turbinas de 1.500 SHP.
Quinta-feira, 12 de maio de 1983, foi
uma data importante dentro do
cronograma de fabricação do primeiro
protótipo do Brasília. Nesse
dia, no F-60, das 11h30 às 14 horas,
uma equipe do DPR/PRF/FMF/FGP,
chefiada pelo companheiro Cláudio
Teles Santos, instalou nas
naceles das asas do bimotor as
turbinas PW-115 de 1.500 SHP,
números 71/01 e 71/02.
Essas turbinas, que fazem parte de
uma nova geração de motores,
chegaram à EMBRAER em 15 e 25 de
abril e, menos de um mês depois,
Teles e sua equipe de 10 homens
executaram a delicada operação,
sem que ocorresse qualquer problema
técnico. E a operação toda
não demorou mais do que 150 minutos.
— "Graças a Deus tudo deu certo",
explica Teles, "embora estivéssemos
trabalhando com um motor
O grupo FGP totalmente novo e que será usado 1111>

11
pela empresa pela primeira vez". Eng.° Franke, da Engenharia de — E como nasceu o "EGP"?
— Alguma novidade da PW-115? Sistemas, e o representante da Pratt — "Este Grupo nasceu no CTA, ligado
— "Além de moderna, econômica e Whitney, Mr. Elliott." à fabricação dos protótipos
silenciosa, a PW-115 é dotada — Fale um pouco das atribuições do do EMB-110 Bandeirante. Com a criação
de uma unidade eletrônica Grupo Propulsor. da EMBRAER o Grupo passou a
que programa a quantidade de — "Pois não. O Grupo de Propulsão integrar a Seção de Montagem Final.
combustível a ser fornecido ao motor, e Combustível faz a pré-instalação 40 elementos fazem parte do
de acordo com o ângulo em que e instalação dos motores, efetivo do Grupo Propulsor e de
está colocada a alavanca da manete de regulagem dos comandos, montagem, Combustível, sendo um
potência. Isso significa que o balanceamento, instalação e Supervisor, 2 Mestres (Eduardo e Eli)
combustível é fornecido regulagem das hélices. Faz ainda e os Líderes Luiz Mário,
automaticamente para o melhor instalação e testes estáticos Valdeci, Hamilton, Wilson, Benedito e
rendimento da turbina, evitando que do sistema de combustível, ajustagens Clóvis e este mesmo Grupo,
o piloto precise fazer de carenagens, capôs e painéis poucos dias depois da instalação das
correções ou ajustes. Em caso de de instrumentos. Nossa base de turbinas, executava também a
pane na unidade eletrônica, o operações é no F-30 e também onde colocação das hélices Hamilton
piloto pode voltar para a operação estiver o avião, como foi o Standart, de 4 pás, que hoje
manual. Acompanharam a caso do Brasília, onde instalamos as ajudaram o Brasília a se
instalação das turbinas no F-60 o turbinas no F-60." apresentar bem. •

Conheça quem fez as


cablagens do Brasília
Este foi também um dos grupos que se ressalte a responsabilidade especificamente definido para os
envolvidos na fabricação do primeiro que envolveu o pessoal do trabalhos no Brasília, assumiu
,protótipo do Brasília. E como DPR / PRE/EME/ FEL, uma vez que esse todos os riscos de uma missão Inédita
todos os outros já focalizados é justo Grupo, embora não estivesse de instalar as cablagens em um
avião totalmente novo e cujos trabalhos
fugiram de sua área de operação,
que é o F-30/1.

Essas considerações são palavras do


Supervisor do Grupo, Renato
Di Lisi, que oriundo do T-30/1 passou
a dirigir os trabalhos no F-60,
chefiando 30 homens entre técnicos
e eletricistas. Renato explica:
"A nossa responsabilidade foi
muito grande pois o Brasília é um
tipo novo de avião, com o
qual nunca havíamos trabalhado antes.
Tivemos que usar nova
tecnologia, novos métodos, novo
instrumental e novos equipamentos.
Veja bem que para assumir os
trabalhos no Brasília o grupo se
tornou experimental, mas não
suas atividades, que envolveram a
fabricação das cablagens
principais elétrica e eletrônica,
aplicadas na fuselagem
dianteira, central e traseira, asas,
motores, cone e deriva. A
novidade foi para nós a instalação
dessas cablagens no avião e
em seguida os testes funcionais."
— E quem é o mais antigo do grupo?
— "Por coincidência sou eu mesmo,
que me considero pioneiro na empresa,
já que faço parte do pessoal
que veio do PAR/CTA, onde nasceu o
Bandeirante."

