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Ficar em segundo lugar é, de certa forma, confortável.

O primeiro ponto é a conscientização. O debate.


O que significa realmente se empoderar? Essa palavra que hoje se transformou quase em um
mantra da emancipação e da liberdade, significa em essência "A capacidade de um indivíduo
em buscar por si mesmo, as ferramentas necessárias para evoluir e se fortalecer”. (Paulo
Freire)

Tem a ver com escolher a vida que se quer viver. Tomar consciência de quem se é.

Viver uma vida por sua escolha e não por pressão social, a família quer ou atendendo as
expectativas de outras pessoas.

Uma pessoa que se empodera naturalmente passa a ser mais produtiva. Quando você cria sua
realidade você tende a contribuir mais com as pessoas ao seu redor.

Mulheres são 51% da população Brasileira.

Para igualdade de gênero é preciso respeito, liberdade para tomar decisão sobre a própria vida
e equilíbrio de poder.

70% da população que sobrevive com menos de 2 reais por dia é mulher. 1917 ou 2017?

62 miçhões de meninas não vão à escola. 1917 ou 2017?

2 de cada 3 pessoas que não sabem ler são mulheres. 1917 ou 2017?

Parto é a segunda maior causa de morte de meninas entre 15 e 19 anos. 1917 ou 2017?

Todos os dias 39 milhões de meninas são obrigadas a casar antes de terem 18 anos.

Mulheres recebem menos que homens pelo mesmo tipo de trabalho.

Uma em cada três mulheres será fisicamente abusada por seu parceiro.

Muitas das intolerâncias que aconteciam contra as mulheres há 100 anos ainda continuam
acontecendo.

“O meu lugar é onde eu quero estar!” (Taís Araújo)

A mulher precisa quebrar o seu padrão, o seu machismo. Primeiramente reconhecer-se


machista. Ressignificação.

“Feminismo é a crença de que homens e mulheres devem ter direitos e oportunidades iguais.
Trata-se da teoria da igualdade política, econômica e social entre os sexos” (Emma Watson)]

Se não eu, quem? Se não agora, quando?