— E quais foram os mestres e


líderes do Grupo DPR/PRF/FME/FEL?
— "Trabalhamos com um Mestre,
Luiz Carlos Frederico, e mais quatro
Líderes: Ricardo Bruno, José
Valdair dos Santos, José Armando de
Lima e João Bosco da Silva
e mais 25 técnicos e eletricistas.
Foi um trabalho exaustivo, que
O Grupo FEL visava um objetivo, por isso valeu...". •

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Gente que fez o Brasília

Controle de Qualidade
também tomou conta do Brasília
Neste dia de festa para a EMBRAER, supervisor do subgrupo ressalta: para os EMB-111, vários
todos nós desta imensa família "Este nosso subgrupo nasceu aperfeiçoamentos importantes para
sabemos que o avião vai voar bem. quando da fabricação dos protótipos os EMB-110, 121 e 111 e diversos
Mas quem está com muito maior do EMB-121 Xingu e, até o corpos de prova para ensaio e
confiança na performance da aeronave início da construção do Brasília, nós servicos de homologação no F-45."
é o subgrupo DTE/TEC/CFM/FMA-04, nos dedicamos a acompanhar os O Subgrupo FMA-04 conta
responsável pelo controle de trabalhos desenvolvidos peio FCE/FSE atualmente com 15 membros, sendo dois
qualidade do EMB-120 Brasília, na (Grupo de Serviços Especiais). encarregados (Esteves e Zandonadi),
área de montagem de células, Dentre esses trabalhos destacamos a um líder (Aparicio) e 11
onde são inspecionadas desde as transformação do Xingu em Xingu Inspetores (Machado, Isaías,
pequenas montagens até a estrutura II, os primeiros capõs para os EMB- Siqueirinha, Dorival, Tonho, José
completa do avião. -110 SFAR 41, os primeiros Pedro, Mauro, Antônio Carlos,
Sebastião Costa Renno, o atual lançadores de carga pirotécnica Silvestre, Rogério e Carlão).
O encarregado Esteves complementa:
"Temos consciência de que o
nosso trabalho no Brasília foi integral
e de muita importância.
Mantivemos um padrão de qualidade
compatível com o projeto do
produto que estamos ajudando a
fabricar. Isso exigiu de todos atenção
redobrada, conscientização e muita
dedicação, fatores que
observamos graças a uma estrutura
bem montada e que a cada dia
vem aperfeiçoando-se nas equipes que
estão envolvidas no projeto.
Veja bem que nós trabalhamos com um
protótipo e que esse tipo de
trabalho não tem rotina e onde tudo
é novo: cada desenho, cada
peça, cada gabarito ou cada processo."
O Controle de Qualidade, um
vigilante severo, é o "Grilo Falante"
da produção, verificando o
andamento do programa, através do
acompanhamento rotineiro e
sistemático, aceitando o que está
bom, rejeitando o que não está
e dependendo da apreciação e decisão
final da engenharia. •

Montagem dos sistemas hidráulicos

Foi o grupo DPR/PRFIFMF/FMG quem


executou as montagens finais
dos sistemas de Hidráulica, Pneumática
(Sistema Anemométrico, Ar
Condic i onado e Pressurização)
Oxigênio, Comandos de Vôo {Comandos
das asas, Superfícies de comando,
Ailerons, Flaps, Profundores,
Leme Direcional e Piloto Automático) e
preparação e instalação dos
Trens de Pouso.
O atual Supervisor do Grupo,
Julio Reviejo Gonzalez, foi quem
falou ao "O Bandeirante":
— "O nosso Grupo já existia na fábrica,
criado que foi para executar
os serviços acima definidos para o
avião Bandeirante. Depois
tivemos que executar o programa do

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Gente que fez o Brasília
Xingu e atualmente estamos no motor e algumas dessas unidades — "Os mais antigos somos eu e o
hidráulicas são comandadas Mestre Antônio de Souza, ambos
ajudando a desenvolver os projetos do
Brasília e AMX." eletricamente. O piloto automático oriundos do PMR do CTA. Os Mestres
— E quantos homens você tem sob já opera eletronicamente e são dois, o próprio Antônio e
assim há toda uma gama de serviços o Afonso Avari, ambos trabalhando no
suas ordens?
— "Atualmente são 58 técnicos. Pela altamente especializados que 1.° turno. No caso do Brasília,
foram executados no Brasília, com a para todo o nosso grupo foi imposta
descrição do que esses homens
finalidade única e final de uma missão e nós a cumprimos à
fazem vocês podem avaliar
manter o avião voando. Meu grupo risca. Por isso mesmo temos
a responsabilidade do Grupo,
trabalha com profissionais e o absoluta confiança no sucesso do Brasília e
principalmente no que se refere ao
resultado desse trabalho é altamente consideramos que
sistema hidráulico, regulagem
dos comandos de vôo e o sistema profissional." colocá-lo em vôo é apenas uma
— E quais são os mais antigos do operação de rotina.
pneumático. A hidráulica, por exemplo,
funciona com bombas instaladas Grupo e seus auxiliares diretos? •

O Grupo dos
materiais compostos
Com todos os Grupos e Subgrupos
envolvidos na fabricação do
EMB-120 Brasília, menor não foi a
responsabilidade do DPR/ PR F/FSL,
encarregado dos materiais compostos,
selagem, mameado e colagem
estrutural da aeronave.
Bruno Della Torre, o Supervisor
do Grupo explicou ao "O Bandeirante":
— "O Grupo "FSL se subdivide em
cinco Subgrupos, cada um com funções
bem definidas, entretanto todos
com a finalidade primordial
de proteger o Brasília ou qualquer
outra aeronave e consequentemente
melhorar suas características
aerodinâmicas.
O FSL-01 opera no F-30-30/2 com
o objetivo de efetuar todo processo
de vedação dos tanques integrais
de combustível e restos de
vazamento dos EMB-110, 121 e 120 e
futuramente do AMX. O FSL-02,
Subgrupo de Mameado, executa um
processo de depressão nas
chapas, a fim de evitar o escarreamento
das furacões. Com esse processo O grupo DPRí PRF/FSL
as estruturas ficam mais rígidas e
'ao mesmo tempo evita o dos acrílicos, que se define foram produzidas as primeiras unidades
rompimento dos rebites pelas forças como aumentar a espessura do EMB-110, EMB-326 GB e
do atrito da aeronave em dos acrílicos para a fabricação das janelas EMB-200, havendo restrições apenas
movimento, o que evidentemente se do EMB-120 Brasília. aos trabalhos de selagem e
quer evitar no Brasília. Esta operação está fundamentada na maneado, porém com o aparecimento
O FSL-03 é o setor encarregado colagem de laminados pré-moldados, de novas versões do EMB-110 e o
de executar vedações na que por meio de um filme de projeto do Xingu, o fator peso da
fuselagem, selagens dos sistemas de polivinil (PVBI que é trabalhado com aeronave foi-se tornando
pressurização, colagens de uma temperatura de mais ou preponderante e o FSL se tornou de
borracha, fixação dos degeladores, menos 20 graus e umidade entre 18 e importância quase vital para os
trabalho e modificações nas 20%. Depois de prontos os novos projetos, como é o caso agora
peças de fibra de vidro. O FSL-04 é o conjuntos são introduzidos na do Brasília, onde foi usada
Subgrupo de colagem estrutural, autoclave a uma temperatura de toda a nossa experiência nessa nova
processo pelo qual se fabricam 90°C. e pressão de 160 PSI, durante 1 ho- 'tecnologia.
componentes aeronáuticos, obtendo-se ra. — Qual o efetivo do Grupo?
resultados superiores e um Finalmente o FSL-05 cuida dos — "Temos 75 homens nos cinco
alívio de peso considerável. Os trabalhos em materiais compostos, Subgrupos e mais cinco que trabalham
componentes do Subgrupo têm a nos processos de fabricação indiretamente. Contamos com
responsabilidade de submeter os de peças de fibra de vidro, kevlar 3 Líderes (Reinaldo, José Lafaiete e
subconjuntos a limpezas especiais, e carbono, obtidas por prensagens Jair Benedito), sendo que
bem como inspecionar rigorosamente os a vácuo e autoclave. O processo o mais antigo no FSL é o Líder Reinaldo
locais de montagem quanto ao de fabricação é mais ou menos igual Braz Silvestre. Pode escrever
teor de impurezas do ar, temperatura, ao de colagem estrutural. ai que se depender do DPR/PRF/ FSL o
umidade e pressão. Cabe ainda Bruno toma a palavra novamente: Brasília vai fazer seu primeiro
ao FSL-04 processar a transparência "O Grupo apareceu tão logo vôo com tranquilidade e segurança. •