Nesse fim-de-semana a ONU lançou a campanha He For She (Ele por Ela) e
Hermion… Emma Watson arrasou no discurso.
Reproduzimos aqui uma tradução dele que nossa querida Jarid Arraes
compartilhou no facebook:
“Hoje estamos aqui lançando a campanha HeForShe. Eu estou falando com vocês porque
precisamos de ajuda. Queremos acabar com a desigualdade de gêneros – e pra fazer isso, todo
mundo precisa estar envolvido.
Essa é a primeira campanha desse tipo na ONU. Precisamos mobilizar tantos homens e garotos
quanto possível para a mudança. Não queremos só falar sobre isso. Queremos tentar e ter certeza
que é tangível.
Eu fui apontada como embaixadora da boa vontade para a ONU Mulheres há seis meses e quanto
mais eu falava sobre feminismo, mais eu me dava conta que lutar pelos direitos das mulheres muitas
vezes virou sinônimo de odiar os homens.
Se tem uma coisa que eu tenho certeza é que isso tem que parar. Para registro, feminismo, por
definição é a crença de que homens e mulheres devem ter oportunidades e direitos iguais. É a teoria
da igualdade política, econômica e social entre os sexos.
Eu comecei a questionar as suposições baseadas em gênero quando eu tinha oito anos, fui chamada
de mandona porque eu queria dirigir uma peça para nossos pais – mas os meninos não foram.
Aos quatorze anos, sendo sexualizada por membros da imprensa.
Com quinze anos, minhas amigas começaram a sair dos times esportivos porque não queriam
parecer masculinas.
Aos 18, meus amigos homens não podiam expressar seus sentimentos.
Eu decidi que eu era uma feminista. Isso não parecia complicado pra mim. Mas minhas pesquisas
recentes mostraram que feminismo virou uma palavra não muito popular. Aparentemente, eu estou
entre as mulheres que são vistas como muito fortes, muito agressivas, anti homens, não atraentes.
Por que essa palavra se tornou tão impopular? Eu sou da Inglaterra e eu acho que é direito que me
paguem o mesmo tanto que meus colegas de trabalho do sexo masculino. Eu acho que é direito
tomar decisões sobre meu próprio corpo. Eu acho que é direito que mulheres estejam envolvidas e
me representando em políticas e decisões tomadas no meu país. Eu acho que é direito que
socialmente, eu receba o mesmo respeito que homens.
Mas infelizmente, eu posso dizer que não existe nenhum país no mundo em que todas as mulheres
possam esperar ver esses direitos. Nenhum país do mundo pode dizer ainda que alcançou igualdade
de gêneros. Esses direitos são considerados direitos humanos, mas eu sou uma das sortudas.
Minha vida é de puro privilégio porque meus pais não me amaram menos porque eu nasci filha.
Minha escola não me limitou porque eu era menina. Meus mentores não acharam que eu poderia ir
menos longe porque posso ter filhos algum dia. Essas influências são as embaixadoras na igualdade
de gêneros que me fizeram quem eu sou hoje. Eles podem não saber, mas são feministas necessários
no mundo de hoje. Precisamos de mais desses.
Não é a palavra que é importante. É a ideia e ambição por trás dela, porque nem todas as mulheres
receberam os mesmos direitos que eu. De fato, estatisticamente, muito poucas receberam.
Em 1997, Hillary Clinton fez um famoso discurso em Pequim sobre direitos das mulheres.
Infelizmente, muito do que ela queria mudar ainda é verdade hoje. Mas o que me impressionou foi
que menos de 30% da audiência era masculina. Como nós podemos efetivar a mudança no mundo
quando apenas metade dele é convidada a participar da conversa?
Homens, eu gostaria de usar essa oportunidade para apresentar o convite formal. Igualdade de
gêneros é seu problema também. Até hoje eu vejo o papel do meu pai como pai ser menos válido na
sociedade. Eu vi jovens homens sofrendo de doenças, incapazes de pedirem ajuda por medo de que
isso os torne menos homens – de fato, no Reino Unido, suicídio é a maior causa de morte entre
homens de 20-49 anos, superando acidentes de carro, câncer e doenças de coração. Eu vi homens
frágeis e inseguros sobre o que constitui o sucesso masculino. Homens também não tem o benefício
da igualdade.
Nós não queremos falar sobre homens sendo aprisionados pelos esteriótipos de gênero mas eles
estão. Quando eles estiverem livres, as coisas vão mudar para as mulheres como consequência
natural. Se homens não tem que ser agressivos, mulheres não serão obrigadas a serem submissas.
Se homens não tem a necessidade de controlar, mulheres não precisarão ser controladas.
Tanto homens quando mulheres deveriam ser livres para serem sensíveis. Tanto homens e mulheres
deveriam ser livres para serem fortes. É hora de começar a ver gênero como um espectro ao invés
de dois conjuntos de ideais opostos.
Deveríamos parar de nos definir pelo que não somos e começarmos a nós definir pelo que somos.
Todos podemos ser mais livres e é isso que HeForShe é sobre. É sobre liberdade. Eu quero que os
homens comecem essa luta para que suas filhas, irmãs e esposas possam se livrar do preconceito,
mas também para que seus filhos tenham permissão para serem vulneráveis e humanos e fazendo
isso, sejam uma versão mais completa de si mesmos.
Você pode pensar: Quem é essa menina de Harry Potter? O que ela está fazendo na ONU? É uma
boa questão e acreditem em mim, eu tenho me perguntado a mesma coisa. Não sei se sou
qualificada para estar aqui. Tudo que eu sei é que eu me importo com esse problema e eu quero
melhorar isso. E tendo visto o que eu vi e sendo apresentada com a oportunidade, eu acho que é
minha responsabilidade dizer algo. Edmund Burke disse: “Tudo que é preciso para que as forças do
mal triunfem é que bons homens e mulheres não façam nada.”
Cheia de nervos para esse discurso e em um momento de dúvida eu disse pra mim mesma: se não
eu, quem? Se não agora, quando? Se você tem as mesmas dúvidas quando apresentado uma
oportunidade, eu espero que essas palavras possam ajudar.
Porque a realidade é que se a gente não fizer nada, vai demorar 75 anos, ou até eu ter quase 100
anos antes que mulheres possam esperar receber o mesmo tanto que os homens no trabalho. 15.5
milhões de garotas vão se casar nos próximos 16 anos como crianças. E nas taxas atuais não vai ser
até 2086 até que todas as crianças da África rural possam receber educação fundamental.
Se você acredita em igualdade, você pode ser um desses feministas que não sabem sobre os quais eu
falei mais cedo. E por isso, eu te aplaudo.
Estamos lutando, mas a boa notícia é que temos a plataforma. É chamada Ele por Ela. Eu convido
você a ir em frente, ser visto e se perguntar: se não eu, quem? Se não agora, quando?
Obrigada.”
Objetivo 5. Alcançar a
igualdade de gênero e
empoderar todas as
mulheres e meninas
5.1 Acabar com todas as formas de discriminação contra todas as mulheres e
meninas em toda parte

5.2 Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas
esferas públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros
tipos

5.3 Eliminar todas as práticas nocivas, como os casamentos prematuros, forçados


e de crianças e mutilações genitais femininas

5.4 Reconhecer e valorizar o trabalho de assistência e doméstico não remunerado,


por meio da disponibilização de serviços públicos, infraestrutura e políticas de
proteção social, bem como a promoção da responsabilidade compartilhada dentro
do lar e da família, conforme os contextos nacionais

5.5 Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de


oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida
política, econômica e pública

5.6 Assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos


reprodutivos, como acordado em conformidade com o Programa de Ação da
Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e com a Plataforma
de Ação de Pequim e os documentos resultantes de suas conferências de revisão

5.a Realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos
econômicos, bem como o acesso a propriedade e controle sobre a terra e outras
formas de propriedade, serviços financeiros, herança e os recursos naturais, de
acordo com as leis nacionais

5.b Aumentar o uso de tecnologias de base, em particular as tecnologias de


informação e comunicação, para promover o empoderamento das mulheres

5.c Adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da


igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas em
todos os níveis

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