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Gente que fez o Brasília

Quem fez a inspeção dos


sistemas hidráulico e elétrico

Inspeção hidráulica e elétrica Supervisores e o eng.° Mialima

Estes subgrupos foram responsáveis seja, os subgrupos acima são Mílton explicou ao "O Bandeirante": —
pelo controle e registro das inspeções responsáveis pela inspeção da E muito grande a responsabilidade
das montagens dos serviços executados preparação, montagem e testes dos desses subgrupos que atuam em
pelos seus colegas do FMG, FGP, FAC, seguintes sistemas do Brasília: grupo conjunto, pois, apesar da qualidade dos
FSL, FEL e FME no protótipo do motopropulsor, sistema de combustível, montadores, ficam a cargo do inspetor
Brasília e nos EMB-110 e EMB-121. Ou comandos de vôo, ar condicionado, a fiscalização, o controle e a
pressurização, sistemas hidráulicos, documentação das instalações que
trens de pouso, sistema anemométrico, foram feitas, para futuras consultas dos
degelo, colagem, acabamento interno, órgãos homologadores.
o bond&rante sistemas elétrico e eletrônico e No caso do Brasília essa
instrumentos. responsabilidade aumentou, por se
Editado pela Assessoria de Comuni- Os subgrupos surgiram junto com as tratar de um avião novo, com o qual
cações da EMBRAER - Empresa Brasileira linhas de montagem, uma vez que para nenhum de nós ainda tinha tido
de Aeronáutica S.A.
que uma aeronave seja liberada para o qualquer contato.
Redador-Responsável — E como são controlados esses
Mário Leme Gaivão (Reg. 6.882) vôo de ensaio, ela tem que ser
Editor inspecionada de acordo com os serviços de inspeção?
Antônio Augusto de Oliveira {Reg. padrões determinados pelo Projeto e — Através de desenhos, normas,
19.884) Engenharia e seguir as normas procedimentos e documentos das
Coordenador determinadas pelos órgãos operações normais e os registros das
Renato Lobo Del Campo homologadores como o DAC, FAA, alterações de montagem e testes,
(ramal 390) CAA e DGAC. comunicando-os às seções envolvidas
Arte e Diagramação O subgrupo "FMB" tem como {Engenharia, Projetos, Produção ou
L & W Comunicação S.C. Ltda.
Social. Rua General Jardim, 633 supervisor Mílton Francisco da Silva e o Processo) através de relatórios, pedidos
Fone 255-311 I - São Paulo - SP "FME" Luiz Carlos Marques de Oliveira, de teste etc.
Composição, Fotolitos e Impressão sendo que os encarregados do "FMB" — E quais os homens mais antigos na
Empresa Jornalistica Comércio & são quatro: Gilberto, Roberto, Santiago EMBRAER que fazem parte dos dois
Indústria S.A. e Siqueira que operaram no EMB-120 subgrupos?
Cartas, colaborações e sugestões po- com os inspetores David, Romeo, — No "FMB" Gilberto Monteiro e no
dem ser enviadas ao posto do correio
interno 007
Torelli, Rogério, Darci, Irineu, Cabral, "FME" Luiz Carlos Marques de Oliveira.
Joaquim, Marcelino, Chagas e Décio. Nós, dos subgrupos envolvidos na
Reprodução autorizada, citando-se a fonte. Pela parte do "FME" trabalharam, no inspeção final, estamos muito felizes,
Brasília, os encarregados Everaldo não só por termos participado da
Gomes do Rosário e Clóvis Antônio fabricação do primeiro protótipo, mas
Filiado Dutra e os inspetores Carlinhos, principalmente por termos colaborado
Associação Brasileira de Editores de Revis- Samuel, Jorge, Crivano, Celso, de alguma forma para que o Brasília
tas e Jornais de Empresas. Gonzaga, Fábio, Mílton, Arruda, pudesse ser apresentado oficialmente
Coutinho, Valdir, Ivan e André. na data estabelecida. •

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O Brasília nasceu
do esforço e dedicação
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de toda a fábrica
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Evidentemente nesta edição especial o protótipo fosse apresentado diretores de vôo, equipamentos
pra
de "O Bandeirante" seria Nesta nossa justificativa eletrônicos e toda a espécie de
cha aviônicos. E, finalmente, sublinhar
impossível citar e documentar todos cabem, porém, alguns comentários sobre
das o trabalho árduo de toda a estrutura
aqueles que trabalharam para áreas da fábrica que estiveram
as E do Departamento Financeiro da
que o Brasília se tornasse uma diretamente ligadas ao esforço comum
ao r de "botar" o avião no ar. empresa que propiciou os recursos
realidade, porque, na verdade, todos
rorr
os companheiros da EMBRAER Gostariamos de nos referir à DRI/RIE para que um projeto de tamanha
do participaram de forma direta ou que construiu os hangares de envergadura pudesse caminhar sem
mo, indireta nesse grande projeto. Gerências, 27.000m2 destinados à linha de interrupções.
que Chefes de Seção, Supervisores, montagem do EMB-120. Ao E do nosso dever fazer também
OF Mestres, Líderes, Encarregados e pessoal do CAD-CAM ligado diretamente a citação de todo o pessoal envolvido
de E centenas de profissionais ao projeto do Brasília que na área administrativa da
fusa estão ligados de alguma forma com foi utilizado intensivamente pelo empresa, que mesmo isolada dos locais
ore: o projeto, desenvolvimento e Departamento Técnico para de fabricacão, teve sob a sua
bor fabricação do primeiro protótipo. liberar desenhos de peças e responsabilidade preparar, ordenar,
trai: Nossa intenção foi focalizar os ferramental para as áreas de fabricação encaminhar, processar e arquivar
peç Grupos e Subgrupos que construíram e que cumpriu seu papel dentro milhares de expedientes referentes ao
e montaram as partes fundamentais dos prazos fixados e louvar os projeto, desenvolvimento e
Sut
do protótipo. Basta a citacão grupos de projetos que em fabricação do avião.
pro,
de que quando o primeiro Brasília suas pranchetas produziram os desenhos, Enfim, o sabor de vitória e missão
con cumprida que hoje envolve toda
estiver voando a EMBRAER terá plantas e esquemas para que os
resi a fábrica, devem ser divididos em
aplicado 2.500.000 homens-hora para setores de peças primárias,
alív, ferramental, gabaritos, peças, partes iguais a todos os 7.000
desenvolver o mais avançado
C on companheiros da EMBRAER. Ao ser
turboélice da nova geração na conjuntos e equipamentos
rest classe de 30 passageiros, para pudessem ser dimensionados, apresentado, neste 29 de
sub que todos tenham em mente que grande desenvolvidos, fabricados e aplicados julho, o Brasília estará coroando um
ben parte da fábrica, para a qual no avião. trabalho de equipe, desenvolvido
loca não tínhamos espaço no jornal, também Louvor também para os técnicos com muita fé, obstinação e trabalho
teor colaborou no esforco para que que instalaram os computadores, árduo e sem horários. •
umi
ao

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